Revista Marketing Católica - Edição 22

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Sumário

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Palavra do Cardeal

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22º Encontro

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Artigo

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Testemunho

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Kater Filho

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Oratória

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Artigo

Expediente Presidente: Orani João Cardeal Tempesta, O.Cist. Vice Presidente: Monsenhor Aguinaldo de Carvalho Tesoureiro: João Carlos Valentim Secretaria: Irmã Nair Paschoalini Conselho Fiscal: José Nilson Ferreira Gomes Filho, João Monteiro de Barros Filho e Augusto Mariotto Kater Diretor Executivo: Antônio Miguel Kater Filho Jornalista Responsável: Cássio Abreu - MTB 34831 A revista Marketing Católico é publicada, editada e registrada pelo IBMC Tiragem: 15000 exemplares INSTITUTO BRASILEIRO DE MARKETING CATÓLICO Av. Tenente Haraldo Egídio de Souza Santos 777 – Sala 07 13070-160 – Campinas/SP Telefone: (19) 3242-2128 / Whatsapp: (19) 99975-1413 Site: www.ibmc.com.br Twitter: www.twitter.com.br/i_b_m_c Facebook: facebook.com/ibmcbrasil Produção:

(47) 3227-6640 | www.agenciaarcanjo.com.br Diagramação: Mariane Denegredo Revisão: Bruna Marcela Brenneisen Foto da Capa: Canindé Soares

Editorial Natal, uma das cidades mais agradáveis e mais acolhedoras do Nor-

qualificação do clero no sentido de atrair mais fiéis para a Igreja,

deste brasileiro. E falando em acolhimento, isso tem tudo a ver com

como também, procurar despertar este empreendedorismo leigo

o tema que o nosso Presidente, Dom Orani, escolheu para este 22º

no intuito de assumir papéis que lhes caibam na Igreja. Teremos

Encontro de Marketing Católico que faremos, de 16 a 19 de maio

dois grandes palestrantes notórios que nos ajudarão neste desafio:

de 2017, no Centro de Convenções do SERHS Hotel, um belíssimo e

Prado Flores, um leigo engajado que prega pelo mundo todo e Rei-

confortável hotel à beira da Praia Ponta Negra, com todos os seus

naldo Polito, um dos maiores mestres de comunicação e oratória no

quartos com vista para o mar! “A messe é grande, poucos são os

Brasil, professor de personalidades nacionais e que é um católico

operários!” Mt 9,37. Um tema que vem ao encontro da realidade e

que tem nos Sermões e nas lições de Padre Vieira, a sua fonte de

da necessidade de nossa Igreja no Brasil e no mundo. Inegavelmen-

inspiração. Além deles teremos Kater Filho, o “Papa” e o criador do

te, debalde as ações das dioceses e congregações, promovendo En-

Marketing Católico, três Cardeais: Dom Cláudio Hummes que fala-

contros Vocacionais para despertar em nossa juventude as vocações

rá sobre o protagonismo leigo na Igreja, Dom Orani Tempesta que

religiosas, o número dos que se abrem a elas é muito menor do que

apresentará o tema do evento e Dom Raymundo Damasceno, que

a necessidade que temos de sacerdotes para conduzir o rebanho de

explanará sobre a importância das devoções populares para a Igreja

fiéis que cresce mais do que as nossas vocações sacerdotais. Diante

católica no Brasil a partir de sua experiência à frente do Santuário

disso, além de orar para que o Senhor mande mais operários para a

Nacional de Aparecida por 13 anos consecutivos. Você, sacerdote ou

messe, precisamos ser mais eficazes com os operários que temos e

fiel leigo, não pode perder este grandioso evento. Faça hoje mesmo

ainda sermos, nós, fiéis leigos, os coadjutores nesta missão. É o que

a sua inscrição pelo nosso site www.ibmc.com.br ou pelo telefone

o nosso Papa Francisco vem nos pedindo: um maior protagonismo

(19) 3242-2128 das 8h às 18h de segunda a sexta. Maiores informa-

leigo, assumido, preparado e comprometido com a instauração do

ções sobre valores, hospedagem e como fazer sua inscrição, você

Reino de Deus já nesta vida. Para isso, estamos desenvolvendo um

encontra nesta edição. Esperamos por você em Natal!

roteiro de palestras e de conferencistas que contempla uma maior

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Palavra do Cardeal

A MESSE É GRANDE, POUCOS SÃO OS OPERÁRIOS Dom Orani João Cardeal Tempesta, O.Cist. Presidente do IBMC e Arcebispo do RJ

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O Papa Francisco convocou para 2018 um Sínodo dos Bispos sobre a vocação da juventude: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” é o tema da XV Assembleia do Sínodo dos Bispos, que se realizará em outubro de 2018. Sabendo que o trabalho é a construção de um mundo novo na diversidade de vocações na Igreja, a nossa opção para este 22º Encontro de Marketing Católico foi justamente a reflexão sobre a importância de nossa vocação diante de tão grande trabalho nesse tempo de mudança que vivemos. Além desse olhar geral, também o Ocidente cristão nas circunstâncias atuais passa uma preocupação com as vocações de especial consagração: a necessidade de vocacionados para a vida sacerdotal, diante do crescimento populacional. Somos chamados, como povo de Deus, ao desafio de levarmos a Palavra de Deus a todas as criaturas até os confins da Terra (particularmente nos grandes e complexos centros urbanos) e o secularismo crescente no meio da sociedade, ano a ano. Ora, se as ferramentas do marketing são úteis e eficazes para tantas atividades no meio secular, por que então não nos valermos delas para procurar despertar essa responsabilidade de pedirmos ao Senhor da Messe e Pastor do Rebanho que nos envie operários para a vinha. Diante de um mundo de comunicação tão diversificada e com territórios livres, onde tudo se diz e se comenta, é importante capacitarmos todos os que participam do trabalho de evangelização para que sejam mais eficazes, atingindo um número maior de pessoas que ainda precisam conhecer Jesus de maneira mais próxima. Se não temos como duplicar, de uma hora para outra, o número de operários na vinha do Senhor pelo mundo, podemos ao menos dar a eles, e às suas equipes, meios de fazer com que as suas vozes atinjam mais pessoas, particularmente aquelas que se encontram desgarradas do rebanho de Deus. Sim, amigos e amigas, este é o nosso grande desafio, já detectado, analisado e proposto à Igreja no Documento de Aparecida: cativar e atrair aqueles que precisam de uma experiência pessoal com Jesus Cristo!



