É Sumaré (2ª ed)

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EDITORIAL A segunda edição da É Sumaré destaca alguns alunos da Instituição que, embora anônimos, fazem suas estrelas brilharem nos palcos da vida com seus talentos natos ou adquiridos nos bancos escolares. Com tantos alunos talentosos, esta edição não podia deixar de trazer um professor show de bola, o “Visão do Inferno”. Ops! Mario Matielo. Aproveitando esse clima, conversamos com um comunicador que trabalha na televisão e seus programas alcançam vários públicos, de crianças a adultos. Ele tem personalidade marcante, é inteligente e ligado em tecnologia. Talvez você saiba que ele é âncora de um programa jornalístico com humor inteligente, mas talvez desconheça qual a ligação dele com o infantil Castelo Rá-Tim-Bum. Você conhece Marcelo Tristão Athayde de Souza? Confira. Qual a sua opinião sobre o ciclismo na cidade de São Paulo? Confira o que algumas pessoas influentes nesse meio pensam sobre o assunto. Além disso, você vai aprender um pouco mais sobre a magrela e os benefícios que ela pode trazer a sua saúde. Falando sobre saúde, nesta edição, saiba como evitar a hipertensão arterial.

Revista

Sumaré

Você irá se surpreender com a profissão da vez. O que você acha que um contador faz? Se você está pensando que este profissional lida apenas com números, está enganado. Descubra as possibilidades da carreira e dicas para enfrentar o mercado de trabalho. Esta edição também está recheada de cultura para você. De curiosidades do Rock ao som das gerações, da discussão Brasil e Moçambique até a cultura da solidariedade, com o Trote da Sumaré. E, tipo assim, tem muito mais! Inclusive, tem tipo uma história real, contada de uma forma tipo engraçada, falando sobre um vício de linguagem. Tipo, você tem que ler tudinho pra entender! Boa leitura e até a próxima.

Expediente Revista É Sumaré Ano I – edição nº 2 – 2012 Instituto Sumaré de Educação Superior ISES - Rua Capote Valente, 1121 - Pinheiros São Paulo, SP. www.sumare.edu.br

Jornalista Responsável: Rosimeire da Silva Dias Veronezzi - MTB 51499

Conselho Editorial Antonio Fernando Soria Barbosa, presidente do Conselho; Fabiana Coutinho, gerente de Marketing.

Tiragem: 40 mil exemplares Impressão: Oceano Indústria Gráfica e Editora Versão Online: Mundo Sumaré (www.sumare.edu.br/blog)

Edição: Carlos Xavier Revisão: Renira Appa Cirelli Arte e Diagramação: Frigo Junior

Os artigos assinados são de responsabilidade dos respectivos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da Instituição. Autoriza-se a reprodução dos conteúdos, desde que seja citada a fonte. As fotos da seção É Sumaré pertencem aos arquivos da Faculdade Sumaré; demais fotos e imagens são de divulgação e provêm de bancos de imagens, disponíveis na internet.


SUMÁRIO

D E S TA Q U E

Professor Mário Matielo

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E N T R E V I S TA Marcelo Tas

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Rock´n´Roll - Atitude

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PA U TA

SP está preparada?

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LIVRE

Como vai sua magrela?

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PROFISSÃO Contabilista

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RECOMENDA The Pillowman

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PRA VOCÊ 28

Tipo

30 RESENHA

Moçambique e Brasil

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CURIOSIDADE

Nestor

PA L AV R A

ESPECIAL Sumaré de talentos

34

SUMARÉ Trote Solidário

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C U LT U R A

Tudo que é bom eterniza-se

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SAÚDE Hipertensão

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ENTRETENIMENTO Até tu, Brutus?

49 CRÔNICA

Clássico dia das mães

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D E S TA Q U E

A escolha é de cada um

PROF. MÁRIO EDUARDO MATIELO “Visão do inferno”

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Ele nasceu no dia 6 de novembro, na zona leste, é do signo de escorpião, gosta de desafios e do Timão. Se não fosse advogado, talvez fosse jornalista, até mesmo porque gosta muito de escrever e ler. Seus valores são honestidade e lealdade. Seu hobbie é ouvir Rock e os Beatles. Desde que iniciara a vida estudantil, demonstrou aptidão para leitura e oratória, pois se punha a defender pontos de vista em diversas situações, ou seja, já advogava sem ter noção de que o fazia. A opção pelo Direito não surgiu por influência de seu pai, mãe ou outra pessoa do grupo familiar, embora um tio-avô fosse advogado, ele diz que até hoje o contato entre eles é raro. Aos 15 anos, participava das peças no colégio em que estudava. Na época da faculdade, era tecladista em uma banda. Hoje, diz que toca apenas campainha. A desenvoltura com a oratória e comunicação o levou, mais tarde, a ser professor em um curso preparatório para concursos públicos. O professor não nega que os cursinhos preparatórios são escolas também para preparar o docente e completa: “alguém já disse – e eu concordo – aquele que leciona para uma turma de 80, 90 alunos, num cursinho preparatório para concurso (incluem-se aí também os cursinhos pré-vestibulares), leciona em qualquer lugar, sem amarelar”. Começou a lecionar para alunos do Ensino Superior na Sumaré, em 2003, para turmas do curso de Administração. O tempo passou e vários alunos já tiveram aula com o professor, que ficou conhecido na Instituição, até por aqueles que não assistiram a suas aulas, como “Visão”. Seus alunos sabem muito bem o que significa a expressão “Visão do Inferno”. O professor é do tipo que cativa seus estudantes, porque é engraçado e seu método de ensino é divertido. Este é o professor Mário Eduardo L. Matielo! De quem preferimos usar as próprias palavras poéticas para explicar o apelido: “a expressão ‘Visão do Inferno’ é a ignorância. O ser humano é capaz de raciocinar, mas, por vezes, se acomoda e prefere agir mais por impulso. Então, ele arruma problemas nessa

VISÃO DOS ALUNOS “As aulas são dinâmicas e muito proveitosas. Ele sempre abre espaço para tirarmos dúvidas e suas explicações são bem claras! É quase impossível sair das aulas dele com dúvidas. Particularmente, desde o primeiro dia, ele prendeu minha atenção. Acrescentou muito em minha formação. Muito do que eu já tinha aprendido ou ouvido falar, nas aulas dele foi explanado da forma correta. Ele está de parabéns por não deixar a aula ser cansativa!” Edilson dos Santos “O professor Mário é uma figura... tive aula com ele de Legislação Trabalhista. Em todas as aulas ele sempre tinha uma situação diferente para nos passar. Na verdade, o que mais contribuiu em meu aprendizado foi a maneira simples que ele nos ensinava a matéria, por se tratar de um tema que envolve muitas leis, a tendência era de serem aulas chatas, mas com o Visão isso não existe. As aulas eram dinâmicas e a gente aprendia de uma forma divertida e séria ao mesmo tempo...” Paulo Jasnievski

fantástica aventura que é viver. Quando chamo a atenção dos alunos, ‘Oh visão do inferno’, é justamente para chamá-los a refletirem, para chamá-los de volta à terra (já que muitos estão em ‘avatar’ durante as aulas). Todos podemos fazer de nossas vidas algo realmente dignificante e prazeroso, mas podemos também viver o inferno. A escolha é de cada um”. ^

Importância das disciplinas jurídicas “O direito está presente em todas as atividades humanas. Aliás, o direito existe porque o ser humano é um ser social. Se você fosse o único habitante de um planeta distante, seria necessária alguma norma de conduta?” foi a resposta dada à pergunta sobre a importância de disciplinas jurídicas nos cursos. Até em entrevista, o professor continua ensinando. Ele explica ainda que a disciplina é importante para vários cursos de graduação e pós-graduação e que tornou-se obrigatória nas grades curriculares.

Administração do tempo Quando não está lecionando ou no exercício da advocacia, não planeja o que deve fazer, apenas aproveita o tempo criando, desde um prato culinário a algo que envolva música. Gosta de bater papo e não se importa com o lugar, mas sim com as amizades. Também gosta de esportes, como futebol, automobilismo e, principalmente, Fórmula 1 e vôlei etc. Mas, confessa que seu grande hobbie é ler, tanto que até as bulas de remédio não escapam de suas leituras. O gosto foi adquirido lendo gibi. Visão fica contrariado com alunos que não valorizam a oportunidade de cursar o Ensino Superior e, ainda, alerta-os dizendo que eles são minoria na população brasileira. Também cita alunos que estudam por obrigação, sem se darem conta de que estão perdendo tempo e dinheiro. O professor informa que procura não ser apenas uma pessoa que passa pela vida. Ele quer deixar amor e perseverança.

“O professor Mário foi o máximo! Além de um ótimo professor, que brinca, na hora de falar sério, sai de baixo! Ele deu aula de Direito Trabalhista e Direito empresarial” Claudia Nicomedes “As aulas tinham muita teoria, porém ele ensinava de um modo engraçado, dando muitos exemplos da realidade, ou ainda, usava os alunos como exemplo, sempre brincando. Era muito legal e engraçado. A disciplina representa para minha formação uma importância grande! Ter conhecimento sobre leis e direitos é necessário para um bom profissional. Isso é bom, pois terei a capacidade de agir profissional e pessoalmente, de forma correta, conforme meus conhecimentos sobre direito trabalhista e empresarial, adquiridos com ele. As aulas sempre eram engraçadas! Ele tem uma maneira de se expressar legal e as expressões usadas por ele é que fazia com o que as aulas se tornassem mais legais e divertidas. Foi muito rico o aprendizado que nos passou. Ele é um excelente profissional. Quando tinha que ser sério e ficar bravo, ele ficava. Só tenho a dizer que aprendi muito com ele e que agora vejo as coisas com outros olhos e sinto saudades de ter aula com ele” Rosana Navarro

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E N T R E V I S TA

Por Rosi Silva Veronezzi.

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As crianças são desprendidas dos valores morais que os adultos estabelecem. São expansivas, não têm medo de se expor e são persistentes. Não desistem de desbravar o mundo e obter respostas às suas perguntas. Mas, os adultos logo se cansam e dão respostas vagas, respondem “porque sim”. E, tudo vira “porque sim”. Aí é muito pior, a qualquer resposta incoerente uma sequência de porquês é disparada. Nos anos 90, muitas crianças viram nascer um programa pedagógico infantil que lhes ajudou a conseguir as respostas para suas questões: o Castelo Rá-Tim-Bum. Um dos personagens da série televisiva era o Zeca, uma criança questionadora, que vivia tentando compreender por que o céu é azul, por que os peixes nadam, por que o ar é invisível aos nossos olhos... As perguntas eram simples, mas ao mesmo tempo desconcertantes e profundas, a ponto de deixar qualquer um envergonhado. Por exemplo, se ele perguntasse com sua insistência infantil “por que chove?”, ouvia logo um “porque sim, Zequinha!”. Nesse momento, a cena era congelada e o jovem Telekid aparecia dizendo “Porque sim não é resposta”. Ele apertava os botões do que seria um aparelho tecnológico futurista e, ao seu lado, aparecia uma tela contendo imagens que respondiam aos questionamentos.

Tas nasceu em Ituverava, no dia 10 de novembro de 1959, é Santista, tem três filhos e casou-se duas vezes. Viveu uma infância tranquila e feliz, que só as cidades do interior proporcionam. Aos 15 anos deixou Ituverava e foi para Barbacena, em Minas Gerais, a fim de estudar na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR). Passou três anos na Força Aérea Brasileira e saiu para cursar Engenharia Civil na Poli/USP. Iniciou também o curso de rádio e TV, que não chegou a concluir porque sua trajetória na TV não era apenas atrás dos bastidores, mas atuava também como apresentador, humorista e mais o que a sua polivalência permitisse. Começou sua carreira como um repórter fictício, chamado Ernesto Varela, que com ingenuidade e ironia entrevistava políticos e personalidades. Ernesto foi apenas o precursor do hábil jornalista e comunicador. Atualmente, é âncora do Programa CQC (Custe o Que Custar), da Band; apresentador do infantil CGC (Conversa de Gente Grande), também na Band; Plantão do Tas, um telejornal de notícias fictícias para crianças, do Cartoon Network. Além de tempo para tudo isso, ainda é colunista em revistas, escreve em seu blog e Twitter, é palestrante e apaixonado por tecnologia. Tanto que, no Museu da Língua Portuguesa, o jogo interativo “Beco das Palavras” tem seu toque. Escreveu dois livros, um deles é “Nunca antes na história deste país”, de 2009, com humor traz as frases mais polêmicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E o mais recente, lançado em 2011, “É rindo que se aprende – uma entrevista a Gilberto Dimenstein”. Quando falam de Tas sempre enaltecem as qualidades como comunicador, visionário, homem-tecnológico, mas além de todas essas habilidades, encontramos mais uma: educador. Sim, pois se não fosse comunicador, Tas poderia ser professor, afinal, potencial ele tem. Ele não é um educador à maneira formal, em sala de aula, lecionando. Mas, na televisão, no blog, Twitter e textos para as colunas, sempre ensina algo novo ou nos ensina a ver as mesmas notícias com outros olhos, abrindo possibilidades diferentes. Conheça um pouco mais sobre o homem de preto.

Telekid foi apenas um entre vários personagens que Marcelo Tristão Athayde de Souza, o Marcelo Tas, interpretou. Outro que continua na lembrança e nos reprises da TV Cultura é o Professor Tiburcio, do infantil Rá-Tim-Bum. O quadro era composto por dois irmãos que assistiam à televisão, o Professor Tiburcio surgia do fim da tela correndo e dizia “Olá, classe” – o som da letra “a” prolongado e a palavra classe bem pronunciada. Vozes infantis falavam “Olá, Professor Tiburcio” e a aula iniciava com “na aula de hoje vamos aprender sobre...” O quadro era curto e mostrava a figura de um professor com capelo na cabeça, cabelos grisalhos à altura dos ombros, que se despedia com um “até logo, classe”. Tas não era apenas ator nesses dois programas infantis, ele também era roteirista e diretor. No programa Telecurso 2000, foi diretor de criação.

