Rivazto setembro 2015

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Cristian e Angélica. Lida campeira. Laço

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Revista Rivazto Setembro 2015 #06 distribuição gratuita Santo Antônio da Patrulha - RS


Carta do Editor O mês de setembro tem significado especial para os gaúchos. É o mês da Revolução Farroupilha, onde os farrapos organizaram uma revolta contra o poder imperial ainda nos primeiros anos do Brasil recémindependente. E neste 2015, a comemoração tem gosto especial: é data redonda, são 180 anos. Para lembrar o feito dos revolucionários, Rivazto traz nesta edição um registro da paixão patrulhense pela lida campeira, pelo cavalo e pelo laço. Por meio de fotos históricas e muitos registros atuais, Rivazto mostra os vários aspectos de uma paixão que é esporte, hobby e até mesmo amálgama da estrutura familiar que passa de geração a geração. Esta edição também tem fotos da modelo Letícia Baum. Filha de família do Rolantinho, está na trilha do sucesso e se lançando em novos desafios. Seu próximo destino é a Ásia. As fotos que ilustram a capa, as páginas 12, 13 e centrais são do fotógrafo Jonathan Santhus. Nascido em Porto Alegre, criado em Osório e atualmente radicado em Santo Antônio, o profissional tem trazido novos jeitos e ângulos para fotografar os patrulhenses e a cidade.

EXPEDIENTE Rivazto Sociedade Estilo Negócios é uma publicação de Assis & Medeiros LTDA CNPJ 04.124.551/0001-18 Edição de Miguelito Medeiros - Mtb 15.798 (51) 3662 7267 (51) 9821 1973 www.rivazto.com www.facebook.com/rivazto twitter.com/revistarivazto miguelito@rivazto.com

Letícia Baum. Filha da boa gente do Rolantinho. Correndo mundo pelo sonho. 25

Clarice

Laço, rodeios, lidas e vidas campeiras. Paixões patrulhenses (na foto: Valdemar Machado) Centrais

Entrevista com o presidente do Conselho Estadual de Medicina Veterinária 18

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Maurício Bemfica

Família pronta para o desfile: Douglas, Bethina e Silviane Milene Santanna, Barrocadas, Santo Antônio da Patrulha

Élvio Machado, Vila Palmeira, Santo Antônio da Patrulha Clarice Giacomelli, Maquiné

TRADIÇÃO NO LOMBO DO CAVALO.

As fotos desta página foram enviadas pelos leitores de Rivazto. Muitos responderam o chamado pela fanpage (www. facebook.com/rivazto) da rivazto. Curta lá.

Felipe Machado, no Rodeio de Osório

Matheus Pacheco dos Santos

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Rosi Silva

Tradição em família: Chico Artur, César Artur e João Vitor Artur

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Acima, torneio de tiro-de-laço no Barro Vermelho, final da década de 1960, quando carros faziam as vezes de cerca: na página ao lado, acima, da esq. p/ dir.: Adroaldo Oliveira, Donaldo Pereira, Turíbio Mativi Sobrinho, Heleno Cardeal; abaixo, à esquerda, Penduca declama rodeado de amigos; ao lado, Eloá, no primeiro desfile farroupilha, em 1954

Informe publicitário

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Santo Antônio nasceu rural e assim ficou

por muito tempo. Há quase trezentos anos, era o gado bovino que movia a economia, a política e a vida social da região, que tinha abrangência desde os campos límitrofes com Viamão, ao sul; e até a divisa com Santa Catarina, ao norte. Para o advogado, pesquisador e compositor Heleno Cardeal, a paixão pela lida campeira, o trato com os animais é um dos traços mais marcantes da herança açoriana em Santo Antônio da Patrulha. A família Cardeal é fundamental na formação dos primeiros grupos tradicionalistas na cidade. Ainda na década de 1950, sua mãe, Eloá, e seu pai, Alcides, o “Penduca”, eram presença certa nas manifestações

culturais que deram origem ao Centro de Tradições Gáuchas Coronel Chico Borges, fundado em 1955. Orador fabuloso, declamador sagaz, Penduca incentivou grupos de laçadores em todo o município. Com apenas o segundo ano do ensino primário, era um colecionador de histórias e causos passados de pai para filho. Com sua oralidade acima da média, foi o responsável por incentivar a criação de uma identidade da lida campeira em Santo Antônio da Patrulha. “O laçador, aquele que gosta dos rodeios e das competições não é mais apenas quem está no campo”, diz Heleno. “É o fazendeiro, mas também o jovem que trabalha no comércio na cidade. É uma cultura muito ampla”, diz.

