Rock Meeting Nº 113

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Um ano sem meu amigo Em fevereiro de 2018 ainda pensava no que havia vivenciado no ano anterior. Observava os caminhos, querendo buscar sempre mais, e eis que me deparo com uma notícia trágica. Era uma manhã ensolarada de domingo que perdeu o seu prazer. Num grupo de colegas do Rock/Metal, soube de algo que me deixou no chão: um amigo, muito querido, havia sido internado. Passei o dia preocupada, sem saber detalhes, apenas que ele estava numa situação grave. Tentei conter os pensamentos negativos, fiz minhas orações para que ele saísse daquele quadro tortuoso. Chegou segunda-feira e nada de melhora. Na terça iniciaram uma campanha de doação de sangue, e aguardávamos pelo laudo que iria dizer que tipo de enfermidade o acometera. Na tarde desse dia, enquanto sofria de longe e angustiada por uma melhora, veio o anuncio de que ele havia partido. Foi um choque! Lembro perfeitamente desse momento. Passou um filme. Depois tudo ficou em branco na minha cabeça. Não enxergava mais nada na minha frente. Era inacreditável o que estava acontecendo. Ouvia uma canção que dizia ‘life is a short trip’... Nesse momento não consegui segurar as lágrimas. Desaguei nelas sem fazer nenhum esforço. Eu não

queria acreditar. Meus olhos marejados, a cabeça a mil, comecei a lembrar de como ele foi importante para mim num momento difícil que passei. Eu não queria acreditar. Olhava para a foto dele e não quis acreditar. Eu só chorava, não compreendia. Procurei informações para saber se aquilo era verdade... E era. Muitos comentários lindos e reflexivos sobre ele estavam surgindo. Mas eu não tive forças para lhe dedicar meia dúzia de palavras. A vida levou um amigo muito querido, um dos que eu mais confiava, a quem sabia que poderia contar qualquer coisa e ele estaria lá para me ajudar. Até quando necessitava de ajuda, mesmo sem pedir, ele sentia a minha angustia e aparecia de surpresa para tentar me tirar daquela situação. Eu nunca vou esquecer do dia que nos vimos pela primeira vez. Ele me olhou com tanta ternura, que me fez sentir acolhida como jamais me senti antes. Era um olhar de verdade, do sentimento mais puro que pode existir. Nunca vou esquecer. Ainda bem que pude dizer isso para você várias vezes. Fabiano Penna, tu faz uma falta danada. Você sempre terá um espaço especial em meu coração. Amo você, meu amigo! Pei Fon


08 - Metal Reflections - Lord of Chaos 14 - Live - Can’t Keep Us Down 22 - Entrevista - Anathema 30 - Skin - Cuide de si mesma 40 - Entrevista - Eve Desire 50 - Capa - Phil Anselmo 58 - Live - Haken 64 - Live - Watain 72 - Review - Vídeo 76 - Live - Ktatonik 2019

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DIREÇÃO GERAL Pei Fon CAPA Alcides Burn Jonathan Canuto

COLABORADORES Bárbara Lopes Bruno Sessa Edi Fortini Marcos Garcia Marta Ayora Mauricio Melo Renata Pen Samantha Feehily

CONTATO contato@rockmeeting.net www.rockmeeting.net


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á algum tempo tem sido divulgado o lançamento do filme Lords of Chaos, bem como já surgem trailers na internet. Estou ansioso pelo lançamento agora em Fevereiro, pois existem boatos na internet que o filme chegará aos cinemas do Brasil (pode ser que já tenha sido lançado quando lerem estas palavras). O diretor do filme é Jonas Åkerlund, que tocou bateria no Bathory (na coletânea Scandinavian Metal Attack de 1984), hoje conhecido profissional por trabalhar com gente como Lady Gaga, Madonna, Metallica, Roxette e outros. Em uma estranha coincidência, o primeiro trabalho de Jonas como diretor foi o vídeo de “Bewitched” do Candlemass, onde o finado Dead (Per Yngve Ohlin), que cantou no Mayhem, aparece... Dessa forma, já é previsível termos um trabalho de alta qualidade em termos de filmagem, o elenco é bom. Mas será que Lords of Chaos vem? Se pararmos para pensar, somente uma banda do primeiro time ousou fazer um filme para cinema (o Metallica). O Mayhem é uma das bandas mais importantes do Metal extremo mundial, mas o gênero é essencial-

mente underground. Seria bem mais rentável um filme sobre o Slayer que um sobre o Mayhem em termos de nome e fama. Ele já teve uma exibição no Sundance Film Festival de 2018, no Park City, em Utah (EUA). Em uma visão muito pessoal, a verdade é que a história de Lords of Chaos possui algo que mesmo bandas gigantescas não possuem: um “appeal”, ou seja, apelo. Digamos assim: não existem dramas, polêmicas, ascensões e quedas ou algo que tornasse uma empreitada desse tipo válida para os grandalhões. Mas no caso do Mayhem, mesmo que dê prejuízo, a história tem tudo isso e é realmente fascinante. Agora, explicar tal afirmação leva minha mente a voltar anos no passado e lembrar muitas coisas da época... Em 1993, não existia internet popularizada e as informações vinham em formas de revistas. Por isso, a percepção da época era de que o estilo (Black Metal) estava morto desde 1988 (inclusive Nick Holmes do Paradise Lost chegou a mencionar isso em uma entrevista), já que as bandas dedicadas ao gênero haviam parado ou mudaram de estilo -8-


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(basicamente, o trio do German Thrash Metal inteiro fez isso). Hoje, já temos a percepção que quando uma vertente do Metal sai de evidência, ela apenas retorna ao underground enquanto outras se tornam sucesso. Voltando: foi a primeira vez que ouvi falar no Mayhem. Já havia ouvido um trecho de “A Blaze in the Northern Sky” do Darkthrone e não havia levado a banda a sério (estranho para quem acabou se tornando fã deles com o passar dos tempos), e em uma finada revista, surgiu uma matéria com Burzum e Mayhem, falando (pouco) da música e (muito) da queima de igrejas que ocorreram na Noruega (terra natal de ambas as bandas, e que mostrava os primeiros sinais de uma cena nacional sólida e com muitos nomes a apresentar). E ainda tinha a questão do suicídio de Dead em 1991, que era romantizada em muitos aspectos. Qualquer pessoa normal diria que aquilo tudo era loucura. Mas o mundo por lá virou de ponta a cabeça com o assassinato de Euronymous (Øystein Aarseth, guitarrista e mentor do Mayhem) por Varg Vikernes (hoje Louis Cachet, nascido Kristian Vikernes, único membro do Burzum) em agosto de 1993. E foi o ponto de partida para a investigação do cenário, onde se descobriu o assassinato do homossexual Magne Andreassen em 1992, por Faust (Bård G. Eithun, baterista do Emperor na época), fora uma caça às bruxas enorme que chegou a levar Samoth (Thomas Thormodsæter Haugen, guitarrista do Emperor) a ser preso em 1994 pelo incêndio da igreja de Skjold. O estopim de tudo: uma entrevista dada por Varg ao jornal Bergens Tidende, em janeiro de 1993, com o título “Vi tente på kirkene” (“colocamos fogo nas igrejas”). Tentando jogar um pouco de luz so- 10 -


