Jornal Novo Tempo - Setembro/2020

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Palavra do Pároco

O ser humano aos olhos de Deus

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iletos paroquianos e filhos de Nossa Senhora da Glória, saudações e esperanças primaveris! Iniciamos setembro e olhamos para frente com os olhos fixos em Cristo Jesus, nossa meta. Tantos acontecimentos marcaram o nosso mês e com certeza seremos afetados por tantas outras esperanças. Assim partilho com vocês o seguinte pensamento, neste tempo de incertezas e buscas de mais saber. Para isso, convido a você a rezar, ler o Salmo 8, que é um hino de louvor à grandeza de Deus, que colocou o homem como senhor da criação. O que é o ser humano? É válido lembrar que pensar o ser humano, é o fazer, a partir da criação e que sua liberdade se fundamenta diante de Deus Criador, em Cristo e pelo Espírito Santo. A liberdade criada é que faz o homem capaz de ser parceiro de Deus. Os componentes de sua liberdade são a corporeidade, a historicidade, a espiritualidade e a interioridade. O eixo fundamental é a Aliança e o Evento Cristo. Assim sendo, não podemos pensar o ser humano a não ser enquanto imagem de Deus, na criação e no Cristo. Considerando Genesis 1, fica-nos claro que a iniciativa da criação é de Deus. O homem é criado à imagem e semelhança de Deus. Em Genesis 2-3, o homem é plasmado, ou se preferirmos, modelado. Deus lhe insufla o sopro vital e o homem está em relação com as coisas e se relaciona a partir da linguagem com a mulher. Há uma implicação da possibilidade da liberdade. O que concluir então? A criação é um Dom! É gratuidade de Deus! O ser humano é parceiro de Deus! A criação não pode ser pensada, refletida sem a inclusão do ser humano. Inclui-lo, confirma o convite que Deus o faz, ou seja, ele é chamado para a existência. O ser humano é por assim dizer, aquele que é chamado

à conformidade com o Cristo. Sua existência, o lança na compreensão do mundo como o espaço da transcendência aberto pela ação do Espírito Santo. Por ele, somos conformados ao Filho de Deus que age em nós até que em plena comunhão, atinjamos, a saber, o Reino de Deus. Portanto, o ser humano em seu processo de humanização é um ser provocado para a liberdade e a aceitação da mesma, é a atitude fundamental para acolher o Dom do Espírito e assim, instaurar em nossa vida o movimento espiritual de conformação / configuração em Cristo. Para isso a consciência de que em nossa relação com o outro, com a comunidade e com Deus, a graça nos é dada no Espírito Santo (aquele que é a fonte de união) para que de fato, compreendamos que nossa experiência de fé acontece se nos percebermos “por”, “n’Ele” e “para” Cristo e, assim, experimentarmos que Deus nos amou por primeiro e mais, quer-nos na lógica do dom. Quer-nos humanizados em seu Filho Jesus Cristo! Por fim, celebraremos dia 14 a festa da Exaltação da Santa Cruz e é justamente aí, na Cruz que nossa humanidade se revela como instada a ser no Ressuscitado o mais belo ato de louvor a Deus nosso Criador! Deus os abençoe e que Nossa Senhora da Glória os proteja sempre!

Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R.

Salmo 8

“Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus. Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos. Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: Que é o homem – digo-me então –, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano. Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!”


Cuidemos uns dos outros! A Paróquia da Glória está reabrindo de forma gradual para acolher os fiéis na Igreja da Glória. Neste mês de setembro, foram ampliados os horários das missas e as confissões também foram retomadas às terças e sextas, tudo com agendamento prévio. A intenção é zelar pela saúde dos frequentadores, agentes de pastorais, sacerdotes e colaboradores. Em razão disso, foram elaborados protocolos, a partir das recomendações das autoridades sanitárias e da Arquidiocese de Juiz de Fora: • É obrigatório o uso de máscaras. • Para mantermos o distanciamento de 2 metros, limitamos o número de 55 pessoas em cada celebração. • Na chegada à Igreja da Glória, todos terão a temperatura aferida e as mãos higienizadas com álcool em gel. É importante que você chegue com pelo menos 20 minutos de antecedência para que a entrada seja feita de forma tranquila e organizada. • Para evitar aglomerações, nossos agentes vão conduzir você a sentar nos bancos, mantendo o distanciamento de todos, inclusive de familiares. • Para a comunhão, permaneça em seu lugar. O sacerdote ou ministro levará a comunhão até você. Comungue na mão, que será higienizada com álcool gel. • Os banheiros e o bebedouro estão fechados, mas caso precise de alguma ajuda, procure os agentes da pastoral da acolhida. • A entrada na sacristia está restrita apenas à equipe que irá ajudar no altar. • Sua oferta e/ou Dízimo pode ser depositada nos cofres ao final da celebração. • IDOSOS, CRIANÇAS com menos de 12 anos e pessoas com sintomas de gripe/resfriado, preferencialmente, devem permanecer EM CASA. As celebrações continuam sendo transmitidas pelo nosso canal no YouTube.( www.youtube.com/paroquiadagloria)

- A sua participação deve ser agendada com antecedência pelo WhatsApp (32) 99913-9639, sempre de segunda a sexta, de 8h as 12h e de 14h as 16h. Para dar oportunidade para que outras pessoas participem, você pode agendar uma vez por semana para um dos dias da novena e para sábado ou domingo. NÃO HÁ agendamento pelas redes sociais da Paróquia, nem pelo site, e-mail ou diretamente na Secretaria Paroquial.

