Turismo Social - Sesc Sao Paulo

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Cyneida Arantes Silva, Denise Mirele Kieling, Gabriela da Silva Neves, Leila Yuri Ichikawa e Silvia Eri Hirao

Turismo Social no Sesc S達o Paulo Social Tourism in Sesc S達o Paulo Palavras-chave: Sesc, Direito ao Turismo, Turismo Social Keywords: Sesc, Right to Tourism, Social Tourism


Resumo | Abstract O Programa de Turismo Social do Serviço Social do Comércio no Estado de São Paulo – Sesc São Paulo tem entre suas diretrizes a perspectiva educativa e de promoção social, realizando suas ações, com o intuito de proporcionar a integração social e cultural por meio do envolvimento direto com diferentes modos de vida e tradições, além de possibilitar o enriquecimento de conhecimentos e contribuir com a formação de um indivíduo que viaje de maneira harmoniosa e responsável. Para tanto, o Sesc SP propõe atividades em diferentes eixos de trabalho: passeios,

excursões, Brasileiro que nem eu, Outras Viagens e hospedagem social.

The Social Tourism Program of Serviço Social do Comércio (Commerce Social Service) in the State of São Paulo – Sesc São Paulo has among its guidelines the educational perspective and social promotion, performing its actions, in order to promote the

social and cultural integration trought the direct involviment with differents tradicionals and ways of life, in addition to knowledge enhancement and contribute with the individuals formation who travels harmonious and responsibly. For both, Sesc SP propose activies in different areas of work: tours, excursions, Brasileiro que nem eu (Brazilian like me), Outras Viagens (Other travels) and social lodging.


Contexto histórico  1948: Inauguração da Colônia de Férias Ruy Fonseca (atualmente

denominada Centro de Férias Sesc Bertioga)  1951: Início da programação de excursões com pernoites  1972: Adoção da Carta de Viena pela OITS:

Turismo social é conjunto de relações e fenômenos resultantes da participação no turismo de camadas sociais modestas, participação que se torna possível ou facilitada por medidas de caráter social bem definido, mas que implicam um predomínio da ideia de serviço e não de lucro.  1996: Início da programação de Passeios de um dia Adoção da Declaração de Montreal - Por uma visão humanista e social do turismo (BITS / OITS) O objetivo primeiro de todas as iniciativas de turismo social deve ser a realização plena das potencialidades de cada indivíduo, como pessoa e como cidadão  o eixo central que articula todo o restante é a pessoa, tanto a que viaja como aquela que recebe os viajantes em sua comunidade


Contexto histórico  2002: Intensificação de programação de atividades turísticas sem deslocamentos espaciais e cria o eixo programático Outras Viagens  2006: Adoção do Adendo de Aubagne Por um turismo de desenvolvimento e

de solidariedade (BITS / OITS): Evidenciando o turismo social como um “turismo de desenvolvimento”: é assumido como uma ferramenta de luta contra a pobreza, a exploração, a discriminação e a desigualdade  princípio ético do turismo.  2010: Intensificação da programação de roteiros inspirados no turismo de base comunitária, privilegiando o contato e integração entre visitantes e visitados, criando o projeto Brasileiro que nem eu  2013: Estudos para a implantação de roteiros que atendam a pessoas com deficiência


Caracterização da ação  Turismo Receptivo  Passeios locais  Passeios regionais  Hospedagem Social  Turismo Emissivo  Excursões (com pernoite)  Passeios  Circuitos  Passeios auto guiados  Outras Viagens  Oficinas  Bate-papos  Exposições  Expedições Virtuais


Caracterização da ação Alguns números do Turismo Social no Sesc São Paulo... 

34 centros culturais e desportivos

26 unidades desenvolvendo ações em Turismo Social em todo o Estado de São Paulo

1 centro de hospedagem social (Centro de Férias Sesc Bertioga)

650 profissionais envolvidos com as ações de Turismo Social  70 programadores e produtores de turismo emissivo  110 profissionais de atendimento  470 profissionais vinculados ao turismo receptivo


Caracterização da ação Alguns números do Turismo Social no Sesc São Paulo... 

Panorama de atendimentos (2013)  Outras Viagens: cerca de 6 mil pessoas 

Turismo Emissivo  519 excursões e cerca de 18 mil pessoas  331 passeios e mais de 9,5 mil pessoas

Turismo Receptivo  Hospedagem:  1.272 leitos (em ampliação)  mais de 250 mil diárias de hospedagem  Balneário (Passe um dia no Sesc Bertioga: 8h às 18h):  450 visitantes (em ampliação para atendimento de 600 visitantes)  mais de 30 mil pessoas


Diretrizes técnicas Base conceitual Integrar um conjunto de ações que fazem do exercício das relações sociais uma estratégia para o desenvolvimento de capacidades substantivas dos indivíduos e para o fomento do convívio ético e solidário, com o outro e com o meio no qual estão inseridos, numa práxis educativa voltada ao

fortalecimento da autonomia.