bre tantas coisas ruins, a verdade é que, na época, a maioria dos músicos daquele cenário específico era composta de adolescentes entre 14 e 20 anos, a idade em que todos nós somos rebeldes e aprontamos todas. O que pode ter acontecido: o suicídio de Dead, o incêndio da primeira igreja por Varg, e o assassinato cometido por Faust elevaram o nível de extremismo do cenário que antes era apenas musical. O que antes era quase como uma brincadeira infantil ganhou contornos criminosos, já que o radicalismo ideológico se fez presente. Existe farta documentação e entrevistas sobre o assunto, logo, que cada um pesquise. Simplificando: muito que tem a ver com a rebeldia da adolescência aliada ao radicalismo (quando se transforma música em ideologia) e à falta de noção de limites éticos e morais. Não se separou o que era fantasia do que era real, e moralmente errado. Mas se pensarmos no outro lado, foram anos em que obras clássicas que reformataram todo um estilo foram lançadas. Mayhem, Burzum e Darkthrone se tornaram os pilares de um estilo tido como morto, e influenciaram (bem como ainda influenciam) todas as gerações de lá para cá. Dead é visto como um herói por muitos, Euronymous inventou uma nova forma de se tocar guitarra para o gênero (copiada até hoje), enquanto Varg criou o que chamamos de Black Metal atmosférico. Você, leitor, pode não gostar delas ou mesmo de Black Metal, mas tem que admitir: esses sujeitos criaram algo novo. Confesso que tive um “delay” em aceitar o estilo nesse formato. A “estética do feio”, usada nas gravações, era intragável para mim por estar acostumado às produções de alto nível dos anos 80, bem como a - 11 -


geração dos segundos discos de Death Metal do início dos anos 90 (os primeiros, muitas vezes, tinham qualidades sonoras sofríveis, e ainda bem que Scott Burns ajudou a achar uma forma de gravar e mixar o gênero). Imaginem dar de cara com discos como Live in Leipzig, Transilvanian Hunger ou Det Som Engang Var. Foi necessário tempo minha percepção mudar, coisa que ocorreu quando ouvi Satyricon com Hvite Krists Død e Ancient com a trinca Trumps of an Archangel,

Huldradans e The Call of the Absu Deep. Aí não teve mais jeito, e o gênero é um de meus favoritos até hoje. No mais, fica a ansiedade de assistir ao filme na estreia, bem como uma certeza: se Lords of Chaos chegar aos cinemas brasileiros, você pode ir parando de capirotagens na internet, já que sua mãe pode jogar seus discos, camisas e pôsteres fora depois de assistir ao filme. Boa diversão! - 12 -



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Data: 01 & 02 de Fevereiro de 2019 Local: Ateneu Popular 9 Barris Texto e Foto Mauricio Melo

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im, é isso mesmo o que está escrito no subtítulo. O Punk Hardcore vive tempos dourados em Barcelona, algo que vinha se desenhando há muito. A cena é forte, bandas surgem com facilidade e qualidade, shows organizados com frequência, tanta que muitas vezes temos dois ou três shows no mesmo dia em diferentes pontos da cidade. Ou mesmo um fim de semana bastante agitado. Assim como comentamos em outras ocasiões da ascensão da banda Crim, que se tornou um verdadeiro fenômeno recentemente, nosso festival que por sinal, o mesmo Crim tocou por lá há umas três edições anteriores antes de serem o que se tornaram, um banda que lota a clássica sala Razzmatazz. Pois sim, se buscarmos em nossos arquivos ou mesmo em galerias de fotos, veremos que nosso festivalzinho CKUD já não se realiza numa pequena sala e sim na maior sala do Ateneu Popular, algo como um centro cívico com excelente infraestrutura. Uma organização de alto nível, comida vegana, cerveja artesanal, organizadas mesas de merchandising, horários dentro dos previstos, um som espetacular e um ambiente quase fa- 16 -


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miliar. Digo quase porque o familiar tínhamos antes, agora tivemos 500 pessoas na sexta-feira e 700 pessoas no sábado, dando inveja a muitos promotores de eventos na cidade. Tudo isso no DIY e que pelo visto não vai parar de crescer. É sempre difícil abrir um festival, mas a banda SUA teve competência suficiente para atrair os primeiros olhares da noite. Na sequência tivemos os Vascos do Worth It apresentando músicas de seu novo disco, Better Ways. Se você é fã de Terror ou No Turning Back, está aí uma boa pedida. Já o Appraise marcou presença como time da casa, além de uma boa banda, parte dos integrantes são os organizadores do evento. Apresentaram um set intenso com músicas que já estão na ponta da língua da galera além de de “Warriors” do Judge. O Shorebreak foi um dos shows mais esperados do evento. Hardcore dos anos 90 e extinta há muito, se reuniu para esta apresentação e não decepcionou. Habituais em nossas linhas o Teething também passou por lá e derreteu tudo com seu Grindcore/Crust. Também tivemos bandas gringas tocando por lá, uma delas foi o Spark, da Alemanha, excelente nível. Já no sábado, abrimos nossas atividades com Serpent, banda relativa nova com integrantes de grupos conhecidos, com a ideia de curtir algo diferente. Lembra bastante Hot Water Music, Fugazi e Sparta, porém com letras cantadas em catalão. Em seguida, tivemos duas bandas alemãs, o mais interessante é que pareciam serem as mesmas, porém com vocalistas e estilos diferentes e que deixou a mesma sensação, a de que o Hardcore alemão é bem Volkswagen das antigas: bruto, duro e indestrutível. Total Reality e The Fog são os no- 18 -


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mes. Um festival assim não poderia ser o que é sem uma banda feminina, Hexen de Bilbao foram as escolhidas para dar beleza e melodia na noite de sábado antes do punk rock melódico do Wild Animals e do punk mais cru do Arrest que, de verdade, foi um dos pontos altos da noite. Quando digo um dos não digo o ponto alto da noite, este já estava reservado ao Constrict desde o momento em que foi anunciado que este seria o último show da banda, fim de um ciclo e um grande representante local. Quem fechou a noite foram os americanos do Cold World, deixando a pista como um verdadeiro campo de batalha com seus riffs, uma apresentação com letras maiúsculas. Se o vento continuar soprando dessa maneira, o CKUD vai ter que procurar um novo e maior recinto num futuro próximo. Hardcore Lives!

