Rock Meeting Nº 84/85

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EDITORIAL

7 anos O sentimento que se tem é que começamos ontem. Aí percebemos que todo mês de setembro ficamos ‘mais velhos’, a responsabilidade triplica e cobrança por material interessante cresce cada vez mais. Não precisamos repetir qual é o nosso papel na cena Rock/Metal do Brasil. Todos já devem saber. O que queremos reforçar é o nosso compromisso em levar a informação para os leitores da Rock Meeting. Já são sete anos que lutamos para estar na cena. Já são sete anos que buscamos nosso lugar ao sol. Não isso não é tudo. A meta não é ser apenas conhecido, a meta consiste em saber que o nosso material chega a todo mundo. Parece infantil essa afirmativa, mas o que importa é a sua opinião. As construtivas, claro, as difamatórias utilizamos como combustível para seguir em frente. Queremos você ao nosso lado

sempre. Opine, participe conosco, dê uma chance. As bandas que confiam em nós precisam de você. Estamos no mesmo barco. O que nos move é a confiança. E nesse sentimento nobre nos agarramos com toda a força possível. E para te agradecer, leitor, segue mais um número da coletânea com bandas somentes da região Nordeste. Por quê? Somos do Nordeste e temos muito orgulho e nada mais justo do que mostrar o que nós podemos oferecer. Estão representados oito dos nove estados nordestinos. São vários estilos dentro do Rock/Metal e você pode fazer o donwload gratuito no nosso site. Outras novidades estão por vir e vamos nessa! Muito obrigado a todos! E deleitem-se com mais uma edição feita especialmente para vocês!


TABLE OF CONTENTS 06 - News - World Metal 10 - Lapada - Papai e MamĂŁe do Metal 16 - Entrevista - The Vintage Caravan 22 - Entrevista - Dying Suffocation 31 - Capa - Fu Manchu 36 - Especial - Baum Festival 2016 42 - Live - The Interrupters 46 - Entrevista - Andi the Wicked 52 - Entrevista - Iguanas 58 - Perfil RM - Alcides Burn (Inner Demons Rise)


Direção Geral Pei Fon Capa Alcides Burn Jonathas Canuto

Colaboradores Alex Chagas Jonathas Canuto Marcos Garcia Mauricio Melo (Espanha) Maicon Leite Raphael Arízio CONTATO contato@rockmeeting.net RockMeeting.Net


Foto: Michel Souza

“The Mob Rules”

“Fire”

O vocalista Leandro Caçoilo (Pit Passarell: A Viper Experience, Seventh Seal, Sancti) acaba de divulgar um vídeo em seu canal oficial do YouTube onde ele canta a música “The Mob Rules” do Black Sabbath. “Ronnie James Dio sempre foi uma das minhas maiores influências como cantor e compositor. Essa música é uma de minhas favoritas”, disse o vocalista. Assista o vídeo AQUI. Mais informações nos canais de comunicação. Site Oficial | Facebook .

“Fire”, o novo videoclipe da banda paulistana de Hard Rock Dirty Glory, traz cenas gravadas em estúdio e em plena avenida Paulista. “A gravação abriu o horizonte da banda para uma série de ideias novas, como tocar na rua e sair um pouco dos bares e casas fechadas, onde só o público do Rock frequenta”, observou o baterista Sas. Assista o vídeo da música “Fire”, do Dirty Glory, AQUI. Para conhecer e ficar a par das novidades, acesse a página oficial da banda no Facebook.

Música instrumental O tecladista da Noturnall, Junior Carelli, acaba de lançar um vídeo de uma peça instrumental gravado em Toronto, no Canadá, na Roland, uma das principais multinacionais de instrumentos musicais, eletrônicos e software. Após dias de produções e reuniões no Canadá, Junior Carelli ampliou uma das produções inspirado na diferença climática que existe entre nosso querido Brasil e um país amou conhecer que é o Canadá. “Obrigado Roland – Toronto por abrir as portas e inspirar essa composição pianistica instrumental”, disse o tecladista. Junior Carelli irá se apresentar no dia 19 de novembro de 2016, sábado, no Gillan’s Inn English Rock Bar, em São Paulo. Os ingressos já estão disponíveis e o mais barato custa 27 reais. Neste valor o fã também terá direito ao download do novo DVD ao vivo, download dos 16 vídeo clipes, download dos 16 áudios + poster digital e nome nos créditos do DVD. Para comprar o dvd basta acessar o site de vendas AQUI. 06


Foto: CS Music videos

“Sulphur”

Foto: Vitor Santiago

Um dos mais tradicionais nomes do Death Metal nacional, o carioca Coldblood, está de disco novo e prepara um novo videoclipe que, pelas primeiras imagens, será surpreendente! Mais uma vez o Coldblood trabalha com a renomada CS Music Videos. O grupo gravou tomadas de imagem no Iguaçu Novo Cemitério & Antigo Cemitério dos Escravos no Rio de Janeiro. A música escolhida é ‘Sulphur’, sétima do novo ‘Indescribable Physiognomy Of The Devil’. Os músicos deixaram seu depoimento sobre o trabalho: “Como diz a letra da música escolhida, fomos literalmente aos confins do inferno pra gravar este novo vídeo! ‘Sulphur’ é uma música com uma estrutura simples e uma energia extra física muito forte.” – Diego Mercadante. A previsão do lançamento do videoclipe é dia 30 de outubro. O álbum ‘Indescribable Physiognomy Of The Devil’ já está disponível para venda. O lançamento está sendo feito pelos selos Distro Rock, Mutilation e Feed Bizarre. Infomações da banda pelo Facebook.

Novo álbum

“Dark Night”

Seguindo no processo de gravação do novo álbum, o Metalmorphose alivia um pouco da curiosidade dos fãs e anuncia o nome do material, que será intitulado “Ação & Reação”. Com previsão de lançamento ainda para 2016, a banda segue firme e forte em estúdio, e recentemente liberou também um vídeo das gravações das guitarras bases e cozinha da faixa “P.D.M.” Assista AQUI. Para informações da banda acesse o perfil oficial no Facebook.

Os goianos da Steel Soldier, divulgaram o vídeo ao vivo da nova música de trabalho “Dark Night” , a capitação do vídeo foi feito no evento que celebrou o encontro de motociclistas “Rota 060” no clube dos oficiais na cidade de Jataí. O vídeo não é uma produção oficial, mas a banda escolheu divulgar o trabalho para apresentar ao público a nova música que juntamente com outras sete novas faixas estão em processo de finalização do primeiro álbum. Assista o vídeo AQUI.

