1º Anuário Tele.Sintese de Inovação

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2012 160 produtos e serviรงos inovadores Os projetos premiados




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redação

A busca pela inovação

Diretora Editorial Lia Ribeiro Dias Diretora | Brasília Miriam Aquino

Luiz Fernando Veríssimo escreveu que, de todas as previsões futuristas de trinta anos atrás, a única não imaginada foi exatamente a que trouxe a maior mudança já vivida pela humanidade: a revolução dos computadores, da tecnologia da informação, das comunicações. E a revolução trazida por essa indústria só é possível porque a inovação faz parte de seu DNA. Ao longo do tempo, o conceito de inovação também mudou. Deixou os laboratórios para alcançar o mercado, a sociedade. Hoje, a inovação não se resume mais a uma boa ideia. Para ser inovadora, a ideia tem que estar

Editora-Executiva Fátima Fonseca Projeto Gráfico e Direção de Arte Gisela Dias Colaboradores Mario Ripper (consultor de metodologia de pesquisa), Bete Alina Kwara, Marina Pita e Wanise Ferreira (reportagem), Robson Regato (fotos) e 45 Jujubas (ilustração)

vinculada a um produto, a um processo, a um novo atributo que chegue

publicidade e marketing

ao mercado, ao cliente, ao usuário, ao cidadão.

Diretora de Publicidade Meire Alessandra

Um dos maiores desafios da economia brasileira é fazer com que a iniciativa privada incorpore a busca pela inovação em suas atividades. Embora os investimentos em P&D tenham duplicado nos últimos dez anos (R$ 43,8 bilhões em 2010), a participação do empresariado local é bem inferior à média mundial, menos de 0,58% do PIB nacional. Mas, deverá evoluir com as políticas públicas de apoio à inovação. Nesse cenário de grandes desafios, mas também de grandes conquistas,

Executivo de Contas Leonardo Rodrigues Colaboradora Adriana Pompeu Gerente de Circulação e Marketing Edna Fonseca

administrativo-financeiro

é que a Momento Editorial decidiu lançar o Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações, com o objetivo de traçar um mapa tangível das inovações que permeiam, no mercado brasileiro, o ecossistema do segmento das comunicações. Como resultado, estão sendo premiados os melhores projetos inscritos, escolhidos por um categorizado grupo de especialistas, coordenado por Mario Ripper, consultor associado à Momento Editorial.

Gerente Adriana Rodrigues Assistente Camila Carvalho Web e Suporte de Rede Renan Cisi Gráfica Ipsis

Nesta primeira edição, foram pesquisadas 150 empresas, das quais 107 responderam ao questionário elaborado pela Momento Editorial, inscrevendo 160 projetos inovadores. A pesquisa envolveu todos os

distribuição Correios Entrega Direta

segmentos da cadeia produtiva das comunicações: fornecedores de produtos (hardware e software), fornecedores de serviços, operadoras e prestadoras de serviços de comunicações e desenvolvedores de conteúdo. No próximo ano, a Momento Editorial tem certeza de que outros tantos projetos do Anuário Tele.Síntese.

miriam aquino diretora

apoio institucional

Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações é uma publicação anual da Momento Editorial Rua da Consolação, 222 cj. 2110 01302-000 São Paulo – SP T +55 11 3124-7444 momento@momentoeditorial.com.br

inovadores estarão presentes nas páginas

foto: bernardo rebello

anuário tele síntese

expediente

jornalista responsável Lia Ribeiro Dias (MT 10.187) O conteúdo deste Anuário pode ser reproduzido livremente, mediante autorização prévia.


oi.com.br/cartaodecreditooi

seu celular oi agora também é cartão de crédito.

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2012

cenário

políticas de incentivo

12

desafios da inovação O Brasil tem avançado nas iniciativas de P&D e da inovação, mas ainda tem grandes desafios para superar, como a falta de produção local de semicondutores.

operadoras

24

questão de dna A inovação está no DNA das operadoras, que buscam no dia a dia soluções criativas para competir no mercado.

conteúdo

34

em todas as telas A explosão da demanda por diferentes conteúdos - vídeo, música, games e aplicativos - levou as operadoras a buscar novos parceiros.

Mobile payment

42

dada a largada O uso de dispositivos móveis como meio de pagamento começa a se acelerar no país e surgem novas parcerias entre operadoras, bancos e cartões de crédito.

Indústria

48

tendências dominantes Para atender a demanda por aplicações simultâneas de voz, dados e vídeo, a infraestrutura vai exigir uma comunicação de fibra e comunicação sem fio.

call center

56

adeus ao gerúndio Os serviços de atendimento ao cliente recorrem a inovações, como software inteligente e a computação em nuvem, para atender a demanda dos clientes, que estão mais exigentes.

Serviços na nuvem maior diferencial é agilidade Especialistas comparam a computação em nuvem à introdução da internet: a adoção começa lentamente e vai se acelerando.

62


7 Os premiados

ÍN DI CE

operadora de serviços de comunicações Hispamar CTBC Datora

68 70 72

fornecedor de produtos Nokia Siemens Networks Ericsson Alcatel-Lucent Juniper Networks

74 76 78 80

fornecedor de serviços M4U CPqD AsGa

82 84 86

desenvolvedor de conteúdo IE2S

88

menção honrosa Fuad Abinader, Instituto Nokia

90

tecnologia nacional Padtec

Guia de produtos e serviços

92

97

As empresas participantes do guia – mais de 100 – inscrevam um total de 160 produtos, soluções e serviços que consideram inovadores em seus portfólios.

operadoras

98

fornecedores de produtos

106

fornecedores de serviços

126

desenvolvedores de conteúdo

120


Você acredita que um dia pode virar empresário? O Sebrae acredita. Sabe aquele apoio para começar? Aquela consultoria para você inovar e revolucionar? É o nosso negócio há 40 anos. A gente orienta, mostra as tendências e oferece conhecimento sobre o negócio e o mercado. Você vai abrir sua empresa, reinventar o novo e enfrentar altos e baixos. E enquanto você acreditar, o Sebrae vai acreditar junto.

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Salto para a inovação

o brasil avança em direção à inovação, mas em ritmo lento. novas políticas de indução do desenvolvimento tecnológico podem ajudar a romper o ciclo vicioso, onde a falta de uma indústria local de semicondutores compromete o adensamento da cadeia produtiva e freia o processo. Por Fátima Fonseca  |  Colaborou Miriam Aquino


13 CE NA RIO

foto: divulgação alcatel-lucent

N

a última década, o Brasil teve avanços importantes na área de Pesquisa e Desenvolvimento – atividade que está diretamente relacionada à inovação –, tanto na definição de políticas públicas como no volume de investimentos. Mais importante do que esses avanços, criou-se a consciência de que, sem inovação, o país não vai conseguir atingir a competitividade necessária para tornar o crescimento da economia sustentável. “Em pesquisa, os investimentos em P&D mais que dobraram nos últimos dez anos”, avalia Nelson Fujimoto, secretário de Inovação do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Em 2005, os investimentos em P&D no país somaram R$ 20,8 bilhões, volume que saltou para R$ 43,8 bilhões em 2010. Outro bom indicativo é a soma dos investimentos públicos e privados, que já atingiu 1,18% do PIB nacional, um índice próximo ao da média mundial. A diferença é que em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Inglaterra e França, a maior parte do que se investe em P&D vem do setor privado. No Brasil, as empresas investem pouco. Em 2000, o investimento empresarial em P&D era de 0,47% do PIB e, em 2010, foi de 0,58%, um aumento considerado pequeno pelo governo, que estabeleceu como meta do Plano Brasil Maior fazer com que as empresas invistam, até 2014, o correspondente a até 0,90% do PIB. Uma amostra dos investimentos em inovação das empresas fornecedoras do ecossistema de comunicações no Brasil está neste Anuário. Ela envolve principalmente as empresas de capital nacional, muitas das quais contaram com linhas governamentais de financiamento ao desenvolvimento tecnológico e à inovação. Esse é o caso da Padtec, uma spin off do CPqD, que foi incubada a partir de recursos do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações) e que hoje exporta produtos de ponta no segmento de transmissão para diferentes países. Também multinacionais com fábrica e centro de desenvolvimento no Brasil geram inovação localmente, embora essa inovação se concentre mais no desenvolvimento de aplicações do que no produto em si. Entre essas empresas, destaca-se a Ericsson, uma empresa global com uma equipe local de P&D de 400 pessoas. Apesar desses avanços, o país gera pouca inovação em produto; precisa investir mais em capacitação de recursos humanos; e, na comparação com os demais países do bloco econômico denominado Brics, tem registrado crescimento do PIB inferior ao de seus parceiros. Por outro lado, contrapõe Fujimoto, o Brasil se posicionou como o segundo país em destino de investimentos estrangeiros (US$ 60 bilhões em 2011 e, até julho de 2012, já computava US$ 68 bilhões na entrada de investimentos externos), atrás apenas da China, e tem fortes estímulos para continuar atraindo o capital estrangeiro e os investimentos em inovação. “Na área de petróleo e gás os investimentos previstos são de US$ 400 bilhões até 2020; volume estimado também para a área de infraestrutura, com o PAC”, exemplifica o secretário de Inovação.


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Embora esses dados sejam gerais, englobando os vários setores produtivos do país, o resultado de uma análise pormenorizada do setor de telecomunicações não é diferente. “A inovação deriva essencialmente dos investimentos em P&D, que levam ao surgimento de novos produtos e novas tecnologias”, comenta Virgílio Almeida, titular da Sepin (Secretaria de Política de Informática), do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), responsável pela execução da Lei de Informática. “No nosso ponto de vista, P&D é essencial para gerar inovação para o setor, ainda mais que estamos falando de um segmento intensivo em conhecimento”, completa. Com a junção da microeletrônica e das telecomunicações, a partir dos anos 1980 e início dos anos 1990, esses dois setores passaram a ser o centro do sistema de inovação, observa Luiz Martins, superintendente da área de financiamento da Finep. “A capacidade da microeletrônica de colocar dentro do chip informações, softwares, tornou possível toda a operação virtual que temos hoje, com imagem, som, tudo num único sistema. E a inovação nunca é sozinha, ela opera como se fosse um conjunto de inovações que fazem a mudança do paradigma tecnológico do capitalismo”, diz Martins.

Produtos, uma lacuna No âmbito do MCTI, o principal mecanismo de incentivo à inovação se dá por meio da Lei de Informática, que permite às empresas a redução do IPI como contrapartida ao investimento de pelo menos 4% do faturamento da empresa em P&D. O Ministério acompanha a prestação de contas anualmente, mas não tem mecanismos para medir qual é o resultado concreto dessa política na inovação. Um estudo encomendado, em 2010, pelo MCTI à Unicamp para avaliar os efeitos da Lei mostrou que houve, nos dez últimos anos, aumento no faturamento das empresas e no número de empregados, mas não houve uma modificação na posição de exportação do setor. “Ou seja, se não houve aumento da exportação, de forma subjetiva, um dos pontos que podemos inferir é que não ocorreu uma inovação tão acentuada em produtos, de modo a conquistar um mercado externo maior”,

prêmio para a criatividade O Prêmio Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações é resultado de uma pesquisa junto a um universo de 150 empresas pré-selecionadas, que responderam a um questionário elaborado pela Momento Editorial com o objetivo de apresentar uma fotografia tangível do nível e do tipo de inovação que caracterizam o mercado brasileiro de comunicações e internet. A pesquisa envolveu todos os segmentos da cadeia produtiva das comunicações: fornecedores de produtos (hardware e software), fornecedores de serviços, operadoras e prestadoras de serviços de comunicações e desenvolvedores de conteúdo. Os 160 projetos inscritos por 107 empresas que aceitaram o nosso convite foram selecionados por categoria e avaliados por um júri de especialistas, coordenado por Mario Ripper, consultor associado à Momento Editorial. Foram considerados os produtos/ serviços que, preferencialmente, estivessem em comercialização no Brasil em 2011 – tanto aqueles desenvolvidos no país como os de tecnologia estrangeira, e que fossem inovadores segundo os critérios pré-definidos. Para a pesquisa do Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações foi considerado como Produto/Serviço inovador aquele introduzido no mercado nacional por uma empresa, que fosse novo ou substancialmente aprimorado em relação a outros em comercialização. Entre os critérios para definir a inovação de um produto ou serviço, levou-se em conta a sua diferenciação em relação às práticas tradicionais em seu segmento; melhoria real em relação ao que já existisse no mercado; e atributos que representem vantagem para os usuários da empresa. Também importou à pesquisa saber se a empresa considera um Produto/ Serviço como inovador por: • Aumentar a produtividade, • Aumentar as receitas,


os vencedores

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Operadora • Aumentar o market share, • Reduzir custos, • Explorar novas oportunidades de mercado. E, finalmente, levou-se em conta se a concepção e desenvolvimento do Produto/Serviço foram realizados em sua maior parte no Brasil e qual seria seu impacto no mercado brasileiro, no seu campo de atividade ou em tecnologia futura. O júri foi integrado por representantes da academia (José Leite Pereira Filho, da UnB, e Paulo Bastos Tigre, da UFRJ), do governo federal e do Estado (Maximiliano Martinhão, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações; Nelson Fujimoto, secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Simone Scholze, assessora especial do gabinete do ministro de Ciência. Tecnologia e Inovação; e Marcos Cordiolli, assessor da diretoria da Agência Nacional do Cinema – Ancine), da sociedade civil (Beatriz Tibiriçá, diretora do Coletivo Digital; Demi Getschko, diretor executivo do NIC.br; e Milton Kaoru Kashiwakura, da assessoria técnica do NIC.br), e da Momento Editorial (Mario Ripper, consultor; e Lia Ribeiro Dias, diretora editorial). Foram concedidos prêmios aos três primeiros colocados nas categorias Operadora de Serviços de Comunicações, Fornecedor de Produtos e Fornecedor de Serviços. Foi concedido um prêmio na categoria Desenvolvedor de Conteúdo e um Prêmio Especial para Produto/Serviço de Tecnologia Nacional. O júri concedeu ainda uma Menção Honrosa à participação do pesquisador Fuad Abinader, do Instituto Nokia do Brasil, que participou de um desenvolvimento mundial para evitar gargalos nas centrais das operadoras móveis, realizado pela fabricante filandesa em associação com Ericsson e Cisco. A nova tecnologia foi aceita, este ano, pelo IETF – Internet Engineering Task Force, organização internacional que define os padrões operacionais da internet e é supervisionada pelo IAB (Internet Society Architecture Board).

hispamar  Saturno – distribuição de conteúdo de TV por assinatura via satélite

ctbc

datora

lugar lugar lugar

Repórter 3G – transmissão de vídeo Serviços customizados para M2M

Fornecedor de produto

lugar

nokia siemens Flex Multiradio 10

ericsson  Estação radiobase alcatel-lucent* multifrequencia de alta capacidade Transponder Óptico Color

juniper

lugar lugar

Qfabric

Fornecedor de serviços

lugar

m4u POS no Celular

cpqd

asga sistemas

lugar lugar

CPqD myNet Saga – portal de auto-provisionamento

desenvolvedor de conteúdo

ies2 Programa de alfabetização na língua materna – PALMA para celular

menção honrosa instituto nokia Suporte para a Atualização de Presença em Massa para Proxy Mobile IPV6

tecnologia nacional padtec Plataforma DWDM LifhtPad i1600G *As duas empresas receberam a mesma pontuação.


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observa o titular da Sepin. “Certamente, a Lei de Informática teve benefícios concretos, mas acho que precisamos ampliar os resultados em inovação”, reforça. Também o Mdic aponta carência de produtos inovadores no país. Na avaliação de Fujimoto, o Brasil tem avançado na área de pesquisa e na capacitação de recursos humanos, mas não na geração de produtos. “Para que haja inovação, além de recursos humanos qualificados e pesquisa nas universidades, é preciso contar com as empresas, porque a inovação existe quando está no produto, na sociedade”, defende o secretário de Inovação. Hélio Graciosa, presidente do CPqD, principal instituição no país que usa os recursos do Funttel para gerar inovação, concorda com a visão de Fujimoto. “Durante muito tempo o Brasil achou que a inovação iria nascer apenas se aplicando em pesquisa científica, mas de um tempo para cá o país, como sociedade, percebeu que a inovação se dá quando você tem o contato com o mercado, tem algo que vai interfacear com o mercado, que será testado e aceito”, afirma Graciosa. Ele acrescenta que, para o CPqD, inovação é, essencialmente, a reunião de alguns conhecimentos que formam um novo produto, um novo modelo de negócio, um novo processo, uma nova maneira de fazer gestão e, mais importante, que chega ao mercado. “Uma ideia pode ser até boa, mas se não chegar ao mercado, não é inovação, será apenas uma ideia”, filosofa. Para Almeida, a inovação no setor de TI e telecom tem se dado mais em processos. “É aquela inovação que ocorre nos processos industriais para aumentar a eficiência, a produtividade. Um dos pontos que a gente observa nas conversas com os empresários do setor é que há investimento grande nesse setor de modo a torná-lo mais competitivo em termos de produção industrial.”

Conteúdo local O governo reconhece que é necessário avançar mais na política industrial para incentivar a produção no país, o que implica superar desafios na área de semicondutores e componentes e atrair centros globais de P&D. “É uma questão fundamental para a indústria brasileira aumentar o conteúdo local, senão

começa a esbarrar em limitações. O display é um componente-chave, representa parte do custo e nós não temos ainda uma fábrica de displays no Brasil”, afirma Almeida. Para o secretário, é importante que o país avance nessa direção. Aliás, nenhuma dessas constatações é nova. Desde os anos 1980, quando o Brasil tentou montar sem sucesso uma indústria de microeletrônica, fala-se na necessidade de atrair uma indústria de semicondutores. Mas o discurso nunca se transformou em prática por falta de uma política de governo nessa direção. Os resultados da falta de produção local de semicondutores e componentes estão nos números da balança comercial de eletroeletrônicos, cada vez mais desfavoráveis ao Brasil. Agora, mais uma vez, volta-se a atenção para a necessidade de vencer essa deficiência crônica na política industrial. Uma das medidas para incentivar a produção local foi formalizada no início do segundo semestre de 2012, quando o governo anunciou o programa TI Maior, capitaneado pelo MCTI. Uma das metas é incentivar o desenvolvimento de tecnologia no país. “Estamos procurando atrair grandes centros de P&D, porque eles estão no cerne do desenvolvimento de novas tecnologias, que leva a novos produtos. Em geral, isso ocorre no exterior e as multinacionais trazem para o Brasil o que foi definido lá fora. Nosso objetivo é que parte da concepção de novos produtos ocorra aqui”, diz o titular da Sepin. “Queremos novos produtos com a cara brasileira, que utilizem componentes produzidos no mercado local. A atração de centros de P&D é muito importante, porque eles fazem muito bem a ligação entre pesquisa e inovação, geralmente para gerar novos produtos”, afirma. A iniciativa da Qualcomm, uma das líderes mundiais no desenvolvimento de tecnologia, confirma a tese de Virgílio Almeida. Em agosto de 2012, o presidente da Qualcomm, Paul Jacobs, veio ao Brasil anunciar a instalação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em São Paulo, cujo primeiro produto será um chipset para tablet. A ideia é que a empresa forneça tanto o chipset como o design de referência (QRD - Qualcomm Reference Designs) para os fabricantes locais. “O lançamento dos primeiros tablets, que serão produzidos pela indústria local, será na metade de 2013 e pelo tipo de chipset serão tablets



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bastante modernos”, promete Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm para América Latina. Outra iniciativa concreta veio da EMC Corporation, com a instalação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Big Data no Rio de Janeiro. A ideia é desenvolver pesquisa aplicada em Big Data e computação em nuvem, focada principalmente no segmento de petróleo e gás. O Centro de P&D, que será finalizado em 2013, está localizado no parque tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O objetivo é aproveitar a sinergia entre o ambiente acadêmico e a indústria. O foco da EMC vai ao encontro do programa estratégico do MCTI, com ênfase em aplicações. “Queremos ver inovação em software em áreas estratégicas para o país, como petróleo e gás, energia, defesa e segurança cibernética”, comenta o secretário Almeida. Outra meta do programa TI Maior é incentivar as tecnologias com caráter disruptivo que podem gerar impacto em setores como os de computação em nuvem, mobilidade, internet e supercomputação. Na área de chips, o secretário de Política de

Começa a nascer no país o embrião do cluster para o setor de componentes. O grupo é formado pela Ceitec, do MCTI; pelo Instituto Eldorado, do universo CPqD; pelo CESAR, ligado à Federal de Pernambuco, e pela Smart Memórias.

Informática destaca a Ceitec SA, uma empresa hoje ligada ao MCTI, voltada para o desenvolvimento da indústria eletrônica brasileira. “Além de uma fábrica, tem um design center cujo objetivo é desenvolver produtos para os três segmentos de mercado onde a Ceitec atua, que são radiofrequência, comunicação sem fio e multimídia digital”, diz Almeida. Ele cita também o Instituto Eldorado, instalado em Fortaleza, no Ceará, e o CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), em Pernambuco, que fazem P&D, associados à Lei de Informática, buscando inovação, e menciona algumas iniciativas privadas, como a Smart Memórias, em São Paulo. “Ainda é um conjunto pequeno, mas vamos criando um cluster para o setor de componentes e esse cluster vai se modernizando e aperfeiçoando para atender as indústrias locais”, acredita. Para Graciosa, do CPqD, o Estado brasileiro já percebeu que a inovação tem que ser na ponta e essa mudança, junto com a política de incentivos, vai permitir que o país entre em outro patamar. “Em cinco anos teremos outro panorama em termos de empresas inovadoras e emergentes”, aposta ele.

a aposta é de que, em cinco anos, o cenário de empresas inovadoras no brasil será outro  |  foto: divulgação ceitec sa


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Os eixos do Funttel acesso em banda larga sem fio, comunicação óptica e roteamento são as três áreas que o funttel elegeu como prioritárias para aplicar seus recursos. O Brasil tem hoje, como principal instrumento de subvenção à inovação na área de TI e telecom, o Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), que tem como agentes o BNDES e a Finep. Com o PNBL (Programa Nacional de Banda Larga), o conselho do Funttel decidiu rever as prioridades e escolheu três áreas estratégicas para alocar os recursos: comunicação de banda larga sem fio (para o acesso); comunicação óptica (para backhaul, backbone, cabo submarino e longa distância); e roteamento (para rotear o tráfego). “Um balanço do fundo mostra que os resultados são positivos, mas a mudança nos critérios para a aprovação dos projetos com recursos não reembolsáveis é importante para que possamos atuar no processo de contratação com indicadores”, explica Maximiliano Martinhão, secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, e presidente do conselho gestor do Funttel. Basicamente, o que muda no Funttel é o mecanismo de liberação de recursos. Antes, quando entrava um projeto, ele era analisado em sua proposta inicial e, no final, em seu resultado. O novo modelo define os indicadores antes da contratação. “Quando alguém propuser um projeto ao Funttel, iremos pedir o número de pesquisadores a serem contratados; potenciais patentes a serem registradas; benefícios econômicos esperados, entre outros”, sintetiza Martinhão. Para 2013, o Funttel mantém os R$ 54 milhões para a linha nãoreembolsável (o volume de recursos é menor e fomenta as atividades onde não se busca benefício econômico no curto prazo) e outros R$ 200 milhões para a linha reembolsável (apoia as atividades que precisam de pequeno incentivo e estão perto da comercialização, com juros reais negativos de 2,5%, mais TR). Além do Funttel, outras fontes governamentais de incentivo a P&D são o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), as fundações estaduais de amparo à pesquisa, e os editais de subvenção da Finep. Em TI e telecom, a Finep tem o CT - Info (Fundo Setorial para Tecnologia da Informação), que programava lançar em novembro de 2012 uma encomenda (espécie de carta-convite), no valor total


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de R$ 7,8 milhões, contemplando um centro de certificação de tecnologia nacional de software, e um aporte na Softex, como recurso adicional. “No fundo de informática trabalhamos com projetos de cooperação entre as empresas e universidades, e definimos as prioridades junto com MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação)”, explica Luiz Martins, superintendente da área de financiamento da Finep. Indiretamente, por meio de isenções fiscais, o governo incentiva a iniciativa privada a investir em P&D por meio da Lei de Informática e da Lei do Bem, que começou a vigorar no final de 2005, evoluiu e é reconhecida como um grande avanço, uma vez que traz benefícios para quem investe em inovação já que reduz, na prática, os custos de desenvolvimento.

Retorno econômico Antes de definir os novos parâmetros de avaliação do Funttel, que não vão mudar a dinâmica do desembolso de recursos, o comitê gestor fez um balanço e concluiu que para cada real investido no fundo houve um retorno econômico de seis vezes. Martinhão destaca também a criação de duas empresas com o apoio do fundo – a Padtec na área de comunicação óptica, e a WxBr, na comunicação sem fio – e os avanços no segmento de TV digital. “Com os recursos do Funttel, dominamos a tecnologia de desenvolver comunicações ópticas. Agora, estamos entrando numa nova fase, que é dominar outros pontos da cadeia de valor tecnológica das comunicações ópticas”, atesta Hélio Graciosa, presidente do CPqD, instituição responsável pelas pesquisas que permitiram o surgimento das duas empresas. “O próximo passo é entrar na área de circuito integrado para comunicações ópticas”, promete. “Nas comunicações ópticas, o Brasil já se destaca no cenário internacional, inclusive já estamos exportando. No segmento de roteamento, o país também tem capacidade muito grande de se rivalizar com os grandes players internacionais. O grande desafio é impulsionar a comunicação sem fio”, aponta Martinhão. “É uma área que o MiniCom quer estimular bastante para o desenvolvimento de tecnologia de acesso, por todos os meios, não só comunicações terrestres, mas de satélites também”, completa.

Além de atuar na aproximação do centro de pesquisa com a indústria, o MiniCom quer fortalecer a política de formação de mão de obra qualificada. “Quando se coloca no edital da Anatel que empresas tem que comprar produtos com tecnologia nacional, precisamos desenvolver esta tecnologia, e precisamos de estudantes nestas áreas”, comenta Martinhão, em referência à iniciativa da Anatel de estabelecer no edital do leilão de frequências de 4G, realizado em junho de 2012, a obrigatoriedade de as operadoras vitoriosas adquirirem uma parte dos equipamentos de rede que fossem montados no país e, destes, um percentual com tecnologia desenvolvida localmente. “Vamos fazer um trabalho com o MEC para colocar à disposição da comunidade acadêmica bolsas de iniciação científica, para atrair os alunos de graduação para as telecomunicações”, promete Martinhão. A ideia é fazer uma aproximação com as universidades brasileiras com cursos na área de telecomunicações, colocar bolsas nesses centros, inclusive para mestrado e doutorado. O programa de qualificação envolve, além do MiniCom e do MEC, o Mdic (Ministério do Desenvolvimento da Indústria de Comércio Exterior), e vai se chamar Pronatec Brasil Maior. Trata-se de uma nova linha do Pronatec (que já existe e é coordenado pelo MEC). “O novo programa vai unificar as demandas de 19 setores produtivos com as ofertas do MEC ao Pronatec. Serão casadas as ofertas de cursos com as vagas”, informa Nelson Fujimoto, secretário de Inovação do Mdic. Ele dá, como exemplo, a área de saúde, onde deve aumentar a demanda por técnicos na área de equipamentos médicos hospitalares. Neste caso, serão direcionadas bolsas de estudo para esta qualificação. Para resgatar a competência na comunicação sem fio, o comitê gestor do Funttel aposta em dois projetos. O primeiro é um desenvolvimento do CPqD, com recursos do Funttel, uma tecnologia sem fio de quarta geração (LTE), na faixa de frequência de 450 MHz, como solução para levar a banda larga a áreas rurais e suburbanas. Entre as vantagens do LTE em relação às atuais tecnologias de terceira geração já disponíveis em 450 MHz, o CPqD destaca as taxas de transmissão mais altas (até 25 Mbps no download e 12,5 Mbps no upload), menor latência, melhor


Se os maias previssem o futuro das comunicações via satélite, como seria?

O primeiro satélite a prestar serviços em banda ka na América Latina. Com lançamento em 2013, o satélite Amazonas 3 agrega a banda ka ao sistema de satélites da Hispamar. Assim, sua empresa e seus clientes terão acesso à internet banda larga, serviços IP multimídia, transmissões audiovisuais, ensino à distância e TV corporativa, dentre outros, com altíssima potência e velocidade de transmissão, mas com antenas e custos ainda menores. Entre em contato com a Hispamar e acesse às diversas possibilidades de comunicação via satélite.

