O Saquá 233

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Empossados os 2 deputados de Saquarema

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Ano XVIII • nº 233 • 1 a 28 de FEVEREIRO de 2019 • Saquarema • Rio de Janeiro

osaqua.com.br • Diretora: Dulce Tupy

Depois da tragédia em Mariana, mais um crime ambiental da Vale, em Brumadinho PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

A lama de rejeitos de minério atravessou a estrada impedindo a circulação dos moradores neste momento trágico onde morreram mais de uma centena de pessoas

Juturnaíba em questão DIVULGAÇÃO

Represa de Juturnaíba situada entre Silva Jardim e Araruama será vistoriada a pedido do Ministério Público Federal

Depois dos sucessivos desastres causados pelo rompimento de barragens de minério em Mariana e Brumadinho, o Conselho Ministerial de Supervisão de Respostas a Desastres emitiu uma resolução recomendando a todos os órgãos reguladores que realizem imediatamente auditorias e revisem a segurança das barragens, sejam minerais ou de armazenamento de água,

como é o caso de Juturnaíba. E atualização de seus respectivos Planos de Segurança. Classificada como de “Dano Potencial Associado”, a Represa de Juturnaíba, situada entre Silva Jardim e Araruama, terá uma visita técnica promovida pelo Ministério Público Federal, em São Pedro da Aldeia, com a presença de técnicos e ambientalistas. Página 3

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ma catástrofe anunciada. É assim que os ambientalistas classificam o rompimento criminoso de uma barragem numa mina da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais. Segunda maior mineradora do mundo, a Vale também foi uma das responsáveis pela tragédia há 3 anos em Mariana, quando o distrito histórico de Bento Ribeiro desapareceu do mapa, invadido pela lama, deixando um rastro de 9 mortes e muitos desaparecidos. Desta vez a perda humana foi maior, com mais de 150 mortos e mais de uma centena de desaparecidos. A grossa lama da barragem de minério em Brumadinho co-

briu as próprias instalações da Vale, refeitório e setor administrativo, onde pessoas almoçavam e trabalhavam. A lama atingiu também famílias da comunidade local e turistas, pois a região abriga o maior museu a céu aberto do mundo. E acabou com toda a biodiversidade local, arrastando vidas, animais e florestas por onde passou, atingindo o Rio Paraopeba. Agora, o risco é que a lama avermelhada chegue à represa Três Maria, no Rio São Francisco, que banha 4 estados: Minas, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Leia o artigo do ecologista Vilmar Berna, ganhador do prêmio Global da ONU e editor da Revista do Meio Ambiente. Página 3

Cassados a prefeita Manoela e o Peres DIVULGAÇÃO/INTERNET

Foram cassados a prefeita Manoela e o secretário de Educação e Cultura, seu marido, Antonio Peres. Na ação que durou mais de 2 anos, os punidos, entre eles os responsáveis pela edição do jornal eleitoral O Radar de Saquarema, ficaram inelegíveis por 8 anos. O vice Pedro Ricardo também foi cassado, mas não ficou inelegível. Página 2

A prefeita Manoela e o marido, secretário de Educação e Cultura, Peres foram condenados mas cabe recurso

Senado tem novo presidente O Senado realizou as eleições mais tumultuadas dos últimos tempos no Congresso Nacional, onde não faltou cenas explícitas de mal comportamento e até fraude, com um voto a mais na urna, o que levou à anulação dos votos e a uma nova eleição. Nesta disputa entre a “velha política” e os novos, venceu o jovem senador Davi Alcolumbre (DEM-AP),

em seu primeiro mandato, contra o veterano Renan Calheiros (MDB-AL) que dominava a casa há mais de uma década. Assim, pela primeira vez o DEM preside as duas casas, a Câmara Federal, com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), reeleito, e o Senado com um novato apoiado numa aliança integrada por representantes da direita e da esquerda.