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“Mr. Scary”

Foto: André Nisgoski

O guitarrista alagoano Laion Roberto acaba de divulgar seu novo vídeo clipe para uma interpretação bastante pessoal de “Mr. Scary”, da banda norte americana Dokken. A música faz parte do álbum “Back For The Attack”, de 1987. A versão foi gravada no estúdio Espaço Som, em São Paulo, renomado por ser utilizado por muitos músicos para gravações e testes de vários programas da rede televisiva. “Tocar Dokken é animal pois esse som é de um dos guitarristas de hard rock que mais gosto que é o George Lynch”, disse o guitarrista Laion Roberto. Laion Roberto é um guitarrista alagoano nascido em Palmeira dos Índios e radicado em São Paulo. Fã de literatura, música e artes em geral foi na adolescência que começou a tocar violão e em pouco tempo depois passou para a guitarra. Influenciado por várias vertentes do rock, desde punk rock ao jazz rock, classic rock e heavy metal, começou a tocar em várias bandas no interior de Alagoas. Assista o vídeo AQUI.

“Beauty in Disrepair”

“Inhuman Nature”

A banda Hangar lançou o videoclipe ao vivo de “Beauty in Disrepair”, extraído do DVD “Live in Brusque/SC, Brazil”, que foi lançado recentemente em todo o Brasil. O primeiro DVD elétrico do Hangar foi gravado na noite de 11 de junho de 2016 na cidade de Brusque, em Santa Catarina, no tradicional “Festival Rock na Praça”, evento que acontece todo ano na cidade. Assista vídeo ao vivo de “Beauty in Disrepair” AQUI. Informações da banda na sua página oficial no Facebook.

Uma das grandes promessas dos últimos anos no cenário nacional nos apresenta – muitas e boas – informações sobre o novo trabalho. Estamos falando do Krucipha e seu segundo álbum. A começar pelo título: ‘Inhuman Nature’. “Escolhemos este título porque o álbum é quase algo conceitual. Nós continuamos compondo letras com teor crítico e, com a exceção de uma faixa, todas as outras expõem comportamentos podres desta nossa odiosa natureza desumana.” Infos no site.

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Papais e mamães no Heavy Metal

Este mês, a lapada vai para o lombo (e bufante) da sociedade brasileira, porque ela merece tomar no anel olímpico uma atochada à lá Kid Bengala. Desde o surgimento das mídias sociais, tenho tido a possibilidade de ver como os meus amigos do Metal se relacionam com os filhos e é surpreendente! Não vejo um dos pais e mães sendo menos do que ótimos para seus filhos. Um grande tapa na cara da sociedade brasileira atual de Norte a Sul, de Leste a Oeste na pátria amarga funil! Acho que, por muitos ainda serem das gerações mais reprimidas pelos pais, encontramos casais, ou mesmo mães (pais) solteiras (os) se saindo muito bem no papel de educar os filhos E justamente em um momento em que, graças aos valores freireanos das escolas (a história do “professor exemplo” andou causando devastações terríveis no âmbito escolar), e mesmo à frivolidade dos relacionamentos, parece que vemos uma sociedade

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ruindo em termos familiares. Conversando com muitos deles, um dos fatores que você mais vê presente: a compreensão. Acredito pessoalmente que isso nasce do seguinte ponto: quantas e quantas vezes nós, do cenário, não encontramos nossos pais dispostos a conversar conosco? Ainda lembro-me do olhar de meu pai quando eu falava algo relacionado ao Heavy Metal. O brilho naqueles olhos era de raiva, incompreensão,


entre outros sentimentos. Aliás, sofri muito preconceito por isso. Em geral, a sociedade brasileira margea sobre muitos valores intolerantes que andam aflorando nos últimos tempos. E para uma pessoa mais velha, como este que vos escreve, racismo, sexismo, homossexualismo e outros “ismos” eram vistos como particularidades de cada pessoa, e são coisas que poucos se metiam. Hoje há forte resistência conservadora no país, da qual discordo plenamente

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(não é por não concordar com a patética esquerda universitária do Brasil que sou conservador. Sou apenas um liberal). E esses embates podem ter consequências severas para as crianças. Outro fator: o diálogo. Mais uma vez, falando das gerações dos anos 60 e 70, o diálogo conosco era mínimo: “façam o que eu mando” e ponto final. Se discordássemos, ou era surra ou algum castigo severo. Ou em alguns casos (como o deste


autor) desprezo por parte do pai. No fundo, sem que percebamos, quando os pais se comportam das formas mais conservadoras, me lembro de minha professora de Psicologia da Educação na universidade: Dra. Marisol Barenco. Em uma de suas aulas, lembro claramente do termo “transmissão da violência”. Não sei se ele é correto em termos de Pedagogia, mas me parece que a violência de nossos antepassados foi migrando de geração em geração, como se em uma forma de vingança contra o passado (é algo como “não bato no mais forte, desconto no mais fraco”). E por outro lado, lembro do argumento “senhor e escravo”, ou seja, os pais tratam os filhos como os senhores de engenho tratavam os es-

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cravos: pancadas e ameaças. E tudo isso sob as bênçãos das igrejas (católicos e protestantes conservadores se equivalem nesse aspecto). “O que as pessoas vão pensar?” é uma frase que creio que todo banger de mais de 35 anos ouviu na vida. E eu particularmente respondi muitas vezes aos meus pais: estou cagando e andando para o que seus amigos, vizinhos, sacerdotes ou políticos dizem, pois eu vivo como eu quero. É a minha vida, não a de vocês! Nem me atrevo a escrever as reprimendas de meu pai. Procuro entender à luz da razão, e mesmo perdoar, mas é muito difícil. Se é assim comigo, que nem apanhei tanto assim, nem quero imaginar as feridas que meus


Madame Marie Curie

colegas que apanharam muito carregam em suas almas. Conheço muitos no Metal que tiveram pais conservadores, mas acho que este lado ultrajante e rebelde que todo headbanger que se preza possui influi muito. Nos leva a questionar se aquilo era certo, e fazemos diferente. E fazer diferente é: saber conversar (você ri e conversa com os amigos, por que não com seus filhos?). Compreender que seus filhos são seres que estão construindo o amanhã deles mesmos e do país, e que a única vergonha que alguém deveria carregar é dos próprios atos, não esse dispositivo de controle que a sociedade usa com o “eu tenho vergonha do que os meus filhos fazem” tão comum