Palavra do Cardeal

O PAPEL IMPORTANTE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO TRADICIONAIS E AS NOVAS MÍDIAS SOCIAIS Sem dúvida, os meios convencionais de comunicação às massas: tevê, rádio, jornais e revistas, são ferramentas que nos ajudam a difundir a mensagem do Evangelho. Porém, a comunicação do Evangelho através destes meios não é tão simples ou automática como imaginávamos num passado recente. É preciso que entendamos cada veículo e a forma pela qual devemos levar o anúncio da Palavra para longe, obtendo resultados positivos que, obviamente, é diferente da forma com que a comunicamos nos púlpitos, onde temos à frente um público cativo, paciente e que já recebeu o anúncio da Boa Nova de Jesus em algum momento de sua vida, por isso estão ali, presentes semanalmente nas celebrações das Santas Missas. Uma coisa é nós pregarmos o Evangelho no púlpito das Igrejas, outra é o pregarmos nas emissoras de rádio e de tevê. São públicos distintos que procuramos atingir e precisamos nos aprofundar nisso, proposta que estes nossos encontros anuais que realizamos pelo Brasil sempre nos apresentam. Já entre o rádio e a tevê há muitas diferenças e, muitas vezes, vemos um bom comunicador do Evangelho pelas emissoras de rádio não obter o mesmo resultado na televisão, que, basicamente, se vale das imagens como uma grande aliada no processo de comunicação. Acho muito simplista de nossa parte acreditarmos que o acesso ao rádio e à tevê já seria uma vitória concreta da Igreja para ampliarmos a nossa comunicação. Ledo engano, pois se não a fizermos corretamente, compreendendo que tanto o rádio e a tevê possuem linguagens próprias de comunicação, este trabalho pode surtir efeito contrário, ou seja, se não formos competentes e eficazes nestes meios, acabamos afastando ainda mais as pessoas ao invés de atraí-las para a verdadeira Vida. Nossa Igreja, por meio de suas dioceses, paróquias e congregações detêm centenas de concessões de radiodifusão, mas, ainda assim, elas não nos trazem um resultado concreto de aprofundamento da fé e aumento de fiéis à Igreja. Também dispomos hoje de diversos canais de tevê com programação até 100% católica e com um sinal que cobre todo o território nacional, mas, com tudo isso, elas não conseguem atingir e cativar (mantendo-os como telespectadores fiéis) nem mesmo os católicos (mais de 130 milhões no Brasil). Nossos índices de audiência, mensurados pelos institutos de pesquisa, quando muito alcançam um ponto de audiência, num universo que vai de zero a 100. Esta é uma realidade que não podemos deixar de destacar... Diante disso, a nossa proposta neste 22º Encontro de Marketing Católico é focar as nossas palestras na qualificação melhor de nossos agentes evangelizadores e, ao mesmo tempo, procurar sermos mais eficazes nos púlpitos, mudando a nossa forma de comunicação, de maneira que possamos dar maior dinamismo à nossa fé católica, envolvendo mais os nossos fiéis, convocando-os para que, juntamente conosco, clero e equipes de pastorais, possamos cumprir com eficácia a ordem final de Jesus a todos nós por Ele cativados: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Mc. 16,15.

COLOCAR AS MÍDIAS SOCIAIS A SERVIÇO DA EVANGELIZAÇÃO Inegavelmente, as mídias sociais são os novos e mais eficazes meios de comunicação. Quem não se ater a isso, procurando conhecer e se aprofundar no domínio desta nova modalidade de comunicação, vai ficar ainda mais defasado da realidade. Porém, não podemos perder de vista que, independentemente do meio, precisamos sempre nos lembrar que os meios são apenas ferramentas que precisam de conteúdo, e conteúdo, graças a Deus, é o que não nos falta na vida cristã. O que precisamos, certamente, é mudar a forma de apresentar esse conteúdo a esta nova realidade de comunicação, que não é exclusiva das pessoas mais jovens, pois atinge também fiéis de todas as idades. É comum vermos hoje, nas missas cotidianas que celebramos, senhoras e senhores, já na terceira idade, acompanhando as leituras do dia em seus smartphones ou tablets. Ora, hoje o meio acessível de comunicação com o nosso público está em seus bolsos ou nas bolsas das pessoas. Quem levar até eles, utilizando estas novas mídias sociais, um conteúdo atraente e promissor, conseguirá prender a atenção de muitos, cativá-los e até mesmo fidelizá-los.

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Palavra do Cardeal

ESPIRITUALIDADE DA EVANGELIZAÇÃO PERMANENTE Não podemos nos esquecer de que fomos, somos e seremos sempre os portadores da Boa Nova! Uma Boa Nova que se atualiza automaticamente com a evolução da humanidade, como nos ensina a Carta aos Hebreus: “Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade”. (Hb 13,8). Logo, é necessário que anunciemos a Palavra com eficácia e entusiasmo para que as pessoas a ouçam e se deixem encantar por ela. Esta é a nossa missão, pois como nos diz São Paulo, na Carta aos Romanos: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração. (Dt 30,14). Essa é a palavra da fé, que pregamos. Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação. A Escritura diz: Todo o que nele crer não será confundido (Is 28,16). Pois não há distinção entre judeu e grego, porque todos têm um mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam, porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,5). Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue”. (Rm 10, 8 – 14). Pregar é a nossa missão, a nossa tarefa, o nosso ministério, o nosso carisma, o nosso ideal, a nossa vocação, enfim, a nossa vida neste mundo, como nos testemunha São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim”, Gl 2,20. Aqui está o segredo: uma pessoa com espiritualidade e vivência cristã saberá transmitir o essencial tanto no contato diário e físico com as pessoas como também através da mídia convencional e, hoje, também pelas mídias sociais. Basta que tenhamos a vida em Cristo e saibamos utilizar bem as mídias. Precisamos pregar Jesus Cristo com ousadia e convicção, sem nos inti midarmos nem nos acovardarmos diante da evolução do

mundo. A nossa visão é de futuro; não somos retrógrados como querem alguns, não caiamos nesses “slogans”. A verdadeira revolução é a do Amor. São Paulo, na segunda Carta a Timóteo vai mais além ainda, nos dizendo: “prega a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente...” Hb 13,8. Precisamos ser mais ousados, menos tímidos, menos acomodados e muito mais empenhados no anúncio da Palavra em quaisquer circunstâncias. Para isso a Igreja, entre outras providências urgentes e necessárias, precisa acompanhar a evolução tecnológica da comunicação e adaptar a nossa mensagem a esta evolução vertiginosa. Este é o nosso desafio: manter viva uma igreja milenar numa sociedade que avança velozmente e se modifica rapidamente (mudança de época). Sim, nós sabemos que a messe é grande e a tendência é a de crescer ainda mais, entretanto os operários são poucos. Logo, precisamos de operários muito mais eficazes, operários competentes que saibam multiplicar os seus dons e os seus talentos para atingir um maior número de pessoas da messe. O IBMC – Instituto Brasileiro de Marketing Católico, vem, já há mais de duas décadas, procurando oferecer à Igreja no Brasil, através de encontros anuais, as ferramentas do marketing que fazem com que o anúncio do Evangelho da Salvação em Cristo Jesus chegue até as pessoas, indo ao encontro de suas buscas e necessidades: humanas e espirituais. Esta é a nossa missão: apresentar à Igreja ferramentas eficazes que não se conflitem com os princípios do Evangelho e que possam ampliar a nossa comunicação. Que vocês, participantes do 22º Encontro de Marketing Católico, possam, de olhos, ouvidos e principalmente de corações abertos, aproveitar mais este evento, e, voltando às suas comunidades, colocar em prática o que nós, com carinho e profissionalismo, estamos lhes apresentando. Sejam bem-vindos!

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22º Encontro

22º ENCONTRO DE MARKETING CATÓLICO 16 a 19 de Maio de 2017 – Natal/RN Tema: “A messe é grande, poucos são os operários” Mt 9,37

O que é o Encontro de Marketing Católico? É um encontro anual, realizado há 22 anos, que propicia a troca de experiências bem sucedidas entre dioceses, paróquias, instituições e empresas católicas que utilizam as técnicas e ferramentas de marketing com bom senso e sob a ética cristã, para atingir objetivos predeterminados e, principalmente, atender a necessidade de seus clientes: satisfazendo-os e encantando-os para que se fidelizem, sejam eles fiéis ou consumidores de produtos e serviços católicos.

