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ENTREVISTA

LUÍS GRAÇA, LÍDER DOS SOCIALISTAS ALGARVIOS: A BAZUCA EUROPEIA Algarve tem uma oportunidade que não podemos desperdiçar

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Texto RAMIRO SANTOS

Manter a maioria das câmaras no Algarve e a presidência da AMAL são os grandes objetivos eleitorais do PS. O líder dos socialistas, Luís Graça, aponta para o futuro e avança com projetos que têm sido adiados durante anos consecutivos: o Hospital Central, a ponte de Alcoutim e a eletrificação da linha do Algarve, são alguns exemplos. E considera urgente a diversificação da base produtiva, reduzindo a dependência da monocultura do turismo

P Quais são as expectativas do PS para as próximas eleições autárquicas, sabendo que em 2017 conquistou dez das 16 câmaras existentes no Algarve? R O nosso objectivo é manter a liderança da Associação de Municípios do Algarve onde, primeiro com o presidente Jorge Botelho e agora com o presidente António Pina, temos procurado desenvolver pensamento, políticas e projectos de âmbito regional, de que são exemplo a Autoridade Intermunicipal de Transportes, que permitiu em parceria com o Governo reduzir em 50% o custo dos transportes públicos, rodoviário e ferroviário ou mais recentemente o desenvolvimento com a Universidade do Algarve e a CCDR de um plano estratégico de investimentos para a região tendo em conta o novo quadro financeiro da União Europeia, o Plano de Resiliência e Recuperação e os 300 milhões de euros extraordinários e supletivos que o Primeiro-ministro, António Costa assegurou junto da Comissão Europeia para a diversificação da base económica do Algarve.

P Manter o número de dez municípios pode ser considerado um bom resultado ou esperam aumentar o número de conquistas? R Enquanto algarvio, considero fundamental para a consolidação do processo de descentralização, que desejamos culmine na criação das regiões administrativas, que o PS continue a ser no Algarve a força política com mais câmaras, assembleias municipais e freguesias.

P A Câmara de Lagoa, em resultado da candidatura do ex-presidente socialista, Francisco Martins, pode ser um caso problemático? Onde pensam poder compensar? Monchique, por exemplo? R A nossa expectativa, com toda a humildade, é vencer as eleições. O presidente Luís Encarnação que ficou a dirigir a autarquia, no meio de uma pandemia, quando o ex-presidente da câmara decidiu abandonar Lagoa aceitando um lugar de nomeação política em Lisboa, tem sido um exemplo pelo rigor e competência que implementou na gestão da autarquia. Em relação a Monchique não escondo que esperamos ter a oportunidade de voltar a gerir a câmara municipal até porque o concelho divergiu das prioridades regionais desaproveitando fundos comunitários disponíveis, por exemplo, nas escolas e educação. Monchique precisa de mais trabalho e menos Facebook e o Paulo Alves e a sua equipa têm as pessoas, e não as redes sociais, como prioridade.

P Albufeira é uma câmara de onde o PS está afastado há cerca de 20 anos. É desta vez? R A gestão do PSD tem ao longo destes vinte anos perdido fulgor. A Câmara

OPERAÇÃO TRIÂNGULO:

À justiça o que é da justiça e à política o que é da política

P Como comenta o caso de suspeita de corrupção na Câmara de Vila Real de Santo António em ano de eleições para o poder local?

R Lamento que nos últimos anos Vila Real de Santo António só seja notícia por más razões. O Partido Socialista votou contra a venda do tereno. Votámos contra na Câmara e na Assembleia Municipal. Aliás, toda a oposição votou contra. A venda do terreno foi exclusivamente viabilizada pelo PSD que utilizou inclusive o voto de qualidade do presidente da Assembleia Municipal. Mas à justiça o que é da justiça e à política o que é da política.

de Albufeira, que tem um dos maiores orçamentos do país, arrasta-se, os problemas acumulam-se. O tempo não perdoa e o PSD, o formal e o informal estão cansados. Veja-se que mesmo do ponto de vista turístico não têm capacidade para ser novidade, para liderar e do ponto de vista social não apresentam soluções. Como é que se explica que uma das câmaras mais ricas de Portugal não construa habitação para as famílias trabalhadoras? Albufeira precisa de um novo impulso, de uma nova energia e de novos protagonistas.

Até 2027 o Algarve vai gerir diretamente mais de 700 milhões de euros, o dobro do que tem atualmente

P E Tavira? O PS vai resistir ao ataque de Macário Correia e do PSD? R A sua pergunta é bastante curiosa porque Macário Correia não é candidato à Câmara Municipal de Tavira. O Partido Socialista tem em Tavira uma ligação muito forte e próxima dos tavirenses. A presidente Ana Paula Martins foi o esteio do rigor, da eficiência e da transparência das contas da câmara ao longo dos 10 anos do presidente Jorge Botelho. Nestes últimos dois anos, em que assumiu a liderança da câmara já mostrou a força das suas convicções, quando obrigou o Governo a comprometer-se com um projeto de salvaguarda da antiga estação agrária, com a Estratégia Municipal de Habitação ou quando persistiu na execução da nova ponte do Gilão, obra assinada pelo eng. Appleton, um dos maiores especialistas deste tipo de estruturas em Portugal e na Europa e que o PSD fez tudo para impedir que fosse concluída. Sublinho, Tavira com a presidente Ana Paula Martins foi considerado um dos 10 municípios mais bem geridos em Portugal.

P Na capital de distrito, o PSD vem dominando a câmara há 16 anos seguidos. O que é que tem faltado ao PS para estar há tantos anos afastado da praça mais importante do Algarve? R O PS tem tido sempre a ambição de vencer Faro. E volta agora a ter essa ambição, direi até, reforçada. Desde logo porque sinto uma absoluta união em torno dos nossos candidatos e existe hoje em Faro um desejo de mudança. Reconheço que as nossas dificuldades eleitorais começavam muitas vezes dentro da própria estrutura do PS local, demasiado fragmentada por lutas internas e vaidades pessoais. Eu defendi junto da direção nacional do PS a escolha do João Marques para ser o candidato à Câmara de Faro e quando ele, num segundo momento, disse que a sua candidatura à câmara dependia de o Luís Coelho ser o seu candidato à assembleia municipal fui o primeiro, apesar de ser o atual presidente da assembleia e por isso o candidato natural, a dizer que abdicava de ser candidato nas próximas eleições autárquicas em nome da unidade do PS. A federação e a direcção nacional do PS criaram todas as condições para a vitória eleitoral em Faro.

P Há alguma particularidade que distinga uma gestão socialista de uma gestão do PSD? Há uma marca ideológica na gestão do poder local?

A ponte de Alcoutim e a variante a Olhão podem começar, a eletrificação da linha do Algarve com início ainda este ano (...) e temos uma resposta com financiamento garantido para o problema da água

Algarve tem uma oportunidade que não podemos desperdiçar

R Quando olhamos para o desafio que o Governo lançou aos municípios para a construção de uma rede de habitação pública acessível aos jovens e às famílias que dependem do rendimento do trabalho verificamos que as autarquias socialistas foram as mais dinâmicas a apresentar as suas estratégias locais. O trabalho de proximidade com as juntas de freguesia e as instituições de solidariedade social na criação de redes de proteção dos mais fracos e desprotegidos, o combate às alterações climáticas e a valorização do património e da criação artística e cultural mostram que não somos todos iguais.

P O Partido Socialista, sendo a força política dominante no Algarve desde o 25 de Abril, tem responsabilidades acrescidas nos problemas com que a região se confronta. Que leitura faz da presente situação de crise derivada da pandemia? R A pandemia não atinge apenas Portugal, mas todo o mundo. A forma como respondemos em conjunto, governo e autarquias, às dificuldades da pandemia, quer ao nível do apoio à economia, como em programas sociais não tem paralelo com qualquer outro momento da nossa história e olhe que apesar de tudo o desemprego no Algarve durante o Governo do PSD e de Passos Coelho foi maior do que aquele que temos hoje. Temos de avançar com a vacinação, única forma de atingirmos a desejada imunidade de grupo e até lá temos de apoiar os trabalhadores, defender os postos de trabalho e ajudar as empresas a manterem a sua capacidade produtiva.

P Que Algarve vai emergir nos pós-pandemia? R Esta crise sendo global não atinge todos da mesma forma, tendo atingindo o coração da atividade turística. No Algarve, o turismo não é um setor económico é, infelizmente, toda a economia. A primeira prioridade é combater a pandemia e defender a economia. O layoff, as moratórias, o reforço dos apoios que o Governo tem disponibilizado têm sido fundamentais para manter a capacidade produtiva das empresas, os postos de trabalho e a coesão social. É preciso acelerar a vacinação. As pessoas querem sair de casa, estão cansadas de estar confinadas, mas para viajarem de novo têm de ter confiança e essa depende da vacinação. O Governo deu-nos uma oportunidade que não podemos desperdiçar. O Algarve vai ter um programa extraordinário e supletivo de mais 300 milhões de euros de fundos comunitários que temos de aplicar corretamente para deixarmos de ser uma monocultura turística.

P A ideia que corre com frequência é que o Algarve não tem um plano de desenvolvimento estratégico, alternativo à sua dependência da monocultura do turismo e capaz de combater as assimetrias entre o litoral e o interior. Qual é a ideia do PS para o Algarve do futuro? R Nós não podemos escamotear o facto de a regionalização ter sido reprovada em referendo. Isso reforçou o papel dos municípios, mas simultaneamente provocou uma erosão do planeamento supramunicipal. Eu destaco o esforço da AMAL e o papel que a nova CCDR, agora eleita, têm tido para convergir juntamente com a Universidade do Algarve na elaboração de projetos regionais e no aprofundamento da descentralização. Estamos a preparar os estudos para a ligação de comboio ligeiro ao Aeroporto Internacional do Algarve e noutro âmbito, o prolongamento do Corredor Ferroviário do Mediterrêneo até Portugal, permitindo a ligação transeuropeia do Algarve. Mas importa destacar investimentos que estão previstos no âmbito da inovação e da investigação nas áreas do mar, onde já temos grande trabalho feito, mas também de outros centros de conhecimento e de grande especialização que podem contribuir para a diversificação da economia regional.