Juntos pelas redes sociais: www.PAROQUIADAGLORIA.org.br facebook.com/paroquiadagloriajf

HORÁRIOS DE MISSAS

Terças-feiras, 7h e 19h: Missas e Novena Perpétua de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Quartas-feiras, 7h e19h: Missas e Novena Perpétua de São Geraldo Majela Primeira sexta-feira do mês, 19h: Missa Sábados, 18h30: Missa Domingos, 7h, 10h e 19h: Missas.

CONFISSÕES

O atendimento de confissões também está sendo retomado gradualmente, às terças e sextas-feiras, das 8h30 às 10h30 e das 14h30 às 17h, somente com agendamento prévio pelo telefone 3215-1831.

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#fiqueemcasa


Pe. Flávio Leonardo Santos Campos, C.Ss.R.

A experiência da humildade

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erta vez o poeta Fernando Pessoa, em seus versos, indicou que, se depois de sua morte, quisessem escrever sua biografia seria muito simples pois nela só haviam duas datas, a de sua nascença e a de sua morte, e entre essas duas coisas todos os dias foram seus, descrevendo em seguida como desejou viver. Se, a partir dessa raciocínio do poeta lusitano, formos pensar na biografia do Padre Flávio Leonardo dos Santos Campos, veremos que entre suas datas de nascença e de morte, ele escolheu gastar seus dias realizando a experiência da humildade. O menino Flávio Leonardo, primogênito dos quatro filhos de dona Fátima e do senhor Nivaldo, nasceu em 18 de agosto de 1976 em Congonhas do Campo. Em um lar profundamente cristão, desde muito cedo aprendeu amar a Jesus Cristo e Maria Santíssima sua mãe, recebendo no seio familiar os primeiros fundamentos da fé. Crescendo na velha cidade mineira, cercado de imenso relicário artístico-religioso e arquitetônico, dos tempos do Brasil colônia, foi gradativamente desenvolvendo grande interesse pela história e pelo patrimônio cultural de sua terra, sensibilidade esta que o acompanhou por toda a vida. Já adolescente deixa sua cidade e a casa dos pais e entra para o seminário em Juiz de Fora em busca de discerni-

Nathan Ramalho dos Reis

mento vocacional junto aos Redentoristas, cuja marca do trabalho missionário realizado em Congonhas junto ao Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, ainda hoje, é muito significativa. Seus estudos vão avançando junto com seu conhecimento da espiritualidade Alfonsiana, e mesmo em meio às suas dúvidas e inseguranças, o chamado do criador se torna cada vez mais forte: ser padre missionário na Congregação do Santíssimo Redentor. Entendendo que o Senhor da Messe capacita os escolhidos prossegue seu caminho! Tendo recebido o Sacramento da Ordem em sua terra natal, tal qual o servo bom e fiel, colocou os inumeráveis talentos que recebeu em prol do anúncio da Copiosa Redenção. Esquecendo-se de si próprio, dedicou-se por inteiro à missão assumida! Fosse no trato com as almas cujo pastoreio lhe fosse confiado, no trato com seus confrades, nas tarefas administrativas ou mesmo nas mais simples, como lavar o chão da igreja, no preparo e celebração da liturgia, na organização e catalogação de bens culturais, o zelo e o cuidado foram sempre suas características principais. Presença discreta, de quem fala pouco e trabalha muito, cuidava de tudo com a competência que lhe era peculiar e a todos dedicava a mesma atenção, vendo em cada rosto o rosto do Cristo que o chamava pelo nome!

Um homem de Deus

Homem silencioso, de poucas palavras, sempre buscou ouvir a voz de Deus no mais profundo de si mesmo a fim de compreender sua vontade, fazendo-se para isso pequeno. Como São Paulo, esteve junto de nós, com sua fraqueza e seu receio. Sua palavra e sua pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas demonstravam o poder do Espírito, para que nossa fé se baseasse em Deus e não na sabedoria dos homens. Um dia, em 31 de agosto de 2020, Padre Flávio, tal como qualquer criança, fechou seus olhos e adormeceu, e

nesse seu sono, não chamando qualquer atenção para si mesmo, acordou nos braços do Redentor! Ah, Padre Flávio como a vida nos surpreende e quão limitada é a nossa capacidade de lidar com o imponderável... Mas o que é o tempo neste mundo quando temos a perspectiva da eternidade e tomamos consciência da nossa condição de peregrinos? Misteriosos são os planos do Criador e à nós não cabe questionamentos. Agradeço, pois sim, a oportunidade que todos tivemos de aprender com sua simplicidade e humildade! Foi por se fazer pequeno que se tornou grande exemplo para nós! Nesses tempos de tantos contratestemunhos, fica o seu testemunho de amor e serviço a Deus, à Igreja e ao próximo! Aí do céu, onde já pode, como São Paulo, guardar a fé, pois é certo que combateu o bom combate, continue intercedendo por nós, que ainda estamos na carreira, para que “cuidemos do broto, pra que a vida dê flor e fruto”! Até um dia, no paraíso, meu querido amigo!


