Revista Ícone - Fevereiro/Março de 2020

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REVISTA ÍCONE -

FEVEREIRO/MARÇO 2020

DESPEDIDA PE. ANDERSON Nos últimos 2 anos, Pe. Anderson Pitz foi o Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Em 2020, ele se despede da comunidade e parte para novos desafios, assumindo, pela primeira vez, a função de Pároco. Nossa Paróquia se alegra pelo tempo em que tivemos o Pe. Anderson conosco, sempre dedicado ao povo e à sua vocação!

REVISTA ÍCONE - COMO FOI A EXPERIÊNCIA COMO VIGÁRIO PAROQUIAL, NA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO? Pe. Anderson - Há dois anos, exatamente no dia 1º de novembro de 2017, comecei meu trabalho como vigário desta paróquia que amo de coração. Um amor que nasce do berço, porque sou filho da paróquia, minha família mora aqui. Foi uma grande alegria poder voltar para casa depois de tantos anos na Itália, Espanha e Colômbia e poder agregar algo para a minha comunidade de origem. Além disso, teria como mentor um grande sacerdote, o Pe. Venceslau. Ele tem sido um grande orientador, um exemplo, e com ele aprendi muito. Este período foi, para mim, de grande aprendizagem, sobretudo com o nosso povo. A cada dia, levei para mim grandes lições de amor, de solidariedade, de compreensão. A Perpétuo fez de mim, grande parte do padre que eu sou hoje. Acredito que pude trazer algo também do que aprendi fora, algumas ideias e experiências que, espero, tenham sido de ajuda para o nosso querido e amado povo. Cada um dá o que tem. Tentei também passar um pouco da alegria que vivo em minha vocação de padre, o amor que busco dedicar a cada coisa, o humanismo e o carinho por cada pessoa que me aproximo.

EXPEDIENTE

EDITORIAL

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A Revista Ícone é uma publicação da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, sob a responsabilidade do Pe. Venceslau Nieckasz e, mantida por meio do dízimo dos paroquianos e dos patrocinadores.

REVISTA ÍCONE - QUANDO E PARA ONDE SERÁ TRANSFERIDO? Pe. Anderson - Neste próximo dia 1º de fevereiro, começo oficialmente como pároco da Paróquia São João Batista, do Jardim Iririú. Será um passo de responsabilidade ao assumir agora uma paróquia. Peço a Deus todas as graças e ajudas necessárias para ser um bom pastor, um padre amigo e próximo de todos, que trate com o máximo carinho cada pessoa que se aproximar.

REVISTA ÍCONE - QUAL MENSAGEM DEIXA PARA OS PAROQUIANOS, APÓS ESSE PERÍODO DE TRABALHO JUNTO À COMUNIDADE? Pe. Anderson - Se algo posso deixar, após estes dois anos, aqui é o sorriso de Jesus. Que as pessoas, quando nos vejam, possam ver um pouquinho de Jesus. Que possam pensar: “Jesus seria mais ou menos assim”. Que lindo seria isso. O nosso mundo seria um pouco melhor. Vou guardar todos e cada um de vocês para sempre no meu coração. Rezem por mim para que seja um bom e um santo padre.

SUGESTÃO DE CONTEÚDO: redacao@agenciaarcanjo.com.br

DIAGRAMAÇÃO: Tuany Pereira

PRODUÇÃO:

www.agenciaarcanjo.com.br facebook.com/agenciaarcanjo 47 3227.6640

REVISÃO: Luísa Borges

TIRAGEM: 2.000 exemplares

EDIÇÃO: Aline F S Oliveira

IMPRESSÃO: Gráfica Volpato


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FEVEREIRO/MARÇO 2020

Nasci em 1988, em Itajaí, visto que, naquele tempo, não existia maternidade em Barra Velha. Cresci em uma família simples do centro da cidade, em um ambiente recheado de amor. De meu pai (falecido em 2006), aprendi muito sobre a sinceridade, a honestidade e, a não fugir nunca das minhas responsabilidades. De minha mãe, adquiri uma profunda vida religiosa e de ligação com a comunidade. Recordo-me, com saudade, dos tempos em que minha mãe levava a mim e minha irmã à missa, todos os domingos, desde a mais tenra idade. Tão logo adquiri idade suficiente para poder ajudar na missa, comecei a fazer parte da vida eclesial: aos 7 anos, entrei para o grupo de coroinhas. Ali, rodeado por amigos, descobri a beleza de servir o altar. Em particular, me impressionava a figura do então, pároco, Padre Pedro Bastos, cujo testemunho de alegria e simplicidade me faziam idealizar desde pequeno: “quero ser como ele!”. Com o tempo, porém, o desejo infantil foi amadurecendo cada vez mais e tornando-se realidade. Isso se verificava no meu, sempre, maior envolvimento com a vida da comunidade, tanto entre os coroinhas quanto no Grupo Bíblico de Reflexão do qual eu participava. Faltava-me somente um sinal do chamado de Deus e eu estaria pronto para segui-Lo mais de perto. E, isso ocorreu no ano de 2003, quando eu passava diante da “Pastelaria do Juarez”, de frente para o mar, e recebi um inaudito convite para ir conhecer o seminário, vindo do Diácono Juarez. Naquele momento, uma grande alegria inundou meu coração e senti que esse era um sinal de Deus para minha vida. Como os primeiros discípulos foram chamados à beira do mar da Galileia (Mt 4,18), Deus me chamara à beira do mar de Barra Velha! O percurso no seminário foi bem longo, mas, cada uma das etapas me ajudou a amadurecer e a discernir qual era o projeto de Deus para a minha vida. Por isso, aos poucos, fui confirmando meu “sim” a Deus. No seminário Menor e Propedêutico (2004-2006), em Joinville, aprendi a dar os primeiros passos dentro da vida comunitária que, nem sempre é fácil. Mas foi ali também que descobri o quanto é verdadeiro o que diz o Salmo 132,1: “como é bom e suave os irmãos viverem juntos e bem unidos”. Sobretudo, nos momentos de dificuldade, a presença reconfortante dos meus “novos irmãos” era sempre um incentivo a não desanimar jamais. No Seminário Filosófico (2007-2009), em Brusque, tive a oportunidade de conhecer outras Dioceses de nosso estado, percebendo a riqueza que cada uma tem. No contato com os grandes pensadores, antigos e modernos, descobri a importância da racionalidade. Ao mesmo tempo, entendi que Jesus não veio revelar seus mistérios “aos sábios e entendidos, mas aos pequenos” (Mt 11,25). No seminário Teológico (2010-2014), em Florianópolis, me encantei com as disciplinas que me fizeram entender e viver melhor a fé cristã. Em especial, o cultivo dos estudos bíblicos me fez sentir parte da caminhada do povo de Deus. Mesmo em meio aos sofrimentos do deserto, tal

povo encontrou o consolo do Deus que ouve, vê e desce para libertá-lo (Ex 3,7-8). Desse modo, a presença divina do Emanuel, do “Deus conosco”, sempre foi sentida durante o caminho. Terminados os anos de seminário, fui convidado a auxiliar em alguns trabalhos do Movimento dos Focolares (2015-2017). Sob inspiração do carisma de Chiara Lubich, senti forte desejo de doar a minha vida para viver o testamento de Jesus: “que todos sejam um” (Jo 17,21). Ao mesmo tempo, eu também aproveitei, com a bênção do então Bispo Dom Irineu, para aprofundar meus estudos. Concluí, desse modo, o mestrado em Teologia Bíblica, na Pontificia Università Gregoriana, em Roma. Em 1º de abril de 2016, retornei rapidamente ao Brasil para ser ordenado diácono, junto com outros seminaristas, na Paróquia que pouco conhecia e, pela qual hoje estou apaixonado: Perpétuo Socorro. Em 27 de agosto de 2017, fui ordenado padre pelo nosso Bispo Dom Francisco, em Barra Velha, na Paróquia Divino Espírito Santo, onde cresci. Imediatamente após a ordenação, retornei à Roma para dar início ao doutoramento que atualmente estou concluindo. Nesse período, morei na Paróquia São Pio V (Roma), na qual aprendi a amar, a rezar e a viver um pouco mais como padre, sobretudo, por meio do contato com os escoteiros, por quem sempre tive muito apreço, bem como na visita aos doentes, nas confissões, missas e no contato estreito com uma realidade fortemente secularizada, mas, paradoxalmente sedenta de Deus. Por tudo isso e muito mais, sinto-me muito feliz de ter sido chamado, como tantos outros que seguem esse caminho, não obstante às muitas dificuldades. Estou consciente que não fui ordenado para ter um caminho de glórias ou outras vaidades que, hoje, são oferecidas com facilidade. O caminho que sigo é aquele de Jesus, que vai rumo à cruz, esperando não me desviar nunca de Seu olhar, que me chama a segui-Lo, amando-O, como Ele fez, até o fim (Jo 13,1). Jesus nos ensinou que todo aquele que faz a vontade do Pai, que está nos céus, esse é seu irmão, irmã e mãe. Espero que, juntos, façamos parte dessa grande família de Deus (Mt 12,50), cuja casa possui sempre espaço para mais pessoas!