P Os investimentos do Estado para o Algarve chegam sempre com grandes atrasos. Pergunto-lhe, por exemplo, como estamos quanto ao tão prometido Hospital Central e ao plano hídrico para prevenir situações de seca prolongada? R O Plano de Eficiência Hídrica para o Algarve está inscrito no PRR. Vamos ter, pelo menos, 200 milhões de euros para diversificar a origem das nossas fontes de água, incluindo a ligação ao Pomarão / Alqueva e a dessalinização, mas também vamos investir na eficiência dos sistemas, em baixa e em alta, e no reaproveitamento das águas recicladas para rega de campos de golfe. Mais à frente, veremos ainda se existe viabilidade, ambiental e financeira, para o aproveitamento hídrico da ribeira da Foupana para reforçar a alimentação da barragem de Odeleite. Em relação ao novo Hospital Central a minha convicção é que podemos esperar para breve uma decisão definitiva. Estão a decorrer avaliações jurídicas e económicas muito complexas que por envolverem também empresas privadas requerem alguma reserva. O que posso assegurar é que, como afirmámos na campanha eleitoral de 2019, o Hospital Central será validado nesta legislatura. R Confesso que não sou adepto da au- de eletrificação da linha de caminho de toflagelação e daquilo que é a minha ferro do Algarve vão começar ainda esexperiência de vida quando as lideran- te ano e temos em curso a aldeia digital ças fazem muito ruido é porque não são e o Tec Hub, polos tecnológicos para ouvidas e querem disfarçar. Nós termi- ajudar a criar e fixar empresas da área námos a anterior legislatura com o fim da inovação no Algarve. A universidade da exploração do petróleo no Algarve vai avançar com uma nova residência e começámos esta com a nomeação de para estudantes, a Polícia Judiciária três secretários de Estado e do ponto de tem em obra a nova sede em Faro, em vista estritamente político o próximo Sagres vai começar a última fase de presidente do Congresso Nacional do musealização da fortaleza, a ponte Al-

PS é pela primeira vez um algarvio. Até coutim – Sanlúcar tem financiamento 2027 o Algarve vai gerir diretamente garantido e pode avançar, bem como mais de 700 milhões de euros, o dobro a variante de Olhão e a ligação de São do que tem atualmente. Temos uma Brás de Alportel à EN2 e à Via do Infanresposta com financiamento garantido te. Falta-nos muita coisa? Sim, mas nós para o problema da água no Algarve, a mal saímos de uma crise económica en-

Serra de Monchique, de Silves e a Serra trámos numa crise de saúde pública e do Caldeirão, vão ter financiamento isso condiciona a vontade de fazer mais no PRR para o seu reflorestamento e depressa. Por exemplo, a conclusão da para aumentar a resiliência aos fogos requalificação da EN 125 é algo que nos florestais. Depois do reconhecimento incomoda, razão por que recentemenda Faculdade de Medicina do Algarve te propusemos ao Governo a criação e do aumento do número de alunos de uma empresa pública para gerir a vamos avançar com a reorganização mobilidade rodoviária no Algarve em dos cuidados de saúde hospitalares da parceria com os municípios, como já região, incluindo o novo Hospital Cen- se faz para o abastecimento de água e tral Universitário do Algarve. As obras a gestão dos lixos. PUB. MÁRIO SOARES PRÉMIO CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO

P Ao longo dos anos, parece que o Algarve tem sido mais uma soma das apostas e investimentos locais das autarquias, em que o Estado, com algumas exceções, tem sido o grande ausente. O que falta ao Algarve para bater o pé em Lisboa? Protagonistas políticos ou peso eleitoral?

A Delegação Socialista Portuguesa no Parlamento Europeu Grupo S&D anuncia o Prémio Mário Soares, dirigido a estudantes do 3º ciclo do Ensino Básico, para distinguir trabalhos que valorizem a Cidadania Europeia.

Prémio: Visita ao Parlamento Europeu

Candidaturas até 31 de maio de 2021

EDGAR AMORIM, coordenador da unidade do cancro colorretal do CHUA Centro do Cancro do Reto do CHUA é referência nacional oncológica

Texto JÉSSICA SOUSA | HENRIQUE DIAS FREIRE

Edgar Amorim é especialista em cirurgia geral e é coordenador da unidade de referência do cancro colorretal do CHUA. Segundo o próprio, “os algarvios devem orgulhar-se em ter na sua estrutura de cuidados de saúde uma unidade que é reconhecida a nível nacional”.

P Quem é que deve e onde é possível realizar o rastreio ao cancro colorretal? R O rastreio do cancro do cólon e do reto nos indivíduos sem qualquer sintomatologia, deve ser realizado entre os 50 e os 75 anos. O método preconizado consiste na pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso seja positivo é orientado posteriormente para a realização de uma colonoscopia. O rastreio regular pode prevenir a doença oncológica, uma vez que o cancro do colon e do reto têm um crescimento lento desde o aparecimento da lesão precursora até à sua transformação em cancro. Os cuidados de saúde primários têm um papel essencial nesta fase. Os médicos de família pela proximidade que têm, são geralmente os grandes promotores dos rastreios. Importa realçar que a redução da mortalidade e o aumento da sobrevivência está diretamente relacionada com a fase da doença (estadio) em que esta se apresenta. Deste modo, quanto mais precoce o diagnóstico maior a probabilidade de ultrapassarem com sucesso esta fase da vida.

P Em contexto pandémico, constam alterações nos serviços prestados pelo Centro de Referência do Cancro do Reto? R De momento, a atividade do CR-CHUA está a ser realizada sem constrangimentos, uma vez que estão reunidas as condições de segurança necessárias para os profissionais e para os utentes. Naturalmente numa fase inicial, em que existia um profundo desconhecimento acerca da doença, e em que os serviços de saúde não estavam preparados para lidar com este tipo de situação, tivemos que ajustar a nossa atividade. O grande problema com o qual ainda estamos a lidar, prende-se com o atraso no diagnóstico e a chegada à consulta de cancros em fases mais avançadas. Como justificações possíveis temos por um lado a diminuição da procura dos cuidados médicos que se tem constatado desde o início da pandemia, e por outro a dificuldade que existiu numa fase inicial, no acesso por parte da população, aos meios de diagnóstico realizado no contexto extra-hospitalar.

O que é o cancro colorretal?

R O cólon (intestino grosso) e o reto localizam-se no final do tubo digestivo que transporta e processa os alimentos ingeridos e a produção descontrolada das células do revestimento interno do intestino grosso é a causa para o desenvolvimento do cancro colorretal. Numa fase inicial, esta alteração origina tumores benignos que quando não são tratados a tempo, podem transformar-se em tumores malignos. Em 85% dos casos conhecidos não existe nenhuma relação genética associada, mas a ingestão de carnes vermelhas e de gordura de origem animal, assim como o sedentarismo e o consumo de álcool e tabaco são associados ao aparecimento da doença. A sintomatologia do cancro colorretal não é exclusiva, mas qualquer sinal de alarme é crucial. A existência de alteração do trânsito intestinal e das suas caraterísticas, a existência de sangue nas fezes, anemia e emagrecimento sem motivo aparente são sinónimos de alerta. Em Portugal e de acordo com o plano nacional de prevenção e controlo das doenças oncológicas, o rastreio deste cancro é aconselhado a todos os indivíduos que estejam entre os 50 e 75 anos. O resultado desta avaliação é fundamental para ajudar a prevenir a doença, tendo em conta que o cancro do colon e do reto desenvolve-se progressivamente até ser maligno. Quanto mais rápido for o diagnóstico maior será a probabilidade de cura. De acordo com a página oficial da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva, em Portugal, o cancro colorretal é “o segundo mais frequente nas mulheres depois do cancro da mama e o segundo mais frequente nos homens depois do cancro da próstata, ocupando o primeiro lugar em termos de mortalidade”.

Quanto mais precoce o diagnóstico maior a probabilidade de ultrapassarem com sucesso esta fase da vida

P Quanto ao tratamento e apesar de ser orientado para cada indivíduo, no tratamento predomina com maior força a cirurgia ou a quimioterapia e radioterapia? R Apesar de ao nível do cancro do reto existirem várias opções de tratamento que podemos oferecer aos nossos doentes, quer seja com intuito curativo ou paliativo, a cirurgia continua a ter um papel preponderante. Contudo, a cirurgia deve ser encarada como umas das diferentes opções que temos para oferecer aos nossos doentes. Por exemplo, a colonoscopia para além de um papel de diagnóstico pode ser curativa. É esse o objetivo dos rastreios, identificar e se possível tratar lesões precursoras ou numa fase inicial. A própria quimioterapia associada à radioterapia pode reduzir o tamanho do tumor e em alguns casos conseguir uma resposta completa com desaparecimento do tumor. Nestas situações e em casos selecionados pode evitar mesmo a intervenção cirúrgica. As diferentes opções que temos ao nosso dispor devem ser discutidas em equipa, tendo em conta o caso em concreto que estamos a discutir. Na minha opinião, o maior avanço que existiu no tratamento da doença oncológica foi a perceção da importância dos procedimentos serem realizados por equipas com experiência e após uma abordagem multidisciplinar. hospitais ou centros de saúde? R Sim. Todos os doentes referenciados, com cancro do reto, são discutidos semanalmente pela equipa nuclear numa reunião multidisciplinar de grupo distribuídos pelas 2 unidades (Portimão e Faro) que funcionam em cooperação e em rede. Este tipo de opções permite garantir que os nossos doentes tenham uma opção terapêutica validada de acordo com as melhores práticas e em tempo útil. De acordo com os últimos dados oficiais e publicados, tivemos um tempo de resposta de aproximadamente 9 dias, o que coloca o nosso centro bastante abaixo dos tempos definidos por lei e demonstra a capacidade que o Centro de Referência tem de responder a estas solicitações. A título de exemplo, assumimos o compromisso interno de que para a patologia oncológica do colon e reto não exista limite máximo de primeiras consultas, sendo o seu volume ajustado semanalmente às solicitações existente. Estamos a falar de cerca de 100 novos casos por ano só a nível do reto, número este que aumenta para mais do dobro se incluirmos igualmente os cancros do cólon.

