Revista Rock Meeting n°3

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Editorial “O tempo não para”. Assim a música já sentenciou certa vez. Agora o tempo é outro, mas as atitudes continuam as mesmas. Na edição anterior, tivemos o cuidado de mostrar o lado feminino do rock alagoano e chegou a vez do metal cristão entrar em cena. Esta revista dá espaço para todas as vertentes do ro c k e n ã o d i fe re n c i a ideologia. A nossa missão é divulgar os trabalhos das bandas e dizer que há sim bons talentos em Alagoas.

Expediente Texto e revisão: Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Diagramação: Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Capa: Pei Fang Fon Fotografia: Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Produção: Daniel Lima

Índice 2 - E s pa ç o Boteko 4 - Wo r l d Metal 7 - Capa 11 - Eu estava lá 13 - Perfil RM

Isabela Pedrosa Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Contato: contato.rockm@gmail.com

Rock Meeting


Espaço Boteko

Rock: uma revolução cultural (Final) Almir Lopes - Blog Boteko do Rock http://boterock.blogspot.com

1969: a despedida de uma década que nunca teve fim

considerado o momento supremo de toda aquela geração: o único e eterno Festival de Woodstock. O festival tirou do ostracismo excelentes músicos, como o guitarrista Carlos Santana, o vocalista Joe Cocker, Janis Joplin e o próprio Jimi Hendrix, que realizou uma exibição antológica, até hoje lembrada e m f i l m e s , documentários, livros e datas comemorativas.

Começo essa terceira parte, citando Lester Bangs (1948 – 1982). Bangs foi um jornalista e crítico renomado, tornando-se famoso justamente pelas críticas musicais "ácidas" nas revistas CREEM e ROLLING STONE. Ele era visto como uma voz influente na crítica musical. Bangs disse uma 1 9 7 0 : o vez, no limiar dos anos de Rock’n’Roll 1970,que o Rock se perdeu e ganha o status de asécada de 1960. Ele, sem Arte dúvida, não imaginava a dimensão e o poder que a C o m a música viria a ter exuberância criativa mundialmente. Ou seria o With the Beatles: George, John, Ringo e Paul entraram para dos anos anteriores, contrário? a história do Rock’n’Roll a década de 1970 A década de 1960 parecia fadada a não expor nada produtivo e parecia chegar ao fim apenas como a mais entrar em dissonância com sua própria brilhante e criativa da cultura do Rock, já existência. Puro engano. disseminada por todo o planeta. Os Beatles já No rastro da década de 1960, o tinham se lançado, fato que é considerado até hoje como um ícone da contra cultura psicodelismo ainda marcava presença, e psicodélica. Em 1967, eles se reuniram com o fim dele nasce o chamado rock novamente para a produção do álbum que progressivo, que vem disseminar os mudaria definitivamente os padrões do conceitos para o Rock Arte. Rock'n'Roll, o experimental Sgt. Pepper's Nessa fase, são formadas bandas Lonely Hearts Club Band. de excelentes e criativos músicos, como O mundo vivia o apogeu da King Crimson, Yes, Pink Floyd, Genesis, Beatlesmania, comandados por Sir Paul Emerson Lake e Palmer e muitas outras. McCartney e Mister John Lennon. Os Beatles Depois da separação dos Beatles, por são elevados ao patamar de ‘monstros volta de 1969, o vácuo é logo preenchido, sagrados da era psicodélica'. Entretanto, o fato é que além do Rock Progressivo. ainda estava para acontecer o que foi