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e fácil de ser visto por aí. Quando olho para os meus ídolos e seus filhos, tenho a clara ideia que é o caminho: Steve Harris e os filhos dele, Tom Araya com a família. Existe até uma foto do George “Corpsegrinder” Fisher com as filhas na internet. Isso ilustra o lado do amor dos pais pelos filhos, e ao mesmo tempo mostra que somos normais, que nossos filhos adoram ver o pai barbudo, cheio de tatuagens e piercings, e a mãe com tatuagens e piercings, e o cabelo colorido. E não, não é zoeira, é bem sério mesmo. Em termos de Brasil, Rafael (guitarrista do Genocídio) é um pai de primeira; João Zattarelli (do Metal Na Lata, ex-colaborador da Roadie Crew) é só amor com os filhos; o


guitarrista/vocalista Róbson (do Land of Tears) é outro; e talvez os que eu mais admire como pais, que são Débora e Rodrigo (da Metal Media), que me surpreendem sempre. São pais do Metal, e são pais que fazem o melhor pelos filhos todos os dias, sem medir esforços. E fazem diferente, o que é mais importante. São tantos os exemplos que eu poderia escrever horas sobre cada um deles. E tudo porque estes usam modelos não convencionais, sabem amar e compreender os filhos em suas particularidades. Para encerrar, me dou o direito à crítica: no livro dos Provérbios, capítulo 13, versículo 14, está a célebre citação “Quem poupa a vara odeia seu filho; quem o ama, castiga-o na hora precisa”. E eu discordo dela sempre

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por vários motivos: 1. Não sou cristão; 2. É um livro do Velho Testamento, e creio que o messias cristão não usaria dessa estratégia; 3. A violência contra crianças não resolve nada (nem a chamada “palmadinha educadora”); 4. Que tal pegar a vara e enfiar a mesma até o talo em seu bufante guloso? No mais, parabéns a quem busca fazer a diferença. Gostaria de dedicar estas palavras a todos aqueles que buscam fazer a diferença pelas crianças, pois é deles a responsabilidade de criar um futuro melhor.



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Por Erick Tedesco (Abraxas Produtora) Fotos: Assessoria

Em menos de uma década, o The Vintage Caravan realiza uma extensa turnê pela América do Sul como banda sensação do stoner rock mundial. Vocês se consideram parte do que podemos chamar do primeiro escalão da atual cena roqueira? Óskar – Sim, às vezes soa um pouco surreal, mas estamos nos divertindo bastante. O rock está definitivamente no auge, com muitas bandas levando o ofício à sério, de forma profissional. Espero que estejamos contribuindo para isso também! Qual a diferença entre as apresentações na terra natal da banda, a Islândia, seja na cidade onde nasceram ou na capital, e os shows em grandes festivais e nestes primeiros no Brasil? Você acredita que atingir distantes plateias em tão pouco tempo de carreira agiliza a profissionalização e o amadurecimento da banda? Cada lugar tem sua peculiaridade e a Islândia é bastante interessante para shows de rock, com plateias calmas que geralmente não mostram uma reação para você saber se estão se entretendo. É uma maneira saudável de se envolver com o evento. E acredito sim que as turnês nos ajudam muito no processo de profissionalização. E, pessoalmente, as turnês me ajudam demais quando o assunto é maturidade. O The Vintage Caravan está promovendo “Arrival”, o terceiro álbum da 18


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carreira, e o único até agora lançado em versão brasileira via Voice Music. Depois de muitos shows da turnê do disco, como entende “Arrival”, é o tipo de música/sonoridade que vocês pretendem explorar ao menos nos próximos registros em estúdio? Estou orgulhoso de “Arrival”, é um álbum de sonoridade única, com uma atmosfera interessante. Claro, somos bastante críticos perante nosso trabalho e também queremos inovar, então posso dizer que o próximo disco será diferente. A respeito dos shows pelo Brasil nesta primeira turnê sul americana, o que tem no setlist? O repertório desta inédita turnê contém músicas dos álbuns “Voyage” e “Arrival”. É um setlist animado! Vocês três são jovens, no entanto, muitas das principais influências do The Vintage Caravan são da década de 1970. Quais elementos daquele período da história da música os encantam tanto que vale a pena resgatar e transformar em algo novo, mas sem perder a famosa aura setentista? Este é o direcionamento musical que o The Vintage Caravan busca desde o primeiro dia que nos reunimos e criamos a banda. As décadas de 1970 e 1960, de fato, produziram muitas das mais interessantes e apaixonantes músicas, isso do meu ponto de vista. Desde muito novo sou fascinado pela musicalidade destas épocas, mas enquanto músico eu quero adicionar a energia e potência do rock e do metal dos dias de hoje. Gosta dos termos “retro rock” ou “rock 20

vintage” para descrever a sonoridade da banda? Podem nos rotular como quiser. Tocamos nosso próprio rock n’ roll. Parece que os videoclipes são importantes para a carreira do The Vintage Caravan, estou certo? (risos) nossos vídeos são realmente diferentes! Gostamos de produzi-los engraçados e mantê-los interessantes. Levamos muito a


sério nossa música, mas não queremos que os vídeos sejam sérios. A Islândia é para vocês, claro, a terra natal, mas para muitas pessoas no Brasil é, acima de tudo, um país muito distante e frio. Existem muitos artistas e bandas islandeses famosos, como Bjork, Of Monsters and Men, Sólstafir e especialmente Ólafur Arnalds, um gênio da música contemporânea 21

do seu país. Conhece o trabalho dele? Você gosta de outros estilos musicais além do rock n’ roll? Não tenho o hábito de escutar Ólafur Arnalds, mas gostei do que já escutei, é um talentoso músico e compositor. Ah sim, eu amo funk, blues, jazz, música disco, o pop anos 80, um pouco de rap antigo e alguma coisa do pop contemporâneo, mas com moderação.


