Louco por elas

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A. C. MEYER

Um conto especial da série After Dark

São Paulo 2016


Diretor editorial Luis Matos Editora-chefe Marcia Batista Assistentes editoriais Aline Graça Letícia Nakamura Arte Francine C. Silva Valdinei Gomes

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Capa Rebecca Barboza

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Queridos leitores, Voltar ao universo da série After Dark é sempre especial, mas escrever sobre Daniel e Julie tem um sabor ainda mais doce. Adoro ver como o Daniel amadureceu e se tornou um homem de família, e apreciar a coragem da Julie por ter saído de sua zona de conforto e lutado pelos seus sonhos. Tudo isso valeu muito a pena. Espero que esse conto sirva para matar um pouquinho da saudade dos nossos amigos. E podem ler sem preocupação, pois não há nenhum spoiler de Encantada por você. Não deixem de me contar o que acharam do conto e dos livros da série! Beijos, A. C. Meyer Site: http://www.acmeyer.com.br Facebook: http://www.facebook.com/a.c.meyeroficial Twitter: @acmeyerbooks Instagram: @acmeyerbooks


Daniel

— É a sua vez — Julie fala, sua voz formando um grunhido baixo de quem mal tinha acabado de encostar a cabeça no travesseiro. São três e meia da manhã e havíamos passado a noite em meio à comemoração de dia dos pais, com nossos amigos e familiares. Estávamos exaustos depois de nos dividir entre correr atrás das crianças e acabar com aquela última garrafa de vinho. — Se você for, eu compro chocolates amanhã. Aquele ­suíço de que você gosta — sugiro, pois sei que a proposta vai deixá-la balançada. Julie ergue a cabeça e me olha. Ela parece considerar a oferta por alguns instantes, até que faz uma careta que me suscita o desejo de puxá-la para perto de mim e roubar-lhe um beijo. — Elas ainda não se acostumaram com o meu cabelo novo. Provavelmente teremos duas, em vez de apenas uma menininha chorando. — Ela deita a cabeça no travesseiro novamente e eu me inclino sobre ela, beijo seus lábios com carinho e sigo rumo ao quarto das gêmeas. Ela tem razão. Na verdade, nem eu tinha me acostumado direito ao seu novo visual: os longos cabelos loiros que tanto amo agora estão curtos, num comprimento pouco abaixo do queixo. Ela continua linda, como não poderia deixar de ser, mas o novo corte demonstra aquilo que a minha Julie havia se

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tornado: uma mulher. Ela não é mais a garotinha que vi crescer e que sempre achei frágil e delicada. Ela é uma das pessoas mais fortes que conheço, uma mulher inteligente, decidida e que cuida de nós — a sua família — com todo o amor que possui no coração. Entro no quarto de Charlie e Chloé, que fica logo ao lado do nosso. O cômodo está completamente escuro, exceto pela luz noturna que brilha perto dos berços. Para minha surpresa, quem está chorando não é a Chloé — a mais sensível e delicada das gêmeas. Charlie está deitada, os pequenos lábios curvados em um beicinho, enquanto o peito sobe e desce a cada vez que um soluço escapa. É raríssimo ver o choro de Charlie. Apesar de gêmeas, as meninas idênticas na aparência são completamente diferentes na personalidade. Chloé puxou a Julie: doce, sentimental, carinhosa. Adora bonecas e faz charminho para ganhar beijos estalados. Já Charlie é muito parecida comigo quando eu era criança — segundo o que diz minha mãe. Ela é destemida, vivaz, aventureira e raramente chora, o que faz com que o meu coração quase se quebre ante a visão da minha garotinha em prantos. — Ei, amorzinho, o que houve? — pergunto baixinho, na tentativa de evitar que Chloé acorde. Pergunto-me, inclusive, como o choro da irmã ainda não exerceu esse poder. Charlie pisca e olha para mim. Ela tenta segurar as lágrimas, demonstrando a menina corajosa que é. Mas, como toda pequena guerreira, há momentos em que nossas bebês precisam do conforto dos braços do papai. E é aí que eu entro. — O papai chegou, meu amor — conforto-a enquanto a retiro do berço e a puxo para os meus braços, aconchegando seu corpinho junto ao meu peito. Ela encaixa a cabeça na curva do meu pescoço, suspira e coloca a mãozinha no meu queixo, como sempre faz desde que comecei a usar um ­cavanhaque.

