Revista pronews 165

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DESDE 1999

ÍNDICE

ano XV nº 165 janeiro 2014

Aporte Comunicação

CAPA Plataformas colaborativas ajudam a concretizar ideias e projetos. 14

revista de comunicação e marketing NE

RECIFE•SALVADOR•FORTALEZA•NATAL JOÃO PESSOA•MACEIÓ•TERESINA ARACAJU•SÃO LUÍS • SÃO PAULO A Revista PRONEWS é uma publicação mensal de Walter Lins Pinheiro Junior Editora - ME Empresarial Tacaruna - Av. Governador Agamenon Magalhães, 3341, Sls. 205/206. Torreão. CEP: 50.070-160. Fones: (81) 3426.6144 / 3034.6144 :: EDITOR Walter Lins Jr. walter@revistapronews.com.br :: REDAÇÃO Luciana Torreão - subeditora, Ivelise Buarque e Matheus Torreão redacao@revistapronews.com.br :: COLABORADORES Joelli Azevedo

NA ROTA DO MÍDIA O gerente de Mídia da Propeg (BA), Eder Galindo acredita que vivemos o melhor momento para ser um mídia, e a diversidade de pontos de contato com o consumidor só faz com que a atividade de mídia seja cada vez mais importante para as marcas. 6

A VEZ DO CLIENTE Habib's mostra que a diversidade conta pontos no cardápio. 22

FICHA TÉCNICA 10 E 28 CLICK 24 NA WEB 27 EU RECOMENDO 33 Todo mês uma agência diferente produz a capa da Revista PRONEWS. Participe pelo e-mail: redacao@revistapronews.com.br

:: PRODUTOR GRÁFICO Bruno Regis producao@revistapronews.com.br :: DEPTº FINANCEIRO Walter Lins Jr walter@revistapronews.com.br :: ASSINATURAS 81 3426.6144 / 3034.6144 producao@revistapronews.com.br :: REPRESENTANTES COMERCIAIS NS&A - CE - Aldamir Amaral (85 3264.0406/ 0576) - nsace@nsaonline.com.br RD Produções e Eventos - Ricardo Douglas (SE - 79 3044.7013/9972.2214) rdproducoes@infonet.com.br Omega Mídia - Renato (SP - 11 8403.0330) renato@omegamidia.com.br :: DISTRIBUIÇÃO LogResolve (PE - 81 2123.1455) Jornal Correio - Rede Bahia (BA - 71 3203.1812) Sistema Verdes Mares (CE - 85 3266.9902) www.verdesmares.com.br Omega Mídia - Renato (SP - 11 8403.0330) renato@omegamidia.com.br :: DADOS TÉCNICOS Impressão: Gráfica FacForm (81 3339.6566) grafica@facform.com.br Tiragem: 7.000 exemplares Formato: 22x30cm Tipologia: Humanist 521 BT Papel: Couché brilho 150g/m² Número de páginas: 40 As matérias assinadas por nossos colaboradores não representam, necessariamente, a opinião da revista.

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NA ROTA DO MÍDIA

Luciana Torreão |

A MÍDIA PAUTADA PELAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS O seu fascínio pela publicidade e comunicação em geral começou com a linguagem dos clipes dos anos 90 e a arte gráfica dos discos de rock da época. “Quando entrei na faculdade, tinha interesse por RTVC e mídia, mas a paixão pela última falou mais alto”, relembra o gerente de Mídia da Propeg (BA), Eder Galindo. Em mais de dez anos de experiência no mercado publicitário, ele já realizou planejamentos on/offline nacionais, regionais e locais para anunciantes de diversos segmentos como: alimentos, comunicação, varejo, educação, mercado imobiliário e setor público. Sem falar no domínio das ferramentas de pesquisa dos principais institutos, com expertise em planejamento e gerenciamento de campanhas online. E, como ele mesmo diz, não gosta de ficar parado, cujas atividades, quase sempre, envolvem música e futebol, dois de seus grandes hobbies. Especialista em Marketing pela Universidade Salvador e graduado em Comunicação Social pela mesma instituição, este profissional possui mais de doze anos de vivência no mercado publicitário. Há nove meses na Propeg, ele carrega na bagagem larga experiência, tendo passado por diversas agências, como Ideia 3, Leiaute, Morya, entre outras. Desastrado e sem habilidade nenhuma para cozinhar, segundo ele mesmo disse, Eder gosta de beber somente cerveja e procura experimentar sempre novos rótulos. “Como bom filho de mineiro, curto mais a comida de boteco e, claro, da culinária tradicional nordestina, sobretudo, baiana, mas não faço nada na cozinha”. Com relação ao futuro, ele ainda pretende fazer um roteiro entre Cuba e Jamaica. “É comum dizer que não se tem sonhos de consumo específicos, mas realizei um desejo de adolescente, há três anos, quando comprei a guitarra que sempre sonhei e cresci ouvindo e vendo meus ídolos tocarem, uma Gibson Les Paul”, comenta. Na academia já teve o grato prazer de lecionar, e foi professor por um ano, em faculdade, e ministrou cursos de extensão, além de ter dado aulas como convidado em pósgraduação, graduação e participação em bancas. “Sinto falta da sala de aula, mas conciliar a rotina corrida da agência com a escola é complicado”. Na entrevista a seguir, Eder Galindo fala sobre uma de suas especialidades, o mundo online e digital. Ao ser questionado sobre as dificuldades de seguir carreira de mídia, tarefa 6

difícil no dias de hoje, devido à enorme variedade de meios online e offline a serem explorados, Eder é enfático: “Não considero difícil, mas sim instigante”. Ele acredita que estamos vivendo o melhor momento para ser um profissional de mídia, e essa diversidade de pontos de contato com o consumidor só faz com que a atividade de mídia seja cada vez mais importante para as marcas. REVISTA PRONEWS – Como pensar de forma estratégica o plano de mídia aliado ao plano de comunicação como um todo? EDER GALINDO – Aqui na Propeg o trabalho de mídia é construído de maneira integrada com planejamento, criação e atendimento. Do briefing à reunião. Isso dá uma visão mais ampla do job ao profissional de mídia que está com o job. RPN– Como utilizar adequadamente o plano de mídia para atingir o público certo sem desperdiçar investimentos? EDER GALINDO – Pode parecer clichê, mas o básico sempre é o mais fundamental: entender o cliente. Dedicar um tempo à pesquisa para conhecer os hábitos do seu target, fazer exercícios de composição do mix de mídia mais apropriado e otimizar o investimento do cliente ao máximo com criatividade. RPN – Você se utiliza de pesquisas de mercado para executar bem sua função? EDER GALINDO – Pesquisa é fundamental no processo de planejamento. Sou um entusiasta dos estudos de mídia, gosto de cruzar dados diferentes para ter uma leitura além dos números frios, gerar gráficos para as apresentações e dividir essas informações com as demais áreas e clientes. Utilizo na agência as principais ferramentas da Ipsos, Ibope, comScore e IVC. RPN – Com relação aos investimentos em mídia online e mídias sociais, como está esse processo na Bahia como um todo? EDER GALINDO – A Bahia tem acompanhado o cenário nacional nesse sentido. A quantidade de agências digitais, fornecedores e profissionais especializados, aumentou consideravelmente nos últimos dois anos. Tudo isso só ocorre porque há uma ampliação do investimento dos clientes no ambiente online.


RPN – Com a expansão do mundo digital é possível fidelizar clientes apenas pelas mídias sociais e meios online? EDER GALINDO – Sim, claro! Com muitos canais de relacionamento disponíveis através das redes sociais, mobile e outras plataformas, estreitar laços com os clientes está cada vez mais próximo e barato para os anunciantes. Por outro lado, é necessário planejamento e criatividade para a marca não passar despercebida entre tantas outras. RPN – De que forma você inclui as mídias tradicionais e digitais em seu planejamento de mídia? EDER GALINDO – Não existe um método ou fórmula. O mix de mídia é composto a partir dos estudos, objetivos da campanha e verba do anunciante. A inclusão de um meio surge naturalmente sem distinção entre tradicional X digital ou on X offline. O ideal é sempre termos ações integradas entre as plataformas on e off-line, pois uma potencializa a outra. RPN – Você planeja ou acompanha junto a alguma empresa as estratégias de SEM, SEO ou Adwords com anúncios patrocinados na internet e sites de busca? EDER GALINDO – Acompanho os trabalhos da minha equipe desde o planejamento até o pós-venda. É uma tarefa que requer dedicação e tempo, pois no ambiente digital, diferente do off-line, a campanha deve ser otimizada e pode ser modificada enquanto ela ocorre. Troca de peças, transferência de orçamento de uma plataforma para outra, pausa em uma ação que não está obtendo o resultado esperado, enfim ações impossíveis de serem realizadas em TV e revista por exemplo. No Grupo PPG (Propeg + Revolution Brasil) temos profissionais certificados pelo Google e especialistas em SEM, por isso fazemos internamente a gestão das campanhas de links patrocinados, Youtube e ad networks do Google. RPN – Que fatores devem ser levados em consideração para fazer um plano de mídia ou traçar estratégias incluindo o mundo digital e, ainda assim, atingir o público certo sem perder o foco ou desperdiçar investimentos? EDER GALINDO – Como disse antes, algumas coisas permanecem iguais. Quem é o cliente? Qual é o objetivo da campanha e mercados estratégicos? Verba? Ter essas respostas é fundamental

para começar o trabalho da melhor maneira. A partir disso, partimos para o detalhe do planejamento: - Como se comporta o target do anunciante nas plataformas digitais? É um heavy user ou um novo usuário? Ele utiliza a web para qual propósito? De que forma? Em quais canais? Para isso, o uso das ferramentas de pesquisa são essenciais. Por falar nisso, o mais legal do planejamento para internet é que existem diversos estudos gratuitos disponíveis. Basta ser curioso e correr atrás. - Qual é o objetivo da campanha? Branding ou performance (leads, venda, downloads?) Para cada uma dessas ações existe uma forma de planejar e comprar mídia específica. RPN – Investimentos em mídias sociais e internet ainda são muito escassos no Brasil e, principalmente no Nordeste. Em quanto tempo você acha que esta realidade pode mudar? EDER GALINDO – Eu acredito que essa realidade já está mudando. Entendo ser importante avaliar o avanço de 2013, por exemplo, em relação aos anos anteriores. Os clientes já têm noção da importância do investimento nas ferramentas online. Aqui na agência temos vários casos em que o share de investimento na internet é muito maior do que os 5% da média do mercado. Além disso, temos projetos pensados e planejados exclusivamente para o ambiente digital como o Cozinha Finna e Sonhalize, ambos da Farinha Finna pertencente ao Grupo M. Dias Branco. RPN – Que blogs ou mídias sociais você já investiu a verba de seu cliente, de que forma isso aconteceu e quais os resultados destes investimentos? EDER GALINDO – O investimento em redes sociais, blogs, ad networks tem sido frequente nos planejamentos dos nossos clientes. Então listar um ou outro seria difícil. Posso citar as campanhas que estão em andamento como o lançamento do produto Oi Galera no Ceará. Estamos trabalhando diretamente com blogs locais de cinema, música e de portais, fanpages e perfis cearenses de humor no Facebook e Instagram, a adnetwork da Boo-box em uma ação de behavioral targeting, uma rede de vídeos, e-mail marketing e também geração de leads. Para a campanha "Sonhalize" da Farinha Finna, o plano está sendo direcionado para mulheres com peças de vídeo no Facebook e Youtube, além de peças interativas na rede Boo-box e perfis de comportamento no Facebook como o Indiretas do bem. 7


Aline Borges | Divulgação

GIRO presidente Pedro Dourado, o tesoureiro Sérgio Cardoso, o diretor secretário Adriano Sampaio e o diretor Adjunto Ivan Lopes. O Sepex/BA funciona como órgão fiscalizador e organizador das atividades do mercado, acatando denúncias e trabalhando em conjunto com órgãos públicos. O sindicato é responsável por elaborar e manter o perfil e diagnóstico da mídia exterior baiana, além de promover cursos e treinamentos para informação e formação de mão de obra especializada.

