Jornal Novo Tempo - Outubro/2020

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Palavra do Pároco

Eis-me aqui!

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mados paroquianos, saudações primaveris! Outubro chegou e já celebramos a palavra de Deus, convidando-nos a deixar acontecer novo tempo missionário, pois a Vida é Missão e a resposta cristã desse tempo é: “Eis-me aqui, envia-me!” (Isaias 6,8). Além do mês extraordinário missionário, celebramos o dia do Nascituro e ainda vamos celebrar Nossa Senhora Aparecida e São Geraldo Majela. Olhando os grandes sinais e os singelos exemplos que nos despertam a querer responder de forma mais madura as propostas do Reino de Deus, creio que depende muito de nós o compromisso de sermos em tempos atuais sinais vivos de uma conformidade com o querer de Deus e, neste querer, evangelizarmos. Ainda vivemos um tempo de inseguranças e restrições por causa da pandemia, ainda não controlada, da COVID-19. Mas em se tratando de coisas do Reino de Deus, a proposta não é insegurança e restrições; a proposta é mais vida e só a teremos se de fato acordarmos que nesse momento cuidar é necessário! Zelar por nossa Casa Comum e nela não descriminar ninguém. Deixar florir em tons de primavera a gostosa compreensão de que somos todos irmãos, portanto, responsáveis uns pelos outros e por tudo que nos cerca. Não como um “cercado” que nos restringe, mas envolve-nos como a mais singela expressão de um Deus que continua a cuidar! Intercedam por nós a Senhora Aparecida e São Geraldo, dois exemplos grandiosos de quem, afetado pelo Reino ou pelas coisas do Reino, apenas disseram: Faça-se! Se ainda não temos tal liberdade de deixar Deus fazer, supliquemos: envia-nos e ensina-nos no caminho as coisas de seu coração, a tua vontade, ó Pai! Deus abençoe a todos e não nos esqueçamos de cuidar!

Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R.

S

Queremos ouvir você!

ão seis meses de isolamento social. Desde o começo da pandemia, a Paróquia da Glória tentou ficar próxima de você sem que a sua saúde ficasse em risco, afinal, toda vida importa. Com todos os cuidados, dando um passo por vez, já conseguimos passar dois meses de reabertura com segurança. Sabemos que a situação é delicada e que muitos ainda não voltaram depois da reabertura. Preocupados com você que está em casa e com quem já visitou nossa igreja nos últimos dias, estamos aqui para saber como está. A Paróquia da Glória é uma comunidade viva e você não está sozinho. Por isso, desenvolvemos uma pesquisa para avaliar a caminhada até agora e poder dar novos passos. Prometemos não tomar muito o seu tempo. Acesse a pesquisa em nossas redes sociais e participe. Queremos ouvir você!

Juntos pelas redes sociais: www.PAROQUIADAGLORIA.org.br facebook.com/paroquiadagloriajf instagram.com/paroquiadagloriajf twitter.com/paroquiagloria issuu.com/paroquiadagloria (Jornal Novo Tempo) youtube.com/paroquiadagloria


Salas da Catequese Drive-thru para comemorar o Dia em reforma das Crianças

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o dia 17 de setembro, tiveram início os trabalhos de reforma do piso das salas da Catequese, no andar superior do Salão Paroquial. Parte do material estava desgastado pelo tempo e, em algumas salas, quebrado e descolando-se do chão. O piso antigo que ainda se encontra em bom estado foi retirado com cuidado e será guardado para posteriores trabalhos. Aproveitou-se também o momento oportuno para a realização do serviço porque, em razão da pandemia, as atividades da Catequese estão suspensas. Todo o novo piso que vai ser colocado foi doado por uma paroquiana, assim como o material para instalação. Após a reforma do piso, ainda serão necessários vários trabalhos, como colocação dos rodapés, pintura e outros pontos a serem restaurados. A duração dos trabalhos está prevista para três meses. Mas tudo isso só será possível graças à fidelidade dos nossos dizimistas. Contamos com sua colaboração!