xão a respeito da vida, até nos encontros na Paróquia, sempre muito calmo e sereno, não se estressava com facilidade e sempre dava atenção a todos, em especial aos jovens que sem dúvida alguma se sentiram muito acolhidos na igreja enquanto ele estava pároco digo por experiência própria.Além de celebrar uma missa especial para os jovens, ele sempre promovia eventos como o retiro espiritual que reunia a juventude e no qual fiz amizades que duram até hoje.” Mateus Sarlo da Rocha

“Padre Flávio deixou para nossa Província um legado de trabalho, dedicação e criatividade missionária. Nos diversos serviços que ele assumiu, sempre se comprometeu com seriedade e zelo. Tais virtudes são fundamentais para este tempo em que vivemos na cultura do conforto, do comodismo e do individualismo. Suas marcas ficarão entre nós nas várias obras que ele administrou e também em nossos corações, pelo relacionamento que tivemos. Sua presença agregou valor humano e religioso à nossa caminhada Provincial. Sua partida deixou-nos atônitos! Mas, é preciso seguir adiante, guardando no coração as boas recordações de sua presença entre nós! Que ele interceda a Deus por mais vocações para nossa Província. Avante, pois!” Pe Nelson Antônio Linhares, C.Ss.R. “No último dia de Agosto, mês vocacional, fomos surpreendidos com o chamado do Pe. Flávio de volta a casa do Pai. Notícia que comoveu profundamente a nós que o conhecemos. Muitos momentos e recordações de um Redentorista que doou sua vida a Congregação. Discreto e atento as coisas que podiam passar despercebidas. Curioso com a História Redentorista. Cada descoberta era partilhada com admiração e alegria. Como um bom mineiro rendia a conversa, devagarzinho, as vezes com intervalos de silêncio pulava de um assunto ao outro. De ritmo próprio, sempre caminhando de bem com a vida. Com humildade administrava

o que lhe era confiado. Com o jeitinho próprio de quem nasce em Congonhas era próximo de todos. Fica a saudade de um confrade e amigo que agora no céu, deve estar fazendo grandes descobertas e nos esperando para contá-las.” Pe. Jonas Pacheco Machado, C.Ss.R. “Falar de padre Flávio é bastante difícil. Mas vamos lá. Um homem simples. Um amigo que Deus me deu. Convivemos pouco tempo, mas o suficiente para ter por ele uma grande amizade e carinho. Este foi para mim de um aprendizado imenso. Sua humildade e timidez eram características bastante marcantes. Aprendi muito com ele. Agradeço-o por tudo que me ensinou. Vou repetir aqui uma frase que uma pessoa disse no enterro do meu irmão: ‘Deus gosta das coisas boas’. Que ele descanse em paz. Cumpriu sua missão.” Vânia Lucia Lima Pimentel “Padre Flávio foi uma pessoa muito importante na minha história. Muito além dos ensinos religiosos, com ele aprendi sobre a vida. Recordo-me até hoje que aos 10 anos pedi a minha avó Magaly para ser coroinha e ela escreveu uma carta para Flávio, que na mesma hora me aceitou. Mesmo não tendo a idade adequada comecei os trabalhos na Igreja. A partir daí acompanhei o padre durante sua trajetória na Igreja da glória e pude perceber a pessoa incrível que ele era, desde nas missas com homilias que sempre nos traziam uma boa refle-

“Falar do Padre Flávio é antes de tudo falar de sua presença amiga e até mesmo paternal em diversos momentos da minha vida. Homem discreto, de uma simplicidade sem igual, era o amigo das longas conversas sobre os mais diversos assuntos, sempre demonstrando sua grande cultura e preparo. Por diversas ocasiões tive o prazer de participar junto com ele da fabricação da tradicional cerveja do convento e do pão de cevada, receita que juntos desenvolvemos e que pretendo dar continuidade. Jamais demonstrou qualquer problema em assumir as mais diversas e humildes funções, sempre atento ao que se passava ao seu redor, cuidando de tudo nos seus mínimos detalhes. Levarei em mim tudo o que com ele aprendi e vivi! Até breve, meu amigo!” Arthur Filgueiras “Foi recebido por Jesus e Maria no céu e deixou triste nosso coração. Um grande amigo Padre Flávio. Amigo que quando esteve como Pároco na Igreja da Glória trouxe grandes mudanças. Uma que sempre vou lembrar é a retirada das grades das laterais do altar. Ensinou-me o precioso talento de ouvir as pessoas sempre com serenidade e tranquilidade. Com este dom conquistou os corações das pessoas. Agradeço a Deus por ter um amigo intercedendo no céu, como Padre Flávio, que por onde passou deixou seu exemplo de ser simples e fraterno aos irmãos.” Rogério da Silva Melo “Padre Flávio, mais um amigo que a Glória me deu! Conheci-o ainda como seminarista e já se mostrava curioso. Sentava-se conosco no Pro-