Os sócios da agência: Marcela Andrade, Daniela Krause, Alessandro Macedo e Marta Lima

REPOSICIONAMENTO DA MARTA LIMA A Marta Lima Comunicação apresentou, no final do ano passado, suas novas marca e estrutura física. As duas ações estão diretamente ligada ao novo posicionamento de mercado da agência. “Criamos uma marca viva. Entendemos que ela pode ser mutável sem perder a identidade. Queremos mostrar que ela se adapta ao meio e mesmo assim permanece forte”, explica Marta Lima. O trabalho de branding, desenvolvido pela Uniqbranding, se estendeu por um ano e meio. “Queremos deixar bem claro que somos uma agência focada em mobilizar pessoas”, complementa. TROFÉU PRÊMIO CRIATIVIDADE Por realizar campanhas inovadoras e desafiadoras a Sin Comunicação conquistou o troféu Agência Criativa do Ano durante a 20ª Edição do Prêmio Criatividade 2013. O troféu é concedido à agência que mais pontua e neste caso a Sin levou quatro dos nove prêmios da noite. O Prêmio Criatividade promovido pelas TVs Cabo Branco e Paraíba premiou os melhores filmes da publicidade paraibana. Por receber o troféu de Agência Criativa do Ano, a Sin conquistou a conta da campanha para a próxima edição do prêmio, que acontecerá em dezembro de 2014. Os pontos foram contabilizados de acordo com as posições obtidas, sendo 20 para primeiro lugar, 10 para segundo e 5 para terceiro. A Sin Comunicação somou 35 pontos. NOVA DIRETORIA DO SEPEX-BA Bruno Barbosa Guimarães foi reeleito ao cargo de presidente do Sindicado das Empresas de Publicidade Exterior do Estado da Bahia (Sepex-BA). A sessão aconteceu seguida pela apresentação do balanço da diretoria anterior e uma confraternização no restaurante Barbacoa, que contou com a presença de personalidades do estado. Além de Bruno, a chapa que assume o órgão no biênio 2014/2015 é formada pelo vice8

BOB FERRAZ É CONTRATADO PELA NBS Depois de seis anos em Portugal, o publicitário pernambucano Bob Ferraz acaba de ser contratado pela NBS. Com 13 anos de mercado, Bob já passou por agências como Leo Burnett Lisboa, TBWA Lisboa, Torke Lisboa e Wunderman Portugal. Com 40 prêmios internacionais, como Cannes, o executivo foi um dos vencedores do Google Creative Sandbox Brasil, com uma ideia para mapear as favelas pacificadas do Rio de Janeiro pelo Google Street View. GRAND-PRIX DO CURTA O OUTDOOR O Prêmio Curta o Outdoor já se consolidou no calendário de eventos do mercado publicitário baiano. A materialização deste projeto aconteceu no Grand-Prix, que reuniu grandes nomes da publicidade e propaganda, onde a Central do Outdoor, seccional Bahia, anunciou as agências Tempo Propaganda e Revolution como as vencedoras da noite. O evento, apresentado pelo jornalista Casemiro Neto, aconteceu no restaurante Salvador Dali, no Rio Vermelho. Na categoria social, a peça “Prevenção da Sífilis”, deu a medalha de ouro a Tempo Propaganda. Já na classificação mercado, a agência Revolution foi o destaque, com o trabalho “Produtos Escondidos”. FESTIVAL DE VERÃO SALVADOR 2014 Ao lançar personagens super coloridos, que aparecem em galera, com inspiração nas ilustrações da arte de rua, a campanha publicitária do Festival de Verão Salvador 2014 destaca a positividade do encontro entre amigos, que dá um tempero especial à mistura de ritmos. Com o slogan “Mistura que dá show”, a criação foca na interação entre o público que lota todos os anos o Parque de Exposições de Salvador e se inspira em comportamentos e gestos que se eternizaram durante os shows. Criada pela Mago Comunicação, as peças ressaltam não só a mistura de tribos, mas a riqueza e a alegria desses encontros. As peças de mídia impressa, TV, spots, outdoors e empenas se aliam ao material on-line, exibido em forma de banners e nas redes sociais para valorizar o público que se reúne no maior festival anual de música do país.



GIRO BRASIL

NOVA EMBAIXADORA DE KOLESTON Intensa, linda e poderosa, esses são os adjetivos que personificam a mais nova integrante do time de embaixadoras da família Wella, Ivete Sangalo. A cantora representará a marca Koleston, da Wella, ao lado das já conhecidas celebridades Xuxa Meneghel e Sabrina Sato. A musa, que está completando 20 anos de carreira, escolheu a nuance 67 chocolate de Koleston para brilhar nesse momento único que marcará o início da relação intensa da cantora com a marca. O EXTRATO DA SUA VIDA E se você, ao invés de consultar o extrato da sua conta, pudesse tirar um extrato da sua vida? Um extrato online, cujo saldo mostra como você “escreve a sua história” e interage com seus amigos? O HSBC, com uma iniciativa inédita para divulgar de forma mais lúdica o conceito de Gestão de Patrimônio, l a n ç a a p l i c a t i v o p a r a F a c e b o o k w w w. f a c e b o o k .com/HSBCBrasil/app_Extrato e de uma forma descontraída apresenta a trajetória de vida do internauta baseada em níveis como “Lugares”, “Ocupação”, “Eventos”, “Relacionamento”, “Mundo”, “Interesses”, “Amigos”, “Família” e “Posts”. Criada pela agência Grey Brasil, a ferramenta reúne as informações publicadas e interações ao longo da sua vida social via Facebook e apresenta o resultado de forma ilustrada. ZORBA TEM NOVO GAROTO-PROPAGANDA A Zorba, líder no mercado brasileiro de cuecas, ganha novo integrante para seu time de garotos-propaganda: Rafael Calomeni. O ator alcançou o status de galã quando se destacou na novela “Mulheres Apaixonadas”, exibida pela Rede Globo em 2003, e em outros trabalhos na televisão, como o empresário Vicente, da novela “Balacobaco”, no ar pela Record até maio deste ano. A estreia de Rafael pela marca se dará por meio de campanha nos novos relógios de São Paulo. O garoto-propaganda estará em 150 deles, distribuídos pelos principais pontos da cidade, com seis diferentes poses e utilizando diferentes produtos. 10

BALLANTINE'S LANÇA NOVO FILME ONLINE O segundo scotch Ballantine's apresenta novo filme online veiculado no Youtube. A campanha conta com a participação de um dos maiores skatistas freestyle, o espanhol Kilian Martin. No vídeo, ele leva seu skate para o teatro Avenida, de Buenos Aires, e reinterpreta “Carmen”, um clássico da ópera, do francês George Bizet. A adaptação do espetáculo feita por Kilian é uma colaboração entre o artista e Ballantine's. A marca apresenta o skatista aceitando um desafio único e retoma os conceitos da sua campanha de marketing lançada recentemente, a Stay True, Leave an Impression (Seja verdadeiro, Deixe sua marca). O resultado é um filme no qual Kilian usa todos os seus talentos e resgata sua herança e habilidades em uma experiência única, com o objetivo de inspirar os consumidores para que eles sejam “verdadeiros”. O vídeo pode ser acessado em: http://youtu.be/XzEAj5nBhec. “SEU AKIRA” Está no ar a nova fase da campanha digital da banda larga GVT, ambientada no “restaurante do Seu Akira”, o mais veloz sushiman do mundo, que entrega seus combinados tão rápido quanto as velocidades de banda larga mais rápidas do mundo. O vídeo segue o conceito da atual campanha da GVT, que tem como mote “Banda larga tão rápida quanto a dos países mais rápidos”. Com muito bom humor, a peça central criada pela Agência Ginga é um vídeo interativo, que convida o internauta a escolher a velocidade de banda larga de sua preferência, valorizando as velocidades de 15, 25 e 150 mega, oferecidas pela GVT. Para cada opção clicada, há um vídeo específico com o personagem principal, “Seu Akira”, montando seus combinados de acordo com a velocidade escolhida. O internauta também pode optar por clicar na velocidade de 1 mega, abrindo um vídeo que deixa o sushiman furioso, já que não é uma oferta de velocidade com a qualidade GVT. Os vídeos da campanha estão disponíveis no canal da marca: http://youtube.com/gvt.


Como todo bom bloco de Carnaval que se preza, o Segura o Briefing começou meio que por acaso. Era quinta-feira de Carnaval e a diretoria da Martalima Comunicação convocou todos os seus funcionários a virem trabalhar fantasiados na sexta-feira. “Quando chegamos na agência, estava todo mundo tão bem produzido, com fantasias maravilhosas, que decidimos ir para rua”, recorda a publicitária Marta Lima. O grupo decidiu ir andando até um restaurante para “iniciar os trabalhos”. Sem orquestra. Só uma bandinha. Nascia o bloco oficial dos publicitários pernambucanos. De lá pra cá, a brincadeira cresceu e ganhou contornos profissionais. No ano passado, o Segura reuniu cerca de 2,5 mil convidados numa festa no Baile Perfumado, casa de shows localizada no bairro do Cordeiro, no Recife. O espaço, aliás, já está confirmado para edição deste ano (2014). Ao longo das suas 13 edições – esse ano será a 14ª – o Segura o Briefing foi encorpando e ganhando força. “Tudo aconteceu de forma muito espontânea e rápida”, recorda a publicitária Marta Lima. “Mas cresceu tanto que partimos para um baile com orquestra de frevo, artistas e muita gente do mercado”, complementa. O sucesso foi tamanho que, nas últimas edições, os convites (as entradas não são comercializadas) ficaram disputadíssimos. Marta reforça que só é possível realizar o baile desta

forma – sem cobrar – graças a parcerias com fornecedores da agência e veículos de comunicação. “É um momento de descontração do mercado sem formalidade”, observa a publicitária, uma foliã inveterada, diga-se de passagem. Mas até chegar ao formato que tem hoje, o bloco chegou até a ensaiar ser bloco de rua. “Decidimos nos fixar no jardim de uma vez. Tinha um desfile pelo entorno da agência. Só que depois disso, sempre havia dispersão e a festa acabava cedo demais”, detalha. A saída foi procurar um lugar que pudesse abrigar a festa. Apesar de ter “bombado”, em 2011, o Segura o Briefing andou ameaçado de não sair. É que os jardins da agência ficaram pequenos demais para a festa. O mercado se engajou para viabiliazar a folia, num movimento encabeçado pelos funcionários da Martalima. Teve até fan page no Facebook: “E se não rolar Segura o Briefing?”. A organização partiu em busca de um novo local. A festa foi para o Clube Alemão, que se mostrou excelente alternativa (sob vários aspectos), exceto pela limitação de horário. No melhor da festa. Em 2013, nova procura. O espaço escolhido foi o Baile Perfumado. Aprovado e confirmado para 2014. Além da decoração carnavalesca de primeira, a festa conta ainda com espaços para patrocinadores, que realizam ações interativas, distribuem brindes e garantem a animação dos publicitários. 11

