Vila Nova Conceição - JUST FOR

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C ONC E I ÇÃO N OVA V I L A VILA NOVA CONCEIÇÃO just for

for

ANO 1 - EDIÇÃO 1 - 2010

em forma de arte

o essencial


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EDITORIAL

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Esta revista é uma publi­ca­ção da 4 Capas Editora e Fortuna – Gestora em Comunicação de Luxo, dis­tri­buí­da via correio exclu­si­va­men­te aos moradores da Vila Nova Conceição.

Seu nome na capa Alexandra Forbes: pág. 60

CONSELHO EDITORIAL Denilson Milan, Doron Menache Sadka, Georges Schnyder e Mariella Lazaretti

Projeto Editorial 4 Capas Editora Diretor Executivo – Georges Schnyder georges@4capas.com.br Diretora Editorial – Mariella Lazaretti mariella@4capas.com.br Direção de Arte – Nina Franco ninafranco@4capas.com.br Colaboraram nesta edi­ção: Alexandra Forbes, Ana Paula Kuntz, Bruno Lazaretti, Luciana Bianchi, Luisa Cella, José Ruy Gandra, Karin Dauch, Marina Monaco e Rosane Aubin (texto); António Rodrigues e André Penteado (fotos); Eduardo Galdieri e Fábio Santos (arte); Gil Bertolino e Ruth Figueiredo (revisão)

António Rodrigues: pág. 28

Para anunciar Tel. (11) 3521-7329

Karin Dauch: pág. 50 FOTO: Renan REGO

Diretor Executivo – Denilson Milan denilson@fortunacom.com.br Diretor Comercial – Doron Sadka doron@fortunacom.com.br Produção Gráfica – Doron Central de compras gráfica, tel. (11) 3813-9799 doroncentral@uol.com.br

A revis­ta Vila Nova Conceição JUST FOR é uma publi­ca­ção dis­tri­buí­da via correio exclu­si­va­men­te aos moradores da Vila Nova Conceição. Venda proibida. A revis­ta não se res­pon­sa­bi­li­za pelos con­cei­tos emi­ti­dos nos arti­gos assi­na­dos. As pes­soas não lis­ta­das no expe­dien­te não estão auto­ri­za­das a falar em nome da revis­ta ou a reti­rar qual­quer tipo de mate­rial sem pré­via auto­ri­za­ção emi­ti­ da por carta timbrada pela reda­ção.

Bruno Lazaretti: pág. 54 FOTO: DANIELA PICORAL

Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax. (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br

Em um mundo cada vez mais globalizado, em que informação generalista e sem muito lastro invade nossa vida das mais variadas maneiras, algumas coisas passam a ter peso de ouro. Qualidade, tempo e exclusividade são algumas delas. A edição número 1 da revista Just For, que estará ao alcance de apenas 5 mil habitantes do elegante bairro paulistano de Vila Nova Conceição, tem esses pontos como tripé de sua filosofia editorial e comercial. Você vai observar que na capa, ali no alto do canto direito, como se fosse uma das manchetes, está seu nome. Isso é exclusividade. Não só pelo ineditismo da ação no país que se repetirá em todos os números da revista, como também em relação à posição de destaque que você tem em nossa operação. Em termos de qualidade editorial e gráfica, nós vamos lhe oferecer a cereja do bolo. Nas próximas páginas você vai encontrar indicações fidedignas sobre mercado de arte, fotografia, cultura, gastronomia, viagens, objetos de luxo, tendências, perfis de pessoas que acontecem no mundo, agendas das principais capitais culturais e informações de seu bairro – tudo apurado e escrito por jornalistas e especialistas com vasta experiência na grande imprensa e nos assuntos que assinam. Esta revista desempenha também o papel de veículo de informação de consumo feito sob medida para seus desejos, com ações exclusivas para valorizar seu tempo. Muitos dos produtos apresentados por Just For chegarão até sua casa antes de ter efetivamente ganhado o mercado nacional, como uma espécie de serviço de “alfaiataria” comercial sob medida. Trata-se de um conceito pela primeira vez aplicado no mercado editorial brasileiro batizado de flex press. Nesta edição trouxemos até você o perfil do misterioso Larry Gagosian, o homem mais poderoso do mundo das artes. Também um perfil da bela e vitoriosa cineasta ganhadora do Oscar, Kathryn Bigelow; e ainda: uma reportagem comparativa sobre os carros charmosos e compactos, as experiências de habitantes de Nova York que se divertem nos Hamptons, a história de glórias da grife Louis Vuitton, e muito serviço útil para quem gosta de viajar e passear pelo mundo. Boa leitura!

Just in case Caso você queira alterar seu nome, endereço, dar sugestões e se manifestar ou deixar de receber esta publicação, entre em contato com justfor@4capas.com.br.

Nina Franco: projeto gráfico

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SUMÁRIO 10. TRENDS

50. SOCIETY

18. PERFIL

54. DESIGN

24. ÍCONE

60. JUST WHO

28. ARQ

66. TECNO

34. BITE

68. CALENDáRIO

44. BRANDS

74. CADERNO VNC

Delírios possíveis o novo Bugatti, a água de milhões de dólares e as minaudières da Tamlin & The Fall’s

Uma mUlher alTa Kathryn Bigelow, 1,80 metro, atinge as alturas no cinema mundial e arranca o oscar das mãos do ex-marido

Forever yoUng em la prairie, a fórmula da juventude começa na paisagem do lago leman

a casa “J” a criação de Bernardes & Jacobsen que abraça a natureza no litoral paulista

o paTo conTinUa gorDo papo com o genial heston Blumenthal do festejado The Fat Duck, que recebeu indenização de 200 mil libras

a rainha Da Bolsa a história da louis vuitton, que hoje é uma das marcas de luxo mais valiosas do planeta

a viBe Dos hampTons como frequentar a contento o balneário americano que seduz ricos, famosos e poderosos

peqUenos noTáveis o design encantador e o viés ecologicamente correto consagram os minicarros

ningUém saBe, ningUém viU quem é larry gagosian, o supergalerista que faz milhões com vernissages em silêncio e sem mostrar a cara

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TRENDS TENTAÇÕE S

VELOZ E ELEGANTE

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eyron, o novo modelo da Bugatti, é um prodígio de design e tecnologia. O superesportivo chega a alcançar a velocidade de 408,6 quilômetros por hora, tem computador de bordo semelhante ao dos aviões – uma de suas funções é transmitir relatório de erros direto para a central da Bugatti, de qualquer lugar do mundo – e conta com um mecanismo que abaixa a frente do veículo para atingir maior velocidade. Toda essa performance é coroada por um design de tirar o fôlego dos fãs de carros de alto luxo. Suas formas harmoniosas respeitam a tradição da marca, estabelecida desde sua criação pelo fundador, Ettore Bugatti, e a pintura clássica inspirada nos anos 1920 e 1930 tem duas cores. A British Cars do Brasil pretende lançá-lo no país em junho.

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TRENDS TENTAÇÕES

ÁGUA PRECIOSA

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designer mexicano Fernando Altamiro criou uma garrafa de água que vale muito mais que ouro: a Acqua di Cristallo, um tributo ao pintor Amedeo Modigliani, que tem preço estimado de 3,6 milhões de dólares. O invólucro e o conteúdo são igualmente luxuosos. Por fora, prata, ouro branco, platina e 6 mil diamantes trabalhados à mão dão forma à garrafa, que imita uma escultura do artista italiano. Por dentro, um blend de águas de fontes das Ilhas Fiji e da França, e de glaciares da Islândia, e ainda 5 miligramas de ouro 23 quilates em pó. Altamirano afirma que 15% de suas vendas são destinados à Plan3t Foundation, uma organização não governamental que combate o aquecimento global. “Já temos três encomendas, de Londres, Dubai e Nova York”, diz o designer. A garrafa leva um ano para ser produzida. INFORMAÇÕES: WWW.MOST-EXPENSIVE-WATER.COM

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TRENDS TENTAÇÕES

BELAS COMO MARRAKESH

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aloma Picasso, filha do pintor Pablo, festeja seus 30 anos como designer de joias da Tiffany & Co. com uma coleção inspirada na lendária cidade de Marrakesh, no Marrocos. As peças reproduzem as sofisticadas e ricas padronagens islâmicas, com formas geométricas e cores elegantes. O colar Marrakesh Black Ônix é feito com um pingente de diamantes, ouro 18 quilates e esmeraldas. Paloma começou a brilhar na esfera da alta joalheria em 1980, quando lançou a primeira coleção para a Tiffany & Co. Sua preferência por materiais extravagantes, o fascínio pelas pedras de cores vibrantes e o hábito de utilizar rabiscos e grafismos fizeram com que se tornasse uma estrela no ramo. MAIS INFORMAÇÕES: TEL. (11) 3081-8100

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TRENDS TENTAÇÕES

PEQUENO DELÍRIO

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minaudière – um tipo de carteira rígida e pequena – é o ícone de elegância fashion do momento. E a marca nova-iorquina Tamlin & The Fall’s deu um jeito de conferir ainda mais charme ao acessório, que cabe na palma da mão. A nova coleção The Space Between tem design escultural em uma trilogia que valoriza formatos clássicos da natureza – o do cristal, o do ovo e o da concha. Este último conta com um adendo bem criativo: uma alça para se empunhar a delicada bolsinha, como o cabo de um sabre. Todos os modelos são customizáveis, podendo ter acabamentos variados (de ouro 24 quilates, inclusive) e detalhes exclusivos. Nada muito além de um batom cabe dentro dela. Mas quem precisa de mais do que isso com uma joia destas nas mãos? A marca ainda não chegou ao mercado brasileiro, mas aceita encomendas. PREÇO: US$ 19.800 JE@TAMLINANDTHEFALL.COM

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PERFIL

KATHRYN BIGE LOW

&

BELA FERA

LINDA, SEXY E VICIADA EM ADRENALINA. KATHRYN BIGELOW, A PRIMEIRA MULHER A GANHAR O OSCAR DE MELHOR DIREÇÃO

POR JOSÉ RUY GANDRA

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amos combinar desde já que a mulher do ano é a diretora Kathryn Bigelow, cujo filme Guerra ao Terror faturou seis Oscar, entre eles o de Melhor Filme e Direção, categorias em que disputava com o megablockbuster Avatar, dirigido por ninguém menos que seu ex-marido James Cameron. Os dois foram casados por dois anos (1989/1991) e até hoje são bons amigos. Tanto que Cameron foi o primeiro a cumprimentá-la, com três suaves tapinhas nas costas, quando Kathryn foi anunciada como a ganhadora do Oscar de Melhor Direção. Guerra ao Terror ainda levaria a estatueta de Melhor Filme.

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Kevin Scanlon/The new YorK TimeS

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Mais que merecido. Kathryn tornou-se a primeira mulher na história do cinema a receber um Oscar de Melhor Direção. Outras três já haviam concorrido: a alemã Lina Wertmuller, pelo filme Pasqualino Sete Belezas; a neozelandesa James Campion, por O Piano; e Sofia Coppola, por Encontros e Desencontros (Lost in Translation). Mas coube a Kathryn a honra de quebrar de vez esse tabu. É ainda mais curioso o fato de essa hegemomia masculina ter sido finalmente interrompida por uma mulher cujos filmes são encharcados de testosterona. Guerra ao Terror, por exemplo, conta a história de um pelotão americano especializado em desativar minas e outros explosivos terrestres. Apesar de seu ar vagamente documental, é um filme de ação, em que não faltam sangue e adrenalina. Daqueles quase sempre feitos por homens para si mesmos. Explicação? “Eu tento descobrir o que é ser herói no século XX, e a guerra é o território desses tipos”, diz a diretora. “O segredinho mais sujo da guerra é que muitos homens gostam dela.” Esse contraste torna Kathryn ainda mais singular. Primeiro porque ela é, decididamente, um mulherão. Tem 1,83 metro de altura, corpo e rosto lindos e, apesar de um tanto tímida, é extremamente sensual. Ninguém em sã consciência lhe daria os 60 anos que está prestes a completar. Nada disso era visível na garotinha tímida e desajeitada moradora de um subúrbio rural de São Francisco, filha de uma bibliotecária e de um gerente de uma fábrica de tintas. Quase por compaixão a figura paterna acabou semeando em Kathryn sua paixão pela arte. “Meu pai sempre sonhou ser um cartunista, mas não conseguiu, e acho que esse seu fracasso partiu meu coração”, ela diz. Kathryn estudou pintura no California Institute of the Arts (CalArts), nos arredores de Los Angeles, e, depois, aos 19 anos, mudou-se para Nova York para trabalhar no Whitney Museum. Foi sua fase, digamos, “cabeção”. Kathryn estudou semiótica, a obra do psiquiatra francês Jacques Lacan e fazia performances experimentais em pequenos teatros nova-iorquinos. Seu parceiro, então, era o músico experimental Phillip Glass, que dirigia um táxi durante o dia e fazia apresentações à noite nos clubes de Manhattan. Até que um professor da Columbia University despertou seu encanto pelo cinema. Kathryn apaixonou-se pelos filmes de ação ao ver Meu Ódio Será a Sua Herança, de Sam Peckimpah, e Cavaleiros do Asfalto, de Martin Scorsese, duas produções célebres pelo realismo extremo de suas cenas de violência. “Percebi, então, que músculos fazem muito bem a um bom filme”, diz. Kathryn seguiu a tese à risca em seu primeiro longa-metragem, Loveless, de 1982, em que o também estreante William Dafoe vivia um motociclista perambulando a esmo e se metendo em encrencas pelas estradas e cidades

Barrada no Iraque, Kathryn transfere sua equipe para a Jordânia: esbanjando elegância no deserto, convenhamos...

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Jonathan olley

“Quando as câmeras são ligadas, ela parece um atleta entrando em campo, de tão ligada” M a r k Boa l , rot e i r i sta e co p ro d u to r d o f i l M e

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alex J. BerlIner/BeI/rex features

americanas. Embora seus filmes seguintes tenham criado um razoável círculo de admiradores, seu primeiro sucesso só veio em 1995 com o eletrizante Estranhos Prazeres (Strange Days), estrelado por Ralph Fiennes. Detalhe: o filme foi escrito e produzido por James Cameron, já então seu ex-marido. As tramas de seus filmes nunca tiveram um padrão. Vão desde a saga de um policial (Keanu Reeves) que, em Caçadores de Emoção (1991), combate uma gangue de surfistas que assaltam bancos usando máscaras de ex-presidentes, como Nixon e Kennedy, à insanidade de uma devota do século XIX que, em O Peso da Água (2000), após ter tido relações íntimas com outra mulher, decide “celebrar” esse seu despertar sexual com um... machado! Os únicos fios condutores na filmografia de Kathryn são mesmo a ação e tensão incessantes e o desejo deliberado de provocar no espectador calafrios e, principalmente, sobressaltos. Até Guerra ao Terror, no entanto, a fama de Kathryn jamais ultrapassara os limites de uma diretora talentosa ao lidar com a tensão narrativa e, mais que tudo, de uma mulher que se aventurara pelo território masculino dos filmes de ação. Guerra ao Terror mudaria radicalmente esse quadro. Com um orçamento furre-

O primeiro sucesso veio em 1995 com o eletrizante Strange Days, escrito e produzido por seu então marido, James Cameron, de quem “levou” o Oscar em 2010

fotos: Dave M. Benett/Getty IMaGes

Kathryn com amigos na festa da British Academy Film Awards. À direita, com Jeremy Renner, protagonista de Guerra ao Terror

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ca para os padrões hollywoodianos, Kathryn decidiu filmá-lo no Iraque. Não deixaram. As locações foram feitas na Jordânia, próximo à fronteira iraquiana. Kathryn então revelou-se. Sob um calor escaldante e engolindo areia, passou dois meses galgando dunas com uma disposição e energia incomuns. “Quando as câmeras são ligadas, ela parece um atleta entrando em campo, de tão ligada”, diz Mark Boal, roteirista e coprodutor do filme. Por seus méritos, Guerra ao Terror acabou indicado ao Oscar em nove categorias. Por obra do destino, nas categorias Melhor Filme e Direção, ele concorreria com Avatar, superprodução de seu ex-marido James Cameron e maior sucesso de bilheteria da história do cinema. Avatar já havia faturado mais de 2 bilhões de dólares por ocasião da cerimônia de entrega. A mídia criou um clima de Davi e Golias em torno da disputa. E, como na Bíblia, Davi levou a melhor. “Não dá para negar: esse é o maior momento de toda a minha vida”, disse Kathryn, depois de receber a estatueta das mãos da também diretora Barbra Streisand e antes de dedicar o prêmio aos soldados americanos que servem nas guerras do Iraque e Afeganistão. “Que eles possam voltar breve para casa”, disse. Da semiobscuridade, Kathryn Bigelow saltou direto para a história. Como a primeira mulher a receber o Oscar de Melhor Direção. Como a primeira diretora reconhecida de filmes de ação. Ainda assim, Kathryn insiste numa questão. “Eu prefiro mil vezes me imaginar como uma cineasta simplesmente que como uma mulher cineasta”, afirma. “Essa disputa entre gêneros é ridícula”. De todo modo, enfim uma mulher de músculos por trás das câmeras. E que músculos...

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ClíniCa la Prairie • suíça

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imortal ENQUANTO DURE COMO FUNCIONA A CLÍNICA LA PRAIRIE, PARA ONDE MILIONÁRIOS DO MUNDO TODO CORREM EM BUSCA DO EXTRATO CLP – A FAMOSA TERAPIA ANTIENVELHECIMENTO P OR POR MA RIELLA LA ZA RETTI

C

harlie Chaplin esteve lá, Greta Garbo também, mas na época eles já eram imortais. Assim é fácil. Era hora de conferir o que a Clínica La Prairie, a mais famosa do mundo em terapia de rejuvenescimento, tinha a oferecer a mim – uma simples mortal que adoraria não sê-lo. Tive a chance de ir conferir. Um carro com chofer me esperava no aeroporto de Genève. O motorista espanhol da Galícia falava quase português. E, segundo o papo animado que travamos por uma hora durante o trajeto até Montreaux, onde a La Prairie está instalada desde os anos 30, falava russo também. No carro, como pude notar, dezenas de revistas em cirílico confirmavam a informação de que a clientela atual da clínica, tradicionalmente povoada por banqueiros e empresários europeus, xeiques árabes e artistas de Hollywood, hoje vem da Rússia e do Leste Europeu. E, desde o ano passado, da China também. Se o dinheiro muda de mãos, a Clínica é a primeira a sentir – quem pode paga para viver mais e melhor. Com efeito, assim que estacionamos o carro na sede, uma espécie de SUV Ambulância trazia um empresário árabe e toda a sua família de oito integrantes com ele. Respirei fundo naquela tarde de verão e notei que, mal chegara, já me sentia algumas horas mais jovem: era o feitiço do lugar. A Clínica La Prairie pode ser considerada a mais sofisticada do mundo apenas por estar encravada na Riviera Suíça, de frente para o Lago Leman, aos pés dos Alpes. Era essa a vista que eu teria da janela de meu quarto. O sossego da cidade de Montreaux é quase uma piada: às 7 da noite, em pleno verão, o único shopping center fecha as portas. Ninguém liga ou quer mais

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emoção. De dia, gente loira de bochechas rosadas passa o dia tomando sol e se banhando no lago sombreado de árvores do mundo todo (devidamente identificadas em pequenas placas explicativas). Na verdade, a clínica fica em Clarens. Grudada a Montreaux, Clarens possui apenas alguns quarteirões, o que na Suíça é o suficiente para ser denominado cantão, ter brasão e hino. Há só uma linha de ônibus que atravessa a única avenida principal de Montreaux a Clarens, em mais ou menos 15 minutos. E... that’s it. Acabou. No inverno, os Alpes se erguem brancos de neve em frente às janelas da antiga sede da clínica e a 30 minutos dali está a estação de esqui Portes du Soleil. No verão, acontece o Montreaux Jazz Festival, e a cidade ferve de artistas se encontrando nos mesmos quatro lugares. Instalei-me no prédio em estilo normando construído na década de 30, quando o médico Paul Niehans, o fundador da clínica, colocava em prática as pesquisas que vinha fazendo contra o envelhecimento, com base em células frescas de fetos de ovelhas. Na época, e até menos de uma década atrás, o Extrato CLP, o nome do preparado que se propõe a proporcionar a Revitalização (assim, com letra maiúscula), leia-se uma vida longeva e com qualidade, era aplicado em injeções. E doíam. Eram quatro delas durante dois dias. Os pacientes se internavam com esse objetivo – receber o remédio e observar qualquer coisa estranha que acontecesse a partir daí. Hoje, a droga é ministrada por via oral, mas os pacientes necessariamente devem seguir um plano de internação de uma semana, na qual passam por uma bateria de exames e permanecem sob vigilância médica. Devo dizer que não me animei

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CLÍNICA LA PRAIRIE • SUÍÇA

ÍCONE

a receber as tais células de fetos de ovelhas diretamente na corrente sanguínea. Morri de pena dos fetos, inclusive. Mas pessoas que se sentem cansadas ou querem dar um “up” no motor se internam anualmente para receber uma dose de Extrato CLP. E voltam a cada par de anos. O termo clínica não é figurativo, portanto: há na La Prairie toda a estrutura médica de um hospital, contando inclusive com sala de cirurgia. Os quartos na sede antiga têm a sobriedade de uma casa de saúde, mas guardam o charme de seus anos de história. Ali, em 1953, as injeções do doutor Niehans teriam salvado o desenganado papa Pio XII da morte. Não para sempre, claro, mas sua vitalidade foi o suficiente para granjear fama ao lugar. A partir daí, milionários do mundo todo correram à fonte suíça da juventude. Se o Extrato realmente pode ser chamado de fonte da juventude é discutível, mas a frequência e o retorno dos que já passaram pela terapia é o indicador mais que positivo de que o Extrato tem efeito benéfico aos que o utilizam. Niehans fazia as manipulações em seu laboratório, ele mesmo, sem jamais ter submetido seu elixir a qualquer tipo de comprovação científica que atestasse o empirismo. Outros tempos. Estudos científicos iniciaram-se a partir de 1987, quando ele já havia se aposentado e a clínica passava para o comando de Armin Matli. Matli decidiu saber mais sobre o produto que havia comprado. Procurou Otto Westpal, ex-diretor do MaxPlanck-Institute of Immunobiologie, de Frankfurt, Alemanha, para que desenvolvesse manipulação e purificação mais adequadas. Em 1998, criou-se a Fundação para a Investigação do Envelhecimento e Imunologia La Prairie, que, entre outras coisas, desenvolveu o uso do remédio por via oral. “O que podemos dizer com certeza é que a imunização dos pacientes que recebem o Extrato aumenta, eles se sentem mais vivazes e ativos”, diz o doutor Thierry Waelli, que, desde 1992, é o médico responsável pela clínica. “Pessoas com problemas recorrentes de doenças, como herpes, utilizam o Extrato para se livrar da doença e aumentar suas defesas”, afirma. Pesquisas permanecem sendo feitas, sem que se tenha qualquer trabalho científico definitivo a respeito. Porém, a propaganda boca a boca entre pacientes do mundo todo que se sentiram mais dispostos e revigorados com o Extrato faz a fama do lugar. “O Extrato é livremente utilizado com a chancela do Ministério da Saúde suíço, por seu uso ao longo de tantos anos, com casos comprovados de sucesso e sem contraindicações”, diz Waelli. A única precaução é em relação à reação alérgica que qualquer paciente possa manifestar – daí a obrigatoriedade de pré-testes que detectem a rejeição antes do início do tratamento.

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Os pacientes que chegam à La Prairie nem sempre estão em busca do fabuloso Extrato. Em 1991, um edifício envidraçado foi construído para abrigar suítes mais luxuosas, novos consultórios médicos e um spa que promova saúde, bem-estar e beleza. Aplicação de Botox, lipoescultura e cirurgias plásticas são feitas nessa área. “As pacientes permanecem aqui para iniciar uma dieta, fazem as intervenções necessárias e mantêm-se assistidas até a completa recuperação”, diz Waelli. Muitas artistas preferem a Clínica La Prairie justamente por seu isolamento e pluralidade de serviços altamente profissionais. Entram com 60 anos e saem com 45. Qualquer paciente, no entanto, recebe lições e um programa para melhora de qualidade de vida, incluindo uma dieta balanceada entre 1.200 e 2.000 calorias e um roteiro diário individual de terapias e ginástica, banhos fitoterápicos maravilhosos, cumprido com horários suíços. Eu, que fui à clínica imaginando receber os cremes homônimos famosíssimos, tive uma informação desconcertante: os produtos de beleza utilizados em todo o processo não são da conhecida linha La Prairie. A marca foi vendida para a empresa que produz a Nivea, em 1982. Os cosméticos fabricados pela clínica receberam o nome Perfection Swiss, com preços que se assemelham aos da concorrente (alguns oleosos para a pele de brasileira). O atendimento é fantástico, tendo como item digno de nota a qualidade excepcional da comida mesmo sendo magra em calorias e colesterol. Todos os dias você pode escolher entre dois ou três cardápios com três pratos cada um. A apresentação, o sabor e a leveza seriam de um restaurante francês de primeira linha. Se sua prescrição médica não proíbe álcool, pode-se ainda ter a companhia de bons vinhos. Para os brasileiros que se hospedam (e se escondem ali), há ainda a vantagem de 80% dos funcionários serem portugueses. O saldo final da passagem de três dias pela La Prairie foi 1 quilo mais magra e vários mais leve. Mesmo não tendo tomado o Extrato, não me importaria de retardar meu envelhecimento apenas passando temporadas entre Clarens e Montreaux. Sabe que aquela calmaria toda faz bem? CLÍNICA LA PRAIRIE www.laprairie.com Revitalization Package: Tratamento de Revitalização com duração de 7 dias para uma pessoa. Corner Room (quarto mais simples) – CHF 19.420 Suítes a partir de CHF 28.180 Beauty Package: Tratamento de beleza com duração de 7 dias para uma pessoa. Corner Room – CHF 9.270 Suites a partir de CHF 18.030 Um dólar equivale a aproximadamente 1,08 franco suíço.

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E D E AZU L Toda monTada com painéis de cumaru e freijó cerTificados, a casa em “j”, de Bernardes & jacoBsen, é um aBraço na naTureza Po r Ma rina Monaco foTos a ntónio rod rigues

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sonho do casal com dois filhos adultos era ter uma casa aberta e arejada, com áreas interagindo com as pessoas e a natureza. Com o pé-direito alto, espaços amplos e abertos, seus hóspedes circulam o tempo todo em contato com o verde e vendo o mar. Projetada em conjunto pelo proprietário e pela empresa de arquitetura Bernardes & Jacobsen, a casa tem 1.200 metros quadrados num terreno de 1.320 metros quadrados, e foi concebida de maneira a valorizar os materiais naturais e a praticidade. A materialização do sonho aconteceu há pouco mais de seis meses e fica de frente para uma restrita praia no litoral paulista. Estruturada de aço Corten, de alta resistência à corrosão e ferrugem, é toda revestida de madeira cumaru e freijó certificada e tratada para suportar alta umidade. Em toda a área comum foi usado granito Aqualux com resina contra manchas no piso. “A escolha ajuda a manter a temperatura amena e reflete a luminosidade”, diz o proprietário. Nas áreas íntimas o piso é de cumaru. Na casa em formato de “J”, o ponto central é o espaço gourmet, idealizado pela família que adora cozinhar em conjunto. Ela é o elo de ligação entre os dois blocos que compõem a propriedade. No bloco à esquerda do ponto central, ficam as quatro suítes da família. No bloco à direita, numa espécie de mezanino, estão a suíte do casal e o quarto de hóspedes. Destaque para os painéis de madeira pivotados que se abrem em sanfona na suíte principal, possibilitando uma vista de 90 graus do mar. Entre as suítes, uma espécie de biblioteca suspensa paira sobre a ala de estar e o jardim, projetado pela paisagista Isabel Duprat.

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO

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M T C P

rotagonista do projeto, as treliças flexíveis de freijó dão o tom oriental à construção. Nas salas de estar, a continuidade estende os ambientes criando espaços fluidos e arejados. As amplas janelas, que chegam a 5 metros de altura, abrem espaço para o contato com a natureza e a paisagem, tornando as salas quase transparentes. Madeira e vidro se alternam como tampos de mesa e aparadores, compondo peças duráveis e fáceis de limpar.

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ARQUITETURA E DECORAÇÃO

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spa com sauna e jacuzzi é conectado à sala de jogos e ao home theater para reunir todos os hóspedes em um mesmo ambiente. O teto de taquara trançada confere o ar rústico de uma casa de praia. A varanda é um prolongamento da sala de estar que se estende até a borda da piscina confundindo-se com a linha do horizonte. Dentro da piscina, casal e convidados entram em forma usando bicicletas ergométricas fixas enquanto apreciam a paisagem.

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ARMÁRIOS

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BITE

restaurantes e che fs

fantástico mundo de

Heston O criadOr dO the fat duck, segundO melhOr restaurante dO mundO, fala dOs sOnhOs de um meninO ObcecadO pela perfeiçãO P o r luc i ana bi anc hi , de bray (i ng laterra ) foto s andré pe nt eadO

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Era um dia quente de outono em 1982. A família Blumenthal arrumou as malas e partiu de férias em direção à Provença, no sudoeste da França. Heston tinha apenas 15 anos, e os negócios de seu pai estavam em boa fase. A família havia comprado um pequeno apartamento nas proximidades de Montpellier e iria, pela primeira vez, visitar um restaurante “chique”. Não era como os que costumavam frequentar. Era o L’Oustau de Baumanière, com três estrelas no Guia Michelin. O chef-proprietário era o francês Raymond Thuilier, um dos “descendentes” da cozinha do lendário Fernand Point. O que os Blumenthal não sabiam era que essa viagem mudaria para sempre a vida do menino. Elegantes, porém tímidos, eles ocuparam a mesa reservada, e Heston começou a observar o movimento dos garçons, o som dos cristais, dos talheres, do vinho sendo servido. A brisa que vinha de fora trazia o perfume de alfazemas e alecrins, que se misturava com as cores, os aromas, as texturas e os sabores de pratos que ele nunca havia provado antes. O que mais o impressionou, porém, foi o movimento teatral dos garçons. O mais perto que ele havia chegado de um restaurante de verdade até então era o chinês nas proximidades de sua casa. Nunca tinha provado um prato requintado ou se interessado por cozinha. E, então, como em um momento de epifania, Heston Blumenthal percebeu que tinha se apaixonado loucamente por gastronomia. Nessa idade, outros adolescentes costumam esconder embaixo da cama revistas de temas adultos. Ele tinha a Larousse Gastronomique e a lia às escondidas, com medo da gozação dos amigos. Como não falava francês, tinha um dicionário para entendê-la: “Traduzi palavra por palavra, do começo ao fim”, disse. Com o passar dos anos, a curiosidade virou hobby, e o hobby virou obsessão. Ele não parava de ler. Os livros eram os mais variados, sobre cozinha clássica francesa, técnicas culinárias, grandes mestres da cozinha internacional como Alain Chapel. Nos fins de semana, cozinhava para a família e testava o conhecimento nas panelas. Repetia a mesma receita por mais de dez vezes até conseguir a perfeição. Um dia, comprou o Guia Michelin

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para saber onde ficavam os melhores restaurantes do mundo, planejando visitá-los um a um. Com 19 anos, o livro do cientista Harold McGee – On Food and Cooking: the Science and Lore of the Kitchen – parou em suas mãos. A partir daí, ele passou a questionar vários aspectos da cozinha, das técnicas de preparo às tradições. O chef percebeu que a ciência poderia ser utilizada para abrir novas portas. Nas horas de folga, visitava açougues, delicatéssens, padarias e lia sem parar. Nessa época, Heston escreveu muitas cartas a restaurantes famosos pedindo vaga como estagiário. A única resposta que recebeu foi de Raymond Blanc, do Le Manoir aux Quat’Saisons. O chef francês, também autodidata, se tornara no final dos anos 1970 uma celebridade em Londres. Após uma tediosa semana descascando legumes, Heston percebeu que um estágio não funcionaria para ele. Sua evolução intelectual na cozinha já havia atingido um nível experimental alto, e o que ele queria mesmo era praticar e aprender novas técnicas. Sem falar que seu “pavio curto” não permitia muita disciplina. Mas algumas coisas valeram nessa semana de decepções. Uma delas foi a amizade com o chef Marco Pierre White, que trabalhava na cozinha do Le Manoir. A outra foi a certeza de que queria abrir o próprio restaurante. Trabalhando para sobreviver como cobrador de dívidas ou vendedor de máquinas fotocopiadoras, Heston percebeu que para abrir o restaurante que queria precisaria fazer uma mudança radical em sua vida: “Minha namorada, Susanna, que se tornou minha mulher, e eu economizávamos o ano todo só para visitar nas férias os restaurantes do Guia Michelin na França e os artesãos culinários e produtores das diversas regiões”. Em 1992, os dois decidiram arriscar. Venderam a casa e foram morar com os pais de Heston. A busca pelo local perfeito na Inglaterra durou quase dois anos. Até que, em 1995, em um vilarejo chamado Bray, os dois encontraram um pub com 450 anos de história e muito charme. Assim nascia o The Fat Duck. Antes de abrir, Heston passou três semanas trabalhando com Marco Pierre White no Canteen para ver como era a rotina de um restaurante. Marco, aliás,

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garoto, guardava a Larousse gastronomique embaixo da cama e Lia às escondidas, com medo da gozação dos amigos

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diz ser o padrinho do nome da casa do colega, embora Heston não se lembre disso. Uma coisa era certa – o ex-pub não tinha cara de restaurante de classe! Não tinha toalhas nas mesas, a lista de vinhos era impressa em uma folha de papel simples (20 vinhos brancos e 20 tintos), os banheiros ficavam fora da casa e, na cozinha, o chef dividia o mise-en-place com um lavador de pratos. Com o que podia pagar, quem se candidatava a trabalhar com ele era gente de reputação duvidosa. “Tinha um que parecia um serial killer”, disse. Mas Heston também não era fácil. Tinha problemas sérios em controlar seu temperamento, e resolveu visitar um osteopata craniano para aprender a relaxar. Deu certo. Heston é de uma doçura e calma sem iguais. Nunca grita. Assim como nos contos de fadas de que tanto gosta, Heston criou em Bray seu “País de Oz”. O restaurante tem uma cozinha relativamente pequena, mas bastante funcional. Nos fundos, “casinhas de boneca” têm funções próprias: uma com a máquina de vácuo, outra com os freezers, outra com as panelas. Poucos metros depois está o pub da era Tudor, o The Hinds Head, comprado por Heston em 2004. No segundo andar, Ashley, seu braço direito e futuro chef do restaurante Heston Blumenthal, em Londres (que será inaugurado neste ano no Hotel Mandarin Oriental), organiza os projetos fotográficos. Em outra casa das proximidades está a cozinha de preparação, com um carro estacionado na porta para transportar os ingredientes preparados e hermeticamente embalados para o The Fat Duck. A perfeição, a limpeza e o controle de qualidade são impecáveis. Por isso mesmo, o fechamento da casa em março de 2009 devido a inúmeros casos de clientes com problemas estomacais foi um susto. As investigações duraram

TRAJETÓRIA DO THE FAT DUCK ...The Fat Duck é inaugurado

The Fat Duck recebe a primeira estrela no Guide Michelin

O restaurante recebe a segunda estrela Michelin

A casa alcança a honra máxima de três estrelas no Michelin. O restaurante foi eleito o segundo melhor do mundo pela renomada Restaurant Magazine

1998

2001

2004

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The Fat Duck é eleito o melhor do mundo pela mesma Restaurant Magazine

Voltou ao segundo lugar na lista da Restaurant Magazine e mantém a posição até hoje. Heston recebeu o título de Fellowship da Royal Society of Chemistry (os outros dois premiados são Nobel de Química!). Recebeu o mais importante título outorgado a um cidadão britânico, o OBE, entregue pela rainha Elizabeth II

2005

2006

O The Fat Duck é fechado após casos de clientes com problemas estomacais. Após investigações constatou-se que houve contaminação pelo vírus Noros ou Norwalk. Heston recebeu uma indenização de 200 mil libras.

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meses até alguns clientes constatarem a contaminação pelo vírus Noros ou Norwalk, responsável por 90% dos casos de gastroenterites ao redor do mundo. Um dos comensais reclamou à imprensa que nunca havia recebido uma carta de desculpas do chef. Heston disse que foi instruído pelas autoridades a não comentar sobre o caso antes que a causa fosse completamente descoberta.Provas e análises sistemáticas da comida do resturante comprovaram que a contaminação estava na água das ostras. Agora Heston receberá de sua companhia de seguros um ressarcimento de 200 mil libras. Heston promete convidar todos os comensais afetados a uma nova visita ao restaurante, o que custará em torno de 69 mil libras esterlinas. E, assim como sua cozinha paradoxal, Heston é também, em nível pessoal, um caso a ser estudado. Autodidata com precisão e criatividade no desenvolvimento de novas técnicas; cientista condecorado sem nunca ter frequentado uma universidade; lutador de artes marciais que não gosta de briga; com ascendência judaica, mas adora celebrar o Natal. O difícil de entender é como ele consegue a harmonia na contradição, o equilíbrio entre os avessos. Coisas que só algumas garfadas de suas invencionices podem explicar.

Um dos pontos altos da aventura sensorial de Heston: o chá do Chapeleiro Maluco

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Como nos contos de fadas, Heston criou seu “País de Oz”, onde a cozinha pequena usa casinhas de bonecas no quintal para guardar máquinas, freezer e panelas

C U R I O S I DA D ES DO MENU • Mousse de limão e chá-verde poché (no nitrogênio líquido) • Sopa de tartaruga falsa (com o chá do Chapeleiro Maluco) • Gazpacho de repolho roxo com sorvete de mostarda Pommery granulada • O som do mar (uma variação de algas, peixes e “areia” comestível, acompanhadas de uma concha gigante com um iPod com a gravação do som do mar e das gaivotas) • Uma receita histórica de pombo (1720) preparada em sous vide • O café da manhã inglês – que inclui cereais de pastinaca, chá quente e frio (em um mesmo copo!), • Ovos mexidos no nitrogênio com sorvete de bacon. Os ovos são apresentados à mesa dentro de uma caixa com o símbolo do restaurante. O garçom explica aos comensais que a casa cria galinhas e as alimenta somente com bacon, fazendo com que os ovos tenham o sabor de bacon. Na cozinha, com uma técnica muito sofisticada, os chefs retiram o ovo por um buraquinho na casca e injetam uma mousse de ovos e bacon, selando o orifício depois. Na hora de fazer o ovo mexido, ninguém percebe o truque, e todos ficam impressionados! Muitos comensais, à saída, pedem para ver as galinhas de bacon do The Fat Duck... • Granita de vinho de chocolate (receita de 1660) com biscoito “de milionário”, com caramelo, chocolate e folhas de ouro

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Uma aventUra sensorial “A ingenuidAde é fAntásticA”, diz Heston BlumentHAl, que se revelA um menino deslumBrAdo com tudo o que AindA pode descoBrir. conHeçA A HistóriA do cHef em suA própriA versão Quando o The FaT duck Foi inaugurado, seu esTilo já esTava deFinido? heston Blumenthal – o único plano (sonho?) que eu tinha era de um dia ter uma estrela no michelin. eu pensava mais em ter um bistrô... Foram as viagens à França Que o moTivaram? era uma loucura o que fazíamos. minha mulher e eu trabalhávamos o ano inteiro só para financiar as férias gastronômicas na frança. em um ano, já estávamos com as reservas organizadas e vimos que o dinheiro não seria suficiente. foi quando olhamos para nosso único bem material – um carro velho – e o vendemos. e você achava Que Tinha compeTência para aTingir seu oBjeTivo? eu sabia que amava cozinhar. Acima de tudo, tive – e ainda tenho – a sorte de ter uma mulher que me acompanha nessa jornada. quando o the fat duck foi aberto, minha mulher teve de segurar as pontas em casa sozinha, com duas crianças (agora são três!) e um marido ausente. para que esse sonho fosse realizado, tivemos de fazer muitos sacrifícios. A ingenuidade é fantástica. o conhecimento desencoraja os que querem arriscar. ser alheio às consequências ajuda no empurrão inicial. você ainda cozinha com FreQuência ou só coordena seus cheFs? estou sempre na cozinha de desenvolvimento e na experimental, criando e testando novos pratos. os trabalhos múltiplos que faço requerem uma fundação sólida. para investir em coisas novas, as bases têm de ser seguras. invisto muito no treinamento de profissionais. tenho um time fantástico que trabalha em sintonia comigo. o the fat duck me permitiu diversificar a carreira, escrevendo livros, fazendo pesquisas históricas, programas de tv. Hoje, repasso ao restaurante parte do que recebo nas outras atividades. harold mcgee Foi um pioneiro em desmiTiFicar a ciência do alimenTo para os cheFs? existe uma grande diferença entre a ciência do alimento e a ciência da cozinha. A ciência aplicada ao alimento existe há muitos anos, é estudada como disciplina universitária e tem base científica, e não culinária. os livros de ciência do alimento são normalmente muito técnicos e complicados. é verdade que, quando Harold lançou seu livro, tudo mudou. pela primeira vez um cientista escrevia pelo aspecto culinário. o Que você saBe soBre a origem da chamada gasTronomia molecular? o nome gastronomia molecular foi uma brincadeira. você sabia que o termo foi utilizado pela primeira vez pelo cientista húngaro nicholas Kurty? em 1969, em uma palestra na royal society, em londres, ele disse: “nós sabemos a pressão atmosférica da superfície de marte

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ou de Vênus, mas nós não sabemos a temperatura dentro de um suflê”. Kurty fez também, nos anos 1980, um programa de TV, na Inglaterra, no qual fazia experimentos na cozinha. Você se considera um defensor da gastronomia molecular? Apesar de adotar muitas técnicas experimentais, confesso ter um problema com o termo “gastronomia molecular”. Nossa sociedade quer uma tecnologia avançada no seu dia a dia, com celulares modernos, TVs de alta definição. Por que não fazer a mesma coisa na cozinha? No passado, a eletricidade foi vista por muitos com ceticismo. Muitos diziam: “Não use o fogão elétrico, use o fogo”. Isso é perigoso. O que fazemos no The Fat Duck é incluir a tecnologia moderna aplicada à cozinha. atualmente os restaurantes requerem comensais mais “aVentureiros”. a gastronomia sensorial é para todos? Os restaurantes não existem somente para saciar a fome física. Assim como vamos ao cinema um dia para ver uma comédia, um filme de ação ou drama, o restaurante pode oferecer um delicioso entretenimento. Não quer dizer que queremos ter isso toda vez que saímos para jantar fora. Às vezes, só queremos matar a fome! O restaurante que oferece a experiência sensorial estimula todos os sentidos e também a memória de tempos passados, com seus sons, cheiros e sabores. É um tipo de restaurante para aqueles que buscam mais que um almoço ou jantar! Temos essa experiência aqui mesmo. O meu pub é para os que querem comer e beber. O The Fat Duck é para os que querem uma experiência ímpar, uma aventura sensorial. quando Você começou a ficar famoso, teVe a tentação de transformar o the fat duck em um restaurante maior? Você acha que deVeria? sinceramente? não! acho que Você jamais deVeria mudar. perderia a mágica! Fico feliz em saber, pois concordo. Derek Brown, do Guia Michelin, disse a mesma coisa. Quando fui a Milão e vi a cozinha de Carlo Cracco, fiquei de boca aberta. Mas, então, pensei: se juntar todas as minhas cozinhas em uma só, ficarão do tamanho da dele (risos). Mas não tão “chique” como a dele... e outro restaurante? já pensou? O pessoal do Hotel Mandarin entrou em contato comigo, há cinco anos, me oferecendo a possibilidade de abrir outro The Fat Duck em Tóquio. Fui até lá e, apesar da proposta tentadora, pensei bem e decidi: nunca vou abrir outro The Fat Duck. O Heston Blumenthal em Londres será diferente, e o Ashley será o head chef. Abriremos no ano que vem. quanto ao fechamento do the fat duck, como aconteceu? Foi um dos momentos mais difíceis de minha carreira. Nos últimos cinco anos, enviamos amostras de nossos pratos para serem regularmente testadas no laboratório. Nosso interesse científico e nossas normas de higiene e segurança no trabalho vão além daquelas prescritas pela lei. Para mim a ideia de um comensal passar mal em meu restaurante era inconcebível. Quando aconteceu, resolvi fechar e, por conta própria, chamar as autoridades de saúde para me ajudarem a investigar o caso, pois não podia imaginar como teria acontecido. Fizemos centenas de testes e não conseguíamos descobrir nada, até que descobrimos a possibilidade de ser o vírus Noros. e seus planos futuros? No momento, estamos trabalhando para abrir o novo restaurante em Londres. Tenho um livro a caminho e uma nova série de televisão. Sem falar nos nossos projetos no The Fat Duck. e Você ainda acha que escolheu a profissão certa? Mesmo quando estou cansado pela manhã, fico feliz em saber o que faço. Amo o meu trabalho! chapeleiro maluco, mestre de festas medieVais, cientista molecular, cozinheiro. quem é heston Blumenthal? Um pouco de tudo e, no fundo, um menino que não cresceu.

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“se eu juntar todas as minhas cozinhas, terei uma do tamanho da de carlo cracco, de milão, mas não tão chique quanto a dele”

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PUBLIEDITORIAL

INTEGRAÇÃO COM A NATUREZA E M GR A ND E E ST I LO TIVOLI ECORESORT PRAIA DO FORTE COMPLETA 25 ANOS E SE CONSOLIDA COMO UM DOS MELHORES RESORTS DO PAÍS

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Tivoli Ecoresort Praia do Forte, um dos melhores resorts do país, está completando 25 anos de operação. Em 2006, o hotel passou a fazer parte da rede portuguesa de hotéis Tivoli Hotels & Resorts e reforçou sua posição no turismo de luxo mundial. Cercado pela exuberante natureza do litoral norte da Bahia, emoldurado por um mar verdeesmeralda, o Ecoresort proporciona uma experiência única às pessoas que desfrutam de suas instalações e serviço impecáveis. O projeto arquitetônico faz com que os prédios se integrem aos imensos jardins, sem agredir a paisagem. A sensação é que o hotel surge naturalmente por entre a vegetação. A decoração dos 292 apartamentos, todos de frente para o mar, privilegia o uso de materiais naturais e elementos decorativos criados por artistas locais. A cerca de 50 minutos do Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães, de Salvador, o hotel tem oito piscinas, hidromassagem, campo de futebol iluminado, quatro quadras de tênis iluminadas, quadra de vôlei de areia, anfiteatro, spa e fitness center. Ainda há opções de esportes náuticos, mergulho, pesca, aulas de ioga, dança, artesanato, caminhadas esportivas e práticas de esportes (futebol, vôlei de praia, natação, tênis, entre outros). O resort tem três

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exclusivos restaurantes, que oferecem uma ampla variedade de opções gastronômicas, e quatro bares. Um dos destaques do resort é o Thalasso SPA, que resgata o verdadeiro significado do conceito spa (“saúde pela água”) e sempre traz inovações, proporcionando tratamentos diferenciados para corpo e rosto. Entre os tratamentos estão as máscaras faciais feitas de ouro, diamante com caviar e flash linhas de expressão, além das máscaras corporais feitas à base de chocolate, dendê, refrescante e das terapias à base de água de coco, leite ou vinho. O Tivoli Ecoresort Praia do Forte tem uma estrutura exclusiva para os pequenos, como o clube Careta Careta, que tem atividades diárias para crianças de 4 a 11 anos. Há um parque aquático somente para a garotada, além de um pomar, parque infantil, área verde, atividades de educação ambiental, oficina de artes, restaurante e diversas atividades acompanhadas pelos monitores como gincanas aquáticas, pique bandeira, caça ao tesouro e oficina de arte. Para os menores de 4 anos, o hotel dispõe de serviço de baby-sitter, além de espaço diferenciado, com piso macio especial e a baby copa, que fica aberta 24 horas. O hotel oferece, gratuitamente, carrinho, berço e banheirinha; tudo para tornar as férias de pais e filhos inesquecíveis.

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MEMBRO DA PREFERRED HOTELS & RESORTS Como reconhecimento da qualidade indiscutível dos serviços e infraestrutura diferenciada, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte integra a seleta rede de hotéis de luxo Preferred Hotels & Resorts. Para serem aceitos, os membros da Preferred Hotels & Resorts passam por uma avaliação rigorosa, na qual são verificados cerca de 1.600 itens, com atenção especial ao serviço. “Os nossos hóspedes são recebidos com um sorriso no rosto por todos os funcionários, que os chamam pelo nome”, afirma Bernard Mercier, diretor de operações do Tivoli Hotels & Resorts Brasil. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população local, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte desenvolve projetos socioambientais. Desde o início das atividades, o resort adotou uma política de responsabilidade social que inspira e permeia todas as atividades da empresa. “Ao se hospedar no Tivoli Ecoresort Praia do Forte, os nossos clientes sabem que fazem parte de um empreendimento que foi o fio condutor do desenvolvimento social e econômico de toda a região”, ressalta Mercier.

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Brands

hist贸ria da s grandes marca s

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RAINHA DAS rainhaS

a imperatriz eugênia, da França, a adotou. daí em diante a Louis Vuitton tornou-se a preferida da realeza. Hoje, é uma marca avaliada em mais de 60 bilhões de reais Por A na Pau la Ku ntz

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m 1835, um rapazote de origem humilde, filho de marceneiro, nascido numa cidadezinha do interior, decidiu percorrer a pé 250 quilômetros para chegar à capital de seu país, a França. Foi assim que, aos 14 anos, o menino Louis Vuitton Malletier começou a traçar seu caminho, cujo destino seria o absoluto sucesso. Hoje, a Louis Vuitton ocupa o topo do ranking das grifes mais valiosas do mundo. De acordo com pesquisa da consultoria Interbrand, a marca encerrou 2009 avaliada em mais de 21 bilhões de dólares, muito mais do que a segunda colocada da lista das grifes de luxo, a Gucci, que vale cerca de 8 bilhões de dólares. Ao chegar a Paris, Louis Vuitton Malletier foi trabalhar como aprendiz em uma fábrica de malas e bolsas que produzia peças para a imperatriz francesa Eugênia, esposa de Napoleão III. Conhecida por sua beleza extraordinária, Eugênia era o ícone da mulher linda, chique, desejada e poderosa (durante o reinado do marido foi três vezes regente do Estado) – ou seja, a cara da cliente Louis Vuitton daqueles tempos. Foi ela quem primeiro se atreveu a casar de branco, numa época em que as noivas usavam vestido azul, verde ou mesmo vermelho. A ousadia, claro, não demorou a virar moda. E sua fidelidade às malas e aos baús de viagem fabricados por Vuitton certamente deram grande impulso à empreitada do artesão, que, em 1854, abriu a própria loja em Paris, com o foco na clientela mais abonada.

Malle Cassino foi feito para os amantes do jogo. Seu interior é revestido de camurça vermelha e cada compartimento reserva uma surpresa: baralhos personalizados, roleta, fichas e cartões redesenhados com as cores e os emblemas da Louis Vuitton, os tapetes de feltro, e as peças do jogo de xadrez feitas de ébano

Encomenda do explorador italiano Savorgnan Brazza, em 1913, e a solução inimaginável da Casa Vuitton: um baú que se transformava em cama e podia ser transportado pela floresta durante sua expedição ao Congo

LINHA DO TEMPO 1821

Nasce Louis Vuitton Malletier

1854 1859 1885 1896 1901 1924 É aberta a primeira loja em Paris

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Construção do ateliê em Asnières

É aberta a loja em Londres

Lançamento da estampa do monograma

Criação da Steamer Bag, a precursora das bolsas tipo sacola

Criação da Keepall, a mais célebre bolsa de viagem

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Logo a realeza de várias partes do mundo, como Espanha, Rússia e Egito, estava encomendando malas Louis Vuitton, a exemplo da imperatriz da França. De tão requisitado, em 1859, Louis Vuitton Malletier precisou transferir sua fábrica para um espaço maior na cidade interiorana de Asnières, onde até hoje funciona o coração da empresa. Com 156 anos de história, 13 fábricas e mais de 410 lojas espalhadas pelo mundo (sendo cinco delas no Brasil), a Louis Vuitton vem se mantendo entre as favoritas dos consumidores de luxo, com ou sem crise financeira. Em 2008, apesar das oscilações do mercado, o grupo LVMH, do qual a marca faz parte há 22 anos, obteve faturamento de 24 bilhões de dólares, um aumento de 4% em relação a 2007, e lucro líquido de 5,2 bilhões de dólares. A holding agrupa mais de 60 marcas, como Dior, Givenchy, Tag Heuer e Moët & Chandon. Mas é a poderosa Louis Vuitton que responde, sozinha, por 25% do faturamento. Para o sócio da consultoria Top Brand, Guilherme Belluzzo, o processo histórico secular é uma parte muito importante dessa história bem-sucedida. Mas não é apenas a tradição que segura a Louis Vuitton na liderança entre as grifes luxuosas. “À época em que foi fundada, não havia concorrência. Esse pioneirismo foi uma vantagem competitiva, pois permitiu a construção de uma identidade bem definida, que posicionou a marca desde o início como líder no segmento de bagagens de luxo”, diz. “Porém, o mais importante é que, apesar da tradição, não ficou empoeirada pelo tempo.” E é nesse ponto de equilíbrio entre o tradicional e o moderno que pode estar escondido o segredo desse sucesso. A preservação do método artesanal de produção mantém o caráter exclusivo e glamouroso que fascina seus clientes. O monograma formado pelas letras L e V cercadas por estrelas e losangos, instituído por Georges Vuitton, filho do fundador, personifica ainda mais essa tradição. Ao mesmo tempo, a marca explora hoje um lado contemporâneo, que conta com campanhas publicitárias ilustradas por ícones do pop. O melhor exemplo é o ensaio estrelado por personalidades como Madonna e Keith Richards no

O anúncio com Madonna, o relógio de mecânica oculta e a fachada de uma loja atual: energia inesgotável

1987 1989 1990 1997

Louis Vuitton e Moët Hennessy formam a LVMH

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É aberta a loja no Brasil, em São Paulo

É aberta outra Marc Jacobs é loja no Brasil, no nomeado diretor Rio de Janeiro artístico

2003 2008

Lançamento da Abertura da quinta Monogram Multicolore, loja no Brasil, em por Takashi Murakami São Paulo

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Foto de Vick Muniz que virou lenço comemorativo: gente em formato LV

“O QUE ME ENCANTA É SEU PODER DE TRANSFORMAÇÃO”, MARC JACOBS ano passado. “O que mais me encanta nela é sua energia inesgotável e seu poder de transformação”, disse Marc Jacobs, estilista americano que, desde 1997, é o diretor artístico da grife de roupas Louis Vuitton. Em seu último desfile, realizado em março durante a semana de moda de Paris, Marc Jacobs apresentou uma coleção que traduz muito dessa vocação da marca, de unir tradições e inovações. Inspirados nas décadas de 1950 e 1960, os looks inspiraram-se em Brigitte Bardot, com saia godê na altura das canelas, cintura bem marcada com cinto fininho e decote ousado para valorizar o busto. Mas nada com a cara de “antigamente”. O mesmo glamour das malas e roupas está presente nas linhas de joias e acessórios. Um dos ícones é o Tambour Mystérieuse, relógio de mecânica oculta, com ponteiros que se deslocam por discos de safira transparente e que, de quebra, pode ter acabamento de brilhantes, rubis ou seja lá o que satisfaça o fetiche dos consumidores. Cada peça deve ser exclusivamente encomendada e leva cerca de um ano para ficar pronta. O preço é algo em torno de 250 mil dólares, dependendo das especificações do cliente. E, para comemorar seus 20 anos de Brasil, a Louis Vuitton convidou o fotógrafo Vik Muniz para estampar sua arte em um lenço da grife. O artista brasileiro clicou pessoas reunidas em uma pose que reproduz a logomarca LV. A peça, que em breve estará em pescoço, cabeça, colo e cintura de gente chique e descolada, será vendida por 1.200 reais, exclusivamente no Brasil. Um reconhecimento e tanto de que o mercado nacional tem prestígio com a Louis Vuitton.

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O S OM DA S MOEDA S • •

Distribuição exclusiva em uma rede de 446 lojas em 62 países em todo o mundo 14 ateliês de artigos de couro: 11 na França (Asnières, Sarras & Saint-Donat, Issoudun & Conde, Saint-Pourçain I & II, Sainte-Florence I & II, Ducey I & II), dois na Espanha (Barberà del Vallés I & II), um nos EUA (San Dimas, na Califórnia) Quatro ateliês de sapatos na Itália (Fiesso d’Artico) Um ateliê relojoeiro na Suíça (La Chaux de Fonds) Um ateliê de cintos na Espanha (Barberà del Vallés III) Um centro de processamento de informações e logística em Cergy (perto de Paris) Oito warehouses regionais em Hong Kong, Osaka, Tóquio, Singapura, Memphis, Honolulu, Xangai e Saint-Ouen-l’Aumône Mais de 15.000 funcionários, sendo 68% deles fora da França

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HAMPTONS

FOTOS: PaTrick McMullan e THe cOrcOran GrOuP

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OS RICOS SE DIVERTEM

Em Hamptons, a praia é sEm graça, mas a vida é uma fEsta – E ExigE prEstígio, tradição E boas rElaçõEs como tickEt dE ingrEsso po r K a ri n Dauc h, De nova YorK

É

mais fácil descrever os Hamptons dizendo o que eles não são. Esqueça hotéis luxuosos à beira-mar e passeios no calçadão. Imagine o contrário de Portofino em termos de layout e algo parecido com Saint-Tropez em matéria de natureza, mas sem a lotação. Daí vem a pergunta lógica: se a praia é deserta, a cidade longe do mar, e os hotéis poucos e restritos, o que é que os Hamptons têm de tão especial que atraem ricos, famosos e os mais poderosos de Nova York que encaram três horas de trânsito infernal enfurnados em seus Mercedes, Porsche Cayenne e Aston-Martins em todos os fins de semana do verão? O charme dos Hamptons está justamente na dificuldade de definir o que seduz pessoas de interesses e origens tão díspares que, em comum, só têm o nível de exigências inatingível acompanhado de altíssima dose de excentricidade. Para ilustrar essa característica intrínseca do balneário dos bilionários, a gama de seus habitantes de veraneio vai do falecido pintor modernista Jackson Pollock ao atual rei do hip-hop, Puff Daddy. O self-made diretor de cinema Steven Spielberg é vizinho da tradicionalíssima família Kennedy e o comediante Jerry Seinfeld mora praticamente a dois quarteirões da empresária do lar, doce lar de Martha Stewart.

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Os Hamptons são formados por um grupo de pequenas cidades na pontinha leste de Long Island, no Estado de Nova York. Southampton, Bridgehampton e Easthampton são as maiores e mais conhecidas e se dão até hoje, 300 anos depois de terem sido a primeira povoação inglesa do país, ares de vilarejo da Grã-Bretanha. Ou seja, o clima é de uma pacata cidade de interior com casas de madeira, só que anunciando grifes como Ralph Lauren e John Varvatos em suas rústicas e sóbrias fachadas. Os Hamptons, batizados por aqui de “playground of the rich”, oferecem uma paleta de atrações sui generis. “Em que outro lugar do mundo você pode jogar golfe em campos espetaculares, praticar polo, tênis, velejar e ir a uma praia que é quase particular de tão tranquila? E tudo isso a menos de 10 quilômetros de seu quintal?”, pergunta um banqueiro jet-setter de Wall Street. Como tantos outros colegas, ele pega um helicóptero todas as sextas-feiras em downtown Manhattan e, 37 minutos depois, aterrissa a 3 quilômetros de sua casa, em Southampton. Em menos de meia hora, ele já tirou a Ferrari da garagem para dar tacadas no driving range de seu clube de golfe.

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Acima, um momento de relax do ex-prefeito Rudolph Giuliani (calvo, de óculos) no Brunch American Hotel

Acesso não se comprA No entanto, tratando-se de um ambiente onde um é mais poderoso que o outro, querer não é poder. Em uma sociedade lastreada na tradição, algumas coisas não têm preço. “Um fenômeno típico dos Hamptons é que acesso não se compra, é uma questão de legado”, explica o escritor Dan Rattiner, um especialista em tudo o que diz respeito aos Hamptons, referindo-se aos cinco clubes mais antigos e prestigiados dos Hamptons, que funcionam só cinco meses ao ano. Três deles se dedicam ao golfe: Maidstone, National Golf Links of America e o Shinnecock Hills Golf Club, por sinal o primeiro campo de golfe dos Estados Unidos. Os outros dois são um clube de tênis e um de praia. Rattiner, uma espécie de lenda local, não pisa na rua sem seu chapéu Fedora, está prestes a se casar pela quarta vez e, no mês passado, lançou sua autobiografia In the Hamptons, sobre seus 40 anos como dono do jornal da região. “Nesses clubes, os títulos passam de geração em geração,” diz. Não há exceções. Quando Bill Clinton, então chefe da Nação, quis jogar golfe no Maidstone, foi barrado. Mo-

Vizinhos

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tivo? Iria atrapalhar o torneio dos sócios naquele fim de semana. Esse tipo de inflexibilidade levou à criação de novos empreendimentos. Hoje, existem três clubes de golfe fantásticos que aceitam novos membros (tipo dois ao ano): o Atlantic, o Bridgehampton Golf Course e, o mais recente, Sebonack. Mesmo assim, os 700 mil dólares a 1 milhão de dólares que são pagos por um título não são garantia de admissão. A proposta tem de vir com recomendação de, no mínimo, dois outros sócios, e o candidato ainda fica na pendência da aprovação da diretoria. O verão nos Hamptons gira em torno de uma intensa agenda social, entenda-se: uma avalanche de eventos beneficentes hiperproduzidos. São mais de 50 eventos já marcados entre maio e setembro deste ano. Muitas organizações optam por brunches, jogos de polo, ou até pegam carona em vernissages de lojas para promover a arrecadação de fundos. Ingressos variam de 50 dólares a 50 mil dólares para uma mesa, dependendo do cacife do evento. “A maratona de charity events é meio estafante. Eu escolho dois e mando minha doação a alguns outros que gosto de apoiar”, diz Sharon Dorram, dona de um salão de beleza em Manhattan, com casa em Southampton. Influente, com clientes como Julia Roberts, Nicole Kidman e matriarcas das famílias mais endinheiradas de Nova York, prefere os jantares particulares de amigos, aqueles em que o ingresso é o contato – priceless. Sua festa favorita é a noitada cubana organizada por uma cliente e amiga. “Todos os anos ela gasta mais de 100 mil dólares com os preparativos e a decoração e transforma sua casa numa Havana para 300 convidados,” diz. Acredite se quiser: o evento beneficente que atrai o maior número de hamptonites – mais de 1.000 a-listers do alto de seus Manolo Blahniks e Christian Louboutin – é um feirão de roupa ao ar livre. O Super Saturday, comandado pela designer Donna Karan, conta com 200 barraquinhas de grifes como Moschino, Louis Vuitton e Turnbull & Asser. Os designers doam toda a mercadoria e não recebem um tostão pela venda, feita com um descontão no preço de etiqueta. Os mais de 3 milhões de dólares arrecadados todos os anos vão diretamente ao Ovarian Cancer Research Fund. Neste ano, o “RollsRoyce das garage-sales”, como foi apelidado pelo The New York Times, acontecerá no dia 25 de julho e cobra de 450 dólares a 2.500 dólares pelo direito de se esbaldar

DiAne von FuRstenBeRG, seinFelD, MARtHA stewARt, PuFF DADDy, veRA wAnG e sPielBeRG

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foto: c/o the Maidstone e the corcoran group

em roupas de marcas e muitas vezes até pechinchar diretamente com Vera Wang, Diane von Furstenberg ou Tory Burch, engajadas participantes e figuras carimbadas do cenário mundial. A prática de doar dinheiro a causas beneficentes está incrustada na cultura americana. Ser um doador empenhado resulta em status na comunidade e praticamente garante uma foto nas cobiçadas páginas da revista favorita dos socialites, a Hamptons Magazine. A revista, um álbum de fotos das festas e mansões de quem é quem no pedaço, é gratuita, semanal, e só sai no verão. Quem acordar tarde demais no sábado fica sem, já que ela é distribuída pelas lojas e cafés. Neste ano, a lista dos 600 mais poderosos dos Hamptons, publicada anualmente, inclui nove ganhadores do Oscar e 19 menções no ranking dos mais ricos do mundo da revista Forbes. Juntos, valem mais de 1 bilhão de dólares em transações imobiliárias – e o mesmo valor em doações de caridade! “Sem muita dificuldade, posso pensar em cinco pessoas dessa lista que, juntas, têm um networth mais alto que o PIB de vários países”, diz Colin Graham, editor da revista.

Acima, aluga-se a casa da ex de Billy Joel. Abaixo, o reformado hotel c/o The Maidstone

“bill clinton quis jogar golfe no Maidstone , Ma s foi b arrado para não atrapalhar o torneio dos sócios” Ser anfitrião de um desses eventos, então, dobra as chances de um recém-chegado power player ser incluído no ilustre Blue Book of the Hamptons. Trata-se da lista telefônica mais misteriosa e cara do mundo. O livro de capa dura azul é publicado há 85 anos, ninguém sabe por quem nem as famílias old school listadas sabem dizer exatamente qual o critério para ter seu contato publicado. Assim como no mundo dos clubes privés, essa lista também tem uma aura de segredo, de inatingível, ingredientes indispensáveis para manter o charme dessa homogênea colônia de férias. Seguindo essa estratégia de receber para conquistar, a sueca Jenny Ljungberg e recente proprietária do The Maidstone – um antigo hotel em East Hampton, completamente reformado pela empresária no ano passado – foi anfitriã de dois clássicos eventos. Ela, que tem mais outros cinco hotéis, organizou um cocktail party para a renomada fundação de arte Watermill Center e um jantar da 17a edição do Hamptons International Film Festival. “A comunidade tem sido muito receptiva às mudanças que estamos fazendo no hotel”, diz Ljungberg, que, no dia 15 de maio, dará outra grande festa para inaugurar as 19 suítes do hotel, todas decoradas com um ar de “conforto sueco”. O Maidstone já foi eleito um dos “top ten chic hotels” de 2009 pela revista Elle.

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Sem criSe O assunto mais comentado nos Hamptons é sempre sobre o aquecidíssimo mercado imobiliário local. Afinal, todos os residentes desembolsaram no mínimo alguns milhões de dólares para poder usufruir das praias prístinas e da natureza sublime da pontinha mais divina do litoral leste do Estado de Nova York. “Nos meus 14 anos de carreira aqui nos Hamptons, nunca vi uma crise financeira afetar esse filão extraluxuoso”, diz Susan Breitenbach, a corretora de imóveis mais poderosa do balneário. No ano passado, ela encaçapou mais de 123 milhões de dólares em vendas para a agência Corcoran. Ela acaba de fechar um negócio de 13 milhões por uma casa de cinco quartos e, há um mês, vendeu uma casa por 40 milhões de dólares. “Isso porque o local fica longe da praia – se fosse perto, não custaria menos de 60 milhões de dólares”, afirma. Aos interessados em experimentar uma vida de veraneio nos Hamptons, o contato é Susan. A mansão de sua cliente Christie Brinkley, modelo e ex de Billy Joel, ainda está disponível por 30 milhões de dólares – ou para aluguel na temporada. É pegar ou largar, ela diz. Depois, pensando um pouco, Susan se lembra de que ainda há uma casa por 400 mil dólares por uma estada de quatro meses. “Mas sem vista para o mar, baby.”

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DESIGN

CARROS

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ELES E S TÃ O ENTRE NÓS

Pequenos, eficientes e simPlesmente adoráveis, os carros suPercomPactos chegaram Para ficar. mas como essa invasão aconteceu, e aonde ela vai Parar? POR BRUNO LAZARETTI

V

ocê já os viu por aí. Esses liliputianos motorizados infiltram-se entre carros populares como joias coloridas em um sem-fim de lataria prateada. Sob olhares de admiração, eles deslizam pelo trânsito e se enfiam em vagas minúsculas aparentando esforço nenhum. Ágeis, econômicos e com baixa emissão de gás carbônico, os supercompactos encontram nas cidades grandes seu habitat natural. Embora ainda sejam uma visão surpreendente por aqui, as montadoras do Smart (Mercedes), Mini (BMW) e 500 (Fiat) acreditam que os centros urbanos brasileiros estão fadados a seguir o exemplo de Paris, Inglaterra e Roma, onde os carrinhos são mais populares que... Bem, que os carros populares. Veículos pequenos não são uma tendência recémsurgida no mundo. O Mini foi inventado na Inglaterra em 1958 e o Fiat 500 debutou nas ruas italianas em 1957 – suas versões de hoje são meros clássicos revisitados. Mesmo o Smart, que só pisou no asfalto em 1997, foi projetado na década de 70, e quem o acha pequeno demais deveria conhecer os carros Kei que dominam o Japão desde 1949 (confira quadro na página 58). A diferença é que, se no pós-guerra a necessidade de carros pequenos vinha principalmente de uma economia arruinada, hoje os carrinhos encontram um consumidor com mais consciência espacial, ecológica e simplesmente cansados de ficar dando voltas no quarteirão para estacionar um carro grande.

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No Brasil, abril de 2009 foi o mês dos pequenos, quando Smart e Mini inauguraram o páreo das ruas nacionais. O Fiat 500 foi mais devagar, e só chegou em outubro. Mas se engana quem pensa que chegar na frente é uma vantagem para esses carros: sem uma tendência de consumo estabelecida, eles simplesmente não saem das fábricas. “A primeira vez que sondamos o mercado nacional foi em 2004”, diz Artur Wong, coordenador de marketing do Smart, “mas a demanda ainda não era viável. Repetimos em 2007 e, aí sim, decidimos ingressar.” O momento tem de ser ideal, uma lição que o Smart aprendeu do jeito difícil. A marca entrou prematuramente no mercado europeu em 1997, e durante pelo menos nove anos amargou uma pecha de carro excêntrico, que o deixou empacado nas concessionárias. Para os motoristas europeus de então, a necessidade de espaço, a economia e a ecologia não eram tão evidentes naquela época. A população mundial ainda era 5,85 bilhões (ante 6,75 bilhões, hoje), o petróleo era vendido a 20 dólares o barril (84 dólares, hoje) e Al Gore ainda não tinha compartilhado sua preocupação ecológica com o mundo com o desesperador documentário Uma Verdade Inconveniente. Mas sejamos francos: para o brasileiro, aquecimento global nenhum fará um sujeito desembolsar pelo menos o dobro do valor de um carro popular em um supercompacto (o Smart, mais barato dos três, custa pelo menos 57.900 reais). Nem mesmo o

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MINI

“O MINI FOI INVENTADO NA INGLATERRA EM 1958. O FIAT 500 DEBUTOU NAS RUAS ITALIANAS EM 1957”

tamanho reduzido é o atrativo número um. Por enquanto, os compradores procuram esses três novos carrinhos por motivo de imagem: ter um veículo diferente é uma mensagem. “Neste primeiro momento, quem compra nosso carro é o consumidor com espírito jovem, que quer demonstrar uma atitude de questionador do status quo”, diz Artur Wong. “Ainda não é um mercado maduro como o que temos na Europa.” E, admitamos, um carrinho desses chama tanta atenção quanto um Hummer, e não é preciso desabrigar ursos-polares para fazê-lo.

COM QUE CARRO EU VOU? Sejam quais forem as motivações, o importante é conhecer cada detalhe dos três microcarros antes de escolher um. O mais antigo dos três, o Fiat 500, nasceu em 1957, durante a onda mundial do pós-guerra que exigia carros pequenos e econômicos. O corpinho de 2,97 metros de comprimento e 1,32 metro de largura, com portas “deixa vê” e um teto de lona dobrável, era impulsionado por um motorzinho de 2 cilindros e 479 cilindradas. Favorito nas cidades italianas abarrotadas, teve um tempo de vida longo, gerando cinco modelos variantes do original até sua extinção, em 1975. Em julho de 2007, exatos 50 anos depois da apresentação do 500, surge o Fiat Nuova 500. Meramente inspirado no desenho de seu antecessor – notadamente os faróis redondos –, o 500 de hoje cresceu em tamanho, motor e luxo. São 3,54 metros de comprimento por 1,62 metro de largura, impulsionados por um motor de quatro cilindros 1.4 16v, a gasolina, que rende 100 cavalos e 1.368 cilindradas. Não é um Mustang, mas a experiência de direção é extremamente confortável. O sistema Hill Holder segura o carro automaticamente em terrenos inclinados, poupando o motorista do malabarismo com o freio de mão, a embreagem e o acelerador. A baliza também fica fichinha com os sensores de proximidade, o que completa a facilidade de dirigir o carrinho. Som, arcondicionado, freios ABS e volante recoberto de couro, com comandos para o rádio e o ar, são itens de série. No caso infeliz de uma batida, os sete air bags (sete!) estarão em seu auxílio. Entre os rivais, o 500 é o mais generoso com os passageiros do banco de trás, já que há boa distribuição de espaço.

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A história do Mini começa na mesma época. Criado na Inglaterra em 1959 pela British Motor Cars, o primeiro modelo do Mini tinha diversos nomes: Mini Mark I, Austin Seven ou o trava-língua Morris Mini-Minor. Eram 3,05 metros de comprimento, 1,4 metro de largura, impulsionados por um motor de 4 cilindros e 848 cilindradas. O Mini encantou os britânicos de cara, especialmente por causa de sua transmissão exclusivamente desenhada para dar a resposta imediata e divertida, como a de um kart. Mas mesmo com todo o sucesso e as dezenas de variantes do Mini que surgiram pelo mundo todo até 2000 o carro rendia pouquíssimo dinheiro aos donos. Alguns modelos chegaram a contrair prejuízo por carro vendido! A BMC passou por inúmeras vendas e fusões, a marca Mini foi passando de mão em mão e envelhecendo até que, nos anos 80, tinha virado item de colecionador. Em 1994, a marca ficou com a BMW, sendo que a versão redesenhada do clássico só foi lançada por ela em 2001, na Europa. Os modelos que entraram no Brasil são da segunda geração, a de 2006. As dimensões do Cooper, modelo básico no Brasil, cresceram bastante em relação ao clássico de 1960: 3,6 metros de comprimento e 1,6 metro de largura. O motor 1.6 16v é mais potente do que o Smart e o 500, com 4 cilindros, produzindo 120 cavalos e 1.598 cilindradas. O Mini também sai na frente em espaço interno e exclusividade, uma vez que oferece seis modelos e inúmeras cores. As principais desvantagens são o preço (partindo de R$ 89.700) e as dimensões externas mais robustas, comparáveis às de um carro popular (um Celta 2007 tem 3,79 metros de comprimento e 1,63 metro de largura).

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Finalmente, o Smart traz uma história e um conceito diferente dos compactos. Ele foi concebido por uma parceria entre a fabricante de relógios Swatch e a Daimler-Benz, na década de 70. A colaboração durou cerca de três anos, ao fim dos quais a montadora percebeu o valor do carro projetado e decidiu assumir a operação. O resultado de anos de desenvolvimento começou a dar as caras em salões de automóveis europeus a partir de 1993, e saiu da prancheta com o primeiro Smart, o CityCoupé, em 1998. De lá para cá, o modelo de base, hoje chamado de Smart Fortwo Coupé, mudou pouco. Um motor de 3 cilindros e 84 cavalos impulsiona o corpo de 2,7 metros de comprimento por 1,55 metro de largura, na maior parte constituído de plástico resistente a arranhões. O material, além de trocável e reciclável, é responsável pelo peso mínimo do veículo: 770 quilos. Esse é um dos motivos para os romanos adorarem o carrinho, constituindo o maior mercado do Smart no mundo: nas ruas estreitas da capital italiana, manter qualquer carro intacto é impossível. O material do Smart, porém, é mais flexível que uma lataria comum, e as batidinhas não marcam. Além disso, lá e em outras cidades europeias existe uma tolerância tácita das autoridades de trânsito a carros Smart estacionados perpendicularmente à guia: sim, eles cabem e não recebem multas por lá. Quem sabe um dia a prática será aceita aqui também! Outra vantagem do anão da Mercedes está em seu consumo minimalista: são espantosos 24 quilômetros por litro na estrada, um número que aumentará no modelo híbrido prometido pela marca ao mercado brasileiro para este semestre. O Smart MHD (Micro Hybrid Drive) vem equipado com um motor elétrico que desativa o motor a combustão e assume o controle do carro em rotações baixas ou parado, e promete uma redução de 8% a 18% no consumo de gasolina. Mas, então, de novo, você estará sempre carregando apenas um passageiro consigo, e andando a no máximo 145 quilômetros por hora. Escolha o que escolher, e seja por qual motivo for, estar por trás do volante de um supercompacto hoje é assumir uma posição diante do futuro. Mais que po-

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O Smart, no alto, tem “lataria” de plástico reciclável e fácil de mudar. No alto, à direita, a versão europeia do Mini adesivado e, acima, seu câmbio com resposta imediata

liticamente corretos, carros compactos serão uma necessidade real daqui para a frente. Talvez você tenha de se acostumar com a ideia todos os dias antes de entrar em seu SUV de 4 metros de comprimento e motor de 200 rinocerontes de potência. Talvez, por outro lado, você em breve estará dividindo tranquilamente uma faixa da Marginal Tietê com outro microcarro como o seu. Então, você poderá abrir a janela e dizer para o motorista ao lado, orgulhoso: “Eu já sabia, eu já sabia”.

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FICHA TÉCNICA Mini Cooper

Motor: 4 cilindros em linha Potência: 120 cv Velocidade máxima: 203 km/h Consumo médio: 12,8 (cidade); 21,7 (estrada) Comprimento: 3,699 m Largura: 1,683 m Altura: 1,407 m Emissão de CO2: 139 g/km Preço básico: R$ 89.700

Smart Fortwo Coupé

Motor: 3 cilindros em linha Potência: 84 cv Velocidade máxima: 145 km/h Consumo médio: 15 km/l (cidade); 24 km/l (estrada) Comprimento: 2,695 m Largura: 1,559 m Altura: 1,542 m Emissão: 116 g/km Preço básico: R$ 57.900

Fiat 500

Motor: 4 cilindros em linha Potência: 100 cv Velocidade máxima: 182 km/h Consumo médio: 13 km/l (cidade); 17 (estrada) Comprimento: 3,546 m Largura: 1,627 m Altura: 1,492 m Emissão: 149 g/km Preço básico: R$ 66.779

CALINHO PEQUENININHO, NÉ? Se você acredita que Tóquio é a cidade do futuro, então já está claro quem vencerá a batalha por espaço no asfalto. Aliás, já estava evidente desde 1949, quando o governo japonês decretou as diretrizes para os carros Kei, minúsculos motorizados que recebem isenção fiscal no mercado automotivo: eles deveriam ter não mais que 2,8 metros de comprimento, 1 metro de largura, 2 metros de altura e um motor de 150 cilindradas. O sucesso foi imediato, estrondoso e dura até hoje. O incentivo fiscal permanece, mas os limites de dimensão e o motor aumentaram para 3,4 metros de comprimento, 1,48 metro de largura e 660 cilindradas. Os minúsculos motorizados são o trunfo das montadoras japonesas por lá – a Suzuki chegou a afirmar que seu modelo Wagon R era o veículo mais vendido no Japão. E a mania não ficou restrita aos limites da ilha: a Toyota levou seu IQ – com algumas modificações – para os mercados europeu e americano com notável sucesso. Infelizmente, a montadora afirmou que não tem interesse nenhum em trazer o pequeno para o Brasil...

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JUST who

“ele olhA, ele se lembrA, ele entende e sAbe dAr A s cArtA s. trAtA-se de um connoisseur? inquestionAvelmente . ele consegue trAnsFormAr esse conhecimento em lucro? com certezA” Pa u l S c h i m m e l , c u r a d o r - c h e f e d o l a m o c a

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quem tem medo de

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GAGOSIAN A figurA mAis poderosA no cenário dA Arte contemporâneA, o discreto gAgosiAné dono de gAleriAs em novA York, los Angeles, londres e romA e movimentA milhões com ArtistAs como hirst, tAkAshi murAkAmi, YAYoi kusAmA e richArd serrA por A lexAnd rA Forbes

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uma noite fria do inverno nova-iorquino, em fevereiro de 2010, o famoso artista Richard Serra reuniu boa parte do PIB local na galeria Gagosian da Rua West 21st, no bairro do Chelsea, por uma boa causa. Obras de Willem de Kooning, Roy Lichtenstein, Ed Ruscha e Elizabeth Peyton, entre outros grandes nomes, foram doadas e leiloadas. Em um par de horas, arrecadaram mais de 2 milhões de dólares para um abrigo de crianças de Manhattan. A soprano Jessye Norman deu uma canja para entreter os benemerentes, entre os quais estavam Jo Carole Lauder (leia-se cosméticos Estée Lauder) e Agnes Gund (presidente emérita do MoMA). Com um discreto aceno de mão, o poderoso Larry Gagosian – o anfitrião da noite – deu um lance de 310 mil dólares e levou uma aquarela do inglês Malcom Morley. Café pequeno para Gagosian, mais poderoso galerista do planeta, cuja especialidade é reunir pesos pesados em vernissages e noitadas e convencê-los a abrir a porta do cofre. Em fevereiro de 2009, recebeu todo o who’s who de Nova York para ver (e comprar) telas de Andy Warhol pelas quais teria pago 200 milhões de dólares, em outra de suas três galerias nova-iorquinas (ele tem duas no Chelsea e uma na Avenida Madison). Meses antes, deu o que a imprensa italiana chamou de “a festa do ano” para celebrar a inauguração de sua galeria em Roma. Os convivas fartaram-se de champanhe e uísque no Palazzo Barberini e gastaram fortunas na galeria, vizinha ao palácio, que naquela ocasião expunha telas gigantescas de Cy Twombly.

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CALENDÁRIO

sÃO PAU LO FANTásTicAs FábRicAs

TAPAs NAs ALTURAs No 23º andar do Hotel Tivoli São Paulo – Mofarrej, com visão panorâmica do Parque Trianon e de toda a região dos Jardins, fica o Arola-Vintetres, primeiro restaurante do chef espanhol Sergi Arola na América. A casa segue o conceito “tapas gourmet”, oferecendo petiscos sofisticados, como a terrina caseira de foie-gras e o jamón ibérico de bellota, que podem ser saboreados no balcão do bar, no lounge ou degustados como entrada do almoço ou do jantar. Pratos principais e sobremesas com receitas consagradas dos restaurantes europeus de Sergi Arola também estão no cardápio, com destaque para a “caldereta” de lagosta e a panceta de leitão confeitado em baixa temperatura, acompanhada de purê de abóbora e manga. Para harmonizar com o cardápio, foi criada uma adega com mais de dois mil vinhos. No dia a dia, a cozinha será comandada por Fábio Andrade, chef paulista que trabalhou com Sergi em Madri, no Arola Gastro. Para acompanhar o andamento do restaurante e garantir a qualidade do cardápio, o chef espanhol planeja visitar sua casa em São Paulo pelo menos seis vezes por ano.

O ano de 2010 começou com inaugurações memoráveis: as marcas Valrhona e Saint Phylippe, conhecidas pelos seus chocolates de grife, abriram lojas em São Paulo. A primeira a estrear seu quiosque foi a francesa Valrhona, em janeiro, no Shopping Iguatemi. Agora, os brasileiros podem participar a experiência sensorial trazida pelos verdadeiros chocolates grand cru de terroir, admirados e usados pelos chefs mais influentes do planeta. Entre os artigos oferecidos estão o Manjari, feito com 64% de cacau de Madagascar com notas de frutas vermelhas, e o intenso Abinao, com 85% de cacau africano. No mês de março, foi a vez da Saint Phylippe inaugurar o primeiro ponto de venda exclusivo, no Shopping Market Place. Antes, os chocolates só eram encontrados em poucos lugares da cidade, como o Empório Santa Maria e a Enoteca Fasano. O blend de vários tipos de cacau, os ingredientes importados e a produção artesanal garantem a excelência do sabor dos chocolates. Toda a produção é resultado de uma longa pesquisa da chocolatière brasileira Andressa Vasconcelos, que já estudou em vários lugares do mundo e descobriu sua paixão pelos doces enquanto trabalhava na pâtisserie do restaurante do chef francês François Payard em Nova York. VAlrhonA shopping iguAtemi Av. Faria Lima, 2232 – Piso Faria Lima, Jardim Paulistano • Tel. (11) 3032-5555. • seg. a sáb. , das 10 às 22 h; dom., das 12 às 20 h sAint phylippe mArket plAce Av. Dr. chucri Zaidan, 902, Morumbi • seg. a sáb., das 10 às 22 h; dom., das 12 às 20 h

ArolA-Vintetres • Tivoli São Paulo – Mofarrej • Al. santos, 1437, 23° andar – Jardins • Tel. (011) 3146 5923 • seg. a qui., das 12 às 15 h e das 19 h à 0 h; sex., das 12 às 15 h e das 19 à 1 h; sáb., das 19 à 1 h • Aceita reservas

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INTIMISMO E CONfORTO A Blue Gardênia da Vila Nova conceição passou por uma repaginação total e ganhou um ar mais aconchegante, privilegiando a exposição dos produtos. Nas paredes, cores mais fechadas, em tons de ostra, preto e branco, passando pelo bege e cinza, tonalidades que também predominam nas novas coleções. Na distribuição de ambientes, os decoradores optaram por seguir uma tendência europeia. Retiraram o caixa do meio da loja, ganhando espaço para expor artigos e criando um local mais aconchegante para os clientes, que podem aguardar tomando um café, sentados em um lounge, enquanto os pacotes ficam prontos. loja Blue Gardenia • Rua Bueno Brandão, 189, Vila Nova Conceição. • Tel. (11) 3842-4310 / 3881-7719 • Seg. a sex., das 10 às 19 h. Sáb., das 10 às 16 h

MAIS DE 15 MINUTOS DE fAMA A Estação Pinacoteca exibe, até 23 de maio, uma respeitável mostra do trabalho do papa da pop art, Andy Warhol. A mostra apresenta cerca de 170 obras – 26 pinturas, 58 gravuras, 39 trabalhos fotográficos, duas instalações e 44 filmes. Estão lá os famosos retratos da primeira-dama Jackie Kennedy, da atriz Marilyn Monroe, as famosas Sopas Campbell e seus autorretratos. Maior nome da pop art, Warhol criava a partir de tudo o que se relacionava com o consumo, desde embalagens de produtos até ícones da cultura de massa – nem o líder comunista chinês Mao Tsé-tung escapou de sua crítica corrosiva aos grandes símbolos da época. Intitulada Andy Warhol, Mr. America, a mostra é uma boa oportunidade para conferir a obra do artista. Pinacoteca do estado • Largo General Osório, 66, Luz • Até 23 de maio • De ter. a dom., das 10 às 18 h • Preço: R$ 6 e R$ 3 (meia), entrada gratuita para menores de 10 anos e idosos acima de 60 anos. Grátis aos sábados

AS CURVAS DE BRECHERET O Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) celebra, no dia 10 de maio, seus 15 anos de existência e atuação cultural na cidade de São Paulo. Para comemorar a data, a instituição e o Instituto Victor Brecheret reuniram 60 esculturas e 106 desenhos do artista na mostra Brecheret - Mulheres de Corpo e Alma. São obras que provam a importância da inspiração feminina na extensa produção do escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes na história da arte nacional. A curadoria é de Daisy Peccinini, pesquisadora de história da arte. Museu Brasileiro da escultura – MuBe • Av. Europa, 218 , Jardins • Ter. a dom., das 10 às 19 h • Grátis • De 10 de maio a 25 de julho

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n ova yor k 70 rock do green day na Broadway

Os três membros da banda Green Day nunca imaginaram que as luzes da Broadway os aguardavam quando lançaram o álbum American Idiot, em 2004. Depois de acumular prêmios e críticas empolgadíssimas - chegaram a compará-lo com Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles –, o disco foi adaptado como musical. O espetáculo American Idiot, que como o disco versa sobre uma geração de americanos suburbanos procurando sentido para a vida pós 11 de setembro, está em cartaz no St. James Theater. st. james theater • 246w 44th St • Em cartaz até 4 de setembro , às 20 h • De US$ 32 a US$ 252

alternativo com grife O chef cult David Chang, que está à frente dos 11 concorridíssimos restaurantes Momofuku Ko, onde só se consegue lugar com reza brava, acaba de abrir um restaurante no Midtown nova-iorquino, o Ma Peche. O projeto é bem alternativo, e o cardápio muda diariamente, sempre trazendo novidades, como o marisco cobia defumado com crème fraêche, ovas de truta e aipo ou os famosos bowls de noodles, como o que vem acompanhado de gengibre, cebolinha, vegetais sazonais e pepino. ma Peche • 15 w, 56th St (entre a Quinta e a Sexta avenidas) • Oferece o desde café da manhã até jantar, das 7 até 23 h www.momofuku.com/ma-peche

paS-de-deUx No dia 29 de abril, uma festa de gala marca o começo da famosa temporada de primavera da companhia de balé de Nova York, que se estende até o dia 27 de junho. Neste ano, sete companhias de vários lugares do mundo vão se apresentar na NYC Ballet. O arquiteto espanhol Santiago Calatrava, um dos mais aclamados do mundo, vai estrear no ramo, criando os cenários de cinco coreografias. NYc BaLLet • entre a w. 63rd St. & columbus ave. e a w. 62nd St. & columbus ave. • de 2 de maio a 27 de junho • de US$ 25 a US$ 125 • www.nycballet.com

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pari s

balé do amor impossível

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Encenado pela primeira vez em São Petersburgo em 1877, La Bayadère foi um dos maiores sucessos de Marius Petipa, que depois ficaria ainda mais famoso com as coreografias de A Bela Adormecida (1890) e Lago dos Cisnes (1895). La Bayadère é um balé de repertório, ou seja, por meio da dança, música e mímica é contada uma história com personagens e enredo. É encenado em três atos. Narra o amor impossível entre a dançarina do templo Nikiya e um nobre guerreiro, Solor. Além do amor, aborda temas como traição, vingança e, sobretudo, a vulnerabilidade do ser humano. Música de Ludwig Minkus, coreografia atual de Rudolf Nureyev. Duração de 2h30, com dois intervalos.

Tesouros egípcios

Ópera NacioNal de paris • Palais Garnier • rue de lyon, 120 • De 17 de maio a 2 de junho • Todos os dias, 19h30, exceto dia 29 de maio, às 14h30 e 20 h • De 6 a 87 euros

Os fãs do Louvre que procuram um motivo a mais para visitar o museu contam com um argumento extra: está em cartaz, até 6 de junho, a exposição Antiguidades Egípcias. É a primeira vez que uma mostra dedica-se exclusivamente à antiga cidade de Meroe, capital do antigo reino de Kush. São mais de 200 obras de arte que destacam a grandiosidade da antiga civilização, que teve influências africana, egípcia e greco-romana. Situada no Sudão, 200 quilômetros ao norte da atual Cartum, a antiga capital real de Meroe é famosa pelas pirâmides de reis e rainhas que dominaram a região entre 270 a.C e 350 d.C. Os principais temas explorados pelas obras são a vida cotidiana, o comércio, o sistema social da época, os reis e suas insígnias de poder, o papel das rainhas e as práticas religiosas em louvor aos deuses Amon, do Egito, e Dionísio, da Grécia. louvre • rue de rivoli, 99 • até 6 de junho • seg., qui., sáb. e dom., das 9 às 18 h; qua. e sex., das 9 às 22 h. • De 6 a 9 euros

sensualidade dark

Os Contos de Hoffmann, famosa criação de Jacques Offenbach, serão encenados na Ópera de Paris na primavera francesa. O elenco é de primeira linha: a soprano Laura Aikin, que começou a carreira na Staatsoper de Berlim, onde cumpriu mais de 300 récitas como protagonista, encabeça o time como a personagem Olympia. A ópera, apresentada pela primeira vez em1881, em Paris, é inspirada em três contos de Ernst Hoffmann, famoso escritor alemão. Considerada ao mesmo tempo bizarra e visionária, sensual e mórbida, traz um mergulho visceral nas histórias de Hoffmann, narrando suas paixões e desilusões. Conduzida por Jesus Lopez-Cobos e dirigida por Robert Carsen, é encenada em cinco atos. Duração de 3h35 minutos, com dois intervalos. Ópera NacioNal de paris • Ópera Bastille • rue de lyon, 120 • De 7 de maio a 3 de junho • Todos os dias, às 19h30 • De 9 a 138 euros

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londreS herança africana

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Neste ano, as atenções do mundo estão voltadas para a África por dois motivos, a Copa do Mundo e o 50º aniversário da independência colonial de 17 países africanos. E o British Museum reúne duas exposições sobre o continente. A primeira e maior delas é Reino de Ife – Esculturas da África Ocidental, com obras do império que ocupou o território que hoje é a Nigéria no período de 500 a.C. Na exposição, sofisticados artigos e esculturas de pedra, terracota, latão e cobre indicam as tradições e crenças da sociedade na época do reino. A segunda exposição, Impressões da África: Moedas, Medalhas e Selos, apresentará peças produzidas no continente durante os últimos 100 anos. São pequeninas obras de arte que refletem a mudança e construção da identidade social nacional e a celebração da cultura e herança africanas e de seu povo. British MuseuM • Great russell Street – near Tottenham court Tube Station

Reino de Ife – Esculturas da África Ocidental – até 6 de junho • Todos os dias, das 10 às 17h30 (última entrada até as 16h20), qui. e sex., até 20h30 (última entrada até 19h30) • 8 libras para maiores de 18 anos; 7 libras para 16 a 18 anos; grátis para menores de 16 anos Impressões da África: Moedas, Medalhas e Selos – até 6 fevereiro de 2011. • Grátis

indiScreTo charme

Em cartaz na Tate Modern, de 28 de maio a 19 de setembro, a mostra Exposed traz mais de 200 obras de fotógrafos dos mais diversos estilos e épocas. São imagens do tipo flagra captadas a partir do fim do século XIX até os dias atuais, oferecendo uma perspectiva esclarecedora e provocante sobre assuntos icônicos e tabus, como a inatingível Greta Garbo saindo de um clube em 1950. As fotos selecionadas reúnem desde artistas conhecidos e fotojornalistas até fotógrafos amadores e profissionais que utilizam novas tecnologias. Entre as questões-chave está a luta pelo poder entre os que têm autoridade sobre produção de imagem (artistas, autores ou o estado) e os direitos e desejos dos cidadãos. Um exemplo é o uso crescente de imagens para a vigilância, e o avanço dos pequenos portáteis como câmeras digitais e celulares. Inclui o trabalho de Henri Cartier-Bresson, Philip-Lorca diCorcia, Walker Evans, Robert Frank, Nan Goldin, Dorothea Lange, Paul Strand e Garry Winogrand. tate Modern • Bankside, Se1 9TG • dom. a qui., das 10 às 18 h., sex. e sáb., das 10 às 22 h • 10 libras

Foto de harry Calahan; ao centro, rua de nova York em 1928, por Walker evans; e Greta Garbo flagrada entrando em um clube, em 1950

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JUST vnc pontaria para grandes negócios

EspEcialistas Em EmprEEndimEntos dE alto padrão, os corrEtorEs da Vnc – nEgócios imobiliários são atiradorEs dE ElitE com a mira no imóVEl sob mEdida para Você

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A

compra de um imóvel costuma ser uma das decisões mais significativas da vida. E quando o negócio envolve cifras na casa dos milhões não se pode correr o risco de uma escolha equivocada. Instalada há 15 anos na Praça Pereira Coutinho, nº 182 (ao lado da Cristallo), no coração da Vila Nova Conceição – bairro com o metro quadrado mais caro de São Paulo –, a VNC Negócios Imobiliários se especializou em atender às exigentes demandas de clientes com alto poder aquisitivo. Seu diferencial é a pró-atividade: em vez de apresentar as ofertas catalogadas, os corretores vão buscar aquilo que o cliente pedir. “No mercado de luxo, o mais difícil para os corretores de imóveis não é identificar o cliente, mas captar suas reais necessidades e saber onde estão as oportunidades, para apresentar-lhes somente produtos que correspondam a suas expectativas”, diz Marcos Goggi, diretor da VNC. O serviço é de tamanha precisão que o cliente pode escolher o prédio em que quer morar e, mesmo que não haja apartamentos anunciados, a VNC se presta a entrar em contato com proprietários e propor ofertas pelo imóvel. A imobiliária de Goggi utiliza um moderno e exclusivo sistema de mapeamento digital, que reúne informações exatas para a busca de imóveis de alto padrão em 25 regiões da cidade, como os bairros Itaim Nobre, Jardim América, Jardim Paulistano, Moema e Ibirapuera. “Começamos esse trabalho aqui na Vila Nova Concei-

busca personalizada: os corretores realizam um trabalho pró-ativo, procurando imóveis que atendam às exigências do cliente, inclusive em empreendimentos não anunciados

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ção, mapeando quadra a quadra, empreendimento por empreendimento, e reunindo dados estratégicos, como o preço do metro quadrado, o valor do IPTU, a taxa condominial, a área do terreno, a área útil, o número de vagas, além de fotografias e informações oficiais sobre o apartamento”, afirma Goggi. Atualmente, a VNC dispõe de consultores especializados por bairro, que podem encontrar em cada uma dessas regiões a melhor oportunidade para seus clientes. O serviço pró-ativo de procura personalizada garante que sejam apresentados somente os empreendimentos que atendam às exigências solicitadas, sem desperdício de energia. Para o mercado de terceiros, essa é uma forma totalmente inovadora de negociação. Enquanto empreendimentos novos contam com sofisticadas campanhas de lançamento, com estandes de vendas encantadores, os imóveis usados só são agenciados se o corretor souber onde eles estão. Num bairro como a Vila Nova Conceição, em que já não há grandes terrenos para novas construções, é fundamental que esses profissionais tenham intimidade com o mercado. Por isso, a VNC conta com uma equipe de 23 corretores altamente especializados em imóveis de alto padrão, que dominam o que existe em cada esquina da região em que atuam. “Nossa expertise é anterior à popularização do Google Maps”, diz Goggi. “Nossa missão é atuar como atiradores de elite, satisfazendo nossos clientes com um tiro certeiro.”

mapeamento digital: um sistema exclusivo, abrangendo 25 áreas nobres de são paulo, reúne informações oficiais, como área útil, número de vagas, preço do metro quadrado, valor do iptu e fotos

imóvel sob medida: para garantir a realização de um bom negócio, sem perda de tempo, são apresentados apenas produtos que correspondam às expectativas do comprador

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vila nova conceição

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Apartamentos • Área útil – 243 m² • 3 suítes / 5 vagas / depósito

Cobertura

• Área útil – 418 m² • 3 suítes / 7 vagas / depósito No amplo living integrado ao terraço, o bairro parecerá ainda mais convidativo e as árvores vistas das janelas serão um motivo a mais para celebrar a vida e suas conquistas. O empreendimento está localizado em uma tranquila rua do bairro, que começa e termina em uma praça. Cada detalhe do projeto reserva uma beleza de tirar o fôlego. • Endereço: Rua Brás Cardoso, 201

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england v i l a n ova

Ref. 58962 DaDos Do Imóvel • Área útil – 192,16 m² • Área total – 352,84 m² • 4 suítes / 4 vagas/ depósito • Home theater, lavabo, sala de jantar, sacada, closet, hidromassagem, churrasqueira DaDos Do PRéDIo • Construtora: R. Yazbek • Incorporadora: ZSJ Contr. e Incorp. • Arquitetura: Itamar Berezin • Paisagismo: Neusa Nakata • Interiores: Silvana Mattar • Ano de conclusão: 2010 • Área do terreno: 1.666 m² • 20 andares – ap./ala laZeR • Salão de festas, sala de jogos, sala de ginástica, playground, miniquadra, piscina coberta, sauna seca Destaques • Piscina infantil, espaço para ioga, spa, sala de massagem, espaço gourmet, praça de leitura, pomar, projeto e planejamento de segurança Haganá • 30% de entrada até as chaves. Saldo financiado em até 360 meses. Entrega em outubro/2010.

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vila nova conceição l e palai s Ref. 56912

DaDos Do Imóvel • Área útil – 529,43 m² • Área total – 816,23 m² • 5 suítes / 5 vagas • Escritório, home theater, sala íntima, lavabo, sala de jantar, sala de almoço, despensa, 2 quartos de empregada, rouparia, 2 sacadas, closet, hidromassagem, aquecimento de água a gás DaDos Do PRéDIo • Construtora: ACH / Barbara • Incorporadora: ACH / Barbara • Arquitetura: Itamar Berezin • Paisagismo: Benedito Abudd • Ano de conclusão: 2006 • Área do terreno: 1.805 m² • 23 andares • 1 ap./andar • Lava-carros lazeR • Salão de festas, sala de ginástica, piscina aquecida, sauna seca Destaques • Planta original com 4 suítes • Valor: R$ 5.500.000 • IPTU: R$ 1.900 • Condomínio: R$ 3.600

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vila primavera mai s o n d ’o r l ea n s Ref. 61757

DaDos Do Imóvel • Área útil – 357,18 m² • Área total – 788,40 m² • 4 suítes / 4 vagas / depósito • Escritório, home theater, lareira, lavabo, sala de jantar, sala de almoço, despensa, 2 quartos de empregada, rouparia, 2 sacadas, 2 closets, hidromassagem, ar-condicionado, aquecimento de água a gás DaDos Do PRéDIo • Construtora: Lindenberg • Arquitetura: Marcos Tomanik • Ano de conclusão: 2008 • Área do terreno: 1.326 m² • Gerador • 7 andares – 1 ap./andar lazeR • Salão de festas, sala de ginástica, sauna seca Destaques • Acabamentos de mármore nos banheiros e salas, quartos e biblioteca de madeira, ar-condicionado instalado, aspiração central, armários nos quartos e cozinha, fogões, geladeira, máquina de lavar. • Valor: R$ 5.500.000 • Condomínio: R$ 5.000

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DaDos Do Imóvel Área útil – 711,78 m² Área total – 1.298,53 m² 4 Suítes / 5 Vagas Lareira, lavabo, sala de jantar, sala de almoço, despensa, 2 quartos de empregada, closet, hidromassagem, piscina, churrasqueira DaDos Do PRéDIo • Construtora: Habitar • Ano de conclusão: 1991 • Área do terreno: 1.248 m² • 8 andares • 1 ap./andar lazeR • Salão de festas • Playground • Piscina Destaques • Excelente cobertura. É só mudar. • Valor: R$ 6.000.000 • IPTU: R$ 1.822 • Condomínio: R$ 6.000

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itaim nobre

Q ua rt zo Ref. 60650

DaDos Do Imóvel • Área útil – 436,90 m² • Área total – 821,74 m² • 4 suítes / 7 vagas / depósito • Home theater, lavabo, sala de jantar, sala de almoço, despensa, 2 quartos de empregada, rouparia, 3 sacadas, 2 closets, 2 piscinas de hidromassagem, aquecimento de água a gás DaDos Do PRéDIo • Construtora: Cipesa Eng. S.A. • Incorporadora: Cipesa Eng. S.A. • Arquitetura: Ruben Wanderley • Paisagismo: Benedito Abudd • Interiores: Patrícia Anastassiadis • Ano de conclusão: 2007 • Área do terreno: 1.140 m² • Gerador • 24 andares – 1 ap./andar lazeR • Sala de ginástica, piscina coberta, sauna seca Destaques • Planta original com 5 suítes • Spa, piscina climatizada, recreação infantil, sistemas de inteligência residencial (leitura de fechadura por impressão digital, fechadura de cartão funcionários) • Elevador privativo em cada unidade • Excelente localização (rua sem saída com dupla segurança) • Valor: R$ 4.250.000 • IPTU: R$ 1.700 • Condomínio: R$ 4.800

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vi l l a farn ese Ref. 61567

DaDos Do Imóvel • Área útil – 865,53 m² • Área total – 1.425,37 m² • 5 Suítes / 5 Vagas • Lareira, lavabo, sala de jantar, despensa, 2 quartos de empregada, rouparia, closet, piscina, sauna seca, churrasqueira DaDos Do PRéDIo • Construtora: H. Alexander • Ano de conclusão: 1984 • Área do terreno: 2.832 m² • Ar-condicionado central • 14 andares - 1 ap./andar • Estacionamento para visitantes lazeR • Salão de festas, sala de jogos, sala ginástica, quadra de tênis, piscina, sauna seca Destaques • Planta original com 4 dorms. (2 suítes) • Cobertura dúplex, vista panorâmica • Valor: R$ 5.800.000 • IPTU: R$ 2.800 • Condomínio: R$ 7.500

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DaDos Do Imóvel • Área útil – 529,37 m² • Área total – 885,01 m² • 4 suítes / 6 Vagas / Depósito • 2 escritórios, home theater, sala íntima, lavabo, sala de jantar, sala de almoço, despensa, 2 quartos de empregada, rouparia, sacada, 2 closets, 2 piscinas de hidromassagem, piscina, sauna seca, churrasqueira DaDos Do PRéDIo • Construtora: BKO • Incorporadora: Etros • Ano de conclusão: 2001 • Área do terreno: 1.008 m² • Gerador • Ar-condicionado central • 16 andares - 1 ap./andar lazeR • Salão de festas Destaques • Vista panorâmica para o Clube Pinheiros e todo o Jardim Europa, living com 5 ambientes na cobertura • Valor: R$ 6.800.000

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DaDos Do Imóvel • Área útil – 449,16 m² • Área total – 647,65 m² • 4 suítes / 4 vagas / depósito • Lavabo, sala de jantar, sala de almoço, 2 quartos de empregada, 3 sacadas, closet, hidromassagem, churrasqueira DaDos Do PRéDIo • Construtora: Cyrela Brazil Realty • Incorporadora: Agra • Arquitetura: MCAA • Paisagismo: Neusa Nakata • Interiores: Fernanda Marques • Ano de conclusão: 2011 • Área do terreno: 6.830 m² • Gerador • 26 andares - 2 ap./andar • Estacionamento para visitantes lazeR • Salão de festas, sala de jogos, sala de ginástica, playground, piscina, sauna seca Destaques • Port-cochere, trilha de cooper com equipamentos de ginástica, quadra recreativa, espaço gourmet, descanso com spa e sauna, piscina adulto e infantil, lounge juvenil, disco, baby space • Valor: R$ 3.278.350

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DaDos Do Imóvel • Área útil – 272,56 m² • Área total – 532,92 m² • 3 suítes / 5 vagas / depósito • Escritório, home theater, lareira, lavabo, sala de jantar, sala de almoço, despensa, quarto empregada, rouparia, 3 sacadas, 2 closets, hidromassagem ar-condicionado, aquecimento de água a gás, churrasqueira DaDos Do PRéDIo • Construtora: Raul Humaitá Empr. • Incorporadora: EAS Incorp. • Arquitetura: Itamar Berezin • Paisagismo: Neusa Nakata • Ano de conclusão: 2005 • Área do terreno: 710 m² • Gerador • 14 andares – 1 ap./andar • Sala para motorista lazeR • Salão de festas, playground, piscina, sauna seca Destaques • Planta original com 4 suítes • Rua fechada com cancela • Valor: R$ 2.400.000 • Condomínio: R$ 2.300

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au – 413 m2 4 suítes 5 vagas

au – 500 m2 4 suítes 5 vagas

jardIm amérIca l’essence Jardins rua haddOck lObO, 1725

jardIm europa ed. Frederic chOPin r. Frederic chOPin, 210

au – 735 m2 5 suítes 8 vagas

au – 584,87 m2 4 suítes 6 vagas

jardIm europa ed. seridó rua seridó, 106

vIla prImavera ed. maisOn renOir rua girOnda, 126

IbIrapuera Palais du Parc rua curitiba, 81

IbIrapuera l’Obelisque rua curitiba, 133

au – 405 m 4 suítes 5 vagas

au – 527 m 4 suítes 6 vagas

au – 351 m2 4 suítes 6 vagas

au – 472 m2 4 suítes 6 vagas

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jardIm amérIca dante alighieri alameda itu, 593

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E r i co H i l l Er www.ericohiller.com.br Uma das grandes revelações da nova geração de fotógrafos brasileiros, Erico é autor do livro Emergentes e de fotos desconcertantes pela capacidade de congelar a expressão humana, ao redor do mundo, em situações adversas e incomuns. “Esta foto foi feita na tribo africana dos samburus, em que seus membros se destacam ao pular o mais alto possível – daí os pés fora do chão.”

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