Revista Rock Meeting n° 11

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Expediente Editorial Direção Geral Pei Fang Fon Fotografia Daniel Lima Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Revisão Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Capa Lucas Marques Pei Fang Fon Equipe Daniel Lima Jonas Sutareli Lucas Marques Pei Fang Fon Yzza Albuquerque Colaboradores nesta edição Almir Lopes Contato Email: contato@rockmeeting.net Orkut: Revista Rock Meeting Twitter: http://twitter.com/rockmeeting Flickr: www.flickr.com/photos/revistarm www.flickr.com/photos/rockmeeting

Surpresa... Essa é a palavra chave para tudo o que está acontecendo e o que virá daqui em diante. É apenas uma questão de tempo. Sem pressa de chegar e com muita força para lutar, a Rock Meeting já quebrou barreiras que nenhum alagoano que está inserido no meio underground pensou em quebrar. A surpresa começa pela própria revista, que rompeu há alguns meses as barreiras estaduais, chegando inicialmente a Recife. Hoje, dados mostram que a RM realmente foi muito além do que os leitores ou a própria equipe da revista pensariam. Graças à tecnologia, bandas alagoanas que saíram na capa ou foram parte de uma matéria da revista já apareceram para o mundo. E se tudo continuar dando certo, com pequenos passos, elas irão ultrapassar cada dia mais as barreiras impostas pela vida. Outra surpresa é para você, que nos acompanha mensalmente e que acredita tanto na revista, quanto no cenário alagoano, lutando para que ele cresça e melhore cada vez mais. Em parceria com o site Reign In Metal, a Rock Meeting fez seu primeiro sorteio de prêmios para os leitores, que foi a promoção “Reign in Metal e Rock Meeting Juntas” (o resultado sai nesta edição!). Foram sorteados quatro CDs e uma camisa, e esperamos que você seja o(a) ganhador (a) de algum dos prêmios. Essa parceria uniu o Metal em Alagoas e no Espírito Santo, consolidando uma amizade que será perpetuada pelo tempo, assim como o Rock. Mais surpresas estão por vir, e tudo agora é apenas uma questão de tempo para que elas se realizem. E quem sempre sai ganhando é você, leitor (a). Alagoas está mostrando que é bem mais forte do que se pensa, quando está se falando de Rock n' Roll. Se depender de nós, a tendência é sempre crescer e melhorar.

ROCKMEETING.NET (EM BREVE)


Espaço Boteko - 13 de julho World Metal Exclusivo - RM entrevista Pandemmy 10 anos Goreslave CAPA: Autopse Edu Silva Banga Metal Fest Morcegos Perfil RM - Renato T iengo Eu estava lá - Banga Metal Fest

As matérias são de inteira responsabilidade de quem as assina, e não refletem, necessariamente, a opinião da revista.


Espaço Boteko

TODO Dia e DIA DE Por Almir Lopes

Imagens: divulgação

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uando Phil Collins anunciou naquele dia 13 de julho, em pleno verão londrino de 1985, que aquele dia seria o dia do rock, pouca gente levou a sério suas palavras. Naquele dia, estava se realizando o antológico concerto Live Aid, surgido da ideia megalomaníaca do ator/cantor Bob Geldof. A intenção era "salvar o mundo da fome", mas o que se viu mesmo foi a ascensão sem precendentes de um estilo que já era visto como um fenômeno em termos de popularidade. No Brasil, 1985 foi o ano do Rock in Rio, festival que levou ícones do estilo para a tela do mais popular canal de TV brasileiro, trazendo para terras tupiniquins shows jamais vistos pelo público. Bandas como Iron Maiden, Yes, Queen, Scorpions e AC/DC subiram ao palco do festival, naquele ano. Era tudo novo e imediato, sem a necessidade de se usar o argumento de querer "salvar o mundo" se não apenas promover a celebração de uma cultura de massa vinda dos longínquos anos 1950, que atravessava mais uma década com todo o gás, e não tão popular naquela década; não antes do genial Jimi Hendrix empunhar sua guitarra e encher de sentimentos o hino americano, em sua versão Rock and Roll, quebrando tabus e 02

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dando continuidade ao destemido Elvis Presley, com seu rebolado e seus trejeitos que insinuavam rebeldia e ao mesmo tempo sensualidade. Elvis desbravou e Hendrix afirmou que aquele ritmo alucinado tinha vindo para ficar. Já os Beatles chegaram para massificar e eternizar o estilo. O certo é que depois de Woodstock a cultura Rock and Roll nunca mais foi a mesma. Ditando regras e ao mesmo tempo quebrando-as, se colocando à frente de protestos vertiginosos e se impondo diante das atrocidades de guerras insanas, o Rock revolucionou o mundo como nenhum outro estilo musical. Atravessando gerações e sempre gerando polêmicas, passando por vertentes que nenhuma outra cultura musical jamais conseguiu atingir, ele percorre o satanismo e o religioso,

o grotesco estilo vindo do leste europeu e o Thrash Metal americano, com toda a sua falta de criatividade, e de músicos tentando aprender a tocar seus próprios instrumentos; passando ainda pelo legítimo Hard Rock, nascido na Inglaterra, e pelo Heavy Metal, exportado para os Estados Unidos; e por fim, chegando ao progressivo com suas melodias inspiradas e dando status de arte ao Rock. Com toda a certeza, o dia 13 de julho, ou qualquer outro dia do ano, têm de ser uma forma de homenagear uma cultura que mudou o mundo como nenhuma outra forma de arte conseguiu. O Rock é a cara de todo um movimento, e em todos os aspectos se tornou a essência de uma geração. Rock é arte, um estilo de vida. Longa vida ao Rock and Roll!


World Metal

Notícias e Curiosidades Iron Maiden e D a r k Tranquillity juntos na Noruega

Guns N' Roses: Steven Adler sonha com uma possível reunião

A banda sueca de Death Metal Melódico, Dark Tranquillity, foi confirmada como banda de abertura do show do Iron Maiden no Bergenhus Festning em Bergen, na Noruega, dia 11 de agosto. O Dark Tranquillity foi convidado para o Bergenhus Festning após o cancelamento do show do Heaven & Hell, que perdeu seu vocalista Ronnie James Dio em maio deste ano, em virtude de um câncer no estômago.

