Revista Oficial Vasco da Gama

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Setembro/Outubro | No 01 | Ano 2012

VASCO Revista Oficial

Wendel, a nova pe莽a do tabuleiro

Famosos e apaixonados pelo seu clube

VASCO,

114 anos de lutas e grandes vit贸rias


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O Vasco é isto: um sentimento, uma paixão que vai além da compreensão humana. Vaaaaaascooooo!

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Vasco: um clube além do seu tempo H

á 114 anos, no dia 21 de agosto de 1898, era fundado o Club de Regatas Vasco da Gama, por um grupo de 62 pessoas, na sua maioria, imigrantes portugueses. Apesar de ser basicamente um clube de colônia, o Vasco seguiu a boa tradição portuguesa da miscigenação, ao contrário dos tradicionais grandes clubes de futebol do Rio, que não somente, não aceitavam indivíduos “de cor” em seus quadros sociais, como ainda havia alguns que chegavam ao extremo de admitir exclusivamente ingleses e seus descendentes nos seus quadros. Ao contrário dos grandes clubes de futebol do Rio, desde a sua fundação o Vasco sempre foi aberto a brasileiros de todas as origens e classes sociais, além dos portugueses, é claro, tendo tido, inclusive, um presidente mulato – Cândido José de Araújo, eleito para o período de agosto de 1904 a agosto de 1905 e reeleito para o período seguinte, até agosto de 1906. Este é o Vasco, que é orgulho de todos os cruzmaltinos. Sua história é recheada de fatos e acontecimentos que fizeram do clube da Cruz de Malta um gigante. Não por acaso ele é um pioneiro não só das causas sociais, como também um inovador, além de ser, é claro, um campeão em várias modalidades esportivas. O Vasco é um clube que desperta paixões que passam de geração em geração. O compositor, escritor e pesquisador das culturas africanas Nei Lopes, em recente entrevista, contou que em 1950, quando tinha 8 anos de idade, ficou encantado ao assistir a um jogo do Vasco, com o jeito elástico do Barbosa, com o vigor físico do Eli, com a categoria incomparável do Danilo, com a explosão do Ademir e com a classe meio insolente do Ipojucan. Foi isso, diz o Nei, que fez dele um vascaíno genuíno. Nei arriscou, ainda, fazer uma conjectura. Disse que, se o futebol fosse uma manifestação de massa, condizente com a ideologia do politicamente correto, todo aquele que tivesse sido vítima direta ou indiretamente de qualquer tipo de segregação, por uma questão de coerência, deveria ser vascaíno desde pequenininho.

Aí, conclui: “Teríamos, sem dúvida, a maior torcida do mundo. Mas futebol é paixão. E aí a coerência e o politicamente correto são jogados pras ‘cucuias’”. Outro vascaíno ilustre, e meu amigo, o campeão Nelson Piquet, disse uma frase que dá uma ideia do que é ser um vascaíno. − Vestir uma camisa que já vem até com faixa de campeão é coisa de predestinado. Mas as declarações de amor ao clube não param por aí. O Rei Pelé reconhece a sua dívida de gratidão pelo Cruzmaltino. “O Vasco foi o time que me abriu as portas para a Seleção Brasileira e para o mundo”. É isso aí, Pelé! Outra frase que marcou é a do saudoso poeta, e vascaíno, Carlos Drummond de Andrade: “Não digo que sou um Vascaíno doente, pois doente é quem não é Vascaíno”. O compositor Aldir Blanc, que compôs a inesquecível canção “O bêbado e a equilibrista”, imortalizada na voz fantástica de Elis Regina, também deixou o seu recado:”O Vasco é vasto porque é o mar que o inspira”. E o que dizer da declaração de amor do jornalista e amigo, Sérgio Cabral (o pai)? “Amar o Vasco é amar o primeiro campeão continental e o primeiro clube brasileiro a conquistar um título internacional fora do Brasil”. Até o Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral – vascaíno assumidíssimo –, deu a sua prova de amor ao clube e sancionou no dia 2 de julho de 2007, o Projeto de Lei nº 5.052, que criou o Dia do Vasco, data especial no nosso calendário. Eu poderia citar outros exemplos de pessoas ilustres que declararam o seu amor à Cruz de Malta. E outros tantos de gente simples do povo que encontro nas ruas e me falam da paixão de ser vascaíno. Mas acho que nosso clube está muito bem representado pelos personagens mencionados aqui e pelos milhares de anônimos que acompanham o Vasco em seus jogos pelo Brasil afora. O Vasco é isto: um sentimento, uma paixão que vai além da compreensão humana. Vaaaaaascooooo! ROBERTO DINAMITE Presidente

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Club de Regatas Vasco da Gama Diretoria Administrativa Presidente Carlos Roberto Dinamite de Oliveira 1º Vice-Presidente Antonio Frutuoso Pires Peralta 2º Vice-Presidente Nelson Monteiro da Rocha Vice-Presidente do Departamento Jurídico Aníbal Rouxinol Vice-Presidente do Departamento de Marketing Eduardo Machado Vice-Presidente do Departamento de Futebol José Hamilton Mandarino de Mello Vice-Presidente do Departamento de Patrimônio Frederico Lopes Vice-Presidente do Departamento de Finanças Nelson Monteiro da Rocha Vice-Presidente do Departamento de Desportos Náuticos Paulo César Mahomed Alli Vice-Presidente do Departamento Médico Manoel Frederico Costa Soares Moutinho Vice-Presidente do Departamento de Esportes Olímpicos e Responsabilidade Social José Pinto Monteiro Vice-Presidente do Departamento Social Faues Cherene Jassus “Mussa” Vice-Presidente do Departamento de Relações Especializadas João Ernesto da Costa Ferreira

Assembleia Geral

Conselho Editorial Carlos Roberto Dinamite de Oliveira, Eduardo Machado, Manuel Oliveira dos Santos Fernando Roscio de Ávila e João Ernesto da C. Ferreira

Redação Responsáveis: Raquel Vieira e Marcelo Sadio e-mail: revistavasco@crvascodagama.com

Diretoria

Paulo Roberto Mesquita e Rebeca Borges

Editora Responsável Tereza Dalmacio | terezadalmacio@globo.com

Revisora Tatiana Lopes

Repórteres Cristiano Kubis, Leandro Lainetti, Ricardo Oliveira e Stephany Muzzi

Presidente Olavo Egypdio Monteiro de Carvalho Vice-Presidente Antonio Gomes da Costa

Fotografia

Conselho Deliberativo

Rachel Sartori e Riane Tovar

Caroline Coelho e Natália Moraes

Designers

Presidente Abílio Borges Vice-Presidente Roberto Monteiro Soares 1º Secretário Antônio Carlos Pereira de Lemos Basto 2º Secretário Claudio Marcelo Costa dos Santos

Estagiário

Conselho Fiscal

Daniel Brandão | daniel@utilcd.com.br

Presidente Hélio Cezar Donin Membros Efetivos Antônio Barrozo Filho e João Marcos G. de Amorin

Marketing

Conselho de Beneméritos Presidente Eurico Angelo de Oliveira Miranda Vice-Presidente Silvio Aquiles Hildebrando Godói

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Raphael Verçosa

Produção Fabiane Motta

Comercial Janaína Garayoa

Avenida Armando Lombardi, 800, Sala 238 Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ CEP: 22640-906 21 3471-6799 | 7887-8284

Os textos veiculados são de total responsabilidade dos autores.


Sumário 10

14

Dia dos Namorados dos Vascaínos

O Som do Vasco

18

20

Wendel: “Sou um cara de

Esporte mais educação:

muita sorte”

gol de placa

26

28

Alexandre Torres: “Foi um clube que me marcou”

32

Martha Rocha: “Me orgulho de um clube que tem história para contar”

34

| 22 | 30 | 37 | 40| 16

Nelson Sargento: “Com o Vasco, onde estiver o Vasco”

Centro de memória

A importância da união

Business no futebol 114 anos de lutas e de glórias

Nado Grimberg: “Todo vascaíno deve ter o Dinamite como ídolo”

Copa Cruzmaltina VASCO DA GAMA | 9


Dois amores N

o Dia dos Namorados, o Club de Regatas Vasco da Gama inovou. Para unir as duas paixões de homens e mulheres por seus companheiros e clube de coração em um só lugar, o clube promoveu o primeiro jantar de Dia dos Namorados. Com muita animação, a festa agitou os casais, que dançaram a noite toda ao som do cantor Marco Vivan.

Manuel Santos, diretor de Marketing do Vasco com a esposa, Fábia Santos, em clima de muito amor. O Manuel é um dos responsáveis pelo evento e do retorno da Revista do Vasco.

Tabata e Gustavo namoram há sete anos. Torcedores do Vasco desde o berço, decidiram comemorar o Dia dos Namorados com uma paixão a mais, o Vasco da Gama. De casamento marcado, a noiva planeja fazer o book em São Januário. “Estou na expectativa para ver se é possível fazer as fotos no Estádio”, afirma, apaixonada.

Jorge Dias e a esposa, Mônica Bretanha, são casados há 30 anos e se consideram eternos namorados. Por esse motivo, decidiram comemorar esse dia tão especial no belíssimo jantar promovido pelo Vasco da Gama. “Está tudo ótimo”, afirmaram.

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Abílio Borges, Presidente do Conselho Deliberativo, contou que frequentou muitas vezes os bailes nos salões do Vasco na década de 60. Para ele, noites como essa relembram os velhos tempos. “É maravilhoso estar em uma festa como esta aqui novamente, mas desta vez com a esposa em um dia tão especial para os casais”, concluiu.


Faues Cherene Mussa, Vice-Presidente do Departamento Social, considera esse tipo de evento muito importante para promover a socialização no clube. “Este será o primeiro de muitos outros grandes eventos aqui no clube”, disse ele, que foi ao jantar acompanhado pela esposa, Maria Del Pilar.

O Vice-Presidente do Departamento Jurídico, Anibal Rouxinol, foi ao jantar acompanhado pela esposa, Maria Dolores. Para ele, eventos assim são de extrema importância para o Vasco. “Assim, podemos criar cada vez mais um congraçamento entre as famílias vascaínas. Nesta noite, pudemos conciliar duas das nossas maiores paixões: o Vasco da Gama e a família”, finalizou.

Eduardo Machado, Vice-Presidente do Departamento de Marketing, foi só elogios ao evento. “É superimportante ter eventos como este para promover a integração entre gestão e torcedores, além de incentivar o respeito e a tradição. Hoje, em especial, é um momento em que tivemos a oportunidade de conciliar os nossos grandes amores num só lugar”, afirmou ele, acompanhado pela esposa, Silvia.

Acompanhado pela noiva, Líbia Miranda, o VicePresidente de Patrimônio, Frederico Lopes, afirmou: “São poucas as oportunidades que temos durante o ano para confraternizarmos no clube. Esse é um acontecimento que estimula a família toda. É importante trazê-los para o convívio. O ambiente no Vasco é leve, a festa está muito bem organizada. Espero que seja o primeiro de muitos, estamos adorando. Parabéns ao Vasco”.

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Manoel Moutinho é sócio do Vasco desde 1957. Em 1980, começou a atuar junto ao Departamento Médico. Hoje é Vice-Presidente. Ele, que estava acompanhado pela filha, Mariana, e o genro, Carlos Marcelo, disse estar muito feliz com a comemoração. “É ótimo estar aqui esta noite. Gosto de tudo que acontece no Vasco, e esse tipo de confraternização é bom para as pessoas se socializarem”, disse.

O Vice-Presidente de Esportes Olímpicos e Responsabilidade Social, José Pinto (à direita), disse que essas festas representam uma grande consolidação de marca e ainda uma ótima forma de confraternização. Acompanhado pela esposa, Cláudia, e dos amigos “rivais”, o Superintendente do Conselho de Direito da Criança e Adolescência, o flamenguista José Lerer, e a esposa dele, a botafoguense Renata, ele disse: “Nada é maior do que o Vasco unido”.

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Roberto Monteiro (à esquerda) é em primeiro lugar vascaíno. Depois é ainda Vice-Presidente do Conselho Deliberativo e vereador da cidade do Rio de Janeiro. Acompanhado pela esposa, Andrea, e o casal de empresários Márcia e Bruno, ele disse que adorou a iniciativa do evento e completou: “Comemorações como essa enobrecem as tradições do clube, ainda mais em uma data como o Dia dos Namorados, que simboliza a permanência da família num dia que une os nossos dois maiores amores”.

João Ernesto, Vice-Presidente do Departamento de Relações Especiais, estava acompanhado da esposa, Elena Raineri, que com carinho é chamada por todos de madrinha do evento. “Sugeri que se fizesse uma comemoração aqui, porque temos uma vista privilegiada, um espaço bonito para interagir com os amigos e também para ressaltar que os vascaínos, além de torcedores, são românticos”, contou Elena.


Manoel Barbosa (à esquerda) é Diretor de Patrimônio e conta que gostou tanto da ideia da comemoração no clube que decidiu reunir os casais da família em um só lugar. O Diretor estava acompanhado pela esposa, Maria Lúcia; o irmão, Fernando, e a esposa dele, Rosangela; o outro irmão, Joaquim, e sua esposa, Nilzete; e o amigo Conselheiro Deliberativo do Vasco, Agostinho Taveira, junto da esposa, Maria Lucia.

O empresário Sílvio Carvalho, da Carvalhão Logísticas, é Sócio Honorário do Vasco e estava acompanhado pela esposa, Luciana. “É um prazer estar aqui esta noite. O melhor dessas ocasiões é poder estar com os amigos, conversar e confraternizar em uma data tão especial”, contou.

O empresário Ercolino De Luca, da Ermar Alimentos, ao lado de sua amada Christina, contou que essa foi uma ótima forma de divulgação do clube, além de propiciar um ambiente de muita amizade e bom convívio. O Vasco é uma namorada antiga.

O empresário Roberto Katz, das Óticas Carol, patrocinadora das categorias femininas de vôlei do Vasco da Gama, elogiou o jantar. “É maravilhosa a integração que acontecimentos como este nos propiciam. Além disso, promove a confraternização entre a família cruzmaltina”, concluiu.

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Gigante da Colina

lança DVD em show só com U

m ano depois do show, o DVD Vamos todos cantar de coração – O Show chegou às lojas. O evento de lançamento aconteceu em uma megastore no BarraShopping, e reuniu alguns artistas que participaram da gravação, o Presidente do clube, Roberto Dinamite, e o mito Dedé. Assim como no show de 2011, os vascaínos lotaram o espaço para garantir o produto, que seria autografado pelos ídolos do futebol e também por artistas como Tereza Cristina, Nelson Sargento, Paulinho Mocidade, Eri Johnson e Nelson Freitas. Todo o lucro obtido com a venda do DVD será direcionado para o Colégio Vasco da Gama, que funciona dentro de São Januário e abriga jovens das categorias de base do futebol e de esportes olímpicos. Segundo o Presidente Roberto Dinamite, é muito gratificante poder ajudar as crianças de São Januário. “Eu espero que consigamos dar uma qualidade melhor a elas”. Mas o maior ídolo da história do Vasco não parou por aí. Ele explicou que, além do papel social, na época, a gravação do show foi muito importante. “Foi uma data especial para mim. Primeiro título à frente do clube, e isso massageou muito o ego de todos, assim como de todos os vascaínos”. Dinamite ainda encerrou agradecendo e prometendo: “Temos muitos títulos e muitas glórias pela frente”.

Tereza Cristina, Dóris Monteiro, Déde, Roberto Dinamite, Paulinho Mocidade e Mc Charles iniciam a série de autógrafos.

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Em seu discurso, o Presidente disse que a gravação mostra a parceria de sucesso entre música e esporte. A sambista Tereza Cristina concordou com Dinamite e disse que essa ligação é quase automática. “Se for contar o número de artistas vascaínos, principalmente no samba, que é ligado ao futebol, é muita gente mesmo”. O Diretor Geral do DVD, Bruno Maia, também falou sobre a iniciativa do clube de formar jovens atletas e estudantes. “É muito bacana, e foi uma das razões para esse projeto acontecer. Os artistas se doaram com os seus talentos e abdicaram de seus cachês, assim como muita gente da produção também trabalhou pelo mínimo possível para que tudo pudesse acontecer. Todo mundo se esforçou acreditando na intenção de continuar formando jovens nesse projeto educacional, no qual o clube é pioneiro”, disse. Assim como Bruno, o ator Eri Jonhson elogiou a iniciativa do Departamento de Marketing do Vasco da Gama. “A ideia foi reunir o maior número de vascaínos para, juntos, podermos ajudar essa entidade que a gente ama”, afirmou ele, que foi apresentador na gravação e no lançamento. Eri ainda completou dizendo que acha bacana a iniciativa do Vasco da Gama de ajudar os jovens. Após declarações, apertos de mãos e muitos abraços, a série de autógrafos que os torcedores tanto esperavam começou. Empolgados, os vascaínos compareceram em peso, e foi preciso distribuir senhas para que os sortudos entrassem na loja. A família Portela deu sorte e correu para tirar fotos com o zagueiro Dedé. O pai, Yves Portela, disse que o mito foi muito receptivo. “Ele é muito gente boa, um ídolo de verdade”, afirmou o torcedor, que ainda completou dizendo que a cantora Tereza Cristina o recebeu de forma carinhosa também. Muito assediado pela imprensa, o zagueiro afirmou que entende o torcedor. Atencioso, ele atendeu diversos cruzmaltinos e autografou muitos DVDs. “O mínimo que eu posso fazer é dar atenção a eles”, concluiu o ídolo, que teve pouco tempo para falar com os jornalistas. O DVD Vamos todos cantar de coração – O Show consagra o ano de 2011, que foi


m artistas vascaínos marcante para toda a torcida cruzmaltina. Comemorando a conquista do primeiro título da Copa do Brasil e a reafirmação de sua grandeza dentro e fora de campo, o Vasco promoveu uma noite “daquelas” numa casa de espetáculos da Barra da Tijuca. No show feito só

por artistas vascaínos, como Paulinho da Viola e Erasmo Carlos, o torcedor lotou o espaço e ainda ajudou a cumprir o grande objetivo do evento, que foi fortalecer o projeto social do Colégio Vasco da Gama.

Dedé foi o mais procurado pela torcida.

O Diretor Geral do DVD, Bruno Maia, seu sócio, Gabriel Lupi, e o Diretor de Marketing do Vasco, Marcos Blanco, ficaram sastifeitos com o trabalho realizado.

Eri Jonhson tirou risos de todos no lançamento.

A diversão continuou com Nelson Freitas.

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Nelson Sargento: o tom do vascaíno N

o dia 23 de julho de 1924, o Club de Regatas Vasco da Gama se sagrava bicampeão carioca. Dois dias depois, dia 25, na Santa Casa da Misericórdia, região central da cidade do Rio de Janeiro, nascia o menino Nelson Mattos, futuramente conhecido como o compositor de sambas Nelson Sargento. Com o nascimento em meio ao clima de comemoração, o destino só poderia levar a um caminho. Anos depois, Nelson se tornaria o primeiro vascaíno da família. O sentimento começou naturalmente e ganhou mais força quando o rapaz completou 10 anos. À época, o menino soube que o clube foi pioneiro na inserção dos jogadores negros e mais humildes no futebol. Com a descoberta, o encantamento pelo Vasco se tornou ainda maior, dando início a uma longa jornada lado a lado. Aos 88 anos, o agora ilustre vascaíno conta sobre essa bonita relação de amor. “A sociedade não aceitava na época, achava que o futebol era coisa da elite. O Vasco lutou e modificou esse panorama, não tive como não me apaixonar”.

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Para Nelson, acompanhar o Vasco era um prazer. A prova disso foram as quatro décadas em que ele foi aos muitos estádios da cidade com frequência. “Eu vi jogo no campo do Olaria, Madureira, Portuguesa da Ilha, Bonsucesso, nas Laranjeiras, Gávea, General Severiano, até no Canto do Rio, que fica em Niterói”, relembra. Nos tempos em que os acanhados estádios davam um charme a mais ao futebol, os clubes que hoje são considerados pequenos faziam frente aos grandes. “Era uma época em que esses times ganhavam dos grandes, faziam diferença”, garante. Diferença, inclusive, era algo que não existia para Nelson Sargento. Sem fazer distinção entre as competições que o Vasco jogava, ele acompanhava jogos do juvenil, aspirante e até Torneio Início. “Esse era um torneio que acontecia no começo do ano, para apresentar as equipes. Eu gostava também”. Agora, devido à idade, o sambista prefere assistir aos jogos


pela televisão. Mas as reações, durante e após os jogos, são as mesmas de outros tempos. “Eu grito, xingo, fico nervoso. Quando ganha, sacaneio o pessoal na rua, mas só quem eu conheço, só brinco com os amigos”, explica. Brincadeiras à parte, o semblante de Nelson muda ao falar do sentimento pelo Vasco. Os olhos brilham ao comentar a recente composição que fez para o DVD Vamos Todos Cantar de Coração – O Show. Uma canção que começou a ser escrita 13 anos antes. “Comecei a escrever no ano do centenário. Acabou que não concluí e, quando recebi o convite, foi uma ótima oportunidade para terminar a música”. A composição ganhou o nome de Casaca Casaca, e resume bem a história de lutas e glórias do clube. Glórias que são lembradas por ele como se tivessem acabado de acontecer. Dono de memória invejável, Nelson é capaz de falar de jogadores, campeonatos e títulos de

várias épocas. Em meio às vitórias, surge um pensamento doloroso, que ele não consegue esquecer. “Aquele Mundial de 1998, contra o Real Madrid, foi uma coisa que me marcou. Aquele time do Vasco era muito bom. Em uma bola, levamos o gol e perdemos o título”. A tristeza pela derrota em 1998 está viva, mas é apenas um pequeno asterisco nas alegrias que Nelson Sargento sentiu com o Gigante da Colina. Em poucas palavras, ele consegue expressar todo o orgulho e felicidade que são despertados nele quando o assunto é o clube. “O Vasco é popular, tem prestígio, baniu o preconceito, conquistou muitas coisas. Quando sou lembrado como torcedor do Vasco, isso me dá uma enorme alegria, é um prazer”. Do pioneirismo ao caminho de sucessos, Nelson Sargento sempre esteve ao lado do Vasco. Passaram jogadores, títulos, decepções e muitas histórias para contar. A idade não permite ir aos jogos, mas a torcida pelo clube está sempre presente. Seja pela televisão, pela música ou nas lembranças, a certeza de Nelson é uma só. “Com o Vasco, onde estiver o Vasco”. Palavras dele.

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Wendel,

a nova peça do tabuleiro A

saída do volante Rômulo, anunciada oficialmente pela diretoria do Vasco no dia 28 de junho, soou como um baque para os vascaínos. Para suprir a ausência do jogador, que era peça fundamental no elenco de Cristovão Borges, o clube contratou rapidamente uma peça: Wendel, que teve boas passagens pelo Cruzeiro, onde conquistou a tríplice coroa em 2003 (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro). Mesmo com um currículo apresentável, a responsabilidade do reforço era grande, já que chegou com um pouco de desconfiança da torcida, não pelo seu futebol, mas sim pela confiança que os cruzmaltinos depositavam em Rômulo, que pelas boas atuações no Gigante da Colina, conseguiu chegar até na Seleção Brasileira. Mesmo com muito a conquistar pela frente, o mineirinho Wendel, do município Mariana por nascimento, e de Acaiaca (interior de Minas) por criação, não precisou de muito tempo para desempenhar seu belíssimo futebol e conquistar a torcida. Pelas beiradas, ele ganhou oportunidade diante do São Paulo, no Morumbi, no dia 18 de julho. A chance veio com os três desfalques que o Vasco tinha no meio de campo para esse jogo. Felipe cumpria suspensão pelo terceiro cartão amarelo, Fellipe Bastos ainda não estava com seu contrato regularizado e Eduardo Costa estava em recuperação de uma lesão muscular. Wendel deu conta do recado, ocupa a posição de titular na equipe e faz questão de dividir os méritos com os companheiros: “Escuto muito torcedor dizer que cai como uma luva no time do Vasco, mas sou uma peça que ajuda, juntamente com toda a equipe. Todos nós procuramos desenvolver sempre o nosso melhor. Nosso grupo é muito bom, o ambiente é bom e sou um cara de sorte por estar em um grupo como este”, comemora Wendel.

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Confira o bate-papo da Revista Oficial com o jogador: Revista do Vasco: Sempre quis ser jogador de futebol? Wendel: Desde que me conheço como gente quis sim. Meu pai sempre brinca comigo dizendo que meu primeiro presente foi uma bola. Sempre gostei muito, e minha família teve e tem jogadores, como meu tio Geovanni por exemplo. Hoje ele está no Vitória da Bahia, e no início de carreira, passou por uma peneira no Cruzeiro. Isso me incentivou muito a ser jogador também. Revista do Vasco: Você já atuou na sua carreira como atacante e lateral. Como decidiu ficar como volante? Wendel: Comecei como volante através do técnico Ney Franco. Ele disse que eu marcava bem, dava sustentação ao ataque e ao mesmo tempo era rápido para atacar. Isso foi entrando na minha cabeça, e fui gostando de jogar como volante. Conquistei muitos títulos na base do Cruzeiro nessa posição, que é a minha preferida.


Wendel: Nosso elenco é competitivo. Temos brigas por posições e jogadores de alto nível. Perdemos peças-chave, mas nos reforçamos, e quem está entrando, sempre dá conta do recado. Confio muito no grupo e espero que o Vasco continue neste ritmo até o final do campeonato para conquistar esse tão sonhado título para todos nós. Revista do Vasco: Esta é a primeira vez que você mora no Rio de Janeiro. Já deu para conhecer a cidade? O que você faz nas folgas? Wendel: Aqui no Rio de Janeiro tem pessoas do bem, e a cidade encanta qualquer um. Conheci algumas belezas da cidade, sim, como praias, mas sou um cara caseiro. Meu passatempo é ficar com a minha esposa, Isabela e meus filhos, Diogo (7 anos) e Sofia (3 anos). Não tenho muito tempo de sair, porque na maioria das vezes viajo para jogar quarta e domingo. Fico muito em casa nas horas vagas, mas sempre que posso passeio com as crianças.

Revista do Vasco: Teve algum motivo especial para escolher o Vasco? Wendel: Eu diria que o Vasco faz parte da minha infância. Comecei a acompanhar na década de 90 e peguei uma simpatia muito grande pelo time e pelo clube. Tive uma oportunidade de chegar no início deste ano, mas acabou não se concretizando. Agora em junho, novamente recebi uma proposta e não podia deixar passar, pela grandeza do clube. Vejo que fiz a escolha certa. Revista do Vasco: Você tem vascaíno na família? Wendel: Tem sim. Tenho um primo lá de Acaica, o “Cadinho”, que sabe tudo do Vasco. Ele é fanático. Minha primeira camisa, dei para ele, porque ele sempre falou que eu iria jogar no Vasco. Ele já torcia muito por mim, agora torce ainda mais, e espero que outros familiares também virem vascaínos. Revista do Vasco: Na sua opinião, o Vasco vai continuar na briga pelo pentacampeonato até o final?

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Gol de placa E

sporte e educação, juntos, fazem uma combinação que sempre funciona. Lado a lado, podem ser o porto seguro de muitos jovens, uma chance de construir um futuro melhor para eles e as próprias famílias. Essa união acontece no Colégio Vasco da Gama, que fica dentro de São Januário. Atendendo aos atletas da base, seja do futebol ou de outros esportes, é mais uma iniciativa que mostra o pioneirismo do clube. Fundando em 2004, o colégio era administrado pelo Vasco em parceria com o Estado. De 2005 em diante, o clube assumiu por completo, cabendo ao Estado apenas a indicação da diretoria. O Vice-Presidente de Esportes Olímpicos e Responsabilidade Social do Vasco, José Pinto Monteiro, falou mais sobre o projeto educacional e esportivo do clube. “A

ideia é permitir que os jovens de outros estados ou municípios mais distantes morem nas nossas dependências e possam frequentar a escola com facilidade”. Monteiro explica ainda que o colégio não é só para atletas de outras localidades, mas também serve para quem mora perto do clube. No cargo desde 2009, ele conta que a maioria dos atletas é oriunda do futebol – cerca de 70%. O restante vem de outros esportes, como basquete, remo, vôlei e tantos outros que fazem parte do quadro do clube. “Quando chegamos, em 2009, começamos a incentivar as escolinhas, aí esse número de atletas de outros esportes cresceu”. Atualmente a escola conta com 300 alunos, que se dividem entre o ensino fundamental e o médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que é composta por alunos que estão defasados em relação aos demais.

Vice-Presidente de Esportes Olímpicos e Responsabilidade Social do Vasco, José Pinto Monteiro

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E não para por aí. “Temos turnos de manhã e de tarde, e a EJA à noite. Também damos alimentação para os atletas. Café da manhã, almoço e jantar”, explica Monteiro. O esforço do Vasco para realizar esse trabalho gera um gasto de 600 mil reais por ano. Apesar do alto valor de custo, Monteiro afirma que o investimento vale a pena. “O colégio também serve como mais um atrativo para os atletas. É outra forma de fazer com que eles queiram jogar futebol ou praticar outros esportes no Vasco. Assim, temos mais possibilidades de revelar talentos”. Se é importante formar atletas, para o clube, também é importante formar os indivíduos. “A cada 100 jogadores de futebol, por exemplo, só sete acabam sendo aproveitados. Eles precisam ter essa dimensão, de que talvez precisem fazer outra coisa que não seja jogar futebol”.

Apesar do trabalho que vem sendo feito durante todos esses anos, Monteiro enfatiza que o ideal é sempre melhorar. “Considero um bom trabalho, mas acho que aperfeiçoar nunca é um problema. Se estamos fazendo bem, podemos sempre fazer melhor”. Com atletas estudantes, o Vasco da Gama mostra mais uma vez o seu pioneirismo. Visando o esporte e a educação, o clube mostra que é possível inovar. Formar atletas é prioridade, mas formar cidadãos é fundamental.

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1957,

o Vasco no topo do mundo O

ano de 1957 foi muito marcante para a história do futebol vascaíno e brasileiro. Em 1948, havíamos conquistado o I Campeonato Sulamericano de Clubes Campeões, em Santiago do Chile, o que nos fez o primeiro clube brasileiro a ganhar um torneio fora do nosso País. No ano de 1957, seríamos o primeiro clube brasileiro a derrotar um grande clube europeu na final de um torneio importante, e como não poderia deixar de ser, após uma virada. O Gigante da Colina era o então Campeão Carioca (1956), possuía uma agenda apertada e repleta de importantíssimos eventos. Além dos grandes jogos e torneios que o Vasco disputaria, outro acontecimento foi marcante naquele ano. Em 19 de junho de 1957, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, jogou pela primeira vez no Maracanã, marcou três gols contra a equipe do Belenenses/POR e vestia a camisa do seu time do coração, o VASCO. O início de ano se demonstrou muito promissor, e novas etapas vitoriosas estavam por vir. No dia 19 de janeiro, o Vasco conquistou o Torneio de Santiago, realizado no Chile, ao bater o Colo Colo/CHI por 3 a 2 na final. Doze dias depois, 31 de janeiro, foi a vez de nos sagrarmos campeões do Torneio Quadrangular de Lima, realizado no Peru, vencendo na final o Universitario/PER por 3 a 1. Bons ventos sopravam e levavam a caravela vascaína a momentos de glórias. Pela alta qualidade dos seus atletas, o elenco vascaíno foi obrigado a se dividir em três para dar conta de todos os eventos. Enquanto a equipe principal foi jogar os amistosos na América e Europa, o “Expressinho” ficou no Brasil para disputar o Torneio Internacional do Morumbi. Além disso, o Vasco cedeu alguns jogadores para a Seleção Brasileira, que também fazia amistosos, preparando-se para a Copa do Mundo de 1958. Para jogar no Torneio Internacional do Morumbi, o CR Vasco da Gama e o Santos Futebol Clube decidiram formar um combinado. No Rio, jogariam com o uniforme do Vasco e em São Paulo com o uniforme santista. Foi nesse torneio que o jovem Pelé jogou pela primeira vez no Maracanã e com a camisa do

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Vasco. O próprio Atleta do Século já falou sobre esse fato e o posiciona como fator fundamental para a sua primeira convocação para a Seleção Brasileira. Daí pra frente, todos já sabem o que aconteceu com aquele menino franzino. Pelo Torneio do Morumbi, no primeiro jogo o Vasco aplicou uma goleada de 6 a 1 sobre a equipe Belenenses/POR, e Pelé marcou três gols. Mais três jogos aconteceram e terminaram em 1 a 1. Um desses jogos foi contra o Flamengo, e Pelé marcou o tento vascaíno. Por falta de organização o torneio não terminou, e, consequentemente, não houve um vencedor. Na excursão à América do Norte e Central à Europa, a atuação da equipe vascaína foi simplesmente histórica. Cabe destacar as conquistas do I Torneio de Paris sobre o Real Madrid/ESP pelo placar de


4 a 3 (14 de junho) e do Troféu Teresa Herrera sobre o Athletic Bilbao/ESP por 4 a 2 (16 de junho), além da humilhante goleada aplicada sobre o Barcelona/ESP em pleno estádio Les Corts, o campo do time catalão na

época, por 7 a 2. Foram 13 jogos, sendo 10 vitórias seguidas! Apenas três derrotas nos últimos três jogos da excursão, o que pode ser explicado pelo cansaço dos atletas e pelo longo tempo longe de suas famílias.

AMISTOSOS na AMÉRICA e EUROPA Data Jogo Local 05/06 VASCO 2x1 Comb. de Willemstad 09/06 VASCO 6x2 New York Hackoah 12/06 VASCO 3x1 Racing Club Paris 14/06 VASCO 4x3 Real Madrid CF 16/06 VASCO 4x2 Athletic Bilbao 20/06 VASCO 3x1 Valencia CF 24/06 VASCO 7x2 FC Barcelona 26/06 VASCO 2x1 Valencia CF 30/06 VASCO 5x2 SL Benfica 03/07 VASCO 3x1 RCD Espanyol 08/07 VASCO 1x3 F.C. Dynamo Kyiv 11/07 VASCO 1x3 Dinamo Moskva 14/07 VASCO 0x1 Spartak Moskva

Curaçao Nova York/EUA Paris/FRA Paris/FRA La Coruña/ESP Valência/ESP Barcelona/ESP Valência/ESP Lisboa/POR Barcelona/ESP Moscou/RUS Moscou/RUS Moscou/RUS

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A força daquele time foi demonstrada contra o poderoso Real Madrid, à época bicampeão da Europa. O Vasco começou o jogo perdendo e, numa virada espetacular, venceu a dificílima peleja. Próximo do fim da partida, houve uma briga generalizada, que não se sabe ao certo como começou. Uma das versões atribui a uma cusparada de um jogador do Real Madri no vascaíno Ortunho. Já recentemente, em uma emissora de televisão, o ex-zagueiro Dario, que atuou em todos os jogos da excursão, disse que Di Stefano começou a briga, ao dar um soco em Pinga. O fato é que o Real Madrid nada pôde fazer contra o CR Vasco da Gama. O que muitos não devem saber é que o Vasco ofereceu uma revanche, mas “los merengues” refutaram, como mostra a reportagem do Jornal do Brasil, p. 19, edição de 19 de junho de 1957:

Não mais será realizado o projeto encontro de foot-ball entre as equipes do NãoVasco mais será realizado o projeto encontro da Gama, do Rio de Janeiro, e o de foot-ball entre as equipes do Vasco da Gama, Real Madrid. Isto foi o que informaram do Rio Janeiro, e o Real Madrid. Isto foi o hojedefontes fidedignas. que Os informaram hoje dirigentes dofontes Vascofidedignas. haviam dito Os dirigentes haviam dito em Paris em Paris do queVasco pretendiam concertar que um pretendiam concertar um encontro com o encontro com o campeão espacampeão os diretores do Real nhol, espanhol, porém os porém diretores do Real MaMadrid a proposta, sobsob a alegadridnão nãoaceitaram aceitaram a proposta, a ção alegação de que seus precisam descansar. de jogadores que seus jogadores precisam descansar.

O sucesso da excursão foi tão grande que vários clubes europeus tentaram comprar o passe do atacante Vavá no segundo semestre de 1957. Para o bem do Vasco e da Seleção Brasileira, a compra só veio a ser realizada após a conquista da Copa do Mundo de 1958. A importância da negativa vascaína está no fato de que só podiam jogar na Seleção jogadores que atuassem no Brasil. Quando a Diretoria vascaína negou-se a vender o jogador, o motivo era mantê-lo para a disputa do Campeonato Carioca, mas quis o destino que a atitude fosse fundamental para ganharmos a Copa. Vavá marcou os dois gols da virada na final da Copa contra a Suécia, os donos da casa. Todavia, Vavá não iria sozinho, pois Laerte também estaria incluído na transação:

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[...] o snr. Presidente do clube informou ter recebido da Espanha, por interesse do empresário José da Gama, uma proposta feita pelo Atlético Club de Madrid para a aquisição dos atletas profissionais Edvaldo Izidio Neto e Nadir Eraldo Prates por uma soma elevada. Debatido o assunto pelos presentes, resolveuse não aceitar a proposta do clube espanhol, por serem no momento os referidos atletas indispensáveis para a disputa do Campeonato Carioca de Futebol, tornando-se, assim, somente viável o estudo do assunto após o término da temporada.

(Relatório da Diretoria Administrativa, 1957; p.48)

Embora o Atlético de Madrid não tenha enfrentado o Vasco nos amistosos, seus dirigentes reconheceram a qualidade dos jogadores vascaínos. Naquele ano, também disputamos o Rio-São Paulo e o Carioca. Não os conquistamos, porém, o que realmente marcou os corações e mentes dos vascaínos foram as conquistas no Velho Continente. O Vasco demonstrou a força do futebol brasileiro, que crescia cada vez mais. Com a conquista da Copa do Mundo da Suécia em 1958, esta força foi ratificada. Da esquerda para a direita Em pé: Edgar Campos (Chefe da Delegação), Bento (Massagista), Carlos Alberto, Martim Francisco (Técnico da Equipe do Vasco), Viana, Laerte, Dario, Orlando, Ortunho e o Dr. Waldir Luz (Médico); Agachados: Sabará, Válter, Vavá, Pinga e Livinho. Domingo // 16 de junho de 1957 Estádio Municipal de Riazor La Coruña - Espanha Walmer Peres Centro de Memória CRVG


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Jogando com as próp

Em entrevista, o ex-jogador Alexandre Torres fala da sua carreira e a importâ passagem no Japão e do peso de ser filho de um dos maiores craques do mund

J

ogar com o sobrenome “Torres” nas costas não é fácil. Com essa responsabilidade, Alexandre Torres, filho do Capitão da Copa do Mundo de 1970, Carlos Alberto Torres, teve de conviver com as comparações por toda a sua carreira. Nascido em 1966, na Vila da Penha, o zagueiro conhecido pela habilidade foi campeão por onde passou, fez história no Japão e conquistou diversos títulos pelo Vasco da Gama. Assim como seu pai, Alexandre foi revelado pelo Fluminense. Ele conta que o ambiente da sua casa era o futebol, e por gostar brincar com a bola desde criança, virar jogador foi consequência. “Tudo foi complicado. Além de ser jovem, inseguro, ter minhas dúvidas de vida, eu escutava muito que não era craque como o ‘Capita’ e que só estava lá pelo sobrenome”, afirmou ele, que completou dizendo que toda aquela desconfiança o motivou ainda mais. Em 1992, o zagueiro chega ao Vasco. Vivendo ótima fase, ele foi tricampeão carioca (92/93/94) e foi convocado seis vezes para a Seleção Brasileira, pelo então técnico Carlos Alberto Parreira. Alexandre conta que os três títulos estaduais seguidos foram muito importantes. “O campeonato carioca antigamente era muito valorizado. Lembro que os estádios ficavam mais lotados até do que em torneios como a Copa do Brasil e Libertadores”, opinou. Sobre Seleção Brasileira, ele admite que queria ter ido mais longe com a amarelinha. Tendo jogado apenas um jogo, o zagueiro teve poucas oportunidades, e uma lesão no tornozelo atrapalhou ainda mais o sonho de ir para a Copa do Mundo de 1994. “Logo na minha terceira convocação, veio a entorse. Mas acredito que não fui ao mundial nos EUA porque não pude mostrar mais meu jogo pela Seleção”, explicou. No ano seguinte, após a decepção de não ter ido com o grupo campeão e ter percebido que no Brasil já tinha alcançado o topo, Alexandre topou jogar no Japão. Na terra do sol nascente, o zagueiro comenta que o começo foi complicado, principalmente, na questão no estilo de jogo japonês, mas foi uma ex-

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periência boa, já que grandes jogadores brasileiros como Dunga, Zinho e Leonardo estavam indo para o outro lado do mundo. “Quando chegou a proposta, pensei que em termos de salário e oportunidades. Eu já estava no máximo possível e, por isso, aceitei o desafio. Mas os três primeiros meses foram um desastre. O técnico era o atual treinador do Arsenal, Arsene Wenger. Ele pedia as coisas, nós jogadores não conseguíamos responder e só perdíamos”, relatou o ex-jogador, que completou dizendo que depois daquele momento turbulento, o Nagoya conquistou 15 vitórias seguidas em casa. A situação do time melhorou, e, no período em que esteve lá, duas Copas do Imperador foram conquistadas.

Alexandre Torres tem 6 títulos com a camisa do Vasco: Campeonato Carioca: 1992, 1993,1994 e 2001 Campeonato Brasileiro (Copa João Havelange): 2000 Copa Mercosul: 2000


óprias pernas

ância do Vasco da Gama na sua trajetória como profissional. Ele conta também sobre as lesões, da do. Realizado no oriente e seduzido pelo Vasco, Alexandre retorna a São Januário para disputar o Mundial Interclubes de 2000. Ele chega para um time que tinha Romário, Edmundo, Pedrinho, Felipe, entre outros. Na zaga, estrelas como Mauro Galvão, Odvan e Júnior

Eu sou um cara que pode beijar o escudo. Porque eu sempre fui profissional, cumpria o horário, não me atrasava e era bem quisto por todos dentro do Vasco. Foi um clube que me marcou.

Agora empresário, Alexandre Torres tem a ajuda do filho, Diego Torres, nessa nova carreira

Baiano também completavam o elenco. Recém-chegado ao grupo e com a concorrência acirrada, o zagueiro pouco participou no Mundial, e para piorar, na metade do ano, uma fratura no pé o tirou dos treinamentos por dois meses. No outro ano, recuperado, ele ganhou a titularidade, jogou a Libertadores inteira, mas novamente a mesma lesão atrapalhou sua carreira. Dessa vez, quase sete meses sem jogar. “Como foi a fratura no mesmo pé, eu tive que fazer cirurgia, fiquei cinco meses sem pisar e fazendo fisioterapia. Eu achava que não iria dar mais pra voltar. Mas conversando com o nosso técnico, Evaristo de Macedo, ele me disse pra me recuperar e ficar treinando para cumprir meu contrato”. Tendo ficado algumas vezes no banco, Alexandre estava insatisfeito. Sua última esperança era a pré-temporada de 2002/2003. Como não teve chances, ele decidiu encerrar a trajetória vitoriosa no clube de quase sete anos e cinco títulos no total. “Sabia que fisicamente poderia me igualar aos outros jogadores e treinei firme para isso. Recuperei o meu ponto forte, que era a antecipação. E para mim, para meus companheiros de time e torcedores, eu estava em condições de jogar pelo menos algumas partidas. Mesmo assim, o Antônio Lopes não me deu oportunidades, e eu não tinha mais estrutura psicológica para continuar”, revelou, explicando os motivos de sua saída. Mas Alexandre diz que, mesmo assim, o carinho pelo torcedor vascaíno não se apagou. “A minha relação com o cruzmaltino foi ótima. Eu sou um cara que pode beijar o escudo. Porque eu sempre fui profissional, cumpria o horário, não me atrasava e era bem quisto por todos dentro do Vasco. Foi um clube que me marcou”, declarou. Atualmente, depois de tentar seguir carreira como treinador, ele e o sócio, Ricardo Rocha, administram uma empresa que assessora clubes, agencia jogadores e promove partidas comemorativas entre boleiros. Segundo Alexandre, eventos no showbol e excursões de veteranos pela Europa já foram promovidas pela RT Prosport.

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Martha Rocha:

a força de uma vascaína O

pai era tão vascaíno que cumpriu a promessa e rezou um terço de joelhos após o Vasco vencer uma final contra o Flamengo. Foi nesse ambiente que a Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, nasceu, cresceu e se tornou vascaína. Além dela, os dois irmãos também seguiram o caminho do pai e, juntos, levaram o amor pelo Vasco adiante. Com pai e mãe portugueses, a ligação com a comunidade luso-brasileira é forte, assim como o orgulho de torcer por um clube pioneiro. “Todos esses elementos serviram para sedimentar e solidificar esse amor pelo Vasco. Não tinha como fugir, né?”, fala Martha Rocha. Apesar do forte sentimento pelo Vasco, ela explica que o pai nunca forçou nenhum dos filhos a torcer pelo clube. E o motivo não poderia ser mais nobre. “O amor dele pelo Vasco era tão grande que nos contagiou, não precisou forçar”, garante. Hoje, o amor de Martha pelo Vasco se restringe a acompanhar as notícias. A intensidade do trabalho não permite idas a São Januário e, por incrível que pareça, nem assistir aos jogos pela televisão. “Está difícil. Eu consigo ir a alguns eventos do clube, não tantos quanto gostaria, mas ainda vou. Só que acompanhar os jogos está muito difícil”. Se agora é complicado, Martha relembra dos tempos em que conseguia frequentar o Maracanã. Momentos que ela não esquece. “É uma coisa emblemática, inenarrável, não dá para você transmitir, tem que ir lá e sentir”. Esquecer também não é um verbo que pode ser aplicado à idolatria de Martha por Roberto Dinamite. O ex-jogador e atual presidente é, na opinião dela, o maior ídolo da história do clube. “O Roberto era bom demais, jogava muito”. Se foi ídolo de Martha dentro dos campos, Dinamite continua sendo fora deles.

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“É inegável o trabalho dele à frente do clube. A figura dele é de liderança. Ele trouxe para dentro do clube aquela alegria que dava para a torcida. Claro que há percalços, mas não dá para deixar de reconhecer essa liderança dele, a gestão moderna, é um orgulho”, elogia. Orgulho também é a palavra que serve para definir esse relacionamento entre Vasco e Martha Rocha, alicerçado por uma história pioneira, repleta de belos capítulos. “Dá muito orgulho ter um time que tem uma história para contar. Não dá para esquecer o papel do Vasco na liderança dos esportes, rompendo as barreiras do preconceito, e sendo instrumento de unidade entre dois países”. Entre o orgulho, a história e as raízes familiares, Martha é a prova de que o amor pelo Vasco não precisa ser forçado, ele simplesmente acontece. Ao rezar de joelhos, o pai de Martha achou que estava apenas pagando uma promessa. Nem desconfiava que aquele gesto significaria tanto para a filha. A imagem do pai, rezando de joelhos, é marcante para Martha. Assim como é marcante, também, o amor que ela sente pelo Vasco. E nenhuma reza será capaz de mudar isso.

O amor dele pelo Vasco era tão grande que nos contagiou, não precisou forçar.


Martha Rocha, chefe da PolĂ­cia Civil no Rio de Janeiro, uma apaixonada pelo Vasco

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A importância da união P

ensei por alguns segundos antes de escolher o tema que escreveria nesse retorno de um importante meio de comunicação para os vascaínos que é a revista do nosso Vasco. Mas não hesitei, resolvi falar sobre a importância da união. A união não é simples nem fácil de ser alcançada. Precisa de uma série de fatores: um objetivo grandioso, metas claras e bem definidas, profissionais do bem, comprometimento, seriedade, democracia, dedicação, a maior dose de sorte possível, entre outros que poderiam dar sequência a esta lista. Temos um objetivo macro e grandioso? Sim, temos. Nosso presidente, Roberto Dinamite, sempre expressa que o objetivo maior é: “Termos um Vasco da Gama cada vez mais forte, disputando títulos e campeão”. É um objetivo genérico? Sim, mas é o suficiente para englobar o respeito à história do nosso Vasco e ao que podemos manter e fortalecer em nosso futuro. Tenho certeza de que o Vasco da Gama, unido, é uma fortaleza capaz de enfrentar tormentas e climas hostis que levariam muitos outros clubes a um estado lastimável. O Vasco da Gama não, pelo contrário, busca em suas raízes e em sua trajetória o que de melhor aconteceu e transforma tempestades em travessias inacreditáveis. Recentemente passamos por algo assim, os anos de 2008 e 2009 refletem exatamente isso. E chegamos a uma nova e inédita conquista em 2011, que nos recolocou no mais alto degrau do cenário nacional. Também em 2011 e no corrente ano de 2012, recuperamos nosso respeito internacional com exibições de garra e superação, além de nos mantermos na luta pelo campeonato brasileiro. Mas podemos extrapolar o futebol profissional masculino, nosso carro-chefe sem dúvida, e mencionarmos esforços significativos no remo, vôlei, rúgbi, futebol feminino, beach soccer, entre outros esportes em que temos atividades. Temos pessoas de bem, gente comprometida com a evolução do Vasco da Gama, uma diretoria formada de pessoas com raízes vascaínas, conselheiros que lutam por um clube melhor, beneméritos e grandes beneméritos

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que muitos serviços já prestaram ao Vasco da Gama e uma torcida inacreditavelmente apaixonada e espetacular. Portanto, em minha opinião, temos que deixar de lado as diferenças internas, podemos discordar, sim, mas com mais respeito que muitas vezes presenciamos. Não podemos permitir bravatas ou conduções políticas qualquer que seja a razão ou motivação. Nós precisamos é de união de todos os nossos núcleos. Queremos mais, e acima de tudo, temos consciência de que podemos mais. Só não podemos aceitar que vascaínos joguem pedras em nosso próprio caminho. A cruz que nos une é ”...de malta, do nosso senhor...”, nossos times entram em disputas repletos de glórias e conquistas, refletem quebras de preconceitos históricos, reluzem esforços conjuntos como no inigualável feito da construção do Estádio Vasco da Gama (conhecido como Estádio de São Januário), transpiram posicionamentos éticos difíceis de serem vistos ainda nos dias de hoje, esbanjam democracia e igualdade.


Que tenhamos a sabedoria de pavimentarmos, juntos, novos caminhos para recorrentes vitórias aqui no Brasil e no exterior. Nossa alegria está em olharmos para o lado e sorrirmos juntos, em abraçarmos um vascaíno que não conhecemos como se fosse um amigo de infância, de termos orgulho de contarmos para nossa família nossa história, de termos e transferirmos valores inabaláveis. Não tenho a ilusão de que 100% dos vascaínos tenham consciência disso e ajam com esses valores em seus cotidianos, mas a maioria esmagadora tem, sim, e é para essa

maioria esmagadora que o Vasco da Gama luta com raça, orgulho e vence. Nascemos para conquistas e vivemos para sermos uma referência mundial. Obrigado pelo carinho na leitura e “Vamos que vamos, Vascão!!!!” Eduardo Machado - VP Marketing

Eduardo Machado Vice-Presidente de Marketing do CRVG

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Vascaíno

dentro e fora da telinha O

ator Nado Grimberg é responsável por dar vida ao personagem Ruço, da novela Cheias de Charme. Assim como seu intérprete, Ruço é um vascaíno roxo. Ao lado do melhor amigo Sandro (Marcos Palmeira), eles formam a torcida organizada do Vasco da Gama nas telinhas. O ator conta que sempre gostou de futebol e que o amor pelo clube não é de hoje. “Meu pai é vascaíno, avô, bisavô... são gerações de vascaínos. Torço pelo Vasco desde pequeno. Tenho guardada até hoje a carteirinha de sócio do meu avô, de 1950”, conta. Para ele, interpretar um vascaíno roxo nas telinhas foi uma grande oportunidade. “Está sendo ótimo. Imagina os meus amigos flamenguistas, tricolores e botafoguenses me vendo atuar com outra camisa? Iriam me

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zoar o tempo todo. Mas como ator, tenho que vestir a camisa do personagem. Eu amo meu time, tenho que vibrar, um personagem vascaíno é um personagem perfeito”, afirma. Ele conta ainda que, na pele de Ruço, tem que atuar jogando pelada com Marcos Palmeira. E confessa, em tom de brincadeira: “Eu gosto de futebol, mas não jogo bola muito bem”. Vascaíno roxo na ficção e na vida real, Nado fala sobre as provocações e a receptividade nas ruas. “É incrível, chama atenção, principalmente das crianças, elas amam o Ruço. As provocações são recebidas com bom humor e irreverência, sempre em clima de brincadeira, assim é saudável”, afirma. Moda entre os jogadores, as trancinhas nos cabelos se tornaram uma forte característi-


ca do personagem, e o ator conta de onde surgiu a ideia. “Vi que estavam mudando o cabelo dos atores, pesquisei na internet e encontrei as trancinhas. Achei ótimo, porque muitos jogadores, como o Carlos Alberto, já usaram. Achei interessante, para remeter o personagem ao futebol”, diz. Como todo torcedor, o ator também tem boas recordações do time. “A final do Taça Libertadores contra o Barcelona do Equador em 1998, e em 2000, quando fomos campeões da Copa Mercosul com uma virada histórica em cima do Palmeiras foram as partidas mais emocionantes do Vasco para mim”, relembra. Para Nado, o Vasco teve muitas gerações de ídolos, mas o grande nome do clube é o exjogador e atual Presidente do clube, Roberto

Dinamite. “Na minha opinião, todo vascaíno deve ter o Roberto como ídolo. Ele é um cara que vestiu a camisa. Hoje se oferece dinheiro, e os jogadores vão embora. Com o Roberto, não foi assim”, comenta. Time de muitas gerações, o Vasco tem muitos ídolos na história, mas não parou de formá-los. Nado também tem um ídolo no atual elenco: “Felipe. Eu gosto muito dele no time do Vasco hoje”, conta. O ator fez questão de deixar o seu recado, e brincou: “Desta vez, quem fala é o Nado, e não o Ruço: alô, torcida vascaína, espero um convite para participar de uma dessas grandes festas do futebol que vocês fazem em São Januário em dias de jogos”, exclamou.

