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INDAQUA desenvolve tecnologia pioneira que torna o tratamento nas ETAR mais resistente a poluentes

É a primeira vez que, em Portugal, está a ser testada em grande escala uma nanotecnologia que reforça os microrganismos usados no processo de tratamento de águas residuais

de Almeida

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Transformar Frustra Es Em Fascina Es

Seja bem-vindo(a) caro(a) Leitor(a). Espero que se encontre bem! Nesta sua agradável visita vou-lhe propor que venha comigo conhecer um Mundo Novo!

Imagine que, a partir de agora, tudo, absolutamente tudo, o que fez e que, de certa forma, se arrepende, deixou de existir. Como é que você será com esta nova hipótese?

Para ajudar a que compreenda onde quero chegar, venha comigo conhecer a Dona Maria.

Este é um dos projetos de investigação da INDAQUA, que criou na ETAR de Matosinhos um polo de desenvolvimento de tecnologias que visam a otimização do desempenho ambiental destes equipamentos, hoje tão importantes na preservação do ambiente e da saúde pública.

O projeto “Nanomateriais para ETAR” está a ser desenvolvido pela INDAQUA e pretende estudar a forma como a utilização destes pequeníssimos materiais pode melhorar o desempenho dos microrganismos usados no processo de tratamento de águas residuais. Compostos por elementos como ferro, ácido fólico e oxigénio, os nanomateriais funcionam como “vitaminas” que tornam os microrganismos mais robustos e pesados. Desta forma, por um lado, ficam mais resistentes aos poluentes que são prejudiciais ao seu desempenho e que chegam à estação de tratamento em efluentes mais complexos, como os de origem industrial, ou com contributos de tintas, combustíveis ou resíduos de oficinas. Por outro lado, aumentando de peso, os microrganismos contribuem para uma melhor sedimentação da biomassa e para a obtenção de uma água tratada com menos partículas sólidas, melhorando a qualidade com que é devolvida ao meio ambiente.

Este projeto de base tecnológica está a ser desenvolvido pela INDAQUA, na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Matosinhos, e pretende avaliar o potencial dos nanomateriais na melhoria dos processos de tratamento e na redução do consumo energético e da emissão de gases com efeito de estufa.

Já para reduzir a utilização de produtos de base química, está a ser estudado, na mesma ETAR, um mecanismo de otimização do uso de reagentes, designadamente de polímeros utilizados durante um processo chamado “desidratação de lamas” e que são substâncias que aglomeram partículas e facilitam a separação entre os sólidos e líquidos presentes nos efluentes.

Apesar de aplicados diariamente, ainda não existe em Portugal uma tecnologia que permita dosear a utilização destes reagentes, adaptando-se às condições existentes, a cada momento, na ETAR.

Por isso, a INDAQUA está a criar um mecanismo inteligente, suportado em múltiplos parâmetros e em algoritmos de Machine Learning, que interpretam em tempo real os dados recolhidos por diversos sensores instalados nos equipamentos e regulam o doseamento. Com o doseamento inteligente dos reagentes, pretende-se evitar a sua sobreutilização e garantir um menor consumo de energia durante o processo de desidratação de lamas. Para além disso, as lamas que são geradas têm um menor teor de humidade e o seu transporte para compostagem, através de camião, exige um menor consumo de combustível.

“A aposta no desenvolvimento destes mecanismos tecnológicos tem um triplo propósito: a eficiência da operação, mas, sobretudo, a proteção do ambiente e da saúde pública”, afirma Eduardo Barbot, COO do Grupo INDAQUA. “Pela complexidade da operação das ETAR e quantidade de recursos que o tratamento de águas residuais exige, torna-se clara a necessidade de encontrar soluções que suportem as decisões de gestão, através da análise de dados e da inteligência artificial”, acrescenta.

A INDAQUA tem apostado na ETAR de Matosinhos como um verdadeiro polo de inovação, que complementa a função essencial de tratamento de 13 mil milhões de litros de águas residuais geradas por mais de 197 mil habitantes de Matosinhos e Vila do Conde.

Para além do estudo dos nanomateriais e dos reagentes, estão em curso outros projetos de Investigação & Desenvolvimento, como uma solução tecnológica para identificar fontes de maus odores e reduzir o seu impacto na qualidade do ar.

“Acreditamos que os mecanismos que aqui estão a ser estruturados podem vir a ser replicados noutras infraestruturas, afirmando-se, no futuro, como soluções inovadoras não só para a operação da INDAQUA, mas também para o setor, onde a digitalização da gestão se mantém como um desafio, para a generalidade das entidades”, explica Eduardo Barbot.

Desde 2016, a INDAQUA já investiu mais de 5,8 milhões de euros em 15 projetos de Investigação & Desenvolvimento dedicados tanto às águas residuais como à água. Na área do abastecimento, surgem projetos ligados, por exemplo, à criação de modelos analíticos para a deteção, localização e reparação de fugas na rede, à modelação de redes em tempo real ou à monitorização da qualidade da água também em tempo real.