vincialado para saber questões principalmente de arquivo. Seguiu seu caminho vocacional e nos reencontramos quando ele assumiu, ainda muito novo, o cargo de Pároco na Igreja da Glória. Foram 2 anos de muito trabalho juntos e várias histórias. O que me chamava a atenção nele era a sua simplicidade, o seu zelo pelas coisas de Deus, a sua curiosidade e por nos surpreender positivamente com suas atitudes. Tinha um grande cuidado com a memória da Congregação Redentorista. Cumpriu muito bem o seu papel, com trabalho incansável, silencioso e admirável. Minha eterna gratidão por ter deixado eu ser além de funcionário, um amigo. Amigo a gente conta nos dedos e você era um amigo de verdade. Descanse em paz. Obrigado por tudo que fez por mim. Um homem de poucas palavras, mas de atitudes e gestos verdadeiros. Lembro-me do que me disse quando foi embora de JF: “não sou muito bom para despedidas”. Agora está difícil despedir de você. Um amigo como você não vai assim, fica guardado para sempre dentro dos nossos corações. Deus te abençoe e te guarde em um lugar muito especial. Você é merecedor. Meu abraço carinhoso à sua família e à Família Redentorista. Estou sentindo muito... “Amigo é coisa pra se guardar, dentro do coração... Qualquer dia amigo a gente vai se encontrar”. Fernando Toledo Campo Dall’Orto

“Andou por toda parte fazendo o bem”

Assim o Vigário Provincial, Pe. Paulo Sérgio Carrara, C.Ss.R. descreveu Pe. Flávio Leonardo Santos Campos, C.Ss.R, que faleceu em Belo Horizonte (MG), no dia 31 de agosto, aos 44 anos, vítima de infarto. A Missa de Sétimo Dia de Pe. Flávio foi celebrada no dia 5 de setembro, na Igreja da Glória, presidida pelo Superior dos Missionários Redentoristas de MG-RJ-ES, Pe. Nelson Antônio Linhares, C.Ss.R., e concelebrada pelo Conselho Provincial, comunidades vocacionais Santo Afonso e São Clemente e Pré-Noviciado. Na homilia, Pe. Carrara destacou o carinho que Pe. Flávio tinha por todos. “Com seus talentos, muito especiais, deu o melhor de si para o bem do grupo, sem buscar a si mesmo. Ele era muito discreto, não buscava os holofotes. Fazia muito e aparecia pouco. Trabalhou muito para Província. Cuidava das estruturas, mas também cuidava da gente, dos seus irmãos, com muitos gestos de carinho, de ternura, de atenção.” Pe. Flávio foi Pároco da Glória entre os anos de 2009 e 2011. Atualmente, morava na Comunidade Redentorista da Igreja São José, em Belo Horizonte (MG), onde era Secretário de Administração da Província Redentorista MG-RJ-ES.

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Dario José de Freitas: um apóstolo da caridade

oi com pesar e, ao mesmo tempo, muita gratidão, que a Paróquia da Glória recebeu a notícia do falecimento de um dos seus mais valorosos voluntários na área da assistência aos necessitados. Dario José de Freitas faleceu aos 78 anos e foi sepultado no dia 30 de agosto, após uma vida dedicada à fé e ao amor ao próximo. Nos depoimentos de seus amigos e confrades, um pouco do que foi a trajetória deste apóstolo da caridade. “Falar sobre o confrade Dario é falar do exercício pleno e devoto da caridade, do amor ao próximo e da fé incondicional em Deus. Durante toda sua vida, se dedicou a fazer o bem, a distribuir compaixão e acolher aqueles que mais precisam. Doou boa parte de seus dias nessa caminhada vicentina, honrando os princípios ensinados e inspirados em São Vicente de Paulo e no Beato Frederico Ozanam. Sua trajetória é também a nossa, da Sociedade de São Vicente de Paulo, pois foi o responsável por levar a palavra de Deus e nossos princípios de fé, esperança e caridade, durante seu belissimo trabalho nas visitas aos presos, bem como aos enfermos da Santa Casa de Misericórdia. O confrade Dario partiu para estar junto ao Pai e aqui, conosco, fica seu exemplo de ser vicentino, trabalho esse que continuaremos a honrar em sua memória. Lucas Roque de Matos Conferência Vicentina “O sr. Dario foi um dos primeiros membros do Terço dos Homens da Igreja da Glória. Esteve conosco desde o início do grupo em abril de 2012. Homem religioso, de muita fé, dedicação e responsabilidade em tudo que fazia. Participava das romarias, concentrações e também do Terço na Rádio Catedral. Deixa-nos uma grande saudade e um exemplo de cristão e amigo.” João Paulo Belozzi Terço dos Homens “Como membro de uma das conferências vicentinas da Paróquia da Glória foi exemplo de cuidado com os pobres e doentes. Colocando-se sempre disponível para a assistência dos mais necessitados, fosse na residência ou hospitalizados, lá estava Dario com sua presença confortadora. Não se importava com a condição do tempo; com sol ou chuva, com esmero cumpria a missão a que se tinha proposto. Só deixou de realizar as visitas quando percebeu não ter mais condições. Merece destaque, ainda, sua missão como componente do Grupo de Canto da Paróquia. Sua voz ressoava por toda a Igreja, demonstrando seu zelo, fruto de seu amor. Foi sobretudo um fiel cristão. Dario, descanse em paz!” Waldair Rodrigues


