Revista Terezona 3

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WE BELIEVE IN

FREEDOM


M


É

ao som de Rita Lee, da liberdade de uma das roqueiras mais respeitadas do país, que abrimos os trabalhos na nossa revista de número 3. A liberdade e a coragem que fizeram Rita encarar a polícia em Aracaju são as mesmas que nos norteiam na Terezona. Aqui, falamos do que queremos e quando queremos.

Dançar para não dançar.

Idealização:

Mirton Realização:

Mirton e Pecê Lopes Capa: Sanatiel Costa Colaborações: Matolli e

Clube do Balanço, Roraima e Tere Groove, Daniel Solon, Bernardo Aurélio, André

Gonçalves, Marcelo Evelin, Feliciano Bezerra, Sanatiel Costa, Juliana Cesso, Irakerly Filho, Gabriel Louback, Pedro Jansen, Pai Moscão e Rebeca Santos.

Este número da nossa revista também é dedicado à imagem. Difícil falar de liberdade sem falar de imagem. Ela nos choca, enche os olhos de beleza, informa, colori e desvanece os sentimentos. E escolhemos fotógrafos amadores e profissionais, cada um com um olhar. Vale passear pelo mundo através das lentes de André Gonçalves, Marcelo Evelin e Mirton. Passar pela Austrália e conhecer instagramados momentos de Juliana Cesso, dublar na ponte aérea RIOSAMPA com Irakerly Filho e se colorir com as imagens do carnaval de Rebeca Santos.

A música pede passagem nos Revisão: Thiago E acordes do samba-rock do Clube do Balanço e da Terê Quer participar? Envie um email Groove. Toda ginga do mestre com sugestões para: Benjor nas mãos dos novos terezona.revista@gmail.com herdeiros do ritmo que dá a maior pista. Twitter: twitter.com/revistaterezona

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A poesia procura seu lugar nas linhas do Prof. Feliciano Bezerra, que tece um belo


texto e nos faz viajar. A irreverência dos conselhos de Pai Moscão que dribla a SOPA e nos intima a baixar os melhores discos do momento pra sair do encosto que, neste caso, lê-se DANÇAR. Já que estamos falando de liberdade e imagem, vamos falar, sim, de cinema. Pecê Lopes, Gabriel Louback e Pedro Jansen falam sobre seus filmes preferidos. E a nossa capa? Gostaram? Pois é, convidamos mais um grande talento das artes gráficas de Teresina para as páginas da Terezona. Sanatiel Costa, ele que é publicitário, mostra muito da sua arte e dos seus inconfundíveis traços. Pra rasgar o verbo na coluna #PRONTOFALEI, o experiente Daniel Solon. Ele que esteve à frente do movimento que mexeu com a cidade: o movimento contra o aumento abusivo das passagens de ônibus. O mundo dos quadrinhos através dos olhos de Bernardo Aurélio, que nos brinda com sua opinião experiente. Esperamos, mais uma vez, atingir seu coração, seu cérebro e seus olhos, nesse mundo sem fronteiras da internet. Esta é uma revista LIVRE, sem patrocínios, mas com muita vontade de mostrar o que temos de arte no Brasil e no mundo.

#Pronto_Falei Por: Daniel Solon, jornalista, professor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e militante da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas).

Quando os fantasmas pegam fogo

F

oram duas semanas de intensas manifestações nas ruas de Teresina. Centenas de pessoas, estudantes em imensa maioria, fizeram bloqueio das avenidas mais movimentadas, e sofreram dura repressão policial por exercerem o direito de lutar contra o aumento da passagem de ônibus. Ao todo, foram mais de 40 pessoas detidas e muitos feridos, dentre eles um estudante que perdeu a visão de um olho, ao ser atingido por bala de borracha. Desde então iniciou-se o movimento pela anistia de 18 presos políticos nas manifestações #contraoaumento. A prefeitura apostava que a ressaca do réveillon e as férias estudantis seriam o suficiente para que o aumento das passagens fosse implantado sem resistências. Porém, os ares da “primavera” de setembro de 2011 – quando foi derrubada a primeira tentativa de aumento da passagem de R$ 1,90 para R$ 2,10 – ainda rondavam a Frei Serafim, que durante as manifestações do início de 2012 foi rebatizada como Avenida dos Indignados, em atos públicos onde se reuniram até cinco mil pessoas. Utilizando-se de lideranças estudantis ligadas ao governo estadual e municipal (PT e PCdoB), a prefeitura armou o palco para uma negociação teatral. Um “acordão” foi fechado, sem se mexer no aumento de 10,5%. Naquela reunião, só havia as entidades “programadas para dizer sim”, como afirmaria Cazuza. O fim da segunda passagem da integração das linhas de ônibus, que já havia sido anunciado extra-oficialmente uma semana antes, foi o bastante para contentar o setor que optou por abandonar a luta contra o aumento, até então “inaceitável”. O Fórum Estadual em Defesa do Transporte Público – a voz dissonante que cumpriu papel central nas mobilizações – não foi chamada para o diálogo. Não custou para que o discurso de grande parte da mídia - de que tudo foi resolvido com o prefeito - contribuísse para enfraquecer as lutas que continuavam acontecendo. Neste processo de mobilização estudantil e popular – o maior, desde o Fora Collor – mostrou-se com o episódio do “acordão” que máscaras servem para cair. E mesmo com o pouco avanço obtido nas ruas – e não nos palácios – aprendeu-se que fantasmas pegam fogo. Não se tratam aqui das “árvores de natal” que enfei(t)aram Teresina até serem incendiadas em protesto contra a violência policial na Av. dos Indignados. Virou cinza a ideia que se espalhou por algum tempo de que lutar por direitos não vale a pena. As primaveras de Teresina, do Egito, da Espanha mostraram, pelo contrário, que é preciso lutar, é possível vencer.