Informações da assessoria |

SEGURA O BRIEFING, O CARNAVAL DOS PUBLICITÁRIOS


Matheus Torreão |

VITRINE VIVA PARA ARTEFATOS E ARTISTAS Nos três meses em que morou em Milão, cidade da moda e das vitrines gigantes, Gabi Barreto deparou-se certa vez com uma vitrine viva. Modelos de carne e osso ao invés de resina plástica ou fibra de vidro, que ora se movimentavam e ora se fingiam de estátua. Achou bizarro. Cerca de um ano depois, no entanto, a cena lhe saltou da memória e trouxe consigo uma ideia pioneira: por que não fazer uma vitrine musical? Assim nasceu o projeto Música de Vitrine, com o qual a atendimento de Contas da agência recifense Gruponove tem dividido seu tempo. “Essa é a ideia que já tive na minha vida que eu mais gosto”, comemora Gabi. “Fiquei me perguntando se já existia, daí procurei no Google, nosso pai, e fiquei super feliz quando descobri que era inédita”. Quando questionada, no entanto, se o dia a dia em uma agência publicitária ajudou a fazer a lâmpada das vitrines musicais acender, ela se esquiva: “Não sou criativa, sou atendimento, então teoricamente não sou uma pessoa criativa”, brinca. “Pode até ser uma influência da profissão, mas talvez maior da vontade de fazer música”. Música a Gabi Barreto já faz há um tempo, e tornou-se notória na internet com o projeto recentemente aposentado Gabi Poraí. A ideia, mais simples, consistia em encontrar um amigo que topasse andar pelas ruas onde gravariam alguma música juntos e divulgar no Youtube. As visualizações do canal renderam um público fiel nas twitcams que Gabi costuma realizar e abriram várias portas musicais, como ser convidada para gravar um EP pelo Joinha Records (selo do cantor China) e fazer participações cantando nos discos das bandas Fim de Feira, Volver e Bonsucesso Samba Clube. A única porta que permanecia emperrada para ela, no entanto, era a da timidez. E tocar na vitrine, por mais paradoxal que possa parecer, acabou por se mostrar uma solução perfeita para o problema. “Sou meio envergonhada. Eu me sentiria muito invasiva cantando em um bar, por exemplo. A ideia de tocar na vitrine me conforta muito, pois não tenho experiência profissional de palco. Relacionar-me com a música 12

dessa forma amadora deixa tudo mais livre, mais orgânico, minimalista. Esperam de mim o que tenho para oferecer. E a história do vidro na frente me faz sentir cantando na twitcam, como se eu tivesse dentro de uma caixa”, explica. O Música de Vitrine já contou com duas apresentações, sendo a estreia na grife Refazenda e a mais recente na loja Mali, localizada na galeria de uma das avenidas mais movimentadas do Recife. Para Gabi, a repercussão tem sido bastante curiosa e estimulante. “Já na passagem de som as pessoas paravam e perguntavam o que iria acontecer. Por ser inusitado o público reagiu muito bem, achou interessante, interagiu. Com a repetição a adesão deve ser maior”, aposta a musicista, que acredita no projeto como um bom negócio também para as lojas. “Divulgamos a apresentação na internet, e assim muitas pessoas vão para ver o show e acabam conhecendo uma marca que não conheciam. A loja está apoiando um projeto cultural e de quebra ganhando visibilidade”. Para tocar o Música de Vitrine para frente, vale salientar, Gabi está longe de estar sozinha. Conta, antes de tudo, com o apoio das blogueiras Marília Lacerda e Natalia Cunha do site Tempo de Pipa, amigas pessoais da cantora e responsáveis pelas redes sociais e pela produção do projeto – que vai desde encontrar novos parceiros até botar a mão na massa e decorar as vitrines. Além delas, Gabi também conta com a parceria da Happiness Clicks e Clipes, incumbida da captação e edição de imagens; da Onomatopeia, encarregada da produção de áudio; e de Dado Pontual, responsável pela identidade visual do projeto. Pois se a lista parece grande, não para por aí. “Pra dar uma enriquecida, como faço uma vez por mês, a ideia é que cada edição tenha um artista local diferente, seja designer, ilustrador ou músico”, explica Gabi, que já foi acompanhada pelos artistas plásticos Rafa Mattos e Nathália Queiroz em eventos anteriores do Música de Vitrine e na próxima edição contará com o cantor Heitor Freitas e o ilustrador Pedro Melo. Quem dera, pois, que toda vitrine fosse cheia de vida assim.



CAPA

A VIABILIDADE DE UMA BOA IDEIA Ivelise Buarque |

Quando não basta apenas ter uma ideia na cabeça Há milhares de séculos, Jesus Cristo dava o pontapé inicial num conceito que hoje se torna mais realidade do que nunca, mas no campo dos negócios: partilhar e dividir. No mundo em que compartilhar é melhor do que trabalhar segregado, temos uma nova realidade e uma nova forma comercial de concretizar ideias e de promover inovação, que depende essencialmente do interesse do próximo. Isto é crowdfunding, um termo inglês cuja criação é creditada ao empresário americano Michael Sullivan, em 2006. “Existem várias palavras em inglês, e diversas traduções para o português. (E eu faço traduções do alemão por português), mas a melhor versão para nossa realidade é: vaquinha via redes sociais (no meio cultural), ou 'assinatura no livro de ouro' (em ambiente esportivo, escolar e religioso)”, diz o escritor, consultor em recursos humanos e designer, Igor Rafailov (PE), autor de Dicionários de Fobias.

Palavras fortes do engenheiro eletricista Nolan Bushnell, empreendedor e criador da Atari, expressa bem a força motriz deste novo movimento: "o ingrediente básico é mover a bunda e começar a agir. É tão simples como isso. Muitas pessoas têm ideias, mas poucos optam por fazer algo sobre isso hoje. Não amanhã. Não na próxima semana. Hoje. O verdadeiro empreendedor não é um sonhador, é um fazedor”. E, com o crowdfunding, ou seja, o financiamento coletivo, isto é possível. Afinal, este formato de custear um projeto não envolve as exigências e barreiras das formas tradicionais do sistema bancário e de crédito facilitados que existem. Ele nasceu da necessidade e da disposição de terceiros apostarem, sem compromissos financeiros concretos na realização de propostas, que não conquistaram apoio entre grandes indústrias de diversas áreas. E alcançou o mundo como uma brilhante ideia e chegou ao Brasil como uma tábua

Igor Rafailov (PE), autor de Dicionários de Fobias

André Gabriel (MG) do Mobilize

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Felipe Caruso (RJ), coordenador de comunicação do Catarse

de salvação. Dados do relatório da Massolution, empresa de pesquisa, de consultoria e implementação americana, apontam que os projetos de crowdfunding conseguiram cativar 2,7 mil milhões de dólares em investimento, que serviram para apoiar mais de um milhão de campanhas em 2012. Esta soma é impressionante e mostra que o financiamento colaborativo cresceu 81%, em relação ao ano anterior. Este novo conceito de vaquinha possibilita que uma ideia saia da cabeça e se concretize, quando antes morria muitas vezes por falta de financiamentos. Esta nova plataforma colaborativa possibilita hoje que muitos realizem projetos de forma, aparentemente, muito simples. E recebe cada vez mais adeptos no país e no mundo, onde a iniciativa ganha mais espaço pegando carona em exemplos de investidas estrangeiras. “O crowdfunding está crescendo por todo o mundo. No Brasil, não é diferente”, destaca André Gabriel, criador do Mobilize (MG). Fato. Ao longo deste passado, diversos nomes de projeção apostaram nesta nova forma de financiamento para publicar livros, lançar Cds e Dvds e promover diversos projetos para o grande público. Recentemente, Spike Lee apelou ao crowdfunding para conseguir US$ 1,25 milhões para completar o orçamento para o seu próximo filme nos Estados Unidos, e em três dias o projeto atraiu 930 investidores, totalizando US$ 130 mil. “O financiamento coletivo ocupou enorme falha dos sistemas tradicionais de financiamentos culturais, científicos, empreendedores etc. Uma grande demanda reprimida por falta de financiamento encontra menos burocracia, risco quase zero, mais agilidade e independência do financiador, além de um potencial de financiamento ilimitado”, comenta Felipe Caruso (RJ), coordenador de comunicação do Catarse, um dos primeiros sites de financiamento coletivo no país. Foram estas possibilidades que deu força ao crowdfunding. E foi por isto que o Sepultura apostou na plataforma via o Kickstarter, em abril, para arrecadar US$ 1 milhão (cerca de R$ 2 milhões) para cobrir todos os custos de produção e transformar o filme em formato 3D. E em agosto, a Banda Raimundos fez uso de campanha no Catarse para arrecadar verba para um novo Cd “Batizado de Cantigas de Roda” e o resultado disto foi a conquista de R$ 123.278,00 o dobro do pedido inicial de R$ 55 mil reais. “Para o realizador do projeto, o principal benefício é ter mais independência para fazer o seu trabalho, além de um contato direto com as pessoas interessadas na realização dele. Para o apoiador, é o sentimento de

ser parte de um projeto maior, de algo ele acredita, de compartilhar do sonho de uma pessoa”, reforça Caruso. No primeiro semestre de 2013 foram arrecadados cerca de R$ 7 milhões dos 64 mil apoiadores para 620 projetos, de acordo com dados do Catarse. Contudo, pode parecer um meio mais fácil de viabilizar uma boa ideia, mas, assim como qualquer outra forma de se conseguir dinheiro, esta é uma ferramenta ainda trabalhosa. “Crowdfunding não é só uma questão de uma boa ideia. Inclusive porque nenhuma boa ideia, sem um planejamento adequado e cuidadoso, sem gestores comprometidos vai para frente. Os projetos em crowndfunfing precisam ter 'relevância', ser aceitos socialmente, ter reconhecimento real, ser capaz de envolver as pessoas para colaborar. Se não brilhar os olhos, não vai vingar”, enfatiza Marcelo Homen de Mello (SP), consultor de desenvolvimento humano, organizacional e coaching. ALÉM DO CAMPO DAS IDEIAS – “O crowdfunding surgiu em 2006 e era voltado apenas para iniciativas musicais com o site europeu 'Sellaband'. Rapidamente outros lugares do mundo começaram a utilizar a ferramenta de captação de pequenos valores pela multidão em outras áreas: politica, cultura e outros”, lembra Dora Dimenstein do Nosacuda Ideias Criativas (www.nosacuda.com.br), primeiro site de crowdfunding de Pernambuco. Segundo a especialista, este movimento começou no Brasil em 2009 com o site Vaquinha e em 2011 com o Cartarse, que se tornou o modelo de impacto por se focar em projetos de natureza cultural em geral. “O crowdfunding é um fenômeno virtual que otimiza 15


Caio Ciampolini (SP) e os sócios do Startando

usuários da web na captação de recursos, de forma colaborativa, para projetos de produção independente que podem ser de natureza pessoal, social e cultural disseminando a Economia Criativa como o processo meio e como ferramenta de transformação. Ele foi motivado pela democratização digital, a otimização de ferramentas tecnológicas e de redes sociais”, define Dora. Contudo, é importante se observar determinadas ressalvas. “Apenas colocar o projeto na plataforma não garante sua realização, o proponente precisa ter uma rede forte e ampla nas mídias sociais para obter apoio de muitas pessoas que irão contribuir com pequenas quantias; estipular recompensas criativas e interativas que motive as doações”, diz Dora, que alerta para alguns erros frequentemente cometidos. No Nosacuda, tenta gerar oportunidades para o desenvolvimento de projeto com proposta diferenciada, utilizando a plataforma do crowdfunding com curadoria de visão multi-plural para eliminar os projetos sem propósitos e sem consistência. “Muitos sites de crowdfunding vêm aumentando a cada dia para atender a diferentes e específicos nichos. Entretanto muitos não conseguem se estabelecer. Acreditamos que uma das principais causas é a falta de conteúdo, estudos e pesquisas na área para nortear e dar suporte técnico, operacional e de negócio para as Star Ups que surgem à todo momento”, comenta ela, que declara que uma das formas de se diferenciar é apostar num formato com diferenciais específicos: Nosacuda resgate (prorrogação de 60 dias do prazo de encerramento da captação); Desata-nós (doações de pequenos valores para interessados na realização do projeto); e Recompensas (orientação sobre criação de estímulos à doação colaborativa e interativa). Pensar amplo é essencial, assim como buscar entender primeiro como funciona e a forma ideal de se usar o financiamento coletivo em benefício do projeto. Até mesmo porque a premissa parece muito fácil, mas como são várias plataformas em atuação hoje, cada uma mantém sua própria política, mesmo com algumas similaridades. “Os autores de proje16

tos não precisam mais depender de editais do governo ou patrocínios de empresas. Agora, a 'multidão' pode fazer um projeto acontecer. Mas, há casos de insucesso, sim. Os motivos são variados, as pessoas precisam estudar os casos de sucesso e entender como o mecanismo funciona antes de iniciar sua campanha. Há um curso de crowdfunding na Diálogo Social (www.dialogosocial.com.br) para quem se interessar”, comenta Gabriel do Mobilize (www.mobilizefb.com/). Para ele, que coordena esta que é a primeira e única plataforma dentro do Facebook, todos podem se beneficiar do financiamento coletivo pelo fato de ser uma forma independente, contudo, a ideia é apenas o primeiro passo, para o sucesso no crowdfunding. Antes disto o idealizador do projeto deve saber construir e divulgar sua campanha, e naturalmente, no caso do Mobilize, a mídia social particularmente. “A divulgação ocorre entre redes de amigos online. O Facebook é a maior rede de amigos online no mundo e no Brasil onde conta com 72 milhões de usuários. O Mobilize foi criado para aproveitar esta força para financiar projetos coletivamente. Na prática, o autor do projeto entra no site www.mobilizefb.com, instala o Mobilize em uma fan page e começa a receber contribuições diretamente dentro do Facebook”, destaca André. Como criador, ele se orgulha do fato de todos podem se beneficiar das vantagens da plataforma e da praticidade para que qualquer pessoa possa usá-la, uma vez que o Mobilize é livre. “Mil e duzentas pessoas já instalaram o Mobilize em fanpages. Um caso de sucesso é o projeto Malucos de Estrada (www.mobilizefb.com/malucosdeestrada), que arrecadou R$ 50.000 de 1.500 pessoas. O que leva um projeto ao sucesso é: 1) causa de interesse coletivo; 2) vídeo bem elaborado; 3) recompensas atrativas e 4) divulgação assertiva e contínua durante todo o prazo da campanha”, pontua ele. Foi com o objetivo de participar desse movimento novo e ajudar pequenos empreendedores e artistas a tirarem suas ideias do papel que nasceu também o Startando. “O crowdfunding proporciona aos amigos, fãs e qualquer pessoa que se identifique com a proposta, consiga apoiar diretamente, sem intermédio de agentes ou instituições financeiras. E é essa a real diferença do financiamento coletivo: ele transforma essa relação entre artista e público em um processo transparente, direto e sincero”, diz Caio Ciampolini (SP), sóciodiretor do Startando (www.startando.com.br/), que acredita que esse conceito veio pra ficar e não se trata de uma moda passageira.