Quem pode ou deve participar do Encontro de Marketing Católico? O encontro é marcado pela forte presença de organizações católicas em geral: - Paróquias, dioceses, congregações e ordens religiosas; - Associações, seminários e grupos missionários; - Emissoras de rádio e TV e escolas; - Pastorais: do dízimo, de turismo, de música e demais pastorais; Pode e deve participar qualquer organização que busca melhorar seu desempenho e aumentar a eficácia de suas atividades ou ainda, instituições que querem levantar fundos com profissionalismo para manter suas atividades, ampliar instalações, construir ou reformar igrejas ou ainda empresas que querem se comunicar melhor com a comunidade, utilizando novas tecnologias.

Local do evento e data O encontro será realizado de 16 a 19 de maio de 2017, no SERHS Natal Grand Hotel, na Via Costeira Sen. Dinarte Medeiros Mariz, 6045, na praia de Ponta Negra, na cidade de Natal/RN. Esse Hotel está localizado no Parque das

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Dunas, a menos de uma hora do aeroporto de Natal/RN (haverá traslados e taxis tabelados para os participantes do Encontro de Marketing Católico). O evento terá início às 10 horas do dia 16 de maio (terça-feira) e encerramento às 13 horas do dia 19 (sexta-feira).

Palestras As palestras do Encontro de Marketing Católico têm a duração de 1 hora e 10 minutos (1 hora de explanação e 10 minutos para perguntas ao conferencista). Algumas são plenárias, ou seja, de interesse geral com a participação de todos e outras serão segmentadas - por assuntos específicos - e simultâneas; neste caso, o participante poderá optar por assistir uma ou outra. Algumas palestras são plenárias e têm um tempo maior de explanação e perguntas. As palestras apresentadas são dinâmicas e expostas quadro a quadro, em equipamentos de data show. Conferencistas experientes e experts no assunto abordado ministram as palestras, que são avaliadas uma a uma pelos participantes imediatamente após o seu término. Ao final convidamos cada participante a avaliar a palestra assistida em vários quesitos. Essas pesquisas garantem o alto nível que o evento mantém.

Grupos de Interesses Os Grupos de Interesse são atividades de partilha, onde se reúnem, em mesa redonda, participantes que tenham interesses específicos e afins para troca de experiências práticas, sem a mediação dos conferencistas. Normalmente são formados grupos de até 12 participantes em duas sessões durante o evento: nos dias 17 e 18 de maio das 8h às 9h45 da manhã.


22º Encontro

Valor das Inscrições O investimento da participação por pessoa (já inclusos quatro almoços nos dias 16/05, 17/05, 18/05 e 19/05 no restaurante do hotel) é de:

750

690

Para maiores informações ou inscrições, acesse o site www.ibmc.com.br, preencha a ficha de inscrição no site ou entre em contato conosco pelo e-mail: ibmc@ibmc.com.br ou pelo telefone (19) 3242-2128.

660

R$

R$

R$

para inscrições feitas depois do dia 28/02/2017

para pagamentos até o dia 28/02/2017

especial para participantes de outros Encontros promovidos pelo IBMC – para pagamentos até o dia 28/02/2017 Fotos: Assessoria do hotel

Hotel

O hotel escolhido para o evento foi o SERHS Natal Grand Hotel e os preços negociados para as hospedagens dos nossos participantes foram os seguintes: Quarto individual: R$ 290,00 a diária + 10% de ISS + R$ 4,00 (opcional/dia) para o Convention Bureau. Quarto duplo: R$ 290,00 a diária (ou R$ 145,00 por pessoa) + 10% de ISS + R$ 4,00 (opcional/dia) para o Convention Bureau. Quarto triplo*: R$ 363,00 a diária (ou R$ 121,00 por pessoa) + 10% de taxas + R$ 4,00 (opcional/dia) para o Convention Bureau.

*A modalidade Quarto Triplo é o Quarto Duplo com a montagem de uma cama extra de solteiro. ** As diárias do hotel incluem o café da manhã *** As inscrições para o evento dão direito a quatro refeições (almoço) nos dias 16/05, 17/05, 18/05 e 19/05 **** Os participantes que optarem por apartamentos duplos e triplos, deverão indicar as pessoas que com eles dividirão o quarto e as despesas de hospedagem. O IBMC não se responsabilizará por desistências de companheiros de quarto nem pelo acréscimo de valor na hospedagem causado por essas desistências ou ausências.

Importante: Os participantes que não se hospedarem no SERHS Natal Grand Hotel deverão pagar, além da inscrição do evento, o valor adicional de R$ 90,00 pelo uso do Centro de Convenções do hotel e pelo direito aos coffe-breaks oferecidos durante o evento.

Endereço do Hotel:

Via Costeira Senador Dinarte Medeiros Mariz, 6045 – Ponta Negra Natal/RN

Valores para inscrições de grupos:

Temos descontos especiais para inscrições de grupos a partir de 06 pessoas pertencentes à mesma instituição. Para maiores informações, entre em contato conosco pelo e-mail: ibmc@ibmc.com.br, pelo telefone (19) 3242-2128. Tratar com Maria.

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22º Encontro

Passeio

Turístico No dia 18 de maio, a partir das 14 horas, promoveremos um passeio pelos principais pontos turísticos de Natal/RN em confortáveis ônibus executivos e com acompanhamento de guias turísticos. A noite, teremos um jantar típico num restaurante tradicional da cidade! Esse passeio é opcional e por adesão, custando R$ 140,00 por pessoa (já incluso o jantar com uma bebida não alcoólica). A adesão por pessoa deverá ser feita na ficha de inscrição e o pagamento feito junto à inscrição ou ainda na secretaria do evento, no hotel.

Fotos: Canindé Soares

Como se inscrever para participar do 22º Encontro de Marketing Católico

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- Acesse o site www.ibmc.com.br e preencha a sua ficha de inscrição. - Realize o pagamento da sua inscrição por depósito bancário, boleto ou cartão de crédito, conforme sua escolha na hora da inscrição. - Se preferir, tire suas dúvidas e faça sua inscrição por telefone: (19) 3242-2128, tratar com Maria.

Endereço do IBMC

Caso precise utilizar transporte aéreo, sugerimos a agência

Instituto Brasileiro de Marketing Católico Av. Ten. Haraldo Egídio de Souza Santos, 777 – sala 7 – Jd. Chapadão CEP 13070-160 – Campinas/SP Tel.: (19) 3242-2128 Site: www.ibmc.com.br

Porto e Poli que nos atende há 22 anos para consulta de preços em promoção. Telefones: (19) 3234-7925 / 3234-7926 / 3232-7984 - falar com Alexandre ou Adriana - site: www.portoepoli.com.br


22º Encontro

Palestrantes confirmados 3 Cardeais da igreja Grandes

pregadores

Dom Cláudio Hummes

Dom Orani Tempesta

Dom Raymundo Cardeal Damasceno de Assis

internacionais

Prado Flores

Reinaldo Polito

Antonio Miguel Kater Filho

Dunga (Comunidade Canção Nova)

