PI.MAG

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PI.MAG PEACHVELVET INTERNATIONAL MAGAZINE - EDIÇÃO PORTUGUESA 0001 JULHO - AGOSTO - SETEMBRO 2011 - PVP 8,90€


Candeeiros e Potes “Kami”

Quem somos “ett la benn” é um estúdio de design e consultoria baseado em Berlim, que tem como imagem de marca transformar ideias inovadoras em realidade. Fundado em 2007 e gerido por Oliver Bischoff e Dürler Danilo, o estúdio está dividido em três áreas de negócio: design de mobiliário, arquitectura de marca e consultoria para conceitos de “foodmarket” e respectivas lojas.

Como o fazemos Acreditamos numa forte colaboração e proximidade com os nossos clientes. Impulsionados pela inovação e uma alta aspiração estética analisarmos os mais recentes materiais, tecnologias de produção, desenvolvimento ecológico e as tendências criativas. A inspiração deriva da nossa actividade diária, através de comunicações em rede ou “networking”. Combinamos uma ampla gama de habilidades de “software” com artesanato tradicional.

O que fazemos Desenvolvemos produtos, objectos e soluções de mobiliário e procuramos implementa-las com parceiros industriais. O estúdio adquiriu um conhecimento geral da arquitectura de marca e projecta restaurantes e interiores de estabelecimentos comerciais. Na área da consultoria centra-se na evolução estratégica para restaurantes, lojas e estabelecimentos comerciais.

“kami” O “kami” colecção de potes / vasos / iluminação doméstica visa incentivar uma nova forma de pensar em produtos “eco-friendly”. Fabricado com 100% de celulose biodegradável, trata-se de um material extremamente sólido e luminoso. “kami” transforma esta mais abundante matéria-prima natural em objectos de uso diário por secagem de ar simples.


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ETT LA BENN “Candeeiros e Potes Kami”

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Edifício Habitacional páginas 016 - 027

Arquitectura: Appleton e Domingos, Arquitectos Lda. – João Appleton e Isabel Domingos Projecto: Edifício Habitacional Localização: Lisboa, Portugal Cliente: Urbanspace Investimentos Imobiliários, lda Colaboradores: Christophe Tilliet, Inês Blanc de Sousa, Rita Barbosa Estruturas: A2P Consult Área: 898,44 m² Construção: 2008/2011 Desenhos: Appleton e Domingos, Arquitectos Lda. Imagens: FG + SG


pro01 Appleton & Domingos “Edifício habitacional”

O edifício objecto da intervenção é um gaioleiro, construído no início do Século XX, relativamente pequeno e implantado num lote pouco profundo. É um objecto atípico, especialmente devido aos dois pisos inferiores de carácter marcadamente industrial com traços de ‘arquitectura do ferro’ e aos três enormes vãos em arco, abertos sobre o tardoz. O sistema construtivo também é invulgar já que a estes pisos se sobrepõe toda uma construção baseada em paredes de madeira em tabique sem estruturas intermédias de frontal ou de alvenaria portante. Este tipo de construção talvez se deva ao facto de a parte superior do edifício corresponder a uma ampliação de 1913, documentada no arquivo da CML, sobre um armazém de dois pisos licenciado em 1889. Antes da intervenção o edifício encontrava-se em razoável estado de conservação apesar de algumas patologias/alterações, especialmente no tardoz, no último piso e no armazém: a) no tardoz, toda a estrutura metálica estava muito degradada e a escada de emergência estava em perigo de ruína e teve que ser desmontada ainda antes da obra; b) no último piso, devido à entrada da chuva, alguns dos tectos estavam bastante estragados; c) o antigo armazém tinha sofrido diversas alterações, com a introdução de estruturas intermédias e o seu seccionamento em duas fracções que retiraram ao espaço a leitura original; d) ao nível do R/Chão, os vãos da fachada tinham sido alargados para melhor cumprirem a função de entrada de bens a armazenar.

