Rock Meeting Nº 103

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‘Abril’ para o planejamento Acreditamos que o ano vai iniciar, mesmo, agora, em abril. Por quê? Porque já passamos pelas obrigações dos três primeiros meses do ano e agora podemos pensar, planejar e buscar o melhor para 2018. Por em prática muitas das coisas que estavam estagnadas ou seguir por novos rumos. Os projetos permeiam várias áreas das nossas vidas, a principal delas é o pessoal/ profissional. Eles se misturam diante dos sonhos que temos. Se queremos alcançar um patamar profissional, não deixa de ser uma realização pessoal. Qual é o seu sonho? Qual é a sua meta? A meta da Rock Meeting é continuar crescendo. Por alguns meses, a RM caminhou quase que sozinha, contando com abnegados parceiros com esse projeto. Hoje vemos que

as metas traçadas lá atrás, há oito anos, estão surtindo efeito e nada disso teria acontecido sem o devido planejamento. É engraçado que quase não tínhamos cobertura dos principais shows que acontecem no país. Isso é uma realidade absoluta, atualmente. Podemos planejar e remanejar nossos colaboradores para estes eventos, para que tragam um material único, sensitivo e cheio de boas perspectivas. Diante das dificuldades, estamos aí querendo sempre mais. Somos sonhadores e e temos os pés no chão. Por tantas pedras no caminho, não será uma brita que vai nos fazer parar. Nunca, nunca é demais agradecer a quem faz esta revista sair todo mês. E agradecer àqueles que justificam a continuidade desta publicação durante os anos. Muito obrigado a todos!


06 - Lapada - Metal e Religião 14 - Matéria - SFAC 20 - Live - Firewind 28 - Live - GBH 36 - Capa - Evergrey 44 - Live - Epica 54 - Live - Cradle of Filth 60 - Entrevista - Phantom Elite 70 - Review - Vídeo 78 - Skin - “Oi, bebê!”

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DIREÇÃO GERAL Pei Fon CAPA Alcides Burn Jonathan Canuto

COLABORADORES Bruno Sessa Edi Fortini Marcos Garcia Marta Ayora Mauricio Melo Renata Pen Samantha Feehily

CONTATO contato@rockmeeting.net www.rockmeeting.net


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á fiz citações sobre este tema muitas vezes anteriormente. Mas creio ser necessário voltar a ele e dissertá-lo com mais calma, mesmo porque eu me converti (na realidade, voltei) ao cristianismo há pouco tempo. Ou seja, falo não mais de uma perspectiva externa, de quem vê a perseguição (persegui o cristianismo no passado, não nego), mas de quem é perseguido. Já houve um print por eu estar com uma camisa do Behemoth em meu avatar do Facebook, com a frase “sou Católico”. Não quis reagir ou dizer algo à pessoa que fez isso. Não vale a pena... Mas é preciso falar sobre isso. Leiam, pensem e julguem como lhes convier. Não desejo mudar a opinião alheia. E peço aos leitores que se lembrem de algo que falo de mim sempre: sou um headbanger já com mais de 3 décadas de Metal, alguém que cometeu erros e acertos. Para começar, quero citar lembranças minhas. Lembrança pessoal 1: no final de janeiro de 1987, após ficar curado de uma pneumonia, lá estava eu na Praça Saen Peña, no Rio de Janeiro. Em uma das galerias por ali ficava a antiga loja Heavy, de Zé Nilton, e - 6 -


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muitas vezes, nos encontrávamos por lá para bater papo e comprar discos. Ainda lembro que havia comprado “Gates to Purgatory”, do Running Wild. Já estava indo embora quando encontrei um amigo, Celso, que era a cara do Tom Gabriel Warrior. Ele estava de camiseta sem mangas, e no ombro (acho que no direito), um busto de Jesus Cristo. Óbvio que aquilo me chamou a atenção e perguntei se ele era cristão, e ele afirmou que sim. E um detalhe: ambos éramos cristãos (católicos), ambos ouvíamos Slayer, Bathory, Venom, e toda aquela leva de bandas dos anos 80 que adoravam falar em capirotagens. Lembrança pessoal 2: em 1992, quando estávamos na segunda onda do Death Metal, surgiu o nome do Mortification. O “Scrolls of the Megilloth” havia acabado de ser lançado pela Nuclear Blast na Europa. Por aqui, de início, não houve problema algum, mas na Europa, encheram o escritório de Markus Staiger (dono da gravadora) de cartas reclamando pelo lançamento de uma banda cristã pelo selo. Sim, o mimimi chato que hoje tosta a paciência de todos é de origem europeia (e que, como sempre, o brasileiro absorve sem nem ao menos pensar no que está fazendo). Tomaram uma resposta pública que doeu nos ouvidos da turminha “capetalista”. E a versão nacional do vinil de “Scrolls of the Megilloth” vendeu bem rápido. Não cheguei a ver o disco nas lojas, pois todos compraram. Ninguém (ainda) ligava para letras ou religião alheia. Nos anos 80 e início dos 90, as con- 8 -


versas entre ambos os lados eram comuns e saudáveis. O que nos importava era apenas a música que ouvíamos, e ninguém deixava de ser amigo do outro por diferenças do tipo. Muitos curtiam Metallica, Slayer e Megadeth juntamente com Stryper, Vengeance Rising, Barren Cross e outros. Mas o que mudou de lá para cá, para vermos tanta intolerância religiosa no meio Metal? Como já mencionei antes, o povo brasileiro tem o hábito de absorver qualquer forma de pensamento que venha do exterior, e que acaba sendo “aperfeiçoada” por aqui (o que explica a presença de movimentos neonazistas no Brasil). Com o sucesso comercial do Black Metal já em 1994, mais o surgimento das primeiras demos de bandas brasileiras do gênero, a importação de zines e revistas de fora com declarações de garotos radicais, começou o extremismo anticristão no cenário Metal do Brasil. Mas algo deve ser acrescentado: muitos dos fãs mais radicais são revoltados por conta de parentes cristãos ultraconservadores (infelizmente, muitos são motivo de problemas nesse sentido). Eu sei disso porque li estes fanzines. Mas 90% daquela geração queria chamar a atenção, pois o besteirol nas entrevistas era cômico (caras como Satyr, Frost, Samoth e outros eram muito infantis). Mas de que valeu tudo aquilo? A maioria das bandas queria chocar pelo visual e letras, e focava os esforços na música. Por isso que Cradle of Filth, Emperor, Dimmu Borgir, Immortal, Enslaved e outros (de qualidade musical e criativa inquestionável) cresceram e substituíram nomes mais seminais. É óbvio que, em entrevistas de bandas - 9 -