Dorly Neto (RJ) do Benfeitoria

A iniciativa representa união de profissionais de formações distintas visando criar uma comunidade capaz de dar vida a boas ideias. “Beneficiamos a todos os empreendedores com relação à possibilidade da execução, em qualquer tipo de proposta, sejam elas de negócios, entretenimento, cultura, design, aplicativos ou qualquer ideia criativa que tenha relevância. As plataformas tem uma média de 50% a 60% de projetos bem-sucedidos e nossa meta é ter um índice acima de 60%. Por isso, fazemos uma seleção criteriosa e ajudamos em todo o processo de divulgação”, comenta Ciampolini. Para ele, são vários os motivos de um projeto não obter sucesso que incluem desde planejamento adequado até mesmo de network. Afinal, a proposta deste modelo se baseia na conquista de “anjos” que se identifiquem e comprem a ideia. “Tivemos dois projetos que não arrecadaram o valor necessário para sua concepção. E observamos que um projeto geralmente não atinge sua meta quando o criador imagina ter um poder de divulgação maior do que realmente tem. Nesse caso, a meta financeira fica muito alta em relação à rede de contatos do criador. É preciso tomar cuidado com essa equação. Nós sempre fazemos o processo de curadoria do projeto, mas é importante que haja um planejamento adequado por parte do criador”, destaca Caio que aponta como principais diferenciais do Startando a plataforma (um site melhor organizado, intuitivo e com mais funcionalidades e design), a seleção (uma curadoria ativa com um processo mais rígido de seleção) e a visão (inclusive, auxiliando com a arrecadação financeira e prestando todo o suporte necessário para dar vida às boas ideias). Atuando só há cinco meses, o Startando já tem mais de 200 propostas inscritas e três projetos bem-sucedidos: Holi Festival das Cores (milenar evento indiano que tem o intuito de celebrar a chegada da primavera), o Parlamento de Corujas contra Fome e o Mais tênis, mais vitórias. Eles superaram em mais de 100% a meta de arrecadação com propostas focadas em impactar terceiros com celebração a vida através de ações culturais e sociais. Mas, ainda conta com outros dois projetos no ar em fase de arrecadação (até o fechamento desta edição, com cerca de 50% do financiamento adquirido). “Acho que o crowdfunding pode revolucionar o mercado cultural e de pequenos empreendedores sim, exatamente pelo Startando unir artistas e empreendedores com o público e seus entusiastas. Essa é a expectativa!”, enfatiza Ciampolini. Naturalmente, o consenso entre muitos que estão envolvidos neste novo cenário é a de que o crowdfunding é muito mais que uma febre, afinal, é uma excelente forma de

mobilizar recursos para projetos de impacto. Mas, ainda há muito a se analisar uma vez que este se tratar de um mecanismo muito novo. “Crowdfunding muda a relação sobre como as pessoas se engajam na produção e consumo de produtos e serviços na sociedade, deixando tudo mais democrático e horizontal. E por isto é preciso ter em mente que a campanha exige muito esforço. Não é apenas subir a campanha no ar e esperar que as pessoas irão chegar até o site, isso não existe. É preciso se empenhar em divulgar de forma criativa e para o público de interesse do seu projeto”, lembra Dorly Neto (RJ) do Benfeitoria. A iniciativa, que começou como uma startup em 2011, nasceu motivada pela vontade de reduzir as barreiras de engajamento para as pessoas que desejam fazer parte do processo de transformação, mas que não sabem como fazêlo. “Na Benfeitoria, qualquer pessoa com um projeto de impacto positivo pode tentar conseguir recursos de forma coletiva. A pessoa apenas precisa mobilizar suas redes para conseguir colaboradores e oferecer recompensas em troca. E, com isto, já se foram mais de 100 projetos viabilizados, que totalizaram em torno de um milhão e trezentos mil reais”, diz Neto. O criador do Benfeitoria ressalta que realmente não há uma fórmula para o projeto ter sucesso. “Antes de um projeto subir na plataforma, avaliamos junto com o idealizador o potencial de arrecadação do projeto”, diz ele que não acredita que o crowdfunding veio para revolucionar o mercado por ser um fenômeno muito recente e ainda estar limitado às camadas dominantes da sociedade. “Mas, vai contribuir para a democratização desses meios, com o tempo, nós acreditamos nisto”, comenta. O mais antigo em atuação, desde 2011, o Catarse tem mostrado cada vez mais que este é um modelo que vem para ficar. Afinal, por ele já passaram 1.462 projetos, dos quais 810 (55%) alcançaram a meta de arrecadação, num total de mais de 102 mil pessoas que contribuíram com cerca de R$ 12,5 17


milhões para essas iniciativas. E hoje há ainda 122 projetos no ar neste momento. “O financiamento coletivo vai revolucionar não só os mercados de produção cultural e de comunicação independente, mas de diversas cadeias produtivas, como empreendedorismo, ciências, jornalismo, tecnologia, design, games, ativismo etc. É um caminho sem volta de mais independência, contato, proximidade, honestidade, transparência e agilidade em diversas cadeias produtivas”, diz Felipe Caruso (RJ). Segundo sócio diretor do Catarse, todo projeto tem que ter começo, meio e fim bem definidos. Deve atender todos os itens obrigatórios que incluem vídeo de campanha, recompensas para os apoiadores, descrição transparente e uma meta financeira realista para um prazo entre um e 60 dias para a captação. “O sucesso depende do seu planejamento para encontrar essas pessoas, contar bem a sua história, mostrar a importância da ideia e engajar apoiadores na campanha. É um grande jogo de mobilização de redes e que precisa ser muito bem pensado. Em média, 55% dos projetos alcançam a meta de arrecadação. Em compensação, 85% do dinheiro que entra no Catarse vai para os projetos bem-sucedidos”, diz. Assim como a proposta do financiamento coletivo, o Catarse se desenvolveu coletivamente com a integração das propostas de três grupos que estavam desenvolvendo as suas plataformas. E, de forma coletiva, tenta proporcionar uma experiência útil, ágil e em constante evolução para quem apostar nele. “O realizador tem que estar ciente que ele é o único responsável pela divulgação da campanha e pela mobilização de pessoas. É muito importante para o sucesso do projeto que ele tenha um plano de ação. Nosso processo de seleção é bem simples, na verdade apenas recusamos projetos que realmente não entendem a proposta da plataforma ou que evidenciem despreparo para encarar essa maratona. De maneira alguma nossa equipe julga a qualidade artística dos projetos até porque não somos qualificados para tal, nem é esse o papel do Catarse. Quem decide se um projeto vale a pena ou não, em última instância, é a comunidade que vai apoiá-lo ou não”, enfatiza. A CONCRETIZAÇÃO DAS IDEIAS – Entre grandes estrelas internacionais e nacionais, o grande sucesso da proposta do crowdfunding são os projetos de anônimos realizadores, que investiram na proposta. “Decidi colocar o projeto Ícones dos Quadrinhos no Catarse para que as pessoas se sentissem parte dessa iniciativa. Além disso, o crowdfunding também funciona como uma espécie de pré-venda e o livro já saiu com mais de 700 exemplares vendidos”, lembra o publicitário, escritor e colecionador Ivan Freitas da Costa, que apostou na plataforma para viabilizar a realização de uma publica18

ção em edição de luxo, com capa dura e 220 páginas coloridas em papel de alta qualidade, com 100 ilustrações exclusivas de personagens clássicos das histórias em quadrinhos. Para o escritor e colecionador, o processo foi muito simples, pois partiu de planejamento minucioso que envolveu ampla pesquisa entre projetos similares para identificar benchmarks. “Usei no desenho do projeto Ícones, da escolha dos valores de contribuição e contrapartidas à logística de distribuição, que muitas vezes representa grande problema para o realizador do projeto ao se ver tendo que manusear centenas de itens (no meu caso, de livros de 1,7 kg) e enviá-los num curto período de tempo”, destaca ele, que movimentou no Catarse campanha, entre 01 de julho a 20de agosto, que atingiu sua meta de R$ 34 mil em um mês, aproximadamente. Bem sucedido, os livros começaram a ser distribuídos trinta e nove dias após o encerramento da investida. Da mesma forma, todas as recompensas já foram entregues, inclusive as especiais, e o Ícones dos Quadrinhos acabou se tornando uma referência. “O realizador precisa convencer as pessoas de que é, de fato, uma boa ideia. Não podemos esquecer que no crowdfunding valem as mesmas regras de mercado: o produto tem que ser atraente e adequado para o público-alvo; a comunicação tem que ser clara e eficiente; o preço (contribuição x recompensa) tem que ser bem coerente e ele tem que ser capaz de chegar a quem realmente tem interesse por aquele produto. Talvez essa seja uma das grandes diferenças entre os projetos bem-sucedidos e aqueles que morrem na praia”, lembra Ivan, que frisa alguns cuidados importantes como identificar as melhores práticas, calcular e recalcular custos, manter comunicação e buscar apoio. Como muitos empreendedores brasileiros estão se aventurando nesta proposta, é importante manter essas dicas como uma estratégia neste processo. “Esta é uma forma inovadora e simplificada de captação de recursos financeiros para investimentos em projetos de cunho cultural. E tem como características fundamentais o curto prazo e baixo valor investido e seus alicerces nas mídias sociais e no bom networking de quem capta esses recursos. Quem ajuda com os valores, incentiva a promoção dos eventos, é detentor de cotas de 'responsabilidade', e tem retorno garantido, pois se o evento não acontecer, seu valor investido retorna”, destaca o consultor Marcelo Homen de Mello, que tem desenvolvido projetos com o apoio do financiamento. Entre 2011 e 2012, ele desenvolveu seis projetos em São Paulo através de plataformas como Catarse e Queremos, que deram conta do recado. Todos os objetivos dos projetos culturais de participação coletiva foram alcançados, e o retorno para aqueles que colabora no processo integrou acesso diferenciado aos eventos, “Espaço Vip”, maior interatividade com os eventos e sobretudo a responsabilidade compartilha-


