O bolo de Natal

Page 1

O bolo de Natal Elza Fiúza (Coleção Disquinho) Narrador Seu Chiquinho Docelino era um pobre confeiteiro. Fazendo bolos gostosos, trabalhava o dia inteiro. E, assim, naquele dia... Chiquinho (cantando) Tra-lá-lá-lá-lá (2x) Vou botar meu avental E fazer um lindo bolo Para o dia de Natal Tra-lá-lá-lá-lá (4x) (batidas na porta) Oh! Será que estão batendo? Tra-lá-lá-lá-lá (1x) (batidas na porta) E bateram outra vez... Será um novo freguês? Ora vejam que surpresa, ali, juntinho ao portão. Posso ver três anõezinhos descalços, de pés no chão. O que desejam vocês? Anõezinhos Amigo, nós somos pobres, mas queremos ajudar. Você não está precisando de alguém pra trabalhar?

Chiquinho Alguém pra me ajudar? Ah! Ah! Ah! Oh! Oh! Oh! Amigos, tudo o que eu tenho quase não dá para mim. Porém, entrem mesmo assim e não façam cerimônia; entrem logo de uma vez. Em casa de gente pobre, se come um, comem dois, se comem dois, comem três. E agora, pessoal, vamos logo trabalhar, fazendo um bolo bem grande para o dia de Natal. Todos (cantando) Bate, bate, vai batendo e não parem de bater, Que o bolo do seu Chiquinho bem gostoso vai crescer. Bota a lenha, abana o fogo, alegria, pessoal! Vai ficar uma beleza o nosso bolo de Natal. (2x) Narrador O bolo foi para o forno, e cresceu de tal maneira que arrebentou o fogão. Encheu a sala, o salão desde o teto ao rodapé e, alcançando o telhado, saiu pela chaminé. E dizia o seu Chiquinho: Chiquinho Chega! Parem de abanar! Se este bolo cresce mais onde é que ele vai parar?


Narrador No entanto, o bolo crescia. E era bolo que subia, e era bolo que descia. Chegando ao meio da rua, tomou conta do caminho. E de longe se avistava o bolo do seu Chiquinho. E o povo fazia fila, todos queriam provar um bom pedaço do bolo que crescia sem parar. Multidão (cantando) Eu quero um! Eu quero dois! Eu quero três! Tenha calma, minha gente! Venha um de cada vez! (3x) Narrador E o aroma delicioso desse bolo de Natal foi bem longe, até chegar lá no palácio real. E o rei, muito curioso, chegou até a janela e perguntou espantado. Rei Mas que montanha é aquela? Conselheiro real Não é montanha, senhor! Daqui já se pode ver! É o bolo do seu Chiquinho que não para de crescer! Narrador E o rei, ouvindo aquilo, não resistiu, amiguinho. Correu, nesse mesmo instante, à casa do seu Chiquinho. Foi chegando e foi provando. Rei Oh! Mas é delicioso! Eu jamais, em minha vida, provei bolo mais gostoso!

Narrador E depois, mas quem diria?! No meio da multidão, disse o rei com alegria: Rei Amigos desta cidade, prestem bastante atenção! Vou premiar neste instante, com grande satisfação, seu Chiquinho, o confeiteiro, ele e seus três amiguinhos, estes lindos anõezinhos. Pelo bolo que fizeram, coisa igual jamais provei, vou nomeá-los, neste instante, os Confeiteiros do Rei. Vou levá-los pro palácio, pertinho desta cidade e terão como trabalho fazer bolos e bolinhos para a Sua Majestade! Chiquinho Vocês ouviram, amigos? É uma honra sem igual Seremos, de hoje em diante, os alegres confeiteiros do Palácio Imperial. Narrador E, terminando esta história, posso dizer, amiguinhos, jamais houve confeiteiro mais feliz que seu Chiquinho. Ele e seus bons companheiros, os alegres anõezinhos, faziam bolos, bolinhos lá no Palácio Real. E todo ano, amiguinhos quando chegava o Natal... Todos (cantando) Bate, bate, vai batendo, alegria pessoal! Vai ficar uma beleza o nosso bolo de Natal. (2x)


Narrador Sim, no dia de Natal, eles faziam o bolo que crescia sem parar. E todos, ricos e pobres, moradores da cidade, ganhavam um bom pedaço e comiam à vontade. E o rei, alegre, dizia: Rei O bolo do seu Chiquinho, meus amigos, vejam bem. Se come um, comem dois, se comem dois, comem SEIS!


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.