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2ª CAPA

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EDITORIAL

EXPEDIENTE REVISTA LUBGRAX Ano I Nº 4 – Maio/Junho 2010

UMA QUESTÃO DE COMPETÊNCIA

Capa:

Foto: Iara Morselli Produção: Sérgio Rodrigues Diretor

Sérgio Ávila Editoras responsáveis

Maristela Rizzo – MTB 25.781 maristela@lubgrax.com.br

E

m época de Copa do Mundo, como já é tradicional no Brasil, nada se faz ou planeja, exceto o que esteja relacionado com o esporte mais amado do globo.

Até aqui, sem novidade.

Talvez a maior delas – para muitos sonhadores,

pelo menos – tenha sido a desclassificação precoce da seleção canarinho frente à que se tornaria finalista inédita

Miriam Mazzi – MTB 20.465 miriam@lubgrax.com.br

do torneio, a Holanda.

Edição de arte e Editoração

vo, que movimentaram grande parte do dinheiro do plane-

Alex Andrade alex@artediagramacao.com.br Editora de fotografia

Iara Morselli iara@lubgrax.com.br

Marketing e eventos

Além dos maciços investimentos em marketing esportita neste ano, o mundo empresarial volta a caminhar, agora já de alma lavada pelo Carnaval que, também tradicionalmente, paralisa o País do samba até março, e pelo futebol, que nos deixou em frente à tevê por quase um mês inteiro. Ponto final para os eventos culturais e esportivos. Agora é hora de pensar no Brasil que

Sérgio Rodrigues sergiorodrigues@lubgrax.com.br

empreende e se prepara para o futuro. Alguns exemplos deste País batalhador estão nesta

Gerente comercial

e fluidos. Nestas incursões, algumas conclusões já podem ser anotadas: a sustentabilidade

Fernando Mila fernando@lubgrax.com.br Circulação e assinaturas

Salete Rodrigues salete@lubgrax.com.br

Pré-impressão e Impressão

Neoband Soluções Gráficas

edição, para a qual a reportagem sondou vários setores do mercado de lubrificantes, óleos não é mais tendência em nenhuma das pontas da cadeia do lubrificante, mas retrato de estratégias de atuação, e a área de pesquisa e desenvolvimento das companhias é o que se pode definir como o cérebro do setor, onde são estudados, elaborados e testados os produtos que irão para as prateleiras do mercado consumidor com a complexa tarefa de extrapolar suas expectativas. Evidente que, a exemplo da realização de uma Copa do Mundo, não é simples a ta-

Lubgrax é uma publicação da Sergio Avila Editora e Eventos, dirigida a profissionais e executivos de toda a cadeia produtiva de lubrificantes, óleos, fluidos e graxas, associações, entidades, universidades entre outros.

refa de reeducar (o consumidor, para novas atitudes) e, muitas vezes, reinventar (o produto,

Circulação: Nacional

lhemos o setor de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas não só por se revelar um dos pujantes

Tiragem: 5 mil exemplares

para novas demandas). Mas parece óbvio que os resultados só aparecem quando há mais que coerência, quando há comprometimento com o mercado e respostas às suas manifestações. Também nos parece cristalino e legítimo o direito de batalhar por um lugar ao sol. Escoda economia, mas por termos convicção de sua importância estratégica para o Brasil do futuro. Exatamente onde pretendermos estar, fornecendo informações de qualidade, isentas e comprometidas com as necessidades dos leitores.

Rua da Consolação, 359 – conjunto 14 01301-000 – São Paulo, SP, Brasil Tel (11) 3151-5140 sergioavilaeditora@sergioavilaeditora.com.br

Ainda em tempo: grandes ficam pelo caminho quando apostam suas fichas na defesa e não escalam a criatividade. Em contrapartida, os que apresentam domínio da bola e ousadia nas jogadas finalizam uma tabelinha rápida na cara do gol. Marcá-lo é uma questão de competência.

ASSINATURAS

assine@lubgrax.com.br ou ligue (11) 3151-5140 Assinatura anual R$ 95,00 Subscription other countries US$ 150.00 Air mail: US$ 200.00

Boa leitura! Miriam Mazzi

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SUMÁRIO Caderno Automotivo

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Editorial

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Entrevista - Amauri Barbieri

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Lubrificantes automotivos

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Perfil do Fabricante – Lumobras

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Notícias & Produtos

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Caderno Industrial

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Lubrificantes atóxicos e biodegradáveis

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Lubgrax Meeting

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Biocidas

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Eventos – Química & Petroquímica

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Perfil do Fornecedor – Miracema-Nuodex 46

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Guia de Produtos

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Editorialista Convidado

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RELAÇÃO DE ANUNCIANTES Empresa

Página

Ipel..............................................................................................................................................................2ª capa

Resitec/Miracema-Nuodex.................................................................................................................................... 9

Lumobras............................................................................................................................................................ 13

quantiQ.............................................................................................................................................................. 15

Lwart.................................................................................................................................................................. 17

InformEx Latin America....................................................................................................................................... 21

Metachem........................................................................................................................................................... 25

Arinos................................................................................................................................................................. 27

Murta................................................................................................................................................................. 31

Cabot.................................................................................................................................................................. 35

Lubgrax Meeting................................................................................................................................................. 37

Aboissa.......................................................................................................................................................3ª capa

Miracema-Nuodex/Liovac............................................................................................................................4ª capa

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Entrevista - AMAURI BARBIERI

Conhecimento de causa

Por Maristela Rizzo

É perigoso esse termo de biodegradabilidade, pois pode induzir o cliente a fazer o descarte de forma errônea

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C

om formação principal na área de química industrial, Amauri Barbieri carrega uma bagagem de 25 anos de atuação, muitos dos quais foram empregados na área de desenvolvimento de produtos e novas tecnologias em lubrificantes. Sua experiência nesta área fez com que ele fosse o pioneiro no ramo de tratamento térmico em óleo de têmperas acelerado. Químico industrial formado pela Unifieo estudou cursos de Mecânica Industrial e Polímeros no Senai. Essa iniciação na área de manutenção mecânica fez com que o profissional fosse um dos poucos químicos com experiência em máquinas e equipamentos. Diferencial que foi reconhecido por em-

presas como Houghton do Brasil, Nitroquímica, Bugarola e Safra Lubrificantes. Após uma tentativa de trilhar carreira solo a frente da empresa Advance, Barbieri resolveu aceitar a proposta de se juntar à Lucheti Lubrificantes, onde hoje ele é o responsável pelo centro de pesquisa e desenvolvimento. Em um bate-papo com a Lubgrax, Barbieri mostra seu ponto de vista em relação a vários assuntos atuais do mercado, como biodegradabilidade, fiscalização, concorrência e profissionalização do setor. “Não posso dizer que já sei de tudo, mas tenho um bom conhecimento da área de lubrificantes, de desenvolvimento de produtos e novas tecnologias”.

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Entrevista - AMAURI BARBIERI Lubgrax: Como se encontra hoje a junção entre a Advance e a Lucheti? Amauri Barbieri: Na verdade foi uma junção de tecnologias, pois a Lucheti é muito forte na parte de lubrificantes automotivos. É uma empresa que já está há 20 anos no mercado, vem se consolidando ano a ano com novos produtos, além de melhora excepcional da qualidade de cinco anos para cá. Nós não somos nem citados no Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes da ANP (PMQL) há quase de dois anos, o que mostra que nossa qualidade é muita grande. Lubgrax: Há quanto tempo você está atuando dentro da Lucheti? E nesse período quais os produtos desenvolvidos por você que podem ser destacados? Barbieri: Recentemente tivemos uma oportunidade de mercado que já vínhamos trabalhando há algum tempo, que seria a linha de tratamento térmico de metais e, em função de algumas dificuldades de outros concorrentes, acabou surgindo essa oportunidade de entramos nesse mercado. São produtos especiais, com velocidade de resfriamento extremamente rápida. Em 1990 já tinham sido desenvolvidos óleos rápidos, dos quais eu tive a oportunidade de participar do desenvolvimento. Com isso eu já tinha conhecimento de mercado e já estava esperando uma brecha. E, neste ano, conseguimos entrar nesse mercado. Hoje, praticamente todas as empresas que terceirizam tratamento térmico são atendidas por nós, além de empresas parafuseiras e tratamento térmico especiais de peças de grande massa. Praticamente todas essas indústrias estão vindo buscar essa tecnologia com a gente. São produtos especiais nessa área, que é o principal foco atualmente da Lucheti. Lubgrax: Passando essa fase, existe algum novo desafio que você pretende abraçar?

Barbieri: Na verdade sim, existem dois projetos, embora eu só possa falar de um por enquanto. Trata-se de um protetivo de base vegetal que é um lançamento que a Lucheti ainda está engatinhando. Ainda não há uma previsão de lançamento, mas a ideia é ir atrás de um protetivo base vegetal que não seja tão agressivo como os que encontramos hoje no mercado que são base solvente, base querosene, base isoparafina ou outros tipos de bases de ceras oxidadas. Lubgrax: Dentro do aspecto da qualidade, segundo a diretoria da Lucheti, uma área que foi muito beneficiada com sua entrada na empresa foi a de vaselina. Você confirma? Barbieri: Hoje, a Lucheti produz em média 400 toneladas de vaselina por mês. Isto é um volume bastante expressivo dentro do mercado, que se deve ao fato da melhora de qualidade da vaselina, o que fez com que a empresa melhore cada vez mais. Tanto que já vemos a possibilidade de dobrar a produção por meio de investimentos que serão realizados nesta área depois que concluirmos a construção dos novos prédios da unidade. Lubgrax: E sobre a parte de biodegradáveis, você acredita que este seja o seu novo desafio dentro da empresa? Barbieri: Não, já é um produto bastante comum no mercado. Todas as empresas já têm em sua linha algum produto biodegradável. Embora eu até evite falar que se trata de um produto biodegradável. Apesar de os produtos terem características de biodegradabilidade, a partir do momento que você utiliza o produto e ele tem a dissolução de sais dentro do metal do próprio rebolo, da própria ferramenta, o óleo solúvel acaba incorporando esses metais dentro de sua própria composição. Hoje já existem filtros dentro do mercado que

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Acredito que o grande mercado para o futuro continuará sendo os sintéticos, com matérias-primas alternativas, onde as empresas têm um custo mais elevado, mas garantia de qualidade melhor e de vida útil maior do produto

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Entrevista - AMAURI BARBIERI retêm a maioria desses metais. No nosso caso, o nosso óleo solúvel Bio 600 pode ser filtrado e descartado conforme os artigos 18 e 19 da Cetesb. É um excelente produto, além de sua grande diluição, pois ele trabalha com diluição de um litro de óleo para 40 litros de água.

Nosso mercado é muito criativo e as situações que temos aqui fazem com que as empresas busquem novas tecnologias para baratear preço e melhorar qualidade

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Lubgrax: Você concorda com a afirmação de que a ideia de um produto 100% biodegradável ainda está longe de ser uma realidade dentro do mercado? Barbieri: Concordo, justamente por isso. À medida que se usa o produto, principalmente dentro de uma usinagem, acaba tendo esses sais dissolvidos, o que impossibilita que se faça o descarte sem tratamento. É perigoso esse termo de biodegradabilidade, pois pode induzir o cliente a fazer o descarte de forma errônea. Lubgrax: Como você enxerga hoje o mercado brasileiro em termos de disponibilidade de novas tecnologias? O Brasil está apto a competir com empresas multinacionais? Barbieri: Sem dúvida! O mercado brasileiro tem o que ensinar para o mercado de fora. Nosso mercado é muito criativo e as situações que temos aqui, tanto de clima como de situações que as empresas passam para reduzir custo, fazem com que as empresas busquem novas tecnologias para baratear preço e melhorar qualidade. Isso faz com que essa criatividade vá bem longe, pois a química não te dá limite para criar, permitindo que a empresa crie o que quiser. Essa parte de óleos lubrificantes funciona dessa forma. Eu acho que há muito para ser desenvolvido na área de química, na parte de lubrificantes industriais como automotivos, embora eu acredite que mais na parte industrial. E a Lucheti está buscando justamente esse mercado, de sair na frente com algumas novidades. Pois, hoje, infe-

lizmente, a maioria das empresas espera algumas companhias fazerem o lançamento para depois copiar, o quem nem sempre dá certo. Em termos de tecnologia o Brasil está muito avançado. Há algumas faculdades que estão trabalhando com algumas pesquisas na área de tratamento térmico que vão apresentar novidades em curto prazo, inclusive também na área de metalworking. Lubgrax: Por falar em faculdades, como você enxerga o preparo do profissional dentro do mercado de lubrificantes? Barbieri: Hoje, praticamente a qualificação de químico formulador em óleo lubrificantes está quase em extinção. Nós não temos profissionais treinados, o pessoal disponível no mercado tem conhecimento muito baixo, não tem conhecimento para desenvolver produtos. A solução é pegar um profissional e ir treinando até que ele se desenvolva e isso leva cerca de dez anos. Isso se ele ficar em uma empresa só. Lubgrax: Além disso, tem o fato que, ao contrário de sua vivência, são poucos aqueles que têm noção da prática. Barbieri: Em primeiro lugar não se pode ter medo. Há muita gente que tem medo de errar e acaba não arriscando. O que nunca aconteceu comigo, pois o conhecimento dava embasamento para que a gente arriscasse a fazer aquilo, pois sabíamos que tínhamos grandes chances de dar certo. E, felizmente, dos desenvolvimentos que foram feitos, dos quais participei, me ofereceu um aprendizado muito grande. Em termos de mercado, infelizmente, não temos pessoal treinado com conhecimento e a cada dia isso piora mais. Lubgrax: E isso se deve à falta de interesse ou de cursos mais especializados? Barbieri: Praticamente não existem treinamentos na parte de lubrificantes, ou seja,

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Entrevista - AMAURI BARBIERI

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Entrevista - AMAURI BARBIERI