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Espaço Boteko

Rock: uma revolução cultural (Final) por Almir Lopes, do Blog Boteko do Rock

Os anos de 1970 chegam com força total, recheados por músicos dissidentes de outras bandas, e logo o rock toma contornos positivos e originais, com estilos como o Heavy Metal, o Hard Rock e, mais tarde, o Punk. Bandas como Led Zeppelin imprimem sua marca na década, com álbuns que chegariam a vender até mesmo mais que os dos Beatles. Mesmo sendo negativamente criticado por toda a mídia especializada, o Led Zeppelin consegue êxito e n t r e o e i x o E u r o p a / E U A , emplacando singles, álbum após álbum, na conceituada lista Top 10 da revista Billboard. Indo nesta direção, mas com uma proposta sonora diferente, veio o Pink Floyd, expoente máximo do Rock Progressivo naquela década. Surgido no final dos anos de 1960, e tendo como seu mentor maior o músico Syd Barrett, em sua primeira formação, a banda tinha como forma de expressão visual o minimalismo. No lado sonoro, reinava o experimentalismo psicodélico, acentuado pelas viagens regadas a quantidades absurdas de LSD consumidas por Barrett; o consumo de drogas era tanto, que chegou um momento em que elas lhe tiraram a

liderança da banda, e sua saída foi inevitável. O músico foi logo substituído por David Gilmour, que deu continuidade à sonoridade cheia de experimentalismo. Em 1975, o multi-platinado Dark Side of the Moon, iria se transformar no mais conceituado álbum de rock progressivo da década, elevando o Pink Floyd ao maior expoente do estilo Rock Arte dos anos 1970. Entre outras bandas que merecem citação, dentro do estilo Heavy Metal e Hard Rock estão: The Who, Queen, Free, Bad Company, Deep Purple, Rainbow, UFO, Grand Funk, Black Sabbath, Eagles e Lynyrd Skynyrd. Seguindo o u t ra v e r t e n t e , encontramos David Bowie, Roxy Music, Lou Reed e uma infinidade de bandas. Os anos de 1970 também foram muito ricos pelo fato de que esta década ajudou a disseminar o chamado Rock de Arena. Foi a grande época dos concertos gigantescos, que levavam bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin, Rolling Stones, Queen, entre outras, a encher arenas mundo afora. O rock foi, novamente, elevado ao patamar do entretenimento.

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Notícias e Curiosidades Turnê sul-americana do Guns N’ Roses pode realmente acontecer Segundo o site Guns N’ Roses Brasil, as possibilidades de uma passagem extensa da banda pela América do Sul são cada vez maiores. Um show em Lima, no Peru, já havia sido confirmado, e agora foi a vez de Santiago, no Chile. Axl Rose deve passar por lá com sua banda em

Metallica: shows no Brasil confirmados Os fãs latino-americanos do Metallica esperaram por esse momento por muito tempo, e ele finalmente chegou: a banda confirmou em seu site oficial duas apresentações na América Central e sete na América do Sul até agora, duas delas, no Brasil.

Steven Tyler fora do Aerosmith? Os fãs da banda têm enfrentado, nas últimas semanas, um verdadeiro pesadelo. A indecisão dos membros a respeito de uma questão fundamental - Steven Tyler saiu ou não do grupo? - tem dado dor de cabeça ao público e à mídia especializada. Segundo a famosa revista Rolling Stone, o baterista Joey Kramer disse, na tarde de autógrafos do lançamento de seu livro, em Connecticut, que a banda tem enfrentado “diferenças pessoais” ultimamente, e está à procura de alguém “muito, muito bom” para preencher a vaga de vocalista, supostamente abandonada por Tyler.

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Março de 2010. Será a segunda visita dos norte-americanos à cidade. Até agora, nenhuma data foi anunciada oficialmente pela banda, mas há fortes rumores de shows no Brasil e na Argentina, além dos já citados anteriormente. Acredita-se que, à medida que as turnês asiática e canadense da banda forem chegando ao fim, outras datas sejam divulgadas.

O quarteto toca por aqui nos dias 28 e 30 de janeiro de 2010; primeiro em Porto Alegre, depois, em São Paulo. A venda dos ingressos terá início, em Porto Alegre, no dia 3 de dezembro deste ano. Em São Paulo, um pouco antes: dia 1. O último show do Metallica no país aconteceu há dez anos. A banda afirmou, ainda, que mais datas nesta parte do continente estão sendo negociadas. A coisa ficou tão séria, que Joe Perry, o guitarrista conhecido como um dos Toxic Twins (o outro sendo Steven), precisou d e s m e n t i r, e m s e u Tw i t t e r (http://twitter.com/AdmiralPerr y), os boatos de uma possível separação do Aerosmith. O motivo de toda essa confusão foi o interesse de Tyler em gravar um álbum solo. Aparentemente, ele pediu que a banda parasse por dois anos para que pudesse gravá-lo e promovê-lo, e recebeu uma resposta negativa. O resto é história. Na opinião dos membros, o rumor da separação é culpa da imprensa, que distorceu os depoimentos dados por eles. Perry reforça: “o Aerosmith não vai acabar. É a última vez que repito”.