Para alcançar estes objectivos optou-se por eleger dentro dos sistemas e materiais construtivos presentes no objecto aqueles que seriam o tema da intervenção, Os pavimentos e as estruturas de madeira foram mantidos e reforçados e quando houve a necessidade de introduzir novos pavimentos ou paredes estes foram executados usando o mesmo tipo de solução. As varandas metálicas de tardoz foram reconstruídas em aço, utilizando lajes de cofragem colaborante que ficou aparente como uma reinterpretação da original ‘arquitectura de ferro’. Nos revestimentos e acabamentos foram preservados e valorizados os soalhos de madeira e os revestimentos estucados e recuperou-se a ideia dos ladrilhos de pó-de-pedra (já presentes no edifício) e dos estuques de aparência pétrea nos locais onde não foi possível a utilização dos revestimentos originais; Os apartamentos do piso inferior e do piso superior – ambos em duplex e ambos intervencionados de forma mais profunda devido ao elevado nível de degradação/ alteração que apresentavam – foram encarados como uma oportunidade para intervenções de imagem mais ‘contemporânea’ procurando sempre manter uma linha condutora em relação à intervenção global. Nestes dois casos tira-se partido das volumetrias disponíveis – pés-direitos duplos e geometria do telhado – e utiliza-se de forma mais extensiva os novos materiais e soluções construtivas já introduzidos no edifício – barramentos estanhados, contraplacados de choupo, elementos estruturais aparentes.

A elaboração do projecto teve como principais objectivos a manutenção do carácter do edifício preservando os elementos caracterizadores e utilizando uma linguagem arquitectónica compatível com o existente; a actualização do desempenho do edifício - segurança, salubridade, conforto, uso – para níveis próximos dos exigíveis nos edifícios de habitação actuais; a requalificação do edifício usando o desenho de arquitectura para corrigir problemas e introduzir de forma adequada e compatível com o edifício os novos ‘upgrades e conferindo-lhe até algumas qualidades que não possuía anteriormente.

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JustK

páginas 028 - 039

Arquitectura: Amunt - Architekten Bjoern Martenson, Sonja Nagel e Jan Theissen Projecto: JustK Localização: Tübingen, Alemanha Cliente: Katrin Martenson e Dominik Bless-Martenson Colaboradores: ---------------------Estruturas: Dipl.-Ing. (Fh) Wenzel von Fragstein Área: 138 m² Construção: 2009/2010 Desenhos: Amunt Architekten Imagens: Brigida Gonzalez


pro02 Amunt - Architekten Martenson, Nagel e Theissen “JustK”

Este lote de 365 m2 está localizado em Tübingen, na encosta virada a Sul, com vista sobre a cidade e o castelo de Tübingen. O Plano Director de 1960 estipula uma posição específica para a casa no terreno, bem como a sua inserção na envolvente. O cliente encomendou o projecto de uma habitação unifamiliar para dois adultos e quatro crianças. Foi crucial a utilização de energia eficiente passiva, aplicação de materiais naturais e o uso prudente dos recursos em mãos, de forma a tornar o edifício sustentável. A potencial adaptação casa para as necessidades da família foi um aspecto fundamental. A questão é: o que é um bom espaço para viver? O que o define e do que realmente necessita? Foram estas questões que nos orientaram na abordagem ao “layout” da casa. Foi importante maximizar o espaço utilizável, a funcionalidade e a flexibilidade da habitação. Existiu um grande esforço no sentido de criar qualidade espacial usando um mínimo de materiais. A sobreposição de áreas e respectivos usos foram projectados para proporcionar aos habitantes uma sensação de espaço que permite ambientes variados e diferentes possibilidades de vivência. Invólucro Um lote com uma área limitada, o regulamento de espaçamento entre edificações e a necessidade de um espaço amplo para seis pessoas, foram os principais parâmetros que conduziram a uma organização vertical da casa, como uma torre. JustK relaciona-se com os cinzentos edifícios envolventes dos anos 20, de uma forma contemporânea através de um invólucro compacto e um volume definido. O balanço da cobertura e a sua forma derivam por um lado, de um desejo de criar o maior volume espacial com o mínimo espaçamento, o qual é favorecido pelo ângulo de 70º que facilita a aplicação das normas de construção em vigor, e por outro lado a pedido dos vizinhos de forma a manter desimpedida a vista para o Castelo - condições em que adquiriram o lote.

Cobertura O piso superior e a cobertura do edifício foram revestidos com “southwester hat” em folhas para fornecer maior protecção aos agentes atmosféricos. Semelhantes aos remates da fachada, estas reúnem-se nas arestas sob a forma de sulcos permitindo o escoamento das águas pluviais. Esta interpretação procura acentuar o efeito de invólucro deste telhado. A margem de drenagem nas guias beirais funciona como a aba de um chapéu. Pré-fabricadas, Estrutura e Tratamento de Superfície As exigências físicas estruturais em casas passivas, o seu período de construção curto, bem como considerações de sustentabilidade, culminou com a decisão de construir esta casa em madeira maciça, utilizando os potenciais de pré-fabricação. Todo o edifício é composto por 136 elementos, que foram fabricados com ranhuras para carpintaria e marcenaria, bem como com furos e ranhuras para a instalação do sistema eléctrico. A madeira é o principal material a ser usado de forma consistente em toda a estrutura e as superfícies interiores. Divisível – um torna-se dois Sustentável e flexível, a casa pode ser dividida em duas unidades de estar com entradas separadas, no caso de mudança de situação familiar. A área total da casa é de 138 m2, transformando-se em dois espaços de 81 e 57 m2 quando dividida. Nos meses mais quentes do ano, este espaço pode ser prorrogado pela varanda e pátio de 12 e 23 m2 respectivamente.