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Viro na direção do outro berço e vejo Chloé sentada com a mãozinha na boca enquanto olha em nossa direção, e eu fico me perguntando se ela também vai começar a chorar. Por favor, Deus, não deixe que ela chore. Eu odeio ver qualquer uma das duas chorar. Para distraí-las, começo a cantar a música do desenho favorito de ambas, Enrolados: Brilha, linda flor Teu poder venceu Traz de volta já O que uma vez foi meu Cura o que se feriu Salva o que se perdeu Traz de volta já O que uma vez foi meu O que uma vez foi meu. Eu não tinha o talento musical da minha esposa, mas conseguia entreter o meu pequeno público infantil. Chloé parece hipnotizada ao ouvir a música, enquanto Charlie se aconchega ainda mais em meu peito e suspira. Neste momento, ouço um som muito suave, mas cujo poder me faz tremer da cabeça aos pés. — Papá. Olho para Charlie, tentando descobrir se meus ouvidos estão me pregando uma peça. — O que você falou, meu amor? — pergunto, o coração batendo forte em meu peito. — Papá — Chloé murmura e meus olhos se voltam para ela. — Ah, meu Deus — sussurro e vou até o berço no qual ela continua sentada, mordendo a mão serenamente. — Fala de 6


novo, amorzinho — eu peço e ela sorri, piscando os grandes olhos, verdes como os meus. Charlie levanta a cabeça, esfrega meu queixo mais uma vez, olha em meus olhos e articula, dessa vez em alto e bom som: — Papá. — Papá. — A palavra agora vem do berço e eu olho de uma garotinha para a outra, sentindo minhas pernas bambas e meu peito como se prestes a explodir. — Sim, meus amores, é o papá — confirmo com a voz embargada. Como se nada de mais tivesse acontecido, Chloé se deita, fecha os olhos e volta a dormir. No meu colo, sinto o peso do corpo de Charlie e sua respiração compassada me dá a dica de que ela também pegou no sono. Eu a coloco de volta no berço, sentindo os olhos cheios de lágrimas de emoção. Saio lentamente do quarto e vejo a luz da varanda de casa acesa à medida que encontro Zach sentado em uma das cadeiras enquanto acaricia Pepper, nosso golden retriever. Zach parecia ter sido atropelado por um caminhão. Um reflexo da minha aparência, com toda a certeza. Ele e Jo, bem como Rafe e Jenny, passaram a noite em nossa casa. — Ei, cara, tudo bem? — pergunto e me sento, ainda bastante abalado com o momento com minhas filhas. Zach ergue os olhos para mim e sorri. Sua expressão está diferente, como se ele soubesse de todos os segredos do mundo e, quando ele se põe a falar, me dou conta de que aquele é o mesmo sorriso que eu devo abrir quando esses pequenos milagres da vida acontecem comigo, como foi o caso do belo presente que as minhas filhas me deram. — O bebê se mexeu pela primeira vez. Foi… mágico. — Os olhos dele se enchem de lágrimas de emoção. Eu te entendo perfeitamente. É realmente mágico observar o crescimento