P Ao curar o cancro, que recomendações são feitas aos pacientes? R É sempre complicado afirmarmos que podemos curar este tipo de cancros, uma vez que existe sempre o risco do cancro voltar. O que sabemos é que ao fim de 5 anos sem doença, o risco de recidiva passa a ser semelhante ao da população geral. Assim, deixa de haver motivo para realizar o seu seguimento nas unidades hospitalares e pode passar a ser seguidos pelos seus médicos de família. Até aos 5 anos e em especial nos primeiros 2 anos, período em que existe maior risco de recidiva, os doentes devem ser submetidos a monitorização mais apertada de modo a conseguirmos detetar a existência do reaparecimento do cancro antes mesmo de ele dar sinais.

P Os pacientes com este cancro e acompanhados pelo CHUA são maioritariamente algarvios ou de todo o país? R Salvo raras exceções, os doentes que seguimos são da região do Algarve. A proximidade ao local da prestação dos cuidados de saúde é um fator importante, uma vez que estes tipos de tratamentos vão prolongar-se ao longo de vários meses, em especial quando necessitam de tratamento de quimioterapia ou radioterapia. Este é um ponto muito importante.

FOTOS D.R.

Ainda pode estar a tempo

Ocancro colorretal, mais conhecido por cancro do cólon e reto, é uma realidade presente na vida de muitos portugueses. Das 30.118 mortes por cancro em Portugal, no ano de 2020, 4.320 foram devido ao cancro colorretal, que é posicionado como a segunda maior causa de morte por cancro. O Centro de Referência do Cancro do Reto (CR) do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) é reconhecido a nível nacional pelo Ministério da Saúde pelo tratamento desta doença oncológica. Como o próprio nome indica, esta unidade foi submetida a um processo de acreditação externo e rigoroso, até poder ser afirmado como referência. É composta por uma equipa de médicos, enfermeiros, nutricionista, terapeutas, gestores e especialistas em radiologia e radio oncologia, gastrenterologia, oncologia médica, anatomia patológica e cirurgia geral. O CHUA notificou que a taxa de mortalidade relativa a esta doença tem vindo a diminuir com o passar dos anos. No Algarve e comparando os dados oficiais de 2015 e 2018 é possível verificar uma descida do número de óbitos. Até meados dos anos 80 a taxa de sobrevivência cinco anos após o diagnóstico era de 42% enquanto que atualmente se encontra nos 70 a 80%.

Algarve está a sofrer impacto "absolutamente desproporcional"

O Algarve é a região do país onde a pandemia está a ter um “impacto absolutamente desproporcional” e apresenta o maior aumento homólogo do desemprego, seguida, muito à distância, da Área Metropolitana de Lisboa, segundo o Observatório das Desigualdades

Um relatório agora divulgado, assinado por Inês Tavares, Ana Filipa Cândido, Jorge Caleiras e Renato Miguel do Carmo, analisou o mercado de trabalho em Portugal continental durante o ano de 2020, com base em dados do Instituto do Emprego e da Formação Profissional. A primeira grande constatação do estudo “Desemprego em 2020 – Impactos da Pandemia, Mapeamentos e Reflexões” foi “a inversão da trajetória de descida sustentada do desemprego que vinha acontecendo desde 2012”. Com efeito, o desemprego registado baixou regularmente de 710.652 pessoas em 2012, para 297.931 em janeiro de 2020. Mas um “repentino recrudescimento, mais notório a partir de abril de 2020, inverteu esta tendência” e colocou o total de desempregados registados em 375.150 no último mês do ano. Os designados “desempregados imediatos”, que não beneficiaram do ‘layoff’ simplificado, entre outras medidas indiretas de apoio ao emprego, foram sobretudo “trabalhadores mais precários, informais, trabalhadores independentes, falsos recibos verdes, em suma, trabalhadores vulneráveis, com vínculos contratuais frágeis ou simplesmente inexistentes, aos quais se juntaram os que estavam em período experimental e não continuaram”. Mas depois do acentuado crescimento inicial o número de desempregados manteve-se “contido/atenuado”, o que foi atribuído pelos investigadores, entre outras razões, à ‘reabertura’/desconfinamentos e aos apoios diretos e indiretos ao emprego. Das várias características da população considerada, o Observatório apontou que “entre os grupos profissionais que estão a crescer mais e a ganhar peso relativo no total de desempregados encontram-se os trabalhadores não qualificados, os dos serviços pessoais, de proteção, segurança e vendedores, o pessoal administrativo, os especialistas das atividades intelectuais e científicas e os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices”. Por outro lado, em termos de setores, “a larga maioria dos desempregados proveio de atividades dos serviços e só depois, muito abaixo, da indústria (…) e, mais abaixo ainda, do setor primário” ‘Afunilando’ a análise, focando na atividade económica concreta, os investigadores verificaram que “os desempregados são provenientes sobretudo do alojamento, restauração e similares; transportes e armazenagem; indústria do couro e dos produtos do couro; atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio; fabrico de veículos automóveis, componentes e outro equipamento de transporte; e indústria do vestuário”. Depois de afirmarem que “o setor do turismo continua a ser largamente penalizado pela pandemia”, os investigadores salientaram que “no caso da região do Algarve, o fenómeno é ainda mais expressivo”. Avançaram mesmo que no Algarve “a pandemia está a ter um impacto absolutamente desproporcional, explicado em grande medida pelo facto de a região ser muito dependente da atividade turística, com particular destaque para o concelho de Albufeira”. Salientaram ainda que “os números do desemprego registado são inéditos” e que “o Algarve é a região do país com maior aumento do desemprego em termos homólogos, seguida, muito à distância, da Área Metropolitana de Lisboa” (AML). Por fim, a comparação homóloga que os autores fizeram entre maio de 2020 e 2019 indica que o ‘disparo’ do desemprego tem o seu maior impacto no Algarve, em particular em Albufeira.

Quando observaram as mesmas variações entre dezembro de 2020 e 2019 apuraram, com base no mapa por concelhos, o alastramento do problema: o “maior impacto” é sofrido por Algarve, AML e Região Oeste, um “impacto significativo” verifica-se em alguns municípios da AML, do Algarve e do Interior e um “menor impacto” ocorreu em municípios do Interior, sobretudo a Norte. O Observatório das Desigualdades é uma estrutura independente, constituída no quadro do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa, que tem por instituições parceiras o Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o Centro de Estudos Sociais da Universidade dos Açores.

Socialistas querem mais testes e vacinação nos concelhos com maior incidência de covid-19

Opresidente da Federação do PS Algarve, Luís Graça, e os deputados do Partido Socialista eleitos pelo Algarve solicitaram ao Governo medidas excecionais de mitigação e combate à pandemia nos concelhos onde se registam mais de 120 e 240 casos positivos por 100 mil habitantes, assim como apoios às empresas que depois de reabrirem os seus negócios possam ter de voltar a encerrar. Numa reunião esta segunda-feira com o secretário de Estado responsável pela coordenação da covid-19 no Algarve e a Administração Regional de Saúde sobre a situação pandémica e o processo de vacinação na região, os parlamentares Luís Graça, Jamila Madeira, Joaquina Matos, Ana Passos, e Francisco Oliveira lembraram que "o Algarve é uma região segura, onde globalmente o índice Rt está abaixo de 1, considerando que os focos verificados em alguns concelhos precisam de uma atuação mais pronta e incisiva por parte das autoridades de saúde de forma a conter rapidamente a transmissão do vírus pela comunidade". Nesse sentido, propõem, a exemplo do que existiu em Lisboa, "a criação de uma comissão de coordenação especial nos concelhos onde existam mais de 240 casos por 100 mil habitantes". No encontro, concluiu-se ainda que existe uma discrepância na fórmula matemática utilizada para calcular o rácio de incidência, uma vez que a população presente no Algarve, ou inscrita nos centros de saúde, é superior à população registada pelo INE, dado que os turistas, trabalhadores imigrantes ou residentes estrangeiros contam em caso de ficarem positivos, mas não contam em termos populacionais. Para os deputados do PS, “esta discrepância entre o numerador e o denominador distorce os resultados da equação que está a ser utilizada para calcular a evolução da pandemia, como é particularmente visível em concelhos como Portimão, Aljezur ou Vila Real de Santo António” e entendem, por isso, que “não basta olhar para o aumento do número de casos positivos na folha Excel e de quinze em quinze dias decretar que um determinado concelho tem de parar ou até regredir a sua atividade económica”. “O Ministério da Saúde tem, em cada momento e de acordo com a realidade de cada município, de prescrever do ponto de vista da saúde pública a terapia adequada à situação pandémica. Não podemos esperar que os números diminuam por si só e, no caso de aumentarem, fechar a economia”, defendem os socialistas algarvios, considerando desejável aumentar a testagem nos concelhos com mais de 120 e 240 casos por 100 mil habitantes de forma a identificar e isolar rapidamente qualquer caso positivo e contactos próximos. Os parlamentares alertaram ainda o responsável do Governo e as autoridades de saúde da região para "a necessidade de acelerar o ritmo da vacinação quando se verifica que o vírus circula num determinado contexto ou espaço social, como foi feito anteriormente para os lares de idosos". Em relação a este processo, os responsáveis informaram que "esta semana chegará às 100 mil vacinas administradas na região, ao iniciar-se a segunda fase, com a abertura de 11 novos centros de vacinação". “Estas tarefas, designadamente a testagem, não podem estar apenas dependentes do esforço financeiro e da vontade de cada autarquia, é preciso que o Estado central assuma igualmente o seu papel”, consideram os socialistas eleitos pelo Algarve, que defendem igualmente um reforço de vigilância, por parte da PSP e GNR, no cumprimento da obrigação do uso de máscara e das regras de distanciamento e higiene respiratória nos espaços públicos. No caso das empresas que se virem obrigadas a encerrar novamente, como aconteceu em Portimão, pretendem que seja adotado um programa de apoio às empresas, “porque é insustentável abrir um estabelecimento comercial como um restaurante ou um café e ter que encerrar 15 dias depois”.

