Jornal Novo Tempo/Fevereiro 2020

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Palavra do Pároco Tempo de assumirmos as passagens de nossa vida

É

passado o primeiro mês do ano e já estamos na metade do segundo! Aproximamos do período quaresmal. E na dinâmica de viver, somos envolvidos pelas atividades cotidianas de nossas vidas e no mês que nos encontramos somos chamados a nos abrirmos à Graça de Deus. Após os dias de Carnaval, iniciaremos o tempo da Quaresma, a saber, começaremos um grande e profundo retiro a iniciar na quarta-feira de Cinzas até a Quinta-feira Santa, de manhã. Quarenta dias e a espiritualidade será a dinâmica da Penitência e Conversão, levando-nos a vislumbrar a Misericórdia de Deus. Quando falamos em Quaresma, muitos pensam ser tempo de desgastante período de tristeza! Nada disso! É o tempo para entendermos, assumirmos as passagens que acontecem em nossas vidas e na liturgia vivenciarmos também passagens que se fazem fundamentais, pois em nossa espiritualidade cristã, somos chamados a fazer com Cristo o caminho de nossa Salvação. O período quaresmal irá nos revelar como Deus nos quer redimidos em seu Filho. Um meio de nos unirmos todos ao convite para a Conversão será nossa atenção disponível para o que nos propõe a Igreja no Brasil com as reflexões que faremos sobre a Campanha da Fraternidade. Vamos seguir o caminho, fortes na fé e alegres na esperança! Partilhamos com vocês um pouco de nosso caminho através de mais uma edição do nosso informativo. Boa leitura e que Deus abençoe a todos copiosamente!

Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R.

CPP Ampliado faz primeira reunião do ano

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o dia 10 de fevereiro, coordenadores das pastorais e movimentos da Paróquia da Glória participaram da primeira reunião do Conselho Pastoral Paroquial (CPP) Ampliado do ano. O encontro foi conduzido pelo Pároco, Pe. Edson. Durante a reunião, foram apresentados os cinco pré-noviços que vão trabalhar junto à juventude e Pastoral Vocacional. O grupo jovem também falou sobre a programação proposta para o ano. Dois novos membros do CPP foram apresentados: Maria Aparecida Bassoli e Walerson Peres. As conclusões da Assembleia Paroquial, com destaque para o acolhimento, foram revistas e aprovadas, para que sejam desenvolvidas nos trabalhos pastorais ao longo do ano.


Oficina de escutadores

I

A beleza de ouvir e ser ouvido

nvestir na experiência humana da ESCUTA à luz da reflexão da fé cristã é o que pretende a Oficina de Escutadores, que acontecerá a partir do dia 3 de março, sob a orientação do Reitor da Comunidade Redentorista da Glória, Pe. Dalton Barros de Almeida, C.Ss.R. Uma ótima oportunidade para agentes de pastorais e movimentos, neste ano em que o acolhimento foi apontado como prioridade nos trabalhos evangelizadores da Paróquia. Este primeiro módulo se estenderá até junho, com oficinas todas as terças-feiras, às 20h, no Salão Paroquial. As inscrições, no valor de R$ 10,00, podem ser feitas na Secretaria Paroquial até 27 de fevereiro. As vagas são limitadas. Além disso, a cada semana pede-se a contribuição de R$ 5,00 para cobrir os gastos com os materiais.

Com a juvent�de e para a juvent�de

A

juventude da Paróquia da Glória caminha a passos largos para sua reestruturação e consolidação de um trabalho, que começou com a Missa da Juventude no primeiro sábado de cada mês e alguns encontros de reflexão. Neste ano, um grupo de cinco jovens assumiu a coordenação dos trabalhos, definindo uma programação mensal: todo primeiro domingo do mês, um encontro às 18h no Salão Paroquial. A Missa da Juventude passa a acontecer no segundo domingo, às 19h30, na Igreja da Glória. E no terceiro domingo, os jovens se reúnem para rezar o terço. Além disso, seminaristas do Pré-Noviciado também vão integrar e auxiliar o grupo. A primeira Missa da Juventude do ano aconteceu no dia 9 de fevereiro, presidida pelo Pároco, Pe. Edson. Os jovens fizeram um belo momento de reflexão, a partir do Evangelho de Mateus: “Sal da terra e luz do mundo”. O sacerdote destacou a importância dos jovens no trabalho evangelizador da Igreja, consagrando todos a Nossa Senhora no final da celebração.

No dia 1º de março, às 14h, o grupo visitará o Lar de Idosos Luiza de Marillac, levando gêneros alimentícios e produtos de higiene pessoal e limpeza. As doações podem ser deixadas na Secretaria Paroquial, onde também se encontra a lista com os materiais que mais a entidade necessita.


