Revista A Palavra - Edição de Maio de 2021

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EDIÇÃO 111 | MAIO/2021 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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NOVO PROVINCIAL Conheça o novo Superior da Província Brasil Meridional da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus

10 DIA DAS MÃES Acompanhe os testemunhos de gestações consagradas a Nossa Senhora

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JUVENTUDE Confira o artigo sobre o Ano da Família e a Exortação Apostólica Amoris Laetitia


EDITORIAL

POR AGÊNCIA ARCANJO

1º de maio

Dia de São José Operário Iniciamos todo mês de maio com uma memória litúrgica tão querida ao povo cristão: o dia de São José Operário. Esta data foi instituída pelo Papa Pio XII, há mais de sessenta anos, para realçar a importância do trabalho e da presença de Cristo e da Igreja no contexto do trabalho. A Presidente da ACIBr (Associação Empresarial de Brusque), Rita Cassia Conti, enaltece a importância do diálogo para manter a ordem em meio à pandemia, fazendo alusão ao Texto-Base da Campanha da Fraternidade em 2021, que apresenta o contexto nacional, no qual a pandemia da Covid-19 acentuou ainda mais a desigualdade social através do desemprego. Confira, nas páginas 4 e 5, a entrevista com a presidente. Veja, também nesta edição, a entrevista com o Pe. Sildo César da Costa, que tomou posse como Superior da Província Brasil Meridional da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, para um mandato de três anos (2021-2024). Neste mês das mães, confira quatro histórias de fé e esperança de famílias que testemunharam uma gestação consagrada a Nossa Senhora. Veja, também, respectivamente, os fatos acontecidos em nossa Paróquia e Comunidades.

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Durante a fala de Angelus em um domingo, mais precisamente no dia 27 de dezembro de 2020, dia em que a Igreja celebra a Sagrada Família, o Papa Francisco anunciou a convocação de um “Ano especial dedicado à Família e à Amoris Laetitia”, que foi iniciado em 19 de março de 2021, dia de São José e quinto aniversário de publicação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia (Alegria do Amor). O encerramento está marcado para junho de 2022. Será “um ano de reflexão” e uma oportunidade para “aprofundar os conteúdos do documento”. Veja também uma reflexão sobre a Exortação Apostólica, denominada pelo Papa Francisco como Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), que aborda muitas passagens, em que pontífice escreve, principalmente, para os jovens. Nesse exíguo espaço, é impossível tocar em todas. O fundamental é, segundo o Papa Francisco, educar e educarse para a vivência do amor, em todas as suas manifestações. Especificamente, no Sacramento do Matrimônio e na família. Boa leitura!


POR PE. DIOMAR ROMANIV, SCJ

PALAVRA DO PÁROCO

Estamos celebrando o Ano de São José! Ao celebrarmos o dia do trabalho, recordamos de São José como Operário! É verdade que maio é o mês mariano! E, neste tempo, celebramos a Ressurreição, a Ascensão e Pentecostes! Jesus e Maria tomam espaço especial nos dias deste mês porque “eles são o tesouro mais precioso da nossa fé”! Sim, Jesus e Maria foram também os tesouros da vida de José! A eles dedicou sua vida e empenhou suas forças! E, também, por eles trabalhou honestamente a fim de garantir o sustento de sua família! Zeloso trabalhador! Eis a face de São José que queremos contemplar neste mês! Carpinteiro dedicado! Gastou horas e mais horas de seus dias nas tarefas da carpintaria! Horas de empenho criativo, de esforço contínuo, de atenção a detalhes! Foi ali, dentro da carpintaria, junto com São José que “Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho”. Neste tempo, bendito sejam tantos pais e mães que ensinam seus filhos a beleza e a importância do trabalho! Foi ali, na convivência com Jesus e Maria, trabalhando com esmero, que José viveu sua santidade! Também a nós, a proximidade espiritual com Jesus e Maria, e o trabalho que realizamos nos coloca na esfera da santidade! És um trabalhador? Quer ser santo? “Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho ao serviço dos irmãos” (Ge, 14). Aproveitemos os dias deste mês e: - Rezemos pelos empregadores para que valorizem seus colaboradores e possam abrir mais vagas de empregos! - Rezemos pelos empregados para que se dediquem e valorizem o que fazem! - Rezemos pelos desempregados para que encontrem um trabalho digno! Com o Papa Francisco “peçamos a São José Operário que encontremos vias por meio das quais possamos colocar em prática o seguinte: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!” (Patris Corde, n° 6).