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Você se considera um nerd? Sempre gostei de estudar, tirava boas notas e apreciava a solidão com os livros. Só que ao mesmo tempo, desde cedo, me interessei pelas artes e pela boemia. Posso, então, dizer que nasci nerd, mas fui salvo pela turma do fundão. Quando descobriu que tinha aptidão para produzir e atuar em programas infantis? Com o convite para participar da criação da primeira série Rá-Tim-Bum, na TV Cultura. Entendi ali que contar histórias para crianças na televisão é uma das tarefas mais nobres e difíceis que alguém pode abraçar. Como surgiu a ideia de criar o Telecurso 2000? É uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, que já havia criado o tradicional Telecurso. Na década de 90, fui convocado para ser o diretor de criação da renovação de linguagem do antigo telecurso. Você já lecionou para o Ensino Fundamental e/ou Superior? Durante um ano, dei aula na ECA-Escola de Comunicação e Artes- na USP, como professor convidado. Admiro e respeito demais a profissão de professor para repetir a experiência. Para desempenhar a tarefa, precisaria ter muito mais tempo disponível. Qual a relação entre o curso de sua formação (engenharia) e suas atuações hoje (jornalista, escritor, apresentador, roteirista...)? Curiosamente, na faculdade de Engenharia, descobri minha vocação de comunicador ao me tornar editor do jornalzinho de humor da Faculdade de Engenharia Civil. É importante notar também que, apesar de não ter concluído o curso, eu também cursei Comunicação, também na USP, e fiz pós-graduação em Cinema e TV, na NYU-New York University. Seu blog é um dos mais premiados do país, sabe dizer qual o motivo? O meu blog se propõe a "entender melhor as notícias". Penso que atua como um filtro para selecionar o que é relevante no meio da avalanche de notícias do planeta. Também me coloco como alguém sempre aberto a aprender e completar o entendimento das notícias com os meus leitores. Esta é, a meu ver, a principal virtude que um blog deve perseguir.

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Para quem você prefere fazer/apresentar/escrever programa televisivo: crianças ou adultos? Sem dúvida, para as crianças, que são mais exigentes, criativas e inteligentes que os adultos. Você acha que influencia a opinião de muitos brasileiros? De alguns, mas prefiro que este fato não contamine o que eu tenho a dizer ou comentar. É importante que o que eu escreva saia naturalmente da minha intuição do que me interessa dizer, sem passar pela pretensão de influenciar as pessoas. Crianças e adultos gostam de você, por quê? Prefiro pensar que os adultos que gostam de mim são seres que conseguiram manter viva a criança dentro de si. O que você faz para ter criatividade e manejo com as palavras? Leio, leio e leio... bons livros e autores. Quando precisa conversar seriamente com seus filhos é enérgico? Não gosto da palavra "enérgico". Penso que os filhos pedem e precisam da firmeza dos pais. Firmeza não significa violência. Firmeza tem a ver com clareza de convicção, valorização da educação e da ética. Deixe um recado para os nossos alunos. Como poderão ter sucesso na carreira? Vou lhes contar um segredo: qualquer que seja a profissão escolhida, você sempre estará muito a frente se exercer o hábito de ler bons livros. Escolha para começar dez bons livros, que te deem prazer de leitura. Inicie uma viagem que nunca mais terá volta. Você vai melhorar a maneira como escreve, se comunica, pensa e até inicia o namoro com a(o) futura(o) amada(o).


UM SONHO: Ir ao espaço UMA REALIZAÇÃO: Amor dos filhos UMA PROMESSA NÃO CUMPRIDA: Não faltar aos meus treinos de boxe LIVRO DE CABECEIRA: Atualmente, "A Queda", do Diogo Mainardi UMA FRASE: O que importa é o verdadeiro amor, do cantor brega Odair José FAZ VOCÊ FELIZ: Cozinhar com os amigos AMOR DA SUA VIDA: Bel SER CRIANÇA É: Viver no presente EDUCAÇÃO NO BRASIL É: uma ausência triste e uma oportunidade preciosa.

Conheça os trabalhos atuais que Tas produz para a TV CQC – Custe o Que Custar, Band, apresentador; Plantão do Tas, Cartoon Network, apresentador; CGG - Conversa de Gente Grande, Band, apresentador. Saiba mais sobre o Tas em www.marcelotas.com.br www.blogdotas.terra.com.br www.facebook.com/MarceloTas www.twitter.com/marcelotas

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CURIOSIDADE Por Gabriela Nunes, produtora da rádio Eldorado Brasil 3000.

Há quem pense que o rock‘n’roll seja apenas uma barulheira que vem da junção de distorções de guitarra, porradas em pratos de bateria, graves gritantes de baixo e um vocal doidão. Mas existe muito mais por trás desse gênero que muitos chamam de “barulho”. Primeiro, uma breve história. O rock não surgiu do nada, ele tem raízes no blues tradicional, que nasceu nos Estados Unidos, do canto de escravos negros norte-americanos, do rhythm & blues e da música country. Quem deu os primeiros passos roqueiros foi Chuck Berry nos anos 50, mas é inegável que o estilo ganhou grande popularidade com Elvis Presley, com seu cabelo impecável, voz marcante e um ousado rebolado que enlouquecia as menininhas. Desde então, a história do rock vem sendo contada por personagens como Beatles, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, Rolling Stones, Nirvana, Pearl Jam, Ramones, Black Sabbath... e nunca vai chegar a um final, já que novidades e descobertas não param de surgir nesse gênero que não é mais nenhum adolescente. O que motiva o rock? Atitude. É justamente a atitude (às vezes em excesso) que faz com que o rock tenha bons “causos” para contar, alguns que aconteceram de verdade e outros que são apenas boatos – mas que ainda deixam aquela duvidazinha...“será?”. Se ainda não sabe do que estou falando, prepare-se para conhecer. Ah, e o rock nacional não ficou de fora.

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LENDAS E TEORIAS

DA CONSPIRAÇÃO

Kurt Cobain não cometeu suicídio, e sim foi assassinado. Boatos dizem que sua esposa, a também roqueira Courtney Love seria a mandante do crime. Outra razão para explicar que ele não teria se matado foi a quantidade de droga encontrada em seu sangue, era tanta que ele nem teria condições de puxar o gatilho da espingarda.

Paul McCartney morreu. Dizem que o ex-beatle que está até hoje cantando e se apresentando pelo mundo inteiro é um farsante. O verdadeiro Paul teria morrido em 1966, em um acidente de carro. O acidente aconteceu, mas foi de mobilete e tudo que o cantor ganhou foi um dente quebrado. As conspirações baseiam-se basicamente na capa dos discos “Abbey Road” (Paul é o único descalço e andando com a perna diferente dos outros) e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (as coroas de flores seriam do “funeral” de Macca).


Jim Morrison, vocalista do The Doors, teria forjado a própria morte para fugir de problemas judiciais. Na época, ele estava morando em Paris e não estava mais na ativa como músico. A principal razão: apenas a mulher de Jim e o médico legista viram o corpo. Além disso, os amigos dele foram avisados apenas depois que o enterro já havia acontecido, fato usado pelos conspiradores para justificar a ideia.

Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones, cheirou as cinzas do próprio pai. Diziam que ele havia misturado com cocaína. Ele acabou assumindo o ato em uma entrevista e explicou: “eu juntei as cinzas como se faz com a cocaína, mas não estava misturada com a droga".

“Elvis não morreu”. Tem gente que realmente acredita que o cantor está vivo. A principal razão: ele estava decadente e a morte seria uma saída digna do mundo musical. Mas há outros detalhes que contribuíram para a conspiração, como o fato de não ter o nome do meio dele na lápide; suspeitas de que dias após sua morte, foi visto embarcando para Buenos Aires e que antes de morrer teria despedido empregados.

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Os Ramones tiraram o nome da banda de um pseudônimo usado por Paul McCartney quando dava entrada nos hotéis em seu período nos Beatles: Paul Ramone.

A L G U M A S

CURIOSIDADES D O R O C K O solo de guitarra no meio do hit “Beat It” de Michael Jackson foi presente de Eddie Van Halen (da banda Van Halen). O guitarrista Slash (ex-Guns‘n’Roses) participa na faixa “Black or White”.

O sucesso “I Don't Want To Miss A Thing”, do Aerosmith, usado no filme “Armaggeddon”, foi originalmente escrito para Celine Dion pelo compositor Diane Warren. Outra da banda: eles foram processados pela associação protetora dos animais dos Estados Unidos, porque na capa do álbum “Get a Grip” colocaram a foto de uma vaca com piercing na teta. Na época, os integrantes brincaram dizendo que a vaca havia sido anestesiada para ser perfurada, mas depois revelaram que era só uma montagem.

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Marilyn Manson não fez o papel de Paul Pfeiffer na série “Anos Incríveis”, como muitos acreditam. Só para lembrar, a música de abertura, “With a Little Help From my Friends”, é dos Beatles. Porém, a versão tocada é de Joe Cocker, que marcou a história no lendário festival de Woodstock.

• ANOS •

INCRÍVEIS

Pouca gente acredita, mas Axl Rose, vocalista do Guns’n’Roses, ia à igreja oito vezes por semana, cantava no coral e ensinava na escola de catecismo, aos domingos.

C U R I O S I DA D E S N O B R A S I L • A música “Camila” da banda “Nenhum de Nós” não é sobre um caso de amor. Na verdade, narra toda a história que envolveu um estupro no Rio Grande do Sul. • Charles Gavin, dos “Titãs” já foi baterista do grupo “Ira!”, e André Jung, do grupo “Ira!” já foi baterista dos “Titãs”. • Lobão foi o primeiro baterista da Banda Blitz. Por causa de problemas em uma gravação, acabou saindo da banda. Mais tarde, fez uma música chamada “O Rock errou”, pois considerou que a Blitz foi injusta naquela ocasião.

Os integrantes do Queen poderiam ter seguido outras profissões se não tivessem dado certo na música. O guitarrista Brian May é formado em astronomia, o baterista Roger Taylor em biologia, o baixista John Deacon é mestre em eletrônica e o vocalista Freddie Mercury era formado em ilustração e design.

• Os Paralamas do Sucesso são considerados os padrinhos da banda Legião Urbana. O baixista Bi Ribeiro, que era ex-aluno de inglês de Renato Russo, foi quem apresentou a banda a EMI, que seria sua futura gravadora.

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PA U TA

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Na maior parte das vezes, a bicicleta não é utilizada pelos paulistanos como meio de transporte diário. Seu uso está mais associado ao lazer. Mas, a preocupação com questões como, o meio ambiente, sustentabilidade, saúde e locomoção está mudando a cabeça das pessoas. Não só a população, mas também o Poder Público esforça-se para fazer com que a magrela faça parte do nosso dia a dia. São Paulo conta com ciclovias em várias regiões, para transporte e, também, para proporcionar lazer de forma segura, com as ciclofaixas. Eventos como o World Bike Tour São Paulo são promovidos e conquistam várias pessoas a fim de passearem de bicicleta e incentivarem seu uso. Existem grupos organizados, ONGs e Instituições que estão fazendo as pessoas se movimentarem. No Centro de Convivência Educativo e Cultural (CEU) de Heliópolis, por exemplo, existem escolas de bicicletas, criadas pela Prefeitura. Mais de quatro mil alunos fazem parte do programa. Com tantos incentivos, ficamos curiosos para saber se:

Sao Paulo esta preparada para acolher a bicicleta como meio de transporte?

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Gilson Alvaristo

Ex-ciclista profissional e atual diretor técnico e vice-presidente da Federação Paulista de Ciclismo.

A cidade de São Paulo sempre esteve pronta, o que faltava era vontade política e a necessidade do uso da bicicleta como meio de transporte e lazer. Hoje, temos a cada final de semana e feriados, 50 mil pessoas utilizando as ciclofaixas de São Paulo. A maioria destas bicicletas já existia, as pessoas é que não tinham onde andar. Já existe uma lei com o objetivo de resguardar o ciclista: o motorista deve passar a uma distância segura de 1,5m de distância lateral. Existem, também, bicicletários, vagões de trens e metrôs para as bikes. Enfim, existe toda uma movimentação em prol do uso da bicicleta, seja em competições, lazer ou meio de transporte diário e a tendência é evoluir. Eu acredito que, em um tempo não muito distante, no quadrilátero central, as pessoas chegarão somente de conduções públicas (ônibus, trens e metrô), a pé ou de bike, o que já é uma realidade em muitas metrópoles mundiais.

CICLOVIA do Rio Pinheiros

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Aline Cavalcante

Jornalista, ciclista urbana e integrante da rede Bike Anjo.

São Paulo tem na mobilidade de seus cidadãos um dos seus mais graves problemas. As perdas econômicas e de qualidade de vida são astronômicas. Equacionar a necessidade dos milhões de paulistanos e de todos que passam pela cidade diariamente é uma necessidade urgente. Para fugir dos congestionamentos, cada vez mais cidadãos têm optado por utilizar a bicicleta em seus deslocamentos. Veículo ideal para distâncias de até 10km. A bicicleta em São Paulo ganha notoriedade a cada dia pelo potencial de ajudar a resolver o problema da mobilidade urbana da cidade. Dentro desse contexto, São Paulo precisa da bicicleta e de mais ciclistas nas ruas como parte da solução de mobilidade urbana. Políticas de valorização do uso da bicicleta como lazer, em curso na cidade, têm despertado no paulistano o prazer de pedalar. A quantidade de ciclistas nas ruas e avenidas nos fins de semana mostra o potencial que a bicicleta tem na cidade. Para realizar esse potencial e colaborar para que mais cidadãos escolham a bicicleta no seu dia a dia, diminuindo os congestionamentos e aliviando a lotação do transporte público, precisamos garantir que todo ciclista que já pedala deseje e possa pedalar mais, com mais segurança e conforto. Ao agir desta forma, naturalmente mais cidadãos poderão trocar o carro pela bicicleta e deixar as ruas mais livres. Durante décadas, São Paulo preparou-se e adequou-se à circulação de cidadãos em automóveis. É chegada a hora de adequar a cidade para a circulação de pessoas, seja qual for o meio de transporte escolhido. A bicicleta já está nas ruas, assim como os pedestres também estão, uma política pública de valorização e incentivo para ciclistas e pedestres será capaz de aumentar a qualidade de vida na cidade e ao mesmo tempo contribuir para a diminuição dos famigerados congestionamentos. Até lá, a tendência é que o número de ciclistas nas ruas siga crescendo.