Por uma Igreja com rosto amazônico

N

o dia 12 de fevereiro, foi publicada a Exortação pós-sinodal sobre a Amazônia. O documento traça novos caminhos de evangelização e cuidados para com o meio ambiente e os pobres. Francisco auspicia um novo ímpeto missionário e encoraja o papel dos leigos nas comunidades eclesiais. “A Amazônia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, o seu drama e o seu mistério.” Assim tem início a Exortação apostólica Querida Amazônia. O Pontífice, nos primeiros pontos, explica o sentido do documento, rico de referências a documentos das Conferências episcopais dos países amazônicos, mas também a poesias de autores ligados à Amazônia. Francisco destaca que deseja “expressar as ressonâncias” que o Sínodo provocou nele. O Papa compartilha os seus “Sonhos para a Amazônia” (...): “que lute pelos direitos dos mais pobres”, “que preserve a riqueza cultural”, “que guarde zelosamente a sedutora beleza natural”, e que, por fim, as comunidades cristãs sejam “capazes de se devotar e encarnar na Amazônia”.

O sonho social

O primeiro capítulo destaca que “uma verdadeira abordagem ecológica” é também “abordagem social” e, mesmo apreciando o “bem viver” dos indígenas, adverte para o “conservacionismo”, que se preocupa somente com o meio ambiente. Com tons vibrantes, fala de “injustiça e crime”. Recorda que já Bento XVI havia denunciado “a devastação ambiental da Amazônia”. Os povos originários, afirma, sofrem uma “sujeição”, seja por parte dos poderes locais, seja por parte dos poderes externos. Para o Papa, as operações econômicas que alimentam devastação, assassinato e corrupção merecem o nome de “injustiça e crime”. E com João Paulo II, reitera que a globalização não deve se tornar um novo colonialismo.

O sonho cultural

O segundo capítulo é dedicado ao “sonho cultural”. Francisco esclarece que “promover a Amazônia” não significa “colonizá-la culturalmente” (28). E recorre a uma imagem que lhe é cara: “o poliedro amazônico” (29-32). É preciso combater a “colonização pós-moderna”. Para Francisco, é urgente “cuidar das raízes” (33-35). Citando a Laudato si, destaca que a “visão consumista do ser humano” tende a “a homogeneizar as culturas” e isso afeta sobretudo os jovens. A eles, o Papa pede que assumam as raízes, que recuperem “a memória danificada”.

O sonho ecológico

Este terceiro capítulo é o mais relacionado com a Encíclica Laudato si’. Na introdução, destaca-se que na Amazônia existe uma relação estreita do ser humano com a natureza. Cuidar dos irmãos como o Senhor cuida de nós, reitera, “é a primeira ecologia que precisamos”. Cuidar do meio ambiente e cuidar dos pobres são “inseparáveis”. Para o Papa, é urgente ouvir o “grito da Amazônia”. Recorda que o equilíbrio planetário depende da sua saúde. Escreve que existem fortes interesses não somente locais, mas também internacionais. A solução, portanto, não é “a internacionalização” da Amazônia; ao invés, deve crescer “a responsabilidade dos governos nacionais”. Ouvindo os povos originários, destaca, podemos amar a Amazônia “e não apenas usá-la”; podemos encontrar nela “um lugar teológico, um espaço onde o próprio Deus se manifesta e chama os seus filhos”. A última parte do terceiro capítulo é centralizada na “educação e hábitos ecológicos”. O Papa ressalta que a ecologia não é uma questão técnica, mas compreende sempre “um aspecto educativo”.

O sonho eclesial

O último capítulo, o mais denso, é dedicado “mais diretamente” aos pastores e aos fiéis católicos. O Papa convida a “desenvolver uma Igreja com rosto amazônico” através de um “grande anúncio missionário”. Uma parte consistente é dedicada ainda à inculturação. Os valores presentes nas comunidades originárias, escreve, devem ser valorizados na evangelização. Os Sacramentos, exorta, “devem ser acessíveis, sobretudo aos pobres”. A Igreja, afirma evocando a Amoris laetitia, não pode se transformar numa “alfândega”. Relacionado a este tema, está a “inculturação do ministério” para a qual a Igreja deve dar uma resposta “corajosa”. Para o Papa, deve ser garantida “maior frequência da celebração da Eucaristia”. A propósito, reitera, é importante “determinar o que é mais específico do sacerdote”. A resposta, lê-se, está no sacramento da Ordem sacra, que habilita somente o sacerdote a presidir a Eucaristia. Depois dos Sacramentos, “Querida Amazônia” fala das “comunidades cheias de vida”, nas quais os leigos devem assumir “responsabilidades importantes”. Para o Papa, com efeito, não se trata “apenas de facilitar uma presença maior de ministros ordenados”. Um objetivo “limitado” se não suscitar “uma nova vida nas comunidades”. São necessários, portanto, novos “serviços laicais”. Somente através de “um incisivo protagonismo dos leigos”, reitera, a Igreja poderá responder aos “desafios da Amazônia”. Francisco dedica um espaço à força e ao dom das mulheres. Reconhece que, na Amazônia, algumas comunidades se mantiveram somente “graças à presença de mulheres fortes e generosas”. Porém, adverte que não se deve reduzir a Igreja a “estruturas funcionais”. Se assim fosse, com efeito, teriam um papel somente se fosse concedido a elas acesso à Ordem sacra. Para o Pontífice, deve ser rejeitada a clericalização das mulheres, acolhendo, ao invés, a contribuição segundo o modo feminino, que prolonga “a força e a ternura de Maria”. Francisco encoraja o surgimento de novos serviços femininos, que – com um reconhecimento público dos bispos – incidam nas decisões para as comunidades. O Papa conclui o documento com uma oração à Mãe da Amazônia. “Mãe, olhai para os pobres da Amazônia – é um trecho da sua oração –, porque o seu lar está a ser destruído por interesses mesquinhos (…) Tocai a sensibilidade dos poderosos porque, apesar de sentirmos que já é tarde, Vós nos chamais a salvar o que ainda vive”. Fonte: http://www.vaticannews.va/pt