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Clube do Balanco

Teregroove

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Teresina - Sรฃo Paulo - Paranรก - Austรกlia - B

Fotografia

carnaval

Japao Paris Colombia

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Cinema

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Quadrinho INstagramadores

Bahia - Rio -Japão - Colômbia - França

Portifolio

meio-Cheio 1

Sanatiel 2

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Salve simpatia,com vocês...

Clube do Balanço

Entrevista: Pecê Lopes

Foto: Divulgação



Guitarras, balanço e suingue: há quantas anda o samba-rock?

A

música brasileira é conhecida por suas misturas. Caso mais conhecido é o da Bossa Nova, que é uma espécie de combinação entre samba e jazz. E, nessa seara, temos o também mundialmente conhecido samba-rock. Não por menos, vários artistas gringos procuram homenagear o Brasil em suas passagens pelo país tocando músicas do ícone desse gênero musical: Jorge Ben Jor. Entretanto, vários artistas também tiveram destaque com esse estilo musical. E podemos citar nomes bons e fiéis ao estilo, como Trio Mocotó, Bebeto, Sambalanço Trio e banda Black Rio. Dos anos 90 pra cá, surgiram nomes fortes como Funk Como Le Gusta e Clube do Balanço Mas, será que dá pra projetar mesmo um futuro mais promissor (mais bandas, discos e público) pra esse gênero musical? O samba-rock está se renovando mesmo, em se tratando de novos nomes e público? Que tal perguntar pros caras que andam fazendo o suingue dessa mistura? O cara que ajudou a dar um choque no peito do samba-rock no início dos anos 2000, com o Clube do Balanço, decerto tem opiniões valiosas. Marco Mattoli, o “presidente” do clube, topou falar sobre o assunto.



Terezona – O samba-rock é um gênero musical genuinamente brasileiro. E reconhecido mundialmente. Isso são fatos. Acredita que, mesmo assim, trata-se de um estilo musical ainda subaproveitado e que não tem o reconhecimento que poderia ou deveria ter? Marco Mattoli – É um dos tantos ramos que nosso samba antropofágico e democrático possibilita. Acho que poucos gêneros musicais/ culturas permitem tantos desdobramentos, misturas, aglutinações, assimilações como o samba. Uma coisa que sempre me chocou na década de 80 e 90 foi a maneira como o samba-rock, ou as várias vertentes de musica black, e o próprio samba, eram desprezados pelo público mais endinheirado e intelectual, pela mídia e pelos que articulavam a cultura do Brasilzão. Não canso de falar: sambarock, até 1999, era uma palavra

absolutamente desconhecida fora dos circuitos dos bailes e cultura negros. Na década de 80/90, em São Paulo, por exemplo, quem curtia MPB clássica, o novo rock ou as mais obscuras e alternativas tendências da musica internacional, nunca tinha ouvido falar de artistas e gêneros que bombavam no baile Black – que, a um bairro de distância, lotavam salões aonde vários artistas importantes e criativos eram reconhecidos. E desenvolviam trabalhos que eram absolutamente ignorados por quem escrevia a história oficial da música brasileira. Lembro de já fazer esse som, inclusive com a rapaziada que viria a ser o Clube do Balanço... Lá por 96, 97... E, quando comentávamos que a gente tocava samba-rock, ouvíamos “isto está morto” ou então “o que isso?”. (risos) Em 1999, fundamos o Clube e começamos a tocar no Grazie a Dio. E foi ali que o tal samba-

rock começou a ser visto por este outro público mais jovem, um público que não frequentava os bailes. Este sucesso na Vila Madalena trouxe para perto de nós tantos artistas da antiga, que piravam de ver que a música deles era objeto de admiração de uma turma mais nova (caso de Luis Vagner, Bebeto, Marku...) e também de uma turma mais nova, que curtia o balanço, e o estava colocando em seus trabalhos mais novos (Seu Jorge, Paula Lima, Simoninha, Max de Castro...) Isso abriu a porta para o nosso primeiro CD, que realmente foi um marco do novo samba-rock. Turma da antiga, junto da turma nova, mostrando pra rapaziada o que era o tal do samba-rock. E mostrando pra turma da antiga que o balanço tinha novos caminhos criativos e de mercado. TZ – O Clube do Balanço começou meio que para “recordar” o gênero em uma festa, acabou ficando e gravando o primeiro disco com revisitação aos clássicos do samba-rock. Com um trabalho mais autoral hoje, como está a relação com o público atualmente? Houve mudança? Renovação? MM – Sim! E hoje o público está renovado, modificado... Evoluiu! Hoje, quando a gente toca no Musicaliando (ex Chic Show), na casa de Portugal, por exemplo, reduto do baile black, vê o cara mais velho curtindo o Clube junto de uma geração novíssima. Isso é lindo! Hoje a gente toca num espaço


alternativo como o Mars ou, o Studio SP, assim como num baile tradicional. E também num festival de World Music fora do Brasil. Compor e mostrar caminhos musicais para o estilo é importantíssimo! Outra coisa impressionante é a disseminação da dança. Hoje o samba rock é ensinado em diversas academias, e o estilo da dança evoluiu!

talento. Parceirão nosso, que participou do nosso primeiro CD quando ele ainda não era “O Seu Jorge”. A música que abriu caminho para o sucesso dele foi um samba rock, o “Carolina”. Todos bons artistas que fazem boa música são bons pra todos nós, pra cultura brasileira, pra turma que acha que música não deve ser tratada como sabonete ou fast-food.