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Entrevista: Aline Pavan Fotos: Wellynton Pizato/banda divulgação

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Doom Metal é um dos estilos que mais vem cativando pessoas e conquistando admiradores no cenário brasileiro atual. Dying Suffocation é uma banda pertencente a nova safra do estilo, caracterizado pelo Death/Doom Metal o grupo vem ganhando destaque pela sua sonoridade única. Conversamos um pouco com o Alessandro Habigzang para saber mais dos seus projetos. Como se deu início a banda? André Kichel e Alex Habigzang faziam parte do line up da banda de death metal Old Skull Death de Pato Branco. Seempre falaram em fazer um projeto de Doom Metal, pois ambos apreciam o estilo há anos. Com a evolução na bateria de Jorge Kichel, que também é adepto ao estilo, decidiram fundar o Dying Suffocation, em novembro de 2014. O principal propósito foi compor músicas autorais desde o início. Falando sobre “When I Die”, de onde veio a ideia para o nome do EP? Ele tem alguma relação com o trabalho musical e/ou lírico da banda? E por falar em letras, existe um tema central? O pai de Alexsandro Habigzang compôs uma música onde o refrão soava: “Quando eu morrer, eu quero em minha sepultura uma pipa de cana da boa e da pura”. Assim surgiu a ideia de “When I Die” que também é tema de uma das músicas que compõe o nosso álbum. A ideia principal do EP é demonstrar um pouco do nosso trabalho e uma prévia do que será o nosso álbum que está em produção. Será nar24


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rada uma história que conta de trás para frente momentos de um ser humano está morto e não sabe, e outras partes dessa história continuarão em outros trabalhos. Como funciona o processo de composição pra vocês, o que os inspira? O processo de produção se dá da seguinte forma: geralmente Alex apresenta alguns riffs e melodias no estúdio durante os ensaios e iniciamos a composição juntos. Quando gostamos do que foi elaborado, Alex geralmente grava em seu estúdio os riffs que compartilhamos e inicia a construção da música e encaixamos algumas letras de nossos temas. A inspiração vem de cada um, sentimentos, experiências, revoltas entre outros pontos. Existe alguma música favorita entre vocês do atual EP? 26

Difícil, mas “The Angels”, pois foi onde tudo começou e “When I Die” música pesada e diabólica. Como vem sendo a recepção dos fãs e da mídia especializada em relação ao “When I Die”? Surpreendeu-nos! A receptividade está sendo muito positiva! Diversas resenhas e pessoal de fora (principalmente da Europa) solicitando e compartilhando nosso trabalho. É muito gratificante! Sobre a mídia especializada aqui do Brasil, recebemos diversas críticas positivas e alguns feedbacks que nos ajudaram muito a perceber o que pode ser aperfeiçoado em todo o nosso processo. Está sendo de muita valia, assim como as respostas positivas que nos dão ainda mais força para continuar, pois não vivemos das músicas, todos da banda têm seus trabalhos e estudos, mas nos dedicamos com


disciplina para seguir em frente com um trabalho sério e com total apoio de nossos familiares e amigos. Como estão os trabalhos para o novo álbum? Estamos na última fase de gravação, faltam os vocais e os solos. Alex está realizando toda a edição, mixagem e produção. A arte está sendo realizada por Marcelo Vasco que também realizou o trabalho do EP “When I Die” e a masterização será realizada no Absolute Master. Apesar de nós mesmos estarmos investindo em nosso trabalho, queremos fazer algo com qualidade, se tiver que atrasar um pouco o lançamento de álbum não será problema, mas estamos bem em nosso cronograma. O grupo pretende trabalhar em mais algum projeto visando divulgar o “When I Die”? Como por exemplo, um videoclipe? 27

Sim, estamos com o foco total nessa última fase de produção do álbum, mas também estamos planejando um videoclipe para divulgação do álbum, pois as músicas do EP estarão no álbum com arranjos e vocais diferentes. Em relação aos arranjos foi de propósito um estilo de gravação no EP já visando as versões do álbum. Fale um pouco sobre a cena do Doom Metal no Brasil. Doom Metal no Brasil vem crescendo, existem excelentes bandas no cenário nacional que estão aos níveis internacionais, mas ainda falta um pouco mais de coragem dos produtores maiores em divulgar esses talentos. Percebe-se que o estilo está ganhando força ao vermos bandas de Doom Metal internacionais vindo seguidamente ao Brasil, está aí uma grande oportunidade aos produtores em abrir mais


espaço para bandas do Brasil mostrarem seus trabalhos. Falando sobre identidade da banda, houve mudanças de formação que aconteceram recentemente? Terá novos arranjos e a parte vocal terá que ser regravada? Sim, referente aos arranjos e construção das músicas já era planejada independentemente da mudança do line up. Os vocais estão sendo assumidos por Alex Habigzang e serão todos gravados no álbum. Agradecemos demais pela entrevista e o espaço é de vocês para sua mensagem aos nossos leitores. Doom Metal não é somente mais um estilo musical e sim uma filosofia de encarar a vida, pois o ritmo cadenciado e forte formam traços 28

em nossas personalidades. É muito gratificante realizar um trabalho e ser reconhecido pelo mesmo por inúmeros caminhos, o que nos fortalece e nos deixa muito feliz é ver o crescente do movimento Doom Metal em nosso país e principalmente conhecer bandas maravilhosas e saber que existe união no meio do Doom Metal. Qualidade e profissionalismo estão representados no meio, seguimos na torcida para que sejamos valorizados cada vez mais. Aos amigos gostaríamos de agradecer o apoio e podem esperar que o nosso álbum seguirá o mesmo padrão do nosso EP e para melhor. Agradecemos imensamente o convite para essa entrevista, pela oportunidade do espaço e a força de todos, muito obrigado. Acesse nosos links: Site | Facebook | Youtube | Soundcloud | E -mail contato@dyingsuffocation.com.br




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Local: Sala Razzmatazz / Barcelona Data: 07/10/2016 Texto e fotos: Mauricio Melo & Snap Live Shots

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Fu Manchu passou de ser a banda que faltava no curriculum por falta de oportunidade de assistir a um único show sequer, ao “excesso” de poder assisti-los duas vezes num intervalo de menos de quatro meses. O melhor de tudo? Dois shows matadores e com pouca coincidência nos setlists. O poder de experimentar a banda em dois cenários distintos, num grande festival e numa sala de tamanho médio. O setlist daquela ocasião, também coberto por nós, abrangeu um punhado de cada disco lançado e grandes clássicos. Desta vez a celebração foi dedicada ao disco “King of The Road”, tocado de lado a lado e estendendo a noite com infalíveis e já comentados clássicos. Para quem viveu a experiência recente e acima citada, a surpresa passou longe. Sabíamos que a banda está em plena forma, mas para quem não levou fé ou mesmo resmungava de canto de boca coisas como “há 15 anos que não tenho notícias destes caras tocando ao vivo, vamos ver como se saem”, bastaram três músicas para catapultar dúvidas. Nada mais sair da barricada de fotógrafos e cruzar o público em busca de local seguro, vimos bocas abertas, palmas descontroladas e sorrisos soltos. Todos os sinais de que a situação não poderia estar melhor.

