Revista Rock Meeting #7

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Expediente Editorial Direção Geral Pei Fang Fon Fotografia Daniel Lima Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Revisão Daniel Lima Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Capa Lucas Marques Pei Fang Fon Diagramação Isabela Pedrosa Lucas Marques Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Colaboradores nesta edição Almir Lopes Contato Email: contato@rockmeeting.net Orkut: Revista Rock Meeting Twitter: http://twitter.com/rockmeeting Flickr: www.flickr.com/photos/revistarm

Desde a criação desta revista, a princípio despretensiosa, temos visto suas audiência e credibilidade aumentarem a cada edição. Diante destes fatos, podemos dizer que o nosso trabalho está sendo cumprido. Livre de qualquer rejeição de estilo dentro do Rock and Roll, a Rock Meeting teve a honra de ser lançada oficialmente em Recife, por intermédio da nossa parceria com a Otherside Produções. Momentos como esse nos dão forças para continuar, e nos garantem a certeza de que estamos fazendo algo pelo rock dentro e fora de Alagoas. A equipe da Rock Meeting se sente extremamente feliz por ter estado presente no evento realizado pela Otherside. Em virtude de tantas conquistas, nós agradecemos aos nossos leitores pelo apoio que temos recebido de todos, pois cada um de vocês contribui para a melhoria da “Revista dedicada ao Rock Alagoano”. Muito obrigado!!!

ROCKMEETING.NET (EM BREVE)

As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de quem assina e não reflete, necessariamente, a opinião da revista.


Índice

Espaço Boteko - Review Avoid Selo Naipe Femusesc World Metal Lançamento Rock Meeting CAPA: Abismo EXCLUSIVO: Entrevista com Dani Nolden (Shadowside) RM apresenta: Forloxcia Perfil RM - Léo (Varial ) Eu estava lá Especial Recife


Espaço Boteko OS DESBRAVADORES DE UMA DIVERSÃO ÚNICA Almir Lopes - http://boterock.blogspot.com AVOID - “And Join the Fun” Ano de lançamento: 1995

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om um título bem sugestivo, a banda pede para que nos juntemos a ela para um pouco de diversão. Esse álbum foi gravado há 15 anos atrás, e, naquela época, nada era fácil como é hoje. Tudo era, com certeza, menos divertido, em termos de produção de um CD. O AVOID soa como os verdadeiros desbravadores do metal alagoano deveriam, visto que, se existe relato de algum CD gravado naquela época (anos de 1990) no contexto underground em terras alagoanas, ninguém se lembra, ou então não existe referência alguma. Composto por Enio, na bateria, Myro, no baixo, Rafael, guitarra e backing vocal, e Léo, nos vocais, esse quarteto alagoano fez história quando lançou esse petardo intitulado “And Join the Fun”, em 1995. Dividindo faixas com letras em português e inglês, o AVOID tinha, em sua sonoridade, influências que passavam por Anthrax e chegavam, inevitavelmente, ao Sepultura (banda brasileira que, na época, estava em franca evidência, e já era referência para todos os headbangers). Mas se o ouvinte de “And Join the Fun” se aventurar em ouvir o disco de trás para frente, poderá encontrar até um pouco de Faith No More na sonoridade da banda, lembrada na décima quarta faixa, “Fucking Dear”. Se preferir seguir os padrões convencionais de audição, logo na “Chaotic Imaginary”, a introdução já dá o tom de festa animada, numa propulsão inimaginável de ritmos e influências. O álbum tem como destaque a faixa “Avoid”, que, numa ideia bem sacada, conta com duas versões: uma elétrica, e outra acústica. Se fosse editado nos tempos atuais, provavelmente a segunda versão entraria como faixa bônus. Já na terceira faixa, a banda segue a tendência de soar pesado, e é ai que se começa a perceber a falta de massa sonora no pé do ouvido: tecnicamente falando, a bateria soa completamente inócua. O baixo faz sua parte, mas

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a guitarra não consegue transpor a massa sonora que lhe é imposta, sem overdubs o suficiente para deixar a festa com o peso sonoro merecido. Nos vocais, o esforçado Léo mostra-se competente, entoando cada faixa do CD com destreza e conseguindo, com louvor, soar personificado. Na décima faixa, ouve-se até um brasileirinho, em ritmo de “metal desprovido”. Vale destacar, diante de tantas contribuições para a realização de “And Join the Fun”, o apoio fotográfico do renomado Ailton Cruz. Obviamente, Enio, Myro, Léo e Rafael não eram os únicos a cultuar o metal nos longínquos primeiros anos da década de 1990. No entanto, tiveram atitude e determinação o suficiente para deixar a sua marca registrada no difícil mundo do rock alagoano.

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Selo Naipe é lançado em Maceió Jonas Sutareli - Lucas Marques Fotos: Daniel Lima

Jonas Sutareli - Lucas Marques Fotos: Daniel Lima No dia 13 de Março, ocorreu o show de lançamento do Selo Naipe de produções. O evento foi realizado na casa de shows KFOFO, no bairro de Jaraguá, e contou com a presença das bandas Adrenaline, Before I Die, Pilgrims e Varial. Apesar do local pequeno, e com um evento gratuito de g ra n d e p o r t e c o m o o Fe m u s e s c acontecendo simultaneamente em um local próximo, o fluxo de pessoas foi consideravelmente bom. A galera compareceu, não deixou a desejar e apoiou veementemente a cena Rock and Roll alagoana. Com execuções de qualidade, que sempre davam bons circle pits, os shows animaram a todo o pessoal no local. O lançamento do Selo Naipe traz uma nova perspectiva à cena underground alagoana. Os organizadores afirmam que continuarão promovendo mais shows desse tipo com freqüência, pois, como disse o vocalista da Varial, Leo Calheiro, “há muitas bandas boas aqui em Maceió, e a galera precisa conhecer e apoiar”. Ainda no palco, ele profere um discurso que nos faz criar uma grande expectativa a respeitos dos próximos eventos a serem realizados pelo selo Naipe: “o selo não tem a intenção de fazer um show qualquer; a ideia é reunir as melhores bandas da cena para realizar um belo espetáculo”. Ou seja, é show de qualidade na certa! O Selo Naipe vem trazendo possibilidades enormes para o crescimento do rock no estado, contando com um pessoal comprometido e que ama o que faz. Esse promete ser um começo de uma longa e triunfante estrada para o pessoal do selo. Boa sorte, e long live Rock and Roll!

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Especial: Femusesc

Rock and Roll no Femusesc? Na sua 12º edição, o Festival de Música Alagoana do Sesc se rendeu ao som de Edu Silva e sua canção Freedom Texto e fotos: Pei Fang Fon

No último dia 12, Maceió foi palco da 12º edição do Festival de Música do Sesc Alagoas, o Femusesc, que reuniu as quinze melhores músicas, após uma seleção que contou com 217 canções dos mais variados estilos. O Femusesc poderia ser o mesmo das outras edições, mas nesta edição, um estilo em particular chamou atenção: o Rock and Roll. O nosso representante foi Edu Silva, guitarrista, que reuniu alguns amigos, entre eles o baterista da Abismo, Valter Holanda, e não menos importante, Diego Monteiro (baixo), Léo Fernandes (teclado) e Kléber Azevedo (guitarra). Com a sua pegada Hard Rock, Edu abriu o primeiro dia do Femusesc com a instrumental “Freedom”. Criada por ele e o baixista, eles mostraram que existe Rock and Roll sendo feito em Alagoas, e que, muitas vezes, não tem a oportunidade de estar num festival como o do Sesc. Diante deste descrédito, no ato da seleção das quinze músicas que se apresentariam no festival, a música de Edu foi ouvida, mas os jurados não acreditaram no potencial do Rock. “Se essa banda não for boa, vamos vetar e por a banda base”, foi o que os jurados disseram. Edu responde, “Eu confio nos meus amigos que vieram, junto comigo, do underground. É para provar que existem músicos excelentes”, desabafa.

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Noite do Femusesc Quem esteve presente no estacionamento do Jaraguá pôde perceber que a canção “Freedom” tem de tudo para estar entres as oito músicas classificadas: muito além do que o significado da música – liberdade. O Rock and Roll é um ritmo livre, e vai muito além do que é dito por aqueles que não apreciam o estilo. O rock pediu liberdade, e foi isso que Edu Silva mostrou de maneira alegre, contagiante e envolvente para os jurados e o público. “Eu estava ali para me divertir e cativar o público com o som da guitarra”, argumenta. Cena em Alagoas Perguntado sobre a cena underground em Alagoas, Edu foi bem enfático ao dizer que a mentalidade de muitos músicos está restrita ao seu espaço: “as bandas deveriam ajudar mais, esquecer que há divisões entre os ritmos, e lembrar que todos procuram por um mesmo objetivo: mostrar que Alagoas tem ótimas bandas, independente do estilo”. Completa, ainda: “Eu não me considero um músico de qualidade, mas quero aprender e conhecer coisas novas”. Em todo o momento, Edu sempre se refere aos seus amigos e suas influências por ter alcançado o que é hoje. “Quero agradecer aos meus amigos. Essa música já não é mais minha, é deles agora.” Silva finaliza: “obrigado à Revista pelo ótimo trabalho e pela diferença que tem feito.”



Notícias e Curiosidades UFO: dois shows confirmados no Brasil

World Metal S t o n e Te m p l e Pilots lança música em rádio

O U F O a c a b a d e confirmar, em seu site oficial, uma apresentação em São Paulo, no dia 26 de maio, e outra dia 27, em Goiânia. A banda ainda conta com os dias 28, 29 e 30 do mês livres para o agendamento de shows no Brasil.

Rush: seis músicas novas prontas Em entrevista ao jornal The Canadian Press, Neil Peart, considerado um dos melhores bateristas do mundo, revelou detalhes sobre o próximo lançamento de sua banda, o Rush: "Juntaremos essas (novas) canções e, se elas soarem bem, provavelmente iremos lançá-las por conta própria. Nos perguntamos: se finalizarmos algumas composições, sairemos numa

A estação de rádio norteamericana KISW 99.9 FM disponibilizou, em seu site, o single inédito do Stone Temple Pilots, "Between the Lines". "Between the Lines" é também o nome do novo trabalho da banda, que deve chegar às lojas dos EUA dia 25 de maio. pequena turnê para apresentá-las, voltando ao estúdio logo depois para compor novamente? Seria uma maneira interessante de agitarmos nosso modo habitual de fazer as coisas. (...) Ainda não há nada que eu possa confirmar. (...) Tudo o que posso dizer é que estamos considerando essa possibilidade.” Geddy Lee e Alex Lifeson haviam comentado que já têm seis músicas prontas no dia anterior.

I c e d E a r t h Dave Grohl tem lançará box de overdose de café edição limitada O "Box of the Wicked", da banda americana de Power Metal Iced Earth, estará limitado a 10.000 cópias no mundo todo. O box contará com os álbuns originais em digipack “Framing Armageddon” e “The Crucible of Man”, além de EPs, um CD bônus, um encarte de 12 páginas com fotos em alta qualidade inéditas da banda, e um pôster colorido de tamanho A1.

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De acordo com informações do site R7, Dave Grohl foi atendido em um hospital por causa de seu consumo excessivo de café. Em entrevista a uma rádio britânica, Grohl confirmou a informação. Há alguns dias, um vídeo surgiu na web, onde Grohl aparece tomando muito café e ficando hiperativo ao lado dos colegas de banda do Them Crooked Vultures.

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World Metal

Notícias e Curiosidades Soulfly c o n fi r m a d o para o Rock in Rio Lisboa

Rammstein planeja shows na América do Sul

O site do Rock in Rio Lisboa anunciou que a banda de Max Cavalera, Soulfly, tocará no dia 30 de maio no "Palco Mundo", o principal palco do evento. Max e Cia. tocarão pouco antes de Megadeth e Rammstein.

Memórias de Ozzy Osbourne podem virar filme As memórias recentemente publicadas de Ozzy Osbourne em "I Am Ozzy" estão prestes a ser passadas para a telona no ano que vem, se a esposa e empresária de Ozzy, Sharon, fizer sua parte. Em entrevista para a revista People, Sharon disse, "Ano que vem, quero

Em entrevista recente a um jornal colombiano, o baixista Oliver Riedel falou sobre os planos do polêmico Rammstein de estender sua turnê pelas Américas. A banda já confirmou datas nos EUA e Canadá a partir de setembro deste ano, e Oliver disse que planejam ainda passar por mais dois ou três países da América Latina. trabalhar em um filme para Ozzy. Ele recebeu ofertas pelo seu livro. Aquela moça de 'The Education' poderia me interpretar ela é fabulosa!" A “moça” a quem Sharon se refere é a atriz britânica Carey Mulligan, uma vez indicada ao Oscar. Sharon comentou ainda que as conversas a respeito do filme estão bem avançadas. Johnny Depp foi bastante mencionado no passado como uma possível opção para interpretar Ozzy.

“Diamond Eyes” do Deftones já tem capa

Sick of It All: arte da capa de novo álbum revelada

Foi revelada a c a p a d e “Diamond Eyes”, novo álbum do Deftones, que sai pela Warner Bros. no dia 18 de maio. Junto a ela, foi divulgado o segundo single, também chamado “Diamond Eyes”. Ele pode ser ouvido através de um vídeo no YouTube. O álbum foi produzido por Nick Raskulinecz, responsável pelo último lançamento do Alice in Chains.

A banda de NYHC Sick of It All revelou a arte da capa de seu próximo disco, “Based on a True Story”, previsto para o dia 20 de abril. O álbum será lançado em LP, CD e versão digital. Será lançada também uma versão Media Book deste disco, com um DVD bônus, que terá uma arte diferente do disco convencional. Este será o primeiro lançamento do grupo desde “Death to Tyrants”, de 2006.

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Notícias e Curiosidades Led Zeppelin: o retorno? Parece que não. O agente do Download Festival, Andy Copping, confirmou que o Led Zeppelin foi convidado para ser o headliner do festival no próximo verão. Apesar de, segundo Copping, "montanhas de dinheiro" terem sido oferecidas, a chance de uma reunião é muito pequena. O agente fechou com bandas como AC/DC e Aerosmith para headliners.

Iron Maiden: possível turnê na América Latina em 2011 Segundo o jornal chileno La Tercera, os mesmos produtores responsáveis pelos shows da "Somewhere Back in Time Tour" do Iron Maiden em 2008 e 2009 no Chile, confirmaram os rumores das negociações da volta do grupo ao país. O Estádio Nacional é a principal aposta de possível

World Metal

Tracklist e capa de novo álbum do Hole são divulgados “Nobody’s Daughter” tem lançamento previsto para o dia 27 de abril, e contará com onze faixas em seu tracklist, dentre elas “Skinny Little Bitch”, “Pacific Coast Highway”, “Someone Else’s Bed” e “Letter to God”. Será o primeiro lançamento do Hole desde “Celebrity Skin”, de 1998. local para a apresentação. Um ano após a última passagem pelo Chile, o sexteto britânico já está negociando seu retorno, em março de 2011. Os números jogam a favor dos promotores chilenos: no show de 2008, foram vendidos 28 mil e 500 ingressos. Em 2009, 56 mil fanáticos viram a Donzela de Ferro no Club Hípico. Há boatos fortes de mais datas na América Latina.

G a m m a R a y fa r á apresentação em São Paulo

O retorno das Bonecas Assassinas

A banda norte-americana de Horror Punk Murderdolls confirmou seu retorno através de um de seus frontmen, Joey Jordison (Slipknot), e também anunciou um disco novo para 2010, intitulado "Women and Children Last". O grupo possuía apenas um álbum lançado quando decidiu entrar em hiatus,

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O s h o w acontecerá no dia 9 de maio, no Santana Hall. A apresentação será uma realização da Rádio Corsário, em parceria com a Negriconcerts. O ingresso normal para a pista custa R$90,00, e para quem quiser conferir por camarote, R$140,00. O Gamma Ray passará por terras brasileiras divulgando sua atual turnê, intitulada “To the Metal”. Novas datas são esperadas.

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Rock Meeting é lançada em Recife Com quase um ano de existência, a Rock Meeting foi agraciada com uma participação no lançamento da Otherside Produções, onde teve seu momento de apresentação

Texto: Pei Fang Fon Fotos: Daniel Lima

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último dia 19 representou um marco para a cena pernambucana de Rock and Roll. Na tarde desta data, na loja Abbey Road Discos, houve o lançamento oficial da mais nova produtora de eventos de Recife, a Otherside Produções, composta por João Andrade e Joabson Brainntwein. O evento contou com a presença das bandas que compõem o casting da produtora: Gandavo, Pandemmy, Obscurity Tears, Cangaço e Lethal Rising, além da presença de Sandro Moura (Instituto de Bateria Sandro Moura), renomado baterista de Pernambuco que já tocou com grandes nomes da música brasileira; de parte da equipe da Rock Meeting, Almir Lopes (do blog alagoano Boteko do Rock) e Alvete (figura ilustre da Abbey Road Discos). A Otherside apresentou as suas propostas para 2010, entre elas, a parceria feita com o site de notícias Latin Metal, da Argentina, que contempla as bandas latino-americanas; e um evento totalmente gratuito realizado junto à prefeitura do Recife, que acontecerá em abril. Lançamento Nesta mesma tarde, houve a apresentação do anfitrião do evento, João Andrade, junto a Joabson Branntwein (ambos da Gandavo), e Márcia Raquel (Obscurity Tears). O trio proporcionou belos momentos de música, ao som de voz e teclado. A dupla da Gandavo interpretou as canções “Black Chamber”, do Blind Guardian, e “There's No End if You Still Believe in”, música própria da banda. O significado desta última, em particular, reluzia entre os sentimentos de todos, como a esperança que cada um carrega dentro de si, inclusive para o eterno sonhador, e ao mesmo tempo realista, João Andrade. Na sequência, houve um momento sublime, que foi o dueto de João e Márcia Raquel, do Obscurity Tears. Ambos cantaram a música “The Phantom of the Opera”, de Andrew Lloyd Webber, talvez a interpretação mais aguardada da tarde. Com sua voz suave e encantadora, Márcia encarou bem o desafio e surpreendeu a todos com seu talento e a sua maneira de cantar. Sua interpretação foi maravilhosa. Após este momento, ela demonstrou, mais uma vez, do que é capaz, e cantou a canção do grupo holandês Within Temptation, “Mother Earth”. Todos já haviam se encantado com a música anterior, e esta só fez comprovar o talento de Márcia Raquel. Por um momento, sua voz foi confundida à da frontwoman do Within Temptation, Sharon den Adel. Foi aplaudida por todos.

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Pei Fang, Almir Lopes, Mirela Figueirêdo, Alvete, Daniel Lima

Rock and Roll Os parceiros da produtora tiveram seus momentos de fala, e algo chamou a nossa atenção, por ser um assunto frequentemente debatido pela Rock Meeting: o Rock and Roll como um estilo único e universal, sem qualquer distinção de estilo, seja ele Death, Thrash, Heavy ou Gótico. A m e n s a g e m fo i a m e s m a , e compartilhada pelo público. Assim como em Alagoas, a divisão também ocorre em Pernambuco, e a falta de apoio não é muito diferente da que presenciamos aqui. No entanto, a Otherside vem para acabar com este estigma e dizer que Recife tem músicos de qualidade, que precisam ser mostrados; e sem esquecer da criação e realização de eventos, para que as bandas pernambucanas e convidadas tenham a oportunidade de mostrar o seu som. Em razão deste descaso, muitos elogios foram feitos à iniciativa da Otherside em fazer a diferença por lá. Almir Lopes completou, dizendo que todos têm de lutar, e que se não acreditasse nisso, não estaria ali para apoiar a ideia de João Andrade e Joabson Brainntwein.

João Andrade e Joabson Brainntwein (Gandavo)

Rock Meeting Na mesma ocasião, a Rock Meeting estava bem representada no evento. À frente da palavra, a idealizadora da revista, Pei Fang Fon, falou do compromisso e da postura que a RM vem tomando desde sua criação, quando só havia três pessoas na equipe, na primeira edição. Hoje, composta por seis membros, e pensando em agregar mais colaboradores, ela comentou: “Nós temos a preocupação de proporcionar, a cada edição, o melhor que podemos, e comprovamos isso nos comentários que os leitores deixam em nossas páginas pessoais do Orkut, e nos e-mails também. É uma satisfação e uma preocupação ao mesmo tempo, pois temos que melhorar sempre.”

Pei Fang Fon (Rock Meeting), Almir Lopes Boteko do Rock) e Pandemmy

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Abismo: 10 anos de trabalho e Rock’N’Roll Diante do resgate que a Rock Meeting vem fazendo, a banda da vez é a ABISMO. Uma das bandas mais antigas de Alagoas, e que vem acompanhando as mudanças do Rock and Roll, traz para os leitores uma entrevista cheia de humor e indagações. Se você não conhece ainda, pare e leia. Fique por dentro do que pensa os integrantes da banda e suas perspectivas sobre os mais variados assuntos. Texto e fotos: Pei Fang Fon 1 - Quem faz a 'Abismo'? IVALTER - Atualmente, formamos a Abismo eu, Ivalter Holanda (bateria); Allan Nogueira (vocal); Anderson Peixoto (guitarra) e Mário Viana (baixo). ANDERSON - De maneira geral, podemos dizer que o público também, já que eles escutam nosso som e nos dão forças para compor e continuar o nosso trabalho como músicos. 2 - Quando e como iniciou? ALLAN - Por volta de 1997, eu e o Ivalter começamos a planejar algo relacionado a música. Em 1999, tivemos as primeiras formações da banda, já usando o nome Abismo, e em 2000 fizemos nosso primeiro show, em uma festa de aniversário. IVALTER - Esse início, em 1997, foi com trabalhos envolvendo música para algumas disciplinas. Isso aconteceu desde o ginásio até o ensino médio, período em que eu e Allan estudamos juntos. Alguns amigos de turma se juntaram à idéia de formar uma banda, mas somente nós dois continuamos com o trampo. 3 - Diante da formação de uma banda, o processo de escolha de um nome não é nada fácil. Como surgiu o nome 'Abismo'? ALLAN - Uma dessas formações, a de 1999, teve um amigo nosso, o Thadeu Luz. Ele já tinha essa 'carta na manga'. Como estávamos com dificuldade para nomear a banda, o nome 'Abismo' veio muito a calhar. No início, ainda houve relutância, porque algumas pessoas chegavam a achá-lo negativo, mas diante da multiplicidade de significados que o termo “abismo” pode ter, seguimos em frente com ele.

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IVALTER - Antes de 'Abismo', um outro amigo tinha dado a idéia de colocar o nome de 'Orion', em referência a uma música do Metallica, que, no início, até foi bem aceita, mas depois deixou de ser uma opção, por haver diversas outras coisas (produtos, empresas etc.) com o mesmo nome.

centavo. O CD ficou com uma qualidade profissional. ALLAN - Eu e o Ivalter produzimos a parte gráfica do CD. Um amigo, Gustavo Aguiar, já tinha a foto da capa, que dialoga bem com o conceito do álbum. IVALTER - Depois de tudo pronto, foi só lançar. Mas para lançar, planejamos evento para marcar o lançamento. Foram dias, noites e madrugadas colando cartazes nas ruas, fazendo reuniões com as bandas participantes, indo a diversas casas de shows para fechar um contrato para o evento... No fim das contas, valeu muito pena, visto que o show aconteceu, e até superou nossas expectativas.

4 - Toda banda sonha com o lançamento de um CD contendo músicas próprias, a 'Abismo' seguiu o mesmo ritmo. Conte para nós como foi esta fase de gravação até ter o produto pronto em mãos. IVALTER - Talvez essa fase tenha sido a mais difícil e trabalhosa para nós. Sempre dizíamos que, quando fôssemos lançar algo, deveria ser bom e com uma qualidade legal, para o tempo de banda que já tínhamos. Com algumas trocas de músicos durante o tempo de banda, foram surgindo d i ve r s a s m ú s i c a s , e devemos, é claro, muito aos outros integrantes que já passaram por aqui. ALLAN - O CD “Until the Selfishness Tear Us Apart” é uma espécie de apanhado d o s d e z anos de banda. Tem música que tocamo s em nossos primeiros shows, assim como coisas que haviam sido compostas alguns meses antes da gravação. Na verdade, tem letra que eu terminei no dia que fui gravar os vocais! A gravação foi um momento sério, mas bastante descontraído, já que estávamos fazendo algo, também, por diversão. Além disso, gravamos com o Daniel Saraiva, ex-guitarrista da Mutação e amigo da gente desde o início da banda, que já conhecia a sonoridade da Abismo e de outras bandas que tomamos como referência. Foi algo bem tranqüilo. ANDERSON - Como não temos nenhum tipo de patrocínio, cada um se esforçou financeiramente para gravar: é um trabalho independentemente. Passamos um ano, literalmente, para gravar, mas valeu cada

5 - Alguns músicos q u e f o r a m entrevistados pela 'Rock Meeting' citam a 'Abismo' como referência e inspiração. Como a banda se sente com tal honraria? ALLAN - A gente pagou para que eles citassem a Abismo! (risos) ANDERSON - É uma honra, com certeza. A banda tem pouco mais de dez anos e tem uma boa aceitação na cena local. Estamos na ativa já há algumas gerações. Algumas bandas, infelizmente, acabam no meio do caminho por falta de oportunidade de se apresentar constantemente, e até mesmo por ausência de público. Agradecemos ao nosso público e aos nossos amigos, por estarem sempre ao nosso lado. IVALTER - Que honra! (risos) Saber que somos, de alguma maneira, referência para outra banda de nosso estado nos deixa muito felizes, sim. Quando começamos, nós também fomos influenciados por bandas daqui. Esperamos que essa influência seja, além da questão musical, também em relação a nossa história, luta e perseverança para conseguir alguma coisa nesse ramo tão difícil onde vivemos.

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6 - Toda banda passa por algum momento estranho/bizarro/engraçado. O que têm para nos dizer sobre isso? ALLAN - Além dos vários momentos de estrutura precária, som ruim ou microfone dando choque, temos outras lembranças esquisitas. Um componente da banda chegou a ser preso certa vez, em um show, porque “deu dedo” para a polícia; outra vez, um componente arrumou briga (na mão mesmo!) com outra banda; em outra situação, fomos tocar numa cidade do interior e o motorista do ônibus que a organização alugou nos deixou no Farol, às cinco horas da manhã, sendo que moramos todos na região do Vergel e da Ponta Grossa. Tivemos que voltar andando para casa... São situações que, hoje em dia, a gente ri, mas que na hora n o s deixaram putos, ou pelo menos um pouco ten sos... ANDERSON - Já tivemos a oportunidade de tocar fora do Estado, e nessas viagens ocorrem muitas coisas engraçadas no caminho. Nos deparamos com costumes diferentes, e algumas coisas nos fazem rir e descontrair durante a viagem. Cada lugar tem seus “roqueiros”, que se vestem ou se comportam diferente, o que se torna engraçado. IVALTER - Com certeza, muitos momentos. (risos) Vou citar um apenas: quando viajamos para tocar em Petrolândia (PE), chegamos ao lugar do show e ficamos, do início ao fim do show, no local. Chega a primeira banda: todo mundo de preto, piercings, tattoos, até sobretudos. Imaginamos: “deve ser uma banda de metal extremo, Black Metal ou algo do tipo!” Fomos falar com um dos caras mais estranhos da banda, que tinha um piercing que ia do nariz até a orelha. Quando perguntamos o que ele tocava, ele respondeu que era “metal”. Quando perguntamos sobre o repertório, ele falou que a banda era cover de Los Hermanos. A gente teve que se segurar para não cair na gargalhada na frente dele! (risos) 7 - Qual(ais) o(s) plano(s) para 2010? Lançamentos, shows...? ALLAN - O que eu mais queria era que todos tivéssemos tempo para ensaiar, como tínhamos há uns 7 anos atrás. Esse é meu plano! (risos)

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Além disso, temos uma ideia de fazer um show para comemorar os dez anos da banda. Estamos tentando resolver isso... ANDERSON - Estamos compondo novas músicas e pretendemos dar início às gravações do nosso CD ainda este ano. Queremos participar do máximo de shows, tocando um novo repertório sempre que possível. IVALTER - Pelos dez anos de banda, pensamos em fazer um evento legal pra marcar nossa história, já começamos a planejar algumas coisas. Hoje em dia, temos uma grande facilidade, que é o nosso próprio estúdio de gravação. As coisas vêm andando bem depressa toda vez que nos encontramos. Quando tem ensaio e surge algo novo, já gravamos de cara, e isso é muito bom. Quem sabe não rola um novo lançamento para esse ano? 8 - Até chegar a formação de uma banda, é preciso ter algo em comum. Qual(ais) particularidade(s) musical(ais) que os componentes da 'Abismo' ouvem? ALLAN - Eu ouço muita música, de muitas vertentes diferentes. Só não sou chegado a essas músicas da maioria das rádios FM de Maceió. Gosto do rock'n'roll das bandas surgidas nos anos de 1960 e 70, inclusive as nacionais; escuto muito samba tradicional; curto os artistas relacionados à tropicália; de vez em quando, baixo algumas coisas de jazz ou blues que são interessantes; às vezes, escuto coisas eruditas; e, lógico, escuto as bandas locais, seja por gostar, ou para dar um feedback para os amigos. IVALTER - Eu ouço diversas vertentes do rock: Metal Extremo, New Metal, Grunge, Metal Hardcore (Metalcore)... Uma porrada de coisas. Tudo é influência para botar as idéias na Abismo. Pelo menos, para mim, na bateria. ANDERSON - Todos nós ouvimos rock, obviamente, mas cada um tem seu estilo musical preferido. Assim, creio que fica até melhor, porque juntamos os nossos gostos para criar coisas novas, e não músicas iguais que pareçam plágio. Tentamos fazer algo novo.

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9 - Diante da regularidade, escolham o shows. Para mim, um show que aconteceu por TOP 5 das melhores músicas para a volta de 2002 ou 2003 foi marcante, quando vi banda. Justifique cada item. e ouvi, pela primeira vez, uma casa de show IVALTER – Vamos limitar lotada gritando o nome da Abismo. Outros dois nossas escolhas ao momento shows que destaco são: I Undergracy, show de atual da banda, pois em graça em uma Praça no Graciliano Ramos, com outras fases já tocamos coisas muita gente e o público bem diversas ao que listamos. Abrir o show do interagindo bastante com a Como optamos por uma linha banda; e o outro show aconteceu Sepultura e do entre o Thrash e o Metal Alternativo, na Cruz das Almas, com pouco Angra foi marcante nosso TOP 5 é neste sentido. demais, pois elas sempre público, mas que decidimos tocar, ALLAN – 5. Raining Blood (Slayer): esta pela primeira vez, apenas nossas foram bandas que música, especificamente, não está há músicas, sem nenhum cover. tivemos como referência tanto tempo em nosso repertório, mas ANDERSON - Para mim, com para o nosso som, incluímos aqui por conta da importância certeza, o dia 14 de setembro de principalmente o do Slayer para a Abismo. É uma banda 2008. Esse dia foi o lançamento Sepultura. que apareceu em nosso repertório já no do nosso primeiro CD, a casa final de 2000 e início de 2001, quando estava cheia de amigos e 'fãs' da tocávamos Spill the Blood. Temos um banda de várias épocas, todos diálogo antigo. com bastante gás do início ao fim do show. 4. Cowboys From Hell (Pantera): da tradição Tocamos as músicas próprias e alguns covers do Thrash Metal, Pantera é uma das que mais que marcaram a trajetória da banda. Um show tomamos como referência, acho que dá para inesquecível. perceber alguns elementos 'panterísticos' em IVALTER - Poderia apontar vários. Vou lembrar nossas músicas. alguns: o show de lançamento foi 3. Wait and Bleed (Slipknot): é uma música impressionante, visto que demos prioridade às que nem tocamos mais, mas foi nossas músicas e a reação do bastante decisiva nos rumos público foi realmente incrível. E, sonoros que tomamos. lógico, abrir o show do Sepultura 2. Loco (Coal Chamber): é uma e do Angra foi marcante demais, música que está presente no pois elas sempre foram bandas repertório desde o primeiro que tivemos como referência show da Abismo, realizado em para o nosso som, 2000. O Coal Chamber, junto principalmente o Sepultura. com o Slipknot, é uma grande referência nossa dentro desta 11 - Há expectativa para um vertente do New Metal, que hoje próximo álbum? em dia já nem é tão 'new' assim. ALLAN - Expectativas existem 1. Roots Bloody Roots e Troops sempre... of Doom (Sepultura): ANDERSON - Sim, ainda este ano transformamos nosso TOP 5 em daremos início. TOP 6, por achar que seria IVALTER - Estamos compondo injusto citar uma e não sempre coisa nova nos ensaios. mencionar a outra. Na verdade, Já até gravamos uma nova faixa. isto é só uma forma de enfatizar a importância Mas vamos aguardar mais músicas para do Sepultura, em todas as suas épocas, para o montar um novo álbum. nosso som. ALLAN - O primeiro CD levou 9 anos para ficar pronto. Se este levar um 7 ou 8, sairemos no 10 - Qual a apresentação que poderia ser lucro! (risos) destacada na carreira da 'Abismo'? ALLAN - São dez anos de banda, são inúmeros

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Algunss organizadores fazem divulgações muito precárias – esperam apenas pela internet –, ou simplesmente não fazem divulgação alguma. 13 - Já receberam convites para tocar fora de Alagoas? Onde e como foi? ALLAN - Sim. Tocamos uma vez em Garanhuns e outra em Petrolândia, ambas cidades de Pernambuco. Foram shows que, como quaisquer outros, apresentaram problemas, ora com som, cansaço, questões de organização etc. Não podemos classificálos como 'perfeitos' por isso. Mas tivemos boas respostas do público, fizemos amizades com as bandas dessas cidades, além de termos uma boa relação com os organizadores dos dois shows. IVALTER - Além desses, já tocamos em algumas outras cidades aqui de Alagoas, como Rio Largo, Arapiraca, Satuba. O grande lance é perceber que aquele público nunca te viu ou ouviu, de fato. Quando curtem o seu som num lugar distante de sua casa, a sensação é bem legal.

12 - É inevitável não falar sobre isso, mas qual é a opinião da banda sobre o cenário e comportamento do público alagoano que curte rock? ANDERSON - O público hoje é novo e muito jovem e isso é bom, porque novas gerações vêm surgindo e dando continuidade ao rock. Eles estão comparecendo aos shows e isso, há pouco tempo atrás, não estava acontecendo. O público praticamente tinha acabado, poucos iam aos shows e, assim, desanimando tanto os organizadores dos shows, quanto as próprias bandas. Mas hoje, felizmente, o público vem s u r g i n d o n u m e r o s a m e n t e . ALLAN - Já eu acho que a cena está capengando demais, há tempos. Uma ou outra iniciativa consegue mobilizar o público, mas, no geral, vemos shows vazios. Mas não podemos dizer que o público é o único culpado por isso, já que muitas vezes ele nem fica sabendo dos eventos.

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14 - Diante da vivência da banda, o que a 'Abismo' pode destacar como ponto positivo e negativo para o Estado? ANDERSON - O ponto positivo é que podemos mostrar que temos boas bandas que fazem com pesado, até mesmo a nível de bandas grandes, d o mainstream, inclusive as que trabalham com som autoral. ALLAN - O lado negativo que eu vejo, desde sempre, é o pouco caso com a cultura em Alagoas: não é motivo de orgulho para nós sermos o único estado do Nordeste sem leis de incentivo à cultura ou programas firmes para as variadas vertentes artísticas; se juntamos esse dado ao fato de sermos de um meio alternativo, diferente do convencional, nem sempre vistos com bons olhos pelas 'pessoas de família', percebemos que a coisa deixa de ser um mero 'pouco caso' e passa a ser marginalização e discriminação mesmo. Enfim, espero que este quadro mude um dia.

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EXCLUSIVO

Muito além de uma voz feminina a frente de uma banda de rock, Dani Nolden fala da sua convivência com os integrantes, suas dificuldades e algumas curiosidades nas turnês da Shadowside. Confira, com exclusividade para a Rock Meeting, esta entrevista bem humorada e carregada de sentimento. Yzza Albuquerque - Pei Fang Fon Fotos: Ricardo Zupa Olá, Dani! Primeiramente, muito obrigado por esta entrevista! É uma honra para a Rock Meeting, tê-la como entrevistada. Dani Nolden: Obrigada, é um prazer para mim! Inicialmente, gostaríamos de parabenizar a você e ao resto da banda pelo novo álbum, “Dare to Dream”, que, soubemos recentemente, é um dos mais vendidos do país. Como se sente a respeito disso? Dani Nolden: Tentada a ficar com a sensação de dever cumprido, mas me forçando a pensar que é muito cedo para isso e ficar com os pés no chão. (risos) Nós tivemos uma recepção excelente por parte da mídia com esse álbum, mas nada realmente importa se os fãs não pensarem da mesma forma. O “Theatre of Shadows” foi muito bem nos dois sentidos, então lançar um segundo trabalho como o “Dare to Dream” e ter a resposta do público não apenas em forma de comentários na internet, mas também em vendas, mostra que estamos no caminho certo, ao escolher o que fizemos. Queríamos um disco direto, com força, cru, porém bonito, e acredito que não apenas atingimos nosso objetivo, mas os fãs antigos entenderam e gostaram da proposta, além de termos conquistado um grande público novo, tanto no Brasil quanto lá fora. Sem dúvidas, vamos continuar ousados, pesados e mantendo a diversão em alta no próximo, tentando fazer ainda melhor que no “Dare to Dream”, assim como fizemos depois do “Theatre of Shadows”.

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Sabemos que vocês já tocaram tanto fora, quanto dentro do Brasil. Há uma grande diferença entre o público brasileiro e o estrangeiro? Algum show em especial que gostaria de mencionar? Dani Nolden: Entre o público espanhol e o brasileiro, quase não há diferença. Eles são quentes, apaixonados e loucos, como nós. O que é especial com o espanhol é que a comunicação é através de música pura. A grande maioria não fala uma palavra de inglês, e conversar em portunhol não é uma experiência tão simples quanto parece. (risos) Eles reagem de forma bem intensa ao show e é uma experiência muito legal. O americano é um pouco mais contido na maior parte do tempo, mas quando ele escuta alguma coisa que toca seu interior, ele não resiste também. Eu vi alguns dos fãs mais extremos e enlouquecidos nos Estados Unidos, em Illinois, no ano passado. Foi o primeiro show permitido para menores de idade que fizemos, já que lá, em shows que servem bebida alcoólica, só é permitida a entrada de maiores. O lugar estava cheio de adolescentes, eles eram a maioria esmagadora... Mas nenhum deles tinha o visual típico de um fã de Heavy Metal. Eu me assustei, achei que eles estavam lá esperando outra coisa. (risos) Mas eles já nos conheciam, eram fãs por causa do MySpace, e foram alguns dos fãs mais loucos e violentos, em um bom sentido, que eu já vi. Depois do show, eles trocaram as camisetas coloridas pelas pretas, do Shadowside. (risos) Ao entrevistarmos outras bandas, percebemos que todas elas se queixam muito do que chamam de uma desunião dentro da cena de Metal do país. Você compartilha dessa opinião? Alguma observação em particular? Dani Nolden: Eu percebo um pouco de “cada um por si” aqui, sim. Mas eu acredito que isso é um reflexo do que parte do público no Brasil se tornou: torcida organizada. Apenas a banda que ele gosta presta, o resto é lixo, e ele vai ofender quem for preciso para defender a opinião dele. Eles não torcem pelas bandas brasileiras e não percebem que, quando uma banda vai bem, ela abre o espaço para todas as outras. Várias pessoas nos Estados Unidos nos pediam recomendações de bandas brasileiras, e nós sempre passávamos alguns links para eles conhecerem o talento daqui. Nós, felizmente, conseguimos superar esse tipo de coisa e temos nosso público fiel, crescendo, tanto aqui quanto no exterior, e como não sentimos necessidade de ser melhores que outras bandas, não as vemos como concorrentes. Sempre

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tentamos dar todo o apoio possível tanto aos que já estão indo bem, já tem seu nome consolidado na cena, quanto aos que estão querendo começar a dar as caras. A 2ª edição da Rock Meeting teve como matéria principal as mulheres do cenário do rock alagoano. Você sente alguma diferença na resposta do público por ser mulher? Já enfrentou algum tipo de preconceito? Dani Nolden: Eu não posso dizer se sinto alguma diferença, porque eu nunca fui homem para comparar! (risos) Não sei se o público reagiria diferente ao Shadowside se fosse uma banda formada apenas por homens. Eu acredito que o caminho teria sido diferente, mas a reação, não. Nós, talvez, tenhamos mais atenção de um lado por eu ser mulher, mas temos mais problemas para sermos vistos como uma banda real, e não como algo formado com a intenção de capitalizar em cima da imagem feminina. Eu fui uma das fundadoras da banda, então ninguém pensou, “vamos colocar uma mulher na banda para chamar atenção”. Meus amigos e eu simplesmente decidimos fazer música. Ou barulho! Você escolhe. (risos) Eu não acho que o público ainda tenha esse tipo de preconceito. Mesmo muitos daqueles que dizem não gostar de vocal feminino acabam gostando de nós, porque o problema deles não é com a mulher, e sim com as vozes das mulheres que eles conhecem. Mas “não gostar de vocal feminino” acaba no instante em que ele ouve algo que o agrada. Ainda dentro da questão de ser mulher, você sente falta de companhias femininas enquanto está em turnê? É difícil conviver diariamente com vários homens? Dani Nolden: Às vezes, especialmente porque eles são como meus irmãos, mas eu adoro esses chatos e damos muitas risadas juntos. Acho que até as brigas são engraçadas, porque são sempre idiotas! (risos) Fica mais difícil se um não respeita as diferenças do outro, o que não é nosso caso. Uma companhia feminina faz falta, de vez em quando, porque eu converso de tudo com os rapazes, mas não é a mesma coisa que falar com uma amiga, que entende exatamente o que você pensa. Mas, com certeza, a convivência com os homens é mais interessante, exatamente por eles não me entenderem completamente e eu não entender a cabeça masculina. Nós aprendemos muita coisa uns com os outros!

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Vocês são vistos como a segunda maior banda brasileira em termos de recepção por parte do público nos Estados Unidos, estando atrás somente do Sepultura. Tendo em mente que a audiência estadunidense não costuma receber bandas estrangeiras muito bem, como você encara essa conquista? Dani Nolden: Eu recebi isso com muita surpresa, quando começou a acontecer. Não tinha ideia da possibilidade de um mercado tão fechado como esse se abrir para nós rapidamente. Sempre nos disseram que lá não existia espaço para nós, que o Metal estava morto, mas o que encontramos, quando tocamos no Indianapolis Metal Fest pela primeira vez, foi exatamente o contrário: um público incrivelmente apaixonado por Metal e fiel, loucos pelas bandas antigas e famintos por novidade. Eles são bem exigentes com os artistas novos, mas estão nos aprovando, e ficamos maiores a cada turnê que fazemos por lá. Ao analisarmos a discografia do Shadowside, percebemos que você escreveu a maior parte das músicas da banda. O que considera sua fonte de inspiração? Dani Nolden: Eu escrevi muita coisa, mas sempre com ajuda de todos da banda. Eu também mexi nas músicas que não assino, assim como todos mexeram em todas as minhas músicas. Minhas fontes de inspiração são meus amigos, minhas experiências pessoais, coisas que eu vejo acontecer, tanto na estrada, quanto na minha cidade. Quase todas as músicas são situações reais, não necessariamente coisas que aconteceram comigo, mas com pessoas próximas a mim. Eu gosto de escrever dessa forma, permite que todos consigam se identificar com a música. Você costuma compor na estrada? Por que as músicas são escritas em inglês? Dani Nolden: Nosso processo de composição é feito em um trabalho bem “de grupo”. Eu componho em qualquer lugar. (risos) A estrada é um bom lugar, porque as viagens, às vezes, são longas, então é uma boa forma de aproveitar o tempo. Nunca pensamos muito se as músicas deveriam ser em inglês ou português. Inglês

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pareceu a escolha óbvia, já que o sucesso internacional era algo que fazia parte dos nossos “planos-sonhos”. Mas eu pretendo fazer uma em português no próximo disco. Somos brasileiros, acho que seria legal escrever uma letra que as pessoas que não falam inglês possam entender, como agradecimento a todo o apoio. Que bandas mais te influenciaram como vocalista? Dani Nolden: Como vocalista, eu fui influenciada por cantores mais que por bandas... Foram vocalistas como Steven Tyler, Rob Halford, Freddy Mercury, Sebastian Bach... Vozes potentes, diferentes, de atitude. Inconfundíveis. Toda voz assim me pega pelo ouvido. (risos) E como pessoa? Dani Nolden: Como pessoa, tudo o que eu escuto deve ter influenciado minha personalidade, de certa forma. Minha lista de músicas tem Queen, Deep Purple, Iron Maiden, Disturbed, Rammstein, Tears for Fears, Judas Priest, Sevendust, entre muitas outras coisas, dentro e fora do Rock/Metal. Quando eu era pequena, escutava apenas Michael Jackson e Queen, então me apaixonei por música e foi um caminho sem volta. (risos) O que (ou quem) te motivou a cantar? Dani Nolden: Além do meu amor por música, meus pais, que foram os primeiros a acreditar que eu poderia seguir essa carreira. Eu sempre fui meio rebelde sem causa. Fui uma criança meio complicada, com um temperamento explosivo, mas não tenho a história típica antifamília. Meus pais me deram força para essa “loucura” de carreira musical, que acabou dando certo. Mas o que me fez querer cantar, além de observar que ninguém queria cantar nas bandas, foi minha absoluta preguiça para aprender a tocar um instrumento realmente bem. Eu toco piano, mas nada suficiente para impressionar alguém. Não tenho a menor paciência para estudar horas e horas por dia. Cantar é mais divertido, e o equipamento que tenho que carregar é bem mais leve. (risos)

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Alguma história especial por trás do nome “Shadowside”? Dani Nolden: Não existe uma história, mas o significado é que todo mundo tem um “shadowside” (“lado obscuro”, ou “lado das sombras”). É o lado que todo mundo esconde, que tem vergonha ou medo de mostrar, seja o lado carinhoso do machão de pedra, ou o lado perverso de alguém que posa de santo. E ele está em todo lugar, ninguém pode fugir. Recentemente, o Shadowside foi congratulado pela revista HORNSUP, com o melhor lançamento de Heavy Metal em 2009 do Brasil. Como se sente com tal honraria? Dani Nolden: É maravilhoso, representar o Brasil dessa forma. Sem dúvida alguma, uma honra. Eu fico muito grata por esse tipo de reconhecimento, especialmente porque ele é dado pelo público. Claro que eu sempre agradeço quando isso vem de alguém da mídia, como quando fomos escolhidos pela maioria dos jornalistas e colaboradores da revista Roadie Crew como o melhor álbum no Brasil em 2009. Mas quando isso vem de uma eleição pública, é diferente, porque significa que não estamos agradando apenas aos que trabalham diariamente com música, nós agradamos àqueles que “apenas” amam música, e os tocamos de uma maneira que os fez sentir que merecemos essa posição. Isso me deixa louca de vontade de entrar em estúdio e trabalhar em um álbum ainda melhor, como um presente para todos os fãs! Qual o melhor show que você já viu? O que o destaca dos demais? Dani Nolden: Provavelmente, o show do In Flames, no Sweden Rock Fest de 2009. Foi um show impecável, e a produção de palco transformou o evento em um verdadeiro espetáculo. Mas o que eu mais curti foi o do Sebastian Bach em 2008, no Rocklahoma, nos Estados Unidos. Foi avassalador, e uma lição de Heavy Metal! Quais os planos para o futuro? Uma turnê pelo Nordeste é possível? Dani Nolden: Sim, uma turnê pelo Nordeste está nos planos, assim como em várias outras partes do Brasil. O “Dare to Dream” será lançado na Europa agora, então vamos passar algum tempo trabalhando por lá. Confirmamos nossa apresentação no festival Banja Luka Rock Open Air, na Bósnia-Herzegovina, em Junho. Provavelmente, aproveitaremos a passagem para fazer uma semana de shows no continente, para, então, voltar em uma turnê mais longa, depois de fazer todo o trabalho de divulgação do disco. Ainda faremos mais alguns shows pelo Brasil também, e temos planos de começar a gravação do novo álbum no início de 2011, seguido de uma turnê bem longa. Mediante a mais recente turnê pela Espanha, conte-nos como foi a recepção por parte dos espanhóis! O que trouxe de bom na bagagem? Dani Nolden: Eles são apaixonados, é um público maravilhoso. Quando tocamos em um festival em Guijuelo, com o Metalium, nos foi dito que éramos a atração principal junto com eles. Eu pensei que estavam falando isso apenas para fazer com que nos sentíssemos bem. (risos) Mas o que encontramos antes de começar o show foram fãs que gritavam todas as músicas, usavam camisetas da banda e estavam lá tanto por nós, quanto pelo Metalium. Além da amizade com o pessoal do Metalium, da nossa equipe espanhola e da diversão, trouxemos também ainda mais experiência de turnê, já que foram quatro shows em quatro dias, com muito pouco tempo para descansar, pensando apenas em show. Em um sentido mais literal, eu trouxe vinho e alguns presentes para a família. Não deu tempo de fazer compras... (risos)

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No interior também tem Metal

A banda que vem da terra de Zumbi dos Palmares para mostrar que no interior também tem som de qualidade e com muito valor

