Revista Rock Meeting nº 8

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Expediente Editorial Direção Geral Pei Fang Fon Fotografia Daniel Lima Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Revisão Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Capa Lucas Marques Pei Fang Fon Diagramação Isabela Pedrosa Lucas Marques Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Produção Jonas Sutareli Raphael Vasconcelos Colaboradores nesta edição Almir Lopes Contato Email: contato@rockmeeting.net Orkut: Revista Rock Meeting

Shows com atrasos de duas ou três horas; falta de incentivo às bandas locais; problemas sérios para encontrar casas de show com infraestrutura decente; público pequeno ou inexistente; preconceito por parte de quem não curte... E a lista continua até se tornar quilométrica. A Rock Meeting chega à oitava edição com duas certezas. Primeiro: o rock existe em Alagoas, em todas as suas vertentes. Segundo: ele precisa urgentemente, desesperadamente, absurdamente, de incentivo e investimento por parte de quem gosta dele. Os problemas que enfrentamos aqui parecem se repetir a nível nacional. Só quem realmente gosta, ou melhor, ama o rock, sabe o quão grandioso é o sentimento de se ouvir uma canção que arrepia a todos os pêlos, que nos faz querer gritar; e essa sensação só pode ser proporcionada por este ritmo em particular, porque ele foi construído de nada mais, nada menos, que intensidade, em sua forma mais crua, mais pura. Então por que tudo parece ter ido para o inferno por aqui? Talvez a culpa seja da Internet. Ou dos emos. Ou dos indies. Talvez a culpa seja da sociedade brasileira, apática e comodista. Talvez seja do capitalismo, voraz e impiedoso. Talvez seja do aquecimento global, já que ele parece ser o culpado por tudo, ultimamente. Ou talvez, quem sabe, pode ser... Seja nossa. O fato é que a nova geração, a nossa geração, compõe o público mais preguiçoso de que se tem notícia, principalmente quando se fala de apreço e comparecimento a eventos destinados a bandas nacionais. Em algum momento, a tara por construir e valorizar algo que possamos chamar de nosso se perdeu. Isso resulta na desmotivação por parte dos músicos, que querem, sim, fazer a diferença dentro da cena, mas, veja bem... Não há público. E tocar para fantasmas deve ser meio chato. Indiretas à parte, esta parece ser a hora ideal de pararmos para refletir: o que há de errado com a cena brasileira? Banda boa é o que não falta...

Twitter: http://twitter.com/rockmeeting Flickr: www.flickr.com/photos/revistarm ROCKMEETING.NET (EM BREVE) *As imagens utilizadas nesta edição são do site CG TEXTURE. As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de quem assina e não reflete, necessariamente, a opinião da revista.


Índice Espaço Boteko - Diário de Bordo ( Megadeth ) POD em Recife 1º Festival BH de Rock World Metal DarkTale - Novo EP em breve CAPA: Lobão - Você o conhece? REVIEW - Blaze Bayley em Maceió EXCLUSIVO: Entrevista com Douglas Jen (SupreMa) CURIOSIDADE: Caravanas de Maceió Perfil RM - Léo (Adrenaline) Eu estava lá - Charlie Brown Jr


Para começar, gostaria de enfatizar que nunca fui tão fã do Megadeth, até o último dia 20 de abril. Sempre admirei o talento incontestável do Mr. Mustaine, como guitarrista, arranjador e compositor, porém nunca como vocalista, opinião que sempre foi compartilhada com muitos que o acompanham desde sua saída do Metallica, no começo dos anos 1980. Bem... Na verdade, minha maratona começou uma semana antes do show, já que, como fã do bom e velho Rock 'N' Roll, não poderia deixar de assistir a uma das quatro “Big” do Thrash Metal mundial, além de ser admirador de Mr. Mustaine e Cia. Resolvi organizar uma excursão, e minha diversão, junto com a responsabilidade, virou um misto de diversão e trabalho. Fui até Recife na Quinta (15) para garantir os ingressos das pessoas que iriam para o show, já que só foram disponibilizados seis mil lugares, em decorrência do local do show, que só comportava esse numero de pagantes. Comprei 42 ingressos. DIA 20 – A VIAGEM PARA RECIFE O dia começou cedo para mim. Pela manhã, organizamos a lista final e alguns detalhes, como as bebidas que seriam servidas na viagem. Saimos com 1h e 10mim de atraso, já que estávamos programados para sair às 14hs, deixando alguns poucos inquietos. Mas foi só o “buzão” dar a partida que a galera relaxou, e daí para frente, o que se via era muita animação no transcorrer da viagem, com muitos vídeos do Megadeth nas três telinhas de LCD espalhadas pelo ônibus. A diversão se completava com muita cerveja e ansiedade e com as paradas forçadas pelos mais exigentes, que não largavam uma cerveja, nestas ocasiões.

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O SHOW

A CHEGADA Chegamos ao Clube Português em Recife, local onde o Megadeth e a banda Cruor, convidada para abrir o show, iriam tocar, precisamente às 20h e 10min. Ou seja, para uma viagem de apenas 250 km, levamos mais de 4hs para chegar ao destino tão esperado - para mim, uma eternidade, já que se pode facilmente fazer esse percurso em 3h e meia. Observações à parte, na chegada, percebemos um ambiente tranquilo. Quando o ônibus estacionou quase em frente ao Clube Português, a galera logo desceu do ônibus para um breve “reconhecimento de área”. Os portões ainda não tinham sido abertos, e nas bilheterias o movimento era intenso. Por volta das 21hs, começou uma agitação, no sentido inverso, já que a entrada era por trás, local que leva à super movimentada Av. Agamenon Magalhães. Diante da agitação, preferi deixar a massa entrar, e fui jantar no Mcdonald's, que fica vizinho à entrada de acesso ao Clube pela Av. Agamenon. Depois da breve agitação e perder a banda de abertura, que tocou por 50 minutos, me dirigi até os portões e entrei tranquilamente. Lá dentro, os fãs do Megadeth já não viam a hora do show começar. O que vi foi muita euforia diante da expectativa de ver pela primeira vez o Megadeth no Nordeste, em terras pernambucanas.

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Logo de entrada, Mr. Mustaine deixou o clima o mais quente possível, com o torpedo “Skin o' My Teeth”, do álbum “Countdown to Extinction”, de 1992. A galera foi ao delírio. Já na sexta música, e uma agitação de arrepiar, o baixista Dave Allefson anuncia “Holy Wars... The Punishment Due”, e começa o set mais esperado da noite. O festejado álbum “Rust in Peace” começa a s e r t o c a d o n a í n t e g ra e m comemoração dos seus 20 anos de existência. No mais, o show transcorreu num clima de celebração, pelos 4.000 privilegiados headbangers nordestinos que compareceram para ver um espetáculo único, da mais virtuosa banda de Thrash Metal da atualidade.