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Texto e Foto Edi Fortini

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egressando ao Brasil após dois anos, o Anathema veio para datas incluindo as cidades de São Paulo e Florianópolis com sua turnê “Acoustic Resonance”, comemorando os 20 anos do álbum “Alternative 4”. O Rock Meeting esteve no show do dia 2 de fevereiro, em São Paulo e conta abaixo como foi. Os paulistas já estavam habituados com performances acústicas de músicas do Anathema desde que Danny Cavanagh e Anneke van Giersbergen estiveram por aqui há muitos anos. Foram muitas lágrimas com essa dupla que funciona tão bem junta. Depois disso, rolaram shows solo (e novamente acústicos) do Vince Cavanagh no Overload Music Fest de 2016 e o próprio Danny Cavanagh retornou com seu set acústico, só que dessa vez sozinho, ano passado. O que teria de especial esse show? Duas coisas importantes: Comemoração dos 20 anos de Alternative 4 e a participação honrosa de Duncan Patterson, membro da banda de 1991 a 1998. - 24 -


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Acoustic Resonance é uma “versão reduzida” da turnê Resonance que rodou alguns países alguns anos antes e que além de Patterson, trouxe também o primeiro vocalista Darren White, responsável pela fase de vocal rasgada que tanto alguns fãs sentem falta. Com o custo elevado para a América do Sul, tivemos que nos contentar com esse set acústico, mas que em nenhum momento deixou a desejar aos outros shows acústicos que rolaram fora. Alguns dias antes, durante o show no Chile, Vince tirou alguns minutos para falar da importância de Patterson para o grupo, que esteve com a banda do primeiro álbum até o lançamento, de fato, do Alternative 4. Apesar da banda ter mudado tanto seu lado sonoro e suas influências, alguns riffs e momentos dos sons antigos estão presentes nas músicas atuais. Abrindo o show com “Springfield”, do último álbum da banda, The Optimist, notou-se que uma voz feminina se mostrou de uma falta imensa ao grupo, mas o show foi impecável, Vince Cavanagh está com um vocal mais poderoso do que nunca e o show foi memorável pela honra às antigas origens. O setlist se baseou em voltar pelos álbuns da banda até chegar ao homenageado Alternative 4. Essa volta ao tempo contou ainda com One Last Goodbye, as três partes de Eternity que trouxeram um momento belíssimo e Angelica, sempre bem-vinda por todos os fãs de todas as fases da banda. Do próprio “Alternative 4” rolaram 5 músicas: Destiny, Fragile Dreams, Inner Silence, Lost Control e Shroud of False. Com o bis tivemos Are You There? com Danny cantando, Flying que trouxe Vincent de volta ao palco e as covers de Eleanor Rigby (dos Beatles) e Comfortably Numb (do - 26 -


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Pink Floyd). Pra ser perfeito, poderia ter rolado umas músicas do Serenades (como Sleepless), além de Restless Oblivion, mas acredito que cada fã ali presente teria sua própria receitinha do “pra ser perfeito”, então por enquanto só nos resta nos contentarmos com esse set até o presente momento, de retrospectiva. Que venham mais comemorações, pois há tantos álbuns diferentes entre si e com suas incríveis peculiaridades que podem render turnês ótimas. Setlist: 1. Springfield 2. Untouchable, Part 1 3. Untouchable, Part 2 - 28 -

4. Thin Air 5. One Last Goodbye 6. Fragile Dreams 7. Shroud of False 8. Lost Control 9. Destiny 10. Inner Silence 11. Eternity Part I 12. Eternity Part II 13. Eternity Part III 14. Angelica 15. Hope Bis 16. Are You There? 17. Flying 18. Eleanor Rigby 19. Comfortably Numb



Por Samantha Feehily (Wonder Girls )

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uidar de si mesma precisa estar entre as coisas mais importantes, pois além da autoestima, o cuidado faz com que nossa vida seja melhor aproveitada. Esses cuidados precisam ser desde cedo, toda a personalidade é formada até aproximadamente os 5 e 7 anos, a partir principalmente de como as outras pessoas nos tratam. Por isso que damos tanta importância à infância. Nos primeiros anos de vida, a presença de figuras parentais (pai e mãe) é essencial na formação não só da autoestima, mas de todos os sentimentos que transmitam segurança, confiança e amor. Acredito que a autoestima juntamente com o amor-próprio é a base para o ser humano. É a cura para todas as dificuldades, sofrimentos e vou mais longe, é a cura para todas as doenças (origem emocional) e relações destrutivas. As pessoas estão emocionalmente doentes, o remédio é um só: amor, principalmente, por si mesma. A busca pela autoimagem perfeita vem - 30 -

de questões de personalidade (individual) mas também sociais (modelos socialmente valorizados). Se a busca pelo corpo ‘ideal’ for dentro de limites físicos e psicológicos saudáveis e coerentes com o corpo da mulher pode ser positivo porém se tornar uma ‘obsessão’ e único foco da vida pode trazer danos psicológicos e físicos. A busca exagerada pelo corpo perfeito e a falta flexibilidade para lidar com as naturais limitações e imperfeições do corpo pode levar a distúrbios psicológicos como anorexia, bulimia, depressão entre outras patologias. A distorção da autoimagem e excesso de exigência para obter o corpo perfeito fazem com que a busca pelo emagrecimento seja constante e sem fim. A cultura do feminino como foco de atração e de objeto sexual levam as mulheres a terem a necessidade de sentirem-se aceitas socialmente somente se tiverem o corpo ‘ideal’, ou seja, seguir os padrões e modelos socialmente estabelecidos.