125 anos do Convento da Glória

Q

uando o primeiro Missionário Redentorista holandês, o Padre Mathias Tulkens, aqui chegou, em 1893, para prestar assistência espiritual aos colonos germânicos da então Colônia Dom Pedro II, ficou inicialmente hospedado na casa da piedosa viúva Filomena Kelmer Hüber. Fraü Huber, que fora cozinheira dos capelães anteriores, hospedou o Padre Mathias em sua casa na Rua dos Artistas por cerca de dois meses, cedendo-lhe integralmente a residência à noite, indo pernoitar na casa de uma sobrinha. Com a perspectiva da chegada do Padre Francisco Lohmeyer, que ficara em Mariana para aprender melhor o português com os padres Lazaristas, e, posteriormente, de outros missionários redentoristas, que formariam a primeira comunidade redentorista do Brasil, a comissão diretora do Culto Católico de Mariano Prócopio, em fevereiro de 1894, alugou uma casa na rua que hoje leva o nome do Padre Mathias, para lhes servir de morada. Determinados a se estabelecerem no Morro da Glória, em dezembro de 1894, os missionários redentoristas decidiram construir um convento anexo à primitiva Igreja dos Alemães, começando assim uma campanha junto ao povo para levantar os recursos necessários para tal empreendimento. Mais uma vez, não só os colonos assistidos, como fazendeiros abastados da região, dentre eles a Família Assis, da Fazenda da Floresta, que décadas mais tarde patrocinariam a construção do Seminário da Floresta, e Manoel Honório, que dá nome ao bairro próximo, e o próprio Padre Sabino Las Casas, vigário da então Matriz, hoje Catedral de Santo Antônio, realizaram doações generosas

Nathan Ramalho dos Reis

Casa de Fraü Huber (no detalhe), onde Pe. Mathias ficou hospedado.

Imóvel alugado pela diretoria do Culto Católico para servir de residência aos primeiros Missionários Redentoristas

para a construção do primeiro convento redentorista em terras brasileiras. O projeto da nova morada dos missionários coube ao Irmão Gregório Mulders, que junto com o colono José Larcher, viajou ao Rio de Janeiro em busca dos melhores materiais e preços para a construção do Convento da Glória, e em 11 de fevereiro de 1895 tiveram início as obras, tendo o colono Filipe Zimmerman patrocinado em boa parte o trabalho de limpeza e nivelamento do terreno, executado por ele próprio. Em 25 de outubro de 1895, embora ainda inacabado, a comunidade redentorista se instala no convento, tendo, porém, a obra sido dada por concluída apenas em abril de 1899.


‘Viu, sentiu compaixão e cuidou dele’ (Lc 10, 33-34) • O que aconteceu conosco? • Por que vemos crescer tantas formas de violência, agressividade e destruição? • Perdemos, de fato, o valor da fraternidade? Refletir sobre o significado mais profundo da vida e encontrar caminhos para que esse sentido seja fortalecido ou reencontrado. Este é o objetivo da Campanha da Fraternidade 2020; mostrar que a vida é dom e compromisso! Seu sentido consiste em ver, solidarizar-se e cuidar. Significa não fechar os olhos às dores das pessoas, como fez Santa Dulce dos Pobres, modelo de vida para a campanha deste ano. A CF 2020 toma como referência a parábola do bom samaritano (Lucas 10, 25-37). O sacerdote e o levita desviam-se do homem ferido, pois não tinham tempo para ele. O Samaritano aproxima-se da vítima dos salteadores e, movido pela compaixão, gasta seu tempo, ficando com ele à noite na hospedaria. No dia seguinte paga as despesas da sua estadia e promete retribuir ao dono da hospedaria tudo o que por ventura gastasse a mais para cuidar daquele que sofreu o assalto. A postura inesperada do samaritano contém o centro do ensinamento de Jesus: o próximo não é apenas alguém com quem possuímos vínculos, mas todo aquele de quem nos aproximamos. Não é a lei, vínculo sanguíneo ou ligação afetiva que estabelecem as prioridades, mas a compaixão, que impulsiona a fazer pelo outro aquilo que nos é possível, rompendo com toda indiferença. A lei é esta: todos devem ser amados, sem distinção. Ser capaz de sentir compaixão é a chave da obediência à vontade de Deus, que ama toda a criação: Servir! Ver! Sentir, ter compaixão e cuidar é o autêntico programa quaresmal. Quaresma é tempo de abertura ao mistério da dor, morte e a cruz do Crucificado, Vencedor da Morte. A Igreja recorda que esse caminho do calvário e vitória de Cristo, exige de nós jejum, oração e a esmola. No jejum somos conectados à dor dos que tanto sofrem pela falta de vida digna. A oração, diálogo de amor e amizade, é aproximação que nos possibilita sermos tocados pelo amor e ternura de Deus. A esmola é a partilha de vida, cuidado amoroso que nasce da liberdade da renúncia para a entrega amorosa. Jesus é o verdadeiro bom Samaritano que se aproxima dos homens e das mulheres que sofrem e, por compaixão, lhes restitui a dignidade perdida.