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P.O.D. em Recife Lila Pedrosa e Jonas Sutareli

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o dia 27 de março de 2010, aconteceu, no Clube Português de Recife, um evento de peso para o Rock Cristão: Canta Recife Only Rock, com Rodolfo Abrantes, Oficina G3 e P.O.D. tocando na mesma noite. Nas palavras de um dos organizadores, esse foi “o show da década” nesse segmento. A multidão lotou o local – e não foi por menos. Rodolfo e Oficina G3 iniciaram o evento, seguidos da atração principal, a banda californiana de New Metal P.O.D. (ou Payable on Death, menção ao sacrifício de Jesus Cristo na cruz, ao morrer pagando por “nossos” pecados). Assim que Rodolfo Abrantes subiu ao palco e começou a proferir suas canções, boa parte dos presentes cantou junto com ele, mostrando que Rodolfo tem um excelente público, por onde quer que passe. Agora, com a carreira solo, ele apresenta um som mais leve, um Rock and Roll mais limpo, sem gritos, como em suas bandas anteriores; e, se não fosse o curto repertório de apenas seis músicas, teria sido uma apresentação perfeita. Um ótimo início para o que estaria por vir. Logo após Rodolfo, Oficina G3 tomou o palco, apresentando seu novo trabalho, mais pesado e progressivo do que nunca. O novo vocalista, Mauro, mostrou o motivo pelo qual foi convidado a integrar a banda. Ótima apresentação, encerrada pelo faixa-título do novo disco, “Depois da Guerra”. O ápice viria com o P.O.D. Após alguns minutos de espera – ou muitos, para os que foram somente pela atração principal -, Sonny, Traa, Wuv e Marco entram no palco, e o vocalista, Sonny Sandoval, como de costume, em seus shows pela América Latina (e, aparentemente esquecendo que o idioma oficial do Brasil é o português), solta uma frase em espanhol: “¿Que pasa familia?”,

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enlouquecendo os “warriors” (como o P.O.D. costuma chamar seus fãs) presentes. Iniciando o show com “Boom”, do álbum “Satellite” e levando todos à loucura, a banda executou um repertório diversificado, com canções de vários de seus álbuns. A parte chata do show talvez tenha sido o momento em que Sonny recebeu uma bandeira do time Náutico e a colocou nas costas – levando todos os pernambucanos a vaiá-lo! O P.O.D. tocou canções desde “The Fundamental Elements of Southtown” até o mais recente “When Angels & Serpents Dance”, também executando dois covers: “Bullet the Blue Sky” do U2, e “Freedom”, do Rage Against the Machine, que foi a música que encerrou a apresentação.

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Primeiro Festival BH de Rock deu o que falar Na sua primeira edição, o evento mostrou novas bandas e reapresentou outras mais antigas Texto e Fotos: Pei Fang Fon

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o último sábado, dia 10, aconteceu o 1º Festival BH de Rock, no bairro do Farol, onde ocorreram apresentações de Hardcore, Punk e Metal Extremo. As bandas convidadas foram: Anorexia, Side HC, Dorckas, Slodrop, Arcania, Rhadar, Misantropia, Pumpkin Head e Morcegos. A noite de apresentações se iniciou com a banda Arcania. Com um som mais Hardcore, uma cover de “Zombie” do Cranberries e outras da Pitty, a galera prestigiou a banda e participou das famosas “rodinhas.” Após a abertura, as bandas que sequenciaram à noite foram: Anorexia, Side HC, Dorckas, Slodrop, Rhadar e Pumpkin Head. Entre as bandas mais aguardadas da noite, estavam: Misantropia (Punk/Hardcore) e Morcegos (Metal Extremo). Ambas com história no cenário do Rock Alagoano, mostraram a que vieram e conquistaram o público. A banda Punk apresentou, na oportunidade, seu novo baterista, Ives Toledo, mostrando força e paixão pelo som. Já a Morcegos, que já foi capa da RM, fez um setlist variado, que contava com músicas como “Cry” e “Always Rock and Roll”, além de canções do seu centésimo álbum, intitulado “Blackside Revolution”.

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Brigas Quem compareceu ao evento e está acostumado aos shows locais de Metal, que costumam ser bem pacíficos, não poderia imaginar que algumas brigas pudessem acontecer. O público, na sua maioria adolescente, estava com os ânimos exaltados, e algumas desavenças tiveram de ser contidas. Por mais que a organização tenha chamado a atenção, parece que não adiantou muito. A situação mais desagradável ocorreu enquanto a banda Misantropia se apresentava. Alguns cantavam as letras da banda, outros, aparentemente alcoolizados, provocaram cenas de socos e pontapés. Graças à turma “deixa disso”, a briga foi acalmada e os brigões ficaram quietos. E para apaziguar os ânimos, a banda de punk chamou a galera, começando a tocar outras músicas, uma vez que foi interrompida devido ao tumulto gerado pelos agressores. Momentos lamentáveis em um evento que levou um tempo para ser organizado e atrasos à parte, o 1º Festival BH deixou a impressão de que valeu a iniciativa. Precisamos de mais atitudes desse tipo em Maceió.

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World Metal

Notícias e Curiosidades B re t M i c h a e l s s o fre hemorragia cerebral

Wo l f m o t h e r : m a i s mudanças no line-up

Foi internado na sexta-feira, dia 24, às pressas, o ex-vocalista da banda de Glam Rock Poison, Bret Michaels. O cantor apresentou fortes dores de cabeça na noite da quinta-feira, 23, e foi levado a um hospital, onde foi diagnosticado com uma hemorragia subaracnóide, tipo grave de acidente vascular encefálico hemorrágico.

Peter Steele morre aos 48 anos de idade Morreu no dia 14 de abril o vocalista da lendária banda de Gothic/Doom Metal Type O Negative, Peter Steele. Acredita-se que o frontman tenha sofrido um ataque cardíaco. O músico nasceu como Petrus T. Ratajczyk, em 4 de janeiro de 1962, no Brooklyn, Nova Iorque. Ele tinha dois metros de altura e possuía uma voz muito grave, que era uma das características mais

Pantera: reunião de membros originais em show Calma, calma! Phil Anselmo, Vinnie Paul e Rex Brown não fizeram as pazes, finalmente. O que aconteceu foi que o vocalista original do Pantera, Terrence Lee Glaze, reuniu-se com Brown (baixo) no último sábado, dia 17 de abril, no primeiro show do novo projeto do baixista, o Arms of the Sun, para tocar algumas músicas dos primórdios da carreira do Pantera, antes mesmo de Anselmo dar

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Depois de passar por uma trágica mudança, permanecendo apenas Andrew Stockdale da formação original, novamente a banda sofrerá alteração com a saída do baterista Dave Atkins Os membros fundadores Chris Ross e Myles Heskett saíram em 2008, citando "diferenças irreconciliáveis" com Stockdale. marcantes da música de sua banda. Antes de formar o Type O Negative, Steele tocou na banda de Metal Fallout e na de Thrash Carnivore. Músicos dos mais variados estilos dentro do rock lamentaram a perda. “Carnivore e Type O Negative tiveram um tremendo impacto em minha vida e estou fora de mim agora”, comentou Mike Scondotto, vocalista da banda de NYHC Inhuman. as caras na banda. As canções escolhidas foram "Come-on Eyes", do álbum de 1985, "I Am the Night", e "All Over Tonite", do "Projects in the Jungle", de 1984. A apresentação, que aconteceu no Lakewood Theater, em Dallas, Texas, também contou com participações especiais do frontman do King's X, Doug Pinnick, e do guitarrista do Skid Row e empresário do Down (essa sim, banda de Anselmo), Dave "Snake" Sabo.

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World Metal

Notícias e Curiosidades Slipknot: novo álbum só em 2012

Paul McCartney revoltado?