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Artigo

JosĂŠ H. Prado Flores Pregador internacional MĂŠxico

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Artigo

Na vida de Jesus, existem três montanhas muito importantes e intimamente unidas uma às outras, que funcionam como três elos de uma corrente. Poderíamos dizer que os três acontecimentos mais importantes da vida de Jesus aconteceram nestas montanhas: o Monte Tabor, onde Jesus viveu uma nova experiência do amor de Seu Pai por Ele. O Monte Calvário onde Ele foi entregue por amor a todos nós. E o Monte das Oliveiras onde Ele viria a a ser glorificado. Ora, amigos e amigas, se este foi o caminho de Jesus, então, deve ser também a estrada de cada um de nós e de todos os seus seguidores no futuro, pois este é o itinerário da vida cristã. E essa é a relação que existe entre estes três lugares: não se pode ir até o Monte das Oliveiras onde Jesus o sobe para ser glorificado pelo Pai, sem antes termos passado pelo Monte do Calvário. Da mesma forma, nós não somos capazes de escalar o Monte Calvário sem antes termos vivido a gratificante experiência do Monte Tabor, onde nos abasteceremos da força necessária para carregarmos a Cruz do discípulo e, em seguida, sermos ressuscitados com Ele, para então proclamarmos O Seu nome até os confins do Terra, como Ele nos ordenou.

1.

O Monte Tabor

Quando os ventos da contradição se aproximaram, Jesus quis tomar um fôlego que O refrescaria e, ao mesmo tempo, iria fortificá-Lo para a luta final que estava se aproximando. Foi quando Ele subiu até o alto do Monte Tabor onde Seu Pai lhe reafirmou o Seu amor incondicional ao dizer-Lhe: “Tu és o meu filho amado”. Logo, antes de subir o Calvário, Jesus ascendeu ao Monte Tabor, porque o Seu destino doloroso só pode ser visto por nós sob a perspectiva do amor de Deus. O Monte Calvario só parece bom a partir de um monte mais alto do que ele: o Tabor. Esta situação, segundo nos diz o evangelista Lucas, nos mostrou o encontro de Jesus com Moisés, protótipo da Lei e também com Elias, protótipo dos Profetas que, em síntese, reúnem todo o Antigo Testamento. Jesus falou com ambos sobre a próximidade da divisão deste mundo que estaria iminente. Por isso, antes de subir para o Gólgota, Ele recebe do Pai a comprovação de que era o Filho muito amado, em quem o Pai coloca toda a Sua complacência. Se Jesus viveu a experiência do Tabor antes da experiência do Calvário, é porque nenhum de nós pode passar pelo sofrimento e pela Cruz, se, como Ele, antes não tivermos experimentado o amor de Deus. Assim como não há Páscoa da Ressurreição se não existir o Calvário, este também não nos é possível (nem suportável) sem uma subida ao Tabor, onde impulsionados pela experiência do Amor de Deus, poderemos tomar a firme decisão de fazermos a vontade do Pai: uma decisão consciente e pessoal. Somente aqueles que ouviram a voz de Deus: que lhes declara o Seu amor incondicional e pessoal, pode, a exemplo de Jesus, depois dizer “mas, não se faça a minha vontade, Pai amado, mas sim a Sua.”

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Artigo

3.

O Monte das Oliveiras

O terceiro elo da cadeia da vida de Jesus e do cristão é um pequenino monte que está localizado a leste de Jerusalém: o Monte das Oliveiras.

2.

O Monte do Calvário

A experiência do amor de Deus nos leva necessariamente a fazermos a Sua Vontade. No Tabor, Jesus falou com Elias e Moisés sobre o Seu próximo passo, ou seja, o Seu projeto doloroso de dar a Sua vida para a salvação de toda a humanidade. Portanto, do cume do Tabor, Ele já avistava o Seu próximo passo. O amor se expande pela natureza. Jesus, amado por seu Pai, atesta o Amor máximo no Calvário: entregar a Sua vida, não só por nós, mas para nós... A experiência de ser amado por Deus, necessariamente, entrega a nossa vida pelos outros e para os outros. Lembremo-nos de que estarmos no Tabor não é para fazermos três tendas em seu cume e ali nos abrigarmos, mas sim para descermos e seguir o caminho que nos leva até Jerusalém. Caminho que culminará no monte do Calvário, onde ninguém nos tira a vida, mas, onde nós a entregamos voluntariamente, pelos outros irmãos, a exemplo de Jesus. Se o Tabor é a montanha onde Deus mostra O Seu amor por Jesus, o Calvário é onde Jesus mostra o Seu amor por nós.

Local onde, após quarenta dias de Sua morte na Cruz, Jesus Ressuscitado sobe, juntamente com os Seus apóstolos, para lhes dar as instruções finais e confirmar que lhes enviaria a “Força do Alto”, para convertê-los em testemunhas com poder para que eles anunciassem o Seu nome até os confins da terra. É o monte da promessa do poder do Espírito Santo. A partir daí Jesus ascende ao céu, na presença dos Apóstolos, permanecendo à direita do Pai, onde Ele foi constituído Senhor e Messias e Lhe foi dado o Nome que está acima de todos os nomes. O Monte das Oliveiras é também identificado pelo nome de Monte da Ascensão de Jesus, quando Ele retorna a casa de Seu Pai para celebrar a “Festa de Sua formatura”, porque já havia cumprido completamente a missão que o Pai tinha Lhe confiado. Percebam que nem tudo termina na Cruz. A plenitude para nós, cristãos, é o Monte das Oliveiras. A morte de Jesus é, apenas, a véspera de Sua Glorificação. Se no Calvário Jesus morre por todos nós, com os braços abertos, no Monte das Oliveiras é o Pai quem abre os Seus braços para recebê -Lo, porque cumpriu as tarefas a Ele atribuídas. Conclusão Nenhuma das três montanhas pode ser excluída deste processo, pois isso afetaria as outras duas. Todas as três caminham sempre juntas, lado a lado. E se elas vão juntas na vida de Jesus, também em nossas vidas elas irão sempre juntas e nenhuma delas poderá ser suprimida da vida dos discípulos do Mestre da Galileia. Haverá sempre uma íntima união entre o Monte Tabor e o monte Calvário, entre o Monte Tabor e o Monte das Oliveiras onde Jesus Ressuscitado gloriosamente ascende ao céu numa nuvem. Este é um tripé que delineia a espiritualidade de cada um de nós, discípulos e discípulas de Jesus.

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Testemunho

MARKETING RELIGIOSO DESFAZENDO PRECONCEITOS Padre Pedro José Damázio Tubarão/SC

Há dois anos atrás, folheando uma revista do INSTITUTO BRASILEIRO DE MARKETING CATÓLICO - IBMC, fiquei curioso sobre o assunto. Acabei me inscrevendo no curso que a revista anunciava para ver do que se tratava. Nesta época, Marketing Religioso, significava no meu entender (transportando para uma linguagem puramente comercial) mais ou menos o seguinte: “usar as estratégias sofisticadas de propaganda, exaltando o conteúdo pela embalagem, pelo que é visível externamente, para convencer mais facilmente o cliente a comprar qualquer produto.” Porém, o encontro me mostrou algo mais. Foi aberto por Dom Orani Tempesta (hoje Cardeal) que, naquela época, era responsável pela área de Comunicação da CNBB e quem seria O Cardeal Dom Claudio Hummes, mas por sua ausência (devido a uma convocação do Papa para que fosse a uma missão no exterior, representá-lo) o Pe. Evaristo De Biasi fez encerramento. Excelente curso. Extraordinário. Eram dois temas paralelos oferecidos simultaneamente, e muitas vezes eu não sabia qual deles escolher. A própria metodologia já era um ensinamento. Uma hora de conversa com data show e 10 minutos de debate. Só a Palestra – “OS EMPREENDEDORES NA BÍBLIA” (proferida por Kater Filho), já valeu por todo o curso. Como os personagens principais da História do Povo de Deus usaram estratégias corretas para cada situação e por isso foram vitoriosos (não duvido de que Deus deve ter estado por trás de todas as estratégias). Jesus usava as palavras certas para o público certo. Conhecia exatamente para quem Ele estava falando e o que queria do seu público.