TZ – Seu Jorge, com seu trabalho e reconhecimento nacional e internacional, hoje é um dos grandes divulgadores do samba-rock. Crê que isso está ajudando nesse cenário específico?

TZ – E o Clube do Balanço, o que anda preparando? O que vem por aí?

MM - Seu Jorge é um grande

MM-Queremos fazer um belo documentário, junto de um DVD, contando a história do sambarock. E também estamos já afim de fazer CD novo, lançar

músicas novas, composições novas! TZ – Acredita que o estilo ainda pode se renovar mais e vir a dar mais alguns bons frutos? Como projeta o futuro do samba-rock? MM – Poxa, samba rock é samba! E o samba nunca tem fim... Haja talento aqui no Brasil! Tem muita gente boa, sempre, criativa se reinventado e se renovando. Na boa, música no Brasil é fora do comum! TZ – Conhece muitos grupos apostando nesse gênero pelo Brasil afora? MM – Sim, inúmeros!µ




Take me back to Piauí

C

omo confirma Mattoli, vários grupos estão surgindo pelo país. E um deles teve uma origem um tanto quanto semelhante à do Clube do Balanço. Em Teresina, capital do Piauí, foi formada uma banda para uma sequência de shows particulares. E, como resultado, veio repercussão de público e o imenso prazer dos músicos de cair no sambalanço. E hoje, com pouco mais de dois anos de estrada, a banda Terê Groove já participou de


Entrevista: Pecê Lopes

Fotos: Maurício Pokemon

inúmeros festivais pela região nordeste. Como resultado, e também para ajudar a divulgar seu trabalho, o grupo lançou um EP promocional e planeja seu primeiro álbum. Acerca da banda e seu sambalanço, fomos conversar com o cantor, compositor e líder da banda Roraima. Com trabalho conhecido e reconhecido no estado, o artista é um aglutinador e experimentador. Sua carreira passeia por vários estilos... E agora, o samba-rock.


Terezona – Por que o sambarock? Qual a motivação inicial para formar o grupo? Roraima – Na verdade, eu sou meio inquieto. Não gosto de ficar fazendo a mesma coisa durante muito tempo. O sambarock esteve presente na minha formação musical, acho que é por isso. Morava em São Paulo, num período em que se ouvia muito Jorge Ben, Bebeto, Simonal, Trio Mocotó... Daí, a influência. E embora eu já tocasse alguns samba-rock, eu não era totalmente voltado para o gênero, como é a Terê Groove. Num período onde predomina o pop, forró, pagode, sertanejo e axé (sem desmerecer tais estilos), eu pensava em montar uma banda que embalasse as

noites de Teresina. Mas que não fosse apenas mais uma. E, uma vez, o Mirton (músico e amigo de Roraima) me mostrou algumas músicas que havia trazido de São Paulo e gostei muito de “Aeroporto”, que até então não sabia de quem se tratava. “Isso é o Mattoli... Clube do Balanço, lá de Sampa”, disse o Mirton. Me interessei em pesquisar mais e fui descobrindo outros nomes. Conheci o Sambasonics através do percussionista da banda, o Rubinho Lima, que me levou no Grazie a Dio em Sampa. E quando vi o GroovyTown de Fortaleza se apresentando no Festival de Inverno de Pedro II (no Piauí), me encantei. E percebi que a maioria das músicas eu já conhecia e eram todas muito marcantes e

gostosas de se cantar e tocar. Aí sim, decidi montar a primeira banda de samba-rock da cidade. Daí, o nome Terê, de Teresina, e Groove, de pegada, levada. TZ - Acredita que o público entende bem esse gênero, sabe bem o que é o sambarock? Roraima – O público em geral talvez não conheça bem o gênero. Mas entende a proposta e reage bem a ela. O mais interessante é que são músicas que embora não estejam nas paradas de sucesso, nunca deixaram de tocar. E, quando se ouve, traz sempre um saudosismo gostoso. TZ - O gênero já fez história, mas o que vislumbra pra esse


estilo a partir de sua visão do cenário? Roraima – Aí, a nova safra de compositores, estes sim, está nas paradas de sucesso, como Seu Jorge, Paula Lima, Simoninha... Alguns até filhos de grandes nomes do gênero. O que define, aí, uma continuidade. Graças! E vejo que sempre há evolução. A Terê Groove, por exemplo, tem certa peculiaridade, que é o fato de acabar sofrendo influências da cultura local, inserindo no repertório a musicalidade regional. Até porque é mais do que natural que tenha, pelo fato de ser uma banda fazendo samba-rock no Piauí. O público pira quando ouve Raimundo

Soldado (músico popular e meio caricato, que foi famoso no Estado), por exemplo, ou “Teresina” do maestro Aurélio Melo e do flautista Zé Rodrigues, e por aí vai. TZ – E a dança, que foi fator preponderante na criação do sambalanço, acontece em seus shows? Roraima – Ah, a dança é muito marcante e envolvente. Nos shows, tem acontecido de forma espontânea. Os casais de dançarinos, profissionais ou não, estão lá. A dança vira uma espécie de ímã e contagia quem está por perto.