Nenhuma das escolas daqui está preparada para oferecer algum tipo de treinamento, o que faz com que haja falta de profissionais

uma escola que seja específica ou que pelo menos dê uma noção de alguma coisa. A única escola que oferece um pouco de noção de viscosidade de óleo é a de Engenharia Mecânica, onde ele aprenderá alguma coisa de engenharia de fluidos e vai ter algum contato com lubrificantes. Agora, de forma geral, nenhuma das escolas daqui está preparada para oferecer algum tipo de treinamento, o que faz com que haja falta de profissionais. Além disso, a parte de remuneração no começo não é tão atrativa. Toda a parte de química no começo é um pouco sofrida, por isso a pessoa para ser química precisa gostar muito, pois senão ela abandona logo no primeiro ou segundo ano. Há muitos profissionais que hoje estão atuando em outros mercados. Lubgrax: E você não enxerga possibilidades de mudanças neste cenário? Barbieri: Com a descoberta das camadas pré-sal eu diria que isso está mudando, pois vemos a Petrobras fazendo grandes investimentos e treinamentos. As plataformas precisam de gente especializada. Acredito então que eles vão buscar e treinar novos profissionais relacionados à área de lubrificantes. A tendência é de melhora, mas hoje para contratar um profissional gabaritado custa muito caro e para treinar tem que ter toda aquela paciência, além do fato da pessoa estar disposta a aprender e gostar do que faz. Lubgrax: Entrando nesse assunto das camadas pré-sal, hoje podemos observar que muitas empresas vêm investindo e apostando no crescimento do mercado em virtude dessa descoberta. Em sua opinião essa mudança realmente ocorrerá ou tem que ser ainda bem estudada e trabalhada? Barbieri: Essa mudança só ocorrerá muito no futuro. Toda essa exploração do pré-sal ainda está engatinhando, apesar de já estarem retirando barris de petróleo de lá. Eu diria que alguns resultados bons só irão ser senti-

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dos daqui a 20 anos. Isso, primeiro, porque a Petrobras tem o domínio do mercado, o que mantém o monopólio. E, em segundo, porque ela trabalha muito com o mercado europeu, onde há muita variação do Euro, variação de dólar, do barril de petróleo. Então a Petrobras ainda se baseia muito no mercado externo, o que a impedirá por algum tempo de dar as cartas. A partir do momento que a Petrobras estiver extraindo todo o volume necessário do pré-sal e houver uma maior estabilidade econômica do País, daí sim nós teremos condições de equilibrar o mercado. Mas isso não será em curto prazo. Lubgrax: Hoje você vê no mercado um aumento da fiscalização de empresas e produtos. Isso, em sua opinião, vai contribuir para que o mercado se foque mais em produtos de qualidade e para o fim da concorrência desleal? Barbieri: A ANP é uma parcela importante principalmente da qualidade do produto, mas hoje, mesmo com os esforços da agência, não conseguiram acabar com alguns cânceres no mercado, como empresas que produzem ilegalmente, que não têm registro na ANP, oferecem produtos de péssima qualidade, que continuam vivas no mercado atrapalhando quem age corretamente. Hoje, a Lucheti com 20 anos de mercado, abaixo das companhias Shell, Texaco, Petrobras, seria primeira colocada, pois as outras estão um pouco defasadas tanto em termos de qualidade, tecnologia e participação de mercado. Essa qualidade que a ANP está exigindo é ótima, porém vejo que com a implantação da resolução Nº 18 ela quis ter superpoderes, pois quis controlar capital social, controlar equipamentos – a empresa não pode terceirizar, tem que ter os equipamentos internamente –, ou seja, ela fugiu um pouco do foco dela. Lubgrax: Então a concorrência desleal continua? Barbieri: A Lucheti projeta que até 2016

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Entrevista - AMAURI BARBIERI temos 30% de mercado para a crescermos em função da retração de outras empresas estarem perdendo este mercado em função de não terem uma estrutura tão boa como a nossa, que tem por diferenciais preço e qualidade. Mesmo assim ainda temos muitos problemas com a concorrência desleal, principalmente na linha automotiva. Há gente que põe óleo usado, óleo filtrado, não põe aditivação, entre outras práticas. Mas, o mercado tem apresentado mudanças com a renovação da frota, o que faz com que os consumidores tenham outra visão dos lubrificantes. Já na área industrial, vemos uma seleção muito maior. Se a empresa fornecedora não tem um know-how e um serviço pós-venda que ofereça apoio técnico e dê continuidade ao trabalho iniciado, com certeza ela será cortada rapidamente do mercado, pois mostra que ela não tem estrutura que garanta que o cliente não irá parar. Lubgrax: Como tendência qual tecnologia que acabará predominando no mercado? Barbieri: Existe muita gente que está optando por trabalhar com solúveis vegetais, solúveis biodegradáveis, produtos semisintéticos. Mas, acredito que o grande mercado para o futuro continuará sendo os sintéticos, com matérias-primas alternativas, onde as empresas têm um custo mais elevado, mas garantia de qualidade melhor e de vida útil maior do produto, o que faz com que o custo elevado se pague naturalmente. Mas eu acho que o mercado em si apresenta a tendência de partir para a linha sintética, tanto para produtos solúveis, como câmbio, engrenagem, lubrificação geral hidráulicos, entre outros. Lubgrax: Mas, existem empresas que ainda relutam em aceitar esta tendência. Barbieri: Cada um tem sua visão de mercado. Muita gente apostou que o mercado de óleo solúvel de base vegetal seria maravi-

lhoso. Muitas empresas optaram em trabalhar com isso devido ao baixo impacto ambiental e chegaram à conclusão depois de que não era bem assim, pois o óleo vegetal tem tantos problemas como o óleo mineral, principalmente na parte de descarte. Lubgrax: Como você vê esse atual apelo ecológico? É uma mudança no mercado ou se trata apenas de modismo? Barbieri: Em minha opinião é puro modismo, pois sempre se trabalhou com óleo vegetal no passado e acabou não vingando, depois voltou para óleo mineral e hoje algumas empresas falam que o óleo que oferecem é ecologicamente correto. Falar se fala muito, porém pouco se faz para controlar, principalmente tudo o que o mercado descarta ilegalmente e erroneamente. Há muita coisa que ainda é feita por debaixo do pano, pois as empresas de pequeno e médio porte, no caso de metalúrgicas, não têm condições de ficar tratando a emulsão, então muitas vezes preferem descartar no ralo em um dia de chuva, nos mesmos moldes que grandes empresas já fizeram no passado. Quando a gente formula um produto, procuramos fazer com que ele tenha o menor impacto ambiental possível, mas não são todas as empresas que se preocupam com isso.

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Lubrificantes automotivos

Modernização em alta velocidade Com a crescente renovação da frota e o lançamento de motores mais potentes, fabricantes de lubrificantes automotivos incrementam cada vez mais seus investimentos em produtos e conscientização dos consumidores Por Maristela Rizzo

M

esmo após uma crise financeira que deixou o mercado automobilístico em alerta, o setor continua galopando a olhos vistos, tanto que em reportagem publicada no jornal Financial Times lançou-se a estimativa de o Brasil passar a Alemanha e se tornar o quarto maior mercado automobilístico do mundo. O motivo seria a expansão econômica do País, que provoca forte alta na venda de veículos, mantida inclusive após o fim do incentivo fiscal introduzido pelo governo para superar a crise de 2008. Hoje o Brasil é o quinto maior mercado do mundo, com vendas de 3,1 milhões de automóveis no ano passado, atrás da China, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Crescimento que fez com que o mercado de lubrificantes registrasse em 2009 consumo de aproximadamente 278.000 m3 para motores gasolina, álcool, bicombustíveis e GNV, 310.000 m3 para motores diesel, e 107.000 m3 de lubrificantes para engrenagens, segundo dados coletados pela Agecom. Performance obtida graças ao movimento das empresas de lubrificantes para acompanharem o crescimento do mercado automobilístico. Mesmo assim, ainda não é possível dizer que os dois mercados crescem proporcionalmente. “Apesar do mercado de lubrificantes acompanhar diretamente o crescimento da indústria automobilística, o impacto é mais sentido no mercado de lubrificantes quando os veículos saem do período de garantia dado pelas montadoras”, informa Izabel Tereza La-

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cerda Dutra, coordenadora de Combustíveis e Lubrificantes da Petrobras Distribuidora. Segundo ela, o volume de lubrificantes automotivos comercializado em 2008 foi de 981,602m³, no mercado total, e de 719,453m³, no mercado Sindicom. Em 2009, o volume foi de 946,543m³ e de 696,211 m³, respectivamente. Dados que indicam que o setor sofreu retração de 3,57% no mercado total e de 3,23% no mercado Sindicom. Situação que começa a ser revertida devido aos constantes investimentos que os fabricantes de lubrificantes vêm realizando no sentido de acompanhar as necessidades dos consumidores diante dos novos projetos de motores que surgem no mercado mundial. Como Celso Luciano Miari, supervisor de vendas da Divisão de Lubrificantes da Agecom verifica, há cerca de 20 anos o mercado de veículos no Brasil era totalmente fechado aos importados e o lançamento de novos modelos

nacionais era bastante moderado. Já com a abertura do mercado para os modelos importados, a indústria nacional se deparou com a missão de realizar uma forte atualização tecnológica e lançar modelos novos. “Com isso os fabricantes de lubrificantes tiveram que se adaptar a essa nova realidade e hoje oferecem produtos das mais diferentes especificações, aplicações e performances”. Segundo dados do profissional, hoje o Brasil possui uma frota de 30 milhões de veículos, com idade média de nove anos. Como a renovação é maior a cada ano, isso obriga as companhias a oferecerem produtos de alta tecnologia e que atendam às necessidades desse mercado. “Existe hoje a oferta de lubrificantes dos mais variados SAE, os mais recentes API e lubrificantes que utilizam base 100% sintética em sua composição para atender mercados como, por exemplo, o de veículos com motores bicombustíveis, motores com alta quilometra-

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Foto: Banco de Imagens BR

Lubrificantes automotivos

Izabel Tereza Lacerda Dutra, coordenadora de Combustíveis e Lubrificantes da Petrobras Distribuidora

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Lubrificantes automotivos

Foto: Banco de Imagens BR

Celso Luciano Miari, supervisor de vendas da Divisão de Lubrificantes da Agecom

Lubrax Sintético (SAE 5W40) e Lubrax Tecno (SAE 15W-40): produtos passaram do nível de qualidade API SL para API SM

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gem e também produtos específicos para atender a linha de populares 1.0”, observa Miari. Realidade que encontra eco na Shell. Como Fabiana Rodrigues, especialista de marketing e lubrificantes da Shell Brasil observa, as montadoras têm desenvolvido motores cada vez mais potentes, com menores folgas e com períodos de trocas maiores. “Isso gera um desafio aos fabricantes de lubrificantes, pois precisam desenvolver produtos que trabalhem em condições severas por mais tempo”, informa ela. Observando os números de crescimento e renovação da frota, Fabiana observa também que os fabricantes de lubrificantes investem cada vez mais em produtos de alta performance. Por outro lado, ela destaca o problema da falta de conscientização do consumidor sobre a escolha do lubrificante como um item importante para o segmento. “Porém já notamos uma mudança na postura do consumidor. O consumidor tem estado mais atento aos benefícios que cada produto traz ao seu veículo”. necessidAdes AtendidAs Essa modernização naturalmente encontra eco no portfólio dos principais fabricantes de lubrificantes, como é o caso da Agecom, Shell e Petrobras que vem acompanhando de perto essa mudança de perfil do mercado automobilístico e se adequando a para atendê-los com produtos de qualidade e alto desenvolvimento tecnológico. No caso da Agecom, a empresa assegura que segue os mais rígidos padrões de qualidade desde a formulação até a fabricação de seus produtos. “Nossas linhas de lubrificantes (Vorax, Maxi Diesel, Maxi Turbo e Maxi Gear) estão em constante evolução, buscando atender as exigências do mercado”, assegura Miari. Apesar de a Agecom estar inserida no mercado de lubrificantes desde a sua fundação em 1987, foi apenas em 1998, com a construção da fábrica de lubrificantes, que a companhia iniciou um trabalho mais forte de distribuição das linhas Vorax, Maxi Diesel, Maxi Turbo, Maxi Gear e produtos voltados ao segmento industrial. Já, em 2007, passou a investir forte em pa-

trocínios de equipes da Stock Car, com a contratação de novos profissionais e realização de alguns acordos com distribuidores regionais. “Isso nos proporcionou um excelente crescimento e maior visibilidade da marca. Podemos afirmar que hoje temos um market share de 17%, considerando as companhias fora do Sindicom. Dentro desse percentual, nossos lubrificantes têm mais de 20% de participação e perspectiva de aumentos ainda maiores”, relata o supervisor. Entre todos os produtos comercializados hoje pela Agecom, as linhas de lubrificantes correspondem a 8% de participação (em litros) e mais de 12% em valores. Atualmente a Agecom pretende colocar em breve no mercado novas especificações de lubrificantes, tanto para linha leve como para comercial pesado, seguindo as tendências e necessidades exigidas por esse mercado. O objetivo é que até o início do segundo semestre de 2010 a empresa pretende estar com a linha completa de lubrificantes para todos os modelos de veículos que circulam pelo Brasil. Os produtos já foram registrados na Agência Nacional do Petróleo (ANP) e estão aguardando a data de seu lançamento. Entre os novos itens pode-se destacar os lubrificantes de API SM e base 100% sintética, além de alguns SAE que hoje estão em uso constante pelas montadoras, como os 5W30 e 5W40. “Estamos também renovando nossas embalagens atuais por modelos mais modernos e novos rótulos e tipos de embalagens incluindo novos SKUs em nosso portfólio como, por exemplo, as embalagens de 4 litros”, adianta Miari. Na parte de produção e Pesquisa&Desenvolvimento, a empresa, cumprindo as exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP), adquiriu equipamentos laboratoriais de última geração e da mais alta tecnologia para atender as necessidades do mercado e dos consumidores. “Estamos também ampliando nosso portfólio de produtos industriais, investindo em marketing e na ampliação de nossa planta industrial para a produção de lubrificantes, com a aquisição de novos equipamentos de envase e rotulagem,

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Lubrificantes automotivos contratação de profissionais e elevados investimentos para 2010”, antecipa Miari.