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Testemunho

Bem, sintetizando, hoje para mim Marketing Religioso é nada mais do que você usar as ferramentas ou instrumentos modernos, adequados para cada situação e para cada público, dominar estratégias que façam com que o seu trabalho de evangelização produza o máximo de resultado tanto na qualidade quanto na quantidade. Em outras palavras: é saber usar conscientemente o que Deus colocou ao seu alcance para ampliar ao máximo o trabalho de evangelização. Exemplo simples: para que nós usamos o microfone na igreja? Para que com menos esforço sejamos ouvidos e compreendidos por um número maior de pessoas! (e o mesmo sermão que faríamos sem microfone, que demandaria mais esforço, mais desgaste de energia e atingiria menos pessoas, possa ir além e assim conseguirmos um melhor resultado alcançando mais fiéis) Se pudermos despretensiosamente dizer que Marketing Religioso seria como perscrutar as estratégias de Jesus, talvez poderíamos em alguns casos evitar de pescar a noite inteira com as nossas próprias estratégias e resultados possivelmente frustrantes e jogarmos diretamente nossas “redes em águas mais profundas “(Lc.5,4) ou a direita da barca (Jo.21,6)”. Bem, estou indo à Gramado, se Deus quiser, de 9 a 12 de maio fazer o Curso de MARKETING CATÓLICO. O Investimento total deve girar em torno de mil a mil e duzentos reais. Se alguém quiser fazer também, ainda há tempo para inscrever-se. Me ajudou em muitas coisas e vai ajudar mais, tenho certeza. Concluindo e resumindo o que aprendi até aqui sobre este assunto: Se não conhecermos a fundo:

1. As nossas próprias condições e nossas habilidades, 2. Os instrumentos de que dispomos, 3. 0 público que queremos atingir, 4. 0s objetivos que buscamos, correremos o risco de perder o nosso precioso tempo ou colher resultados muito aquém do esperado. Ou quem sabe ter em nossas mãos 10 talentos e produzirmos apenas por 2 ou 3. (Mt.25,15). Tenho certeza que de alguma forma, o curso nos ajudará a usarmos melhor os nossos talentos a SERVIÇO DA IGREJA E DE NOSSO TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO.

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Kater Filho

SE POUCOS SÃO OS OPERÁRIOS, ENTÃO DEVEMOS LEVEDÁ-LOS! A n t o n i o M i g u e l K A T ER F IL H O IBMC

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Kater Filho Jesus era muito prático, direto e objetivo em Sua pregação da Palavra de Deus Pai aos Seus discípulos e ouvintes. As parábolas e as comparações que Ele usava permitiam que o povo sem instrução, mas sedento de justiça, de paz e de Deus, compreendesse perfeitamente a Sua mensagem, seguindo os Seus ensinamentos. Foi justamente esse segmento que fez com que o Cristianismo ultrapassasse as fronteiras da Palestina e chegasse até os confins da terra, como Ele mesmo nos pediu antes de ascender ao céu: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. ” Mc 16, 15. Uma das Parábolas, que eu gosto muito, é a do fermento na massa, que aparece duas vezes nos Evangelhos e uma na Carta de Paulo aos Gálatas. Mateus relata da seguinte forma a feliz e oportuna comparação que Jesus fez, e que é válida até os dias de hoje: “Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. O Reino dos céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar toda a massa.” Mt 13,33. Outra citação da ação eficaz do fermento está no Evangelho de Lucas, assim narrada por ele: “(Jesus) Disse ainda: A que direi que é semelhante o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada.” Lc 13,20-21. Fui pesquisar como é a ação do fermento para fazer a massa crescer e descobri então que a comparação de Jesus não foi uma mera analogia, pois há um sentido coerente e lógico no que Ele afirmou. A ação do fermento na massa nada mais é do que a digestão dos açúcares do trigo e, neste processo, liberar o gás carbônico que faz aumentar a massa, tornando-a mais leve. Ora, se nós somos “fermento” na massa humana, fazemos

algo semelhante, e ao invés de digerirmos os “açucares” dos ouvintes, “digerimos” as suas dúvidas, os seus pecados, os seus remorsos, as suas dores, os seus temores, enfim, tudo o que os torna “pesados”, pela opressão do mal. Então, pelo poder da Palavra de Deus por nós anunciada, eles liberarão o Espírito Santo que está contido em seus corações, oprimido e cerceado pelos males e problemas que os afligem. Liberando o Espirito Santo (ou o Amor de Deus) em cada ouvinte (que representa simbolicamente uma molécula do trigo na massa dos pães) fazemos a massa humana toda crescer e ficar mais leve, mais santa e mais agradável, exalando o odor do Amor, como o cheirinho gostoso dos pães recém assados! Isso, amigos e amigas, é a Igreja de Jesus: uma massa leve e totalmente levedada pela Palavra de Deus! Este é o Reino de Deus ao qual Jesus se refere em Sua Palavra, e, como Ele mesmo explica, não se trata de um espaço físico ou temporal que fica aqui ou acolá, mas sim de um estado de graça permanente no coração das pessoas. Algo muito especial e único que contagia gradualmente o mundo com o Seu Amor, levedando-os! Foi por isso que Jesus afirmou: “O Reino de Deus já está no meio de vós! ” Lc 17,21. O “fermento” permanente do Reino de Deus é o Amor. É por isso que Jesus insiste tanto junto aos Seus discípulos (e hoje repete a todos nós, cristãos): “Amaivos uns aos outros”, expressão repetida inúmeras vezes pelos evangelistas e, frequentemente, por São João em seu Evangelho e em suas cartas apostólicas, particularmente na primeira delas, (no versículo 4,16) quando ele dá a mais perfeita, mais profunda e, ao mesmo tempo, a mais simples definição do Criador ao escrever: “Deus é Amor!”