TZ – Homenagens e saudosismos à parte, como estão os trabalhos autorais e os projetos? Roraima – Estamos com vários projetos para este ano. Dentre eles, o CD que já estamos gravando. Serão músicas autorais com alguns grandes parceiros como: Durvalino Filho (batera da banda), Paulo José Cunha, Paulo Moura, Torquato Neto, Aluísio Martins e regravações de grandes sucessos nacionais. Bem, com vistas (e ouvidos) no que temos aí, o estilo parece mesmo que vai continuar a “dar samba” ou a “dar rock”! Como queira.µ


"cada um no Daytripper

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ão, não vou falar da música dos Beatles! O assunto aqui é um gibi (edição especial, formato americano, 256 páginas, R$ 62,00, capa dura, editora Panini) criado pelos irmãos gêmeos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá. Os “garotos de Liverpool” não são parte aqui, apesar de ser normal vir a nossa cabeça, quando pegamos um livro com esse título em nossas mãos. Para mim, Daytripper é um desses trabalhos onde percebemos que os artistas que nós gostamos realmente amadureceram, perderam os excessos artísticos e encontraram o caminho do sucesso criativo. Os irmãos Bá e Moon faziam fanzines, pequenas crônicas em quadrinhos, muitos num clima bem nostálgico, blazé, algo meio indie rock, sabe? Poesias e reflexões sobre a vida? E umas das histórias desses fanzines, que eles chamam de 10 Pãezinhos (aliás, um nome muito fofo, fala a verdade?), era sobre um grupo de amigos que se encontram no aniversário de um amigo morto para lembrá-lo. A alma do falecido aparece e todos saem pra se divertir, beber e escutar rock. Esse é o tipo de coisa que os irmãos fazem muito bem. Eles entraram no mercado americano há um bom tempo. Bá, inclusive, já estava fazendo um sucesso danado nos Estados Unidos com a série Umbrella Academy (escrita por Gerard Way, vocalista da banda My Chemical Romance). Ele estava muito ocupado e não podia dividir aquele trabalho com o irmão. Então os dois otimizaram o tempo de alguma forma e o Fábio tomou a dianteira, pelo menos nos desenhos (que são sensivelmente diferentes dos do irmão, que tem um estilo muito parecido com os de Mike Mignola, autor de Hellboy), e produziram a série em 10 edições – publicadas originalmente pela DC Comics no selo Vertigo, e que a Panini lançou encadernada posteriormente. Bá faz as capas e poucas páginas internas, mas os dois dividem toda a autoria do livro. Mas, enfim, do que se trata? Cada uma das edições é uma história


seu quadrinho" Por Bernardo Aurelio fechada, com um tema específico. Numa visão ampla, temos: discussão sobre família, relação com os pais, amigos, amor, infância e trabalho. Brás de Oliva Domingos, o protagonista, é filho de um grande e premiado romancista nacional e sente o peso de querer continuar o ofício do pai. Como escritor, Brás consegue lançar um romance e se torna o autor das colunas diárias sobre os mortos nos jornais, o obituário, algo de que ele parece não se orgulhar muito... Daytripper é sobre todos os “e se...?” que podem acontecer em nossas vidas. E se eu tivesse decidido fazer aquela viagem louca pra Salvador? E se eu tivesse falado com aquela garota linda que olhou pra mim no supermercado? E se meu melhor amigo enlouquecesse? São essas coisas que levam a história de Brás pra frente, numa falta de cronologia e continuidade absurdas que transformam esse livro em algo único. Quando lemos, sentimos aquele impulso de: “Porra! Aproveita a vida!”. Cada instante pode ser o último e você não sabe, definitivamente, quando a morte poderá te levar. Inclusive, a morte é um tema recorrente da série e está presente em praticamente todos os capítulos. Moon e Bá fazem parte do top da renovação dos quadrinhistas nacionais, dos quais estão presentes também autores como Rafael Coutinho, Rafael Albuquerque e Rafael Grampá, que fazem sucesso no exterior e que também já tem obras publicadas no Brasil. Pode procurar! Garanto!µ



O Mundo é

pequeno pra caramba

M

ais um espaço fotográfico na nossa revista para viagens e experiências. Como diz a letra de uma música de André Abujamra, "O mundo é pequeno pra caramba!" E é mesmo. Escolhemos 3 viagens, 3 olhares, 3 continentes, oriente e ocidente, para compartilhar com vocês imagens, costumes, rotas e belezas.

Mirton de Paula

André Gonçalves

Marcelo Evelin

América do Sul

Europa

Asia

Colômbia

França

Japão

Bogotá

Paris

Tókio / Kioto


Franรงa



André Gonçalves

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edator publicitário – com premiações nacionais e regionais. Fotógrafo – com duas exposições individuais e participação em coletivas em Teresina, Santos, São Paulo e

Nápoles. Candidato a poeta – com um livro publicado: Coisas de Amor Largadas na Noite. (E outro pronto para sair: Pequeno Guia das Mínimas Certezas) email: andrepiaui@hotmail.com twitter: @andrepiaui







MARCELO EVELIN



Marcelo Evelin

É

coreógrafo, pesquisador e intérprete. Vive e trabalha na Europa desde 1986, onde atua na área da dança e do teatro físico. Retornou para o Brasil em 2006. Desde então, vem atuando também como gestor e curador, além de ter implantado e coordenar, em Teresina-Piauí, o Núcleo do Dirceu, um coletivo de artistas independentes e plataforma de pesquisa e desenvolvimento das Artes Performáticas Contemporâneas – que por duas vezes foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA)