Notícias e Curiosidades

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Epica retorna ao Brasil em 2010

Bad Company volta a ativa depois de 30 anos parado

De acordo com o site Whiplash, a banda holandesa Epica c o n f i r m o u recentemente seu retorno ao Brasil em 2010. Simone Simons e banda se apresentarão em Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, entre os dias 7 e 11 de Abril. A banda tocará ainda na Argentina e no Chile.

Os membros originais do monstro do Rock Bad Company - Paul Rodgers, Mick Ralphs, Simon Kirke - anunciaram uma reunião para oito shows no Reino Unido em Abril de 2010. É a primeira vez em mais de três décadas que a formação original se apresenta. Rodgers passou os últimos anos como o vocalista da lendária Queen.

Megadeth em Recife em 2010?

que vem. Tudo indica que o Megadeth tocará na mesma “cidade do Rock”, construída no Jockey Club, que acolheu o Iron Maiden no começo de 2009. Os fãs de Maceió que desejam ir ao show poderão optar pela excursão organizada pelo blog Boteko do Rock. Para mais detalhes, visite: http://boterock.blogspot.com

Pelo visto, sim. Segundo informações do Blog do Realejo, o produtor Lula Vieira (responsável pela vinda do Iron Maiden ao Nordeste) confirmou que Dave Mustaine e cia. passarão pela capital pernambucana com a turnê do álbum Endgame. O show está previsto para Março do ano

Rhapsody of Fire lançará novo álbum em 2010

O novo álbum da maior lenda italiana do metal, o Rhapsody of Fire, foi intitulado de The Frozen Tears of Angels, e tem lançamento previsto para o dia 5 de março de 2010, pela Nuclear Blast.

Adultério causa divórcio de guitarrista dos Rolling Stones A esposa do guitarrista dos Rolling Stones Ronnie Wood, a ex-modelo Jo, de 54 anos, obteve uma ordem provisória de divórcio expedida por um juiz do tribunal superior da família em Londres, depois que o suposto caso de Wood com uma garçonete russa veio à público. A informação foi fornecida pela agência de notícias Press Association. O casal estava separado desde 2008. Eles foram casados por 24 anos.

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Notícias e Curiosidades Scorpions iniciam nova world tour ano que vem 2010 será o início de uma jornada que promete, na vida dos membros da banda Scorpions. Os alemães farão uma turnê pelo mundo durante os próximos dois anos, nos quais realizarão shows nas maiores arenas e estádios do mundo. A turnê começará na terra-natal dos integrantes, a Alemanha. "2010 vai ser um ano muito especial para os Scorpions, por isso, é um sentimento especial,

Possível vinda do Black Label Society ao Brasil De acordo com o líder do grupo, Zakk Wylde, a presença do Black Label Society no Brasil ano que vem está garantida. O guitarrista e vocalista disse em seu Twitter (http://twitter.com/zakkwyldeBLS), em resposta a fãs, que a banda fará uma série de apresentações em terras brasileiras entre a primavera e o verão de 2010 (março e agosto). A última apresentação do Black Label Society no Brasil aconteceu em 2008, em parceria com o Korn, como bandas de abertura para Ozzy Osbourne.

Capa e tracklist do novo álbum do HIM divulgadas O novo álbum do HIM, que tem lançamento previsto para 9 fevereiro de 2010, já tem nome, capa e tracklist. Screamworks: Love in Theory and Practice terá 13 faixas:

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iniciar estegiro mundial em casa”, disse Rudolf Schenker, fundador da banda. Alguns dos lugares onde os Scorpions se apresentarão são a Ásia e a Rússia, além de várias cidades europeias. A América do Sul, é claro, não ficará de fora. Por enquanto, a banda encontra-se em estúdio, gravando seu próximo álbum, o Sting in the Tail. Um dos lançamentos mais recentes dos Scorpions é o DVD Live in the Jungle, com filmagens das apresentações da banda em Manaus e Recife.