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Um pouco de fermento leveda toda a massa Sempre que eu estou pregando em retiros, palestras, cursos, etc. sobre evangelização, pastorais, dízimo, para casais ou mesmo na formação e capacitação de equipes, ouço o velho chavão ou aquela desculpa padrão: - Mas, são poucos os comprometidos, somente alguns assumem e são sempre os mesmos, etc. Assim fica muito difícil a gente trabalhar, carregar nas costas uma pastoral, praticamente sozinhos, ora, eu já me cansei.... Pacientemente eu ouço e depois das lamúrias costumeiras (e, infelizmente, verdadeiras) começo perguntar aos presentes: - Quem aqui faz ou já fez pão caseiro? Muitas pessoas levantam os braços. Daí lhes pergunto como é a receita básica do pão e eles dizem: trigo, agua e fermento. Novamente lhes pergunto: - Mas, qual é a função do fermento na massa do pão? Então me respondem que é para fazer crescer a massa, tornando-a macia, mais leve, etc. Pergunto finalmente: - Mas para cada quilo de trigo vocês colocam um quilo de fermento? (Faço esta pergunta com cara de ingênuo, ironizando...) Riem, e daí alguém rapidamente me responde: - Não, nós pomos uma medida pequena de fermento, geralmente uma colher de medida que já é suficiente para levedar todo o trigo. Abro então a Bíblia e leio a passagem acima do fermento na massa e lhes digo que, assim como na massa do pão, basta termos a mesma força do fermento que nós, mesmo sendo poucos, seremos capazes de evangelizar centenas de pessoas. Um para dez, para cem ou mesmo para mil! Isso aconteceu com São Pedro, imediatamente após ele receber o Espírito Santo, no dia de Pentecostes, ao vencer a sua timidez e anunciar, convicta e corajosamente, aos incrédulos israelitas, a Ressurreição de Jesus, fato, humana e racionalmente, impossível na visão deles. Uma pregação tão ungida e tão ousada que abalou os ouvintes, como nos relata o Livro dos Atos dos Apóstolos logo ao final da pregação de Pedro: “Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos? Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus. Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos do meio dessa geração perversa! Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos. ” At 2,37–41.

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A promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do senhor, nosso Deus! Ora, se a promessa é para nós, o Espírito Santo não é apenas algo etéreo ou virtual, mas uma presença real e atuante em nosso ser! Por meio dele podemos ser fermento na massa e fazer crescer o Reino de Deus pelo mundo afora, mesmo tendo forças malignas contrárias que nunca desistem de nos tentar atrapalhar e, particularmente, nos desanimar frente aos desafios e obstáculos. Não me esqueço das palavras do Frei Elias Vella em seu livro: Ancorando minha vida em Deus, onde ele, como um experiente exorcista, afirma textualmente que: “a última arma de Satanás, depois de várias e frustradas tentativas de nos derrubar, é o desânimo...” Estas palavras eu registrei indelevelmente em meu coração “à fogo”, para que ali ficassem eternamente gravadas e delas me lembrasse para sempre, enquanto vivesse. Assim, sempre que eu topo com pessoas desanimadas em meu caminho, sinto o “mau cheiro” do maligno rondando e tentando derrubar aquela pessoa ou então fazer fracassar aquela missão, projeto, sonho, vocação ou instituição. Desânimo nada mais é do que ausência de ânimo. Ânimo que se origina do latim animus que significa: alma, espírito, mente, em síntese, vida espiritual. Logo, quando desanimamos, continuamos vivos biologicamente, porém morrendo espiritualmente, que é o que o maligno quer. Para não desanimarmos precisamos da força do fermento que Jesus se refere. E, minha preocupação, como cristão e profissional de Marketing Católico, é com o desânimo generalizado que tenho encontrado (com honrosas exceções) em nossa Igreja, tanto junto ao clero como junto aos fiéis, e tenho certeza de que isso não é nada bom, muito menos da vontade de Deus... Por isso, precisamos buscar urgentemente a força do fermento em cada um de nós, cristãos responsáveis pela instauração do Reino de Deus ainda nesta vida.

A força do “fermento” Paradoxalmente, eu a encontro onde o fermento biológico não entra em sua composição: na Hóstia Santa, o meu alimento diário. Porém, quem a fermenta é o próprio Jesus Cristo, força viva de nossa alma, de nosso espírito, enfim de nossa vida espiritual. Diante desta minha experiência pessoal de comunhão diária há 32 anos, e também de minha experiência profissional nas consultorias de Marketing que já dei, dou e continuo a dar por inúmeras instituições do Brasil, posso afirmar que as equipes de trabalho: evangelizadas e que recebem com frequência a Eucaristia e procuram se capacitar em suas atividades, são muito mais eficazes do que as equipes não evangelizadas (e, muitas vezes até nem católicas ou não praticantes) que mesmo bem treinadas e capacitadas, não conseguem um resultado mais eficaz em ações evangelizadoras. Concluindo, eu lhes diria, caros leitores e leitoras, que mesmo que usemos todas as técnicas de marketing (que potencializam as nossas ações), se não levedarmos as nossas equipes com o fermento da Eucaristia, que nos faz crescer e nos tornarmos mais fortes espiritualmente e mais leves dos fardos naturais que a vida nos impõe, não seremos bem-sucedidos em nossas missões. Assim, vamos levedar-nos e, ao mesmo tempo, levedarmos as nossas pastorais, os nossos párocos, as nossas catequistas, os nossos fiéis, enfim todas as pessoas envolvidas e comprometidas com o crescimento do Reino de Deus já nesta vida, para que, ao concluirmos nossa vida neste mundo e voltarmos para o seio de Deus Pai, possamos ouvir de Jesus, aquelas palavras que Ele já nos antecipou: “Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim.” Mt 25, 34 – 36.

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Oratória para pregadores Reinaldo polito Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de o r a t ó r i a n o s c u r s o s d e p ó s - g r a d u a ç ã o d a E C A - USP e e s c r i t o r Está para chegar às livrarias o livro “Oratória para pregadores” que eu e a Rachel Polito escrevemos para a Editora Planeta. Foi uma emoção renovada a cada capítulo, pois tínhamos consciência de como essa obra seria útil na preparação e aprimoramento dos pregadores. Neste texto discutiremos alguns pontos tratados nessa publicação. A competência para pregar é adquirida com estudo, observação e prática. A experiência do pregador cultiva sua habilidade para ser o disseminador da palavra de Deus. Assim como os erros e equívocos das primeiras pregações são afastados com reflexão e autocrítica, a soma dos acertos dá àquele que ocupa o púlpito a segurança para instruir os fiéis na conduta que deverão adotar no dia a dia para que sejam salvos e acolhidos pelo Senhor. Muitos trataram do tema da pregação. A começar por aquele que foi, é e será o maior pregador de todos os tempos, Jesus Cristo. Seus ensinamentos deixados com tanta sabedoria e bondade na parábola do semeador em Lucas 8, 4-8 são o norte para que o pregador se oriente na tarefa de transmitir a palavra do Pai: “E, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo de todas as cidades ter com ele, disse por parábola: Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; E outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade; E outra caiu entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. ” A dúvida que fica entre aqueles que se dispõem a seguir essas irrefutáveis palavras do Senhor é se as sementes devem ser simplesmente semeadas, independentemente do terreno aonde sejam lançadas, até impregnado de pedras e espinhos. Ou se o pregador deve buscar apenas os bons terrenos, livres de obstáculos, para que todas frutifiquem. Ou ainda que arregace as mangas para que antes de pregar a palavra de Deus prepare o terreno, arranque os espinhos, afaste as pedras e deixe-o pronto para que os fiéis recebam e aproveitem a boa semente.