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Casa Morran páginas 040 - 049

Arquitectura: Johannes Norlander Arkitektur AB Projecto: Casa Morran Localização: Gotemburgo, Suécia Cliente: Privado Colaboradores: ---------------------Estruturas: ---------------------Área: 80 m² Construção: 2010 Desenhos: Johannes Norlander Arkitektur AB Imagens: Rasmus Norlander


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Johannes Norlander “Casa Morran”

A casa está localizada em uma ilha ao largo do porto de Gotemburgo. O projecto consiste na transformação de uma casa de campo dos anos 50 com uma extensão de meados dos anos 70. O volume de construção e maior parte da estrutura foi mantida intacta, não para explorar a paisagem mas apenas para refinar e fortalecer as qualidades já existentes no local.

A nova fachada é revestida a madeira compensada, por sua vez revestida a alcatrão de pinheiro negro, método tradicional de se preservar barcos de madeira. O telhado é revestido de papel de piche simples e tem beirais madeira fina com calhas de alumínio integrado, revestido em preto. O interior é todo em pinho natural e onde madeira é usada para revestimento e construção.

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Estúdio Dovecote páginas 050 - 061

Arquitectura: Haworth Tompkins Projecto: Estúdio Dovecote Localização: Suffolk, Reino Unido Cliente: Aldeburgh Music Colaboradores: ---------------------Estruturas: Price and Myers LLP Área: 30 m² Construção: 2009 Desenhos: Haworth Tompkins Imagens: Philip Vile


pro04 Haworth Tompkins “Estúdio Dovecote”

O estúdio Dovecote faz parte do campus de música de renome internacional em Maltings Snape, fundado por Benjamin Britten, em edifícios industriais abandonados na costa Suffolk. Britten foi inspirado pela paisagem quase abstracta da fronteira entre a terra e o mar: as ruínas de um pombal do século XIX directamente sobre esse limite, olhando para fora através dos pântanos. O estúdio habita as ruínas e expressa o volume interno da estrutura vitoriana através de um revestimento em aço Corten, uma estrutura “monocoque” soldada que foi construída ao lado da ruína. O edifício é totalmente soldado em uma única peça, como o casco de um navio e equipado com um forro de madeira simples no interior. Uma grande janela de sótão orientada a Norte fornece luz para os artistas, enquanto uma pequena “mezzanine” com uma secretária, incorpora uma janela de canto com vistas longas sobre os pântanos em direcção ao mar. O volume será utilizado por artistas como residência (que pode funcionar como uma sala/quarto com uma cozinha compacta), por músicos como local de ensaio ou espaço de actuação (há uma porta grande abertura para um pátio adjacente), por agentes para reuniões ou como um espaço de exposições temporárias.

Foi recuperada a estrutura prévia de alvenaria, através de reparos mínimos por forma a estabilizar a ruina. Foram preservadas as janelas bem como a vegetação que cresce sobre o pombal para garantir o processo natural de envelhecimento do mesmo. Antes de ser colocada a estrutura em aço Corten, foi instalado um canal de drenagem de águas, garantindo que a mesma é canalizada para pontos de drenagem acessíveis, localizados nas soleiras das portas. A estrutura em aço Corten foi concebida a partir de módulos de 1200 x 2400 milímetros segundo o “layout” desenhado. A parede moldada e os painéis da cobertura foram pré-fabricados, posteriormente soldados no local. As paredes interiores e cobertura foram isolados e selados com uma camada de vapor, e forrados a madeira para criar uma “caixa” de madeira dentro da estrutura em Corten. As folhas de madeira compensada laminada utilizadas no revestimento interior formam também as escadas e estrutura da “mezzanine”.

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Corte a

Corte b


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Arkitekturfotograf Rasmus Norlander John Ericssong. 13 b SE-112 22 Estocolmo, Suécia Reishauerstrasse 9 CH-8004 Zurique, Suiça studio@rasmusnorlander.se www.rasmusnorlander.se ”House Tumle” - Johannes Norlander Arkitektur AB


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