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Coordenador do Curso de Direito da Faccat, José Alcides Renner (Foto: Imprensa/Faccat)

O Estúdio Comunicação e Arte é o espaço de criação, inspiração e pesquisa para comunidade do curso de Design

Faccat oferece curso de Design A

Faccat está oferecendo - com a primeira turma neste semestre - o Curso de Design. Originada na necessidade da região em oferecer soluções para questões comunicacionais em empresas de diversos portes, a criação do curso abrange a área de moda, gráfica, interiores e produto. Para o coordenador do curso, Augusto Parada, o Design da Faccat está inserido em uma cultura de negócios de pequenas e médias empresas que buscam ampliar mercado com melhores produtos e serviços. A estrutura curricular e pedagógica está baseada em quatro pontos do Design. Moda, gráfico, interiores e produto. Durante o curso o aluno terá o desenvolvimento das suas habilidades em todos esses setores, desenvolvendo o aperfeiçoamento estético, a funcionalidade e habilidades. Projeções ergonométricas à mão livre, plantas de interiores e logomarcas serão alguns dos tópicos curriculares. O Design inicia neste segundo semestre de 2015 com uma turma de 28 alunos. O curso está inserido na área de Comunicação Social da Faccat, que iniciou em 2000 com o curso de Publicidade e Propaganda. Quatro anos depois, a faculdade criou o de Relações Públicas. Com a oferta de profissionais de nível superior, a região já conta com oito agências de publicidade e propaganda empreendidas por alunos egressos da Faccat. Também

há diversos alunos trabalhando como colaboradores em empresas de diferentes setores. Há ainda os profissionais que se dedicam à carreira de profissional liberal atuando como assessores de comunicação atendendo o mercado. O coordenador do curso lembra que o aluno típico de design costuma ser inquieto, bastante crítico e avesso à acomodação. “Isso exige muito da instituição, que tem que preparar uma grade curricular atrativa e oferecer espaços de criação compartilhada”, diz Parada. O principal espaço do curso é o Estúdio Comunicação e Arte, onde são feitas as pesquisas, discutidas as tendências e é o lugar para a experimentação e criação. O professor acredita que há muita demanda no mercado gaúcho para profissionais de design, especialmente nas empresas da região dos Vales do Paranhana e do Sinos, pela grande presença de indústrias voltadas à moda, como calçados e móveis planejados, quanto de fábricas que precisam sintonizar seus produtos com o que há de mais atual no mercado internacional, como o ramo metal-mecânico, muito presente em Santo Antônio da Patrulha. Parada cursou Jornalismo na PUC em Porto Alegre. O mestrado e o doutorado foram realizados na Unisinos, em São Leopoldo, na área de Comunicação e Cultura. Está na Faccat desde 2008, quando ingressou no curso de Comunicação Social como professor.

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SORRISO DE CAMPEÃO Cícero Andrade Lopes tem 18 anos. A família tem origem na localidade do Cartucho. Desde os dez anos de idade, pratica o tirode-laço. É o atual campeão de tudo no laço em Santo Antônio da Patrulha. Faz parte da seleção de laço do município. Gosta do que faz, além de trabalhar em uma agropecuária, onde vende e dá orientações sobre a melhor compra nos apetrechos para o cavalo e o laçador.

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Sociais kids Maria Antônia, cinco anos, e Maria Luíza, três. Filhas de Melissa e Tiago, gostam de brincar com massinha e com o cachorrinho Ondinha.