que abordam a temática obscura, se verá sempre algo polêmico. Mas existem aquelas que preferem uma abordagem mais objetiva sobre o que querem dizer: críticas às religiões, algo bem comum. Aliás, muitas delas fazem sentido e deveriam levar as pessoas praticantes à reflexão. Há também certa influência da mania ateísta surgida do pensamento de esquerda que permeia escolas e universidades. Novamente: não é necessário o conflito, mas o respeito. Cada um acredita no que quiser, é direito individual. Não há como defender direitos LGBTQ+, de etnias, das mulheres, e tantos outros se não há respeito mútuo. E o direito religioso é um deles. Mas acredito que esse fogo cruzado vem da briguinha militante infantil de eleitores de Lula x eleitores de Bolsonaro, que anda tão em voga na internet. E vou ser bem sincero: sou apolítico, não milito em visões ideológicas, e ambos estão descartados para mim. Quanto a vocês, façam como bem entenderem... Em tempo: não estou de forma alguma ofendendo o Black Metal. Sou fã do gênero há anos, e tenho muitos discos do estilo em casa. O que eu acho o fim da picada é: você tem o direito de se expressar e acreditar no que quiser, bem como as outras pessoas têm o mesmo direito. E o Metal, sendo filho do Rock, é um rebelde que prima pela liberdade, e a de credo está inclusa nisso, ou seja, acredite no que quiser, mas não aborreça os outros. Todo fanatismo escraviza, seja ele pró ou antirreligioso. Essas tretas políticas todas que vemos na internet refletem esta afirmação. Muitos falam em uma “ideologia” obscura inerente ao Metal. O Rock nasceu de uma geração traumatizada com as consequências da Segunda Guerra Mundial, que casava na flor da idade, e assim, tomou conhecimento do quão breve é a vida. A necessidade de se divertir surgiu, tanto que a expressão “Rock ‘n’ Roll” se traduz “deitar e rolar”. E um dos compostos iniciais do Rock (de onde o Metal surgiu) é a música gospel americana. Óbvio que sei do “blues do capiroto” (uma canção de Robert Johnson, “Me and the Devil Blues”), que - 10 -


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muitos usam como escudo. Mas se souber interpretar as coisas direito, verá que o Rock já nasceu neutro nessa questão. A tão falada rebeldia do Rock vem dos hippies dos anos 60, que se opunham à guerra do Vietnã por meio do “Flower-Power”. Esse pensamento político engajado entra no Metal em sua origem. Parece que muitos não sabem interpretar um texto, e o mesmo ocorre na abordagem das letras de “Black Sabbath” e “N.I.B.”. Uma leitura das biografias do Sabbath, Ozzy e Tony seria revelador, e o próprio letrista da banda, Geezer Butler, já explicou o assunto em entrevistas. Eis uma recente AQUI. O Rock cristão desde os anos 60. A primeira banda do gênero chama-se The Crusaders, um grupo de Southern Rock que lançou em 1966 o disco “Make a Joyful Noise With Drums and Guitars”, considerado o precursor de tudo que tem letras cristãs dentro do Rock (e do Metal, por consequência). Lembrando que ter que aturar “regras” no meio já é algo chato. Antes de tudo, esse engajamento chato tem raízes na época da NWOBHM, só que o tempo passou, e novos conhecimentos vieram desde então. Outro ponto: o pessoal fundamentalista “capirotista” sempre tem um parente, amigo ou colega de trabalho, escola ou outro, que é cristão. Você pode até afirmar que não, mas será uma mentira. E mentir para se justificar é hipocrisia. Você pode acreditar no que desejar, e não precisa encher o Metal de regras ou tostar a paciência alheia. Existem pessoas no Metal que necessitam manter a pose para não

serem rejeitados por outros, e buscam esconder o amor que possuem por pessoas cristãs. Mas é necessário que isso aconteça? No fundo, quem faz isso não está mentindo para si mesmo? Ouvir e gostar de Metal, em nenhum momento, lhe pede tanto. Se você crê nesse modelo, está preso na Caverna de Platão. Eu te faço um convite: como já fiz a mesma coisa no passado, te convido a sair da Caverna. Venha, aqui fora é bem mais legal e divertido! De novo: se você quer ouvir Bathory, Emperor e Dimmu Borgir, e depois Mortification, Barren Cross e outros, é problema seu, sem que ninguém queira se meter. Eu

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faço isso. Cumpro minhas responsabilidades como cristão, e continuo ouvindo as mesmas coisas, escrevendo sobre música sem preconceitos. Já resenhei bandas com temáticas obscuras sem preconceitos após minha conversão. Tenho em mente o livro de Oséias (6,6): “porque eu quero o amor mais que os sacrifícios, e o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”, que chama os cristãos à prática cheia de amor e caridade, e não à queima de discos ou militâncias contra isso e aquilo. E quando pensar em usar sua liberdade de expressão para ficar de proselitismo ca-

petista que irá ferir as pessoas, eu sugiro que é melhor pensar duas vezes. Pode acabar preso, pois a Constituição Federal é clara no tocante a liberdade de credo, em seu artigo 5º, incisos VI e VII, é bem clara. Quase ninguém no Brasil procura por direitos em tribunais, senão, a coisa seria bem feia. A opinião de outras pessoas, os fofoqueiros do Metal, não importa a você. Pela última vez: ninguém tem nada com sua vida. “Viva e deixe viver” ainda é uma boa forma de pensar e levar a própria vida. No fundo, cada um já tem a própria vida para cuidar, logo, que o faça...

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Texto Samantha Feehily | Foto Fabio Miranda

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om quase 14 anos de estrada, a banda S.F.A.C. segue influências do Hardcore e Punk Rock, com referências de grandes artistas e grupos, como Bad Religion, NOFX, Dead Fish, Rancid, No Use For Name, Ramones entre outras. Conversamos com o vocalista, Fabio Miranda, que falou sobre as novidades para 2018. Com repertório próprio, a banda busca o reconhecimento árduo dentro do cenário underground. Com letras que retratam o cotidiano e posicionamento político, reforçam o significado da sigla que dá origem ao seu nome: Sociedade Forte, Atitude Consciente. Energia e atitude descrevem a principal característica dos músicos no palco! “Em breve vamos lançar nosso novo single ‘Rua’, uma música com uma proposta bem pesada, distorções, uma bateria marcada, e um vocal mais rasgado. Contamos nessa canção com a parceria de um rapper da cena atual, para destacarmos a união, e mostrarmos a necessidade de não segregar estilos que se propõem a lutar por uma causa que é de todos! Será uma grande parceria da banda com uma marca da cultura lifestyle e street wear, que já está presente no universo do RAP. O lançamento está previsto para meados de maio. E vai contar com a produção musical de Thiago - 16 -