Torture Squad: divulgada capa do "AEquilibrium" Os brasileiros do Torture Squad divulgaram a capa do seu sexto álbum de estúdio, "AEquilibrium". As gravações do álbum foram finalizadas em abril desse ano, junto com os produtores Brendan Duffey e Adriano Daga no Norcal Studios em São Paulo. O CD será lançado dia 20 de agosto na Europa, e no Brasil a data do lançamento e a gravadora serão definidos em breve.

O baterista original do Guns N' Roses, Steven Adler, conversou com o Billboard.com sobre a sua nova autobiografia, "My Appetite For Destruction: Sex & Drugs & Guns N' Roses". A nova banda de Adler, Adler's Appetite, está no meio de uma turnê norte-americana, passando por 50 cidades. Após cumprida a tarefa, o grupo planeja gravar um EP com o produtor Anthony Fox, e as sessões para um disco completo estão planejadas para o fim do ano. Mas Adler diz que ele possui um pouco de esperança de que o quinteto original do GN'R faça alguma coisa junto de novo. Sonho impossível?

Eis o track list do "AEquilibrium": 1. Generation Dead 2. Raise Your Horns 3. Holiday In Abu Ghraib 4. 174 5. Storms 6. Azazel 7. Black Sun 8. The Spirit Never Dies 9. Last Tune Blues (Instrumental) 10. The Unholy Spell 2010 (Bonus Track)

Bon Jovi: início de pré- Nightwish: Novidades venda em SP, setores já sobre o possível álbum esgotados O Bon Jovi se apresenta no Estádio do Morumbi, em São Paulo, no dia 6 de outubro. O show faz parte da turnê mundial de "The Circle", lançado em novembro de 2009 e certificado com disco de platina nos Estados Unidos. Os ingressos para o único show do Bon Jovi no Brasil foram colocados à venda há alguns dias. Os preços variam de R$ 160,00 a R$ 600,00. Estudantes terão direito a meia-entrada em todos os setores. Os bilhetes podem ser adquiridos através do telefone 4003-0696 (válido para todo o Brasil), ou pelo si te da TicketsForFun (http://premier.ticketsforfun.com.br/shows/show. aspx?sh=BNJOVILD10).

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No blog oficial da banda, Tuomas falou sobre um possível novo álbum, que teria previsão de sair no final do verão europeu de 2011. “Assim como fizemos antes, i r e m o s g r a v a r primeiramente uma demo com todas as músicas, ouvi-las, aperfeiçoá-las, e entregar tudo ao Sr. Pip Williams, para que inicie o processo de orquestração. E a verdadeira entrada em estúdio está marcada para 15 de outubro. Mais uma vez, a orquestra e o coral de Londres estarão lá, assim com o Sr. Troy Donockley, desempenhando um papel maior desta vez. E ainda novos elementos que não havíamos tentado das outras vezes”.

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World Metal

Notícias e Curiosidades Heaven & Hell: até Phil Anselmo cantou em tributo a Dio

Slash: com ex-baixista do Great White em turnê na Ásia

Tony Iommi, Geezer Butler e Vinny Appice realizaram um tributo especial ao ex-companheiro de Heaven & Hell, Ronnie James Dio. De acordo com a Classic Rock Magazine, Geezer Butler, Tony Iommi e Vinny Appice deixaram arrepiados quem presenciava a apresentação. É bom dizer que Jorn Lande (Masterplan) e Glenn Hughes (ex-Deep Purple, Black Sabbath) fizeram um ótimo trabalho nos vocais. O Heaven & Hell ainda presenteou aos fãs com o momento mais surreal do dia: Phil Anselmo (ex-Pantera, ex-Superjoint Ritual, Down) subiu no palco correndo, pegou o microfone do estarrecido Hughes, e cantou junto com a banda a música “Neon Knights”.

Tony Montana (ex-Great White) é o novo baixista da banda do guitarrista Slash. O antigo dono da posição, Todd Kerns, precisou deixar o grupo depois de se submeter a uma cirurgia, em decorrência de um deslocamento de retina. Kerns precisará ficar afastado dos palcos por pelo menos um mês. A turnê mundial de Slash segue à Ásia. Na sequência, o ex-Guns N' Roses visitará a Austrália, antes de retornar aos Estados Unidos.

Apocalyptica: Rossdale fala sobre participação no single O vocalista do Bush, Gavin Rossdale, fez uma participação no novo single da banda Apocalyptica, chamado "End of Me". Em uma entrevista recente com The Pulse of Radio, Rossdale falou sobre como foi ouvir sua voz junto aos violoncelos: "Eles soam, na verdade é o jeito como eles tocam, como se fossem as mais imaculadas, claras e pesadas

guitarras", ele disse. "É bem impressionante o modo como eles tocam, eu os acho músicos muito virtuosos. Eles me mandaram uma música e perguntaram se eu gostaria de cantar nela e eu disse, 'Claro, eu ia adorar fazer isso'. E depois eu fui, cantei e foi divertido. Esses caras têm um sotaque estranho, mas eles são ótimos." Veja o vídeo da música ‘End of me’ http://www.youtube.com/watch?v=efojzMwLIK 0&

Elvis Presley: cancelado leilão de objetos de autópsia

Hypocrisy: m a i s detalhes sobre show da banda no Brasil A produtora Rádio & TV Corsário confirmou a vinda do Hypocrisy ao Brasil em setembro para show único em São Paulo. Os ingressos ja estão à venda. O show ocorrerá no dia 22 de setembro/2010, uma quarta-feira, no Carioca Club, a partir das 21 horas. Os ingressos podem ser comprados através do site www.ticketbrasil.com.br. Os preços variam entre 60 e 120 reais.

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De acordo com informações da Rolling Stone Brasil, o leilão de instrumentos utilizados na autópsia e no embalsamamento de Elvis Presley está cancelado. A notícia foi divulgada pelo jornal britânico The Guardian. O evento seria organizado pela Leslie Hindman Auctioneers e aconteceria no dia 12 de agosto. A instituição alega que o motivo para o cancelamento do leilão teria sido "questões de propriedade". Segundo a página na web da Leslie Hindman Auctioneers, o detentor das ferramentas, um embalsamador aposentado, e seu filho decidiram doar os instrumentos ao Memphis Funeral Home - local onde a autópsia do Rei do Rock foi realizada - e à empresa que cuida do lugar, a Service Corporation International.