Afonso e a Cruz

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o dia 14 de setembro, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Cruz que tanto comovia Santo Afonso Maria de Ligório. O fundador da Congregação Redentorista foi um contemplador assíduo e propagador admirável da devoção à paixão e morte de Jesus Cristo. Foi este o assunto mais frequente, ou antes contínuo, de suas meditações; não deixava passar um dia sem percorrer as estações da Via sacra, e a cada instante lançava um olhar sobre o Crucifixo que tinha no seu quarto, acompanhando o olhar de alguma oração jaculatória de amor. As suas mortificações e penitências eram sempre mais rigorosas nas sextas-feiras do ano; mas aumentava-as quase até ao excesso na Semana Santa, especialmente nos três últimos dias da mesma. Então via-se Afonso silencioso, pálido e triste, como que fora de si e absorto na contemplação dos mistérios dolorosos da Paixão do Senhor. Para desafogar os afetos de sua devoção e despertá-la também no coração de outros, o Santo falava muitas vezes desta devoção em seus colóquios privados; ensinava-a ao povo em quase todas as suas pregações, e compôs diversas obras para transfundir à alma de seus leitores as puras chamas de seu amor. Mas, não contente com isso, quis que todos os pregadores da sua diocese e especialmente os membros de sua Congregação, nunca deixassem de levar ao povo a meditação sobre os sofrimentos de Jesus Cristo. “Nas missões”, dizia o Santo, “são muito úteis os sermões sobre o juízo e o inferno, porque incutem o temor; mas as conversões que provém do temor, são pouco duráveis. Ao contrário, as conversões por meio do amor a Jesus crucificado, são mais fortes e constantes. Quem se afeiçoa a Jesus crucificado, não tem mais medo.” Numa palavra, foi tão grande em Afonso a devoção à Paixão, que não querendo, à imitação do Apóstolo, saber coisa al-

guma senão a Jesus crucificado, bem podia dizer com o mesmo São Paulo: “Quanto a mim, livre-me Deus de gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”. Santo Afonso dizia: “Todas as meditações são boas, mas a que se faz sobre a Paixão de Jesus Cristo é a mais útil. Por isso recomendo-vos que a façais cada dia, ao menos um quarto de hora. Mas não vos detenhais tão somente na superfície; penetrai na humildade, na mortificação e nas penas do Redentor. Fazei com que esta meditação vos seja familiar; e quando virdes cordas, espinhos, cravos, lembrai-vos logo do que Jesus Cristo sofreu na sua dolorosa Paixão; quando virdes uns cordeiros serem levados ao matadouro, pensai, como fazia São Francisco de Assis, que é assim que o inocente Jesus foi conduzido à morte. Cada um procure ter uma bela imagem do Crucificado, suspenda-a no seu quarto e lance sobre ela de vez em quando um olhar, dizendo: Ah, meu Jesus, Vós morrestes por mim e eu não vos amo! Se alguém sofresse por um amigo injúrias, golpes e cadeias, ser-lhe-ia muito agradável se o amigo disso se lembrasse e falasse. Assim também agrada muito a Jesus que nós frequentemente pensemos na sua Paixão. Oh, que consolação nos darão na morte as dores e a morte de Jesus Cristo, se em vida tivermos a miúde e com amor meditado nelas! Quem é devoto da Paixão do Senhor não deixará de sê-lo também das dores de Maria, cuja lembrança nos consolará muito no momento da morte. Oh, que bela meditação, meditar em Jesus Cristo crucificado! Que bela morte, morrer abraçado com Jesus crucificado; morrer de boa vontade por amor de um Deus que morreu por nosso amor.”

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 136-139)


Deuteronômio: a vida em primeiro lugar

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om o lema “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11), o Mês da Bíblia 2020 fundamenta este ano os estudos do livro do Deuteronômio. Setembro é referência para o estudo e a contemplação da Palavra de Deus em todo o Brasil desde 1971. O Deuteronômio é rico em reflexões morais e éticas, com leis para regular as relações com Deus e com o próximo. Destaca-se a preocupação em promover a justiça, a solidariedade com os pobres, o órfão, a viúva e o estrangeiro. São leis humanitárias encontradas também no Código da Aliança (Ex 20-23). O livro é o último escrito do Pentateuco ou Torá. Deuteronômio é uma palavra grega que significa segunda lei (2Rs 22,8s). O lema “Abre a tua mão para teu irmão” (Dt 15,11) sublinha a necessidade da justiça social na comunidade de Israel, na qual não pode e não deve haver pobres, o que vale também para nossa realidade atual. Portanto, existe a necessidade de uma organização, de maneira que todos possam ser favorecidos e acolhidos na partilha. Os pobres sempre vão existir, mas “no meio de vocês não deve haver nenhum pobre” (Dt 15,4-8). A ideia central de todo o livro é que o povo de Israel possa viver feliz e próspero se for fiel à aliança com Deus; se for infiel, terá a desgraça e acabará perdendo a Terra. O livro, após relembrar o Decálogo (Dt 5,1-22), mostra que o comportamento do homem para com Deus é o amor com todo o ser (Dt 6,4-9). Apresenta uma longa catequese, explicando o significado do amor nas circunstâncias da vida pessoal, social, política e religiosa. A catequese é apresentada através das leis do Deuteronômio (Dt. 12-26), onde se procura ensinar ao homem como viver sua relação com Deus, com as autoridades, com o outro e com os seres da natureza. O Deuteronômio é um texto complexo, fruto de um longo processo redacional com contradições e diversas imagens de Deus (Dt 10,18-19; 2, 33-34). Apesar de ser atribuído a Moisés, não é ele o autor. Na verdade, não há uma autoria certa mas trata-se dos escritos e pregações da escola dos levitas. Portanto, o livro foi escrito em mutirão, durante muito tempo, - aproximadamente ao longo de quatrocentos anos -, com a finalidade de preservar e manter viva a libertação do povo de Israel. Narra os fatos que vão desde a conclusão da Aliança até a entrada na terra prometida, entre os anos de 1250 e 1220 a.C.. Porém, não é um relato histórico, mas uma forma de três grandes discursos de Moisés. Os discursos refletem não tanto os problemas do povo na saída do Egito e na travessia no deserto, mas as dificuldades e crises na queda de Samaria (722 a. C.), até o exílio da Babilônia (586 a. C.). Enfim, o Deuteronômio é o livro da Aliança que apresenta