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IGREJA

POR GUÉDRIA MOTTA

Presidente da ACIBr enaltece a importância do diálogo para manter a ordem em meio à pandemia O Texto-Base da Campanha da Fraternidade em 2021 apresenta o contexto nacional, no qual a pandemia da Covid-19 acentuou ainda mais a desigualdade social através do desemprego. Brusque, no entanto, segue na contramão do país, e ainda que postos de trabalho tenham sido fechados neste último ano, as recolocações no mercado são contínuas e as agências atuam com disponibilidade de vagas. Os contratos de emprego com horários e salários reduzidos comprometeram a situação financeira de algumas famílias. Por essa razão, aumentou o volume de pessoas atendidas pela Assistência Social da paróquia. Hoje, porém, a maior parte das empresas já está em pleno funcionamento e a expectativa é que todos os setores econômicos se estabilizem em breve. Fundada há mais de 80 anos, a Associação Empresarial de Brusque mantém mais de 700 empresas conveniadas, entre indústrias, comércio e prestação de serviço. Grande parcela do PIB (Produto Interno Bruto) municipal e centenas de milhares de empregos convergem nesta entidade, que preza pela atuação ética, responsável e transparente. Pela representatividade, a ACIBr (Associação Empresarial de Brusque) se tornou protagonista na pandemia da Covid-19, ao reunir os poderes públicos de Brusque, Guabiruba e Botuverá, bem como as demais entidades de classe, para discutir as medidas que seriam adotadas na região para conter o avanço da Covid-19. Este encontro foi em meados de março de 2020 e, dois dias depois, Santa Catarina viveria pela primeira vez o lockdown.

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Integração A presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti, ressalta que o diálogo prevaleceu e foi indispensável para atravessar este momento difícil, no qual havia muito mais perguntas do que respostas sobre a Covid-19. “Reunimos as principais lideranças públicas e privadas da região para discutir quais medidas seriam adotadas. De forma ordeira, respeitando todos os protocolos de saúde e segurança, voltamos às atividades aos poucos, no mês de abril”, recorda a presidente da organização. Na ocasião, a entidade lançou a campanha “União para vencer”. Nela, cada empresário era chamado a contribuir, de forma didática, na orientação de seus colaboradores. Distanciamento social, uso obrigatório de máscaras e higienização permanente das mãos com álcool gel se tornaram itens necessários em todos os ambientes, incluindo o laboral. Através de boletins jurídicos, a comunidade era informada sobre o teor de decretos nacionais, estaduais e municipais, emitidos com regularidade. “Criamos um protocolo para atestados médicos e elaboramos cartilhas orientativas. De forma fraterna e positiva, vivenciamos aprendizados e superações. Acredito que evoluímos enquanto sociedade. O amadurecimento nos permitiu fortalecer a união de pensamentos e ações”, destaca Rita. O que a empresária testemunhou nestes últimos meses foi um maior comprometimento da iniciativa privada com seus colaboradores. Para além de números e metas, foi possível alcançar o indivíduo, nesta preocupação com sua saúde e de toda a família. “O principal foi a valorização do ser humano. Aprendemos a cuidar melhor da gente e cuidar também do outro. Assim, mantivemos postos de trabalho em funcionamento, de maneira ordeira e organizada”, relata.