AGÊNCIA SENADO

Davi Alcolumbre (DEM-AP)


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Fevereiro de 2019

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Fim da dinastia “renanrista” pouco facilitará o governo SENADO

Silênio Vignoli

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o desistir de sua candidatura à presidência do Senado, numa reunião preparatória tumultuada em que até a eleição para a Presidência da Mesa Diretora foi anulada, devido a uma fraude eleitoral, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) abriu caminho para a vitória do candidato do governo, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcando o fim da dinastia “renanrista” em que seu grupo político presidiu o Congresso Nacional durante 16 anos, vencendo 9 eleições consecutivas. A eleição de Davi é fruto também da pressão dos demais senadores, inclusive os da oposição (PSDB, PDT, PT E PCdoB, entre outros), por uma renovação naquela Casa, contra a “velha política”, slogan usado como palavra de ordem pelos vencedores. Isso foi uma consequência inevitável de mensagem resultante do último processo eleitoral quando, dos 54 senadores eleitos, em 2018, apenas 8, identificados com a “velha política” conseguiram se reeleger. É justo ressalvar que Renan Calheiros resistiu a essa varredura no Senado, enquanto figuras como o ex-presidente Eunício Oliveira (MDB-CE), Romero Jucá (MDB-RR) e Edison Lobão (MDB-MA) foram derrotados nas urnas e perderam o foro privilegiado.

DAVI X GOLIAS Portanto, 46 senadores eleitos no último pleito são novatos, escolhidos pelo discurso que fizeram na campanha eleitoral de 2018, propondo a renovação, dentre os quais Davi Alcolum-

O novo presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP)

bre, novo presidente do Senado, que acaba de ser eleito, derrotando por larga margem Renan Calheiros, carimbado como símbolo da “velha política”, que precisa ser solenemente sepultada. Não se pode, contudo, desconsiderar que Renan também teve que enfrentar uma operação montada pelo Quartel General, antigo Palácio do Planalto, utilizando Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, como o articulador da candidatura de Davi Alcolumbre, pinçado no chamado “baixo clero” para funcionar como o candidato anti-Renan. Pouco conhecido, o novato Davi, do Amapá - chamado de Golias por Renan, no calor dos debates – uma vez escolhido como candidato do governo passou a contar com um quase imbatível cabo eleitoral: o Diário Oficial. Pelo que se viu, às vésperas da eleição no Senado, suas promessas de cargos e vantagens eram convincentes.

PODE ATRAPALHAR A eleição no Senado, além dos condenáveis gestos de beligerância por parte dos representantes da dinastia “renanrista” e do próprio candidato, o ex-presidente Renan Calheiros, teve outras circunstâncias marcantes como a pressão das redes sociais que já havia atuado de

O SAQUÁ

O jornal de Saquarema

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modo contundente no pleito de 2018 e repetiu a participação, de forma intensa e inédita, na disputa legislativa. Apesar da eleição de aliados para comandar o Senado, o governo vai precisar de uma articulação mais eficiente para formação de uma ampla base parlamentar, visando a votação de propostas polêmicas, que alteram a Constituição, como a Reforma da Previdência. Os tumultos na eleição de Davi Alcolumbre deixaram fraturas importantes no Senado, principalmente no grupo de Renan Calheiros. Mesmo com a derrota, Renan, na visão de auxiliares do presidente da República, tem influência suficiente sobre o plenário do Senado para definir o rumo das votações e atrapalhar a vida do governo. Parte da equipe do Executivo defendia, reservadamente, a vitória de Renan para o comando da Casa, por considerá-lo portador de mais instrumentos para garantir a aprovação da Reforma da Previdência. Nos últimos dias que antecederam a eleição para a mesa do Senado, Renan passou a elogiar o presidente Jair Bolsonaro, que estudava planos para dizimá-lo. Na véspera da eleição no Senado, segundo Renan, Bolsonaro ligou do hospital para desejar-lhe boa sorte.

Editora: Dulce Tupy – dulcetupy@osaqua.com.br Diretor comercial: Edimilson Soares Diretora de Arte: Lia Caldas Colaboradores autônomos: Pedro Stabile (fotografia), Ronan Conde (diagramação)

Jornalista Responsável: Dulce Tupy (registro:18940/87/62)