E m entrevista à Metal Injection no Golden Gods Awards, Joey Jordison, baterista do Slipknot, comentou que um novo lançamento por parte da banda não ocorrerá antes de 2012. O músico acaba de retornar com sua banda paralela, a Murderdolls.

Turnê pela América do Sul de Paul Di’anno confirmada O vocalista Paul Di'Anno (ex-Iron Maiden) havia confirmado, no começo do ano, uma turnê pelo Brasil em maio, para comemorar os 30 anos do lançamento do primeiro álbum da Donzela de Ferro. Porém, em fevereiro, esta turnê foi cancelada por motivos não divulgados.

Em entrevista à revista "Q", o ex-Beatle Paul McCartney diz que ainda busca trabalhar seu lado mais engajado e escrever músicas de protesto. “Eu contestei algumas situações, como em 'Give Ireland Back to the Irish' e 'Big Boys Bickering', mas essas não são necessariamente minhas melhores músicas”, afirma o músico. Nesta semana, a turnê foi reconfirmada pelo MySpace de Paul, e as datas agora vão de 6 de agosto a 7 de setembro. Não há confirmação se o Hangar continuará como banda acompanhante (assim como seria na turnê de maio), e nem se será executado o primeiro álbum do Iron Maiden na íntegra. A data para uma possível apresentação em Maceió é dia 15 de agosto.

Scorpions anunciam data em São Luís do Morre Bo Hansson, aos 67 anos de idade Maranhão

A produtora Top Link Music confirmou mais uma data da banda alemã Scorpions no Brasil. Os músicos tocarão em São Luís do Maranhão no dia 24 de setembro, uma sexta-feira. Esta será a tour de despedida da banda. Mais informações sobre outros shows em terras brasileiras serão anunciadas em breve.

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Faleceu aos 67 anos de idade o tecladista sueco Bo Hansson. Nos anos 1960, Hansson e seu colega Janne Carlsson tocaram com Jimi Hendrix, que até gravou uma versão de uma música deles, “Tax Free”. Hansson foi encontrado morto em um hotel em Estocolmo no sábado, 24 de abril de 2010. Ainda não foi divulgada a causa de sua morte.

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A última apresentação da banda foi em dezembro do ano passado, mas a Rock Meeting traz novidades Texto e fotos: Pei Fang Fon

Provavelmente, você de ter se perguntado: ”Nunca mais vi uma apresentação da DarkTale, o que será que aconteceu?“ Pois bem. Não se preocupem, a Rock Meeting teve a mesma dúvida e foi atrás de novidades da banda. Acompanhamos um dos ensaios, conversamos com os integrantes da banda, conferimos o ensaio técnico deles... Depois de tudo isso, compartilhamos da opinião de outras pessoas que estavam presentes: houve uma mudança na sonoridade da DarkTale. Agora se pergunte: eles estão gravando algo? Sim, eles estão compondo para o seu novo CD, que ainda não tem data de lançamento prevista. A priori, o som do grupo de Doom/Gothic Metal passou por mudanças incríveis. A mudança da afinação dos instrumentos foi o pontapé inicial para que a banda evoluísse dentro do seu próprio estilo, buscando inspiração no Death e no Black Metal. A pegada principal mesmo está na influência do Death Metal, como conta Anderson Rodrigues, baterista da DT: “A mudança foi algo natural, nós não deixamos de ser melancólicos, nem depressivos. Estamos agressivos, sim, por consequência do que cada um ouve, mas fiquem tranquilos, que ainda somos os mesmos”, salienta.

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Any Deyse, a vocalista, compartilha da mesma ideia, e também deu sua contribuição para essas novas músicas. Ela escreveu algumas letras e diz que não foi tão difícil. Any nos conta como foi o processo: “Eu prefiro ouvir a melodia primeiro para depois escrever a letra, e já escrevo pensando em inglês, onde tenho mais facilidade. Até brincam comigo, dizendo que psicografo as letras (risos)”. Ela completa falando da sua inspiração: “Eu me inspiro na minha própria vida e em situações do dia-a-dia. É incrível como sai com naturalidade”, confessa. De um modo geral, pelo que deu para ouvir no ensaio, podemos garantir que a nova roupagem da DT vai agradar aos fãs antigos e cativar outros novos. A agressividade está mais presente que antes, e em nada lembra o primeiro EP “...And Darkness Fell”. Talvez, quem sabe, seja o período de 'luz' pelo qual os integrantes estão passando. Desse modo, o som vai agregar os ouvidos mais exigentes. Por falar em novo som, como será a aceitação do público por esta sonoridade remodelada? O vocalista Arthur Aquino responde: “Nós esperamos que o público goste do novo jeito de tocar que estamos desenvolvendo. É claro que o gosto musical de cada um está representado nas músicas que compomos”, reforça. Sobre a possível estreia do novo álbum, a banda não quis se comprometer, e apenas disse que, em breve, o público verá o que eles estão produzindo. Por agora, tudo está sendo lapidado.

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Texto: Pei Fang Fon - Yzza Albuquerque Fotos: Pei Fang Fon

Quem nunca viu um cara magro, cabeludo, de óculos escuros, passeando pelas ruas de Maceió em uma mobilete? Melhor ainda: quem não conhece o Lobão? É praticamente impossível não saber quem é ele. Até quem não é aprecia o rock o conhece pelo seu trabalho à frente da 'Morango Produções'. A Rock Meeting desse mês deu uma parada no resgate das bandas mais antigas de Alagoas para contemplar uma das figuras mais célebres no meio artístico do Rock e da produção de filmes amadores em Maceió. Sim, o Lobão é o nosso prestigiado! Conheça um pouco mais através dessa entrevista muito bem humorada. 1 – Nós o conhecemos como Lobão, mas gostaríamos de saber quem é você. Afinal, quem é Lobão? Lobão - Eu sou Anivaldo Luiz da Silva, tenho 33 anos. Nascido em Maceió. Filho de Doralice Jerônimo da Silva e José Luiz da Silva, ambos falecidos. Moro sozinho junto com a minha cachorrinha, Lobinha. E profissionalmente, trabalho com o pornô amador alagoano e produzo show. Uso a produtora para financiar a Cheiro de Calcinha, que é uma banda de rock. Criei a versão “elétrica” da banda para o período do carnaval e, agora, a versão “lambada, forró, bregão”. O nome Lobão veio a partir do verdadeiro Lobão. Aconteceu em uma época em que deixei o meu cabelo crescer e tudo o mais. O pessoal da rua não sabia o meu nome, mas me chamava assim, dizendo que eu parecia com o Lobão. Eu não gostava muito. Curiosamente, as pessoas que eu não conhecia me chamavam de Lobão, aí comecei a gostar do apelido e adotei profissionalmente. 2 – Quando iniciou o seu interesse pelo underground e qual foi a sua motivação? Lobão - Quando comecei a banda, em 1996, compondo música e tudo o mais, fui para São Paulo tentar uma gravadora, mas senti a necessidade de empreender com o que se tem; o que não poderia era deixar de fazer. Comecei a organizar pequenos shows, sendo o primeiro em 2004. Neste período, mal tinha acesso à internet, e a divulgação foi feita com panfletos.