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Pedaleira ligada, caixinhas coloridas de Super Fuzz e Phase apoiadas no chão e conectadas a Fenders Jaguar e uns tipos parrudos chamados Marshall no fundo do palco. Uma combinação porradona, distorcida, grave e com ecos. Após o set combinado e a pedidos a banda ainda soltou “Evil Eye”, “Mongoose” e “Godzilla” para delírio da galera. Já do lado de fora, ainda teve um comentando que show bom tinha que ser igual a sessão de cinema na qual tem várias sessões do mesmo filme por dia. Você assiste, sai para tomar algo e retorna na sessão seguinte e assiste tudo outra vez.

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BAUM Festival recebe a XIX edição Tatuagem de Barcelona e a quin 36


o da Convenção Internacional de nta edição da Arte Sobre Rodas 37


Plaza España, Barcelona 30 de Setembro, 1 & 2 de Outubro, 2016 Texto e Fotos: Mauricio Melo

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os dia 30 de setembro, 1 e 2 de outubro, o Centro de Exposições de Barcelona, Fira de Barcelona, acolheu o Baum Fest que, além da já tradicional exposição de tatuagem, também é o festival de cultura urbana mais importante da Espanha. Baum Festival retornou a capital catalã com a Barcelona Tattoo Expo, por aqui o Baum (Barcelona Art & Urban Movement) é considerado um dos melhores representantes da cultura urbana da Europa. Uma proposta homogênea para esta décima nona edição. Claro que a tatuagem foi o carro chefe do evento e não foi para menos, mais de 300 profissionais vindo dos quatro cantos do planeta demonstraram suas artes. Um dos grandes destaques do evento foram, dúvida alguma, os tatuadores vindo da Nova Zelândia, Tailândia, México, Japão, Polinésia, Samoa e Ilha Borneo trazendo à Barcelona suas tradicionais técnicas (Handpoke Tattoo). Dentre os nomes mais destacados está Su’a Lawrence e Matthieu Duquenois e o japonês Horimasa Tosui junto a mexicana Sanya Youalli com suas tatuagens de pontos (puntilismo em espanhol) e formas geométricas. O polaco Robert Hernandez e seu inconfundível realismo. O alemão Andy Engel além de tatuar ofereceu um seminário sobre as técnicas e equipamentos mais recentes do mercado. Orient Ching de Taiwan e o italiano Antonio Macko Todisco se fizeram presentes. A América do Sul esteve muito bem representada pelos brasileiros Junior e Neto Goussain representando a Tattoo Conection

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Bern, também marcou presença o pessoal da King Seven. Dos nossos hermanos destacamos Javier Obregon, Nano Lucarelli (Tinta Mía), Hernan Chevalie e Rebeca Lopez (Calavera y Diablitos) e Tony (Icaria Tattoo Art). A exposição contou também com esportes extremos e a Final Europeia do Patins In Line além de algumas atividades de Skate e BMX, molecada voando alto com as bikes. Competições de Street Dance e Breaking BBoy Battle também tiveram seu espaço no evento. Num evento de tatuagens, arte urbana e underground é claro que não podem faltar as motos e carros Custom e vimos cada máquina de tirar o fôlego. Aconteceu a sexta edição do Bike show e, pela primeira vez no evento, uma competição entre alunos de uma escola de mecânica junto ao Junior Biker Built-OFF entre jovens talentos e promessas da cultura Custom. As marcas Ducati e Harley Davidson cederam uma moto cada para que aconteça tal competição, que ao final as modificações não foram tão gritantes, um par de detalhes aqui e ali, mas julgando pela idade da rapaziada podemos dizer que estiveram bem. Conferimos também o 2º Car Show Europeu e o 2º Car Show Americano com direito a exposição de modelos únicos e que raramente se veem nas ruas. Para finalizar, destacamos as exibições de suspensão humana, Tribal Trading (piercing), performance de Bondage, um show cover de Johnny Cash, uma exposição fotográfica de Oscar Quetglas, espaço para grafites, exposição do Club Elvis Espanhol toda dedicada ao artista e também Tatuagem Solidária. A Expo de Barcelona vai colaborar com a ONG “Por una sonrisa lo doy todo” que ajuda a crianças de populações carentes do Brasil. Os preparativos para a vigésima edição já foi iniciada, agora é esperar 365 dias. 40


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Sala Rocksound Barcelona, 04/09/2016 Texto, fotos: Mauricio Melo & Snap Live Shots

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pós quase dois meses de inatividade, devido ao período de férias Europeu, acho que já comentamos isso anteriormente, em julho e, principalmente em agosto, uma grande parte da cidade fecha suas portas. Padarias, bares, restaurantes, jornaleiros, empresas, escritórios, etc. Fecham suas portas, seus funcionários, empregados e proprietários dizem um “hasta luego” ou “hasta la vuelta”, empacotam suas coisas e viajam para onde quer que seja: casa de familiares, amigos ou mesmo pagam do seu bolso uma boa viagem. É claro que com os promotores de shows acontecem o mesmo e mais: como organizar shows na cidade se a mesma só está cheia de turistas? É simples, não organize. Mas chegou setembro e para abrir o mês tivemos The Interrupters, a mais nova sensação do Ska americano (Califórnia), com direito a disco produzido por Tim Armstrong (Rancid), e o mesmo participando de vídeos clipes da banda, além de ser tratada na Hellcat Records como a mais nova galinha dos ovos de ouro. Sim, aquele ska punk, assim como o Rancid, que é punk/rock, ska é underground, mas vende tanto quanto bandas do mainstream, com músicas animadas, festeiras, de refrão fácil e que agrada a gregos e troianos e um merchandise de alto nível para vender na barraquinha.

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Após escutar o disco pela primeira vez, não se surpreenda em estar cantarolando a melodia de alguma das músicas enquanto toma um banho. Sim, isso é The Interrupters! Eles tocaram pela primeira vez em Barcelona no dia 4 de setembro, talvez o dia mais quente do ano e num dos menores lugares da cidade, o bar Rocksound. O público se espremia para testemunhar a noite. Sim, testemunhar é a palavra mais correta porque se a situação continuar assim já não veremos o The Interrupters tocando num lugar tão pequeno e tão próximo ao público e sim numa casa de shows, com barricada de proteção na frente do palco e seguranças na frente evitando alguma tentativa de stage dives. A noite demorou a arrancar devido a alguns problemas no som e caixa de retorno do guitarrista, mas a galera já cantava de pulmões cheios alguns dos refrões, o que fez a vocalista Aimee Interrupter saltar diante da galera e acompanhar numa versão unplugged improvisada. Quando os irmãos Bivona se acertaram com o equipamento o quarteto iniciou as atividades de maneira oficial e plugada com “A Friend Like Me” de seu primeiro e autointitulado disco. Na sequência tivemos “By My Side” do recém-lançado “Say It Out Loud” e a temperatura na sala deve ter subido de 40 para 50 graus, o suor escorria corpo abaixo e era difícil até manejar a câmera.