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performance e a arquitetura totalmente IP – além da maior cobertura propiciada pela faixa de 450 MHz. A solução CPqD LTE na faixa de 450 MHz está sendo desenvolvida a partir da padronização do 3GPP (3rd Generation Partnership Project), adaptada a essa faixa de frequência. É composta de vários produtos: antenas, dispositivos de radiofrequência, split, estação radiobase (eNode-B) e sistema de gerenciamento de rede. Nas próximas etapas do projeto, o CPqD tornará disponíveis as tecnologias de gateways LTE com interface para redes WiFi de eNode-B externo, além de dispositivos móveis LTE, que oferecem aos assinantes acesse direto à rede. Os produtos deverão começar a chegar no mercado a partir do segundo trimestre de 2013, por intermédio da WxBR (empresa para a qual o CPqD vai transferir as tecnologias). No início, o foco serão as estações radiobase e terminais fixos de

de onde vem o dinheiro O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e a Finep (Agência Brasileira da Inovação) são os principais agentes financeiros no país, com programas de subvenção, fundos de investimentos e outras linhas de financiamento para apoiar às políticas públicas de inovação. A Finep, por exemplo, além de executar as ações demandadas pelo MCTI, por meio do CT-Info, tem uma linha própria para financiar a inovação nas empresas. Trata-se da linha reembolsável de TI, que é um empréstimo com juros negativos (taxa atual é de 4% para uma poupança que paga 5,5% ao ano) e que teve, no decorrer de 2012, uma grande procura. “Analisamos até outubro três vezes mais projetos que em 2011, o que demonstra um aquecimento nesse mercado, apesar da crise econômica”, informa André Castro, chefe do Departamento de TI e Serviços da Finep. Em 2011, a Finep financiou projetos num total de R$ 150 milhões e a expectativa era fechar R$ 500 milhões para empresas de TI em 2012, na linha reembolsável. “Esses recursos estão indo basicamente para financiar projetos nas áreas de microeletrônica, software (incluindo software para TV digital) e sensores”, diz Castro. Além dessa

a fábrica da ericsson, em são josé dos campos (sp), onde são montadas as radiobases para 2g, 3g e, agora, lte.  |  foto: divulgação

linha, a Finep preparava para lançar no final de 2012 uma chamada pública de subvenção econômica, baseada no programa TI Maior. Os valores ainda estavam em definição no fechamento deste Anuário e os recursos serão desembolsados pelo FNDCT. Neste caso, as empresas é que apresentam os projetos, que deverão contemplar as áreas do TI Maior. A Finep, em outubro de 2012, aguardava a definição do MCTI de um programa mais amplo, que contemplará, além da área de TIC, outros cinco eixos (entre os quais, saúde e petróleo e gás), a ser executado no biênio 2013-2014, envolvendo recursos da ordem de R$ 7,5 bilhões. No âmbito do BNDES, destacam-se três programas: PSI Inovação; o Criatec e o Funtec (Fundo Tecnológico). O PSI Inovação é uma linha de financiamento criada como medida anticíclica e prevê a equalização das taxas de juros pelo governo. Enquanto nas linhas de crédito do BNDES os juros normais estão por volta de 9% a 10% ao ano, o PSI vai até 4%. Apoia o aumento da competitividade por meio de investimentos em inovação (em produtos, processos ou marketing), além do aprimoramento do conhecimento técnico no país. Financia projetos de engenharia nos setores de bens de capital, defesa, automotivo, aeronáutico, aeroespacial, nuclear, petróleo e gás, químico, petroquímico.


23 CE NA RIO usuário. “É um projeto que nasce no Brasil. Levamos para o fórum de fabricantes e operadoras (3GPP) e o projeto foi aprovado por mais de 13 entidades. Até 2013 vai virar padrão mundial”, destaca Martinhão. A outra aposta é o projeto para fazer comunicação de rádio cognitiva. “Esta área é considerada a próxima fronteira. É um rádio inteligente, que consegue perceber as frequências vagas, e fazer a comunicação sobre elas. Traz um ganho de eficiência muito grande na utilização do espectro”, diz Martinhão. Para isso, é preciso desenvolver um conjunto de tecnologias, com algoritmos matemáticos. “Um aparato deste vai estar instalado em qualquer lugar, em qualquer momento. Será necessário desenvolver o rádio capaz de operar em todas essas frequências e o Brasil precisa participar desse desenvolvimento”, sentencia o secretário de Telecomunicações.

O Criatec, criado em outubro de 2007, está em sua segunda edição, lançada em 2012. É um fundo de investimento em participações voltado para empresas inovadoras com faturamento líquido anual de até R$ 10 milhões, registrado no ano anterior à aprovação do investimento. Na primeira iniciativa, o fundo aportou recursos em 36 empresas de pequeno porte ou start-ups com forte perfil inovador, muitas delas ligadas às principais incubadoras ou parques tecnológicos do país. Em 2013 e 2014 será lançado o Criatec III. Já o Funtec é voltado para pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação, executadas por instituições tecnológicas. Abrange seis áreas, uma delas a de eletrônica, tanto no desenvolvimento de eletrônica orgânica como de circuitos integrados. É um apoio direto na modalidade, não reembolsável. As mais recentes políticas criadas no país para incentivar a inovação buscam também estimular a tecnologia nacional e o conteúdo local, tanto por meio de regimes especiais como de compras governamentais. No caso dos regimes especiais, destacam-se duas ações que envolvem as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs): o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para

Implantação de Rede de Telecomunicações (REPNBL) e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis). No regime especial para a instalação de redes, o governo suspende a incidência do PIS/Cofins de equipamentos nacionais para investimentos em expansão da rede de banda larga e de PIS/Cofins e IPI para materiais e serviços de obras civis. Também incentiva a tecnologia nacional, com exigência de PPB e desenvolvimento nacional de tecnologia. Aprovado em meados de 2012, o REPNBL aguardava, em outubro, a regulamentação para entrar em vigor. Já o Padis é um programa mais antigo e regulamentado e que foi ampliado para a inclusão de fornecedores estratégicos de semicondutores e displays como beneficiários. Oferece isenção de tributos nas compras no mercado interno e nas importações de insumos para aquisição ao ativo imobilizado da indústria de semicondutores: PIS/Cofins importação; IPI e II para insumos e máquinas, além da isenção da CIDE e IRPJ. Também inclui desoneração de design houses e desembaraço aduaneiro expresso, e mais agilidade na aprovação de projetos e flexibilização dos percentuais de P&D. Nas compras governamentais, se dá uma margem de preferência para o que é produzido no país e com tecnologia nacional.


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A inovação, no DNA das operadoras as operadoras de telecom sempre viveram um clima de contínua mudança, em função dos avanços tecnológicos. Só que, agora, não só o ritmo é mais acelerado, como a inovação precisa estar nos processos e em novos modelos de negócios. Por Fátima Fonseca

C

om alto nível de competição nas regiões mais ricas do país e vasta oferta para o cliente final, o setor de telecomunicações, que pela natureza do próprio negócio é intensivo em capital, exige das operadoras, cada vez mais, investimentos em inovação – seja para o lançamento de novos produtos e serviços, seja para combinar as melhores ofertas na venda de pacotes ou melhorar a qualidade da rede. Por meio de diferentes caminhos e estratégias, que vão de pesquisas com os clientes a busca de tendências no mercado global, as operadoras reconhecem que investir em inovação é parte do DNA do setor. Para vencer os desafios nesse cenário, o Grupo Telefônica trouxe para o Brasil um braço de sua unidade Telefónica Digital, criada para consolidar as iniciativas do grupo de tecnologia e inovação (trabalha de IPTV a M2M, passando por aplicações para devices móveis); enquanto a nacional Oi formou uma rede que envolve seus 15 mil colaboradores, que ajudam a pensar soluções para melhorar seus processos, modelos de negócios e, claro, lançar produtos e serviços que atraiam os clientes pela criatividade. “Se a empresa não consegue inovar, não tem a eficiência necessária e nem consegue ter a preferência do cliente”, sintetiza Pedro Ripper, diretor de Inovação e Novos Negócios da Oi. “A principal função da Telefónica Digital é identificar negócios no mundo digital e, nossos focos iniciais são as áreas de televisão, cloud computing, M2M, o mercado de

foto: rede nowtech

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25 CE NA RIO publicidade móvel e de aplicações, serviços financeiros, e-health, segurança digital e educação. O time de profissionais identifica oportunidades e desenvolve, internamente ou com parceiros, o conceito de um produto”, relata Christian Gebara, diretor executivo de Estratégia e Novos Negócios da Telefônica/Vivo. Seu colega, o diretor executivo de Marketing Daniel Cardoso, completa, dizendo que a “inovação é um atributo que permeia toda a atuação” e está presente nas tecnologias de rede, nos processos para melhorar os serviços, no desenho de um um novo produto e no relacionamento com o cliente. “Inovação não é só tecnologia, é a forma de fazer as coisas”, resume Cardoso.

Os esforços nesse sentido não são uma preocupação apenas das duas gigantes do mercado brasileiro de telecomunicações. Também a GVT, empresa que já nasceu inovando com a rede de fibras ópticas, investe permanentemente em inovação, assim como a Net Serviços, empresa que, além de seu foco principal, a TV por assinatura, busca inovar também na sinergia com as áreas de atuação de suas co-irmãs, a Claro na telefonia móvel, e a Embratel, na longa distância e no mercado corporativo. “O primeiro diferencial na oferta de serviços é o combo, que traz dois benefícios para o consumidor, que tem economia quando compra os três produtos


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(voz, internet e TV), e a facilidade de se relacionar com uma única operadora”, diz André Guerreiro, diretor de Inteligência de Mercado da Net, primeira operadora a lançar no Brasil o conceito de combo. Segundo Guerreiro, a receita da Net para formular a oferta de pacotes se baseia em três ações: primeiro, muita pesquisa para entender o consumidor e saber como ele entende o movimento de telecomunicações (algumas dessas pesquisas são segmentadas com os early adopters, aqueles consumidores que trazem a inovação); segundo, benchmarking. “Investigamos o que as operadoras fora do Brasil estão fazendo, seja por meio de consultorias ou de feiras e eventos”, conta. A terceira é a parceria com os fornecedores. “Temos diversos fornecedores de tecnologia de ponta, que conseguem trazer inovação para a gente. Quando integramos essas três coisas – o que o consumidor quer, o que o fornecedor consegue entregar e um pouco do mundo real – estamos cumprindo nosso papel, que é entender e transformar em algo fácil para o consumidor brasileiro”, sintetiza o executivo da Net. O diretor de Produtos e Marketing da GVT, Ricardo Sanfelice, concorda que a oferta de pacotes é uma realidade, e não mais uma tendência. “A GVT se movimenta, depois de lançar a TV por assinatura, por pacotes triple play”, diz o executivo. Além dos serviços básicos, como os de telefonia, banda larga e TV, a operadora tem compensado a ausência de telefonia móvel com serviços de valor agregado em seu pacote, seja na banda larga, no conteúdo digital (como o portal de música que, além de ser um valor adicionado para a banda larga, pode ser multimídia) e nos aplicativos. O próprio portal pode ser acessado através da web, de aplicativos para telefone móvel ou via aplicativo para TV. “É o primeiro produto nosso, convergente, que está totalmente em multitela, inclusive em telas que não são nossas, caso dos smartphones”, observa Sanfelice. A GVT pauta sua inovação nos processos internos e nas pesquisas com os clientes. “Temos procedimentos internos que fazem com que as sugestões dos clientes saiam do call center e cheguem na área de marketing e também utilizamos benchmarking internacional de casos de sucesso lá fora para tentar tropicalizar, porque, querendo ou não, algumas coisas acontecem primeiro fora para depois chegar ao Brasil”, conta o executivo.

O setor de telecom é considerado tão intensivo em inovação que, para uma análise de seu contexto no mercado brasileiro, o consultor da PricewaterhouseCoopers (PwC), Maurício Giusti, divide a inovação em dois tipos: o das novas tecnologias como o FTTH ou a 4G; e o das aplicações que as novas tecnologias propiciam, que abrem um leque de novas oportunidades, da telemedicina e e-health a meios de pagamentos, para citar apenas alguns exemplos. A CTBC já avançou na seara da oferta de aplicações: oferece aos assinantes um serviço de controle sobre o recurso de redes de dados ADSL e 3G (Policy Control); um serviço de monitoramento de pessoas, preferencialmente de filhos (Onde Está); e um serviço de transmissão de vídeo de baixo custo, via celular, chamado Repórter 3G (veja à pág. 70). Giusti acrescenta que tem, ainda, o fenômeno dos tablets e smartphones, que vai provocar mais mudanças no mercado em termos de padrão de uso e aplicativos. “Um tablet tem até cem aplicativos, portanto, temos um mercado grande para a produção de conteúdo e teremos uma revolução digital importante”, diz Giusti, acrescentando que, além de tablets e smartphones, começam a surgir novas funcionalidades como a banda larga nos automóveis (M2M) e o e-banking. “Com a ascensão da classe D, que já tem acesso à internet mas ainda não tem uma conta bancária, a área de pagamento eletrônico deve crescer no Brasil”, aposta (veja à pág. 42).

Fábrica de ideias A Oi potencializa a capacidade inovadora em uma diretoria dedicada exclusivamente ao tema e por meio do programa Oi Inova, que atua em três frentes: a incremental, a planejada e a exploratória. A primeira, conta Pedro Ripper, busca a melhoria de processos, produtos e serviços, num modelo que envolve os 15 mil colaboradores da empresa e, indiretamente, uma rede de mais de 160 mil prestadores de serviço em todo o país. “Todas as empresas que trabalham para a Oi são envolvidas nesta etapa, que funciona como se fosse uma bolsa de valores. Todos podem trazer ideias, que são construídas de forma colaborativa”, diz Ripper. Cada colaborador ganha uma moeda virtual e


Somos a maior

especialista

em banda larga mĂłvel

do mundo

Presentes nos mercados lideres em LTE – operadoras nos 6 continentes nos escolhem para atender mais de 13 milhþes de assinantes.


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Na busca pela inovação, as operadoras envolvem colaboradores e parceiros. Todos podem apresentar ideias, que são avaliadas coletivamente. As melhores são adotadas. Há disputas, jogos, premiações. E muita torcida. small cells: alternativa para aliviar o tráfego.  |  foto: divulgação

pode investir a favor ou contra uma ideia. “Botamos 15 mil cabeças para atacar um problema de maneira incremental. Muitas vezes as pessoas enxergam pequenas melhorias e quando juntamos todas elas tem um baita de um ganho. Isso melhora o DNA da empresa, porque inovação não é o papel de um diretor mas de todo mundo”, define Ripper. Com uma grande capilaridade geográfica, a Oi lançou, na fábrica incremental, o desafio em busca de ideias para melhorar sua operação em campo e para simplificar a compra de banda larga pelo cliente. “Numa discussão colegiada, veio uma ideia do atendimento, uma da auditoria, juntamos com uma ideia de um instalador e conseguimos fazer um processo unificado, que gerou economia para a empresa e reduziu o tempo da ligação (para a contratação do serviço) em 30%, gerando benefício também para o cliente”, exemplifica o diretor. Na fábrica do meio, a planejada, é onde surgem os novos produtos e serviços. É dela que saem as novidades como o IPTV ou aplicativos para smartphones ou mesmo ideias para ampliar a cobertura, como a rede Wi-Fi que a Oi está montando em todo o Brasil, numa parceria com a empresa Fon. Lançada em novembro

de 2011, a rede Oi WiFi contava, em setembro de 2012, com 7.250 hotspots de acesso à internet em todo o país. Na terceira etapa, a empresa olha o horizonte mais a longo prazo e busca implementar uma tecnologia disruptiva, uma mudança no modelo de negócio. Um exemplo do que acontece nesta fase é a busca de uma estratégia para o meio de pagamento móvel. “Temos inovação nos três horizontes: um é mais uma prova de conceito e aprendizado, no outro, já é produto para colocar em escala para o cliente final”, resume Ripper. Já o Grupo Telefônica no Brasil se soma às ações globais da operadora espanhola. Além da Telefónica Digital, patrocina a edição brasileira do Campus Party, considerado pela companhia um celeiro de inovação, e criou, em 2012, a unidade brasileria da Academia Wayra, que incentiva novos talentos, financiando novas ideias e desenvolvimentos. “Temos inovação em todas as áreas, inclusive nos processos internos da companhia, e trabalhamos a inovação de forma integrada, pensando em serviços multiplataformas, como em soluções especificas para o mundo mobile, fixo ou para TV”, diz Gebara. “A inovação nos ajuda também a buscar novas formas de conexão e, cada vez mais, maneiras de nos diferenciar dos nossos competidores”, acrescenta ele.


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o iptv é a novidade da vez Com a regulamentação da nova lei de TV paga, que ampliou o mercado para as concessionárias, as grandes operadoras passaram a integrar o serviço IPTV em seus pacotes de serviço, anunciando a nova plataforma como mais uma inovação no setor. “O IPTV muda a forma de ver TV, que deixa de ser linear e passa a dar ao usuário a opção de escolher o que quer ver, na hora que quer. O usuário deixa de ser escravo da grade fixa e isso é uma mudança grande”, conceitua Pedro Ripper, diretor de Inovação e Novos Negócios da Oi. Na visão de Ripper, essa plataforma vai mudar a forma como as pessoas veem TV no médio prazo. Assim como aconteceu na telefonia, inicialmente focada na voz e que, com o advento dos smartphones, ganhou um sistema operacional e passou a agregar aplicativos, ele acredita que, com o IPTV, a televisão seguirá o mesmo caminho. “Nossa TV não vai nascer apenas como produto de TV, mas com uma plataforma aberta, com centenas de aplicativos e cada um vai atrás de seu nicho”, aposta Ripper, que cita os aplicativos de música, a integração com os serviços de internet, e até mesmo um espaço para as comunidades compartilharem vídeo. Essa tendência, aliás, já foi colocada em prática pela GVT: seu serviço de TV paga permite que o consumidor acesse o YouTube. Primeira operadora a fazer o lançamento comercial do IPTV em larga escala, a GVT trata sua oferta de TV paga como parte da estratégia de convergir seus serviços para dentro da rede, explica Ricardo Sanfelice, diretor de Marketing e Produtos. “Nosso grande diferencial foi enxergar que a banda larga é a rede do futuro. Conseguimos fazer uma TV inovadora usando IPTV e a tendência é que também a voz vá para dentro desse tubo de banda larga e conteúdo”, completa.

A quebra de paradigma na grade linear já foi feita pela Net, quando lançou o NOW, seu serviço de vídeo sob demanda, depois de uma pesquisa de viabilidade e usabilidade com o usuário. “Como no lançamento de qualquer produto, o NOW passou por um processo em que primeiro se entende o cliente, se entende o mercado, faz-se ajustes, para depois ser colocado em escala no mercado. É um processo de inovação que não acaba nunca”, diz André Guerreiro, diretor de Inteligência de Mercado da Net. Para explorar o mercado de IPTV, a Telefônica/ Vivo conta com os investimentos na rede de fibra com capacidade para atender 1 milhão de casas – em setembro de 2012, 10% dessas residências usavam o serviço de banda larga por meio da fibra. A plataforma escolhida é a Mediaroom da Microsoft, que oferece, além do conteúdo, funcionalidades para os clientes, como a possibilidade de gravar e ver conteúdo em qualquer ponto da casa. O serviço, também com Vídeo sob Demanda com mais de mil títulos disponíveis em HD, foi lançado em outubro de 2012, inicialmente para os clientes da rede de fibra da cidade de São Paulo.”Como toda tecnologia, a oferta começa localizada e rapidamente se torna acessível a um grupo maior de pessoas”, observa Christian Gebara, diretor-executivo de Estratégia e Novos Negócios da Telefônica/Vivo. “Nossos planos de expansão são ambiciosos. Cada vez mais existe a ascensão de outras classes sociais que querem ter esse tipo de serviço”. O consultor da PwC, Maurício Giusti, no entanto, vê o IPTV como um serviço segmentado, por estar vinculado à necessidade de uma rede com banda altíssima. “Para se chegar a um modelo de IPTV de alta penetração e em grande escala, teria que ter um segmento de mercado com apetite para ter essa banda larga instalada”, comenta.


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Na infraestrutura, redes com e sem fio se complementam mesmo com a evolução das tecnologias sem fio, os conteúdos vão demandar cada vez mais banda, o que também vai exigir investimentos em fibra.

Quando o assunto é banda larga, os especialistas afirmam, em coro, que o caminho é a fibra óptica, com um serviço de melhor qualidade e mais barato. O “porém” está exatamente nessa equação, que impõe um desafio para as operadoras: como administrar investimentos cada vez mais altos para levar a fibra até a casa do usuário, com uma receita média (ARPU) que não aumenta e uma base de clientes que tende a crescer menos? Para o consultor da PwC, Maurício Giusti, a solução está na oferta segmentada. “O FTTH/FTTX é o tipo de serviço que tem que segmentar para um usuário residencial que quer ter banda larga em casa de altíssima velocidade para acessar conteúdos em HD”, comenta. “As tecnologias sem fio, tanto WiFi quanto a 4G, são tecnologias que não são desenhadas para dar esse tipo de banda”, completa. Giusti destaca que mesmo com a evolução das tecnologias sem fio, os conteúdos vão demandar cada vez mais banda. “Por isso, não vejo, num cenário de cinco anos, uma tecnologia sem fio que substitua totalmente uma com fio para esse tipo de finalidade. Vejo espaço e necessidade de ter as duas tecnologias”, afirma. O diretor de Inovação da Oi, Pedro Ripper, concorda com Giusti. Dentro da casa, a banda larga por meio da fibra vai dominar no médio e longo prazo; fora, o domínio será das tecnologia 4G e WiFi. Uma das razões, afirma Ripper, é que a banda larga móvel tende a ser cara para volumes de tráfego muito altos. Na móvel se cobra menos pela velocidade e mais pelo tráfego e, na fixa, se cobra mais pela velocidade e não tem cobrança por tráfego. “Isso só reforça a tese de que, apesar do 4G, esses produtos vão ter segmentos diferentes. Uma tendência que eu vejo, que não apareceu ainda, são ofertas combinadas dessas duas tecnologias”, acredita Ripper. A Oi tanto acredita na complementariedade que, ao invés de construir uma rede móvel, uma fixa, uma de WiFi, busca identificar os elementos comuns nas três redes e faz uma rede mais robusta. “A mesma rede de fibra que uso para o FTTH, uso para alimentar antenas 4G. Isso é uma baita inovação”, considera Ripper. A Telefônica/Vivo aposta muito na rede móvel, mas não ignora a fixa. “Realmente acreditamos que a internet móvel é o futuro”, afirma Christian Gebara, diretor de Novos Negócios da empresa. Esclarece, no



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entanto, que “uma não substitui a outra” e que a rede fixa continuará tendo sua “necessidade específica para a internet fixa nas casas e nas empresas”. Por outro lado, Gebara comenta que o mundo dos smartphones e tablets já é uma realidade no Brasil, mas como uma penetração ainda inferior a 20%. “Há um grande potencial para a internet móvel e estamos criando infraestrutura para levar serviços para que os clientes possam ver a utilidade de ter internet no smartphone”, comenta. A operadora já lançou alguns serviços para explorar esse mercado, como o Vivo Co-piloto, que usa GPS no smartphone, e para o mercado pré-pago tem a oferta de internet por R$ 9,90 mês, com velocidade que pode chegar a 1 Mbps, mas com limite de download. Até mesmo a GVT, uma empresa com 100% de sua rede em fibra, vê a proliferação das redes sem fio no país. Com sua rede em 135 cidades e a meta de terminar 2012 cobrindo 144 municípios, a GVT continua apostando na fibra, mas reconhece que o futuro é de serviços em multitelas. “A adoção de fibra nas residências de maneira massiva é algo que, nos próximos dois anos, deve chegar ao Brasil, assim como a tendência de multitelas. O

consumo de conteúdo e interação entre web, TV, smartphopne e computador é uma uma realidade e, no próximo ano, explode no Brasil”, diz Ricardo Sanfelice, diretor de Marketing e Produtos da GVT. Mesmo sem operação móvel, a GVT já formata seus serviços para multitelas. Um dos projetos é para que os assinantes de sua TV paga assistam toda a programação, ao vivo, no tablet. “A tecnologia existe para isso, os contratos de conteúdo já preveem isso, mas a estrutura da rede móvel ainda não permite essa funcionalidade porque não se consegue ter um streaming em HD na rede móvel com qualidade”, observa Sanfelice. Ele acredita que a tecnologia 4G pode resolver esse gargalo e, enquanto ela não chega, aposta na proliferação de redes WiFi no Brasil, a partir de 2013. A Net também aposta na rede WiFi, porém, dentro da casa do cliente. “Os pacotes integrados são cada vez mais fundamentais e estamos vendo como fazer essa entrega, como tratar a questão da integração dentro da casa. Estou falando de um único servidor, uma rede WiFi, que começa a integrar todos os equipamentos dentro da casa. São tendências que já estão acontecendo lá fora e aqui será realidade em breve”, aposta André Guerreiro, diretor de Inteligência de Mercado da Net.

Mesmo quem não tem rede móvel formata seus serviços para multitelas, para dar mais opção a seus clientes. Há também quem aposte na rede WiFi, dentro da casa do usuário, para integrar todos os equipamentos. a oferta de pacotes triple play não é mais uma tendência, mas uma realidade.  |  foto: robson regato



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Os conteúdos em todas as telas a explosão da demanda por diferentes conteúdos – vídeo, música, games e aplicativos divernos – envolveu as operadoras de telecom, que desenham novos serviços, quase sempre com parceiros. Por Marina Pita


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foto: eduardo fahl

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uanto mais a internet se amplia geograficamente e em capacidade, mais do mundo cabe nela: é o que se costuma chamar de convergência. Pouco a pouco, quase tudo é incorporado à rede mundial dos computadores: a comunicação por voz, o cinema, a TV, os games, a escola. Conteúdos que podem ser acessados a partir de qualquer dispositivo, desde que este esteja conectado a uma rede com capacidade adequada. Os vídeos, a música e os games são vistos on-line. A TV conectada leva o computador para o centro da sala de estar das famílias, que agora podem selecionar o que querem ver, quando querem ver. O serviço audiovisual está na rede e vem sendo cada vez mais entregue na hora em que o consumidor quiser assistir, ou seja, por demanda (On Demand), em todos os lugares (Everywhere) e por novos suportes (Over The Top). Os smartphones podem se transformar em quase tudo: em GPS, TV, serviço de reserva de restaurante, de táxi e até fazer às vezes de professor. Naturalmente, as empresas estão obrigadas a buscar seu novo espaço nessa movimentação global. As operadoras de serviços de telecomunicações – voz fixa e móvel, de mensagem de texto, de dados –, que tradicionalmente oferecem infraestrutura de rede e serviços nela baseados, veem no segmento de conteúdo um caminho para agregar valor ao negócio. As experiências ainda são limitadas e não têm grande impacto na receita total das operadoras de telecom, mas o bem-sucedido exemplo dos gigantes da internet, como Google e Amazon, mostra que, hoje, o segmento mais lucrativo da rede está na camada conteúdo. A camada de transporte virou commodity, com preços em queda acelerada. “Estamos prontos para intensificar as ofertas de solução de conteúdo, que fazem a diferença para o cliente, fidelizam e agregam valor para além da simples conectividade”, afirma Alexandre Fernandes, diretor de Inovação e Desenvolvimento de Produtos e Serviços da Telefônica. A operadora espanhola deu seu pontapé na área com um serviço de ensino de idiomas por meio do aplicativo Kantoo. As receitas com o serviço aumentaram 50% em 2012, o que, na avaliação de Fernandes, demonstra um crescimento sólido do aplicativo. Também em 2012, a operadora acrescentou o francês à lista de idiomas ensinados pelo Kantoo e levou o aplicativo para smartphones e tablets – antes estava disponível em features no celular e funcionava por meio de SMS –, o que exigiu uma reconfiguração da solução para uma tela maior. Com isso, o serviço está acessível para os 76,5 milhões (agosto de 2012) de clientes móveis da Telefônica/Vivo no Brasil. Outro aplicativo oferecido pela Telefônica/Vivo aos seus clientes de conectividade é a Nuvem de Lívros, como é chamado o serviço de acesso a um banco de seis mil títulos digitais. “É a primeira biblioteca de celular”, diz Fernandes, animado. O aplicativo está disponível em smartphones e computadores. Na esteira desse tipo de demanda na área da educação, surgiu um serviço de dicas de gramática e de português


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formal com a assinatura do Professor Pasquale. O resultado veio em números: 200 mil clientes foram conquistados em três meses, um indicativo do nível de represamento da demanda por maior conhecimento formal. “Há um consenso no Brasil da importância da educação. Não à toa se discute investir 10% do PIB na educação. A educação por meio digital é prioridade total para nós”, diz Fernandes. A expansão da banda larga móvel, com o barateamento dos smartphones, faz do celular conectado um eficiente dispositivo de ensino. E a base instalada já é expressiva: em agosto de 2012 havia, no país, 68,6 milhões de acessos móveis em banda larga (49,7 milhões de smartphones e 12,7 milhões de modems 3G).Por que, então, não usar os smartphones para alfabetizar? A resposta a esta pergunta é o Programa de Alfabetização na Língua Materna (PALMA), que se baseia em um aplicativo intuitivo e desenvolvido em forma de jogo, misturando texto, imagens, sons e símbolos para facilitar o aprendizado de alunos do EJA, programa de educação para jovens e adultos (veja à pág. 88). Outras experiências de educação por meio de dispositivos móveis estão sendo desenvolvidas pelo país, seja por governos ou organizações do Terceiro Setor.