Lubrificante Shell Helix HX5 S: desenvolvido com tecnologia sintética destinado especialmente para veículos flex

Alinhamento Atualmente, lubrificantes representam 6,6% do mercado de downstream da Shell no Brasil que ocupa a terceira posição nas vendas de lubrificantes com 14,2% de mercado, incluindo revenda e consumo (Fonte: Sindicom, até março 2010). Observando a mudança de comportamento do consumidor a Shell lançou em 2008 seu novo portfólio na linha automotiva, onde a principal melhoria é exatamente de auxiliar o consumidor a escolher qual produto proporcionará melhor desempenho para cada tipo de veículo. Hoje, além de proteger e limpar o motor por mais tempo, o portfólio automotivo da Shell atende a todos os tipos de veículo do mercado. A Shell acaba de lançar um produto formulado especialmente para o mercado brasileiro. O lubrificante Shell Helix HX5 S foi desenvolvido com tecnologia sintética destinado especialmente para veículos flex. A tecnologia semissintética do Shell Helix HX5 S apresenta maior resistência a processos como a formação da borra branca e aumento da oxidação devido ao acúmulo de água no motor, e assim, garante ao óleo um fluxo interno melhor. Para completar o pacote de benefícios, o produto também tem aditivos detergentes e dispersantes. Além disso, o Shell Helix HX5 S traz diversos benefícios: proporciona maior proteção e limpeza, reduz a fricção interna das partes do motor, o que proporciona um motor mais silencioso e com maior performance. “A Shell investe mais de R$ 80 milhões em pesquisa e desenvolvimento todos os anos”, relata Fabiana. Modernização Enquanto isso, a BR mantêm sua liderança no mercado de lubrificantes no País. Em 2009, fechou o ano com 20,75% de participação nas vendas, considerando o mercado global, e 28,21% no mercado Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combus-

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tíveis e Lubrificantes) que contabiliza apenas as vendas das empresas associadas. Com relação à venda de todos os lubrificantes da companhia, os automotivos representam cerca de 70%. Em 2008, a Petrobras modernizou dois de seus lubrificantes que figuram entre os premium da linha Lubrax: Lubrax Sintético (SAE 5W-40) e o Lubrax Tecno (SAE 15W-40). Dessa forma, ambos os produtos passaram do nível de qualidade API SL para API SM. A partir deste upgrade, os produtos que receberam um novo pacote de aditivos proporcionam proteção “extra” contra formação de borra no motor. Já em 2009, a companhia lançou o Lubrax Turbo Vigoros com nível de qualidade API CF-4 e grau de viscosidade SAE 25W-60. Esse produto, destinado aos motores a diesel com alta quilometragem, possui em sua composição um agente condicionador de retentores que ajuda a prevenir vazamentos internos e externos e o consumo excessivo de óleo, e agente de adesividade, o que confere mais liga ao óleo. Como os novos projetos de motores, que possuem grau de acabamento cada vez melhor, folgas menores e necessidade de refrigeração mais eficiente, com menor atrito interno, estão demandando lubrificantes com viscosidades mais baixas, como por exemplo, os graus de viscosidade SAE 5W-40 e 5W-30, a Petrobras dispõe em seu portfólio dos produtos da linha Lubrax. Dentro desta série destacam-se o Lubrax Sintético, com grau de viscosidade SAE 5W-40, Lubrax Valora (SAE 5W-30) e o Lubrax Tec Turbo (SAE 10W-40). São lubrificantes que atendem as atuais características do mercado, proporcionando menor atrito interno e fazendo com que o motor trabalhe mais “solto”. “Com isso, é possível se obter um melhor rendimento do mesmo, o que se traduz em maior potência e menor consumo de combustível”, assegura Izabel. Além de atender às necessidades dos fabricantes de motores, a Petrobras busca identificar e suprir outras necessidades. É o caso dos veículos leves e pesados com alta quilometragem, que possuem necessidades diferentes de lubrificação,

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Lubrificantes automotivos uma vez que os motores nessas condições apresentam folgas maiores e retentores ressecados. Para estes motores, a Petrobras oferece o Lubrax Alta Rodagem, destinado aos veículos movidos a gasolina, álcool, GNV e flex, e o Lubrax Turbo Vigoros destinado aos veículos movidos a diesel.

Patrocínio de equipes da Stock Car proporcionou à Agecom crescimento e maior visibilidade da marca

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Obstáculos Apesar de todos os investimentos realizados pelos fabricantes de lubrificantes, ainda existem alguns pontos que precisam e requerem constante atenção por parte do setor. Um deles, e o mais preocupante, é a questão das irregularidades ainda existentes que prejudicam a atuação de empresas idôneas que investem muito em tecnologia para oferecer ao mercado produtos de qualidade, atendendo aos padrões exigidos. Ação que tem sido alvo de atenção da ANP, através do PMQL (Programa de Monitoramento de Qualidade de Lubrificantes) que tem identificado as não-conformidades e punido as empresas irregulares. Outro fator é a falta de conscientização por parte dos consumidores às questões de manutenção do veículo. Embora, como pondera Izabel, trata-se de um processo cultural que requer certo tempo de evolução, mas que com certeza

está sendo trabalhado de forma que o consumidor tenha conhecimento dos danos que a falta de manutenção causa ao veículo e consequentemente prejuízos ao bolso. Situação que Miari já enxerga que está ocorrendo. “Com o aumento da venda de veículos zero quilometro nos grandes centros urbanos e consequentemente um aumento de veículos novos em circulação, o consumidor se vê obrigado a efetuar suas revisões dentro dos períodos estipulados pelos fabricantes de veículos. Isso acaba por melhorar a conscientização, principalmente porque um automóvel representa um investimento considerável por parte das pessoas e sua correta manutenção significa menores custos com reparos”, informa. Por outro lado, o profissional verifica que boa parte dos consumidores de veículos com maior tempo de uso busca produtos de baixo custo, o que muitas vezes pode significar o uso de lubrificantes de pouca ou nenhuma qualidade e que podem estar fora das normas e exigências da ANP. “Esse consumidor requer atenção e um trabalho de conscientização e esclarecimento quanto às vantagens do uso de lubrificantes de boa qualidade, procedência e correta aplicação”, finaliza.

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PERFIL DO FABRICANTE - Lumobras

Marca consolidada Nascida numa época em que, no Brasil, lubrificantes especiais só eram fornecidos por empresas estrangeiras, a Lumobras ocupou esse nicho, passando a fabricá-los localmente sob licença. Paralelamente, a empresa desenvolveu e consolidou sua marca própria no País, se tornando um dos grandes players do mercado de lubrificantes.

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undada há 48 anos como a primeira empresa nacional a oferecer lubrificantes especiais – caso do Molykote –, a Lumobras iniciou sua trajetória num período marcado pelo intenso desenvolvimento industrial do País, notadamente o do setor automobilístico. Na época, estes lubrificantes eram importados em sua totalidade, o que abriu uma brecha significativa para a entrada de novas empresas. A crescente demanda estimulou o início da

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produção da Lumobras, que, sob licença, passou a fabricar localmente alguns produtos da linha Molykote. “Simultaneamente, passou a desenvolver sua marca e produtos próprios”, informa Paulo R. Bueno, responsável técnico. Desde então, a Lumobras fabrica lubrificantes especiais na forma de pastas, suspensões, graxas, óleos, pós e vernizes para todos os segmentos industriais e também varejistas do setor automotivo. “Dessa atuação nasceu a necessidade de contar com uma equipe técnica altamente

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PERFIL DO FABRICANTE - Lumobras qualificada”, acrescenta Bueno, completando que, desde então, o objetivo estratégico da empresa tem sido o de dar ao cliente um atendimento confiável. “Aliado à comprovada qualidade dos produtos Lumobras/Molykote, este posicionamento comercial vem garantindo aos nossos clientes um serviço de pós-venda comprovadamente eficiente”, atesta. Sustentabilidade Outra área que vem merecendo especial atenção da Lumobras é a de sustentabilidade. Comprometida com esta nova demanda global, a companhia conta com todas as certificações e licenças ambientais exigidas pela legislação, mantendo-as sempre atualizadas, incluindo as que dizem respeito ao destino final de seus rejeitos e embalagens, como atestam seus inúmeros Cadris. O Certificado de Aprovação para Destinação dos Resíduos Industriais (Cadri) é utilizado há mais de 20 anos no estado de São Paulo como importante ferramenta para o controle do gerenciamento de resíduos industriais. “Procuramos atentar para a legislação ambiental e, na medida do possível, adequar nossas formulações às normas nacionais e internacionais e às solicitações de nossos clientes”, diz Bueno. A linha de produção da companhia, por ser de lubrificantes especiais, que precisam solucionar problemas de lubrificação de inúmeros segmentos industriais, com peculiaridades específicas, está sempre em busca de novos produtos e matérias-primas, para melhor atender seus clientes, e sempre de acordo com as várias normas nacionais e internacionais que regulam o setor. “Estas questões sempre fizeram e fazem parte do cotidiano das atividades da empresa, pois as exigências dos clientes também são baseadas nestas mesmas normas nacionais e internacionais como DIN, MIL, ISO, NSF,FDA, OHSA etc”, argumenta o responsável técnico.

globalizado como o atual, se pensar em bom desempenho comercial, de marca e de relacionamento com os clientes, sem o atendimento a essas normas e às questões ambientais. Apesar da evidente expansão dos produtos com chancela ecológica, a questão custo ainda é um grande obstáculo no seu desenvolvimento e comercialização. “Sem dúvida, este é um item que interfere, mas é certo que seguimos para este destino, pois novas pesquisas em produtos e processos têm trazido reduções significativas de custos e melhoria de resultados”, justifica Bueno, citando como exemplo a busca de lubrificantes realmente biodegradáveis, já em adiantado estágio de produção. Dentro dos segmentos atendidos pela Lumobras, o setor automobilístico e o alimentício, em função de exigências globais, são os que estão saindo na frente ao exigir de seus fornecedores produtos menos agressivos à natureza e ao ser humano. Para satisfazer as novas necessidades ambientais, a Lumobras oferece lubrificantes biodegradáveis, novos pacotes de aditivos e processos de fabricação, além da nanotecnologia aplicada ao setor de lubrificação.

Paulo R. Bueno, responsável técnico

Melhoria de resultados Conforme Bueno, é impossível, num mercado

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NOTÍCIAS & PRODUTOS

ANP FECHA CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) assinou em junho contrato com a empresa Gaffney, Cline & Associates Inc. para prestação de serviços técnicos especializados de avaliação de hidrocarbonetos in situ em bacias sedimentares brasileiras localizadas na região do pré-sal. Para o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, a contratação da Gaffney Cline & Associates coroa o processo iniciado com o lançamento da licitação internacional para contratação da certificadora. “A licitação internacional promovida pela ANP seguiu todos os trâmites e os prazos legais, sem qualquer atraso”, afirmou Haroldo Lima. A empresa deverá concluir o trabalho até o final de agosto.

CASTROL LANÇA LUBRIFICANTE COM ADITIVO ANTIBORRA A borra é uma substância viscosa e escura, pegajosa e insolúvel que se forma no motor. É considerada “o colesterol do motor”, pois entope a passagem do óleo e reduz a sua circulação nas partes mais críticas do mesmo. Pode causar estresse mecânico, levando ao aumento do consumo do lubrificante, diminuição da performance, desgaste e até mesmo a quebra do motor. Cerca de 30% dos problemas dos motores estão relacionados a algum nível de borra. Para sanar este problema, a Castrol lançou o GTX Anti-Borra, uma evolução do Castrol GTX 5X, que agora, além de permitir a redução do desgaste do motor em cinco vezes, também oferece 29% maior proteção contra a formação de borra, se comparada ao exigido pela API

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SM. GTX Anti-Borra é um óleo mineral apresentado na versão 20W-50, em embalagens de 1 litro, 4 litros e 200 litros, e na exclusiva viscosidade 10W-40, em embalagem de 1 litro. Está disponível em centros automotivos, super trocas, autopeças, oficinas mecânicas e postos de gasolina.

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis

Benefícios que superam custos Eles ainda são minoria em comparação ao volume comercializado pelo mercado total. Mas, afirmam os entrevistados por Lubgrax, não há como negar o crescimento gradual e consistente do setor de lubrificantes biodegradáveis e atóxicos. Mesmo atribuindo aos custos mais elevados a principal barreira a ser vencida, os executivos do setor são unânimes ao assegurar que é uma questão de tempo para que os benefícios apresentados por esses produtos ecologicamente corretos relativizem e até ultrapassem o que custam a mais Por Maristela e Miriam Mazzi

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uitos termos passaram a figurar no dicionário do século XXI. Sem dúvida, em função do uso exaustivo, alguns se tornaram jargões que nor-

teiam ações sem embasamento em vez de objetivos estratégicos para as companhias. A biodegradabilidade é um deles. Frente às novas necessidades de preservação do planeta, um produto com esta característica conquista

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis a simpatia e o bolso do consumidor moderno. E, de carona, está se transformando em bandeira de marketing de muita empresa. No setor de lubrificantes, o conceito de biodegradabilidade está aportando paulatina, mas consistentemente. Como reforçam os empresários, trata-se de um caminho sem volta o de investir em tecnologias ambientalmente adequadas às novas demandas. Sem volta, mas no início. “Ainda vemos no mercado cerca de 90% das empresas destinando seus recursos a produtos convencionais, sejam usuários ou fabricantes. Na prática, poucas são as empresas que se direcionam a tecnologias focadas somente em produtos menos agressivos e mais ecologicamente direcionados”, concorda o engenheiro Kleber Marques, diretor técnico da Clarus Technology, assegurando que a empresa é uma delas. Embora acredite ser o mercado de lubrificantes biodegradáveis o futuro, Paulo de Tarso, gerente da Texlub, admite que ainda não existe a consciência dos empresários em relação ao custo/benefício favorável que estes produtos oferecem. “Portanto vamos continuar trabalhando este mercado”, diz. Além da urgência ecológica, outro fator que tem estimulado as empresas a desenvolverem produtos menos tóxicos são as severas legislações de países-sede de muitas multinacionais. E mercados que estão se tornando pólo de produção ou exportação, como o Brasil, são forçados a se adequarem a elas. “Além das exportações, a crescente onda de globalização faz com que as organizações tenham que seguir orientações do grupo ou mesmo exigências de seus clientes majoritários. Muitas vezes as matrizes criam demandas que são até mais restritivas do que a legislação local no país”, atesta Marques, acrescentando que, no mercado brasileiro, entre as exigências legais está o atendimento a normas trabalhistas que preconizam como insalubres atividades em que o trabalhador manipule óle-

os minerais e seus derivados. “Trata-se da primeira grande melhoria que as empresas buscam em seus processos operacionais”, informa, acrescentando à lista questões ambientais como correta destinação dos resíduos e, quando possível, a reutilização dos recursos no processo. Entre os setores que estão liderando a mudança de comportamento de consumo em benefício dos biodegradáveis estão, conforme o diretor da Clarus, os setores alimentício e farmacêutico. “Mas hoje se vê clientes pontuais em praticamente todos os segmentos de mercado, buscando achar o custo/beneficio de serem ambientalmente corretos, aliando a isso o fortalecimento de sua marca no quesito sustentabilidade”, considera. Os custos são, aliás, um obstáculo bem alto para as novas posturas de mercado. “Nunca é uma questão fácil debater custos com o cliente. Não se pode generalizar o mercado. Na verdade é uma matemática difícil de fechar, que tem que ser debatida interagindo diversos setores na empresa, desde suprimentos querendo reduções de custos, até setores como produção, segurança do trabalho e ambiente, que buscam melhorias nos processos com uma visão mais global da empresa e sua inserção no mercado e comunidade”, pondera Marques. De acordo com o diretor técnico, a Clarus Technology, em muitas ocasiões, conseguiu reduzir o impacto de custos de adicionais trabalhistas, aumentar a segurança de processo produtivo, evitar contaminações cruzadas, tornar desnecessários processos de desengraxes posteriores e aumentar a vida útil da lubrificação, aumentando os intervalos de paradas de maquinas. A Clarus trabalha com produtos diferenciados com este foco. São graxas e desengripantes grau alimentício, óleos de processos formulados com insumos renováveis e biodegradáveis, além de várias soluções base água para substituição dos problemáticos lubrificantes tradicionais de base mineral.