Col么mbia Mirton de Paula



Mirton de Paula Teresinense, músico, produtor e publicitário. Lançou o cd Toda Batida, em 2003, distribuído pela gravadora Trama no Brasil e no exterior. Participou, na Europa, de discos com Zeca Baleiro, Adriana Calcanhoto, Tom Jobim, Cássia Éller, etc. Amante de todas as artes. Criador e editor da TEREZONA, com o auxílio luxuoso do amigo Pecê.µ







T

entar estabelecer um lugar para a poesia poderia nos levar a várias possibilidades topológicas ou a alguma espécie de fisicalidade lírica. Teríamos que considerar, nesta busca, correntes do pensamento estético-literário, estágios históricos da presença da poesia, movimentos ou estilos de época (à maneira acadêmica), mentalidades refletoras dos momentos da poesia, personalidades poéticas, nações e comunidades humanas personificadas poeticamente (as glórias helênicas escandidas por Homero; Camões içando as velas lusitanas...), personagens poéticas imaginárias que se elevam à categoria de


entes autônomos, competindo e, muitas vezes, ganhando da própria existência do indivíduo humano. Iniciaríamos a busca lembrando que quando Aristóteles pensou um lugar para a poesia colocou-a como representação da natureza. Em sua ideia de mimese, o lugar da poesia estaria na imitação enquanto representação. Daí sua ênfase em situar os efeitos poéticos na catarse. Concepção mimética um pouco diferente da que dialogou Platão, que via o lugar da poesia como sendo a imitação da imitação, e, por conta deste lugar de menor privilégio, da poesia como imitação de segundo grau, não olhava com bons olhos para os poetas em sua idealizada república.

Por outra relva, temos o espontaneísmo romântico indicando lugares

possíveis para a poesia: estaria esta por entre enleios do coração; na rendição diante da exuberante natureza; nas elevações espirituais ou recolhida em enlevos volumétricos de musas inalcançáveis. Os românticos apregoaram abertamente e com larga fundamentação essa certeza, a poesia teria um lugar sacrossanto na arqueologia das grandezas humanas.

Corroborando essa visão romântica, sem antes padecer de forte carga

anacrônica, temos, correntemente, irrefletidas noções, que já se tornaram senso comum, que tomam como lugar da poesia os fenômenos naturais, os objetos com alguma beleza, os sentimentos e os gestos ditos altruístas. Por este viés, a poesia estaria no pôr do sol, numa cachoeira, no girassol, numa praia deserta, no nascimento de um ser, nas epifanias, na saudade, no roçagar das epidermes... em quase todos os bons lugares. Não é bem assim. Talvez estejam trocando o substantivo poesia por algum qualificativo para tais situações, sensações e lugares. Chamar de poesia o que há de elevado ou comovente nas pessoas e nas coisas não corresponde à natureza intrínseca do poético, que exige, isto sim, um topos que não pode estar prefigurado senão e tão-somente na linguagem. É por meio da linguagem, ou das linguagens (considerando possibilidades semióticas para a poesia), que podemos vislumbrar um qualquer valor para a poesia, uma razão verdadeira para consolidar sua existência, um categórico lugar. A poesia, portanto, acontece, existe e tem lugar, preferencialmente, no poema; que é sua mais alta e mais bem sucedida realização em forma de linguagem. Leia poemas, as chances de encontrar a poesia serão as maiores µ


Portifolio S

anatiel Costa, 38 filho de Dona Socorro, 73 11º filho da linhagem de 12 pai da Maria, 6. Abriu o portfólio e nos contou como foi sua batalha. Na nossa revista, Sanatiel já é nosso parceiro desde o primeiro número da TEREZONA. Aproveite as próximas páginas para viajar um pouco no universo desse artista gráfico.





"Lembro, quando criança, sempre era questionado pela minha mãe por que ela tinha que comprar vários cadernos pra mim durante o ano letivo. A verdade era que adorava rabiscá-los, não me importava se ganhasse alguns cascudos por isso, queria era dar formas às tentativas de desenhos, rabiscava por puro prazer e necessidade de ter uma válvula de escape, uma saída, um modo que eu conseguisse liberar o furor que tanto me agitava."







"Sofri várias influências dos meus irmãos mais velhos: desde m verdade, acho que resgatei tudo deles que me interessava. Sem frente. Tive uma excelente escola da vida dentro da minha próp


música, comportamento, educação, modo de ser, de falar. Na mpre fui um bom observador e analisava tudo que via pela pria casa."




"Entrei em agência de publicidade muito jovem, esse era realmente o meu destino. Não tinha estudado em faculdade, era apenas um headbanger de preto com ânsia de aprender, que só sabia desenhar as capas dos discos e logotipos de bandas de heavy metal nos cadernos. Mas, graças, caí num lugar fantástico com excelentes profissionais que souberam e tiveram paciência de me lapidar, me dando uma nova visão da vida pelo lado profissional."


"Depois de trancos e barrancos, idas e vindas, tapas e beijos, estou hoje, eu, aqui, expondo meus trabalhos e realizado por ter conquistado, com fĂŠ em Deus e na minha batalha, um lugar ao sol!"

sanatiel@gmail.com



Comente com a hashtag #instagramadores



Juliana Cesso - DJ

S

ou uma autêntica punk da periferia, da caótica Sampa cantada por Gil, Caetano, Adoniran, Mano Brown. Há cinco anos, vim parar do outro lado do mundo (Sydney, Austrália) e, desde então, vivo o dilema pop dos andarilhos nostálgicos: should I stay or should I go? Devota de Almodóvar e de Porcina, faço drama e exagero nos acessórios. Sigo a trilha que é bonita porque é feia, acreditando que toda feia que se preza beija muito mais gostoso. Tudo cabe nos meus olhos, que não são azuis.