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É importante que se cuide do corpo de maneira saudável, orientada por médicos e até se necessário por psicólogos para a busca por um equilíbrio entre corpo e mente saudável. Ter uma boa imagem de si próprio, cuidar-se aceitar seus limites e modelagem do seu próprio corpo é fundamental para uma vida saudável. Sedentarismo em nossa cultura atual está associado a estilo de vida, prioriza-se atividades de trabalho (produtividade) e pouco tempo se reserva para cuidado da saúde e até lazer (como hobby). Numa vida acelerada aonde as pessoas sentem-se pressionadas pela falta de tempo se consegue pouco espaço na vida diária para exercitar-se e priorizar a busca pelo bem-estar. O hábito de exercitar-se pode estar presente em pessoas com perfil com mais disposição para investir em diferentes áreas da vida, com força de vontade para colocar em prática hábitos e com certeza com uma tendência a auto-cuidado, busca por um corpo mais saudável. O comportamento de exercitar-se deve fazer parte do hábito das pessoas para que ele tenha a médio e longo prazo resultados benéficos e duradouros na saúde geral das pessoas. Exercitar-se promove melhoria na qualidade da saúde biopsicossocial das pessoas, na medida em que promove melhoria do funcionamento físico, melhoria do humor (exercício estimula a produção das substancias responsáveis pelo humor) e maior disposição para interações sociais. Realizar atividades físicas regularmente possibilita: Melhoria do funcionamento fisiológico, evitando doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes... Melhoria do humor, com mais disposição para realizar as atividades diárias. Possibilidade de conseguir realizar suas atividades com mais êxito e asserti- 32 -

vidade. Maior disposição e otimismo frente a rotina diária. Melhoria das relações afetivas já que há melhoria no humor. Para manter as energias corporais é preciso ter equilíbrio mental. Cuidar da mente é importante para manter o organismo longe de ameaças e ter uma vida mais saudável. Já se sabe que o sistema imunológico responde aos estímulos mentais e que a nossa percepção acerca das nossas vivências influenciam diretamente na proteção do organismo cria contra os males. Mas as vantagens da mente equilibrada vão além. É preciso força para enfrentar os problemas da vida. Os cuidados com a mente são essenciais para o fortalecimento do indivíduo diante de qualquer obstáculo. Lidar de forma saudável com os problemas é importante para não perder o equilíbrio. Autoconhecimento é um ganho muito frequente no processo de psicoterapia, mesmo que seu objetivo principal seja adquirir novos comportamentos como, por exemplo, ser mais extrovertido, falar em publico, superar síndrome do pânico, motivação, etc.Tanto a mudança de comportamento como o autoconhecimento podem ser o foco principal da psicoterapia. Mas a psicoterapia de autoconhecimento será mais profunda, pois poderá entrar em áreas que até então estavam inacessíveis de sua consciência. Ter mais controle sobre sua própria vida. Assim que você se entender, assim que souber o porquê de agir e reagir da forma que faz hoje você terá todas as ferramentas para agir e reagir da forma que escolher, e não mais no automático. A melhor definição de saúde mental é a capacidade de optar. O autoconhecimento lhe oferece a oportunidade para saber quais seus conteúdos mentais mais significativos, quando entra-


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ram em sua mente e como fazer para melhorá-los. Olhar para frente pode ser mais uma frase que se usa corriqueiramente, no entanto para pessoas que buscam fazer a diferença em suas ações, que querem mudanças em sua vida e transformar velhos hábitos em novas perspectivas... OLHAR PARA FRENTE SIGNIFICA assumir a direção da sua vida, parar de sentir-se fruto do Azar, obra do insucesso, vítima de suas próprias atitudes e MUDAR... transformar sua vida através de novos desafios, novos hábitos e uma nova Imagem de si próprio. É MOVIMENTAR NOSSO PSICOLÓGICO...NOSSA MENTE!!! Ao olhar para frente precisamos examinar o que está dentro VOCÊ...veja o que precisa ser mudado, mas também o que você faz bem, quais características suas lhe deram sucesso em diferentes áreas de sua vida, use-as para transformar o seu futuro (o caminho a sua frente). embre: Sucesso não precisa ser aquilo ‘esplêndido’ que você faz, mas podem ser as suas competências diárias para tocar sua vida. Foque nessas suas ações para impulsionar você a transformar sua saúde, criar novos hábitos, reservar um tempo para você... Enfim se olhar mais e poder criar ações que transforme você hoje e lá na frente!!! Mas para impulsionar você a novos cuidados é preciso romper com o velho comportamento (hábito), enfrentar o desafio e o novo, romper com sua Zona de Conforto, o que é difícil para a maioria das pessoas, pois há o medo da ‘dor’ da mudança. Por exemplo, você deseja mudar de emprego, mas teme a dor de enfrentar as possibilidades do sucesso ou insucesso, quer perder peso mas teme enfrentar a dor de restringir alimentos, um atleta quer realizar novas técnicas mas teme a dor do desconforto do novo esforço e quer mudar alguma crença a respeito de si (ficar - 34 -

mais bonita, mais atraente) é necessário mudar a crença e percepção de si próprio. A Percepção de si próprio como um caminho que possibilita autoconhecimento e consequentemente leva você para frente... a olhar e andar para a frente. Para largar as coisas velhas romper com sua zona de Conforto vale pensar sobre: Olhar para si próprio (tem que ser uma decisão consciente) Reconhecer-se (examine-se de verdade); Cuidar de si próprio (um tempo para cuidar de diferentes áreas de sua vida); Amar a si próprio (não vale amar-se pela metade com pena de si); Rir de si mesmo (assim a cada erro avalie-se modifique e siga novamente); Relacionar-se consigo (com seu EU REAL confrontando seu EU IDEAL e lutando para se transformar em um EU LEGAL E ADMIRÁVEL!!); Reconheça suas crenças (veja quais são importantes, quais podem ser flexibilizadas e quais mudadas, pois está atrapalhando seu andar); Reconheça seus medos (esses podem ser importantes tirar dos esconderijos escuros do SEU psicológico); Se projete no futuro, (sonhe, mas Realize mudanças, AJA); Exercite sua mente o que você quer mudar em você e como você quer sentir-se ao olhar no futuro... Lá na frente. OK... Então liste para cada mudança uma ação (atitude) que você precisa fazer para alcançar mudanças e sentir-se em MOVIMENTO EM AÇÃO.. Olhando e ANDANDO PARA FRENTE! Programe o tempo que você precisa para realizar cada ação que desejar fazer. 5 sugestões para ajudar a exercitar o


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amor próprio: Tome consciência que ter atitudes positivas é uma escolha - Por muito difícil que seja admitir, você escolhe sempre os estados emocionais em que se encontra, pode é ter mais ou menos consciência disso. Lembre-se que os sentimentos, são isso mesmo, sentimentos que se referem à percepção que estamos a ter em relação a alguma coisa que está a acontecer na nossa vida. Como tal, os sentimentos em si mesmo, não são bons nem maus, são apenas informação. Nós é que interpretamos como bom ou mau, aquilo que sentimos, e a partir daí, escolhemos a atitude a ter face à situação que estamos a viver, ou aquilo que estamos a pensar. Aquilo que importa você saber: é que perante a sensação que se tem de sentimentos e pensamentos negativos, pode aceitar o que está a sentir, e depois, mudar o seu estado interno e colocar-se numa atitude positiva, com pensamentos orientados para a solução. Livre-se da negatividade - Se você pretende viver uma vida de alegria e felicidade, não pode de forma nenhuma alimentar os seus pensamentos negativos, movimentar-se de acordo com eles e muito menos tomar decisões num estado crônico de negatividade. Os pensamentos passam na sua cabeça tal quais os balões de fala nos livros aos quadradinhos de banda desenhada. Se partirmos desta analogia, isto é capacitador pois permite-lhe aplicar a técnica que apelido de Zoom. À medida que os pensamentos vão surgindo na sua cabeça, se tomar consciência deles, e verificar que são destrutivos e incapacitantes, não tem necessariamente que os seguir, nem tão pouco tentar eliminá-los. Ter pensamentos negativos não é pernicioso. O que prejudica é deixarmo-nos dominar por eles, e tomar decisões baseadas nesses pensamentos dis- 36 -