Augusto Machado

Consultor do site “Eu vou de Bike” (www.euvoudebike.com).

Pedalando pela cidade há mais de 10 anos, posso dizer que nos últimos anos temos avançado muito no que diz respeito ao uso da bicicleta como meio de transporte em São Paulo. É claro que ainda temos muitos desafios pela frente, mas com a boa vontade dos governantes e com a presença cada vez maior dos ciclistas nas ruas, aos poucos os motoristas estão se acostumando a compartilhar as vias, tornando o trânsito dos ciclistas mais amigável. Parte desta mudança acontece por meio da implantação das ciclofaixas de lazer, que estão motivando mais pessoas a considerarem a bicicleta como meio de transporte. É provado que quanto maior a infraestrutura cicloviária oferecida pela cidade, maior é a utilização pela população. E com o crescimento do uso da bicicleta como meio de transporte, que hoje ainda é muito tímido frente aos outros modais, teremos uma considerável melhora no trânsito, nas questões de meio ambiente, bem como de saúde pública, com a diminuição de doenças ligadas ao sedentarismo. Concluindo, ainda não estamos plenamente preparados para utilizar a bicicleta como meio de transporte na cidade de São Paulo, porém nunca estivemos tanto neste caminho.

CICLOFAIXA

Thiago Benicchio

Diretor Geral da Ciclocidade Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo.

A cidade de São Paulo ainda está distante de ser uma cidade convidativa e adequada para que qualquer pessoa que deseje usar a bicicleta se sinta confortável e segura. Ainda assim, existem cerca de 500 mil paulistanos que utilizam este veículo pelo menos uma vez por semana na cidade e este número cresce a cada dia. Com o aumento do número de ciclistas e da "visibilidade social" da bicicleta, a segurança dos ciclistas aumenta e a cidade, aos poucos, vai se tornando mais adequada. Uma cidade "adequada" para o uso de bicicletas deve contar, fundamentalmente, com dois elementos: infraestrutura e educação/fiscalização. A infraestrutura cicloviária consiste na criação de uma rede de ciclovias, ciclofaixas e "ciclorrotas" (trânsito compartilhado sinalizado) de boa qualidade, que garanta a segurança e o conforto do ciclista. Uma "rede cicloviária" quer dizer estabelecer interligações entre todas as regiões da cidade, combinando cada uma dessas estruturas (ciclovias, ciclofaixas e trânsito compartilhado sinalizado). Para o trânsito compartilhado, é necessário adotar medidas de "acalmamento de trânsito (traffic calming)", como a redução da velocidade máxima permitida e outras formas de reduzir o potencial de danos dos veículos motorizados. O processo de educação é fundamental para que todos os participantes do trânsito (motociclistas, motoristas e ciclistas) aprendam a compartilhar o espaço priorizando o respeito à vida do próximo. São Paulo ou qualquer outra cidade do mundo que sofreu com os impactos da prioridade absoluta ao automóvel durante o século XX precisa resgatar o espaço perdido para o carro, criar redes de transporte coletivo eficientes e tornar as ruas mais seguras para todos. A bicicleta é um importante instrumento de transformação das cidades. Com o aumento do número de ciclistas e da preocupação social em incluir definitivamente este meio de transporte entre as opções de deslocamento dos cidadãos, conseguimos não apenas transformar a cidade em um ambiente mais adequado para os ciclistas, mas tambémpara todos os cidadãos.

Você também pode participar desta pauta, acesse www.sumare.edu.br/blog e deixe a sua opinião.

em São Paulo

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LIVRE

Como vai sua magrela? Por Ana Paula Xavier Ladeira, educadora física.

A famosa magrela deve ter tido um lugar de destaque em parte da sua vida, afinal, quem iria esquecer como foi emocionante aprender a andar de bicicleta? Na infância e adolescência, aprendemos a administrar nosso equilíbrio e a adquirir autoconfiança ao sair por aí pedalando. O nosso único pensamento era em relação à sensação de liberdade que nos proporcionava. Conforme o tempo foi passando, ela ainda continua conosco, mas deve estar bem guardada e empoeirada, da mesma forma que alguns poucos brinquedos que fizemos questão de guardar. Por que não modificar isso? A bicicleta é hoje muito mais do que um brinquedo de criança, é um meio de transporte saudável, eficiente e ecologicamente correto. É crescente a veiculação, em todos os meios de comunicação, das vantagens de se utilizar a bicicleta como meio de locomoção, visando à construção de um futuro saudável para nossos descendentes. Há algum tempo, a população mundial percebeu que a locomoção por meio de veículos motorizados acaba com as reservas minerais do nosso planeta e contribui com a poluição. Ou seja, deve ser diminuída para que o planeta tenha vida útil maior e com melhor qualidade. Isso parece muito simples, mas não é! Modificar a rotina de vida das pessoas, que a cada dia possuem menos tempo e mais compromissos, é muito difícil. No entanto, algumas iniciativas são percebidas em todo o mundo e, aqui no Brasil, não é diferente. Em diversas cidades do país, grupos de pessoas reúnem-se para andar de bike, novo apelido carinhoso da nossa eterna magrela. Eventos por todo o país visam o incentivo da prática de atividade física ligada à uma consciência ecologicamente correta. Exemplos como as ciclovias, ciclofaixas, passeios ciclísticos, cicloturismo e o dia Mundial Sem Carro, comemorado em 22 de setembro, são incentivos que andam fazendo a diferença, embora numa proporção muito inferior aos milhares de carros que circulam todos os dias pelas ruas de todo o mundo. O importante ao adotar a bike como meio de transporte, quer seja pensando em economizar tempo, pela preservação do planeta ou pelo simples fato de praticar

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algum tipo de atividade física, é ter a consciência de que se trata de um veículo, sendo necessário conhecer todos os sinais de trânsito e respeitá-los. Pedalar sempre nas faixas preferenciais. Em locais desprovidos de ciclofaixas, respeitar o sentido de circulação dos veículos na via. A manutenção periódica da magrela é extremamente importante para a segurança, além da utilização dos equipamentos de segurança, tais como, capacete, luvas e luz traseira para pedalar à noite. E, por falar em pedalar à noite, existem inúmeros grupos que se reúnem em São Paulo, em alguns dias específicos, com

07 - 13h DOMINGO


horário marcado, para pedalar pela cidade. Se você não pedalava por falta de companhia, já não será este o motivo, basta procurar na internet os sites dos grupos e escolher qual deles se adequa ao seu perfil. Entre em contato com eles e seja feliz pedalando. Como toda atividade física, pedalar proporciona inúmeros benefícios à saúde, aumenta a aptidão cardiorrespiratória e cardiovascular, melhora o equilíbrio, fortalece músculos e articulações, além de aliviar o estresse e proporcionar uma sensação de bem estar, tanto ao concluir o passeio, como no dia a dia. Pessoas que possuem algum tipo de acometimento físico e que, por isso, não podem praticar atividade física com impacto nos membros inferiores, como a corrida, podem pedalar tranquilas, no tempo e ritmo do seu condicionamento físico. Porque não utilizar a bike para ir e voltar do trabalho? Em algumas situações, você pode levar menos tempo, pratica atividade física e, ainda, economiza com a manutenção do carro, com o alto valor dos estacionamentos e com o consumo de combustível devido ao trânsito. A magrela ajuda você a chegar lá desde que era criança! E se você foi daqueles que não teve bicicleta quando era criança, nunca é tarde para começar. Adquirir uma bike não é tão caro quanto parece. Caso você não tenha como comprar uma ou não tenha espaço para guardá-la, hoje em dia é possível alugar.

Cuidados ao dizer sim à Magrela Ajustar a altura e inclinação do selim para evitar problemas na região pélvica e má circulação sanguínea Ajustar a largura e altura do guidão para evitar dores nos braços ou na lombar Ajustar o comprimento e altura de forma a ficar mais confortável na realização dos movimentos Realizar uma manutenção periódica para evitar acidentes Usar equipamentos de segurança Conhecer as leis de trânsito Realizar alongamentos antes e após. Hidratar-se durante a prática do exercício

Porque dizer sim à Magrela Melhora da aptidão cardiorrespiratória e cardiovascular Melhora do equilíbrio Fortalece os músculos da perna (quadríceps, glúteos e gastrocnêmios), tronco (abdômen e lombares) e braço (bíceps, tríceps e deltoide) Fortalece as articulações da perna (joelho, quadril e tornozelo) Promove o emagrecimento Alivia o estresse Causa sensação de bem estar

A Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Banco Itaú e as empresas Serttel/Sampa, disponibiliza bicicletas em vários pontos da cidade para serem alugadas. E o melhor, basta se cadastrar, baixar o aplicativo e alugar via celular. Você ainda pode devolvê-la em qualquer um dos pontos. O Metrô e alguns parques, como o Ibirapuera, também disponibilizam bikes para alugar, tanto para auxiliar na ida e volta do trabalho, quanto para se divertir com a família e amigos enquanto passeia pelo parque. Contudo, se você ainda não se convenceu a utilizar a bike como meio de transporte ou de lazer, saiba que você pode ajudar apoiando empresas que optam pela bicicleta como meio de entrega em substituição às motos, visando uma entrega mais sustentável e livre de carbono. Os bikeboys, como são conhecidos, já existem em diversas cidades do país. Com todas essas opções e as inúmeras vivências, contato com a natureza, com você mesmo e, ainda, com a preservação do meio ambiente e da sua saúde, vai ser muito difícil você não dar uma chance para a magrela!

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PROFISSÃO

Por Rosi Silva Veronezzi e Cadu Xavier

Você já deve ter se perguntado se existe alguma profissão totalmente necessária para uma empresa. Sim, ela existe. Toda empresa, por lei, precisa apresentar relatórios e balanços fiscais. Apenas um profissional pode fazer e assinar todos estes levantamentos: o contabilista. A contabilidade é uma ciência social aplicada, pois sofre influência do ambiente em que age. Os profissionais desta área coordenam e controlam operações financeiras em empresas de qualquer segmento, atuando na auditoria, na controladoria, gestão tributária e no fornecimento de dados para a tomada de decisão. A profissão é regulamentada pelo Decreto de Lei 9.295/46 e as atribuições pela resolução 56/83, pelo Conselho Federal de Contabilidade. Para ser contador, é preciso fazer um curso de bacharelado em Ciências Contábeis. Alguns contadores possuem curso técnico. Neste caso, os registros profissionais já adquiridos no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) serão mantidos. Até 2015, as solicitações de registro de quem fez o curso técnico serão atendidas. Após essa data, apenas quem tem curso superior poderá solicitar o registro ao CRC. Luiz Fernando Nóbrega, presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), explica que “o perfil profissional que o mercado busca envolve, além de competências técnicas bastante sólidas, principalmente, na área fiscal e contábil, competências comportamentais, tais como pró-atividade, interação com outras áreas como, por exemplo, Economia, Direito e Finanças. Além disso, a multiplicidade de gerações com a qual hoje nos deparamos nas organizações exige deste profissional uma postura aberta e receptiva”. Para ser bacharel desta ciência, o coordenador de Ciências Contábeis da Sumaré, José Carlos Sobral Maciel, indica ao interessado ser uma pessoa que tenha “ética, boa leitura, pois deve ler e seguir a legislação, além de raciocínio

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lógico matemático. Tudo isso para melhor adquirir o conhecimento contábil durante o curso”. Nossa aluna, Karina de Oliveira Ferreira, 7º semestre, Unidade Sumaré, é estagiária na empresa Alphaville e diz que gosta muito do curso, mais do que pensou que gostaria. Falou também que, com o curso, tem-se uma visão muito além, ou seja, conhece-se todos os processos que envolvem o trabalho do contabilista, tais como origem dos recursos, custo de tudo e a importância dos registros. Ela completa dizendo: “estou muito feliz com minha escolha!”. Karina e os demais estudantes, ao final do curso universitário, que tem duração de quatro anos, farão uma prova, chamada de Exame de Suficiência, para que possam se registrar no CRC. O Exame foi incorporado recentemente. Além dessa mudança, outra deixou a Contabilidade mais organizada, a Lei 11.638 de 2007, que estipulou um mesmo padrão em vários países para apresentação de balanço. Segundo o prof. Sobral, “as mudanças tornaram a profissão mais rigorosa, com melhor ética e transparência. Agora ela é mais rígida, controlada e regulamentada”. A última lei que regulamentava a profissão era de 1976, ou seja, muito antiga e desatualizada. Nóbrega diz que “o CRC-SP vem promovendo um papel de defesa muito intensa e agressiva perante os meios de comunicação e promovendo de uma forma ampla e insistente a Educação Profissional Continuada, para que o profissional possa estar mais bem preparado e mais atualizado, a fim de ser capaz de melhor servir aos usuários de seus serviços”. Anterior à nova lei, os balanços fiscais eram exibidos de formas diferentes, ou seja, um mesmo balanço, feito por contadores de países diferentes, divergia na forma de apresentação. Desde 2007, a padronização viabilizou melhor coleta dos resultados pelos órgãos controladores, como Receita Federal, Fisco etc.


LUIZ FERNANDO NÓBREGA presidente do CRC-SP

que inicialmente assusta e até inibe, mas tais informações após absorvidas passam a ser vistas com outros olhos e como desafios superados e estimulantes para novas informações e experiências. Normalmente, ao longo dos semestres surgem mudança de hábitos, posturas, empregos e isto traz um sentimento de realização, utilidade e colaboração, imensuráveis, criando motivação, vínculos profissionais e de amizade eternos”. Entre ser professor e atuar no mercado de trabalho, Firmino explica que o contabilista trabalha na parte final de um processo de aplicação de procedimentos e regras que visam a apresentação fidedigna dos atos e fatos ocorridos dentro das empresas, que resultarão em pagamentos de tributos e apresentações de peças contábeis que se mal aplicados ou interpretados geram prejuízos e relatórios que podem, inclusive, causar o fechamento ou a quebra de uma organização. Porém, do ponto de vista da entrega do serviço, a semelhança principal é que tanto na área educacional quanto na profissional, sendo cliente ou aluno, todos esperam que suas expectativas sejam atingidas. E, na contra partida, para que haja êxito é preciso que aceitem as técnicas, entendam e, principalmente, confiem e ao final de tudo isto, o aprendizado é sempre simultâneo.

Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho é bastante promissor. Mas, a área acadêmica enfrenta um período de escassez desse profissional, pois muitos formandos acabam destinando suas carreiras às empresas, uma vez que o mercado de trabalho paga muito bem. Sobral relata que profissionais com doutorado na área não chegam a trezentos no Brasil. Karina diz que, desde o início do curso, não encontrou dificuldades para colocar-se no mercado de trabalho porque sempre “há novas oportunidades à disposição para quem quiser aproveitar e ampliar os conhecimentos. Embora muitos pensem que a área é restrita a escritórios contábeis, com a convivência no mercado pude ver que se trata de uma área muito ampla, com um grande ‘leque’ de opções, podendo-se atuar desde a área contábil, fiscal e tributária até financeira, negócios e planejamento”.

Remuneracao 1

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Se você é um daqueles profissionais apaixonados pela área, tanto que deseja atuar no mercado e ser professor simultaneamente, saiba que é possível. José Francisco Firmino é sócio e responsável técnico das empresas Prime Auditores Independentes, trabalha também na Fonte Tributária e Contábil, além de ser professor do curso, na Sumaré. Ele diz que estando dos dois lados, na formação de novos profissionais e no mercado de trabalho, a docência é uma atividade que traz realização pessoal e um processo de atualização e aprendizado mútuo, pois a cada aula surgem dúvidas, ideias e soluções diferentes que mostram que na profissão de contador a educação continuada é mais do que necessária. Para Firmino, outro fator importante por ter escolhido também a docência “é perceber o interesse e a evolução dos alunos que recebem uma carga de informações novas, muitas vezes complexas por serem, até então, desconhecidas, ‘o novo’

coordenador de Ciências Contábeis

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Docencia e atuacao no mercado

JOSÉ CARLOS SOBRAL MACIEL

Sobral relata que não existe excesso de profissionais no mercado. Por isso, as empresas estão pagando muito mais pelo trabalho do contador. O Guia Salarial 2011/2012 da Robert Half, empresa de Recrutamento Especializado, afirma que, entre as áreas em que atua, a contabilidade é uma de suas especialidades. De acordo com o Guia, um Auditor com nenhuma ou experiência de até dois anos pode receber mensalmente, em uma grande empresa, entre R$ 2.500,00 até R$ 5.500,00, podendo chegar a R$ 12.000,00 com mais de dez anos de atuação. Já, um Analista Contábil, em empresas de pequeno e médio porte tem salário de R$ 1.500,00 podendo chegar a R$ 7.000,00. As grandes corporações pagam em torno de R$ 2.500,00 a R$ 8.500,00. Em bancos privados, um Analista Júnior tem salário mensal de R$ 3.000,00 a R$ 6.000,00, mais bônus. Um superintendente pode ganhar de R$ 17.000,00 a R$ 22.000,00, mais variáveis.

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Roraima tem a menor quantidade de empresários, apenas cinco. Já o Acre tem o menor número de trabalhadores individuais, 125.

Para Nóbrega, o mercado de trabalho está “muito aquecido. A profissão é bastante requisitada em várias áreas distintas. Isso traz uma capilaridade de atuação que torna a carreira contábil bastante atraente. Estamos próximos de viver um apagão de mão de obra na área, por conta da crescente demanda por profissionais”.

No Brasil, segundo dados do Conselho Federal de Contabilidade, existem 289.416 bacharéis em contabilidade versus 194.078 técnicos ativos nos Conselhos Regionais. Deste total, 134.283 estão no Estado de São Paulo. Existem 19.824 organizações contábeis, na cidade, sendo que 10.548 trabalham em sociedade, 1.727 são empresários e 7.549 trabalham individualmente. Dados mostram que o profissional pode ser empreendedor de sua própria carreira ou, ainda, trabalhar formalmente em empresas. Se comparada à proporção de habitantes em São Paulo, existem 581 para apenas um bacharel.

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RECOMENDA

The Pillowman (Indicação: 14 anos / Duração: 140 min) QUANDO? de 01/setembro até 21/outubro sábado, às 20h; domingo, às 19h ONDE? no Espaço Parlapatões (Praça Roosevelt, 158 / Centro) QUANTO? R$ 30,00 (bilheteria: das 16h às 22h)

FICHA TÉCNICA Texto: Martin McDonagh; Direção: Bruno Guida e Dagoberto Feliz; Elenco: Bruno Autran, Bruno Guida, Daniel Infantini, Flavio Tolezani e Wandré Gouveia; Figurinos: Glória Coelho; Cenário: Ulisses Cohn; Iluminação: Aline Santini; Fotografia: João Caldas; Oficina de Contação de Histórias: Luciana Viacava; Oficina de Bufão: Bete Dorgam; Designer Gráfico: Fernando Bergamini; Assistente de Produção: Juliana Mucciolo; Produtores Associados: Bruno Guida, Elza Costa, Edinho Rodrigues; Direção de Produção: Brancalyone Produções Artísticas (Edinho Rodrigues e Elza Costa); Realização: Pitaco Produções e Brancalyone Produções Artísticas.

João Caldas

INFORMAÇÕES (011) 3258-4449

Baseado no livro The Pillowman, de Martin McDonagh, que também inspirou o curta-metragem Six Shooter, ganhador do Oscar em 2006, a peça é um conto teatral que analisa a natureza e o propósito da arte de contar uma história: um escritor, num regime totalitário, é interrogado acerca do conteúdo grotesco dos seus contos e das suas semelhanças com uma série de homicídios infantis que estão acontecendo na sua cidade. É uma comédia de humor negro vestida de drama ou drama vestido de comédia de humor negro. Na medida em que a peça evolui, o belo e o horror se alternam surpreendendo o espectador que também é pego por momentos de extrema ternura. Segundo o Guia Folha, “a peça acaba e você demora a se recompor, é tudo muito intenso, muita coisa pra pensar. Em meio a uma estética grotesca e personagens bizarros, o público se vê diante de histórias tristes demais e de cenas bem engraçadas”.

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INFORME PUBLICITÁRIO

eu indico! Decidi fazer faculdade, pois percebia que somente com o Ensino Médio não iria conquistar uma boa posição no mercado de trabalho. Mas, precisava de uma faculdade que fosse perto da minha casa, com mensalidades que eu pudesse pagar. Foi quando um professor me indicou a Sumaré! Pesquisei muito e vi o alto conceito no MEC, os horários diferenciados, a ótima localização e uma mensalidade incentivadora. Não tive dúvidas de que a Sumaré poderia mudar a minha vida. No início, ralei bastante, mas os professores me ajudaram muito, pois também são profissionais da área e possuem muita experiência. Durante o curso, fiz uma entrevista para trabalhar em uma grande empresa de telefonia. Fui aprovado e hoje sou um executivo na área. Sem dúvidas, a Sumaré foi fundamental para o meu crescimento. E não parei por aí. Continuo na Sumaré, agora como aluno da Pós-Graduação. Gabriel, aluno de Pós-Graduação da Sumaré

3067-7999

www.sumare.edu.br

2103-7999


eu indico! eu indico! Há algum tempo, procurava uma faculdade, mas como eu trabalho e tenho que cuidar da casa, do marido e do meu filho pequeno, achava que seria impossível estudar. Durante uma conversa na empresa de telefonia que trabalho, disse para um colega, o Gabriel, que queria uma oportunidade melhor no mercado de trabalho. Foi aí que ele me indicou a Sumaré! Ele me explicou sobre os horários diferenciados, ideias para mim, e me levou para conhecer a sua unidade. Visitei os laboratórios, a biblioteca e fui super bem atendida. Além disso, consegui uma mensalidade que cabia no meu bolso. Comecei o curso com uma grade atualizada, o que está sendo ótimo, pois uso no trabalho tudo o que aprendo nas salas de aulas. Agradeço muito ao Gabriel, pois sua indicação está mudando a minha vida. Pretendo continuar estudando para ter destaque na minha empresa e sucesso profissional. Agora, eu também indico a Sumaré. Giseli, aluna de Graduação da Sumaré

também nas redes sociais @ Sumaré Oficial


PRA VOCÊ

NÚCLEO DE EMPREGABILIDADE SUMARÉ

O Nestor é o seu parceiro, ele vai ajudá-lo a encontrar as melhores soluções para as questões de empregabilidade, desde o início do estágio até a mudança de emprego. Essa parceria ficará ainda melhor se você quiser contribuir, informando sobre eventos, cursos, mercado de trabalho etc. O Nestor trabalha no NES. Quer conhecê-lo melhor? Veja a entrevista. : Quem é você, o que faz? Nestor: Eusou o Nestor. Mas, ocerto seria perguntar quem são vocês?! Pois eu apenas represento o Núcleo de Empregabilidade Sumaré (NES), que é composto por vários profissionais trabalhando. Juntos, nós buscamos as melhores oportunidades no mercado de trabalho aos nossos alunos. : O que vocês fazem exatamente? Nestor:Nós auxiliamos os alunos a encontrarem seu primeiro estágio ou emprego. Quem sabe, um emprego melhor e dentro da sua área de atuação. Além disso, indicamos eventos, cursos e tudo que estiver ligado à empregabilidade. :Há mais de dez anos?Então, quantos anos você tem? Nestor: Prefironão falar quantos anos eu tenho. Mas, serei assim como sou hoje por muito tempo! Não gosto de revelar a minha idade, caso contrário, vão pensar que fizeram Photoshop em mim. :Como vocês se atualizam para ajudar os alunos? Nestor: Fazemos cursos, assistimosa palestras, estamos sempre de olho nas mudanças do mercado de trabalho, converso com muitos profissionais. Mas, o mais importante para ajudar os alunos, é que estamos em contato com muitas empresas. Eu, Nestor, apresento os alunos para as empresas e as empresas para os alunos. :Quer deixar um recado para os alunos? Nestor: Sim, quero dizer que temos um canal aberto para conversar. Acho interessante que todos os alunos cadastrem seus currículos no NES e os mantenham atualizados. É válido lembrar que já existe um pré-cadastro para todos. Por isso, aluno, atualize o seu cadastro e não perca as oportunidades. :E para osempregadores, gostaria de dizer algo? Nestor: O NES possui um banco de talentos disponível para eles, basta que cadastrem suas vagas.Além disso, eles podem contar comigo para encontrar o melhor profissional para a empresa, que será um dos alunos, talentos, da Sumaré.

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15 DE OUTUBRO DIA DOS PROFESSORES

Muito obrigado por nรฃo poupar esforรงos para ensinar e orientar com sabedoria.


PA L AV R A

Por Renira Appa Cirelli, doutora em Filologia pela USP.

Há alguns meses, sentada em um bistrô na Monte Alegre, sozinha, almoçando e aproveitando a promoção semestral do Restaurante Week, não pude deixar de ouvir a conversa de duas moças (até porque bistrô é assim mesmo, todo mundo muito perto, aconchegantemente). Pois bem, duas moças bem arrumadas, solteiras, alunas de Psicologia (consegui saber tudo em dez minutos de escuta). Ambas falavam sem parar e, em certo momento, como sociolinguista que sou, parei de prestar atenção ao assunto em si para contar as vezes em que usavam a palavra tipo no meio das frases. Parei de contar na 25ª, comecei a

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ficar nervosa, nem prestava mais atenção à comida, ou à conversa, só queria sair de lá o mais rápido possível, ou que elas se fossem... céus... que falta de vocabulário, indicador de miséria vernacular absoluta ou... que tal, exagero de vírgulas? Sim, porque tanto tipo junto só pode ser explicado como vírgula, uma pausa no meio da frase. Agora, pense só, se cada vez que conversássemos tivéssemos que dizer “vírgula” nos lugares devidos, que coisa mais chata seria. Pronto, é isso, tipo é uma “vírgula”. Mas, espere aí. Para se colocar vírgula há regras, não é em qualquer lugar não, nem em qualquer paradinha ou respiradinha! Outra coisa que me passou pela cabeça é que tipo talvez seja sinônimo de enrolar, embromar. Utilizado quando se tenta conseguir tempo para raciocinar, montar um pensamento ou mesmo concluir o pensamento, para depois falar. Também utilizado quando não se tem o domínio do assunto em questão. Ah! Isso sim, falta de domínio do assunto. Ou vício mesmo, irritante para quem ouve, despercebido para quem fala. Agora, se tudo é permitido na conversação da geração Y, então também poderíamos incluir alguns neologismos. Por exemplo: 1) tipizar, arte de colocar tipo no começo, no meio e no final de qualquer frase; 2) tipofonia, uso do som de tipo para deixar a frase mais coloquial e irritante; 3) tipofônico, qualidade daquele que usa tipo em absolutamente todas as suas frases. Afinal, o que quer dizer tipo, de acordo com o dicionário, salvador de nosso idioma pátrio? Chavão, bordão, clichê, lugar comum, modelo, molde, padrão, espécime, amostra, arquétipo, exemplar, gajo, indivíduo, ente ordinário, pessoa, plebeu, reles ser, sujeito, zinho, exemplo, figurino, forma, bitola. Bem, não é de se admirar, então, que uma palavra com tantos significados diferentes seja usada, superusada e abusada, chegando ao fastio (i.e. aborrecimento, aversão, repugnância). Buscando compreender e descrever a linguagem, os estudiosos sempre adotaram a postura analítica de apontar o desgaste do uso das palavras e expressões como a causa primordial do processo de morte ou uso exagerado de alguns termos que viram


modismo. Esses termos e expressões se constroem no jogo da interação. Nossos adolescentes e jovens vêm assumindo uma diversificação semântica (de significado) e funcional do termo/expressão tipo (assim). A Sociolinguística também opera com o conceito de mudança em progresso do português oral cotidiano. Em outras palavras, esse processo se configura como dinâmico e histórico na sua essência. Isto é, a língua que é viva muda mesmo. Só não muda o idioma que já morreu (adeus latim, adeus grego clássico e adeus a muitas outras que não me recordo no momento). O dono da língua é o usuário e não os gramáticos, para desgosto destes últimos. Costuma-se avaliar negativamente os “desvios” semânticos e funcionais de termos e expressões como (urgh!) a nível de, com certeza, de repente (urgh!urgh!), colhidos do nosso falar cotidiano. São execrados pela mídia e, principalmente, o grupo jovem é visto como o principal responsável por tamanhos “desmandos” linguísticos. Atribuímos a eles, jovens, rótulos como: “geração sem palavras”, “geração oca e sem leitura”. Mas o termo/expressão tipo (assim) não está apenas nas frases de nossos adolescentes, ele vem se estendendo à linguagem adulta e até mesmo à escrita. Atua como uma espécie de marcador/delimitador, mais ou menos vago, de tempo, lugar, número etc. “eu tô pensano chegá LÁ... tipo assim DEZ horas...” “cê me LEva e fica me esperano tipo assim do lado de fora...” “se é pra comPRÁ... vão comprá de uma vez tipo assim DEZ caixa...” “é bom encomendá tipo assim... pasTEL... coXInha... emPAda... essas coisa...”