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3 – De onde surgiu a “Morango Produções”? Lobão - Eu sempre quis trabalhar com algo que me trouxesse satisfação e prazer, assim como é com a Cheiro de Calcinha. Trabalhar com rock e músicas próprias é complicado, pelo fato de que aqui não tem estrutura; quem tem passa por dificuldades, imagine quem não tem! Daí, fui pensando em outra coisa, numa ideia, no que poderia empreender, até que, folheando uma revistinha pornô, pensei que poderia fazer igual... Mas os custos ficariam altos. Atualmente as pessoas não se interessam tanto pelo material impresso, é caro e pouco atraente. Pensei no vídeo. Fui até uma locadora, e vendo os vários que havia na prateleira, um me chamou atenção pela simplicidade que se apresentou para mim. Era um pornô amador. Capa simples, um casal, não era uma mega produção. Pensei que poderia ser mais prático de fazer. Peguei dinheiro com mamãe, não muito, fui numa boate, chamei uma garota e ela aceitou, mas ela não compareceu. Tentei várias vezes, até que uma aceitou e compareceu. Ficou horrível, mas serviu de escola. (risos) 4 – A Cheiro de Calcinha tem algo relacionado com a 'Morango Produções'? Lobão -Tem tudo a ver. Tudo o que entra através da 'Morango' serve de financiamento para a banda e tudo o que é ligado a ela. No segundo filme já entrou clipes da banda, para que quem assistisse aos filmes, pudesse conferir o som da 'Cheiro de Calcinha'. 5 – Por falar em banda, “Cheiro de Calcinha” - por que esse nome e quem compõe a banda atualmente? Lobão - A Cheiro de Calcinha existe desde 1996. Eu comecei a compor as músicas e desde o início muitos amigos passaram pela banda, mas, devido a razões pessoais, não puderam continuar, pois muitos não se encaixaram na batalha. Eu uso as armas que tenho... Só não vou deixar de fazer. Muitos questionavam as condições de “trabalho”, os lugares das apresentações... Mas eu não quero uma banda para ficar num quartinho ensaiando! Quero uma banda para o mundo. Eu nunca dispensei ninguém, eles que saíam.

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Atualmente, eu tenho treze amigos que dominam o repertório. Se você for a um show e vir uma formação, e num outro já não for aquela que viu antes, não se assuste. Somos todos a Cheiro de Calcinha. Mas é claro que tento sempre manter a última formação. Nos shows, na medida do possível, sempre tento arrumar algum dinheiro para que a galera que tocou não tenha apenas despesas. Já o nome da banda surgiu num ensaio. Sugeriram vários nome, The Fezes foi um deles, até que alguém falou “Cheiro de Calçola”, mas eu achei muito agressivo, e comentei “Cheiro de Calcinha é mais carinhoso, né?”. Esse nome acabou ficando na minha mente e foi o escolhido. Ficou mais irreverente. 6 – Você, como produtor de eventos de vários estilos, qual acredita ser o evento que te faz ter boas lembranças? Por quê? Lobão - Todos me trazem lembranças, não dá para destacar um. Cada um teve a sua dificuldade, mas posso dizer que o primeiro evento. Não o primeiro de todos, mas o primeiro evento de verdade. O primeiro mesmo não foi tão bom, não teve público. (risos) 7 – Sabemos do seu empenho pela cena underground, mas o que o Lobão escuta? Cite alguns exemplos para nós. Lobão - Lá em casa, não tenho TV, nem rádio, só um computador, e mesmo assim ele só está lá há uma semana. Eu ouço o que vem da rua. Ouço a galera tocar pagode, forró... Só não dá muito rock na rua, mas eu gosto, mesmo assim. 8 – Diante do que já foi dito na pergunta anterior sobre o seu gosto musical, qual seria o seu Top 5 ? obão - É curioso isso. Eu sou fã dos Raimundos, então escolho “Eu Quero Ver o Oco”. Eu gosto daquela música da Ivete Sangalo, “Na Base do Beijo”. (risos) Mas ultimamente, tenho curtido bastante a “Conga”, da Gretchen. A gente fez até uma versão dela, mais rock. Uma quarta música é da Vanessa da Mata, mas não lembro o nome... E a última, eu estava escutando com um amigo um dia desses... Desculpa, mas não lembro no momento. Deu um branco! (risos)

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9 – A Rede Record de São Paulo veio até Alagoas conhecê-lo e ficar por dentro das suas ações como músico e produtor. Como se sentiu ao saber que seu trabalho será compartilhado para todo o Brasil? Conte como foram as gravações. Lobão - Está sendo uma satisfação muito grande, altas expectativas também. Eu já participei de algumas matérias para o 'Tudo na Hora' e para o pessoal da TV Pajuçara, e provavelmente eles devem ter me indicado para a matéria. A equipe esteve aqui para me entrevistar sobre os filmes, depois fomos para um estúdio, onde tocamos, e eles acharam bacana a nossa música. Destacaram “A Mulher do Delegado”, “Amor Complicado” e “Gatinha”, que é a nossa música de amor. (risos) 10 – Para você, quais as músicas que não podem faltar no setlist da Cheiro de Calcinha? Lobão - “As Periquitas das Meninas”, “Chupa Toda”, “A Mulher do Delegado” e “Gatinha”. Tem também “Amor Complicado” e “João da Venda”... Mas as duas que não podem mesmo faltar são “As Periquitas...” e “Gatinha”. Criei a primeira a partir dos Raimundos. “As Periquitas das Meninas” nasceu do meu gostar pela banda. Para “Gatinha”, me inspirei em uma amiga minha. A minha inspiração vem do cotidiano. 11 – Todos que produzem ou participam de eventos presenciam diversas s i t u a ç õ e s estranhas/engraçadas/bizarras. O que você pode nos dizer? Lobão - Montar ordem de banda é muito sofrido, porque ninguém quer ser a primeira, nem a última. (risos) Tem show em que o segurança não sabe trabalhar com a galera do rock. Banheiro quebrado acontece muito. Horário de show também... Marcar certa hora e começar muito tempo depois. (risos)

Lobão - Ideia é o que não falta, o que falta é dinheiro para investir. Estou sempre buscando a ferramenta para realizar o que pretendo. Para este ano, eu já estou fazendo a Cheiro de Calcinha – “Lambada, forró, bregão”, tudo com uma pegada de rock. Se possível, gravar novas músicas para a Cheiro de Calcinha. Já os filmes são poucos, em cinco anos que estou nesta atividade, apenas oito filmes gravados. É pouco. Tema para filme não falta, o que falta é dinheiro para investir. Estou com saudade de produzir shows, aqui não temos lugar para fazer. Eu prefiro fazer parceria com as casas de show... Não está sendo possível atualmente, no entanto, espero fazer em breve. E, provavelmente, no dia 16 de maio haverá um evento de metal junto com a Cheiro de Calcinha. Por mim, faria um show todo fim de semana, Maceió tem uma cena de rock bonita, mas a falta de estrutura prejudica a todos. A cena é desassistida. Musicalmente, a cidade é bem servida, falta oportunidade.

12 – 2010 já começou. Quais os planos do Lobão para os seus empreendimentos?