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torcidos pela percepção ou incapacidade do momento. Olhe para o lado positivo da vida - Podem não existir aspectos positivos em tudo. Acredito que muitas coisas não têm nada de positivo ou construtivo na nossa vida. E por certo todos nós já fomos confrontados com situações destas nas nossas vidas. Quanto a estes acontecimentos nada podemos fazer, dado que não os controlamos. Mas as respostas e reações a eles, sim, podemos escolher o que fazer, que ações tomar e que atitude ado-


tar. As coisas que nos acontecem, em si mesmas podem não ser positivas, mas a forma como nos organizamos minimiza os danos colaterais ou a tentativa de reverter a situação, essa sim, pode e deve ser positiva. Está ao nosso alcance e depende unicamente de nós. Reforce a positividade em si - Assim que consiga começar a detectar os padrões de negatividade e tomar controlo sobre os seus pensamentos e consequentes decisões a tomar, as suas redes neuronais irão iniciar um - 37 -

processo de mudança e reforço. Cada vez que conseguir reverter um estado de incapacidade ou uma atitude negativa, para uma atitude mais capacitadora e positiva, esses caminhos neuronais que foram ativados aumentarão a sua força de resposta. Isto quer dizer que aumentou a probabilidade de voltar a pensar da mesma forma em situações futuras, até que se estabeleça um padrão de respostas comportamentais mais satisfatórios. Este processo funciona como quando se treina um músculo, quanto mais exercitar este tipo de


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raciocínio, mais forte ficará. Partilhe a sua felicidade com os outros - Você precisa ser positivo consigo próprio perante este novo e renovado padrão de atitude positiva para que possa realmente ter efeito, mas necessita igualmente mostrar-se positivo com os outros. É reforçador e reconfortante a partilha da sua positividade ao mundo. Existe uma forma muito simples de poder executar isto. Seja agradável com as outras pessoas, diga a alguém que simpatiza com ela. Elogie alguém por alguma característica que goste nessa pessoa. Diga a alguém muito significativo para você, o quanto o ama e como - 38 -

essa pessoa é importante. Quando alguém estiver em baixo, não se junte nas lamurias, puxe-o para cima, anime-o. Compre-lhe um presente, convide-o a tomar um café. Perceba em si o quanto de bom tem para oferecer para os outros. Olhe para si como alguém que também é capaz de ajudar os outros. Tente não apenas tratar os outros como gostaria de ser tratado, mas também considerar como eles gostariam de ser tratados. As pessoas apreciam a positividade e quanto mais você compartilhar com os outros, mais você pratica a atitude positiva reforçando-a na sua própria vida.



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Texto Raphael Arízio | Foto Banda/Divulgação

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ve Desire pode ser considerada um fenômeno. Já foram considerados umas das melhores bandas cover de Nightwish do Brasil, se arriscaram com material autoral e conseguiram mais de 4 mil visualizações em seu primeiro material próprio e em um único dia, além de chamar atenção do músico e produtor Thiago Bianchi. Infelizmente devido a vários fatores a banda teve que dar uma pausa em suas atividades. Mas retornaram com tudo lançando o single e vídeo para Quantica, que vem obtendo um ótimo destaque. Conversei com o tecladista Cappia para saber como andam os preparativos para o lançamento de seu primeiro disco e também mais sobre a carreira. A banda começou como cover do Nightwish, por que essa banda especificamente e por que resolveram começar com tributo ao invés de autoral? Escolha pelo Nightwish foi por conta da técnica. Arya é cantora lírica por formação, e NW facilitava para cantar. Ainda mais porque pegamos a fase Tarja. O tecladista, Cappia, também é de formação erudita e isso facilitava para ele também. Usamos o cover para ganhar experiência de palco, entrosa- 42 -


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mento de banda, e ganhar estrada. Se aprende sobre palco no palco. Eve Desire foi reconhecida como um dos melhores covers do Nightwish e chegou a incrível marcar de 100 shows por ano. Como foi para vocês essa experiência? Chegaram a ter algum reconhecimento da banda oficial? Foi muito mais do que prevíamos. Aprendemos muito e muitas portas se abriram pela qualidade do nosso cover. Chegamos perto da Tarja ano passado no show dela em São Paulo, foi sensacional. Arya e Cappia ganharam de presente de casamento um CD autografado deles em 2012, que nos foi entregue pela responsável pelo Deusas do Rock Brasil. Nunca pretendemos ser tributo, mas sempre fizemos o cover com o respeito necessário. Em vista de todo o sucesso que tinham como banda cover, por que resolveram arriscar e trocar para músicas autorais? O que levou a banda a tomar essa decisão? O objetivo sempre foi o autoral. Aqui a cultura do cover é muito forte, mas achamos que todo músico de alma quer fazer a sua música. Assim que batemos os 100 shows, lançamos a Vitruvia (demo) e ali começou a Eve que planejamos. Sempre teremos o NW como maior influência, mas sempre esteve nos planos ser banda de verdade com som autoral. Após a mudança para banda autoral vocês lançaram a demo Vitruvia. Como foi a recepção dessa demo e qual a importância dela para o Eve Desire? A recepção foi muito bacana! Vitruvia estará no nosso álbum, mas agora já com a mão do produtor e totalmente repaginada. Ela foi a - 44 -