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Oratória

Todas as decisões podem ser boas, desde que o objetivo seja o de pregar da melhor maneira possível a palavra de Deus. Para que a pregação seja eficiente alguns aspectos da arte de falar em público devem ser observados. Vamos refletir sobre dois dos atributos essenciais para que o pregador seja bem-sucedido: a voz e a emoção. Embora a emoção na palavra do pregador dependa de vários fatores, como a expressão corporal e a linguagem, não há dúvida de que a voz é dos ingredientes mais relevantes para que a pregação envolva e persuada os fiéis. Vamos analisar como Antonio Vieira tratou desse tema. Vieira ministrou a mais importante aula de oratória para os pregadores. No Sermão da Sexagésima, pregado na Capela Real em 1655 revela tudo o que o pregador deve saber sobre o orador, o público e a mensagem. Vejamos quais são suas considerações sobre a voz do pregador (VIEIRA, Antonio. Sermões. São Paulo, Hedra, 2000, p. 45 e 46.): “Antigamente pregavam bradando, hoje pregam conversando. Antigamente a primeira parte do pregador era boa voz e bom peito. E verdadeiramente, como o mundo se governa tanto pelos sentidos, podem às vezes mais os brados que a razão”. Suas observações são apoiadas nos próprios exemplos deixados por Cristo: “Diz o Evangelho que começou o Senhor a bradar. Bradou o Senhor, e não arrazoou sobre a parábola, porque era tal o auditório, que fiou mais dos brados que da razão”. E reforça dizendo: “Perguntaram ao Batista quem era? Respondeu ele: Eu sou uma voz que anda bradando neste deserto Jo 1,23”. Vieira foi além, e enfatiza como os brados são poderosos: “Pois por que se definiu o Batista pelo bradar e não pelo arrazoar; não pela razão, senão pelos brados? Porque há muita gente neste mundo com quem podem mais os brados que a razão”. Sua argumentação é cada vez mais contundente: “Depois que Pilatos examinou as acusações que contra ele se davam, lavou as mãos e disse: Eu nenhuma causa acho neste homem

Conclui Vieira: “E como os brados no mundo podem tanto, bem é que bradem alguma vez os pregadores, bem é que gritem”. “Há de ser a voz do pregador, um trovão do Céu, que assombre e faça tremer o Mundo”. A emoção do pregador pode, portanto, ser apresentada pela forma como prega bradando. Será que somente bradando é que o pregador emocionará os fiéis e atingirá o sucesso em suas pregações? O próprio Vieira nos dá a resposta: “Mas que diremos à oração de Moisés? Desça minha doutrina como chuva do céu, e a minha voz e as minhas palavras como orvalho que se destila brandamente e sem ruído Dt 32,2”. Vieira busca apoio em Isaias para reforçar seus argumentos: “Não clamará, não bradará, mas falará com uma voz tão moderada que se não possa ouvir fora Is 42,2. E não há dúvida que o praticar familiarmente, e o falar mais ao ouvido que aos ouvidos, não só concilia maior atenção, mas naturalmente e sem força se insinua, entra, penetra e se mete na alma. Assim deve agir o pregador para emocionar e envolver os ouvintes. Em certos momentos bradando, para fazer tremer aqueles que ouvem por seu intermédio a palavra de Deus. Em outros arrazoando, para que sua palavra se insinue e penetre na alma dos fiéis.

Lc 23,14. Neste tempo todo o povo e os escribas bradavam de fora, que fosse crucificado Mt 27,23. De maneira que Cristo tinha por si a razão e tinha contra si os brados. E qual pode mais? Puderam mais os brados que a razão”.

blico, entre eles “Oratória para pregadores” em coautoria com Rachel Polito.

Reinaldo Polito é Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante, professor de oratória nos cursos de pós-graduação da ECA-USP e escritor. Publicou 28 livros sobre a arte de falar em pú-

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ABRASANDO OS CORAÇÕES DOS FIÉIS A n t o n i o M i g u e l K A T ER F IL H O IBMC

Quando me perguntam sobre a intenção do Marketing aplicado à Igreja Católica, lembro-lhes a manifestação espontânea de um dos discípulos de Emaús ao seu companheiro, após ouvir Jesus falar-lhes: Não nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? Lc 24, 32. Esta expressão, está inserida num contexto onde podemos identificar algumas técnicas de Jesus (hoje utilizadas pelo Marketing), que produziram este fantástico efeito transformador nos discípulos: o abrasamento dos seus corações, enquanto caminhavam ao lado d´Ele, ouvindo, atentos e maravilhados, a explicação das Escrituras. O abrasamento deveria acontecer em todos os âmbitos de nossas ações pastorais começando pelas homilias dominicais, passando por nossa catequese infantil e adulta, sendo intenso no ministério dos sacramentos, nos retiros espirituais, nas reciclagens para o clero e religiosas, enfim, em todas as instâncias de nossa Igreja. Abrasando corações, arrebanharemos novos fiéis, como Pedro e os discípulos o fizeram: “..e os que receberam a Sua palavra (proferida por Pedro) foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número de adeptos”. At 2, 41. “Cada vez mais aumentava a multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor”. At 5, 14. Abrasando os corações, fidelizaremos os fiéis já agregados ao rebanho, incentivando-os a participarem efetivamente da Igreja com alegria, entusiasmo, fervor e disponibilidade em servir, repartindo o que têm com os irmãos, como era no início do cristianismo: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. Em todos eles era grande a graça, nem havia entre eles nenhum necessitado”. At 4, 32.34a. Abrasar os corações é isso: transformar corações frios, empedernidos, insensíveis, lentos para crer, desanimados, frustrados, descrentes e sem esperança, em corações vivos, cheios de fé, esperança, confiança e amor! E essa é a nossa missão, como Igreja! Jesus, em Emaús, nos ensina como transformar corações frios, desanimados e sem esperança (como estavam os corações dos discípulos) em corações abrasados, a começar por Sua abordagem: precisa, oportuna e correta. Vejamos o texto que relata esta abordagem: “Dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, falando um com o outro de tudo que tinha acontecido em Jerusalém nos últimos dias. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles”. Lc 24, 13-15. Percebam a estratégia utilizada por Jesus: aproximar-se dos discípulos,

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introduzindo-se de maneira sutil em seu meio, acompanhando, assim, o ritmo deles, ou seja, caminhando na mesma velocidade que caminhavam, numa demonstração de atenção e respeito a eles. Jesus não os intercepta, obrigando-os a parar no caminho, o que interferiria no tempo de percurso, por eles programado. Tampouco fica andando atrás deles, num ritmo de caminhada mais lenta que os obrigaria a diminuir a marcha da viagem, muito menos os ultrapassa, o que os forçaria a acelerar o passo se, porventura, tentassem acompanhá-lO! Em qualquer das hipóteses acima, Jesus os teria desestimulado de O acompanharem: ou por tê-los interrompido na jornada, ou por serem obrigados a caminhar de maneira mais lenta, fato que os aborreceria, ou ainda porque teriam sido forçados a acelerar o passo, o que os cansaria logo. A essa atitude correta de Jesus, em marketing, denominamos timing ou sincronismo, que significa: o cálculo do tempo (ou das circunstâncias, probabilidades, elementos, fatores) mais adequado para fazer algo de maneira eficaz, que atinja os objetivos e produza o efeito desejado, inicialmente planejado. Precisamos, com urgência, considerar o timing em nossas ações evangelizadoras, por ser a nossa Igreja heterogênea e formada por pessoas literalmente diferentes. Não basta criarmos pastorais específicas para cada grupo se, para cada pastoral, não determinarmos também timings específicos e diferentes, já a partir das abordagens pretendidas. Uma outra estratégia correta de Jesus, que ressaltamos nesta precisa abordagem, é a forma pela qual Ele logo se insere no diálogo, perguntando-lhes: “De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? Lc 24, 17”. Percebam que, antes de iniciar o Seu discurso, Jesus procura se inteirar totalmente do assunto por eles discorrido e, numa demonstração de que é um atento observador, pergunta-lhes a causa da tristeza estampada em seus rostos. Assim, Ele demonstra estar interessado na pessoa deles e não somente nas ocorrências. Ora, qualquer indivíduo fica feliz ao perceber que outras pessoas, ao seu redor, estão interessadas em seus sentimentos ou problemas. É sempre confortante, ao nos sentirmos tristes, perceber alguém por perto que, notando a tristeza estampada em nossos semblantes, se aproxime, demonstrando-nos sua disponibilidade para nos ajudar ou, ao menos, a sua solidariedade. A esta técnica o marketing denomina approach, que significa: aproximar-se do cliente, demonstrando o seu interesse em ajudá-lo a ter atendidas as suas necessidades. A propaganda é mestra na utilização de técnicas de appro-