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a tarde de 3 de outubro, aconteceu, no adro da Igreja da Glória, o Drive Thru da Catequese Infantil em comemoração ao Dia das crianças. Um evento que contou com a participação das Catequistas e do Assessor da Pastoral, Pe Lúcio Marcos Bento, C.Ss.R.. Passaram pela Igreja cerca de 40 crianças de carro e a pé com os pais. O evento foi uma forma de amenizar um pouco a saudade. Um momento especial e emocionante, já que em função da pandemia da Covid-19, não estão acontecendo os encontros presenciais. Desde o início da pandemia, a Catequese Infantil tem desenvolvido uma série de atividades virtuais, unindo catequisandos e catequistas. A coordenadora, Maria Aparecida Bassoli, ressalta que “embora estejamos distantes uns dos outros, estamos unidos em orações e no coração.” Ela agradece a todos os catequisandos e suas famílias pela participação nas atividades virtuais e também no drive-thru e destaca que os encontros presenciais e a 1ª Eucaristia de 2020 estão suspensos neste ano de 2020, devido à pandemia do Covid 19.


A primavera que busco

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a rota das Estações, sinais de primavera. Tomara que tenhamos olhos de vislumbrar a urgência de um futuro verde, a chegar: pois seja construído. O pássaro da estação solta livre seu bordão: Caminheiros, não há caminho, se faz caminho caminhando. Em consonância, o que quero mesmo é que façamos acontecer primavera pelos caminhos de VIDA de toda gente. Este querer vai afinado, contextualizando o bordão do Pássaro: Somos seres de caminho e o caminho do bem e da justiça exige aprendizado cotidiano, aprendizado pessoal e coletivo, sempre renovado. (Antonio Machado). A Estação primavera renova nossa busca, pois oscilamos quase sempre entre o pior e o melhor. E a resposta nunca consistirá apenas em uma vacina. Lutar é preciso. Quão bom seria que a voz profética de Isaias ressoasse alertando-nos no tempo desta pandemia sobre os desajustes da vida social desigual, mesquinha e cruel, tão repetitiva que sugere ser difícil a superação. Leia e ouça Isaias 58,6-7. (Esqueça não!) Porque será que os derrotados (milhares deles) e os mortos, tantos, pela COVID-19 deixam de trazer espanto, respeito e temor? Espanto e respeito são afins do susto compadecido, base para a solidariedade libertadora. Não é impossível uma primavera-brasil que faça a VIDA germinar onde a

Pe. Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R. as condições de morte imperam. Trata-se de mudar as condições. Será que nos distanciaremos do esquecimento e nos afastaremos das ações nefastas que nos tornam algozes? Onde houver apreço e memória não se repetirá o de sempre. Despedaçaremos todo jugo. Quero mesmo é que saiamos de tão gigantescas contradições e tamanhas ambiguidades. Imperdoáveis desigualdades. Pulsões de ódio e morte. Que haja uma primavera-país, propiciando-nos vencer este esquema vicioso e repetitivo. Há gente querendo perpetuar o de sempre. Se primavera houver, romperemos com as visões dualistas: nós os bons, eles os maus. Quem à direita quem à esquerda. Quem merece benesses, quem deve ser excluído. Quem existe versus a massa sobrante. A favor X contra. Os dualismos fragmentam nossa chance de ser povo brasileiro, todos nós. Os dualismos impossibilitam o diálogo, inviabilizam consensos. Dualidade sempre haverá, ela está no corpo de cada um de nós: dois olhos, um olhar. Dois ouvidos, a mesma escuta. Dois braços, a intensa atuação conjunta. Duas pernas, o mesmo andar. Se assim não for, capengamos... piratas de um olho só! Escutamos só de um lado e só o mesmo lado. A mão da justiça para uns, o esquecimento dela para outros tantos. O dualismo joga o jogo