nossa primogênita e nos firmou no mercado como banda de som autoral. Mais do que isso, ela chamou a atenção de diversos produtores, e acabamos fechando com o Thiago Bianchi, que já tem currículo nesse segmento e foi, sem sombra de dúvida, nossa melhor escolha. O clipe da faixa título da demo obteve lançamento pela UOL e teve mais de 4 mil views em um dia. Como foi para vocês ter essa recepção gigantesca e como conseguiram lançar esse clipe pela Uol? Quando vimos esse número demoramos a acreditar! Mas foi feito com tanta dedicação e foco, que era justo (risos). Vitruvia havia sido lançada no nosso soundcloud, e um dos responsáveis pela Rádio UOL ouviu. Daí veio o convite para fazermos o lançamento do clip, que até então nem existia. Gravamos e editamos o clip em quatro dias, e demos sorte de ter um espaço mínimo que dava para gravar (nós temos um estúdio – Yourtrack Estúdio) e mais sorte de ter um baixista que trabalha com vídeos (Ramadoni, nosso baixista). Ele dirigiu e editou e entregamos para a UOL lançar o clip. Tudo levou quatro dias. Foi uma loucura. Após todo esse sucesso a banda assinou com o produtor e músico Thiago Bianchi para a produção do primeiro disco. Como foi feito esse contato e o que Thiago pode acrescentar para o som da banda? Uma conhecida do baixista mostrou o som para o Thiago, que fez contato para produzir o álbum. De cara, rolou identidade, para o nosso estilo não tinha melhor escolha. Ele já trabalhou em álbum da diva Tarja, é o cara - 45 -


do Shaman, enfim. Melhor currículo para metal sinfônico. Ele fez o álbum alcançar patamares até então surreais, desde a parte musical até a parte negocial. Com o tempo aprendemos a simplesmente deixar o cara trabalhar e conduzir as gravações e demais coisas, ficou muito bom. Ele extraiu de cada um o máximo possível para esse momento. Ensinou como conduzir os negócios, enfim, está sendo uma verdadeira escola. A banda foi forçada a parar as atividades devido as duas gestações da vocalista Arya e a problemas de saúde do produtor Thiago Bianchi. O que motivou o retorno da banda, e como foi para vocês ter que parar mesmo tendo conseguido toda essa repercussão? Faz parte da vida. Tem horas que não temos opção e tudo tem seu tempo. Arya e Cappia têm um conservatório musical, que havia aberto na mesma época que montamos a Eve. Uma empresa nova requer muita, mas muita dedicação. A grana havia acabado, tudo estava investido. Com o casamento deles e leve diferença de idade entre eles, os planos de completar a família e a necessidade de se dedicar a esses dois projetos veio na frente. E nesse intermédio, tocamos muito cover e aprendemos muito, abrimos muitas portas. Hoje sabemos que tudo foi como tinha que ser. Nesse tempo, o Ramadoni também saiu e voltou, e sempre soubemos que ele era o bass da Eve, por muitos motivos. O Paulo também, foi e voltou. Idem. E agora o Fábio Matos, um guitarrista do estilo, assume as cordas elétricas junto com o Ramadoni. O power metal voltou para a alta de mercado. Tudo aconteceu da melhor forma possível.

orquestral da faixa de abertura do CD comemorativo aos 25 anos de carreira do Edu Falaschi. Como foi feito esse contato e como receberam a ótima repercussão que teve na imprensa especializada, inclusive recendo nota 10 na revista Roadie Crew? Na época, a assessoria de imprensa que nos acompanhava nos convidou para fazer parte. O arranjo foi feito pelo Cappia, gravado, editado e masterizado no nosso Estúdio. A avalição da revista foi um dos nossos melhores momentos, pois deram destaque à nossa faixa. Ali pudemos mais uma vez firmar nossa raiz erudita e foi um prazer enorme participar. Foi lançado em 2018 o single Quantica. Como tem sido a repercussão desse

Após o retorno, a banda fez o arranjo - 46 -


material novo? Tem suprido as expectativas de vocês? O material está quentinho, foi lançado 15/12/18. A repercussão tem sido a melhor possível. Quantica reflete nossa verdade, é o que gostamos de ouvir e fazer. Agora está também on-line nos streamings e a ansiedade aumenta. Não vemos a hora de ver toda a plateia cantando junto com a gente nos shows!

servatório Ever Dream, de propriedade de Arya e Wagner. Na época da gravação do clip ainda estávamos sem guitarrista e o Maurício estava sem banda, pois foi o fim do Matanza orginal. Então, convidamos e ele topou, para ter possibilidade de fazer e mostrar coisas diferentes, e para nós foi uma honra tê-lo em nosso clip. Com certeza chamou ainda mãos a atenção! O último lançamento da banda foi o clipe de Quantica. Como tem sido a repercussão do vídeo? Conta como foi a produção desse play. A direção do clipe foi do Bianchi e do Daniel Mazza. Tudo foi feito dentro do Fusão, e levou muitas horas de trabalho. O roteiro também foi deles dois. O conceito é de apresentar a banda em diversos quadros, pois o tema do

O single teve participação de Mauricio Nogueira (Matanza), algo não muito comum com o estilo da banda. Como foi feito esse contato e por que escolheram Mauricio para participar? O que ele pode trazer de diferente para o som da banda? O Maurício é professor de guitarra no Con- 47 -


álbum é tempo e espaço. Quantica fala sobre tempo e espaço. E apresentar uma soprano heavy metal, além de mais um vocalista do estilo. Deu certo! Está elegante, pesado, tudo que nos traduz em imagens e som.

Arya é fã de carteirinha da Tarja (risos). Floor manda muito bem também, é sensacional. A Anette era a que menos combinava com as músicas que haviam sido compostas para o vocal lírico da Tarja, mas as músicas compostas para ela também eram incríveis. Trocar integrante faz parte da vida! O bacana é quando uma banda se torna tão grande que independente de quem está nela, ela vive, ela é som!

Agora em 2019 a banda promete lançar seu primeiro álbum, inclusive com uma nova versão para a faixa Vitruvia. Por que resolveram regravar essa música, e como tem sido a gravação até agora? As gravações estão quase finalizadas. Depois é o tempo de mixagem do produtor. Saíra pelo selo Fusão Records. Regravar Vitruvia foi uma opção da banda e do produtor e achamos muito interessante ver o antes e o depois.

Espaço para agradecimentos e palavras finais Agradecemos pelo espaço e pela dedicação com as bandas nacionais! Fiquem ligados que a Eve tem muitas novidades em breve para todos vocês! Agradecemos ao público que nos acompanha desde a época do cover por todo carinho. Só temos a agradecer tudo isso que está acontecendo e agora é daqui para frente, sem pausas para bebês (risos) e doenças do produtor (Amém!). Vamos cair na estrada e levar nossa música onde tiver espaço. Agenda sempre atualizada em Instagram e Facebook, além do nosso site.