Podemos encontrar em algumas conversações o bendito tipo desacompanhado do seu parceiro assim, o que nos revela uma condensação em progresso entre os dois termos. Veja, por exemplo:

Bistrô TIPO CARDÁPIO tipo entrada

tipo R$ 14,00

tipo salada

tipo R$ 22,00

tipo filé

tipo R$ 50,00

tipo massa

tipo R$ 45,00

tipo peixe

tipo R$ 48,00

tipo sobremesa

tipo R$ 19,00

tipo vinho

tipo R$ 66,00

tipo café

tipo R$ 3,00

“elas são HORroROsas... tipo as filha de Zé DUtra... tipo canhões de NavaROne...” “a gente num pode esmorecê... tipo deixá tudo pra lá...”

Já nos dados a seguir, esse mesmo par serve para codificar um sentimento de hesitação por parte de um dos interlocutores: “eu Acho... tipo assim... que ele devia... tipo assim... procurá engenhaRIa ... tipo carrera de eXAtas... tá entenDEno? Isso pra MIM, tipo assim... é um caso tipo assim de esquizofrenia...” “eu num tô dizeno que meu pai é ruIM.. .tipo assim... ele é bom... tipo... só que num me enTENde...”

Poderíamos dar inúmeros outros exemplos, colhidos de conversas reais como essas acima, mas acho que basta, até porque isso não é novo para ninguém. Mas, frente a esse panorama de diversificação de significados e funções do tipo em andamento entre nós, cumpre-nos repensar a velha polêmica em torno da qualificação da mudança como progresso ou retrocesso e, principalmente, o simplismo e

impertinência da rotulação do discurso jovem como “pobre” e “vazio”. Ora, como sociolinguista, aceito perfeitamente o uso que a comunidade faz, mas como ouvinte das moças da mesa ao lado, fico, tipo... irritada. Céus, de novo! Será que vou precisar de terapia?

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RESENHA

MOÇAMBIQUE,

BRASIL e a língua portuguesa

Em abril, a Faculdade Sumaré recebeu o Professor Armando Jorge Lopes, linguista moçambicano da Universidade Eduardo Mondlane, que proferiu uma conferência, para mais de quinhentos estudantes, sobre a língua e cultura em seu país, ex-colônia portuguesa. A partir desse encontro, muitas reflexões têm sido feitas. No país, são 22 línguas, mas apenas 50% da população conhece o idioma português e somente 6% o tem como língua primeira. Desta forma, a presença de pensadores de língua portuguesa em Moçambique, como Paulo Freire, brasileiro que em muito influenciou os debates em torno da educação e da alfabetização de jovens e adultos, ganha outro contorno. Como ele conseguiu influir com tamanha efetividade? Outra questão que se impõe: como um país com tal complexidade linguística une e mantém o povo em torno de uma nação, uma vez que a língua é um dos fatores de ligação e manutenção de laços necessários para o sentimento de pertencimento? Como se forja uma identidade coletiva com tal diferença de idiomas entre o povo? Aliás, cabe perguntar, também, se há um ou mais povos em Moçambique. Há movimentos separatistas? Se sim, seria a repressão do governo que sufoca essas tentativas e os mantêm sob controle, ou há outros artifícios para a manutenção da unidade nacional? Dada a quantidade de questões que foram levantadas, não houve tempo para que fossem respondidas. Porém, um estudo poderia responder sobre o papel que a língua desempenhou na história do Brasil para manter um país tão grande e diverso numa unidade territorial que, após sua consolida-

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ção, expandiu-se pelos vizinhos da América do Sul e forjou uma nação em que todos, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, sentem-se minimamente como “brasileiros”. Palavra esta que, outrora, significou profissão: o português que explorava (trabalhava) no Brasil. Com o tempo, passou a representar a identidade da nacionalidade dos que por aqui nasciam e viviam. Repare que o sufixo “eiro” é próprio de profissões (padeiro, costureiro, pedreiro etc) e não de nacionalidades (português, inglês, americano, italiano etc). Outra questão que pode ser mais bem refletida é o que nos aproxima e nos distancia dos países africanos de língua portuguesa, e em que medida a distância pode ser superada a fim de criarmos projetos de desenvolvimento conjuntos que nos levem a ter maior protagonismo neste século que ainda se inicia. Para concluir, podemos pensar também no que aconteceu com as milhares de línguas nativas que os europeus (portugueses, espanhóis, franceses, ingleses e holandeses) encontraram na Terra de Santa Cruz. Teria, em Moçambique, havido maior resistência e, daí, sobrevida dos mais de 20 idiomas que convivem com o português? Isso implicaria estudar o processo histórico e a formação social dos países Moçambique e Brasil. Para um próximo encontro, quem sabe com mais tempo, o professor Armando Jorge Lopes possa responder essas e outras indagações, contribuindo para nossa formação histórica e contemporânea. Por Ramon CasasVilarino, professor e coordenador do curso de História da Sumaré.



ESPECIAL

Mare su

de

t lent s

Por Cadu Xavier.

Talento! O nosso amigo dicionário define talento como um conjunto de aptidões, sejam elas naturais ou adquiridas. Como adjetivo, pode significar que aquela pessoa é inteligente, competente, criativa ou possui “agudeza de espírito”. Quando falamos que alguém tem talento, com certeza, é porque ele se sobressai em alguma atividade. Mas, antigamente, para os gregos, talento era uma medida de peso. Um talento equivalia a cerca de 26kg. Ou ainda, talento era uma moeda: um talento de ouro ou de prata. Muitas vezes, as pessoas utilizam o seu talento profissionalmente. Outras, como hobby. Alguns, inclusive, acabam fazendo do hobby uma profissão. E, assim, em todos os lugares encontramos talentos. Pessoas que se destacam nas suas atividades. Na Sumaré não podia ser diferente. Muitos dos nossos alunos possuem talentos. Alguns adquiridos, outros naturais. Alguns são conhecidos, outros timidamente ocultam os talentos por detrás das carteiras nas salas de aula. Por isso, conheça agora, um pouco dos nossos inúmeros talentos... ESTRELAS Juliane, Éder, Ricardo Daniel e Titina

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Gabriel Viana teve o seu primeiro contato com a música em casa, ainda quando era criança. Segundo ele, o grande culpado dessa iniciação musical foi o avô materno. “Ele era de Pernambuco, tocava trombone e outros instrumentos na Sinfônica de lá”. Gabriel lembra ainda que seu avô gostaria que alguém da família continuasse na área. “Agora, acho que ele ficaria orgulhoso dos netos”. Ele, que chegou a tocar com seu irmão num bar, “bem tímido, escondido lá no fundo”, estreou como solo e, algum tempo depois, resolveu montar uma banda com grandes amigos. “Vamos fazer algo diferente, algo que não seja comparado com nenhum outro cantor ou grupo”. Assim nasceu a Banda Al’ son. Com Lucas Moreira (produtor e baixista) e Diego Mello (guitarrista e vocal), Gabriel conta como surgiu o nome da banda: “queríamos algo fácil, simples e criativo, mas que tivesse um significado especial: som da alma”. O que eles tocam? Uma mistura de estilos: pop, rock, MPB... Viana começou o curso de Letras (Inglês) em outra faculdade, mas, mudou para a Sumaré para fazer Letras (Espanhol). “Tenho contato há mais tempo com o espanhol. Tenho familiares que moram em países latinos. Inclusive, sou professor em uma escola de idiomas em Pirituba”. Sobre os horários diferenciados oferecidos pela Sumaré, Gabriel vê uma vantagem:

“sempre encontro um ambiente tranquilo na faculdade”. Gabriel ama o autor Pablo Neruda e nele, se inspira. Como aluno, afirma que as aulas o ajudam a ser mais criativo na produção das músicas em espanhol para o grupo. “Os professores me ajudam e me inspiram para compor, seja passando vocabulário ou trazendo poesias pra sala de aula”.

Tatiana Damasceno teve seu primeiro contato com o teatro aos 12 anos. Alguns anos depois, ao participar de uma oficina do projeto “Teatro Vocacional”, teve a certeza de que era isso que queria para sua vida, queria fazer das artes cênicas sua profissão. Continuando na estrada, fez um curso técnico em

artes dramáticas e tirou o DRT para poder atuar profissionalmente. Atualmente, é artista-orientadora, “leciono teatro para o ensino infantil e fundamental em dois colégios particulares da zona oeste”, explica Tatiane. Seu grande desejo é trabalhar com teatro infantil: “gosto de trabalhar com crianças, preciso saber lidar com quem estou trabalhando”. Por isso, decidiu fazer Pedagogia. Com a agenda repleta de compromissos, ensaios e apresentações, escolheu a Sumaré para poder conciliar os horários:

“posso ter as sextas livres para trabalhar com teatro”. Tatiana relata que ainda há preconceito com relação à arte. “Muitas pessoas dizem que ser ator não é profissão! Também imaginam que só é ator quem aparece na Globo. Essas pessoas acham que teatro é apenas hobby ou passatempo”. Quando criança, seus pais não queriam que ela fizesse teatro. Achavam perda de tempo. “Tinha que implorar para eles me levarem nas aulas e apresentações. Hoje, já encaram diferentemente”. Até na rede escolar em que leciona encontra certo preconceito. Alguns familiares de alunos dizem que a aula não tem motivo para existir. Mas, não percebem que, por exemplo, uma tarefa como imitar o som e os gestos dos animais faz com o que pequenos alunos, de 4 a 5 anos, trabalhem todo o corpo e a mente. Se incluírem os ARTISTA-ORIENTADORA pais nesta “brincadeira”, é Tatiana Damasceno possível trabalhar também com a interação e a vivência familiar. “Atuar em uma escola, onde o teatro é uma disciplina obrigatória, é totalmente diferente de conduzir um grupo de teatro, onde todos estão ali por interesse”, afirma Tatiane que, aos finais de semana, coloca um nariz vermelho no rosto e vai alegrar crianças em festas e eventos infantis. Para a aluna da Sumaré, “a arte é liberdade e a vida está rodeada de arte”.

Ricardo Caitano afirma que se a música for boa, ele escuta sem problemas. “Mas é claro que o rock é meu gênero preferido. Minhas bandas preferidas são Red Hot, U2 e The Killers. Das bandas brasileiras, gosto de Charlie Brown Jr, Titãs e Raimundos”. 35


“Começamos a tocar por hobby, mas agora temos a intenção de profissionalizar” Ele faz Administração na Sumaré. “Comecei o curso de Rádio e TV em outra instituição, mas como já trabalhava na área administrativa, resolvi mudar”. Ele conheceu a Sumaré por meio da sua irmã, Elaine. “Ela fez RH na Sumaré e sempre me falou muito bem da faculdade”. Mas, não foi sua irmã que o apresentou para a música. Aliás, ninguém da sua família possui uma veia musical. Segundo ele, tudo começou em 2004, quando começou a tocar com alguns amigos da escola, lá em Osasco. “Estávamos todos no colegial e a influência musical estava em alta depois de uma feira cultural organizada na escola. Decidimos então montar uma banda e participar da feira e fazer shows. Como foi algo muito prazeroso, continuamos fazendo isso até hoje”, conta Ricardo sobre o nascimento da banda U’s Gardenau. Ricardo toca baixo, Daniel 3D é o vocalista, Nuno arrasa na batera, Claudiney e Rei mandam muito com as guitarras. Essa é a formação do grupo, que toca em festas, feiras, casamentos, baladas... Não satisfeitos com a agenda, querem crescer cada vez mais. “Claro que começamos a tocar por hobby, mas agora temos a intenção de profissionalizar”, explica Ricardo, que com o curso de ADM, considera que ajuda a banda a caminhar neste sentido, assim como todos na banda. Desde o começo tivemos muita força de vontade e aos poucos fomos crescendo e hoje continuamos trabalhando bastante para que um dia possamos ser conhecidos pelo nosso som e nossas letras. Evoluir sempre, desistir nunca”.

Eder Santos Junior tem apenas 23 anos. É aluno de Marketing da Sumaré. Sua altura não nega sua paixão, o basquete. Porém, ele nunca pensava que seria um grande jogador. “Quando tinha 13 anos, minha prima mais velha viu um cartaz anunciando a seleção de garotos para o time de basquete do Palestra Itália e me chamou para fazer o teste”. Com sua prima Gisele, foi fazer o teste. “No primeiro dia eu errei vários passes, deixei a bola cair. Foi horrível! Estava nervoso e com aquele monte de gente me olhando”, relembra Eder, que se surpreendeu com o resultado: “voltei para casa sorridente, achando que era um jogador de basquete”. No segundo dia de teste, ele foi pior ainda. O final não podia ser diferente: foi dispensado. Porém, quando estava saindo do clube, o auxiliar técnico pediu para esperar, pois queria conversar com ele. Algumas horas depois, o técnico veio falar com ele: “vou te falar a verdade, você é horrível jogando. Ou melhor, não sabe jogar! Mas, tem um porte de atleta e queremos investir em você, topa? Você não vai jogar no time, mas será um federado e poderá treinar”. Eder, como criança que era, e como corinthiano que ainda é, tinha apenas uma pergunta: “vou ganhar uniforme?”. 36

Como a resposta foi positiva, ele topou. Foram seis meses treinando com a federação até se tornar titular. Com a nova responsabilidade, recebeu o seguinte conselho: “não se deixe iludir por propostas e nunca se esqueça de onde você veio”. É possível ver nos olhos de Eder a gratidão e o carinho que guarda pelo time e pelo treinador que o acolheu como um pai.