perverso de perto-longe. Os do alto e os de baixo. Outro profeta, desta vez Jeremias, o sensível, enfrentou o dualismo político-religioso. Sua utopia-esperança: -“Trabalhar, plantar, colher. Viver, conviver e amar. Alegrar-se com as coisas comuns da vida e louvar a Deus”. Só que viveu o avesso de tudo isso, recebendo do Senhor a missão cuidado-denúncia e cuidado-esperança na época em que o Povo-da-Aliança estava, parte no exílio da Babilônia; parte permanecendo em Jerusalém, a governança. Ambas as partes dominadas pelo rei Nabucodonosor. Certa feita, além de visualizar com gestos sua denúncia usando canga ( leia Jer. 28), propôs uma parábola: DOIS CESTOS DE FIGO (Jer. 24). Um trecho: “Um cesto estava cheio de figos muito bons, como são os primeiros figos; o outro cesto estava cheio de figos muito ruins, tão ruins que não se podia comê-los”. Consegue ver nossa realidade aí, pois não? Já separou esquerda e direita? Pois bem, o profeta, de saída, enfrentou a pergunta que lhe gritavam: Quem dos dois é o bom, quem o culpado? O grupo que foi levado para o exílio ou a governança e o grupo que ficou em Jerusalém? Jeremias recomenda aos dois grupos a mesma PROPOSTA de reação ao jugo. Advertia com gestos a turma de Jerusalém, escreveu uma carta aos exilados. Qual sua proposta? Um novo projeto para todos em igual fraternidade, igual justiça, mesma fidelidade a Javé, mesmas oportunidades. O inimigo comum era o Invasor. A linha divisória entre figos bons/podres dependia de se estar em composição com as perspectivas da Aliança: um

tempo novo sócio-político-econômico. Seguir a ordem proposta. Invertida, ela justificaria o jugo opressor. A bondade do figo dependia do caminho: vida condividida e não assumir as trilhas da dependência-submissão-infidelidade. Por uma primavera de figos bons para todos! Condição: sermos bons figos. Figos-mel. Talvez possamos também nós ser quais abelhas, produzindo mel variado de acordo com as floradas. E os zangões, hein? Mel requer das abelhas humanas: consciência coletiva de igual dignidade, gestos de entreajuda e apoio: respeito, gentilezas, solidariedade. Companheirismo na Verdade e no Amor. E labor apaixonante pela RES PÚBLICA, esta coisa comum pública, o mel de todos e para todos em uma autêntica democracia. E a veracidade da democracia é a convivência com as diversidades e não desigualdades. Primavera das gentes que somos. Qual amanhã cidadão está em sua mente? Saber disso é fundamental para sua Oração. Qual é mesmo o NOME d’Aquele que alimenta os seus com a flor do trigo e lhes dá a comer o mel das fendas dos rochedos? E oferece Água viva? Primavera, e quem faz os caminhos de Deus? Caminhos para Deus, caminhos com Deus. A Utopia do Reino: todos filhos do Pai Nosso. Lutar por novos tempos pós-pandemia nos revela quem somos. E o que aprendemos com esta pandemia que não cessa. Vês sinais de primavera? Que haverá de novo, minha gente? Escutemos o mesmo anjo que falou a Elias: Levanta-te e come, caso contrário a caminhada será demasiado longa para ti.


Juventude on-line

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esmo com o distanciamento social, a juventude da Glória tem se organizado para manter as atividades. Primeiro, com a oração do terço, depois com a Adoração ao Santíssimo às quintas-feiras e, a partir do final de agosto, com o Terço da Misericórdia e a Novena em honra a São Roque, todas as sextas-feiras, às 21h, pelo Instagram do grupo: @juventudenagloriajf. Em outubro, os jovens também passaram a ficar responsáveis pelas missas às quintas-feiras, às 19h. Além disso, todo segundo domingo do mês, às 19h, a celebração será voltada para a juventude. Ainda neste mês, eles promoveram a Campanha “Adoce a vida de uma criança”, recolhendo caixinhas de chocolate que vão compor as cestas básicas do Ambulatório. A intenção é manter o grupo unido e chamar outros jovens para participarem.

Aniversário

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uem completa mais um ano de vida no dia 24 de outubro é o Padre Dalton Barros de Almeida, CSsR, Reitor da Comunidade Redentorista da Paróquia da Glória. Que Deus o abençoe!