Clara Clezar Pereira, um ano e sete meses. Filha de Josué e Cristiane, adora cantar e dançar a música da Frozen.

Bento Cardeal Cardoso Pereira, quatro anos. Filho de Luciano e Elizandra, adora jogar futebol e brincar com os super-herois.

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Maria Cecília, cinco anos. FIlha de Flávio e Fernanda, gosta de assistir Frozen, pintar com as primas e dançar no CTG Patrulha do Rio Grande.

Luísa de Fraga Boeira, quatro anos. Filha de José Antônio e Liana, gosta de pintar, colorir e desenhar.

Novo endereço Cap. João de Oliveira Lima, 129 (no meio da quadra) Santo Antônio da Patrulha

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primórdios do laço

Desde 1999, quando foi realizado o primeiro encontro de micro-história Raízes de Santo Antônio da Patrulha, a professora Rosa Gil divulga de forma mais ampla suas pesquisas sobre o vínculo da lida campeira com a a identidade patrulhense. Descendente dos primeiros colonizadores de Santo Antônio da Patrulha, que chegaram ao município no início do século 18, Rosa Gil é uma entusiasta pela lida campeira e pela forma como ela foi marcada na cultura patrulhense. As origens da professora

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estão no Chicolomã, lugar de campo aberto onde a pecuária foi o elemento estruturante da formação da cultura local. “O laço começou na esfera privada, dentro das propriedades, com a castração dos terneiros e com a marcação do gado”, lembra. “Era uma confraternização entre familiares e amigos, somente na segunda metade do século 20 é que tornou-se um evento público”, diz a professora. O manuseio do laço como competição foi organizado inicialmente em Vacaria, em 1958. Em 1962, fazendeiros foram até São Francisco de Paula (foto) e tiveram mais contato com o que já era chamado de tiro-de-laço. O laço usado nas competições tem, desde então, de sete a oito metros de “armada”. Em 1963 foi criado o primeiro piquete de laçadores, o Rodilha Grande, que existe até hoje. De lá para cá, o encanto dos patrulhenses pelo laço e pela competição reunindo os piquetes só aumenta. Mesmo sendo um esporte caro - incluindo o cavalo, é difícil começar a função com menos de R$ 8 mil -, o laço em Santo Antônio da Patrulha reúne todos. Jovens, velhos, ricos, pobres, urbanos e rurais.

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Os modelos

para esta edição especial da capa da Rivazto são Cristian e Angélica. Os dois estão juntos há três anos. Gostam do tradicionalismo e da vida campeira. Ela é administradora e ele trabalha ferrando cavalos. Cristian fez cursos de ferrageamento e trabalhou com o renomado André Martins. Há pouco mais de um ano decidiu trabalhar por conta própria e

já é bastante requisitado na região. Cristian é patrão do Piquete de Laçadores Rodilha Grande (o primeiro de Santo Antônio da Patrulha). Tradição gaúcha vem de família para Cristian e Angélica. A mãe dela sempre esteve às voltas com o movimento tradicionalista. Cristian, inclusive, dançou no folclórico Baile de Masquê.

As fotos da capa, das centrais e desta página são do fotógrafo nascido em Porto Alegre e criado em Osório Jonathan Santhus. Aos 33 anos e três de fotografia profissional, ele usa as diferentes luzes naturais para compor sua poesia visual. Pai da Agathan, 11 anos, o fotógrafo usa da sensibilidade para explorar a carga emocional das cenas. Busca o valor humano e a beleza singular de cada pessoa. Gosta de fotografar os jovens e saber que nos próximos 50, 60 anos as fotos serão apresentadas aos netos, mostrando como foi a sua juventude. Formado em Publicidade pela PUCRS, Jonathan mora atualmente em Santo Antônio da Patrulha. Costuma dizer que, aos finais de semana, muda-se para onde a fotografia o levar. prima rivazto.indd 12

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As competições de laço são um espetáculo.

