Star wars - Uma nova esperança

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RYDER WINDHAM

São Paulo 2017


A New Hope: The Life of Luke Skywalker © 2007 by Lucasfilm Ltd. & ™. All rights reserved. Used under authorization. © 2017 by Universo dos Livros Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Diretor editorial Luis Matos Editora-chefe Marcia Batista Assistentes editoriais Aline Graça Letícia Nakamura Tradução Felipe CF Vieira

Revisão Alexander Barutti Juliana Gregolin Arte Francine C. Silva Valdinei Gomes Capa Valdinei Gomes

Preparação Nestor Turano Jr.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057

W732s Windham, Ryder

Star Wars : uma nova esperança – a vida de Luke Skywalker/Ryder

Windham ; tradução de Felipe CF Vieira. – São Paulo: Universo dos Livros, 2017.

192 p.

ISBN: 978-85-503-0052-8

Título original: Star Wars: a new hope – The life of Luke Skywalker

1. Literatura norte-americana 2. Ficção científica I. Título II. Vieira, Felipe CF

16-0902

CDD 813.6


Em memรณria de Archie Goodwin


Prólogo

– Você às vezes pensa sobre nosso pai, Leia? – Luke perguntou. – Não – Leia respondeu sem hesitar. – Não penso, nunca. Luke Skywalker e a princesa Leia Organa estavam a bordo da Nova Esperança, um cruzador pesado classe Couraçado que atualmente servia como nave-chefe de Mon Mothma, a recentemente eleita conselheira-chefe da nascente Nova República. Estavam numa sala de reuniões perto da ponte de comando do cruzador, diante de uma larga janela que mostrava um pequeno planeta vermelho orbitando um sol brilhante. – Oh – Luke disse. – Não sei como dizer isso, mas… Bem, já se passaram alguns meses desde que ele morreu e acho que precisamos conversar sobre algumas coisas. Sei que você ainda está aborrecida por causa de ele… – … Ter me torturado? – Leia o interrompeu. – Por ter ficado simplesmente olhando sem fazer nada quando o Grande Moff Tarkin destruiu Alderaan? Por decepar a sua mão? Por matar mais pessoas do que poderíamos imaginar? – Ela fez um gesto para o planeta vermelho e acrescentou: – Você tem alguma ideia de quantos chubbits morreram em Aridus por causa de Vader?


Luke sabia muitas coisas sobre os infelizes chubbits, mas permaneceu em silêncio. Enquanto Leia observava o espaço sideral, ela disse: – Parece que, em todo lugar a que vamos, encontramos mais vítimas de Vader, mais evidências de seu terrível serviço ao Império. – Ela sacudiu a cabeça. – Por que eu iria querer pensar sobre aquele monstro? – Porque nosso pai não foi apenas Darth Vader – Luke disse. – Ele também foi Anakin Skywalker, um Jedi. Eu já contei a você sobre o que aconteceu na Estrela da Morte em Endor, sobre como ele me salvou do imperador e… – Como ele salvou você? – Leia disse. – Luke, se eu me lembro bem, Vader entregou você ao imperador. – Ela suspirou. – Sei que você acredita que Anakin Skywalker retornou no final, e se é assim que você prefere se lembrar dele, como o herói Jedi que destruiu o imperador, então isso é uma decisão sua. Mas você não pode esperar que eu faça o mesmo, porque o meu pai, Bail Organa, o homem que me criou, morreu em Alderaan. – Desculpe, Leia – Luke disse. – Eu apenas pensei que… – Você pensou errado, Luke – Leia retrucou. – Tenho coisas mais importantes do que isso na minha cabeça. Caso não tenha notado, o Império não morreu com o imperador. Não sabemos quantos Destróieres Estelares ainda estão em serviço. Moff Harlov Jarnek bloqueou a capital Spirador. Centenas de planetas precisam da nossa ajuda. – Ela se afastou da janela. – Agora, se me permite, eu tenho uma reunião para participar. Os chubbits, não é para menos, estão cautelosos com qualquer forasteiro, mas estou determinada a convencê-los de que uma aliança com a Nova República é a melhor defesa contra o Império. – Ela se virou e se dirigiu para a saída da sala. Sozinho, Luke voltou a olhar para Aridus. Ele já visitara o planeta desértico antes. Exceto pelo sol único, Luke o achava muito semelhante a seu planeta natal, Tatooine. Tanta coisa havia acontecido desde o dia em que deixara o espaçoporto de Mos Eisley com Ben Kenobi a bordo da Millenium Falcon.