Missionário do Redentor

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o dia 16 de outubro comemoramos a festa de São Geraldo Majela, que foi um verdadeiro Discípulo Missionário do Cristo Redentor. Na Igreja da Glória, entre os dias 13 e 15 de outubro, celebraremos o Tríduo e, no dia 16, a Missa Solene em honra ao Santo Irmão Redentorista, sempre às 19h. Em razão da pandemia, a participação presencial terá que ser agendada pelo whatsapp da Paróquia: 999139639. As celebrações também serão transmitidas, todos os dias, pelo youtube da Paróquia. São Geraldo nasceu na cidade de Muro, no Sul da Itália, a 6 de abril de 1726, de uma família piedosa, sendo batizado logo em seguida devido a seu frágil estado de saúde. Ele sempre quis ser missionário. Tentou entrar na Ordem dos Capuchinhos, mas não foi aceito. Todos o consideravam fisicamente muito fraco para trabalhar na missão e ser um religioso. Em 1749, houve uma missão redentorista na cidade de Muro e Geraldo quis ser redentorista. Foi recusado, mas não desistiu. Pulou da janela de sua casa para seguir os missionários, deixando um bilhete para sua mãe e sua família dizendo: “Vou embora para me tornar santo!” Com muito custo foi aceito. O Padre redentorista que o aceitou na Congregação disse que estava acolhendo um Irmão inútil, que não iria aguentar as dificuldades da vida missionária. Mas Geraldo surpreendeu a todos com seu dinamismo. Realizava os serviços domésticos e tinha grande zelo apostólico. Fez os votos religiosos como Irmão Redentorista em 1752. Era uma pessoa simples, dedicada aos pobres, doentes e pecadores. Foi perseguido e sofreu uma calúnia de

abuso sexual contra uma moça. Isso fez Geraldo sofrer muito. Devido a isso, recebeu a penitência de não comungar. Sofreu mais ainda, pois Jesus Eucarístico sempre foi o centro de sua vida. Mesmo inocente, optou ficar em silêncio. A moça, no leito da morte, acabou confessando que as acusações que fez contra ele eram mentira. Geraldo acompanhou as missões populares como Irmão e exerceu as funções de jardineiro, sacristão, alfaiate, porteiro, cozinheiro, carpinteiro. Converteu muitos pecadores que estavam afastados de Deus. A saúde de Geraldo era precária. Pegou tuberculose. Ofereceu seus sofrimentos pela conversão dos pecadores. Morreu no dia 16 de outubro de 1755, com somente 29 anos de idade. Foi beatificado em 1893 e declarado santo no ano de 1904. Não há grandes mistérios na santidade de Geraldo. Seu maior desejo sempre foi, como ele mesmo dizia: “amar muito a Deus; estar sempre unido com Deus; fazer tudo por amor de Deus; amar a todos por amor de Deus”. Sua única ocupação era fazer a vontade de Deus. Geraldo era loucamente apaixonado por Deus. Seu amor a Deus o levou a amar o próximo nos seus co-irmãos redentoristas e nos pobres.


Todos irmãos N

o dia 3 de outubro, em Assis (Itália) o Papa Francisco publicou a Encíclica “Fratelli tutti” (Todos irmãos). Fraternidade e amizade social são os caminhos indicados pelo Pontífice para construir um mundo melhor, mais justo e pacífico, com o compromisso de todos: pessoas e instituições. Mas quais são os grandes ideais e os caminhos concretos para aqueles que querem construir um mundo mais justo e fraterno nas suas relações cotidianas, na vida social, na política e nas instituições? Esta é a pergunta à qual pretende responder, principalmente, este novo documento do Papa. A encíclica toma o seu título das “Admoestações” de São Francisco de Assis, que usava essas palavras “para se dirigir a todos os irmãos e irmãs e lhes propor uma forma de vida com sabor do Evangelho” (1). O objetivo é promover uma aspiração mundial à fraternidade e à amizade social. No pano de fundo, há a pandemia da Covid-19 que - revela Francisco - “irrompeu de forma inesperada quando eu estava escrevendo esta carta”. Mas a emergência sanitária global mostrou que “ninguém se salva sozinho” e que chegou realmente o momento de “sonhar como uma única humanidade”, na qual somos “todos irmãos”. (7-8).