“Ninguém chega a lugar nenhum sozinho. Se hoje sou o que sou, é porque lá atrás, eles me ajudaram”. Ficou por mais de cinco anos no time. De lá, passou pelo time do Clube Esperia, jogou em campeonatos estaduais em Suzano, participou de campeonatos no Rio de Janeiro, com amigos, montou seu próprio time (o Fusion) e, agora, recebeu o convite para participar de um campeonato fora do Brasil, que é organizado pela Red Bull. É uma disputa de 1 contra 1, “meia quadra, dois jogadores e quem fizer mais cestas leva”, explica como se fosse a coisa mais simples do mundo. No total, 64 pessoas foram selecionadas para participar. A fase final será em Alcatraz, nos Estados Unidos. Ele, que mora no Jaçanã, diz que sempre foi mais alto do que a média dos seus amigos. “Muitos perguntam se eu jogo. Mas acho que altura não tem nada a ver, joguei com caras que tinham 1,60m”. Sobre a altura, comenta que teve que aprender a

“THE” FLASH Éder Santos Junior


ser mais rápido do que os amigos “encorpados e mais baixos”. Por isso, seu apelido no esporte ficou “flash”. O Basquete abriu muitas portas na vida de Eder, inclusive para o seu amor. Durante o intervalo de um jogo, conheceu a mulher de sua vida, Mirella Santos, mãe de seus dois filhos: Caio, 4 anos, e Caíque, 2 anos. Antes de entrar no curso de Marketing da Sumaré, Eder fez Filosofia. “Dizem que eu sou o jogador de basquete mais complexo que existe, pois não faço o tipo que só escuta rap, anda com a calça abaixada. Curto ler Machado, escutar Bossa Nova e amo a Elis Regina”, explica ele, que, pelo papo, mostra que tem uma mente muito aberta e é um cara eclético. Como trabalhou em Call Center, decidiu fazer Marketing. “Admiro muito estes profissionais, pois eles precisam ter muita criatividade para pensar ações micro e macro”. Sobre a Sumaré,

NOS BASTIDORES Leonam Tadeu

“posso ter as sextas livres para trabalhar com teatro”.

“foi uma opção prazerosa por causa dos horários. Consigo estudar, trabalhar e jogar”. Ele conta que já chamou três amigos para mudar para a Sumaré, devido à qualidade dos professores “que entendem os alunos e, além de terem uma boa formação, atuam na área e possuem muita experiência no mercado de trabalho”. Mas, a sua maior atração na sala de aula, é sua noiva! Mirella estuda com ele, na mesma sala. “Às vezes, nos trabalhos em grupo, começamos a discutir e é engraçado, pois os demais integrantes não interferem, pois em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Além de aluno da Sumaré, jogador de basquete, trabalhador, filósofo, sua principal atuação é a de ser pai! Seu filho mais velho vai começar a fazer basquete no próximo ano. “Não quero forçá-lo a nada, mas como diz a mãe: o olho dele brilha quando me assiste jogar. Logicamente que, desde pequeno, ele sempre teve contato com o basquete e não com o futebol”. O pai coruja diz que, independentemente do que o filho for, vai querer acompanhar e dar total apoio. Mas, se ele for jogador de basquete e “jogar 100 vezes, eu vou assisti-lo 101 vezes”.

Leonam Tadeu Pereira Santos é aluno de ADM da Sumaré. Escolheu fazer o curso na unidade Bom Retiro, centro de São Paulo, onde administra uma Companhia de Dança, a RC. Mas, a grande ideia do grupo nasceu com seu irmão Aruam Galileu, dançarino, e com a Kathylene Mendes. Juntos, resolveram criar um grupo de dança no centro da cidade, com a intenção de fazer “Renascer o Centro” (por isso, RC). Há dois anos, formam pessoas do centro para a dança. Os irmãos, que cresceram no centro, são filhos de uma mãe que sempre os incentivaram. “Ela faz ginástica na academia e nossa irmã faz ginástica artística. Ou seja, em casa, todo mundo tem esse sangue artístico e atlético nas veias”. Por isso, nunca sofreram preconceito ou restrições para investir na área. Aruam e Kathy ficam responsáveis pela roteirização, coreografia e produção. Leonam fica com a parte

“Lógico que, às vezes, rola um comentário sobre trabalhar de verdade” administrativa do grupo: “eu agendo o teatro, negocio as datas, cuido da divulgação, espaço para ensaio e toda parte burocrática”, explica seu trabalho. Por isso, para fazer melhor o seu papel, procurou um curso superior. Assim como a RC, a unidade Bom Retiro também fica no centro de São Paulo. E lá, poderia aperfeiçoar sua atuação com o grupo. É importante lembrar que este trabalho é voluntário. O grupo, que existe há dois anos, possui 18 pessoas que se distribuem nas apresentações de jazz contemporâneo, moderno, ballet clássico, expressão corporal, entre outras modalidades de dança. 37


Danilo, ou melhor, Dan Machado é conhecido na sala de aula como Pavarotti. Não que sua aparência seja a mesma que a do Luciano, mas porque Dan possui uma voz incrível. “Sempre me perguntam se sou locutor. Dizem que com a voz que eu tenho, é impossível não fazer algo com ela”. Embora seja locutor com registro profissional e tudo, o que chama a atenção é sua atuação musical como tenor. Isso mesmo, tenor. Para ele, tudo começou com o seu avô, que compunha boleros e cordéis. “Quando criança, ele me ensinava a cantar com ele. Essa era nossa brincadeira”. Então, desde pequeno foi apaixonado pela música. Porém, a música clássica em sua vida é um mistério. “Meus pais até hoje se perguntam de onde veio essa paixão, pois ninguém da família escutava esse tipo de música”. Mesmo assim, a música era um hobby. Só aos 14 anos, quando entrou numa escola de música, é que Dan percebeu que a coisa ficou séria e que ela poderia ser sua profissão. Em uma das apresentações conheceu a cantora Liriel. A partir daí, partiu para o italiano. “Eu não conheço a língua, mas sempre fui fã da Laura Pausini”. Dan começou a trabalhar com 16 anos em um escritório. Por este motivo, começou o curso de Administração, mas não achou a sua cara. Os pais, no início, não eram muito favoráveis à carreira musical, agora, com os eventos, começam a entender melhor. Seu pai tem um estúdio em Curitiba, que, inclusive, agora, vai começar a produzir o filho. Além do estúdio do pai, Dan conta com uma assessora, sua colega de sala, Márcia. Márcia queria ser biomédica, mas achou mais viável fazer marketing. “Ser assessora do Dan foi uma consequência, fruto da nossa amizade durante as aulas”. Dan conta que um dia ela foi ver o show em Curitiba. “Lá, ela foi tão prestativa e ajudou tanto que eu não via outra pessoa para estar ao me lado”. “A música é um ramo difícil, especialmente para quem quer seguir carreira com a música clássica, pois tem um público muito mais privado, ainda mais no Brasil”, desabafa Dan. Por isso, toca Pop Rock com a irmã (que toca violão) e agora está fazendo Marketing na Sumaré. Dan, quando canta, realiza-se, sente-se livre. Para aqueles que querem conciliar o talento com os estudos ou trabalho, ele indica muito esforço:

“força de vontade e determinação! Quando você gosta do que faz, se sente mais motivado para enfrentar o que vier pela frente”. Marcia Cristina é carioca, mas, em 1996, veio para São Paulo. Ainda no Rio, quando tinha apenas três anos, seu irmão lhe deu um apelido, que anos depois, viria a ser seu nome artístico: Titina. Com o casamento, ganhou o sobrenome: Corso. Titina Corso, como é conhecida, é casada com Luiz Fernando Rocha Corso e tem duas filhas: Isabel Cristina e Ana Cristina. A primeira das “Cristinas” é turismóloga, mas agora se especializa em design de interiores. A segunda é fotógrafa e possui uma banda. Ambas, herdaram a veia 38

artística da mãe, que por sua vez, herdou do avô paterno. Ela não chegou a conhecê-lo, pois ele morreu quando ela tinha apenas três anos. “Ele era pernambucano, mas se mudou para o Rio, onde tinha um comércio e trabalhava também como letrista e fazia douramento de casas e obras. Vi muita coisa que ele produziu”. Mas, como a sua família era tradicionalmente militar, não teve muita opção de se dedicar a arte como seu avô, pois

“naquela época, artistas eram considerados hippies ou revolucionários, por isso, a minha única opção era tê-la como hobby”. Por isso, encontrou o turismo como ferramenta ideal para bancar seus estudos de arte. Além disso, poderia viajar pelo mundo. Conheceu inúmeros países, nos quais fazia cursos, visitava museus, conhecia artistas. Isso abriu muitas portas na sua vida. Só resolveu deixar o turismo e se entregar à sua paixão quando teve suas filhas. “Trabalhando com a arte, pude criá-las no ateliê comigo”. Sobre o maridão, que agora também é aluno da Sumaré, de Gestão Financeira, Titina enche os olhos de lágrimas: “ele que é de uma área totalmente diferente, com um pensamento mais exato e lógico, sempre deixou eu me expressar”. ARTISTA Marcia “Titina” Corso


Ela, que fez uma obra inspirada em seu marido, o quadro “só Cristo”, ficou na Administração do Vaticano, onde fez sua primeira exposição internacional. Esta exposição abriu portas para expor em outros países, como França, Portugal e África do Sul. Neste último, expôs num museu ao lado da casa de Nelson Mandela e fez seu contato com a educação e com as diferenças sociais gritantes. Aprendeu que o artista africano é criativo com o que não tem e, por isso, “a arte africana é muito rica em detalhes”. Um artista plástico africano, seu amigo, que atualmente mora no Rio de Janeiro, ajudou-lhe nos momentos de crise que todo artista passa. “Ele me dizia que eu estava na encubação, que é quando as sementes brotam. Por isso, hoje carrego como lição de vida: onde Deus nos semear, é preciso florescer”. Ao se dedicar à arte, Titina resolveu trabalhar com a construção de brinquedos. Para isso, precisava de conhecimentos pedagógicos. Fez cursos, estudou pensadores e entrou para a Sumaré. Com o curso, poderia travar melhor diálogo com seus alunos e agregar conhecimento na criação dos brinquedos.“Pedagogia e arte estão juntas”, diz Titina, que completa: “dar aula é uma arte; e para fazer arte, é preciso ter uma filosofia de vida, disciplina e didática”. Ela, que sempre se mostrou humilde, ainda diz: “eu apenas juntei os dois”. A escolha pela Sumaré se deu em uma palestra com o Mario Sérgio Cortela [filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação, ex-secretário da Educação de São Paulo]: “ele indicou a Sumaré como uma excelente faculdade para o curso de Pedagogia”. Titina, agora pedagoga formada pela Sumaré, concorda e acrescenta: “aprender a carreira de docente com professores que amam o que fazem foi essencial para que houvesse transferência de conhecimento”. Agora, Titina é aluna de Pós-Graduação da Sumaré.

Juliane Santos Gutierrez, 22 anos, cursa o segundo semestre de Secretariado Executivo Bilíngue, no horário especial, na Unidade Sumaré. Ao iniciar a conversa, percebe-se o quanto Juliane é comunicativa, amigável e deixa transparecer a paixão pelo curso. Ela é cover de Lady Gaga, Adele e Amy Whinehouse. Já teve banda de rock, mas está em uma fase mais tranquila. Com uma amiga, canta música popular brasileira e sertanejo. Juntas, formam uma dupla e fazem apresentações em festas, formaturas e casamentos. Começou a cantar aos 16 anos, quando formou uma banda para concorrer a um concurso na escola. Para a tristeza da banda, não foi possível continuar, pois a escola não dispunha de verba. Mas, surgiram oportunidades de se apresentarem e também participaram de outras competições. Como vocalista, era a única mulher da banda de rock. Por isso, conta que sofreu preconceito: “as pessoas não estavam acostumadas a verem mulheres no rock”. Inclusive, perdeu namorados, até mesmo porque todo esforço realizado era em torno da banda, que chegou a gravar um demo e compor 15 músicas. Em 2010, depois de três anos da criação da banda, por desentendimentos internos, o fim foi inevitável. Juliane continuou sua vida, mas se apresentando esporadicamente. Quando entrou para a Sumaré, estava desconfortável e

“Um dia vou me dedicar inteiramente à música, mas, no momento, quero concluir o curso e ser uma profissional de sucesso”

ROCK N' ROLL Juliane Santos Gutierres

temerosa pela decisão que tinha tomado. Mas, durante a primeira aula, teve certeza de que havia escolhido a profissão correta. Ela define que, naquele momento, “sentiu-se inspirada depois de ouvir os demais alunos falarem de suas expectativas”. Quando fala do curso de Secretariado dá para notar o quanto tem orgulho. “Um dia vou me dedicar inteiramente à música, mas, no momento, quero concluir o curso e ser uma profissional de sucesso”. Quando a profissão lhe conceder estabilidade financeira e conquistas materiais, o plano é mudar para uma cidade do interior de São Paulo e se dedicar à música, que é seu hobby. Para quem também gosta de música e quer fazer dela seu trabalho, Juliane aconselha “ser sincero consigo! Saber se canta bem e se tem voz é a primeira questão a ser observada”. Depois, definir se quer canto lírico ou popular. “Tem que gostar do que se dispôs a fazer e saber de tudo um pouco. Além disso, é preciso cuidar da voz e da alimentação, manter-se sempre muito bem hidratado”.