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Pei Fang Fon Fotos: Andreza Menezes Gorga (vocais) entrou na banda em junho, depois de muita procura por um vocalista competente e com a personalidade da banda. Nossas principais influências são Kreator, Megadeth, Morbid Angel, Arch Enemy, Dark Tranquillity, além das influências pessoais de cada integrante.

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em entendemos que os nosso vizinhos pernambucanos possuem várias bandas de nível técnico e artístico de qualidade. Destacamos nessa edição a recente e promissora banda de Death Metal, Pandemmy. A Pandemmy faz parte da Otherside Produções, parceira da Rock Meeting. Aproveite a oportunidade para conhecer mais sobre esta banda.

Vocês compõem uma banda, digamos, recente no cenário pernambucano, no entanto já abriram para a banda paulista SupreMa. Como tem sido esse reconhecimento?

Para iniciar, muito obrigado pela entrevista. Apresentem a banda Pandemmy, suas influências, como surgiu.

RAFAEL GORGA - A nosso ver, tem sido muito satisfatório, pois vamos vendo gradativamente o nosso suor e o nosso esforço sendo recompensados com ótimas oportunidades como esta, e, principalmente, com um público que, em geral, se mostra cada vez mais ligado ao nosso trabalho. É muito bom saber que, em cada lugar que tocamos, conseguimos novos fãs e seguidores, e é melhor ainda quando percebemos que somos uma banda relativamente nova. Perseverança é a chave.

PEDRO VALENÇA – O Pandemmy começou a surgir no segundo semestre de 2008, quando saí da banda Monstera e decidi montar outra banda, com uma sonoridade mais agressiva. Depois convidei o Diego Gomes (guitarra), Fausto Prieto (bateria) e o Augusto Ferrer (baixo) para participar do Pandemmy, e nosso primeiro ensaio foi no dia 10 de janeiro de 2009. Rafael

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Self-Destruction foi a sua primeira demo, lançada no início deste ano. Qual a resposta do público e o que esse lançamento tem gerado para a banda? FAUSTO PRIETO - A resposta do público foi muito positiva. Em nossas apresentações, as pessoas cantam os refrões e gritam os nomes das músicas. É muito bom, trabalhamos para isso, mas o resultado superou as expectativas. A responsabilidade com o público aumenta. Este lançamento, juntamente com as ferramentas virtuais de divulgação (Myspace, Orkut etc.), tem nos proporcionado uma média de dois a três shows mensais, incluindo aí outros estados do nordeste, além de contatos muito interessantes. Recentemente, a demo da banda saiu na edição de julho da Roadie Crew, com um release dela. Como se sentem com tal honraria? FAUSTO PRIETO - Também não esperávamos tal matéria, pelo menos não tão rápido. Ficamos contentes e satisfeitos pelos comentários, isso só aumenta a motivação do grupo. Mesmo tendo uma base mais Death Metal, o que o Pandemmy escuta, além do estilo que tocam?

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PEDRO VALENÇA – Escutamos muito Heavy Metal Tradicional, Thrash Metal e bandas de Rock and Roll, em geral. Seria possível formular um Top 5 que abrangesse bem o gosto musical de cada integrante? Expliquem o que cada uma delas representa. PEDRO VALENÇA – Não por ordem de importância, mas o Top 5 seria esse: 1 – Megadeth 2 - Iron Maiden 3 - Metallica 4 - Dark Tranquillity 5 - Arch Enemy O Megadeth é minha banda preferida e, curiosamente, todos da banda curtem o Thrash Metal de Dave Mustaine e Cia. Iron Maiden é uma das bandas preferidas do baixista Augusto, mas é inegável a apreciação de todos da banda pela maior banda de Heavy Metal do planeta. Metallica influencia muito pela sua antiga fase, principalmente nas partes bem rápidas, e é uma das bandas que o nosso baterista, Fausto, mais curte. O Dark Tranquillity e o Arch Enemy têm nos influenciado muito, e para nós, essas são algumas das principais bandas de Melodic Death Metal, que é um gênero que curtimos bastante. Além disso, são as bandas preferidas de Rafael e Diego, respectivamente.

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Planos para 2010. O que podemos esperar? PEDRO VALENÇA - Os planos para este ano são de tocar em mais algumas cidades do Nordeste, concluindo os shows de divulgação da demo “Self-Destruction”. Em outubro ou novembro, vamos iniciar as gravações do nosso próximo trabalho, que será um EP. Ele será lançado no início de 2011. No presente momento, estamos fazendo alguns shows aqui em Recife e terminando as novas composições para o próximo lançamento. Mesmo no início da banda, vocês já viajaram para outras cidades do nordeste, dentre elas Mossoró (RN). O que podem nos contar sobre as dificuldades na estrada, as situações cômicas enfrentadas por vocês? PEDRO VALENÇA – As situações cômicas são bem mais presentes do que as dificuldades na estrada. Até agora, as viagens para outras cidades fora de Pernambuco têm sido bastante produtivas, por conta dos ótimos shows, experiência em palco, público animal e as amizades que fazemos fora de Recife. Situações cômicas acontecem sempre, pois a banda tem integrantes e amigos bem engraçados, com histórias que nos divertem bastante. Suas letras são em inglês. Alguma dificuldade, por serem compostas e cantadas em outra língua, ou pelo fato de ser o “idioma” do Rock and Roll? RAFAEL GORGA - Embora o português seja nossa primeira língua, o inglês é mais maleável, com palavras geralmente menores, mais fáceis de rimar e com diversos significados, possibilitando um jogo de letras e sentidos mais interessante e extenso. Atualmente, não temos planos para compor em português, mas nunca se sabe. Bom... Mais uma vez, obrigado! Sucesso. Esperamos vê-los em Maceió. Nós do Pandemmy agradecemos pelo espaço cedido e parabenizamos a toda a equipe da Rock Meeting pelo excelente trabalho. Esperamos tocar em Alagoas o quanto antes! Keep spreading the Pandemmy!