Um mundo fechado

No primeiro de oito capítulos, intitulado “As sombras de um mundo fechado”, o documento debruça-se

sobre as muitas distorções da época contemporânea: a manipulação e a deformação de conceitos como democracia, liberdade, justiça; o egoísmo e a falta de interesse pelo bem comum; a prevalência de uma lógica de mercado baseada no lucro e na cultura do descarte; o desemprego, o racismo, a pobreza; a desigualdade de direitos e as suas aberrações como a escravatura, o tráfico de pessoas, as mulheres subjugadas e depois forçadas a abortar, o tráfico de órgãos (10-24). Estes são problemas globais que requerem ações globais, sublinha o Papa, apontando o dedo também contra uma “cultura de muros” que favorece a proliferação de máfias, alimentadas pelo medo e pela solidão (27-28).

Cuidar uns dos outros

A muitas sombras, porém, a Encíclica responde com um exemplo luminoso, o do bom samaritano, a quem é dedicado o segundo capítulo, “Um estranho no caminho”. Nele, o Papa assinala que, em uma sociedade doente que vira as costas à dor e é “analfabeta” no cuidado dos mais frágeis e vulneráveis (64-65), somos todos chamados a estar próximos uns dos outros (81), superando preconceitos e interesses pessoais. O amor constrói pontes e nós “somos feitos para o amor” (88), acrescenta o Papa, exortando em particular os cristãos a reconhecerem Cristo no rosto de cada pessoa excluída (85).

Sair de si mesmo

O princípio da capacidade de amar

segundo “uma dimensão universal” (83) é também retomado no terceiro capítulo, “Pensar e gerar um mundo aberto”: nele, Francisco exorta cada um de nós a “sair de si mesmo”, abrindo-nos ao próximo segundo o dinamismo da caridade que nos faz tender para a “comunhão universal” (95). Afinal – recorda a Encíclica - a estatura espiritual da vida humana é medida pelo amor que nos leva a procurar o melhor para a vida do outro (92-93). O sentido da solidariedade e da fraternidade nasce nas famílias que devem ser protegidas e respeitadas na sua “missão educativa primária e imprescindível” (114). O direito a viver com dignidade não pode ser negado a ninguém, afirma ainda o Papa, e uma vez que os direitos são sem fronteiras, ninguém pode ser excluído, independentemente do local onde nasceu (121). Deste ponto de vista, o Papa lembra também que é preciso pensar em uma “ética das relações internacionais” (126), porque cada país é também do estrangeiro e os bens do território não podem ser negados àqueles que têm necessidade e vêm de outro lugar. O direito natural à propriedade privada será, portanto, secundário em relação ao princípio do destino universal dos bens criados (120).

Vidas dilaceradas

Ao tema das migrações é, ao invés, dedicado em parte o segundo e todo o quarto capítulo, “Um coração aberto ao mundo inteiro”: com as suas “vidas


dilaceradas” (37), em fuga das guerras, perseguições, catástrofes naturais, traficantes sem escrúpulos, arrancados das suas comunidades de origem, os migrantes devem ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados. Nos países destinatários, o justo equilíbrio será entre a proteção dos direitos dos cidadãos e a garantia de acolhimento e assistência aos migrantes (38-40). Especificamente, o Papa aponta algumas “respostas indispensáveis” especialmente para aqueles que fogem de “graves crises humanitárias”: incrementar e simplificar a concessão de vistos; abrir corredores humanitários; oferecer alojamento, segurança e serviços essenciais; oferecer possibilidade de trabalho e formação; favorecer a reunificação familiar; proteger os menores; garantir a liberdade religiosa.

os “estragos” provocados pela especulação financeira mostraram-no (168). Desta forma - afirma o Papa -, pode-se passar de uma política “para” os pobres para uma política “com” e “dos” pobres (169). Outro desejo presente na Encíclica diz respeito à reforma da ONU: perante o predomínio da dimensão econômica, de fato, a tarefa das Nações Unidas será dar uma real concretização ao conceito de “família de nações”, trabalhando para o bem comum, a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos humanos. Recorrendo incansavelmente à “negociação, aos mediadores e à arbitragem” - afirma o documento pontifício - a ONU deve promover a força da lei sobre a lei da força (173-175).