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Hóspede”, conta Fabio. “Sempre carreguei em mim a necessidade de me expressar de alguma forma e foi por mio da música, mais especificamente pelo Hardcore e Punk Rock que me encontrei e decidi fazer isso. Durante anos esses estilos formaram o meu caráter e me fizeram ser o que sou. Uma espécie de religião, auto ajuda, e ao mesmo tempo o motivo de me envolver com coisas ditas erradas pela sociedade. Sempre tive uma queda pelo proibido e perigoso. Ao mesmo tempo que me envolvi com os ditos loucos, percebi que existia bem

menos hipocrisia nesse meio do que nas religiões. Em resumo a música agrega, e não deixa de ser um mantra ou uma oração para aqueles que compartilham da mesma ideia e ideal” lembra o vocalista. No CD independente lançado em 2016, intitulado ‘Meu Nome é Caos’, conta com músicas gravadas no Estúdio Costella, de Chuck Hipolitho e mixadas no Estúdio Lamparina, por Thiago Hóspede. A música Consciência foi regravada para o álbum, mas marcou a história da banda (que levava o nome RádioCore)

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em meados de 2004, quando foi ao ar no programa Acesso MTV, da extinta emissora brasileira MTV. “O som agita a galera até hoje nos shows!”, diz. Quando questionado sobre as dificuldades encontradas na cena atualmente, Fabio é direto, “a persistência, atrelada a sua convicção, fazem com que eu não desanime e siga em frente. Acredito no underground, o público precisa sair um pouco do mundo virtual, sair um pouco de casa, conhecer bandas novas, existem várias bandas fodas por ai”.

S.F.A.C. é: Beto Sibia – Baterista Alex Sanches – Baixista Lucas Babler – Guitarra Solo Danilo Muniz – Guitarra Base Fábio Miranda – Vocal Para saber mais sobre a S.F.A.C., acesse: Facebook | Spotify | Deezer | Bandcamp | Instagram | YouTube

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Texto e Foto Marta Ayora

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ábado, 10 de março, final de tarde. Uma legião de fãs aguardavam a abertura do Manifesto Bar para prestigiar a banda grega de power metal “Firewind”, que aterrizou em terras brasileiras pela primeira vez em 20 anos de carreira, em uma turnê de divulgação de “Immortals”, um álbum conceitual de 2017 que traz referências históricas sobre a Grécia. Apesar das diferentes faixas etárias, os fãs tinham muitos pontos em comum: roupas pretas, tatuagens, cabelos compridos e, acima de tudo, a devoção a um dos melhores guitarristas dessa nova geração: Kostas Karamitroudis, mais conhecido como Gus G, criador e líder da banda Firewind. As portas abriram por volta das 17h30 e logo as dependências da casa estavam tomadas. Para aquecer o público e fazer o tempo passar, músicas de ícones do rock como AC/ DC, Iron Maiden e Sabbath rolavam nas alturas das caixas de som. Por volta das 19h30 as luzes se apagaram e com a introdução de “Ode to Leonidas”, do álbum “Immortals”, um a um dos integrantes adentraram ao palco. Primeiro o baterista Johan Nunez, que saudou o público, seguido do tecladista Bob Katsionis, do baixista Pe- 22 -


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tros Christo, do guitar hero Gus G e do vocalista Henning Basse, que deram início a uma apresentação intimista, cheia de energia e com boas surpresas. “Ode to Leonidas” foi uma excelente escolha para abrir a noite, pois arrebatou o público que ovacionava e cantava em uníssono, enquanto Gus solava de forma virtuosa sua guitarra Jackson. Bob foi uma estrela à parte que alternava entre a guitarra base e o teclado e em muitos momentos (pasmem!), tocava os dois juntos com uma destreza impressionante. Em seguida, veio a pesada “We Defy”, mostrando Henning com um vocal mais potente e agressivo com destaque para os riffs bem elaborados e solos magistrais do poderoso Gus que nos deixaram hipnotizados. Fato é que ao vivo é possível entender os motivos que levaram Ozzy a escolher Gus G para tocar em sua banda. Além do carisma, Gus é tecnicamente impecável. O solo eletrizante de “Head Up High” chega apoiado por Bob, que continua com sua versatilidade à toda prova tocando os dois instrumentos, jogando os cabelos, chamando a galera e interagindo com uma energia contagiante. Ao final, Johan em alta velocidade, arrebenta nas baquetas anunciando “Few Against Many” um clássico de peso que leva o mesmo nome do álbum de 2012. Já a “Between Heaven And Hell” foi uma das músicas mais pesadas que colocou em destaque a voz, a bateria e o teclado, com o público cantando em coro. Este foi um momento ímpar do show. Henning provoca o público com a pergunta “Are you ready?” dando início à “World on Fire”, que entre os graves e agudos de sua voz, também trouxe Petros e Johan com muito vigor no baixo e bateria, em parceria com os fãs que sabiam todas as letras. Em “The Fire and the Fury”, do álbum - 24 -


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Premonition, Gus G (em sua Jackson) duela com Bob nos teclados entre solos infinitos e bem executados, bate-cabeças e bateria a todo vapor em um som alucinante. É incrível ver a performance desses músicos no palco. ‘Hands Of Time’ é a faixa de abertura do álbum ‘Immortals’, e deu as caras com o seu grande refrão, solos de guitarra e teclado, além da excelente atuação de Henning no vocal seguida do refrão viciante de “Wars of Ages” com o povo cantando a plenos pulmões, seguido da clássica “Lady of 1000 Sorrows”, balada que apresenta lindos solos de Gus e que dá uma bela acalmada na galera. Com o típico power metal, “Mercenary Man” anima a todos novamente com um bom ritmo e vocal impecável de Henning. E assim seguiram “Tyranny”, “I am the Anger” e “Live and Die by the Sword”. Foram no total quinze músicas, sendo seis do novo álbum. “Falling to peaces” fechou a noite com Gus nos convidando a pular e fazer parte dessa grande festa! E em meio a muita energia, a banda agitava e interagia levando todos ao delírio. Tamanha foi a proximidade da banda com o público que nesta música o vocalista pegou o celular de uma fã e filmou o público sob sua ótica. No entanto, o ponto mais alto da noite foi quando Gus G desceu do palco e fez solos incríveis em meio à multidão que, vibrando de emoção, puderam assistir de pertinho a um dos melhores guitarristas desta geração, que finalizou a apresentação de forma muito simpática arriscando no português “Thank you so much guys, muito obrigada, vocês são foda!”. Este show foi sem dúvida um dos mais intimistas que tive a honra de assistir, onde os músicos não só interagiram como se misturaram com um público em êxtase! Como bônus, alguns minutos depois do show, Johan e Bob desceram para a plateia,

para a alegria dos fãs que puderam conversar e fazer algumas fotos com esses incríveis músicos, que fizeram um show único, com uma vibe incrível. Agradecimentos especiais à Overload pela realização e a The Ultimate Music – Pr pelo credenciamento e atenção com a nossa equipe.