Diretrizes técnicas Protagonismo dos participantes Busca estimular a participação efetiva das pessoas na atividade turística, constituindo processos dialógicos de construção de saberes, relações de contato com as diferenças, de apropriação da realidade a partir de leituras críticas e contextualizadas e de superação de restrições que impedem os sujeitos de construírem sua “capacidade de assumir uma presença consciente no mundo” Estratégias  Ênfase na formação de mediadores, como guias de turismo e especialistas, tendo-os como agentes chave na promoção da participação;  Uso de materiais de mediação, como folhetos, livros, filmes e músicas.


Diretrizes técnicas

Materiais de mediação


Diretrizes técnicas Educação pelo e para o Turismo Educação pelo turismo O participante é estimulado a encontrar um novo universo de referências, aprendendo enquanto faz sua própria leitura do mundo e capta uma ampla gama de significados associados ao local visitado, podendo contribuir ativamente para sua conservação.

Educação para o turismo O turismo social atua como agente formador de público potencial do mercado turístico


Diretrizes técnicas Operacionalização ética e sustentável  Conservação dos recursos naturais das regiões visitadas;  Respeito às comunidades locais e às suas tradições materiais e imateriais;

 Proteção integral dos viajantes e de seus bens;  Disponibilização de informação segura e acurada sobre os destinos e sobre a atividade;  Participação equânime de todos os agentes envolvidos no desenvolvimento operacional da atividade;

 Garantia dos direitos e deveres dos fornecedores de produtos e prestadores de serviços.


Diretrizes técnicas Democratização do acesso ao turismo Busca a inclusão de indivíduos que não poderiam viajar por falta de conhecimentos (ou hábito) sobre as viagens e falta de condições financeiras; 

Ampliação de subsídio financeiro;

Subsídio em projetos especiais: 

Por dentro de sua cidade;

Roteiros com intervenções artísticas;

Brasileiro que nem eu (projeto inspirado no turismo de base comunitária).


Comunicação  Deve colaborar para a democratização do acesso ao fazer chegar a informação a públicos variados;  A garantia de informações acuradas sobre as atividades promovem corresponsabilidade sobre o roteiro (transparência e promoção do

protagonismo);  A comunicação como estratégia de mediação valoriza recursos visuais para provocações e questionamentos (educação pelo turismo);  A transparência estimula o consumo crítico do turismo. (educação para o turismo)


Algumas experiências: passeios

Caminho dos Orixás: raízes afro em São Paulo Passeio em alguns pontos da cidade que marcam a presença da diversidade e riqueza cultural africana, abordando as

danças, as festas, a culinária e a religiosidade. Visitas ao Museu Afro Brasil e a um terreiro de religião afro-brasileira. Incluiu acompanhamento especializado, ingressos, visitas monitoradas e almoço. Antes do passeio houve bate-papo preparatório com o Prof. Dr. Reginaldo Prandi


Algumas experiências: passeios Piquenique da Dona Veridiana Caminhada pelo bairro da Consolação guiada pela “persona” Veridiana da Silva Prado, aristocrata proprietária de terras e intelectual paulistana, encarnada no passeio pela atriz Mara Heleno. Considerada uma das três “fundadoras” do bairro de Higienópolis, Veridiana criou um concorrido salão cultural onde recebia artistas, intelectuais, cientistas, estadistas e membros da família real, como o imperador D. Pedro II e a Princesa Isabel. Durante o roteiro, Dona Veridiana discorrerá sobre a sua história, aventuras e curiosidades da vida na cidade de São Paulo em meados do século XIX. O passeio é finalizado com um piquenique na Praça Buenos Aires. Mediadores: Dolores Freixa e Vanderlei Ribas (historiadores).


Algumas experiências: passeios Chão Caipira: Paraibuna (SP) Tomar um café caipira, ouvir uma roda de viola,

provar os sabores das fazendas e aprender sobre os costumes locais são os principais atrativos desse roteiro, que pretende apresentar aos viajantes as tradições caipiras de Paraibuna. O grupo visitará o centro da cidade e algumas propriedades rurais, onde será possível conhecer um pouco da produção local. Toda a visita será conduzida por jovens moradores, que estão se preparando para aprimorar o turismo local.