Nunca mais a guerra!

A política e o bem comum

A arte do encontro

Do sexto capítulo, “Diálogo e amizade social”, emerge também o conceito de vida como “a arte do encontro” com todos, também com as periferias do mundo e com os povos originais, porque “de todos se pode aprender alguma coisa, nin­guém é inútil, ninguém é supérfluo” (215). Particular, então, a referência do Papa ao “milagre da amabilidade”, uma atitude a ser recuperada porque é “uma estrela na escuridão” e uma “libertação da crueldade, da ansiedade que não nos deixa pensar nos outros, da urgência distraída” que prevalecem em época contemporânea (222-224).

No oitavo e último capítulo, o Pontífice se debruça sobre as “Religiões ao serviço da fraternidade no mundo” e reitera que o terrorismo não se deve à religião, mas a interpretações erradas de textos religiosos, bem como a políticas de fome, pobreza, injustiça e opressão (282-283). Um caminho de paz entre as religiões é, portanto, possível; por isso, é necessário garantir a liberdade religiosa, direito humano fundamental para todos os crentes (279). Uma reflexão, em particular, a Encíclica faz sobre o papel da Igreja: ela não relega a sua missão à esfera privada e, embora não fazendo política, não renuncia à dimensão política da existência, à atenção ao bem comum e à preocupação pelo desenvolvimento humano integral, segundo os princípios evangélicos (276-278).

O tema do quinto capítulo é “A política melhor”, ou seja, a que representa uma das formas mais preciosas da caridade porque está a serviço do bem comum (180) e conhece a importância do povo, entendido como uma categoria aberta, disponível ao confronto e ao diálogo (160). Este é o popularismo indicado por Francisco, que se contrapõe ao “populismo” que ignora a legitimidade da noção de “povo”, atraindo consensos a fim de instrumentalizar a serviço do seu projeto pessoal (159). Mas a melhor política é também a que protege o trabalho, “uma dimensão indispensável da vida social” e procura assegurar que cada um tenha a possibilidade de desenvolver as suas próprias capacidades (162). A verdadeira estratégia contra a pobreza, afirma a Encíclica, não visa simplesmente a conter os necessitados, mas a promovê-los na perspectiva da solidariedade e da subsidiariedade (187). A tarefa da política, além disso, é encontrar uma solução para tudo o que atenta contra os direitos humanos fundamentais, tais como a exclusão social; tráfico de órgãos e tecidos humanos, armas e drogas; exploração sexual; trabalho escravo; terrorismo e crime organizado. A política da qual há necessidade, sublinha ainda Francisco, é aquela centrada na dignidade humana e que não está sujeita à economis porque “o mercado por si só, não resolve tudo”:

Promover a paz

Reflete sobre o valor e a promoção da paz, o sétimo capítulo, intitulado “Percursos de um novo encontro”, no qual o Papa sublinha que a paz é “proativa” e visa formar uma sociedade baseada no serviço aos outros e na busca da reconciliação e do desenvolvimento mútuo. A paz é uma “arte” em que cada um deve desempenhar o seu papel e cuja tarefa nunca termina (227-232). Ligado à paz está o perdão: devemos amar todos sem exceção - lê-se na Encíclica -, mas amar um opressor significa ajudá-lo a mudar e não permitir que ele continue a oprimir o seu próximo (241-242). Perdão não significa impunidade, mas justiça e memória, porque perdoar não significa esquecer, mas renunciar à força destrutiva do mal e da vingança.

Parte do sétimo capítulo se detém, então, sobre a guerra: “uma ameaça constante”, que representa a “negação de todos os direitos”, “o fracasso da política e da humanidade”, “a vergonhosa rendição às forças do mal”. Além disso, devido às armas nucleares, químicas e biológicas que afetam muitos civis inocentes, hoje já não podemos pensar, como no passado, em uma possível “guerra justa”, mas temos de reafirmar fortemente “Nunca mais a guerra! A eliminação total das armas nucleares é “um imperativo moral e humanitário”; em vez disso - sugere o Papa - com o dinheiro do armamento deveria ser criado um Fundo Mundial para acabar de vez com a fome (255-262).