Ivan Freitas da Costa, idealizador de “Icones dos Quadrinhos”

da. Com as experiências, aprendeu que é necessário fidelizar quem investe neste tipo de participação, propondo incentivos e uma proposta com os quais ele se identifique. “Nunca inicie nada sem uma visão geral de todo o projeto. Isso vai lhe economizar recursos, minimizar frustrações e controlar variáveis. Se o interessado não tiver essa visão, e nem tão pouco habilidades de planejamento estratégico, procure alguém com essas competências, mas repito, não inicie sem um bom planejamento e visão global”, frisa Marcelo. O tipo de ação está diretamente envolvida nos resultados para uma proposta bem sucedida também. E quanto maior o projeto, maior poderá ser o resultado ou o seu fracasso. “Levantamos R$ 208,6 mil junto a 600 patrocinadores pessoas-físicas. O valor corresponde a 25% do valor total do projeto, que também contou com o patrocínio de empresas de peso como NET e Cinemark. Foi a 1ª vez que um longametragem utilizou crowdfunding com incentivo fiscal (Lei do Audiovisual) para complementar o seu financiamento”, diz Fernando Schultz, um dos co-produtores do filme Eu maior, que capitaneou recursos pelo catarse. Na proposta, qualquer pessoa poderia contribuir a partir de R$ 100 com a vantagem de abatimento fiscal no Imposto de Renda do ano seguinte, além disso os investidores tiveram diversas contrapartidas como um par de ingressos para a pré-estreia e nome nos créditos finais. “O longa foi lançado oficialmente em novembro em várias plataformas pagas e gratuitas: streaming via internet, download no Itunes, DVD, Blu-Ray e nos cinemas, pela rede Cinemark. Qualquer cidade que tenha uma sala Cinemark poderá ser fechada especialmente para exibir o filme, mediante financiamento coletivo via Catarse.me”, comenta Fernando. Com esta estratégia, não só os espectadores teriam a oportunidade de assistir ao filme em tela (mínimo de 150 pessoas mediante pagamento de R$ 20) como os realizadores possibilitaram que pessoas assistissem pela internet, sem qualquer custo (120 em quatro dias, neste caso). O jornalista Julio Andrade (PE) apostou nas redes sociais para o apoio necessário na realização do financiamento coletivo do seu projeto Intimismo da Alma, lançado em novembro passado dentro de um planejamento estratégico definido pelo autor. “Inicialmente determinamos um prazo de 60 dias para obtermos o retorno necessário, determinamos também que cada colaborador receberia um exemplar do

livro, como forma de retorno de seu investimento. Outro ponto que refletiu diretamente na redução da nossa planilha financeira, foi termos elaborado todo projeto gráfico, o que representa cerca de 40% de qualquer produção literária, enviamos todo o material pronto para a gráfica apenas para impressão. Divulgamos a campanha maciçamente durante o período estipulado e ao final atingimos a venda antecipada de 120 exemplares, o que custeou todo o projeto”, lembra ele. Agora, o plano de trabalho se encontra numa fase tão difícil quanto: a venda que conta ainda com o apoio dos amigos. “Colocamos o livro no mercado em diversos pontos de vendas em outros estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Paraíba), através de amigos. Cada um tem uma cota de venda de 100 exemplares e participação financeira, portanto o livro não será encontrado com tanta facilidade, o que desperta ainda mais a curiosidade dos leitores e nos direciona para uma excelente estratégia de vendas”, comenta Andrade, que ainda mantém contato com algumas organizações não governamentais para parcerias e contribuição social.

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Raúl Ranauro Javales Júnior - raul.javales@gmail.com |

CO-CREAÇÃO (COCREATION) Co-criação tem sim, total relação com inovação, se fosse necessário definir em uma frase, provavelmente, eu usaria: co-criação é uma forma colaborativa de trazer todos os atores participantes de um processo, sejam eles, produtores, consumidores, formadores de opinião. Hoje há a necessidade de se trabalhar de forma mais colaborativa, de se criar em conjunto, não dá para se basear apenas em pesquisas ou percepções. Na hora de criar um produto ou serviço, que tal chamar as partes interessadas para trabalharem juntas. Isso mesmo, todo mundo criando junto, desde quem produz o produto a quem consome este produto, a chance de acerto se multiplica de forma exponencial. Com um diferencial extraordinário, muitas das ideias que surgem, não existiriam se fossem criadas apenas no escritório ou por uma área de P&D ou por uma agência de publicidade. O resultado é surpreendente, muitas vezes nem os consumidores tinham consciência que haviam necessidades a serem atendidas, nunca antes pensadas. Ideias novas, conceitos novos, novos produtos e serviços, que já surgem aderentes a uma necessidade real, a ser atendida. Não há como falar sem co-criação sem citar CK Prahalad e Venkat Ramaswamy, que no artigo “Co-Opting Customer Competence” e no livro O Futuro da Competição trouxeram o foco para o conceito e deram o pontapé inicial para uma forte mudança evidente na última década. Segundo CK Prahalad e Venkat Ramaswamy: coCriação é “Uma forma de mercado ou de estratégia de negócios que enfatiza a geração contínua de valor com base na atuação conjunto da empresa com seus clientes”. O mercado passa a ser um grande laboratório onde por meio do compartilhamento se gera valor com o uso de novas formas de interação, de combinações de ideias e conceitos e de aprendizagem. O conceito de co-criação foi e é uma mudança direta na forma de inovar, onde as possibilidades são infinitas. Passa20

www.reachbrands.co.uk/how-we-are-different/co-creation

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se do processo criar para o consumidor para criar com o consumidor. Não deve ser entendida como uma metodologia e sim como uma nova forma de pensar, visto que o foco é a criação de valor com base no trabalho colaborativo e que acaba por e trazer aderência e legitimidade ao processo já que todos participam. Hoje existem várias formas de co-criar e de gerar valor para o cliente, contudo uma das que realmente deu velocidade ao tema, está vinculada as redes sociais, quando se unem os conceitos Crowdsourcing e Co-Creation, a ideia, o produto ou serviço pode ser compartilhado e idealizado com a participação de grandes comunidades que transforma o mundo em uma grande estrutura de Co-criação. Crowdsourcing, de forma simples, é o desenvolvimento de ideias, conceitos ou obter ajuda/contribuições de um grande grupo de pessoas, principalmente com o uso de comunidades online. Hoje algumas atuam com o gerenciamento de comunidades e agregação de valor ao cliente, a eYeka é uma das que se destaca, e que ajuda a fortalecer o conceito pelo mundo, atendendo de grandes corporações a pequenos negócios, consegue com o uso de grandes comunidades, criativas, online, agregar valor e inovar. O que mais chama atenção neste processo é o ganho em velocidade e o aumento do nível de assertividade, quando se fala em usar comunidades online, a aceleração para a co-criar se multiplica e quanto mais pessoas contribuem neste processo, estatisticamente, o processo se torna mais assertivo. Usando a eYeka como exemplo, hoje a sua comunidade de criadores está com mais de 270.000 participantes, de todas as partes do mundo, algo que permite o desenvolvimento de um produto, para outro continente, sem que se saia do escritório. De forma geral, a co-criação mudou conceitos e percepções ligados a marketing e estratégia, e com certeza faz ou fará parte de sua vida. Quer uma dica? Participe de uma destas comunidades, exercite a sua criatividade.


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Grande parte do sucesso obtido na confecção e distribuição de um release – no composto das atividades de assessoria de imprensa – deve-se, sobretudo, ao mailing mantido pela assessoria responsável. O mailing nada mais é que uma lista de contatos. Tal lista pode ser composta por dados atualizados de clientes, fornecedores, prospects, ou membros da imprensa. A montagem de um mailing é o primeiro passo para se efetuar um trabalho de relações públicas junto aos meios de comunicação social. Sua elaboração não é complicada. Principalmente com o advento da internet, a captação de nomes e e-mails das redações de veículos de comunicação de toda parte do mundo tornou-se fácil. Os grandes veículos de comunicação possuem possuem páginas na internet, onde há, ao menos, um e-mail de contato. Mesmo depois de obtidos os e-mails que interessam à organização é fundamental que o profissional de comunicação repita periodicamente as visitas aos sites dos veículos, visando atualizar o mailing. Assim, ao visitar a seção “expediente” do veículo, será possível notar se o jornalista contatado habitualmente ainda está no periódico ou se ele ainda encontra-se lotado na editoria de interesse da organização mantenedora da assessoria. Um bom cadastro de órgãos de comunicação costuma colecionar os seguintes dados dos meios cadastrados: números de telefone e fax, nome dos diretores, nome dos chefes da redação, nome dos redatores, periodicidade do veículo, tiragem e, por fim, data de aniversário da publicação. Acompanhando os nomes dos diretores, chefes de redação e redatores devem seguir, logicamente, os seus respectivos endereços de e-mail, sobretudo no caso dos redatores. O jornalista que geralmente é contatado pela organização deve ser enfatizado no cadastro, pois ele é a ponte entre a instituição e aquele órgão de imprensa. A informação relativa à tiragem será útil quando da realização do balanço do aproveitamento do release. Assim, caso o release seja aproveitado pelo órgão de comunicação, a organização terá, por meio da tiragem, uma ideia do alcance

potencial e sua consequente repercussão na sociedade. O tradicional hábito de contatar clientes e fornecedores em seus dias de aniversário, uma das ações típicas de Relações Públicas, também é válido quando o público em questão é a imprensa. Uma mensagem cordial, com felicitações relativas à ocasião do aniversário do órgão de comunicação, é uma ótima forma de prosseguir um relacionamento com os diretores do veículo. É justamente para isso que se recomenda inserir, no cadastro de e-mail da imprensa, a data de aniversário da publicação ou da emissora. DIRECIONAMENTO - Com o passar dos anos, o relacionamento com a mídia pode ser refinado, sobretudo com a observação do que realmente interessa ao jornalista e ao órgão contatado. Assim, dentro de algum tempo, será possível conhecer quais as preferências do repórter. É possível tomar ciência de suas preferências por meio de uma simples análise do aproveitamento dos releases já enviados. Aqueles que obtiveram maior êxito trataram, obviamente, de um tema de interesse do jornalista e da publicação. Já aqueles que sequer foram mencionados em uma singela nota, fugiram ao campo de interesse do profissional da imprensa. Antes mesmo de se iniciar o relacionamento com um repórter é possível traçar um prévio perfil dos temas cujos releases possuem maiores chances de serem aproveitados. É só “passear” pelo site do veículo analisado para perceber quais são as pautas mais desenvolvidas em suas matérias. Também é possível identificar quais são os temas das matérias freqüentemente assinadas pelo repórter a ser contatado. Por último, uma precaução deve ser tomada pelo mantenedor do mailing com dados da imprensa. O nome de um contatado não deve estar repetido no cadastro. Pode ocorrer, por um descuido, do mesmo repórter ser cadastrado mais de uma vez na lista de contatos. Tal procedimento pode acarretar na duplicidade do envio do mesmo release ao mesmo profissional. Receber o mesmo e-mail mais de uma vez não é nada pertinente, sobretudo para um jornalista, frequente alvo de releases.

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Tiago Eloy Zaidan | eloyzaidan@gmail.com

A IMPORTÂNCIA DO MAILING DA IMPRENSA E A SUA CONFECÇÃO


A VEZ DO CLIENTE

UM ÁRABE GENUINAMENTE BRASILEIRO

Ivelise Buarque |

Grupo Habib’s chega aos 25 anos e aposta em estratégias diferenciadas para se comunicar com o cliente e manter engajamento com o consumidor moderno A história mostra que os destinos não são traçados de forma linear, especialmente no que diz respeito ao mundo dos negócios. E, assim é com a história do Habib’s, marca brasileira que conquistou o consumidor com comida árabe, idealizada por um empresário português radicado no Brasil. A rede, que hoje completa 25 anos de atuação no mercado gastronômico nacional, tem naturalmente muito a comemorar. Entre as conquistas, ela destaca-se como uma das maiores redes de fast-food árabe do mundo e a maior cadeia de restaurantes genuinamente brasileira, que traz o pioneirismo de oferecer produtos com preços acessíveis em um mercado reduzido e caro. Esta foi a estratégia que contribuiu para o recorde, por exemplo, de mais de 7,6 bilhões de Bib’sfihas vendidas dentro do vasto cardápio de comidinhas rápidas para atender ao variado apetite do consumidor brasileiro. “Não foram só as Bib’sfihas que tornaram o Habib’s uma das maiores redes de fast-food do mundo. O sucesso do grupo também se deve à diversificação dos produtos para atender ao consumidor brasileiro. Além dos pratos árabes e doces sírios, temos em nosso cardápio mais de 90 opções, como almoços (massas e pratos à base de frango), pizzas, sanduíches, batatas fritas, sobremesas, tortas e até mesmo o pastel de Belém”, diz o presidente e fundador do Grupo Habib’s, Alberto Saraiva. Hoje, o Grupo atua fortemente no segmento de pronto consumo com diversas marcas em seu portfólio: Habib’s, Ragazzo (fast food de comida italiana) e Box30 (loja de salgadinhos a preços baixos), Tendall e Picanha Grill (redes de churrascarias). A diversificação foi outra estratégia da empresa que mantém grande participação no mercado nacional com 480 lojas (em 120 municípios de 19 estados, além do Distrito Federal). 22