Tendo em vista que foram uma banda cover do Nightwish no passado e ela ainda servir de influência para vocês, o que acharam dessas trocas de vocalistas na banda e a entrada de Floor nos vocais? - 48 -



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Texto Renata Pen | Foto Mayara Giancomini

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udo parecia correr bem, como em qualquer outro show frequentado pelos bangers, até a produção soltar uma nota informando que a apresentação que deveria acontecer às 20h passaria para às 22h45. Até aí tudo bem. Todos já estavam se preparando para ir até lá mesmo. O jeito era tomar umas cervejas a mais e colocar o papo em dia. A noite de 26 de janeiro de 2018 entrou para a história, pois as pessoas estavam recebendo notícias de diversas fontes que diziam que o voo havia sido cancelado, que a banda não havia chegado no Brasil ainda e até que o show seria cancelado. Havia fãs no aeroporto durante o dia inteiro esperando pela chegada de Phil Anselmo, que só foi acontecer às 22h. Devido ao mal tempo, os voos que vinham de Santiago (Chile) foram cancelados, causando esse transtorno todo. E com essa quantidade de informações as pessoas já estavam sinalizando cansaço e impaciência. Algumas até foram embora e outras ficaram bêbadas demais do que de- 52 -


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viam e perderam o show mesmo. Era meia noite e o pessoal começou a vaiar, nem som ambiente havia para distrair o público e alguns até cantaram... Após alguns minutos uns acordes surgiram e mesmo sem fazer a checagem de som, Phil Anselmo and The Illegals, que é composta por Derek Funeral (baixo), Mike de Leon (guitarra), Stephen Taylor (guitarra) e Joey Gonzalez (bateria), subiram ao palco. Phil se desculpou e reclamou do aeroporto. A casa de show Tropical Butantã só não explodiu com a energia e pancadaria porque a qualidade de som estava bem comprometida, fazendo Phil arrancar um pouco de som daquele microfone quase mudo. E o show iniciou se com “Little Fucking Heroes” do novo álbum “Choosing Mental Illness As a Virtue”, a primeira parte da apresentação foi dedicada a este álbum. Já a segunda parte foi de sua ex banda, Pantera. Quando dão início a “Mouth For War”, Phil pede para parar, se senta na bateria e confessa que queria que essa música fosse tocada com perfeição. Com a energia no topo, Phil se abaixa e convida alguns fotógrafos sortudos para subir ao palco e curtir um pouco o show dali e, é lógico, fazer umas fotos de outro ângulo. Alguns fotógrafos aceitaram, outros ficaram sem reação e teve até quem se arrependeu em não ter subido no palco, afinal não é todo dia que um cara que todos admiram te chama para dividir o palco. A casa estava cheia, e a vibe era grande. No final das contas a banda cumpriu seu dever, mostrou o que é superar as dificuldades e ser profissional. Enquanto rolava o circle pit no meio da pista, a banda arrematava com clássicos como “This Love”, “Walk”, “Fucking Hostile” e “A New Level”. - 54 -


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Setlist 1)Little Fucking Heroes 2)Choosing Mental Illness 3)The Ignorant Point 4)Walk Through Exits Only 5)Photographic Taunts 6)Mouth for War 7)Becoming 8)This Love 9)Fucking Hostile Hellbound 10)Domination/ Hollow 11)Walk 12)A New Level

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Texto e Foto Edi Fortini

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Rock Meeting esteve no show do dia 2 de fevereiro, em São Paulo e conta abaixo como foi. O mês de janeiro contou com pouquíssimos shows na capital paulistana, porém tiveram um bom público no geral, como foi a estreia brasileira do grupo inglês de rock progressivo Haken, que tocou no dia 29 de janeiro no Fabrique Club. Apesar de ser numa terça feira, num calor infernal, o público compareceu em peso bem cedo ao local, já marcando presença e garantindo seus lugares. A disputa pela grade foi grande e com bastante antecedência, pois a espera era enorme pelos fãs. Pontualmente às 21 horas, os músicos começaram a adentrar o palco. A atual formação do Haken conta com Charlie Griffiths (guitarra), Ray Hearne (bateria), Richard Henshall (guitarra), Ross Jennings (vocal), Diego Tejeida (teclado) e Conner Green (baixo) e traz uma bagagem riquíssima de várias outras bandas, sincretizando nesses quatro - 60 -


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álbuns de estúdio o melhor do prog aliado à música erudita e jazz. A turnê “Latin American Vector Studies 2019” foi aguardadíssima em São Paulo e uma das poucas agendadas na América do Sul. A banda existe desde 2007, mas só agora veio ao Brasil, apesar da grande expectativa dos fãs, que agora já aguardam um retorno breve depois dessa brilhante apresentação. Setlist: 1. The Good Doctor 2. Puzzle Box 3. Falling Back to Earth 4. Cockroach King 5. Nil by Mouth 6. 1985 7. Play Video 8. Veil 9. The Architect BIS: 10. Crystallised 11. Celestial Elixir

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Texto e Foto Marta Ayora

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banda sueca de metal extremo Watain, retornou ao Brasil no último dia 18 de janeiro, para única apresentação em São Paulo na turnê ‘’Furor Diabolicus - Latin America Tour 2019” para divulgar o sexto álbum de estúdio, intitulado ‘‘Trident Wolf Eclipse’’ (2018), que foi lançado pela Century Media Records e foi considerado um dos melhores trabalhos já lançados pelo grupo, pois marca o significante retorno às raízes mais agressivas do black metal. Formada em 1998, em Uppsala, a formação da Watain conta com o vocalista e baixista Erik Danielsson, Pelle Forsberg na guitarra e Håkan Jonsson nas baquetas. No entanto, para o show em São Paulo a banda contou com Erik no vocal, Set Teitan e Hampus Eriksson nas guitarras, o chileno Alvaro Lillo no baixo e Emil Svensson nas baquetas. Ao entrar na casa, pude notar que em cima do palco, em frente as cortinas fechadas, havia duas cruzes invertidas representando as forças do mal e a negação do cristianismo, cruzes com as quais os fãs faziam selfies enquanto aguardavam o show. Sem nenhuma banda de abertura programada, uma intro em coro ecoa pelo ambiente e pontualmente as cortinas se abrem - 66 -


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com o vocal e o batera de frente para o público e os outros integrantes de costas iniciando a apresentação ao som de “Storm of the Antichrist” do álbum Swon To The Dark (2007). Com a recepção calorosa da plateia, Erik interage “São Paulo, junte-se a nós!” e anuncia “esta é a Nuclear Alchemy”, faixa que abre o último álbum e que foi muito bem recebida pelos fãs. Com iluminação totalmente em vermelho, o cenário apresentava a capa do novo álbum de fundo em meio a seis banners de tecido: três do lado direito e três do lado esquerdo fixados em tridentes com uma vela acesa. Cada banner trazia letras individuais que formavam o nome da banda. E em meio às duas cruzes invertidas, o cenário criava uma atmosfera infernal e uma conexão ímpar com o público presente. Erik compartilhou a honra de estarem ali celebrando o início da turnê ‘Furor Diabolicus’’ e anuncia a próxima faixa “The Child Must Die” do álbum The Wild Hunt (2013), que foi ovacionada por um público seleto que ocupava metade da casa. Em “Puzzles Ov Flesh” do álbum Casus Lucifer (2003), Erik agradeceu em português com um “São Paulo, obrigado” Porém ao notar que a plateia assistia ao show através do celular, Erik se incomoda e provoca “Vamos ver se vocês são capazes de fazer outra coisa, além de fazer fotos com seus celulares” e assim dá início a “Furor Diablolicus”. Com Erik ajoelhado e os demais músicos de costas, a iluminação em azul tomou o lugar do vermelho dando início a ‘Sacred Damnation”, com muita fumaça do gelo seco tomando conta do ambiente. Em ‘’Ünderneath the Cenotaph”, Erik agradeceu a presença do público por pres- 68 -