Viu

Na Parábola do Bom Samaritano, Jesus apresenta duas formas de olhar: uma que é indiferente: vê, mas passa adiante (sacerdote e levita); e outra que vê, permanece, envolve e se com-

promete (samaritano). Somente contemplando o mundo com os olhos de Deus (o olhar samaritano), é possível perceber e acolher o grito que emerge das várias faces da pobreza e da agonia da criação (cf. Diretório Geral da Alção Evangelizadora no Brasil 2019/2023, n. 102). O aborto é realidade que ameaça a vida desde o ventre materno. Da mesma forma, o desprezo pela vida se manifesta por meio de projetos que querem regularizar a eutanásia e o suicídio assistido, garantindo o que chamam de direito de antecipação da morte. Também temos que citar a realidade de milhares de crianças órfãs que perderam suas famílias, sobretudo em tempos de violência e migração forçada. Outros cenários também agridem a vida humana no Brasil: 1- Desemprego: em dezembro de 2019, segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego atingiu 11% da população (11,6 milhões de pessoas). Cresceu igualmente o número de pessoas que desistiram de procurar emprego. A informalidade, no final do ano passado, chegou a 41%, um contingente de 38,4 milhões de pessoas. 2 - Miséria: o número de pessoas vivendo a miséria extrema já somam 13,5 milhões. 3 - Ansiedade: o Brasil é considerado o país mais ansioso e estressado da América Latina. 4 – Suicídio: em 2016, houve 11.433 mortes por suicídio, ou seja, 31 casos por dia. Os jovens, entre 15 e 29 anos, estão entre as maiores vítimas do suicídio, a 4ª maior causa de morte nessa faixa etária. 5 – Violência no trânsito: nos primeiros seis meses de 2018, foram 19.398 mortes e 20 mil casos de invalidez permanente no país; 53,7% dos acidentes causados pela negligência ou imprudência dos motoristas. 6 – Feminicídio: em 2017, a cada dez feminicídios, registrados em 23 países, quatro ocorreram no Brasil. Naquele ano, 2.795 mulheres foram assassinadas, das quais, 1.133 no Brasil. 7 - Disputa pela água: Perto de um milhão de pessoas foram envolvidas nos conflitos pela água, que provocaram 71 assassinatos. O individualismo marca de tal maneira as relações que a vida corre o risco de ser vista não mais como dom e compromisso, mas como um peso ou como algo de que a pessoa pode dispor a seu bel prazer. O ser humano - e sua capacidade de ser “feliz” passa a ser avaliado pelo que produz e pelo que consome. Tudo isto indica a banalização da vida e a relativização da existência. O mercado que seduz ao consumismo desenfreado atropela a vida dos mais pobres sem escrúpulo nem constrangimento algum. Com isso cresce a indiferença com a situação dos mais frágeis e se desenvolve a cultura da invisibilidade e do descartável.


Assumir o olhar solidário e ser capaz de cuidar, como modo de ser no mundo, nos permite ir além do egoísmo e da indiferença. O cuidado de um pelo outro reinstaura o espaço da graça diante do mundo e de todas as formas de vida, gerando um novo laço de amor entre nós.