CENTROS COMERCIAIS MAR SHOPPING Queremos que todos os nossos transportes sejam elétricos ou de zero emissões até 2025

�� Outro dos objetivos é aumentar em mais 35% a sua eficiência energética até 2030, além de atingir outras metas de neutralidade carbónica e consumo sustentável

Os centros comerciais MAR Shopping Algarve e MAR Shopping Matosinhos pretendem que todos os transportes, incluindo passageiros, entregas e outros serviços, funcionem com veículos elétricos ou com sistemas de zero emissões até 2025

Segundo o Ingka Centres, "outro dos objetivos é aumentar em mais 35% a sua eficiência energética até 2030, além de atingir outras metas de neutralidade carbónica e consumo sustentável. Ambos os centros comerciais já alcançaram um dos objetivos de sustentabilidade do Grupo, nomeadamente o consumo de 100% de energia renovável nos dois espaços". Além destas metas, está previsto que todos os sistemas de aquecimento e refrigeração também funcionem com recursos 100% renováveis até 2030. Desde 2016 que a Ingka Centres se tem expandido ao mesmo tempo que, paralelamente, tem vindo a reduzir a sua pegada ambiental em 3,5% (valores que excluem os impactos da pandemia em 2020). Ao longo da próxima década, os objetivos incluem ainda reduzir para metade as emissões de colaboradores e clientes que se deslocam para os centros e continuar a trabalhar na melhor gestão de resíduos, dos quais 28% já são atualmente reciclados a nível global. Todas estas metas são regularmente complementadas com iniciativas de sustentabilidade como os “repair cafés”, aumento da oferta de carregadores para carros elétricos, workshops e iniciativas ecológicas didáticas. O Dia da Terra, comemorado internacionalmente a 22 de abril, é um acontecimento que junta várias vozes em prol da ecologia e da sustentabilidade ambiental. A Ingka Centres pretende ter uma posição neste movimento, encarando o desafio como se todos os dias fossem o “Dia da Terra” e adotando uma postura cada vez mais sustentável na gestão das suas operações e outras iniciativas, com vista à neutralidade carbónica, ao zero desperdício e à sustentabilidade. Atualmente, metade dos centros comerciais da Ingka Centres já utilizam energia renovável e receberam certificações BREEAM “Em Uso”. Em 2020, tanto o MAR Shopping Algarve como o MAR Shopping Matosinhos receberam este certificado internacional de sustentabilidade, que teve em consideração o aumento de eficiência em vários parâmetros e os esforços na redução dos consumos de água, de energia e de resíduos produzidos dos dois centros. Além de consumirem 100% de energia renovável, ambos planeiam instalar em breve estações fotovoltaicas.

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Incubadora abre candidaturas para

novos projetos A QRIAR

- Incubadora Criativa do Algarve tem abertas candidaturas para a segunda edição do seu programa de incubação. Esta é a primeira incubadora do interior do Algarve totalmente dedicada às Indústrias Culturais e Criativas. As candidaturas para a Incubadora QRIAR, que foi lançada em 2019 fruto de um projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEDER no âmbito do programa Interreg V A España – Portugal (POCTEP) 2014-2020, pela mão da QRER - Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, vão estar abertas até ao próximo dia 30 de abril.

Abertas inscrições para a Orquestra Europeia

Virtual Estão abertas, até 25 de abril, as candidaturas para músicos de toda a Europa participarem na iniciativa do Dia da Europa da Orquestra Europeia Virtual. O objetivo é realizar conjuntamente uma versão especial do hino europeu («Hino da Alegria» de Beethoven) que será apresentada no dia 9 de maio de 2021, por ocasião do Dia da Europa em que se celebra a paz e a unidade na Europa e o aniversário da histórica Declaração Schuman. Este projeto é coordenado e organizado pelo recordista mundial da maior orquestra virtual, Jens Illemann, músico e professor que fundou a orquestra virtual #Corona-special. Para o Dia da Europa, Jens Illemann fez um arranjo para o hino europeu, combinando música clássica, swing e rock num estilo eclético.

Reabertura dos cinemas

Pelo menos 4.761 espectadores foram ao cinema na segundafeira, dia de reabertura das salas, seguindo o plano de desconfinamento em tempo de pandemia, revelou o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). Das 561 salas de cinema existentes no país, e o ICA indica que, na reabertura, obteve dados de bilheteira de 333 salas.

PEÇA DE CIRCO CONTEMPORÂNEO VAI ESTREAR-SE ESTA SEXTA-FEIRA PELAS 21 HORAS EM FARO Presencie ao vivo um espetáculo

��“Memórias” é o nome da peça de circo contemporâneo que vai estrear na Casa das Virtudes, em Faro, no próximo dia 23 de abril pelas 21 horas. O espetáculo vai ter como tema principal a memória, num cenário onde tudo é idealizado para a perfeição

Apeça vai desenrolar-se com a história de dois escribas que se concentram em recolher memórias e vivências de outros seres humanos por todo o mundo, salienta a organização. Esta experiência irá ser o fio condutor para os levar numa viagem de sensações variadas, desde o bom ao mau e ao público é lançada, pela organização, a questão “será que o discernimento destas duas personagens pelos seres humanos irá residir no amor e na compaixão, ou na desistência pelos seus atos que foram capazes de coligir pelas memórias das várias personas?”. Aos interessados, os bilhetes já se encontram à venda na Casa das Virtudes, em ticketline e nos locais habituais. Crianças dos três aos 10 anos, seniores com mais de 65 anos, artistas, desempregados e estudantes usufruem de descontos, mediante a apresentação de comprovativo. Para os que gostam de apostar na sorte está a decorrer um sorteio, que acaba nesta sexta feira, na página de Facebook da Casa das Virtudes. A iniciativa habilita que seja premiado com um convite duplo para a estreia do “Memórias” em que para participar é necessário seguir apenas alguns passos indicados pela página. O resultado vai ser divulgado ao público no sábado. A Casa das Virtudes localiza-se na estrada do Passeio Ribeirinho e dá à comunidade algarvia espetáculos no âmbito da cultura. O circo, a dança, a música e as artes plásticas envolvem o público numa viagem repleta de arte, a cada visita ao estabelecimento. Gérald de Oliveira e Ricardo Morujo atualmente são produtores, diretores artísticos e intérpretes nesta casa, mas desde muito cedo que se interessaram pelo mundo das artes. Com um vasto currículo na área são ambos a cara do espetáculo que marca a reabertura da Casa das Virtudes à comunidade. Como agentes culturais, pretendem essencialmente centrar-se na “comunicação com a comunidade através das artes, contagiando com a sua vivacidade, a sua vertente interventiva, cultural e social”, através de um produto artístico diferenciado que vai em busca de unir várias artes, tendo como mais-valia as artes circenses. JS/CM

RESTAURANTE O TACHO

“Perante um quadro bucólico, caberá perguntar o que prevalece mais em S. Brás de Alportel: se o retrato romântico ou outra realidade mais dura por detrás do biombo”

FOTOS D.R.

São Brás de Alportel

um miradouro de horizontes de mar e serra

RAMIRO SANTOS Jornalista ramirojsantos@gmail.com

Nos dias felizes, solta-se a rolha e corre a festa. Regada com Dom Perignon ou Moet et Chandon. Porque para o melhor champanhe do mundo, só a melhor rolha de cortiça do mundo. E não há melhor cortiça do que a do montado de São Brás de Alportel.