Cassada prefeita Manoela A prefeita de Saquarema, Manoela Peres, seu marido, o secretário municipal de Educação e Cultura, Antonio Peres Alves, o vice-prefeito Pedro Ricardo e os responsáveis pelo jornal “O Radar de Saquarema”, que circulou apenas no período eleitoral, em 2016, José Luiz Magalhães e Joana Magalhães, pai e filha, foram condenados na ação que tramitava na justiça há mais de 2 anos para apurar a prática de abuso do poder econômico e dos meios de comunicação. A ação investigou a elaboração, divulgação e distribuição do jornal impresso, distribuído gratuitamente, com 30 mil exemplares impressos e por meio eletrônico, através das redes sociais, com alcance imensurável, o que teria desequilibrado a eleição. O juiz Bruno Monteiro Ruliere reconheceu o abuso por parte dos investigados: Manoela Peres, Antonio Peres Alves, João Luiz e Joana ficaram inelegíveis por 8 anos. E foram cassados o diploma de Manoela, prefeita, e o de Pedro Ricardo, vice-prefeito. Porém, Pedro Ricardo não ficou inelegível, como os demais, razão pela qual o Dr. Ronan Gomes, advogado, afirma que “a sentença está inconclusa”.

NOVA ELEIÇÃO “Se confirmada a sentença - o que se espera pelo farto conteúdo probatório - Saquarema terá eleições suplementares na forma do Artigo 224, Parágrafo 3, do Código Eleitoral, para novas eleições democráticas”, afirma o Dr. Ronan Gomes que assina a ação junto com o Dr. Danilo Soares. Em seu escritório na Avenida Saquarema, Dr. Ronan diz que assim está dando sua contribuição jurídica para que a cidade tenha governantes ficha limpa. “Já ingressei com várias medidas judiciais contra o município, sendo que em função disso foram afastados parentes da atual prefeita, por decisão do STF, através do ministro Fachin”. Segundo o juiz Ruliere, a

Gráfica: Editora Esquema Tiragem: 3.000 exemplares Circulação: Saquarema, Araruama, Silva Jardim e demais municípios da Região dos Lagos As matérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal.

sentença 357-92.2016.6.19.0062, que condenou Manoela, seguiu a mesma “linha de interpretação, posicionamento e conclusão externada nos autos do processo 477-38.2016.6.19.0062”, que também condenou outros políticos e jornalistas da cidade, da Coligação Avança Saquarema. Porém, diferente do jornal O Radar, que circulou apenas durante o período eleitoral, os jornais condenados pelo juiz anteriormente, no processo 477, possuíam periodicidade regular, sendo que o jornal O Saquá existe há 18 anos e é distribuído mensalmente na cidade, entre outros municípios da Região dos Lagos. Saquaremense nato, nascido na Rua dos Cajueiros, em Itaúna, Dr. Ronan é filho de Dilson, portanto neto do ex-vereador Dario Gomes, o Bal, e Odila, professora, irmã do artista plástico Nelsinho, seu padrinho de batismo. Membro de numerosa e tradicional família de Saquarema, estudou nos colégios públicos locais: Gustavo Campos de Silveira e Oscar de Macedo Soares. Formado na faculdade de Direito, na Estácio, em Niterói, se especializou em Direito Criminal e Direito Civil, além de ter feito MBA em Gestão Pública. Aos 35 anos, é atual mestrando em Direito e Ciências Criminais em Lisboa, Portugal. Especialista em Direito Eleitoral pela PUC, em Minas Gerais, é casado, pai de 2 filhos e flamenguista doente. Nesta condição se sente no direito de desabafar. “Como advogado me entristece ver pessoas da Coligação Avança Saquarema sendo cooptadas e nomeadas em cargos de confiança pela atual gestão, da Coligação Renova Saquarema, o que demonstra que a população foi enganada. Na verdade, estes políticos nunca foram de grupos opositores e agora voltam a estar juntos... Mas tenho esperança de que isto vai mudar, com o surgimento de um novo grupo que verdadeiramente ame Saquarema”.