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Ainda vemos no mercado cerca de 90% das empresas destinando seus recursos a produtos convencionais, sejam usuários ou

fabricantes

Kleber Marques, diretor técnico da Clarus Technology

Ainda não existe a consciência dos empresários em relação ao custo/benefício favorável que estes produtos oferecem. Portanto vamos continuar trabalhando

este mercado

Paulo de Tarso, gerente da Texlub

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis

Anna Katrin Jarosch, gerente de suporte técnico da Lumobras

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Custo com benefício A Lumobras é outra que vem adorando a filosofia ambiental. A empresa ingressou no mercado de lubrificantes H1 (atóxicos) em 1998 e, desde então, a demanda, conforme avaliação de Anna Katrin Jarosch, gerente de suporte técnico, vem crescendo pouco a pouco, principalmente por exigências governamentais e internacionais. Entretanto, a profissional assegura que certamente ainda há espaço para os produtos convencionais, “até porque muitos lubrificantes atóxicos e biodegradáveis ainda são importados e acabam tendo um custo mais elevado”, explica, argumentando que os fabricantes de graxas convencionais começam a se preocupar com os aditivos, eliminando, por exemplo, ligas de chumbo e parafinas cloradas. “Também estão sendo eliminados os óleos e graxas lubrificantes à base asfáltica, amplamente aplicados em minerações e fábricas de cimento há alguns anos”, diz, completando que o conceito de lubrificação atóxica empregado no exterior também está fazendo com que o mercado brasileiro se preocupe mais e se adapte aos métodos do mercado estrangeiro, em que questões ligadas ao ambiente e saúde estão muito avançadas. “Apesar de muitas empresas estarem mudando seus conceitos quanto à lubrificação e perigos de contaminação, ainda vemos no dia a dia que várias não possuem co-

nhecimento destes lubrificantes específicos, utilizando muitas vezes graxas comuns”, diz, constatando que as exigências quanto ao consumo de produtos biodegradáveis e dos atóxicos vêm aumentando em indústrias de maior porte, com mais informações e exigências, principalmente devido à implantação da ISO 14000. Entre os setores que já estão utilizando lubrificantes, óleos e graxas biodegradáveis, Anna cita as empresas governamentais, que utilizam graxas biodegradáveis para seus equipamentos da construção civil, perfuração de poços artesanais, etc. No caso de graxas atóxicas, as mencionadas são as indústrias farmacêutica e alimentícia. Quanto ao custo, na Lumobras, de acordo com Anna, ele é trabalhado como valor agregado. “Um lubrificante especial, como o nome já diz, tem propriedades especiais também, sendo assim acaba tendo um valor mais elevado”, justifica, informando que a empresa há mais de 48 anos tenta disseminar no mercado brasileiro o acerto da relação custo/benefício. “Porém tem sido uma tarefa muito difícil, pois nossa cultura opta na maioria das vezes pelo ‘quebra-galho’ ou pelo ‘jeitinho’. Precisamos conscientizar as pessoas de focarem uma manutenção mais programada e pró-ativa. Lubrificando a máquina de maneira correta, evitamos quebras, paradas de produções, custos extras, etc. Quando todos começarem a pensar desta

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maneira, entenderão melhor esta questão custo/benefício”, acredita. Necessidades distintas A tradicional fabricante Bardahl está convicta que ainda há espaço para os lubrificantes convencionais. Entretanto, conforme Sérgio Ambrus, coordenador técnico e industrial, o mais importante é que no momento do desenvolvimento se conheçam todos os requisitos de entrada do projeto e, sendo um dos requisitos os aspectos ambientais, o desenvolvimento deve contemplar a necessidade de atoxicidade ou biodegradabilidade. “Mesmo um lubrificante automotivo, hoje em dia, deve ser aprovado nas exigências dos órgãos ambientais no que se refere às emissões de poluentes. É comum haver alguma confusão entre os usuários a respeito do conceito de óleos atóxicos e biodegradáveis. É possível que um mesmo óleo atenda ambas as necessidades, mas, em geral, o óleo atóxico se destina às indústrias alimentícias, farmacêuticas e cosméticas e, os óleos biodegradáveis, se destinam àqueles que trabalham com lubrificação por perda para que possam ter um descarte adequado do produto usado”, explica. Sobre o custo mais elevado dos lubrificantes biodegradáveis, Ambrus lembra que devem ser separadas as necessidades do uso de produtos ambientalmente corretos e daqueles que atendem às exigências das indústrias alimentícia/farmacêutica/cosméticos da relação custo/benefício. “Estas aplicações estão sendo expandidas gradativamente por obrigatoriedade, seja por lei ou por imposição de entidades nacionais e internacionais. Por outro lado, em alguns casos é possível adequar produtos com melhor desempenho e com isso obter mais benefícios. Este é um processo mais trabalhoso, que exige cada vez mais um atendimento técnico/comercial das indústrias de lubrificantes”, diz. Entre os novos produtos, Ambrus destaca os lubrificantes atóxicos destinados à lubrifi-

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Sérgio Ambrus, coordenador técnico e industrial da Bardahl

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis cação de equipamentos alimentícios onde possa ocorrer contato incidental com o alimento; lubrificantes atóxicos que são utilizados como veículos em produtos farmacêuticos e cosméticos; lubrificantes semissintéticos e sintéticos biodegradáveis para as operações de retífica e usinagem.

Roberto Saruls, gerente de marketing & serviços técnicos da Castrol Industrial

infelizmente a maior demanda ainda fica com clientes que têm de se adequar em relação ao mercado externo, geralmente as de maior porte, que dependem deste mercado, muito mais rígido em relação a esse

Inovações nacionalizadas Para Roberto Saruls, gerente de marketing & serviços técnicos da Castrol Industrial, o fator custo é, sim, um limitante para a expansão do mercado de lubrificantes biodegradáveis, o que favorece a manutenção dos convencionais. “As bases vegetais naturais ou sintéticas de boa qualidade ainda são caras, mas existe uma demanda crescente, o que deverá levar à queda dos custos no médio prazo”, prevê. O profissional também aponta a maior rigidez dos órgãos ambientais brasileiros e a busca de redução do encargo em impostos (insalubridade) por uso de lubrificantes não derivados de óleo mineral de petróleo como fatores que têm estimulado os empresários a investir em produtos menos tóxicos. Ainda assim, segundo ele, faltam ao mercado brasileiro estímulos específicos para que a relação custo/benefício seja percebida tanto por fabricantes como usuários. A estratégia da Castrol para equacionar

este problema é trazer inovações que já sejam caso de sucesso em outros países como Alemanha, Estados Unidos e Japão. “Temos produtos globais de alta qualidade, mas com preços ainda proibitivos para Brasil. Por isso, nosso caminho natural é buscar adaptar o know how global para nossa disponibilidade de matérias-primas local. Estamos investindo fortemente em pesquisa nisso”, informa, lamentando existir no Brasil uma proliferação de produtos ditos “vegetais”, manufaturados com bases pouco estáveis, que geram problemas operacionais ao cliente como odor, decomposição, corrosão etc. “Isso é ruim, pois cria o risco de ‘queimar’ a imagem desta nova tecnologia”, alerta. Durabilidade prolongada Para a Lubriquim, o crescimento da demanda em relação aos produtos de grau alimentício e atóxicos é inegável, mas os custos elevados deixam uma brecha enorme para o desenvolvimento dos lubrificantes convencionais e minerais, com o conseqüente desenvolvimento de meios e métodos para o tratamento e recuperação destes. De acordo com Vinicius de Medeiros, gerente técnico-comercial, “infelizmente a maior demanda ainda fica com clientes que têm de se adequar em relação ao mercado externo, geralmente as de maior porte, que dependem deste merca-

tipo de produto

Vinicius de Medeiros, gerente técnico comercial da Lubriquim

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do, muito mais rígido em relação a esse tipo de produto”, diz, informando que é crescente o número de clientes que buscam este perfil para agregarem um diferencial a seus produtos, com consequente ganho em visibilidade e conservação do ambiente. “Vale lembrar que estes cliente acabam se convencendo a utilizar os produtos food-grade e especiais, pois têm um custo/benefício infinitamente superior aos convencionais”, assegura. Entre os destaques dos novos desenvolvimentos, Medeiros cita os óleos sintéticos para redutores, compressores de ar, bombas de vácuo, dentre outros, segmentos nos quais o óleo chega a durar até oito vezes mais que os convencionais, e as graxas especiais, setor onde é possível notar claramente sua durabilidade e eficácia em rolamentos, mancais, correntes e etc. Com a aplicação correta, conforme o gerente técnico-comercial da Lubriquim, estas graxas podem durar até dez vezes mais que as convencionais, principalmente em equipamentos onde se tenham temperaturas e rotações mais elevadas e contaminantes externos. “A durabilidade é infinitamente maior das peças e dos componentes, podendo-se fazer com extrema segurança as manutenções preventivas e preditivas, quando comparados aos lubrificantes convencionais”, assegura. Medeiros ainda ressalta que, além da excelente relação custo/benefício dos produtos biodegradáveis, com sua utilização a empresa pode reduzir a carga de trabalho dos funcionários. “O lubrificador é um profissional em pequeníssimo número, o que os sobrecarrega. Como o período de relubrificação ou reposição do lubrificante é extremamente maior que os convencionais, pode-se ter um maior rendimento do funcionário, pois ele pode atingir por completo o número de equipamentos e pontos de lubrificação e, consequentemente, tornar seu serviço mais eficaz”, sugere.

Juliano Magalhães, químico de desenvolvimento de produtos da System Mud

ConsCientizaçÃo Para Juliano Magalhães, químico de desenvolvimento de produtos da System Mud, a ten-

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis

dência geral é que as pesquisas sejam cada vez mais focadas nos produtos biodegradáveis e de baixa toxicidade ao ambiente, embora ainda existam aplicações específicas nas quais os lubrificantes de origem petroquímica (convencionais) encontram grande aceitação no mercado por serem produtos vastamente estudados e consolidados em suas aplicações, caso dos lubrificantes para veículos automotores. “Na nossa área de atuação, estamos em um grande processo de conscientização dos clientes e consumidores finais das vantagens do uso dos lubrificantes biodegradáveis”, diz. De acordo com o profissional, o mercado brasileiro já está adotando as práticas de restrições ao uso de lubrificantes petroquímicos em aplicações específicas, como no caso da área de atuação na perfuração de poços, que é atendida pela empresa, mas se tratam de ações isoladas e que dependem de uma forte

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recomendação dos setores de meio ambiente internos das empresas. “Contudo, isso ainda é muito mais dependente da conscientização dos responsáveis pelo uso dos produtos e do apoio direto de profissionais da área do ambiente do que uma questão de atendimento às legislações ambientais”, atesta. Atualmente, a System Mud está trabalhando intensamente com empresas que possuem ISO 14001, o que é considerado importante para o início de um processo de transição dos lubrificantes usuais para os produtos biodegradáveis. “Sem isso, o cliente tende a não valorizar adequadamente a aquisição de um produto de caráter ecológico, pois muitas vezes o custo desse tipo de produto é um pouco superior e sempre existe um certo receio de que o produto biodegradável não tenha o mesmo desempenho que o seu predecessor”, constata.