Imagem divulgação

Fraternidade para o emprego


POR GUÉDRIA MOTTA

ESPIRITUALIDADE

Dia das Mães: Quatro histórias de fé e esperança Quando o casamento completou uma década, Bianca e David Martins decidiram que era hora de gerar uma nova vida. Este, no entanto, parecia não ser o plano de Deus. Dois anos depois eles seguiram na tentativa, sem qualquer impedimento fisiológico que justificasse o atraso na gravidez. Foi quando Bianca recebeu de uma amiga a novena “Nove Meses com Maria”. “A novena iniciou no dia 25 de março de 2019, na festa da Anunciação. Disse para Nossa Senhora sobre meu desejo de engravidar. Estava me aproximando dos 40 anos e compreendo o risco de uma gravidez nesta condição. A novena chegou ao fim no dia 25 de dezembro e eu não tinha engravidado. Mas, não perdi a fé, acreditava no tempo de Deus. Então, pedi ao Senhor uma palavra que confirmasse que eu seria mãe biológica. Com o marido, abri a Bíblia no capítulo 2, do Evangelho de João, as Bodas de Caná, o primeiro milagre de Jesus pelas mãos de Maria. No mês seguinte estava grávida e a alegria tomou conta de nossos corações”, lembra Bianca.

Bianca e David Martins com a filha Amábile

Em março de 2020, com a chegada da pandemia, ela passou a acompanhar a missa diariamente, mas de forma virtual. “Consagramos a gravidez a Nossa Senhora, pedindo que Ela gestasse em seu ventre a nossa bebê. Em nenhum momento tive medo de perder a criança. Tomei os cuidados necessários e confiei em Deus. Com a reabertura das igrejas, voltamos às celebrações com ainda mais fé e passamos a rezar o terço diariamente”, conta. Antes do parto, a família teve a oportunidade de participar da missa no hospital. Amábile nasceu logo depois, saudável e tranquila. “Todos os dias peço que Nossa Senhora me ensine a educar minha filha na fé e no amor de Deus. Que possa criá-la não para o mundo, mas para o Céu, a eternidade”, descreve Bianca.

“Mãe da Santa” Por 31 semanas e seis dias, o corpo de Camila Morelli Hort foi lar de três corações. Casada com Sidnei Hort, ela viveu toda a complexidade de uma gestação gemelar, acentuada pelo tempo de pandemia. Além de ter contraído a doença neste período, Camila descobriu no início do segundo trimestre que o recebimento de sangue na placenta era desproporcional entre os bebês. “Fiz promessa Os pais, Camila e Sidnei Hort, com os filhos Martin e Zayn

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ESPIRITUALIDADE

POR GUÉDRIA MOTTA

para Nossa Senhora Aparecida. A nossa vida de oração estava mais forte do que nunca e pedimos aos familiares e amigos para rezarem conosco”, conta. No centro cirúrgico, o marido pediu para levar no bolso a imagem da santa. Minutos depois, nasciam Martin e Zayn, pequenos milagres crescidos no ventre, corajosos o suficiente para lutar pela vida agora, do lado de fora, pelos próximos 37 dias que passariam no hospital. “As primeiras 24 horas foram cruciais. Dormia rezando, agarrada na santinha. Ao entrar na UTI neonatal, escondia a imagem na minha roupa. Em um dado momento, um dos meninos teve um exame alterado e uma pessoa religiosa me apresentou a Nossa Senhora da Cabeça. Minha irmã comprou a imagem e implorei para a equipe, que permitiu deixar a santinha dentro da incubadora. Nem sei quantas vezes comecei e terminei a novena de Nossa Senhora de Lourdes”, lembra Camila, que ficou conhecida no hospital como “Mãe da Santa”. Ao completar três meses de vida, saudáveis e crescentes em casa, a família celebrou o “mêsversário” dos meninos com o tema de Nossa Senhora Aparecida. “Superamos situações que a medicina não consegue explicar. Tenho certeza de que foram muitos milagres, pela glória de Deus”, afirma.