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Fevereiro de 2019

Meio ambiente, corrupção e democracia MG/DIVULGAÇÃO

Bombeiros foram verdadeiros heróis no cenário da catástrofe em Brumadinho em Minas Gerais Vilmar Berna*

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m dezembro, o superintendente do Ibama-MG, alertou para o risco de 300 barragens inseguras só em MG. O que aconteceu em Mariana, em 2017, se repetiu em 2019 em Brumadinho, e outras bombas relógios permanecem armadas prestes a explodir, como em Pontal, por exemplo, com 220 milhões m³ de água e rejeitos acumulados a montante de populações inteiramente vulneráveis; Santana com 15,7 milhões m³; Itabiruçu, 220,8 milhões de m³; Rio Peixe, 12,2 milhões m³; Conceição, 36 milhões m³; Diogo, 2,4 milhões m³; Porteirinha, 1,3 milhões de M3; Monjolo, 400 mil m³, e assim vai. Não se aprendeu com os erros, por que é muito mais lucrativo continuar errando, capitalizando os lucros e socializando os prejuízos. Só nas últimas três décadas, além de Mariana e Brumadinho, e só no estado de Minas, a barragem de Fernandinho, em Itabirito, 1986, causou 7 mortos; a da Mineração Rio Verde, Nova Lima, 2001 – 5 mortos; Cataguases, 2003, danos ambientais e desabrigados; Em Miraí, em 2006, e novamente em 2007, desabrigados; Herculano Mineração, Itabirito, 2014 – 3 mortos.

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Enquanto isso, a Vale, responsável pelos desastres de Mariana e Brumadinho, segue dando lucro. Só em 3 meses em 2018, o lucro líquido da Vale subiu 1.780%, distribuindo R$ 5,753 bilhões aos acionistas. Um ano antes, no mesmo trimestre, o lucro foi maior, R$ 7, 1 bilhões! O que é uma multa de R$ 3 mil reais, ou R$ 250 milhões de reais, ou mesmo uma reparação de alguns bilhões? O recado que o Brasil dá a este tipo de investidor é muito claro: venha poluir e destruir a natureza brasileira que aqui a gente garante seus lucros e impunidade.

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ A Vale, sozinha, financiou a eleição de 257 políticos, e não por um acaso, o Senado brasileiro e o Parlamento Mineiro, arquivaram ou impediram que avançasse projetos de lei que endureceria regras para mineradoras. E como papel aceita tudo, os relatórios de sustentabilidade de empresas como a Vale seguem como obras de ficção apenas para os acionistas verem, contando a parte da verdade que lhes interessa e o resto, “é intriga da oposição”. A corrupção é um dos maiores problemas socioambientais do Brasil, por tudo o que permite que aconteça e que não aconteça. Como a falta de saneamento bási-

co que mata milhões, por exemplo, e uma legislação que entrega o Brasil e seus recursos naturais de mão beijada aos seus exploradores. Barragens de rejeitos a montante de cidades são a pior solução de engenharia que pode existir e deveria envergonhar qualquer engenheiro que fosse contratado para projetar uma. Hoje, existem filtros prensa e inúmeras outras tecnologias alternativas que transformam “rejeito” em matéria prima para a produção de tijolos, etc. O problema não é dinheiro. A lava jato está aí de prova de que dinheiro existe, muito dinheiro, ele só não é empregado para a solução dos problemas ambientais brasileiros, mas para criar esses problemas com obras ineficazes, ultrapassadas e inacabadas. Poderíamos pensar que meio ambiente e sustentabilidade não são prioridade, mas a verdade é que o povo brasileiro e o Brasil é que não são prioridades. Como dizem, sigam o dinheiro. Quem entra na política pobre e aumenta, de uma hora para outra, seu patrimônio em milhares de vezes, é óbvio que está roubando! Política não é para enriquecer ninguém, política é para cuidar do bem comum. Não é por que a maioria tenha escolhido a cegueira coletiva que todos tem de se fazer de cegos, surdos e mudos também. Os que enxergam têm o dever moral de serem incansáveis em denunciar e expor a verdade que está oculta. E não é por que muitos não querem saber, não querem ouvir, que as verdades não têm de ser ditas em alto e bom som. E por isso é importante fortalecer as democracias, por que apesar de todos os seus problemas, ainda é o único sistema que permite aos opositores se expressarem, ainda que ninguém queira lhes dar ouvidos.