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis Segundo ele, o segmento que demonstra mais interesse nos lubrificantes biodegradáveis é o da mineração, pois as empresas desse setor geralmente são de médio a grande portes e muitas vezes com abrangência multinacional. “O custo neste caso não é um fator proibitivo ou determinante, pois as mineradoras utilizam suas ações de melhoria ecológica em seus processos como ferramenta de marketing , sendo que isso gera retorno financeiro direto”, analisa. Para o químico da System Mud, o mercado brasileiro ainda não aprendeu a valorizar a relação custo/benefício. “Temos experiências de situações nas quais o uso de lubrificantes biodegradáveis e ecológicos deveria ser até mesmo obrigatório, mas ainda são amplamente utilizados lubrificantes petroquímicos com aditivos de alta toxicidade em sua formulação. Essa prática claramente demonstra que o fator custo é decisivo, visto que já existem produtos ecologicamente corretos disponíveis comercialmente a um preço que não é muito superior ao preço dos petroquímicos a ponto de inviabilizar seu uso”, informa. Entre os produtos que merecem destaque, Magalhães cita os óleos petroquímicos e as graxas de lubrificação das ferramentas de perfuração roto-pneumáticas para construção de poços tubulares para extração de água mineral, que estão sendo pouco a pouco substituídos por produtos biodegradáveis. “Esta ação tem inúmeras vantagens sobre a qualidade final da água extraída, onde a saúde do consumidor é diretamente afetada caso o lubrificante utilizado na obra seja inadequado. Neste em específico, o lubrificante deve ser completamente inofensivo de uma forma geral e os lubrificantes ecologicamente corretos atendem a todas as exigências ambientais e toxicológicas, diz, completando que em toda e qualquer perfuração, como nesse caso, na extração de petróleo, nas sondagens geológicas e nas obras de fundações, o uso de lubrificantes inadequados pode gerar uma grave

contaminação dos aqüíferos e comprometer totalmente o uso da água existente, sendo que essa contaminação pode atingir poços vizinhos já existentes, ou que venham a ser construídos, e inutilizá-los também. Expansão acanhada Chamando a atenção para a falta de responsabilidade com o meio ambiente de alguns produtores e consumidores, o que torna mais lento a expansão do mercado de lubrificantes biodegradáveis, Reginaldo Almeida, vendedor técnico – Lubrificantes e Metalworking da D’Altomare, afirma que o mercado interno aponta com perspectivas animadoras para longo prazo, se alinhando a tendência mundial. “O mercado de lubrificantes tem buscado inovações e este interesse, ainda de forma acanhada, tem aumentado nos últimos anos. Por se tratar de novas tecnologias, o custo é o principal empecilho na maioria dos casos”, sentencia, acrescentando que, levando em consideração que não há regulamentações e em muitos casos baixo comprometimento com o ambiente, grande parte do mercado interno ainda é resistente quanto a este entendimento. Entre as novidades, o vendedor técnico da D’Altomare cita os PAG’s, que são bases sintéticas biodegradáveis, cuja decomposição resulta em CO2 e H2O. Custo desprezível Para Fernando Cezar Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex, as empresas que fazem algum tipo de investimento, fazem-no em produtos ecologicamente corretos, sendo uma pequena porcentagem representada por clientes que optam por utilizar produtos convencionais, “mas todos têm o foco em mercado mais responsável ambientalmente, a curto e médio prazos”, diz. Entre os setores que mais demandam os novos produtos, Scandoleira afirma que a Miracema-Nuodex recebe várias solicitações de desenvolvimentos para estes mercados,

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Reginaldo Almeida, vendedor técnico de Lubrificantes e Metalworking da D’Altomare

Fernando Cezar Scandoleira, gerente comercial da Miracema-Nuodex

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis mas o mercado sucroalcooleiro merece destaque, pois 90% das usinas utilizam produtos degradáveis, principalmente por imposição dos mercados externos. “Nestes casos o custo não é um empecilho, já que o impacto de custos destes aditivos pode ser considerado desprezível.” Para o gerente comercial, nos mercados onde a relação custo/benefício não tem impacto tão forte, a filosofia do empresário também se condiciona a utilizar produtos mais “limpos” e com custos maiores. A Miracema-Nuodex tem uma vasta linha de aditivos para a área de lubrificantes e entre os vários produtos atóxicos e biodegradáveis destaca-se o bismuto, metal substituto do chumbo. “O diferencial da Miracema é a assistência dada aos clientes no desenvolvimento ou substituição de produtos não biodegradáveis por produtos ambientalmente saudáveis; fazemos a fórmula sob medida para nossos clientes e com a performance desejada”, informa.

Francisco Gadelha, gerente de desenvolvimento de especialidades para o Brasil da Shell

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Produtos certificados Para Francisco Gadelha, gerente de desenvolvimento de especialidades para o Brasil da Shell, os lubrificantes convencionais terão suas aplicações mantidas por algum tempo. Quanto aos lubrificantes atóxicos, as exigências não são ambientais, conforme o gerente, mas referem-se à segurança alimentar e à proteção da marca do fabricante. “Sua aplicação está cada vez mais complexa devido à migração para níveis de exigência onde não somente atendem os critérios dos países importadores, como também para que possamos, nós brasileiros, consumir produtos confiáveis em relação ao seu processo de fabricação”, argumenta citando como exemplo a exigência da Anvisa quanto ao uso de graxa atóxica no processamento de ração animal peletizada. No caso dos lubrificantes biodegradáveis, que podem ser tóxicos, de acordo com Gadelha, sua aplicação se direciona onde

possa haver o seu contato com o ambiente, porém isto não quer dizer que deva ocorrer. “Tanto os óleos atóxicos como os biodegradáveis, após o seu uso, devem ser recolhidos por empresas registradas na ANP, que irão dar o destino final para estes produtos de forma ecologicamente correta”, esclarece. Conforme o gerente de desenvolvimento da Shell, em função das exigências quanto à segurança alimentar, especificamente a lubrificação, os fabricantes de equipamentos utilizados nos diversos processos como cervejeiras, derivados do leite, processamento de proteínas, ração animal, entre outros, já indicam óleos e graxas que são atóxicos ou food grade, e que são certificados por órgãos internacionais como NSF, FDA, Kocher e Halal. Gadelha lembra que em alguns segmentos a maior demanda vem das empresas multinacionais, porém os fabricantes nacionais que atuam no mercando externo também utilizam produtos atóxicos. Sobre custos, o gerente admite que esse fator pesa em algumas situações, interferindo em uma maior proteção do processo, pois o fabricante faz uso de óleos e graxas atóxicos somente nos pontos onde a possibilidade de contaminação por lubrificante está bem evidente, porém pontos com riscos potencias são desconsiderados. “Podemos perceber é que ainda há uma desinformação sobre os lubrificantes atóxicos, pois para alguns clientes o foco é somente a atoxidade do produto, não levando em consideração a sua base que pode ser mineral ou sintética”, explica, completando que isso interfere na relação custo/benefício porque os produtos sintéticos, quando manuseados e aplicados de maneira cor­reta, vão ter uma performance bem superior, refletindo em uma maior proteção dos equipamentos, redução dos custos de manutenção, como também na maior longevidade do lubrificante. A Shell dispõe de uma linha completa

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis

Necessidade irreversível Para a Fuchs do Brasil, ainda há espaço para desenvolvimento de produtos ditos con-

vencionais, uma vez que, além das questões ambientais e de toxicologia, existe ainda um apelo muito forte por reduções de custos. Por conta disso, ocorre uma tendência de manutenção do uso de produtos convencionais, que na maioria das vezes não atendem às exigências de biodegradabilidade e toxicologia. “De fato está ocorrendo uma conscientização muito grande por parte do mercado consumidor quanto à utilização de produtos atóxicos e biodegradáveis, o que provoca um aumento gradativo e constante de demanda por estes tipos de produtos”, concorda Aldo Ribeiro, gerente comercial, para quem a competitividade instalada pela globalização faz com que as empresas acompanhem as tendências mundiais. Ainda assim, Ribeiro argumenta que a demanda ainda não atingiu patamares que per-

De fato está ocorrendo uma conscientização muito grande por parte do mercado consumidor quanto à utilização de produtos atóxicos e biodegradáveis, o que provoca um aumento gradativo e constante de demanda por estes tipos de

produtos

Aldo Ribeiro, gerente comercial da Fuchs do Brasil

Muito mais que especificações, soluções químicas para o seu sucesso!

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de lubrificantes sintéticos atóxicos, certificados pelos principais órgãos internacionais e aprovados pelos maiores fabricantes globais de equipamentos utilizados nas indústrias de alimentos/bebidas e ração animal. A linha de produtos é composta por óleos e graxas para aplicações em redutores, compressores, mancais, esteiras, bombas de vácuo, túneis de resfriamento, sistemas hidráulicos etc. A linha de produtos biodegradáveis — Shell Naturelle — inclui óleos e graxas, porém ainda não comercializados no Brasil. Além dos produtos, a Shell dispõe do Suporte de Assistência Técnica em todo Brasil, composto por engenheiros capacitados, com foco em processamento de alimentos.

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis mitam uma produção em grandes volumes e, por conta disso, o nível da oferta também não é dos maiores, resultando em custos ainda elevados se comparados com as matérias-primas utilizadas nos ditos produtos convencionais. “Acreditamos que o desenvolvimento e aplicação de produtos atóxicos e biodegradáveis se tornou uma necessidade irreversível, seja por questões ambientais, toxicológicas ou, principalmente porque invariavelmente são formulados a partir de matérias-primas oriundas de fontes renováveis, o que além de preservar o mundo em que vivemos, ainda garante a permanência dos produtos por tempo indeterminado’, finaliza. Produtos verdes Luiz Carlos Guedes, gerente técnico comercial da Biolubres, analisa que as exigências ambientais partem da conscientização das grandes empresas com o meio ambiente, pois não há uma legislação ambiental definida pelo Ministério do Meio Ambiente e/ou órgãos competentes sobre uso de lubrificantes. “Essa conscientização das empresas, seja por questões de exigência de seus consumidores internacionais ou pela própria visão de que há a necessidade de uma adequação para se posicionar melhor no mercado como uma empresa responsável, está levando os fabricantes de lubrificantes a pesquisarem e investirem na produção de óleos e graxas atóxicos e biodegradáveis para atender esta demanda de mercado”, pondera, incluindo que ainda há, e vai haver por muito tempo, espaço para os produtos de base mineral. Segundo ele, a exigência dos contratos de exportação ainda é o principal responsável por essa situação, mas a conscientização do mercado interno é crescente e numa ascendência acentuada. “Muitas empresas que não exportam estão procurando este novo posicionamento de mercado não só para marcar sua imagem como empresa responsá-

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis vel e consciente, mas também para agregar valor a seus produtos”, analisa. O profissional informa que os setores mais preocupados com uma nova adequação são os segmentos naval, alimentício e têxtil. O segmento naval por ser ligado ou pertencente a grupos internacionais, que têm uma visão mais ampla e consciente sobre preservação do meio ambiente. O alimentício por razões de legislação e exigências do Ministério da Saúde, além do foco de imagem perante o público consumidor. E a área têxtil, principalmente a de roupas íntimas, em função dos problemas de sintomas alérgicos provocados pelos tecidos sintéticos. Neste caso, o lubrificante mineral usados na confecção destes produtos tem uma parcela grande nesta reação alérgica. Guedes argumenta que as empresas de pequeno e médio porte, grandes consumidoras de lubrificantes, têm uma grande deficiência de conhecimento e formação técnica adequada e atualizada. “A percepção de custo/benefício fica restrita às empresas de grande porte, que tem estrutura e corpo técnico capacitado e atualizado e, mesmo assim, em uma porcentagem pequena ainda”, explica. Diferente da maioria dos fabricantes de lubrificantes sintéticos atóxicos e biodegradáveis que são elaborados a partir de base mineral, os produtos da Biolubres são confeccionados a partir de base 100% vegetal, inclusive seus espessantes, o que proporciona produtos 100% atóxicos e biodegradáveis. “O que significa 30% acima do mínimo exigido pelas normas técnicas internacionais, que é de 70% de biodegradabilidade em 28 dias”, diz. O carro-chefe da Biolubres são as graxas, que além de atóxicas e com biodegradabilidade de 100%, suportam temperaturas de até 320ºC. São muito utilizadas pelo segmento offshore, nos equipamentos que têm contato direto com o mar como, por exemplo, nos cabos de aço que guiam os equipamentos que são colocados em altas

profundidades e nos que fazem o deslocamento de plataformas e navios. Os óleos de usinagem (solúvel, corte, barramento e hidráulico) também têm grande aceitação por não provocarem “trampoil”, que é uma das grandes dores de cabeça das empresas de usinagem para reaproveitamento e descarte. “Nossos óleos de base 100% vegetal podem, depois de se misturarem após o processo de usinagem, ser filtrados e utilizados como óleo solúvel, bastando a adição de água para regular o índice de Ph. Eles também podem, mediante laudo de biodegradabilidade para autorização dos órgãos competentes, serem descartados na rede pluvial resolvendo, assim, as questões de custo e de exigência legal sobre descarte. Segundo o profissional, a BioSynt Lubrificantes Vegetais, sua representação, já contratou uma auditoria independente que está criando uma metodologia para calcular a redução de emissão de carbono na produção de biolubrificantes e nas mudanças que seus clientes estão fazendo quando substituem o uso de produtos minerais e sintéticos por produtos “verdes” de base vegetal, ecologicamente corretos. “Essa metodologia já esta em análise para aprovação do conselho do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) que depois de aprovado vai permitir a emissão de créditos de carbono”, informa. Boas práticas ambientais Além de soluções de lubrificantes atóxicos, biodegragradáveis e outras exigências de determinadas indústrias, o desenvolvimento de produtos na Klüber vai muito além, de acordo com Rosemeire Esteves Santos Zilse, gerente de vendas e marketing. “Estamos preocupados em desenvolver e oferecer ao mercado produtos que antecipem as exigências em questões de eficiência energética, projetos reais de sustentabilidade, de redução de emissões de CO2 e ações concretas que contribuem positivamente para a gestão

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Muitas empresas que não exportam estão procurando este novo posicionamento de mercado não só para marcar sua imagem como empresa responsável e consciente, mas também para agregar valor a

seus produtos

Luiz Carlos Guedes, gerente técnico comercial da Biolubres

Rosemeire Esteves Santos Zilse, gerente de vendas e marketing da Klüber Lubrication Brasil