Devoção em gerações Foi na semana que antecedeu o Dia da Mães, em 2019, que Fernanda e Fagner Civinski receberam a notícia: o veredito de infertilidade. “Fui na missa naquele final de semana e conversei com Maria, entreguei o sonho de viver a gestação nas mãos dela”, diz Fernanda. A devoção à Nossa Senhora é algo que perpassa gerações. Fernanda aprendeu com a avó e, sobretudo, com sua mãe, a manter este relacionamento bastante íntimo com Maria. “Isso aumentou depois de casada, pela possibilidade de me tornar mãe”, destaca.

Fernanda e Fagner Civinski, com o pequeno Davi

Foram três anos de tentativa sem sucesso. Mas a família mantinha esperança. Integrantes do Movimento de Emaús, eles também convidaram familiares e amigos para se unirem nesta corrente de oração, intercedendo pela gravidez natural. E, em fevereiro do ano passado, quando surgiram os primeiros casos de Covid-19 no país, Fernanda iniciou a novena de Santa Terezinha do Menino Jesus. Nove meses depois, Davi estreava no mundo. Mais um pequeno milagre de Deus, por intercessão de Nossa Senhora. “Os amigos do trabalho também nos presentearam com a novena de Nossa Senhora da Gruta de Belém, vinda de Jerusalém. Hoje, sendo mãe, converso com Maria. Relato dúvidas sobre amamentação e peço conselhos para viver bem a maternidade”, pontua Fernanda. Quando ela nasceu, sua mãe ganhou um quadro de Nossa Senhora, presente da avó. E, quando

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POR GUÉDRIA MOTTA

ESPIRITUALIDADE

Davi nasceu, foi a vez de Fernanda receber o mesmo presente, agora de sua mãe. Há três anos, o segundo domingo de maio foi de tristeza pela infertilidade. Em 2020, a mesma data foi de alegria, pela vida que crescia no ventre. Que esse ano, o amor transborde nesta família, com esse menino tão desejado nos braços!

Chegadas e partidas Há seis anos, Francine e Douglas Benvenutti descobriram que seriam pais pela primeira vez.

mensageirodossonhos.com.br

Francine e Douglas Benvenuti, com os filhos Dóra Maria e Olavo

E, antes de espalhar esta linda notícia, o casal decidiu agradecer e consagrar a gestação à Nossa Senhora, levando flores até a gruta do Santuário de Azambuja. Pouco tempo depois, no entanto, a alegria deu espaço ao sofrimento, por conta de um aborto. “Mesmo assim, todas as semanas eu estava na gruta e oferecia uma flor para Nossa Senhora, como forma de gratidão, esperança e fé. Ser mãe era o milagre que tanto sonhava”, relata Francine. Pouco tempo depois ela engravidou novamente, mas veio o aborto. Assim como na terceira vez. “Foi um tempo de incerteza, dor e muita angústia. Não desisti de visitar Maria e nem deixei de pedir sua intercessão por esta graça. Um fato marcante é que todas as três perdas naturais aconteceram em dias dedicados à Nossa Senhora: Nossa Senhora de Lourdes, Nossa

Senhora de Fátima e Nossa Senhora das Dores”, descreve. Após um longo período de investigação, nasceu Dóra Maria, em oito de setembro, dia de Nossa Senhora da Natividade. Conforme a tradição, os pais de Maria, Joaquim e Ana, idosos e estéreis, pediram a Deus a graça de um filho. No tempo certo, se tornaram pais daquela que, mais tarde, seria a mãe de Jesus. “E um ano depois fomos surpreendidos com a vinda do Olavo. Eles transformaram nossa vida e a primeira decoração que cada quartinho recebeu foi uma imagem de Nossa Senhora. Até hoje visitamos a gruta, levamos flores e entregamos nossas vidas em eterno agradecimento”, finaliza.