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A festa continuou com “White Noise”, “Take Back The Power” e “She Got Arrested”. Foram umas duas dezenas de temas, para um lugar pequeno e relativamente barato, quem pagou não reclamou. O quarteto apresentou profissionalismo, postura e fez um show de altíssimo nível assim como já havia feito dois dias antes num festival no norte da Espanha. Alguns sinais deixam em evidência de que a banda está bem assessorada, uma boa infraestrutura para se locomover por sua primeira turnê europeia e transportar equipamentos. Outro fato que chamou atenção e aí acredito que pecaram, foi a exigência de que os fotógrafos só poderiam fotografar nas três primeiras músicas e sem flash, tal como acontece nos grandes eventos. Só que, ali na Rocksound, somos underground, shows punks, palco com um palmo de altura e acho que tal exigência sobrou. Mas como disse anteriormente, sendo assessorada pela Hellcat e um grande nome do punk rock como Tim Armstrong, o quarteto já está sendo preparado para o mainstream e podem levar o ska à popularidade da mesma maneira que o Rancid levou o punk rock. Não torçam o nariz, Rancid na Europa, toca até nos auto falantes de supermercados e banheiros de academia. 1, 2, 3, 4!!!!

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Por Pei Fon (peifang@rockmeeting.net) Traduzido por Jonas Sutareli Fotos: Assessorua/ Divulgação

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ndi The Wicked soa bem novo no Brasil. O alemão é guitarrista e lançou seu primeiro álbum solo. Conversamos sobre a cena da Alemanha, suas inspirações, seu cd (claro) e futuro. Confira! Primeiro de tudo, apresente-se aos nossos leitores. Ei pessoal, primeiro eu quero agradecer muito por este entrevista e o apoio à minha música! O que eu poderia dizer para me apresentar? Sou apenas Andi, os amigos que chama “Wicked” e eu amo uma boa música feita à “mão”. Especialmente metal! É a minha paixão, minha vida e será a última coisa que farei antes de morrer! Eu sou um guitarrista de metal! Isso que eu sou e o que me faz feliz! Andi, sua infância teve muita atividade musical, você tocou piano com 7 anos, guitarra aos 13 e eu quero saber de onde veio esse desejo de tocar as seis cordas? Eu tive contato com algumas grandes bandas de Rock Clássico quando eu era jovem e percebi que a guitarra elétrica é um instrumento poderoso. Eu ouvia alguns CD’s de um amigo meu e algumas fitas gravadas que eu encontrava na pequena coleção de música do meu pai. Tinha o ao vivo do Aerosmith “Get a Kick” com o cover de “Red House” do Jimi Hendrix que mexeu bastante comigo e algumas outras faixas como “Fear of the Dark” do Iron Maiden ou “Paradise City” do Guns n’ Roses. Uma co47

letânea de uma revista de guitarra onde “Tush” do ZZ Top foi explicada também foi muito inspirador. O álbum mais inspirador para mim é o ao vivo no Rock in Rio do Iron Maiden! Eu o gravei em algumas fitas para ouvir no meu walkman e ouvi até a fita se estragar. Guitarra é a sua paixão, não tenho dúvidas sobre isso. Qual foi o momento na sua vida que você sentiu o desejo de seguir uma carreira musical? Já pensou em desistir disso? Eu nunca desistiria! Eu lembro do momento que eu detonei uma das minhas guitarras no chão (construída por um luthier da minha cidade) porque uma das músicas mais difíceis do “Freak on Frets” (The Shark Song) era muito difícil para mim àquela época então eu tinha que praticar mais. Depois que eu perguntei a mim mesmo “o que mais você faria se não houvesse música?” e depois de alguns segundos eu soube: nada! Então eu continuei a praticar. Isso foi engraçado quando eu trouxe essa guitarra para consertar. O luthier disse algo como “seu cuzão do caralho, o que você fez?!” Você lançou seu primeiro álbum: “Freak on Frets”, conte-nos um pouco sobre ele. “Freak on Frets” é o meu primeiro álbum solo. Gravei um pouco mais com outras bandas antes. A intenção desta vez foi gravar um álbum


instrumental fácil de ouvir. Eu sei que parece impossível, mas eu não queria apenas reproduzir escalas em alta velocidade ou fazer alguma coisa progressiva. Eu queria escrever canções reais de músicas estrutura com vocais. Era uma tarefa interessante criar algo para vocais sem vocais e sem enfrentar a ameaça de ser chato ou me perder em infinitas Soli. A ideia começou há alguns anos quando eu fiz uma informação de produto de vídeo para uma guitarra. É a guitarra na capa do meu álbum e ela foi construída pelo luthier que eu mencionei na última pergunta. “The Shard Song” foi o resultado. Depois que eu jogado no “Musikmesse Frankfurt” para ele e outra empresa de amplificadores em alguns shows. Foi divertido, então eu decidi gravar “Freak on Frets”. Depois de muitos anos de prática e sessões de gravação intermináveis foi feito! Eu queria - eu fiz isso! “That Rocks” é uma boa faixa de abertura e ela mostra perfeitamente quais são suas intenções. Conte-nos um pouco sobre isso. “That Rocks” é uma música fácil e ela mostra que você pode facilmente substituir algumas soli por vocais. Essa é a razão pela qual essa música é demais e ela fica em seu ouvido por muito tempo! “Classic 5”. Eu acho que não há necessidade de dizer que nós temos aqui uma influência da música clássica, de alguma forma eu sinto que aqui você está falando com a gente sobre suas raízes musicais em 5 minutos, certo? Sim está certa! Eu gosto de música clássica! J. S. Bach é para mim o inventor do Heavy Metal! Ele era alto, forte e revolucionário para o seu tempo! Classic 5 é uma mistura de influências clássicas sons da Nintendo. (Também uma pa48