o Amor de Deus, que se expressa através da lei como identidade da terra, como herança recebida de Deus. O tema central é a Aliança entre Deus e o povo. Logo os textos não oferecem nenhuma organização sobre a religião, embora seja uma coletânea de pregações dos levitas. O livro apresenta o Senhor Deus como único Deus verdadeiro (Dt 6, 4), o que implica a rejeição total à idolatria e qualquer representação de Deus (Dt 4, 1-40). Quer transmitir os critérios e fundamentos para viver na terra dada por Deus ao povo. O essencial da fé não é a posse da terra, nem a liderança de Moisés, mas a fidelidade divina às promessas feitas aos patriarcas. Porém, o povo sempre é convocado a construir uma sociedade justa e fraterna, eliminando as estruturas injustas que oprimiam os pobres. Deus é chamado Pai (Dt. 1,31), e os membros do povo são chamados entre si irmãos. A vocação do povo de Deus é a fraternidade e a partilha. Viver na Aliança não significa apenas obedecer uma lista de leis antigas, mas viver de acordo com o temor e amor de Deus. Portanto, ao falar das normas ou mandamentos se referem às Leis deuteronomicas (Dt 12-16). A relação com Deus é alicerce das relações com o próximo e com a natureza. Como os profetas, eles criticam as instituições e as relações sociais corrompidas e anunciam o caminho para a conversão, a fim de viver a fidelidade para com Deus através da Aliança. Resumindo, o livro revela vários temas: o verdadeiro Deus é aquele que libertou o povo e lhe dá vida. Deus prefere a misericórdia e a justiça aos cultos sagrados de purificação e sacrifício. O ser humano se realiza na comunidade por meio de uma sociedade solidária e fraterna.


Novo piso para as salas da Catequese

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este mês de setembro, começam as obras de troca do piso de todas as salas da Catequese, localizadas no segundo andar do Salão Paroquial. O trabalho será realizado neste período, aproveitando que as atividades presenciais da Catequese estão suspensas, em função da pandemia da Covid-19. Todo o material foi doado por uma paroquiana. A mão de obra ficará por conta da Paróquia e, você dizimista, é parte importante para a conclusão deste trabalho. O Dízimo contribui para a manutenção de todo o complexo paroquial, pagamento de colaboradores, evangelização, trabalho social. Sua fidelidade e generosidade fazem a diferença!

Aniversariantes Dizimistas - Setembro 01/09

Igreja da Glória

Dalva Caiafa de Arruda Santos

03/09

Alzira Antunes Vianna Alexandre Norberto de Souza Vânia Lúcia de Souza Mesquita Luciene Azevedo B N Fernandes

04/09

11/09

Neiva Aparecida G Silva

13/09

Paulo Sérgio Morse

14/09

Ademir Dutra de Rezende Larissa Oliveira Machado

16/09

Marina de O Tavares Nolasco Etelvina L de Abreu

Marcia Correa Oliveira

05/09

Eny Commissario Pimentel Docilina Aparecida da Silva Margarete Maria Peters Ribeiro

Francisco de Assis M Mendonça Daniel Dutra Dias Bellei

07/09

17/09

23/09

João Bosco de Araújo Waldair Rodrigues

26/09

Maria da Consolação V Ferreira Elmira de Lourdes C Gonçalves

28/09

Lucas Ribeiro Motta Bruno Muniz Figueiredo Costa

29/09

Rita Alves Soares Helena Lúcia Dias Vendramim

30/09

18/09

Marcus Vinícius de Souza Vieira Warley Dias Vendramim Luiz

Elisângela Madureira Morais Costa Alda Torres Ferreira Maria Aparecida Gabriel Arruda Namir Cileia Rodrigues de Paiva

Osvaldo Ben-Hur Martins Porto Cleber Martins Clementino

19/09

Capela São Roque 01/09

Denise Belozzi Ribeiro de Oliveira

Sueli Leite Macedo

08/09

20/09

02/09

Maria Aparecida Almada Gouvea Sinézio A Cardoso

09/09

Aparecida Costa Faria

10/09

Altamir da Silva Danielly Cristina S Fernandes

Mariângela Benini Vieira Luciana Rodrigues Ferreira Sandro José Lourenço Ferreira