Sentiu compaixão

Se, por um lado, o olhar da indiferença gera tanto mal, o olhar da compaixão pode fecundar o bem no coração humano e conferir verdadeiro sentido à vida. Não se trata apenas de um olhar de dó, mas de um olhar samaritano que reconhece a dignidade da pessoa e procura resgatar a imagem e semelhança no rosto de homens e mulheres desfigurados pelo pecado (Gênesis 1,26).É o olhar divino manifestado em Jesus. Somos chamados a iluminar nosso olhar com o olhar do Cristo que, do alto do madeiro, viu e perdoou todos os pecados e nos salvou por sua misericórdia (Lucas 23,34). O Espírito Santo, Senhor que dá a vida, é o auxílio que garante a continuidade do olhar de Cristo no nosso olhar e nos impulsiona a ver a dignidade humana e de toda a obra da criação. A Páscoa nos ensina a, por, com e em Cristo, romper os túmulos da indiferença e do ódio e ressurgir para o zelo, o cuidado e a solidariedade. Com o olhar de Cristo (olhar samaritano), penetramos nas entranhas do sofrimento do próximo. Por isso, sentir a dor do outro é muito mais do que ter dó. Significa comprometer-se com o sofredor, sem medo de aproximar-se e identificar-se com o próprio amor de Deus para conosco (João 13,34). O que Cristo nos ensina é fazermo-nos próximos sem preconceitos, sem classificação, sem esperar nada em troca. Gratuitamente amar como Cristo nos amou (Filipenses 2,5). Quem ama não julga, não acusa, não divide. Quem ama cuida, acolhe e integra. Quem ama dialoga, suporta e se compadece. O caminho da conversão quaresmal convida à promoção do diálogo entre irmãos que, fraternalmente, também é estabelecido pelo encontro. Tudo isso só se torna possível se abraçarmos a ternura que o Filho de Deus trouxe para a humanidade em sua encarnação. Cristo, verbo de Deus encarnado, nos convida a participar da revolução da ternura. A ternura é, sem dúvida, o modo privilegiado de traduzir para os nossos tempos o afeto que Jesus sente por nós. A ternura revela o rosto paterno/materno do Deus apaixonado pelo ser humano. Quando a pessoa sente o amor/ternura divina é estimulada a também amar e cuidar. Somente com a ternura é que os discípulos missionários de Jesus podem reacender a chama da vida. Portanto, não é possível falar de cuidado pastoral sem falar da ternura. Atenção: Não existe receita pronta para a ternura. Existe a surpresa divina que se dá através do coração aberto ao dom do Espírito, que impulsiona o anunciador da Boa Nova à loucura do amor pela Palavra. São Paulo traduz esta realidade dizendo: “Agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da loucura da pregação” (1 Coríntios 1,21). E continua São Paulo refletindo sobre a loucura do amor divino que existe no coração dos que pregam com ternura a Palavra de Deus: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Coríntios 2,14). Quem viveu com intensidade a ternura foi Santa Dulce dos Pobres, em quem pulsava o amor divino em seu coração e se compadecia com a dor do rosto de Deus no rosto humano. Ela não escolhia quem iria ajudar. A ternura faz isso: nos torna abertos a aceitar os outros. Para viver a dimensão da gratuidade da ternura, precisamos de Deus, que é a fonte de todo bem e de toda ternura.

E cuidou dele

O ser humano, que recebe o carinho divino e que é chamado ao cultivo da criação, é também convocado a cuidar com divino carinho da vida em todas as suas formas e expressões (Salmo 8,4s). A pessoa que recebe verdadeiramente o carinho divino sente que somos todos irmãos, independente da etnia, posição social ou nacionalidade. Por isso o agir de todo discípulo missionário tem por objetivo resgatar o sentido do viver no horizonte da fé cristã, proclamando a beleza da vida. Temos que ter consciência que a vida é essencialmente samaritana: traz no seu sentido mais radical o cuidado pelo outro. Agir como bom samaritano supõe um novo aprendizado obtido pela conversão provocada por Jesus e sua Boa Nova. Só em e por Jesus Cristo aprendemos a cuidar e sermos cuidados. É a conversão que nos faz escolher a bacia de Jesus e não a de Pilatos. A bacia diante de Pilatos, ele a usou para lavar as mãos, ou seja, tornar-se indiferente à dor do outro. A bacia diante de Jesus, ele a usou para lavar os pés dos discípulos, sinal de cuidado e compromisso com o serviço. Redescobrindo as águas do batismo nas águas da bacia do lava-pés, todos os discípulos missionários – a Igreja toda – se colocam em saída para servir àqueles que necessitam da sua ação generosa, envolvida pela ternura, sempre amparada na justiça misericordiosa. Não podemos dizer que amamos a Deus se não vemos o outro que sofre. (1 João 4,19-20). Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Naquele que é a vida, encontramos o caminho do sentido para o nosso viver. O caminho deve ser percorrido em comunhão com a comunidade, pois o próprio Cristo diz que onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, ali ele estará (Mateus 8,20). A verdade é o amor gratuito experimentado neste caminho, amor que transforma a realidade da dor em paz pela ternura divina geradora da vida plena para todo ser humano. As mudanças que queremos para o mundo só serão reais se começarem em nós, a partir de nós, afetando positivamente o ambiente em que vivemos. Santa Tereza de Calcutá nos indica o sentido e efeito do compromisso pessoal de cada cristão: “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no oceano. Mas o oceano seria menor se lhe faltasse uma gota”. Um pequeno gesto é capaz de fazer diferença em uma existência toda. Quando tais gestos nascem do coração configurado ao coração do Senhor da vida, tornam-se capazes de conferir sentido e plenitude à existência.