Música, maestro! O potencial de desenvolvimento de serviços de oferta de conteúdo não está restrito à educação. Há outros segmentos interessantes a serem explorados. “De maneira geral, o conteúdo é algo relevante na vida do cliente e ele tem cada vez menos tempo e mais informação disponível para buscar. Assim, a operadora, de certa forma, fica com o papel de curadoria. Percebemos que a adesão à oferta [de conteúdo já selecionados] é significativa”, opina Gustavo Alvim, gerente de Serviços de Valor Agregado da Oi. A música é principal aposta da Oi na oferta de conteúdo, secundada pelo streaming. Os produtos estão disponíveis na nuvem e o usuário os acessa sem necessidade de download. O Oi Rdio, lançado em 2011, conta com uma base de 18 milhões de músicas. O usuário pode montar playlists e interagir com os demais usuários, uma espécie de rede

social de ouvintes de música. “Esse é um serviço que claramente tem, também, o apelo do social, de relacionamento”, diz Alvim. O Rdio está disponível em duas modalidades, acesso apenas pelo PC e acesso pelo computador e smartphone, um pouco mais caro. Como a Oi, via de regra, não tem expertise para desenvolver as soluções para oferta de conteúdo, busca parcerias especializadas. No caso do Rdio, se trata de um acordo internacional entre a empresa americana desenvolvedora do Rdio e a Oi. Além da distribuição de música do mundo todo, a operadora ainda gera conteúdo por meio do Oi Novo Som, uma plataforma em que faz a captação de novas bandas e as oferece para usuários que gostam de descobrir coisas novas. As melhores bandas são produzidas pelo selo Oi Música e geram ringtones disponíveis para download, sendo que uma porcentagem da receita fica com a banda. “Entendemos a música como algo que o cliente demanda e que nos aproxima dele, por isso investimos. Além disso, claro, a venda de conteúdo traz novas receitas”, explica Alvim. Apesar do foco em educação, a própria Telefônica/ Vivo oferece conteúdo em outras verticais. A experiência em venda de serviços de Som de Chamada mostra que os usuários de serviços de telecomunicações estão interessados em personalização e dispostos a pagar por ela. Nada menos do que seis milhões de clientes da operadora pagam para personalizar as músicas a serem tocadas nas ligações a um custo de R$ 1,99 por mês, além do valor cobrado por música baixada (validade de três meses). “É o nosso serviço com mais clientes”, aponta Fernandes. Agora, a Telefônica/Vivo avança para oferecer um serviço para personalizar a mensagem ouvida por quem liga, programada pelo usuário da linha. A necessidade de as operadoras recorrerem a parcerias para desenvolver os aplicativos de conteúdo vem movimentado uma cadeia de desenvolvedores, ainda modesta no Brasil, mas em franca expansão, a exemplo do que ocorre no resto do mundo. Desde o lançamento do iPhone da Apple, que inaugurou o segmento de smartphones em 2007, o mercado de aplicativos explodiu. Só em 2011, o número de downloads de aplicativos cresceu de 9 bilhões para 30 bilhões, segundo o Relatório Mobilize de Inteligência de Mercado, divulgado em junho de 2012 pela desenvolvedora de aplicativos digitais Aorta, empresa


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do Grupo.Mobi. O faturamento do setor alcançou, em 2011, US$ 8,5 bilhões e a projeção é de um crescimento vertiginoso para US$ 46 bilhões, em 2016. O mercado tem expansão garantida, mas a concorrência entre desenvolvedores também é feroz, já que desenvolver um game ou aplicativo para celular não demanda mais trilhar o caminho todo, partindo do zero. Isto porque os proprietários dos sistemas operacionais (Apple do iOS, Google do Android, RIM do Blackberry, Microsoft do Windows Phone, entre outros) fornecem plataformas que simplificam bastante o trabalho dos desenvolvedores. De outro lado, ficou mais difícil gerar receita com a venda de conteúdos. A projeção para a venda de aplicativos no mundo em 2012 indica que 89% serão baixados gratuitamente. Atualmente, o mercado de aplicativos móveis baseia-se em quatro modelos principais: Free Advertising que, apesar de totalmente gratuito, gerou US$ 5,9 bilhões de receita em 2011 com a venda de anúncios publicitários in-apps; Premium, com US$ 1,6 bilhão, que monetiza a partir de cada download realizado; Freemium, com US$ 1 bilhão

O mercado de aplicativos móveis segue, basicamente, quatro modelos de negócios. O mais usado é o que traz a publicidade dentro do aplicativo, que é gratuito para o usuário.

(é gratuito, mas fatura via compras realizadas inapps); e Free Patrocinado, de receita não revelada (vende os aplicativos diretamente às marcas). No geral, o Premium responde por apenas 4% do total de downloads, contra 96% dos outros modelos. A Hive Digital Midia, uma desenvolvedora brasileira de software para mídia digital e também uma das maiores desenvolvedoras de games do Brasil, apostou no modelo de publicidade dentro do aplicativo. E deu certo. Com seis anos de funcionamento e preparandose para abrir um escritório em São Francisco, nos Estados Unidos, pretende fechar o ano de 2012 com faturamento de R$ 10 milhões, 40% superior ao do ano passado. A receita do sucesso, explica Charles Betito Filho, sócio-diretor da Hive, está na busca de patrocínio para os jogos antes mesmo de serem lançados. “O que fazemos é ter apelo com marketing digital. Levamos conteúdo para o usuário final ao mesmo tempo em que conseguimos promover ações relevantes para empresas como a Procter & Gamble e gerar engajamento dos usuários naquele espaço em que a P&G está presente”, conta ele.


39 O salto da economia criativa

CE NA RIO

foto: divulgação

a lei da tv paga, com a política de cotas e mais recursos para financiamento do audiovisual brasileiro, já começou a impulsionar a produção nacional de filmes, séries e documentários. A chamada economia criativa no Brasil tem tudo para ganhar musculatura e projeção no mercado interno e mesmo no cenário internacional. Com a aprovação da Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) em 2011 e a entrada em vigor da política de cotas de conteúdo nacional, em setembro de 2012, criou-se uma demanda obrigatória nas prestadoras de serviço de TV paga para os produtores nacionais de conteúdo audiovisual e para os programadores, que têm que incluir canais nacionais em sua grade. Ao lado da política de cotas de conteúdo soma-se a expansão do serviço de TV paga no país, impulsionada pela unificação das regras (a Lei vale para qualquer tipo de tecnologia), pelo investimento de operadoras como Embratel e Oi na TV paga via satélite e pelo fim da restrição que existia às concessionárias de telefonia fixa – agora podem prestar o serviço de TV paga em sua área de concessão também por cabo ou fibra. Como resultado da liberalização do mercado, o serviço vem crescendo na casa de dois dígitos, nos últimos anos. A expectativa da Anatel é de que a base de assinantes deste tipo de serviço dobre nos próximos cinco anos e passe dos atuais 15,1 milhões (agosto de 2012) para 25 milhões. A mudança não será pouca. Em 2011, apenas 21,2% dos domicílios possuíam TV paga. Em 2014, este percentual deve alcançar 70%, segundo projeção do Ministério das Comunicações. Para o conteúdo criativo, ou seja, a produção audiovisual, a maior mudança introduzida pela Lei do SeAC foi as cotas de produção nacional e de canais nacionais nos pacotes de TV paga, um movimento para colocar mais Brasil na tela da TV por assinatura e que já dava os primeiros passos por conta da expansão do consumo. A programadora FOX, por exemplo, começou a exibir conteúdo audiovisual norte-americano dublado em português e a comprar conteúdo audiovisual nacional antes mesmo da nova regra, porque entendeu que apenas assim garantiria audiência. Pela Lei, filmes, séries, animação, documentários, etc., produzidos no país devem ser inseridos na programação. A aplicação das cotas tanto de conteúdo como de canais é gradativa e o valor máximo terá de ser atendido a partir de setembro de 2013: três horas e trinta minutos de programação nacional em horário nobre nos canais de conteúdo qualificado (todos, menos os de esporte e jornalismo) por semana e 12 canais brasileiros na grade, dois dos quais terão que ser independentes, ou seja, sem qualquer relação com distribuidora. Dos dois independentes, um não pode ter relação com empresa de radiodifusão, motivo pelo qual foi apelidado de super independente.


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A criação de programadoras brasileiras independentes é talvez um dos passos mais complicados desse plano, mas importante para a estruturação da cadeia, como aponta a Ancine, a agência reguladora e de fomento do audiovisual brasileiro: “São instituições estratégicas tanto para a atração de novos espectadores, quanto para a parceria com as produtoras independentes de televisão. Programadoras sediadas no Brasil que se pretendam competitivas no mercado interno e no exterior terão de associar-se ao conteúdo brasileiro, arriscar formatos e franquias inovadoras, coproduzir ou pré-comprar obras seriadas e filmes”. Até outubro de 2012, apenas três empresas tinham se credenciado e obtido o certificado condizente com o canal brasileiro super independente. Somando- se a elas o Canal Brasil, do qual a Globosat é sócia, são quatro as opções de canal brasileiro de programadora independente com 12 horas de programação e apenas oito canais de programadora independente. Ou, seja, são poucas as opções. Apesar da razoável incerteza em relação ao sucesso no incentivo à criação de programadoras nacionais, na área de produção de conteúdo os resultados da nova lei da TV paga já estão sendo sentidos, avalia Mauro Garcia, presidente da ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtores Independentes de TV). Segundo Andrea Barata Ribeiro, da O2Filmes, a empresa deverá crescer cinco vezes a produção direcionada para a TV no próximo ano. “Já estamos preparando seis novas séries. Isso significa que nosso trabalho mais que triplicou com a nova Lei e com os novos recursos do Fundo Setorial Audiovisual”, comemora. Já a Bossa Nova Filmes, que projeta crescer 70% em 2012, prevê outra forte expansão em 2013. “A relação do mercado com as produtoras mudou muito. Já existe um processo de mão dupla. Os canais estão nos procurando”, constata Denise Gomes, sócia e produtora executiva da área de entretenimento e conteúdo da empresa. As duas produtoras já têm contratos para as novas grades de programação. O maior espaço para o conteúdo nacional, no entanto, requer dessas e demais produtoras de conteúdo audiovisual um aumento da profissionalização. Essa é, hoje, uma das principais preocupações da Ancine,

que, juntamente com o Ministério da Cultura e outras áreas de governo (ministérios das Comunicações, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e da Ciência, Tecnologia e Inovação), trabalha para estruturar a produção nacional e a circulação de conteúdos digitais criativos no país. Está em discussão, no governo, a Política Nacional para Conteúdos Digitais Criativos. E o MinC está desenvolvendo o Plano Brasil Criativo, no qual audiovisual, games e animação representam um entre os muitos segmentos da indústria criativa: artesanato, circo, dança, teatro, design, moda e gastronomia. Impulsionados pelos avanços das tecnologias digitais, os setores envolvidos com conteúdos para cinema, televisão, computadores, smartphones, tablets, consoles de jogos e demais mídias eletrônicas se tornaram, na última década, motivo de um olhar mais atento dos governos de diferentes países, seja por uma questão geopolítica, caso dos que monopolizam o mercado de produtos audiovisuais tendo à frente os Estados Unidos, seja por uma questão econômica e de inclusão social, como no caso do Brasil. A Política Nacional para Conteúdos Criativos propõe a integração de políticas e programas de diferentes setores de governo. O objetivo é fortalecer a Economia Criativa Brasileira, pela formalização

sequência da série nacional “fdp” transmitida pela hbo no brasil  |  foto: pródigo filmes


41 CE NA RIO dos agentes, por exemplo, e inserir os segmentos criativos nas estratégias governamentais para o desenvolvimento do país, inclusive com retornos econômicos em termos de receita, renda e emprego. A projeção usada pelo Ministério das Comunicações para seus planejamentos internos dão conta que, enquanto o mundo vai faturar US$ 49,6 bilhões com a economia criativa em 2012, no Brasil este valor não chegará a US$ 800 milhões. Mas o cenário tende a melhorar em dois anos, quando a receita brasileira com este segmento deve chegar a US$ 1,2 bilhão. E este avanço só será possível graças a dois mecanismos fixados na Lei do SeAC: a política de cotas de conteúdo nacional e a obrigatoriedade de as prestadoras de TV paga aportarem recursos na Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). Dos R$ 819 milhões arrecadados em 2012 pelas operadoras de telecomunicações para a Condecine, R$ 400 milhões deveriam ser aplicados, até dezembro de 2012, pelo Fundo Setorial do Audiovisual. Com os novos recursos, o orçamento do fundo para realizações em 2012 passou de R$ 205 milhões para R$ 605 milhões. Os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual vão financiar projetos dentro das pioridades

definidas. Entre metas e diretrizes estabelecidas para este setor até 2020, propostas pela Ancine e em processo de consulta pública em outubro de 2012, há destaque para o crescimento dos serviços tanto de TV paga como de vídeo sob demanda, em paralelo com o aumento da renda da população. A Globosat, maior programadora brasileira, já deu os primeiros passos no segmento de vídeo sob demanda. “Temos um tipo de conteúdo esportivo em que 90% do valor está no momento em que acontece. Mas, para os demais conteúdos, há possibilidade de armazenar e assistir como demanda ou em outros aparelhos”, explica Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat. A programadora lançou este ano o Philos, serviço de vídeo sob demanda com um catálogo de conteúdos em alta definição (HD), cuidadosamente selecionados para atender um público que gosta de boa cultura. O Philos é um conteúdo pago por assinatura, o que o distingue da maioria das soluções on demand e aplicativos para TV. Assim como nos conteúdos para celular, o grande desafio é tornar rentáveis os produtos para TV paga, especialmente porque não está claro como será organizado o ecossistema. “Temos que entender como oferecer, integrar na cadeia de valor e como isso vai alimentar ecossistema da TV paga”, avalia Pecegueiro.


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Celular, cada vez mais um banco virtual o brasil lidera, na américa latina, o uso de dispositivos móveis como meio de pagamento. operadoras, bancos e cartões aceleram parcerias e lançamentos de novos serviços. Por Wanise Ferreira

O

que Singapura, Canadá, Estados Unidos, Quênia e Coréia do Sul têm em comum? Eles são os cinco países melhor preparados para a adoção dos serviços de pagamento móvel. Entretanto, isso não significa que eles estejam totalmente prontos. Apenas que estão em melhor posição do que os outros 29 países pesquisados no MPRI (Mastercard Mobile Payment Readiness Index), uma ferramenta interativa da administradora de cartões que se propõe a mapear o crescimento desse mercado em todo o mundo. Por enquanto, ainda é preciso alinhar uma variedade de fatores – infraestrutura, desejo, familiaridade e necessidade dos consumidores – com uma regulação adequada, para que os pagamentos via dispositivos móveis se tornem uma realidade mundial. Mas o sucesso nessa área pode não estar tão longe. Se depender das projeções de expansão da receita com pagamentos móveis, os bons ventos estão chegando. De acordo com o Gartner, a receita global passou de US$ 25,6 bilhões, em 2009, para US$ 58, 9 bilhões no ano seguinte e quase dobrou em 2011, com um faturamento de US$ 105,9 bilhões. A projeção da consultoria é de que as transações efetuadas com mobile payment atinjam US$ 171,5 bilhões em 2012, cresçam para US$ 255,8 bilhões em 2013, para chegar a US$ 352,7 bilhões em 2014. Para entender melhor o cenário é interessante olhar o resultado dos 34 países estudados pelo MPRI, inclusive para se descobrir onde estão as oportunidades e os gargalos. Para fazer o levantamento, a Mastercard definiu pagamentos móveis em três categorias: peer-topeer, mobile commerce e transações no ponto-de-venda. Estabeleceu seis diferentes fatores a serem considerados para avaliar o nível do país em relação à adoção do pagamento móvel. Esses fatores cobriam

foto: divulgação

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43 CE NA RIO da infraestrutura à regulação do segmento, passando pelo nível de oferta do serviço e pela preparação do consumidor para utilizar os serviços oferecidos. Estabeleceu-se em 60 o ponto de inflexão da curva de adoção de serviços de pagamentos móveis, não atingido por nenhum país. A média global ficou em 33,2 pontos. De todos os países avaliados, Singapura foi o melhor pontuado (45,6 pontos), o que se deve em parte à qualidade de sua infraestrutura e à maturidade de sua regulamentação. Em segundo lugar está o Canadá, com 42 pontos, impulsionado

pelos grupos de mobile commerce. Logo atrás vêm os Estados Unidos, com 41,5 pontos e liderança no item meio-ambiente; nível de consumo por domicílio de US$ 33 mil (a média do MPRI foi de US$ 11 mil), e boa disposição para mobile commerce e pagamentos no ponto-de-venda. Na quarta colocação, o Quênia, com 40,4 pontos, liderou no quesito familiaridade e uso frequente de mobile payment, majoritariamente em transações peer-to-peer (68) contra as de mobile commerce (22) e uso nos pontos-de–venda (9). Ainda de acordo com o MTRI, o Brasil é líder


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na América Latina com uma pontuação de 33,4, acima da média mundial, e 16º no ranking. Entre os países vizinhos, o que mais se aproxima do Brasil é a Colômbia, com uma pontuação de 32,4. No mercado colombiano, há uma predisposição maior de se ter um smartphone do que um cartão de crédito, o que lhe garante muitas oportunidades. A posição do Brasil no ranking foi favorecida pelo bom nível de parcerias entre bancos e operadoras; por ter pilotos em andamento – o relatório cita a Paggo como exemplo –; infraestrutura; serviços financeiros adequados; e uma boa aceitação dos clientes móveis para o serviço. E os brasileiros mostraram-se relativamente preparados para a adoção do serviço – conforme o levantamento, 14% dos brasileiros têm familiaridade com mobile payment e 19% se consideram abertos para usá-lo, com vantagem para o m-commerce em relação aos pontos-de-venda. Seu calcanhar de Aquiles está na área regulatória, considerada onerosa aos negócios pelo relatório do World Economic Forum’s Global Information Technology, de 2011, usado como referência pelo MTRI.

pagamento móvel: receitas em expansão  |  foto: robson regato

Mercado híbrido O Brasil tem características que o diferenciam em relação aos demais países. Ao traçar suas estratégias globais para as plataformas de mobile payment, tanto Visa quanto Mastercard estabeleceram metodologias diferentes para países desenvolvidos e emergentes. E ambos classificaram o mercado brasileiro como híbrido, comportando soluções nas duas pontas. Isso porque o Brasil tem um alto índice de penetração da telefonia móvel, registra o crescimento de smartphones em sua base, tem demanda para produtos mais sofisticados e serviços financeiros avançados. No entanto, mais de 80% das conexões móveis são pré-pagas e 40% da população adulta não possui conta bancária. “Nós temos um país do tamanho de toda a Europa em cada uma dessas pontas”, comenta Maurício Romão, diretor de produtos e serviços da Telefônica/Vivo. Na sua avaliação, o país está no primeiro estágio desse mercado, que é o lançamento de produtos. Ele calcula mais dois anos, pelo menos, para haver massificação do mobile payment no Brasil. Para começar sua escalada nesse mercado, a operadora decidiu lançar um produto que abrange os dois mundos, o dos cada vez mais sofisticados smartphones e o dos features phones, mais simples. Ao lado da PayPal , está oferecendo serviço de pagamento que utiliza a tecnologia USSD, similar ao SMS, mas mais robusta e segura. O serviço vai permitir que pequenos comerciantes ou prestadores de serviços, como taxistas e manicures, possam receber o pagamento via celular. E, ao mesmo tempo, promete ser uma arma eficiente para a própria Vivo no seu programa de recarga de créditos em celulares. O serviço incentivou a PayPal a estudar a oferta de produto semelhantes em outros países, como Índia, Rússia e alguns na África. No final de 2011, o grupo Telefónica anunciou a parceria com a Mastercard para o mercado de mobile payment na América Latina. Isso resultou na criação de duas joint ventures, com 50% de participação de cada um dos acionistas. A primeira a ser formada e a lançar produtos foi a empresa Wanda, presente em 12 países latinos. A outra é voltada especificamente para o mercado brasileiro e está em fase final de estruturação.



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Espaço para todos depois de construir uma posição comum, as empresas que formam a cadeia de mobile payment agora querem acelerar o processo. Para conseguir avançar no segmento de mobile payment, o mercado brasileiro precisou superar uma longa discussão entre bancos e operadoras sobre modelos de negócios. Ou melhor, a parte de cada um nesse negócio. Hoje, o tema está pacificado.“Todo mundo se acertou, o que também é um diferencial do mercado brasileiro em relação a outros países onde ainda há conflitos”, comenta Cândido Leonelli, diretor-executivo do Bradesco. Ele cita, como exemplo, a parceria do próprio Bradesco com a Claro; da Cielo e do Banco do Brasil com a Oi, e da Mastercard com a Vivo. As parcerias foram uma consequência natural do entendimento, pelos bancos, do potencial da mobilidade para as transações bancárias. Dos 25,6 milhões de clientes do Bradesco, pelo menos 8 milhões já não comparecem à agência, que se tornou um canal alternativo. Segundo Luca Cavalcante, diretor de canais digitais do Bradesco, 91% das transações efetuadas no banco passaram por meios digitais. O Internet Banking do Bradesco registrou, de janeiro a julho de 2011, 1,5 bilhão de transações; no mesmo período de 2012, o número subiu para 2 bilhões. Em volume de dinheiro, o valor passou de R$ 1,8 trilhão para R$ 2,2 trilhões, entre um e outro período. Ao lado da internet, a mobilidade começou a chamar atenção. Em julho de 2012, 5% de todas as transações digitais do banco foram efetuadas em dispositivos móveis. Um ano antes o percentual era de 1%. Com o Infocelular, que utiliza o SMS para enviar dados pesquisados pelo cliente, o Bradesco registrou uma expansão de 169% em janeiro de 2012 em relação a igual período do ano anterior. O DDA, que também usa mensagem curta de texto para autorizar transações, teve um crescimento de 1.186%; 180 mil clientes já utilizavam, em setembro de 2012, o m-tolken para o acesso a operações financeiras no celular; e outros 126 mil clientes pagaram contas utilizando os dispositivos móveis no mesmo mês. O banco ainda conquistou a marca de 3 milhões de downloads de seus aplicativos disponíveis nas lojas de apps da Apple, do Google e da Blackberry. “Nos aproximamos dos grandes players que, a princípio, não entendiam o que estávamos fazendo em suas lojas de aplicativos. Mas acho que ajudamos a aperfeiçoar a visão corporativa desses espaços, inclusive exigindo mais garantias para que o serviço de download funcione adequadamente”, disse Leonelli. De olho no potencial de mercado dos smartphones, o Bradesco planeja o lançamento de uma carteira móvel ainda este ano e recentemente anunciou o serviço de depósito de cheque via celular. Como parceiros, a instituição financeira tem a seu lado a Claro, como operador, e a Scopus, como desenvolvedora da tecnologia.


47 CE NA RIO “O time to market do mobile payment é agora”, observa Eduardo Aspesi, diretor de produtos de varejo nacional da Oi. Na sua avaliação, o celular leva várias vantagens como meio de pagamento. E chama a atenção para algumas delas: ser mais resiliente, ter capacidade para a inclusão de mais produtos e ser um forte instrumento para descontos e promoções. Para atuar nesse mercado, a operadora criou uma empresa em 2006, a Oi Paggo, que lançou o primeiro sistema de pagamento via celular. A companhia tratou de reforçar seu programa de parcerias, o que levou a rede de adquirência Cielo a se interessar pelo projeto e se tornar sócia da Paggo. Considerada a empresa mais avançada em mobile payment, a Paggo teve como uma das suas primeiras tarefas, com a nova marca, habilitar os terminais da Cielo para aceitarem os cartões de crédito lançados pela Oi e pelo Banco do Brasil com a bandeira Mastercard. “A rede celular da Oi integrada com a Cielo atinge 1,8 milhão de estabelecimentos”, comenta Massayuki Osmar Fujimoto, presidente da empresa. A parceria da Oi com o Banco do Brasil, por sua vez, oferece um potencial mercado de 53 milhões de clientes em 3.600 municípios, completa Aspesi. A proposta da Paggo é ir muito mais além do que ser caracterizada como uma empresa da Cielo e Oi. Ela trabalha com o conceito multiplataforma e multibandeira. Hoje, a Visa e a Mastercard já estão presente nos projetos da empresa com suas bandeiras. A empresa, agora, está estendendo o pagamento via celular a seus clientes que possuam qualquer cartão de crédito Mastercard/Ourocard emitido pelo Banco do Brasil. De acordo com Fujimoto, para anunciar a nova fase – que sai de operação restrita a cartões com a marca Oi para um universo bem maior –, a empresa faria um piloto de pagamentos móveis em Fortaleza, em outubro de 2012, cobrindo toda a cidade. Na avaliação de Fujimoto, o mercado de mobile payment deve evoluir, mesmo sem a chegada das soluções via NFC (Near Field Communications), que permitem que transações sem contato sejam efetuadas. “O que vamos ver primeiro é a chegada dessa tecnologia ao cartões de plástico”, ressalta. E é a chegada do NFC nos cartões de plástico que deverá favorecer o futuro uso dos smartphones em pagamentos móveis sem contato, na avaliação de Fujimoto. Ele comenta que Cielo e Redecard,

por exemplo, na troca de suas bases de POS já estão implantando terminais com NFC que ainda não estão ativados. “Depois, para fazer com que eles suportem os smartphones, será necessária apenas uma adapatação de software”, diz. A partir de julho de 2012, a Vivo realizou testes com essa tecnologia. “Por enquanto estamos fazendo pilotos internos, mas planejamos estendê-los para pequenos grupos em breve”, diz Maurício Romão, diretor de produtos e serviços da Vivo. Segundo ele, um dos maiores obstáculos do NFC está na limitação dos aparelhos que suportam a plataforma. Aos poucos, os fabricantes de terminais começam a incorporar o NFC em seus novos modelos, mas a escala ainda é baixa.

Eventos esportivos “O Brasil vai sediar os próximos eventos esportivos mais importantes do mundo. Isso lhe dá uma condição especial e que deve atrair muitos investimentos nessa área”, observa Ector Cano, gerente comercial de Mobile Financial Services para América Latina da Gemalto. Durante as Olímpiadas 2012, em Londres, os visitantes e moradores viram várias experiências de uso dos celulares não apenas para pagamentos mas também para entrada em alguns locais. Para Cano, a situação favorável do mercado brasileiro vai além das atrações esportivas dos próximos anos: “O país está hoje em melhor situação, com uma alta penetração de celular e mais de 50% da população bancarizada.” Com soluções em seu porfólio com a tecnologia NFC, a Gemalto acredita que a plataforma não envolve apenas pagamentos móveis, mas também permitirá rodar sistemas voltados para outras áreas, como transporte. A Gemalto tem no seu portfolio a oferta de cartões SIM com NFC. Na Europa, a primeira implantação em larga escala da solução NFC baseada no SIM foi feita pela Orange. Ela também atua como fornecedora de plataformas para pagamentos móveis, podendo gerenciar o serviço para o cliente de forma remota. Em agosto de 2012, anunciou serviços de gerenciamento de NFC em Cingapura. O projeto envolve um consórcio de parceiros locais onde estão bancos, operadoras e prestadores de serviços.