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“Ainda não encontrei uma academia para continuar treinando. É muito fácil achar professores picaretas. Dar socos todo mundo sabe, mas um que entenda o que são as artes marciais é difícil” Daniel Souto começou a treinar karatê aos 15 anos. “Meu primo me chamou para fazer aulas com ele, como recreação mesmo. Começamos. Depois de um tempo, ele parou e eu continuei”. Isso aconteceu quando foi morar em Itupeva, no interior de São Paulo. Mesmo enfrentando dificuldades para pagar, recebeu incentivos do sansei para continuar na luta, que segundo ele, “é mais que força, é rapidez, agilidade e eficácia nos movimentos. O karatê pra mim é mais que um esporte, é uma filosofia de vida”. Inclusive, foi o esporte que o ajudou a manter-se firme nos estudos, pois para competir, tinha que ter boas notas na escola. Como atleta, foi medalhista de vários campeonatos, como na 6ª Copa de Karatê Dojo Sport Vencer, na Copa Indaiatuba de Karatê Selt e no Campeonato Nacional de Karatê Goju-Ryu. Infelizmente, quando mudou para São Paulo, perdeu o contato com o karatê.

Atualmente é casado com Rosana e tem uma filha, Chantal, de apenas 5 anos. Sua esposa, que é mais velha, possui outros dois filhos, Suzanna (12) e Lukha (10). Todos moram juntos na mesma casa. O Lukha já teve experiências com o karatê. Chegou a treinar por um tempo, mas devido à distância e o horário, não continuou. “Até hoje lamentamos não podermos seguir com os treinamentos”. Nosso aluno do curso de História conta que o corpo docente da Sumaré chamou a sua atenção: “percebo que os professores de outras instituições são muito mais teóricos do que práticos! Na Sumaré é o contrário. O curso é bem amarrado”. Ele, que inicialmente gostaria de fazer jornalismo, agora pretende começar geografia, também na Sumaré, quem sabe, cursar os dois ao mesmo tempo. Sobre o Projeto Pedagógico Interdisciplinar (PPI), que a Sumaré oferece para auxiliar os alunos na produção acadêmica, Daniel diz que aprendeu muito a trabalhar em grupo: “como estou acostumado a praticar um esporte individual, que depende apenas do meu desempenho, com o PPI pude treinar o trabalho em equipe”. Ele pretende ser um professor de karatê, assim, poderá unir um grande prazer com um meio alternativo de ajudar na renda familiar. E para quem está procurando praticar algum tipo de luta, Daniel indica: “procure um local que não se preocupe só no seu bem estar físico e corporal, busque algum lugar que entenda o verdadeiro espírito da luta, que não é violência, e utilize-a para aliviar o estresse do dia a dia e meditar sobre a vida”.

Lucas Tenorio começou na carreira musical aos 12 anos. “Eu iniciei as aulas teóricas de música para tocar saxofone, mas acabei tocando trompete. Só em 2007, aos 16, comecei com uma bateria meio velha, que tinha em casa. Aos poucos, fui aprendendo a tocar sozinho, apenas com algumas dicas do meu pai”, relembra. Além do pai, que ensinou as primeiras batidas e técnicas na bateria, Lucas conta que existe uma linha bem extensa de músicos na família, como o irmão, alguns primos e tios e, também, sua avó. Inclusive, ele começou sua carreira tocando em uma banda com o seu irmão e um amigo em comum.

“Éramos um trio que botava pra quebrar. Num show, recebi o convite para entrar como baterista na Q2. Fiz os testes. Gostaram. Estamos juntos até hoje”.

FILOSOFIA DE VIDA Daniel Souto

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Com a Banda Q2, o baterista conta que começaram a ser reconhecidos depois de participarem de um festival de bandas de uma rádio. Com isso, sentiram a necessidade de gravarem suas próprias músicas. “Em 2010, gravamos nosso primeiro DEMO (versão de demonstração), que em 2011 virou o primeiro EP (ExtendedPlay: gravação de duas a oito faixas, com duração de três a 40 minutos), só que com melhor qualidade”. Com esse passo e com a divulgação das músicas, “começaram a surgir convites pela internet, telefone e até pelos correios”, conta.


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“O curso de Eventos da Sumaré já vem ajudando e muito sobre como planejar um show, por exemplo. E, também, como faço e qual o caminho a seguir pra poder conquistar um público e estruturar uma banda sem dores de cabeça maiores” Com isso, a banda ganhou destaque suficiente para tocar em shows renomados, como no da banda CPM22. Lucas gosta muito de rock’n’roll, “abrangendo muitos de seus subgêneros, que vai desde um bom e velho Blues, Jazz, passando pelo Metal até chegar no Pop-Rock, Hardcore e, também, estilos novos, como Metalcore, Screamo, Post-Hardcore e muitas bandas Cristãs/Gospel de rock em geral”, explica. “Embora não seja preconceituoso, só não gosto do funk carioca”. Ele critica o mercado musical brasileiro. Acredita que é um mercado muito ganancioso e só para quem tem dinheiro, “e diga-se de passagem, só quem tem muito dinheiro”, consegue lançar sua banda e torná-la conhecida.

www.sumare.edu.br/blog

Lucas decidiu fazer faculdade porque busca sempre o conhecimento. Para ele, estudar e tocar na banda é algo natural. Mas, para quem não quer fazer uma coisa e defasar na outra, a dica é “separar o tempo pra cada coisa, reservar o tempo pra estudar, primeiramente, e depois, com o tempo que sobrar, se dedicar ao talento! Aproveitar”. A música para Lucas é, primeiramente, liberdade. “É meu refúgio para muitas coisas. Enquanto uns buscam sua vontade de viver, sua fuga interior mental e emocional com drogas, eu busco a paz e essas coisas apenas tocando bateria, que foi a melhor coisa que podia ter acontecido na minha vida”. Depois, a hipótese de ganhar dinheiro com ela, é como dizia Confúcio, “um grande pensador e filósofo chinês que eu admiro:

“escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida. Essa é a prova máxima do tanto que eu gosto e aprecio a música”. 41


Prêmio Trote Solidário o i u Aq é e t io o r t r á d i l so

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Com o objetivo de acabar com a cultura de violência e humilhação durante os trotes universitários, que acontecem quando os estudantes ingressam nos cursos de nível superior, a Câmara Municipal de São Paulo criou o “Prêmio de Cidadania Universitária Edison Tsung-Chi Hsueh”. Edison era calouro de medicina da Universidade de São Paulo quando morreu afogado durante um trote violento, em fevereiro de 1999. O Prêmio Trote Solidário, como também é conhecido, é uma homenagem às instituições que se destacam na recepção dos calouros, como a Faculdade Sumaré. Em maio, foram anunciados os vencedores do Trote Solidário 2011 (2º semestre) e 2012 (1º semestre). A Sumaré, pela primeira vez, esteve no evento. Eram quase 20 instituições de ensino superior apresentando suas ações, que variavam de arrecadações de comida e roupa para pessoas carentes até mesmo doação de sangue e medula óssea. O "Trote Solidário Sumaré” ficou em 3º lugar, mostrando que é possível manter ações que incentivem a cidadania na comunidade acadêmica. Logicamente, a instituição leva o título, mas o mérito é dos alunos, professores e funcionários que estiveram na linha de frente, arrecadando as doações e realizando a entrega nas entidades beneficiadas. O prêmio também significa que a relação entre os alunos calouros e veteranos na instituição é saudável. Este é mais um motivo para a direção geral ficar orgulhosa de seus alunos. “Sabemos que podemos contar com eles quando o assunto é cidadania e solidariedade”, afirma João Paulo dos Santos Neto, diretor geral da Sumaré. Para a gestora da Unidade Belém, Rosilene Fioravante Lorenzi, “o trote solidário ajuda na integração dos novos alunos, amenizando as expectativas e ansiedades dos calouros em sofrer algum tipo de violência ou brincadeiras constrangedoras”. Para ela, essa ação imprime um caráter


social, cultural e educacional, sensibilizando todos os alunos novatos para uma recepção acolhedora. Para a gestora, os alunos gostam da ideia do trote solidário, por se tratar de ações voltadas à solidariedade, “por ser um momento para exercitarem a cidadania e o voluntariado”. A professora Rosi diz que a motivação se dá quando as ações são significativas, colaborativas e de confraternização entre calouros e veteranos. Com as ações do trote e, agora, com o título “Cidadania Universitária”, a Sumaré mostra mais uma vez que forma pessoas e transforma vidas, com qualidade e ética, diferenciais altamente reconhecidos pelo mercado de trabalho nos dias de hoje.

Conheça as ações do Trote Solidário Sumaré

distribuíram mais de 100 mil lixeiras para carros, conscientizando os motoristas da cidade a não jogarem o lixo pela janela. Mas, foi em 2011 que a Sumaré resolveu ultrapassar as barreiras geográficas e, com o trote, beneficiar pessoas de outro Estado. Durante o mês de janeiro, fortes chuvas inundaram e destruíram cidades na região serrana do Rio de Janeiro. O Brasil inteiro comoveu-se com as histórias dos sobreviventes. Muitas delas, envolvendo crianças, o futuro do nosso país. Usando o slogan “Sou um Aluno Consciente”, o trote convidou todos para doarem leite em pó e fraldas para as crianças vítimas das enchentes. A Faculdade firmou parceria com a Viação Cometa, que ajudou no transporte das doações até a cidade mais afetada em número de mortes, Nova Friburgo (RJ), com 426 vítimas fatais (segundo dados da época). Foram arrecadados mais de 15 mil fraldas e pouco mais de 320 quilos de leite em pó, que foram entregues para a Defesa Civil distribuir entre as entidades mais necessitadas. No início das aulas do 2º semestre, pleno inverno na cidade de São Paulo, notou-se que algumas entidades necessitavam de roupas de frio ou algo para se esquentarem. Então, para os alunos calouros, a proposta foi arrecadar cobertores, usando os slogans “Doe mais que um agasalho” e “Neste inverno, aqueça um coração”. A iniciativa foi divulgada em todas as unidades da Instituição, por meio de cartazes, e-mail marketing e nas redes sociais. Divididos por unidade, os alunos se organizaram, arrecadando dinheiro para a compra dos cobertores, ou pedindo contribuições em empresas. Além da campanha feita pela equipe de marketing da Sumaré, alunos criaram seus próprios vídeos e meios de divulgar a iniciativa. As entidades assistidas foram eleitas pelos alunos. No total, 18 entidades receberam os mais de 2,5 mil cobertores

Tudo começou em 2005, quando os alunos sensibilizaram-se com o sofrimento dos moradores da favela Nelson Cruz, no bairro Belém, zona leste de São Paulo, que no dia 21 de fevereiro daquele ano, pegou fogo e desabrigou cerca de 200 famílias. Surgiu então a primeira manifestação de um trote solidário na Instituição. Os alunos uniram-se para arrecadar roupas, alimentos, materiais de construção e móveis, que foram entregues pessoalmente na comunidade. Além disso, ofereceram mão de obra voluntária para a reconstrução das casas. Desde então, com o intuito de transformar o trote tradicional em trote solidário, a cada início de novas turmas, são recomendadas ações solidárias para que os novos alunos interajam entre si e com os veteranos, ao passo que agregam valores como ética, respeito, solidariedade, responsabilidade e cidadania. Em 2007, além da tradicional arrecadação de doações, organizou-se uma caminhada ecológica durante as atividades da Campanha da Fraternidade daquele ano, cujo tema foi “Vida e Missão neste Chão”. Em 2009, os alunos novamente quiseram mais do que fazer doações. Adotando o slogan “Eu sou um Veterano Consciente”, participaram de um plantio no Parque Ecológico do Tietê. Com o tema “Cidade Limpa”, em 2010, ano em que a Sumaré comemorava seus 10 anos de existência, os alunos

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arrecadados. Muitos corações puderam ser aquecidos, graças ao empenho dos alunos e pela vontade de ajudar o próximo. Recebendo sugestões de alunos, professores e gestores da Sumaré, ficou definido que o Trote Solidário do 1º semestre de 2012 arrecadaria produtos de higiene pessoal e limpeza. O trote foi lançado no Dia da Solidariedade, 31 de janeiro, com cartazes nas unidades, e-mail marketing e nas redes sociais. Novamente, por unidade, os alunos se organizaram para fazer as arrecadações. A Unidade Bom Retiro, por exemplo, fez uma parceria com o SESC Bom Retiro para ser um ponto de coleta de doações e ajudar na divulgação desta iniciativa. Foi instituído o nosso Dia do Bem, data em que seria feita a contagem e a entrega dos produtos arrecadados, num clima de festa, com atrações diversas para receberem os calouros. Nesta edição, 23 entidades foram beneficiadas com as doações. Foram arrecadados aproximadamente 29 mil itens de limpeza e higiene. A cada ano que passa, as ações ganham força. E essa cultura de solidariedade está mais presente nos alunos da Instituição, que começam a mandar e-mails, a postar nas redes sociais suas ideias para a próxima ação do Trote, indicando as entidades que podem ser beneficiadas pelo Trote Solidário Sumaré.

Olimpíadas da Reciclagem Para o início deste semestre letivo, o Trote Solidário buscou conscientizar sobre a necessidade de ações sustentáveis individuais, mas que acabam impactando na vida coletiva. Assim, cada uma das unidades passou a ser, durante o mês de agosto e início de setembro, um posto para coleta de lixos eletrônicos, também conhecidos como e-lixos, que foram doados para empresas especializadas.O mote da campanha foi “Nas Olimpíadas da reciclagem, a Sumaré é ouro!”. São exemplos de e-lixos: • Pilhas • Baterias • Celulares • Carregadores • Monitores • CPU • Placas de computador • Fontes • Disquetes • Televisores • Eletroeletrônicos

• Cabos de computador • Impressora • Cartuchos • Máquinas fotográficas • Filmadoras • Aparelhos de DVD • Vídeo cassete • Projetores • Consoles • Pendrives • Cartão de memória

Veja fotos de outras edições do Trote Solidário em www.flickr.com/sumareoficial. Você também participou de alguma edição do Trote? Veja se a sua foto está lá.