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Confira o setlist: 1. Ode to Leonidas 2. We Defy 3. Head Up High 4. Few Against Many 5. Between Heaven and Hell 6. World on Fire 7. The Fire and the Fury

8. Hands of Time 9. Wars of Ages 10. Lady of 1000 Sorrows 11. Mercenary Man 12. Tyranny 13. I am the Anger 14. Live and Die by the Sword 15. Falling to Pieces - 27 -


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Texto e Foto Mauricio Melo & Snap Live Shots

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m peso das costas, uma espinha atravessada ou uma facada na costela retirada, com sucesso, para um alivio total e imediato. Foi assim que me senti ao sair da sala Salamandra, no último dia 8 de março, ao final do excelente show do GBH ou Charged G.B.H. como queiram chamar. Não, nunca havia assistido a um show da banda por pura falta de oportunidade e já posso tíra-la da lista de pendências. Interessante também ver o quarteto manter a formação. Com a linha de frente firme desde o final dos anos 70, Colin Abrahall, Jock Blyth e Ross Lomas (vocal, guitarra e baixo respetivamente) não deixaram pedra sobre pedra e demonstraram que, apesar das rugas e cabelos brancos, estão em boa forma. Mesmo o baterista Scott Preece, que está na banda há vinte quatro anos, já pode ser considerado tão original quanto. Destaque absoluto para Colin e sua tradicional e, porque não, personalizada postura empunhando e se apoiando no pedestal além de bons saltos pelo palco. Nada mal para um cinquentão que não parece ter se dedicado à boa forma. O inesperado ficou por conta do príncipio da noite, a banda Malos Tragos abriu a esperada com meia dúzia de gatos pingados - 30 -


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espalhados na sala, muitos deles, senão todos, eram amigos dos integrantes. Uma grande pena já que o trio fez um bom show com temas próprios e um punhado de variados covers que foram de Motörhead à Duran Duran, passando por “Girls Just Want To Have Fun” de Cindy Lauper. Talvez a parcial greve dos transportes no dia tenha desanimado o púbico. Porém, quem é punk de verdade não poderia faltar a data apesar do obstáculo mencionado acima, cinco minutos antes do início e ali estavam, com suas jaquetas de couro coberta tachas, patches do Discharge, Ratos de Porão e Anti-Cimex combinando perfeitamente com os da jaqueta que Colin Blyth (guitarra) utilizava, colocando na sala um número aceitável de público que uma banda como o GBH merece com toda sua história. O “recém” lançado disco “Momentum” (Hellcat, 2017) foi o principal motivo da turnê e visita da banda à Barcelona. E por isso mesmo abriram a noite com “Birmingham Smiles” que também abre o mencionado disco. Foi a estratégia perfeita para conter os punks mais empolgados porque sabíamos que, quando os clássicos surgissem no setlist, a noite iria esquentar e assim foi quando “Race Against Time” deu início. Quem estava com cerveja nas mãos tinha apenas uma opção, tomá-la rapidamente antes que algum punk descontrolado a jogasse para o alto. O mesmo em “Knife Edge”, só a chamada de guitarra e baixo na introdução, já era o suficiente. Para uma alegria generalizada, “Lycanthropy” tocou na sequência e o show àquela altura já teria valido à pena. A introdução da guitarra deu o tom de “Dead On Arrival” e mais adiante “Generals” com sua levada do que hoje definimos como Street Punk também teve boa recepção. Quando Blyth soltou o riff de “No Survivors”, a pista pegou fogo e se manteve acesa por muito tem- 32 -


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po já que, logo em seguida, tivemos “Big Women” e “Sick Boy” dois dos maiores clássicos da banda e por que não da cena punk mundial? Como mesmo definiu Colin, vir à Barcelona e não tocá-las seria um crime. Para quebrar um pouco a rotina de clássicos e dar um respiro, “Liquid Paradise” e “Momentum” duas do disco mais recente e daí por diante mais um

pacote foi tocado, incluindo “Give Me Fire”, “Diplomatic Immunity”, “Time Bomb”, “City Baby Attacked by Rats”, “City Baby’s Revenge” antes de finalizar com “Maniac”. O quarteto permaneceu no palco por uma hora e considerando o preço do ingresso, histíria da banda e os mais de vinte temas do setlist, foi o mesmo que receber um presente.


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Texto e Foto Pei Fon

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uando decidi ir ao 70000 Tons of Metal não tinha noção de quais bandas iriam tocar. Quando anunciaram o Evergrey, a felicidade tomou conta. O coração bateu forte. Tratei logo de marcar uma entrevista com os caras e esperava bastante que o vocalista Tom Englund estivesse. Para a minha surpresa, três dos cinco integrantes me aguardavam para a entrevista. Além de Tom, estavam Johan Niemann (baixo) e Henrik Danhage (guitarrista). Diante do ‘desconhecido’, deixei algumas piadinhas de lado, não sei como receberiam. De certo modo, uma delas era direcionada a Tom. A título de curiosidade. Quando conheci a banda, acredito que boa parte também, foi ouvindo “A Touch of Blessing”, mas não foi só a música que me chamou atenção. No vídeo desta música, os cabelos do Tom era surreal, sempre achei graça e quis fazer essa brincadeira, mas me contive. Aqueles três suecos enormes me deixaram com vergonha. Enfim, confira a entrevista que fiz com essas caras muito gente boa e tem novidade para o Brasil. Evergrey está há mais de 20 anos na luta. O que faz vocês continuarem seguindo a carreira de músico? - 38 -


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Johan - Boa pergunta (risos)! Estamos bem até agora e isso é o que fazemos. Nos divertimos fazendo isso e se você não se divertir fazendo isso, então é família (risos)! Gostamos da companhia dos outros músicos, gostamos de criar músicas, nos sentimos contemporâneos e é isso. Tom, quando você canta sinto uma vibração emotiva que me faz sentir o que você, porventura, quer transmitir. É dor, sofrimento... Em quem se inspira para passar essa emoção? Tom - Na vida, eu acho. Não escrevemos sobre temas medievais como Dungeons and Dragons e castelos como outras bandas que estão melhores do que nós, mas sempre escrevemos sobre a psiquê humana e a obscuridade. Sobre estar sozinho e ser sozinho. Acredito que isso traz um senso de esperança para as pessoas e faz com que elas queiram participar disso. Escrevo sobre mim, sobre pessoas ao meu redor, alguns álbuns são ficcionais, mas há sempre um elemento humano ali. Considero o “Glorious Collision” um álbum que representa bem a banda. Quando eu escutei “Wrong”, pela primeira vez, eu fui impactada, ficava imaginando como seria o vídeo dessa música. Quando foi lançado, o vídeo é do jeito que eu imaginava. Amo essa canção. Sinto todo o sofrimento devido a interpretação de Tom. Vocês têm esse cuidado para que o ouvinte tenha a mesma experiência sensitiva vindo das letras, do palco? Tom - Nós não podemos escrever músicas apenas para nós mesmos, temos feito o nosso melhor para soar bem, mas cabe ao ouvinte como ele vai se sentir, não temos como controlar como os afetaremos nesse sentido. Nós - 40 -