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POR PE. PAULO VANDERLEI RIFFEL, SCJ

Iniciamos todo mês de maio com uma memória litúrgica tão querida ao povo cristão: o dia de São José Operário. Esta data foi instituída pelo Papa Pio XII, há mais de sessenta anos, para realçar a importância do trabalho e da presença de Cristo e da Igreja no mundo operário. É necessário testemunhar também na sociedade de hoje o “Evangelho do trabalho”, dizia São João Paulo II na sua Encíclica Laborem Exercens. Rezemos nesta realidade da pandemia para que não falte o trabalho especialmente aos jovens, e que as condições de trabalho sejam cada vez mais respeitosas da dignidade da pessoa humana. “São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da Família. Com Ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o fruto do próprio trabalho”. “É necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica”, escreve Francisco, que “torna-se participação na própria obra da salvação” e “oportunidade de realização” para si mesmos e para a própria família, “núcleo originário da sociedade”. Eis então a exortação que o Pontífice faz a todos para “redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho”, para “dar origem a uma nova ‘normalidade’, em que ninguém seja excluído”. Em especial, diante do agravar-se do desemprego por causa da pandemia da Covid-19, o Papa pede a todos que se empenhem para que se possa dizer: “Nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!”, (Patris Corde, 6). Com São José aprendemos que o trabalho é um bem do ser humano, que transforma a natureza e torna o ser humano, em certo sentido, mais humano, (RC 23). O trabalho é um dado antropológico e se insere na relação entre ser humano e natureza. Toda atividade mediante a qual o ser humano, no exercício de suas


capacidades físicas, espirituais e mentais, direta ou indiretamente, transforma a natureza a fim de colocála ao seu serviço confere um caráter de trabalho. Porque o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência humana, e por ele Jesus qualifica o seu estado social. Desse modo, o trabalho humano é uma chave fundamental e decisiva para a questão social, do ponto de vista da dignidade pessoal e do bem comum. São José “foi dado à humanidade para exprimir visivelmente as adoráveis perfeições do Pai, para ser a sua imagem aos olhos do Filho de Deus”. Então, como deve ser excelsa a sua santidade, a beleza desse grande santo que Deus Pai criou com suas mãos para representar a si mesmo ao Filho unigênito. O Evangelho especifica o tipo de trabalho, pelo qual José garantia a sustentação da família: o trabalho de carpinteiro. No desenvolvimento humano de Jesus ‘em sabedoria, em estatura e em graça’, a virtude da laboriosidade era notável, e neste sentido “São José tem uma grande importância para Jesus, se verdadeiramente o Filho de Deus feito homem o escolheu para revestir a si mesmo de sua aparente filiação. Jesus, o Cristo, quis assumir a sua qualificação humana e social deste operário. O ambiente de trabalho é também um lugar propício para que a evangelização aconteça. Nem sempre explicitamente, mas pelo testemunho de vida dos cristãos no mundo. O Papa Francisco exorta para que sejamos “evangelizadores que rezam e trabalham”, (EG, 262). É preciso compreender o verdadeiro lugar do trabalho na vida cristã, de modo que ele contribua para o crescimento humano e espiritual das pessoas. Cumprir com diligência as atividades necessárias que nos são incumbidas profissionalmente ou no cumprimento dos nossos deveres civis, familiares e religiosos, podem contribuir no progresso da própria maturidade.


ENTREVISTA

POR GUÉDRIA MOTTA

Novo Provincial

Confira a nossa entrevista! Revista A Palavra: Como o senhor recebeu esta nova missão de ser Superior Provincial? Padre Sildo César da Costa: A missão confiada pela Província foi uma surpresa num primeiro momento. Pensei na missão de conduzir os religiosos, as obras da congregação, a dimensão missionária e tantas outras frentes de trabalho no qual o Superior é chamado a ser presença. É uma responsabilidade que assumi sabendo das realidades, um serviço à congregação e à Igreja. Faço isso com amor porque foram os religiosos que confiaram a mim esta missão e a confiança deles é também um chamado de Deus.