Mas fora a celebração dos dias que já conheceram tempos melhores, a vida ali corre pacata. Ruas de casas brancas em que se recorta a silhueta da torre sineira a anunciar os dias. São Brás de Alportel é um miradouro de horizontes de mar e serra. As paisagens, pintadas de verde, cheiram a alecrim e a rosmaninho. O medronheiro e o loendro põem uma nota de verde álacre nos montes redondos cobertos de estevas e sobreiros. Tal como por todo o Algarve, há rastos de árabes e romanos. E também de salteadores e almocreves. Por ali corre - a par da estradinha romana - a estrada nacional número dois que, durante séculos, foi o único corredor de ligação entre o sul e as terras do norte. Noutros tempos, “não havia outeiro, batido pelo vento, que no seu cimo não tivesse o seu moinho. A ele conduziam um ou vários carreiros, percorridos vezes sem conta, por mulheres e crianças, levando à cabeça o talego com um alqueire de trigo ou de milho”. E, sem deixar de seguir o olhar curioso de José Sobrinho, “não havia camponês ou moleiro que olhando o moinho e atento ao silvo dos búzios atados nas velas, não soubesse prever o tempo”. Como o mestre Paulino, ocupado na tarefa de lutar contra o seu moinho de vento: o moinho do Bengado que reconstituiu e que ali está a sinalizar o monte e a acenar aos céus. Só mesmo um D. Quixote, com a dedicação desinteressada dele, pode ainda trabalhar no seu moinho. Mais por teimosia de querer preservar um legado histórico e cultural. Uma forma de viver que acabou, sabendo que o seu testemunho económico só fará sentido se for entendido como representação de um processo de desenvolvimento que marcou o tempo, moeu o passado e matou a fome a muitas gerações. O projeto do município de S. Brás de Alportel consiste em integrar o moinho do Bengado e outros – a adquirir ainda pela autarquia - que pontificam nos cerros dos montes, num projeto de recuperação e valorização dos moinhos velhos abandonados. Criando um projeto molinológico que possa envolver não apenas a reabilitação desses moinhos, mas que seja capaz de reconstituir todo o ciclo económico associado à produção dos cereais, à vida na terra e à moagem. Integrando todo este conjunto num itinerário de interesse turístico. Além do património que aqui gira pela força do vento, há o que a natureza oferece: os passeios de fim de semana pela serra, os poentes no crepúsculo da Soalheira e, numa pausa de descanso, aproveitar para provar o licor de alfarroba, os doces de figo e amêndoa, o mel e os chás de ervas do campo. Ou um copinho de medronho para retemperar forças. Perante este quadro bucólico, caberá perguntar o que prevalece mais: se o retrato romântico ou outra realidade mais dura por detrás do biombo. E tentar perceber se o desenvolvimento de uma economia local virada para os produtos da terra, pode ser a solução viável e suficiente para fixar as pessoas ao interior e à serra. Por ali, nasce e cresce a melhor cortiça do mundo. Uma riqueza e um património natural - sobrevivência de muita gente - que quase todos os anos se vê cercada e muitas vezes destruída pelas chamas. E como se não bastasse a devastação provocada pelos fogos, o montado tem vindo a confrontar-se com um inimigo silencioso e letal. De que é que morrem os sobreiros? - É a interrogação perplexa que ecoa por montes e vales! Há um fungo – outros lhe chamam stress – que pode dizimar esta espécie se não for atacada a tempo. Como se não bastasse já a luta entre a cortiça e o plástico. A natureza e a indústria dos interesses. Um braço de ferro que, mais cedo ou mais tarde, pode levar ao fundo a cortiça e o montado. Mas há outros motivos de interesse. Que não deixe de se ver a casa do cantoneiro e as memórias que guarda da vida e dos trabalhos daqueles antigos cuidadores da estrada. Aproveite-se também para uma visita ao museu do trajo instalado num edifício da arquitectura burguesa do século XIX. As exposições patentes que incluem uma mostra de trajos característicos do Algarve dos séculos XIX e XX, um núcleo de escultura religiosa popular, exemplares de antigas carroças algarvias e uma exposição de arreios e alfaias agrícolas. Além de tudo isso, S. Brás é terra de poetas. Existe um roteiro de fontes e poços, cada um deles associado a um poeta do concelho: Bernardo de Passos (o mais conhecido), João Brás, José Dias Sancho e José Vicente, um contemporâneo de Aleixo, como exemplos. É aquilo a que se pode chamar, com inspiração, fontes de poesia! Antes das despedidas, haverá sempre tempo para provar as iguarias da sua gastronomia com notória influência do mar e da serra, em combinações de que ninguém nunca mais se irá esquecer: xerém de camarão com toucinho fumado e amêijoas, trouxa de couve lombarda com bacalhau escalfado em azeite ou um arroz de pato inteiro no forno com salsa frita e alhos confitados. Por fim, inebriados pelo aroma das ervas do campo, deixemos perder os sentidos nos doces e licores com sabor a natureza. E guarde-se como adeus, o sopro puro do vento que aqui vai assobiando histórias de outras mós e outras eras.

Lagos vais atribuir subsídios às associações

culturais A Câmara de Lagos aprovou a proposta de atribuição de subsídios às associações culturais do concelho. São vinte e duas entidades que se propõem dar continuidade à promoção de atividades que complementam e valorizam a oferta cultural do município nos seus diferentes eixos de atuação, os quais vão desde as artes do palco, às artes visuais, artesanato e colecionismo, entre outros. Em conjunto irão receber subsídios num valor global que ascende aos 273.235 euros, verba que pretende igualmente minimizar o impacto que a pandemia tem tido na atividade dos agentes culturais, tão fortemente fustigada pelas sucessivas e necessárias medidas de saúde pública adotadas de há um ano a esta parte.

Arte urbana renasce em pontos estratégicos de

Portimão Parte do muro exterior do Cemitério de Portimão vai beneficiar de uma intervenção artísticocomunitária pelas mãos do artista plástico Gonçalo MAR e de todos quantos se desejem associar ao original projeto “Fresque dos Vizinhos”, a decorrer entre 24 e 29 de abril. A ação, integrada no Programa de Apoio à Iniciativa Jovem, inclui um workshop de preparação nos dias 24 e 25 a cargo do artista, limitado à participação de 40 pessoas (idade mínima de 16 anos) e com inscrições gratuitas, a que se seguirá a pintura do mural entre 26 e 29 de abril.

"Cemitério das Âncoras" em Lisboa

Quatro novas exposições, que incluem trabalhos de Mónica de Miranda, Ilídio Candja Candja, Veronika Spierenburg, Nuno Barroso e João Vasco Paiva, num total de mais de 30 artistas, vão estar patentes até junho nas Galerias Municipais de Lisboa. Uma delas teve como ponto de partida o "Cemitério das Âncoras" na praia do Barril, concelho de Tavira, com várias centenas de pesadas âncoras que ali foram plantadas na areia e depois abandonadas, testemunho da indústria pesqueira do atum, em tempos próspera, mas que durante o último século entrou em decadência devido à pesca excessiva.

BEZARANHA – HÁ VENTOS QUE VÊM POR BEM! Rede junta pela primeira vez os 16 municípios e a Direção Regional de Cultura do Algarve

Todos os eventos são gratuitos e visam ir ao encontro da procura por iniciativas ao ar livre

O Algarve apresenta pela primeira vez uma programação cultural em rede que junta os 16 municípios e a Direção Regional de Cultura do Algarve, com mais de 200 iniciativas culturais até ao final do ano, algumas itinerantes

Todos os eventos do projeto “Bezaranha – Há ventos que vêm por bem!” são gratuitos, visando ir ao encontro da procura por iniciativas ao ar livre, aliada à valorização do território, com atividades culturais em monumentos, sítios históricos e mesmo em locais não convencionais. “Muitos vão acontecer em museus, igrejas, fortes, monumentos, em zonas de contacto com a natureza e em locais menos habituais e numa itinerância regional”, afirmou à Lusa o coordenador cultural do projeto, Pedro Bartilloti. Segundo o responsável, a programação assenta em quatro pilares: “apoiar os artistas locais, potenciar o património natural e edificado da região, realizar pelo menos 60% dos eventos ao ar livre e itinerâncias entre municípios”. Forte do Beliche (Vila do Bispo), Fonte da Benémola e Minas de sal-gema (Loulé), Sítio das Fontes (Lagoa), Ruínas de Milreu e Ilha da Culatra (Faro), Monumentos Megalíticos de Alcalar (Portimão) ou serra de Silves, são alguns dos locais por onde vai passar a programação. As propostas do Bezaranha – expressão popular algarvia que significa ventania ou vendaval - vão desde a música, ao teatro, dança, artes de rua, cinema, artes visuais e projetos multidisciplinares. A programação pode ser consultada na página de Internet do projeto - bezaranha.pt -, sendo o resultado da contribuição de cada município, que “propôs a sua programação”, absorvendo as sugestões de itinerância para se “chegar ao puzzle final”, notou. Segundo o coordenador, a intenção é fazer a “grande maioria dos eventos em locais com público”, mesmo que apenas com “30 ou 40 pessoas”, mas aqueles que se prevê que apresentem um “número considerável de elementos” vão acontecer ‘online’. Pedro Bartilloti sublinhou que a necessidade de adaptação às regras ditadas pelo combate à pandemia de covid-19 criou “maior proximidade e solidariedade entre municípios” e abriu portas a novas ideias. “Há uns anos seria impensável ver tantos eventos ao ar livre e ao longo de todo o território - já que muitos acontecem descentralizados em aldeias e locais do interior -, ou mesmo em monumentos e igrejas”, destacou. O projeto “Bezaranha – Há ventos que vem por bem!” resulta de uma candidatura que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) submeteu no âmbito do Programa Operacional Regional do Algarve (CRESC Algarve 2020), aprovada em 30 de dezembro de 2020.

Bezaranha é uma expressão popular algarvia que significa ventania ou vendaval FOTO D.R.