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só sabemos que os afetamos. É um sentimento bacana saber disso. “A Touch of Blessing” foi a primeira música que escutei. Gosto bastante dela. Ela seria um hino da banda? Aquela música que não pode faltar no setlist? Tom - Sim, ela está sempre lá! Talvez não a tocaremos agora nesse show (se referindo aos sets agendados ao 70k), mas sempre a tocamos. “The Storm Within” já tem três anos. Vocês já têm algo novo por vir? O que pode nos adiantar? Tom - Começamos a trabalhar em algumas faixas de ideias e direções. É algo que planejamos para o próximo ano, especificamente em 18 de janeiro de 2019. Temos ótimas referências das bandas suecas. Como é o cenário por lá? Vocês costumam frequentar o underground? Tom - Somos um país rico, temos a sorte de condições de comprar bons instrumentos e é um dos motivos pelos quais temos tantas bandas suecas. Mas também agradeço ao fato de que os suecos são bem determinados. Quando temos uma meta, vamos atrás para cumpri-la, não desistimos basicamente. Sempre tivemos um bom apoio do governo, isso é bem importante. E também porque é escuro em boa parte do ano, então precisamos ter algo pra fazer. Então, ou você faz música, ou você bebe. E toca música (risos). Brasil. Tirando o Angra e Sepultura, quais bandas que vocês conhecem? Johan - Krisiun. Semblant. Conhecemos al-

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gumas bandas, mas não lembramos muito dos nomes, só de alguns artistas, como Zico. Pelé. E de bebidas: Caipirinha. Cachaça. Faz tempo que não pisam em terras brasileiras. Desde a última turnê, o que está na memória quando passou pelo país? Tom - Acho que faz uns cinco anos que não tocamos no Brasil. Mas retornaremos ao país em agosto desse ano, se não me engano. Estou fazendo essa pergunta para todos. Slayer anunciou que vai parar. Black Sabbath já parou, ACDC, Motorhead, Ozzy já vai parar, Iron, Metallica... Vocês já pensaram em quem vai continuar com essa geração? Johan - Eu diria que é impossível repor tantas bandas maravilhosas. Não sei se veremos a luz delas novamente. Não será o mesmo. Não é o mesmo. Porque há anos atrás tivemos a luz dessas bandas e agora as bandas não estão no mesmo nível. Nunca teremos um novo Iron Maiden. Vocês tocam metal, mas não escutam somente metal. O que costumam escutar? Qual seria o top 5. Johan - Pink Floyd, Bunny Bear, Ólafur Arnalds, Nils Frahm… (o outro músico:) King Crimson, Peter Gabriel… Qual a mensagem que vocês deixam para os nossos leitores. Muito obrigada! Tom - Sim, gostaríamos de encontrar os fãs em agosto. Nosso novo álbum sairá em janeiro e faremos uma grande turnê, então nos veremos.

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Texto e Foto Bruno Sessa & Pei Fon

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banda de metal sinfônico Epica retornou ao Brasil com a segunda parte da sua turnê “The Ultimate Principle Tour”, com o destaque para a divulgação do seu EP “The Solace System”. Desta vez com uma extensa passagem pelo Brasil contando com 8 datas, passando por Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Fortaleza e Recife. Neste turnê, estivemos em duas cidades, São Paulo e Recife, para sentir a diferença de público e temperatura dos shows. SÃO PAULO O sexteto holandês que lotou o Tropical Butantã, tendo incluve fila de fãs acampando desde o dia anterior ao show. Capitaneada pela bela Simone Simons (vocal), Mark Jansen (guitarra/vocal), Coen Janssen (synth/piano), Ariën van Weesenbeek (bateria/vocal), Isaac Delahaye (guitarra) e Rob van der Loo (baixo), o Epica abre o seu show com a instrumental “Eidola”, composição com orquestra e coral infantil, regido pelos diversos gritos ensurdecedores dos fãs aguardando a entrada dos in- 46 -


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tegrantes no palco, e assim emendando com sincronia com o hit “Edge of the Blade”. Na sequência a pulante “Sensorium”, do primeiro álbum “The Phantom Agony”, mostra a banda inteira muito bem entrosada trazendo uma perfeita harmonia entre todos seus integrantes. O tecladista Coen não para por nenhum momento, rodando o seu teclado e fazendo caras e bocas para os fãs que estão na frente do palco, divertindo a todos. A única música tocada do novo EP “The Solace System” é a frenética “Fight Your Demons”, que conta com orquestrações, corais, gutural e a bela voz encorpada de Simone. Continuam o set com a single “Unleashed” de 2009, e a faixa tão aguardada pelos fãs “Chasing the Dragon”, que traz a belíssima performance de Simone, pedindo a todos que levantem os braços e acompanhem-na no ritmo da música com seu refrão marcante. Com quase 12 minutos de duração, a homônima “The Holographic Principle – A Profound Understanding of Reality”, traz um toque sombrio e muito intenso ao show, a música junta elementos sinfônicos, vocais operísticos, a maestria do gutural de Mark, e riffs com peso progressivo em uma composição alucinante do começo ao fim. De praxe em todo show do Epica, é tocada sua música de maior sucesso “Cry for the Moon”. Com o seu refrão pegajoso “Forever and Ever”, fez todos, sem exceção, tanto os antigos quanto os novos fãs, cantarem com muita energia. Seguindo com “Unchain Utopia” e “Once Upon a Nightmare”, a lenta canção que fez o público ligar as lanternas dos celulares a pedidos de Simone, sendo um dos pontos alto do show. Voltando para o bis, Coen e Isaac divertem o público antes de anunciar a próxima música: a agitada Sancta Terra, e então “Beyond the Matrix”. - 48 -


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A música escolhida para fechar o show é a pesada “Consign to Oblivion”, que contou até com um wall of death do animado público. O show do Epica é uma grande festa agradando não só pela música quanto pela simpatia dos integrantes interagindo com seus fãs fervorosos. RECIFE A capital pernambucana recebeu, pela primeira vez, o grupo holandês. Pela terrinha já foi possível ver Nightwish, Within Temptation, Tarja e Leaves’ Eyes, faltava a ruiva passar por lá. Se bem que ainda falta o Lacuna Coil, mas isso é para outra hora. Com três apresentações inéditas no Norte e Nordeste (Manaus e Fortaleza), ‘Hellcife’ foi a última cidade da turnê. Expectativa? As melhores possíveis. Assim como em qualquer show, havia uma boa galera esperando que os portões do Clube Português do Recife fossem abertos. Uma coisa estranha que aconteceu, e foi denunciada pela produção, foi a venda de cortesias entregues ao Clube por cambistas. Esta que vos escreve viu isso de perto, uma vez que me foi oferecida a entrada pelo preço do ingresso oficial. Enfim. Lá dentro a temperatura era bastante alta, não só pelo público, mas pelo clima. O Nordeste é quente. O público compareceu, porém esperava um pouco mais. Caravanas de várias cidades próximas estiveram no local. Aracaju, Natal, Maceió, Caruaru foram algumas que pude atestar. O setlist não foi tão diferente do de Fortaleza. Algumas músicas foram tocadas apenas em uma determinada cidade. “Chasing the Dragon” tocou em SP, no Recife não. Porém, a música que mais gostaria de ter visto ser tocada, “Victims of Contingency”, não foi tocada. - 50 -


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A capital de Pernambuco não teve esse privilégio. Como não sou fã da banda, fui conferir de perto a apresentação deles e vê se me convenciam de gostar do som que fazem. Já fui a muitos shows que não gostava da banda; algumas até me surpreenderam positivamente, mas não me tornei fã. Porém ganharam meu respeito e reconhecimento. Vendo de perto a apresentação de Simone Simons, vejo que, dentre as vocalistas desse meio sinfônico, para mim, ela é ok. Já vi boa parte das vocalistas e posso concluir isso. Em uma das músicas, percebi que quando ela fez determinada nota, olhou para trás, quase numa manifestação de ‘Ufa, consegui!’. Por estar próximo ao palco, tive essa impressão. Conversando com um professor de canto, que estava no show, ele me disse a mesma coisa. Simone é esforçada e canta bem, mas é só isso. Mas se tem uma coisa que ela sabe usar bem a seu favor é a sua beleza. Ela, de fato, encanta. Parece uma sereia hipnotizando suas ‘presas’. Os meninos da banda se divertiram. É impressionante como eles pareciam estar soltos, relaxados e introsados, o que facilita demais a comunicação entre eles. Além do tecladista Coen, o baixista Roben é uma figura animada e gera boas fotos. Por fim, certamente, o Epica voltará ao Brasil. Eles são muito queridos, têm uma legião de fãs apaixonados e é isso que qualquer banda quer ver. Que bom que Manaus, Fortaleza e Recife puderam ter a oportunidade de ver um show desse nível. Que voltem e que a galera compareça em peso para justificar e mostrar que, mesmo com as dificuldades de logística, é possível fazer grandes eventos por estas regiões do país.

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Texto e Foto Edi Fortini

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inco anos se passaram desde a última vinda dos ingleses do Cradle of Filth ao Brasil. A mais nova turnê “Cryptoriana World Tour” tem sido extensa e até março já contava com mais de 50 shows. No último dia 24 de março, foi a vez de São Paulo, única cidade brasileira na rota, a contar com um espetáculo que trouxe, para o Carioca Club, uma legião de fiéis fãs que desde cedo já circulavam pelos arredores do local. Começando com um pouco de atraso e com um calor infernal (perdão pelo trocadilho, mas inevitável! rs) no palco, os músicos entraram já com os dois pés no peito e “Gilded Cunt”, do clássico Nymphetamine (de 2004), deixando os espectadores já enfurecidos e cantando todos os acordes. “Beneath the Howling Stars” continuou a saga, com a clássica pose do vocalista Dani Filth empunhando o microfone para cima, para utilizar seus vocais mais rasgados. Além de Dani Filth, atualmente a banda conta com Daniel James Firth (baixo), Martin Skaroupka (bateria), Lindsay Schoolcraft (teclado), Richard Shaw e Marek ‘Ashok’ (guitarras) e vale aqui registrar que todos os outros músicos estavam também afiadíssimos. Só foi - 56 -


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uma pena que a configuração do palco não beneficiou muito a vocalista e tecladista Lindsay, que pouco apareceu durante todo o show, mas muito bateu cabeça por trás da fumaça e dos outros integrantes. Mesmo com alguns probleminhas de som durante o show, os fãs estavam em êxtase enquanto se deleitavam inclusive com as músicas do último álbum lançado da banda, que no caso foram “Heartbreak and Seance’ e “You Will Know the Lion by His Claw”. Porém o ponto alto da noite foi certamente a última sequência do setlist, que contou com “Nymphetamine (Fix)”, “Her Ghost in the Fog” e “Born in a Burial Gown”, que deixaram as pessoas ensandecidas e preparadíssimas para o que seria o encerramento do show, com a clássica das clássicas “From the Cradle to Enslave”. O show teve pouco mais de uma hora e meia de pancadaria, com direito a mosh pits e contou com um setlist que seguiu o padrão das últimas datas da turnê, mas que temperou bem o palco repassando toda a principal discografia da banda e deixou todos por ali bem satisfeitos. E ensopados. Setlist 1. Gilded Cunt 2. Beneath the Howling Stars 3. Blackest Magick in Practice 4. Heartbreak and Seance 5. Bathory Aria: Benighted Like Usher / A Murder of Ravens in Fugue / Eyes That Witnessed Madness 6. Dusk and Her Embrace 7. The Death of Love 8. You Will Know the Lion by His Claw 9. The Promise of Fever 10. Nymphetamine (Fix) 11. Her Ghost in the Fog 12. Born in a Burial Gown 13. From the Cradle to Enslave - 58 -


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Texto Pei Fon | Foto Jeroen Moerdijk

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e tem uma coisa que adoro fazer é entrevistar. E sabe o que é ainda mais legal? Quando o entrevistado é muito gente boa. Estou falando da Marina La Torraca. A pauta da vez é a sua banda Phantom Elite. Para muitos no Brasil, o PE pode soar bem novo, porém tem um nome de peso que agrega bastante à banda. Para quem acompanha o metal sinfônico vai lembrar de Sanders Gommans, guitarrista da antiga banda After Forever, a mesma que projetou Floor Jansen, hoje vocalista do Nightwish. Agora em abril, o Phantom Elite vai lançar seu primeiro álbum, “Wasteland”. E sobre esse play que fomos atrás de Marina para algumas curiosidades e perspectivas para o futuro. Curioso? Leia o que conversei com ela. Ah, vale sempre uma bela observação, ela é simpaticíssima. Phantom Elite é bem nova no cenário, mas já ganha notoriedade dentro e fora da Europa. Conta pra nós como tudo começou e explica um pouco a origem do nome. Alguém tinha esse nome no caderninho de possíveis nomes de banda e jogou a ideia? (risos) Tudo começou com Sander e eu, quando ele - 62 -


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teve a ideia de montar uma banda pra tocar as músicas do seu projeto de estúdio, HDK, ao vivo. A partir daí achamos os meninos e começamos a ensaiar. Logo percebemos que havia muita química e queríamos fazer nossas prórias músicas... E foi aí que nasceu o PE. (risos) O nome foi ideia do Sander. “Phantom Elite” é uma passagem da música “Eternal Journey” do álbum “Serenades of the Netherworld” do HDK. Um nome bacana e também um jeito de conectar as duas ideias. Sander Gommans (que foi do After Forever) é o cara por trás do PE. Como ele chegou até você? Indicação, já trabalharam juntos...? Conta pra nós! Nós havíamos trabalhado juntos nas gravações e produção do último ábum da falecida banda Highlight Kenosis, na qual eu era vocalista. Foi aí que conheci a Amanda também. :) Vamos falar de coisa boa. O novo álbum do Phantom Elite (“Wasteland”) vai ser lançado na praça e chegará ao Brasil. Apresente seu début para nós. Como está a expectativa? Bom, “Wasteland” é uma mistura de muitas das nossas influências pessoais. Todos os integrantes escreveram as músicas, então tem muita coisa diferente acontecendo: partes progressivas a la Dream Theater, vocais pegajosos (no bom sentido [risos]), riffs a la After Forever (claro), instrumental agressivo a la Lamb of God, e um toque do bom e velho sinfônico. Nem sempre é fácil trabalhar com tanta gente escrevendo ao mesmo tempo, mas com certeza rendeu muita coisa diferente, experimental e inesperada nesse álbum. Não vemos a hora de compartilhar com todos o nosso primeiro trabalho, mas mais ainda não vemos a hora de trabalhar no próximo! Haha Duas músicas do novo álbum foram di- 64 -


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vulgadas. Qual tem sido a reação da galera? A reacão tem sido em geral muito positiva! Apesar de termos lançado as duas faixas mais “comerciais” do álbum, a galera tem elogiado bastante o toque único da banda. E identidade no som, logo no primeiro álbum, é o melhor elogio que podemos receber. Sobre a composição, como tudo aconteceu? Qual a inspiração para esse álbum? Bom, como eu já disse ali em cima, todos integrantes contribuiram. Mas as primeiras bases das primeiras músicas como “Above the Crowd” e “Wasteland” vieram do Sander. A inspiração para o nome e tema geral veio de um poema do T.S. Eliot chamado “The Waste Land”. Eu tive a ideia desse tema logo no começo e ajudou a guiar a principalmente o visual da banda e do álbum. Na descrição sobre o Phantom Elite fala de um ‘ar novo’ nos vocais femininos na cena metal. Você acha que o meio está saturado de mesmice entre lírico e esse boom do gutural feminino, por exemplo? Bom, eu acho tudo válido e respeito o talento e trabalho de muita gente na cena! De fato hoje em dia (mais do que há 10 anos atrás, mas ainda assim) não achamos muitas bandas com um vocal mais pop ou mais agressivo sem ser gutural. Na verdade minha intenção não é “cantar diferente”, mas fazer “o meu negócio”, hehe. E eu tenho muito mais influências rock e pop do que clássica. Por ser brasileira e morando fora há algum tempo, você está criando uma base aqui no país. Como está acontecendo essa disseminação do seu trabalho no - 66 -


Brasil? O que a galera tem comentado? Com a distância, as redes sociais têm ajudado, presumo. Com certeza as redes sociais ajudam! A galera tem sido extremamente fofa! Os brasileiros geralmente usam a palavra “orgulho” quando comentam nas redes, o que é uma honra imensa. E eu tenho orgulho também: tanto dos fãs dedicados, quanto dos músicos talentosos e absurdos no cenário brasileiro. Pensando aqui um pouco sobre o conceito do álbum, onde seria essa ‘terra desolada’ em nosso tempo? Assisti uma peça sobre o conflito entre Judeus e Palestinos em Israel no início dos anos 2000. Acho que qualquer terra sofrendo guerras e ataques infelizmente se encaixa nessa distopia, onde “o vento não traz conforto, mas mais dor”. Gostei bastante de “Sirens Call”. É cativante e me ganhou de primeira. A sensação é que já ouvi em algum lugar, é estranha isso. A intenção é hipnotizar o ouvinte? De fato, me hipnotizou (risos) Hahaha, espero que tenha sido só a sensação mesmo (juro que não plagiei nada)! Já que a música se trata de “perder o controle” perseguindo algo, sim, uma das intenções é causar essa sensação de hipnoze através de repetição. Bom saber que funciona! Haha. “Wasteland” tem umas passagens interessantes, diversificado e me fez lembrar o After Forever em alguns momentos, mas nada que seja cópia, é uma bela inspiração. Essa música foi, como eu disse ali em cima, escrita em sua base pelo Sander. Acho que nesses casos dá pra pereber bastante a presença de elementos do After Forever. - 67 -


Como é trabalhar com essa galera que tem uma bagagem musical intensa. Você se sente ‘um peixe fora d’água’? Mas sinto que você é dessas que tá ‘nem aí’, não se intimida e busca aprender tudo. Eu não diria que não estou “nem aí”, pois às vezes a responsabilidade é muita haha. Mas de fato não me deixo intimidar, trabalho muito, mas muito duro mesmo e estou sempre disposta a aprender. Espero que a atitude diva não se instale nunca em mim haha. Por ser cantora, sei que não se prende só ao metal. O que tem escutado ultimamente? Poderia listar um top 5? Nossa, muito pouco metal! *aqui o emoji daquele macaquinho cobrindo os olhos, haha*

Peraí, vamos ver... talvez eu chegue em 5: a trilha sonora do musical Hamilton tem estado no repeat por aqui. Também redescobri o Seventh Wonder recentemente (banda do Tommy Karevik do Kamelot, que eu adoro). Fora isso tenho pesquisado muito rock anos 80 (que eu AMO, haha) e uns lances Motown. Para finalizar, além do cd, o que planejam para 2018? Muito obrigada e esperamos vocês no Brasil. Temos essa pequena perna da turnê até maio, e por enquanto temos um show com o Kamelot em outubro. Até lá estaremos trabalhando com certeza num novo álbum e, se Deus quiser, teremos muito mais boas notícias. Muito obrigada pela entrevista divertida e dedicada! Nos vemos por aí!

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Por Samantha Feehily (Wonder Girls )

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i, meninos tuto pom? No tutorial de hoje, ensinaremos como não ser um homem escroto com mulheres tatuadas nas Redes Sociais. Que a tatuagem pode ser um fetiche, isso já sabemos (aliás, já conversamos sobre isso...), mas tem homem que passa de todo e qualquer limite. Mais uma vez, não somos feministas, somos a favor do respeito. Não é pedir muito, é? “Ai, Samantha, mas você não gosta de um elogio?”. Antes de tudo, vamos começar pelo básico: como diferenciar o que é elogio, assédio e abuso sexual? Existe uma linha tênue que separa esses comportamentos, mas um pouco de informação aliada a um tanto de bom senso pode resolver facilmente a questão. Mesmo que muitas mulheres não se sintam confortáveis com a prática, dar uma “cantada” não é crime, mas assédio sexual configura comportamento criminoso e pode gerar até dois anos de detenção, em caso de condenação. Legalmente falando, o assédio sexual acontece quando um superior hierárquico se vale de seu poder para constranger um subordinado com finalidades sexuais. Já o abuso se dá na prática da violência física,

como o estupro. Ao passo em que o assédio pode não causar dor física, causa constrangimento equivalente e intimidação, podendo levar a vítima a sofrer traumas e outros problemas psicológicos. E por exemplo, se um homem mostrar o pênis para uma mulher na rua isso é considerado crime; mas e quando isso acontece no ambiente virtual? Entendam, a diferença está no tom usado e nas palavras utilizadas. Ouvir um “nossa, que foto linda!” ou “amei seu estilo” não tem problema. O problema é você abrir seu Facebook e a pessoa mandar uma foto dele de pau duro (pode usar esse termo aqui? Ôooo editor, não corta, não!). Tem algumas situações que são muito chatas e que acabam minando qualquer tipo de ‘possível relacionamento’ que você possa a ter com a pessoa. É possível que a pessoa que enviou uma mensagem escrota seja uma pessoa legal e que, em outras circunstâncias, rolaria até algo, mas essa chance é MINADA quando percebemos que ele solta a mesma gracinha com todas. Vou fazer uma lista de tipos de homens que são cilada, Bino! Se liga, e se você fizer, ao menos três coisas dessas, saiba que

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Foto: Fausto Roim

Nay Nogueira

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sua chance com aquela garota está quase nula! Confira: Aquele que adiciona TODAS as meninas tatuadas - Uma coisa é você fazer parte do meio de tattoo e ter muitos amigos em comum. Porém, você tem uma mísera tatuagem na batata da perna, e adiciona todas as meninas tatuadas que aparecem de sugestão para você. É esquisito, pare! Aquele que dá em cima de todas - A menina se interessou pelo papo, às vezes, a abordagem desse tipo de cara não é invasiva e dá para rolar uma conversa... Porém, é meio broxante perceber que ele dá like e usa a mesma conversa com outras meninas. Vale lembrar, que nós mulheres, conversamos sobre homens, então é bem provável que um print da sua conversa já tenha rolado no grupo dazamiga! #sejemenas Aquele que não sabe ouvir não - Ele solta uma gracinha, você só agradece... ele solta outra, você ignora. E num passe de mágica você sai do campo ‘gostosa’ para o campo ‘puta’. Afinal, é um ABSURDO você não querer sair com ele, né?! Como ousas? Esse tipo de cara começa te elogiando, e depois de um fora, muda da água para o vinho. Te insulta e fica te humilhando. Não que a gente caia nesse papo, mas é um pé no saco! #nãoénão? Será que eles realmente acham que mulher está sempre fazendo charminho? Pelo amor, né. Aquele que manda um ‘nude’ sem ser solicitado - Ela está de boa na internet, posta uma foto sensual e de repente seu in box fica cheio de recados, tudo quase normal por aí... MAS, sempre tem um cara que solta algo: “olha como você me deixa” e na sequência vem uma foto dele se masturbando. Fica a dica: “querido, não nos interessa o que você faz!”. Me poupe, se poupe, nos poupe! “Acho que hoje em dia o que mais tem nas redes sociais são os ‘machos escrotos’ que não conseguem se controlar, tudo - 72 -


Stephanie Moraes

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pra eles é motivo de provocação, motivo pra mandarem fotos das partes íntimas, alguns são até casados, coisa que chega a dar nojo. Já recebi comentários na minha foto falando ‘olha no direct’ e eu achando que era uma coisa super legal, interessante, era um babaca dizendo ‘posso gozar pra ti?”, diz Franciele Borges de Souza, maquiadora e modelo Wonder Girls. Aquele do “oi, bebê!” - Esse cara tem uma abordagem infantil e fica te chamando de nomes que não são legais. Evite: oi bebê, oi linda, oi anjo, oi princesa... é péssimo! Já queima a largada. Aquele que quer ter seu contratinho Esse tipo é irritante. Tudo que ele quer te dizer pode, certamente, ser dito por ali, mas ele quer seu telefone... Dica: se você for interessante, ela vai te passar o WhatsApp sem você precisar implorar, se esforce! Aquele que acha que você faz programa - Não é porque postamos fotos sensuais, que eu faça programa, querido! Se você está atrás de book rosa, dá uma ‘googada’ aí. “Nós, alt models, muitas vezes somos desrespeitadas. A galera pelada no carnaval faz parte da cultura, nossas fotos que mostram mais o corpo são ‘vulgares’. Uma vez recebi um direct de um completo desconhecido, como ele só havia dito ‘oi’ eu respondi e perguntei quem era... ele respondeu ‘burrinha, demorou muito, perdeu a oportunidade’ junto com uma foto do membro dele. Nós não postamos fotos nos masturbando, não merecemos esse tipo de ‘retorno’... não somos garotas de programa, nem queremos provocar ninguém, nós apenas apreciamos a arte alternativa, isso não tem nada de errado”, diz Nay Nogueira, modelo Wonder Girls. Aquele fotografo que quer te fotografar a qualquer custo (às vezes, sem custo!) - O fato de sermos modelos alternativas, nos abre uma gama de aspirante a fotógrafos que vocês não - 74 -


Franciele Borges de Souza

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têm ideia. Todo dia um fotógrafo querendo ter um portfólio novo. Aquele do rancor - Vocês, conversaram e pronto! Esse tipo guarda toda sua conversa e joga on line quando se sente excluído. “No começo do ano passado um cara mais velho ‘querendo ser garotão’ começou a sair pra balada com a nossa galera, pois ele era pai de uma pessoa do grupo. Até aí ok ele me add no face e começou a vir puxar assunto. No começo coisa besta irrelevante, eu respondia educadamente pois ele era pai de uma pessoa do rolê. Até o dia q ele começou a dar em cima de mim, ele conhecia meu noivo e não hesitou na abordagem. Foi além, disse que meu noivo não era homem pra mim, ele que era, pois tinha dinheiro e podia me dar uma vida boa. Enfim o tempo passou eu parei de falar com ele, mas não contei isso pro meu noivo pois sei como ele é e ia querer brigar. Até que um mês antes do meu casamento ele armou pro meu noivo descobrir a história de forma totalmente distorcida. O meu noivo ficou furioso quando soube do ocorrido brigou muito comigo. Ficamos dois dias sem nos falar. Quando eu consegui convence-lo a me escutar, expliquei tudo que tinha acontecido da forma como aconteceu e fiz ele entender que foi uma armação”, conta Stephanie Moraes, 25 anos, técnica de enfermagem e modelo Wonder Girls. Levantar a voz contra o assédio sexual não tem relação com moralismo: é uma questão de respeito e de cumprimento das leis que regem a sociedade brasileira. Alguns homens podem não concordar, mas enquanto mulheres se sentirem acuadas e intimidadas para recusar um avanço sexual — seja ele ao vivo ou pelas redes sociais — é sinal de que a cultura do estupro ainda está enraizada na mentalidade geral e que comportamentos potencialmente criminosos são cobertos por “panos quentes” na nossa comunidade. - 76 -


Samantha Feehily

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Foto: Fernando Pires

Rebaelliun - The Hell’s Decress

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Foto: Désirée Galeotti

Dark Avenger - The Beloved Bones

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Accept - The Rise of CHaos

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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Alice Cooper - Paranormal

Marcos Garcia é formado em Física pela UFF/RJ, Mestre e Doutor em Geofísica pelo ON/MCTIC/RJ. Headbanger desde 1983, é redator-chefe do Metal Samsara, colaborador da Rock Meeting, Metal Temple (Europa) e The Black Planet (Europa). Tem apreço pelos bangers e bandas mais jovens, respeitando o passado, esperando o futuro, mas sempre com a mente no presente.

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