Revista A Palavra: Quais os desafios que a pandemia da Covid-19 impõe neste primeiro momento frente ao cargo? Padre Sildo César da Costa: A pandemia impõe certas realidades. Precisamos mudar alguns conceitos, nossa forma de pensar e de agir, porque tudo gira ao redor desta doença. Ela afetou diretamente algumas tomadas de decisões da Província. Hoje, nossa aproximação é virtual. Esperamos que isso termine rápido, para que possamos retomar a proximidade de todas as realidades que nos envolvem.

Revista A Palavra: O que está sendo planejado para o futuro da congregação no sul do país? Padre Sildo César da Costa: Dizem que o futuro a Deus pertence (risos). Todo novo governo provincial propõe algo diferente, mas a pandemia nos obriga a pensar no novo com os pés no chão. Há pouco mais de um mês assumi o cargo e ainda não tenho uma dimensão de planejamento mais concreta e direcionada. Porém, temos que pensar no futuro, que nos propõe muitas mudanças no olhar. Desejamos uma ação social, queremos estar inseridos em uma realidade da qual o nosso fundador, padre Dehon, tanto nos pede. A Província do sul do Brasil precisa ter um sinal de trabalho social diretamente ligado às circunstâncias. Temos nossos projetos, nossas obras e nossas casas que devem ter finalidades mais claras. Os espaços ociosos devemos observar. Por enquanto, dado o contexto, nosso trabalho é refletir.

Revista A Palavra: Como a Província avalia o trabalho que a congregação desenvolve junto às paróquias e, em especial, a Paróquia São Luís Gonzaga? Padre Sildo César da Costa: O trabalho da congregação junto às paróquias é gigantesco. A maior parte dos nossos padres estão inseridos em missões paroquiais.

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Imagem divulgação

O Padre Sildo César da Costa tomou posse no último mês de março como Superior da Província Brasil Meridional da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus para um mandato de três anos (2021-2024).


POR GUÉDRIA MOTTA

ENTREVISTA

Porém, existem histórias e razões para isso, sobretudo quando se tratam de paróquias centenárias, como Brusque, Joinville, São Bento do Sul e Jaraguá do Sul. Em Brusque ainda se mantém a dimensão educacional, através do Colégio e Faculdade São Luiz, algo importante para a congregação. Alguns padres foram sinais desta realidade, como pe. Padre Orlando Maria Murphy, pe. Pedro Canísio Rauber, pe. Eloy Dorvalino Koch, além de tantos outros ainda presentes que dão seu contributo. Nas áreas missionárias, a congregação está no Paraguai, em Rondônia, em Palmas onde atua em uma realidade difícil. E suas casas de formação contribuem com a Diocese. Inclusive, a Faculdade São Luiz acolhe seminaristas diocesanos e contribui na formação de futuros padres e religiosos. Por fim, a Província cresce com outras atividades que vão surgindo como a Missão Dehoniana Juvenil e os Leigos Dehonianos, que vivem o carisma do Sagrado Coração de Jesus.

Revista A Palavra: A Paróquia São Luís Gonzaga se prepara para a celebração de 150 anos de fundação em 2023. Qual a mensagem que o senhor deixa para a comunidade paroquial, que é inspirada, também de forma centenária, na espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus? Padre Sildo César da Costa: A Paróquia São Luís Gonzaga sempre foi muito querida pela Província e pela Congregação. Ela tem uma história profunda da nossa presença dehoniana em Brusque. A paróquia sempre foi e é um expoente, não só pela evangelização ou por cumprir sua missão, mas também por acolher nosso seminário, o Convento Sagrado Coração de Jesus. É uma ligação forte de amor, carinho e dedicação. Muitos de nossos padres contribuíram com a sociedade brusquense, ao mesmo tempo em que foram acolhidos e receberam apoio. Desejo que a paróquia continue sendo um sinal para a Província, Congregação e Igreja, da presença de Deus e do coração de Jesus. Imagem divulgação 11 | REVISTA A PALAVRA


Domingo da Misericórdia: Na igreja Matriz, às 15h, na Hora da Misericórdia, os sinos soavam como sinal de esperança, fé e solidariedade diante das mortes pela Covid-19. Em seguida, foi rezado o terço da Divina Misericórdia, realizada uma reflexão sobre a misericórdia de Deus e Adoração ao Santíssimo Sacramento. Às 19h, iniciamos a Santa Missa do Domingo da Divina Misericórdia, celebrada pelo pároco, Pe. Diomar Romaniv.