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C U LT U R A

Tudo que é bom eterniza-se Referências musicais fazem parte do ciclo natural da vida, assim como os valores que um pai passa para o filho. Com a música não podia ser diferente, ela pode remeter a uma época, pessoa, lugar, ou ainda, uma emoção. É isso que acontece quando revivemos uma boa música. Isso acontece com todos os gêneros, línguas, povos... Ela tem o poder de encantar! O que dizer de crianças, com aproximadamente três anos de idade, tempo de morte do cantor Michael Jackson, coreografando músicas de um ídolo pop, de quem ainda levarão um bom tempo para entender quem foi. Ou ainda, a apresentação de um coral infantil, no qual as crianças gesticulam um coração com as duas mãozinhas, embaladas ao som de “Como é Grande o Meu Amor por Você”, do rei Roberto Carlos. Este sim reúne até quatro gerações ao interpretar as poesias dos seus 50 anos de carreira. E, quando essas gerações se encontram no ambiente familiar? Quando o talento musical passa de pai para filho? Para a nossa alegria, este fenômeno acontece praticamente em todos os gêneros musicais. Do sertanejo ao rock, é comum vermos apresentações entre pais, filhos, sobrinhos e até netos. Com mais ou menos pretensões, com mais ou menos talento, o fato é que a musicalidade se mantém presente neste meio. Naturalmente, destacam-se aqueles que, mais do que as referências que receberam dentro de casa, carregam verda-

deiramente o dom da música. No cenário da música brasileira, temos algumas expressões masculinas, mas são as mulheres que se destacam quando o assunto é DNA musical. O que dizer da Zizi e da Luiza Possi, mãe e filha cantando a canção italiana “Canzone Per te”? Sem dúvida nenhuma, é o que podemos chamar de cordão umbilical da música. Já Maria Rita não teve a mesma oportunidade de sua colega de profissão. Porém, a filha de Elis Regina, que é considerada até hoje, pela crítica, a melhor cantora brasileira, trata-se do que temos de mais marcante quando a música é “como nossos pais”. Não apenas pelo timbre e a afinação, mas, principalmente, pelas expressões corporais, quiçá espirituais, que fazem com que uma menina, que perdeu a mãe aos quatro anos de idade, reúna milhares de pessoas representadas em duas gerações para homenagear Elis, após 30 anos de sua morte. Admiradores de Elis puderam reviver um tempo que achavam que não voltaria mais. E os fãs de Maria Rita tiveram o privilégio de conhecer o rico repertório de Elis, cantado ao vivo por sua filha e com o seu neto no ventre. Isso prova que a boa música não tem idade, ela se eterniza na lembrança de cada um de nós e, principalmente, em nossos corações. Por Fabiana Coutinho, gestora de Marketing da Sumaré

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SAÚDE Por Rosi Silva Veronezzi.

PRESSÃO ALTA: silenciosa e perigosa A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença vascular, popularmente conhecida como pressão alta. No início, ela é assintomática (não apresenta sintoma), somente com o passar do tempo os danos aparecem. Sérgio Timerman, professor universitário, doutor em Cardiologia e diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergência Cardiovascular (INCOR – HCFM USP), informa que os sintomas mais comuns são: dor de cabeça, falta de ar, enjoos, visão turva, que pode estar acompanhada de zumbidos, debilidade, sangramento pelo nariz, palpitações e até desmaios. Timerman informa que a importância da pressão alta não está nos sintomas, mas nas graves complicações como, enfarte agudo do miocárdio ou derrame cerebral (AVC), bem como a morte de forma instantânea. A HAS pode ser primária ou secundária. No primeiro caso, não é possível precisar a real causa da hipertensão, mas existe um fator que dá indício, a pré-disposição devido à doença ter afetado um ou mais membros do grupo familiar. Na secundária pode-se determinar a causa do aumento da pressão arterial. A hipertensão não é transmissível e pode atingir qualquer pessoa. A boa notícia é que as graves consequências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos tenham ciência de sua condição, busquem alternativas de vida saudável e mantenham-se em tratamento com adequado

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controle da pressão e, se necessário, façam uso da medicação corretamente de acordo com a indicação médica. O que não deve ocorrer é a automedicação. A HAS “refere-se à pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias. A pressão arterial, bem como a de todo o sistema circulatório, encontra-se normalmente um pouco acima da pressão atmosférica, sendo a diferença de pressões responsável por manter as artérias e demais vasos ‘inflados’. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais”, explica o Prof. Dr. Timerman. A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que a doença atinja 25% da população brasileira adulta, chegando até 50% após os 60 anos. Até os pequenos não escapam da doença, crianças e adolescentes contabilizam 5% do total de hipertensos. Segundo o Prof. Dr. Timerman deve-se afastar uma causa secundária em crianças e adolescentes, mas o estilo de vida, sedentarismo e obesidade, podem fazer com que esse público apresente um quadro de hipertensão precoce. Para as crianças há uma tabela específica para aferição da pressão. A altura também deve ser considerada, por este motivo, o pediatra verificará se o valor aferido corresponde à normalidade.


Se não for tratada, a HAS aumenta o risco de cardiopatia e infarto do miocárdio, pode causar ainda, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.

Coração: bomba importante Para falar de hipertensão arterial sistêmica (HAS) é necessário entender qual é a relação do coração com a doença. O coração é o músculo responsável por bombear sangue para todo o corpo. O sangue passa pelas veias, carregando nutrientes, oxigênio e resíduos, que são encaminhados aos órgãos responsáveis pela excreção do que não foi aproveitado pelo organismo. O coração é o motor vital e insubstituível que bombeia sangue para todo o corpo. Ele é composto por quatro cavidades, átrio direito, ventrículo direito, átrio esquerdo e ventrículo esquerdo, que juntos coordenam a boa circulação sanguínea. A hipertensão arterial está totalmente ligada ao transporte inadequado do sangue pelas veias até o coração e do coração ao corpo pelas artérias. A pressão mínima é chamada diastólica e a máxima é a sistólica. Mas, o que significa? Ao verificar a pressão, se o resultado foi 140/90 (14 por 9) quer dizer que: 140mmHg X 90mmHg Sistólica Diastólica

MÉDIA DOS VALORES DA

MmHg = milímetros de mercúrio Sistólica = força exercida pelo coração para

PRESSÃO ARTERIAL PARA

empurrar sangue pelas artérias.

BEBÊS E ADOLESCENTES

Diastólica = resistência que as artérias apresentam em relação à passagem do sangue.

Agora fica mais fácil entender o porquê de muitas pessoas apresentarem pressão alta a partir dos 50 anos. As paredes dos vasos tornam-se mais rígidas, diminuindo a elasticidade, isso dificulta a boa circulação, fazendo com que a pressão aumente. Diz-se que um adulto está com a pressão alta quando a pressão estiver igual ou maior que 14 por 9. O valor mais apropriado é que seja 12 por 8. A pressão se eleva porque os vasos sanguíneos se contraem, exigindo que o sangue faça mais força para circular pelas veias.

Idade

Valor

0 - 3 meses 3 - 6 meses 6 - 9 meses 9 - 12 meses 1 - 3 anos 3 - 5 anos 5 - 7 anos 7 - 9 anos 9 - 11 anos 1 - 13 anos 13 - 14 anos

75/50 mmhg 85/65 mmhg 85/65 mmhg 90/70 mmhg 90/65 mmhg 95/60 mmhg 95/60 mmhg 95/60 mmhg 100/60 mmhg 105/65 mmhg 110/70 mmhg

VALORES DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADULTOS Categoria

Pressão Arterial Sistólica

Pressão Arterial Diastólica

Pressão arterial normal Pressão arterial normal alta Hipertensão de grau 1 (leve) Hipertensão de grau 2 (moderada) Hipertensão de grau 3 (grave) Hipertensão de grau 4 (muito grave)

Inferior a 130 mmHg 130-139 mmHg 140-159 mmHg 160-179 mmHg 180-209 mmHg Igual ou superior a 210 mmHg

Inferior a 85 mmHg 85-89 mmHg 90-99 mmHg 100-109 mmHg 110-119 mmHg Igual ou superior a 120 mmHg

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Sem carteira de motorista, sem sal e sem açúcar Carlos Alberto dos Santos, conhecido como Seu Carlinhos, trabalha na Sumaré, tem 58 anos, é magro e vegetariano, não é sedentário, seu trabalho exige que ele faça caminhada o dia inteiro. Até aí, tudo normal, pode-se dizer que um detalhe da vida dele é diferente: ele almoça às 7h e janta às 21h, mas faz isso há mais de vinte anos. Já está mais que habituado. Há três anos, sua vida mudou muito. Não, ele não toma café às 7h da manhã, esse ainda é o horário do almoço. A descoberta que mudou sua vida aconteceu quando ele foi renovar a carteira de motorista. A atendente aferiu a pressão e constatou que estava 18 por 14. Disse que ele não poderia renovar a carteira, estando com a pressão alta. Indicou-lhe procurar com urgência um posto de saúde para receber cuidados médicos. O retorno só poderia ser feito quando ele estivesse melhor. Teria que levar um laudo médico, informando que a pressão estava sob controle. Naquele mesmo dia, a pressão chegou a 19 por 15. Foi medicado e melhorou, mas o médico que o atendeu encaminhou-o a um cardiologista, que após uma série de exames deu o veredicto, o Seu Carlinhos era hipertenso. A primeira indicação foi cortar o sal. Na situação em que se encontrava devia tomar cuidado com a ingestão demasiada do condimento. Como já levava uma vida saudável precisava saber o motivo de ser hipertenso. Descobriu que a mãe era hipertensa e a tia também. Então, para manter a pressão estável faz uso diariamente de dois tipos de medicação. Por conta de outra doença, ele não pode ingerir açúcar e nenhum tipo de guloseima. Depois dessa descoberta, ele visita o cardiologista uma vez por ano e faz exames. A carteira de motorista? Ele renovou só depois que o médico liberou. Atualmente, sem sal e sem açúcar, ele vive muito bem e o coração agradece.

Dicas para diminuir a hipertensão em casos leves - Reduzir peso - Iniciar exercícios físicos - Não fumar - Reduzir o consumo de álcool - Reduzir o consumo de sal - Reduzir o consumo de gordura saturada - Consumir mais frutas e vegetais O uso de medicamentos, muitas vezes, é associado às dicas acima se a pressão for maior que 160/100 mmHg ou se algum órgão alvo tiver sido afetado.

Fatores que aumentam o risco de hipertensão - Obesidade - Elevado consumo de sal - Consumo de álcool - Sedentarismo - Colesterol alto - Apneia obstrutiva do sono - Tabagismo - Diabetes - Pessoas com hipertensos na família

Homens e mulheres X hipertensão Os índices de homens e mulheres com hipertensão são iguais, embora os homens com até 50 anos mantenham índice mais elevado. Porém, mulheres e homens negros têm mais chances de desenvolver a HAS. Segundo informa o Dr. Timermam, estudos sugerem que os negros são mais propensos a sofrer de uma mutação genética, que resulta na HAS.

UM DOCINHO “Seu” Carlinhos

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ENTRETENIMENTO

Até tu Brutus, meu filho?

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CRÔNICA

clássico domingo de dia das mães

Depois de um clássico domingo de dia das mães em família, mesmo com mãe e sogra presentes, confesso que esta data tem se tornado cada vez mais nostálgica para mim. Certamente, pelo fato de ainda não ser mãe, mas sobre isso eu conto em outro episódio. Neste, quero compartilhar algo inusitado que aconteceu. Maio de 2008, início de uma noite muito fria. Ao sair na varanda de casa, percebo algo no portão que me chamou a atenção, um certo gemido ou choro... Curiosa, resolvi descer e notei que era um cachorro. Resolvi chamar minha cunhada, uma espécie de protetora dos animais, que me passou o seguinte diagnóstico: “que lindo! É uma fêmea em trabalho de parto”... Como assim??? No meu portão? No dia das mães? Em trabalho de parto? Era muita informação. Eu e meu marido resolvemos acomodar, por uma única noite, na garagem de casa, a hóspede absolutamente assustada e fomos dormir deixando que a natureza agisse. Eu disse dormir? Passei a noite em claro, pensando: “será que já nasceu?”. Contava um, dois, três carneirinhos, ou melhor, cachorrinhos e a pergunta que não saia da minha cabeça era: “o que faria com essa família na manhã seguinte?”. Amanheceu e fui conferir o estrago... Silêncio total e a cachorra em sono profundo, sem filhote algum. Confesso que me senti um tanto aliviada, afinal, agora precisaria arrumar destino apenas para uma e não para uma matilha. Foi aí que minha cunhada, aquela, resolveu levar a cachorra ao veterinário e voltou com um novo diagnóstico: “ela não estava prenha”. Ufa! E continuou: “até porque se

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trata de uma cachorra idosa, diabética e deficiente visual”. Alguns minutos de silêncio depois, eu, minha cunhada e meu marido pensamos: “acho que ninguém abandonaria uma cachorra nestas condições, certo?”. Então, fizemos uma campanha na região, e também pela internet, para tentar buscar o verdadeiro dono... Um mês, dois meses, um ano... E lá se vão quatro anos e até agora nada. No início, improvisamos uma adoção compartilhada, mas as coisas foram caminhando natural para o casal, até mesmo porque o Marcos, meu marido, foi o primeiro a tomar todas as providências, afinal, uma casa sem crianças ou ao menos um peixe, tivemos que começar do zero, de enxoval a cartão de vacinas. A “Véinha”, como a chamamos carinhosamente, tem o nome estampado no seu pingente de prata e bordado na roupa...enfim, ela mudou nossas vidas, nossa rotina. Desde passar uma noite fora ou decidir por casa ou apartamento, em primeiro lugar, pensamos nela e, ainda, nos pegamos falando baixinho um com o outro quando ela está dormindo no meio da sala, parecendo um leitãozinho. Eu não imaginava passar por essa experiência, conhecer o sentimento de gratidão de um cachorro e, ao mesmo tempo, perceber o vazio... O vazio que era nossa casa sem ela. Essa adoção não foi uma escolha nossa, mas da sábia “Véinha” que escolheu o portão certo. Por Fabiana Coutinho, gerente de Marketing da Sumaré.


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