IGREJA

NOVO PÁROCO – PADRE ARMANDO RAFAEL CASTRO ACQUAROLI


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Po r Pe . Ve n ce s lau N ie c ka sz

É tempo de quaresma, de conversão, oração e amor fraterno. Fixemos nossos corações na misericórdia divina. Deus nunca renuncia à sua misericórdia. Desde os tempos do profeta Oséias, Deus diz: “quero a misericórdia e não o sacrifício” (Os 6,6). Misericórdia é a essência de Deus, é sua lógica, seu sistema, sua política. Não fosse a certeza da misericórdia, a vergonha e o remorso nos levariam ao desespero e até à loucura. Quem descobre a misericórdia, não continuará justificando seus pecados, mas, terá forças para saltar e soltar-se dos laços do mal.

A misericórdia divina não deve ser confundida com a permissividade, o que seria tentar a Deus. Não podemos pecar na certeza de que a misericórdia tudo perdoa. Eis uma grosseira ignorância e uma maldosa manipulação de Deus. Pelo contrário, graças à fé na misericórdia, nós batemos no peito dizendo: perdão, Senhor, vem em nosso auxílio, cura e converte nosso coração, não queremos mais sermos aliados do mal, nem presos nas suas cordas do abismo. “Imploramos a misericórdia de Deus, não a fim de que Ele nos deixe em paz em nossos vícios, mas para que nos livre deles” (Pascoal). Por outro lado, a misericórdia nos torna misericordiosos, compassivos, compreensivos para com os outros. É a melhor resposta que damos a quem nos ofendeu. Ela quebra a espiral da violência, não permite que sejamos envenenados pela vingança, ódio e rancor, que são destrutivos. A misericórdia nos faz abrir o coração e os braços de quem nos humilhou, injuriou e prejudicou. Pela misericórdia, saberemos estar do lado dos órfãos, das viúvas, dos pobres e dos estrangeiros. Graças à misericórdia, bloqueamos a violência, colaboramos com a paz, convivemos com pessoas difíceis e respondemos ao mal com o bem. Amar os inimigos é a mais pura expressão da misericórdia e o caminho decisivo para a fraternidade e a paz. É próprio da misericórdia abrir os braços à miséria pessoal e alheia. Estes braços se abrem para nós, de modo especial, no sacramento da penitência, onde a ovelha ferida é acolhida pelo Bom Pastor, cujo coração é rico em misericórdia.

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Os médicos, os psicólogos, os advogados e pastores, sabem que a misericórdia é remédio, é cura, é solução para os piores problemas da humanidade. Os sacerdotes nos confessionários são testemunhas do poder da misericórdia, dos milagres da conversão e do início de uma vida nova. Nesta Quaresma do Ano da Fé, entreguemo-nos nos braços da misericórdia, experimentemos a ternura e o calor do amor de Deus e, procuremos retribuir amor, abrindo nossos braços aos irmãos.