Momento de Oração Sexta-feira: A noite de Sexta-feira Santa foi marcada por um momento de oração em memória às vítimas da Covid-19, na igreja Matriz. A celebração contou com o acendimento de uma vela para cada um dos 194 brusquenses que, até aquele momento, faleceram por complicações associadas à doença. Mais de quatro mil pessoas acompanharam a transmissão ao vivo e, enquanto as velas eram acesas, muitos fiéis escreveram o nome de familiares e amigos nas redes sociais da paróquia, registrando mais de 500 comentários em 30 minutos.

Aurora festiva: O amanhecer de domingo, 4 de abril, foi marcado pelo soar dos sinos da igreja Matriz, que simbolizou o anúncio da ressurreição de Jesus Cristo, às 6h. O ato, seguido da bênção e adoração ao Santíssimo Sacramento, feito pelo pároco padre Diomar Romaniv, na escadaria da igreja da Paróquia São Luís Gonzaga, também abençoou a cidade, marcando o Domingo de Páscoa.

Formação Catequese: A Pastoral da Catequese realizou em abril três formações para catequistas. Com teor motivacional e formativo, os encontros ocorreram de forma virtual e foram ministrados pelo professor de Filosofia na Faculdade São Luiz e doutor em Liturgia, Eduardo Dalabente, e pela coordenadora da Pastoral da Comunicação da Paróquia São Luís Gonzaga e da Região Episcopal Norte da Pascom da Arquidiocese de Florianópolis, jornalista Juliane Ferreira.

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1ª Comunhão: As comunidades Cristo Rei, Santa Paulina, Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora Aparecida deram início ao tempo de Primeira Comunhão na Paróquia São Luís Gonzaga, no final de semana de 17 e 18 de abril. As primeiras comunhões ocorreram até 2 de maio. Na sequência, a paróquia inicia o tempo de Crisma, de 15 a 22 de maio.

Primeira Comunhão Comunidade Nossa Senhora Aparecida

Primeira Comunhão Comunidade Cristo Rei

Primeira Comunhão Comunidade Santa Paulina

Primeira Comunhão Comunidade Sagrado Coração de Jesus

Celebrações da Semana Santa 2021: A Semana Santa deste ano foi marcada por várias celebrações, com presença de fiéis nas igrejas e de suas casas, através das transmissões ao vivo. Além da igreja Matriz, as comunidades também realizaram a missa de Ramos, Tríduo Pascal e celebração da Ressurreição. Celebração de Domingo de Ramos

Quinta-feira Santa

Domingo de Páscoa Sexta-feira Santa

Sábado Santo

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ESPECIAL

POR PE. ADILSON JOSÉ COLOMBI, SCJ

Amoris Laetitia para jovens Durante a fala de Angelus em um domingo, mais precisamente no dia 27 de dezembro de 2020, dia em que a Igreja celebra a Sagrada Família, o Papa Francisco anunciou a convocação de um

“Ano especial dedicado à Família e à Amoris Laetitia”, que foi inaugurado em 19 de março

de 2021, dia de São José e quinto aniversário de publicação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia (Alegria do Amor). O encerramento está marcado para junho de 2022. Será “um ano de reflexão” e uma oportunidade para “aprofundar os conteúdos do documento”. O Papa Francisco, após a realização do Sínodo sobre a Família (04/10/2015), escreveu a