Venha saber mais sobre a CF deste ano

Repasse da Campanha da Fraternidade 2020 Data: 18 de fevereiro, terça-feira Horário: 19h30 Local: Salão Paroquial Orientador: Pe. José Maurício de Araújo, C.Ss.R. Formador da Comunidade Vocacional São Clemente

Fraternidade: dom e compromisso


Seu Dízimo ajuda a manter esta igreja centenária

N

este ano em que a Igreja da Glória completa 100 anos do início de sua construção, quem passa pelo templo pode verificar uma série de trabalhos de recuperação deste patrimônio, que começaram em 2019. A restauração das portas é um destes serviços, assim como do quebra-vento e também do armário de madeira ao fundo da Igreja. Além disso, foi instalado um novo armário para guarda dos objetos litúrgicos, na sala anexa à sacristia. Um novo bebedouro também foi colocado no corredor próximo aos banheiros. Tudo isso só é possível graças ao seu compromisso fiel com o Dízimo. Se você ainda não é dizimista, que tal dar este passo e ajudar a manter esta igreja centenária?

Aniversariantes Dizimistas - Fevereiro 01/02

Igreja da Glória

10/02

Maria Amália de O Rosmaninho

Ana Flávia Araújo Dias Maria das Graças de Oliveira

02/02

11/02

Ana Franco da Fonseca

03/02

Deize Dilon Flavia Beatriz Gomes Correa Shirley Maria Peixoto Crivelari

04/02

12/02

Daíde Lúcia e Silva Francisco de Assis Laroca Mendes Tercio Sammuel F de Oliveira Carlos Henrique da Silva Elisangela C Fernandes Couto Elizabeth das Graças Moreira

05/02

Maria Augusta Mendes Angela Cristina Hagen Santos

06/02

Ângela Maria Laurentina F de Jesus Mendes Maria José Moreira Costa Luiz Marcelo dos Santos

14/02

Valéria Silva Sampaio Valério Júnior Silva Fonseca Milton Ferreira da Cunha Ely Gomes Ferreira

José Adelbar Affonso Maria Stella Nascimento Spinelli

15/02

07/02

16/02

Rosa Eny de Souza Menezes Regina Conceição Boscaro Rosângela Messias do Nascimento

08/02

Stela Maris Cioni Sandra de Carvalho Costa e Silva Maria das Graças A Fonseca Maria Luiza Mendonça de Castro

09/02

Clara Silvia T de Castro Ribeiro Elídio Joaquim de Oliveira

Enedina P Tavares Luiza Maria Sierir Campos

17/02

Dércio Dilon João Batista Guedes

18/02

Carlos Santos Luciene Correa de M Moreira Maria Cleusa G Magalhães (em memória de Agildo Magalhães)

19/02

Maria Angélica Andrade Alves

Elian Freitas da Silva Soares Rita de Cássia Muzitano Kneipp

20/02

Olívia D`Aparecida G Piazzi Zélia Maria Prado Morais Giglio Avani da Silva Guedes Maria das Graças Nogueira Ercília Maria Danelon Ribeiro Gabriel Lineker Francisco

21/02

Lara Coelho da Silva

Capela São Roque 03/02 Sebastião do Carmo Veriato

05/02

Maria Aparecida M Ribeiro e Souza Leny Xavier da Silveira

06/02

Maria Loures de O Gomes

Ozídia Pereira Valente Marlene Gervásio Silva

09/02

22/02

10/02

Maria da Conceição Campos Luciano Pereira Maria Josélia Santiago

23/02

Terezinha Moreira de Oliveira Roseli de Araújo Castro Pironi

15/02

Jovita de Barros Mota

Daniel Aparecido Seres Machado Elizabeth Leite da Silva

17/02

24/02

18/02

25/02

20/02

Rosa Maria Vieira Barbosa Neusa Jesuina Pereira

Dario José de Freitas Eunice Alvernaz Martins da Costa Edson de Carvalho Cardozo Andreia Cristina da Cunha Souza

Maria Terezinha Pinto de Castro Maria Gertrudes T dos Santos Maria José de Almeida Marilene de Paula Lima

22/02

Amair Evangelista

26/02

26/02

28/02

28/02

Maria Lúcia Teixeira Furtado Faria Maria Aparecida Motta Larcher Maria José Pereira Bessa

Ana Marta Borges Ribeiro

Ambulatório

Jovina Fernandes Gouvêa


Trabalho voluntário: um gesto de amor Homenagem

S

er voluntário é um ato de amor, respeito, compaixão e solidariedade. O Ambulatório da Glória se orgulha em poder contar com a presença de diversos profissionais voluntários envolvidos com as mais diversas causas e que tornam possível a realização de tantos projetos! “Ajudar o próximo é uma das atividades que mais trazem gratidão à vida. Quando você auxilia alguém que precisa, você ajuda não só essa pessoa, mas também a si mesmo”. E você? Já pensou em ser um(a) voluntário(a)? Se deseja ser nosso (a) voluntário(a), preencha o formulário em nosso site www.ambulatoriodagloria.org.br ou ligue: (32) 3215-9698. Venha fazer parte da nossa rede de solidariedade!

