Rock Meeting Live Report - Nightwish

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LIVE REPORT . NIGHTWISH

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maior show da terra. Já usei essas palavras antes, em 2018, para ser mais precisa, mas volto a usá-las por uma razão muito plausível e que será explicada no decorrer desse Live Report. A Rock Meeting foi convidada para assistir o “An Evening With Nightwish a Virtual World”, uma livestream que apresentaria o novo álbum da banda, “Human. :||: Nature.”. Em 2020, muitas bandas lançaram novos álbuns e foram impedidas de fazer a turnê de promoção devido à pandemia. A partir disso, iniciou-se um novo movimento de apresentação com o livestream. Muitas bandas fizeram isso e com o Nightwish não seria diferente.


A vinda ao Brasil estava marcada para maio de 2020, iniciando a turnê do “Human. :||: Nature” pela América do Sul. Havia uma expectativa imensa com o novo álbum, além, claro, de ter o privilégio de assistir a turnê primeiro. Mas todos sabemos que os planos foram modificados e, agora, se tudo der certo, somente na segunda metade de 2022. No final de 2020, o Nightwish anunciou uma live, com uma experiência virtual nunca antes feita. No entanto, em janeiro de 2021, o baixista Marko Hietala, figura marcante tanto na voz quanto no


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palco, deixou a banda e isso pegou todo mundo de surpresa. Apontando inúmeras razões para a sua saída do grupo e da vida pública, a pandemia fez refletir sobre a perspectiva dos músicos sobre tudo e sobre a indústria da música. Daí, nasceu uma corrida para um novo baixista, tarefa difícil, porque Marko tinha um papel importante na musicalidade desde que entrou no Nightwish, em 2001. A live, que era para março, foi remarcada para maio e gerou muita


expectativa. Dia 28 de maio, um pouco antes do primeiro streaming, foi apresentado o novo baixista. Jukka Koskinen, do Wintersun, mesma banda do baterista Kai Hahto, passou a integrar o Nightwish. Da formação original restam Tuomas Holopainen (tecladista) e Emppu Vuorinen (guitarrista).


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AN EVENING WITH NIGHTWISH A VIRTUAL WORLD Foram dois dias de uma experiência única e que merece aplausos. Dois setlists distintos que resgataram músicas que há anos não eram tocadas. Sem contar as adaptações feitas, já que não havia mais a voz do Marko, a exemplo de “Planet Hell”. No cenário, imagens de um grande salão interativo que mudava conforme a música. A banda fez uso da tecnologia do chroma key, muito comum no cinema, e agora à serviço da música. O que foi projetado deu a sensação que tudo ali era real, que de fato estavam naquele lugar. Muito bem feito e nada barato. Houve um inves-


timento para essa live acontecer e saiu completamente do ambiente de palco. Eles inovaram no âmbito do livestreaming. Um ponto que merece total destaque é o som. Foi o melhor som que já ouvi nas lives. Parabéns a todos que trabalharam para entregar algo limpo e cristalino. Vamos ao show. Inicia com a intro de “Music”, mostrando os dotes de Kai Hahto na bateria e logo vem “Noise”, primeiro single que apresentou “Human. :||: Nature.”. A música funciona muito bem ao vivo, e deixou aquele gostinho de querer vê-la com público presente, com o

calor humano do qual estamos com saudades. Na sequência, “Planet Hell”, primeira música de fato para saber quem assumiria os vocais de Marko. Bom, Floor fez esse papel, já que Troy Donockley, nem o novo baixista, conseguiriam executar. Ela fez o seu máximo, é bem verdade, mas confesso que sinto falta de Marko, ele imprimiu sua marca e é uma música que foi feita para ter dois vocais. Para não alongar, vou me ater às diferenças nos setlists. No geral, além das já citadas, as músicas tocadas foram “Élan”, “Storytime”, “Har-


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vest”, “I Want My Tears Back”, “Nemo”, “How’s The Heart?” (versão do álbum e acústico), “Last Ride of the Day”, “Ghost Love Score” e “The Greatest Show on Earth”. Nem preciso dizer o quão maravilhosas essas músicas são tocadas ao vivo. Só um adendo para “Harvest”, que faz parte de “Human. :||: Nature.”. Foi o segundo single lançado, tem um clima calmo, e foi uma boa oportunidade de vê-la ao vivo. Das músicas tocadas no primeiro dia, “Tribal” faz parte do novo álbum e funciona muito bem ao vivo, a vibe é muito boa. É para estar no setlist sempre. “She is my sin”, clássico do clássico, não poderia faltar. E já vista durante a turnê Decades, sucesso sempre que toca. “7 Day To The Wolves”, para esta que vos escreve, foi uma grata surpresa. Não imaginava que poderia ser tocada novamente. Adorei!


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“Bless The Child” dispensa toda e qualquer apresentação. Outro clássico tocado foi a versão acústica de “How’s the Heart?”, que ficou muito bonita. Quem acompanha a banda, já tinha visto essa versão. “Shoemaker”, talvez, fosse a música mais esperada pelo fã. Ela resgata o que o Nightwish já foi um dia, lírico. Mas sabemos que é somente uma passagem e o Nightwish não voltará a ser como era. É preciso dizer isso. Sobre “Shoemaker”, é linda, tem que estar no setlist e vai causar sempre olhos arregalados, sorriso de contemplação e arrepios. Aplausos! No segundo dia da live, tivemos “Alpenglow”, música que já se mostrou muito bem ao vivo. A versão do álbum para “How’s the Heart?” também é outra que deve estar no setlist sempre. As


consagradas “Dark Chest of Wonders” e “Ever Dream” marcaram presença. Ambas não precisam de apresentações, são marcantes, impressionantes e sempre vão figurar no repertório do Nightwish. “Sleeping Sun” foi uma surpresa total nesse segundo dia de live. Não lembro nem se já ouvi essa música nos shows que já assisti do Nightwish. Um deleite assistir essa música novamente. “Pan”, música do novo álbum, é outra que nem imaginaria que seria tocada. Me surpreendeu com sua força e acredito que ela vai seguir disputando vaga nos setlists. Nos dois dias de live, “The Greatest Show on Earth” finaliza os trabalhos. Nem preciso falar quão grandioso foi e só reforça o título desse Live Report especial. Ao final de tudo, quando já estávamos lamentando que tinha acabado, a banda formou um semi círculo, brindaram àquele momento único, à


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vida e, de repente, veio um pouco mais de Floor, para o nosso deleite. Floor canta a parte final de “All the Works of Nature Which Adorn the World: VIII.. Ad Astra”. Ela não canta, encanta. A verdade seja dita. E aguardamos que tudo volte ao normal, em se-

gurança, para que experiências como essa sejam feitas presencialmente, dividindo a mesma alegria e paixão com a pessoa ao seu lado, celebrando aquele momento. No mais, é manter os cuidados e continuar a torcer para que tudo melhore. Até lá, por mais lives como essa do Nightwish.


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