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Algarve quer reduzir abandono precoce da educação de 20% para 5% até 2030

Opresidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário, disse esta quarta-feira querer “mobilizar todas as vontades” para reduzir a taxa de abandono precoce da educação na região dos atuais 20% para 5%, até 2030.

“É um enorme desafio, mas é um desafio para o qual temos de mobilizar todas as vontades”, disse o responsável, à margem da reunião técnica de trabalho “Algarve: Desafios da Educação no Horizonte 2030”, que teve lugar em Albufeira e juntou dirigentes políticos locais e técnicos ligados à educação.

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Durante o encontro, foi apresentado um retrato e diagnóstico dos principais indicadores dos resultados escolares no Algarve, região que apresenta níveis elevados e superiores à média nacional de abandono precoce da educação e formação e inferiores ao nível de escolarização com ensino superior.

Segundo números apresentados na reunião, o Algarve tem uma taxa de abandono precoce de educação e formação de mais de 20%, enquanto a média nacional está nos 5,9%.

A taxa representa a percentagem de pessoas, entre os 18 e os 24 anos, que deixou de estudar sem completar o ensino secundário.

“Nós queremos reduzir para menos de 5% a taxa de abandono precoce da educação e também reforçar a oferta em termos de cursos de técnicos de ensino superiores”, resumiu o presidente da CCDR do Algarve aos jornalistas.

Indicadores mostram uma recuperação nos últimos três anos

O diretor-geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Nuno Rodrigues, também presente na reunião, disse que todos os indicadores mostram uma recuperação nos últimos três anos.

“Há uma melhoria progressiva dos indicadores de sucesso.

A região está a recuperar, mas precisa ainda que algum trabalho seja feito”, declarou.

José Apolinário recordou que “o financiamento da política de coesão [ajudas das regiões mais ricas às mais pobres] é sempre medido em função dos indicadores e dos objetivos atingidos” e que “todos os anos, daqui até 2029” o país e a região algarvia vão ser avaliados sobre como é que os fundos dessa política contribuem para a redução do insucesso escolar.

A região sul de Portugal tem, em termos globais, 780 milhões de euros de apoios comunitários previstos até 2030, que na área do Fundo Social Europeu serão cerca de 78 milhões para diferentes medidas, que incluem os programas do insucesso escolar e de formação do ensino superior.

Segundo o presidente da CCDR do Algarve, o objetivo da região também é aumentar o número de alunos do ensino superior da atual taxa de 24,5% para 40% no final daquele período.

A taxa de escolaridade do ensino superior da população residente em Portugal, entre os 30 e os 34 anos, atingiu 44,5% no segundo trimestre de 2022, de acordo com números oficiais.

Novo maestro da Orquestra Clássica do Sul quer um espírito "todo o terreno"

O novo maestro titular da Orquestra Clássica do Sul (OCS), Martim Sousa Tavares, disse querer que a formação tenha um espírito “todo o terreno” para alcançar todas as camadas da população e não apenas um nicho. “Aquilo a que eu estou habituado e aquilo em que eu me revejo são as orquestras tidas como bens para usufruto de uma população em sentido lato, não apenas um nicho de uma sociedade, não apenas uma zona de uma cidade, mas uma população, e para isso é preciso que as orquestras tenham este espírito 'quatro por quatro', um bocadinho mais todo o terreno”, defendeu.

O novo maestro da OCS, que sucede a Rui Pinheiro, falava durante uma conferência de imprensa da Associação Musical do Algarve e do Teatro das Figuras, no Museu Municipal de Faro, que antecedeu o seu primeiro concerto à frente da orquestra, no dia 05 de fevereiro.

Na ocasião, Martim Sousa Tavares revelou querer conquistar novos públicos e que a orquestra se assuma “enquanto marca daquilo que é a identidade cultural do Algarve”, o que passa por levar a formação a tocar em territórios com menor densidade populacional, espaços menos convencionais e com novos repertórios.

“A orquestra também tem que se conseguir relacionar com o mundo à sua volta, e isto quer dizer que fazemos música clássica, é certo, mas não em sentido anacrónico. Não pensem que vamos ser previsíveis, ou que isto vai ser sempre o Mozart e o Beethoven”, referiu.