Voluntário na área de Saúde desde fevereiro de 2001, Dr. Antônio Carlos de Oliveira, recebeu das mãos do presidente do Ambulatório Fabiano Carcerero, a placa de homenagem por 18 anos de trabalhos prestados à Instituição! “Me sinto orgulhoso em participar dessa equipe de voluntários do Ambulatório Nossa Senhora da Glória”, afirmou o médico, que citou ainda a passagem bíblica (Mateus 10,8) : “De graça recebeste, de graça dai”! Gratidão ao Dr. Antônio Carlos, não só pelo trabalho que ele realiza, mas também pela presença amiga, pelo compromisso e pelo carinho para com a nossa Obra! Que Deus o abençoe!

Sandra Hansen, Coordenadora

Início das atividades

O Ambulatório retomou as atividades no dia 3 de fevereiro e, no mesmo dia, a instituição recebeu a visita do Pe. Edson Alves da Costa, CSsR, que conduziu um momento de oração e proferiu a benção sobre os colaboradores! O sacerdote destacou a importância do trabalho do Ambulatório para tantas pessoas que procuram ajuda! Consagramos a Deus este novo ano de trabalho!

Mercadinho da Caridade 15 e 16 de fevereiro

Gesto solidário

No dia 8 de fevereiro foi celebrada, na Igreja da Glória, a Missa do Setor “E” das Equipes de Nossa Senhora. Como gesto concreto, os casais ofertaram alimentos que foram doados para a nossa Instituição que assiste muitas famílias em situação de vulnerabilidade social. Agradecemos o gesto fraterno e parabenizamos ao grupo pela iniciativa solidária! Que Deus abençoe a todos!


Profissão Religiosa

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Festa do Beato Pedro Donders

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o dia 14 de janeiro, a Paróquia da Glória celebrou a festa do Beato Pedro Donders, Missionário Redentorista que viveu no Suriname, onde trabalhou junto aos indígenas e leprosos. Um exemplo de vida e espiritualidade a ser seguido. No dia 5 de janeiro, também foi lembrada a festa de São João Newmann, santo redentorista que realizou um belo trabalho nos Estados Unidos.

Bênção da garganta

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omo já se tornou tradição, no dia 3 de fevereiro, festa de São Braz, nas missas das 7h e 19h, os fiéis receberam a bênção da garganta. Ao final da missa das 19 horas, presidida por Pe. Edson e concelebrada pelos Pe. Jonas e Pe. Francisco, da Província de SP, Pe. Jonas fez uma pequena reflexão sobre a finalidade da bênção da garganta, não somente pedindo pela saúde mas também para que tenhamos sabedoria ao utilizá-la, e contou uma pequena parábola que se encerra assim: “Antes de falarmos qualquer coisa devemos fazer três perguntinhas: O que vou dizer é bom e vai fazer o bem pra alguém? O que vou dizer é verdadeiro e tem fundamento? É realmente necessário dizer isso?”

Província Redentorista do RJ-MG-ES acolheu, com alegria, um novo Missionário Redentorista: Frater Thiago Costa Alves de Souza, C.Ss.R. Ele emitiu os votos de pobreza, castidade e obediência no dia 18 de janeiro, durante a celebração de sua Profissão Religiosa, na Igreja da Glória. Estiveram presentes confrades, seminaristas, junioristas do segundo Noviciado, leigos e familiares do jovem. A missa foi presidida pelo Superior Provincial do Rio, Pe. Nelson Antonio Linhares, C.Ss.R., que antes da celebração, benzeu o hábito redentorista que o jovem vestiria na cerimônia da profissão, como sinal de consagração e pertença à família religiosa. O Provincial também entregou ao neo-professo as constituições e os estatutos da Congregação. Fonte: www.provinciadorio.org.br


Catequese Infantil 2020: acolhida de novas crianças e formação redentorista

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Catequese Infantil 2020 iniciou suas atividades neste mês de fevereiro, recepcionando novas crianças e com uma série de projetos para serem desenvolvidos ao longo do ano. Uma destas atividades acontecerá entre os dias 10 e 13 de março, das 19h às 21h, reunindo catequistas da Paróquia da Glória para um mergulho na espiritualidade de Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação Redentorista. O objetivo da formação é levar os participantes a conhecerem o carisma e se aprofundarem na espiritualidade redentorista, marca de nossa Paróquia, reforçando à pertença a uma comunidade que segue os passos alfonsianos. O assessor da Catequese Infantil na Paróquia, Pe. Lúcio Marcos Bento, C.Ss.R. falará sobre o carisma redentorista e a catequese e também fará uma explanação sobre os santos e beatos redentoristas. Padre Vanderlei Santos de Sousa, C.Ss.R., Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Vale da Floresta, falará sobre o ícone de Nossa Senhora e sua relação com os redentoristas. O advogado e membro da Pastoral da Comunicação, Nathan Ramalho dos Reis, discorrerá sobre a história da presença redentorista na Paróquia e os cem anos da Igreja da Glória.