Para o ano de 2020, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida, através da Campanha da Fraternidade, a um olhar mais atento e detalhado para a vida. Assim, apresenta o tema “Fraternidade e vida: Dom e Compromisso” e o lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Fraternidade é a essência do Evangelho. Ela inspira o sonho de um mundo em que tudo seja cuidado com respeito e amor. Hoje, nos deparamos com uma realidade em que muitos estão carentes de expectativas. Mas, a vida necessita de cuidados e, cada um de nós, é convidado a ser fraterno através de ações concretas. Primeiro, é necessário abrir os olhos e ver as diversas chagas que afligem a vida, a banalização do mal e a perda do verdadeiro sentido do viver. Temos o compromisso, como cristãos, de assumirmos a promoção e a defesa da vida, lembrando que ela é um presente de Deus e, por isso, deve ser cuidada. A nossa missão é a missão de Jesus: fazer com que todos tenham vida, e a tenham em plenitude. Po r Ag ê n c ia A rc an jo

CENTRAL

Enfim, a misericórdia é uma bem-aventurança, isto é, o caminho da alegria, da convivência familiar e social, da felicidade e do bem-estar interior. A misericórdia nos permite adormecer profundamente, viver sadiamente, conviver alegremente, morrer docemente. Fixando os nossos olhos nos santos evangelhos, descobrimos que a vida de Jesus é uma manifestação da misericórdia de Deus com os pecadores, os pobres e os excluídos. Olhemos também para Deus, suspenso numa cruz, seu corpo perfurado pelas cinco chagas, seu coração aberto. Tudo isso é o preço da misericórdia que nos resgatou.

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PASTORAIS E MOVIMENTOS

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PASTORAIS E MOVIMENTOS O trabalho Pastoral é a continuação da ação de Jesus Cristo! Em nossa paróquia, existem 26 pastorais e movimentos, realizados de forma voluntária. Venha fazer parte de um deles!


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Po r S c h i r l ey B ec ker - Pa sco m

ENVIO COROINHAS E ACÓLITOS No dia 1º de dezembro, aconteceu o primeiro envio dos coroinhas e acólitos de nossa paróquia. Foi uma linda celebração, na qual familiares puderam participar, colocando as vestes nas crianças e adolescentes. Ser coroinha e acólito é estar a serviço, no altar e do próximo. A exemplo de São Tarcísio, estejamos sempre dispostos a ajudar. Agradecemos a Deus por estarem a serviço no altar do Senhor!

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA DE GUADALUPE E ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO PADRE ANDERSON Foi celebrado no dia 12 de dezembro, o quarto aniversário de ordenação do Padre Anderson e também, a Consagração a N. Sra. de Guadalupe. Foram dois meses para essa preparação através de leitura, orações e vídeos, tendo como guia espiritual o Padre Anderson. Que N. Sra. continue a lhe cobrir com seu manto e, lhe abençoando nesta caminhada, para que, por onde passar, possa continuar sendo contagiante de energias boas e levando a Palavra de Deus. Somos gratos e abençoados por esse tempo que esteve em nossa paróquia!

CANTATA DE NATAL Nossa segunda cantata de Natal, como poderia se esperar, foi um momento lindo! Aconteceu no dia 15 de dezembro e teve a participação do Coral da Tia Val e de vários jovens envolvidos no teatro. Foram muitos ensaios até que tudo se concretizasse e, o resultado, não poderia ser outro: sucesso!

NATAL SOLIDÁRIO No dia 21 de dezembro, o grupo de Ação Social Ágape, formada pelos jovens de nossa comunidade, se reuniram para a realização da Gruta do Bem. Foram entregues para a comunidade Padre Luiz Facchini, do Panaguamirim, os alimentos e brinquedos arrecados no mês de dezembro. Que, a exemplo de Maria Teresa de Calcutá, possamos “ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”.

ACONTECEU

ACONTECEU

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CRONOGRAMA DE EVENTOS 11 de fevereiro Início da catequese da 1ª Eucaristia

19 de março Curso de noivos por acolhimento

16 de fevereiro Aniversário do padre Venceslau

21 de março | 18h Missa e grupão ECC logos após

11 e 12 de março | das 8h às 11h30 e das 13h30 às 18h Bazar social

25 de março 20º aniversário de ordenação do Diácono Sebastião

12 de março Início da catequese de Crisma

28 de março Retiro de Espiritualidade Bíblica


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