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Review - Blaze Bayley em Maceió

Um fenômeno chamado Blaze Bayley Texto: Daniel Lima Fotos: Pei Fang Fon

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dia 3 março de 2010 ficará por muito tempo marcado na memória dos metalheads que estiveram presentes no Orákulo Chopperia. O ex-vocalista do Iron Maiden, Blaze Bayley, fez uma apresentação única e contagiante para o pequeno público que foi prestigiar o evento. Apesar do atraso de 3h por problemas técnicos, o público não se abateu e esperou ansiosamente pelo início do show, que parecia ser impossível de acontecer em Maceió, mas que, para a felicidade da nação Headbanger, aconteceu. Além do já consagrado Blaze Bayley, tocaram as bandas CODE (AL) e Suprema (SP). A banda Effatum não se apresentou por falta de tempo, devido ao atraso que aconteceu para se iniciar as apresentações.

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Como diz a expressão, “a casa veio abaixo” quando ele executou a primeira música do Iron Maiden no show. “Futureal” parecia não ser real para os fãs da Donzela que estavam presentes. Sem pestanejar, veio outra do Maiden - Lord of the Flies. Em seguida, mais algumas músicas de sua carreira solo, antes de voltar com mais um velho clássico de sua ex-banda, do álbum Virtual XI. “The Clansman”, mostrou o poder e a moral que Blaze Bayley ainda tem sobre os fãs do Iron Maiden. Para coroar as canções da Donzela que estavam em seu repertório, veio a música que mais faz sucesso da sua época de Iron Maiden, “Man on the Edge”. Uma das músicas que mais empolgaram e fizeram a o público balançar a cabeleira. Era inacreditável assistir ao cara que gravou originalmente junto com a Donzela executar essa música. Para encerrar, ele tocou um dos maiores – se não o maior – sucessos de sua carreira solo, “Robot”. Todos cantaram e gritaram extasiados a música que fechou o show com chave de ouro. O repertório foi o seguinte: 1 Madness and Sorrow 2 Voices From the Past 3 City of Bones 4 BlackMailer 5 Faceless 6 Blood and Belief 7 The Launch 8 Futureal (Iron Maiden) 9 Lord of the Flies (Iron Maiden) 10 Letting Go of the World 11 Waiting For My Life 12 The Brave 13 Leap of Faith 14 The Clansman (Iron Maiden) 15 Man on the Edge (Iron Maiden) 16 Robot Blaze Bayley não pôde ficar após o show para dar autógrafos e tirar fotos com os fãs por causa do horário de partida do avião. Sem contar que o show teve de ser reduzido pelo atraso para o início do mesmo.

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Após o show magnífico do Blaze, sobe ao palco a banda CODE, com Kedma Villar no vocal. Com um público bem menor do que havia anteriormente, a banda não se deixou abater e fez um ótimo show. Tocou músicas próprias e alguns covers, a exemplo de “Extreme Aggression”, do Kreator. Pancadaria do começo ao fim – assim foi o repertório da banda CODE, sem frescura e mostrando como é que se toca metal em Alagoas. Ocorreram, durante o show, duas participações, e a banda também fez um repertório reduzido para que a próxima banda viesse a se apresentar e continuar animando a galera que ainda estava presente. Para fechar a noite (Já que a banda Efattum não iria se apresentar), a banda SupreMa subiu ao palco, com a participação especial de Cleison Silva (baixista da banda pernambucana Caravellus), se apresentando pela segunda vez em Maceió. Um show muito bom, mas infelizmente o horário e o cansaço do público não ajudaram muito para que a apresentação fosse melhor. O SupreMa tocou músicas próprias de seus dois álbuns e encerrou com um clássico do Iron Maiden, The Number of the Beast. O público mesmo cansado, se levantou, deixou a preguiça de lado e foi bater cabeça. Sempre que se toca qualquer música da Donzela, o público vai a loucura. O atraso não tirou o brilho desta “pequenagigante” festa feita pelos Headbangers alagoanos, que prestigiaram um grande espetáculo com atrações de peso. É de eventos como este que Maceió - e todo o Estado - precisa para crescer e fazer com que o público aumente e se fortaleça a cada dia, já que para assistir a shows como esses, o público alagoano normalmente tem que viajar para Recife. Alagoas tem potencial, sim, para entrar na rota de grandes shows do circuito nacional. Basta acreditar e fazer acontecer.

Confira estas e outras imagens do show do Blaze Bayley na Galeria de Fotos da Rock Meeting

http://flickr.com/photos/rockmeeting 17

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A Rock Meeting teve a oportunidade de conversar com Douglas Jen, guitarrista do SupreMa, logo após o show dos rapazes em Maceió. Confira!

Yzza Albuquerque e Pei Fang Fon

Olá, Douglas! Primeiramente, muito obrigado pela entrevista! Douglas Jen - Fala, galera da Rock Meeting! Obrigado pela presença lá em nosso show em Maceió com Blaze Bayley, e obrigado por promoverem este bate-papo! Quem faz o SupreMa hoje? Conte-nos um pouco sobre vocês. DJ - O SupreMa, desde 2008, vem mantendo a mesma formação: Douglas Jen (guitarra/vocais), Pedro Nascimento (vocais), Helmut Quacken (bateria) e Gabriel Conti (baixo). Temos já seis anos de carreira, e estamos bem animados com esta fase da banda. Recentemente, estivemos em nossa terceira passagem pelo Nordeste, e agora estamos gravando o novo CD! Como foi o início da banda? Há alguma história por trás do nome “SupreMa”? Por que a letra “M” é maiúscula? DJ - O início foi como o de qualquer outra: um grupo de amigos se junta a fim de fazer uma banda, até que fica séria, a coisa! Gravamos um CD, e a partir daí mudamos de formação várias vezes, até chegar ao time que temos hoje. Sobre o nome, ele expressa bem o sentimento que tínhamos na época, quando fundamos a banda... Eu queria fazer um som diferente, melodioso, mas ao mesmo tempo agressivo, trabalhado, porém sempre soando grandioso...

Até que um dia, nestas procuras pelo nome ideal, estava eu, malhando na academia, correndo na esteira, quando, de repente, olho para o lado e vejo escrito “suprema” em algum lugar. No momento, aquilo me deu um impacto. Sabe quando parece que o tempo para, aquilo entra profundo na sua mente, e você diz, “Eureka!”? Pois é, foi assim. Só que, neste tempo, o detalhe era eu, correndo na esteira, e, claro... Levei o maior tombo! (risos) Sobre a letra “M”, ainda teremos um capítulo num próximo CD que vai explicar... Na recente turnê pelo Nordeste, vocês se apresentaram aqui em Alagoas junto ao Blaze Bayley. Vocês costumam tocar covers de Iron Maiden, então o que acharam do show? DJ - Como sempre digo, todos nós crescemos ouvindo Iron Maiden, influenciou a toda uma geração, duas gerações, três gerações, sei lá quantas a ouvirem Rock! Então, claro que, para nós, é a banda que mais respeitamos, apesar de não ser nem um pouco similar ao som do SupreMa. Sim, nesta tour, tocamos alguns covers do Maiden. Recebemos vários convites para fazer uma nova tour, porém nosso novo disco não estava pronto, e para não desistir da ideia de fazer uma nova turnê, preparamos uma especial, fazendo um tributo ao Iron Maiden. Ao final, tocávamos os sons do primeiro CD e uma música