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis

Italo Gattone, diretor operacional da Biolub

mundial de mudanças climáticas”, pontua. “De maneira geral, a nossa opinião é que somente atender as exigências com uso de produtos ‘ecologicamente corretos’ vai muito além do cumprimento de regulamentações; será muito em breve critério de competitividade e aceitação dos produtos brasileiros nos mercados internacionais”, complementa Rosemeire, acrescentando que oferecer produtos com melhores práticas ambientais é colaborar com os clientes em valorizar sua marca e gerar oportunidades de negócios sustentáveis sem barreiras de mercado. Para a profissional, a linha de fluídos térmicos para a transferência de calor é um exemplo de diferenciais competitivos de custo/benefício muito interessantes ao usuário final, bem como a linha de produtos específicos para aplicações em caixas de engrenagens e compressores de ar e de refrigeração, pois além de atenderem as exigências e regulamentação em questões de segurança alimentar proporcionam soluções de eficiência energéticas interessantíssimas ao usuário final. Na opinião de Rosemeire, importante é que este mercado possa ser regulado e fiscalizado de forma abrangente e sistemática para que as empresas que nele participam concorram de maneira igualitária, “de forma

a corresponder as expectativas de segurança alimentar e de sustentabilidade tão importantes para a gestão eficiente dos negócios de forma geral.” Matérias-primas próprias A Biolub, especializada em óleos lubrificantes para corte solúveis e integrais, desde o início adotou a filosofia de desenvolver suas próprias matérias-primas para obter custo de concorrência. “Foi daí que surgiu a ideia dos óleos biodegradáveis. São produções próprias de lubrificantes que são basicamente ésteres ou base óleo vegetais aproveitando a riqueza que o Brasil tem na produção de óleos de soja e canola”, explica Italo Gattone, diretor operacional. A empresa começou a atuar com lubrificantes biodegradáveis há cerca de cinco anos, a passos bem lentos, em uma época na qual o mercado não era muito atrativo devido ao custo. “Agora o mercado atual é diferente, pois as pressões internacionais, locais e ambientais favorecem a biodegradabilidade, que está se tornando tão importante a ponto de passar acima do custo, fazendo com que empresas em determinados segmentos tenham de ter um óleo com laudo de biodegradabilidade”, diz. Além disso, Gattone destaca a durabilidade maior desses produtos, quando comparada aos convencionais. “Enquanto um óleo mineral

Diferença entre lubrificante atóxico e biodegradável Nem sempre um lubrificante atóxico é biodegradável e vice-versa. Confira o que os diferencia: Todos os lubrificantes atóxicos (H1) são produtos que podem entrar, acidentalmente, em contato com alimentos, medicamentos ou produtos cosméticos. Essencial para as graxas atóxicas é que elas não tenham influência sobre o sabor, cheiro ou cor dos alimentos ou produtos médicos e que igualmente não haja ameaça à saúde do consumidor. Consequentemente, a fabricação e distribuição de graxas atóxicas precisa estar de acordo com os regulamentos adequados e procedimentos aprovados. Já o lubrificante biodegradável deve ser utilizado onde a graxa expelida possa atingir o solo, lençóis freáticos, canalizações e contaminar o meio ambiente. No segmento de fluidos de corte são oferecidos produtos biodegradáveis, o que não significa que possa ser despejado no ambiente, pois após o seu uso, o produto é contaminado com íons de metais pesados, como por exemplo, íons de cobalto ou outros. No Brasil, o Conama Nº 362 estabelece o procedimento de coleta e destinação de óleos lubrificantes usados. No caso de produtos atóxicos, há uma exigência do Ministério da Agricultura para lubrificantes de correntes para uso em indústrias alimentícias. Nas indústrias farmacêuticas e cosméticas há outras exigências, próprias dos setores. Na maior parte restante, as exigências de utilização de óleos atóxicos são feitas pela matriz de empresas multinacionais estabelecidas no Brasil.

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Lubrificantes e óleos atóxicos e biodegradáveis oferece cerca de 2 mil horas, o óleo sintético aumenta 8 mil horas. Dessa forma, a empresa economiza em paradas, em manutenção e em descarte”, diz assegurando que os produtos biodegradáveis estão ficando muito mais baratos. Em relação à legislação, Gattone acredita que o mercado brasileiro deverá adotar a tendência de outros países, embora num ritmo menos acelerado. “Note que as black lits que proíbem determinadas substâncias chegam para o mercado brasileiro, embora sempre com atraso. Como, por exemplo, agora é proibido em determinadas regiões o uso do clorato”, explica, acrescentando que já foi a época que o Brasil era visto como um país

que aceita de tudo, até produtos de baixa qualidade. “Hoje, a globalização exige que o País se adéqüe às exigências”, diz. Atualmente, a linha de produtos biodegradáveis da Biolub representa faturamento próximo de 50% do faturamento da empresa, puxada pelos óleos de corte biodegradáveis, com mais de 50 itens. “A intenção da empresa é manter crescimento anual entre 15% e 20%. O Bio 100, óleo de corte solúvel, transparente à base vegetal, é o carro-chefe da empresa. Já o Machão 14000, fluído de corte biodegradável lançado há um ano, “embora ainda não seja uma revolução de vendas, é interessante, pois é versátil e não é tóxico”, explica.

Quem fiscaliza No Brasil, os órgãos relacionados com a elaboração de regulamentos e fiscalização de lubrificantes e óleos, bem como seu uso e destinação são a Secretaria de Agricultura e Abastecimento por intermédio do Instituto de tecnologia de Alimentos (Cetea) e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa); Secretaria de Estado da Saúde e Instituto Adolfo Lutz. Os laudos internacionais são conferidos por NSF e SGS. Quanto aos biodegradáveis, a responsabilidade deveria ficar a cargo do Ibama ou Cetesb, porém não há registros neste sentido. Em relação aos produtos atóxicos a regulamentação é feita pela Anvisa. Especificamente no que se refere à questão da produção de alimentos e medicamentos, o Ministério da Saúde é o órgão regulamentador, seja para consumo humano ou animal, incluindo não apenas o produto, mas também a produção e fabricação das embalagens. A normativa nº4, vigente desde 2007, em seu anexo 1, ítem 4.5.1, e a normativa nº49, de 2006, exigem a utilização de produtos de grau alimentício em suas boas práticas de fabricação (BPF) para fabricantes de produtos destinados à alimentação animal, com laudos de órgãos competentes para a classificação destes produtos de grau alimentício. Já o Ministério do Meio Ambiente tem demonstrado preocupação com relação a estas questões dos lubrificantes, mas não tem nenhuma regulamentação que exija o uso de biodegradáveis e atóxicos.

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Lubgrax Meeting

Evento recebe as primeiras confirmações de palestras As empresas quantiQ, Wacker Silicones e Lubrizol apresentaram os temas que abordarão durante o Lubgrax Meeting, evento que reunirá toda a cadeia de lubrificantes

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á estão confirmadas as três primeiras palestras do Lubgrax Meeting, evento destinado ao mercado de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas que ocorrerá no dia 2 de setembro, no Hotel Century Paulista, em São Paulo. No dia, a empresa Lubrizol, fabricante de aditivos de petróleo e derivados, apresentará o tema “Novas tecnologias de aditivos para aplicações em lubrificantes industriais”. Na mesma ocasião, a Wacker Silicones discorrerá sobre “Soluções para lubrificantes industriais”. A quantiQ, que atua na área de distribuição, abordará o segmento de Óleos do Grupo III – aplicações, vantagens e tendências. As demais palestras, assim como o nome e currículo dos palestrantes estarão inseridos no site www.lubgrax.com.br/meeting.aspx a partir desta edição. Não deixe de acompanhar! O evento O Lubgrax Meeting é o primeiro encontro que a Sergio Ávila Editora e Eventos, responsável também pela publicação da revista Lubgrax, esta realizando para o mercado. Com esta empreitada, a empresa estima reunir mais de 200 profissionais do mercado que poderão conferir os nomes mais relevantes do mercado, que ministrarão palestras relacionadas ao desenvolvimento químico tecnológico, meio ambiente, qualidade e produtividade, logística, marketing, entre outros. “A expressiva experiência acumulada na organização de eventos de sucesso em diversos

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segmentos durante 14 anos em outra editora permitiu-nos estruturar um novo evento, agora dirigido à cadeia produtiva de lubrificantes, fluidos, óleos e graxas”, argumenta o diretor Sérgio Ávila, idealizador do Lubgrax Meeting, acrescentando ainda que o evento foi elaborado para agregar valor aos conhecimentos dos profissionais do setor, fornecendo ferramentas capazes de gerar resultados em sua vida profissional. Campanha de marketing Para potencializar a visitação do evento, várias iniciativas de divulgação estão sendo efetivadas pela Sérgio Ávila Editora e Eventos. Uma delas é a criação de um hotsite do evento (www. lubgrax.com.br/meeting.aspx), contendo todas as informações sobre palestras, grade horária, patrocinadores, localização e inscrição. Também estão sendo disparados, para todo o mercado, e-mails marketing periódicos a respeito do evento, com divulgação sobre as empresas participantes e palestras que serão apresentadas. Em relação à mídia impressa estão sendo veiculados, em todas as edições da revista Lubgrax, anúncios informativos sobre o Lubgrax Meeting. Por fim, serão enviadas malas diretas por intermédio do mailing exclusivo da editora, com comunicação específica para fornecedores,fabricantes e personalidades do mercado. As inscrições para o Lubgrax Meeting podem ser feitas pelo site do evento www.lubgrax. com.br/meeting.aspx e o pagamento pode ser efetuado por meio de depósito bancário e envio do comprovante via fax ou correio.

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BIOCIDAS

Controle microbiológico sustentável Utilizados em formulações de fluidos de corte e de resfriamento para controle de crescimento microbiológico, os biocidas, por força da legislação – que começa a restringir o uso de determinadas moléculas – e da crescente demanda por produtos ecológicos, começam a exibir para o mercado uma feição menos agressiva e mais adequada à sustentabilidade do planeta. Por Miriam Mazzi

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sustentabilidade entrou, definitivamente, na pauta das grandes empresas quando o assunto é estratégia de desenvolvimento de produtos. Não é diferente no setor de biocidas para lubrificantes, que também tem se mostrado sensível às novas demandas ambientais. Utilizados em formulações de fluidos de corte e de resfriamento para controle de crescimento microbiológico, os biocidas (bactericidas e fungicidas), tecnicamente são definidos conforme sua aplicação, composição do fluido de corte, meio e condições de operação, restrições de operação e legislação.

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BIOCIDAS A restrição em relação ao uso de algumas substâncias na composição dos biocidas tem levado as empresas do setor a uma via que parece não ter volta: substituição de matériasprimas tóxicas ao ambiente nas formulações. Conforme Débora Takahashi, especialista técnica de aplicação da quantiQ, distribuidora da Dow, uma das grandes empresas mundiais e dona de um respeitável portfólio para a indústria química, na Europa e nos Estados Unidos componentes vêm sendo substituídos por produtos biodegradáveis e menos agressivos ao ambiente. “Este fator acaba por aumentar o uso de biocidas, pois estas novas formulações, por conter componentes menos tóxicos, são mais suscetíveis à contaminação microbiana”, argumenta a especialista. Frente a essa constatação, diz Débora, cada vez se exige mais de um biocida nestas formulações, pois além da eficácia, a exigência de produtos de baixa toxicidade em relação aos trabalhadores também é solicitada. “A estratégia é aplicar biocidas menos tóxicos como as oxazolidinas, caso do Bioban CS 1246, que, diferentemente da triazina, amplamente utilizada, não libera nitrosamina, um composto cancerígeno e já proibido em muitas montadoras, juntamente com iodo propil carbamato (IPBC), que é um fungicida inclusive aprovado para uso em cosméticos”, explica. Além disso, acrescenta Débora, a aplicação correta de um sistema biocida no fluido de corte aumenta a sua vida útil, evitando, assim, o descarte do fluido, o que diminui seu impacto no ambiente e, principalmente, os custos para evitá-lo. Ainda de acordo com a especialista de aplicação da quantiQ, outra forma de atuar é formular fluidos com maior biorresistência. “Neste caso, a aplicação de combinações de aminopropanol no lugar de MEA ou TEA com biocidas à base de oxazolidina aumenta a resistência dos fluidos à contaminação microbiana, aumentando a sua vida útil também”, assegura. Débora explica que o biocida ideal numa formulação de fluido de corte deve ser de am-

plo espectro de ação, ou seja, ser efetivo contra bactérias e fungos. “Dependendo de onde será aplicado, deve ter um efeito rápido, por exemplo, para aplicações em tratamento de choque dos tanques, e ser compatível com os componentes da fomulação, se for adicionado ao óleo concentrado”, diz, concluindo que, além disso, é importantíssimo que o biocida apresente perfil de baixa toxidade à saúde humana e ao ambiente. Entre outros produtos, a sinergia entre Dow Microbial Control e quantiQ no mercado de metalworking vem merecendo destaque no segmento de biocidas. Tanto que a distribuidora montou uma equipe de negócios focada no segmento e “aposta em sólidas perspectivas de crescimentos”, de acordo com Marcelo Giacomelli, gestor de negócios da quantiQ. Um dos motivos para esse otimismo é que houve recuo do consumo de biocidas considerados tóxicos, como a triazina, por exemplo, o que favorece os negócios da multinacional, que também assinala aumento de consumo de biocidas menos tóxicos, como oxazolidinas, IPBC e isotiazolinonas. Até aqui, entre todos os segmentos atendidos pela quantiQ, a representatividade no mercado de lubrificantes é em torno de 4%, conforme cálculo de Giacomelli. Da linha de Dow Microbial Control, distribuída para o setor de lubrificantes pela quantiQ, são oferecidos basicamente os bactericidas oxazolidinas como o Bioban CS 1135 e Bioban CS 1246, com aprovação do EPA (Environmental Protection Agency) Americano, e derivados de morfolinas como o Bioban P1487. Entre os fungicidas, a empresa comercializa o IPBC, como o Bioban I40 (formulação líquida de 40% de IPBC desenvolvida para fluido de corte), além das isotiazolinonas como Bioban OIT, Bioban Ultra BIT 20 DPG e Kathon MW. Sobre lançamentos, Débora informa que a DMC está sempre pesquisando e desenvolvendo novos ativos, e que um deles está em processo de patente, devendo ser lançado no próximo ano.

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Débora Takahashi, especialista técnica de aplicação da quantiQ

Marcelo Giacomelli, gestor de negócios da quantiQ

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BIOCIDAS Giacomelli antecipa que um dos importantes objetivos estratégicos da quantiQ para 2010 é o avanço no mercado de metalworking por intermédio dos produtos de performance e especialidades químicas. “Neste sentido, a parceria com a Dow Biocides, iniciada em 2009, obteve grande receptividade do mercado, no qual pudemos identificar grandes oportunidades de geração de negócio”, enfatiza.