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banda Folorxcia surgiu em 2001 quando as bandas Bacetéria, Pussy e DNA se juntaram para formá-la e tocar Trash Metal. Eles tentam resgatar o que ficou no passado com influência de bandas dos anos 80 como Sepultura, Slayer, Kreator e outras consagradas na época e que continuam a influenciar milhões de jovens pelo mundo a fora. Com o passar do tempo, a banda teve uma série de formações, mas nunca deixou se abater e sempre lutou para que o Metal agressivo da banda nunca perdesse a força e a essência. Folorxcia foi a primeira banda de união dos Palmares a aparecer no jornal AL TV da Gazeta (afiliada da Rede Globo), um marco na história da cidade por tratar-se de uma banda de Metal que não possui um estilo musical nada comercial. Também participou de duas edições do Arametal Night (Arapiraca) que foi um dos maiores eventos de Heavy Metal de Alagoas. Esse festival chegou a entrar no calendário da revista Rock Brigade que como todos sabem, é uma revista bastante respeitada no conceito Rock. Apesar da falta de recursos, conseguiram lançar o CD Demo Time of my agony. Essa demo teve bastante repercussão e uma boa aceitação do público, fazendo assim, a banda participar de mais eventos. Em 2004, a banda se dissolveu, gerado pela falta de estímulo de alguns integrantes e também pela falta de apoio para as bandas locais na sua

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cidade. Mas eles não perderam a vontade de voltar a se reunir e tocarem juntos. Até que me 2008, surgiu a oportunidade de reunir velhos e novos integrantes para o retorno da banda e assim, a banda voltou a ensaiar e atualmente está com Fábio (Guitarra e vocal), Tássio (Baixo), Ernandes (Guitarra solo), e Thiago (Bateria). Com essa formação pretendem lançar uma nova demo e buscar novos horizontes para a musicalidade da banda. A banda Folorxcia está aí para mostrar que em União dos Palmares não é só terra de Zumbi dos Palmares e do Quilombo, ela tem muito mais que isso. Tem Heavy Metal e eles continuarão insistindo. E isso vai fazer com que eles levem o nome da cidade de União dos Palmares para Alagoas e fora do estado, mostrando que Metal não se faz somente na capital, no interior também tem bastante coisa boa rolando e que foge aos padrões já estigmatizado e tradicionais de qualquer cidade que está distante das grandes mídias especializadas como acontece no Metal. SERVIÇO Orkut para se comunicar com os fãs http://www.orkut.com.br/Main#Community?cm m=22623701 Link da música Day After Day(Forloxcia), fique ligado no som dos caras: http://rapidshare.com/files/366450982/04Day_After_Day.mp3.html

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Perfil RM

O Perfil RM dessa edição traz o vocalista das bandas L100 e Varial. Leo Calheiros. Confira!

1 – Quem é? (apresente-se) Leo Calheiros, 36 anos, libriano . 2 – De onde veio o interesse em se envolver com música, cantar e formar banda? Do meu irmão, ele tinha uma banda no colégio em 1987, foi daí que começou minha saga. Primeira banda do colégio, nem lembro o nome. Daí em 1991, entrei numa banda chamada CLAMOR PUBLICO. Uma banda Hard Core com influências de ratos do porão e cólera. Passei um ano gritando que só a peste (risos). Daí em 1992 recebi um convite de formar uma banda Thrash Metal chamada AVOID , foi daí que minha vida musical deu uma guinada em relação a conhecimento musical. Com 7 anos de corres, com varias demos lançadas, um cd com 10 músicas , abrindo show de bandas famosas , viajando o Brasil quase todo , por complicações internas a banda acabou. Em 2000 fui convidado para tocar numa banda chamada HARAH ( RÁRÁ). Um pop rock, mas, com musicas próprias. Durou um ano. Um cd com 10 musicas gravadas. Daí formei a L100 em 2001, fazendo cover, mas um cover bem do nosso jeito . Em 2004 tive a sorte de ser convidado prá tocar numa banda que me resgatou para o que eu mais gosto de cantar que é a “rockera” pesada , a VARIAL . Bem, com o L100 gravei vários CDs cover ao vivo. Durante esses 10 anos de banda, um DVD ao vivo também. A Varial, dois

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CDs gravados em estúdio e vários vídeo clipes. É isso, “tô” na ativa correndo, amo o que faço. 3 – Como surgiu a ideia da banda, você quem fundou? Se não, como entrou? Fui convidado pelo Carlinhos e pelo Derick, foram eles que formaram a banda varial. Fiquei feliz, como eu disse, sempre gostei de fazer um som próprio e “trampar” com esses caras é fantástico. 4 – Como está o cenário do rock alagoano, segundo a sua ótica? Agora em construção. É complicado falar disso, eu sou muito critico , passei por varias situações de mudanças, na época da Avoid , porra, o cenário era muito foda , mais atuante. Hoje tem muita gente querendo ter banda, todo dia nasce uma banda nova , mas sem a preocupação de ensaiar , daí faz um show sem noção do que tá fazendo , não para pra ensaiar, demora um pouco pra fazer direito , por isso os shows não lotam, muita gente fica com medo de sair pra ver um show, com razão, mas tá melhorando viu, isso é um bom sinal. 5 – Quais os seus 5 álbuns prediletos? Justifique em poucas palavras. Cowboys From Hell - Pantera (1991) iradíssimo. Vulgar Display Of Power - Pantera (1992), o melhor do Pantera. Alive Or Just Barely Breathing - Killswitch Engage . “My Last Serenade”, a melhor música do album. Prove You Wrong - Prong, CD perfeito .

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Perfil RM 6 – Quais as bandas alagoanas que você vê que se destacam mais? Olhe eu não sou de sair muito para ver os shows. Quando eu vou fazer show com a Varial tenho uma ideia do que tá rolando hoje. Mas prefiro te responder isso mais pra frente ok? (risos) 7 – Conte situações inusitadas que você passou, enquanto músico. Quebrei nariz dando os meus saltos na plateia, levei choque pra quase morrer, cantei prá ninguém... e por aí vai. 8 – Quando você está no palco, interpreta algum personagem, ou é apenas você mesmo? Como você se sente no palco? Quando estou no palco sinto-me melhor do que em qualquer outro lugar do mundo. 9 – Sabemos que você canta na Varial e também na L100. Como andam os projetos das duas bandas para 2010? Varial é minha paixão. Estamos gravando duas músicas acústicas agora nesse semestre e no segundo semestre um EP com cinco músicas pesadas. Bom, a L100 é meu trabalho. Meu ganha pão. Segundo semestre também vamos gravar um EP com quatro músicas. 10 – Deixe sua mensagem para os leitores da Rock Meeting. Primeiramente obrigado pela oportunidade de escrever para vocês, e participar também. E quero dizer a vocês que tem banda é preciso amar o que faz para crescer; faça o seu. Tenha humildade para aprender; acredite que o seu projeto vai dar certo. E quando tiver tudo pronto suba no palco e diverta-se.


Eu Estava Lá A Rock Meeting teve seu momento de destaque durante o lançamento da Otherside Produções. Aconteceu no dia 19 de março um marco para a cena alagoana e principalmente para o público do rock pernambucano. Quer postar a sua foto aqui? Envie para contato@rockmeeting.net

Veja estas e outras imagens na Galeria de fotos da Rock Meeting

http://flickr.com/photos/revistarm

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