Mas, os negócios do Habib’s ainda envolvem 14 centrais de produção, uma universidade corporativa, nove empresas e indústrias e cerca de 22 mil colaboradores envolvidos para atender mais de 220 milhões de clientes por ano. “Só uma rede, como o Habib’s, que une qualidade, variedade, agilidade, conveniência (dellivery, viagem, salão, drive-thru e fast), preço, atendimento (pedido à mesa) e centenas de endereços em todo o País, pode proporcionar muito mais momentos de descontração e oferecer uma experiência completa e ‘smart’. O Habib’s passa a se posicionar em um território onde ele é exclusivo e ocupar o espaço de única rede, entre os concorrentes, que, de fato, surpreende com muito mais serviços e relacionamentos para o consumidor”, destaca Saraiva. O empresário acaba de investir R$ 2 milhões no desenvolvimento do projeto de branding em parceria com o GAD’Lippincott, que envolve novo posicionamento da rede, com o slogan “Muito mais”. Tudo isto faz parte de estratégia de mercado focada nos próximos 25 anos do grupo. Com a investida, a empresa fará mudança gradativa da marca em todos os pontos de contato que envolverá uma


renovação da logo, tipografia e cores com o novo slogan e ainda a inauguração da primeira loja conceito da rede, localizada na Zona Oeste de São Paulo, escolhida estrategicamente em função do potencial e da demanda dos consumidores da região. E este projeto diferenciado também está instalado no caminho do estádio de abertura da Copa do Mundo de 2014. “Com esse novo posicionamento, estamos reforçando os valores que nortearam o Habib’s ao longo desses 25 anos e nos comprometendo a sermos muito mais nos próximos 25”, afirma. RECEITA DO SUCESSO - Em agosto de 1988, o imigrante português radicado no Brasil Alberto Saraiva abria as portas da sua primeira loja Habib’s, com o apoio de um dos melhores cozinheiros árabes de São Paulo, Paulo Abud. Nesta época, perceberam que os restaurantes especializados nesse tipo de comida eram raros e com preços altos e foi assim que este primeiro ponto começou a fazer sucesso na Avenida Cerro Corá, no bairro da Lapa, em São Paulo. Ela nasceu com a filosofia de oferecer os melhores produtos, com os menores preços e com um atendimento diferenciado. E, três anos depois, abria a primeira unidade 24h na Rua Augusta, que tinha a ideia de ajudar o consumidor. Neste mesmo período inaugurou-se a central de produção do Habib’s, em São Paulo (SP), que passou a produzir todos os itens do cardápio da Rede. E em 1992 desenvolveu o sistema de franquias do Habib’s, com a inauguração em Santo André, oferecendo a oportunidade a outros empreendedores de investir em um negócio com boas perspectivas de negócios. E em paralelo nasceu a Ragazzo, em São Caetano do Sul, Grande São Paulo, inaugurada com a mesma filosofia do Habib's, mas que se tornou em uma das marcas pioneiras em fast-food de comida italiana. Presente em quase todo território nacional, este restaurante brasileiro de comida árabe ganhou o mundo e hoje é internacionalmente conhecido como o maior fast-food desta especialidade no mundo. Hoje, o Grupo conta com 14

centrais de produção que se dedicam exclusivamente ao atendimento das lojas da rede, e o aporte das empresas Upstage Voxline (delivery e call center), Franconsult (consultoria em franchising), Vector 7 (projetos e estruturas) PPM - Propaganda, Promoção e Marketing (house agency) e as indústrias Arabian Bread (confeitaria, panificadora e sorvetes) e Promilat (laticínios). AÇÕES QUE MARCAM - Com o suporte da própria unidade de comunicação, o grupo desenvolveu estratégias diferenciadas para marcar suas bodas de prata e ainda reforçar sua relação com o público consumidor e sua atuação no mercado. Para comemorar com o cliente este momento, o Habib’s promoveu ação promocional “Habib’s 25 anos” com sorteio de 25 cabines especiais (hospedagem em cabine dupla – externa com varanda) para viagem em um dos mais modernos navios de cruzeiro do mundo, o MSC Preziosa. A investida era válida para todos que comprassem qualquer sobremesa do cardápio (exceto minichurro de doce de leite, casquinha e milk-shakes), nas lojas da rede, em todo o País, nos setores Salão, Drive-Thru, Viagem e Fast (lojas instaladas em shoppings centers). No ato da compra, o cliente recebia uma raspadinha contendo um código a ser cadastrado no site da promoção (www.habibs.com.br/navio25anos/), até o dia 31 de outubro, e os ganhadores foram anunciados no dia 11 de novembro. Outra aposta foi a publicação de post criativo sobre o lançamento do game “GTA V” (Grand Theft Auto V) para interagir com seus consumidores e fãs nas redes sociais, pela agência Riot (primeira agência brasileira especializada em mídias sociais), que se inspirou no design da caixa do jogo para montar mosaico com os pratos da rede. Fazendo uso das iniciais do jogo, criou-se o trocadilho “Grande Tentação Árabe” para se referir às imagens da peça. Em cerca de 24h, a postagem teve o impacto de quase 5,5 mil compartilhamentos no Facebook e 5,8 mil curtidas.

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ARTIGO

Isabel Ribeiro | isabel@midcomunicacao.com.br

2013: UM ANO AZARADO PARA ALGUMAS MARCAS A importância de uma gestão de marca bem planejada e executada pode ser percebida, principalmente, nos momentos de crise de imagem. Manter sempre um diálogo aberto e sincero com o seu público, além de cumprir as promessas advindas do seu conceito e oferecer experiências gratificantes são fundamentais para o fortalecimento do vínculo entre a marca e seus consumidores e podem evitar grandes danos na hora da crise. Em 2013, marcas como Coca-cola, Mercedes-Benz e Ades (Unilever) sentiram de perto a falta de “sorte”. Em fevereiro do ano passado, a marca de sucos de soja Ades, que tem a Unilever como marca mãe, sofreu uma crise tão forte na sua imagem que foi retirada das prateleiras de inúmeros supermercados do País. Por causa da contaminação em um lote de suas embalagens com produto químico semelhante à soda cáustica, a Anvisa suspendeu a produção, distribuição e comercialização de todas as bebidas de soja produzidas pela fábrica de Minas Gerais, onde aconteceu a contaminação. Um episódio como esse atingiu, não só a marca Ades, como também a da própria Unilever, fabricante de produtos que estão associados ao bem-estar e à saúde e consumidos em larga escala por crianças. A marca é detentora de 45% do mercado de sucos à base de soja no Brasil, avaliado em mais de R$ 1 bilhão ao ano. Consumidores afetados pela contaminação e usuários do produto reclamaram do despreparo do SAC da empresa para repassar as informações. Só após a crise já ter ganhado dimensão e visibilidade suficientes para abalar sua imagem foi que a empresa se pronunciou pela imprensa admitindo a falha. Além de ter que pagar a indenização

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às pessoas afetadas e correr o risco de pagar multas aos órgãos governamentais em torno de R$ 7 bilhões, a Ades vai ter que fazer um esforço grande de comunicação, entre outras ações, para recuperar a credibilidade de seu público. O lançamento do Mercedes Classe A, da MercedesBenz, também provocou polêmica e estranhamento do seu público com a marca mãe. Em uma ação de marketing digital, a marca disponibilizou na internet um vídeo com imagens do novo carro ao som do funk Passinho do Volante, extremamente criticado, principalmente, pelos proprietários de carros da marca. Voltada para um público de maior poder aquisitivo, entregando valores como luxo, sofisticação e qualidade, a Mercedes perdeu pontos na sua imagem por usar um ritmo popular e polêmico, parte de uma realidade diferente do que a imagem da marca transmite aos seus consumidores. A Mercedes-Benz se justificou alegando que o novo carro tem foco em um público mais jovem, e por isso, investiram em mais humor e ousadia na comunicação, além de defender que o vídeo era um viral para as redes sociais criado entre o marketing da empresa e a agência AbBat/Tesla para chamar a atenção nas mídias sociais. Resultado: na época, dos 39.801 fãs, houve 182 comentários, a maioria com conteúdo negativo, 321 curtidas e 378 compartilhamentos. Um abalo na confiança e na afinidade dos consumidores com a marca. Por último e, não menos comentado, principalmente nas redes sociais, o caso do rato na Coca-Cola provocou uma série de críticas, piadas e repulsa em relação à marca. Como possui forte trabalho de branding, a empresa se manifestou apenas com um comunicado e um VT institucional, apresentando seu processo de produção e convidando o público a ir vê-lo de perto. A lovemark que se manteve durante 13 anos como a mais valiosa do mundo e hoje ocupa a 3ª posição no ranking sofreu abalo temporário na imagem, mas que não deve chegar até o final do ano que vem.


VIDA E OBRA DE ARY SEVERO Aos muitos que não sabem, não é de hoje que Pernambuco é reconhecido com um polo de referência para o cinema brasileiro. Esta história de paixão, poucos recursos e muita “brodagem” teve seu início já na década de 20, com o chamado Ciclo do Recife. Foi na cidade que algumas das primeiras películas de enredo inteiramente nacionais foram filmadas de 1923 a 1931. E é a principal cabeça do movimento, Ary Severo, que agora ganha biografia escrita pelo jornalista Nelson Sampaio. Ary - Um bandeirante do cinema brasileiro, livro lançado pela editora Bagaço, foi fruto de cinco anos de pesquisas sobre este que foi um dos pioneiros da filmografia do país. A pesquisa surgiu como desdobramento de outro trabalho feito por Nelson como trabalho de conclusão da graduação em jornalismo: um documentário sobre Mazyl Jurema, a última diva do Ciclo do Recife. Foi aí que entrou em contato pela primeira vez com o tema e dele não mais quis sair. “Entrei na pós-graduação em estu- Capa do livro do cinematográfico na Unicap e desde então tudo foi me levando para Ary. Soube do Prêmio Ary Severo (incentivo do governo do estado de Pernambuco que fomenta produções cinematográficas locais), comecei a pesquisar na Fundação Joaquim Nabuco, me aproximei de pessoas como Fernando Spencer e Luiz Maranhão. Então cheguei ao telefone da neta dele, Cristiana Torreão”, conta Nelson sobre o processo de pesquisa. Almery e Ary Severo beijando-se

O jornalista viajou até São Paulo para encontrar-se com Cristiana, que prontamente lhe presenteou. “Fui à casa dela, conversamos, ela me voltou com um baú e disse: a vida do meu avô está aqui dentro”, relembra. Fotos, objetos pessoais, matérias de imprensa e documentos inéditos de Ary Severo foram o pontapé definitivo para que Nelson se debruçasse sobre as raridades e desse início ao livro, contando com todo o apoio da família do cineasta. “Minha relação com eles foi maravilhosa, não tive nenhum problema, ficaram muito felizes em colaborar. Facilitaram ao máximo e tiraram todas as minhas dúvidas. Hoje, inclusive, ainda mantenho contato frequente com Cristiana, ficamos amigos”, diz Nelson. Seu trabalho como biógrafo esteve, portanto, longe das polêmicas que não raramente envolvem aqueles que procuram saber mais sobre a vida dos outros. O jornalista também contou com a ajuda de Fernando Spencer, que lhe deu documentos valiosos e ausentes de qualquer biblioteca ou acervo. O principal deles, segundo Nelson, foi uma entrevista de Ary Severo e sua mulher Almery Steves nos anos 70, para o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (Mispe). A preciosidade acabaria por tornar-se a bússola do livro. “Ele conta pormenores fantásticos de sua vida. Então pensei: 'tenho que pesquisar isso aqui para ver se tudo bate'. A medida em que trechos da entrevista vão sendo apresentados, vou legitimando com publicações, fotos, documentos, depoimentos de outros envolvidos. O norte da narrativa é a entrevista”, explica. Ao mergulhar no universo da vida de Ary, Nelson diz ter admirado, acima de tudo, a paixão pelo cinema que o fez se meter a fundar o sonho da “Hollyood brasileira” em tempos muito mais difíceis que os de hoje. “Naquela época ou se era médico, advogado ou engenheiro. Ary foi estudar engenharia na França e no intervalo das aulas, das quais nunca foi fã, conheceu diversos estúdios do país, onde o cinema eferves25

Matheus Torreão |

Pioneiro do cinema brasileiro ganha biografia assinada pelo jornalista Nelson Sampaio


França, 1920: Ary era apenas um jovem estudante da escola de engenharia, aos 17 anos

