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Campanha “contra o Sr. Escaldão” regressa às escolas

FERNESIM A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) lançou no dia 17 de maio, a segunda edição da iniciativa “As minhas aventuras contra o Sr. Escaldão”

Se há algo que os detentores de cargos públicos sempre têm defendido, como um bem maior, é a estabilidade governativa ancorada no cumprimento dos mandatos. Acontece que nunca deixei de estar de acordo com esta premissa independentemente do partido ou partidos que ocuparam o poder executivo. Diga-se que para um país com elevada dependência do financiamento externo, aquilo a que vulgarmente designamos por mercados, é um bem maior o respeito pelo cumprimento dos mandatos sob pena de sermos amplamente penalizados nos juros a pagar a quem nos empresta dinheiro. Acresce a incerteza internacional em que todos atualmente vivemos ancorada num conflito no coração da Europa, numa inflação que atingiu níveis dificilmente toleráveis e na reação do BCE, com a subida consecutiva das taxas de juro, a fim de travar o percurso inflacionista. A tudo isto nações periféricas e de menor dimensão estão claramente mais expostas percebendo-se bem o porquê de um espirro na Alemanha corresponder a uma pneumonia em Portugal. De facto, as últimas previsões económicas de instituições internacionais como o FMI ou a Comissão Europeia têm, felizmente, sido alteradas para bem melhor, no que ao nosso país concerne, dando a conhecer um crescimento bem acima da média da União Europeia a que se junta uma elevada taxa de emprego. De resto as receitas da Segurança Social tocam níveis recorde, registando o maior excedente orçamental em mais de uma década, atingindo o valor de 4.059 milhões de euros, em 2022, uma melhoria de 1.711 milhões face a 2021. Ora, como resultado do exposto, têm sido notórios os elogios da Comissão Europeia bem como o nível de rating da nossa dívida o que nos permite um financiamento muito mais suave, apesar do difícil contexto internacional, fruto da crescente confiança de quem nos empresta dinheiro. Dito isto questiono-me, e por certo não serei só eu, no que diz respeito às preocupações dos nossos políticos e da grande maioria da comunicação social face ao volume de notícias, consubstanciado num frenesim diário com diretos, painéis e fazedores de opinião relativamente à comissão de inquérito à TAP. À falta de melhor já chegamos às horas dos telefonemas, à sua origem e destinatários, o que foi dito e por quem, num tal frenesim que faria corar de vergonha qualquer novela mexicana. Se dúvidas existissem estamos, em minha opinião, perto daquilo que designamos de politiquice que em nada contribui para uma cidadania ativa, bem pelo contrário, afastando os portugueses da causa pública tal o fastio que provoca. É só comparar o objetivo inicial da comissão e em que ponto nos encontramos. Uns porque procuram, como pão para a boca, audiências televisivas/jornalísticas, outros porque, sendo a fome de poder insaciável e já se prolongando por uma eternidade, qualquer voto conquistado nas sondagens vale ouro reunindo-se assim condições para uma comunhão de objetivos. Por favor, não nos julguem capazes de comer gelados com a testa, ou como diz o zé povinho não nos façam de lorpas.

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Após o projeto piloto ter sido considerado um sucesso, em 2022, passando por 111 escolas e sensibilizando 14,405 crianças, a campanha regressa para “promover hábitos de exposição solar saudáveis”.

“Este projeto de promoção e educação para a saúde em meio escolar é um processo contínuo que visa a capacitação das crianças e dos jovens para fazerem escolhas informadas sobre os seus comportamentos de saúde”, informa a LPCC em comunicado.

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A estratégia educativa da ação visa munir os professores do 1.º ciclo de “competências e recursos que lhes permitam abordar a temática da exposição solar segura com os seus alunos do Ensino Básico” e, simultaneamente, chegar a mais escolas em todo o território nacional a fim de promover as boas práticas de exposição solar.

“Os materiais lúdicos e pedagógicos são fundamentais na formação dos mais novos. O jogo ‘As aventuras do Sr.

Escaldão’, assim como os livros educativos, são um incentivo ao trabalho de equipa com o intuito de promover a informação e prevenção da exposição solar”, elucida Francisco Cavaleiro de Ferreira, presidente da LPCC.

De referir que o Sr. Escaldão é uma personificação de “todas as agressões a que sujeitamos a nossa pele” e, nestes jogos e livros, é retratado como o vilão “que todas as crianças querem derrotar”.