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Mais de uma década de puro Death Metal alagoano Por Daniel Lima

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s amantes do Metal em Alagoas tiveram uma noite especial no dia 10 de julho: um show comemorativo pelos 11 anos da maior banda de Death Metal Extremo de Alagoas. A Goreslave comemorou junto aos fãs e as bandas convidadas mais um ano de existência nessa festa que fez o público alagoano sair de casa e apreciar, sem moderação, o que se tem de melhor no Metal local. O show começou por volta das 22h com a Hellbound, banda que já é bastante conhecida no cenário Rock por fazer covers de Pantera. Velhos clássicos como “Walk” e “5 Minutes Alone” estavam no repertório, fazendo a galera bater cabeça. Como sempre, Vitor

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(vocalista) animou o público presente. A galera respondia de maneira muito positiva, o que fez com que a festa começasse muito bem. Em seguida veio a banda Autopse (não deixe de ler a matéria da capa!), fazendo uma mistura interessante e mostrando a nova face do Metal que está chegando à terrinha. Com um repertório bastante variado, que vai de Sepultura à banda francesa Eths, além de músicas próprias, a Autopse mostra que está chegando para ficar. Com a participação de Pedro (vocalista da banda Atrito), a banda tocou uma música própria chamada “Sertão”, mostrando que o grupo não está apenas fazendo covers e que já tem material.

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A banda encerrou a apresentação com “Roots Bloody Roots” do Sepultura, preparando a todos para o caos que viria a seguir. Finalmente, a apresentação principal sobe ao palco do Kfofo para se apresenter diante de um público que se mantém fiel há 10 anos. A Goreslave começou o show com músicas próprias. A surpresa apareceu na metade do show, quando a banda convidou Renato Silva (Solid Impact) para cantar um cover pelo qual ninguém esperava: “Arise”, do Sepultura. Além dessa, a banda também

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tocou covers de bandas como Deicide, Behemoth e Hypocrisy. Infelizmente, as apresentações se encerraram por aí, já que as bandas Cheiro de Calcinha e Absurdos não subiram ao palco. Está acontecendo um fato bastante importante para as bandas alagoanas: a valorização dentro do estado. A Goreslave é um ótimo exemplo disso. Muita gente que não aparecia há bastante tempo em shows resolveu sair de casa para apreciar um grupo de qualidade.

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Pei Fang Fon

Não se engane. Pode parecer só mais um rostinho angelical, mas você não sabe o que Dani Serafim é capaz de fazer com sua voz. À frente da banda Autopse, ela se destaca por seu vocal um tanto quanto "diferente" do que a maioria das meninas: o gutural. Em menos de um ano de existência, a banda já tem chamado a atenção do público, e por isso recebe destaque nesta edição. Confira agora uma conversa tranquila e simpática com os integrantes da banda.

1 – Primeiramente, agradecemos a toda a banda por ceder um tempo para a Rock Meeting. E já começando, gostaríamos que apresentasse a Autopse: integrantes, o por quê do nome, influências. A Autopse é formada por quatro integrantes: Daniela Serafim no vocal, Raphael Felipe na guitarra, Janaína Melo na bateria e William Silva no baixo. Autopse, para nós, tem duplo sentido, não apenas de uma autopse corporal, feita para descobrir a causa da morte das pessoas, como também no sentido de uma autopse mental, na qual visamos sempre refletir sobre nossos pensamentos e atitudes. Temos inúmeras influências, do New ao Thrash, porém nosso estilo não se encaixa em nenhum rótulo do Metal. 2 – Em uma de nossas edições, destacamos o papel da mulher nas bandas de rock. Vocês são uma banda que conta com uma frontwoman liderando com vocais guturais, e com uma baterista que toca com pedal duplo. O que há de diferente em ter duas mulheres na banda? O diferencial de ter duas mulheres na banda, com vocal gutural e bateria de pedal duplo, é a curiosidade que despertamos no público, mas a nossa ideologia é outra. Todos tocamos juntos e na mesma sintonia, independente de sexo.

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3 – A atual representante local de vocais mais guturais, ou mais “masculinos”, é Kedma Villar, vocalista da Code (Death/Thrash). Dani, você é uma das poucas da nova geração de Alagoas que cantam nesse estilo. O que te motivou a cantar assim, e qual (ais) a(s) sua(s) influência(s)? Como você cuida da voz? Sempre gostei de bandas com vocais femininos, tipo gótico, grunge, pop etc. E sempre admirei fazer o que era diferente. As bandas de frontwomen que mais me influenciaram foram Eths e Kittie. Não há nada de especial com o cuidado com a voz, apenas algumas "técnicas”, haha. 4 – Dificilmente vemos uma mulher na bateria. Podemos citar Vixen, Volkana e a antiga banda Mortífera. Janaína, qual foi a sua motivação em tocar bateria? Sua família te incentiva? Quem te inspira? Escolhi a bateria por ser um instrumento bastante expressivo. No começo, eu não tinha incentivo da família, mas hoje tenho bastante.

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5 – Vocês já mudaram de baixista algumas vezes. Por que tantas mudanças na formação? Houve, sim, trocas de baixistas, e elas aconteceram pelo fato dos integrantes não tocarem no mesmo "ritmo da banda". 6 – Acompanhamos uma das primeiras apresentações de vocês, no Centro de Maceió. O que mudou daquele período até aqui? Aquele foi o nosso primeiro show, inclusive no nosso primeiro mês de banda. Até hoje ele é bem comentado, mesmo tendo acontecido num local não muito apropriado para o nosso estilo de música. De lá para cá, não paramos de evoluir e aperfeiçoar nosso trabalho, que sempre é dedicado a composições próprias. Esse é o nosso maior foco, desde o início. 7 – Vocês já possuem músicas próprias. Como tem sido o processo de composição? Quem as escreve e de que elas falam? A banda foi formada com o intuito de tocar músicas próprias. O responsável pela maioria das composições é o Raphael (guitarrista), que, junto com a banda, traz o resultado final. Nossas letras falam sobre temas que deram origem ao nome da banda, como reflexão, problemas sociais, diferenças, um mundo caótico, enfim; de uma certa forma, elas falam do que enfrentamos no nosso dia-a-dia. Nossas letras ressaltam, principalmente, que somos vítimas de nossos próprios pensamentos, pois é a partir deles que nós julgamos os outros e somos julgados. Nosso instrumental é uma mistura de tudo que o metal engloba. Como já dissemos, não focamos em um estilo padronizado, apenas no que julgamos bom. 8 – Algum projeto específico para 2010?