Siga no instagram: @jucesso


RioSampaSo L

embro da primeira vez que fui ao Rio de Janeiro. Era Janeiro de 2009, manhã, fazia um Sol maravilhoso e estava aterrissando no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. O avião passou "perto" do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar, parecia que o piloto sabia ser a primeira vez que visitava a Cidade Maravilhosa. Comecei a cantarolar "Samba do Avião" do Galeão até o apartamento da minha tia em Botafogo. Primeira impressão: primeira vez no Rio, sozinho, indo pra casa da tia e vou ser assistente

de fotógrafo. Pronto. Irakerly em "Lua de Cristal"! Okay, agora praia! Ipanema, a república mais democrática do mundo. "Menino do Rio" é trilha sonora mental constante e as imagens do Alair Gomes são de fácil identificação na areia quente sob um Sol de "Rio 40 graus". Amo ir na Uruguaiana e comprar todos os CDs de Funk e Rap, afinal "eu só quero é ser feliz, feliz, feliz!" "andando contra o vento sem lenço" e com documento na Av. Getúlio Vargas. Ponte aérea. Não lembro muito bem da primeira

vez que fui em São Paulo, sei que tinha 5 anos. Porém, lembro que Pet Shop Boys é a melhor trilha para a Paulicéia de cenário. Sempre corro na garoa ao som de "Being Boring", danço "Domino Dancing", "Freedon" e "Last Dance", gosto de ficar olhando das janelas dos hotéis a cidade e imaginando a música "Vítima" da Rita Lee. Bem clichê é ir fazer foto no encontro da Av. Ipiranga com a São João. Encontro nada, xis com! Tenho umas duas fotos-síntese da canção "Sampa".µ


Irakerly Filho Kerlinho para os amigos íntimos. Editor-Chefe de uma das melhores revista de moda do Nordeste, a YAY HYPE MAGAZINE. Mais uma vez, ele contribui com a nossa TEREZONA e dubla as canções que embalaram suas viagens. Siga no Instagram: @irakerly

oundSystem o

neir

Ja o de

Ri

São

lo

Pau

Menino do Rio - Baby Consuelo

Vítima - Rita Lee

Rap da Felicidade - Cidinho e Doca

Sampa - Caetano Veloso

Samba do Avião - Tom Jobim

Being Boring - Pet Shop Boys

Lua de Cristal - Xuxa

Domino Dancing - Pet Shop Boys

Rio 40 Graus - Fernanda Abreu

Freedon - George Michael

Sem Lenço, Sem Documento - Caetano Veloso

Last Dance - Donna Summer


Viagem Ci A palavra-chave é viagem. Qual filme vem à sua cabeça? As possibilidades são inúmeras. Pois, essa foi a proposta lançada desta vez aos colaboradores da Terezona. Parece difícil, em meio a tantas opções. Mas, quem escreveu aqui não pensou mais de uma vez para apontar o seu. E saiu três filmes que devem figurar na prateleira dos clássicos ou dos filmes de arte. Veja você mesmo e confirme!

Nós sempre teremos Casablanca por Gabriel Louback | @ GabrieLouback Jornalista | São Paulo (SP)

V

ez ou outra, sai uma lista mostrando quais os filmes que as pessoas não assistiram e mais mentem ter visto. "O Poderoso Chefão" fica em primeiro por várias vezes e lembro-me de já ter visto "Casablanca" figurar na lista também. Alguns anos atrás (porém, ainda tardiamente, para alguém que gosta de cinema),

tirei o filme com roteiro dos irmãos Epstein da minha lista de não vistos. Ele não está mais na "Preciso mentir para não parecer deslocado" e ainda passou para a "Se você gosta de cinema, precisa ver". Deixando de lado o motivo óbvio – o fato de ser um clássico – o legal de "Casablanca" é o que ele também proporciona: viagem. A viagem em "Casablanca" pode ser literal, mas também é subjetiva. O norte-americano Rick Blaine é dono de um bar (e exilado) no Marrocos, governado na época pela França, em meio à 2ª Guerra Mundial. Autoridades nazistas vão até seu estabelecimento para interceptar passaportes que dão liberdade de saída da Europa. Os passaportes e malas dos envolvidos poderiam estampar inúmeros carimbos e adesivos. O filme traz diversos países, cidades e culturas para um bar no extremo norte da África. Para mim, a grande viagem é dentro do Rick's Café Américain. Veja o nome do local, por exemplo: é uma síntese dessas tantas culturas. "Casablanca" não cria apenas o desejo de conhecer a cidade de mesmo nome (até porque, se dependesse do filme, não

saberíamos nada da cidade). O filme de Michael Curtiz instiga aquele lado viajante dentro de nós, ainda que se passe inteiro dentro de um estabelecimento. (Pause: há as cenas em Paris, de quando Rick e Ilsa tiveram um affair, mas a base do filme é o bar do Rick. Play.) Se você gosta de viajar, ele consegue fazer com que essa faísca de se jogar no mundo torne-se uma chama que ilumina os mapas imaginários que possuímos, mesmo que não tenhamos um destino muito bem definido. Mesmo quando não sabemos para onde ir, mas não conseguimos mais ficar no mesmo lugar e precisamos partir. Afinal, sempre precisamos partir, mesmo que seja para lembrar o que nos faz voltar. Seja o fato de sempre ter Paris para poder voltar, seja o fato de ganhar uma nova Paris a cada partida. Título original: Casablanca Gênero: Drama Ano de lançamento: 1942 Direção: Michael Curtiz