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da vida diante dos nossos olhos. — Desculpe, eu ainda estou um pouco… abalado. — Eu entendo. — Bato em seu ombro, feliz por poder compartilhar um momento desses com um dos meus melhores amigos. — As meninas… Bem, elas acabaram de me chamar de papai — confesso, ainda inseguro, como se aquilo não tivesse passado de um sonho. — Sério? — Zach pergunta, sorrindo. Em outra época, eu acharia a ocasião um pouco constrangedora. Sentir-me emocionado com algo assim era impensável, mas aquelas meninas hoje significam tudo para mim. E eu sei que ele entende. ­Entende de verdade. — Sim, pode acreditar? As duas falaram papai. — Abro um sorriso ainda maior, o orgulho transbordando em meu peito. — Uau, Danny, que máximo! — Dessa vez é ele quem bate em meu ombro. Pepper balança o rabo, como se estivesse concordando com ele. O som do deslizar da porta abrindo chama a nossa atenção e nos deparamos com a entrada de um Rafe igualmente emocionado na varanda. — Ei, cara, o que houve? — Zach pergunta e ele estende um pequeno papel cor-de-rosa, repleto de adesivos de corações e flores colados. No meio, com uma letra tremida, está escrito o motivo de ele estar assim:

EU Amo O MEu PApAi.

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— É a primeira frase inteira que ela escreve — ele explica, se referindo à Maggie, que estava sendo alfabetizada. — Nunca imaginei que pudesse amar tanto uma criança. Zach e eu balançamos a cabeça em concordância. Nossos filhos estavam em momentos diferentes da vida, Maggie começava a aprender a ler e a escrever, as gêmeas aprendiam a falar, e o bebê da Jo ainda era apenas um pontinho em sua barriga, mas todas essas crianças nos ensinavam diariamente o poder do amor ilimitado. Por um tempo, ficamos ali fora estufando nossos peitos e brincando uns com os outros sobre quem tinha recebido o melhor presente de dia dos pais. Claro, cada um achava que o seu era o melhor. Retornamos aos nossos respectivos quartos e, ao entrar no meu, vejo Julie deitada na cama. Lentamente, ela abre os olhos sonolentos e, ao me ver, me lança um sorriso tão cheio de amor, exatamente o mesmo amor que eu sinto por ela. Jamais imaginei ser possível sentir isso por alguém e sei que só é possível senti-lo pois é com ela e com os pequenos bebês que estão no quarto ao lado. Elas são o meu pedacinho de paraíso e eu sou muito, mas muito grato, por ter tido uma segunda chance da vida. — Ei, o que foi, amor? — ela me pergunta, a voz rouca de sono. Sorrio e sigo para a cama, enfiando-me debaixo das cobertas e a puxando para perto de mim. — As meninas me chamaram de papai — comento, ainda sem conseguir acreditar completamente. Ela levanta a cabeça e olha nos meus olhos; emoção e doçura refletiam dos dela. — Ah, meu Deus! — Julie fala, passando a mão pelo meu rosto. — Foi um presente de dia dos pais, amor!

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— O melhor que eu poderia ganhar — concordo, ostentando um sorriso orgulhoso. — Eu te amo tanto! — ela fala e me beija. Eu me afasto lentamente, apenas o suficiente para olhar em seus olhos. Acaricio seu rosto com a ponta dos dedos e falo: — Tem dias que eu sinto como se meu coração fosse explodir de tanta felicidade. Não sei se já te disse isso antes, baby, mas sou tão grato por ter você na minha vida… pelo presente que é ter você ao meu lado. Eu te amo, e sou louco por você. E por elas, as meninas mais lindas desse mundo. Julie sorri, as lágrimas começando a cair. Eu a puxo para um beijo e antes que nossos lábios se unam, ela murmura: — Feliz dia dos pais, melhor papai do mundo!

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Livros da sĂŠrie

After Dark


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Louca por você Atenção: Esse livro contém altas doses de romance, situações hilárias, garotos sensuais e o best friend gay mais maravilhoso de todos os tempos… Julie tem dois grandes sonhos: cantar profissionalmente e fazer com que Daniel a enxergue como mulher. Ele é o charmoso dono do badalado bar After Dark e se diz avesso a compromissos, sempre pronto para noitadas casuais. Em uma noite de muito movimento, o estabelecimento se vê sem um vocalista para dar continuidade à programação musical, e Julie é colocada por um dos sócios de Daniel à frente da banda para resolver o problema. Mas a voz e a presença de palco da nova cantora encantam o público… e também o atraente garanhão. Descontrolado de ciúmes, Daniel está disposto a usar toda a sua autoridade para tirar Julie dos holofotes e dar uma chance ao seu verdadeiro amor. Ele só não contava com as investidas insistentes de Alan, o sexy guitarrista da banda, que resolveu fazer de tudo para conquistar o coração da nossa mocinha. Será que o sonho de Julie finalmente vai se concretizar com Daniel, ou seu verdadeiro príncipe encantado é o guitarrista sensual?

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Apaixonada por você Depois do emocionante romance entre Julie e Daniel em Louca por você, chegou a vez de conhecermos a história de ­Johanna e Zach. Ela é uma advogada que trabalha para artistas. Ele, um empresário de muito estilo — sócio e melhor amigo do irmão dela. Quando a paixão dos dois esquenta, surge um impasse: ele quer assumir a relação para o mundo todo, mas ela tem medo da possível reação de seu irmão Danny, que confia muito em Zach. Será que Johanna, essa mulher tão decidida e independente, conseguirá não magoar seu cobiçado “senhor Delícia”? E será que Zach, para assumir o relacionamento, vai amolecer o coração do amigo Danny, que agora será papai?

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Fascinada por você O terceiro livro da série After Dark é mais uma incrível história de amor, escrita pela mesma autora dos sucessos Louca por você e Apaixonada por você. Rafe, Daniel e Zach são grandes amigos e donos da casa noturna After Dark, em Los Angeles. Nos dois primeiros volumes da série, nos apaixonamos com as histórias de Zach, que se casou com Johanna, irmã de Daniel, que por sua vez se casou e teve duas filhas com Julie, melhor amiga de infância de Johanna. Agora chegou a vez de vibrarmos com o romance entre Rafe e sua vizinha, a doutora Jenny, que é mãe da pequena e doce Maggie, que adora o “tio Rafe” — a quem ela insiste em chamar de “papai”. Jenny e Rafe são pessoas reservadas, e o passado deles pode esconder feridas que ainda não cicatrizaram. Os dois tiveram, juntos, um rápido rompante de amor em Apaixonada por você. Mas agora as coisas esfriaram, e a médica não está se mostrando aberta a um novo amor. Rafe não pretende desistir da mulher que tanto admira e deseja, por isso, fará de tudo para provar que é um amante fiel e que pode dar proteção a Jenny — principalmente agora, quando uma ameaça do passado revela-se ainda viva para ela e para sua filha.

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Encantada por você O que acontece quando você se apaixona pelo guitarrista mais assediado e garanhão do momento? Essa é a história apaixonante e encantadora que fecha a série After Dark com chave de ouro. Nos três primeiros livros da série, conhecemos os fascinantes encontros e desencontros dos casais Daniel e Julie, Zach e Johanna, e Rafe e a doutora Jenny. Mas faltava ainda um par nessa grande família… Alan é um rockstar com um passado que preferia esquecer, e que o fez prometer a si mesmo não mais se envolver profundamente com ninguém além de seu irmão Jude. Livy, uma garota do interior em meio à cidade grande, caiu no charme de Alan uma vez, mas recuou quando percebeu que ele não buscava nada além de diversão. Só há um problema, porém: nenhum dos dois consegue parar de pensar no outro. O que só fica mais forte quando Livy é escalada para uma difícil missão: acompanhar a turnê da The Band para tentar colocar um pouco de juízo na cabeça dos músicos fascinados pela vida boêmia da estrada. Será que Alan conseguirá vencer seu trauma, de maneira a vivenciar um sentimento que jamais nutriu por uma mulher, ou vai preferir continuar sua fuga eterna em noites de prazer infindável e fútil? E Livy, conseguirá superar o desapontamento com a sedução vazia de Alan e cuidar das profundas feridas remanescentes de seu passado? 19


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