Gilce Vianna Delgado

22/09

05/09

Dolores da Silva Campos Laura Miana C Muniz Beatriz Helena Priano Bellei

04/09

Maria José M Grippi Marilene Alves de Moraes

07/09

Eva Maria de Oliveira

09/09

Raquel Rodrigues de Paiva

10/09

William Frederico Williams

13/09

Simone de Castro Rabelo

14/09

Marli Lima do Nascimento

18/09

Maria de Fátima Louzada

21/09

Vera Regina Martins B de Paiva Dirce de Faria Brandão

22/09

Celeste Terezinha R da Silveira Gorazil Brandão de Souza

28/09

Cleide Marina Leite Florindo

29/09

Neuza de Souza Marques


Ambulatório retoma gradualmente o atendimento presencial

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em atendimento presencial desde março, com os primeiros sinais e casos da pandemia do novo coronavírus, o Ambulatório está retomando neste mês os atendimentos presenciais, que até então estavam sendo realizados pelo telefone e whatsApp da instituição com o trabalho em “home Office” das funcionárias e agendamento com os assistidos para recebimento das ajudas. O acesso às instalações da entidade foi aberto em horário reduzido, das 8h às 11h e das 13h à 16h, e todos os atendimentos estão sendo previamente agendados. Nesse primeiro momento retomamos presencialmente somente os atendimentos do Serviço Social, considera-

do essencial para apoio às famílias em situação de vulnerabilidade social. Outros serviços, como atendimentos à saúde, ginástica, pilates, cursos e oficinas, continuam sem previsão de retorno. A instituição adotou várias medidas preventivas voltadas à segurança das funcionárias e dos assistidos para o retorno das atividades. Foram instalados dispensers de álcool gel nas áreas comuns e a equipe passou por treinamento para os cuidados com a desinfecção constante dos locais de uso comum, cadeiras, mesas com álcool líquido 70%. Recebemos da Empresa Galpão do Laser a doação do totem de álcool em

gel, e do nosso associado, Sr. Márcio Nalon, ganhamos o tapete sanitizante, o termômetro infravermelho digital e também os corta-vírus, para proteção das mesas. A eles, o nosso muito obrigado pelo apoio neste momento difícil e de escassez de recursos. O uso das máscaras é obrigatório e estamos doando para as pessoas que não podem comprar. Enfim, seguimos trabalhando com muita responsabilidade para enfrentar este momento com todo cuidado, prudência e carinho, na esperança de em breve retomarmos todos os nossos atendimentos.

Sandra Hansen Coordenadora

Cuidado e solidariedade

Agradecemos aos amigos da Empresa Galpão do Laser, na pessoa do Sr. Marcelo Andrade Soares, por incluírem o Ambulatório da Glória entre as instituições beneficiadas com a doação do totem dispenser de álcool gel. Parabenizamos vocês pelo gesto fraterno!

Mesa Brasil

Agradecemos ao SESC - Mesa Brasil , a inclusão da nossa instituição para o recebimento de máscaras produzidas por costureiras voluntárias! Parabenizamos a todos os envolvidos nesta iniciativa solidária! A doação nos possibilitará ajudar muitas pessoas!


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Chegamos a 100 famílias assistidas!

om as doações recebidas durante a passagem da imagem de Nossa Senhora da Glória pelas ruas da Paróquia, encerrando a Festa da Padroeira, foi possível atender a 100 famílias no Programa de doação de cestas básicas no mês de setembro! De quilo em quilo, somamos uma tonelada e meia! Muito obrigada a todos que doaram! E com o retorno gradual das missas, retomamos também o Domingo Solidário, sempre no terceiro domingo do mês. Você pode entregar a sua doação de alimentos não perecíveis ou valor em dinheiro em envelopes destinados ao Ambulatório/ Domingo Solidário, nas missas de sábado e domingo. Desde já, agradecemos a todos! Importante: Traga de casa sua doação e deposite na cesta disponível na Igreja. Por enquanto, por medidas de segurança, não retornaremos com o Mercadinho da Caridade.

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Memória agradecida

m fevereiro de 2011, em uma cerimônia discreta realizada em nossa sede, o nosso saudoso amigo Pe. Flávio foi homenageado pelo Ambulatório da Glória, após confirmada sua transferência para Belo Horizonte. Pároco na Igreja da Glória por dois anos, muito realizou a favor de nossa Instituição. Em nossos corações ficaram a saudade e o mais profundo sentimento de gratidão e, em uma das paredes do prédio, ficou a placa eternizando este sentimento!

“O cristão caminha na esperança. Cristo, vencendo a morte, nos mostra que ela não tem a última palavra e que a vida é que sempre vence! Por isso o cristão não se angustia diante das dificuldades, mas sempre crê nesse melhor, que Deus sempre tem para nós!” (Pe. Flávio Leonardo dos Santos Campos, CSsR)


Diferente... E inesquecível!