ródia sobre Malmsteen, mas muito mais fácil). Você diz que você não está indo para “ser o primeiro a construir uma roda”, mas que quer mostrar algo novo no metal. “Freak on Frets” para realmente tem algo diferente. Rápido, emotivo e cheia de vida, é que o que é novo para você? Nada sobre este álbum é realmente novo! Mas: a maneira que eu o fiz! “Freak on Frets” não é um “show de competências” para outro guitarrista! É agradável para todos! Eu tentei criar alguns solos de metal fáceis de ouvir! Eu toco o que eu sinto! Há milhões de guitarristas que são melhores do que eu, mas eu não me importo porra! Eu toco o que eu quero e eu gosto! Se você quer mais: compre um álbum Dreamtheater. Se ele é demais, ouça Punk! Você poderia estar tocando qualquer tipo de estilo, por que você escolheu o metal? Eu gosto do som poderoso e a oportunidade de transportar emoções e mensagens só podem ser feitas com metal pesado! É um sentimento poderoso enquanto se ouve qualquer tipo de metal! Se você está de mau humor no caminho para o seu trabalho ouça “Kreator” e você está se sentindo melhor! Se você quiser se sentir como um herói ouça algo como “Freedom Call”. Bom humor: por que não “Gamma Ray”? O alcance é tão grande que você não pode imaginar! Top 5. Quais são os músicos que inspira Andi? Conte-nos um pouco sobre eles Eu acho que há poucos músicos que eu tenho inspiração. Quando escrevi as faixas de “Freaks sobre Frets” eu tentei evitar soar como qualquer outra pessoa. Claro você pode ouvir semelhanças com outros músicos, mas na 49


minha opinião não há ninguém que eu quero imitar. Eu gosto de muitas bandas! (sem classificar em ordem): Iron Maiden, Gamma Ray, Hammerfall, Kreator, Airbourne, Joe Satriani, Malmsteen e muitas outras! Se você pudesse escolher uma banda para tocar, qual seria ela? Conte-nos sobre. Eu poderia imaginar tocar em cada banda que faz um bom rock de verdade! Exceto essas bandas de hardcore, post-hardcore ou Metalcore. Eu não gosto disso! A minha preferência seria qualquer banda de verdade, melódica ou NWOBHM. Seria uma honra para mim ser guitarrista de ao vivo/turnê para uma banda famosa. Eu gosto de tocar em Shows! Nos últimos anos eu tive alguns compromissos como guitarrista convidado em algumas pequenas bandas. Desde que corrige as minhas habilidades! Se não: Eu tenho que praticar mais! 50

O que você sabe sobre o Brasil, sobre a música brasileira? Quais são as referências que você tem daqui? Eu conheci um monte de caras brasileiros muito legais em alguns festivais aqui na Alemanha e todos disseram existir um grande cena de metal no Brasil. Seria bom verificar isso a qualquer momento! A primeira banda que vem à minha mente é Sepultura! “ROOOOTS”. Eu gosto dessa música! Eu sei que há muito mais! Para terminar, o que podemos esperar sobre “Andi the Wicked” em 2016? Muito obrigado pela entrevista, desejo-lhe muito sucesso. Estou indo terminar este ano com alguns concertos ao vivo. Eu tenho algumas viagens com meninas nuas e a ocasião para deixar meus Marshalls gritarem! Agora estou pensando em outra “Freak on Frets” Há muitas ideias! Muito obrigado pelo apoio!



Por Raphael Arízio Fotos: Banda/ Divulgação

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banda de Punk Rock Iguanas vem se destacando com seu som alternativo na região sul fluminense. Vão levando seu som com destacados shows em grandes festivais na região. Recentemente lançaram um clipe para a faixa ‘Tangente” com sua nova formação. Vamos saber do vocalista Carlos Braz quais as novidades que a banda está preparando. O disco “Respostas Certas Para Perguntas Erradas” foi lançado em 2012, passados esses anos como foi a resposta para esse disco? A resposta foi muito boa, porém, com uma dinâmica muito diferente do primeiro álbum. 52

Com a divulgação praticamente toda feita via internet, algumas músicas tomaram vida própria, como foi o caso de “Não Fique Inerte”. A banda tem pretensão para lançar algum material novo, em vista que o último disco foi lançado há 4 anos? Sim. Já temos muitas músicas em andamento, faltando apenas letras. Achamos 4 anos um período muito longo para ficar sem lançar álbum, mas neste período, tivemos muitos imprevistos e mudanças na banda, até voltarmos com a formação original e ainda acrescentamos mais um guitarrista. Também temos que reconhecer que estamos vivendo toda essa mudança do mercado de gravação e distribui-


ção de música, tudo é muito diferente hoje em dia. Foi lançado a pouco tempo o clipe para a música “Tangente”, como tem sido a repercussão desse clipe? A repercussão foi ótima e nos abriu portas, a exibição do clipe em TV aberta e programas dedicados a divulgação de bandas. Até então nossos vídeoclipes eram totalmente alternativos no esquema “do it yourself”. Com “Tangente” passamos para outro nível, o clipe tem boa direção, fotografia e produção. Estamos muito satisfeitos. A formação da banda é a original com a 53

adição do guitarrista Alan Alves. Como tem saído essa formação nos palcos? E a adaptação de Alan com os membros originais da banda? Desde 2007, quando o baterista Lando deixou a banda, a formação passou por 3 mudanças devido a troca de bateristas. Em 2013, com a volta do Lando, tivemos a formação original, isso era o que queríamos muito, mas surgiram outros imprevistos e precisamos colocar outro guitarrista, que também já era uma ideia antiga. A adaptação foi perfeita, muito melhor do que eu podia imaginar. O Alan é um ótimo guitarrista, tem um jeito muito peculiar de tocar, já curtia a banda e acompanhava os shows, também tem o fato de termos praticamente as


mesmas influências musicais. O novo clipe da banda foi lançado no programa Babilônia do canal Music Box. Como a banda conseguiu essa parceria? Existe a possibilidade de lançar mais clipes por esse programa? No caso do clipe contratamos a Lunar Filmes para produção, no entanto, como o diretor Alex Dusky Araújo é nosso amigo, acabou virando uma parceria. Como disse antes, o clipe nos abriu diversas portas. Acho que ainda teremos o clipe exibido em outros canais em breve.