A cada ano, elas se tornam mais pomposas, vistosas e lucrativas. Em muitos torneios, o valor das inscrições dos laçadores podem chegar a mais de R$ 400,00. O valor custeia a infraestrutura do rodeio e, principalmente, o maior atrativo: a premiação. Há os prêmios em dinheiro e até mesmo a distribuição de carros e motocicletas para os melhores laçadores. “O laço é um esporte, um hobby e uma demostração forte de cultura”, atesta a professora Ângela

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Machado. Filha de gente da lida - o pai, Adelino, criava gado, plantava arroz e tinha a vida no campo - , Ângela acompanha o movimento de piquetes de laçadores em Santo Antônio da Patrulha. É praticamente o mesmo tempo de convívio com o marido, Élvio Machado. Élvio é filho de Valdemar Machado (foto na página 2), o fundador do Piquete de Laçadores Rodilha Grande. Foi Valdemar um dos patrulhenses que mais viajavam para São Francisco de Paula, especialmente para a localidade de Lajeado Grande, e Vacaria buscar as “novidades” das competições e das regras que

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argola, ilhapa e presilha

estavam em formação. “O grande acontecimento do laço em toda essa região era mesmo no Lajeado Grande”, lembra Ângela. “Era para lá que ia todo o pessoal envolvido nos primórdios do laço. Os homens queriam saber como era a competição e muitos já apostavam dinheiro nos melhores laçadores”. Quase cinquenta anos se passaram desde os primeiros eventos públicos de laço em São Francisco de Paula e Vacaria. Santo Antônio da Patrulha, atualmente, ocupa lugar de destaque no cenário dos torneios. “Há um respeito

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muito grande pela turma daqui”, diz Ângela. “Onde chegam, são reconhecidos como bons de laço”. Atualmente, quase todos os municípios do Estado do Rio Grande do Sul realizam a sua Festa Campeira, Rodeio ou Tiro de Laço que pode acontecer em âmbito municipal, estadual ou internacional. Em geral, estas festas estão ligadas ou filiadas a um Centro de Tradições Gaúchas. Os Rodeios têm autonomia para criarem seus programas, suas próprias regras, mas seguem as normas estabelecidas pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).

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laço une familiares e amigos

Não se faz rodeio sozinho. O laçador precisa de estrutura familiar para se dar bem nas competições. Ficar bem no rodeio, por muitos anos, exige dedicação e disciplina. Tem que ter muito envolvimento ao longo da vida. O cuidado com o cavalo, acordar cedo, o ritual de quem laça e participa dos rodeios precisa ser entendido pela família. “Por isso que é uma atividade familiar, o acampamento abriga boa parte da famílias nos finais de semana com rodeio”, diz Borges. Os mais velhos orientam os mais novos da beira da cerca. Vão avaliando o desempenho do laçador e passando as orientações. No acampamento são esquecidos os problemas surgidos durante a semana. Diego Borges é um dos criadores do Piquete de Laçadores da Cabanha San Diego, que existe desde 1991. Sempre gostou de cavalos. Com menos de dez anos, acompanhava o tio e padrinho Darinho Laureano nos eventos de laço nas canchas. “Gostava do cavalo crioulo, gostava do ambiente, gostava das amizades”, lembra. Hoje, aos 43 anos, plantador de arroz e criador de cavalos, Diego Borges é presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Litoral Norte.

Desde que sua cabanha foi fundada, em 1986, já são mais de 320 cavalos nascidos no local. O cunhado de Diego, Manuel Osório da Rosa Neto, 52 anos, hoje é o responsável pela “logística” dos acampamentos da família nos rodeios. “Faço tudo para receber bem os visitantes. Hoje eu fico no churrasco, mas já lacei muito”, diz Nelo, como é conhecido. Para ele, os rodeios e as competições de laço são uma grande oportunidade para a confraternização das famílias. “Há mais de 15 anos é assim”, diz. Nelo tem orgulho das amizades, demonstrado na forma como chama os amigos para posarem para a foto montados num dia de torneio. Os filhos, Cândido, 19, e Lúcio, 18, o acompanham nos acampamentos. Os guris são músicos e animam as reuniões. Cândido toca gaita e violão e Lúcio acompanha no teclado. Para Nelo e o cunhado Diego, a participação nos rodeios, a montagem dos acampamentos com as famílias e a dedicação ao movimento e à tradição têm espaço fundamental para o bom convívio entre as famílias. “E, basicamente, a certeza de uma vida em torno de um ambiente sadio”, diz Nelo.