* Vilmar Berna é escritor e jornalista. Gaúcho, nascido em Porto Alegre (RS), vive em Jurujuba, Niterói (RJ), em frente à Baía de Guanabara, numa comunidade de pescadores artesanais. Por sua luta constante pela formação da cidadania ambiental planetária, foi reconhecido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) em 1999, no Japão, onde recebeu o Prêmio Global 500 para o Meio Ambiente. Em 2002, recebeu o título de Cidadão Niteroiense e, em 2003, o Prêmio Verde das Américas, entre outros. Ativista ambiental, participou da fundação de várias organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, dedicado às lutas por um mundo melhor, mais ecológico, pacífico e democrático; entre elas se destacam a UNIVERDE, em 1980, em São Gonçalo, Defensores da Terra, em 1984, no Rio e, em 1996, a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental, em Niterói. Desde então é editor da Revista do Meio Ambiente e do portaldomeioambiente.org.br, distribuídos gratuitamente, com objetivo de contribuir na formação de uma nova consciência ambiental no Brasil e no mundo.

Barragens em cheque no estado do Rio de Janeiro, entre elas a Represa de Juturnaíba Dulce Tupy* Desde a tragédia de Brumadinho, todas as barragens no país, seja para armazenar água ou restos de mineração, passaram a ser investigadas, para prevenir riscos e danos à população e ao meio ambiente. Reportagens publicadas nos jornais O Globo, Extra e O Dia, também nas versões digitais e redes sociais, publicaram informações de órgãos federais e estaduais, revelando a situação das barragens em todo o país. Segundo O Globo (3/02/2019), o último Relatório de Segurança de Barragens da ANA (Agência Nacional de Águas) concluído em novembro do ano passado, com dados de 2017, revela que o estado do Rio de Janeiro tem 29 barragens que deveriam ser fiscalizadas pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente), mas 21 sequer foram classificadas quanto ao grau de risco. Duas dessas barragens constam de uma lista de 45 em todo o país com comprometimento estrutural, com alto dano potencial associado (DPA) e alto risco para acidentes (CRI): Gericinó, entre Nilópolis e Mesquita, na Baixada Fluminense, e Juturnaíba, entre Araruama e Silva Jardim, na Região dos Lagos. A revelação acendeu uma luz vermelha nas cabeças e mentes de milhares de moradores que vivem na região e recebem água da Represa de Juturnaíba, que tem 48 quilômetros quadrados e abastece cerca de 650 mil pessoas em 8 municípios: Búzios, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Iguaba Grande, Araruama, Silva Jardim e Saquarema. Construída em 1990 na bacia do Rio São João, Juturnaíba apresenta atualmente problemas nas estruturas dos vertedouros e excesso de vegetação, necessitando de obras no valor de 15 milhões. A Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa) determinou à Prolagos, responsável pela operação da represa, uma fiscalização urgente e um parecer em 30 dias, além de um plano de evacuação, com sirenes de emergência nas áreas de risco. A agência solicitou também à Defesa Civil um novo parecer técnico. No caso de rompimento, haveria inundações em toda a bacia do Rio São João, atingindo diretamente áreas de Barra de São João, em Casimiro de Abreu, Tamoios, segundo Distrito de Cabo Frio, e parte de Rio das Ostras.

FALTA FISCALIZAÇÃO Situada entre os municípios de Araruama e Silva Jardim, a Lagoa de Juturnaíba tem aproximadamente 5 km de comprimento e 2,5 km de largura, com uma profundidade de cerca de 5 metros. Pontuada por pequenas ilhas, é um viveiro natural de espécies nativas, com uma grande diversidade de peixes como traíras, piaus, bagres, acarás, tucunarés e sairus, entre outros. Verdadeiro santuário ecológico, fica próxima da Reserva Biológica Poço das Antas, habitat natural do mico leão dourado e, por suas águas tranquilas, é ideal para a prática do ecoturismo, iatismo, remo e natação. Um eventual problema em Juturnaíba poderia provocar a inundação rápida das cidades no entorno e o desabastecimento de água na Região dos Lagos. Diante deste prognóstico e devido às denúncias da ONG Baía Viva, o Ministério Público Federal, em São Pedro da Aldeia, convocou uma visita técnica com representantes da concessionária Prolagos, responsável pela operação em Juturnaíba, INEA, ANA, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e ambientalistas. Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) a verdade é que falta fiscalização no estado e em todo o país, sendo que muitas vezes quem atesta a segurança das barragens são as próprias empresas que as administram. No caso de Juturnaíba, a Prolagos informa que segue o Manual de Procedimentos para Operação de Barragem, aprovado pelo Comitê de Bacias Hidrográficas Lagos São João (CBH-LSJ) que é gerido pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João (CILSJ), uma ONG que também administra o Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Macaé e Rio das Ostras (CBH-Macaé e Ostras). Por sua vez, o INEA, órgão da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade, afirma que notificou tanto a Prolagos quanto a Águas de Juturnaíba, as duas concessionárias de abastecimento de água, que usam a Represa na Região dos Lagos para abastecimento da população local. Foram duas notificações; a primeira Inspeção de Segurança Regular (ISR), deveria ter sido feita em agosto de 2018; a segunda, em dezembro de 2018. A Prolagos informa que o laudo técnico da consultoria especializada contratada está sendo atualizado.