inematográfica verão do mesmo jeito logo assim que eu passar. Decido as coisas por instinto, acerto e erro para rir – e para chorar. Quero tudo ao mesmo tempo agora por saber que, seja longa ou seja curta, uma viagem sempre acaba. Então é preciso aproveitar. "Ifyoucan'twait, youcan'twait". Quando assisti ao “A Fonte da Vida”, estava numa viagem chapante. Era Salvador, com seu calor grudento. Era um shopping exibindo um "filme de arte". Era uma sessão solitária às 15h00 numa cidade desconhecida. Minha vida andava uma confusão

emoção me assolou, os prismas mudaram a perspectiva, o tio me veio à memória, o amor me veio em acolhida, o silêncio foi usado como metáfora visual para a confusão, a distância, o medo, a impotência, o desespero, o apego, a saudade... E na medida em que o diferente se tornava igual (porque se tornaram os dois conceitos insignificantes), fui sendo invadido por uma paz (existem muitas). "Together we will live forever", disse Rachel Weisz, magnífica. Hugh Jackman chorou, absoluto.

saudável. Há pouco, um tio havia morrido. Há muito, não chorava vendo um filme. À medida que os caminhos do filme se abriram, a chapação me absorveu, fui enviado em viagem especial/espacial, o choro veio, a

Na aliança infinita, a resiliência da lembrança. Título original: The Fountain Gênero: Drama/Ficção Científica Ano de lançamento: 2006 Direção: Darren Aronofsky

"Together we will live forever" por Pedro Jansen | @pedrojansen Jornalista | São Paulo (SP)

Q

uando estou chapado, sou muitos. Penso com todas as cabeças. Percebo as coisas de modo diferente. Entendo os fatos e as consequências por outro prisma. Escuto tudo, até o som das árvores. Penso na minha mãe, no que não vi, na minha esposa, no que me faz feliz, nas palavras que ouço, no que quero atingir. Os caminhos vão se abrindo por entre o que percebo das coisas e dos lugares. Me perco e me acho milhares de vezes. Quando viajo, sou vários. Caminho por praças, ruas e calçadas que nunca mais me verão ou que, como o “rio filosófico”, não me


Uma viagem existencial e emocional por Pecê Lopes | @pc_lopes Jornalista cultural | Teresina (PI)

É

bom ver um filme para se divertir. E isso é comum. Mas, tem filmes que podem te tirar do conforto. Incomodar de fato. Mudar, mesmo que um pouquinho, sua vida. Esse é um verdadeiro filme de arte! Assim é o novo filme de Terrence Malick, “A Árvore da Vida”. Em uma única obra, o diretor – que também é responsável pelo roteiro – nos mostra como somos ridiculamente minúsculos e ao mesmo tempo enormemente complexos. Ele põe em cheque crenças e preconceitos. Embaralha o amor e o ódio, a vida e a morte. Em uma viagem pelo tempo e espaço, uma verdadeira experiência existencialista e emocional. “A Árvore da Vida” apresenta quase que paralelos entre a

história do universo e o diaa-dia de uma família. A base disso são as memórias e questionamentos de um homem, que (em sua avaliação) não tem

boas lembranças do que viveu. Impressionante como o diretor fez os personagens ficarem humanos e reais, em suas complexas decisões e comportamentos.

As soberbas atuações do casal da história (Brad Pitt e Jessica Chastain) e do filho mais velho (Hunter McCracken - jovem/ Sean Pean - adulto) dão o peso dramático que o filme busca. Performances amplificadas pela excelente fotografia e alguns planos meticulosamente encaixados ao enredo. Direção e fotografia realmente impressionantes! Sem esquecer o trabalho primoroso de supervisão de efeitos visuais de Douglas Trumbull – de “2001 – Uma Odisséia no Espaço”. Uma verdadeira viagem cinematográfica que emociona e deixa mais questões que respostas! Título original: The Tree of Life Gênero: Drama Ano de lançamento: 2011 Direção: Terrence Malick µ


METRONOMY. Mizinfios das gringas. Banda Inglesa que arrebatou o terreiro e colocou esse disco como um dos melhores do ano passado. BAIXE LOGO.

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Mizinfia CÉU vem com o disco novo CARAVANA SEREIA BLOOM, muito bom pra ouvir e até dançar. O disco aterior, vagarosa, era um bom disco, mas meio encostado. Nesse, ela arrisca um roquinho, latin beats e dubs..BAIXE.

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Mizinfio SIBA veio mudado nesse disco. Deixou um pouco de lado sua rabeca e largou a mão na guitarra. O resultado foi um disco muito bacana e com letras boas que ele sempre soube fazer, BAIXE.

Os mizinfios do VALIDUATÉ, são uns piauienses que fazem um som bem feito, levam o trabalho a sério e uma música gostosa de ouvi, da inté vontade de aumentar o som. BAIXE.