A banda recentemente tocou em um festival no parque aquático Aldeia das Águas. Como foi essa maneira não usual de festival? O que a banda achou dessa oportunidade? Foi uma experiência muito boa, o festival teve uma estrutura muito boa e uma equipe muito atenciosa, também gostamos muito das bandas envolvidas no evento. Ultimamente temos curtido muito tocar para diferentes públicos, diferentes lugares, amadurecemos e entendemos que esse é um caminho normal para uma banda depois de um certo tempo de trabalho. O disco “Respostas Certas para Pergun-

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tas Erradas” está disponível na internet. Qual a opinião da banda para downloads e o quais as vantagens de ter a internet para a divulgação do seu trabalho? Eu gosto muito de ter a internet como ferramenta de trabalho para divulgação. A possibilidade de fazer seu trabalho chegar a qualquer parte do país ou até do planeta, é muito atraente. No entanto, mesmo depois de todos esses anos usando internet, confesso que não sei te dizer se isso é bom ou ruim para uma banda independente. Pode ser excelente para uma banda como o Radiohead que possui uma excelente estrutura em todos os sentidos, mas

para uma banda independente as coisas não são tão fáceis assim. Alguns integrantes da banda são figuras ativas do underground há muitos anos. Qual a opinião sobre o cenário da sua região? O que acham que poderia mudar para ter um cenário mais forte? Realmente sempre fomos muito ativos no cenário, através de organização de shows, intercâmbio de bandas, edição de fanzines, gravações e tudo mais, mas sempre foi algo natural, sabemos que é uma necessidade de quem escolhe ser independente. Sempre achei que se houvesse uma união maior das bandas facilitaria a divulgação do cenário e consequentemen-


te das bandas envolvidas. Uma casa de médio porte para shows seria ótimo também, mas sabemos esse não é um problema local, infelizmente isso é nacional. Temos que lutar com as armas que temos. Já quanto as bandas, o Sul Fluminense continua com excelentes bandas, sempre se renovando e me surpreendendo. Entre elas: Buzz Driver, Stone House on Fire, Camille Claudel, Quarto do L, The Alchemists, Deaf Kids, Análise Central, D’Hanks, D’Front SA, Mavericks, Monstractor, NÃDA… O disco “Respostas Certas para Perguntas Erradas” foi lançado através da lei de incentivo à cultura de Volta Redonda-RJ. Conta para nós como foi que 56

conseguiram esse incentivo? Os futuros lançamentos também seguirão por esse caminho? Quando estávamos trabalhando o álbum “Respostas Certas Para Perguntas Erradas”, descobrimos que havia essa lei de incentivo a cultura na cidade de Volta Redonda. Todos nós nos perguntavam se não íamos nos inscrever, pois outras bandas já haviam conseguido o incentivo. Demoramos muito pra decidir, acho que fomos uma das últimas bandas a conseguir a aprovação. Foi muito bom, permitiu a gravação, arte e prensagem com uma qualidade excelente, somos gratos a toda a ajuda recebida. Mas não pensamos em fazer isso de novo.



Apresente-se! Olá, eu sou Alcides Burn, publicitário, artista gráfico, produtor de shows e vocalista da Inner Demons Rise, banda de death metal de Hellcife, mas meu foco sempre foi artes.

Quem era você no começo da carreira e quem é você hoje? Acredito que uma metamorfose ambulante (risos). No começo eu apenas fazia artes, depois comecei a descobrir outras coisas como produção, e isso me ajudou muito a evoluir profissionalmente. Já realizou todos os seus sonhos? Ainda falta algum? Alguns sim, mas falta muita coisa... Do que você tem medo? De Altura hehehehe Quando era criança o que você dizia que iria ser? Médico Legista ou desenhista, a segunda opção é melhor né :) Qual foi a sua maior realização pessoal? Acho que ainda está por vir.

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Qual foi o seu pior momento? A perda dos meus pais, meu pai em 2011 e minha mãe recentemente. Qual CD você gostaria de ter feito? Ghotic do Paradise Lost, porque é uma obra prima, nem tem o que falar muito :) O que te motiva? A música e a arte. Houve algum momento na sua carreira que você pensou em desistir? Acho que desistir não, mas dar um tempo sim. Quais são as cinco bandas que você mais gosta? Cite um álbum de cada e fale deles. Paradise Lost – Gothic. Pra mim a obra

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prima da banda, escuto sempre esse álbum, me influenciou muito. Slayer – Seasons in the Abyss. Fiquei de cara quando escutei, não tem nenhuma música ruim nesse disco, tudo perfeito. Disincarnate – Dreams of the Carrion Kind. Único disco da banda, James Murphy destroi nesse trabalho, sempre fui fã dele. Death – Human. Outra obra prima que me fez enxergar o death metal de outra forma, Chuck é o mestre!!! Moonspell – Wolfheart. Para mim o melhor álbum dos caras, outra banda que sou muito fã e tive a honra de participar do tributo a eles. Diante de tantas dificuldades, o que te inspira a continuar na música? A paixão pela música, escrever, compor tocar, tudo isso. Em algum momento você se arrependeu de ter feito algo? Ou de não ter feito? Não me arrependo de nada do que fiz, seja certo ou errado. Você escolheu a cantar. Quem foi o seu ‘mentor’? Sempre curti Death Metal e sempre escutei muitas bandas, mas o cara que me inspirou a ser vocalista foi um grande amigo Rogério Mendez, na época que ele cantou no Decomposed God, outra banda que sou muito fã. Como surgiu o designer na sua vida? 61

Desde pequeno sempre gostei de desenhar, meu caderno do colégio parecia um sketchbook, foi natural. Muito recente você participou de um concurso da banda Keep of Kalessin. Conta pra nós. Descobri esse concurso e resolvi tenta. Até passei uns dias em primeiro lugar nas votações, mas quem ganhou foi o Jean Michel, achei massa o Brasil mais uma vez representando. Logo depois da votação e escolha o vocal da banda, Obsidian C. me mandou um inbox dizendo que tinha gostado muito do que eu fiz e que a arte representava bastante uma letra deles do novo álbum chamada “Dark Divinity” e perguntou se poderia ser usada no Merch oficial da banda, então foi lançada uma camisa que pode ser adquirida no site deles Existe algum tipo de ritual antes de subir ao palco? Não bebo antes do show, apenas água, e procuro me alimentar de coisas leves no almoço e jantar. Todo mundo tem uma mania, qual a sua? Comprar CD e trabalhar escutando música.

Deixa aqui uma mensagem para nossos leitores. Obrigado a Rock Meeting pela oportunidade e fazer parte dessa família. Quem tiver afim de saber mais sobre meu trabalho é só acessar o site (www.burnartworks.com). Têm muitas novidades vindo também da minha Distro.



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