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Acima, grupo de amigos do Nelo e do Diego Borges, durante competição no Barro Vermelho. Abaixo, no meio da página, Nelo (esq.) e o filho Cândido. No pé da página, Diego mostrando habilidade com a montaria

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entrevista com o presidente do Conselho Regional de Medicina

veterinária Participar, assistir ou simplesmente apreciar

rodeios e outras provas equestres faz parte da rotina do gaúcho. Em Santo Antônio da Patrulha, esta paixão é ainda mais latente. São dezenas de eventos realizados ao longo do ano - no município e em cidades vizinhas - e que reúnem milhares de pessoas. Para que tudo ocorra da melhor forma possível, alguns cuidados são fundamentais. Estamos falando de bem-estar e saúde dos animais. Para saber mais sobre isso, conversamos com o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS, Rodrigo Lorenzoni.

Como o Conselho Regional de Medicina Veterinária encara as provas equestres como rodeios e tiros-de-laço?

A legislação que trata sobre a realização deste tipo de evento existe para que as provas sejam realizadas sem provocar sofrimento aos animais. Nós apoiamos o desenvolvimento da cultura e das tradições, especialmente as que têm a ver com as raízes do povo gaúcho. Ao mesmo tempo, por dever da profissão e como presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, recomendamos aos promotores de eventos, criadores e competidores que observem o que diz a lei. Nada é por acaso. As leis e regras existentes foram criadas após passarem pelo crivo técnico de médicos veterinários, zootecnistas e outros profissionais que compreendem bem a morfologia e as necessidades básicas dos animais utilizados nestas provas. Já reconhecemos que os animais são seres sencientes, que têm sentimentos como medo, dor e angústia. Por isso, fazer deles atletas, companheiros de provas e, até mesmo, trabalhadores na lida do campo, requer muita responsabilidade e atenção. Qual é a melhor forma de realizar um rodeio atendendo as medidas de bem-estar animal?

A melhor forma é observar a legislação e ter bom senso. Vale lembrar que “bem-estar” é a ciência que procura conhecer, avaliar e garantir as condições satisfatórias das necessidades dos animais que vivem sob o domínio do homem. Esse conceito foi criado em 1965 e teve como base a observação das chamadas Cinco Liberdades dos Animais. Entre elas estão, em resumo, oferecer acesso irrestrito a água potável e alimento em quantidade e qualidade suficiente para suprir as necessidades; não permitir dor ou lesões, ou participação de animais com qualquer sinal de ferimento ou doença, bem como o excesso de ajuda como uso de esporas ou chicotes; oferecer, nas competições, área destinada

à recreação ou a expressão do comportamento natural; os locais devem ter área mínima que respeite o espaço individual do animal – que no caso dos equinos é de nove metros quadrados e, por fim, nos casos onde há confinamento, que o animal possa ter contato visual com os de sua espécie e passeios de, ao menos 15 minutos a cada oito horas de confinamento. Parece justo, afinal o cavalo é o símbolo do gaúcho.

É justo e, se pensarmos no cavalo como companheiro, inteligente e servil, nos parece até uma obrigação, um atendimento básico de necessidades a quem traz alegria e entretenimento. Se um animal é maltratado em um evento, seu rendimento não será o mesmo, sua vida será encurtada e, caso o proprietário ou competidor não compreenda estas razões simples, pode sofrer autuações por parte da fiscalização. Além das questões de bem-estar, é preciso observar também as questões sanitárias?