Novo álbum do Bad Religion A revista Faster Louder publicou que o Bad Religion está pronto para c o m e ç a r a produção do seu novo álbum. Durante entrevista, o baterista Brooks Wackerman explicou: "Brett e Greg já começaram a trabalhar em um material novo.” "É só uma questão de começar a compor as músicas juntos e fazer o melhor registro que podemos. Em 2010 estaremos liberando definitivamente um novo álbum.” 01. In Venere Veritas 02. Scared to Death 03. Heartkiller 04. Dying Song 05. Disarm Me (With Your Loneliness) 06. Love, the Hardest Way 07. Katherine Wheel 08. In The Arms of Rain 09. Ode to Solitude 10. Shatter Me With Hope 11. Acoustic Funeral (for Love in Limbo) 12. Like St. Valentine 13. The Foreboding Sense of Impending Happiness


O Metal de Deus Sem preconceitos a Revista traz uma outra visão de metal e que não se resume em som, mas em crença Daniel Lima | Pei Fang Fon Muitos são os rumores por trás do metal: será que ele é uma coisa diabólica? Sua vertente só leva à perdição das pessoas? Dentro do histórico do Rock'n'Roll, há diversas suposições para defender várias teorias. O que se sabe sobre este estilo musical, é que ele nasceu do descontentamento diante das atitudes humanas do período em que foi criado. Esse ritmo, que se tornaria tão importante ao longo dos anos, deixou estilos e batidas como referência musical por todo mundo e a cada década. Com o passar dos tempos, a história se encarregou de dar continuidade a um legado de meia idade. O Rock passou por várias modificações. Primeiro, se acompanhava o gingado diferente de Elvis Presley. Depois, as maquiagens do KISS; e até a androgenia de Marilyn Manson entrou para o hall da fama do Rock'n'Roll. Hoje, vemos jovens adeptos do lado mais tradicional, assim como dos chamados Rocks de “moda”. Isso, porém, não quer dizer que outras linhas de pensamento não sejam propícias para esse estilo musical.

Não só assuntos políticos, juvenis, drogas, bebidas e mulheres, ou até mesmo refrão besteirol, ganham destaque no cenário atual. Há outro estilo correndo pela tangente, e ele tem chamado a atenção das pessoas não só pela sonoridade, mas também pelo que prega. Acompanhando todas as mudanças e críticas, o Metal Cristão foi se modificando e buscando uma identidade a partir do que estava em voga. Com letras e postura diferenciadas, os cristãos enxergaram outro meio de mostrar sua adoração a Deus. Para comprovar isso, esta edição da revista Rock Meeting traz para seus leitores exemplos de que é possível fazer um bom som, com letras de incentivo e esperança para quem procura esse tipo de ajuda. Entrevistamos membros das bandas Abhorred Devil e Conexão Alfa, que possuem estilos bem diferentes, mas compartilham as mesmas ideias. Confira o resultado desse encontro divertido e veja que o Metal Cristão, além de ser um estilo distinto, enfrenta preconceitos tanto dentro, quanto fora da igreja.

Histórico das bandas

Abhorred Devil Abhorred Devil significa “Detestar o Diabo”, é um nome estratégico por que ninguém sabe o que significa “Abhorred”, so sabe o que é “Devil”. E quando a gente toca em evento secular, a galera fala “oxe, é Devil. Massal” ai pensa que é banda secular, mas não é. A banda existe há dois anos, e a formação atual sou eu (Anderson – Lord Zabad na Bateria e vocal), Josilan Taveres (guitarra e vocal).

Conexão Alfa A banda tem seis anos e é composta por Marques Nogueira (Vocal), Leonardo Araújo (Guitarra e backing), Celso Augusto (Guitarra Backing), Igor Tenório (Baixo) e Davi Luiz (Bateria).