nova. Para nós, foi muito divertido! Mas falando no show em si, foi demais! Blaze, um grande frontman, mostrou por que esteve no posto de vocalista da maior banda de metal de todos os tempos. Grande show! Por causa dos atrasos, ele teve de fazer o primeiro show da noite, senão perderia o vôo, e confesso que ficamos bem apreensivos com isso. Depois do Blaze, tocou a CODE, grande banda. Confesso que me surpreenderam! Ficamos então incumbidos de fechar a noite. Ainda havia muitos bangers lá para curtir o show do SupreMa! Foi demais, ver a galera esperar até 3h30 da manhã para ver nosso show e curtir, e ao final esperarem para tirar fotos com a banda e terem seus CDs autografados... Fizemos questão de atender até o ultimo banger ali presente (vocês são prova disto!). Você se interessou por música cedo. Por que escolheu a guitarra, em particular? DJ - Na verdade, me interessei por bateria, primeiro! Mas, em casa, o pessoal não queria, pois era muito barulhento... Tinha um violão bem velho em casa, e eu, ainda criança, empurrava todos os móveis da sala, colocava em algum canal musical e ficava imitando os videoclipes de Maiden, Metallica, Guns N' Roses e toda esta leva do início dos anos 1990. Acabei pegando gosto pela coisa, e com onze anos já tinha cabelo comprido. Não demorou muito até eu ganhar um violão melhorzinho e começar a aprender (sozinho... Pois é, na época não tinha YouTube!). Depois do violão, passaram-se alguns meses e ganhei a Maria Isabel, minha primeira guitar! Aí foi um caso de amor por longos anos... (risos) De onde veio a ideia de ministrar aulas, tanto online, quanto ao vivo? DJ - O mundo gira em torno da tecnologia, que a cada dia avança mais, e se não ficarmos antenados e preparados para as novidades, vamos cada vez ficar mais para trás!

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Tenho meu estúdio em São Caetano do Sul, porém muita gente de outros estados que acompanham meu trabalho, queriam ter aulas e aprimorar técnica... A saída foi fazer aulas online por áudio e vídeo. Passo exercícios e explicações em tempo real, tirando as dúvidas do aluno e já corrigindo possíveis erros. Deu tão certo, que hoje em dia tenho vários alunos, inclusive fora do Brasil! E para a galera que não tem condições de pagar para ter uma aula, acabei fazendo várias mini-aulas, que disponibilizei no YouTube gratuitamente; aulas de 5 a 10 minutos, onde passo exercícios de algum assunto direcionado. Isso tem ajudado bastante ao pessoal a se desenvolver! Creio que estou conseguindo contribuir com esta nova geração de guitarristas novatos! Quem quiser acompanhar estas aulas, acesse o www.douglasjen.com, todos os links estão por lá! Conhecemos o Douglas Jen como guitarrista e fundador do SupreMa, mas a quantas anda o seu trabalho solo? Será lançado ainda este ano? DJ - Trabalho solo, creio que é o sonho de qualquer músico! Ali não tem aquela de padrão, de limites, não tem aquela de “jogar para o time”, escolher o tom certo para o vocal, ajustar a velocidade certa para o baterista encaixar tal arranjo, ajustar uma base mais simplificada para o teclado fazer suas linhas... Trabalho solo, você faz o que te der na cabeça e a galera vem atrás, e é aí que você pode conhecer mesmo o músico. No momento, estou finalizando as composições, já tenho nove em mente (cinco totalmente prontas e quatro já finalizando). Pretendo iniciar as gravações ainda no primeiro semestre, com lançamento até outubro. Será bem trabalhoso, pois vou ter participações de vários músicos (vários mesmo!), galera que mora longe, em outros estados; e vou querer acompanhar cada acorde, cada “tum, tum, tá”, e para isso, vai levar um tempo. Mas, ao final, vou ter realizado meu grande sonho!

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E o novo álbum do SupreMa? O que pode nos adiantar a respeito? DJ - O novo álbum do SupreMa está sendo gravado. Ficamos quase um ano e meio gravando pré-produções, fazendo e refazendo arranjo, regravando, recriando, reciclando até chegar ao ponto em que chegamos. É um CD bem mais maduro que o primeiro, a estrada tem nos dado uma grande experiência para isso! O CD transita entre o Power Metal e o Progressive Metal, sempre pesado e técnico, mas sem perder as características do primeiro CD, das boas melodias, corais e músicas marcantes! Neste exato momento, temos a batera já gravada, alguns violões e algumas vozes! Pretendemos lançar em Junho! O Nordeste entrará na rota da próxima turnê da banda? DJ - Com certeza! O Nordeste é nossa casa! Após o lançamento do CD, estamos prevendo uma divulgação fora do Brasil, e Petrucci! Aqui do Brasil, tenho escutado coisas fora do metal. Gosto muito de MPB e Jazz, isso dá sempre uma pimenta a mais no momento de compor!

O SupreMa tem músicas tocadas em rádios de fora do país. Há planos para uma turnê mundial? DJ - Mundial... Digamos que ainda é cedo, o mundo é muito grande! Mas temos alguns planos; de início, Europa.logo que voltarmos, uma tour no Sul, depois região Norte, que acabamos não passando agora em 2010, e por fim, Nordeste... Talvez cheguemos por aí em torno de setembro ou outubro. Só depois iremos lançar em SP!

O SupreMa tem músicas tocadas em rádios de fora do país. Há planos para uma turnê mundial? DJ - Mundial... Digamos que ainda é cedo, o mundo é muito grande! Mas temos alguns planos; de início, Europa.

Que bandas e músicos mais te influenciam hoje? Alguma banda brasileira em particular como referência? DJ - Esta é uma pergunta complicada, e se você for olhar nas minhas últimas entrevistas, a cada hora eu cito uma galera diferente! Sou muito de momento. Acho que posso dizer o que tenho ouvido mais ultimamente: Evergrey, Rage, Symphony X, Iced Earth, Triviun e Killswith Engage. De músicos, gosto muito do Victor Smolski (Rage), Michael Romeo (SymphonyX) e

Em seis anos de estrada, você já deve ter presenciado todo tipo de coisa. Qual(ais) situação(ões) poderia nos contar? DJ - Já vi de tudo na estrada, e já aconteceram várias situações, umas engraçadas, outras constrangedoras, outras inesperadas! SupreMa em 2008, passando o som em Belém (PA) mais ou menos às 20h, estávamos com vôo já marcado para Manaus (AM) para as 2 da manhã. Estávamos terminando a passagem de som, quando o promotor nos

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liga, cancelando o show um dia antes! Mesmo assim, fomos a Manaus e fechamos uma apresentação em outra casa para uma quarta-feira. Mesmo sabendo que o público seria menor e diversos prejuízos pudessem ocorrer, fomos em respeito ao público, que estava nos esperando por lá! Mas prefiro falar dos fãs! Tem duas histórias curiosas. Ao final de nosso show de Feira de Santana (BA), no dia 26/03/2010, um fã ficou até o final, foi o último a sair do recinto para poder tirar foto com a banda, e, ao final, disse que tinha saído do RJ, mais de um dia de viagem, para ir ver a gente por lá, já que há um bom tempo não tocamos no Sudeste! Outra história foi de um fã pernambucano, que em 2008 foi assistir ao nosso show em Recife, quando tocamos com André Matos por lá. O rapaz era do interior de Pernambuco e estava sem dinheiro para o show. Pegou alguns livros, vendeu num sebo da cidade, chegou no pé da BR e foi pedindo carona até Recife! Chegando lá, comprou o ingresso com a grana dos livros, e contou essa história para nós! Ficamos pasmos! A que ponto um fã é capaz de chegar para ver o show da banda preferida?! E nesta tour em 2008, tocamos em outras cidades de Pernambuco, e o rapaz foi ainda nos shows de Caruaru e Garanhuns! São pessoas assim que fazem tudo isso valer a pena! Entrevistamos várias bandas, e todas elas reclamaram bastante da questão da desunião na cena brasileira de Metal. Você compartilha do pensamento que o meio do do Heavy Metal é desunido? DJ - Ah, isso todo mundo já sabe... Metal é bem assim, cada um por si. Dificilmente