nossa maior surpresa e satisfação é ver que o nosso trabalho está sendo repercutido por todo o mundo, como vemos todos os dias na internet. Mesmo sem incentivos financeiros, estamos muito satisfeitos com os resultados do nosso trabalho. 9 – Qual seria o Top 5 de músicas que representam bem o som da Autopse? Expliquem o motivo por trás de cada música. Bem, como dissemos anteriormente, tivemos muitas influências, como: 1 - "Eye for an Eye" (Soulfly) - Está em nosso repertório por ser uma música simples e muito "instigada". 2 - "Pourquoi" (Eths) - Foi a música do nosso primeiro ensaio, basicamente de onde surgiu a Autopse. É uma música composta de vocais limpos e guturais. 3 - "Territory" (Sepultura) - Por vim de um dos melhores álbuns do sepultura, o Chaos A.D, uma música que marcou e marca até hoje a história do metal. 4 - Atittude (Sepultura) - Por ser uma música bem diferente, uma mistura de som pesado, com som de berimbau, e vocais diferenciados... Deixando bem visível o quanto Max Cavalera inovou em suas músicas, explorando sempre as coisas da terra, trazendo um novo estilo de metal com o álbum "Roots". 5 - "Infini" (Eths) - "Infini" é uma música que não está há tanto tempo em nosso repertório, porém foi eleita por todos os integrantes, por ser um som totalmente misto de vocais e instrumentais loucos. É indispensável em nosso repertório! 10 – Obrigado pela entrevista. Desejamos sucesso e crescimento! A banda Autopse agradece o apoio e a oportunidade que a revista está nos proporcionando nesses sete meses de banda, divulgando o nosso trabalho! Valeu galera.

Nosso maior projeto inicial do ano de 2010 é lançar nosso CD, que será finalizado em novembro deste ano. Nosso objetivo, mesmo em pouco tempo, é levar nosso trabalho para outros estados, com shows já marcados para os próximos meses em Recife, Aracaju e Salvador. A

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Divulgação

“ESTE É O SOM QUE EU SEMPRE SONHEI FAZER!” Pei Fang Fon

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m jovem e uma paixão por guitarras. Edu Silva é conhecido por poucos no meio do Rock , mas levou o som para o um dos festivais de música regional este ano, o Femusesc, além de ter sido figura carimbada na Rock Meeting. Pai, esposo e sonhador, para ele não há limites. Confira agora uma entrevista super humorada e conheça um pouco mais do trabalho que ele faz em Alagoas.

Olá, Edu! Obrigado por atender ao nosso chamado. Soubemos que está em estúdio. O que você pode nos adiantar? Pois é! É um prazer saber que a Revista Rock Meeting acompanha todos os fatos da música em Alagoas! Estou em estúdio, gravando com melhor qualidade e maior suporte técnico os temas que eu tinha registrado em casa. Será, a princípio, uma produção despretensiosa, apenas para demonstração, para que eu chegue a um lugar e diga, "Este é o som que eu sempre sonhei fazer! Gostou?". Estou focado em fazer isso ainda nas férias, mas vejo que esse projeto está tomando consistência, e a cada momento surge uma ideia mais madura, o que me faz repensar nas estruturas das músicas etc. Ainda nem sei quantas canções teremos, pois quero que todos do Fat Sound participem compondo também. Uma coisa é certa: do CD, quatro músicas serão minhas em parceria com meus amigos que compõem o conjunto, e ainda mais com a participação de convidados ilustríssimos, que fiquei muito feliz em saber que participariam do trabalho... Mais à frente, direi

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quais serão! A produção está sendo feita por Clilton Feitosa, coordenador de ação musical do SESC Alagoas, juntamente com meu braço direito Diego Monteiro, grande baixista e irmão que me apoiou desde o FEMUSESC! Léo Fernandes e Ivalter Júnior (ABISMO) estão me fornecendo o que há de melhor quando o assunto é bateria e teclado. A masterização e as gravações normais e dos convidados especiais serão feitas no estúdio do SESC Alagoas! Desde a sua apresentação no Femusesc não ouvimos mais o seu nome. Projetos, trabalhos... O que há de novo? A realidade é que para que eu sustente minha família com a música, infelizmente preciso estar em projetos fora do meio underground, porque ele não dá dinheiro. Já toquei muito com a banda Zé Pequeno sem ganhar nada, mas eu era "sustentado pela mamãe". Hoje, não. Tenho filho para criar, por isso toco toda semana nos melhores bares da cidade com a banda Muzike Soft Rock, na qual tocamos Pink Floyd, Alanis Morissette, The Police, Michael Jackson, enfim...

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Toco também com Millane Hora em seus dois projetos, o de Axé (Som da Hora) e o seu projeto solo, tudo muito bem produzido. Ensino guitarra em casa e em domicílio, para quem tem vontade de aprender como eu aprendi. Quando me convidam para um free lance, também estou dentro. Meu nome não aparece em destaque em nenhum desses projetos, isso porque quando entro em um grupo, visto a camisa e não quero me promover. Nem mesmo no Fat Sound. Mas, a idéia inicial foi minha, então sou responsável por responder pelos erros e acertos do grupo. Fat Sound é um sonho ou algo que vai ser concretizado? O Fat Sound é um "sonho que vai ser concretizado"! Meus amigos estão nessa comigo. É uma oportunidade grande para cada um deles, pois essas músicas vão viajar o Brasil inteiro, já que tenho contatos em diversos lugares. Tudo o que é necessário é a finalização de um material de áudio e de audiovisual. O DVD do FEMUSESC já, já será lançado, e fortalece muito os argumentos para conseguirmos novas parcerias para cada um dos instrumentistas envolvidos. Faremos shows em breve, mas até lá, é muito melhor que tenhamos nossas composições prontas em vez de tocarmos sucessos de outros músicos ou bandas - o que se vê muito nos guitarristas e grupos instrumentais daqui. É um caminho inverso que ninguém arrisca tentar. Quero que o Fat Sound deixe sua marca em Alagoas e no Brasil, conquistando público de todas as idades! Basta apenas colocar o coração na ponta dos dedos! Você está participando do maior concurso de guitarras do Brasil, o Double Vision DVD. Como está sendo a sua preparação? E as expectativas? Pois é! O Sydnei O meu vídeo já está no y o u t u b e (http://www.youtube.com/watch?v=IQIIlne7 e_c), e é um sucesso de acessos. Estou