Da direita para a esquerda: Ary Severo (gorro branco), Almery Steves e Edson Chagas, ao fundo. Fotografia de 1926. Acervo da família Torreão

cia. Chegou a fazer bicos de Foi o maior responsável por contrarregra, e aprendeu projetar o nome de Ary naciomuita coisa”, conta Nelson. nalmente, por ter sido exibido Quando retornou, no Rio de Janeiro. “Chegar até Ary voltou decidido a fundar a capital federal naquela época uma produtora de cinema. Para isso, graças aos conservadoera uma grande coisa, significava muito. Pernambuco tornavarismos da época, adotou o pseudônimo que o fez conhecido – se uma esperança, a grande promessa do cinema brasileiro. seu nome de registro era Luiz de França da Rosa Torreão. Seu Foi, sem dúvida, o maior dos chamados ciclos regionais”, respai, o industrial Benjamin da Cunha Torreão, avesso a princísalta o jornalista. pio à ideia de ter um filho cineasta ao invés de engenheiro, No total, o Ciclo do Recife engendrou 13 filmes, recomendou antes que Ary realizasse a produção de seu prisendo seis deles com a direção assinada por Ary Severo. meiro filme: “vá, mas não me ponha o Mesmo quando não dirigia, no entanto, nome de Torreão nesse negócio!”. sempre se achava fácil a mão do cineasta Assim, ao menos, é como narra nas produções – cujas funções podiam o próprio Ary na antológica entrevista, variar de financiador a assistente de anexa na íntegra ao final do livro. Com o câmera. Nelson, por sua vez, ainda acreconsentimento da família, Luiz de França dita que os filmes dirigidos pelo próprio da Rosa Torreão reuniu então mais dois Ary tinham um traço especial. amigos, Gentil Roiz e Edson Chagas, “Creio que ele foi o único que se para numa mesa de bar fundar a Aurora preocupou em dar uma roupagem regiFilm e em seguida produzir o primeiro onal aos seus filmes. Os demais queriam longa de enredo de Pernambuco, Retrisimplesmente copiar o cinema americabuição (1925). Graças à amizade dos no, os filmes tem mais valor histórico colegas com o português Joaquim Matos que propriamente estético. Era natural, (Nelson brinca que foi precisamente aí o já que a única referência de cinema na nascimento da famosa 'brodagem' no cidade era o americano. Talvez Ary cinema pernambucano), sócio de Sevetivesse uma ideia diferente por ter tido a riano Ribeiro, o filme foi exibido nos vivência na França, ele realmente buscinemas de bairro e foi um verdadeiro cou se diferenciar”, opina. Para Nelson, embora o recoarrasa-quarteirão - o que logo serviu nhecimento da obra de Ary esteja apapara o industrial Benjamin esquecer sua Autor do livro, o jornalista recendo, falta marcar uma data para avessidão inicial ao cinema e começar a Nelson Sampaio impedir seu legado de cair no esquecise empolgar com o sucesso do filho. Mas que a mesa de bar e a 'brodagem' não confundam mento. “O prêmio Ary Severo já foi importante, mas às vezes a seriedade do empreendimento: Ary Severo foi o brasileiro, é como o nome de uma rua, não basta para saber o que a pesnas palavras de Nelson, a liderar o primeiro 'surto de profissisoa de fato fez. Sou a favor de instituirmos uma data para onalismo cinematográfico' do país. “Foi com Ary que, pela comemorar o nascimento do cinema pernambucano, e por primeira vez, uma equipe se dedicou inteiramente a um filme. mim seria 16 de março de 1923”, defende, referindo-se ao dia Para gravar o Aitaré da Praia, seu segundo trabalho, passaram em que se iniciaram as filmagens de Retribuição. Parece justo: um mês inteiro filmando integralmente. Antes só se gravava que Ary, a quem o cinema de Pernambuco tanto deve, por ele nos fins de semana, cinema era um hobby”, conta o biógrafo. seja retribuído. Já seu filme de maior sucesso – e o favorito pessoal de Nelson –, A Filha do Advogado, foi gravado em dois meses. 26


NA WEB WWW.VITRINEPUBLICITARIA.NET O Vitrine Publicitária tem como missão proporcionar aos estudantes e profissionais da área publicitária um espaço para expor seus trabalhos, ampliando sua visibilidade no mercado e auxiliando-os na busca por uma colocação profissional. O site se propõe então a ser uma espécie de vitrine para jovens publicitários, auxiliando as empresas na procura por um profissional e, consequentemente, os estudantes e recémformados na busca por uma oportunidade de estágio e emprego.

WWW.FREELA.COM.BR Criado em agosto de 2005, o Freela é um site dedicado a reunir profissionais freelancers para o mercado e potencializar suas redes de relacionamento profissional. Lá, contratantes poderão encontrar freelancers em seu habitat natural, sem intermediários. De iniciantes a profissionais premiados internacionalmente, entre as mais diversas categorias, como design gráfico, fotografia, jornalismo, arquitetura, web e multimídia.

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UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES

Matheus Torreão |

Tem se tornado comum grandes marcas comemorarem seus aniversários relançando embalagens retrô ou criando modelos vintage: a Pepsi foi a última delas, ao completar 60 anos atuando no Brasil. Confira os exemplos recentes mais interessante.

PEPSI – Para celebrar o aniversário de 60 anos no território brasileiro, a Pepsi relançou suas antigas latas, com rótulos dos anos 50, 70 e 90. As embalagens ainda têm QR Code (do inglês Quick Response, um código de barras bidimensional que pode ser lido pela maioria dos celulares com câmera) que dá acesso a um site especial que conta a história do refrigerante no país. Dentre os ‘causos’ mais interessantes, está o de que o português responsável por lançar a Pepsi no Brasil acabou criando a lenda urbana de que a bebida era genuinamente

SCHWEPPES – Em abril do ano passado, a Schweppes lançou modelos vintage, inspirados em cartazes de campanhas antigas, para recontar parte de seus 230 anos de história através de suas embalagens. A bebida com gás mais velha do mundo, lançada como água tônica em 1783, conta hoje com mais cinco linhas temáticas: ginger ale, citrus, grape fusin, club soda e versões light. As novas embalagens reutilizam tipografias retrô, slogans utilizados pela marca no início do século – como Schweppes: A gentlemen's choice (“Schweppes: A escolha do cavalheiro”) –, pinups para revisitar os anos 50 e luzes neon para lembrar da fase disco dos anos 80. A campa-

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gaúcha – tudo graças à sua estratégia de marketing, que consistiu em pintar fachadas dos bares de Porto Alegre, primeira cidade nacional a receber o produto. “A edição de latas especiais colecionáveis vem para celebrar essa data, tão importante para Pepsi, além de ser uma forma de presentear os fãs, que acompanharam a marca ao longo dos 60 anos no Brasil”, explicou Nora Mirazon, diretora de marketing da Pepsico. A Pepsi foi lançada nos EUA em 1898 e, assim como a Coca-Cola, também foi criada por um farmacêutico. Hoje está presente em 69 países, nos cinco continentes.

nha também contou com um vídeo especial produzido para a tevê, assinado pela Ogilvy & Mather Rio.


o passado, mas sem deixar de olhar para o futuro”, lançando a lata para que o consumidor pudesse guardá-la depois. Outras ações da marca foram publicar um livro contando seus 100 anos de história e convidar os internautas a se divertirem imaginando como será o próximo século na página da Lacta no Facebook. A empresa, que era originalmente brasileira, foi vendida para a americana Kraft Foods em 1996.

LACTA – Para comemorar o centenário completo no ano passado, a Lacta pôs de volta nas prateleiras uma embalagem dos anos 1920 para vestir sua tradicional barra de chocolate ao leite. Os produtos foram vendidos em três unidades, tal qual nos tempos de outrora, dentro de uma lata com visual igualmente retrô. Segundo a gerente de marketing da empresa, Patricia Borges, a campanha teve como objetivo “resgatar

CAMIL – A Camil Alimentos, empresa fundada em Itaqui (RS) em 1963, completou meio século de existência em junho deste ano. Para comemorar, lançou no mercado embalagens especiais de arroz e feijão, produzidas pela Spice Design ilustradas pela We Ilustras, no intuito de fazer voltar à vida o imaginário coletivo dos anos 50 e recriar a atmosfera nostálgica das décadas passadas. A embalagem, além de trazer um selo comemorativo de aniversário e resgatar o primeiro logotipo utilizado pela Camil, procurou trazer de volta cada detalhe das mesas de outrora, como a colher de pau e a toalha xadrez. Para a Spice Design, o layout retrô dos produtos já é um grande trunfo para que a marca

se destaque dentre as companheiras de prateleira, sem que seja necessário abusar dos materiais promocionais.

KELLOG’S – Em agosto passado, nos Estados Unidos, foi a vez da tradicional marca de cereais matinais Kellogg's lançar nova linha de embalagens retrô para celebrar o cinqüentenário do cereal Froot Loops. Além dele, o Frosted Flakes (bom e velho sucrilho com açúcar, carro chefe da franquia) e o Rice Krispies também foram embalados com visual vintage e a versão antiga e original de seus respectivos mascotes. Além disso, velhos bordões dos personagens também foram resgatados, a fim de provocar a nostalgia daqueles que acompanham a marca desde décadas passadas. A edição limitada e exclusiva foi assinada pela designer Emily Dolson, da Anthem, agência americana de publicidade especializada em design de embalagens. 29


ENTREVISTA

PARA ESCREVER SOBRE UM CRONISTA Matheus Torreão |

Há oito anos aposentado da publicidade, Joca Souza Leão lança sua primeira coletânea de crônicas pela Cepe Era algum lugar no tempo em 2006. Joca Souza Leão de Janeiro. Enxergaram algum talento em mim. Agora, certadeixava a Livraria Cultura, no Bairro do Recife, com as sacolas mente não me acharam bom poeta, caso contrário teria sido abarrotadas. Dentro delas, pesavam livros de crônicas de convidado para escrever poesias”, gracejou, com a ironia Paulo Mendes Campos, Antônio Maria, Mário Prata, Carlos habitual. De redator na Denison passou a diretor de criação Heitor Cony, Bandeira, Drummond, Oto Lara Resende, na Abaeté, em seguida na Italobianchi e o resto da história o Rachel de Queiroz, Machado de Assis, e outros tantos que mercado publicitário pernambucano já conhece. Seguindo o abusariam da objetividade jornalística a que este parágrafo bom exemplo de Joca, aposentemos a publicidade por hora e deve obedecer. Após 43 anos dedicados à publicidade e a voltemos à literatura. Após decidir retornar aos braços da escrita, restava a chegada da planejada aposentadoria, nutria apenas uma certeincômoda questão: as pessoas ainda leem crônicas? “Não za: não iria cultivar orquídeas ou colecionar borboletas. sabia, se não liam crônicas por falta de cronistas, ou se por Optou por tornar-se, então, um “escriba de coisas miúdas”, falta de interesse nas crônicas os cronistas se escassearam”, como cunhou o pioneiro nacional do gênero Machado de relata as angústias de seu início no ofício. Se a Assis para referir-se aos cronistas – palavras que Joca considepremissa da extinção dos cronistas pode ra precisas para descrever o que faz hoje. Parte do interesse pela escrita, segundo ele, parecer exagerada ao leitor, vale que veio das companhias de que desfrutava através de Joca lhe contextualize. “Vivi a era de seu pai, o intelectual Caio Souza Leão – figura, por ouro dos cronistas no Recife, nos sinal, muito presente em suas crônicas. Desde anos 30 e 40. Tínhamos seis ou sete pequeno, graças a Caio, Joca recebia em sua casa jornais, todos eles com dois, três, a visita de escritores como Jorge Amado, Carlos cronistas, do calibre de Waldemar Pena Filho, Eneida de Moraes e Rubem Braga de Oliveira, Mario Melo, Hermilo (um dos citados “outros tantos” presentes Borba Filho, Antônio Maria”. A dúvida, entretanto, durou nas sacolas que vieram da livraria). pouco. Quando começou a publicar E foi justamente por causa da periodicamente no Jornal do literatura - a que Joca se Commercio, a convite de Ivadedica depois de aposennildo Sampaio, já na terceira tado dos deadlines publisemana tinha mais de cem ecitários – a contratação mails na caixa de entrada e que o levou a pisar pela quatro processos jurídicos primeira vez em uma nas costas. Todos eles corteagência de propaganda. “Quando tinha sia de uma única crônica: Era 17 anos, um poema meu uma vez uma cidade, na qual foi publicado no Jornal do Joca lamenta pelos muros Commercio. Bernardo da casa do poeta Bandeira Ludemir viu e fui contrae de outros edifícios tomtado para ser redator na bados nos arredores da filial pernambucana da Ponte da Capunga pintaDenison, agência do Rio dos de azul e amarelo, Joca Souza Leão: Desenho em bico de pena por Ricardo Melo 30