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tigiarem a banda e retomou a apresentação com a faixa “Malfeitor” que fez o público cantar em coro a plenos pulmões “Hey, hey, hey, hey’’. “Towards the Sanctuary” foi a última do novo álbum a ser tocada e Erik já avisava que a próxima faixa era para os que haviam feito juras a escuridão, e com essa alusão dá início a “Sworn to the Dark” e seu pesado refrão. “The Serpent’s Chalice” foi anunciada como última música e Erik fechou a apresentação com um “São Paulo, obrigado” em

um show curto, com duração de aproximadamente uma hora, que deixou os fãs aguardando esperançosos por um bis que infelizmente não aconteceu. Com um setlist enxuto e bem elaborado, Watain se despediu do Brasil rumo à Buenos Aires dando continuidade à turnê ‘’Furor Diabolicu’’ pela America Latina. Agradecimentos à Overload e à The Ultimate Music PR, pelo credenciamento e atenção investida para a cobertura da revista Rock Meeting. - 70 -



Verthebral - Regeneration

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Madrigal - Conturbação Natural

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Spiritual Hate - Diabolical Dominium

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Texto e Foto Mauricio Melo & Snap Live Shots

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ada melhor do que iniciar 2019 com um festival. Melhor ainda quando o mesmo lista algumas de suas bandas favoritas e um monte de amigos para tocarem e mais, o festival é totalmente gratuito, subsidiado pela prefeitura local, uma tal lei que existe para destinar fundos à cultura. Exatamente por termos bandas amigas tocando por lá, pegamos uma carona com La Inquisición em conjunto com o The Casualties, caímos na estrada e lá se foram 150 quilômetros de muito bate-papo com direito aos Pirineus como pano de fundo. Llança é uma pequena cidade de Girona, ainda parte da Catalunha e muito próximo à fronteira francesa, um pequeno paraíso no verão, com lindas praias e calas. Porém um destino “morto” durante o resto do ano e justamente aí aonde entra o festival, para dar algo de vida no vilarejo. Uma estrutura muito bem montada, com um som de alto nível, iluminação e calefação para não congelarmos. Bem-vindo ao Ktatonik Fest, início de ano obrigatório. Para abrir a jornada tivemos o Potencia Tóxica, banda local e apresentando o disco Hardcore Fronterizo, fazendo referência à proximidade já mencionada acima. Um punk-hardcore bem próximo ao Crust e com bons temas. Tivemos até um cover de Periferia do Ratos de Porão. Já com o recinto mais habitado, La Inquisición subiu ao palco para apresentar LVX, seu primeiro LP após dois bons EPs. O - 78 -


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grupo vai se consolidando como uma grande promessa do punk rock nacional, vale lembrar que seus integrantes tem uma larga experiência já que antes, a mesma formação se apresentava como Secret Army, uma outra proposta que teve grande aceitação em seu momento. Destaques absolutos para “Guerra Total”, “Verdadeira Fe” e “Rosa de Mort” fazendo referência à uma Barcelona que já não existe, disso sou testemunha. Com Bellako, a noite teve outra dimensão. Com seu Hardcore/Metal bastante sólido e algum tempo mais de estrada, o quinteto já possui uma legião de fãs e se arrisca em turnês europeias e participações em grandes festivais como o Resurrection Fest. A molecada transborda energia e até mesmo o baterista arrisca um salto por sobre seu instrumento. Qualquer suspeita nos elogios, é só dar uma conferida no Bandcamp do grupo. No cartaz, o The Casualties figurava como banda principal, o que nos levou a acreditar num encerramento de noite junto ao Angelus Apatrida, uma verdadeira instituição do Metal nacional, só que não foi bem assim. A banda interrompeu uma rota muito bem traçada em sua turnê europeia para se apresentaram no que eles acreditavam ser “Barcelona”, só descobriram que estavam há duas horas do local quando aqui chegaram. Detalhe, a banda teria que se apresentar no check-in do aeroporto às oito horas da manhã do dia seguinte, para então continuar com a já comentada turnê e sua lógica rota. Para isso, anteciparam apresentação para poderem ganhar algumas horas de descanso. Mas nada disso foi um impedimento para a demolidora apresentação do quarteto nova-iorquino que, para os que ainda não sabem, já não contam com sua formação ori- 80 -


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ginal. Após 25 anos de estrada, o vocalista Jorge Herrera decidiu deixar a banda sendo muito bem substituído por David Rodriguez. Nunca escondi que sou um grande fã da banda e apesar de tudo e da originalidade de Jorge, o novo vocalista se encaixou perfeitamente e sinceramente, deu um gás que há muito não via em suas apresentações. Músicas do “recém-lançado” Written in Blood como “1312” e “Ya Basta” já se tornaram obrigatórias no setlist junto a clássicos como “Get Off My Back”, “On The Front Line” ou “We Are All We Have”. David se une a Jake na competição de saltos, mas o guitarrista leva grande vantagem porque conta com seus irados riffs, Rick desce do palco e pede ajuda ao vocalista para tirar a barra de proteção do mesmo e fazer com que o público faça parte do espetáculo, Meggers assalta a bateria como se não houvesse amanhã e o The Casualties se posiciona deixando claro o porquê de ter o nome em letras grandes do cartaz. Com diferente proposta, porém sem perder qualidade e o nível, o Angelus Apatrida pisa no palco lançando Cabaret De La Guillotine e tocando temas do mesmo como “One Of Us”, “Sharpen The Gillotine” e “The Hum” além de um repasso em seus outros cinco discos anteriores o que consolida a banda como uma das grandes da Europa na atualidade. Para finalizar a noite, nossos também amigos do Teething deram a martelada final com seu Grind/Crust e apresentando temas de seu último EP, That Night We Regret junto a um punhado de temas We Will Regret This Someday como “Subway Rat”, “You and Your Fucking Car” e “Politics or Whatever”. Destaque absoluto para o baterista Alvaro, considerado um dos melhores da cena local. Essa banda vai longe. - 82 -


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