O Metal de Deus Como se iniciou no Rock ? Anderson – Eu tinha um tio muito louco curtia Iron Maiden, Black Sabbath, Kiss, Deep Purple e ele não curte as músicas que ouço hoje, ele prefere os sons das antigas. E quando eu tinha uns seis anos, ele colocava esses vinis para ouvir, e assim fui crescendo e ouvindo várias bandas. E a partir do meus doze anos, comecei a curtir Sepultura, Krisiun e outras bandas. Aos 18 parei de curtir essas bandas seculares e hoje ouço mais as bandas cristãs. Leonardo – A minha infância foi ouvindo Raul Seixas, Planet Hemp, Raimundos, Charlie Brown Jr., essa coisa mais jovem até a conversão. Quando isso ocorreu, me deram o meu primeiro CD do Oficina G3, e daí posso dizer que vim conhecer o que era guitarra. Gostei muito e até hoje sou viciado nisso e não parei. Fruto Sagrado entre outras bandas vem me influenciando muito, por ser um Rock Cristão onde tem letras bem expressivas e, em matéria de instrumental, eles são muito bons. Markis – Sempre gostei de ouvir MPB. Eu comecei a ouvir Rock aos dezesseis anos ouvindo Guns'n Roses, Aerosmith, Metallica que eu curtia muito, e depois quando me converti passei a ouvir muito Oficina G3, Catedral, Resgate.

Qual o motivo de se converter ao cristianismo? Markis – Eu fui de livre arbítrio para a igreja, ninguém me convidou. Acho que foi Deus quem tocou o meu coração. Fui lá assistir um culto ,depois continuei indo e já faz 13 anos. Leonardo – Foi meio esquisito. Convidaramme a primeira vez para ir a igreja e eu fui zombar com a galera no culto. E passamos muito tempo tirando onda mesmo. A gente não conhecia nada. Qualquer manifestação espiritual interna que havia, a gente do lado de fora começava a zombar. Não estava nem ai pra ninguém. Eu cheguei a chorar de rir. Até que em outra oportunidade, fui realmente para assistir tranqüilo, numa boa, sem motivos especiais. Anderson – Quando eu tinha doze anos, vinham pessoas falar de Deus para mim e eu olhava para elas e falava: “Deus não existe”. Pensava que Deus era apenas um monumento na qual via nas igrejas católicas ou em algumas

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seitas. E eu não acreditava em Deus nessa época. Aos quinze, comecei a me aprofundar sobre o que era satanismo. Quando comecei a ouvir Brujeria, foi uma devastação na minha vida. Foi surpreendente. E quando eu via aquelas coisas que eu tinha feito para me aliar com Satanás, eu observei que aquele não era o Deus a qual esperava. E queria conhecer Jesus. Com dezoito anos, meu amigo me chamou para ir para a igreja e aceitei. E hoje estou firme e forte.

Como é a vida do Rock dentro da Igreja? Markis – Atualmente se expandiu através de bandas como Oficina G3 dentro e fora da igreja. Mas o Rock dentro da igreja ainda é um pouco criticado. Já foi pior, mas ainda há um certo preconceito. Acredito que irão surgir bandas que irão diminuir esse preconceito.

Como as pessoas encaram a forma de se vestir com roupas escuras e usar coturno como normalmente fazem os Headbangers? Anderson – Muitas pessoas dizem que sou diferente dos outros “roqueiros”, me admiram por eu ser respeitado por todos e não fazer o que muitos fazem. Elas acreditam que por ouvir Rock, a pessoa tem que ser revoltada, quer começar a usar drogas, beber, quer ser uma coisa que na é. Ser underground, é ser diferente no meio dos iguais.

Qual é a visão daqueles que não são cristãos com relação ao som que vocês fazem? Leonardo – Eu uso o Rock'n Roll como estratégia para as pessoas dentro da igreja. Não podemos quebrar determinados costumes que são mais velhos que nós. Acho que chegar lá e colocar um baixo em uma coisa que já existe e que tem todo um alicerce é um pouco difícil. O roqueiro em geral vai sofrer preconceito dessas pessoas. Quando falei a questão da estratégia, eu usaria assim: eu não me considero um roqueiro, me considero uma pessoa que gosta de Rock e que quer usar o Rock de uma forma legal. Como foi falado sobre as vestimentas.


Lila Pedrosa

O Metal de Deus

Tipo, “Anderson vamos lá, se veste todo de preto e com todos os adereços legais”, e isso causa um impacto nas pessoas que curtem Rock do tipo “poxa, o cara é evangélico e anda desse jeito”. Se for parar para conversar com o cara vai saber “poxa, sou um cara normal também e vivo numa boa. Visto-me dessa forma, mas não preciso fumar nem cheirar nada”. Estou bem aqui em uma viagem que eu posso me divertir agora e posso continuar me divertindo depois. O nosso dever como pessoas que curtem e tocam Rock, é chegar a essas pessoas tipo: “e ai brother, a minha banda gravou uma música. Escuta ai e diz qual é a tua opinião.” E a música de repente fala de Jesus com uma maneira especial e o cara vai dizer “poxa, você faz um som desses com uma letra dessa?”. Por isso, acredito que o Rock deve ser usado como uma forma estratégica, onde nós como banda pode nos divertir e também levar a palavra de Deus através desse som.

era o ganha pão dele, ele largou tudo só para servir a Deus e é difícil olhar para um ser humano fazer o que o Cleber fez. Admiro muito a atitude dele.

Uma mensagem para os que não são cristãos. Markys – A minha banda tem seis anos e focalizamos a parte cristã mesmo. Queremos dizer para a galera que não é cristã que existe um Deus e quando se é jovem e está na influência de drogas, bebida, bagunça, mas esse tempo vai passar e vai entender que não fez nada na sua vida. Sabemos que Cristo é o melhor caminho, mas enquanto esta fora de Cristo, tente ser o mais sensato possível. Viva sua vida da maneira mais correta possível. Anderson – Muitas pessoas acham que Deus não existe, muitas pessoas falam que Deus é uma coisa qualquer. Aqui mesmo, estamos conversando uma coisa interessante e Deus está aqui conosco, da mesma forma, ele está com aquela pessoa que está olhando para cima e clamando a Deus para falar com ela. Tem um versículo que é muito interessante em Josué 1:9 que fala “seja forte e corajoso”. Quero dizer a essa galera que tem um sonho nunca desista, que seja forte e corajoso nas coisas que vocês fazem. Às vezes estamos passando por dificuldades, atribulações e as pessoas não têm coragem de enfrentá-las. Formos forte e corajoso, por Deus na frente, as portas vão se abrir, seus sonhos serão realizados. Nem aflição, nem angústia, nem tristeza não irá perturbar o seu coração. Leonardo – Nada melhor que falar de Deus para algumas pessoas. Inclusive a revista está de parabéns, tenho lido e vocês ganharam um fã incondicional. Mas queria deixar para as pessoas que Jesus não foi só um grande homem, ele foi um grande líder. Ele não é um personagem, não é um mito como a gente vê na internet, nos bate-papos que as pessoas entram com o nick “Jesus – A Mitologia”. Tem que cair a máscara dessas pessoas que Jesus não foi só um personagem, não foi só uma figurinha que está ali no livro. Jesus existe, você pode sentir. E para finalizar, que as pessoas leiam e meditem na Bíblia, ela não é simplesmente um livro, é a palavra de Deus.

Como está o espaço para o Metal Cristão? Anderson – Eu observo que as pessoas aqui em Maceió são muito tradicionalistas e preconceituosas. Fui o primeiro cara a montar uma banda de Metal Cristão aqui em 2005 que foi a Metal Celestial. Lembro-me que sofriamos muito preconceito. É difícil conversar com essas pessoas porque elas não têm base de conhecimento. Mas hoje, eu observo que muitas vidas tem sido restauradas e tem surgido novas bandas. Atualmente, vejo que podemos nos reunir com pessoas seculares, tocar em eventos seculares, nos unir. Mas hoje que as coisas estão se expandindo rapidamente e as coisas estão crescendo.