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A

demanda das concessionárias por equipamentos de telecomunicações ainda é por tecnologias maduras. Mas esse cenário vai mudar frente à necessidade de oferta de banda larga ao assinante sem distinção entre a rede fixa e a móvel, com oferta de aplicações simultâneas de voz, dados e vídeo. “A comunicação será uma grande teia de redes de fibra óptica no mundo inteiro, combinada com o acesso wireless e a transmissão de dados em protocolo IP”, resume Antonio Carlos Bordeaux Rego, assessor executivo em Inovação Tecnológica do CPqD. Nas redes móveis, a mudança da 3G para a 4G/ LTE será “drástica”, uma vez que os sistemas de 4G são sistemas para transmissão de dados, nos quais a transmissão de voz é apenas mais um serviço. Outra

tendência é a entrada da fibra óptica no acesso e, em outra frente, o uso de mais fibra no mercado de TV a cabo, segmento que contará também com a entrada do Docsis3.0 (Data Over Cable Service Interface Specification), padrão internacional que permite a adição de alta velocidade de transferência de dados para um arquivo de TV a cabo. A indústria terá, portanto, que oferecer às operadoras soluções para a nova arquitetura de rede e, acima de tudo, soluções que melhorem a qualidade dos serviços, particularmente da banda larga. Uma das apostas dos fabricantes são as small cells. “Nossas projeções para 2020 mostram que, para cada macro célula existente hoje, teremos dez mini células instaladas na rede”, informa


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foto: divulgação qualcomm

Fibra, comunicação sem fio e IP

Wilson Cardoso, diretor de tecnologia da Nokia Siemens. Ele acredita que elas desembarcarão no Brasil em 2014/2015, já que 2013 será ocupado principalmente com a padronização da LTE. Com a massificação do uso de smartphones e tablets e o aumento de tráfego gerado por vídeo nas redes móveis, as projeções são de um aumento de 18 vezes no tráfego até 2016, de acordo com Rodrigo Dienstmann, diretor do Segmento de Operadoras da Cisco. “É inexorável a ida das operadoras para small cells”, reforça o executivo. Esse percentual de crescimento é válido globalmente (cujo crescimento é 78% ano sobre ano, o que dá 18 vezes) e se repete no Brasil. Dienstmann destaca que as small cells serão

essa é a infraestrutura que vai garantir o atendimento da demanda por aplicações simultâneas de voz, dados e vídeo. e a indústria se prepara para novos saltos. Por Fátima Fonseca

usadas para “alívio de capacidade”, uma vez que as redes de macro células são focadas na cobertura, enquanto as small e as redes WiFi são voltadas para capacidade. Outro avanço apontado por Dienstmann é na rede sem fio. Antes, para acessar uma rede WiFi (em casa, no hotel, no aeroporto ou em qualquer outro lugar), o usuário tinha que procurar a rede, se registrar, etc. Isso está deixando de ser necessário. “Estou falando do SP WiFi (de service provider), um WiFi muito mais robusto do ponto de vista técnico e de segurança, e que não exige que o cliente saiba que está usando uma rede sem fio, basta que esteja com seu celular ligado. A grande inovação é a integração do WiFi à estrutura móvel. Isso faz parte do padrão 3GPP (3rd Generation Partnership Project), onde a rede


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WiFi deixa de ser uma rede separada para ser um braço da rede móvel, então, a autenticação será feita pelo chip do usuário, no seu smartphone ou tablet.” Eduardo Ricotta, vice-presidente da Ericsson no Brasil, também vê as small cells como uma solução complementar à tecnologia WiFi. “É uma tendência mundial”, aponta. “A indústria tem que criar um ecossistema, onde consiga aproveitar da melhor forma possível o espectro disponível nas operadoras”, diz. No caso da Ericsson, destaca Ricotta, já existe uma solução que combina LTE , 3G, pico cell, WiFi. “São vários equipamentos juntos, que aumentam a capacidade da rede, utilizando da melhor forma o espectro e com a menor interferência”, explica. Uma pesquisa apresentada no início de outubro de 2012 pela consultoria Frost & Sullivan prevê que o número de aparelhos conectados por pessoa deve chegar a cinco em 2020, num total de 80 bilhões de dispositivos conectados e cinco bilhões de usuários de internet em todo o mundo. O resultado desta tendência é o crescimento exponencial do volume de informações geradas. Segundo a consultoria, 90% do volume de informações no mundo foi criado nos últimos dois anos como resultado do número de aparelhos móveis e fixos conectados. Desse total, apenas

15% são considerados dados estruturados em plataformas como CRM, ERP e banco de dados. Os 85% restantes são dados não-estruturados, dispersos em redes sociais, e-mails, documentos eletrônicos, mensagens instantâneas, vídeos, áudios, comunicação máquina a máquina (M2M) e RFID.

O Brasil terá ainda o crescimento do serviço FTTH. Embora a tendência é de que seja um serviço mais de nicho, atingindo inicialmente as classes A e B, vai contribuir para o aumento do tráfego nas redes. Para Cardoso, haverá uma complementariedade grande entre a banda larga móvel, que vai ter 90% dos usuários e transportar 10% do tráfego; e a banda larga fixa, que terá 10% dos usuários, mas vai transportar 90% do tráfego. “Isso é a boa dicotomia das operadoras nos próximos dez anos no Brasil”, afirma o diretor da Nokia Siemens. Ricotta concorda que a fibra e a LTE são complementares. “É difícil prever se vai ganhar a fibra ou a móvel. Cada operadora, cada país, cada contexto, tem uma situação. Eu acredito, por exemplo, que o serviço de TV, em cima da fibra, será um modelo vencedor, porque exige uma capacidade gigantesca e uma qualidade que a rede móvel ainda não tem, embora o LTE permita

A banda larga móvel vai ter 90% dos usuários, mas só carregará 10% do tráfego. A banda larga fixa, com 10% dos usuários, terá 90% do tráfego. Essa é a dicotomia que as operadoras vão viver nos próximos dez anos.

a comunicação vai continuar ip, mas os laboratórios vão ter que investir em evolução das redes de dados  |  foto: divulgação alcatel-lucent

FTTH para poucos


51 CE NA RIO uma evolução grande na parte de vídeo”, considera. O gerente de marketing da Huawei no Brasil, Marcelo Yamamoto, acredita que a demanda dos usuários por velocidades cada vez maiores vai levar ao crescimento do FTTH. E, na medida em que os usuários demandarem altas velocidades, ele vê a entrada do chamado QoE (Quality of Experience) e de plataformas de gerenciamento de tráfego que possibilitem, por exemplo, limitar o tráfego P2P (compartilhamento de arquivos), quando estiver faltando recursos na rede, para garantir banda mínima para o tráfego de acesso à internet ou para IPTV. “Hoje, uma pequena quantidade de usuários é responsável pela utilização da maior parte dos recursos da rede. E ele não é o usuário mais rentável para a operadora, que terá que priorizar o tráfego mais rentável para ela, seja no VoD ou na navegação de internet”, defende Yamamoto. De olho na tendência de QoE, a Tellabs já anunciou a nova versão de seu smart router, o Tellabs 9200, que é uma plataforma de roteamento sensível ao tipo de conteúdo e que oferece escalabilidade massiva, inteligência e flexibilidade para a rede. “Com a mudança do 3G para LTE, todo o tráfego passa a ser IP e as soluções de empacotamento passam a ser no core da rede”, comenta Alberto Barriento, vice-presidente da Tellabs para América Latina.

Investimentos e inovação Todas essas mudanças na forma de comunicação vão exigir investimentos nas redes para atender a demanda por mais tráfego, num cenário macroeconômico pouco favorável para os principais grupos de capital estrangeiro que operam no país, lembra Luís Minoru Shibata, diretor de consultoria da PromonLogicalis. “Esse é um ponto importante para a inovação, porque ela existe quando as empresas têm dificuldades de investimentos e precisam ser altamente competitivas, principalmente nas áreas de marketing e de produtos”, observa. Na visão de Minoru, o potencial de inovação não está, especificamente, na tecnologia de rede. “Não podemos esquecer que existem outras empresas que vão chegar para desafiar um pouco mais esse mercado, como é o caso da Amazon, que está anunciando sua entrada no Brasil, com soluções de cloud inclusive. E já temos Apple, Google, Netflix, players que crescem muito no valor de mercado, mas dependem de conectividade para continuar crescendo, e conectividade é o papel das operadoras.” Mais do que demanda por conectividade, algumas dessas empresas já estão influenciando no rumo das redes, lembra o diretor de tecnologia da Nokia Siemens. “A rede móvel hoje é mais ditada pela indústria de terminais do que pela própria disponibilização de rede. O que quero dizer é que o impacto do lançamento do iPhone 5, por exemplo, precisa ser enxergado de maneira mais ampla, dado pela disponibilidade de frequência em torno dos ecossistemas de aparelho. É uma preocupação que não tínhamos antes e começa a ficar maior”, afirma Cardoso. Além disso, acrescenta Minoru, a internet das coisas (M2M) começa a ser uma realidade. “Hoje, o foco das operadoras ainda é em implantação de infraestrutura tanto no backbone como na rede de acesso”, diz o consultor, defendendo que as empresas comecem a mudar o foco. Dá, como exemplo, a área de operações de engenharia que, a seu ver, deveria usar mais os relatórios analíticos que indicam os trechos da rede mais demandados, e por quem, e qual o impacto na rede quando é lançado um novo produto.


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tecnologias que despontam novidades virão da comunicação óptica e dos circuitos integrados Para os especialistas, quando se fala em inovação em telecomunicações nos dias de hoje, é preciso separar o segmento em duas grandes áreas: a infraestrutura de rede e o que está em cima da rede, o OTT (Over The Top), que são os serviços e aplicações na rede. Para atender as novas demandas, inclusive as geradas pelo OTT, existem três grandes tendências na área de infraestrutura: os sistemas de comunicação em fibra óptica, as redes móveis e a rede de dados (IP). “São três grandes linhas que não se esgotam nos próximos dez a 30 anos. Não há nenhuma indicação de que vai aparecer alguma tecnologia capaz de mudar isso”, afirma Antonio Carlos Bordeaux Rego, assessor executivo em Inovação Tecnológica do CPqD. “Os sistemas de comunicação em fibra óptica são os que vão dar a grande quantidade de transmissão de dados e os sistemas de comunicação sem fio vão dar a mobilidade. As pessoas querem essas duas coisas: mobilidade e acesso e a tendência é que, no futuro, o acesso sem fio seja predominante”, diz Bordeaux. “E tudo vai ser comunicação de dados, a comunicação é IP e os equipamentos de rede (roteadores e switches) passam a dominar fortemente. Apesar de essa ser uma tecnologia com mais de 20 anos, existe uma série de evoluções e padrões na rede de dados a ser feita”, acrescenta. Bordeaux acredita que, nos próximos cinco a dez anos, a rede óptica se torne massiva no país. Antes disso, a indústria começará a disseminar uma nova técnica para ajudar a resolver as limitações nas redes metropolitanas, geradas pela grande quantidade de tráfego. “Estou falando da comunicação óptica coerente, que deve entrar fortemente já em 2013”, diz ele. O especialista diz que a técnica coerente mantém a largura espectral menor, com 80 comprimentos de onda, e aumenta a velocidade na ordem de 100 Gbps a 200 Gbps. “Hoje se transmite opticamente a 400 Giga, com 80 canais de comprimento de onda”, exemplifica.

De forma simplificada, significa que a transmissão óptica começa a usar as mesmas técnicas utilizadas nas comunicações de rádio. “Isso modifica radicalmente a característica de um sistema de transmissão óptico”, afirma Bordeaux, explicando que sempre se usou na óptica técnicas convencionais e, no momento em que começa a se tratar a óptica como radiação eletromagnética, é preciso ter o mesmo oscilador (laser) na transmissão e na recepção, como no sistema de rádio. Para que isso aconteça, o país vai precisar investir em circuito integrado, que trabalhe em velocidades altíssimas. “Será a maior mudança disruptiva no cenário industrial, porque até então se fazia no país sistemas ópticos em que os circuitos eram fornecidos por start-ups que saiam de um centro de pesquisa”, observa Bordeaux, lembrando que o custo de desenvolvimento é alto e, por isso, poucas empresas conseguem fazer circuito integrado. “Nos países desenvolvidos isso não é problema, mas no Brasil pode ser um entrave para o domínio de tecnologia“, assegura. Também na transmissão de dados a evolução da tecnologia, de roteamento e switches de dados, seja IP ou Ethernet, se dá pela evolução de circuitos integrados, acrescenta Bordeaux. Segundo ele, nos próximos anos, a inovação na comunicação de dados vai acontecer não no desenvolvimento das tecnologias de hardware, mas na borda (sai do backbone para a rede metropolitana ou desta para o acesso). “É aí que haverá a grande demanda, porque é onde estão sendo colocados os grandes serviços OTT, é onde a nuvem vai se dar das mais variadas formas e os data centers estão conectados. A grande inovação nesse campo é mudar o paradigma da gerência dessa rede”, discorre o especialista em inovação. As chamadas redes definidas por software (SDN, na sigla em inglês) já estão presentes em redes de universidades. A Google também já utiliza técnicas de SDN em mais de 60% de seus data centers. “Essa é uma tecnologia que está crescendo fortemente. Grandes empresas, como a Cisco, que antes reagiam contra ela, começaram a incorporá-la porque sabem que será um elemento chave para o domínio de mercado”, comenta.


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Celular? Não, computador de bolso smartphones e tablets, cada vez mais sofisticados, vão continuar dominando o mercado. Quando se fala em tendência em dispositivios móveis, há unanimidade: haverá predomínio dos smartphones e tablets no mercado, com a consolidação dos três grandes sistemas operacionais – o Mac OSX, da Apple; o Android, da Google; e o Windows, da Microsoft. “O que importa é a experiência do usuário final e ninguém vai querer saber qual a tecnologia que está por traz”, afirma Roberto Medeiros, diretor de tecnologia da Qualcomm no Brasil. “O 4G/LTE é um sintoma dessa tendência, é a convergência tecnológica fazendo o usuário, e até mesmo o operador, não mais ter preocupação com qual é a tecnologia que está transmitindo e em que frequência. O que importa é o resultado final”, sentencia. Medeiros lembra que o celular como dispositivo de comunicação móvel passou a ter alto nível computacional e maior nível de conectividade (no sentido de se conectar com mais coisas, como Bluetooh, WiFi, GPS), com experiência visual cada vez melhor. “Isso está acelerando a adoção de smartphones, porque ao gerar experiência mais interessante para o usuário, ele está convergindo o uso, substituindo outros segmentos, com a convergência das telas (celular, computador e TV)”, avalia. Cada vez mais intuitivos, com mais capacidade de processamento e conectividade, os terminais passaram a ditar os investimentos nas redes das operadoras, que não podem ignorar o tráfego gerado por esses aparelhos. Esta tendência deverá se manter, na avaliação de Medeiros, o que vai continuar exigindo prover mais capacidade nas redes. “A Qualcomm, uma das líderes no mercado de chipsets, já trabalha com o desafio de prover tecnologia para atender uma eventual demanda de crescimento de tráfego em mil vezes. “O curioso será observar o modelo de negócios das operadoras”, diz. Se, do lado das operadoras o modelo de negócios no futuro ainda não está claro, do lado dos fabricantes de terminais o caminho já está traçado. “O cidadão será, cada vez mais conectado, em qualquer lugar, seja no trabalho, no lazer ou na residência”, diz Benjamin Sicsú, vice-presidente da Samsung no Brasil. “Os aparelhos também vão se autoconectar, ou seja, o aparelho móvel vai estar conectado no computador central,

Com maior capacidade de transmissão, será possível assistir vídeos ou fazer uma videoconferência com várias pessoas por meio do celular. Outra tendência é de que os aparelhos tenham telas flexíveis.


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na nuvem, na residência, etc. É para isso que o 4G está vindo, porque teremos mais vídeo. Com maior capacidade de transmissão, será possível ver vídeo, falar em videoconferência, com três, quatro pessoas ao mesmo tempo”, prevê. Com isso, acrescenta, todos os aparelhos que permitem a conectividade terão que evoluir, tanto na sua capacidade quanto na resolução. Para desenvolver aparelhos que atendam as demandas do consumidor, e se manter na liderança do mercado de terminais, a Samsung trata P&D e inovação como uma questão estratégica. “Mundialmente, 25% dos mais de 100 mil funcionários da Samsung Eletrônica se dedicam a P&D&I e, no Brasil, estamos investindo US$ 130 milhões em pesquisa, em 2012, contra US$ 100 milhões no ano anterior”, informa Sicsú. Em faturamento, 10% das receitas vão para pesquisa e inovação, o que colocou a companhia como a segunda maior depositária em patentes nos Estados Unidos, ficando atrás apenas da IBM. No Brasil, mais de mil, dos 13 mil colaboradores da Samsung, se dedicam a P&D, com foco em aplicações, mas a fabricante considera fazer desenvolvimentos também em hardware no país. “Ainda estamos estudando essa possibilidade. O Brasil é o 18º centro

global da Samsung e faz parte do conjunto mundial. Aqui se desenvolve grande parte dos aplicativos usados nos países da América Latina”, informa Sicsú. Os investimentos em tecnologia e em aplicações também fazem parte da estratégia da Nokia, que vê o celular não mais como um aparelho, mas um ecossistema com características avançadas. “O smartphone é, cada vez mais, um produto que vem ganhando espaço entre os consumidores. Itens que antes eram exclusividade de produtos mais caros, como WiFi e mapas, agora chegam a aparelhos intermediários. A tendência é essa escala continuar”, diz Almir Luiz Narcizo, presidente da Nokia no Brasil. Uma das apostas da empresa são os serviços de localização (LBS, ou location based services, em inglês). “A realidade aumentada, hoje uma função pouco explorada, deve se tornar mais acessível”, aposta Narcizo. A linha Lumia já traz o Nokia Lente. Com esse recurso, basta o usuário apontar o celular com a câmera ligada para uma direção e na tela aparecem diversas opções de Pontos de Interesse (POIs, como se fala no mundo do GPS), como restaurantes, lojas, postos de gasolina, atrações turísticas. “O GPS será usado para mais e mais funções,

Os dispositivos móveis vão estar conectados com a nuvem, a casa, o escritório. E contarão com um sem número de aplicativos, como os de localização, com os pontos de interesse que poderão ser personalizados.

nokia lente: na tela, os pontos de interesse.  |  foto: divulgação


55 CE NA RIO indo além do planejamento de rotas. A conectividade também irá aumentar – hoje já temos o NFC (Near Field Communication), que facilita não só a conexão entre dispositivos, permitindo transações bancárias seguras”, acredita o presidente da Nokia. A fabricante aponta ainda melhorias na bateria dos aparelhos, que terá duração maior, e maior conectividade com arquivos remotos. As fabricantes de terminais também buscam inovações para que as telas dos aparelhos sejam mais flexíveis. “As telas de OLED (LED orgânico) vão permitir telas ultra flexíveis, que poderão ser dobradas para ocupar pouco espaço e poderão

o orelhão repaginado os novos tps são plataformas multisserviços e funcionam também como hot spots Os populares orelhões, presentes em todos os cantos do país, poderão dar uma valiosa contribuição para a inclusão digital no Brasil. A fabricante nacional Icatel criou o telefone público multisserviço, uma evolução dos terminais tradicionais para a comunicação de voz, que agrega os serviços de vídeo, internet, SMS. Esse TP de nova geração pode ter, ainda, a funcionalidade de um hot spot para acesso à web de terminais próximos do local onde ele estiver instalado. O terminal público multisserviço IP traz ainda o recurso LBS, sigla em inglês para serviços baseados em localização, permitindo aos usuários localizarem serviços disponíveis nas proximidades. Para utilizar qualquer um dos diversos serviços no orelhão, o usuário precisará apenas de um cartão pré-pago (indutivo ou outro). Outra iniciativa de inclusão por meio dos orelhões é da Sercomtel. A operadora instituiu, em sua área de concessão, o serviço de ligações

ser estendidas para o usuário enxergar melhor quando estiver usando o celular”, explica Sicsú. Tradicional fabricante de equipamentos para infraestrutura de redes, a Huawei aposta que cada vez mais os usuários vão optar pelos dispositivos móveis para acessar à internet. Tanto que passou, no último trimestre de 2012, a focar sua estratégia nos terminais, com variada oferta de smartphones e tablets, além de roteadores WiFi e modem para 3G e 4G. Neste segmento, retomou a liderança no mercado, respondendo por mais de 60% dos modems comercializados no país. Se houver demanda e escala, promete iniciar a produção de smartphones e tablets no Brasil em 2013.

patrocinadas no telefone público. Ao usar um orelhão, o usuário escolhe a opção gratuita ou não. No primeiro caso, ouve uma propaganda antes de realizar a chamada. Além de oferecer um serviço sem custos, a operadora otimiza a planta já instalada e aumenta a receita com os recursos provenientes da propaganda, o que ajuda na manutenção da rede.

bilhete único Outra iniciativa para a evolução dos terminais públicos foi desenvolvida pela Daruma, que criou um terminal para funcionar com tecnologia WiFi. Através de um modem de acesso banda larga com WiFi integrado ao orelhão, o produto permite que usuários de smartphones, tablets, notebooks e outros dispositivos tenham acesso à web. A Daruma também inovou no processo de comunicação de dados em telefonia pública. Um dos modelos de terminais da fabricante, o TCP200 CL, funciona com um módulo de leitura de cartão de aproximação, que permite a comunicação com uma central de gestão para transações financeiras. Por meio do módulo, o usuário pode fazer recargas em seu cartão de serviços como, por exemplo, do bilhete único ou de vale alimentação.


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O consumidor ganha mais poder para enfrentar essa nova realidade, os serviços de atendimento ao cliente recorrem a inovações como softwares inteligentes e computação em nuvem. Por Wanise Ferreira


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foto: robson regato

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ntender melhor como se comporta o consumidor 2.0 é, hoje, uma questão crucial para a área de atendimento ao cliente das empresas, da mesma forma que, em anos recentes, mobilizou a atenção dos profissionais de marketing. Os tradicionais meios de atendimento ao consumidor, que já não eram vistos como amigáveis e capazes de darem respostas adequadas, têm, agora, mais esse desafio pela frente. Os provedores de serviços, para atender à demanda de seus clientes, estão tendo de integrar novos canais pelos quais esse mesmo consumidor aprendeu a se manifestar e ganhar adeptos. A corrida dos provedores de serviços de contact center para enfrentar esses obstáculos é grande, nem sempre a solução está em uma única ferramenta tecnológica e, com frequência, há muitos processos internos dos próprios clientes a serem redesenhados para ele se conectar aos novos tempos. E tudo tem de ser feito rapidamente. “Estamos no meio de um processo evolutivo”, comenta Régis Noronha, diretor executivo de estratégia e marketing da Atento. Ele reconhece que hoje o consumidor está muito mais antenado, tem o acesso à tecnologia na palma da mão e um vasto espaço na internet para se manifestar: blogs, redes sociais, portais de vídeos, sites específicos de reclamações e outras novidades que surgem a cada dia. “Ele ganhou muito mais poder”, pondera. Hoje, a presença do consumidor é muito mais efetiva do que antes, quando as reclamações do atendimento dado pelas empresas, e de seus produtos, ficavam restritas a conversas entre os amigos. Ou a dez amigos com o mesmo potencial de consumo, média com que se costumava dimensionar o alcance das reclamações. Agora, difícil dizer o potencial de multiplicação de uma reclamação, difundida pela internet, contra um serviço ou produto. “Antes, o atendimento ao consumidor era uma relação privada; hoje, ela se tornou pública”, confirma Alberto Deweik, diretor de vendas da NeoAssist. Segundo ele, há pesquisas que mostram que o brasileiro é o consumidor que mais reclama em redes sociais. “Se faz isso é porque tentou outro canal e não foi bem atendido. E cansou”, reconhece. Vídeos postados no Youtube denunciando marcas conhecidas pelo mau atendimento recebido provam que o executivo está certo. O momento que a área de contact center atravessa não é exclusividade do mercado brasileiro. De acordo com Noronha, uma pesquisa publicada pela Business Week mostrava que, para 80% das empresas norte-americanas consultadas, o foco agora é, justamente, melhorar a relação com o consumidor. No entanto, os caminhos podem não estar bem identificados. Segundo o executivo, nessa mesma pesquisa apenas 20% dos participantes tinham certeza de que o que estão fazendo para atingir esse objetivo está correto. No Brasil, o mercado de provedores de serviços de contact center é altamente concentrado. Os três maiores em receita – Contax, Atento e Tivit – faturaram cerca de R$ 6,7 bilhões em 2011. Segundo dados divulgados


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pelas empresas, o total da receita desse segmento atingiu aproximadamente R$ 9,8 bilhões em 2011. A estimativa é de manter uma expansão próxima a 10%. “Há muitos produtos sendo lançados e a inovação é frequente e acelerada”, observa Roberto Ribeiro, diretor comercial e de relações com os clientes da AlmaViva, braço de contact center do grupo italiano do mesmo nome que chegou ao Brasil em 2006. A própria empresa tem apostado em um portfolio de produtos baseados na tecnologia semântica, que se propõe a favorecer respostas mais rápidas e precisas para as questões que os atendentes enfrentam cotidianamente. Para seu desenvolvimento, contou com a subsidiária AlmaWave. Nem todas as soluções que chegam ao mercado hoje terão seu potencial totalmente explorado nesse momento. “Aquele idoso mais conservador, por exemplo, pode não se beneficiar das vantagens da URA (Unidade de Resposta Audível) que tem o sistema de reconhecimento de voz. Mas, com certeza, essa nova geração que já nasceu conectada, e amanhã será um consumidor, vai desfrutar dessa inovação”, ressalta Ribeiro. Para Noronha, o mercado está ganhando uma nova onda de softwares inteligentes que têm como objetivo aproximar o consumidor e suavizar essa relação. “Isso envolve, por exemplo, os softwares que podem identificar níveis de emoções e detectar quando o estresse do consumidor está mais elevado”, observa. A partir daí, é possível dar respostas mais inovadoras para o processo de relacionamento com o cliente.