Lançada obra vencedora do 1° Prémio de Ensaio Histórico, da autoria de Marco Sousa Santos

Olivro do investigador Marco Sousa Santos, subordinado ao tema "Contributos para um dicionário dos pedreiros e canteiros com atividade em Faro no século XVIII", foi esta segunda-feira lançado. A obra foi publicada pela União das Freguesias de Faro em virtude de ter sido vencedora do 1° Prémio de Ensaio Histórico da UFF. Para Bruno Lage, presidente da União das Freguesias de Faro, “este livro agora publicado representa uma importante contribuição para a história da arte em Faro e no Algarve, revelando informação inédita sobre uma classe profissional que desempenhou um papel fundamental na reconstrução da cidade farense após o terramoto de 1755, e cuja arte sobrevive até hoje em monumentos emblemáticos como a Igreja do Carmo, a Igreja de São Francisco e a Casa das Figuras”. O historiador tavirense Marco Sousa Santos, é licenciado em Património Cultural e mestre em História da Arte pela Universidade do Algarve. Está atualmente a terminar o seu doutoramento em História da Arte pela Universidade de Coimbra e é autor de livros e artigos que versam sobretudo temas relacionados com a arquitetura religiosa portuguesa da época Moderna e com a história e património da região algarvia. A acompanhar esta cerimónia de lançamento esteve o presidente do júri do prémio, Prof. Doutor Jorge Carrega que sublinhou que “este prémio destina-se a galardoar anualmente o melhor trabalho de investigação relacionado com a história, identidade e do património cultural farense, sendo um importante contributo na valorização e no aumento do conhecimento histórico sobre a cidade de Faro”, enaltecendo o trabalho que esta Junta de Freguesia tem executado, nos últimos anos, na promoção da cultura e do património de Faro.

O vento

Texto ISABEL VARANDAS

Um vestido comprido muito largo, cobre um jovem corpo, como um bambu ondulando ao ritmo da sua passada indolente. Jovem de olhos cansados, boca bem delineada, onde em tempos habitaram dentes saudáveis e hoje só resta a corrosão das cáries instaladas. Mãos delicadas, dedos longos; entre o indicador e o médio manchas de nicotina denunciam um cigarro permanentemente aceso. Um cabelo acastanhado há muito não lavado, despenteado cobre a sua cabeça. Nos pés sujos umas sandálias de muitas passadas. Aproxima-se da mesa onde me encontro sentada. «Senhora vai comer todo esse arroz?» Pergunta. Não, também restou esta carne, quer? «Anui-o». Sente-se aqui comigo e coma descansada. «Declinou». Chamo a atenção do empregado; peço uma dose para levar. O empregado afastou-se, ela esperou de pé junto à mesa, olhar vazio e distante. Retornou com o recipiente, que lhe foi entregue. Agradece e desaparece por entre a multidão. Aquele incidente perturbou-me. Afastei o prato, perdera o apetite. Vi nela a minha filha. O que lhe teria acontecido para estar a trilhar o lado obscuro da vida? “Há sempre um vento que nos impele, nunca o vemos, não lhe damos ordens, nem sabemos o que pretende´´. Para onde a terá levado?

Isabel Varandas, alentejana de berço mas algarvia pela vida”

FOTOS D.R.

Caçadores de Histórias

Este espaço está aberto à criatividade de todos os leitores que sempre imaginaram, um dia, poder tornar públicos os escritos dos cadernos escondidos nas suas gavetas do tempo. Hoje, Isabel Varandas, alentejana de berço mas algarvia embalada pela vida, fez-nos chegar esta história a que chamou simplesmente, “O vento”. Como o vento, há na vida detalhes que sopram e nos empurram por caminhos que não havíamos sequer alguma vez suspeitado. São as pequenas brisas, mais que as grandes tempestades, que determinam, tantas vezes, as nossas escolhas e os atalhos por onde seguimos. Esta história, que Isabel Varandas nos fez chegar nas asas do vento, é guiada pelo afeto e tem a profundidade das coisas simples. Porque afinal - já dizia o Principezinho - “o essencial é invisível para os olhos. Só se vê bem com o coração”. Se tiver histórias de vida, do quotidiano, suas ou de pessoas que conheça, atreva-se. Este espaço é seu. Escreva e envie-nos os seus textos para: jornalpostal@gmail.com

DOIS MINUTOS PARA OS DIREITOS HUMANOS

EDIÇÃO ESPECIAL Relatório sobre o estado dos direitos humanos no mundo em 2020

1. ÁFRICA SUBSARIANA

Segundo o relatório anual da Amnistia Internacional sobre o estado dos direitos humanos no mundo em 2020, a pandemia revelou o terrível legado de políticas injustas. Em países como Moçambique, Camarões, Etiópia e Nigéria, o impacto das políticas divisórias e de vários conflitos armados foi agravado pela COVID-19. Verificaram-se graves ações de repressão aos direitos humanos, que incluíram mortes de civis e detenções, tal como aconteceu em Angola, no Uganda ou na Guiné.

2. AMÉRICAS

A região das Américas foi a mais afetada pela pandemia. Segundo o relatório anual da Amnistia Internacional, a COVID-19 expôs e exacerbou as desigualdades sistémicas, a repressão e as políticas destrutivas pré-existentes. O relatório expõe como mulheres, refugiados, migrantes, profissionais de saúde, povos indígenas, pessoas negras e grupos historicamente marginalizados foram afetados e evidencia a como alguns líderes na região se aproveitaram da crise de forma egoísta.

3. ÁSIA - PACÍFICO

A reposta à pandemia foi prejudicada por líderes que exploraram a crise para consolidar o poder e fomentar novos ataques aos direitos humanos na região. No relatório anual da Amnistia Internacional, em países como o Sri Lanka, Paquistão, China ou Nepal, destacam-se os ataques à liberdade de expressão, o aumento da violência de género, a falta de proteção de profissionais de saúde e o esquecimento de milhares de prisioneiros, deixando-os em situações de grande vulnerabilidade.

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5

1 3 4. EUROPA E ÁSIA CENTRAL

O relatório mostra também como, em países como a Polónia, Hungria, Turquia ou Bielorrússia, a resposta à pandemia trouxe a normalização de medidas de emergência autoritárias. Alguns dos principais padrões identificados passam pela aprovação de legislação que criminaliza críticas relacionadas com a gestão da crise, a supressão da liberdade de expressão e imprensa, ou retrocessos em matérias de direitos das mulheres.

5. MÉDIO ORIENTE E NORTE DE ÁFRICA

De acordo com o relatório, 2020 foi um ano trágico para prisioneiros, refugiados e minorias na região do Médio Oriente e Norte de África. Em países como Israel, Líbia, Arábia Saudita, ou outros, a COVID-19 ampliou desigualdades, divisões e a discriminação enraizada. Simultaneamente, as autoridades aproveitaram a pandemia para aumentar as restrições às liberdades e para punir severamente quaisquer críticas à resposta governativa à pandemia.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. C.F.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. D.F.

YULIYAN VALERIEV HADZHIEV

31-07-1960 Ÿ 07-04-2021

Os seus familiares vêm por este meio agradecer a todos quantos se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar. Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade. Os seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes manifestaram o seu sentimento e amizade.

SATOVCHA - BULGÁRIA LUZ E SANTO ESTÊVÃO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 16.04.2021, exarada a folhas 95 e seguinte do competente Livro n.º 179-A, que: - Cláudia Sofia Rosa do Nascimento Piçarra, e marido Nelson Miguel Martins do Nascimento Piçarra, naturais de Faro (Sé), Faro, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Estrada Nacional 514, caixa postal 697-Z, 8800-511 Santo Estevão; - Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, composto por casa de habitação térrea com vários compartimentos e logradouro, com a área total de 587,00 m2, sendo de 97,00 m2 a área coberta e de 490,00 m2 a área descoberta, que confronta do norte com caminho, do sul e do poente Cláudia Sofia Rosa do Nascimento Piçarra, e do nascente com Herdeiros de Gregório António Soares e outro, sito em Sinagoga, na freguesia de Luz de Tavira e Santo Estêvão, concelho de Tavira, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 4407, com o valor patrimonial tributário de 17.140,00 €, não descrito na competente Conservatória do Registo Predial; - Tendo alegado para o efeito que este prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse, ainda no estado de solteiros, por doação meramente verbal, em data imprecisa do ano 2000, e nunca reduzida a escritura pública, feita pelos avós da justificante mulher, José Francisco do Nascimento e Lucinda Maria, atualmente já falecidos, residentes que foram no sítio de Sinagoga, Santo Estevão; - Que, porém, desde aquele ano, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído o mesmo – demarcando o logradouro do imóvel e efetuando a sua limpeza, suportando os encargos ou despesas com a manutenção do edifício e ainda pagando contribuições e impostos devidos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira e Cartório, em 16 de abril de 2021. O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/1121. (POSTAL do ALGARVE, nº 1263, 23 de Abril de 2021)

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. T.S.

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos, 1 de negócios e 2 impossíveis ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite. A.G.

JOSÉ EMILIANO NETO

06-08-1933 Ÿ 13-04-2021

MONCARAPACHO - OLHÃO SANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA Agência Funerária Santos & Bárbara, Lda.

Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 07.04.2021, exarada a folhas 127 e seguinte do competente Livro n.º 178-A, que: - Maria do Carmo da Conceição, NIF 108878988, viúva, natural de Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tavira, onde também reside no sítio de Várzeas, caixa postal 939-A, 8800-168 Santa Catarina da Fonte do Bispo; - Declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira: I) prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem e diverso arvoredo, com a área de 2543 m2, sito no Cerro de Leiria, a confrontar do norte e poente com Manuel Dias, do sul com António Mendonça Lopes e outro, nascente com Manuel Eugénio Vasco Pires, inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo 384; II) prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem e alfarrobeiras, com a área de 55142 m2, sito no Laranjeiro, a confrontar do norte com Eduardo Belchior Gago, do sul com Maria da Conceição Martinho, nascente com Francisca da Conceição, e do poente com António C. Belchior Gago e outro, inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo 396; III) prédio rústico composto por terra de cultura, pastagem e alfarrobeiras, com a área de 37876 m2, sito em Barrocais, a confrontar do norte com Lúcio Gualdino Romão, do sul com ribeiro, nascente com João Luís Estevão e outro, e do poente com Manuel da Luz e outro, inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo 689; - Tendo alegado para o efeito que estes prédios, com a indicada composição e área, vieram à sua posse em data imprecisa do ano de 1975, já no estado de viúva de Paulino Gago das Neves, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita por óbito de seus pais Manuel António e Manuela da Conceição, residentes que foram no sítio da Espartosa, em Santa Catarina da Fonte do Bispo; - Que, assim, justifica os referidos imóveis, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser titular do respetivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respetivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respetivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invoca.