A Dona Maria, uma mulher na casa dos 50 anos, ruiva, de olhos verdes e com sardas a cobrir as maçãs do rosto, optou, até hoje, por não ter filhos. Colocou a profissão em primeiro lugar, gere uma empresa multinacional gigante e mora, como não podia deixar de ser, na primeira linha do mar. A Dona Maria é uma pessoa realizada mas que, muitos dias, quando a noite caí e as notificações do trabalho deixam de inundar o telemóvel, se sente ora ansiosa, ora deprimida. Como não sabe o que fazer, a Dona Maria pega num copo de vinho antes de pedir o jantar, senta-se, dá um fugida nas redes sociais e, como quem não quer a coisa, enche o segundo copo de vinho. O tempo vai passando e, a Dona Maria, sentada na primeira fila, anda na montanha-russa de emoções até que, de repente, se começa a perguntar: “Porque é que eu não tenho alguém? Será que não presto?”, pouco depois a pergunta é: “Porque é que eu não optei por ter filhos e uma família? Agora com 50 anos já não vale a pena…” e, de pergunta em pergunta/resposta, a Dona Maria entra no ciclo vicioso.

Este ciclo não é exclusivo da Dona Maria! Todos nós temos a chave para lá entrar e, muitas vezes, entramos com bastante frequência… Sabe aquele sítio onde o Mundo parece perder cor, parece perder o encanto e o cansaço se torna o braço direito?

Ora bem, esse Mundo, é aquele que nos é apresentado como “o Mundo”, mas, depois de conhecer a Dona Maria, imagine que, em vez da Dona Maria começar as perguntas pelo “Porquê” as tinha começado com o “Como”…

“Como é que eu posso encontrar alguém que se encaixe na minha vida?”

“Como é que eu com 50 anos posso construir uma família?”

A chave para transformar as frustrações em fascinações é, sempre, a forma como exploramos tudo aquilo que preenche a nossa mente…

Um até já.

Cordialmente

JdA

Carlos Marinho Professor Doutor

SENHOR(A) DE MATOSINHOS

Nasci no dia do Senhor de Matosinhos. Recordo um pequeno episódio teria eu 3 ou 4 anos. Milhares de pessoas a partilharem e usufruírem as festas do Senhor de Matosinhos, quando se deu início o fogo de artificio. Ao ouvir aquele enorme barulho, assustei-me, larguei a mão da minha mãe e fugi por entre a multidão. Perdi-me no interior daquela amálgama de gente. Os meus pais ficaram em pânico. Procuraram-me por todo o lado. Momentos dilacerantes, de uma preocupação extrema. Uma criança perdida sem argumentos. Talvez não. A verdade, é que a educação que eu tinha recebido em apenas 3 ou 4 anos de vida foi absolutamente avassaladora. Após momentos de angústia eis que me encontraram um pouco abaixo do Café Lua, junto a umas pessoas, que percebendo que eu estava só, me fizeram o habitual interrogatório. Em poucos segundos, referi o meu nome completo, o nome da minha mãe, do meu pai, o local onde o meu pai trabalhava, o nome do meu irmão, onde eu morava, tudo o que possam imaginar… estavam espantadas como a minha mãe me tinha preparado para aquele preciso momento. Deixo-vos também uma história verídica. O diretor da escola entregou a um aluno uma carta para dar à sua mãe. Assim o fez, mas perguntou-lhe o que dizia. Respondeu com entusiasmo e orgulho: “Filho, diz que és um excelente aluno, sabes mais do que os outros e, que a partir de hoje sou eu que estou responsável por educar-te. Não precisas de ir mais à escola...” Desde esse dia, a sua mãe muniu-se das melhores estratégias de ensino, comprou livros, construiu laboratórios, ensinou o seu filho da melhor forma que podia e sabia. Tornou-se um excelente aluno e correu mundo. Um dia recebeu a notícia que a mãe tinha falecido. Regressou. Foi ao seu quarto e viu todos os materiais que a sua mãe tinha construído para o ensinar, inclusive a carta do diretor. Pela primeira vez leu o seu conteúdo que dizia:

“Excelentíssima senhora. O seu filho tem um comportamento disruptivo, está sempre desconcentrado e desatento, acumula um atraso na sua aprendizagem. A partir de hoje, ele não entra mais nesta escola…”

Estamos a falar de Thomas Edison, uma das maiores figuras da história mundial. A sua mãe, grande mulher, Nancy Elliot Edison, professora no Canada, tinha a cargo mais 7 filhos. Thomas era o mais novo. Após este episódio dedicou grande parte da sua vida à sua educação. Edison ficou na história, mas quem merecia esse epíteto seria a sua mãe.

Dia 7 de maio foi o Dia da Mãe. Este texto é dedicado a todas as mães, a todas as Edites deste mundo, mulheres extraordinárias, que sua pela sua dedicação, inteligência e amor nos preparam para a vida. Serão sempre a Senhor(a) de Matosinhos.