“Vivi a era de ouro dos cronistas no Recife, nos anos 30 e 40. Tínhamos seis ou sete jornais, todos eles com dois, três, cronistas, do calibre de Waldemar de Oliveira, Mario Melo, Hermilo Borba Filho, Antônio Maria”. por certa faculdade particular, como se fossem simplesmente outdoors (a briga contra a poluição visual publicitária, vale salientar, Joca já comprara desde os tempos de propagandista). Se os quatro processos da tal faculdade não deram em nada – embora um ainda esteja pendente até hoje graças a célebre morosidade da justiça nacional -, a centena de e-mails de apoio e as mais de 400 pessoas que fizeram publicamente suas as palavras de Joca serviram para espantar a mosca da dúvida da sua sopa de letras miúdas: sim, as pessoas ainda leem crônicas. Daquele instante de 2006 até julho deste ano – precisos oito anos –, Joca lançou, quase como se estivesse agradecendo, cerca de uma crônica para cada uma das manifestações impressas de apoio que desembaçaram suas indagações e o impeliram a seguir escrevendo. Foram perto de 400 crônicas publicadas nos mais diversos veículos, das quais 208 seriam selecionadas para o livro de nome curto e direto lançado pela Cepe em outubro: Crônicas. Para promover a publicação, Joca provou que seus dons propagandistas não enferrujaram nestes oito anos de aposentadoria. “Fiz para mim o que sempre fiz para os outros”, resumiu. Vídeo, spots de rádio e anúncios em jornais e revistas foram criados pela agência de seu filho João de Souza Leão, a Plano B. O book trailer, destaque da campanha, foi uma animação desenvolvida a partir das caricaturas de Ricardo Melo (que também assina o projeto gráfico do livro), com áudio editado pelos velhos conhecidos da Musak e vídeo

produzido pelos jovens da agência Lamparina, de Sergipe. Graças às antigas amizades, Joca veiculou o anúncio na TV Jornal, TVU e Rede Globo – nesta, com direito até ao famoso horário nobre. Também engatou uma promoção exclusiva para leitores da revista Algo Mais, para a qual escreveu por dois anos e meio. Resultado: antes mesmo de existir no plano físico, o livro já tinha 650 exemplares pré-vendidos, e contou com mais de 700 pessoas presentes no evento de lançamento. Ao ser questionado por uma amiga o segredo de planejar e ver bem-sucedida uma campanha empregando tão aparente falta de esforço, Joca retrucou: “Fácil. 43 anos de propaganda bastam”. Embora enfatize que literatura e publicidade são diametralmente diferentes, fica claro que as duas sempre foram grandes amigas ao longo de sua vida. E não dizemos isso apenas em relação aos louros que um bom planejamento de marketing pode trazer: se o escriba Joca retira as coisas da vida, a miudez é herança da publicidade. Tanto que sua história na literatura é ela toda repleta de coisas pequenas, das poesias da adolescência às histórias curtas de Pano Rápido, seu primeiro livro; das crônicas de hoje à coletânea de mini-contos que pretende lançar ano que vem. “Tenho essa influência da publicidade, da linguagem substantiva, direta, breve”, reconhece. Considera, inclusive, a escrita enxuta e árida de Graciliano Ramos – aquele que não usava exclamações, pois nada o espantava, nem se valia de reticências, pois não deixava nada por dizer – um exemplo 31


excelente para a dependência adjetiva dos publicitários desses tempos. Cita ainda Cervantes, o pai do romance moderno, para legitimar-se: “elogio de boca própria é vitupério”, defende, criticando a histeria genérica dos varejistas e seus descontos. Posto contra a parede, por sinal, Joca ainda é capaz de orgulhar-se de suas campanhas de outrora quase como se fizessem parte de sua obra definitiva. “Me orgulho de ter sido um bom profissional. Talvez o único de todo o Nor-

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te/Nordeste a ganhar três Profissionais do Ano da Rede Globo, Clio Award, Iberoamericano, Top de Marca nacional”, relembra. Dentre os cases favoritos, destaca a ação Onde tem Banorte, tem, com repente de Manezinho Araújo e cordas do Quinteto Violado – cuja letra canta sem titubear em um só verso até hoje; a campanha Viva o Recife, que teve a canção tema arranjada por César Camargo Mariano; o slogan Quer moleza? Vai no Balaio, que ganhou paródia até em para-choque de caminhão. Ainda acrescenta: “naquela época, os layouts eram verdadeiras obras de arte”. Na literatura, no entanto, Joca atualmente comemora a liberdade de todos os rabos que pudesse ter presos na época em que criava somente em cima de pautas publicitárias. “Hoje escrevo com o diabo no couro, posso mandar quem eu quiser à merda”, contenta-se bem-humorado. E estes podem ser desde Obama e seus espiões até qualquer ser – vivo ou não – que se atreva a atacar a paisagem recifense: o gelo baiano que enfeia a avenida, a grande empreiteira que desejava pôr abaixo os hectares arborizados da Tamarineira para construir mais um desnecessário shopping center, a já citada universidade invadindo os muros do poeta Bandeira com sua tinta amarela e azul. É defendendo a cidade do Recife, seja dos desmandos governamentais e privados, seja da falta de lirismo cotidiano nas páginas dos jornais, que Joca segue. Da mesma maneira que buscou protegê-la dos maus publicitários quando era do ramo, agora tenta livrá-la dos maus escritores tornando-se ele mesmo um. Tanto que fez questão de tornar pública a receita de como fazê-lo na sua Para escrever uma crônica, provavelmente fruto da tanta sabedoria que pesava nas suas sacolas naquele lugar no tempo em 2006. Segundo Joca, a crônica pode ser tudo. O comentário despretensioso sobre o clima – “Que desenfreado calor!” – como sugere Machado de Assis; a borboleta que Rubem Braga seguiu pelas ruas do Rio de Janeiro; o gato de estimação. Quanto ao gato, no entanto, alerta: “Discorde dessa história de que gato é mau-caráter, não gosta do dono, gosta da casa. Diga que gato – e não cachorro – é o melhor amigo do homem. Alguém vai escrever dizendo que você não entende nada de gato e muito menos de cachorro. Pronto. Ganhou assunto pra outra crônica.”, simplifica. Afinal de contas, como provou a fatídica crônica que fez Joca dar-se conta de que neste mundo ainda existem leitores: “Polêmica também é bom”.


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Ana Caúla | anavcaula@gmail.com

NAVEGAR EM RUMO CERTO Navegando nos mares nordestinos, indo em rumo certo Amigo, familia, marinheiros Prosear assuntos do vento, cuidado com o mar aberto Quem quer isso? Aventureiros verdadeiros Lutar para que tudo saia a contento Velas, barco, equipamento Algo dar errado não é o intento Vencer ou perder vais dar no mesmo contentamento Sol, ondas imprevistos Isso realmente importa? Vai, segue teus instintos A felicidade será sempre tua rota

CAMPANHA DE VALORIZAÇÃO DAS AGÊNCIAS Você vai ao oftalmologista quando sente dor de dente? Contrata um engenheiro quando quer emagrecer ou um mecânico quando o seu computador trava? Na propaganda, não é diferente. Uma boa propaganda requer profissionais qualificados. Esse é o mote da campanha publicitária de valorização das agências associadas ao Sinapro-Bahia, lançada em comemoração aos 25 anos da entidade. Concebida pelo publicitário Edinho Filho, sóciodiretor da E10 Comunicação Total, a campanha utiliza uma linha bem-humorada e com muitos elementos visuais para fixar bem a mensagem. “O anunciante precisa entender e valorizar o papel estratégico de uma agência no seu negócio. Cansamos de ver marcas sendo, literalmente, 'assassinadas' por pseudo profissionais ou até por falsas agências. Os melho-

res profissionais trabalham nas agências de propaganda filiadas ao Sinapro. Isso é um fato e uma informação importantíssima que precisa ser sempre renovada no mercado”, afirma Edinho. A estratégia de mídia da campanha está definida e utilizará os meios TV, rádio, mídia exterior, mídias impressas e digitais. O ator e publicitário Bertrand Duarte é o garotopropaganda da campanha. As peças serão veiculadas, simultaneamente, nos principais veículos da Bahia. A campanha foi apresentada, em primeira mão, durante reunião de representantes da Diretoria do Sinapro-Bahia com os principais veículos de comunicação do estado, no último dia (20). Na oportunidade, foram discutidas as perspectivas e os desafios do mercado publicitário baiano para 2014.

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EU RECOMENDO

Pegando a onda do aplicativo Lulu e Tubby, perguntamos aos comunicadores que livro levariam para a cama em 2014. Confiram as indicações:

SONHO GRANDE, de Cristiane Correa, Editora Sextante, 264 Páginas. Por Maurício Xavier, da M Xavier & Associados (PE). Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira ergueram, em pouco mais de quatro décadas, o maior império da história do capitalismo brasileiro e ganharam projeção sem precedentes no cenário mundial. Nos últimos cinco anos eles compraram nada menos que três marcas americanas conhecidas globalmente: Budweiser, Burger King e Heinz. Tudo isso na mais absoluta discrição, esforçando-se para ficar longe dos holofotes. A fórmula de gestão que desenvolveram, seguida com fervor por seus funcionários, se baseia em meritocracia, simplicidade e busca incessante por redução de custos. Uma cultura tão eficiente quanto implacável, em que não há espaço para o desempenho medíocre. Sonho grande é o relato detalhado dos bastidores da trajetória desses empresários desde a fundação do banco Garantia, nos anos 70, até os dias de hoje.

emoções e da nossa inteligência e a conquista de nossa plenitude”.

A SOCIEDADE INDIVIDUALIZADA, de Zygmunt Bauman, Editora Zahar, 322 Páginas. Por Dennis Giacometti, da Giacometti Comunicação. Nada mais adequado do que começar o ano com projetos de repensarmos os passos da sociedade contemporânea e nossa real contribuição a ela. Recomendo a leitura de 'A sociedade individualizada', do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos intelectuais mais respeitados e produtivos da atualidade, hoje no auge de seus 88 anos. Essa obra merece destaque dentre as mais de 50 escritas por Bauman. Isso porque esse livro, escrito em 2001, nos alerta sobre os enormes riscos de um processo de extrema individualização pelo qual o mundo está passando nesse novo século. A leitura me permitiu refletir ainda mais sobre sermos todos, em maciça maioria, guerreiros em causa própria, ativistas de pequenas causas. Por consequência, tendemos a nos tornar escravos do hiperconsumismo, indivíduos infelizes pela angústia de não exercitarmos e exercermos o prazer e a generosidade do coletivo, da interação com o outro – que, aliás, é o caminho capaz de satisfazer nossa essência e promover a excelência de nossas

TEMPO NUBLADO NO CÉU DA BOCA, de Cleyton Cabral, Editora Cepe. Por Raimundo de Moraes, escritor, jornalista e publicitário. Cleyton Cabral é um homem que forma plateias. Aos doze anos começou a atuar na área de teatro, uma escolha que prossegue até hoje, paralela ao seu envolvimento com a publicidade. A literatura não fica espremida entre esses dois caminhos. Ao contrário. Alguns dos seus contos já foram levados aos palcos e encenados nos teatros recifenses. Blogueiro atuante e habituée das redes sociais, Cleyton formou um público que admira muito o seu trabalho como escritor. Agora os megabytes literários tomaram a forma de livro impresso e em breve será lançado o seu tempo nublado no céu da boca, reunindo alguns textos que foram lidos e compartilhados na internet e outros tantos inéditos. O livro está sendo lançado com coordenação editorial das Edições Interpoética. São 39 narrativas breves, num recorte urbano conciso, temas variados e muitas vezes com um clima – se assim se pode descrever – variando entre angústias nubladas e grandes paixões de sol e luz.

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JOGOS VORAZES, de Suzanne Collins, Editora Rocco, 400 Páginas. Por Taciana Antunes, da Mart Pet Comunicação (PE). Acabei de ler a trilogia (depois deste tem Em Chamas e A Esperança). A história é narrada em primeira pessoal pela personagem principal, uma garota de 16 anos que acaba participando de um reality show macabro promovido pela ditadura que governa uma Terra futurista e nem um pouco atrativa para a maioria dos humanos. O desenrolar da trama nos leva a uma situação de rebelião em todos os distritos que compõem esse mundo pós apocalíptico criado por Suzanne Collins. A história nos traz momentos de muita tensão, sacrifícios e rendição entre personagens bem construídos com personalidades definidas e cativantes. É fácil se apaixonar pela narrativa e não querer largar os livros até o seu final. Foi o que fiz, lendo um atrás do outro, literalmente.




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