MEIO CHEIO Comente essa matéria com a hashtag #meiocheio Por: Pecê Lopes @pc_lopes “Tem uns menino bom novo hoje aí na rua, pra lá e pra cá, que corre pelo certo... Mas já tem uns também que eu vou te falar, viu... só por Deus, viu! Afff!”*

E

m 2010 algumas coisas me chamaram a atenção na música. Em vários e vários quesitos, aponto sem medo dois destaques máximos que referenciam, reverenciam e dão frescor à música brasileira: Marcelo Jeneci [http://www.marcelojeneci.com.br/site/audio.php] e Tulipa Ruiz [http://www.myspace. com/tuliparuiz]. Com relação a eles, só vou dizer isso: se não passou 2011 ouvindo, faça isso agora! Já sobre o ano de 2011, posso listar mais coisas que me surpreenderam. Em meio a pop’s com embrulho enfeitado e caixa vazia e muita coisa mais pretensiosa que apetitosa, alguns me encheram de alegria. E vou falar um pouco deles aqui, mas sem o objetivo de ser mais uma lista. E sem a pretensão de dizer quem é o melhor ou quem vai dar certo. Tudo isso depende de muita coisa além da qualidade. Minha pauta aqui é falar de caras que valem a pena serem ouvidos. E que lançaram álbuns em 2011, sendo a maioria deles lançados também ou até exclusivamente em meio digital, na web, para baixar de graça. É o caso do garoto carioca Cícero, de 25 anos, que levou bem a sério a linha do estúdio caseiro. Refletido no clima de seu primeiro disco e até no título “Canções de Apartamento”. Nas músicas ecoam várias influências, sempre guiadas por um violão meio bossa, sempre brasileiro. Para mim, um disco calmo e honesto, para ouvir e relaxar no fim de tarde. Um álbum de estreia promissor. Baixe o disco Veja o clipe Também estreando, Filipe Catto ostenta uma qualidade técnica e aura de veterano. Ele é dono da voz que mais me impressionou nos últimos tempos. E não só por ser um contratenor (cantor com voz feminina) super afinado. Mas, sim, por sua interpretação. Já falei dele aqui, mas reforço e indico agora seu CD “Fôlego”. Arranjos e performances exuberantes. Destaque para a mistura de blues e samba em “Juro por Deus”. Baixe o disco Veja o clipe Por falar em mistura, tem uma coisa que gosto muito: música que apresenta várias nuances, quase como capítulos ou atos. Assim como um dos destaques do disco de estreia da banda Eskimo: “Cavalo de Fogo”. E isso é recorrente no “Felicidade Interna Bruta”, talvez até pelo ofício de produtor de trilhas sonoras do líder Patrick Laplan (exLos Hermanos que tocou um tempão com Biquini Cavadão). Um bom disco de rock, em meio às grandes novidades da “MPB”. Baixe o disco Veja o clipe


Novidade que não é o caso de “Dor de Cotovelo” como tema para música. O que dizer então de um disco inteiro? Pois, antes que torça o nariz, saiba que são poucas as coisas que o talento não resolve! Me refiro ao segundo disco de Pélico: cheio de frescor, nada óbvio, que se constrói como uma novela (no bom sentido) cheia de episódios. Uma música completa a outra dando mais sentindo e autenticidade ao álbum – que deve ser ouvido inteiro, em sequência! Baixe o disco

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Segundo também é o disco de China – Moto Contínuo. O mais pop em sua carreira (incluindo, claro, tempos de Sheik Tosado), o disco tem unidade e ao mesmo tempo é uma variação agradável. Fato que é reforçado pela maneira que fez o disco, com várias participações de músicos e vozes diferentes. Como exemplo, as cantoras Pitty, Tiê e Ylana Queiroga; e vários músicos parceiros de bandas como Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e Mombojó.

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Participações especiais também são boas armas para chamar atenção pro sexto disco de Wado. O “Samba 808” conta com Zeca Baleiro, Chico César, Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, André Abujamra e Curumim. Mas, não pense que isso é a grande atração. Ela é, na verdade, a inventividade e musicalidade moderna. O disco é uma feliz brincadeira com o samba, aliado a batidas eletrônicas (TR-808 é inclusive referenciado no título do CD).

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Agora, o que quase não saiu do meu ouvido mesmo foi o “Nó na Orelha”! Me arrebatou a trinca de músicas que abre o disco de Criolo: “Bogotá”, “Subirusdoistiozin” e “Não Existe Amor em SP”. Um rapper que está na ativa desde criança, antes chamado de Criolo Doido, fez um disco repleto da mais genuína forma de fazer música brasileira: a mistura! E pra mim, a música brasileira de qualidade é universal por conta disso. Escrevendo aqui, ouvindo e me arrepiando (chamo de controle de qualidade) pela enésima vez! Quer mais?Que venha 2012!

Baixe o disco

Veja o clipe *citação no início de “Subisrusdoistiozin”.


Por Rebeca Santos

Carnaval 2012 N

o finalzinho do 2º tempo do fechamento da revista, nos deparamos com as lindas fotos de Rebeca Santos. Ela clicou o Corso do Zé Pereira, que é um Pré-Carnaval super animado na capital de Teresina, um evento onde a cidade se encontra para celebrar a alegria.

Rebeca Santos Artista desde os 4 anos de idade, quando descobriu a sensibilidade artística e habilidades plásticas. Formada em Artes Visuais na Universidade Federal do Piauí. Trabalhou com Moda, Criação; Consultoria; Vitrinismo e Design. Está presente no mercado de Fotografia de Moda e Casamentos, desde 2008. garotamaldesenhada@gmail.com









Uma publicação

(86) 3231-0147


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