Tavira e Cartório, em 06 de abril de 2021. O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/965. (POSTAL do ALGARVE, nº 1263, 23 de Abril de 2021)

ASSIS MANUEL DOS REIS SOARES

19-01-1945 Ÿ 18-04-2021

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Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 09.04.2021, exarada a folhas 13 e seguinte do competente Livro n.º 179-A, que: - Primeiros: José Gonçalves e mulher Maria José Rodrigues, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, onde residem em Vale do Odre, caixa postal 502-Z, 8800-028 Cachopo; - Segundos: Rogério Rodrigues Gomes, e mulher Maria de Sousa Gomes, casados sob o regime da comunhão geral de bens, também naturais da freguesia de Cachopo, residentes na Estrada Nacional 125, Vivenda Gomes, caixa postal 310-A, Celões, 8100-287 Loulé; - Declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, a seguir identificados, sitos na freguesia de Cachopo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial, nas seguintes proporções: I) metade para cada um do prédio rústico, sito em Ribeiro da Foupana – Redonda Herdade da Corte Pequena, que consta de terra de cultura e dez oliveiras, com a área de 6450,00 m2, a confrontar do Norte com Ribeira da Foupana, Sul e Poente com António Estevens e Nascente com António Rodrigues, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 19391; II) um quarto (1/4) para os primeiros e três quartos (3/4) para os segundos do prédio rústico, sito em Courela do Corgo da Zorra, que consta de terra de pastagem, cultura e cem azinheiras, com a área de 135.325,00 m2, a confrontar do Norte com caminho público, Sul com João Alves Vilão e outros, Nascente com José Inácio e outros e Poente com António Viegas e outros, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 32974; III) um quarto (1/4) para os primeiros e três quartos (3/4) para os segundos do prédio rústico, sito em Courela do Corgo da Zorra, que consta de terra de pastagem e cultura e oitenta azinheiras, com a área de 48050 m2, a confrontar de Norte e Sul com caminho público, Nascente com José Inácio e outros e Poente com António Viegas e outros, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 32975; - Sendo que estes dois prédios tiveram proveniência no prédio rústico inscrito na matriz sob o artigo 20894 da mesma freguesia, por divisão do mesmo, por atravessamento de caminho público, que originou o processo de discriminação número PA1761/19, no Serviço de Finanças de Tavira; - Tendo alegado para o efeito que o prédio identificado na verba um e o prédio que deu origem aos prédios identificados nas verbas um e dois, vieram à sua posse, com a indicada composição e área e nas indicadas proporções, em data imprecisa do ano de 1998, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, na sequência dos óbitos de António Gonçalves e Ana Maria dos Ramos, residentes que foram em Vale João Farto, Cachopo, pais do primeiro outorgante marido e avós do segundo outorgante marido; - Que, porém, há mais de vinte anos, têm semeando a terra, amanhando-a e limpando-a, tratado das culturas e árvores, colhido os respetivos frutos, neles pastando os animais, dele retirando os respetivos rendimentos e pagando os devidos impostos e contribuições, agindo com a convicção de serem comproprietários daqueles imóveis, nas respetivas proporções e como tal sempre por todos foram reputados; - Que aqueles prédios foram possuídos dentro de um espírito de compropriedade, participando nas vantagens e nos encargos dos mesmos na proporção da quota de cada um e respeitando reciprocamente o uso a que os consortes têm direito, verificando-se assim uma situação de composse; - Que nestes termos, os justificantes vêm exercendo a composse sobre os mencionados prédios, com a indicada composição, ostensivamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, em paz, continuamente, há mais de vinte anos, pelo que a propriedade dos mesmos foi por eles adquirida por usucapião, nas referidas proporções.

Tavira e Cartório, em 09 de abril de 2021. O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 12.04.2021, exarada a folhas 42 e seguinte do competente Livro n.º 179-A, que: - Cláudia Paula Gago Pedro, divorciada, natural de São Brás de Alportel, onde reside no Largo do Mercado, n.º 13, 8150-108 São Brás de Alportel; - Declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio rústico composto por terra de cultura com arvoredo, com a área de 4544,00 m2, a confrontar do norte com António Jorge Estêvão, do sul com António Gago, do nascente com Manuel Dias e do poente com caminho, no Sítio do Serro de Leiria, freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 648, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira; - Tendo alegado para o efeito que este prédio, com a indicada composição e área, veio à sua posse, no estado de solteira, menor, por compra meramente verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita em data imprecisa do ano de 1978, a João Martins Caetano, solteiro, maior, já falecido, residente que foi no Sítio da Carrasqueira, em Santa Catarina da Fonte do Bispo; - Que, porém, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa-fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser titular do respetivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aquele prédio – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respetivos frutos, amanhando e limpando a terra, e dele retirando os respetivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu o prédio por USUCAPIÃO, o que invoca.

Tavira e Cartório, em 12 de abril de 2021. O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/1041. (POSTAL do ALGARVE, nº 1263, 23 de Abril de 2021)

MUNICÍPIO DE CASTRO MARIM

UNIDADE ORGÂNICA DE ADMINISTRAÇÃO URBANISTICA

EDITAL

Dr. Francisco Augusto Caimoto Amaral Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim

TORNA PÚBLICO, que por seu despacho de 06/04/2021, exarado no processo nº. 09-16/2020, em nome de Daniel Machado de La Roque Meireles referente á colocação de uma casa pré-fabricada em madeira que serve de habitação permanente, sito em Barrinha/ Azinhal, sem qualquer licenciamento camarário para o efeito atendendo à impossibilidade de notificar por outras vias e tendo-se frustrado as tentativas de notificação por carta registada, vem a Câmara Municipal dar conhecimento de que dispõe do prazo de 30 (trinta) dias para proceder á eventual legalização do executado sem licença camarária para o efeito, o que sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal ou disciplinar, tal comportamento e atuação é punível como contraordenação, com a coima prevista no n.º 2 do art.º 98.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação dada pelo D.L. n.º 136/2014, de 9 de setembro (R.J.U.E.). Findo esse prazo e sem que o particular dê cumprimento, à reposição da legalidade urbanística, a Câmara Municipal no cumprimento do Regulamento Jurídico da Urbanização e Edificação, tomará as medidas previstas no referido regime. Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares designados por Lei e ainda publicitados no Jornal do Algarve e Postal do Algarve.

Castro Marim 07 de abril de 2021 O Presidente da Câmara

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Bruno Filipe Torres Marcos Notário Cartório Notarial em Tavira

EXTRATO DE ESCRITURA DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de justificação, outorgada em 18.03.2021, exarada a folhas 115 e seguinte do competente Livro n.º 177-A, que: - Helena Cristina Mendonça Carepa, natural de Prenda, Luanda, Angola, divorciada, residente na Aldeia de Marim, Bloco Dinamarca, Letra A, 8700-201 Olhão; - Declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, não descritos na Conservatória do Registo Predial de Tavira: I) prédio rústico sito em Ribeira e Bemparece, composto por terra de cultura e pastagem com árvores, com a área de 2480 m2, que confronta a Norte com José Martins Pereira, Nascente com caminho, Sul com Avelino António Martins e Poente com ribeiro, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 5909, com o valor patrimonial tributário de 60,30 €; II) prédio rústico sito em Ribeira e Bemparece, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 1480,00 m2, a confrontar do Norte com Avelino António Martins, Nascente com ribeiro, Sul com José Martins Pereira e Poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 6007, com o valor tributável de 53,10 €; III) prédio rústico sito em Ribeira e Bemparece, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 1360,00 m2, a confrontar do Norte com Avelino António Martins, Nascente com ribeiro, Sul com Laura da Conceição e Poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 6013, com o valor tributável de 103,37€; IV) prédio rústico sito em Ribeira e Bemparece, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 1360,00 m2, a confrontar do Norte com Maria José Carepa, Nascente com ribeiro, Sul com Avelino António Martins e Poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 6014, com o valor tributável de 99,12 €; V) prédio rústico sito em Ribeira e Bemparece, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 270,00 m2, a confrontar do Norte e Poente com Avelino António Martins, Nascente com ribeiro e Sul com João Martins, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 6016, com o valor tributável de 48,85 €; VI) prédio rústico sito em Porto Carvalhoso, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 1680,00 m2, a confrontar do Norte com Maria José, Nascente com Inácio Viegas, Sul com Fernando Amaro Correia Luís e Poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3324, com o valor tributável de 104,90 €; VII) prédio rústico sito em Porto Carvalhoso, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 1680,00 m2, a confrontar do Norte com caminho, Nascente com Inácio Viegas, Sul com Laura da Conceição e Poente com caminho, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3325, com o valor tributável de 104,90 €; VIII) prédio rústico sito em Alqueivinho, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 2720,00 m2, a confrontar do Norte, Nascente e Sul com Luís Martins e Poente com ribeiro, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3175, com o valor tributável de 427,99 €; IX) prédio rústico sito em Alqueivinho, que consta de terra de cultura com árvores, com a área de 1430,00 m2, a confrontar do Norte e Poente com Luís Martins, Nascente com Avelino António M e outro e Sul com ribeiro, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 3176, com o valor tributável de 90,51 €. - Tendo alegado para o efeito que os prédios identificados em I, II, IV, VI e VIII vieram à sua posse, em data imprecisa do ano 2000, no estado de divorciada de Paulo Rui Fernandes Madeira, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita por sua tia-avó Laura da Conceição, que também era conhecida por Laurinda da Conceição e por Lucinda da Conceição, viúva, residente que foi na Rua das Freiras, em Tavira; - Que tomou posse dos prédios identificados em III, V e VII em data imprecisa do ano 2000, também no estado de divorciada do referido Paulo Madeira; - Que o prédio identificado em IX, veio à sua posse, também no estado de divorciada do referido Paulo Madeira, em data imprecisa do ano 2000, por doação meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita por sua tia-avó Maria da Conceição, solteira, residente que foi no Alto de Sant’Ana, em Tavira; - Não tendo deste modo título que lhe permita fazer o registo dos prédios em seu nome. - Que, assim, justifica os referidos imóveis, porquanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesar quaisquer direitos de outrem e ainda convencida de ser titular do respetivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, tem possuído aqueles prédios – semeando a terra, tratando das culturas, colhendo os respetivos frutos, amanhando e limpando a terra, tratando das árvores, e deles retirando os respetivos rendimentos – pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriu os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invoca.