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Chega ao fim a a

3 Copa Cruzmaltina dos As N

a 3ª Copa Cruzmaltina dos Associados, torcedor é jogador. E após dois sábados seguidos de plena disputa e confraternização nos campos sintéticos do clube, o torneio, finalmente, teve o seu desfecho. Com disputas de sétimo ao primeiro lugar, o sócio-torcedor foi para o campo e brilhou nas quatro linhas de São Januário. Nesse último dia de copa, o evento teve direito a torcida, distribuição de brindes, goleada, ânimos à flor da pele, mas também muito fair-play. Depois de o Verão de Montevidéu vencer, nos pênaltis, o Barcelona ganhar por 2 x 1 na partida pelo sétimo lugar, e o Internacional do Chile derrotar por 1 x 0 o Teresa Herrera e ficar com o quinto, as disputas pelo terceiro e primeiro lugares agitaram a arquibancada do Gigante da Colina. Apesar de ser o jogo para definir a terceira colocação, o embate entre o Sevilha e o Paris não foi nada disputado. Na verdade, o time com nome da cidade espanhola deu um chocolate e bateu o adversário por 4 x 0. Melhor postado em campo, o time de laranja jogou no erro do rival para fazer o placar elástico. Para Willian, camisa 9 do Sevilha, apesar dos quatro gols, o jogo foi difícil pelo fato de o campo ser grande. Considerado o melhor da partida, ele exaltou a força do grupo. “Eu desarmei, dei passe para gol e ainda marquei, mas não acredito que fui o melhor em campo. O que vale é a equipe”, afirmou Willian, que ainda completou dizendo que foi um prazer jogar a Copa dos Associados, e pretende participar outras vezes. Na final, o clima esquentou. Do lado do Copa de Ouro, o intervalo teve discussões entre jogadores, muitas reclamações contra a arbitragem e, em protesto, o treinador saiu de campo. Já o Ramón de Carranza, que não tem nada a ver com isso, demonstrando ser um time mais organizado e equilibrado, foi campeão com gols de Ubirajara, Bruno Pereira e Anderson. Angelo, artilheiro do campeonato, ainda descontou para o time de azul, mas não evitou a derrota por 3 x 1. Para o técnico do time campeão e diretor da Força Jovem, Claudinho, a sua equipe foi se acertando durante o torneio e, por isso, levou

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o caneco. ”O nosso primeiro jogo foi complicado. Mas depois fomos encaixando e acabamos formando uma equipe boa e vencedora”, disse ele, que ainda completou dizendo que todos os times que participaram também estão de parabéns. A 3a Copa Cruzmaltina foi organizada pelo Social Eventos (SoEve). E a coordenadora executiva do SoEve, Marta Túlio, disse que é um projeto que só acontece pelo apoio do presidente Roberto Dinamite. De acordo com ela, o conceito da copa é integrar os sócios-torcedores. “Agradeço ao pessoal do Marketing e do Departamento Social pelo apoio. Fico emocionada ao ver esse sonho realizado, mas ano que vem estamos aqui novamente”, concluiu. Disputa de sétimo lugar: Verão de Montevidéu (1) 0x0 (2) Barcelona Disputa de quinto lugar: Internacional do Chile 0x1 Teresa Herrera Disputa de terceiro lugar: Sevilha 4x0 Paris Disputa do título: Ramón de Carranza 3x1 Copa de Ouro

Em segundo lugar, Copa de Ouro também merece aplausos


ssociados

A torcedora Elisa Sá recebe da coordenadora executiva do SOEVE, Marta Túlio, o edredom sorteado

Ricardo Luiz também foi sorteado e levou uma prancha de Bodyboarding personalizada para casa

Durante as pausas de cada jogo, a organização distribuiu diversos produtos oficiais do Vasco na arquibancada. Entre os brindes sorteados, uma prancha de bodyboard foi para o jogador do Internacional do Chile, Ricardo Luiz. Mais conhecido como “Alemão”, ele disse que independente do brinde, foi bom ter participado com os amigos de estádio. “A gente se conheceu aqui, vem sempre ver jogo juntos. Foi muito bom jogar a copa”, complementou. Elisa Sá, acostumada a estar na arquibancada com a Força Jovem, na Copa dos Associados foi torcedora do Ramón de Carranza. Ela também foi sorteada e ganhou um edredom do Vasco. “Era tudo que eu mais queria. Esses dias mesmo, eu já estava pensando em comprar um, e sendo do Vasco melhor ainda”, disse ela.

A equipe do Sevilha é só sorrisos com a medalha de bronze no peito

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Ram贸n de Carranza festeja a conquista da 3陋 Copa Cruzmaltina de Associados

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Business no futebol D

e acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas e da CBF, o futebol mundial gera uma das maiores movimentações em negócios no mundo, incluindo os agentes diretos, como clubes, e os indiretos, como indústrias de equipamentos esportivos, empresas de marketing e a mídia. No Brasil, dados mostram que o futebol é uma atividade econômica com grande capacidade de gerar empregos, possuindo um efeito multiplicador maior do que em vários setores tradicionais, envolvendo: 350 mil empregos diretos, 30 milhões de praticantes, formais e não formais, 600 mil participantes em 13 mil times que participam de jogos organizados, 580 estádios com capacidade para abrigar mais de 5,5 milhões de torcedores, ao mesmo tempo, cerca de 500 clubes profissionais disputando uma média de 70 partidas por ano. O fornecimento anual de materiais e equipamentos esportivos: são cerca de 9 milhões de chuteiras para futebol e futsal, 6 milhões de bolas e 35 milhões de camisas. Mesmo assim, o Brasil está longe de aproveitar todo o seu potencial. Comparado ao valor mundial, o futebol brasileiro representa menos de 1% dos 280 bilhões de dólares movimentados anualmente. Além dos problemas estruturais da nossa economia e das diferenças de renda per capita (agora minimizados, tendo em vista a crise financeira mundial) entre o Brasil e os principais países que investem no futebol – por exemplo, Espanha,

Alemanha, Itália e Inglaterra, e mais recentemente os países árabes e os da ex-URSS. A má administração dos dirigentes de clubes e federações de futebol tem sido apontada como a maior causa, fazendo com que o futebol brasileiro não consiga aproveitar plenamente seu potencial econômico, principalmente nos clubes e federações. O valor potencial dos clubes de futebol no Brasil depende principalmente do número de torcedores, daí cada vez mais a importância e a incidência de pesquisas. Por outro lado, procura-se estimar quanto, em média, cada torcedor gasta anualmente com o futebol no Brasil. Surge a necessidade de aprimoramento e de profissionalização dos dirigentes de clubes e federações. Por exemplo, várias questões relacionadas com o descaso com o cliente torcedor, tais como a violência e a má acomodação nos estádios, a dificuldade para estacionar com segurança, as negociações dos melhores jogadores para a Europa, momentaneamente desfocada para a Ásia e os países árabes, a pulverização dos direitos federativos dos atletas, e principalmente a concentração de recursos e poder na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Federações Estaduais. Todas essas ações representam políticas administrativas ou posicionamentos estratégicos tidos como equivocados e que, ao mesmo tempo, dificultam a mudança de comando no poder de clubes e federações e

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desvalorizam o potencial de geração de renda nesse segmento. Os problemas do futebol brasileiro, acima citados, deram origem a inúmeras mudanças na Legislação Esportiva (Lei Pelé em 1998, Nova Lei Pelé em 2001 e 2003, Estatuto do Torcedor em 2003), todas buscando equacionar tais problemas pela via político-institucional. É neste contexto que surgem cursos de especialização esportiva, com o intuito de suprir a carência de conhecimento pela transmissão de conceitos administrativos aos atuais e futuros gestores do esporte e do futebol. Além disso, as parcerias entre empresas investidoras e clubes, que se verificaram no Brasil nos últimos tempos, sinalizam a necessidade de novas perspectivas de gestão para o negócio futebol. Fizeram parte desse universo, empresas que aportaram recursos nos clubes com os mais variados interesses. Desde empresas especializadas em marketing esportivo ou envolvidas com investimentos no setor de mídia e entretenimento, como as parcerias entre Corinthians e Hicks Muse Tate & Furst, e entre Flamengo e a International Sports Leisure (ISL), até empresas interessadas em atuar no mercado de compra e venda de jogadores, como as parcerias entre a A.D. São Caetano e a Datha Representações, e até mesmo entre a Parmalat e os times Palmeiras e Juventude. A Klefer e a Traffic começaram com o volumoso negócio de colocação de placas nos estádios (publicidade estática), sendo que a Traffic é, nos dias de hoje, uma das principais participantes do negócio futebol. Assim, a década de 90 propiciou a uma série de mudanças na administração do futebol, embora a maioria dessas parcerias tenha sido desfeita antes do término do contrato. No entanto, apesar de o torcedor (há procura de um envolvimento maior com a torcida, nas atividades do clube) representar o consumidor final de espetáculos futebolísticos, outros fatores são importantes para os clubes de futebol. A compra de direitos de exploração e transmissão de jogos e serviços de marketing esportivo, promoção, publicidade, exposição na mídia e a venda de direitos de utilização dos campeonatos e da marca do clube via transmissão dos jogos, via loterias e venda de produtos licenciados representam transações de intangíveis que são utilizados para produzir