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Naquela época, seu maior desejo era se aventurar por outros mundos. Nunca imaginara que eventualmente encontraria o pai que achava que estava morto, descobriria que a princesa Leia era sua irmã ou que se tornaria um defensor da Aliança Rebelde. Mas apesar de suas conquistas e muitos bons amigos, Luke sentia que algo estava faltando em sua vida, como se parte dele estivesse incompleta de alguma forma. O Império havia destruído quase todos os registros da Ordem Jedi, incluindo qualquer informação sobre Anakin Skywalker, deixando Luke com muitas questões sobre seu lugar no universo. Será que posso evitar os erros do meu pai? Será mesmo que todos os outros Jedi se foram? Como posso ser um bom Jedi quando sei tão pouco sobre eles? Apesar da aparente falta de interesse de Leia, Luke acreditava que era importante descobrir mais coisas sobre a vida de Anakin Skywalker. Como posso me conhecer se eu nunca realmente conheci meu pai? Ele não sabia se esse conhecimento traria mais sabedoria ou satisfação. Tudo que sabia era que ainda se sentia sozinho e deslocado, da mesma maneira que se sentia quando era um pequeno garoto, crescendo numa desolada fazenda de umidade na vastidão desértica de Tatooine…

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Capítulo Um

– A lguém está me olhando, tia Beru? – Luke perguntou. Beru Lars estava em sua cozinha, fazendo biscoitos. Ela olhou para o garoto de quatro anos de idade, o filho do meio-irmão de seu marido, que se sentava nos degraus duros que levavam para a alcova de jantar. – Sua tia Dama vem ver todos nós. Ela já deve estar ­chegando. Luke estranhou. – Não. Eu não quis dizer a tia Dama. Eu quis perguntar se tem alguém me vigiando. Beru sorriu. – Você está aqui comigo, então eu estou vigiando você. O garoto sacudiu a cabeça. – Não. Não você ou o tio Owen. Eu quis dizer outra pessoa. Alguém que eu não consigo ver. Beru quase derrubou a colher da mão. Ela baixou o utensílio ao lado da vasilha que continha uma mistura cinzenta e tentou manter a voz calma quando perguntou: – Por que você acha isso, Luke?


Luke segurava um pequeno solodeslizador de brinquedo. Ao virar o objeto na mão, ele disse: – Eu senti que tinha alguém perto de mim. Achei que fosse alguém atrás de mim, mas quando olhei… – Ele virou a cabeça na direção da alcova de jantar, depois voltou a olhar para sua tia. – Não havia ninguém ali. Beru suspirou. – Nós vivemos muito isolados aqui na fazenda, Luke, então é normal ficar um pouco apreensivo. É só sentir um ventinho ou ouvir algum barulho e a sua imaginação começa a pregar peças em você. – É mesmo? – Luke disse. – Mas, dessa vez, eu não ouvi o vento nem nada. Beru se apoiou no balcão para se manter estável. – Você já sentiu isso outras vezes? – Sim, às vezes, quando eu brinco lá fora – Luke disse. – E sempre que a gente vai até Anchorhead. Beru se aproximou e se ajoelhou ao lado de Luke. Tocando gentilmente seus braços, ela disse: – Luke, isso é importante. Você nunca viu de verdade um homem olhando para você, viu? Luke inclinou a cabeça para o lado enquanto olhava nos olhos de sua tia. – Você acha que é um homem? Beru sacudiu a cabeça. – Não, desculpe. Não foi isso que eu quis dizer. Eu quis dizer alguém, qualquer pessoa. Você nunca notou ninguém? Luke negou com a cabeça. – Não, senhora. Naquele momento, eles ouviram o som de um solodeslizador parando lá fora, e o tio Owen gritou: – Beru! Sua irmã chegou! Beru olhou rapidamente para a alcova de jantar, depois voltou a olhar para Luke.

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– Acho que é melhor não falar nada disso para o seu tio. Essa sensação que você às vezes sente pode deixá-lo preocupado. Você sabe como ele é quando se trata de estranhos e intrusos. E nós não queremos preocupar o tio Owen, não é? – Não, senhora – Luke disse. – Então, é só uma sensação? Não tem ninguém olhando para mim de verdade? – É isso mesmo – Beru disse. – Agora, vamos receber a sua tia Dama. Luke se levantou, ainda segurando o solodeslizador de ­brinquedo. A fazenda dos Lars, em Tatooine, consistia de vários ambientes no subterrâneo que davam para um espaço entre muros altos que servia como o pátio central. Beru tomou a mão livre de Luke e o conduziu pelo pátio, subindo por uma escada e depois passando por outra escadaria interna. Foi uma longa subida para um garoto tão pequeno, mas Luke não reclamou. Ele disse: – A tia Dama possui um solodeslizador novo. – Como você sabe disso? – Beru perguntou. – Antes de o tio Owen chamar você, eu ouvi o som do motor chegando. Parece tremer menos do que o velho. A escadaria interna os levou para a porta arqueada do domo de entrada da fazenda. Quando Luke e Beru saíram pela porta e receberam o calor escaldante dos sóis gêmeos de Tatooine, uma mulher sorridente se aproximou. – Aí estão vocês! – Olá, tia Dama – Luke disse. Ele mostrou seu brinquedo. – Eu também tenho um solodeslizador! Dama Whitesun Brunk era a irmã mais nova de Beru. O marido de Dama, Sam, também era um fazendeiro de umidade. Eles viviam em Anchorhead, um dos mais antigos assentamentos de Tatooine, onde possuíam e operavam um pequeno hotel. Embora Anchorhead ficasse a apenas vinte quilômetros da fazenda dos Lars, Dama e Sam os visitavam pouco.