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ma festa diferente, mas não menos especial... E inesquecível! Assim foi a Novena e Festa da Glória 2020, celebrada entre os dias 7 e 16 de agosto. Com a pandemia da Covid-19, as celebrações presenciais foram restritas aos agentes de pastorais e movimentos e transmitidas pelo YouTube da Paróquia. A novena foi preparada pelo Vigário Provincial, Pe. Paulo Sérgio Carrara, C.Ss.R., que destacou as maravilhas que Deus realizou na vida de Maria e também em nossa vida. No dia 14, recebemos a visita do Arcebispo de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira. No dia 15, os jovens se reuniram à tarde para um Momento Orante com Maria. No domingo, Festa da Assunção de Nossa Senhora, a Comunidade Redentorista da Glória celebrou com o Conselho Pastoral Paroquial (CPP), Ambulatório Nossa Senhora da Glória e funcionários da Paróquia. Após a Missa, o drive-thru do Almoço em Casa, cujos convites se esgotaram. Um belo feijão tropeiro com arroz e pernil, preparado pelo Buffet do Geraldinho, e entregue por voluntários da Paróquia. À tarde, a Mãe foi visitar seus paroquianos. A imagem de Nossa Senhora da Glória percorreu as ruas dos bairros Jardim Glória, Morro da Glória, Santa Catarina, Mariano Procópio e Vale do Ipê. Foi lindo ver o carinho das pessoas, ornamentando suas janelas e casas, e também a solidariedade para com os mais necessitados. Mais de uma tonelada e meia de alimentos foram recolhidos pelo Ambulatório da Glória. Foram dias de muita emoção e fé, reunidos na Igreja doméstica, celebrando nossa padroeira.


Para ver mais fotos, acesse facebook.com/paroquiadagloriajf


Família, um veleiro de salvação

Pe. Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R.

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andemia. Bela palavra grega: pan-todos, demo-povo. Assim é “para todo o povo”. Mas, só susto, desamparo, medo, desgaste, desolação e os riscos? Todos fomos nascidos vulneráveis, incertos e inacabados, em peleja árdua para sobreviver, em luta, hora a hora, para SER, entrar em relação, identificado consigo próprio. A pandemia Covid-19 nos relança em semelhante desamparo de claras incertezas. Todavia, o que foi outrora cuidado e nutrido, também agora, a base nutridora de fé-na-vida nos vem pelo aconchego da Casa, pela preciosidade que são os vínculos em família. Laços. Que redescoberta, mesmo que no susto! Família, a base. A barca de boa navegação na tempestade. Família é morada. É intimidade. É o casal que põe a mesa e a torna lugar de Deus Providente. Dependendo com que olhos olhamos a dura realidade que sacode o veleiro-família nestes tempestuosos e agitados -mares... a realidade se nos desvela diferente de certas notícias. Dependendo do olhar, vemos superações e alegria, redescobertas e renovações, desativação de ligações perigosas. Vemos os da mesma Casa centrando-se aos poucos no essencial: cuidar do veleiro, posto que os ventos são adversos. Cuidar dos viajantes, cantando: Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores, tô revendo minha vida, minha luta, meus valores. (MEU JARDIM,

Vander Lee). As famílias cristãs têm seu rumo. As velas do veleiro contam com o VENTO divino que vem do Alto, qual sopro de mais vida libertadora. É surpreendente como o sonho-de-Deus para a vida em família faz-nos perceber condições de crescimento, oportunidades de reconciliação e recomeços. Reabrem-se as chances para uma inovada intimidade bem como para a solidariedade com os pequenos barcos de tronco de palmeira, ameaçados de perderem o rumo, sem alimento: água, fogo e sal. Ficam sem forças de navegar. E há em casca de noz famílias flutuando, quase à deriva...se desfazendo no sufoco. É tempo de SOS. A ausência de creches, escolas-merenda, ensino à distância falhando... se cria crise maior ainda. Mas, de inesperado, entre risos e lágrimas e uma sacola de apoio, recobra-se a descoberta de que é preciso navegar; urge juntos todos se empenharem pelo SER E CUIDAR. Cuidar de nós e dos outros, velejando sem cessar. Família-casa veleiro. Vínculos de confiança, assegurando a Esperança, esta irmã menor dando as mãos à Fé e à Caridade, de um lado e de outro, nas pontas. Ela, a pequena do meio, mãos estendidas, faz tudo avançar. Bendita Esperança! Casa-veleiro, neste agora de agruras é cheiro bom de comida. É perfume de brincadeiras e comemorações inventadas. É óleo perfumado

para as feridas do medo e do cansaço, das perdas, das separações indesejadas, das despedidas. Esses cheiros são como seres alados, bom vírus contagioso, anjos, que revigoram o clima que respira A CORAGEM DE SER. Ser-com. Ser-para. Juntos! Ah, veleiro-casa também como lugar do Deus-Amor. O movimento familiar da fé e da caridade, em nome e por amor a Cristo Jesus, reacende a consciência lúcida de que Ele viaja com a gente toda. Salve, pois, casa santa, veleiro do Deus da Vida. Vem, então, Espírito divino, e vamos navegar até um porto seguro, porto feliz. Assim acontece a espera feliz. Desejo e oro para que haja um recanto doméstico, lembrando o Deus de nossas vidas. Jeito bonito de refazer a memória de Jesus Redentor, dando-nos força de redimir este tempo. Resgatar a viagem pelos amores bem amados. Memória celebrativa de Deus como companhia. É o que vem limpando as raízes de muitas aflições e tormentos, de afetividades tumultuadas e intempestivas. Aliás, a expansão do cristianismo sempre se deu e se dará a partir da Casa-veleiro, de bom navegar mesmo em tempo de águas mansas. Abençoadas sejam as famílias que sabem fazer uso desta crise Covid-19. Que haja a pandemia da santificação familiar. Não lhes faltem as graças da decisão e do empenho em seguir adiante. Velejemos!


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