Qual a opinião de vocês com relação à decisão do Cleber em fechar a loja? Anderson – Eu convive com ele desde quando ele abriu a loja até o fechamento. Lembro-me quando ele não era cristão, eu chegava lá todos os dias, eu gastava passagem para pregar para ele. E uma vez quando cheguei lá com a palavra para pregar, ele me falou para mim “Anderson, sou cristão agora”. E a atitude que ele teve em fechar a loja foi surpreendente por que a loja

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Informações: http://boterock.blogspot.com


Eu estava lá

Eu Estava Lá O ‘Eu Estava Lá’ deste mês é dedicado ao show do Nightwish, em Recife, no dia 16 de novembro de 2008. Foi um dos momentos mais felizes que passei e creio que quem estava lá também sentiu isso. Daniel Lima estava lá também, mas não pode capturar alguns momentos legais que tive, como tirar foto com a banda. Destaco aqui dois dos integrantes da banda e as fotos do show. Conheci uma galera legal em Recife dos quais mantenho a amizade pós show. Fotos de Pei Fang Fon. Recife, 16 de novembro de 2008. Clube Português. Envie suas fotos e um texto como este para contato.rockm@gmail.com

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Eu estava lรก

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Perfil RM Perfil RM A edição n°3 da revista dá uma parada nas personalidade alagoanas e viaja até Minas Gerais e perfila um dos integrantes da banda cristã Krig (Death Metal). Pois bem, confira esta entrevista interativa que fizemos com Isaque Sales. Se você tiver alguma dica para o Perfil RM, envie um e-mail para nós: contato.rockm@gmail.com

Meu nome é Isaque Sales Soares, moro em Belo Horizonte-MG, e trabalho como analista de sistemas.

ele ensinou coisas básicas como amor, humildade e fé, essa é a base de uma vida cristã, o resto vem como consequência. Eu frequento a Igreja Caverna de Adulão aqui de Belo Horizonte, que é uma comunidade underground.

2 - Como surgiu o gosto pelo metal? E toca algo?

4 - Há alguma diferença em ser convertido? Qual foi o seu propósito?

Eu comecei a escutar metal desde o ano de 1992, com 11 anos de idade, quando um amigo me mostrou o vinil do Arise do Sepultura, ele me mostrou a música Orgasmatron, que era um cover que o Sepultura fez do Motörhead; a guitarra na época me lembrou uma motocicleta acelerando, e aquele riff entrou nas minhas veias e até hoje não saiu. Acredito que a partir daí esse foi o meu gosto principal pela música que é o metal. Eu toco violão desde os 12 anos de idade, mas antes eu tocava teclado, que comecei por volta dos 9 anos. Guitarra e baixo eu comecei com 14 anos.

Há uma diferença sim se formos convertido de verdade, e não convencido, como muitas pessoas por aí. Não sou melhor que ninguém, mas, claro, como um convertido procuro seguir a linha cristã, que é seguindo o que eu falei logo acima, priorizando o amor, humildade e fé e acima de tudo a família, que é o maior patrimônio do cristão. O demo ataca é na família, ele quer famílias destruídas, e ele usa vários artifícios como a televisão, a música, ou seja, toda e qualquer forma de expressão de arte está aí a propósito de Deus ou do demo, agora só resta a nossa escolha a decidirmos a quem servir. Então esse é o propósito de ser um cristão, saber dircernir o que nos é lícito e o que não é, além, é claro, de deixarmos a semente de Jesus por onde passarmos.

1 - Apresente-se (idade, onde moras, o que fazes...)

3 - Em que circunstância você decidiu se converter? Qual igreja frequentas?

5 - Quais as bandas que gosta?