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pensando em fazer mais um vídeo para que os jurados vejam que minha interpretação não foi um "golpe de sorte", mas sim algo composto, nota por nota. A regra do concurso é baixarmos os backing tracks e criarmos nossas versões. Em relação às expectativas, sou muito franco. Saber que grandes nomes da guitarra do Brasil como Marcelo Barbosa (Almah) Gustavo di Padua e Edu Ardanuy (Dr. Sin) vão dedicar 5 minutos do tempo deles para avaliarem meu vídeo já é uma honra! São oito os que vão pra São Paulo no dia 20 de setembro, dia do meu aniversário! Espero que me dêem esse presente! Se não, não tem problema... Vou estudar mais para alcançar esse e outros objetivos! Voltando um pouco para a sua formação, como se iniciou o seu relacionamento com a guitarra? Motivações, influências, quem te apoiou? Tinha 14 anos. Queria ser baixista, porque vi o CPM 22 tocar! Haha, maior piada! Ganhei um violão da minha mãe e comecei a estudar com um professor sem vergonha por um mês. Aprendi os acordes... Depois fui para uma escola no centro, onde toquei por três meses... Foi o suficiente para que eu me desenvolvesse sozinho. Aos 15, juntei de real em real o lanche da escola e comprei minha primeira guitarra: uma Les Paul Michael que eu modifiquei, e hoje tem um som que muitas Gibsons queriam ter! Aprendi a solar sozinho... Descobri os modos gregos sem nem saber os nomes de cada modo, tudo de ouvido. Herdei da minha mãe, pianista de mão cheia, mas que resolveu trilhar o caminho da medicina. Ela nunca me apoiou, minha família em si nunca me apoiou com música. Não adiantou... Hoje eles olham meus vídeos no Youtube e ficam felizes. Mas o começo foi muito difícil. Frustrações por não conseguir tocar as músicas que eu queria, atingir a velocidade que eu queria, enfim... Canalizei meus esforços para o apuro técnico, depois desenvolvi minha musicalidade herdada.

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Seria se eu não tivesse família pra sustentar. Enfrento muitos obstáculos! Me viraria muito bem sozinho só com a música, mas estudo arquitetura na Ufal, sou bolsista lá. Estudo para concurso, sou pai, marido... É uma pedreira! Mas nunca vou largar meu sonho. O que não posso é viver integralmente em função disso, por isso aproveito momentos como as férias para adiantar esses projetos!

O que vem no seu pensamento quando você ouve falar de música ou músicos de Alagoas? Q-U-A-L-I-D-A-D-E! Músico alagoano é sinônimo de qualidade no mercado da música brasileira. É o cara que tem o ouvido, a pegada, a manha, a ginga que muitos outros de fora não têm. Tenho como referência aqui Carlos Bala, Marcius Campello, Everaldo Borges, Basílio Sé, Juliano, Jaques Setton, Van Silva, Ítalo, Ivalter Júnior, Diego Monteiro, enfim... Músicos de peso que representam muito bem nosso estado. Pra mim é uma honra sair na rua, encontrar um desses caras e ser parado por eles, depois de um abraço apertado, para conversarmos sobre música, vida etc. Estou começando a conhecêlos e eles me dão crédito por eu ser interessado e por não negarem que um dia o Fat Sound se apresentará junto a eles em festivais e shows diversos! Você é um guitarrista profissional e enfrenta obstáculos por causa da decisão de seguir essa carreira. É possível viver do sonho - viver do que realmente se deseja , neste caso ser guitarrista?

Fugindo um pouco do seu trabalho, o que você tem ouvido ultimamente? O que gosta de ouvir? Ah! Muita coisa! Em se tratando de guitarristas: Steve Vai, Andy Timmons, Eric Johnson, Frank Solari, Kiko Loureiro, Guthrie Govan, Mattias IA Eklundh... Meu papo é guitarra moderna, haha! Mas também ouço muito Quincy Jones, Vital Information, Victor Wooten, Chopin. Estou ouvindo muito as loucuras que o Buckethead faz! Ele expande as possibilidades sonoras da guitarra como poucos! Um CD que não sai do meu carro é o Fragile Equality, do Almah... O CD já nem é novidade, mas o som que foi feito ali me impressiona toda vez que escuto! Enfim... Ouço coisas variadas, sons variados! O que eu falei é só um milionésimo do que eu pesquiso! Para finalizar, o que tem acontecido com Alagoas e suas manifestações culturais, de um modo geral? Muito sucesso e grandes conquistas para você. Precisamos de um secretário de cultura mais atuante, que dê maior apoio e visibilidade à cultura alagoana, pois, sinceramente, não tenho visto grandes iniciativas além dos domingos do P7. Isso é vergonhoso para um estado tão rico culturalmente como Alagoas. Divulgação é outro fator absurdo que prejudica o artista algoano. E isso só me faz responder que não sei! Os artistas produzem não pensando no mercado daqui, mas sim, de fora... É uma pena! Agradeço, como sempre, ao apoio da Rock Meeting! Uma iniciativa 100% alagoana, como o Fat Sound. Agradeço também a todos os leitores, e deixo aqui minhas saudações a todos os artistas que vocês dão suporte. Obrigado!

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O IMPÉRIO DO METALCORE CONTRA-ATACA Por Jonas Sutareli

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ábado, dia 24 de julho, rolou, no Bangar Bar, o Banga Metal Fest, que contou com a presença das bandas Before I Die, Sangria, Adrenaline, Mia Dolce Vendetta, Never Say Die Julieet e Autopse. O local é bem conhecido, apesar de ser uma casa nova na cidade, e a estrutura se mostrou bastante eficiente para o show. O evento estava marcado para começar às 16h. Como de costume no meio dos eventos musicais, seja do gênero que for, houve um atraso, mas nada que fugisse do esperado. A casa é bem aconchegante, climatizada, não tão condizente com um evento de rock, mas um lugar muito legal. A única coisa não tão legal assim foram as pessoas fumando dentro de um ambiente climatizado, o que formou uma espécie de neblina por alguns minutos e deixou aquele desagradável odor de nicotina na roupa de todo mundo.