Desenvolvimento integral

Conclusão

Enfim, Francisco cita o “Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum”, assinado por ele mesmo em 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi, junto com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib: desta pedra miliar do diálogo inter-religioso, o Pontífice retoma o apelo para que, em nome da fraternidade humana, o diálogo seja adotado como caminho, a colaboração comum como conduta, e o conhecimento mútuo como método e critério (285). Fonte: vaticannews/pt


Ambulatório 67 anos de dedicação aos necessitados

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Assistência Social Nossa Senhora da Glória foi fundada para ser a Obra social da Paróquia Nossa Senhora da Glória. Padre Jaime Snoek, recém chegado de Roma, se inspirou nos exemplos de lá para conseguir recursos holandeses para comprar o prédio. A história do Ambulatório , como ficou conhecido, começou em março de 1953, quando Padre Jaime e o vice provincial, Padre Gregório Wiets, juntamente com o Professor Salvador Bergo, Fernando Dias e Raphael Medeiros Moreira criaram o Ambulatório e Dispensário Nossa Senhora da Glória, em parceria com o Círculo Operário de Juiz de Fora. Com o desligamento deste, surgiu, em outubro do mesmo ano, a Assistência Social Nossa Senhora da Glória. Um trabalho que sobrevive há 67 anos da colaboração da sociedade civil prestando assistência gratuita às pessoas reconhecidamente necessitadas. Queremos agradecer a Deus por mais um ano de trabalho e de cuidado! A nossa gratidão também a todos (as) que já passaram pelo Ambulatório desde a sua fundação e deixaram aqui o seu tempo, o seu serviço e principalmente o seu amor a favor dos mais necessitados e aos inúmeros voluntários, parceiros, associados e benfeitores que fazem a obra acontecer até os dias de hoje! Um cronista, que deixou em sua agenda anotações sobre o nascimento do Ambulatório em 1953, o descreveu como “obra de autêntica caridade cristã”. Que assim seja! Por muitos e muitos anos !!!

Sandra Hansen Coordenadora


Uma vocação para o amor a Deus e ao próximo

O Ambulatório surgiu de um chamado do Senhor aos Padres Redentoristas em Juiz de Fora, representados pelo Padre Jaime Snoek , em favor dos irmãos pobres. Lembro-me claramente do dia em que após uma Celebração Eucarística, Pe. Jaime, ainda no altar, fez o convite para que voluntários os ajudassem a concretizar esta obra em favor dos irmãos pobres. Eu, com 15 anos de idade, estava ao lado de minha mãe e, com o seu consentimento, com o coração abarrotado de entusiasmo, dei o meu nome como voluntária. E foi uma das grandes bênçãos de Deus em minha vida! Após alguns meses, a feliz abertura do Ambulatório aconteceu! Receber cada pessoa, como irmão e irmã, fazer a ficha, encaminhar para a sala de consulta com um médico, às vezes, providenciar remédios, que alegria ... E foi assim que fui descobrindo também que Deus me chamava para a consagração definitiva a Ele. A Deus, meu eterno louvor! Parabéns Ambulatório, por estes anos de atendimento aos irmãos carentes! Longa vida, Ambulatório, eu lhe desejo!

Irmã Ernestina Simões Lemos, Congregação das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, V.M.


Aniversariantes Dizimistas - Outubro 01/10

Igreja da Glória

Maria Angélica Dias Therezinha de Mendonça V Borba Emir Rodrigues das Dores de Souza Maria Ângela da Costa Silva

02/10

Dulce Maria da Silva Eunice Aroni Grizende Maria das Graças Vidal Kamila Soares

04/10

Demóstenes Pessoa de Farias

05/10

Matheus Lily Serrão Dilon Maria Madalena Miranda Gustavo Medeiro Neves

06/10

Maria Rodrigues Teixeira Lúcia Regina Costa Martins Porto Dirce Gonçalves Luzeiro Maria Aparecida de Oliveira Marcelus Moreira de Carvalho Maria Inês Alves Miguel Arcanjo P Machado