Isso é fundamental! Existem resistências quanto à obrigatoriedade de apresentação documentos como Guia de Trânsito Animal e resultados de exames negativos para algumas doenças, como influenza e anemia infecciosa equina. O recente caso de mormo, registrado no município de Rolante, e que vem tirando o sono de quem tem cavalos na sua atividade, comprova a importância de registrar o trânsito de animais e manter a documentação e exames em dia. O animal infectado não tinha emissão de GTA há muitos anos e, portanto, não se sabe por onde andou. Isso é um risco do ponto de vista sanitário, pois fica impossível fazer o caminho inverso e saber se outros equinos tiveram contato com este exemplar. Em atividades que contam com grande aglomeração de animais, como deve ser o procedimento?

É preciso ter em mente que em um evento com mil animais, se apenas um não apresentar o resultado do exame – e estiver contaminado – o risco é enorme! Então, além de apresentar a documentação exigida, cada um tem que fazer o papel de fiscal, orientar e verificar se o vizinho ou amigo realizou os procedimentos. No caso de observar algum sintoma nos animais, procurar imediatamente o serviço oficial para fazer a comunicação. É importante sempre contar com a orientação de um médico veterinário. No site do Conselho, temos o Manual de Boas Práticas em Sanidade e Bem-Estar Animal em Eventos Equestres que aborda o assunto de uma forma bem abrangente. A publicação é gratuita e pode ser acessada pelo site www.crmvrs.gov.br.

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“O recente caso de mormo, registrado no município de Rolante, e que vem tirando o sono de quem tem cavalos na sua atividade, comprova a importância de

registrar o trânsito de animais e manter a documentação e exames em dia”. Rodrigo Lorenzoni, presidente do CRMV-RS

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estilo e simplicidade É incrível como um banco de palha, algumas panelas de ferro ou uma parede revestida de madeira de demolição podem trazer aconchego e muito da história do Rio Grande pra dentro das nossas casas. O simples e o rústico bem colocados no contexto de um projeto carregam sempre boas lembranças da infância, dos finais de semana na casa da avó ou daquela tia lá do interior. A Vivenda projeta para todos os estilos, do moderno ao clássico, mas particularmente, onde entra um reaproveitamento de uma peça antiga e carregada de história, é onde nossos olhos brilham e vem a certeza de que ali será um lugar onde todos vão gostar de estar.

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Dois momentos top

para o empreendedorismo de Santo Antônio da Patrulha. Acima, a compra da marca de calçados Via Uno pela empresa JR Group, que tem como sócio majoritário o empresário Ramon Rabelo. Com a operação, as lojas Monbelo passam a ostentar a logo da Via Uno. São mais de 40 lojas no Brasil. Abaixo, a cafeteria e choperia Santo Peccato, na Borges de Medeiros, Cidade Alta. Um lugar que Snato Antônio estava esperando há muito tempo. Só fecha na terça-feira. Vale a pena conferir.

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Cabala em Rivazto por Regina Chedid