Soluções integradas Atendimento a múltiplos canais se tornou um mantra nesse mercado. Apesar de as ligações telefônicas ainda serem predominantes na procura dos SACs (Serviços de Atendimento ao Consumidor), aumenta o número de clientes que utilizam os chats nas páginas das empresas, buscam interação nas redes sociais, enviam e-mails ou mesmo SMS (mensagens curtas de texto). Os provedores de serviços precisaram se adequar a esse novo cenário. A Atento, por exemplo, levou o seu portfolio de produtos modulares para ser complementado por vários canais de atendimento, como telefone, chat, APV (Atendimento Pessoal Virtual), SMS, IMS (Instant Messenger) e redes

sociais. Recentemente, lançou a versão web do seu APV. A Contax lançou o Big Bang Social Media que permite aos usuários do Facebook, Twitter e outras redes sociais interagirem com seus clientes em suas páginas. Esse serviço se propõe também a integrar os canais de atendimento, como telefones, e-mail e SMS e centralizar o histórico de pedidos, sugestões e reclamações. Mas os tão desejados canais múltiplos de atendimento padecem de um mal que foge ao controle dos provedores de serviços: a falta de processos internos integrados em seus clientes que permitam um atendimento unificado e ágil. “Muitas vezes há um gap na coordenação dos departamentos, o que atrapalha o tempo de resposta”, diz Noronha. Algumas decisões como, por exemplo, estabelecer um prazo máximo para a resposta de um e-mail, podem não se viabilizar se as áreas envolvidas não entenderem o que está em jogo e agilizarem as respostas. Esse é um problema com o qual as empresas têm se defrontado, independente de terem ou não o serviço de atendimento ao consumidor terceirizado. “Muitas companhias são segmentadas internamente. E as ferramentas também são segmentadas. Essas áreas funcionam como silos, com soluções próprias e que nem sempre se falam adequadamente”, comenta Alceu Bravo, diretor de soluções para o setor de telecomunicações, mídia e entretenimento da Oracle. Essas deficiências se tornam mais expostas a partir do momento que, de um lado, aumenta o número de compras feitas por sites de e-commerce, por links em redes sociais e também por dispositivos móveis, e, de outro, o consumidor procura canais diferentes para interagir com as empresas. Por meio de um grupo de soluções que passou a chamar de Customer Experience, a Oracle tem procurado mostrar a seus clientes a necessidade de suas estruturas estarem alinhadas com o que o mercado vem exigindo. “O cross channel não quer dizer múltiplos canais, mas, sim, ‘atravessar’ os canais a partir de uma coordenação e soluções integradas”, afirma. Outras decisões estratégicas das empresas também acabaram expostas com a chegada do neoconsumidor. “Até pouco tempo em algumas empresas havia dúvidas sobre quem deveria cuidar da web, por exemplo. As redes sociais muitas vezes estão sob responsabilidade do marketing e o call center


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está delegado a uma outra área”, comenta Marcelo Loiacono, diretor de novos negócios da Xgen. “As empresas estão começando a perceber que precisam mudar suas estruturas e processos para terem o feedback que desejam dos clientes”, complementa Noronha. Esse é um caminho que traz custos para os clientes, mas está se tornando imperativo face ao aumento da competição e do novo perfil de vendas e fidelização do mercado. E, em muitos casos, de preservação da própria imagem de suas marcas. Para Loiacono, a gestão do conhecimento dentro da empresa é fundamental. Foi com base nisso que a XGen desenvolveu a solução Synapse, um ambiente web voltado para a construção, armazenamento e distribuição de conhecimento. Como caso de sucesso no uso dessa solução, o executivo cita a Gol, que, em 45 dias, conseguiu reduzir em 10% o tempo médio de atendimento. A XGen também está atenta à presença dos clientes nas redes, o que a levou à oferta do Workcenter, uma plataforma que gerencia o atendimento on-line.

configuração desejada”, relata o executivo. Isso também abriu as portas para pequenas e médias empresas poderem contar com serviços de atendimento ao consumidor que antes eram proibitivos e estavam mais estruturados nas grandes companhias. Fundada em 2001, a NeoAssist também possui uma plataforma multicanal em nuvem para

A chegada da nuvem A mudança no perfil do consumidor exigindo mais articulação das empresas não foi a única que teve reflexos importantes sobre a área de contact center. A banda larga se tornando mais acessível e segura permitiu que outros provedores pudessem avançar nessa área, principalmente com soluções baseadas na computação em nuvem. Esse é o caso, por exemplo, da Callix, criada em 2011 e que estruturou sua oferta de ferramentas disponíveis em grandes call centers com escalabilidade e planos mais flexíveis. “Com um sistema mais fechado como existia antes, utilizando links dedicados, a barreira de entrada no mercado de contact center era mais alta. Esse cenário mudou”, observa Marcos Alves, diretor de TI. Ao oferecer a possibilidade de contratação por posição de atendimento e o SaaS (Software as a Service), a Callix dá a oportunidade de o cliente estruturar seu serviço ao consumidor de acordo com a demanda, inclusive permitindo sua ampliação em momentos em que há previsão de mais movimento. “Contratar um serviço que no sistema tradicional poderia representar um gasto de R$ 50 mil por mês, por exemplo, pode custar aproximadamente R$ 2 mil mensais conforme a

foto: ricardo malta

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gerenciamento da central de atendimento. Mas seu ponto forte é o serviço Atendimento Inteligente para as demandas on-line. Ele utiliza a tecnologia proprietária Neoask, que interpreta as dúvidas dos internautas sem o contato humano. Em 2010, a plataforma serviu mais de sete milhões de atendimentos e, no ano seguinte, superou a marca dos 30 milhões. “O Atendimento Inteligente permite reduzir em até 80% o volume de contatos que chegariam ao SAC do nosso cliente”, garante Deweik, da NeoAssist. No caso da Sky, um dos


61 CE NA RIO seus clientes que transformou o canal de autoatendimento em uma peça importante na sua estratégia, dez mil pessoas, em média, passam diariamente pela plataforma. Se o mercado de contact center tem novas, e importantes, influências, por outro lado as empresas dessa área ainda se debatem com a busca de soluções para um velho problema, que vem atrapalhando seu desempenho há um bom tempo – a falta de qualificação da mão de obra. Em 2012, este segmento empregava 410 mil pessoas, das quais 331 mil são operadores. A expansão do número de empregados já não é tão acelerada quanto no período de 2004 a 2011, quando a base de operadores praticamente dobrou. Mas ainda há espaço de crescimento, situado na faixa de cerca de 15% ao ano. E a qualidade permanece como uma meta ainda a ser alcançada. Tradicionalmente, o call center é tido como o setor do primeiro emprego, principalmente de jovens. “No Brasil, o patamar de educação não é igual a outros países. Nós gastamos 50% do nosso tempo de treinamento tentando adequar o atendente e melhorar o seu nível de comunicação”, diz Noronha, da Atento. Os custos com o treinamento dos atendentes são quase tão altos quanto os índices de rotatividade, também tradicional nessa área. “Como vivemos no país uma situação de pleno emprego, cresce mais o turn over”, observa Ribeiro, da AlmaViva. Soma-se a esses fatores uma dificuldade adicional pelo fato de que, cada vez mais, os call centers se deslocam para o interior do país, em busca de uma melhor relação custo/benefício. Assim, têm que recorrer à mão de obra disponível nas proximidades das empresas. Na busca por profissionais mais qualificados, mais uma vez a computação em nuvem e a universalização da banda larga surgem como aliadas desse mercado. Elas abrem caminho para os call centers trabalharem com atendentes em home office. A LifeOps, empresa baseada em Santa Clara, na Califórnia, desenvolveu uma plataforma para suportar o atendimento ao consumidor via home offices. Na sua carteira de clientes figuram companhias como eBay, Salesforce.com e Kodak. Com uma solução de computação em nuvem para contact center, a LifeOps conta com cerca de 20 mil agentes independentes nos Estados Unidos, operadores virtuais de call center que trabalham em casa ou nos seus próprios escritórios. A força de trabalho virtual se tornou um dos pontos fortes da LifeOps, tornando-a mais competitiva. Essa estrutura causa inveja a muitos prestadores de serviços no Brasil, que gostariam de adotá-la, mas temem problemas trabalhistas. Muitos têm dúvidas se a legislação trabalhista brasileira permite esse tipo de contratação, mas há os que defendem que as possíveis restrições estão superadas. “Hoje, a legislação brasileira entende e reconhece o home office. Essa barreira não existe mais”, declara Deweik, da NeoAssist. Na sua avaliação, a barreira que persistia até pouco tempo era mais tecnológica, e foi superada com a cloud computing e as ferramentas com um elevado nível de segurança.

Com a nuvem, as empresas conseguem oferecer serviço de call center a preços acessíveis e sob medida. Essa inovação também é responsável, juntamente com a banda larga, por permitir que os atendentes trabalhem a partir de suas casas.


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A primeira onda da nuvem especialistas comparam a computação em nuvem à introdução da internet. a adoção se inicia lentamente e vai se acelerando. a subida para o topo da onda, apostam os fornecedores, acontece em 2013. Por Wanise Ferreira

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nunciada nos últimos anos como a grande tendência para o mercado de TI e telecom, a computação em nuvem, em sua primeira onda, vem conquistando especialmente as pessoas físicas que usam o serviço muitas vezes sem saber que estão nesse tipo de plataforma. Também avança, com mais cautela, sobre o mercado corporativo. Mas, para especialistas e fornecedores, como Herberto Yamamuro, presidente da NEC, o ritmo de adoção vai se intensificar, tal como aconteceu com a internet, até se tornar dominante. As projeções para esse mercado são sempre otimistas. Mundialmente, o Gartner espera um crescimento de 19% em 2012, o que levaria a computação em nuvem para um patamar de negócios próximo a US$ 109 bilhões. Até 2016, deverá atingir US$ 207 bilhões. Na América Latina, um estudo do IDC mostrou que 12% das empresas pesquisadas já adotaram soluções em nuvem e, dessas, 40% planejavam expansões. O Brasil é o líder em adoção na região. Em 2011, de acordo com a consultoria, cerca de 18% das

foto: divulgação telefônica | vivo

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empresas de grande e médio portes no país utilizavam algum tipo de aplicação em nuvem. Esse percentual deve se aproximar de 30% a 35% em 2013. E perto de 80% dos investimentos nessa área estarão em nuvens híbridas, ou seja, públicas e privadas. A comparação da computação em nuvem com a chegada da internet na vida das pessoas, a ponto de se tornar uma ferramenta indispensável, também se aplica ao mundo corporativo na avaliação de José Luis Spagnuolo, diretor de cloud computing da IBM. “Em 2010, o assunto ainda era discutido de forma exploratória. De lá para cá, muitas empresas começaram a falar mais seriamente sobre isso. Em 2013, teremos a explosão desse mercado, sem dúvida”, aposta o executivo. Também Vagner Moraes, diretor de data center da Level 3, e Alceu Bravo, diretor de soluções para


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o setor de telecomunicações, mídia e entretenimento da Oracle, falam em crescimento acelerado. De fato, novos players internacionais começaram a chegar ao país, como a Amazon Web Services; grandes multinacionais, como a Microsoft, aceleraram estratégia para o segmento; e operadoras de telecomunicações lançaram sua nuvem – a Oi que tem procurado marcar posição no mercado corporativo como provedora de serviços de TI, repetindo o modelo da área corporativa da Telefônica. Gradativamente, os benefícios que há muito os fornecedores e consultorias atribuíam ao cloud computing, começaram a ser melhores entendidos pelos CIOS. “Antes havia certo desconforto sobre como usar a computação em nuvem. Mas muitos obstáculos foram superados e a tendência é de que cada vez

mais as barreiras caiam”, ressalta Camila Kamimura, gerente de Marketing de Produtos da Locaweb. Entre os principais benefícios estão a flexibilidade, a agilidade na expansão, a otimização dos recursos e o ganho de eficiência. Sobre uma provável redução dos custos há controvérsias. O Gartner, por exemplo, divulgou recentemente um relatório sobre o que a computação em nuvem “não é”, alertando para alguns mitos, como o de que a plataforma conduz necessariamente à redução de gastos. Essa não é uma verdade universal para a consultoria, mas ela ressalta que as empresas podem ganhar, sim, com mais capacidade para a redistribuição dos recursos e redução dos gastos na compra de novos hardwares. A mobilidade também tem forte influência na adoção da computação em nuvem. “Há uma


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grande massificação dos dispositivos móveis e as empresas sabem que precisam garantir a mobilidade do usuário ”, salienta Thiago Siqueira, diretor de tecnologia e inovação da Avaya. Dentro desse contexto, Yamamuro, da NEC, lembra que há ainda outro mercado em crescente expansão e que pode pressionar ainda mais as empresas por recursos de computação em nuvem: as conexões M2M (máquina a máquina). “Há muitas chances de esse segmento se transformar em uma nova onda que vai favorecer cloud computing”, avalia. O crescimento do M2M tem sido expressivo tanto no mercado brasileiro quanto no mundial e as projeções são ainda mais animadoras – ou assustadoras dependendo do ponto de vista. O balanço da Anatel sobre o desempenho do mercado de banda larga em agosto de 2012 já mostrava que as conexões M2M estavam quase empatando com o número de modems 3G no país. A agência registrou no período 6,32 milhões de acessos M2M e 6,34 milhões de modems. Mas quando se fala que os dados estarão “nas nuvens” quase automaticamente o tema é remetido à segurança da informação. Na pesquisa anual realizada pela TrendMicro junto a 200 empresas, 53% dos tomadores de decisão disseram que a segurança de dados é uma das principais razões de eles desacelerarem projetos relativos à nuvem. Para 40%, seus requisitos de segurança de TI não são atendidos pelos serviços atuais de cloud computing. “No Brasil, 55% dos que participaram da pesquisa disseram já ter enfrentado algum tipo de problema de segurança na computação em nuvem”, comenta Miguel Macedo, da TrendMicro e especialista em segurança virtual. Camila, da Locaweb, reconhece que ainda há uma preocupação grande com o quesito segurança. Para Macedo, entre os problemas enfrentados no quesito proteção está o fato de que as empresas brasileiras continuam investindo em segurança tradicional, quando necessitam de uma proteção mais robusta já que os dados agora são móveis. “Nosso papel é alertá-las sobre esse cenário”, diz ele. E para cumprir esse papel a Trend Micro está bem posicionada no segmento de soluções de segurança para nuvem, o que deve levá-la a triplicar em 2012 o volume de vendas no mercado interno.

PMEs nas nuvens Em 2012, de acordo com pesquisa da Edge Strategies em parceria com a Microsoft junto a 250 empresas no Brasil no final de 2011, 33% das PMEs já utilizam algum tipo de solução em nuvem, 45% admitem que vão utilizar a tecnologia nos próximos dois a três anos e a perspectiva com que trabalha a consultoria é de um patamar de 80% adotando o cloud computing em 2015. A chegada das PMEs à nuvem favorece vários setores, inclusive a própria oferta de serviços de telecom. O CPqD, por exemplo, lançou o myNet, produto que tem como público-alvo cerca de três mil pequenos e médios provedores de acesso espalhados pelo país (veja à pág. 84). Outra área onde a chegada da nuvem trouxe novas oportunidades para as empresas de menor porte é a de contact center, antes território onde a vantagem competitiva das grandes operadoras era marcante.“O uso a nuvem nesse mercado é uma tendência forte que beneficia a entrada de novos concorrentes. A prestadora de serviço pode oferecer a seus clientes uma infraestrutura que está toda hospedada na nuvem ”, comenta Siqueira, da Avaya. Foi com base nessa proposta que surgiram concorrentes como a Vocalcom e a Callix, por exemplo. A solução em nuvem chega com duas abordagens no mercado corporativo, de acordo com Siqueira. A primeira envolve a contratação de um provedor de serviço que vai se responsabilizar pelos sistemas virtuais adotados pelos clientes e a segunda diz respeito mais diretamente à nuvem corporativa, um processo no qual as grandes empresas desenvolvem sua própria arquitetura em nuvem de forma privada. A escolha de qual modelo será aplicado, se público, privado ou híbrido, nem sempre está ligada ao porte da empresa, na avaliação de Camila, da Locaweb. “Depende da natureza do projeto”, ressalta a executiva. Para alguns, que trabalham com dados mais críticos, a opção ainda é a nuvem privada; para outros, que não estão sujeitos a muitos riscos, há a plataforma pública; e para grande parte das empresas, a melhor saída é o modelo híbrido. Um exemplo são os bancos. Por conta do alto nível de segurança com que trabalham, tendem a concentrar suas operações em nuvens


65 CE NA RIO privadas. Mas algumas de suas atividades, que hoje já transitam por ambientes abertos, como é o caso dos meios de pagamento, são candidatas a migrarem para nuvens públicas, avalia Alexandre Gomes, diretor executivo da Zelox, start-up para soluções financeiras lançada em maio de 2012 e que tem como acionista o CPqD. Seu foco é a oferta de gestão integrada de fraudes e eventos no modelo de software como serviço e pode beneficiar, principalmente, as instituições financeiras de menor porte. Por enquanto, os ambientes em nuvem estão trabalhando com aplicações mais básicas como, por exemplo, sistemas de telefonia, de vídeo, back office e de gerenciamento de força de vendas. “Hoje, já temos um parceiro que oferece um dos nossos ERPs (sistemas integrados de gestão empresarial) nessa modalidade”, conta Bravo, da Oracle. Mas esse cenário deve mudar rapidamente, pois os especialistas dizem que o momento é de levar mais aplicações para a nuvem, mesmo as mais complexas. Os próprios fornecedores estão fortalecendo a solução em nuvem ao levarem vários de seus próprios sistemas para a plataforma. “Toda a nossa gerência das equipes de vendas está baseada em cloud”, conta Siqueira, da Avaya. Como usuária, a IBM terá a computação em nuvem como uma forte aliada no seu processo de expansão no Brasil, que envolve a abertura de escritórios em vários estados. E ela mesma será uma das beneficiadas do investimento de R$ 40 milhões feito no data center em Hortolândia (SP), para transformá-lo em uma “grande nuvem”. O conceito de market place – espaço virtual para a compra de aplicativos que foi intensificado, e popularizado, pela Apple e pela Google e ganhou muitos consumidores em todo o mundo – também chega ao mundo corporativo em nuvem. A Level3, por exemplo, tem investido fortemente em ferramentas de automação para facilitar a vida do seu cliente na hora de comprar soluções nas nuvens. Recentemente, lançou o portal web onde seu cliente pode alterar sua configuração contratada, modificar o número de servidores ou ampliar seu contrato de uma forma mais simplificada. A empresa oferece soluções de cloud pública e privada. Não é de hoje que a maior parte dos fornecedores de TI e telecom aguarda resultados no mercado de computação em nuvem. “Estamos nos preparando para isso desde 2008”, comenta Camila, da Locaweb. A plataforma em nuvem se tornou estratégica para sua empresa, que atualmente tem uma carteira de cerca de seis mil clientes. A NEC, por sua vez, tem um importante trunfo para a América do Sul – a sua parceria com a Telefônica para suprir a demanda de sistemas de computação em nuvem da operadora espanhola. Assim, asseguram os fornecedores, as condições para o desenvolvimento do mercado de computação em nuvem estão colocadas, divulgadas e com casos de sucesso. Se, finalmente, a expansão do uso do cloud computing vai se acelerar talvez ainda seja um pouco cedo para dizer. “Mas esse é um caminho sem volta”, enfatiza Siqueira, da Avaya.

Quando se fala de dados na nuvem quase automaticamente o tema é remetido à segurança da informação. A questão preocupa as empresas e os fornecedores de serviços reconhecem que o quesito segurança merece atenção maior.



premiados


68 anuário tele síntese

2012

Sinal em qualquer tela

A

o saturno vai permitir que o sinal de dth chegue em qualquer tela

“Inovação para atender demanda brasileira” Edio Gomes, diretor técnico

lugar

operadora de Serviços de Comunicações produto inovador:

Saturno – distribuição de conteúdo de TV paga via satélite empresa:

Hispamar

foto: divulgação

Por Wanise Ferreira

mais conhecida característica da transmissão via satélite é de que ela pode levar a comunicação a qualquer lugar desde que haja uma antena receptora no local. Com a alta procura por serviços de telecomunicações e de entretenimento, as empresas desse segmento se viram diante da necessidade de ampliar significativamente suas capacidades satelitais. A Hispamar Satélites percebeu que poderia ir além e renovar seu perfil de atuação ao oferecer serviços de valor agregado para as operadoras de TV paga via satélite. Foi com base nessa ideia que nasceu o projeto Saturno, que permite com um único receptor a distribuição de conteúdos transmitidos via satélite a todos os dispositivos de mídia, como TVs, tablets, smartphones, que estejam dentro da residência. Ou seja, o assinante, em seu domicílio, pode assistir a programação que desejar no dispositivo que desejar e com a vantagem de poder assistir a um canal diferente em cada tela, e não mais uma programação única para todas as telas. “Ele passa a ter o sinal disponível em qualquer parte da rede doméstica”, diz Edio Gomes, diretor técnico da empresa. Até agora, a recepção de conteúdo do sistema do DTH (Direct to Home) se limita ao receptor de TV (STB) que é fornecido pela operadora. Para que o assinante possa acessar a programação em outras telas, ele precisa da instalação do STB para cada televisão. E esses dispositivos não são compatíveis com outras mídias, como tablets e smartphones, que o cliente poderá querer usar como tela para assistir ao conteúdo. “O satélite estava ficando muito fora do ambiente de mobilidade que o assinante deseja”, reforça a engenheira Carmen Reglero, uma das participantes do desenvolvimento do projeto Saturno. A Hispamar, resultado de uma joint-venture entre a espanhola Hispasat e a Oi, decidiu reverter esse quadro e apostou na criação de um grupo para desenvolver novas tecnologias e serviços agregados, começando por dar uma


69 PRE MIA DOS solução para esse problema. A empresa liderou o desenvolvimento do Saturno, feito no Brasil mas com acompanhamento próximo do time da empresa na Espanha, que teve vários colaboradores, principalmente fornecedores de set-top boxes. “Esse foi um produto que desenvolvemos pensando principalmente no mercado brasileiro, que tem mais necessidade de serviços de valor agregado do que outros países”, conta Carmen. A solução utiliza um home gateway baseado em conversão IP e DLNA (Digital Living Network Alliance) que se completa com a infraestrutura da residência do assinante, como cabos coaxiais e redes WiFi. “O Saturno distribui o sinal via IP que é a grande tendência, o all over IP”, observa Gomes. “E sem necessidade de novos cabeamentos”, completa Carmen. O Saturno não é uma solução para o consumidor final. Por isso, para levá-la ao mercado a Hispamar busca parcerias com operadoras. “Nós estamos apresentando a tecnologia para os possíveis interessados”, diz Gomes. Mas ele está otimista quanto à aceitação da nova solução que pode reforçar a competitividade das operadoras de TV via satélite.

larga muitas vezes ocorrem na distribuição. Os hotéis, por exemplo, contratam links de baixa capacidade, um dos motivos que causa a lentidão na chegada do sinal ao usuário”. A empresa já tinha soluções de distribuição IP em outros serviços, como telemedicina e ensino a distância. Mas, em função da demanda dos clientes por mais capacidade, tiveram de optar pela descontinuidade dessas soluções para ter

Criado inicialmente para conectar os dispositivos de mídia, como TVs, tablets e smartphones dentro das residências, o Saturno terá uma versão para condomínios e hotéis, ampliando sua área de atuação.

Novos segmentos A empresa já está pensando em como ampliar a área de atuação do Saturno para ir além do ambiente residencial. “Estamos desenvolvendo um produto com o mesmo conceito para condomínios e hotéis”, adianta o diretor técnico da empresa. Segundo ele, se o sinal já chega via satélite nesses locais é possível contornar o problema da saída para a internet: “Os problemas do sinal de banda

espaço satelital para outros produtos. “Mas esperamos voltar em breve a oferecer essas soluções”, conta Gomes. A questão do espaço satelital se tornou crítica para a Hispamar, assim como para outras empresas de satélite que estão operando praticamente no limite de suas capacidades. Em 2009, a empresa lançou seu segundo satélite, o Amazonas 2. Para o início do próximo ano é aguardado o lançamento do Amazonas 3. Já o Amazonas 4 A e o Amazonas 4 B devem ser lançados em 2014 e 2015, respectivamente. “Os novos satélites serão de banda KA que é, inclusive, voltada para a distribuição de conteúdo IP”, comemora Gomes. Além de mais oferta nos satélites, ele vê a possibilidade de expandir também os serviços de distribuição de conteúdo.


70 anuário tele síntese

2012

Ao alcance de todos

T

a mais recente inovação da operadora traz a mobilidade para a transmissão das emissoras de tv. detalhe: a um custo baixo.

“Estímulo a ideias inovadoras de produtos e serviços” Milazzo,Milazzo, coordenadora coordenadora Zaima de novos produtos

lugar

operadora de Serviços de Comunicações produto inovador:

Repórter 3G Transmissão de Vídeo empresa:

CTBC

foto: divulgação

Por Wanise Ferreira

ransmitir uma notícia em locação externa não é uma solução fácil e nem barata para as emissoras de televisão. Elas precisam ter o link entre o carro de reportagem, ou Unidade Móvel de Jornalismo, e os estúdios da TV para a transmissão de áudio e vídeo. E, em geral, utilizam vários recursos para levar os dados até o destino que nem sempre são baratos. A CTBC, do grupo Algar Telecom, decidiu explorar esse mercado com uma solução mais econômica e operacionalmente mais simples, que permite transmissões on-line por meio de softwares que integram vários modems 3G. Batizada de Repórter 3G, a aplicação fica instalada em um laptop ligado à uma câmera e aos modems 3G para transmissão de vídeo streaming. Com isso, somem de cena os furgões equipados com uma parafernália eletrônica e antenas que exigiam a presença de operadores de mesa e técnicos de áudio e vídeo. “Com essa solução, até o próprio cinegrafista pode enviar os vídeos assim que eles são capturados”, comenta João Henrique de Souza Pereira, coordenador de Desenvolvimento de Soluções da empresa. A ideia do Repórter 3G surgiu em um concurso anual que a operadora promove entre seus funcionários. “Esse é um processo que estimula os nossos colaboradores a ter ideias inovadoras de produtos e serviços. Nós fazemos a seleção, analisamos a viabilidade econômica da solução e, se for o caso, investimos em seu desenvolvimento”, conta Zaima Milazzo, coordenadora de novos produtos. Em 2010, quando o Repórter 3G foi selecionado, foram inscritas mais de 300 propostas de serviços e produtos. A primeira coisa que chama a atenção no Repórter 3G é a economia de custos. Pereira calcula que o custo com um furgão equipado pelas emissoras com antenas, equipamentos eletrônicos de edição e transmissão, se aproxima de R$ 1 milhão. “Isso sem contar os especialistas que precisam acompanhar esses equipamentos”, diz. Além disso, no sistema tradicional as empresas


71 PRE MIA DOS precisam contratar soluções de conectividade, como micro-ondas, uplink, fibra óptica ou satélites. “São recursos caros e nem sempre disponíveis”, ressalta o executivo. No caso do Repórter 3G, diz, a empresa terá de investir no notebook e pagar uma mensalidade pelo uso de cada kit com os modems 3G que, atualmente, é de R$ 900. “Uma diferença muito significativa”, observa Pereira. Outra coisa que chama a atenção no Repórter 3G é sua facilidade de uso e mobilidade. A CTBC, inclusive, adaptou uma mochila para que o kit Repórter 3G possa ser transportado dentro dos padrões de segurança e de conforto para o usuário. No desenvolvimento do protótipo, a empresa constatou que a baixa taxa de upload dos modems 3G poderia ser um obstáculo. A solução foi conectar vários modems e fazer o balanceamento da transmissão via software. A imagem chega ao notebook e é fatiada para ser transmitida por vários modems e recomposta no seu destino. Segundo Zaima, o número de modems que terá de ser utilizado pela emissora vai depender do tipo de transmissão que ela planeja. Se a ideia é ter uma captura de alta definição serão necessários quatro modems. Se a transmissão for mais simples, três modems poderão ser suficientes. O Repórter 3G também permite que outros meios de acesso, além dos modems 3G possam ser utilizados, como redes Ethernet, WiFi ou modem ADSL. A solução para transmissão de vídeo on-line foi lançada no final de 2011 mas até o final de 2012 ainda se encontra no que a CTBC classifica de operação assistida, com acompanhamento por parte da empresa para ter certeza de que as performances estão de acordo com o planejado. Após esse prazo, entra em fase comercial. Em sua área de atuação, a operadora tem a solução sendo utilizada pela Globo, Bandeirantes,

Record e SBT. “Algumas afiliadas da Globo, como a de Curitiba, estão fazendo os testes”, informa Zaima. Os dois executivos acreditam que o potencial de mercado da solução é bem grande, mas não fazem projeções sobre a receita que pode ser adquirida com o Repórter 3G. O aplicativo vai ser lançado tendo como foco as emissoras de TV. Mas Pereira acredita que a solução poderá ser usada para outras atividades como, por exemplo, a transmissão de eventos e shows ao vivo. Para ele, o potencial do Repórter 3G está apenas começando a ser explorado.

60 anos de inovação A empresa brasileira de telecomunicações Algar Telecom, detentora da marca CTBC, completa 60 anos em 2013, mantendo a estratégia pautada em três pilares: atendimento eficaz, sustentabilidade e inovação. Com sede em Uberlândia, Minas Gerais, a empresa ampliou sua atuação para outros estados,

O Repórter 3G foi desenvolvido para ser usado pelas emissoras de TV, mas a solução pode ser usada para a transmissão de eventos ao vivo. mas mantém, junto com o crescimento, o DNA da inovação. Uma das iniciativas é a realização da Maratona Mineira da Programação, que se realiza desde 2007, com o objetivo de incentivar jovens talentos do Estado. A maratona é uma disputa de raciocínio lógico e matemático que segue o modelo do ACM ICPC (International Collegiate Programming Contest). Por meio da maratona, a Algar Telecom encontra talentos que são contratados para o desenvolvimento de novos produtos e soluções inovadoras.


72 anuário tele síntese

2012

Butique de M2M

N

a datora mobile começou pelo segmento de rastreamento de veículos Por Wanise Ferreira

foto: robson regato

“Serviços provisionados no chip” Wilson Otero, presidente

lugar

operadora de Serviços de Comunicações produto inovador:

Serviços customizados para M2M empresa:

Datora Telecom

ão faltam projeções otimistas sobre o desempenho do mercado de M2M. Mundialmente, podem ser alcançadas 359,3 milhões de conexões em 2016, de acordo com a Berg Consultoria. No Brasil, esse segmento poderá responder por 3,7% da base de assinantes no mesmo período, como prevê a Europraxis. Ciente desse potencial, a Datora Telecom decidiu que era o momento de oferecer uma plataforma de serviços customizados M2M, com planos, ofertas e serviços diferenciados. A Datora Telecom oferece serviços de telefonia há 19 anos e está entre os pioneiros na prestação de serviços de VoIP na América Latina. Foi a primeira empresa a dar entrada no pedido de licença de MVNO (operadoras móveis virtuais) na América Latina. Segundo seu presidente, Wilson Otero, logo que começou a se aprofundar no estudo de MVNO, há uns dois anos, a empresa teve consciência de que para levar adiante um projeto vencedor de operadora móvel virtual seria necessária a participação de um grande varejista que já tivesse o conhecimento do cliente e da melhor forma de atendê-lo. Procurou então a Porto Seguro Serviços e, desse encontro, nasceu a Porto Seguro Telecom, operadora virtual brasileira com participação acionária da Porto Seguro e da Datora e que está em operação, utilizando a rede da TIM. Responsável pela área de tecnologia e telecom da Porto Seguro Telecom, a Datora também terá a seu cargo o gerenciamento dos chips instalados na frota de carros segurados pela Porto Seguro, com cerca de 450 mil veículos. Em outubro de 2012, a Porto Seguro ainda comprava conectividade para essa frota das quatro grandes operadoras. Mas, de acordo com o executivo, os novos carros já começavam a receber o chip da Porto Seguro Telecom. A Datora Telecom também se tornou sócia de outra empresa que obteve licença para atuar como MVNO no Brasil, a Virgin Mobile, companhia


73 PRE MIA DOS norte-americana que possui um projeto para vários países da América Latina. Sempre com o foco no público jovem, ela está em operação no Chile e deverá estrear na Colômbia e, em seguida, no Brasil.

M2M Independente de sua atuação como agregadora de redes para MVNOs, a Datora quer ter sua própria trajetória no mercado de M2M, segmento onde quer conquistar 15% de market share nos próximos anos. Para isso, criou a Datora Mobile que, ao contrário da Porto Seguro Telecom que também oferecerá serviços de telefonia para seus associados e funcionários, terá foco exclusivo na comunicação entre máquinas. Para Otero, esse mercado está em forte expansão no mundo e no Brasil. Em sua análise, ele apresenta quatro vertentes, e oportunidades, bem delineadas: rastreamento de veículos, cargas e contêineres; postos de serviço avançados; mercado de smart grid aplicações de e-health, com possibilidades de monitoramento a distância, por exemplo. No caso do mercado de smart grid, os chips são colocados nos leitores de consumo e criam a oportunidade para as concessionárias de energia fazerem promoções, como tarifas reduzidas em determinados horários. Ainda a alavancar o M2M está a determinação do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) de que, a partir de abril de 2013, todos os veículos sairão de fábrica com um chip instalado. A resolução 412 prevê também um cronograma para que também os veículos usados façam parte do processo de instalação do dispositivo de monitoramento da frota nacional. Diante desse potencial de mercado, a Datora

Mobile tem a tarefa de mostrar que M2M não é apenas a conectividade. mas envolve um grande trabalho de gerenciamento dos dados. “As operadoras móveis tradicionais estão mais ligadas a volume e precisam dar conta do grande número de clientes que possuem. Elas oferecem apenas SIM Cards com franquias de baixo tráfego, sem nenhuma ferramenta de gestão e apoio técnico focado nesse mercado”, diz Otero. Para se diferenciar, a Datora Mobile é uma “butique de M2M”, como define o executivo. Ela vai oferecer, de forma integrada ao chip, os serviços nele provisionados, como ferramentas de controle, gestão, criação de planos e ofertas customizadas. “Nossos clientes terão a oportunidade, por exemplo, de obter relatórios sobre o tráfego dos dados, desempenho, e reposição imediata dos dispositivos se necessária”, ressalta.

O serviço, em grande expansão, oferece oportunidades no mercado de smart grid e aplicações de e-health, com possibilidade de monitoramento à distância. Outra vantagem oferecida pela Datora Mobile é o fato de ser a única plataforma com APIs (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos) abertas à integração. Com isso, seu cliente não terá necessidade de operar dois ou mais sistemas, podendo trabalhar com uma interface única. Com essa estrutura, Otero está confiante de atingir sua projeção de participação no mercado. “As operadoras virtuais terão de competir em nichos onde elas têm a chance de oferecer valor adicionado para os negócios de seus clientes”, observa o executivo.


74 anuário tele síntese

2012

Compacta e flexível

U

com a flexi multiradio 10 a empresa bateu o próprio recorde na transmissão de dados na rede td-lte

“Produção local para atender o mercado nacional” Aluizio Byrro, chairman no Brasil

lugar

Fornecedor de Produtos produto inovador:

Flex Multiradio 10 empresa:

Nokia Siemens Networks

foto: robson regato

Por Bete Alina Skwara

m equipamento compacto, do tamanho de uma CPU, que não precisa de armário, combina 2G, 3G e 4G na mesma solução e possibilita o uso racional do espectro? Esta solução já existe e foi desenvolvida pela Nokia Siemens Networks. Trata-se da estação radiobase Flexi Multiradio 10, que é comandada por software e possibilita a operação de 2G, 3G e 4G no mesmo hardware, operando nas frequências de 700 MHz a 2600 MHz. A estação usa o DSP (Digital Signalling Processors), processador digital de sinais que contribui para reduzir o consumo de energia e compacta o espectro do uso de 2G e 3G em 50% e 20%, respectivamente, levando assim a um melhor desempenho da rede. Já anunciada no Brasil, a Flexi Multiradio 10 opera em agrupamentos centralizados de mais de 10 Gbps de capacidade de banda básica para gerenciar até 100 células. “Inauguramos a fábrica brasileira da estação no final de outubro, na cidade de Sorocaba, em São Paulo”, disse Aluizio Byrro, chairman da Nokia Siemens no Brasil. A produção dos equipamentos para redes 2G, 3G e 4G (TD e FDD) no Brasil será no modelo OEM com a Flextronics. A capacidade de produção anual começa com 15 mil por ano e os equipamentos atenderão apenas o mercado nacional. Uma das importantes vantagens da estação é a sua flexibilidade. “Você pode começar pequeno e escalar de acordo com a necessidade”, destaca Wilson Cardoso, diretor de Tecnologia da empresa para América Latina. “Consideramos que a nossa inovação é a melhor do mercado atualmente. As outras disponíveis não permitem a instalação de equipamentos sem bastidores e armários e não possuem o mesmo rádio servindo as três bandas”. Cardoso adiciona ainda outras vantagens, como a diminuição dos custos de implantação com energia, espaço físico e melhor retorno de investimentos devido à simplicidade de instalação. Com o aumento previsto no tráfego de dados móveis para os próximos anos, haverá


75 PRE MIA DOS necessidade cada vez mais de espectro e de novos equipamentos. Devido ao seu tamanho compacto e ao fato de utilizar um único módulo de controle, a Flexi Multiradio 10 é uma solução que pode sanar esta demanda pois, em comparação com as outras estações do mercado, possibilita economia de espectro com aumento de até 30% de capacidade. “As operadoras dispõem de um espectro fragmentado e necessitam potencializar o seu uso. Nesse sentido, a Flexi Multiradio 10 possibilita uma melhor utilização do espectro de 1800 MHz (GSM) conectando o dobro de usuários com o mesmo espectro ou o reduzindo à metade e fazendo com que a banda liberada seja utilizada para LTE”, explica Cardoso. No caso de 3G, o espectro pode ser reduzido em 20%, possibilitando o uso de LTE também nas bandas de 850 MHz e 2.1 GHz.

Recorde em testes

Unidos. Ao comentar sobre as inovações de destaque que fariam com a Flexi Multiradio 10, Byrro citou a solução “Customer Experience Management”. Tratase de uma plataforma que coleta, processa e analisa dados em tempo real, de várias fontes, como a própria rede e o dispositivo utilizado, o serviço e o usuário. A fotografia obtida dessa análise fornece às operadoras subsídios para a gestão do relacionamento, podendo não só reter, como melhorar e até incrementar a experiência do usuário”.

Com o mesmo rádio servindo três bandas, a estação radiobase utiliza um único módulo de controle, e possibilita economia de espectro com aumento de até 30% de capacidade. Tem ainda como vantagem a simplicidade na instalação e baixo consumo de energia.

A capacidade da Flexi Multiradio 10 foi analisada em vários testes no laboratório da Nokia Siemens no Estado de Illinois, EUA. O último, realizado em setembro, avaliou o recebimento e envio de dados em conexões downlink e uplink simultâneas em rede TD-LTE: foi possível atingir velocidade de 1,6 Gbps, o que equivale a baixar um vídeo HD de 3 Gigabyte em 24 segundos, com tempo estimado para upload de 1,7 GB de dados. A empresa bateu o próprio recorde, uma vez que havia atingido 1,3 Gbps de transferência de dados em teste anterior, poucas semanas antes. A joint venture Nokia Siemens Networks tem uma equipe de cerca de 20 mil pessoas que atuam exclusivamente nos seus Centros de Pesquisa e Desenvolvimento na Europa, Índia, China e Estados

A empresa está em mais de 150 países e sua sede é em Espoo, na Finlândia. Registrou vendas líquidas de mais de ¤ 14 bilhões em 2011, ficando na América Latina mais de 10% desse total. O lucro recorde foi de ¤ 323 milhões no terceiro trimestre de 2012, ante ¤ 6 milhões registrados um ano antes, com as vendas de equipamentos de 4G puxando esses resultados, embora concentradas na região Ásia-Pacífico, onde a companhia registrou alta de 29%. Na América Latina, a companhia viu suas vendas diminuírem 13% no trimestre em relação ao mesmo período de 2011, mas aumentarem 3% em relação ao trimestre anterior.


76 anuário tele síntese

2012

Radiobase do futuro

D

as novas funcionalidades permitem a coexistência de padrões 2g, 3g e 4g na mesma erb

“Trouxemos o futuro para já” Edvaldo Santos, diretor do centro de inovação

lugar

Fornecedor de Produtos produto inovador:

Radiobase multifrequência de alta capacidade empresa:

Ericsson

foto: divulgação

Por Bete Alina Skwara

e olho na previsão de que, em 2020, o Brasil chegará à casa dos dois bilhões de conexões à internet, nas obrigações oficiais das operadoras em relação aos eventos esportivos mundiais e, ainda, à necessidade de cobertura LTE no Brasil todo até 2019, a Ericsson trouxe ao país o RBS 6000. Trata-se de um equipamento cujas funcionalidades permitem a coexistência de diferentes padrões de telefonia móvel, do 2G ao 4G/LTE. “O RBS 6000 é a garantia de que o investimento que a operadora fez hoje dará longevidade ao equipamento”, explica Edvaldo Santos, diretor do Centro de Inovação – Soluções da Ericsson. “Antecipamos a demanda, ou seja, trouxemos o futuro para já”. A RBS 6000 é uma estação radiobase multifrequência de alta capacidade que oferece compatibilidade bidirecional com as linhas RBS 2000 e RBS 3000 e garante transição suave para novas tecnologias e funcionalidades. Além de preservar os investimentos realizados pelas operadoras do serviço móvel na implementação das redes 2G e 3G, permite a implementação das funcionalidades para a 4G (LTE). Única fabricante do setor que manteve produção industrial no país, a Ericsson começou a colher os frutos desse investimento e, em outubro de 2012, anunciou os primeiros dois acordos para fornecimento de rede 4G no país, para a Telefônica/ Vivo e a Oi. Mundialmente, o sistema já está disponível desde 2009, quando a empresa divulgou a assinatura de um contrato com a norueguesa TeliaSonera para a implementação de uma rede comercial de LTE em Estocolmo, Suécia. “Nossa equipe da unidade de São José dos Campos, em São Paulo, é a grande protagonista da introdução do RBS 6000 no Brasil”, comenta Santos. Ele refere-se ao fato de esse grupo ter aceito o desafio de modernização do parque industrial para oferecer o equipamento ao mercado a partir de 2010, já totalmente de acordo com PPB (Processo Produtivo Básico) que define o processo mínimo


77 PRE MIA DOS para a nacionalização de um produto no país. É na cidade do interior paulista que a Ericsson produz os equipamentos de transmissão, comutação e soluções baseadas nas tecnologias 2G, 3G e 4G/LTE. A empresa investiu R$ 10 milhões nessa ampliação e modernização, passando de quatro mil estações radiobase em 2008 para a capacidade de até 40 mil, que pode ser ampliada, de acordo com a demanda. Em setembro de 2012, a empresa anunciou a fabricação do seu RBS 6000 de número mil, já preparado para a tecnologia 4G/LTE. Fundada em 1876, na Suécia, a Ericsson atua em 180 países e tem mais de cem mil funcionários. Hoje, mais de 40% do tráfego móvel global passa por redes com infraestrutura Ericsson. Em 2011, a empresa gerou receitas de US$ 35 bilhões. Nos últimos 15 anos, a empresa investiu mais de R$ 800 milhões em desenvolvimento de projetos no Brasil, onde mantém uma equipe de 400 profissionais dedicados exclusivamente a P&D.

com apenas um toque das mãos mandar imagens e documentos de um equipamento para outro. Parece história de ficção científica, mas é uma tecnologia que já está disponível. Outro projeto brasileiro mencionado por Rhodes é o programa “PC em Serviço”, pelo qual usuários, como escolas, pagam uma assinatura mensal por um equipamento fornecido pela Ericsson já carregado com aplicativos, banda larga e até programas específicos ou personalizados. À

Mundialmente, a estação radiobase multifrequência da Ericsson está disponível desde 2009. No Brasil, passou a ser produzida na fábrica de São José dos Campos em 2010, de acordo com o processo mínimo para a nacionalização de um produto no país.

Rede de inovação Jesper Rhode, diretor de Inovação da Ericsson para a América Latina, comenta que a empresa atua em desenvolvimento e pesquisa no mundo todo baseada num círculo virtuoso, composto por duas frentes e dois insumos: transformação de investimentos em conhecimento e transformação de conhecimento em investimentos, numa alusão de interdependência dos dois insumos. Para ilustrar onde a Ericsson está chegando em P&D, Rhode cita o “Connected Me”, tecnologia que usa o corpo humano para transferir arquivos digitais entre dois aparelhos, afirmando ser possível

Ericsson cabe toda a gestão remota, da manutenção de configurações ao suporte técnico, não havendo nenhum investimento adicional por parte dos contratantes. “ I n t e g ra m o s u m a re d e g l o b a l d e desenvolvimento e pesquisa, com 16 centros de inovação no mundo, coordenados a partir do Vale do Silício, nos Estados Unidos. Uma das maravilhas dessa rede de inovação é o fato de podermos inserir brasileiros num mundo globalizado e estes acabarem voltando ao país com um nível muito elevado de conhecimento”, conclui Rhode.


78 anuário tele síntese

2012

Na velocidade da luz

O

o novo equipamento multiplica a capacidade de transmissão do transponder 100 gbps por quatro

“Apenas com a troca do software, já é possível transmitir a 8,8 Terabit/s” Albino Lopes, diretor de soluções ópticas

lugar

Fornecedor de Produtos produto inovador:

Transponder Óptico Color empresa:

Alcatel-Lucent

foto: divulgação

Por Marina Pita

tráfego mundial de dados móveis aumentará 18 vezes de 2011 a 2016, atingindo 10,8 exabytes por mês. Para o Brasil é esperado um aumento semelhante, com um total de 0,26 exabytes por mês em 2016. Nesse cenário, os operadores têm o desafio de ampliar a capacidade de tráfego, e os fornecedores de equipamentos e sistemas para redes de telecomunicações, uma grande oportunidade de mercado. Com esta visão, a Alcatel-Lucent tem investido no desenvolvimento de sistemas OTN com transponders de maior capacidade. No fim de 2010, o Transponder Óptico de 100 Gbps com as funcionalidades colorless, directionless e portless e modulação coerente chegou ao país e teve imediata aderência do mercado. “Lançar fibra custa muito caro porque precisa cavar, passar duto e então passar a fibra. Além disso, alguns trechos são longos, variam de 150 quilômetros a 330 quilômetros. Assim, para atender à necessidade das operadoras, a AlcatelLucent desenvolveu o equipamento que permite aumentar a capacidade da rede utilizando o mesmo par de fibras”, afirma Albino Lopes Neto, diretor de soluções ópticas da empresa. Ele explica que, há cerca de cinco anos, as operadoras transmitiam 40 lambdas de 10 GB em um único par de fibras. Com o lançamento do transponder de 100 Gbps, um mesmo par de fibras passou a transmitir até 8,8 Terabits por segundo. O produto é competitivo não apenas na comparação com o investimento em fibra, mas também com o investimento inicial do cliente sendo preservado. O mesmo equipamento que fazia 96 x 10 Gbps há cinco anos, somente com a troca do software, faz hoje 8,8 Terabit/s, diminuindo o custo dos sistemas de transmissão. O transponder de 100 Gbps tem a capacidade de dez transponders de 10 Gbps, mas seu preço equivale a 7,5 de um transponder de 10 Gbps. Isso significa uma economia de 25% em relação ao investimento em transponders de 10 Gbps. Ou


79 PRE MIA DOS seja, o preço por gigabit transmitido é menor. “O custo para a operadora é menor do que comprar o novo equipamento de outro fabricante. O cliente recebe uma tecnologia extremamente atual, com velocidade que faz o custo por transmissão cair e isso nos dá um grande diferencial”, diz Lopes, destacando a importância da inovação. Além de entregar maior capacidadede de transmissão de dados, o desenvolvimento de um transponder de maior capacidade responde a outra necessidade das operadoras: agilidade e simplicidade no upgrade na base instalada de sistemas RoADM da Alcatel-Lucent. “O método para introduzir essa nova capacidade – pela mudança de software e troca de cartão do equipamento – permite fazer a mudança sem interromper o tráfego na rede”, aponta Lopes.

Nova versão

já funcionando nas operadoras. Ele faz mecanismo de predição de tal forma que a velocidade da rede passa a ser trabalhada equalizando e melhorando significativamente a qualidade de transmissão”, explica Lopes. Em outra frente, a Alcatel-Lucent trabalha no desenvolvimento de um software para tornar as redes OTN elásticas, um trabalho em parceria com o Bell Labs guardado a sete chaves. A solução

Além de entregar maior capacidade de transmissão de dados, o desenvolvimento responde a outra necessidade das operadoras: agilidade e simplicidade no upgrade da base instalada.

Em junho de 2012 a companhia lançou o transponder óptico colorless, directionless e portless de 400 Gbps com Modulação Coerente. Ou seja, com todas as características da inovação anterior, mas com quatro vezes mais capacidade de transmissão. Ele multiplica a capacidade de transmissão do transponder 100 Gbps em quatro e já está disponível para ser instalado em qualquer operadora no Brasil. O próximo passo da Alcatel-Lucent é entregar soluções que ajudem na otimização e segurança da rede já instalada. Por isso, o próximo produto que deve chegar por aqui é o soft-decision FEC (Forward Error Correction), esperado para fevereiro, mas cujos testes iniciais já estão em andamento. “Com esse software vamos para 23 Terabit/s de capacidade de transmissão em um mesmo par de fibras, basta instalar o software nos equipamentos existentes e

permitirá que a mesma infraestrutura seja usada para redes metro, regionais e backbones. O objetivo é transmitir mais informação melhorando a utilização dos recursos existentes. “Podemos mudar o perfil da rede para se adaptar a cada momento. Na Avenida Paulista, por exemplo, o maior tráfego é demandado pelas empresas durante o dia e, à noite, são os usuários domésticos os que mais demandam capacidade de tráfego dessas redes. Essas necessidades podem ser compatibilizadas para que as redes não precisem de infraestrutura para atender os dois picos somados, e sim otimizando a infraestrutura requerida para atender os picos de cada perfil de tráfego”, pontua Lopes. Este tipo de solução poderá ser implantado nos equipamentos OTN atuais e deve ter os primeiros testes entre o final de 2013 e início de 2014.


80 anuário tele síntese

2012

Adeus à hierarquia

C

o qfabric conecta diretamente todos os dispositivos do data center

“A solução diminui a quantidade de camadas da rede” Carlos Brito, vice-presidente

lugar

Fornecedor de Produtos produto inovador:

QFabric QFX 3000-G empresa:

Juniper Networks

foto: divulgação

Por Bete Alina Skwara

om a massificação da computação em nuvem, combinada à busca cada vez maior por produtividade e redução de custos, os data centers passaram a enfrentar novos desafios, como o gerenciamento de múltiplos dispositivos na rede. Esses desafios levaram o mercado a criar um novo conceito, chamado de data center fabric, adotado pela Juniper Networks. A fabricante desenvolveu o QFabric, uma solução para a rede do data center que utiliza, ao invés de uma arquitetura tradicional – na qual vários switches trabalham em uma estrutura hierárquica –, uma arquitetura flat. Nesta rede, todos os dispositivos se conectam diretamente através do QFabric, sem adotar qualquer hierarquia. A mudança na infraestrutura de um data center é radical com o novo conceito. Antes, 95% dos data centers adotavam a arquitetura de rede em árvore, uma arquitetura hierárquica com múltiplos switches, que interconectam todos os dispositivos (servidores, storage, firewalls etc.) seguindo uma escala de prioridades. “A ideia do QFabric é a de uma rede flat, sem hierarquia, onde basicamente todos os dispositivos vão estar conectados através do QFabric. Ele resolve uma série de problemas que a rede hierárquica traz para o data center, garantindo baixa latência e alta performance e eliminando a necessidade de gerenciar múltiplos dispositivos na rede. O QFabric se comporta como um único equipamento gerenciado dentro do data center”, explica o engenheiro Rodrigo Loureiro, consultor de data center da Juniper. Por se tratar de uma arquitetura inovadora, o QFabric QFX 3000-G da Juniper Networks conquistou o 3º lugar na categoria Fornecedor de Produtos do Prêmio Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicação. A solução desenvolvida pela Juniper diminui a quantidade de dispositivos gerenciados dentro da rede do data center e, também, a quantidade de camadas da rede. Ao invés de ter duas ou três camadas de switch, passa a ter uma única camada, facilitando a convergência


81 PRE MIA DOS com a rede de storage. Além disso, a QFabric QFX 3000-G integra, de forma escalável, de quatro até seis mil portas de conectividade, dependendo do tamanho e da necessidade do cliente. “Ao reduzir as camadas para apenas uma de alto desempenho, a plataforma oferece melhor performance pois unifica todos os recursos do data center interconectados a uma grande velocidade e com menor latência, contribuindo para grandes impactos positivos em escala e eficiência”, acrescenta Carlos Brito, vice-presidente de Vendas para Provedores de Serviços na América Latina e Caribe. Essas características impulsionaram sua aceitação pelo mercado. Entre os usuários da QFabric QFX 3000-G, Brito cita o Portal Terra no Brasil e o Comitê dos Jogos Olímpicos de Londres. Entre as características que fizeram da nova switch da Juniper uma campeã, Brito destaca não apenas seu elevado desempenho e tamanho miniaturizado (ocupa 10% do espaço de um equipamento convencional), com o conceito de desenvolvimento sustentável. A solução consome 77% menos energia, utiliza 85% menos cabos, possui 27% menos aparelhos ativos, emite 80% menos carbono e reduz nove vezes os recursos operacionais em comparação com a opção mais próxima da concorrência, assegura a Juniper Networks. O nome da plataforma, explica Brito, vem da forma como foi construída: “São vários fios entrelaçados um no outro, formando uma malha de linhas cruzadas. É dessa simbologia que surgiu o termo fabric, ou seja, uma grande malha de roteadores e switches que se comunicam entre si, formando uma única matriz que converge para somente um ponto IP”.

Quebra de paradigmas Fundada em 1996, na Califórnia, a Juniper detém atualmente a segunda posição no ranking mundial de roteadores, seu carro-chefe. Com nove mil funcionários em 70 países, atende a mais de 30 mil clientes e parceiros: 65% das suas vendas são produtos para o mercado de telecomunicações; o mercado corporativo responde pelos 35% restantes. No Brasil, a empresa trabalha com distribuidoras, entre elas a Network1, a Anyxter e a Ingram Micro.

A ideia é de uma rede flat, sem hierarquia, onde os dispositivos se conectam através do QFabric, que se comporta como um único equipamento no data center. Assim, a plataforma garante baixa latência e alta performance. Fechou 2011 com lucro líquido de US$ 425 milhões e crescimento de 8,7%. Sua receita gira em torno de US$ 4 bilhões e a empresa investe 20% do seu faturamento anual em P&D. “A Juniper é reconhecida como uma empresa que quebra paradigmas”, destaca Brito. Somente para desenvolver a nova arquitetura QFabric, a Juniper investiu mais de US$ 100 milhões durante cerca de três anos. Em 2012, poucos meses após a primeira versão mais escalável QFX3000-G começar a despontar no mercado, a empresa anunciou já um novo modelo, o QFX3000-M, que estende os benefícios do primeiro sistema para um tamanho médio de data center com capacidade de até 768 portas 10GbE.


82 anuário tele síntese

2012

Vitória do pioneirismo

C

primeira a transformar o celular em ponto de venda, a m4u conta com a força da rede cielo.

“O mercado potencial é muito grande” Clécio Guaranys, presidente

lugar

Fornecedor de Serviços produto inovador:

POS no celular empresa:

M4U

foto: divulgação

Por Wanise Ferreira

om foco na entrega de soluções financeiras via celular, a M4U decidiu investir em um serviço que permitisse que profissionais liberais, autônomos, revendas e outras categorias ganhassem a oportunidade de receber pagamentos de cartões de crédito pelo dispositivo móvel. Pelos resultados obtidos, a empresa acertou no alvo. Hoje, o POS via celular é parte do portfolio da Paggo e atende aos clientes dos cartões do Banco do Brasil com a Oi e, mais recentemente, chegou aos da instituição financeira com bandeira Ourocard/ Mastercard. E sua presença pode se expandir muito mais nos próximos meses. A M4U foi criada há 13 anos com duas áreas de negócios específicas: uma para serviços financeiros e solução para captura de transações e outra para atuar no mercado de mídia on-line. Em 2010, a Cielo e a Valid adquiriram 80% da M4U, nome que permaneceu na subsidiária para a área de serviços financeiros. A Cielo pagou R$ 50,1 milhões por 50% da empresa e a Valid desembolsou R$ 30 milhões por 30% do capital. Nessa nova fase, o primeiro projeto que ganhou relevância foi, justamente, o POS (ponto de venda) no celular. Desenvolvido em parceria com a Cielo, a primeira versão da plataforma permite transações digitadas dos cartões de créditos, ou seja, os números são digitados no aplicativo Cielo Mobile e conferidos no sistema da empresa. Segundo Clécio Radler dos Guaranys, presidente da M4U, uma segunda versão já está disponível e possibilita os pagamentos a partir do número do celular. “O lojista digita o número do celular e o valor e os dados são enviados a outra plataforma que autoriza a transação”, explica. A segunda versão está operacional na Paggo desde 2006, diz Guaranys. Ela atendia apenas aos clientes da Oi que possuem o cartão de crédito da operadora com o Banco do Brasil. O cliente se cadastra em uma ATM do Banco do Brasil e vincula o número de um celular a seu cartão de crédito. No final de setembro de 2012, a Paggo lançou


83 PRE MIA DOS um piloto na cidade de Fortaleza que vai estender o atendimento a todos os clientes do BB que, assinantes da Oi, possuam cartões com a bandeira Ourocard/Mastercad. Em breve, outras localidades terão essa alternativa.

Clientes potenciais O público que necessita de um POS móvel em substituição aos terminais tradicionais é grande e diversificado. Está entre eles, por exemplo, a extensa rede de revendedoras de cosméticos, como Avon e Natura, que se deslocam constantemente e precisam receber de seus clientes nos mais variados locais. Segundo Guaranys, consultórios de médicos e dentistas também figuram na lista do consumidor potencial do POS Móvel. E há ainda taxistas, manicures, fotógrafos e profissionais liberais que podem ser atendidos pelo serviço móvel de pagamento. Para Guaranys, as perspectivas futuras são boas nesse mercado. Ele observou que o sistema de compras parceladas tem grande força no país e a tendência é de que se expanda ainda mais. “Hoje, perto de 50% das transações ainda são feitas com dinheiro. O parcelado, aos poucos, ganha espaço em cima desse público”, afirma. Os cartões de crédito pré-pagos também devem incentivar as soluções para transações móveis. “Atualmente, Bradesco e Banco do Brasil iniciaram a oferta dos cartões pré-pago. Outros bancos devem seguí-los e a tendência é dessa ferramenta ganhar escala rapidamente”, aposta. Outros aplicativos semelhantes ao lançado pela M4U para transações financeiras começam a chegar ao mercado, aumentando a competição. Mas Guaranys lembra que a empresa tem a seu

favor a Cielo, uma rede de adquirência com 1,6 milhão de pontos de venda. O sistema da M4U está disponível para outros participantes do mercado de mobile payment. Na rede de adquirência, as concorrentes da Cielo, como Redecard, ainda não se estruturaram para aceitar pagamentos móveis. Outras operadoras e instituições financeiras, entretanto, estão aptas para utilizar a solução. “Todos estão trabalhando na interoperabilidade, que vai garantir a escala a esse mercado”, avalia Guaranys. Para o final deste ano, a M4U prepara lançamentos. A empresa vai oferecer a possibilidade de dispositivos serem acoplados aos celulares para

As compras parceladas e os cartões de crédito pré-pagos têm grande força no país. A tendência é de crescimento nas transações móveis. Para atender a demanda, a M4U prepara novos sistemas para mobile payment. o fechamento das transações. Esse acessório pode ser de trilha, favorecendo a leitura dos cartões no sistema tradicional, ou um leitor para colher os dados no chip do cartão de crédito. A tecnologia NFC (Near Field Communications) entra nos planos da M4U. Mas nessa próxima fase a empresa se voltará mais para a leitura dos cartões de crédito que terão chip com esse sistema. Para Guaranys, com tantas oportunidades nessa área, fica difícil dimensionar quanto a área de transações financeiras móveis movimenta e movimentará nos próximos anos. “Mas, sem dúvida, trata-se de um grande mercado”, afirma.


84 anuário tele síntese

2012

Solução para os pequenos

O

o mynet é um sistema de gerenciamento de plantas de redes, que funciona na nuvem, no modelo software como serviço.

“Sistema inovador, com baixo custo.” Hélio Graciosa, presidente

lugar

Fornecedor de Serviços produto inovador:

CPqD myNet empresa:

CPqD

foto: divulgação

Por Wanise Ferreira

PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) deu a cerca de três mil provedores de acesso a possibilidade de utilizar sua rede para levar a banda larga a consumidores e empresas em cidades e áreas rurais que hoje não são atendidas pelas operadoras. Essa facilidade, entretanto, vai exigir um controle mais apurado e gestão mais eficiente de suas operações. Foi pensando nesse cenário que o CPqD desenvolveu o CPqD myNet, uma solução sob medida para esse segmento e que lhes coloca em condições de competir com as grandes operadoras desse mercado. “O que estamos oferecendo com o CPqD myNet é um sistema de gestão inovador e sofisticado com preços compatíveis com o porte de cada empresa”, explica Hélio Graciosa, presidente do CPqD. Ele considera que o produto, direta e indiretamente, também contribui para o próprio PNBL uma vez que, na sua avaliação, esses provedores são peças-chave para o sucesso do projeto governamental de inclusão digital. Segundo Edvaldo Paro, diretor de Sistemas de Suporte a Operações, a solução foi estruturada pensando mais no modelo de negócios do que em tecnologia. O CPqD myNet é um sistema de gerenciamento de plantas de redes, interna e externa, que funciona na nuvem e é oferecido na modalidade SaaS (Software as a Service). Paro observa que os pequenos provedores, em geral, fazem a gestão de sua operação manualmente. “Mas, quando crescem, precisam de uma série de ferramentas para não correr o risco de limitar a capacidade ou comprometer a qualidade dos serviços prestados”, observa. No entanto, esses sistemas, em geral, não têm custo acessível o que dificulta a expansão dessas empresas. Por meio de um conjunto de soluções tecnológicas, o CPqD myNet possibilita que todo o inventário da rede, tanto interna quanto externa, esteja disponível em mapas georreferenciados. “O provedor consegue enxergar de uma forma física toda a sua infraestrutura que, ao lado dos clientes,


85 PRE MIA DOS é um dos seus maiores ativos”, salienta Paro. De posse desses mapas georreferenciados, os provedores de acesso conseguem identificar mais rapidamente onde há problemas e agilizar a solução. “As empresas conseguem, principalmente, saber qual é a ocupação de suas redes e o que é necessário fazer para ter mais disponibilidade nessa infraestrutura”, afirma o executivo. O CPqD myNet também permite automatizar os processos de aprovisionamento e de manutenção e integrar os ambientes de engenharia e operação. Ele ainda traz embutido uma série de processos que vão auxiliar o provedor na hora de expandir sua rede. “O cliente tem acesso a uma ferramenta classe mundial para construção de redes que está instalada no próprio sistema”, salienta Paro. Outra facilidade destacada pelo executivo é a geração de relatórios que vão facilitar muito a vida dessas empresas na hora de enviar os dados de sua rede para a Anatel a fim de atender às exigências do órgão regulador. “Os dados antes ficavam dispersos, agora com um botão ele consegue esses relatórios”, reforça o executivo.

(Serviço de Comunicação Multimídia) e de STFC (Serviço Telefônico Fixo Comutado). Com sede em Conselheiro Lafaiete (MG), ela oferece acesso em banda larga, com conexões até 30 Mbps, e no segundo semestre de 2012 adquiriu licença para prestar serviços de TV por assinatura nos dez municípios de sua área de atuação. Com 420 quilômetros de rede de fibra óptica implementada em três cidades – Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco –, a empresa está investindo na construção de um anel óptico de 107 quilômetros para interligar essas localidades e atender aos usuários de sua área de atuação que vão de moradores de pequenos municípios

O sistema de gestão foi desenvolvido para os provedores locais, focado no modelo de negócios, e pode ser contratado como serviço sob demanda.

Georreferenciamento A p r i m e i ra g e ra ç ã o d e s e r v i ç o s georreferenciados foi desenvolvida em 1994 pelo CPqD a pedido de grandes operadoras. De lá para cá, a empresa continuou o aperfeiçoamento do produto e, por fim, chegou até a versão com arquitetura web. “Esse avanço tecnológico foi o que permitiu que o produto fosse colocado na nuvem e, dessa forma, possibilitasse um novo modelo de negócios e tornasse a solução muito mais acessível”, conta Paro. O piloto do CPqD myNet foi feito com a Via Real Telecom, operadora com licença de SCM

e da área rural a grandes empresas como Vale, Gerdau e CSN. A operadora tinha, em outubro de 2012, mais de 60% de sua rede cadastrada no CPqD myNet e tem utilizado a solução, inclusive, no planejamento da nova infraestrutura. “Nosso sistema, inclusive, ajudou a Via Real a identificar alguns problemas no projeto e corrigi-los”, comenta Paro. Ainda no início da sua fase comercial, o CPqD myNet contava com nove clientes. O CPqD tem promovido road maps para apresentar a solução aos novos provedores. A contratação na forma de serviço, com um valor mensal de R$ 740,00 para o pacote básico para uma licença de uso, deve atrair um maior número de empresas na avaliação do executivo. E colaborar para a inclusão digital, como lembra Graciosa.


86 anuário tele síntese

2012

Para facilitar a vida do cliente

O

Com interface amigável, interativa e didática, o portal permite que os assinantes solicitem ou alterem vários serviços.

“Nossa biblioteca não é apenas tecnológica” Francisco Mecchi, sócio-fundador

lugar

Fornecedor de Serviços produto inovador:

saga|Portal de Autoprovisionamento empresa:

AsGa Sistemas

foto: divulgação

Por Wanise Ferreira

difícil relacionamento dos clientes com as operadoras de telecomunicações foi o foco principal da AsGa Sistemas ao investir no desenvolvimento de uma solução que simplificasse o processo burocrático e desconfortável que os assinantes enfrentam na solicitação de alguns serviços. E que, ao mesmo tempo, proporcionasse uma redução de custos para a empresa. A partir dessa ideia, a empresa lançou o saga|Portal de Autoprovisionamento que permite a interação direta entre o cliente da operadora e seus sistemas de OSS (Operation Support Systems), podendo configurar os serviços desejados totalmente pela web, integrando-se automaticamente à plataforma de CRM (Customer Relationship Management) e às ferramentas de mediação. Com isso, a passagem do assinante pelo call center, e muitos dos transtornos decorrentes disso, pode ser evitada. Com uma interface amigável, interativa e didática, o saga|Portal de Autoprovisionamento permite aos assinantes solicitarem ou alterarem vários serviços. Eles podem, por exemplo, mudar a velocidade dos seus planos de dados, bloquear ou autorizar alguns serviços, pedir aparelhos, portabilidade, alterar planos tarifários, ou mesmo requisitar vídeo sob demanda ou acesso à IPTV. Esse tipo de serviço interativo é inédito e possibilita, entre outros benefícios, diminuir o tempo entre a solicitação e a entrega para o cliente. Além disso, abre um leque de oportunidades para as empresas lançarem novos produtos e serviços que sejam configuráveis pelo usuário pela web. “Nós trabalhamos com o conceito de que criar inovação que gere valor para o cliente é fundamental”, comenta Francisco Mecchi, sócio fundador da empresa. E, segundo ele, esse perfil é o que tem garantido a existência da AsGa desde sua criação em 1989, quando seu foco estava ligado exclusivamente em soluções de transmissão óptica. Em 23 anos de existência a empresa passou por vários cenários do mercado de telecomunicações


87 PRE MIA DOS e concluiu que deveria buscar a diversificação em sua atuação, para não depender mais das oscilações de uma única área. E o saga|Portal de Autoprovisionamento é uma prova disso. “Resolvemos investir no desenvolvimento de software para telecom para reforçar nossa linha de produtos”, diz o executivo.

Bilhetagem O saga| Portal de Autoprovisionamento é mais um módulo da família saga da AsGa Sistemas, subsidiária que concentra o desenvolvimento de software e soluções OSS/BSS. Segundo Mecchi, o primeiro produto desse braço de negócios nasceu de uma demanda da Oi por um software de bilhetagem, ferramenta hoje utilizada também pela GVT e pela Telefônica. “No passado, as bilhetagens eram feitas pelos dados armazenados nas centrais. Mas com portabilidade ficou muito difícil fazer a reprogramação dessas centrais”, explica Mecchi. A empresa desenvolveu o saga|Plataforma de bilhetagem, que consegue transformar os dados brutos que estão disponíveis de forma dispersa nas redes de sinalização em registros completos com informações de todos os eventos que ocorrem em chamada ou transação na rede. Esses dados são armazenados em um banco de dados de alto desempenho e disponibilidade. “Essa biblioteca gerou outros módulos de gestão da receita”, observa Mecchi. Entre eles estão apoio à mediação, detecção de fraude, gestão de interconexão e de indicadores da receita. Na área de gestão de clientes da AsGa Sistemas, onde está o saga|Portal de Autoprovisionamento, a proposta da empresa é ajudar as operadoras a

encontrar soluções que contribuam na redução do custo de relacionamento com o cliente sem grandes investimentos, aumentar a interatividade com os assinantes gerando valor agregado aos serviços da empresa, e utilizar a grande base de dados adquirida para alavancar novos negócios. Ao lado do autoprovisionamento estão módulos de análise mercadológica, gestão de canais e de clientes corporativos e soluções de convergência fixo-móvel. As suítes saga da AsGa Sistemas também cuidam de gestão do atendimento e de redes. Como parte do seu processo de diversificação, a AsGa constituiu a AG, com sede em Santa Rita do Sapucaí (MG) e que deu início à produção de placas eletrônicas. Este ano, ela criou a AsGa Acesso, que é totalmente dedicada ao cliente que

Pelo portal, os assinantes podem mudar a velocidade de seus planos de dados, bloquear ou autorizar serviços, pedir portabilidade ou requisitar vídeo sob demanda. demanda soluções para acesso com conectividade óptica e elétrica. Segundo Mecchi, a empresa só decide atuar em uma área quando tem certeza de que irá levar algum diferencial. “O nosso DNA de inovação está em todos os mercados que estamos presentes. Temos uma biblioteca de conhecimento imensa que não é apenas tecnológica”, ressalta. As escolhas feitas pela empresa parecem acertadas. Este ano, o grupo AsGa espera um faturamento de R$ 200 milhões, 50% a mais do que o desempenho de 2011. E quer crescer ainda mais nos próximos anos.


88 anuário tele síntese

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Alfabetização pelo celular

I

um conjunto de aplicativos ajuda no programa de alfabetização pelo smartphone, que está fazendo sucesso com jovens e adultos.

“Pelo celular, o aluno pode estudar a qualquer hora, em qualquer dia” José Luis Poli, presidente

lugar

desenvolvedor de conteúdo produto inovador:

Programa de alfabetização na língua materna - PALMA para celular empresa:

IES2

foto: robson regato

Por Bete Alina Skwara

magine um grupo de crianças de seis anos numa sala de aula: sons, imagens e brincadeiras fazem parte do universo dos pequenos que, pelo lúdico, aprendem a juntar letras, formar palavras, escrever frases. A mesma forma envolvente e criativa eles levam para casa, em seus cadernos de tarefas. O mesmo sistema criativo está sendo aplicado em algumas cidades do Estado de São Paulo, só que em salas de alfabetização de adultos e jovens acima de 15 anos, mas com um diferencial: ao invés de um caderno, o aluno leva um smartphone para casa. O projeto-piloto, chamado Palma, é um programa de alfabetização complementar à educação formal onde, por meio de um conjunto de aplicativos para celular tipo smartphone, os alunos manuseiam letras, imagens, símbolos e números para construir palavras e frases, resolver problemas elementares de matemática e aprender conceitos de ciências, com avaliação dos professores por SMS e web. Pelo smartphone, os alunos podem estudar a qualquer hora e qualquer dia, como dentro do ônibus na volta do trabalho ou em casa, nos finais de semana. Palma é a sigla para Programa de Alfabetização na Língua Materna, criado pelo matemático José Luis Poli como um método de apoio à alfabetização tradicional. O professor Poli, um dos fundadores da Anhanguera Educacional, maior rede de ensino superior da América Latina, percebeu, durante visitas a cursos de alfabetização de jovens e adultos, que a grande maioria tinha aparelhos celulares. “Vi que eles sabiam usar os números 0 a 9, que são fáceis de memorizar”, explica. “Se fosse feito um aplicativo que combinasse número, letra, som e imagem, aprenderiam a ler e escrever. A sala de aula tem que refletir a realidade do dia a dia”, completa. O Palma tem uma carga horária para 12 meses e outra para 18 meses. Começou em 2011 somente com aulas de português visando desenvolver


89 PRE MIA DOS habilidades de leitura, escrita e compreensão de textos, evoluindo rapidamente para as áreas da matemática e ciências. É composto de um conjunto de aplicativos executado em smartphones e um sistema web de gestão da aprendizagem. Os professores tiveram formação específica e os alunos um treino para se familiarizar com o uso do celular e uma avaliação de competências. Único no Brasil – com outra experiência similar apenas no Paquistão –, o Palma foi desenvolvido em 2010 pela IES2 – Inovação, Educação e Soluções Tecnológicas, empresa de consultoria especializada no uso da tecnologia em projetos educacionais e sociais fundada por Poli. A partir de abril de 2011, iniciou o piloto com 130 alunos na rede pública de ensino nas classes de EJA – Educação de Jovens e Adultos. No início de 2012, o piloto ganhou mais 150 alunos, agora já com o apoio da Fundação Telefônica/Vivo e da Nokia, totalizando 280 estudantes em sete cidades (Araras, Campinas, Franca, Itatiba, Ourinhos, Pirassununga e Santos) do interior de São Paulo. O programa ganhou tamanha repercussão que passou a ser acompanhado pela Unesco. “Acreditamos que, no futuro, o grande direcionamento e inovação em termos de educação será movido por tecnologias móveis”, comenta Poli, que já está trabalhando num modelo comercial para 2013, visando todos os municípios do país. “A nossa meta é começar com mil alunos em 2013 e, a partir de 2014, chegarmos a 20 mil alunos por ano.” Uma meta ousada, mas totalmente factível, se considerarmos que o IBGE apontou que em 2011 o Brasil tinha 30,5 milhões de analfabetos funcionais, equivalente a 20,4% da população.

Resultados sustentáveis Como motivação, os alunos com bom desempenho na prova de conclusão final do curso ficarão com os smartphones e terão créditos para continuar praticando através de mensagens SMS. Essa motivação já foi sentida no primeiro semestre do piloto, em 2011, quando a média de aproveitamento foi de 90,47% e o índice de acertos da prova final do semestre, realizada em formato de ditado para que os alunos digitassem as respostas no próprio celular, foi de 70%.

O programa de alfabetização começou com aulas de português para desenvolver habilidades de leitura, escrita e compreensão de textos, e evoluiu para matemática e ciências. Usa um conjunto de aplicativos executados em smartphones e em sistema web. A possibilidade do aluno permanecer com o aparelho após o término do programa, além de incentivar o exercício do que foi aprendido, permitirá o acesso a novos conteúdos que forem tornados disponíveis. Além disso, há ainda a possibilidade de melhoria da situação financeira desses alunos, uma vez que estudos comprovam que cada ano adicional de escolaridade leva a um aumento de até 10% na renda individual. Para o país, cada ano adicional de escolaridade representa um aumento de 0,37% na média anual do PIB.


90 anuário tele síntese

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Internet móvel imune à queda

“A

a nova tecnologia permite atualizar em lote, na estação radiobase, o deslocamento dos usuários.

“A ideia é evitar gargalos nas centrais das operadoras” Fuad Abinader, pesquisador

Menção Honrosa tecnologia inovadora:

Suporte para Atualização de Presença em Massa para Proxy Mobile IPv6 empresa:

Instituto Nokia

foto: divulgação

Por Bete Alina Skwara

conexão caiu novamente!” No que depender do INdT (Instituto Nokia de Tecnologia), essa reação está com os dias contados, quando a causa da queda estiver relacionada à instabilidade de conexões de internet de celulares em movimento. É que o INdT fez parte do time de pesquisa que desenvolveu a solução para o problema, denominada Bulk Binding Update Support for Proxy Mobile IPv6 (Suporte para Atualização de Presença em Massa para Proxy Mobile IPv6), que beneficia as redes das operadoras por meio da tecnologia de atualizações de presença dos celulares em lote. “A ideia é evitar gargalos nas centrais das operadoras”, explica Fuad Abinader, pesquisador o INdT envolvido no projeto. “Essa tecnologia propõe agrupar os terminais de uma mesma antena ou célula e realizar uma única atualização em lote”, explica. Isso reduz a demanda por recursos nas operadoras, diminui custos e melhora a qualidade de serviço aos usuários, proporcionando uma experiência de conexão mais consistente. Atualmente, durante o deslocamento físico em que os usuários transitam por diversas células, ocorre uma atualização de presença individual nas antenas a cada transição. Se essas atualizações ocorrerem ao mesmo tempo, podem ser criados gargalos representados pela lentidão ou queda das conexões. Com as atualizações em lote, os requisitos de processamento e banda diminuem e, assim, aumenta a qualidade de serviço experimentada durante o deslocamento. A tecnologia desenvolvida pelo Instituto Nokia em parceria com outros pesquisadores da própria fabricante filandesa, da Ericsson e da Cisco, já foi aceita pelo IETF (Internet Engineering Task Force), organização internacional que define os padrões operacionais da internet e é supervisionada pelo IAB (Internet Society Architecture Board). Sua adoção pelos fabricantes de equipamentos de rede é opcional e deveria estar disponível para aquisição pelas operadoras brasileiras a partir do final de 2012.


91 PRE MIA DOS

Tecnologia verde-amarela Abinader, considerado um dos poucos brasileiros de uma empresa nacional a ter contribuído para a padronização internacional da internet móvel por meio deste projeto, comenta que a tecnologia já está sendo implementada junto à operadora Comcel, na Colômbia. E reforça: “Além de uma conquista inédita para o INdT, essa é uma marca importante para nós, brasileiros. Trata-se de um desenvolvimento concebido no país e que será aplicado no mundo todo. Nossa contribuição demonstra a qualidade dos nossos projetos e aumenta ainda mais nosso reconhecimento junto à comunidade científica e industrial internacional”. “O INdT é motivo de orgulho para a Nokia”, afirma Almir Luiz Narcizo, presidente da Nokia Brasil. “Mais do que um laboratório tecnológico, este investimento em capital intelectual continuará sendo um de nossos alvos nas próximas décadas. Nosso objetivo é deixar um legado: a formação individual de profissionais e estudantes e o desenvolvimento tecnológico de todas as regiões onde estivermos presentes, no Brasil e na América Latina”. Independente e sem fins lucrativos, o instituto foi fundado pela Nokia em 2001 e é voltado à geração de novos conceitos, produtos e soluções para as áreas relacionadas a tecnologias móveis e internet. O instituto atua com uma rede de parceiros, como universidades e outros centros de pesquisas de governo e de instituições privadas, e sua receita provém da aplicação dos incentivos fiscais da Lei de Informática usufruídos pela Nokia e de serviços prestados a clientes.

Ao Bulk Binding Update Support for Proxy Mobile IPv6, juntam-se muitos projetos pioneiros, desenvolvidos pelo INdT em seus quase 11 anos de existência. Dentre eles, estão o laboratório de análises de falhas e confiabilidade, usado em todo o polo eletroeletrônico da Zona Franca de Manaus; o DropTester, adotado por várias fábricas da Nokia no mundo; o primeiro padrão brasileiro de TV Digital em dispositivos móveis da Nokia; o Audio Aid, para deficientes auditivos perceberem

A tecnologia desenvolvida pelo Instituto Nokia, em parceria com pesquisadores de outras empresas, foi aceita pela organização internacional que define os padrões operacionais da internet. Na América Latina, já está sendo usada por uma operadora da Colômbia. o som do ambiente pela vibração dos celulares; e o Facelok, que bloqueia e desbloqueia os celulares por reconhecimento visual do dono do aparelho. Vale o registro de uma informação interessante: o Laboratório de Usabilidade, criado pelo INdT em 2008 e pioneiro nos testes de dispositivos móveis, foi o responsável pela avaliação de facilidade de uso e compreensão do aplicativo Palma, programa de alfabetização de jovens e adultos da IES2, também premiado pelo Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações (veja à pág. 88).


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2012

Pé no acelerador

S

os sistemas de transmissão óptica desenvolvidos no país ganharam o mercado internacional

“Exemplo a ser replicado em outros segmentos” Jorge Salomão, presidente

Tecnologia Nacional tecnologia inovadora:

Plataforma DWDM LightPad i1600G empresa:

Padtec

foto: divulgação

Por Bete Alina Skwara

pin off do CPqD, a Padtec cresce na mesma velocidade em que aumenta a capacidade de seus sistemas de transmissão óptica. Em dez anos de existência, sua base instalada soma 50 mil quilômetros de backbone instalados por toda a América Latina, além de redes metropolitanas nas grandes cidades de diferentes países em vários continentes. No mesmo período, a empresa saltou de uma plataforma DWDM( Dense Wavelenght Division Multiplexing) de oito canais a 2,5 Gbps para 160 canais a 40 Gbps – a LightPad i1600G. Em 2012, iniciou a comercialização das plataformas com taxa de transmissão por canal de 100 Gbps e, para meados de 2013, estão previstos os sistemas de 400 Gbps. Os investimentos constantes em inovação e desenvolvimento local de tecnologia garantiram à brasileira Padtec o Prêmio Especial Tecnologia Nacional do Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações. Esses saltos são necessários, de acordo com Jorge Salomão Pereira, presidente da empresa, para atender à demanda crescente de comunicação, especialmente de conteúdos audiovisuais em alta definição. “Frente a esse cenário, o futuro da empresa é muito promissor”, comemora Salomão. Os motivos para entusiasmo são justificados. Desde que foi criada, a empresa, que tem como sócios o CPqD (65,4%) e a IdeiasNet (34,6%), vem crescendo a uma taxa média de 35% ao ano. Fechou 2011 com faturamento de R$ 280 milhões, crescimento de 50% em relação a 2010, e as projeções indicam que manterá o ritmo de expansão nos próximos anos, especialmente com as demandas dos grandes eventos esportivos de 2014 e 2016. Em 2012, a Padtec esperava chegar a um faturamento de R$ 350 milhões, incluindo aí as receitas da Civcom (empresa israelense que comprou em 2009). Assim, deveria superar, pela primeira vez, o faturamento do CPqD, projetado em R$ 300 milhões. Com esse desempenho, as


93 PRE MIA DOS empresas que compõem o chamado Universo CPqD (além do próprio centro e da Padtec, a Trópico, a WxBR, a Cleartech, a Já?, a Velox e o o Instituto Atlântico, no Brasil, e o CPqD USA e a Spat, no exterior) poderiam superar os R$ 850 milhões no ano. Com linha de produtos para os diferentes segmentos das redes ópticas, dos parrudos backbones (entrocamentos) às redes de acesso para levar os sinais ao usuário final, a Padtec é hoje uma empresa internacional. Sua maior presença está na América Latina, mas tem sistemas instalados nos Estados Unidos, África e Ásia. “Nessas regiões temos vendido sobretudo soluções para redes metropolitanas, onde as distâncias são de alguns poucos quilômetros”, explica o executivo. Mas, na América Latina, a Padtec já instalou importantes backbones, como os que ligam Santiago a Buenos Aires, Buenos Aires a São Paulo e Boa Vista a Caracas. A Plataforma LightPad i1600G é um sistema de transporte óptico integrado, de grande capacidade e baixa latência, que pode ser utilizado em qualquer cenário, seja ele metropolitano, longa distância, de acesso ou armazenamento SAN (Storage Area Network). Possui arquitetura flexível e modular, que oferece às operadoras a opção de iniciar uma implantação de baixo custo com um número menor de canais ópticos e expandir, sem interrupção de serviço, para até 160 canais DWDM, com capacidade que varia de poucos Gbps a Tbps e sem necessidade de regeneração em distâncias de até dois mil quilômetros. Atualmente, a Padtec detém a liderança de transmissão óptica no Brasil, com mais de 50% do mercado, graças não só à qualidade de seus produtos mas também às políticas públicas de

incentivo à compra de produtos de tecnologia nacional. Para garantir sua boa posição no mercado, a Padtec investe continuamente em inovação.

Nova versão A empresa já anunciou a evolução da Plataforma LightPad i1600G, denominada LightPad i6400G, que tem funcionalidades para a convergência de multisserviços, agregação e comutação e operação controlada simplificada – e a incrível largura de banda de até 16 Tbps em um único par de fibras. Entre os desenvolvimentos inovadores prometidos para 2013, revela Salomão: “Temos o aumento da taxa de transmissão por feixe de

Com arquitetura flexível e modular, o sistema de transporte óptico integrado pode ser utilizado em qualquer cenário, seja ele metropolitano, longa distância ou acesso. luz para até 400 Gbps, chegaremos a 250 canais e duplicaremos a extensão da cobertura sem regeneração eletrostática de sinal, que atualmente é de quatro mil quilômetros. Tudo isso é o resultado do enorme esforço de pesquisa da Padtec no Brasil, não só dentro de nosso parceiro CPqD como junto a outros centros, como Unicamp, Fapesp, UECE e Unifei”. Na avaliação de Salomão, os resultados da Padtec representam a consolidação de um ciclo de desenvolvimento e pesquisa muito importante para o Brasil e que poderia ser aplicado em outras áreas do país com o mesmo sucesso.



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políticas públicas, mercado e investimentos do setor de telecomunicações.

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tele.síntese análise: Informação apurada semanalmente para um seleto grupo de formadores de opinião


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Guia de produtos e serviços inovadores Os produtos e serviços que compõem este guia foram aqueles inscritos pelas empresas na pesquisa realizada pelo Anuário Tele.Síntese de Inovação em Comunicações e por elas considerados os mais inovadores de seu portfólio no período 2011/2012. O guia está dividido em quatro categorias: Operadoras, Fornecedores de Produtos, Fornecedores de Serviços e Desenvolvedores de Conteúdo.


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Operadoras de serviços de comunicações Com um total de 26 participantes, o guia de operadoras mostra que dos pequenos provedores às grandes empresas, o foco está na banda larga. Para isso, as inovações passam pela implementação de uma rede IP, que abre novos caminhos e permite a oferta de serviços convergentes. Esta amostragem indica, também, o aumento da oferta de TV paga e o surgimento de mais serviços no ambiente móvel.

algar telecom Vice-presidente: Jean Carlos Borges Tel: 34. 3256.2963 www.algartelecom.com.br Fazer transmissões ao vivo exige, das emissoras de TV, equipamentos sofisticados e um alto custo, pois é necessário criar um link entre a unidade móvel de jornalismo e a emissora, com transmissão por satélite. Com o serviço Repórter 3G, criado pela Algar, já é possível transmitir imagens usando simplesmente uma câmera conectada a um notebook, que contém um software inteligente. O aplicativo é instalado no notebook, que é conectado à internet através de vários modems 3G para transmissão de video streaming. A técnica para condensar os vídeos capturados foi desenvolvida pela Algar, que fez um pedido de patente. Outro serviço desenvolvido pela operadora é o Onde Está?. Permite o monitoramento de pessoas, com sua localização a partir da posição das antenas, porém, com o diferencial da interação com o usuário

do celular: o sistema envia antes um SMS perguntando se a pessoa quer ser localizada e, depois que esta concorda, informa sua localização para o usuário que solicitou a informação. Para o mercado corporativo, a operadora criou o Policy Control, solução que maximiza o recurso da rede, permite controlar o volume e o conteúdo de tráfego, entre outros. Funciona para redes de dados ADSL e 3G, em tempo real.

têm espaços modulares para grandes projetos de colocation e contam com um sistema de gestão desenvolvido pela empresa, que gerencia os serviços de ponta a ponta. Isto inclui os serviços de colocation, hosting e cloud computing de alta complexidade. A Alog é membro da plataforma Equinix, que possui mais de 100 data centers em 38 mercados estratégicos no mundo.

claro alog data centers do brasil Vice-presidente: Eduardo Carvalho Tel: 21. 3083.3333 www.alog.com.br

Diretora de Serviços de Valor Agregado: Fiamma Zarife Tel: 11. 994.156.555 www.claro.com.br

Para atender a demanda do mercado por projetos modulares de colocation, a Alog investiu em três data centers, localizados no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Tamboré, no município de Barueri (SP). Interconectados por fibras redundantes e com certificados de qualidade e segurança, os data centers

O serviço Ideias TV da Claro alia a comodidade de acesso em qualquer lugar, propiciado pela rede móvel, à oferta de conteúdo de vídeo sob demanda. O serviço para celulares, smartphones e tablets funciona através da internet. A solução nasceu para ser um portal de vídeos para celular e usa


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como interface o formato HTML5, que permite o acesso a partir de telefones de vários sistemas operacionais. A Claro oferece três planos: R$ 0,50 por dia, R$ 2,99 por semana, ou R$ 9,99 por mês. O tráfego de dados não é cobrado e o usuário pode escolher canais de esporte, música, cinema, etc.

copel telecom Superintendente de Telecom: Antonio Carlos Wolf P. de Melo Tel: 41. 3331.3400 www. copel.com/hpcopel/telecom Ao fazer sua oferta de conectividade à internet, via fibra óptica, a Copel Telecom dá ao cliente a possibilidade de escolher a operadora de serviços de valor agregado que melhor lhe convier. Por enquanto, oferece telefonia da Sercomtel, mas está aberta a outras operadoras, não só de telefonia mas também de TV por assinatura. A inovação da empresa está no modelo de negócio e na tecnologia que permite tornar disponíveis diversos serviços no mesmo fio, providos por diferentes fornecedores, que passam a competir entre si no nível do serviço e não no da infraestrutura. No Brasil, o

novo modelo foi adotado, por enquanto, só pela Copel, mas na Europa existem movimentos similares, com diferentes fornecedores competindo na mesma infraestrutura.

embratel Presidente: José Formoso Tel: 21. 2121.6336 www.embratel.com.br

datora telecom Gerente de Marketing e Produtos: Germano Di Polto Tel: 11. 3164.8100 www.datora.net Primeira operadora de telefonia móvel com uma plataforma de gestão de serviços customizada para o segmento M2M, a Datora oferece também ao cliente a possibilidade de customizar planos e ofertas em conjunto. Garante ao cliente custos fixos, controle técnico, operacional e financeiro e a possibilidade de integrar seus sistemas corporativos às plataformas da operadora. A empresa, que se lançou no mercado como MVNO focada no mercado M2M, espera, com sua solução, tornar os serviços de comunicação móveis parte do negócio principal do cliente M2M. A plataforma, com APIs abertas à integração, permite que o cliente Datora Mobile integre dois ou mais sistemas e trabalhe em uma única interface. Como MVNO, a empresa preparou-se tecnicamente para operar como MVNA (agregadora de operadoras virtuais). Já usam sua plataforma parceiros como a Porto Seguro Telecomunicações e a Virgin, que vão operar no segmento móvel.