Giovanni Caritá Júnior, diretor de desenvolvimento da Ipel

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Soluções mais eficazes e menos tóxicas A Ipel, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado e é especialista em

SCM – soluções de controle microbiológico –, possui uma ampla linha de microbicidas com diversos ativos e formulações à disposição do mercado. Conforme explica o diretor de desenvolvimento Giovanni Caritá Júnior, os microbicidas são utilizados de modo a garantir a integridade do lubrificante frente à contaminação microbiológica. “Caso não haja proteção, o lubrificante pode ter suas características alteradas em função do crescimento microbiológico, como alteração de viscosidade, separação de fases, aparecimento de depósitos, etc. Ao mesmo tempo, o microbicida não

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BIOCIDAS deve alterar as propriedades originais do fluido nem seu desempenho”, esclarece, informando que há diversas tecnologias de preservação e que a aplicação, tempo de garantia necessário e composição determinam o sistema preservante mais adequado ao lubrificante. De olho nos novos ditames do mercado por produtos mais ambientalmente responsáveis, a Ipel vem adotando a filosofia de buscar continuamente soluções de controle mais eficazes e menos tóxicas. “Procuramos adequar nossos produtos às restrições regulatórias e ocupacionais existentes e antecipar

as tendências nesse sentido”, diz Luiz Wilson Pereira Leite, diretor de marketing e negócios internacionais da Ipel . Ao longo do tempo, a empresa desenvolveu outras tecnologias de preservação com ativos menos agressivos, como as oxazolidinas e isotiazolinonas isentas de halogenados. “Em paralelo, existe um trabalho de otimização dos produtos já utilizados, por meio do qual buscamos a substituição de compostos etoxilados e VOC´s por produtos menos agressivos e aceitos como corretos”, pondera Cartirá Júnior. Segundo o diretor de desenvolvimento, a substituição dos biocidas atuais por produtos menos agressivos não ocasiona redução no consumo, em função de o produto continuar desempenhando um papel fundamental na garantia de qualidade dos lubrificantes. “Estamos percebendo um movimento de substituição de microbicidas, entretanto ele não afeta os níveis de consumo existentes de forma considerável”, analisa. Atualmente o mercado de lubrificantes representa em torno de 20% do volume de negócios da Ipel. Conforme Leite, por ser especialista em biocidas para diversos segmentos industriais, a participação da empresa no mercado de lubrificantes vem crescendo regularmente, “reflexo uma política específica para o atendimento deste segmento.” Entre os biocidas oferecidos pela Ipel para o mercado de lubrificantes, destaque para os produtos para aplicação em lubrificantes e óleos de corte, como o Ipel BP-188 e 189, que são bactericidas derivados de triazina; e o Ipel BP-504, bactericida baseado em isotiazolinonas e semiacetais; o Ipel FBP128, fungicida e bactericida baseado em isotiazolinonas e semi acetais; e outra opção multifuncional, o Ipel FBP-183, combinação de derivado de triazina com um derivado de piritionato. Além do produto natural em desenvolvimento, e cuja data prevista de lançamento

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Luiz Wilson Pereira Leite, diretor de marketing e negócios internacionais da Ipel

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BIOCIDAS

Fábio Forastieri, gerente de vendas da Arch Química

Isabel Silva, gerente de contas da Thor Brasil

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é o próximo ano, a Ipel está trabalhando em um novo item para tratamento de choque em sistemas muito contaminados A empresa ainda oferece um completo pacote de serviços técnicos que auxiliam o cliente tanto no monitoramento do desempenho do produto, na sua dosagem por meio de sistemas automatizados e no treinamento de pessoal para o correto manuseio dos biocidas, além de kits de teste para verificação da contaminação microbiana in loco, e a linha de produtos de sanitização que, aliados a um correto monitoramento, eliminam e controlam o aparecimento de biofilmes microbianos. A expectativa da Ipel para 2010 é promissora, acompanhando a tendência demonstrada por diversos segmentos industriais, tais como indústria automobilística e eletrodoméstica. “Trata-se do reflexo das políticas adotadas pelo governo e o bom desempenho da economia”, avalia Caritá Júnior. Auxiliando a substituição Tendo no mercado de lubrificantes um alvo estratégico para seus negócios, a Arch Química, de acordo com Fábio Forastieri, gerente de vendas, a empresa não possui nenhum tipo de estratégia para impedir ou reduzir a substituição de componentes tóxicos por similares menos agressivos, mas adota a iniciativa de auxiliar essa substituição por meio de assessoria técnica, a partir da qual se define um novo biocida de acordo com as novas diretivas e com o melhor custo/benefício possível para ela. “Existe uma tendência mundial de banimento de alguns tipos de moléculas que possuem características tóxicas por moléculas consideradas mais green”, concorda Forastieri, informando que a substituição vem ocorrendo gradativamente, iniciando-se principalmente em empresas multinacionais que, seguindo resoluções de suas matrizes européias ou americanas, passam a restringir a preservação de seus produtos com essas moléculas.

Entretanto, o profissional assegura que não houve alteração nas vendas devido a essa substituição, mas a migração de um tipo de molécula mais tóxica para outro, considerado mais ecológico. Como esclarece Forastieri, a Arch Química possui uma grande variedade de moléculas e de formulações voltadas a esse segmento que deverão ser testadas em laboratório para melhor indicação nessa linha de produtos. “Lançamentos sempre ocorrem, porém não com novas moléculas e sim novos blends de moléculas”, esclarece, antecipando que, após o período de recessão do ano passado, a expectativa da empresa para 2010 é retomar os volumes de 2008. Diferenciação dos ativos Sediada em Barueri (SP), a Thor Brasil, fabricante de biocidas (linha Acticide), retardantes de chama e preservantes para cosméticos, e está presente no País há mais de uma década com produtos de fabricação local e importados. Assim como algumas de suas concorrentes, a Thor vem assinalando, a cada ano, o aumento na participação, no segmento de MWF, de sua linha de biocidas baseadas nas isotiazolinonas, bismorfolinas e oxazolidinas. Para a gerente de contas I­sabel ­Silva, parte desse comportamento comercial se deve à “diferenciação dos ativos em nossos produtos, bem como à substituição no uso de alguns tipos de doadores de formol, que definem a necessidade de rotulagem do produto final devido à sensitização por contato com a pele”, justifica, acrescentando que tal restrição vem sendo seguida pelos fabricantes de MWF locais, que estão em busca de alternativas inovadoras para a preservação de seus produtos, com foco no melhor manuseio por seus funcionários, clientes e impacto no ambiente. A Thor Brasil conta com laboratório microbiológico completo para seleção do melhor produto e identificação de microorganismos

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BIOCIDAS contaminantes, especialistas em formação de biofilme em MWF e seu tratamento, além de testes cromatográficos para detecção de teores residuais de biocidas no produto acabado. A linha Acticide contempla ampla opção de produtos em diversas embalagens para adição nos concentrados, bem como aplicações diluídas nos usuários finais. Inovação nos aspectos tecnológico A Troy, que possui presença global junto aos principais produtores de MWF, registra 10% de seus negócios no mercado de lubrificantes por intermédio dos biocidas, de acordo com estimativa do diretor Carlos Alberto Gonçalves. Sobre a questão da substituição de matérias-primas tóxicas na composição dos biocidas, Gonçalves argumenta que existem aspectos associados à legislação específica, que cria barreiras ao uso de alguns ativos biocidas e, em paralelo, decisões corporativas de grandes companhias automobilísticas, como Ford, General Motors e Volkswagen, as quais possuem sua política interna e definem a descontinuidade do uso de algumas moléculas. “A Troy procura se antecipar a ambas as frentes, perseguindo inovação

com relação aos aspectos toxicológicos, oferecendo soluções inovadoras neste aspecto”, posiciona, acrescentando que tal processo não teve impacto significativo nas vendas da companhia, que acompanhou as tendências e tomou as ações necessárias às mudanças. Contando com uma ampla gama de bactericidas e fungicidas, a Troy está finalizando uma nova linha de bactericidas, com data de lançamento prevista para o segundo semestre deste ano. A perspectiva de crescimento para 2010 gira em torno de 10%, segundo o diretor da Troy. Atuação reforçada A Makeni, que já atuava no mercado de lubrificantes, teve um reforço no time com a parceria firmada com a Clariant para a distribuição de produtos para metalworking. Com isso, segundo Alexandre Tarantino, gerente de mercado – Divisão Químico e Petroquímico, a presença da empresa no segmento que se encontra em expansão foi fortalecida. “A expectativa é a de que represente 5% dos negócios nos próximos anos”, projeta. A Makeni distribui as linhas Nipacide e Fongrabac, ambas indicadas para fluidos de corte.

Carlos Alberto Gonçalves, diretor da Troy

Alexandre Tarantino, gerente de mercado – Divisão Químico e Petroquímico da Makeni

As utilizações dos biocidas Os biocidas são utilizados em duas etapas nos segmento de óleos de corte: Dosagem no concentrado Dosagem no sistema de trabalho (tankside) Existem metodologias de testes de desafio microbiano específicos, por meio dos quais se busca um meio bem próximo à realidade de aplicação e se realizam desafios intensos (semanas), visando conhecer a robustez do sistema de preservação. As contaminações microbianas causam severos problemas ao óleo de corte e, consequentemente, ao sistema como um todo. Em face das condições favoráveis (H20/temperatura/material orgânico) a contaminações , torna-se indispensável o controle sistemático do banho e consequentes ajustes in-situ (tankside). Os biocidas (bactericidas e fungicidas) devem manter o sistema controlado , evitando o crescimento de bactérias e fungos de forma descontrolada.

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QuÍmica&Petroquímica

Start de investimentos Com a feira Química & Petroquímica, a indústria química começa a avaliar os equipamentos e serviços necessários para, até 2020, atingir a meta de US$ 167 bilhões em investimentos.

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ealizada entre os dias 21 e 24 de junho deste ano, a feira Química&Petroquímica (1ª Feira internacional dos Fornecedores da Indústria Química e Petroquímica), abriu suas portas para o mercado com a proposta de reunir fornecedores e toda a cadeia da indústria química e petroquímica em um único espaço para apresentarem os últimos lançamentos em máquinas, equipamentos, acessórios, insumos e serviços. Realizada em um momento no qual a indústria química lança a estimativa de investimentos, até 2020, na ordem de US$ 167 bilhões, a feira Química & Petroquímica surgiu como uma forma das companhias do mercado começarem a estudar o que existe de disponível no setor para incrementarem suas atuações nesse setor em ampla expansão.

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Entre os expositores estiveram presentes as empresas Plasmatig, Hollbras, Schütz Vasitex, Vanasa Multigas, Cestari, Suatrans, Sigmafire By Clayton, Abs Group, Alef, Andritz Separation, Anhembi Borracha, Apexfil, Arxo, Abnt, Conesteel, Samia International, Esferas Douglas, Dresser, Ega Master, Eka, Haver & Boecker, Jemp, Ks Tools, Labsynth, Longa, Luvex, Mausa, Montex, Soldas, Symbol Vácuo, Tetralon Bombas, Trox Technik, Bombas Geremia; entre outras. Simultaneamente à feira, foi realizado o 13º Congresso de Atuação Responsável e a 2ª Conferência Latino-Americana de Segurança de Processos, que tiveram como temas centrais os avanços práticos e tecnológicos na área de segurança de processos, os resultados obtidos pela indústria química com a aplicação do Programa Atuação Responsável

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QuÍmica&Petroquímica e os desafios do setor nas áreas de meio ambiente, segurança, saúde, proteção (security) e responsabilidade social. Esta foi a primeira vez que o Brasil sediou a Conferência Latino-Americana de Segurança de Processos. Evento que contou com a realização da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), do Centro de Segurança Química de Processos (CCPS) e da Associação Brasileira de Engenharia Química (ABEQ) e reuniu profissionais da indústria química e de outros setores industriais, universidades e institutos de pesquisa da América Latina, bem como de instituições governamentais. A feira Química & Petroquímica teve apoio das mais representativas entidades do setor: Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Abiquim e Sinproquim (Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo). “O grande mérito de uma feira é a capacidade de reunir todos os serviços em um único lugar, permitindo que mais pessoas possam visitála. E é com muita satisfação para nós que

a Química & Petroquímica coincide com um momento em que a indústria está se lançando para alcançar um novo patamar de desenvolvimento”, afirma Nelson Pereira dos Reis, Presidente da Abiquim e Sinproquim. Segundo informações preliminares calculadas pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), os índices de volume de produção e de vendas internas do segmento de produtos químicos de uso industrial tiveram elevações expressivas em março de 2010: produção +4,89% e vendas internas +11,27%. No acumulado do 1º trimestre de 2010, sobre igual período do ano passado, o segmento apresenta crescimento de 15,64% no índice de produção e de 16,39% no índice de vendas. Além da recuperação do mercado interno, essa alta também pode ser atribuída à fraca base de comparação do ano anterior (nos primeiros meses de 2009, o segmento operou no mais baixo nível desde o início da série acompanhada pela Abiquim). Ressalta-se que a previsão de investimentos da indústria química no Brasil até 2014 é de US$ 26 bilhões.

Abiquim entrega pacto nacional da indústria química ao BNDES De acordo com a entidade a estimativa de elevação de investimentos das indústrias químicas de US$ 167 bilhões até 2020, pode criar mais de 2 milhões de empregos e colocar o Brasil na liderança mundial em química verde. Projeção que aparece no estudo “Pacto Nacional da Indústria Química”, entregue pela Abiquim, no dia 18 de junho ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. O estudo tem como base, estimativas de crescimento médio do PIB brasileiro de 3%, de 4% e de 5% ao ano nesta década. Para a taxa média de 4% de expansão do PIB, seriam necessários investimentos de US$ 87 bilhões no aumento da capacidade de produção, apenas para acompanhar o crescimento da demanda interna por produtos químicos. Os investimentos previstos para a eliminação do déficit comercial, que em 2009 foi superior a US$ 15,7 bilhões, são estimados em US$ 45 bi-

lhões. Outros US$ 20 bilhões seriam aplicados no desenvolvimento de uma indústria de base renovável, o que poderia fazer do Brasil o líder mundial em química verde. Estão previstos ainda investimentos de US$ 15 bilhões para a agregação de valor e conteúdo industrial às matérias-primas extraídas do pré-sal.