Exortação Apostólica a respeito da família. A Exortação Apostólica é, normalmente, uma carta orientadora do Papa, depois da realização de um Sínodo, sobre um tema específico, nele abordado. Nessa Exortação Apostólica, o Papa Francisco denominou Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), querendo principalmente salientar a alegria sentida e vivida, na vivência do amor no Matrimônio Cristão. Claro, quando é vivido, experimentado pelo casal e transborda para os filhos e possíveis familiares diretamente envolvidos. Por isso que toda a reflexão do papa é direcionada na construção e vivência desse amor, na comunidade familiar. Pouca coisa nasce, cresce, amadurece, dá fruto, espontaneamente. Sobretudo, as sementes mais nobres e mais fundamentais para vida. Necessitam de seleção, cuidados variados, ajustes, proteção, amparo, dedicação, às vezes, de poda e outros tratos. Tudo para dar bons frutos. Com o amor, diz o Papa Francisco, à luz da reflexão do Sínodo e da Palavra de Deus e dele próprio como Substituto de Pedro na condução da Igreja de Cristo, não é diferente. É preciso, desde a concepção no ventre materno até o desfecho final da vida, o cuidado e a educação para o amor. Assim, a Igreja, na sua Pastoral Familiar, tem de se ocupar, dessa educação, em todos os níveis da existência humana: infância, adolescência, juventude, maturidade, casais jovens, “casos especiais” de casais, e idade adulta. O ser humano foi criado para amar e ser amado.

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O amor está na raiz da existência humana. Ele deseja experimentá-lo. A Exortação aborda muitas passagens, a qual o Papa Francisco escreve, principalmente, para os jovens. Nesse exíguo espaço, é impossível tocar em todas. O fundamental é, segundo o Papa Francisco, educar e educar-se para a vivência do amor, em todas as suas manifestações. Especificamente, no Sacramento do Matrimônio e na família. E o lugar privilegiado dessa experiência é, justamente, a família. É essa verdade que o pontífice acentua. Por isso, o Papa escreve: “O desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens...”, (nº 01). Mesmo vivendo numa Cultura atual que oferece outras opções. Algumas até exóticas. Daí, nasce a responsabilidade primeira de testemunhar esse amor, em sua vida matrimonial e também familiar. Nada substitui a família, se vivida e experimentada como comunidade de amor e de vida, com alegria e paz. Diz o Papa que o jovem tem que ser ajudado “a descobrir o valor e a riqueza do Matrimônio”, (Nº 205). A minha sugestão para você, jovem, é ler ou reler o que o Papa falou. Seria, sem dúvida, um belo propósito para esse Ano da Família e um “revisitar” a Amoris Laetitia cinco anos depois. Caro jovem, moço ou moça, será grande auxílio para e no seu projeto de vida e construção do Matrimônio.


POR AGÊNCIA ARCANJO

INFANTIL

Você sabe qual a importância e o verdadeiro valor do trabalho? Quando você crescer, valorizar seu trabalho será algo fundamental para o sustento de grandes frutos. Neste Ano de São José, aproveite para ler um trecho da Carta Apostólica do Papa Francisco sobre este santo querido e sua importância, para entendermos o verdadeiro valor do trabalho. Mas, antes, precisamos da sua ajuda para completar o trecho da carta do Papa Francisco. O texto completo está nas páginas 8 e 9. Vamos lá? “São José era um ________ que trabalhou honestamente para garantir o _______ da Família. Com Ele, ______ aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que ______ comer o fruto do próprio ______”. A seguir, encontre em nosso caça-palavras abaixo as palavras que você completou na atividade acima.

trabalho Jesus significa sustento carpinteiro

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EDIÇÃO Aline F S Oliveira

Esta é uma publicação da Paróquia São Luís Gonzaga, sob responsabilidade do Pe. Diomar Romaniv, scj e da Pascom da Paróquia, situada na Rua Padre Gatone, 75 - Centro, Brusque/SC. www.paroquiasaoluisgonzaga.com

DIAGRAMAÇÃO Carol Romão SUGESTÃO DE CONTEÚDO redacao@agenciaarcanjo.com.br www.agenciaarcanjo.com.br facebook.com/agenciaarcanjo (47) 3227-6640

REVISÃO Ariane Miranda IMPRESSÃO Gráfica Volpato TIRAGEM 1.500 exemplares


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