Converti-me no ano de 1997, ainda quando morava em Ouro Branco. Decidi converter-me quando entendi o verdadeiro sentido que é ser um cristão, então isso foi o suficiente para que eu decidisse seguir esse caminho. Ser um cristão é a coisa mais simples do mundo, apenas as pessoas que complicam, mas Jesus foi o cara mais simples do mundo,

As bandas cristãs que eu mais gosto são: Extol, Tourniquet, Impending Doom, Believer, Stryper e As I Lay Dying. Mas também gosto de escutar música Intrumental como clássico e jazz, e os que gostos são Paganini, Pet Metheny, Bach e Vila Lobos.

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Perfil RM verdade a única coisa que ele é pai é da mentira, e todas as pessoas que falam isso são mentirosas como o diabo, e também desinformadas, pois não sabem que música é um universo infinito, e nenhum ritmo está preso a nenhuma ideologia, ritmo é ritmo e letra é letra. É como uma faca, ela está na gaveta, e pode ser usada para cortar um pão, ou pode ir um assassino lá pegar essa mesma faca que era tão útil cortando o pão e mata uma pessoa, aí vem a pergunta, a culpa era da faca ou da pessoa que matou? O mesmo ocorre com a música, o instrumental tá feito, agora temos que escolher, se vamos usar ela para matar ou para salvar vidas.

6 - Já fez parte de alguma banda antes do Krig e como foi que surgiu este projeto? A origem do krig foi em Janeiro de 2007 Eu e o Daniel decidimos para gravar uma música para um projeto de death metal que eu estava montando, então gravamos a primeira música chamada Bastard Boss, naquele momento surgiria o Krig. O projeto começou somente com nós 2, e em 3 meses de Janeiro a Março compomos e gravamos as 8 músicas que fazem parte desse cd. Ainda no primeiro semestre de 2007 lançamos o cd de forma independente, nessa época já estávamos com mais dois integrantes Phillippe Levidade na guitarra e Jr. Oliveira na bateria. Esse cd nos fez ser destaques em alguns sites, sendo considerados banda revelação de 2007 e estivemos entre os 10 melhores lançamentos do ano de 2007 do metal cristão mundial. Após o lançamento do cd começamos a ensaiar, no começo de 2008 houve algumas mudanças na formação da banda, com a saída do Phillippe o Isaque assumiu a guitarra e a Jully Soares assumiu o baixo. Atualmete o Krig está na ativa, mas está em processo de Hiato, e a minha carreira solo sigo normalmente. As informações sobre cada uma dessas bandas pode ser conferidas no meu site www.isaque.tk Em breve a galera pode ter mais notícia, basta estarem acompanhado meu site www.isaque.tk e o si te do Krig www.krig.cjb.net

9 - Conte-nos como é a cena do Metal Cristão em Minas. A cena metal cristã aqui é muito forte, temos muitas bandas, infelizmente muitas vem e acabam, mas no geral o cenário é movimentado. Há muitos eventos e várias pessoas que curtem o som.

10 - O que você tem a dizer para àqueles que não são cristãos. O que eu tenho a dizer, é que, eu não sou melhor que ninguém, não estou aqui para julgar ninguém, apenas queria compartilhar com vocês que eu decidi ser um cristão. Não vou iludir a você que com isso você vai se tornar o cara mais feliz ou vai começar a enriquecer, ao contrário, você sendo um cristão as coisas podem até piorar para seu lado. As pessoas farão piadinhas com você, zombarão de você e serás odiado por muitos apenas pelo simples fato de ser um cristão assumido, mas não fique triste, por que isso é bíblico. Mesmo passando por tudo isso posso te afirmar que sou o cara mais feliz do mundo, mesmo passando por dificuldades e opressões, nada disso abala a minha fé e a certeza de que posso tudo naquele que me fortalece. Obrigado pela oportunidade e que Deus abençoe todos que lerem essa entrevista.

7 - Soube que tocou fora do país, é verdade? Como foi? Na verdade não tocamos fora, tivemos shows marcados fora, até uma tour, mas na época aconteceu um imprevisto com o nosso baterista e na ocasião não ocorreu os shows. 8 - Já houve algum tipo de problema por ser cristão e gostar de metal, principalmente pelos não cristãos? Sim claro, ainda existe muita gente desinformada na igreja, que gosta daquele famoso jargão "diabo é o pai do rock", na

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