Algumas experiências: excursões Lagamar (Cananéia e Ilha do Cardoso, SP) Conjunto de Unidades de Conservação e áreas protegidas, o Lagamar possui grandes áreas de manguezais e ecossistemas associados à Mata Atlântica, que mostram ao visitante a transição que acontece entre a floresta e o mar. Neste roteiro, serão visitados os principais atrativos de Cananéia e do Parque Estadual Ilha do Cardoso, possibilitando o contato direto com a cultura tradicional caiçara, presente no dia a dia de seus moradores através da pesca artesanal, culinária, música e dança, além de uma visita à Comunidade Quilombola do Mandira, cuja principal atividade é a extração de ostras nativas


Algumas experiências: excursões Missões Jesuíticas [Treze Tílias (SC), Santo Ângelo (RS), Porto Alegre (RS), Joinville (SC) e Posadas (Argentina)] A região de Missões é marcada por importantes

fatos históricos sobre a formação da região Sul do Brasil. O conjunto arquitetônico da cidade de São Miguel das Missões foi reconhecido pela Unesco em 1983 como Patrimônio Cultural da Humanidade, além de proporcionar a admiração junto às ruínas de antigas construções jesuíticas, testemunhas da saga missioneira e guarani


Algumas experiências: excursões Entre a serra e o mar (Bertioga, SP) Os viajantes são convidados a conhecer a história, a cultura, as riquezas naturais e as comunidades que vivem na cidade de Bertioga e em seu entorno. Localizado entre a Mata Atlântica e o mar, o Centro de Férias Sesc Bertioga possui vocação natural para o desenvolvimento de ações socioambientais, nas quais a biodiversidade e a cultura local são abordadas por meio de passeios, vivências e oficinas que buscam aliar o descanso e divertimento à descoberta e ao conhecimento.


Algumas experiências: Outras viagens Quem disse que para viajar é preciso se deslocar de um lugar para o outro? Dê asas à imaginação e

viaje a partir de literatura de viagem, exposições, palestras, oficinas e outras ações, como a exposição De mala pronta


Algumas experiências: Brasileiro que nem eu Roteiros inspirados na experiência do turismo de base comunitária, possibilitando a convivência com diferentes comunidades e o aprendizado sobre hábitos e costumes de outros locais. Nos arredores de Paraty: cultura caiçara (Paraty e Mamanguá, RJ) Considerada Patrimônio Histórico Nacional, Paraty reúne história, natureza e cultura como principais

atrativos. As ruas do Centro histórico ainda preservam o calçamento de “pé de moleque” e são palco de muitas expressões artísticas e culturais. Há alguns quilômetros do centro, margeado por montanhas de Mata Atlântica, localiza-se o Saco do Mamanguá, uma área de proteção ambiental que abriga uma comunidade tradicional de caiçaras que vivem da pesca e da confecção de artesanatos em caixeta. O acesso é feito por barcos e trilhas. Neste roteiro também haverá um passeio em Trindade.


Algumas experiências: Brasileiro que nem eu Circuito Quilombola: Quilombos do Vale do Ribeira (Eldorado, SP) O Vale do Ribeira no estado de São Paulo abriga diversos grupos quilombolas. Neste roteiro, será possível conhecer histórias de luta e resistência de comunidades quilombolas que contribuem para a

preservação das riquezas culturais e naturais de sua região, além de reconhecer o patrimônio históricocultural desses locais através das memórias de seus habitantes e, a partir dessa interação, experimentar novas sensações. Passeios por trilhas e cachoeiras e apresentações de diferentes manifestações culturais tradicionais, como a “Nhá Maruca” e o preparo de farinha, também fazem parte desta viagem. Hospedagem comunitária no Quilombo Ivaporunduva.


Algumas experiências: Hospedagem social

Viajantes O Centro de Férias Sesc Bertioga, recebe

grupos de pessoas com idades acima de 60 anos e convida os viajantes a conhecer a história e cultura da região por meio de atividades artístico-culturais e passeios pelo entorno da unidade.


Na medida em que viaja, o viajante desenraiza, solta, liberta. Pode lançar-se pelos caminhos e pela imaginação, atravessar fronteiras e dissolver barreira, inventar diferenças e imaginar similaridades. A sua imaginação voa longe, defronta-se com o desconhecido, maravilhoso, ou insólito, absurdo, terrificante. Tanto se perde como se encontra, ao mesmo tempo que se reafirma e modifica. No curso da viagem há sempre alguma

transfiguração, de tal modo que aquele que parte não é nunca o mesmo que regressa. [A Metáfora da Viagem. Octávio Ianni]


Gerência de Programas Socioeducativos Coordenação de Turismo Social Cyneida Arantes Silva | cyneida@sescsp.org.br Denise Miréle Kieling | denise@sescsp.org.br Gabriela da Silva Neves | gabrielaneves@sescsp.org.br Leila Yuri Ichikawa | leila@sescsp.org.br

Sílvia Eri Hirao | silvia@sescsp.org.br


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