* Dulce Tupy é jornalista, escritora, pesquisadora e editora do jornal O Saquá


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Flávio Di Fá homenageia Saquarema Aos 40 anos, o cantor Flávio Di Fá lança pela primeira vez um trabalho solo. Viver Pra Ser Bem Mais, álbum com oito faixas inéditas compostas pelo próprio Flávio Di Fá, está disponível nas principais plataformas digitais. A música No mar foi escolhida numa pesquisa feita com mais de cem amigos de Flávio para ser o carro chefe do EP. No EP lançado em janeiro, uma música sobre Saquarema chama a atenção. Sobre ela, o compositor diz ter se inspirado em momentos especiais passado em Saquarema. E fala sobre a música: “Tudo o que está na música aconteceu; eu vivi isso na praia de Itaúna e por esse motivo e fiquei muito feliz por ela ser a música de trabalho”, diz Flávio Di Fá. O lançamento em janeiro, no Ganjah Cofee Shop, famosa casa de eventos na Lapa, um bairro badalado do Rio de Janeiro, foi marcante para o cantor que agora pretende viajar, inclusive com perspectivas de vir a Saquarema. Para ouvir No mar e outras canções do EP, como Viver pra ser bem mais, basta buscar nas plataformas YouTube, Spotfy, Deezer e Apple Music. Abaixo, a letra de No mar, do álbum Viver Pra Ser Bem Mais, de Flávio Di Fá: Naquela praia linda em Saquarema, uma cena de cinema eu peguei na sua mão Escrevi seu nome na areia, joguei

conchas pra enfeitar, eu fiz um coração Bebemos água de coco, cumprimentamos o moço, demos risadas a vontade no calçadão Corremos contra o vento e nem ligamos pro tempo, agora eu só quero mergulhar Refrão No mar, no mar, no mar que é você Mergulho de cabeça, não tenho medo do que aconteça nessa nossa relação Eu só penso em ser feliz e fazer tudo que eu não fiz, agora eu quero guardar o meu coração Me perco nos teus lábios tão macios, te abraço, o teu cabelo preso em minhas mãos Beijo quente, corpo ardente, consciência ausente como adolescente vive uma paixão Um lugar contagiante, duas taças de espumante, refletindo a lua no mar Menina linda e bela, um jantar a luz e vela, agora eu só quero navegar Refrão No mar, no mar, no mar que é você

* Presidente da AMEAS e Secretária de Finanças do CEDIM-RJ

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Reinvente-se!

im, esta é a palavra de ordem para uma vida mais viva, descontraída e feliz!... “A vida só é possível REINVENTADA”... escreveu Cecília Meireles. Verdade, Cecília! Verdade!... Verdade, também, que os poetas costumam ter a cabeça nas nuvens... mas Cecília foi imaginativa e lógica ao mesmo tempo... “SENTINELA DO INVISÍVEL”. Eis a missão que um verso de Rainer Maria Rilke atribuiu ao poeta no mundo moderno. Verdade!... Verdade!...! “Tudo flui, tudo muda”, desde Heráclito!... E as mudanças são a única constante em nossas vidas!... E perceber essas mudanças, adaptar-se a elas, cumprir as nossas obrigações rotineiras e ao mesmo tempo ter um tempo para a descontração e a realização dos nossos sonhos, creio que seja o grande desafio para todos nós. E para isso é preciso REINVENTAR-SE diariamente... a todo custo... sempre! O Novo Ano aí está e quase tudo depende de nós!... Perdemos muitas chances de reinventar nosso