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A Before I Die abriu o Banga Metal Fest, executando covers de As I Lay Diying e algumas músicas próprias, dando conta de agitar a galera que já estava presente. Com um repertório reduzido, a banda se despediu da galera alegando que a maioria dos membros estava doente, mas mesmo assim estavam lá “dando o sangue” pela plateia. Após a BID, tomou o palco (se é que pode-se dizer assim, pois no local não tem palco!) a pernambucana Sangria, trazendo um Metalcore um pouco mais pesado. Com um som próprio, a Sangria também agradou a boa parte dos presentes, além de seus membros terem sido bastante simpáticos, agradecendo por todo o apoio da organização e da plateia. A essa altura, já havia uma boa quantidade de pessoas no Banga Bar, que quase encheu por completo a parte superior do local, onde estavam acontecendo as apresentações. Depois dos pernambucanos mostrarem seu som para o pessoal de Alagoas, foi a vez da já conhecida do público Adrenaline. Eles quebraram um pouco o padrão do estilo sonoro da noite, mas não muito. Prestes a lançar um EP novo, eles tocaram algumas canções que irão sair no disco novo e outras mais antigas já conhecidas dos que acompanham a

banda, como “Marionetes” e “War”. Com um show bem enérgico, a Adrenaline deu tudo o que tinha e agitou bastante a galera presente. Em seu show de estreia, a Mia Dolce Vendetta superou as expectativas do público. Executando um Metalcore mais técnico, bem para o lado do Thrash Metal. Os caras detonaram o local com um curto repertório, por terem pouco tempo de banda (um mês e meio): eles tocaram um cover (“La Migra”, do Brujeria) e algumas músicas próprias. A banda fez uma apresentação memorável e digna do evento. Não muito distante dos sons apresentados na noite, a Never Say Die Julieet trouxe covers de Underoath e algumas músicas próprias, todos também na linha Metalcore e Posthardcore. Fechando o evento, a Autopse veio com suas meninas no vocal e na batera e com apenas uma guitarra, executando Sepultura, Soulfly e repertório próprio. Foi a única banda da noite que saiu do Metalcore. Apesar dos percalços citados e da qualidade do som ter regredido no decorrer do evento, num saldo geral, o Banga Metal Fest foi bastante proveitoso, a plateia curtiu bastante e as bandas corresponderam às expectativas de todos. Que venham mais edições!

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A banda Morcegos há mais de duas décadas luta pelo seu espaço na música e já foi entrevistada pela Rock Meeting, tendo o lugar que merece: o destaque. Em virtude de sua carreira e por ser a banda mais antiga do cenário do metal extremo em Alagoas e forte representante do gênero, ela foi entrevistada numa rádio de Maceió . Confira agora as impressões de Frankstone, vocalista e guitarrista da banda, sobre a entrevista e futuros lançamentos da Morcegos. Pei Fang Fon Vocês, recentemente, concederam uma entrevista para o programa “Vida de Artista”, na rádio Educativa. Conte para nós esta experiência. Frankstone - Fomos muito bem recebidos. A nossa história com o programa “Vida de Artista” é antiga. A primeira vez que fomos entrevistados lá foi em 1996. Na época, a apresentadora era a Graça Tenório, e na ocasião foi um programa completo com a Morcegos. Houve chamadas durante a semana com a minha voz nos apresentando e a Floracy Cavalcante (diretora da emissora na época) anunciando. Depois, fomos entrevistados em 2006 por Gal Monteiro. Na época, ficamos surpresos, porque além da Morcegos, estavam vários outros artistas, entre eles o pessoal das bandas Cachorro Urubu e Cifrão, e todos eles contaram histórias fabulosas de como eram fãs da Morcegos, dizendo que iam nos assistir, que davam moshes... Eu até brinquei com o vocal da Cachorro Urubu, dizendo que ele era pequeno quando ia nos assistir, todo mundo riu. E agora, em 2010, a pauta era o Dia Mundial do Rock, e a recepção foi fabulosa, com a presença das bandas Abismo, Fator4, De Falla... A entrevista foi tão legal que rendeu dois programas. Foi muito bom. É sempre uma ótima experiência, afinal somos underground, e toda vez que somos convidados por uma mídia que não é do segmento, isso dá uma dimensão fantástica a cerca da nossa banda, pois saber que Morcegos é um nome que tem alcance também fora da cena “metálica”

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underground é muito gratificante. Como foi a receptividade dos apresentadores? Houve algum feedback ao vivo? Frankstone - Sim! Somos conhecidos fora da cena do Metal, o que dá um grande respaldo. Nós já éramos conhecidos de todos. Participamos até do coro numa jam com todos os presentes, incluindo a apresentadora, o produtor e o operador, haha. Não apenas a Morcegos estava representando o Rock and Roll. A entrevista contou com a presença de outras bandas, como você disse. Qual foi o resultado final? Frankstone - No programa, rolaram músicas de todas as bandas presentes, e até hoje comentam sobre as canções da Morcegos, que eram do “Black Side Revolution”, nosso novo álbum de inéditas. O resultado foi ótimo.

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Em junho, vocês lançaram “O Resultado de um CD Caseiro (Black Side Revolution)”. Pela primeira vez, um CD lançado em versão de vídeo e gratuito. Qual o motivo para escolher este tipo de formato? Frankstone - Bem, não foi um CD lançado em versão de vídeo, e sim um vídeo mesmo. A verdade é que toda vez que terminamos uma tour, a gente lança um vídeo, só que dessa vez colocamos o making off da gravação de uma das 11 canções lançadas no álbum “Black Side Revolution”. Além disso, há trechos dos shows dessa tour, clipes ,fotos, resenhas, algumas curiosidades, como, por exemplo, um bate papo esclarecedor no MSN sobre o cancelamento de nosso show em Fortaleza, enfim; o vídeo mostrou tudo que resultou do lançamento do nosso 1º CD gravado em casa. Daqui para frente, iremos sempre colocar para os fãs o link para baixar nossos novos materiais, pois chegamos à conclusão de que a era do formato CD acabou. Estamos vendendo outro tipo de material para manter a banda, como camisas, por exemplo.

era! É o fim do CD, amigos. Nós da Morcegos já começamos a confeccionar blusas da banda para venda. Temos de fazer isso se quisermos continuar na ativa. Para uma banda underground como a nossa, que raramente recebe cachê, não ter nenhum ganho é praticamente o fim. Expectativas para a turnê de “O Resultado de um CD Caseiro (Black Side Revolution)”? Frankstone - Não haverá turnê. Estamos terminando o novo álbum, que se chamará “Before the Evening Is Through”, e aí sim cairemos na estrada novamente. Já temos algumas datas fechadas, e já estamos vendendo camisas para divulgá-lo. Obrigado pela entrevista. Sucesso neste novo trabalho. Frankstone - Agradecemos a vocês por nos darem espaço mais uma vez, e por continuarem nos divulgando. Sucesso a essa revista fantástica! E aos fãs, fica a dica: nunca deixem de produzir, seja lá como for. É isso. Metal extremo no sangue, e longa vida ao barulho!