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vejo uniões e parcerias no meio Heavy Metal. Parece que o pessoal não se ligou ainda que é por meio de parcerias que a cena vai crescer. Tem espaço para todo mundo! Para este novo disco, tenham certeza que traremos grandes parcerias com bandas, produtoras, gravadoras e empresas de equipamento musical. Sei que tanto nós, quanto os parceiros, sairão ganhando. No momento, eu estou trabalhando também na produção de uma grande dupla sertaneja de SP, e vejo como este pessoal se ajuda. Um puxa o outro para eventos, para rodeios, para programas de TV aberta... Por isso esta galera cresce tanto. Sem parceria nada funciona. Música é uma indústria. Precisamos aprender que duas bandas sempre serão mais forte que uma. E para finalizar, alguma mensagem para o público alagoano? DJ - Claro! O público alagoano já é parte da família do SupreMa! Em 2008, fomos aí em nossa primeira tour, agora em 2010 fizemos um show reduzido... Estamos em débito com a galera de um show completo, com cenário completo, setlist do novo disco, backline da banda... Tudo como tem que ser! Esperamos voltar em 2010 com um grande show para vocês, com o CD novo na mão! Deixar o toque para o pessoal acompanhar as gravações do CD em nosso Diário de Bordo: www.diariodatour.zip.net . E também, nosso site: www.supremaonline.com , pois estamos postando periodicamente todas as novidades da banda. Obrigado pelo espaço cedido, galera da Rock Meeting! Nos veremos em breve! Valeu!

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Curiosidades

Caravanas como opções para curtir um bom show Fãs alagoanos se organizam financeiramente para ver de perto seus ídolos

Texto: Raphael Vasconcelos Fotos: Almir Lopes (Boteko do Rock)

A banda de Blaze Bayley foi a principal atração de abril em Maceió. É raro ver shows internacionais, como esse, aqui no estado. No início do ano, precisamente no dia 23 de janeiro, os integrantes da banda norte-americana Master se apresentaram para os fãs do Death Metal, no Orákulo. Uma vez ou outra, atrações internacionais como estas vêm ao Brasil, e quando decidem fazer uma turnê, vão para as metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro. Quando aparecem no Nordeste, se apresentam em Salvador ou Recife, e, às vezes, em Aracaju. Vendo esta necessidade e a pedido de um grupo que queria ver atrações internacionais, Emerson, dono da conhecida loja World Rock, decidiu organizar excursões para fora do estado. Em 2000, com o show do Stratovarius no Recife, o empresário percebeu que a iniciativa dava certo, e desde então nunca mais parou de marcar presença nos

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A caminho do show do Megadeth

principais shows no Nordeste. A apresentação mais recente que presenciou aconteceu dia 20 de abril, quando, junto a Almir Lopes, do blog Boteko do Rock, coordenou uma excursão com 40 atendentes, todos ansiosos por um certo show do Megadeth. “Devido aos shows com as bandas internacionais ou de grande nome no mercado nacional só acontecerem nas grandes cidades - o que não é o caso de Maceió -, então surgiu um meio de unir o útil ao agradável, já que eu pagaria de qualquer forma para assistir a estes shows. Por que não levar também uma galera junto?” Com essas palavras, Cleber Moura, ex-dono da Paranoid Metal Rock (que também esteve à frente de caravanas) justifica a organização de suas primeiras excursões. Segundo ele, as primeiras viagens que fez foram a Aracaju, para um show do Krisiun, e a Recife, para um show do Scorpions.

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Assim como Emerson, Cleber vai de van ou ônibus, dependendo da demanda. “Já levei de 10 até 90 pessoas. O que deu muita gente foi o Iron Maiden em Recife; levei 90 pessoas, mas proporcionei a ida de mais de 120”. Para quem quiser curtir shows das bandas favoritas que são internacionais, eles dizem que os valores variam de acordo com o local e o ingresso. O analista de Sistemas Sidney Victor, que já foi a cinco shows, em excursões, diz que não perde muito dinheiro. Ele gasta, em média, de R$ 150,00 a R$ 180,00. Para Sidney, o show mais legal foi o de Kreator e Destruction, que se apresentaram em outubro de 2002 no Recife, pela The Hell Comes to Your Town Tour. “A cena do metal fora daqui é bem melhor que a do nosso estado. Pelo menos na época, não se via tantos bangers como nos outros estados, e, geralmente, as pessoas que iam aos shows em caravanas eram as que realmente curtiam o som - que, por sinal, eram poucas, levando em consideração que eram bandas de Thrash Metal internacional.”

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Perfil RM O Perfil RM desta edição traz para vocês Léo Costa, vocalista da banda alagoana de New Metal/Metalcore Adrenaline.

Quem é você?

próprio som... E assim estamos!

Olá a todos! Eu sou o Léo Costa, vocal da Adrenaline, banda de New Metal/Metalcore aqui de Maceió.

Na sua opinião, como se encontra o cenário do rock alagoano?

Alguém foi responsável pelo seu interesse por música? Como conheceu o rock e decidiu formar uma banda? Então, pelo interesse por música, tive meus pais. Meu pai sempre ouviu rock setentista, e minha mãe, MPB. As melhores lembranças que eu tenho são dela cantando em festas familiares e na escola, quando eu era pequeno. Porém, quem me fez conhecer o rock foi meu primo. Quando eu tinha sete anos, ele era do surf e ficava ouvindo o Fear of the Dark do Iron Maiden. Fora ele, tem o meu tio. Ele ouve muita coisa dos anos 1980, saca? Mais o rock em si, cru, foi meu vizinho, “Vivico”, que me deu uma fita do Raimundos, “Lapadas do Povo”! Depois disso, minha vida mudou! Conte-nos como aconteceu o nascimento da Adrenaline. Você quem fundou? Se não, como entrou? A banda foi formada de forma engraçada. Um dia, eu e o Lan estávamos conversando sobre gostarmos de Deftones. Ele tocava na Unamed, e eu, na Lazarus. Ele, nesse tempo, estava dando uma força, já que estávamos sem baterista. Desde que me entendo como músico, o Lan sempre tocou comigo. Daí, resolvemos montar uma banda cover de Deftones. Convidei dois amigos, o Joseph (guitarra) e o Mabson (baixo), e ele, o Lekinho (guitarra), e formou-se a banda. Com quase dois meses de “vida”, fizemos nosso primeiro show, e veio então a perspectiva de fazermos sons próprios. O Guga (teclado) foi o último a entrar na banda. E assim ficamos e formamos a Adrenaline, seguindo a linha de que se é uma banda, que faça seu