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novas transações de serviços aos torcedores: transmissão dos jogos via pay-per-view ou via TV aberta, venda de loterias, venda de produtos licenciados e de propaganda nos horários/ espaços dos jogos/eventos esportivos. Faz-se necessário definir o clube como um agente econômico gerador de custos com salários, principalmente do departamento técnico (treinadores, jogadores, preparadores, psicólogos, contratações e prêmios dos profissionais, direitos de imagem), e receitas geradas por meio da exploração do mercado de torcedores (venda de direitos de TV, bilheteria, patrocínio de uniforme, patrocínio de material esportivo, venda de produtos licenciados e de jogadores). De certo modo, percebe-se uma proporção entre desempenho esportivo, gasto com salários e receitas na aferição no número de torcedores. Times mais vitoriosos provavelmente atrairão maiores receitas. No Brasil, a preocupação dos dirigentes sempre foi com a montagem de um grande elenco, com despesas (salários) e investimentos (contratações) exorbitantes e pouca preocupação com a ge-


ração de receitas que tal time pode auferir, comportamento pautado na impunidade de tais atos. Considero importante no futuro, a cooperação dos clubes de futebol entre si, visando objetivos comuns, por exemplo: combate à pirataria. Uma novidade no mercado atual é que parcela substancial da receita de clubes ingleses e espanhóis advém da negociação de material esportivo na Ásia, com predominância na China, envolvendo ainda pré-temporadas e amistosos, transmissões esportivas, direitos de imagem diversos, pacotes de viagensrelâmpago, visando conhecer os estádios e assistirem aos jogos desses clubes. A internacionalização das marcas dos clubes é um procedimento primordial e irreversível. A bagagem histórica e a participação cidadã dos clubes são, também, fatores importantes na constituição de um marketing poderoso, sendo até um diferencial. O Vasco foi o primeiro clube brasileiro a contar com jogadores negros em seu elenco, embora alguns pesquisadores defendam que

a primazia foi do Bangu; outros, a Ponte Preta. Mas não há dúvida de que o Club de Regatas Vasco da Gama adotou uma inovadora política de inclusão de atletas negros e mulatos que não pertenciam à elite. E que lutou para que eles não fossem excluídos do esporte, contribuindo decisivamente para que o futebol deixasse de ser um esporte exclusivo de brancos. Ao Vasco, foi exigido que 12 jogadores fossem afastados, por não atenderam aos requisitos impostos pela AMEA. Diante do ultimato, o presidente do clube, José Augusto Prestes, assinou um ofício de 7 de abril de 1924, que ficou famoso na história do futebol carioca e brasileiro como um libelo democrático. Salientamos ainda a participação decisiva na era Vargas, com São Januário como palco, e a colaboração vascaína junto à Força Expedicionária Brasileira (FEB). Do negócio futebol e da gestão estratégica dos clubes, evidencia-se o manancial a ser explorado, nas áreas de gestão econômicofinanceira e marketing de serviços, a otimização do uso das mídias sociais. Hoje, cada espaço do uniforme torna-se mercadoria em potencial. O lançamento contínuo de uniformes, segundas camisas e de treino e os franchisings diversos constituem importante fonte de renda. O merchandising torna-se fator preponderante para o sucesso, de qualquer ente esportivo. Jorge Luiz Raggio Carneiro Conselheiro do CRVG

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114 anos do Vasco:

é festa, com três presentes O

Vasco é alegria, é festa, é vibração. O aniversário de 114 anos do clube foi celebrado com alvorada, missa de agradecimento, homenagem na Câmara dos Vereadores e uma festa de gala, com grandes presentes para os vascaínos. Na noite do dia 21 de agosto, na sede Náutica da Lagoa, foi realizada uma sessão solene, que recebeu a visita do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Vascaíno de coração e orador do evento, Paes, com a permissão da diretoria, anunciou três grandes e boas notícias para os vascaínos: o Vasco como sede olímpica do rugby nas olimpíadas de 2016, o Centro de Treinamento (CT) para o futebol profissional e as obras da Prefeitura em torno de São Januário. O início do trabalho de recuperação do nosso estádio ainda neste final de mês. São Januário será recuperado com toda a sua beleza e na Olimpíada de 2016, nós vamos ter o rugby aqui. Outro desafio é que o Vasco terá seu Centro de Treinamento em Vargem Grande, um espaço de ponta cedido pela prefeitura do Rio Janeiro. O Vasco vai continuar apontando para o futuro do Rio de Janeiro – frisou o prefeito. Presente em todos os festejos pelo aniversário do clube, Roberto Dinamite ficou emocionado na solenidade na Lagoa: “A semana de aniversário é muito especial para todos nós, vascaínos. Tivemos as boas notícias anunciadas pelo prefeito que só têm a contribuir, e muito, para o clube. Aproveito para deixar os parabéns de braços abertos, como o nosso Cristo do Rio de Janeiro, ao meu querido Vasco da Gama. Hoje é nosso dia, amanhã também e ao longo de todos os anos, também será o nosso dia porque o Vasco é ‘eterno’”, disse o mandatário e maior ídolo do clube. Além de Eduardo Paes e Roberto Dinamite, estiveram presentes na sessão solene vice-presidentes, sócios, conselheiros, beneméritos, convidados ilustres, como a atriz Desirée Oliveira, a “morena difícil” do Zorra Total, programa humorístico da Rede Globo, e autoridades do Rio de Janeiro, entre eles, a chefe da polícia civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, e o presidente da OAB do Rio de Janeiro, o doutor Wadih Damous. Durante a cerimônia na sede Náutica da La-

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goa, os convidados protagonizaram um emocionante minuto de silêncio para ilustres cruzmaltinos, falecidos neste ano de 2012, como o guitarrista Celso Blues Boy. A diretoria do Vasco também prestou homenagens, com a entrega dos escudos, aos sócios que completaram 50 e 70 anos de clube. Uma das venerações foi para Laura Eunice das Chagas, de 78 anos, campeã de atletismo pelo CRVG e que soma 680 medalhas na carreira, sendo 300 delas conquistadas pelo Gigante da Colina. Laura é sócia há 58 anos. Raquel Vieira Jornalista CRVG Marcelo Sadio Fotos

Salão da sede da Lagoa com Conselheiros e convidados.

O Presidente Roberto Dinamite ao lado do bolo de aniversário.


s!

O Prefeito Eduardo Paes, orador da cerimônia, realiza seu discurso.

O Presidente Roberto Dinamite e o Presidente Abilio Borges parabenizam o Prefeito Eduardo Paes pelo o anúncio de investimentos da Prefeitura no entorno de São Januário.

A atriz Desirée Oliveira mostra o bolo de aniversário de 114 anos do CRVG.

Laura, ex-atleta do CRVG, recebe a homenagem do Prefeito Eduardo Paes e do Presidente do Conselho Deliberativo, Abílio Borges.

Vice-Presidente Médico Manoel Moutinho entrega o medalhão do CRVG ao Prefeito Eduardo Paes.

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O Vice-Presidente de Relações Especializadas Jõao Ernesto, com Conselheiros do clube.

Dr. Olavo Monteiro, o Prefeito e o Presidente Roberto, com seu assessor, Leonardo Marins.

Eduardo Machado, Vice de Marketing, e Nelson Rocha, Vice Financeiro.

Dr. José Carlos Osório, grande benemérito do CRVG, recebendo sua comemoração.

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O Presidente Roberto Dinamite com os seus VicePresidentes no café da manhã em São Januário.

O Secretário de Conservação do Município, Carlos R. F. Osório, o Vice Social, Mussa, e a Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha.

Depois da alvorada em São Januário, os Conselheiros tomam café no restaurante.

Cerimônia de hasteamento da bandeira na Alvorada, no dia 21.

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Mais homenagem N

esta primeira edição da Revista do Vasco, não podíamos deixar de homenagear Marília, coordenadora da Secretaria e o Conselheiro Nelson Carneiro, duas pessoas que vivem o dia a dia do Vasco há anos e recentemente completaram marcas expressivas dentro do clube. Embora não sejam figuras tão conhecidas pelos torcedores, são cruzmaltinos que acumulam boas histórias de amor pelo Gigante da Colina. Dona Marília completou 50 anos de Vasco no último mês e, pelo carisma de sempre, ganhou uma festa surpresa de alguns amigos, que também trabalham em São Januário. Marília não escondeu a emoção pela comemoração surpresa: “É muito bom poder estar aqui no Vasco completando 50 anos. Sou uma pessoa muito feliz por trabalhar no Vasco, onde fiz grandes amigos. Não consigo nem falar nada, só tenho que agradecer”, disse Marília, com as lágrimas escorrendo pelo rosto. Já no mês de junho, a festa foi de Nelson Carneiro Fontes, que completou 70 anos de sócio no clube. Um dos Conselheiros mais antigos do clube e pai de três filhos vascaínos, Nelson sempre teve a portaria principal do estádio como o quintal de sua casa, pois morava em uma casa próxima ao estádio, onde hoje funciona o Ginásio do Forninho.

Em São Januário, incentivado pelo seu pai que era sócio, ele chegou a praticar futebol, tênis e natação, quando inclusive estreou a piscina da Colina Histórica, dando o primeiro mergulho, enquanto ela ainda recebia seu primeiro volume de água: “Participei dessa primeira turma de natação do Vasco, mas minha paixão era o tênis, esporte falado por muitos como a elite do quadro social naquela época. As três quadras de tênis que iluminavam São Januário eram frequentadas por pessoas ilustres, como a escritora Rachel de Queiroz, vascaína que fez história no cenário brasileiro com seus romances”, relembra Nelson Carneiro, que guarda com carinho dois grandes prêmios dados pelo Vasco, os títulos de 25 anos, 50 anos, e agora o de 70 anos como sócio. Raquel Vieira Jornalista CRVG Marcelo Sadio Fotos

Nelson Fontes recebe, do Vereador Roberto Monteiro, a sua homenagem pelos 70 anos de vida associativa.

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