Reinventar-se é possível Estamos no tempo do Ano-novo cabalístico, também chamado Rosh Hashaná, de 13 a 15 de setembro. É um período em que temos muitas oportunidades de mudança para melhor, plantando as sementes que queremos que frutifiquem durante o próximo ano de nossas vidas. Um tempo de se reinventar. Não por acaso a frase acima está solta. É para que pensemos em como fazer essa “reinvenção”, essa mudança, e em que pontos, em que aspectos da vida. Cada um de nós possui desejos de modificar alguma coisa que não vai bem. Aprendese na Kabbalah que um bom começo é encontrar a raiz do problema que nos aflige. Seja ele qual for, em nível pessoal alguma coisa pode ser feita. Quando se consegue enxergar a causa de algum problema, uma das primeiras e talvez maiores tentações pode ser a de atribuir a culpa a outra pessoa. O chefe, alguém da família, um amigo, o “governo”. Evidentemente, vivemos em sociedade e o contexto em que estamos inseridos pesa, mas não impede que tomemos decisões que tragam benefícios a nós próprios e aos que nos cercam. Mudar o outro ou o mundo é tarefa que não nos cabe, ao menos não isoladamente. Mas a nós mesmos, podemos sim. E devemos. Antes de endereçar a crítica, a prudência ensina a perguntarmo-nos onde e como podemos fazer diferente. Não se trata de culpar-se, mas de enxergar o “lixo” e agir de outra forma, dando o próximo passo, vendo os aparentes obstáculos como desafios que, uma vez vencidos, podem nos impulsionar para a frente. Uma vez encontrada a causa da situação a ser modificada, com a ajuda da Luz de Deus, que tem o infinito desejo de nos auxiliar, devemos entrar em ação, estabelecendo nossas metas e buscando de forma prática as soluções necessárias. Também é um ensinamento que se aprende com a Kabbalah a persistência, pois a transformação deve ser duradoura, e não como um castelo de areia ou como um flash que produz luz intensa que logo se apaga. A busca de resultados imediatos pode até trazer satisfação momentânea, mas também ilusória, porque tudo na vida depende de um tempo entre a ação e a reação. Causa e efeito. Leis da Física que também funcionam nos aspectos da vida que não são especificamente materiais, mas que têm resultados visíveis. Yehuda Berg, em seu livro “Os 72 nomes de Deus: Tecnologia para a alma”, aconselha que o leitor não acredite em uma palavra do que lá é dito, mas que faça testes, para ver se funciona mesmo. Segundo ele, somente acreditar é pouco, pois é preciso saber. Alegrar-se, decidir-se a mudar, agir e perseverar pacientemente. Que tal fazer um teste? A todos um bom mês! Referência: BERG, Yehuda. Os 72 nomes de Deus - tecnologia para a alma. Tradução de Shmuel Lemle. Rio de Janeiro: Rocco: 2005: p. XV. 23 prima rivazto.indd 23

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O QUERIDÃO DA FOTO é o presidente do Grêmio Literário de Santo Antônio da Patrulha, Maurício Collar. Pessoa da mais alta qualidade, ele tem se dedicado a ampliar a presença dos escritores patrulhenses na cena cultural da cidade e da região. Na Feira do Livro que aconteceu durante a Moenda 2015, em agosto, o

Grêmio organizou o lançamento de onze escritores. O Grêmio Literário de Santo Antrônio da Patrulha existe desde 1989. Reúne-se toda nas terceiras terças-feiras de cada mês nas dependências da Biblioteca Municipal. Tem sido fundamental para incentivar o lançamento de mais e mais escritores da terra.

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Olá Miguelito. Bom, vou fazer um resuminho para você. Comecei a modelar com 10 anos. Comecei com concursos e depois de anos, conseguindo ganhar todos e ter bons títulos em Novo Hamburgo, eu decidi entrar mais fundo nesse mundo. Comecei a ir para São Paulo com 14 anos e logo comecei a trabalhar. Ficava indo para São Paulo o tempo todo, fazendo desfiles, catálogos, fotos... Até que em 2014 tomei a decisão de me mudar para lá. Logo que me mudei, comecei a trabalhar muito, sempre conseguindo me manter bem por lá. Hoje, depois de um ano e meio morando em São Paulo, tomei a decisão com a agência de que é a hora de viajar. Vou para a Ásia, farei alguns países, ficarei meses fora, e se tudo der certo, continuarei viajando mais e mais!!! Bom, eu tenho 18 anos, 1,77 de altura, nasci em novo Hamburgo. Meu pai, Linéo, é natural de Santo Antônio da Patrulha, viveu no alto do Rolantinho”durante sua infância, meus avós paternos também são naturais de lá. Já fui fotografada por alguns ótimos fotógrafos, entre eles o Ricardo Pimentel. Já fiz campanha para a Loreal Paris, e inclusive fui uma das modelos da campanha “ice princess” da L´oréal e a fui a Modelo que lançou um produto novo deles, ano passado. Fiz grandes desfiles, catálogos, e estou buscando cada vez mais pelos meus objetivos. Enfim, acho que é isso que tinha para lhe falar. Segue a baixo as imagens, não as tenho em uma boa resolução, mas espero que dê certo! Um beijo, e sucesso sempre!!! Até logo.

VENHA CONHECER A LINHA ESPECIAL DE CHURRASCO

Deixe sua lista de:

Chá de Macho, Chá de Casa Nova Chá de Bar, Chá de Panela e Casamento.

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