Quais as razões que levaram a banda a tomar a decisão de não lançar mais CDs, somente músicas em formato digital? Frankstone - Desde o inicio da banda, lançávamos material no intuito de arrecadar grana com a venda dele para lançar o trabalho seguinte. Só que nesse álbum atual, vimos que o cronograma não está nem perto dos anteriores em matéria de vendas, e não é pelo álbum ser inferior aos outros, mas sim pela falta de procura pelo formato CD. Isso não é só com a Morcegos, mas com todas as bandas no mundo. Veja, por exemplo, o Angra e o Sepultura fazendo shows juntos. Isso não é outra coisa além da falência da indústria fonográfica. Veja o Metallica, o Slayer, o Megadeth e o Anthrax juntos, tentando encontrar outras formas para conseguir grana... Se eles não fazem isso, já

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Perfil RM A Revista Rock Meeting conversou com Renato Tiengo, figura ilustre do Rock alagoano. Confira!

Apresente-se! Renato C. Tiengo, tenho 22 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, torcedor fanático do São Paulo, fã de Heavy Metal, gente boa. Tá bom, né? Como surgiu o seu interesse pelo Rock? Influência dos pais, amigos. Bem, surgiu com amigos, aperfeiçoado por meus pais e meu tio Luiz Fernando, por quem tenho muito carinho e respeito. O que você gosta de ouvir? Cite alguns exemplos. Iron maiden, Symphony X, Blind Guardian, Helloween, Epica, Sepultura, Dr.Sin, Dead Fish, Mutação. Diante da sua fama de 'vereador do metal', como é a sua relação com a galera de Maceió e de fora do estado?

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Quero deixar esse crédito da minha “fama do vereador do metal” ao grande amigo Luiz Carlos, vulgo Nöni. Bem, depende de cada pessoa com quem você vai se relacionar e qual o interesse dessas amizades, isso dentro do estado. Costumo dizer que sou “invejado” por muitos e reconhecido por poucos nas horas certas. E fora de Alagoas, bem... é aquela coisa: é uma vez ou outra que você tem contato maior com essas pessoas. Como dizem por ai “pessoas que moram longe são mais legais”. Posso estar errado, mais não me comprovaram ao contrário. O Rock and Roll em Maceió tem jeito? Ou é apenas uma figura da imaginação das pessoas? Tem jeito, sim! Cada um fazendo sua parte em apoiando as bandas locais principalmente; seja indo a shows, comprando material, etc.


Qual(is) show(s) que você esteve presente que não vai sair da sua memória? Compartilhe conosco. Eita, que a lista é grande! Não vai ser na ordem mais lá vai: Shows do Angra ( 22/10/04, 28/10/05, 07/08/09), Iron Maiden ( 31/03/09), Symphony x (24/10/08) Torture Squad (29/10/06 e 25/10/08) Helloween e Gamma Ray (27/04/07), Hangar (13/12/07), Glory Opera (14/12/08), Almah (06/10/07 e 02/12/08), Viva Rock Alagoano (24/02/07), Quartel do Rock (07/07/07),Dead Fish (22/03/08), Blaze Bayley (03/04/10), Omen e Strikemaster e Headhunter DC (02/07/09), Dominus Praelli (07/07/06), Master e Predator (23/01/10), Silent Cry (22/07/06), Workshow Aquiles Priester (24/03/06), Encontro de Bateristas (14/05/07) Burning In Hell (20/03/08), UNDERGRACY II, Maceió Metal Fest, Tributos à Legião Urbana e Raul Seixas. Até agora, todos os nossos perfilados julgam que esta é a pergunta mais difícil. Diga-nos o seu Top 5 dos CDs que mais representa o seu gosto musical. Defina em poucas palavras. “Brave new World” do Iron maiden, “10 anos” do Dr.sin, - “Live on the Edge” do Symphnony X, “Por quê?” do Mutação, “The Phantom Agony” do Epica, porque cada disco representa uma fase da minha vida.

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Renato Tiengo além de ser uma figura pitoresca em Maceió, também é ser humano. Quais são os seus medos, certezas... O que realmente te fragiliza? Tenho medo que não possa ver as bandas que tanto quero ver. Tenho certeza de que algum dia a cena do Rock alagoano irá mudar. E a inveja das pessoas é o que me fragiliza. Uma curiosidade: no primeiro evento do Hangar em Maceió, o Aquiles Priester te chamou ao palco. Qual a sensação deste momento ímpar? “Orgulhoso e odiado”; Orgulho porque o Aquiles, disse: “Estão vendo o Renato aqui? Ele representa cada um de vocês está noite”. Odiado, porque com certeza tinha muita gente que queria estar lá no meu lugar (risos). Gostaríamos de agradecer a sua participação no Perfil RM. Sucesso! Bem, agradeço pelo espaço. A revista está de parabéns. Cada dia que se passa vai melhorando as matérias e a equipe altamente competente. Há respeito e credibilidade com seus leitores e colaboradores. Espero que um dia ela receba apoio de alguma gráfica, para que possa se tornar impressa.


Eu Estava Lá Nesta edição, você irá conferir as fotos que tiramos do evento Banga Metal Fest, que aconteceu no dia 24 de julho no Banga Bar, em Jaraguá, e contou com as apresentações das bandas Sangria (PE), Mia Dolce Vendetta, Never Say Die Julieet, Before I Die, Adrenaline e Autopse. Fotos de Pei Fang Fon e Daniel Lima

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