Aniversário

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osso Pároco, Pe. Edson Alves da Costa, C.Ss.R, completa mais um ano de vida no dia 17 de fevereiro. Deus abençoe sua vida e seu ministério!

Terço Missionário

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s Missionários Leigos Redentoristas (MLR) convidam toda a comunidade para o oração do Terço Missionário, todas as quartas-feiras, às 18h30, na Igreja da Glória.

Para acompanhar nossa vida paroquial, acesse: www.PAROQUIADAGLORIA.org.br facebook.com/paroquiadagloriajf instagram.com/paroquiadagloriajf twitter.com/paroquiagloria issuu.com/paroquiadagloria (Jornal Novo Tempo)

ATENÇÃO PARA OS HORÁRIOS DAS MISSAS NO CARNAVAL Sábado, 22 de fevereiro - Missas às 7h e 18h30 na Igreja da Glória. Domingo, 23 de fevereiro - Missas às 7h, 8h30, 10h e 19h30 na Igreja da Glória, e 9h na Capela São Roque. Segunda-feira, 24 de fevereiro - Missa às 7h na Igreja da Glória. Terça-feira, 25 de fevereiro - Missa às 7h na Igreja da Glória.


‘Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar’

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o dia 26 de fevereiro, a Igreja celebra a Quarta-Feira de Cinzas, dando início ao tempo quaresmal. O fundador da Congregação Redentorista, Santo Afonso Maria de Ligório nos traz uma bela reflexão e uma oração para começarmos bem esta preparação para a morte e ressurreição de Jesus: Os insensatos que não creem na vida futura estimulam-se com o pensamento da morte a passarem bem a vida. De maneira bem diferente devemos nós proceder, os que sabemos pela fé que a alma sobrevive ao corpo. Nós, lembrando-nos de que em breve temos que morrer, devemos cuidar da nossa eternidade e, por meio de oração e penitência, pedir a misericórdia divina. É com este intuito que a Igreja, depois de depositar as cinzas sobre a cabeça, nos ordena o jejum da Quaresma. Nada importa ser alguém moço ou velho, são ou enfermo: a todos caberá a mesma sorte, o que a Igreja recorda pondo as cinzas bentas indistintamente sobre a cabeça de todos: “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar”. (Gen. 3, 19) Os insensatos que têm as verdades eternas por fábulas, estimulam-se, com a lembrança da morte, a levar vida folgada e a gozarem. “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos”. (Is 22, 13) De maneira bem diferente, porém, diz Santo Agostinho, deve proceder o cristão, que pela fé sabe que a alma sobrevive ao corpo, e que depois da morte deste, terá de prestar contas de tudo quanto tiver feito. O cristão, que se lembra que em breve deverá deixar o mundo, cuidará da sua eternidade e procurará aplacar a justiça divina com penitências e orações. É por isso exatamente que a Igreja, depois

de nos ter posto as cinzas sobre a cabeça, ordena a seus ministros que notifiquem aos fiéis o jejum quaresmal: “Fazei soar a trombeta em Sião, santificai o jejum.” (Jl 2, 15) Conformemo-nos, portanto, com as intenções de nossa boa Mãe; e como ela mesma o ordena, sejamos no santo tempo da Quaresma mais sóbrios em palavras, na comida, na bebida, no sono, nos divertimentos; e, o que é mais necessário, afastemo-nos mais de toda a culpa por meio de uma vida recolhida e consagrada à oração, porquanto, no dizer de São Leão, “sem proveito se subtrai o alimento ao corpo, se o espírito não se afasta da iniquidade”.

Rezemos com Santo Afonso

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meu amabilíssimo Redentor, consenti que eu una à minha salutar abstinência com a que Vós com tanto rigor por mim quisestes observar no deserto. Consenti também que nesta união eu a ofereça a vosso Pai Divino, como protestação de minha obediência à Igreja, em desconto de meus pecados, pela conversão dos pecadores e em sufrágio das almas santas do purgatório. Tenho intenção de renovar esta oferta todos os dias da Quaresma. Vós, porém, ó Senhor, concedei-me a graça de começar este solene jejum com devida piedade e de continuá-lo com devoção constante, afim de que, chegada a Páscoa, depois de ter ressurgido convosco para a vida da graça, seja digno se ressuscitar também para a vida da glória. Fazei-o pelo amor de Maria Santíssima. Amém. (LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 288-290)


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