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ach, buscando captar a atenção e o interesse do público-alvo, antes de sugerir-lhes os bens e serviços que está propagando. Quanto mais preciso for o approach, maior será a possibilidade de atrairmos a atenção e o interesse do nosso público-alvo para aquilo que queremos lhe falar, seja o nosso discurso, a nossa apresentação, a nossa proposta, o nosso convite ou uma demonstração daquilo que queremos oferecer-lhe. Jesus faz um approach perfeito pois, imediatamente, um dos discípulos, identificado como Cléofas, interage com Ele, retrucando: “És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias?” Lc 24, 18. Esta pronta reação do discípulo é sinal de que o contato foi estabelecido, e aqui podemos, mais uma vez, perceber uma outra técnica que Jesus utilizou, durante o tempo que esteve entre nós: a interatividade, poderosa e eficaz ferramenta utilizada pelo marketing no relacionamento com os clientes. Observem que Jesus faz questão de firmar, reforçar e aprofundar a interatividade estabelecida, ao responder-lhes com uma outra questão: “O que foi que aconteceu?” Possibilitando assim que eles se abram ainda mais com Ele. A interatividade é outra técnica utilizada pelo marketing, de estabelecer diálogos com os clientes. É um recurso muito utilizado também pelo bom comunicador que busca mantê-la com as pessoas com as quais ele se comunica. Pelos relatos bíblicos percebemos que Jesus, sempre que possível, manteve uma boa interatividade com os seus interlocutores. Feito o approach no timing correto e tendo sido estabelecido um contato interativo, numa abordagem perfeita, os discípulos se abrem para Jesus, narrando-Lhe, em detalhes, o que acontecera, a partir da visão parcial, negativa, descrente e totalmente pessimista deles, o que possibilitou a Ele fazer um diagnóstico perfeito do desânimo que tomara conta de Seus discípulos, após Sua morte na cruz. A partir deste diagnóstico preciso, possível pela abertura total dos corações dos discípulos, Jesus pode assumir a condução do diálogo, agora plenamente ciente da situação, conhecendo, em detalhes, o tamanho do problema a ser enfrentado. Assim, Ele pode aplicar o “remédio” na dose certa para combater o mal que havia tomado conta dos corações daqueles e de tantos outros discípulos. Mais uma vez podemos aprender do Mestre, como se comunicar eficazmente com seus ouvintes, por meio de uma homilia perfeita, que atinja profundamente seus corações, abrasando-os a ponto de incentivá-los a tomarem uma atitude, depois de ouvi-lO. Jesus, após detectar as angústias e problemas dos discípulos dá-lhes as respostas, a partir das Escrituras, fazendo uma perfeita ligação entre o Antigo e o Novo Testamento, começando por Moisés e percorrendo a história da Salvação, que culminou com a Sua Ressurreição. A técnica empregada por Jesus, que, inclusive, de maneira fraterna, se valeu até de um “puxão de orelhas” nos discípulos, pela lentidão demonstrada para compreenderem os sinais de Deus e pela dureza de seus corações, é hoje empregada pelo marketing que, após detectar por pesquisas as necessidades e desejos dos consumidores, apresenta-lhes produtos e serviços que correspondam aos seus anseios e expectativas! Para abrasar novamente aqueles corações, Jesus precisou fazer um bom diagnóstico, um levantamento em detalhes da situação para avaliar o grau do desafio que deveria enfrentar! Portanto, o abrasamento con-

seguido não foi resultado do acaso ou mais uma obra de Deus, como dizem alguns. Foi fruto de uma estratégia correta de Jesus, abordando-os na hora certa, respeitando e acompanhando o ritmo deles, fazendo o mapeamento preciso da situação, para determinar a extensão do problema a ser enfrentado e, aplicando, na medida certa, o remédio eficaz, capaz de reavivar aqueles corações, enchendo-os, novamente, de alegria, entusiasmo, fé, amor e esperança! Prova disso foi a atitude dos discípulos, ao fim da jornada, insistindo para que Jesus permanecesse um pouco mais ao lado deles. O texto nos revela a intensidade do abrasamento daqueles corações (horas antes: tristes, desolados e descrentes), ao frisar que eles forçaram Jesus a parar para ficar com deles: “Aproximaram-se da aldeia para onde iam e Ele (Jesus) fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaramno a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia”. Lc 24, 28 – 29. Pudéramos nós, um dia, ter fiéis tão abrasados assim que, ao final de nossas celebrações, cultos, sacramentos, pregações ou retiros ministrados, nos forçassem a continuar, para que pudessem ouvir um pouco mais sobre as maravilhas do Reino! Finalmente, Jesus, é reconhecido pelos discípulos, que, até aquele momento, não desconfiavam que era Ele que os acompanhava, valendo-se de um gesto que era Sua marca característica: abençoar, partir e servir o pão aos que com Ele sentavam-se à mesa. “Aconteceu que, estando sentado à mesa, Ele (Jesus) tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos (dos dois discípulos) e o reconheceram...mas Ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração quando, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Lc 24, 30 – 32. Ora todos nós hoje reconhecemos a importância da marca, dos gestos peculiares, do logotipo, enfim, dos símbolos e sinais utilizados, estrategicamente, pelo marketing das empresas e organizações na sociedade moderna para serem reconhecidos e vemos Jesus, há dois mil anos, utilizando esta técnica para ser identificado por seus seguidores! Mas, o grande desfecho, a apoteose desta ação de Jesus, foi a reação final dos discípulos, após sentirem o abrasamento tomar conta de seus corações: “Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém”. Lc 24, 33. Neste gesto podemos mensurar os efeitos do abrasamento em seus corações pois eles, literalmente, voltaram atrás, retornando a Jerusalém, que tinham abandonado, talvez por medo das perseguições que viriam, ou pela decepção de não terem visto o Reino consolidado, ou outros motivos não revelados no texto, mas presentes em seus corações. Esta volta significou um novo sentido para as suas vidas, agora sem medo de enfrentar as dificuldades que surgiriam no seu decurso, na certeza da vitória futura, pela confiança da presença, mesmo invisível aos olhos, de Jesus caminhando ao seu lado, incutindolhes coragem, força e sabedoria para testemunhar, a outros corações frios e desanimados, que o Senhor está vivo e presente no meio de nós! O abrasamento ocorrido com os discípulos de Emaús precisa continuar ocorrendo com todos os fiéis, católicos ou não, que se encontram na caminhada sem rumo, desesperados, sem perspectivas e com medo do futuro. São eles aqueles que devemos abordar hoje, com eficácia e entusiasmo, utilizando a mesma estratégia que Jesus nos legou, nesta célebre passagem dos Evangelhos, pois esta é a nossa missão!

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