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Perfil do Fornecedor – Miracema-Nuodex

Focada no futuro

Quem sentenciou que a vida começa aos 40 certamente profetizou a verdade. A Miracema-Noudex, que comemora seus 56 anos, é uma prova. Dinâmica e dona de um portfólio de fazer inveja no mercado química, dá sinais que ainda tem (muito) gás para queimar. Por Maristela Rizzo e Miriam Mazzi

Sempre alinhada com as crescentes demandas por produtos ecologicamente corretos, a Miracema se destaca como pioneira na fabricação de aditivos biodegradáveis para fluídos de

perfuração

Fernando Scandoleira, gerente comercial

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ão poucas as empresas brasileiras que se orgulham de atravessar décadas. A maior parte delas fica pelo caminho, por ações ou omissões gerenciais e administrativas. Outras, no entanto, consagram-se em seus segmentos de atuação, ajudando a escrever a história do Brasil que dá certo. Uma dessas empresas é a Miracema-Noudex, que completa em 2010 seu 56º aniversário no mercado químico. Pioneira na fabricação de aditivos para lubrificantes industriais no Brasil e na América Latina, logo após sua fundação, em 1954, a Miracema iniciou a fabricação dos primeiros aditivos de extrema pressão à base de enxofre e chumbo na forma de óleo de baleia sulfurizado e naftenato de chumbo. “Estes dois componentes

foram na época as principais bases para óleos de engrenagem e graxas lubrificantes de extrema pressão”, relembra André Rohr, diretor administrativo e de desenvolvimento industrial. Hoje, com a marca Liovac e mais de 60 aditivos para diferentes aplicações, a empresa é tradicional líder na America Latina nesta área de atuação. Os consagrados produtos Liovac integram as mais importantes formulações da maioria das companhias internacionais de petróleo. Tendo se tornado fornecedora de aditivos industriais para companhias petrolíferas internacionais, no começo dos anos 70 a Miracema adquiriu a Nuodex Brasil S.A, dando início ao desenvolvimento e à produção de secantes com a marca Liosec. Em 1972, passou a ser conhecida por nome e sobrenome: Miracema-

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Perfil do Fornecedor – Miracema-Nuodex Nuodex, marca que fortaleceu seu posicionamento no mercado nacional e internacional. Dois anos mais tarde, ampliou sua participação de mercado com a distribuição e a exportação para a América Latina e outros 26 países. Em 1981 tornou-se a primeira empresa formuladora de biocidas no País. Na época, assinou contrato de licença e transferência de tecnologia com a empresa Bode Chemie Hamburg. A partir daí começou a fabricação de bactericidas e fungicidas para diversas aplicações por intermédio de marcas consolidadas: Coryna, Liocide, Liodoxin e Liocynona. Entre 1991 e 1992 foram lançados produtos à base de bismuto, um metal verde e não tóxico, que substituiu de maneira inovadora os compostos indesejados do chumbo. “O bismuto nunca havia sido utilizado anteriormente em formulações de lubrificantes e graxas”, informa Antonio Carlos Coral, gerente de suprimentos. De forma pioneira, a Miracema-Nuodex foi a primeira indústria química do Brasil a receber a certificação ISO 9002, em 04 de dezembro de 1992. “Hoje, a companhia está certificada pela ISO 9001:2008”, orgulha-se o gerente comercial Fernando Scandoleira. A partir de 1998 começou a fornecer para a Petrobras aditivos para composição dos fluidos de perfuração para poços de petróleo, fortalecendo o sólido e frutífero relacionamento iniciado nos anos 80 com o fornecimento de aditivos para lubrificantes. Em 2001 foi construído um importante Laboratório Aplicativo, com o objetivo de dar suporte à área de pesquisa e desenvolvimento e aos clientes. Em 2004, foi iniciada a operação da Planta Piloto, simulando as atividades dos 46 reatores/tachos da fábrica, sendo o elo entre laboratório e a produção. No começo de 2006 o Laboratório Aplicativo de Fluidos de Perfuração de Poços de Petróleo entrou em operação, permitindo um maior aprimoramento dos aditivos para esta aplicação. Graças a importantes parcerias com as principais empresas mineradoras e de fertilizantes do País, a Miracema-Nuodex inaugurou no se-

gundo semestre de 2007 seu Laboratório Aplicativo de Mineração e Fertilizante Neste mesmo ano foi lançado o Liacid 1721 – ácido graxo de óleo de mamona desidratado e purificado através do “Thin-Film Evaporator”, um equipamento onde os produtos são submetidos à destilação molecular. Ao final de 2008, como resultado do processo de sucessão da companhia, Otto Rohr decidiu abrir mão do cargo de diretor-presidente na diretoria executiva da empresa, entretanto, continuando como presidente vitalício do Conselho de Sócios. A gestão executiva passou a ser de seus filhos, André e Stefan Rohr. A Miracema-Nuodex também disponibiliza os serviços de análises físico-químicas e microbiológicas com precisão e responsabilidade, seguindo as mais rigorosas normas nacionais e internacionais (ABNT, ASTM, AOCS, DIN) ou conforme as necessidades específicas de cada cliente. Matérias-primas vegetais Sendo dona da maior representatividade no portfólio da empresa, com cerca de 40% do faturamento, a área de aditivos, alguns anos após o lançamento do bismuto, com tecnologia ainda mais avançada, passou a atender novas exigências, principalmente manifestadas pelo mercado Europeu. “Novamente a Miracema-Nuodex, em parceria com seus clientes, desenvolveu e apresentou novos pacotes de aditivos multifuncionais para formulação de lubrificantes industriais”, enfatiza André Rohr. “Estes pacotes são constituídos de compostos químicos que trabalham sinergicamente para melhorar o desempenho e estender a vida útil dos lubrificantes, excedendo a capacidade dos fluidos tradicionais, melhorando propriedades já existentes como as de lubricidade e anticorrosivas, além de proporcionando novas performances como extrema pressão, antidesgaste e antioxidante, com um custo altamente competitivo”, acrescenta Scandoleira. Tendo em vista o impacto ambiental dos produtos químicos, a Miracema-Nuodex tem considerado de “maneira expressiva”, conforme

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Antonio Carlos Coral, gerente de suprimentos

André Rohr, diretor administrativo e de desenvolvimento industrial

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Perfil do Fornecedor – Miracema-Nuodex André Rohr, os produtos baseados em matériasprimas vegetais, que terão uma atenção cada vez maior. “Para isso, a companhia está firmando parcerias com empresas e institutos tecnológicos nacionais e internacionais para alavancar o desenvolvimento deste segmento”, antecipa.

Infraestrutura para assegurar atendimento rápido e eficiente

Manutenção do pioneirismo Sendo um dos principais segmentos consumidores, o mercado de lubrificantes industriais vem merecendo destaque nas estratégias da companhia. “A Miracema tem investido em mercados novos, não só pela sua filosofia empreendedora, mas também por sempre aproveitar as oportunidades de negócios, que leva ao desenvolvimento da empresa”, define André Rohr, destacando novos projetos em segmentos de petróleo, açúcar/álcool, mineração entre outros. Com a garra de uma jovem, a Miracema planeja manter os investimentos em produtos diferenciados para todas as áreas onde atua, sempre

considerando a qualidade, o bom atendimento, o custo/benefício e agora focando também os produtos ambientalmente responsáveis. Uma das armas desse posicionamento é a área de pesquisa e desenvolvimento, composta de uma complexa estrutura de laboratórios (Pesquisa & Desenvolvimento, Controle de Qualidade, Microbiológico entre outros), que contempla também uma planta piloto e uma equipe especializada em sua área de atuação para dar uma assistência técnica de qualidade aos clientes. “Desde o início do processo de desenvolvimento de um projeto, esta estrutura é acionada e envolvida também no pós venda”, garante André Rohr. Muito longe de se apresentar como uma jovem senhora, a Miracema-Nuodex exibe a vitalidade das empresas que não se acomodam com o passar das décadas. Ao contrário. A companhia dá mostras que sua trajetória não só permanecerá como importante base para o mercado químico como, principalmente, estará escrita no futuro.

Linha de produtos Atualmente a Miracema-Nuodex desenvolve e produz matérias-primas, aditivos, componentes e catalisadores para indústrias de transformação das mais variadas áreas e setores, todos desenvolvidos e aperfeiçoados em laboratórios aplicativos e de pesquisa próprios, para que os clientes recebam produtos de acordo com suas necessidades e exigências. • Ácidos graxos – a qualidade da linha Liacid é garantida e permanentemente testada por análises cromatográficas nos laboratórios da empresa, tendo aplicações em resinas alquídicas, aditivos para lubrificantes, borrachas sintéticas, cosméticos, inibidores de corrosão, emulsificantes, sabonetes e detergentes, domissanitários, compostos de PVC etc; • Aditivos para Lubrificantes – linhas Industrial, Automotiva e Aditivos para Combustíveis; • Biocidas – substâncias químicas compostas de ativos capazes de prevenir e/ou eliminar o crescimento de microorganismos. São utilizados com o objetivo de evitar a biodeterioração de um produto causado por uma contaminação microbiológica; catalisadores – à base de sais metálicos, cujo mecanismo de ação está relacionado às reações de óxido-redução (reações de transferência de elétrons). Segmentos de aplicação: borrachas e pneus, poliuretanos, resinas alquídicas, resinas de poliéster, síntese de caprolactamas; • Ésteres – ampla linha de ésteres derivados de ácidos graxos para as mais variadas aplicações; • Óleos hidrogenados – com tecnologia própria, é um dos mais antigos e tradicionais fabricantes de óleos naturais hidrogenados no Brasil. O óleo de mamona hidrogenado e seus derivados são os mais importantes da linha de produtos hidrogenados. Estes são componentes indispensáveis na fabricação de graxas lubrificantes de lítio’; • Líquido gerador de espuma – nas indústrias químicas, petroquímicas e de derivados de petróleo, o risco de incêndio está sempre presente. Pensando nisso, a Miracema-Nuodex desenvolveu e disponibiliza para o mercado nacional e internacional o Liovac® AFFF. São LGEs (Líquidos Geradores de Espuma) sintéticos, de alta performance, atóxicos e biodegradáveis, do tipo AFFF (Aqueous Film Forming Foam). • Mineração – os fertilizantes granulados são produzidos através de reações da rocha fosfática com reagentes específicos, cuja escolha depende da composição química desejada para o fertilizante. Depois de granulados, e com o passar do tempo, há uma tendência muito grande à liberação de pó, o que acarreta vários inconvenientes dentro das fábricas, durante as operações de carga e descarga e na aplicação final em campo. “Para solucionar este problema a Miracema desenvolve aditivos antipó específicos para cada tipo de fertilizante, que reduzem drasticamente a emissão de pó mantendo as propriedades físicas inalteradas”, explica Coral. • Petróleo/Perfuração – a empresa possui uma linha de aditivos para fluidos de perfuração base água e base óleo. “Sempre alinhada com as crescentes demandas por produtos ecologicamente corretos, a Miracema se destaca como pioneira na fabricação de aditivos biodegradáveis para fluídos de perfuração”, inclui Scandoleira. A empresa oferece soluções específicas com produtos desenvolvidos e testados em laboratório aplicativo de análises de fluidos, além de uma equipe técnica especializada para o suporte.

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EDITORIALISTA convidadO

Alguém sabe o que é qualidade?

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Por Márcio Migues*

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que é qualidade? Por mais que esta pergunta possa parecer simples, a resposta não é tão fácil. Um produto ou serviço rotulado como de boa qualidade hoje, amanhã poderá não atender às expectativas do consumidor. Qualidade para o prestador de serviços ou fabricante significa buscar o melhor. Para o consumidor é superar expectativas, portanto ele deve ser sempre o foco da atração de qualquer empresa. A busca é incessante. Há 40 anos, a qualidade era definida como algo adequado ao uso e hoje o conceito caiu por terra, já que outros significados foram incorporados com o passar dos anos. O setor automotivo é reflexo da evolução, sempre acompanhada pelo consumidor. Voltando na história, na década de 1990, tivemos a abertura da economia brasileira para as importações. Do antigo carro importado Lada, passamos a ver nas ruas brasileiras carros evoluídos tecnologicamente e com mais qualidade. Com a chegada destes automóveis, só vistos quando viajávamos para o exterior, os brasileiros se tornaram mais exigentes e isso foi um divisor de águas na história da qualidade automotiva. O governo, então, instituiu uma série de medidas, como o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, para que o País se tornasse competitivo. Paralelo a isso, foram adotados o Código de Defesa do Consumidor, a ISO 9001, que marcou a nova exigência qualitativa, e com ela as certificações da qualidade e, avançando um pouco mais no tempo, o Procon, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e outros organismos. Tudo aqui no Brasil estava em ritmo letárgico no que se refere à qualidade. Mas o início da década foi marcado por um ‘boom’ no quesito qualidade. No setor automotivo, as montadoras passaram a investir mais em novas tecnologias, nos produtos desenvolvidos e na qualidade

dos processos. E elas puxaram o resto da cadeia. Para atestar a qualidade do setor, foi criado um organismo de certificação neutro e específico do setor automotivo, o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), atuante desde 1995. Na época, o IQA era uma espécie de ‘olhos do Inmetro’ na qualificação do setor, principalmente na certificação de produtos automotivos. Com o tempo, o Instituto ampliou seu leque de atuação e passou a certificar também serviços e sistemas de gestão, o que tornou ainda mais importante o seu papel na qualificação do setor. Hoje, a indústria automobilística brasileira está alinhada com o que acontece ao redor do mundo. Um carro ‘médio’ fabricado no Brasil não deixa a desejar para um mesmo fabricado na Europa, já que o padrão de qualidade é o mesmo. Sabemos que a qualidade neste setor é um quesito fundamental, uma evolução que o consumidor acompanhou e continua acompanhando. Então, voltando ao consumidor, foi ele, de certa maneira, o estopim da qualidade no Brasil. Mesmo que os anos tenham passado, o consumidor (sim ele mais uma vez) continua ditando as regras da qualidade não só aqui, mas ao redor do mundo, ao exigir, cada vez mais, excelência no padrão de atendimento e na prestação de serviços dentro da cadeia automotiva e em qualquer outra área. Quer a prova? Veja o espaço que os jornais e outras mídias dão para as reclamações do consumidor. É ele quem impõe essa busca incessante de ‘superar as expectativas’. Demos um, boom, na qualidade, e isto é um fato. A primeira corrida foi para superar a defasagem e agora é para superar as expectativas. Para isso, todas as empresas devem se preparar. (*) Márcio Migues é diretor-presidente do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), que completa 15 anos em 2010

Revista LUBGRAX • maio/junho 2010

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3ª CAPA

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