07/10

11/10

Regina Lúcia H Albuquerque

Marcella Motta Lucindo Duarte Breno Cândido de Oliveira

13/10

12/10

25/10

14/10

Ângela Aparecida Batista Felix Sebastião Valtencir Rezende Franco Aparecida Bassoli Machado

13/10

João Augusto Campos Elizete de Araujo S Meckailedes

15/10

Maria de Lourdes Lopes Santiago Terezinha de Jesus C Umbelino Lidiane Martins Gonçalves Fava

16/10

José Mário Vicente

18/10

José Pereira Rodrigues Mônica Ferreira Rodrigues Gomes

19/10

Sônia de Fátima de P Freitas Pereira

20/10

Ormeu Alves das Chagas Eliete de Loreto Flavio da Conceição Correa

Maria Geralda Domingues Deuza Rocha Mendes

21/10

08/10

22/10

Rogério Antônio Guimarães Vera Lúcia da Silva

09/10

Maria Helena M de C Heredia

Regina Célia de Lima Eni Dias da Silva

24/10

Fernando Quiossa Angela Maria de Sousa

Fernanda Guedes Macedo

Dalmazir de Castro Salles Antônio Lelles Dias

26/10

24/10

Maria Aparecida Carvalho da Silva

Protino Rafael de Oliveira

27/10

31/10

Mariana Malta de Farias Maria Aparecida Venâncio Porfírio Alfredo de Paiva

28/10

José Simão de Souza

29/10

Luiz Tarcísio V Campos Maria Angélica A da Rocha

30/10

Roozely Ivonéa Bellei Geraldo Afonso de Almeida

31/10

Maria Clara Porto Beiral

Capela São Roque 02/10

Aparecida Lúcia Oliveira Reis

04/10

Maria Therezinha de C A Pannain

06/10

Lindaura Isabel Leite de Paiva

12/10

Maria Lúcia Leite Novaes

Hilda Ribeiro Franklin de Moraes

Novos dizimistas, sejam bem-vindos! Antonieta Maria Coelho Pereira Beatriz dos Santos Guércio Cacia Regina da Silva Carlos Tavares de Souza Cátia Marinha Christiano da Silva Nunes Diviana Marques Cláudio Francisca de Souza Pereira Gabriel José P da Cruz Gustavo Xavier da Silveira Paulo Xchaper Santos Paulo Henrique Ferreira Pedro Henrique Santos de Freitas Nelcina Barbosa Menezes Neli Affonso Kruk Maria da Penha Raimundo Valéria Maria Ferreira da Costa Valério do Carmo Miranda Regina Stela de Faria Roberto Carlos Lopes de Oliveira Wanda Lopes de Oliveira


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“Eis-me aqui, envia-me” (Is 6, 8)

ste é o tema escolhido pelo Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, a ser celebrado em 18 de outubro. Na mensagem, o Papa não esquece “as tribulações e desafios causados pela pandemia do covid-19” e propõe à Igreja uma atenção especial a estas circunstâncias que interpelam toda a humanidade. Francisco constata que como “à semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda” e nos “demos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos.” A mensagem reconhece como, apesar de “verdadeiramente assustados, desorientados e temerosos”, se verifica como “o sofrimento e a morte nos fazem experimentar a nossa fragilidade humana; mas, ao mesmo tempo, todos participamos de um forte desejo de vida e de libertação do mal”. Neste contexto, a missão é um convite “a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo” e uma “oportunidade de partilha, serviço, intercessão”.

Um desafio

Para Francisco, “a compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja. Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida”. O Papa recorda que, apesar de “obrigados à distância física e a permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe de aumentar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros”. E, neste contexto, ”a oração, na qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade e liberdade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação”.

Oração do Mês Missionário Deus Pai, Filho e Espírito Santo, fonte transbordante da missão, Ajuda-nos a compreender que a vida é missão, dom e compromisso. Que Maria, nossa intercessora na cidade, no campo, na Amazônia e em toda parte, ajude, cada um de nós, a ser testemunhas proféticas do Evangelho, numa Igreja sinodal e em estado permanente de missão. Eis-me aqui, Senhor, envia-me! Amém.


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