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Cara, já foi muito melhor... Antes dessa moda “emo” - que, diga-se de passagem, é uma imitação “papagaiada” que nós, brasileiros, fazemos do que é moda fora do nosso contexto -, o lance era muito bom. Tínhamos bandas locais com ótima qualidade. O foda é que esse lance da postura de julgar como emo alguém pela forma que ele se veste meio que atrapalhou nossa cena. Engraçado que os que são tidos como “emos” nem chegaram a conhecer a Slip Out, primeira banda emo daqui de Maceió. Acham que emo é só se vestir, o que é o motivo de ter se banalizado o som. Qualquer coisa mais melódica é emo. Nós já fomos rotulados de emos. Engraçado que nossas influências melódicas são todas do bom New Metal, principalmente Deftones. Enfim, esse lance de se separar, segregar a cena, foi o que denegriu tudo. Mas depois do show da Naipe (selo) vi que ainda existe solução. Espero tocar em mais eventos onde as bandas locais sejam bem tratadas, tanto pela organização, quanto pelo público. Quais os seus cinco álbuns prediletos? Justifique em poucas palavras. Difícil... Tá bom. “Ventura” (Los Hermanos), “Roots” (Sepultura), “The Cleansing” (Suicide Silence), “Koßn” (Koßn) e “White Pony” (Deftnones). São únicos na minha vida! Destaque cinco bandas alagoanas que você vê que têm uma marca representativa. Bem, se puder incluir bandas que já não existem mais também... “Contra”, uma banda de Metalcore absurdamente sensacional, com a

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qual tive o prazer de conviver, porque é de amigos pessoais. A “General Zorg”, Hardcore NY de ótima qualidade, também de amigos pessoais. “Abismo”, nem se fala! Era fã dos caras mesmo, de ir a todos os shows, e hoje são meus amigos, com os quais tenho o prazer de dividir palco e turnês. “Sinsenhor”, banda clássica do Hardcore alagoano. E a “Never Say Die Julliet”, que veio com força nessa vertente de metal mais moderno, digamos assim. Conte situações inusitadas pelas quais você passou no palco e/ou na sua vida de músico. Nossa. Muita coisa... Por exemplo, o melhor lugar que eu toquei foi Petrolândia, unanimidade entre todos da banda. Nunca fomos tão bem tratados! E já houve umas tretas maiores. Fomos tocar em Garanhuns e fomos chamados de estrelas, porque queríamos tocar, nós e a Abismo, uma abrindo pra outra banda, pra facilitar, já que o Ivalter, batera da Abismo, e o Lan, nosso batera, são amigos e usam quase o mesmo set. Isso gerou uma confusão, mas faz parte, dentro do underground. Num dia, você toca o melhor show, com a melhor estrutura do mundo; no outro, é maltratado. Enquanto no palco, quais são suas sensações e sentimentos? Você busca alguma referência em suas performances? Cara, por ser eu quem escreve as letras, a carga emocional é absurda. Principalmente nas músicas melódicas. “Tão Longe”, por exemplo, é uma 25

música que me transporta para lugares que nem sempre desejo ir. Mas é bom, porque quem nos assisti sente verdade, saca? Se você não se emocionar com sua música, não se instigar, você não passa a vibe para o público, e o público não entra no clima. Agora, tenho algumas influências. O Chino Moreno, do Deftones, o Mi Vieira, do Gloria, o Dez Fafara, do DevilDriver, são alguns que me empolgam, e assim eu me inspiro e o público vê a gente pegando os espíritos e os expulsando! Como andam os projetos da Adrenaline para 2010? Estamos compondo e entramos em estúdio agora, no começo de maio. Nada de shows por enquanto, mas quem quiser nos chamar, é só acessar n o s s o F o t o l o g (http://www.fotolog.com.br/banda_a drenaline), que lá tem o contato da nossa produção e tal. O que posso a d i a n t a r, q u a n t o à s n o v a s composições, é que muita gente vai se perguntar se é a Adrenaline mesmo, porque está ficando nervoso! Deixe sua mensagem para os leitores da Rock Meeting. Queria agradecer ao carinho de todos, a vocês por terem me convidado. É uma honra participar. E espero que o público continue assim, nos ajudando, até mesmo criticando, porque é isso que nos faz querer ser sempre melhores do que somos! Valeu a todos, muita paz, positividade e rock! Jah nos guia!

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Eu estava Lá

Domingão do Azulão com Futebol e Rock’N’Roll Texto e fotos: Daniel Lima A banda Charlie Brown Jr. pousou em Maceió para mais uma apresentação. Desta vez, o show aconteceu no campo do CSA durante o Domingão do Azulão, projeto da diretoria para apresentar a equipe que defenderá a bandeira do time do Mutange, com direito a uma partida entre CSA (AL) e Campinense (PE), sorteio de uma moto e de um carro, além das apresentações da banda Canibal, Elieser Seton e a banda principal da noite, que foi a galera de Santos (SP) do Charlie Brown Jr. O evento Após a partida, na qual o time da casa venceu (CSA), começaram as apresentações com a banda de axé, Canibal, abrindo a noite, mostrando a diversidade musical que há em Alagoas. Sem maiores confusões, o show ocorreu tranquilamente e a torcida azulina respondeu ao chamado de Toninho (vocalista da banda Canibal), dançando ao som das músicas que são/foram sucesso, como “Frevo Mulher”, da cantora Amelinha, que fez sucesso na voz de Zé e Elba Ramalho. Em seguida, subiu ao palco o azulino declarado Eliezer Seton - músico consagrado não só em terras alagoanas,

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mas em todo Brasil, com canções gravadas por bandas conhecidas nacionalmente. Mas ele não foi cantar os sucessos das rádios; chamou a torcida azulina para cantar músicas que os apaixonados pelo CSA conhecem muito bem e cantam nos estádios. A galera cantou junto com ele, e para encerrar, cantou o hino do nosso querido Estado de Alagoas. Um momento muito emocionante. Para encerrar o Domingão do Azulão, a banda Charlie Brown Jr. subiu ao palco tocando novos e velhos clássicos. A música inicial foi “Tudo o Que Ela Gosta de Escutar”, do primeiro álbum da banda, uma surpresa para os fãs, que esperavam alguma música do último CD, “Camisa 10 Joga Bola”. Em seguida, outro clássico, “Tudo Mudar”. Todos mostraram que esperar o show de uma banda como Charlie Brown Jr. vale a pena. Chorão abriu duas garrafas de champagne durante o show, e, para a alegria dos fãs, foi literalmente “para a galera” enquanto cantava “Rubão”. Estava lá, no meio do público, o vocalista de uma das mais populares bandas de Pop Rock no Brasil, cantando e pulando. Um momento inesquecível para os fãs da banda.

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O show foi encerrado com “Proibida Pra Mim”, outra música do primeiro álbum. Um repertório com músicas de todos os álbuns, e que fez com que os fãs da banda revivessem momentos que ficaram na história. A organização do Domingão do Azulão merece os meus parabéns, além de todo o público (de número menor que o esperado pela organização), que se comportou muito bem, sem maiores confusões. As pessoas que disseram que não iriam por causa da bagunça perderam uma festa muito bonita, tranquila, e um show espetacular da banda Charlie Brown Jr.

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