próprio caminho. Por não olharmos para nós mesmos com um pouco mais de fé e compaixão.” (Fabio Teruel) “Refletir sobre o que nos move, quais as nossas verdadeiras paixões e reais objetivos dentro daquilo que somos, torna mais leve a certeza de que alguns ciclos sempre vão se fechar para que outros se abram. O que importa mesmo em nossa trajetória é NÃO NOS PERDERMOS DA NOSSA ESSÊNCIA E DAQUILO QUE NOS FAZ VIBRAR. Enquanto seguirmos essa bússola, sempre estaremos preparados para nos REINVENTAR, quantas vezes for preciso.” (Débora Gomes, em “Vida Simples”, nº 200, 2018.) Assim, amigos leitores, “a vida só é possível REINVENTADA”, sempre e cada vez mais, neste mundo cada vez mais caótico, competitivo, violento e a exigir de nós contínua REINVENÇÃO! E concluo com o poeta Thiago de Mello: “Não tenho caminho novo; o que tenho de novo é o jeito de caminhar”. Feliz 2019, leitores!

*Poeta, “Cidadã Saquaremense” e presidente da Academia de Letras Rio – Cidade Maravilhosa

ABANDONO DE EMPREGO Sr. Rafael da Silva Batista Esgotados nossos recursos de localização e tendo em vista encontrar-se em local não sabido, convidamos o Sr. Rafael da Silva Batista, portador da CTPS 5191871 série 0050-RJ, a comparecer em nosso escritório, a fim de retornar ao emprego ou justificar as faltas desde 09/01/2019, dentro do prazo de 48 h, a partir desta publicação, sob pena de ficar rescindido, automaticamente, o contrato de trabalho, nos termos do art. 482 da CLT. Rio de Janeiro, RSF CONSTRUÇÕES EIRELLI ME. - CNPJ 26.280.547/0001-81 Est. dos Palmares m° 3.935 Apto. 201, Bloco 26, Santa Cruz - RJ

CONCESSÃO DE LICENÇA

CONVOCATÓRIA

RAQUEL DE CARVALHO OLIVEIRA SANT’ANA, CPF: 101.857.877-38, torna público que recebeu da SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE SAQUAREMA, através do processo nº 23382/2017 a AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL – AAM – SEMMA Nº 02/2019, para a atividade de “MOVIMENTAÇÃO DE TERRA” – prevista para a Avenida Saquarema, Lote 54, Recreio de Nazareth, Porto da Roça – Saquarema – RJ.

As famílias encarregadas da iniciativa Jardim do Mar convidam a comunidade de Saquarema para a Assembleia Geral de constituição da Associação Pedagógica Jardim do Mar, a realizar-se no dia 16 de fevereiro de 2019, sábado, às 9:30 da manhã, em sua sede, situada na Avenida São Rafael 333, esquina com Rua dos Jangadeiros, Itaúna, com a seguinte ordem de trabalho: Explanação sobre o Jardim do Mar e a pedagogia Waldorf; Leitura e aprovação do Estatuto da Associação; Eleição dos membros diretores e conselhos; Posse dos diretores. Para maiores informações sobre o Jardim de Infância e Maternal: 21 98278 5829 (Miguel Fortunato) e 21 97268 3983 (Mariana Palhares).


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Franciane Motta toma posse como deputada estadual na Alerj

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leita com 45.123 votos, a ex-prefeita de Saquarema, Franciane Motta (MDB), tomou posse como deputada estadual. A cerimônia foi no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e contou com a presença do governador Wilson Witzel, do vice-governador, Cláudio Castro e diversas autoridades. Franciane Motta é esposa do ex-deputado Paulo Melo, ex-presidente da Alerj que se encontra preso no Rio. “Esse é um momento muito importante na minha vida. Agradeço às milhares de pessoas que confiaram em mim e quero reafirmar aqui o meu sincero compromisso com o povo do Rio”, afirmou a deputada. Na eleição para os novos membros da Mesa Diretora, Franciane foi eleita primeira vogal, um cargo que lhe garante prerrogativas, inclusive assumir o lugar de algum membro da Diretoria ausente.

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Fevereiro de 2019


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