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– Minha nossa, Luke – Dama disse ao se abaixar para abraçá-lo. – Você está crescendo mais rápido do que um ronto! – Soltando Luke, ela se levantou para abraçar sua irmã. – Estou tão contente em ver você, Beru. – Você parece muito bem, Dama. – Desculpe passar tanto tempo sem visitá-los. Entre cuidar da fazenda e do hotel, parece que nunca temos tempo para mais nada. Luke olhou atrás de Dama e viu Sam Brunk e o tio Owen ao lado de um solodeslizador verde-escuro com uma cabine em forma de bolha e três propulsores de cada lado. Querendo olhar o veículo mais de perto, ele começou a se aproximar. Owen e Sam estavam de costas para Luke, olhando para as unidades de vaporização de umidade que se espalhavam uniformemente pelo solo desértico, e conversavam sobre coisas que fazendeiros de umidade sempre conversam. – Como está a safra? – Não posso reclamar. – Eu precisei substituir dois vaporizadores. – Quebrados? – Roubados. – Jawas? – Provavelmente. Vendo que os dois homens estavam perdidos naquela conversa a ponto de não notarem Luke, o garoto chegou perto do deslizador e estudou o emblema e a inscrição em Aurebesh posicionados abaixo da cabine: Flutuador Deluxe Mobquet A-1. Ele sentiu orgulho por ter aprendido a ler o Básico com antigos data-tapes educacionais que sua tia Beru havia lhe dado, mas Luke não sabia direito como pronunciar Mobquet. Luke circulou até a frente do deslizador e estava admirando as aberturas de ar do nariz do veículo quando notou Beru e Dama caminhando na direção de seus maridos. Dama revirou os olhos e disse:

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– Imagino que vocês estão conversando de novo sobre a rica história cultural de Tatooine. Sam Brunk riu levemente. – Não, mas falando em história… vocês ouviram falar que o Império proibiu as corridas de pod? Beru e Owen negaram sacudindo a cabeça. Sam continuou: – Ouvi isso em uma reportagem da HoloNet. Primeiro, achei que a influência do Império sobre Tatooine seria a mesma da República, ou seja, quase nenhuma. Mas já estão falando que a arena de Mos Espa vai fechar. Se isso acontecer, não teremos mais corridas de pod para… – O olhar de Sam pousou sobre os fundos da fazenda. – Tem alguma coisa diferente ali. Beru disse: – Onde? – Ali – Sam disse, apontando. – Vocês não tinham alguns tanques de suprimentos ou algum tipo de… – Sam parou de falar e todos ficaram em silêncio. Luke notou a súbita quietude e virou a cabeça para seguir o olhar dos adultos na direção do sudoeste. Exceto por alguns vaporizadores à distância, não havia nada além de chão escaldante. – Desculpe, Owen – Sam disse, finalmente quebrando o silêncio constrangedor. – Acabei de perceber o que é que está, hum, faltando. As lápides. Owen não disse nada, apenas manteve os olhos ao sudoeste. Sam disse: – Eu, hum, espero que não tenha sido obra de vândalos… – Não – Owen respondeu. – Eu mesmo removi as lápides. – Oh – Sam disse. Sem qualquer outra explicação, Owen se virou e se dirigiu para o domo de entrada. Após desaparecer, Beru disse: – Por favor, perdoem meu marido. Ele… simplesmente achou que não havia necessidade de alguém saber onde Shmi está enterrada.

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– Mas ele removeu todas as lápides – Sam disse. – Os pais e o tio dele também estão enterrados ali, não é mesmo? Beru confirmou. Luke indagou: – Quem é Shmi? Beru pulou de susto. Ela não havia percebido Luke na frente do deslizador e não sabia que ele estava ouvindo a conversa. Ela olhou para Dama, depois olhou de volta para Luke. – Shmi era a sua avó, Luke. – Oh. Meu pai também está enterrado ali? – Não – Beru replicou. – Seu pai não morreu em Tatooine. – Oh – ele repetiu. Depois, olhou para Dama e Sam e disse: – Meu pai era piloto de um cargueiro de especiarias. Meu tio Owen me contou.

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