Tavira e Cartório, em 18 de março de 2021. O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos Conta registada sob o n.º 2/774. (POSTAL do ALGARVE, nº 1263, 23 de Abril de 2021)

Tartarugas mortas indignam população

João Pontes, coordenador da Rede de Arrojamentos do Algarve (RAALG), refere ao Postal do Algarve que “com o aumento da temperatura da água do mar que se dá normalmente a partir do mês de abril, as tartarugas que viajam nas correntes mais quentes aproximam-se de terra ficando vulneráveis às artes de pesca, nomeadamente redes de emalhar”. Embora o fenómeno recente não tenha uma causa única, o motivo da morte de muitas tartarugas não é determinado porque não são apresentadas evidências óbvias. No entanto, “quando é possível obter uma causa, trata-se da captura acidental provável. Os animais têm todos boa condição física, com bastante conteúdo estomacal o que indicia uma morte traumática. Em alguns casos os animais têm mesmo evidências de contacto com seres humanos, retratados através de restos de redes e até ausência de algumas partes do corpo devido a artes de pesca”, esclarece João Pontes. Em casos de avistamento de arrojamento de cetáceos e tartarugas na costa, o alerta direto pode ser realizado aqui para ser encaminhado automaticamente para o email dos membros da equipa responsável. Depois de estar ciente da ocorrência, a RAALG dirige-se ao local em questão para recolher os animais juntamente com as entidades competentes. De seguida, procede às autópsias para análises no laboratório localizado na Quinta de Marim, em Olhão. A Rede de Arrojamentos do Algarve engloba uma equipa de biólogos do Centro de Ciências do Mar e Universidade do Algarve que se encontra ativa a tempo inteiro para responder a arrojamentos de cetáceos e tartarugas marinhas mortas por toda a costa algarvia na extensão de linha litoral, compreendida entre Odeceixe e Vila Real de Santo António.

Zoomarine reabre a 19

O Zoomarine, na Guia em Albufeira, prepara-se para reabrir a 19 de maio e a azáfama é grande. Muitas áreas do parque voltam agora à vida, no entanto, outras sempre continuaram a trabalhar e até a crescer: é o caso do “Américas” onde habitam espécies endémicas do continente americano. Ainda que as viagens nos dias que correm estejam mais limitadas, um casal de Aracaris-limão (Pteroglossus viridis) e um Tatu-bola (Tolypeutes matacus) de nome Poco Loco, encontraram o seu caminho até ao Zoomarine, vindos de parques na Polónia e Áustria, respetivamente. Os três integram agora a coleção zoológica do Américas, sendo mais um importante veículo para aumentar o conhecimento sobre a biologia e ecologia das espécies, crucial para a sua preservação. Os ingressos para qualquer data da temporada 2021 podem ser comprados até ao final de abril com 30% de desconto.

Baleia "rebocada"

As autoridades marítimas conseguiram rebocar para zona segura a baleia que encalhou na terça-feira numa praia de Vila Real de Santo António, faltando agora remover o animal do local, disse o capitão do porto

Durante a manhã de quarta-feira, com a maré cheia, foi possível rebocar o cetáceo morto desde a zona ponte do molhe da barra do Guadiana, na praia de Santo António, em Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, para uma área fora de água já na foz do rio, pertencente à autoridade marítima, a Docapesca, explicou à agência Lusa o capitão do porto local, Rui Vasconcelos Duarte. A baleia foi transportada “para uma área de estaleiro, em terra, em zona da autoridade portuária, a Docapesca, que está a procurar uma forma de conseguir retirar o animal do local para ser removido, eventualmente para aterro”, afirmou a mesma fonte. “Fez-se o reboque até aquela zona e a baleia foi depois puxada para terra por uma grua, utilizada para colocar e retirar embarcações da água”, acrescentou o capitão do porto algarvio, reconhecendo que “quanto mais célere for a operação de remoção da baleia melhor”, devido à decomposição do corpo. O cetáceo foi encontrado morto na terça-feira de manhã, na praia de Santo António, mas foi durante o dia arrastado pelo vento para o lado poente do molhe da barra do rio Guadiana, onde permaneceu até ser retirada para a zona sob jurisdição da Docapesca.

25 DE ABRIL Castro Marim celebra o 47º aniversário da Revolução 25 de Abril de for-

ma especial, tentando "resgatar um pouco da cultura e da vida em comunidade que tivemos que sacrificar nos últimos meses, respeitando as contingências ainda vigentes". Das comemorações faz parte o regresso da iniciativa “Um Livro Roubado”, que assinala o Dia Mundial do Livro (23 de abril) e que concilia este período de desconfinamento com a nova abordagem de comunicação da Biblioteca Municipal de Castro Marim, que se pretende mais aberta e próxima da comunidade. No dia solene, 25 de abril, após o Hastear da Bandeira (9:00) com a Banda Musical Castromarinense, a Praça 1º de Maio volta a ser palco da tradicional Largada de Pombos. Para evitar ajuntamentos, a autarquia castromarinense vai transmitir as celebrações online. Ao longo do dia, vários artistas do território passam pelas principais localidades do concelho, com pequenas atuações, também transmitidas em direto no facebook do Município. O grande momento do dia está guardado para as 19:00, com um concerto online de Pedro Jóia, apresentação do seu novo álbum “Zeca”, um dos mais conceituados guitarristas portugueses num tributo a dos maiores nomes da música nacional, Zeca Afonso. E se foi a música que deu início à Revolução dos Cravos, é também a música que tenta agora quebrar o isolamento da população do concelho que vive mais isolada. O projeto é do CLDS 4G “Castro Marim (COM)Vida” e chama-se “A Música Bate à Porta”. E bate mesmo. Agora integrado nas comemorações do 25 de abril, o projeto leva dois acordeonistas a percorrerem as ruas dos montes com tradicional música portuguesa. Com regras muito restritas naquilo que é o contacto interpessoal no contexto pandémico, é permitido que se juntem as pessoas do mesmo agregado familiar. Durante toda esta semana, a Bibliomóvel leva também um pouco de abril e distribui cravos e poemas de liberdade às populações que vai visitando. Por último, o repto que a autarquia lança à comunidade, uma caminhada pela liberdade! Para se juntar ao movimento “Respirar Liberdade”, basta inscrever-se no Gabinete de Apoio ao Munícipe (nº 281 510 778), onde lhe será oferecida uma t-shirt. Esperamos pelas suas partilhas (fotografias/vídeos) no facebook ou instagarm - #municipio_castromarim.

Distribuição quinzenal nas bancas do Algarve

Tiragem desta edição

7.019 exemplares Inaugurados primeiros postos de carregamento elétrico ultrarrápido

Foram inaugurados esta quarta-feira, na área de serviço de Almodôvar (Beja) na A2, os primeiros postos de carregamento elétrico ultrarrápido instalados numa autoestrada nacional, o que assinalou o início da rede Via Verde Electric. Na ocasião, o presidente executivo da Brisa revelou que o tráfego nas autoestradas concessionadas à empresa “caiu mais de 25%” em 2020, face a 2019, devido à covid-19, mantendo-se essa tendência este ano. “Ainda neste primeiro trimestre de 2021”, em comparação com períodos homólogos, “o tráfego caiu face a 2019 quase 40% e relativamente a 2020 quase 30%”, acentuou Pires de Lima.

Partidos facilitam, mas pouco, autárquicas aos independentes A Lei au-

tárquica contestada pelos Grupos de Cidadãos Eleitores foi corrigida, mas não revertida na íntegra, como defendiam CDS, PAN, BE ou IL. Esta quarta-feira, a Comissão de Assuntos Constitucionais aprovou a revisão da Lei Autárquica que vai permitir os independentes poderem concorrer à Câmara e Assembleia Municipal com o mesmo nome, símbolo e sigla, mas não a todas as freguesias, como reivindicavam os movimentos apartidários.

“Operação Triângulo”, aprovado levantamento

de imunidade A comissão de Transparência aprovou esta terça-feira um relatório favorável ao levantamento da imunidade parlamentar ao deputado António Gameiro (PS), envolvido na "Operação Triângulo", que levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António. A decisão foi tomada por unanimidade na reunião da comissão de Transparência e do Estatuto dos Deputados. O parecer ainda tem que ser votado pelo plenário da Assembleia da República. António Gameiro retirou a candidatura à Câmara de Ourém, demitiu-se da presidência da concelhia e vai manter-se como deputado. A decisão surgiu na sequência de o parlamentar ter sido considerado suspeito na "Operação Triângulo", que levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD).