Fazenda da grama ed38

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ed. 38 • março de 2014

REVISTA FAZENDA DA GRAMA • EDIÇÃO 38• MARÇO 2014

Visitante surpresa

AssociAdA flAgrA beijA-flor multicolorido no condomínio

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closet wall 55 design by Studio Ornare

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EDITORIAL

Novembro passado marcou mais uma etapa em minha vida profissional. Ganhamos a concessão do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Nos idos de 1970, quando eu era presidente da Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO), fomos vencedores dos serviços de terraplanagem daquela imensa área onde se desenvolveu o aeroporto. Na mesma época a Odebrecht, onde estou hoje, ganhou a construção do prédio. Inspirado pelo acontecimento, escrevi para a revista “Odebrecht Informa” uma crônica a respeito do evento que tomo a liberdade de transcrever para a leitura de meus amigos condôminos.

“O bom filho à casa torna” Crônica de uma visita ao passado. A historia é bíblica, mas tem sua confirmação na atualidade. O fato ocorrido em épocas pretéritas fez me voltar à memória a década de 1970, onde o Galeão teve seu início de modernidade. Foi lá que duas construtoras se encontraram: Odebrecht e CBPO. Uma na construção predial e pátios de estacionamento de aeronaves e a outra na terraplanagem. A colocação de dois pássaros estranhos na mesma gaiola, nem sempre é harmoniosa. Vejam o que aconteceu: cada um desejou puxar o alpiste para o seu bico, até o dia que resolveram dividi-lo. Foi um “campo de aviação” construído envolto em peripécias, mas que teve seu final transformado em um feliz consórcio. Hoje, tempos passados, a Odebrecht volta para lá, onde ficará por longo período. Houve mais uma vez a irresistível atração por aquele “campo de aviação” de um passado de desafios e conhecimentos. Voltamos preparados para enfrentar o futuro e confiantes de realizar nosso sonho de construir um novo marco aeroportuário brasileiro. A história se confirmou: “O bom filho à casa torna”. Por aqui ficamos. Até a próxima vez. Aluizio Rebello de Araújo

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O hOMEM E A NATUREZA O paisagista Rodrigo Oliveira está em franca ascensão com um estilo muito próprio: em vez de planejar jardins que mostrem a ação domesticadora da mão humana sobre a natureza, prefere que eles pareçam naturais, meio selvagens. Liberdade também é a palavra de ordem nos projetos de interiores de Gustavo Calazans, um arquiteto que gosta que a história de seus clientes esteja impressa em suas casas. Ele conta à repórter Renata Turbiani, com muita desenvoltura e inteligência, como faz para criar ambientes únicos com fotos, recordações e peças antigas que só poderiam mesmo estar na casa daquela pessoa. Exclusividade é isso. Letícia Rocha, jornalista brasileira especializada em gastronomia em temporada de estudos em Roma, entrevista o chef Francesco Apreda, do restaurante Imago, uma estrela no Guia Michelin. Encarapitado no alto do Hotel Hassler, um cinco estrelas localizado em um dos endereços mais badalados da capital italiana, o espaço oferece uma rara mistura da tradicional cucina italiana com as milenares gastronomias asiáticas. Como diz Letícia em seu texto, o chef conseguiu a proeza de conquistar até os seus conterrâneos, que costumam ter verdadeiro pavor de ver seus pratos tão característicos ganharem temperos cultivados em outras terras. Temos ainda dois torneios realizados na Fazenda da Grama, o da BMW e do Voluntariado Einstein, e o novo showroom da Vitra em São Paulo. E, para finalizar, uma bela foto da associada Paola Otero: à moda Sebastião Salgado, ela flagra uma coruja que mantém o olhar fixo em suas lentes. Boa leitura!

QUEM FAZ

Renata Turbiani

Denilson Milan

Rosane Aubin

Nina Franco

Leticia Rocha

Kevin Bulman

Sylvio Telles

Foto de capa: Paola Otero Contatos Fazenda da Grama Pabx. 11 4591-8000 Clubhouse starter 11 4591-8001 Clubhouse Bar 11 4591-8003 Clube 11 4591-8004 administração Juan Higuera romero (gerente geral) 11 4591-8010 eng. Camilo (construções) 11 4591-8018 administração regina (assistente) 11 4591-8012 administração sandra (assistente)11 4591-8011 administração sabrina (assistente) 11 4591-8015 administração eng. sylvio (greenkeeper) 11 4591-8017 ConseLHo edItorIaL Luís Eduardo Americano Araújo, Fernando Viana Lomonaco e Denilson Milan

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diretor executivo – Denilson Milan Publisher – Rosane Aubin direção de arte – Nina Franco (inspiredesignlab.com.br) Colaboraram nesta edição – Alice Rivero, Leticia Rocha, Kevin Bulman, Renata de Farias, Renata Turbiani, Sylvio Telles, (texto) Silvana Marli (revisão) Para anunCIar – Tel. (11) 3521-7329 Denilson Milan – denilson@fortunacom.com.br www.facebook.com/fortunacom A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida por carta timbrada da redação.

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sumรกrio

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Boas Novas Lavandário em Cunha e autêntico gelato nos Jardins

16 arquitetura Gustavo Calazans: a história faz a casa 26

oBjetos do desejo Tons de madeira em alta

28 Paisagismo Rodrigo Oliveira: sintonia com a natureza 34

goLF tiPs Trackman Pro: tecnologia para aperfeiçoar tacadas

36 Bate-BoLa Corrida Paris-Versalhes e torneio The Players na Flórida 38

torNeios BMW e Voluntariado Einstein promovem eventos na sede

48 desigN Vitra abre showroom em São Paulo 54

saBores Francesco Apreda: Itália e Ásia juntas à mesa

64 Por deNtro do CamPo Sistemas garantem irrigação correta 66

saúde e BeLeza Pele saudável antes e depois das tacadas

68 soCiaL Associação treina cães para guiar cegos 74

eveNtos Taças e Réveillon reúnem associados

88 grama No muNdo Kevin Bulman: início de carreira no Baltusrol Golf Club 90

jaNeLa A fauna da fazenda nas lentes de Paola Otero

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boas novas

Jazz para sonhar

A cidade de Cunha, no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo, mas quase no Rio de Janeiro, é famosa pelas cerâmicas, a boa comida, em especial os pratos com pinhão, e pela exuberante natureza. Agora, conta com mais uma atração que, além de deixar a paisagem mais bonita, também enche a região de perfume e serve para dar ainda mais sabor à gastronomia local. As estações do ano bem definidas, o vento e o solo árido do município, localizado a uma altitude média de mais de 1.000 metros, mostraram-se ideais para o cultivo da lavanda, uma planta que atrai turistas do mundo inteiro para a Provença, na França. Aproveitando esse terroir privilegiado, foi criado o Lavandário, na Estrada Cunha-Paraty, SP 171, Km 54,7. Lá, os visitantes podem conhecer as plantações de lavanda, provar receitas e comprar vários produtos elaborados com o ingrediente, desde difusores de fragrâncias para a casa até açúcar aromatizado com flores da planta. O óleo essencial é extraído no local, pelo método tradicional de arraste a vapor, o que garante a pureza e a qualidade do produto. E o melhor: os campos de lavanda de Cunha ficam floridos o ano todo. O local permanece aberto de sextas-feiras a domingos, exceto durante janeiro, quando abre os sete dias da semana. www.lavandario.com.br

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o autêntico gelato

Com três lojas em Londres, a gelateria Dri Dri chega a São Paulo com uma charmosa filial na Rua Padre João Manoel, 903, Jardins. A decoração leve e divertida combina com os gelatos da marca, preparados à moda italiana, com uma base produzida artesanalmente na sede da Itália, e ingredientes especiais importados das mais variadas regiões: o pistache vem da Sicília, o chocolate de São Tomé e a baunilha de Madagascar. Eles são acrescentados à base de cada sabor para chegar ao produto servido aos consumidores, e os sorbets são feitos todos os dias com frutas brasileiras orgânicas da estação. Com entre 6% e 9% de gordura, percentual bem abaixo dos sorvetes do mercado, que têm entre 18% e 25%, os gelatos são leves e não contêm corantes, estabilizantes, aromatizantes ou emulsionantes. Sua conservação é realizada em freezers especiais, chamados pozzetti, que mantêm condições ideais para o consumo, com temperatura constante e bloqueio de luz e oxigênio. Telefone: 11-3061-9646.

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VILA DE LA

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Villa della Pietra 2/28/14 4:16 PM


ARQUITETURA

“O BELO PROJETO É FRUTO DO PENSAMENTO” Para Gustavo Calazans, luxo é ter uma casa com a sua cara, e isso exige um bom diálogo com o arquiteto Por Renata turbiani

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RenovaR sem destRuiR: Gustavo Calazans apostou na técnica do retrofit para elaborar o ambiente Brastemp OneTable, da Casa Cor 2013; terraço do lounge gourmet contava com jardim vertical, cadeiras coloridas e lareira

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que faz alguém escolher a profissão de arquiteto? No caso de Gustavo Calazans, a resposta é daquelas que parecem fáceis, mas na verdade são fruto de muita elaboração. “Depois de alguns anos nessa prática cotidiana, acredito que o que me fez virar arquiteto foi o meu desejo de entender as pessoas e a sua forma de habitar, além da minha irremediável vontade de ajudar os outros a encontrar uma maneira pessoal de moldar seu espaço e se apropriar dele”, diz. Formado em 1999, antes mesmo da graduação já dava sinais de que teria uma carreira promissora e de muito sucesso: além de estagiar em dois renomados escritórios da área – um deles em Nova York, nos Estados Unidos –, recebeu menção honrosa no Museu da Casa Brasileira pelo projeto da cadeira Xs. “Desenvolvi a peça para uma matéria obrigatória do curso, e ainda estava no quarto ano quando a inscrevi no prêmio. Faço tudo com o máximo de paixão e vou fundo, mesmo que não seja um assunto que me interesse muito, como é o caso do design de móveis. Mas é claro que um prêmio como esse é um impulso na carreira, e com certeza me ajudou a encontrar um lugar ao sol”, lembra Gustavo. Com escritório próprio há mais de dez anos, ele é adepto do lowtech e faz projetos seguindo preceitos ecológicos. “Vivemos em um mundo finito, com recursos finitos e com uma grande quantidade de gente. A equação não fecha, por isso é tão importante reutilizar materiais, móveis, objetos e recursos naturais, como a água.” Com diversos trabalhos de retrofit no currículo, o arquiteto também se preocupa em dar nova utilização a espaços considerados ultrapassados, seja por conta da estrutura, das instalações, do conceito... O que ele faz é atualizar essas construções para que a sua vida útil seja alargada e preservada. O design de interiores é outro ponto forte dele, que gosta muito do encontro entre cores, padrões e texturas, e garante que tudo o que faz é pensando no cliente. “Diversas vezes deparei com pessoas que acham que sabem o que querem, mas que, quando colocamos em xeque algumas das suas escolhas, descobrem que na verdade seus desejos são outros. Daí o resultado do trabalho ser sempre uma confluência entre clientes desejosos de se entenderem profundamente e um profissional que não os permita ficar na superfície”, finaliza. Fazenda da Grama – O que o levou a se tornar arquiteto? Gustavo Calazans – Essa é uma pergunta que, antigamente, respondia da mesma forma. Eu dizia que me sentia completamente vocacionado. A sensação era a de que nunca tive escolha, pois cresci já desenhando plantas, debruçado sobre os anúncios dos jornais de domingo. Mas, hoje, depois de alguns anos nessa prática

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FResca e iluminada: a estrutura da residência na Praia da Baleia, no litoral norte de São Paulo, foi pensada para garantir ventilação e luz naturais; o guarda-corpo leva ripas de madeira cumaru e o jardim minimiza a insolação

cotidiana, acredito que o que me fez virar arquiteto foi o meu desejo de entender as pessoas e a sua forma de habitar, além da minha irremediável vontade de ajudar os outros a encontrar uma maneira pessoal de moldar seu espaço e se apropriar dele. De que maneira a arquitetura pode melhorar a vida das pessoas? A arquitetura é uma atividade, antes de mais nada, intuitiva. Acredito que todos nós somos arquitetos natos, assim como somos cozinheiros natos. O fato é que alguns acabam desenvolvendo melhor essas habilidades e sensibilidades. Para mim, o papel do arquiteto é o de facilitar processos e ajudar as pessoas a terem seus espaços pensados e otimizados. Temos de entender os rumos que a nossa cultura está tomando e tentar, de certa forma, acomodar as coisas, desde as dificuldades até as facilidades. Um exemplo: as residências estão cada vez menores, mas como lidar com essa miniaturização dos espaços? Todos nós estamos sofrendo com essa tendência e precisando de respostas. A arquitetura, na figura de seus profissionais, vai tentar teorizar, conceituar e encontrar soluções, algumas práticas e funcionais, outras mais abstratas, para resolver esse paradigma. Uma opção é a Casa Modular, projeto que concebemos para a Casa Cor 2011. A ajuda me parece que vem por aí, embora eu goste bastante de pensar que somos facilitadores, catalisadores de um processo em que o usuário é a peça principal e do qual tudo deriva. Meu sonho é que consiga, de alguma forma, ajudar as pessoas a se virarem sozinhas. Nesse sentido posso até ser visto pelos meus colegas como o antiarquiteto! Como foi o início da sua carreira? Ainda durante a faculdade fiz um estágio em Nova York, no escritório do arquiteto Peter Eisenman, que abriu muito os meus horizontes. A partir desse ponto não consegui me imaginar terminando o curso sem uma boa dose de experiência. Acabei trancando minha matrícula por longos períodos para me debruçar sobre a prática. Nessa época trabalhei com o Roberto Loeb aqui no Brasil, e logo parti para uma história solo, mesmo ainda estudante. Comecei como uma formiguinha, fazendo pequenos projetos, todos me interessavam. Aliás, parte da graça do meu trabalho é essa curiosidade por encontrar as soluções mais adequadas para uma pessoa e, melhor do que isso, ajudá-la a encontrar as melhores soluções para si mesma. Daí vieram anos de muitos projetos e obras. Na época, meu escritório cuidava de obras e execução, até que, seis anos atrás, nos concentramos apenas no desenvolvimento de projetos. Não dá mais tempo de fazer tudo, mas a experiência anterior foi fundamental para sabermos lidar com os problemas que a arquitetura impõe cotidianamente.

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Antes mesmo de se formar você recebeu menção honrosa no Museu da Casa Brasileira por conta da cadeira Xs. Como isso mudou ou ajudou na sua trajetória? Eu ainda estava no quarto ano da faculdade quando inscrevi a cadeira no prêmio do museu e fui selecionado. Na época soube que o Michel Arnoult (designer de móveis) foi quem chamou a atenção dos demais jurados para o meu projeto, e até hoje fico muito feliz com isso. Engraçado que esse evento, apesar de ter me mostrado que eu estava no caminho certo, me provou também que desenhar mobiliário não era uma paixão. Preferi deixar isso para os meus colegas designers e foquei totalmente no desenvolvimento de projetos residenciais, que sempre foi o meu desejo. Faço tudo com o máximo de paixão e vou fundo, mesmo que não seja um assunto que me interesse muito, mas é claro que um prêmio como esse é um impulso, e com certeza me ajudou a encontrar um lugar ao sol. A cadeira Xs não chegou a ser fabricada. Você nunca pensou em lançá-la comercialmente? Pois é, ela nunca foi fabricada. Um monte de gente fica no meu pé, dizendo que eu devia produzi-la, mas são tantas demandas no caminho que escolhi que mais essa não cabe. A cadeira Xs tinha um encaixe muito elegante de duas peças em madeira maciça, mas ela não seria um bom exemplo de desenho industrial. Ela nasceu para ser artesanal, não acho que faça sentido investir na fabricação. Teria que me debruçar de novo sobre o desenho para racionalizá-lo, e provavelmente a ideia inicial se perderia. Não pensa em fazer absolutamente nada relacionado a essa área? Eu faço projetos de mobiliário, só que mais ligados à arquitetura, à marcenaria e até peças de concreto. O que está nos meus planos é desenvolver linhas modulares que ajudem as pessoas a organizar melhor as suas casas com elementos mais baratos e funcionais. Você estagiou durante um ano nos Estados Unidos. O que trouxe dessa experiência para o seu trabalho no Brasil? Trabalhar com um arquiteto desconstrutivista e completamente conceitual me deu uma visão muito crítica do nosso fazer e percebi o poder que temos. Infelizmente, lá fora se pode filosofar em arquitetura mais do que aqui. Apesar disso, eu tento ir além sempre que possível, nem que seja algo mais atrelado às pequenas transformações que conseguimos impor. Alguns falam dos grandes passos, eu persigo os pequenos, inclusive a escala dos meus projetos é sempre diminuta. Gosto deste olhar sobre o trivial, mas também não deixo de enlouquecer nos detalhes, e busco sempre um equilíbrio entre a possibilidade de criar e o controle neurótico. Não tenho dúvidas de que esse

horizonte mais vasto foi resultado da minha experiência nos Estados Unidos. Aliando essa temporada fora com outras viagens pelo mundo, como percebe a arquitetura no Brasil e nos demais países? Quais são as grandes diferenças e o que nosso país ainda pode absorver de positivo? Um dos primeiros aspectos, e que me deixa muito triste, é a incapacidade das nossas leis de abraçarem soluções geniais e mais criativas. Sofremos muito com um domínio legal sobre os projetos, o que nos impede de voar mais longe. Entendo que as construções, muitas vezes, precisam de regras mais rígidas, mas o excesso delas só gera o ilegal e a redução maçante e tediosa. Lá fora vemos que a criatividade tem asas mais largas, isso aliado a questões técnicas mais desenvolvidas e orçamentos maiores. Mas acho que a possibilidade que temos no Brasil é a de encontrar soluções na simplicidade, burlar as regras por dentro delas, saber colocar gingado naquilo que nos é imposto. Sempre acho que, assim como cada pessoa tem algo muito próprio para mostrar, um país também tem. Às vezes sinto que ficamos numa busca equivocada, tentando copiar os outros em vez de encontrar soluções que sejam nossas. Você é um defensor do movimento low-tech. De que forma isso interfere no seu trabalho e na sua vida? O low-tech é mais do que um movimento, é uma forma de encarar o mundo. Há um movimento em São Paulo, iniciado por jovens cansados desta hipervalorização do consumo como solução para as mazelas contemporâneas, que possui uma linda frase: “As melhores coisas da vida não são coisas”. Eu penso que o low-tech se alinha com esse pensamento, no sentido que ele dá mais valor ao que se é do que ao que se tem. A felicidade não está nas coisas que podemos comprar, mas sim no jeito que conseguimos enxergar e valorizar o que já temos. Um exemplo bem real e da minha própria vida: tenho uma geladeira Frigidaire, herança da minha avó. Ela foi por alguns anos a minha geladeira oficial, até que teve de ser aposentada por conta da dificuldade no processo de descongelamento e também devido ao excesso de consumo. Mas eu não poderia jamais descartála, então a transformei em um bar que fica na minha sala de estar. Para substituí-la herdei outra geladeira, essa da minha mãe. Sim, heranças são um must na minha família e adoramos as peças que já vêm com história impressa no seu DNA. Essa outra geladeira durou mais uns sete anos na minha casa, mas no ano passado parou de funcionar. A peça que poderia consertá-la não existe mais, nem em desmanches. Vítima da obsolescência programada que mina insidiosamente a nossa sociedade, me dei por vencido e

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PRaia da Baleia: para conseguir amplos vãos livres no andar térreo, Calazans usou laje nervurada; a piscina, com cerâmica de Brennand, foi instalada na frente da casa, e, na sala, escultura de madeira da Galeria Estação e almofadas do Depósito Santa Fé complementam a decoração

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casa-GaleRia: o que não faltam neste apartamento em Perdizes, em São Paulo, são espaços para expor quadros e fotografias; o assoalho é revestido com placas monolíticas cinza claro da Formipiso e a mesa amarela é da Micasa

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acabei comprando uma nova geladeira, mas novamente não consegui me desfazer da anterior. E adivinhe onde ela foi parar? Também na sala, virou uma cristaleira. Isso é uma atitude low-tech. Para que ter a última geração de alguma coisa que em poucos anos estará completamente ultrapassada? Sempre tento lembrar que aquilo que hoje parece o suprassumo, amanhã não será mais, por isso prefiro encontrar valores mais duradouros nesta vida. O respeito ao planeta, às pessoas, a si mesmo e os laços que criamos com as pessoas e até com as coisas devem ser cultivados, sem que sejamos predadores uns dos outros. E quando encontra um cliente que é mais voltado para o high-tech, como lida com essa diferença? Minha função é trazer uma visão crítica ao meu cliente. Não tenho como controlar tudo, mas tenho como sensibilizá-lo para outros enfoques. Acredito muito no papel do arquiteto como o de alguém que deve tentar expandir o repertório do cliente, mostrar outros caminhos e colocar em evidência alguns dos nossos pecados insustentáveis, mas sem apontar o dedo, sem acusações, já que somos todos responsáveis. O que é mais desafiador na sua profissão? Na minha prática específica, mas tenho certeza de que para vários dos meus colegas a questão seja outra, o desafio maior está em desenvolver a habilidade da escuta, e não a escuta surda, mas aquela que entende as profundezas dos desejos dos outros. Diversas vezes deparei com clientes que acham que sabem o que querem, mas que, quando colocamos em xeque algumas das suas escolhas, descobrem que na verdade seus desejos são outros. Daí o resultado do trabalho ser sempre uma confluência de clientes desejosos de se entenderem profundamente com um profissional que não os permita ficar na superfície. Falando de interiores, como usar textura, estampa e cor nos ambientes? É muito difícil falar de elementos tão genéricos, mas eu acredito muito na mistura intuitiva e pessoal, daí a necessidade de conhecermos o cliente e, mais ainda, de fazermos com que ele se conheça. Eu gosto muito do encontro entre cores, padrões e texturas, acho que enriquece os projetos. Costumo dizer que devemos começar por combinações mais básicas, e com o tempo irmos desenvolvendo essa habilidade. Acredito muito na ousadia, mas também gosto da parcimônia. Entendo que é nesse equilíbrio que vamos encontrar nossa forma particular de combinar os elementos. E esse desafio é muito maior do que simplesmente dizer “misture azul com amarelo, xadrez com floral e pronto, você terá uma sala linda”. Não existem regras. Quais elementos são garantia de acerto na decoração de uma residência? O elemento que na minha visão garante o acerto na decoração é a adequação. Ter uma casa que exprima aquilo que a pessoa é, acredita e busca na vida, é fundamental. Estar adequado ao seu repertório apropriado é bem importante, bem como manter peças que contêm uma história e façam parte do seu caminho. Nada pior do que ver alguém que simplesmente jogou todo o seu passado para trás e começou do zero, só que sem fundações sólidas. Não acho que temos de ser acomodados e nem ficarmos no mesmo lugar, mas resignificar o que já fomos é uma tarefa infinita. Estamos em constante mutação, assim como a vida, e faz parte nos encontrarmos a cada nova esquina, a cada nova encruzilhada, a cada novo rumo que tomamos, mas sempre lembrando quem somos e de onde viemos. De modo geral, a minha maior dica é: busquem o seu estilo pessoal e não liguem para regras e modismos, mas valorizem comentários técnicos que possam convencer você de algo. O belo projeto é sempre fruto do pensamento. Seus projetos são marcados por soluções para economizar energia e reaproveitar materiais... Vivemos em um mundo finito, com recursos finitos e com uma grande quantidade de gente. A equação não fecha. Acredito que todo mundo merece ter uma vida digna, isso me parece consenso, mas para que todos tenham essa vida digna, não existem recursos disponíveis, pelo menos não com os estilos de vida almejados pela maioria. Isso nos leva à fácil conclusão de que vamos ter que restringir nosso consumo,

por isso é tão importante o reúso de materiais, móveis, objetos e recursos naturais, como a água. Pode parecer que temos muito, mas isto é ilusão. Só achamos isso porque uma enorme parcela da população não tem acesso. Se todos tivessem, o banco quebraria. Você realiza diversas obras de retrofit. Qual a importância desse tipo de intervenção? Retrofit é um nome chique que se usa para falar da boa e velha reforma. A única coisa que os diferencia é que a função do retrofit é trazer nova vida a um espaço que aparentemente estava ultrapassado, seja por conta de sua estrutura, suas instalações, seu conceito... O que fazemos é justamente atualizar essas construções para que a sua vida útil seja alargada e preservada. Muitos arquitetos costumam buscar inspiração em uma determinada década. Isso também acontece com você? E qual é a sua década favorita quando se trata de decoração, arquitetura e design? Eu sou bem versátil neste quesito, e vou além, não sou purista, porque não acredito em estilos, ou melhor, só acredito em um estilo: o próprio de cada um. Insisto em dizer: se o luxo é alcançar algo exclusivo, não há nada mais exclusivo do que ter a sua casa com a sua cara. E mais: somos apenas usuários desses espaços e elementos que hoje chamamos de nossos. Um dia eles serão de outros. Minha inspiração não está em uma década específica, mas nas marcas que todas essas décadas deixaram em cada um de nós.

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Elegância Intemporal

+EDITION Há ideias que nada têm a ver com moda, pois não estão enraizadas nas tendências efémeras, mas na aspiração a uma qualidade consistente, uma funcionalidade inigualável e um estilo clássico. A série +EDITION revela o que realmente significa ter uma cozinha de luxo. Com as suas portas de design intemporal e as marcadas molduras a toda a volta das frentes, este conceito representa qualidade a nível internacional e é motivo diário de orgulho para quem possui uma.

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OBJETOS DO DESEJO

aos deuses Inspirado no oráculo de Delfos, que mobilizou reis e rainhas na Grécia antiga e até hoje é um locais mais visitados do país, o biombo Delphi, da Brabbu, tem como estrutura o bronze martelado. www.brabbu.com

somBra e Água Fresca A poltrona Tree, da designer Silvana Pretto, é outra novidade do Abup. Em uma combinação de madeiras de lei, faz parte de uma coleção voltada para os momentos de lazer e descanso. www.ecovilacreativewood.com.br

anos 1950 A Poltrona Frau relança o banco T 904, desenhado em 1950 por Gastone Rinaldi, especialista em tecnologia tubular curva. Feita em aço tubular e madeira, inclui três almofadas preenchidas com espuma de poliuretano e Dacron (fibras especiais) e capa em couro Pelle Frau ou tecido removível. www.poltronafrau.com

clÁssico atualiZado Parceria do renomado arquiteto Isay Weinfeld com a Geiger, empresa do grupo Herman Miller, o aparador Domino Storage pode ser usado tanto em escritórios quanto em residências. www.issoehermanmiller.com.br

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Verde A Butzke lança a espreguiçadeira Alvorada, desenhada por Carlos Motta em madeira de cumaru, madeira nobre, com toque agradável e alta resistência. E o melhor: é certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC). www.butzke.com.br

À moda italiana A Armani casa lança no Brasil a cama Botticelli, desenhada por Giorgio Armani, com cabeceira em couro ou tecido nas cores da cartela da marca. A base pode ser em madeira ou revestida em tecido sintético. www.armanicasa.com

É madeira A luminária Wep Light Lora 80 Ebony, criada pelos designers argentinos Marcelo Dabini e Nádia Corsaro e apresentada no Abup Móvel Show, é moldada em lâminas de madeira flexíveis e reconstituídas, o que permite formas originais e variedade de cores. www.klaxon.com.br

elegância com assinatura O banco faz parte da linha de peças avulsas de mobiliário desenhada por Zanini de Zanine para a coleção High Line, da Ornare. www.ornare.com.br

mesa posta Criada pelo designer Toni Grilo, a mesa From tem uma receita com ingredientes especiais: são 360 garfos, 360 facas e 360 colheres em aço. A edição é limitada, com apenas cinco exemplares. www.christofle.com

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PAISAGISMO

MENOS AINDA É MAIS

Fã de jardins monocromáticos, o paisagista Rodrigo Oliveira reproduz a natureza em seus projetos Por renata de Farias Fotos divulgação

privaCidade: neste projeto, no bairro Cidade Jardim, em São Paulo, Rodrigo Oliveira optou por árvores de médio porte para garantir a intimidade dos moradores e ao mesmo tempo manter a vista da cidade

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ngenheiro-agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, e certificado pelo curso de especialização Arborism, da International Society of Arboriculture, dos Estados Unidos, Rodrigo Oliveira trabalha na área de paisagismo há mais de 20 anos e já projetou uma infinidade de jardins residenciais e comerciais, incluindo os dos paulistanos Casa Fasano, Restaurante Parigi e Bar Número. Parceiro de arquitetos renomados, como Isay Weinfeld, Márcio Kogan, Gustavo Calazans e Thelma Epstein, o profissional tem um estilo bem particular – naturalista, como ele mesmo define –, que encanta e cativa os clientes. “Meu objetivo é sempre fazer parecer que o jardim já estava lá, que pertencia àquele lugar. Estudo para reproduzir a natureza, que é perfeita, e criar algo que chegue o mais próximo possível dela. Também busco fazer jardins bonitos e convidativos para serem contemplados e sentidos”, diz. Em seus projetos, Rodrigo Oliveira opta sempre pelo monocromático. Segundo ele, as cores devem aparecer apenas na época de cada espécie, como pinceladas que vão mudando conforme as estações do ano. “Jardins com folhagens coloridas o ano todo me cansam, e este é um espaço que deve transmitir tranquilidade. Cor é bacana para um parque ou um hotel que você vê de vez em quando, mas para residência ou escritório não”, explica. Apaixonado por plantas desde criança, aos 6 anos o paisagista já cuidava do jardim da casa onde morava com os pais, em Cascavel, no Paraná. Hoje, apesar de não ter mais tempo para botar, literalmente, a mão na massa – ou, neste caso, na terra –, ele continua estudando e se atualizando. “Entre os prazeres dessa carreira estão o de estudar plantas novas e aprender a usá-las com outras, de modo que formem um conjunto harmonioso, além de poder viajar para conhecer jardins em outros continentes e entender como e por que eles criaram essas maravilhas.” Ficou curioso para conhecer melhor o trabalho de Rodrigo Oliveira? A Revista Fazenda da Grama conversou com o paisagista e conta tudo nesta entrevista exclusiva.

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Convite ao desCanso: o canto do pergolado, coberto por trepadeiras, se mantém fresco mesmo nos dias mais quentes; horta e pomar misturados ao jardim, uma quebra nas regras do paisagismo tradicional

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Fazenda da Grama – O que o paisagismo representa para você e por que decidiu seguir esta profissão? Paisagismo é tudo que diz respeito ao exterior das residências. É a arte de recriar paisagens e inclui toda a parte de arquitetura de exteriores: piscina, paginação de piso, iluminação, pergolado, treliça, vasos, escadas, acessos... E, claro, a parte agronômica, que inclui o conhecimento da vegetação, drenagem, análise de solos, irrigação etc. Desde criança adoro jardins. Costumo dizer que essa é uma paixão antiga. Com 6 anos eu já cuidava do jardim da casa onde morávamos, na cidade de Cascavel, no Paraná. Lembro que meu pai comprava mudas para que eu pudesse plantar. Qual o maior prazer que a carreira proporciona? É o desafio de cada dia encontrar um novo projeto, uma nova arquitetura para ser interpretada, um novo clima para ser estudado, enfim, criar um novo jardim de modo que pareça que já estava ali, que nenhum paisagista passou por lá. Também é estudar plantas novas e aprender como usá-las com outras, de modo que formem um conjunto harmonioso, além de viajar para conhecer jardins em outros continentes e entender como e por que essas maravilhas foram criadas. E o que é mais complicado? Administrar a ansiedade dos clientes que querem sempre um jardim pronto assim que a casa termina, como se fosse obra civil. Outras dificuldades são encontrar mudas de qualidade e conciliar todos os compromissos, como criação, compras, execução, supervisão pós-venda, marketing, administração do negócio e relacionamento interpessoal com a equipe. Como define o seu estilo? Sou naturalista. Meu objetivo é sempre fazer parecer que o jardim já estava lá, que pertencia àquele lugar. Estudo para reproduzir a natureza, que é perfeita, e criar algo que chegue o mais próximo possível dela. Também busco elaborar jardins bonitos e convidativos

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para serem contemplados e sentidos, por meio de cheiros e texturas, por exemplo, e tudo isso com o mínimo de interferência. Como enxerga o paisagismo no Brasil e nos outros países? Aqui é uma profissão nova, que acabou de ser regulamentada e está começando a ser valorizada. Ainda estamos muito longe do profissionalismo dos europeus e dos americanos. Fico admirado com os projetos em países como Inglaterra, Holanda e França, que conseguem conciliar muito bom gosto e técnica excepcional, a tradição do jardim italiano, a beleza e exuberância dos asiáticos e a perfeição dos japoneses. Em 1999 estudei nos Estados Unidos, e essa experiência foi fundamental para mim. Naquela época, nem ferramentas apropriadas tínhamos aqui no Brasil. Estávamos pelo menos 20 anos atrás dos americanos, não em bom gosto, mas sim em tecnologia. Os escritórios nacionais, normalmente, são amadores e levam o nível da profissão para baixo. Em compensação, o próprio mercado está mais exigente e isso acaba elevando o nível. O que será preciso para modificar essa situação e tornar os escritórios brasileiros mais profissionais? Os escritórios de ponta estão cada vez melhores, tenho certeza que todos estão se adaptando ao mercado. Também estão chegando novos fornecedores de mobiliário, pisos, iluminação, revestimento... E a nova geração que estuda fora está trazendo muito conhecimento, enfim, é um processo natural, e quem não se adaptar vai continuar como as chácaras de plantas, meros viveiros que pensam que fazem jardim. E o sonho mais utópico e que ainda não tem público para isso, é que um dia exista uma faculdade de arquiteto paisagista.Uma faculdade que concilie o conhecimento de arquitetura e agronomia e forme um profissional especializado como existe no exterior há muitos anos. Quando isso acontecer, tenho certeza de que será um caminho sem volta e o Brasil atingirá outro nível em todas as áreas. Você tem inúmeros projetos comerciais. Qual a principal diferença entre esses trabalhos e os residenciais? O residencial é personalizado, é o sonho de vida de um indivíduo, de um casal ou de uma família com filhos. Já no comercial sempre temos de criar uma interface entre o público e o privado, temos de convidar as pessoas para olhar o empreendimento e fazer com que tenham vontade de conhecê-lo, pela beleza, acessibilidade... Especificamente no caso das residências, como levar o paisagismo para os ambientes internos? O paisagismo interno cria a diferença entre uma casa e uma loja de decoração de shopping. Ele transforma o imóvel em um lugar mais aconchegante e personalizado, passa a sensação de que alguém mora ali e que o local tem vida. Se a arquitetura permite,

amplitude: o grande gramado cria um fundo infinito e é o local ideal para as crianças brincarem; Rodrigo Oliveira optou por utilizar espécies exóticas para compor o jardim contemporâneo

os jardins internos são ideais, pois nesses espaços, com terreno natural e terra com profundidade mínima de 40 centímetros, podemos reproduzir um jardim igual ao externo. Caso não tenhamos essa possibilidade, podemos usar vasos, cachepôs, floreiras, painéis verticais e outros artifícios. Você não gosta de jardins muito coloridos. Por quê? Prefiro os jardins monocromáticos, acredito que as cores devam aparecer na época de cada espécie, como pinceladas que vão mudando conforme as estações do ano. Jardins com folhagens coloridas o ano todo me cansam, e jardim deve transmitir tranquilidade. Cor é bacana para um parque ou um hotel que você vê de vez em quando, mas para residência ou escritório não. O que é preciso levar em conta na hora de escolher as espécies que vão compor um projeto? O conceito do jardim, se é tropical, provençal, japonês ou outro, e o clima de cada região. Outro fator importante é o gosto do cliente, pois não podemos esquecer que cada casa é um sonho, e o jardim normalmente é tão importante quanto a arquitetura. Ele faz parte deste sonho e nosso trabalho é compor as plantas que o morador gosta de modo que fique em harmonia com a casa e a região.

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Jardim provençal: flores, pergolado descoberto e caminhos de pedriscos dão charme ao espaço; as cadeiras são da Armando Cerello

Como você não gosta de muitas cores, de que forma balanceia as suas preferências com os pedidos dos clientes? Normalmente, os clientes que nos procuram já conhecem o nosso trabalho e se identificam com ele. Isso torna tudo mais fácil. Um jardim não é feito apenas de plantas. Quais elementos você gosta de usar? O importante sempre é observar a arquitetura e repetir os elementos e as cores nela existentes. Por exemplo: se a arquitetura, que normalmente já está pronta quando trabalhamos, utiliza um tipo de pedra para fazer uma lareira, minha sugestão é repetir a mesma pedra em uma mureta ou coluna de um pergolado, de forma a criar um link entre as partes. Como deve ser a iluminação das áreas verdes? Tem de ser bem tranquila, afinal, casa não é festival de cinema. Quanto tempo um jardim leva para ficar realmente pronto? Aliás, quando ele é considerado pronto? Depende do tamanho da obra e do ritmo de execução, mas quando dizemos que terminamos um jardim, ele está apenas começando. O normal são pelo menos dois anos. A partir deste tempo, em condições ideais de água, luz, manutenção, controle de pragas etc. As plantas

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começam a perder a dureza, se misturam e dão movimento ao jardim. Como manter um jardim sempre bonito e saudável? Irrigação é fundamental. O preparo do terreno com uma terra de excelente qualidade, podas de formação adequadas e limpeza e controle das pragas que porventura vierem a aparecer também são importantíssimos. Para as pessoas que buscam um jardim prático, o que você recomenda? Simplicidade. O ideal é escolher plantas que precisem de pouca poda e que deixem o jardim mais bonito e natural com a passagem do tempo. Pode citar alguns exemplos? O leque de plantas no Brasil é enorme, por isso recomendo consultar um especialista. Ele poderá indicar a melhor espécie para cada local, levando em conta o crescimento das raízes, se é de sol ou sombra, se as flores podem entupir alguma calha ou ralo de piscina, entre outros aspectos que precisam ser considerados. Para finalizar, onde busca inspiração? Em revistas importadas, livros, filmes e, principalmente, nas viagens que faço para parques e viveiros do mundo todo.

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GOLF TIPS

POR Kevin Bulman

TRACKMAN: O FUTURO DO ENSINO DE GOLFE

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ntes de mais nada eu gostaria de agradecer ao Alexandre Martins pela aquisição do Trackman Pro Radar e a permissão para sua utilização, para treinamento e aprimoramento dos sócios do Fazenda da Grama. Eu tenho certeza de que o Trackman revolucionou a maneira como os profi ssionais e treinadores estão abordando o jogo de golfe e os principais aspectos do swing. Se você deseja avaliar as necessidades técnicas para seus tacos (clubfitting) ou quer aprimorar seu swing, o Trackman é uma ferramenta muito valiosa. O que é o Trackman? O Trackman Pro mede parâmetros da trajetória completa de uma tacada – de pitches de seis pés a drives de 400 jardas –, identificando o ponto de aterrissagem com uma precisão de um pé a cada 100 jardas. Fornecendo dados de tecnologia de ponta, sem utilizar modelos, o Trackman Pro apresenta a trajetória real da tacada em 3D, em conjunto com 26 dados de impacto e voo da bola, em tempo real. Dados do Trackman Apresentamos abaixo os principais dados em inglês, com a terminologia utilizada pelo Trackman, com uma tradução/observação simples em português. Para mais detalhes, consultar o site: trackmangolf.com.

DaDos Do taCo

DaDos De lanÇamento

DaDos De voo

Club speed Velocidade do taco

Ball speed Velocidade da bola

Carry Distância de voo

attack angle Ângulo de ataque

smash Factor Qualidade do impacto

Height Altura de voo

Club Path Rota do Taco

launch angle Ângulo do lançamento

total Distância total

Dynamic loft Loft dinâmico

launch Direction Direção do lançamento

side Desvio lateral voo

Face angle Ângulo da cara do taco

spin rate Velocidade de rotação

side total Desvio lateral total

spin loft Diferença entre loft dinâmico e ângulo de ataque

spin axis Eixo de rotação

landing angle Ângulo de aterrissagem

Face to Path Orientação da cara do taco em relação à rota do taco

Combine Data Dados do sistema “Combine”: from pin, target e score

Hang time Tempo de voo

swing Plane Plano do swing

last Data Últimos dados registrados

swing Direction Plano horizontal do swing na área do impacto

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Como funciona o Trackman? A unidade de radar do Trackman rastreia a trajetória de sua bola de golfe do lançamento à aterrissagem. A capacidade de medir o voo completo é essencial para produzir dados da mais alta qualidade. O radar coleta informações valiosas sobre a cabeça do taco, fornecendo um retrato preciso do taco no momento do impacto com a bola. Com essa informação você pode facilmente determinar os necessários ajustes da cabeça ou da rota do taco. A tecnologia utilizada chama-se “Doppler Radar” e tem sido amplamente utilizada em aplicações militares para rastrear mísseis e projéteis desde os anos 1960. A tecnologia do Trackman oferece o mais preciso “feedback” do mercado. Os parâmetros são divididos em duas categorias principais – dados de voo da bola e dados do taco. Conhecer seus dados no Trackman é essencial para entender e melhorar seu swing de golfe. Independentemente do nível, todos os jogadores de golfe podem se beneficiar com a utilização do Trackman como parte de seu treinamento. Trabalhar seu swing e o voo de bola resultante, por meio dos dados do Trackman, permite que as áreas críticas sejam identificadas, resultando num rápido progresso.

Ferramenta valiosa: o aparelho mostra a trajetória real da tacada em 3D, além de 26 dados de impacto e voo da bola, permitindo o aprimoramento do swing

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bate-bola

Por Alice Rivero

tacadas para o bem O torneio The Players, um dos principais do calendário da PGA Tour, acontece entre 8 e 14 de maio no TPC Sawgrass (par 72), na Flórida. Entre as atrações que dão fama ao evento estão a participação de feras do golfe como Tiger Woods, o complicado e pitoresco buraco 17 (par 3), ilhado na lagoa, e o incrível potencial de arrecadar verbas para caridade – desde a primeira edição, em 1977, foram mais de 60 milhões de dólares doados a instituições de caridade (só em 2013 foram 7,1 milhões de dólares). O prêmio distribuído entre os vencedores dessa edição soma 9,5 milhões de dólares. Para o público, os ingressos custam de 15 a 50 dólares. Mais informações: www.pgatour.com

Quem vence bebe leite

O site oficial faz contagem regressiva indicando até quantos segundos faltam para a largada de uma das corridas mais aclamadas entre os tietes do automobilismo. A 98ª edição da Indy 500, Grand Prix de Indianápolis, Estados Unidos, que acontece dia 25 de maio, já tem ingressos a venda a partir de 46 dólares. Por 15 dólares, também é possível acompanhar os dias de treinos, com performances de pilotos top, como o campeão do ano passado, Tony Kanaan, que é novamente favorito a dar goles no leite da vitória. Mais informações: www.indianapolismotorspeedway.com

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Show das raquetes em Nova York

O estádio Arthur Ashe, em Nova York, onde acontecem os principais jogos do US Open, é o maior do mundo quando o assunto é tênis, com capacidade para acomodar 23.500 espectadores. Ainda assim, pode ser difícil conseguir ingressos de última hora para o último slam do ano, que acontece de 25 de agosto a 8 de setembro: as informações do site oficial ainda nem estão completas, mas os tíquetes para a maior parte dos setores na data da final, uma segunda-feira, já estão esgotados. Ingressos a partir de 100 dólares. Mais informações: www.usopen.orgLaser, Laser Radial e RS:X.

Uma pernada de Paris a Versalhes

Duelo de titãs na Champions league

Torneio interclubes mais importante do futebol mundial, a Liga dos Campeões da Europa (Uefa Champions League) terá a final sediada no Estádio da Luz, em Lisboa, casa do Sport Lisboa e Benfica, em 24 de maio. Com capacidade para mais de 65 mil torcedores, o estádio foi palco do evento que anunciou as Novas Sete Maravilhas do Mundo, em 2007, e, ainda como curiosidade turística, ostenta à entrada um monumento que homenageia Eusébio – tido como o “Pelé português” –, morto no início deste ano. Para quem quiser entrar e presenciar a partida, os ingressos estão a venda a partir de 1.275 euros. Os times finalistas do campeonato serão definidos em abril. Mais informações: www.uefa.com

A corrida de rua mais descolada da França parte dia 28 de setembro dos pés da Torre Eiffel em direção ao majestoso palácio de Versalhes, a pouco mais de 16 quilômetros de Paris. Não é uma distância que demande um preparo físico profissional, mas como o percurso tem seus altos e baixos, quem quiser participar mais para apreciar a vista do que testar sua performance pode se inscrever na categoria para caminhada de 5 quilômetros, entre Chaville e Versalhes – mais curta e mais barata, por apenas 5 euros. As inscrições para a corrida custam cerca de 30 euros e encerram-se dia 31 de julho. Mais informações: www.parisversailles.com

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TORNEIO ALBERT EINSTEIN

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Torneio beneficenTe baTe recorde Voluntariado Einstein promove sétima edição de evento de caridade

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Aconteceu no dia 8 de dezembro, no Fazenda da Grama, em Itupeva, Estado de São Paulo, a sétima edição do maior torneio beneficente de golfe, uma promoção do Voluntariado Einstein. O evento já se tornou um clássico para jogadores, entusiastas do esporte e empresários. Representando o Departamento de Voluntários estava Telma Sobolh – há 27 anos à frente da Presidência – com as voluntárias Norma Nigri e Renée Chayo. Empresários adeptos do esporte também prestigiaram o torneio, como Arthuro Pineiro, presidente da BMW; Washington U. Cinel, presidente da Gocil; Rui Chammas, diretor-presidente da Biosev; Roberto Delhomme, empresário do ramo de seguros; e Ron Horovitz, da HighStill. Considerado o maior evento dessa categoria em prol de causas sociais, com mais de 3,5 milhões de reais já arrecadados ao longo dos anos, é de longe o torneio de golfe que mais angariou dinheiro para a caridade no Brasil até hoje. Os recursos foram destinados ao Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis e aos idosos do Residencial Israelita Albert Einstein, beneficiando mais de 18 mil pessoas ao ano.

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9 1. clínica de Golfe 2. beto dias e renée chayo 3. Valet service 4. apresentação dos jovens músicos de Paraisópolis 5. Telma Sobolh, norma nigri e renée chayo 6. Paulo cabernite 7. isaac Halpern 8. alfredo breda, andrea arruda, renée chayo 9. Maristela araújo e alfredo breda 10. erika Kiyota ayrosa, esther Halpern 11. Jorge adati, andrea adati, Julio adati, Valdir bignardi

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TORNEIO BMW GOLF CUP

bMW ProMoVe eTaPa finaL de coPa na GraMa Torneio definiu o time brasileiro que disputará o BMW Golf Cup na Tailândia Fotos Zeca Resendes

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o dia 13 de dezembro a Fazenda da Grama foi a sede da Etapa Final da BMW Golf Cup 2013, que define os finalistas que participarão, em março, a final mundial do circuito, disputado por 50 países e considerado o maior evento amador de golfe no mundo. A equipe que representará o Brasil será formada por Milton Queiroz “Tita” (ex-jogador do Flamengo), Luiz Gonzaga Dias Filho e Adriana Cabernite. Tita foi o campeão da categoria de 0 a 12 de handicap, com 38 pontos stableford, mesma pontuação do segundo colocado, Tim Shooter, que perdeu o título por conta dos critérios de desempate. Dias Filho venceu a categoria de 13 a 28, com 42 pontos, dois a mais do que o vice-campeão, Fernando Penazzo. Já Adriana foi a campeã da categoria feminina de 0 a 28, com 37 pontos, seguida por Maria Chesnoy, com 34. Os 18 participantes da final brasileira haviam sido selecionados em duas etapas classificatórias, ocorridas no Itanhangá Golf Club, no Rio de Janeiro (RJ), e no São Fernando Golf Club, em Cotia (SP). Houve ainda a disputa da BMW Golf Cup Fazenda da Grama, disputa entre equipes formadas por convidados e sócios do clube. O time campeão foi o formado por Andre Helmeister, Ralph Rocha e Rogério Picanço, com 77 pontos. Os vice-campeões foram Thiago Marques, Diogo Pereira e Fredy Giorgi, com 76. Guillermo Piernes e Maria Chesnoy ganharam as disputas de Straightest Drive (tacada mais próxima do centro da raia), e Marco Frenette e Fernado Pennazo venceram o Nearest to the Pin (bola mais próxima da bandeira). A BMW Golf Cup, criada pela montadora alemã em 1982, é voltada a sócios dos clubes participantes e convidados da marca. No mundo todo, o circuito conta com a participação de cerca de 100 mil golfistas no mundo todo. “Teremos um time bastante competitivo para a disputa da final mundial na Tailândia. Vamos torcer por bons resultados do Brasil. É uma honra podermos incluir o País numa disputa que envolve tantas nações, ainda mais nesse momento em que lançamos a pedra fundamental de nossa primeira fábrica no Brasil, em Santa Catarina”, comenta Arturo Piñeiro, presidente e CEO do BMW Group Brasil. Organizada pela Golfe & Cia Eventos Esportivo, a versão brasileira da BMW Golf Cup 2013 também teve o patrocínio da Chubb Seguros, Embrase e Omint. Além da BMW Golf Cup, que é um evento amador, a BMW também patrocina diversos torneios profissionais ao redor do mundo, como o BMW PGA Championship (Inglaterra), o BMW International Open (Alemanha) e o BMW Masters (China), todos etapas do Circuito Europeu, e o BMW Championship (EUA), um dos quatro torneios da série de playoffs do PGA Tour americano.

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2 1. Karlheinz neumann, José Klujsza e fernando Penazzo 2. Paulo Hedges, rubens do amaral, arturo Piñeiro (pres. do bMW Group brasil) e Mario baptista 3. arturo Piñeiro, presidente do bMW Group brasil 4. Milton Queiroz “Tita”, ademir Mazon e Marcos Lopes

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5. Tim Shooter, eduardo benegas e Paulo cabernite 6. deolinda fabietti, Maria chesnoy e adriana cabernite 7. alfredo breda

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8. adriana cabernite 9. diogo Pereira, arturo Piñeiro, Thiago Marques, freddy Giorgi e Herlander Zola, diretor de marketing da bMW do brasil 10. ralph rocha, arturo Piñeiro, andre Heilmeister, alfredo breda, rogério Picanço e Herlander Zola, diretor de marketing da bMW do brasil 11. arturo Piñeiro (presidente do bMW Group brasil), fernando Penazzo e Herlander Zola, diretor de marketing da bMW do brasil 12. arturo Piñeiro, Tita e Herlander Zola, diretor de marketing da bMW do brasil 13. Tom Zé, arturo Piñeiro, adriana cabernite e Tita

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DESIGN

ÍCoNE Do DESIGN NA VILA MADALENA A marca suíça Vitra inaugura showroom no bairro e anuncia fábrica na Zona Leste de São Paulo Por rosane aubin

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foto: LEEN LAGRoU

ClรกssiCos da marCa: o banco infantil Elefante, de Charles e Ray Eames, e a cadeira Vegetal, de Ronan e Erwan Bouroullec

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esde que foi criada na Suíça pelo casal Willi e Erika Fehlbaum, em 1953, a Vitra sempre teve um norte muito bem definido. Os dois encantaram-se por móveis criados por outro casal, os famosos Charles e Ray Eames, em uma viagem a Nova York, e voltaram para casa determinados a fabricar os produtos deles e de outros designers de ponta, como George Nelson e Isamu Noguchi na Europa. De lá para cá, a marca virou sinônimo de design com qualidade e tornou-se uma grande difusora de sua importância, criando um respeitado museu que, inclusive, faz a curadoria de exposições que depois viajam o mundo, como foi o caso da enorme retrospectiva Anticorpos − Fernando & Humberto Campana 1989-2009, que esteve em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, no final de 2011 e início de 2012, com grande sucesso de público. Agora a marca chega de vez ao Brasil, com a instalação de um showroom na Vila Madalena, no Edifício Corujas, um espaço cool da Idea! Zarvos, desenhado pelo FGMF Arquitetos, que privilegia a convivência e os pedestres, com espaços agradáveis e jardins. “Quando os arquitetos da Vitra visitaram o local ficaram encantados”, conta Lúcia Suzuki, gerente de operações da empresa no Brasil. Ainda neste ano, diz a executiva, uma fábrica da Vitra começará a produzir cadeiras − a intenção é expandir para outros produtos depois − no Distrito Industrial de São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Segundo Lúcia, a abertura de um showroom e uma unidade de produção no Brasil estão nos planos da Vitra há mais de três anos. “Com isso teremos melhores preços e também um acesso mais rápido aos produtos. Hoje a espera chega a 90 dias”, diz. Segundo ela, há planos, ainda não confirmados, de abrir um museu no Brasil.

Charme e Conforto ao sentar: cadeiras Panton preta e Standard, de Jean Prouvé, que tem as pernas de trás mais robustas para garantir mais estabilidade

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meias de seda: os irmãos Ronan e Erwan Bouroullec inspiraram-se no acessório feminino para criar a estrutura da poltrona, que é flexível e confortável

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O showroom, que recebe arquitetos e clientes com horário marcado, ocupa um espaço de 230 metros quadrados, com pé-direito duplo e área externa, decorados à moda da marca pelo arquiteto italiano Tiziano Barancio. Vai exibir novos lançamentos, e vários clássicos da marca, como as séries de cadeiras Panton, Vegetal e Slow. Lúcia, uma executiva que já passou por vários tipos de negócios, se diz uma apaixonada por design, e demora a escolher os seus produtos Vitra preferidos. “Gosto de quase tudo. A Slow, os sofás… O novo, Alcove Plume, lançado ano passado, de Ronan e Erwan Bouroullec, é um de meus preferidos atualmente.”

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Em 50 anos, a Vitra acumula prêmios e distinções. O primeiro produto reconhecido internacionalmente foi a cadeira Panton, de 1960, desenhada por Verner Panton e hoje parte do acervo de design clássico do Museu Pompidou, em Paris. Em 2013, ganhou o German Design Awards para a cadeira Tip Ton Chair, de Edward e Jay Osgerby, e para o conceito de outra cadeira, a ID, desenvolvido por Antonio Citterio. Todos os produtos da marca têm a certificação BIFMA de sustentabilidade, assim como selos Blue Angel, da Europa, e o Greenguard.

Um espaço na Vila: o showroom da Vila Madalena e a gerente de Operações no Brasil, Lúcia Suzuki

Telefone para agendar visitas: (11) 3778-7111

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GASTRONOMIA

toQue oRientaL: merluza à carbonara, marinada no saquê, camarões ao curry e repolho roxo

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A esquinA dA ÁsiA com A itÁliA Francesco Apreda mistura com sutileza curry e pancetta e consegue ser aceito até pelos exigentes e tradicionais italianos Por Leticia Rocha, de Roma Fotos Divulgação

Com um pé em CaDa Continente: folhados quentes de massa de arroz com sorvete de chá verde e calda de romã

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ultura gastronômica é uma coisa natural no DNA de um italiano. E naquele estilo que eles sabem fazer muito bem - ora turrões e briguentos; ora alegres e tagarelando alto - os nascidos no País da Bota defendem ferozmente suas raízes. E quase sempre são contra toda e qualquer intervenção, por mais sutil que seja, em suas receitas tradicionais. Os exemplos são muitos: da já tradicional alteração que a pasta alla carbonara tomou mundo afora, com a adição de creme de leite, ‘matando’ a versão original que só levava pancetta (ou guanciale), ovo, queijo de ovelha do tipo pecorino e pimenta-do-reino preta; até a tentativa moderna de adicionar temperinhos estrangeiros - como uma erva, uma especiaria - em pratos italianos. Eles podem até achar a comida gostosa, mas logo após a primeira colherada vão soltar um “é bom, é particular, mas deixou de ser uma receita nossa!”. Na contramão desse discurso de defesa da tradição, alguns exemplos mostram eles não são tão fechados assim. Isso, é importante ressaltar, quando o novo é feito com propriedade e chega ancorado na tradição. É o que faz o chef Francesco Apreda, hoje um dos mais célebres representantes do movimento de renovação da cozinha italiana. O que já rendeu uma estrela no Michelin, o mais prestigioso guia gastronômico, para o seu restaurante Imago, instalado no cinco estrelas Hassler. Hotel de luxo que, claro, por si só, já seria um atrativo para os gourmets locais e viajantes de todo o mundo: está em um dos endereços mais badalados da capital italiana, cercado das lojas de grife que contornam os arredores da igreja Trinità dei Monti e da Piazza de Spagna e com visual panorâmico dos mais belos da cidade, com direito a uma vista privilegiada de monumentos históricos e cúpulas como a do Vaticano.

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Cozinha autoral: uma trajetória A localização privilegiada era um possível pontapé para o sucesso, mas Apreda, hoje com 39 anos, fez questão de impor, tintim por tintim, seus traços no Imago. Talvez por isso a casa, criada em 2006, entrou para o seleto grupo do Michelin apenas com um ano e meio de idade. Ali estão impressos personalidade, paixões, vivências. E não são poucas: Apreda nasceu na caótica e peculiar Nápoli, no sul da Itália; e aos 13 anos, fez sua primeira troca de cidade, mudando-se com os pais para Formia, no Lazio, região central italiana, a mesma que abriga Roma. Ali, começou a trilhar os caminhos para a cozinha: fez curso de hotelaria e de confeitaria. Com apenas 14 anos, viajou sozinho para Rimini, famoso destino de praias na Emilia-Romagna, para um trabalho de verão em um restaurante. Entre ofertas de estação, lá e cá, viveu alguns anos. “Mesmo adolescente, nessa fase eu já sentia que tinha sido tomado pelo espírito viajante. Não conseguia mais voltar para casa, viver a rotina”, conta ele. Aos 19, finalmente chegou em solo romano, por indicação de um amigo, para ocupar uma vaga de cumim - uma espécie de ajudante do garçom e do cozinheiro - no próprio Hassler, o posto que, mal sabia ele, anos mais tarde o consagraria. Na sequência, vieram muitas oportunidades: para começar, uma etapa de cinco anos em Londres. Na capital inglesa, aproveitou a veia cosmopolita: trabalhou com chef francês, italiano, e dali começou a percorrer um mundo até então desconhecido (e que mudaria e daria personalidade ao seu trabalho), o da cozinha asiática. “A primeira vez que comi um prato com curry foi muito estranho. A sensação era do desconhecido, aqueles sabores tomando a minha boca. Não era bom, nem ruim. Era perturbador”, confessa ele. “Nós, italianos, somos muito arraigados nos nossos sabores e foi interessante, aos 20 e poucos anos, descobrir esse novo mundo das especiarias que absolutamente não estão na nossa cozinha”, diz o chef.

ContRastes: parmegiana de pêra e provolone com verduras de inverno e grãos de mostarda

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Por fim, Por mAis clichê que sejA, ele não consegue esconder, AindA hoje, com um lArgo sorriso, o sentimento de vitóriA. e de glóriA quAndo, todo diA, contemPlA PelAs jAnelAs PAnorâmicAs A visão de cArtão-PostAl dA cidAde eternA.

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Do estranhamento, logo esse novo mundo virou paixão e, num desses momentos que parecem golpes do destino, veio o convite para trabalhar na Ásia. Foi sem titubear para Tóquio, no Japão. A ideia era treinar a equipe de um restaurante italiano de um hotel de luxo, dos mesmos proprietários do Hassler. “Meu desafio era fazer dessa casa um verdadeiro recanto italiano. E reverter o quadro que, inevitavelmente, ganham pelo mundo com aquele sotaque de culinária internacional de rede hoteleira, nos quais nem sempre o clássico é seguido a rigor “, explica ele. “Bolonhesa, amatriciana, carbonara. Pratos clássicos, sem firulas, mas feitos como deve ser”, completa. Foram dois anos em território japonês, e há oito ele presta consultorias - baseadas na mesma filosofia de propagar uma Itália real - em Nova Déli e Mumbai, na Índia. Assim, as imersões ao continente acontecem, ao menos, uma vez ao ano. E o resumo da história era que, com tudo isso, o despertar asiático, aquele dos tempos londrinos, tinha chegado ao ápice. E transformado, ou talvez traçado, a sua cozinha autoral. Nesse momento, mais uma vez afortunado pelo destino, Apreda foi convidado a voltar para Roma, para ser o chef executivo do mesmo hotel onde havia começado como ajudante de cozinha. Nessa nova fase, o ponto chave do sucesso de seu estrelado restaurante é ter Itália e Ásia, juntos, no mesmo prato. Porém, com uma sutileza - ou, talvez, uma sabedoria ímpar - que não causa estranhamento aos tão fervorosos compatriotas, porque seus pratos têm gosto de comida italiana. Não destoam da tradição. Ao mesmo tempo, até os mais antenados críticos, foodies e gourmets não enxergam, nem muito menos

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rotulam, sua cozinha como ‘fusion’, slogan comum do circuito gastronômico quando a ideia é descrever um chef que mistura influências e ingredientes do mundo. Segundo Apreda, talvez esse equilíbrio venha dos fortes traços culturais dos países asiáticos em que mergulhou, tal como a sua pátria. “São cozinhas totalmente distintas, nem preciso dizer isso. Mas, em uma análise de conceitos e valores, a Ásia é como a Itália. Tradicional, conservadora; a mesa e os alimentos têm um status quase sagrado”, afirma. A partir desse diagnóstico, até um pouco libertador para ele, concebeu uma filosofia que segue ao criar cada prato de sua cozinha: cabeça, para usar sempre o bom senso; técnica, porque se trata de um restaurante e isso exige mais do que cozinhar; coração, para recordar coisas que viu pelo mundo e gostou; e memória, a boa e velha lembrança das comidas de mãe, de vó. Traduzindo, dá para tentar entender a teoria com um de seus pratos mais famosos, o cappellotto di parmigiano in brodo freddo di tonno doppio malto e sette spezie, uma espécie de capelete recheado de parmesão, representando uma receita e um ingrediente italianíssimos; e servido em caldo frio de atum, duplamente maltado, com sete especiarias, agregando o lado asiático na lembrança de uma sopa gelada que ele tomava, quase que diariamente, nos tempos do Japão. Por fim, por mais clichê que seja, ele não consegue esconder, ainda hoje, com um largo sorriso, o sentimento de vitória. E de glória quando, todo dia, contempla pelas janelas panorâmicas a visão de cartão-postal da Cidade Eterna. E nas entrelinhas a aprovação de seus críticos, gourmets e afins. “Não tem estresse que resista. Chego aqui, respiro e me recordo do meu primeiro dia aqui, como cumim...”, emociona-se ele, bem à moda italiana. imago, hotel hassler, roma www.hotelhasslerroma.com - tel. +39 06 699 34726

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VIAGEM

EM CASA, COM SERVIÇO DE HOTEL

Txai Terravista Trancoso oferece unidades hoteleiras e residenciais com todas as facilidades disponibilizadas aos hóspedes do resort 60

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ue tal ter uma casa ou uma villa na paradisíaca Trancoso, dentro de um complexo com aeroporto e campo de golfe de 18 buracos e com todas as mordomias de um resort? Isso é o que promete o Txai Terravista Trancoso, uma nova unidade do grupo Txai Resorts no sul da Bahia, na chamada Costa do Descobrimento. Numa área de praias preservadas e de águas cálidas, o empreendimento tem previsão de entrega para setembro de 2014. “Temos dois tipos de unidade. A hoteleira, em que o cliente pode dispor de sua propriedade para uso próprio ou para ter um rendimento, sem nenhum tipo de trabalho. E a residencial, que pode ser alugada pela central de locação nos períodos em que o dono não estiver usando”, explica José Romeu Ferraz Neto, presidente do Txai Resorts. Trata-se de um novo tipo de negócio imobiliário no país, com duas características com grande

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Padrão Txai em cada deTalhe: na página ao lado, as residências; acima e ao lado, villa e piscina em perspectivas ilustradas

potencial para atrair investidores: a rentabilidade e a tranquilidade, já que aqueles problemas típicos de quem tem casa na praia serão todos resolvidos pelos administradores do empreendimento. Com oito bangalôs, 42 villas e 19 residências em uma área de 70 mil metros quadrados, o complexo conta com piscina, fitness, restaurante e com uma filial do SPA Shamash, instalado no Txai Itacaré e considerado um dos melhores do país. “Temos também um campo de golfe maravilhoso de 18 buracos, além de aeroporto e toda a segurança proporcionada pelo Complexo Turístico Terravista”, diz Ferraz Neto. O Terravista Golf Course, projetado pelo arquiteto americano Dan Blankenship, é considerado um dos mais desafiadores da América do Sul. O desenho arrojado respeita o relevo natural do terreno e permite que os golfistas apreciem a paisagem da região entre as tacadas. O projeto arquitetônico do resort é de Patrícia Anastassiadis, que também assina a decoração de interiores. Os apartamentos e bangalôs serão entregues equipados e decorados e seguirão o padrão Txai. Já em clima de estreia, o resort inaugurou um acesso exclusivo para os hóspedes e proprietários até a praia Rio da Barra. O trajeto evita que os visitantes tenham de contornar as falésias e pode ser percorrido em 15 minutos, a pé, ou em cinco, com carrinhos de golfe. Outra novidade, em funcionamento desde o Réveillon, é o bar da praia, que

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oferece espreguiçadeiras, guarda-sóis, toalhas e carrinhos de golfe aos hóspedes e clientes. SUSTeNTaBilidade O local foi escolhido com cuidado e levando em conta todos os atributos exigidos para oferecer uma boa estada. “Além da natureza privilegiada, Trancoso possui excelente infraestrutura para o atendimento aos turistas e moradores”, diz José Romeu Ferraz Neto. A charmosa vila, que atrai visitantes de todo o mundo e abriga restaurantes de alta qualidade, como o Capim Santo, tem em seus simpáticos e calorosos moradores um de seus maiores atrativos. O grupo, que atua fortemente ancorado nas premissas da sustentabilidade, criou o projeto de forma a respeitar a comunidade local e a promover seu desenvolvimento social. O projeto paisagístico, de Gil Fialho, também leva em conta os preceitos da sustentabilidade, promovendo a integração entre o projeto arquitetônico e seu entorno e preservando as características da região. Nos bangalôs, o paisagista usou plantas para criar uma barreira visual que garante a privacidade; além disso, espalhou plantas aromáticas como jasmim pelo espaço, criando um cenário que atrai beija-flores, periquitos e borboletas típicos da fauna do sul da Bahia. Com objetivos claramente definidos no Programa Integrado de Sustentabilidade, que contempla desde o controle dos recursos naturais até o diálogo constante com os stakeholders, o empreendimento já colocou em ação vários programas. Entre eles estão o manejo adequado de resíduos sólidos, controlados desde a geração até o destino final; monitoramento da qualidade dos recursos hídricos; e educação ambiental para funcionários e comunidades por meio da

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parceria com uma organização local. Quando a obra for concluída, uma operação de desmobilização será realizada para limpar e recuperar o canteiro de obras. No futuro, quando o resort estiver em funcionamento, também participará das iniciativas Instituto Companheiro do Txai e o Txaitaruga, programas de responsabilidade socioambiental já em ação no Txai Itacaré, localizado na Área de Preservação Ambiental (APA) Itacaré/Serra Grande, na Bahia. O Txaitaruga é feito em parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC-BA) e com o Projeto TAMAR para a preservação das tartarugas marinhas que desovam na APA Costa de Itacaré/Serra Grande. Durante todo ano, biólogos realizam o monitoramento das praias, garantindo a preservação de espécies ameaçadas de extinção que habitam o local. No período de desova entre 2012 e 2013 nasceram 3.687 filhotes, sendo 1.956 da espécie cabeçuda (Caretta caretta), 1.651 de pente (Eretmochelys imbricata) e 80 sem identificação. Durante a época do nascimento, o Txai incentiva seus hóspedes a conhecer mais sobre o projeto. Já o Companheiros do Txai foi criado para auxiliar os pequenos agricultores e comerciantes da APA Itacaré/Serra Grande a usar os recursos florestais da Mata Atlântica de maneira sustentável. O projeto já beneficiou diretamente 23 famílias, e a meta para 2015 é chegar a 100 famílias. Composto por programas de renda mínima, educação ambiental, primeiro emprego e capacitação profissional, o ICT também possui uma oficina para confecção de vassouras de piaçava, artesanatos de tala de dendê e mudas de plantas nativas da Mata Atlântica, cultivadas com adubo orgânico. Parte dessa produção é vendida para o próprio Txai Resort e o excedente, em uma feira livre em Itacaré. Além de manter programas socioambientais, a unidade de Itacaré já teve sua excelência reconhecida por vários prêmios e distinções, entre eles o Condé Nast Johansens Awards for Excellence 2014, na categoria “Melhor para Romance”, e um destaque como um dos 10 melhores destinos turísticos do mundo pelo The New York Times, em 2008.

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POR SYLVIO TELLES

POR DENTRO DO CAMPO

IRRIGAÇÃO NA MEDIDA CERTA

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estado de São Paulo enfrentou neste verão a maior seca dos últimos 50 anos. A ausência das famosas “chuvas de verão”, quase que diárias, aliada a altas temperaturas, ocasionaram graves problemas, inclusive de racionamento, em várias cidades. Todos sabemos que a água é fundamental para as plantas. Daí a importância do uso racional da água. A utilização correta dos recursos hídricos é essencial para a manutenção e preservação dos mananciais. Em razão dessa importância, é cada vez maior o grau de tecnologia empregado em irrigação. Para o correto dimensionamento do sistema de irrigação, deve-se elaborar projeto em conjunto com empresas especializadas seja para um jardim ou para um gramado esportivo, levando-se em conta a qualidade e a quantidade disponível de água, a incidência de ventos no local e o tipo de vegetação e solo. Em campos de golfe, o projeto considera ainda suas cotas e diferentes tipos de solos. A qualidade dos materiais e equipamentos são fatores importantíssimos, já que grande parte do sistema de irrigação está enterrada sob áreas nobres e de jogo – assim, consertar ou reparar tubulações e aspersores torna-se um grande problema. Outro aspecto importante a verificar é a uniformidade de distribuição da água, principalmente em campos do litoral, onde há predominância de ventos. O excesso de água no solo contribui para a compactação e prejudica o desenvolvimento do gramado. Além disso, seu uso demanda energia elétrica. Ao usar a real quantidade de água de que a grama necessita, evitamos gastos dispensáveis. Para calibrar a necessidade real de irrigação de cada zona do campo (greens, tees, fairways), o condomínio Fazenda da Grama conta com dois sistemas de aferição. O primeiro, a estação meteorológica, mede a incidência de raios solares, a umidade relativa do ar, a velocidade e a direção dos ventos, a temperatura durante o dia e, finalmente, compila esses dados, calculando o quanto o solo e as folhas de grama perderam de água e apresenta a lâmina de água ideal para reposição. O segundo sistema conta com um sensor de umidade que aponta

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a quantidade de água existente nos diferentes tipos de solo, uma vez que os greens e tees são do tipo arenoso, e os fairways, do tipo argiloso, cada qual com capacidade de absorção e retenção própria. Com as informações dos dois sistemas, obtemos a calibração ideal para cada um deles nas diferentes épocas do ano. O campo da Fazenda da Grama possui 830 aspersores, que irrigam 42 metros de diâmetro cada um. O sistema de tubulação é de PEAD (polietileno de alta densidade), material que suporta a movimentação natural do solo e maiores pressões de trabalho no sistema. O planejamento da irrigação automática é feito na sala de gerenciamento, por um computador exclusivo, que recebe as informações de leitura da estação meteorológica e, a partir da hora especificada, aplica no campo a quantidade de água a ser reposta. Ainda por computador, podemos regular independentemente cada aspersor para receber mais (em topos de morro, por exemplo) ou menos água (nas baixadas) e aplicá-la com intervalos, para evitar o escorrimento, otimizando a irrigação de acordo com a capacidade da bomba. Devido à utilização do campo durante o dia, a capacidade do sistema deve ser suficiente para irrigar a quantidade necessária em um curto período de tempo (durante a noite); dessa forma, os aspersores são acionados ao longo do campo simultaneamente, utilizando-se 100% da vazão de cada malha e diminuindo o tempo de irrigação. O sistema de bombas da Fazenda da Grama, também chamado de “pump station”, tem duas delas de 50 CV de rotação variável, e uma, Jokey, que trabalha mantendo a pressão na malha (sistema de tubulação). Isso quer dizer que, caso haja o acionamento de algum aspersor no campo, a pressão cairá e uma das bombas partirá tão somente na rotação necessária para reposição da pressão de trabalho, e não na total (como o fazem as bombas convencionais), trazendo grande economia de água e energia, bem como homogeneidade na irrigação. Sob o campo, temos aproximadamente 24 mil metros lineares de tubulação pressurizada prontos para irrigar o gramado. Essa tecnologia otimiza os recursos de água e energia elétrica e atende à necessidade da alma do campo, o gramado.

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A FAZENDA DA GRAMA

tem uma das melhores irrigações do Brasil, você merece o mesmo em sua casa. Rua Armenia, 870 - Osasco/SP - CEP 06210-130 | Tel. +55 11 36485043 www.regatec.com.br | regatec@regatec.com.br

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SAÚDE

Pele De CaMPeão

Aprenda a proteger a pele antes, durante e depois das partidas

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maior parte do território brasileiro está localizada entre o Trópico de Capricórnio e o Equador. Isso faz com que o país seja um dos mais ensolarados do mundo, garante que as nossas praias sejam invejadas, mas também castiga a pele, que sofre com a incidência dos raios infravermelhos, UVA e UVB. Os golfistas, que costumam ficar várias horas expostos ao sol durante as partidas, devem adotar medidas especiais. “É preciso tomar cuidados como, por exemplo, reaplicar o protetor solar de duas em duas horas”, diz a dermatologista Daniela Schmidt Pimentel, que integra o corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e da Clínica Ephesus, em São Paulo. Parece óbvio aconselhar o uso de protetor, mas a verdade é que poucos homens tomam esse cuidado: um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) realizado em 2010 na cidade de São Paulo constatou que apenas 8,5% têm esse cuidado. Daniela tem uma percepção um pouco mais otimista: garante que a cada ano o percentual de pacientes masculinos aumenta em seu consultório. “Eles me procuram para prevenir o câncer de pele, para avaliar as pintas, e para cuidados gerais. Agora, mais recentemente, aumentou muito a procura por intervenções estéticas, como a aplicação de toxina botulínica e preenchimento. A grande maioria gosta dos efeitos e permanece fiel ao tratamento, volta sempre para refazer”, diz. Confira, a seguir, as dicas de Daniela para manter a pele saudável e bonita antes, durante e depois das partidas. ANTes ‘‘É preciso higienizar a pele com sabonetes específicos para o tipo de pele, lavar duas vezes por dia, com água mais de morna para fria. Depois, é bom usar um adstringente ou tônico, conforme a necessidade de cada um. E um filtro solar de uso diário. À noite, um antioxidante é aconselhável. As mulheres que fazem algum tipo de tratamento precisam tomar cuidado com a retirada de produto que usaram durante a noite e usar um filtro solar com maior fator de proteção, dependendo do tipo de tratamento.” durANTe “No dia da exposição, é preciso usar um filtro adequado para quem vai se expor ao sol e transpirar. Tem de ser pelo menos 30. Reaplique o produto a cada duas horas, porque a gente acaba transpirando e passa a mão no rosto. Use uma prote-

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ção física, boné ou chapéu, de preferência feitos com tecidos especiais que protegem a pele. Eles também ajudam a evitar danos ao cabelo. Bonés e chapéus para esportistas costumam seguir especificações, como a aba mínima de 8 centímetros, mais larga para pegar a volta da orelha. Às vezes, há também uma proteção para a nuca. Para hidratar, é agradável aplicar água termal e depois colocar novamente o protetor.” dePois “Mais uma vez, a higienização é essencial. Depois, é necessário usar um bom hidratante e um creme antioxidante com vitaminas C e E, que ajudam a proteger e evitar os danos do sol. Pesquisas recentes também mostram que a aplicação de vitamina C, tanto à noite quanto antes do protetor, também ajuda a proteger a pele dos efeitos nocivos dos raios infravermelhos.”

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Proteção solar

Escolha o produto que mais se adapta ao seu tipo de pele.

Vichy A marca desenvolveu o Capital Soleil BB Aera-mousse FPS 30 especialmente para o Brasil. São cinco funções em um mesmo produto: sua textura matifica, suaviza, unifica o tom e as irregularidades da pele e ilumina, além de garantir a proteção UVA/UVB. A embalagem especial libera a espuma na quantidade necessária para usar no rosto e colo. Atendimento ao consumidor: 0800 701 1552

lA roche-PosAy O Anthelios Ae Serum FPS 30 vem com duas novidades. A primeira é a textura serum aquosa, com rápida absorção e toque imperceptível, o que deixa a pele fresca, hidratada e protegida. A segunda é a ação antienvelhecimento da fórmula, uma exclusiva combinação de ácido hialurônico fragmentado que penetra profundamente. Traz também um complexo antioxidante com Vitamina E e água termal que age contra os radicais livres. www.laroche-posay.com.br Atendimento ao consumidor: 0800 701 1552

Fuller A linha Safe Bronze tem protetor com FPS 15 e bloqueador hidratante 30, e pode ser usada em todos os tipos de pele. É importante observar que quanto mais clara, maior deve ser o fator de proteção solar. Para quem fica exposto ao tempo, o FPS precisa ser a partir de 30. www.tupperware.com.br Telefone: (11) 3054-5913

Adcos A marca de cosméticos tem três protetores que agregam outros efeitos. O de FPS 40 protege o DNA celular contra os raios infravermelhos e contém um complexo antioxidante, que combate os radicais livres. O de 55 tem ação hidratante, e é indicado para peles sensíveis, claras ou sensibilizadas por procedimentos de peeling ou laser. O de FPS 60 pode ser aplicado em todos os tipos de pele e tem textura soft cream, sem óleo, o que facilita a absorção. É resistente à água e protege o DNA celular. www.lojaadcos.com.br sAc: 0800 722 11 23

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SoCial

CONFIANÇA ATÉ DE OLHOS FECHADOS Associação investe no treinamento de cães-guia de cegos e cães terapeutas como forma de colaborar com a inclusão social Por alice rivero Fotos isabela kessler

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calendário está cheio de datas comemorativas curiosas: o dia 25 de abril, por exemplo, é o Dia Internacional dos Cães-Guia – aqueles cachorros treinados para conduzir deficientes visuais. Mesmo para quem não conhece cegos, e nem gosta muito dos caninos, é cada vez mais importante respeitar e saber conviver com o cão que circula a serviço do dono que não enxerga. É também um dever pela inclusão social. E é também uma lei. Andréia Queiroz, de 34 anos, revisora de livros escritos em Braille que perdeu a visão devido a um descolamento de retina, andou durante sete anos com o auxílio de uma bengala, até receber da Associação Cão Guia de Cegos, no ano passado, o golden retriever Boy. “Tive apenas um episódio mais complicado, quando fui proibida de entrar com ele em um supermercado, e só resolvemos a situação quando disse que iria chamar a polícia”, conta. “Nos demais lugares que frequento, o Boy é adorado e muito bem recebido. Ele sai para almoçar comigo e o proprietário do restaurante até reserva mesa para a gente.” Conforme explica Mônica Grimaldi, presidente da Associação Cão Guia de Cegos (ACGC) e advogada, que acompanhou como consultora técnica a redação da legislação vigente desde 2005 (Lei no 11.126), existe um movimento no Brasil para tirar o atraso em relação à presença dos cães-guias. “A população ainda não se conscientizou da função desses cachorros. Eles não são bichos de estimação, são profissionais, e podem acompanhar seus donos em qualquer lugar, sem restrição”, diz. “Seja no transporte público, seja no ambiente de trabalho e até em restaurantes, eles não podem ser barrados.” A sociabilização de cães é uma das principais dificuldades enfrentadas pela sua entidade, fundada em São Paulo por sua mãe em 1981. Essa é uma etapa do processo de adestramento – que começa com os cachorrinhos ainda filhotes, com idade entre 2 e 3 meses, e se estende por até 2 anos – que depende muito da colaboração da população. “O cão precisa, por exemplo, aprender a andar de escada rolante, a circular entre a multidão. Por isso nossos adestradores, devidamente identificados com camisetas e portando atestado de vacina do animal, os levam a locais como shoppings”, conta Mônica. “Mas, geralmente, as pessoas não entendem essa fase de adaptação e os seguranças barram a passagem do cão e do treinador, por acharem que apenas o cego poderia circular na companhia do cachorro.”

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Guias ou terapeutas: ao lado, Vini, Jimmy e Budy; Mônica (acima) explica que os cães também podem prestar outros serviços, como a visita a idosos em asilos

A associação participa de palestras e workshops para demostrar como é o trabalho dos cães guias, a fim de ganhar a simpatia da população, seja em forma de respeito ou de doações. “Não temos nenhum apoio governamental e dependemos de ajuda para custear a ração dos animais e os salários dos adestradores”, afirma ela, que é também instrutora operacional de cães guia. Contudo, já que existe uma lei nacional, o Governo Federal lançou o Plano Viver sem Limite, em 2011, que prevê a implantação de seis Centros de Treinamentos de Cães-Guia (em São Cristóvão-SE; Manaus-AM; Limoeiro do Norte-CE; Alegre-ES; Urutaí-GO; e Muzambinho-MG), além do primeiro já implantado em Camboriú, Santa Catarina. A iniciativa faz do Brasil o primeiro país da América Latina a trabalhar com esse tipo de formação que, caso seja feita fora do País, pode custar em torno de 25 mil a 30 mil dólares. Mas o trabalho da ACGC vai além: a associação também capacita pessoas. Parcerias com a Polícia Militar e com o canil da Guarda Civil Metropolitana de São Caetano do Sul treinam condutores de cães. De acordo com a advogada, esse é um trabalho ainda mais delicado, pois é preciso identificar pessoas com personalidade adequada para lidar com cachorros. “Além de ter aptidão, é preciso ter mão leve e carinho pelo animal.” Também não é todo cão que nasce para ser um guia. A raça ideal para esse trabalho é a Golden Retriever, como o Boy de Andréia, por uma questão de personalidade. Isso porque há diversas raças inteligentes e dóceis, mas também é fundamental

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que o cão seja responsável e corajoso. “São animais condutores, são os olhos do cego. Por isso devem ser capazes de tomar iniciativa e até empregar desobediência inteligente quando for preciso”, diz. Isso significa que o cão-guia pode descumprir uma ordem do dono, como “siga”, se pressentir alguma situação de perigo. Ou seja, o cão-guia não vai atravessar a rua, nem que o ordenem, se perceber que está vindo um carro em sua direção, por exemplo. Se fosse um emprego, essa profissão estaria em alta. De acordo com o IBGE, o Brasil tem 528 mil cegos e cerca de 6 milhões de pessoas com grande dificuldade de enxergar. Para ter uma ideia do déficit, a ACGC conseguiu até hoje formar apenas 70 cães. A entidade conta com a parceria de alguns canis - entre eles o Golden Sunset, o Chasse, o Lake Buena Vista e o Golden Trip – que criam cães e ajudam na seleção dos melhores filhotes para encaminhar ao treinamento. Além disso, cedem ou vendem os cãezinhos a preços especiais para a entidade, que por sua vez fornece, mas não doa os cães treinados. “Mantemos os animais patrimoniados à associação, pois assim continuamos tendo direito sobre eles. Já tivemos um cão abandonado porque a pessoa guiada casou-se e o marido não quis o cachorro dentro de casa. Isso é muito triste.” Além de ser uma oportunidade desperdiçada, já que um cão-guia normalmente custaria cerca de 20 mil reais. E os cães que não têm personalidade para ser guia? Muitos podem ser treinados para se tornar cães terapeutas, e prestar outro tipo de assistência social. Embora seja um animal para ser guiado, e não guiar, seu trabalho é muito importante especialmente junto a idosos. Tanto que Mônica leva alguns cães da associação para fazer visitas a asilos, com a intenção de movimentar e alegrar o dia de dezenas de velhinhos. Nesse caso, cães de outras raças também são superprestativos. “Recebemos recentemente um yorkshire para treinamento de cão terapeuta. Lidar com essas raças pequeninas é bem interessante, principalmente porque são animais que podem ficar no colo, para receber e dar carinho.”

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trabalho sério: eles não podem ser tratados como animais de estimação, pois correm o risco de se distrair; a fotógrafa Isabela e a treinadora Luciana Custódia mostram as habilidades dos cães

Como lidar Com o Cão-guia •

O cão-guia, quando está trabalhando, é os olhos do deficiente visual.

Não toque, não fale, não alimente ou distraia quando avistá-lo trabalhando com seu utilizador em via pública, logradouro, estabelecimentos públicos ou particulares.

O cão-guia não deve ser tratado como um animal de estimação.

Não dê ao cão-guia comandos, isso deve ser feito somente pelo utilizador.

Evite andar do lado esquerdo do cão-guia em serviço, você pode se tornar uma distração e ele poderá confundir-se. Ande de preferência no lado direito e com certa distância do deficiente visual e seu cão. O adequado é manter-se alguns passos atrás deles.

Não tente agarrar ou dirigir a pessoa quando ela estiver com o cão-guia. Pergunte ao utilizador se ele necessita do seu auxílio e, se ele concordar, ofereça o seu braço esquerdo.

Tempo de serviço: os cães-guia trabalham em média até os 8 anos de idade, quando passam a ser considerados idosos. Devido ao declínio no rendimento do seu trabalho, o cão deve ser aposentado.

Serviço Para saber como colaborar, acesse caesguia-acgc.blogspot.com.br ou www.caesguia.com.br Fotos: isabelakessler@gmail.com

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F I E L D D AY 2 0 1 3

CLIMA DE FESTA

O Field Day 2013, em 30 de novembro, foi embalado por um caloroso clima de confraternização. Foram realizadas a tradicional Taça Mensal e as finais do Match Play. Após as partidas, todos reuniram-se para o almoço com frutos do mar preparado pelo chef Arthur e sua equipe. Logo após, Aluízio Rebello de Araujo abriu a solenidade de premiação dos torneios internos do ano com um discurso e o capitão Alfredo Breda comandou com carisma a cerimônia, lembrando as realizações do ano. Novidade: os troféus, fabricados e gravados no exterior, foram importados especialmente para o evento.

1 1. Beto Dias, Sergio Del Porto, Cacá Vieira, Paulo Ronaldo, Gilberto Pereira, Tom Zé Dias, Pedro Vergani, Mario Lima, Rony Blinder e Celso Ogawa. 2. Hermes Morete.

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3. Cacá Vieira e Paulo Ronaldo 4. Ângela Rappa e Sergio Del Porto 5. Luciano Leo e Paulo Costa 6. Geraldo Vieira e Reinaldo Piscopo 7. Tom Zé Dias e Gilberto Pereira

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13 9. Reinaldo Piscopo 10. Rubens Martire, Massami Uyeda e Hermes Morete 11. Mariana Ogawa, Beatriz Do Valle, Silvia Nishi e Hiroe Wakabayashi 12. Edmond Lati 13. Luis Henrique 14. Alfredo Breda, Massami Uyeda Jr., Massafumi Wakabayashi e Paulo Ossamu 15. Waldemir Pettenรก e Esposa. 16. Geraldo Vieira, Flรกvio Lattes, Mauricio Azevedo, Paulo Costa, Alfredo Breda e Eduardo Costa

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17. Marina Leo, Helena, Luciano Leo Jr. e Isabela 18. Geraldo Vieira, Silvia Nishi, Celso Teixeira Fยบ, Giampaolo Michelucci e Alfredo Breda 19. Geraldo Vieira, Paulo Ronaldo, Mario Lima, Alfredo Breda, Giampaolo Michelucci e Claudio Raupp 20. Fernando Lomonaco, Alfredo Breda, Tuca Gantus, Silvia Nishi 21. Luciano Leo Jr e Dr. Aluizio Araujo 22. Axell Santos, Roberto Ferrari, Sergio Del Porto, Yara Pavan, Alfredo Breda, Paulo Ronaldo, Reinaldo Piscopo e Henrique Piscopo 23. Claudia Rappa, Luciano Leo Jr. Massami Uyeda, Alfredo Breda, Silvia Nishi e Massami Uyeda Jr. 24. Luiz Roberto (Pitico), Dr. Aluizio Araujo, Hiroe Wakabayashi, Alfreda Breda, Claudia Rappa, Silvia Nishi 25. ร ngelo Ferrari, Ricardo C. Pavan, Sergio Del Porto, Alfredo Breda e Luciano Leo Jr.

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1 M AT C H P L AY 2013

MARIDO CONTRA MULHER

As finais do Match Play de 2013, também no dia 30 de novembro, tiveram uma disputa inédita entre marido e mulher: Sérgio Del Porto e Ângela Rappa jogaram na última etapa da categoria B, e ele saiu vencedor. Na A, a título estava entre Pedro Vergani e Giampaolo Michelucci, e o segundo sagrou-se campeão após uma partida acirrada.

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1. Marina Leo e Luciano Leo Jr. 2. Luciano Leo Jr. Marina Leo, Alexandre Martins e Gilberto Pereira. 3. Alexandre Martins e Kevin Bulman. 4. Alexandre Martins. 5. Gilberto Pereira. 6. Luciano Leo Jr.

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TINTIM

REVEILLON

A festa de Réveillon no Club House teve decoração especial, com buquês multicoloridos, queima de fogos e um cardápio feito sob medida para garantir muita sorte em 2014!

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1. Eduardo e Maria Clara 2. Fabiana e Lorena 3. Eduardo, Maria Silvia, Melissa e Maria Clara 4. Giampaolo, Claudia e Clara 5. Mauricio, Rafael, Claudia, Lucas, Roberto e Angela 6. Silvia e Massami Junior 7. Ana Helena, Carlos e Dr. Aluizio 8. Clara, Tahli e Maria 9. Angelo

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17. Erci, Irene e Marina 18. Lorena 19. Giampaolo, Claudia, Clara e Carlos 20. Ă‚ngela, Claudia, Roberto, Alessandra e Sergio 21. Silvia , Massami Junior

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25 22. Gena, Claudia e Silvia 23. Ă‚ngela, Alessandra e Mariana 24. Mauricio e Claudia 25. Sergio, Alessandra, Roberto e Mariana 26. Alegria das crianças

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27. Sergio, Erci, Paula e Roni 28. Ângelo, Lucia , Roberto Daniela, Aires e Nancir 29. Lucia e Ângelo 30. Gabriel e Lucas 31. Jorge, Lorenço e Antonia

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34 32.- Silvia, Junior, Roni e Sergio 33.- Jorge e Lorenรงo 34.- Giuliano e Luciana 35.- Angela, Claudia, Alessandra e Mariana

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GRAMA NO MUNDO

O INÍCIO DE UMA VIDA COMO PROFISSIONAL Baltusrol, que já sediou 16 campeonatos nacionais, teve um papel decisivo em minha carreira Por Kevin Bulman

C

rescendo em Sheffield, Alabama, eu nunca poderia ter imaginado até onde o jogo de golfe me levaria na vida. Se, a 25 anos atrás, tivessem me perguntado o que planejava fazer em minha vida, eu teria respondido que o projeto era tornar-me um fisioterapeuta, especializado em atletas e lesões relacionadas ao esporte. Com certeza, nunca teria imaginado que estaria vivendo no Brasil, trabalhando como um profissional de golfe. Não me interpretem mal, eu já tinha um enorme amor pelo jogo e sempre quis estar perto do golfe. Mesmo tendo sucesso, vencendo torneios na universidade, como amador, eu não considerava que meu nível de jogo fosse bom o suficiente para pagar as contas como profissional. Naquela época senti que precisava escolher uma carreira que trouxesse estabilidade à minha vida, em conjunto aos recursos financeiros, para sempre poder praticar o esporte que tanto amava. Foi em 1995 que minha vida mudou para sempre, graças ao Baltusrol Golf Club e a Bob Ross. Eu mal havia completado dois anos jogando golfe universitário para o Northwest Shoals College, no Alabama, e tinha me transferido para a Kean University para prosseguir em meus estudos em Nova Jersey.

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Por sorte, o Baltusrol Golf Club fica a apenas 10 minutos da Kean University. Eu me lembrava que, dois anos antes, havia visto na televisão Lee Janzen vencer o US Open ali. Fui até lá verificar o que poderia fazer para talvez conseguir um trabalho de meio período como caddie ou no clube. O objetivo era ganhar um dinheiro extra, mas a real motivação era a possibilidade de jogar às segundas-feiras nos dois famosos campos em Baltusrol. Eu acho que o destino já estava entrando em cena. Por sorte havia uma posição, recentemente aberta, na equipe de golfe. Assim, com meus antecedentes e experiência como jogador, Bob Ross, o PGA Head Professional, me ofereceu a oportunidade que jamais teria imaginado. E apenas três meses depois de meu início, ele se aproximou e sugeriu que se eu quisesse mudar minha carreira, para me tornar um profissional da PGA, ele iria me tomar sob sua proteção e fazer o que lhe fosse possível para me ajudar. Era uma decisão difícil porque significava que eu não poderia concluir o programa de seis anos para fisioterapeuta. Mas eu sabia que uma oportunidade dessas no golfe não era muito frequente. Eu sabia, em meu coração, que isso era o que eu deveria fazer em minha vida a partir daquele momento, e

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Boas lemBranças: Kevin Bulman (primeiro à esquerda) na época em que jogava no campo, que fica a um pulinho de Nova York e foi criado em 1895

assim me dediquei à nova carreira. Por sorte, foi possível permanecer na universidade, mas foi necessário mudar para uma formação em ciências naturais para acelerar a conclusão do curso e, ao mesmo tempo, possibilitar meu treinamento e estudos para me tornar um profissional da PGA. Eu fiquei no Baltusrol Golf Club por quatro anos, trabalhando, treinando e concluindo o “Golf Professional Training Program”, no qual me graduei em abril de 1999, recebendo a certificação de Profissional Classe A da PGA of America. Depois de minha graduação, no mesmo ano, uma nova oportunidade surgiu, e fui trabalhar no Robert Trent Jones Golf Club, na Virginia do Norte, que já estava se preparando para sediar a President’s Cup do ano 2000. Enfim, eu poderia seguir falando e falando de minha carreira. O Robert Trent Jones Golf Club é outro grande clube, mas vou guardá-lo para uma outra ocasião.

Mais sobre o baltusrol

“Vou sempre contar Baltusrol como um de meus campos favoritos – é certamente um dos melhores do mundo.” Jack Nicklaus, campeão do U.S. Open em Baltusrol em 1967 e 1980

O Baltusrol Golf Club, sinônimo de campeonatos de golfe, situa-se na base da Montanha de Baltusrol, no norte de Nova Jersey, a um pulinho da cidade de Nova York. Com uma rica tradição que vem desde 1895, Baltusrol é considerado um dos principais do país. Seus dois circuitos de campeonato, The Lower e The Upper, têm desempenhado papéis de distinção no cenário nacional desde sua criação , pelo arquiteto da “golden age”, A.W. Tillinghast, em 1922. Juntos, os campos já sediaram 16 campeonatos nacionais, incluindo sete U.S. Opens e PGA Championship. O 98o PGA Championship está programado para retornar em 2016.

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A forรงA do olhAr A associada Paola Otero conseguiu unir num raro momento sorte, perspicรกcia e sensibilidade para registrar a coruja imรณvel em um galho que explode em brotos verdes.

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Construções

Há maiS de 10 aNOS CONSTRUiNdO NO FazeNda da GR ama

vai CONSTRUiR, CONSUlTe-NOS

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a fazenda de sempre com uma nova proposta.

Imagem meramente ilustrativa

Em breve o Fazenda da Grama irá abrigar um novo condomínio chamado Casas da Grama. Luxuosas residências de 350m2 com vista para o campo de golfe e para a natureza, assinadas pelos renomados arquitetos Antônio Scarpa e Dado Castello Branco. Uma novidade que trará muitos benefícios para todos os associados e oferecerá para um seleto grupo de pessoas a oportunidade de usufruir do melhor da vida em um novo estilo.

casas da Grama CMYK c 25 - m 00 - y 95 - k 80 c 00 - m 00 - y 00 - k 100

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