Com foco no mercado corporativo, a Embratel criou o Vip Sip, um combo que permite a oferta de serviços de voz e internet num mesmo acesso. Por meio da rede Metro Ethernet, o produto garante a evolução dos serviços legados para os avançados, baseados em tecnologia IP, com flexibilidade para variações de bandas de internet e capacidade de atendimento dos serviços de voz. Assim, acompanha o crescimento da empresa, sem necessidade de migrações tecnológicas traumáticas, pois permite a interoperabilidade com a rede legada de voz e dados. Outra inovação é a oferta de telepresença na forma de serviço. Além de gerenciar a operação, a operadora fornece hardware, software, conectividade e suporte técnico em todo o Brasil. Essas ofertas são complementadas pelo Hosted IP PBX, serviço que provê uma solução gerenciada de forma unificada e centralizada de PBX IP virtual. O produto combina a solução de voz da Embratel com as facilidades de um call manager dedicado para cada cliente, por meio de uma rede de dados MPLS. Com isso, ele pode realizar chamadas internas e externas, a partir de tronco-chave ou faixa de ramais, assim como net meeting, integração com e-mail. Para colocar no mercado produtos inovadores, a


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Embratel buscou soluções como a plataforma de rede inteligente de nova geração da Huawei e a switch OTN da Ciena, usada para a interconexão e para preparar o backbone da Embratel para demanda de serviços em nuvem.

evolucard mobile payment Diretor: Jean Luc Senac Tel: 11. 3014.8666 www.evolucard.com.br O sistema de autenticação para pagamentos pela internet utiliza sistema de comunicação via SMS com token. Para pagar uma conta, o consumidor digita apenas o número do celular – e não mais os dados do cartão de crédito na loja virtual – e recebe um SMS com token único. O banco emissor valida o código de segurança e a EvoluCard valida os outros dígitos do token. A empresa aponta como vantagens potenciais para a loja virtual: autenticação nas transações, redução de riscos e custos com fraude, vendas via múltiplos canais como web, mobile e telemarketing. Para os consumidores, destaca a segurança no internet banking e a praticidade. A EvoluCard também desenvolveu um aplicativo mobile payment para compras realizadas a partir de mídias como banner, outdoor, revistas, usando o método QR Code. A solução, chamada compras one-click via celular funciona tanto on-line como off-line.

gvt Presidente: Amos Genish Tel: 41. 3025.2350 www.gvt.com.br Primeira operadora a adotar no Brasil um modelo híbrido na TV paga,

combinando as tecnologias IP e DTH, a GVT oferece, além da programação linear, conteúdo on demand e o usuário pode contratar pacote o gravador digital com capacidade de armazenar 500 GB. A mesma rede em fibra, que permite oferta diferenciada no GVT TV, ajudou a operadora a inovar na oferta de conteúdo para os clientes da banda larga. Um deles, o Power Music Club, é um portal exclusivo de música e vídeo em streaming que pode ser acessado pela internet, TV, ou em tablets e smartphones, por meio de um aplicativo gratuito. A inovação, desenvolvida no Brasil, permite que os usuários criem e compartilhem playlists, sem precisar fazer download . A GVT considera também inovador seu serviço de banda larga Power, que oferece velocidade de até 100 Mbps para o cliente residencial. Os clientes com velocidades de 10 Mbps ou mais recebem modem WiFi grátis. Quando o contrato é para o pacote triple play, o modem é válido para todas as velocidades.

hispamar satélites Presidente do Conselho de Administração: Sebastião do Rego Barros Tel: 21. 2555.4800 www.hispamar.com.br O projeto JEDi – Just Explore Dimension, desenvolvido pela Hispamar, propõe

a implementação de uma solução baseada em MVC (Multiview Video Coding), que permite reutilizar a informação de um sinal HD para criar o sinal em 3D. A solução é uma inovação tecnológica para a radiodifusão, uma vez que ainda não havia sido implementada uma solução para a transmissão de TV 3D full HD compatível com HD em broadcast. Outro produto da Hispamar é o Saturno, que permite a distribuição de conteúdos transmitidos via satélite a vários dispositivos de mídia como TV, tablet, smartphone, através de um home gateway baseado em conversão IP e DLNA (Digital Living Network Alliance) de maneira simples, utilizando a infraestrutura disponível na casa do usuário, seja uma rede WiFi ou de cabos. Com a solução, qualquer conteúdo via satélite pode ser visto em qualquer dispositivo e com um único receptor (este baixa os conteúdos do satélite, os converte para IP e os distribui usando DLNA para qualquer dispositivo compatível com essa tecnologia). Para a distribuição pode se usar qualquer uma das tecnologias existentes – Ethernet, WiFi e PLC.


101 hughes Vice-presidente : Rafael M. Guimarães Tel: 11. 3818.7500 www.hughes.com.br A solução para links da Hughes combina diferentes tecnologias de transmissão (terrestre, satélite e celular) para atender ao cliente em seus pontos de venda: o principal (IP MPLS), o secundário (rede VSAT) e o terciário (rede celular 3G), com chaveamento automático entre eles. A combinação das tecnologias em uma única solução elimina o problema de interrupções, evitando a perda de receitas por falta de comunicação nos pontos de vendas.

level3 comunicações Tel: 0800 7714747 <centralderelacionamento. brasil@level3.com> www.level3.com O serviço de entrega de conteúdo multimídia da Level3 é totalmente baseado em nuvem, o que permite a entrega em variados formatos para diferentes plataformas, sistemas operacionais, browsers e devices. Pode, por exemplo, entregar um filme (streaming de vídeo) em Flash para um dispositivo em IOS (Ipad, Iphone). Chamado de Content Delivery Network (CDN), o serviço resolve os problemas relacionados ao elevado tempo de resposta, alta latência e baixa disponibilidade na entrega de

conteúdos multimídia pela internet. Além disso, a entrega de conteúdos multimídia baseada em cloud dispensa a instalação de equipamentos e softwares no ambiente do cliente. A Level3 também fornece infraestrutura de TI e telecom (conectividade IP, DWDM, IP-MPLS, satélite, Unified Communication), data center, gerenciamento de rede (fim a fim), gestão de tráfego IP e WAN Optimazation.

regionais com interatividade, grade convencional, integração com câmeras de monitoramento, videotelefonia, TV sob demanda, entre outros. O diretor de operações da Life, Oswaldo Zanguettin Filho, aponta como diferenciais o sistema de TV com possibilidade de integração de câmeras IP como canais ou pacote de canais; a videotelefonia pela TV; e a TV sob demanda, com gravação na rede e não no set-top box.

life telecom

linkway

Diretor de Operações: Oswaldo Zanguettin Filho Tel: 14. 3405.1210 www.life.com.br

Diretor: Ricardo Sanches Tel: 16. 3413.7100 www.condlink.com

Enquanto os grandes operadores de TV por assinatura se preparam para a oferta de IPTV no país, o provedor regional Life Telecom desenvolveu, com a indústria nacional de hardware e software, um serviço de TV sobre IP com interatividade. A plataforma pode ser integrada a vários dispositivos, settop box, TV conectada e dispositivos móveis, propiciando, além dos tradicionais serviços, soluções

Voltado para o mercado corporativo, o serviço de comunicação para condomínios deste ISP proporciona a convergência de tecnologias de imagem, voz e dados através de uma infraestrutura TCP/IP baseada em rede Mesh, com um software de gestão de condomínios. O gerenciamento do condomínio é feito por uma única plataforma web e o sistema pode ser acessado e administrado por síndicos, condôminos, porteiros, parceiros e fornecedores. A plataforma, chamada Condlink, permite fornecer serviços de telefonia, interfonia, CFTV, internet, web chat, videoconferência e, futuramente, IPTV.

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locaweb

micropic

CEO: Gilberto Mautner Tel: 11. 3544.0444 www.locaweb.com.br

Diretor: Túlio José Borges Pereira Tel: 35. 3431.2288 www.micropic.com.br

Como alternativa a TI tradicional, baseada em infraestrutura física e própria, a Locaweb aderiu ao cloud computing, que quebrou paradigmas ao trazer para a nuvem diversos tipos de projetos e aplicações, permitindo redução de custos com infraestrutura própria. Além disso, o cloud abstrai as camadas físicas do servidor para oferecer recursos computacionais (processamento, memória, storage, transferência de dados) sob demanda, permitindo que as empresas configurem sua infraestrutura de TI na medida exata da necessidade. A empresa oferece planos pré-configurados com mensalidades fixas e pacote completo de funcionalidades. Tem dois data centers no Brasil e, além da infraestrutura, possui outros produtos baseados em nuvem, como PaaS (plataforma como serviço), que inclui gestão e administração de infraestrutura, e SaaS (software como serviço).

Primeiro provedor regional a instalar uma rede FTTH (Fiber to The Home) em uma cidade com menos de 30 mil habitantes, a Micropic inovou na oferta da velocidade para seus clientes, residenciais ou corporativos. A pequena Cambuí, no Sul de Minas, é toda cabeada, o que permite acesso de 20 Mbps e serviços convergentes, como TV de alta definição, VoIP e navegação na internet, simultaneamente. A iniciativa do ISP também contribuiu para eliminar interferências eletromagnéticas na transmissão. O serviço foi implementado pelo provedor para explorar novas oportunidades de mercado e, de acordo com o diretor da empresa, Túlio José Borges Pereira, resultou num produto acessível para qualquer classe econômica, e não apenas para moradores de bairros nobres.

mob telecom Head de Marketing: Daniele Bayde Tel: 85. 3462.9000 www.mobtelecom.com.br Desenvolvido para ajudar as empresas

a aumentar a produtividade, o Super Ligeiro da Mob Telecom oferece acesso à internet (com 256 Mbps de velocidade), telefonia e TV por assinatura, tudo em cima de uma rede coaxial. De acordo com a empresa, esta forma de acesso otimiza a infraestrutura para a instalação dos serviços de internet, de TV paga e de telefonia.

net serviços Presidente: José Antonio Felix Tel: 11. 2111.2000 www.netcombo.com.br Com o lançamento do NOW, sua plataforma de vídeo sob demanda que dá ao cliente a opção de escolher o que quer assistir, de forma personalizada, a Net inovou no serviço da TV everywhere. A tecnologia permite que o conteúdo seja visto também em computadores e dispositivos móveis, como celulares e tablets. Com mais de quatro mil títulos disponíveis, a operadora armazena o conteúdo na nuvem, mas dá ao cliente a autonomia para gerenciar a transmissão. Pelo controle remoto é possível pausar, voltar ou adiantar a programação. Caso queira interromper o programa para assisti-lo depois, o sistema registra o ponto onde o vídeo parou e retoma na mesma posição. O serviço usa uma rede de fibra óptica, o que assegura qualidade de som e imagem.


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radiante engenharia

Presidente: Sergio Chaia Tel: 0800 900901 www.nextel.com.br

Gerente comercial - Luiz Carlos de Pauli Tel. 41 3311 9456 www.radiante.com.br

Com o lançamento do serviço Push to Nextel para Facebook, a operadora cria um novo caminho para o usuário postar mensagens na rede social. O serviço permite que o cliente envie mensagens de voz de até 30 segundos, gratuitamente, via rádio para o Facebook. A inovação foi concebida e desenvolvida pela Nextel no Brasil. Outro serviço diferenciado é o Rádio WiFi, que permite aos clientes se comunicarem com a rede de contatos Nextel, ilimitadamente, sem custo de roaming e em qualquer lugar, por uma rede WiFi, a um preço fixo por mês. A diferença do serviço em relação a outros similares no mercado é que o rádio WiFi é uma ferramenta configurada no aparelho e permite que os clientes usem o serviço nos países e locais onde a Nextel não tem uma cobertura na tecnologia iDEN.

oi Presidente: Francisco Valim Tel: 21. 3131.4156 www.oi.com.br A principal inovação da Oi foi a criação de um cartão de crédito, em parceria com o Banco do Brasil, que pode ser usado no celular. Já aceito em mais de 1,2 milhão de estabelecimentos, o cartão permite que as compras sejam feitas através de SMS. A autorização é gratuita e as mensagens ficam armazenadas para garantir a segurança do produto. Outro serviço desenvolvido pela empresa foi o Oi Internet Total, pacote que reúne banda larga fixa, internet 3G ilimitada e WiFi, permitindo, segundo a operadora, economia de até 40% nas contas. O diferencial do pacote está no número de pontos da rede WiFi: 7.250 em setembro de 2012 em todo o Brasil. Outra forma encontrada pela Oi para promover a inovação foi o lançamento de chamada para projetos de inovação, visando internalizar o potencial da comunidade de inovação brasileira. Os projetos selecionados vão contribuir para o desenvolvimento de aplicações para grandes eventos. Na mesma linha de parceria, a operadora já adotou o serviço de streaming de música da americana Rdio, que é integrado às redes sociais – com o pagamento de uma mensalidade, o usuário do Oi Rdio conta com um acervo de 15 milhões de músicas, com acesso multiplataforma (web ou celular); e o Oi WiFi Fon. Este serviço permite que os clientes do Oi Velox participem da comunidade Fon, que incentiva o compartilhamento da conexão WiFi. Em troca, podem navegar gratuitamente em outros pontos da comunidade no Brasil e no exterior.

Com sede em Curitiba, Paraná, a Radiante presta serviços de engenharia de telecomunicações, atuando nas áreas de redes, transmissão, energia, comutação e celular. A empresa destaca, em seus serviços, a instalação de cabos ópticos para FTTH, levando a fibra óptica até as residências, em substituição a cabos metálicos, possibilitando assim a operadora prestar serviços com mais qualidade e aumentar suas receitas. O diferencial da empresa está na equipe própria, de mais de mil funcionários, que recebe treinamento permanente, tanto na área técnica como na administrativa e financeira. Uma das instituições com a qual a Radiante mantém parceria para capacitação dos profissionais é a Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais.

sercomtel Gestor Empresarial: Régis Márcio Tavares Tel: 43. 3375.1521 www.sercomtel.com.br Para que a população das classes C e D, de sua área de concessão, tivesse acesso à internet, a Sercomtel criou a banda larga econômica na modalidade pré-paga. O serviço, com velocidade de 1 Mbps, custa R$ 29,90 e os usuários contratam na medida de sua necessidade. Com a iniciativa, a operadora antecipou-se ao Plano Nacional de Banda Larga, e foi surpreendida pela fidelidade ao produto. Outra inovação na sua área de atuação foi a criação do telefone público com ligações patrocinadas. Ao usar um telefone público, o usuário escolhe a

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opção gratuita ou não. No primeiro caso, ouve uma propaganda antes de realizar a chamada. Além de oferecer um serviço sem custos, a operadora otimiza a planta já instalada e aumenta a receita com os recursos provenientes da propaganda, o que ajuda na manutenção da rede.

conta. A operadora também oferece aos clientes serviços inovadores adquiridos ou desenvolvidos em parceria com terceiros. Entre eles, o Kantoo, que ajuda a aprender e praticar inglês ou espanhol no ambiente virtual; a Nuvem de Livros, uma biblioteca virtual desenvolvida em parceria com a Gol Mobile; e o site descomplica.com.br, parceria com a Movile, com dicas para o Enem e para os vestibulares.

telefônica | vivo

tim brasil

Diretora executiva de Comunicação Corporativa: Ediana Balleroni Tel: 11. 3549.7020 www.telefonica.com.br

Vice-presidente de Assuntos Regulatórios e Institucionais: Mario Girasole Tel: 21. 4109.4021 www.tim.com.br

Entre seus serviços inovadores, a Telefônica/Vivo destaca o 3G Plus, que triplicou a velocidade de acesso do usuário, permitindo a oferta de banda larga de melhor qualidade e, consequentemente, uma melhor experiência para o usuário, com a possibilidade de acessar aplicações com maior volume de dados. Também chama atenção para o Vivo Box, solução completa de telefonia fixa, internet e WiFi, que também pode ser usado em aplicações específicas como para oferecer mobilidade aos passageiros de um ônibus, por exemplo. Como um modem 3G de maior recepção e roteador WiFi embutido, o sinal é captado e distribuído aos passageiros. Outro serviço destacado e o Meu Vivo Mobile, que permite ao usuário, por meio de um aplicativo, gerenciar sua

Pioneira no lançamento de um plano que tarifa por ligação e não por minuto, a TIM inovou também na criação do Infinity Torpedo e no Infinity Web Modem. No primeiro, os clientes dos planos Infinity Pré, Infinity Controle e Liberty Controle podem enviar torpedos ilimitados, pagando o preço promocional de R$ 0,50 pelo primeiro SMS enviado. Seu lançamento estimulou o tráfego de SMS, que aumentou 14 vezes desde o início da promoção, em fevereiro de 2011. Seguindo o mesmo conceito, a operadora criou uma oferta de banda larga pré-paga, que permite navegação

ilimitada em computadores pessoais via minimodem e tablets por R$ 1,99 por dia. O cliente só paga pelos dias em que o serviço for usado. Outra inovação foi a criação do TIM Beta, plano de telefonia pré-paga construído pelos usuários numa ação de crowdsourcing, envolvendo o público jovem. Os participantes experimentaram os serviços em um piloto e foram estimulados a colaborar na construção de um plano sob medida, de acordo com suas preferências. O resultado foi a criação de uma plataforma Young, com a entrega de oferta exclusiva para os membros da comunidade Beta, que fazem ligações ilimitadas por R$ 0,25/dia para números TIM (usando o código 41); internet ilimitada pelo mesmo valor/dia; SMS ilimitado por R$ 0,50 o dia; além de conexão grátis e ilimitada no MSN. A operadora oferece outras vantagens para a comunidade, como a compra de smartphones com descontos agressivos e suporte on-line.


105 tivit Presidente: Luiz Mattar Tel: 11. 3757.2222 www.tivit.com.br A plataforma móvel para pagamentos da Tivit inova ao gerar uma chave visual no celular, que pode ser lida por uma câmera de outro equipamento, ou mesmo por uma webcam de um computador. E o celular que faz o pagamento não necessita de acesso a dados, diferentemente das soluções atuais, que exigem acesso a um pacote de dados ou que o cliente tenha contrato com uma operadora, ou ainda um aparelho com NFC instalado. O Pagcell da Tivit funciona como um cartão de crédito ou débito. Outro diferencial é que funciona em aparelhos mais simples, o que pode contribuir para a rápida expansão dos pagamentos móveis no Brasil.

uol Diretor PagSeguro: Ricardo Dortas Tel: 11. 3038.8260 www.uol.com.br O provedor lançou no mercado o PagSeguro NFC, tecnologia que permite a realização de transações através da aproximação de dois celulares compatíveis, um como vendedor, outro como comprador. Funciona com múltiplas bandeiras de cartões de crédito e a inovação está no uso da nova

tecnologia. Outro produto concebido com foco no cliente foi a plataforma de cloud computing, que oferece ao usuário uma solução de gerenciamento e controle de sua infraestrutura. De acordo com o UOL, a inovação consiste na oferta da tecnologia de forma simples, de modo a que, mesmo um usuário com perfil menos técnico, tenha acesso à tecnologia. O produto utiliza interface 100% web, foca na usabilidade e assegura uma visualização simplificada e contextual das operações e recursos do ambiente em nuvem.

via real telecom Diretor: Manoel Santana Sobrinho Tel: 31. 3769.2041 www.viareal.com.br Internet em FTTH (Fiber to The Home), telefonia fixa com videochamada, videoconferência, caixa postal via e-mail, TV a cabo em fibra com alta definição. A inovação está no fato de todos esses serviços serem providos em uma única plataforma, 100% IP, interagindo entre si, o que permite a convergência de todos os serviços, em diferentes tipos de telas. O diretor

da Via Real Telecom, Manoel Santana, destaca que na plataforma IP é possível aproximar mais as pessoas conectadas, que passam a se enxergar como se estivessem no mesmo ambiente, trocando informações de forma mais prática e intuitiva. A Via Real é um provedor regional de Minas Gerais.

zenvia CEO: Vander Guerrero Tel: 51. 3346.8282 | 11. 5505.0501 www.zenvia.com.br A plataforma SMS corporativo desenvolvida pela Zenvia viabiliza o envio de mensagens, com agilidade e assertividade na comunicação. O sistema permite ao cliente acompanhar o status da mensagem e pode ser contratado de duas formas: o cliente tem acesso a plataforma pelo sistema web (o envio é pela própria web e pode ser feito de forma segmentada, por upload ou para grupos) ou integra a ferramenta ao seu sistema. Neste caso, o software desenvolvido pela Zenvia “lê” determinadas informações no sistema do cliente e dispara as mensagens. No caso de um hospital, por exemplo, envia SMS para os pacientes alertando que tem uma consulta ou um exame no dia seguinte. Entre os três mil clientes que usam a plataforma, há empresas de diferentes segmentos, como os de cobrança, financeiro e e-commerce.

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Fornecedores de produtos Das mais de cem empresas que participam deste Anuário, a maior representação é dos fornecedores de hardware e software. As 47 participantes mostram que as inovações incluem softwares para colocar mais inteligência nas redes; soluções para gerenciar o volume de tráfego, e novos produtos para a 4G/LTE; além de soluções para alavancar o IPTV e atender às novas demandas dos data centers. Neste universo, há novidades também para os orelhões, que já contam com a tecnologia IP e podem se tornar terminais multisserviços.

alcatel-lucent Presidente no Brasil: Jonio Foigel Tel: 11. 2947.8056 www.alcatel-lucent.com.br A inserção de um transponder de 100 Gbps no sistema RoADM da Alcatel-Lucent possibilitou a mais de 30 operadoras que adotaram a nova tecnologia um aumento de até dez vezes na capacidade de transmissão, no mesmo par de fibras e no mesmo equipamento. Em março de 2012, a fabricante lançou uma nova versão, o transponder de 400 Gbps, que aumenta essa capacidade em 40 vezes. A inovação mantém o mesmo espaçamento de frequência no espectro óptico e a performance dos transporders de 10 Gbps, 40 Gbps e 100 Gbps. Outra solução desenvolvida pela fabricante para melhorar a performance, qualidade e disponibilidade das redes é a Switch OTN, capaz de fazer agregação, grooming, multiplexação e proteção de

tráfego óptico de alta performance, via mecanismo standard ou encapsulamento do tráfego de voz, dados e vídeo em frames ópticos. O serviço de consultoria para transformação de rede e de operações também tem por base um modelo inovador concebido pelo Bell Labs. O processo de consultoria abrange simultaneamente três dimensões (negócio, rede e operações) interdependentes, apoiadas por ferramentas e algoritmos.

asga sa Gerente de Negócios: Arnaldo M. Bellato Tel: 19. 3131.4002 www.asgasistemas.com.br O rádio digital ponto a ponto em 2 GHz, com 100 Mbps de transmissão, tem alcance de até 100 quilômetros e não necessariamente com visada direta. Resolve, assim, o problema dos links de longo alcance ou sem visada, com redução de custos de infraestrutura

(como torres e sites), e acelera a criação de redes de transmissão, pois reduz a necessidade de repetições e utiliza torres menores.

bichara tecnologia Diretor Comercial: Fabio Sulzbacher Tel: 11. 3846.2021 www. orangetec.com.br A solução completa de IPTV inclui headend, BSS, OSS e STB. Assim, a oferta para a operação de TV a cabo para assinantes em rede IP oferece a opção de turner cable para redes híbridas HFC, atendendo aos requisitos dos distribuidores de conteúdo e incluindo todos os elementos de apoio ao negócio e à operação. A tecnologia utilizada permite a ampliação das funcionalidades do set-top-box e a inclusão de técnicas de adaptação ao meio (rede IP) para oferta em ambiente heterogêneo. A empresa aponta ainda, como diferenciais, o suporte para HTML5, a alta performance do STB, a


107 ausência de limite de tamanho de lista de canais, e a integração de plataforma VOD nos padrões DRM/CAS exigidos.

bimetal indústria metalúrgica Diretor Superintendente: Luis Alberto Nespolo Tel: 65. 2123.5000 www. bimetal.eng.br Para atender as exigências ambientais do mercado global, a empresa criou o EcoSite, formado por postes metálicos com aparência de palmeiras e coqueiros. As estruturas são de treliças/chapas metálicas montadas e pintadas na cor laranja e branco e, no caule, utiliza-se uma camada de tinta texturizada. O site ecológico também traz, na base, um gabinete que aloja os equipamentos da estrutura, o que exige uma área menor para a instalação dos sites.

calandra soluções

número de usuários. A partir do Calandra BI 2.0, a empresa desenvolveu também um sistema de governança, disponível para tablets, com base em indicadores estruturados, que são apresentados em formato de gráfico especializado para o tema. O Alvo Calandra permite visualizar em uma tela a situação de todos os indicadores de uma corporação ou governo de forma intuitiva.

usuário assista seu conteúdo de TV preferido a qualquer hora, de qualquer lugar e por meio de qualquer dispositivo. Além do VideoScape, a Cisco criou o SP-WiFi, arquitetura para provedores de serviços que ajuda aliviar as redes 3G, melhorando a qualidade da conexão para o usuário final. A solução se diferencia por oferecer capacidade de estender o acesso móvel WiFi em ambientes metropolitanos. Para a operadora, ajuda na redução do churn, aumento de receita e redução de custo.

ciena Diretora de Vendas: Patricia Vello Tel: 11. 2847.4551 www.ciena.com.br Os produtos da Ciena incluem o DWDM com tecnologia escalável para 400 Gbps, que otimiza o uso do backbone já existente; o Carrier Ethernet (produto que atende aos requisitos necessários à implantação de sistemas para redes 4G); e o serviço Optical VPN. Este conta com o software OneConnect, resultado de mais de 12 anos de pesquisa e inovação em redes, que atua como cérebro do sistema, permitindo que os provedores de serviço ajustem suas redes para que se tornem ainda mais inteligentes e respondam de forma rápida às demandas.

Diretor Executivo: Gabriel Renault Magalhães Tel: 21. 3523.3937 www.calandra.com.br

clansoft Sócio-diretor: Pedro Almeida Tel: 19. 3368.3155 www.clansoft.com.br A empresa juntou funcionalidades existentes em vários softwares para criar o TacticalPad. Trata-se de uma prancheta virtual que torna disponível o desenho completo de um campo de futebol, permitindo que o usuário desenhe uma formação tática com a escalação de dois times, esboce jogadas ensaiadas, crie um sistema de treinos com objetos e até faça animações com lances específicos. É compatível com tablets, tem alta qualidade gráfica e interface intuitiva.

cleartech O sistema de BI (Business Intelligence) 2.0 é baseado em um framework de busca corporativa, ao invés de banco de dados ou OLAP (Online Analytical Processing). Permite indexar os sistemas originais e explorar as informações, antes de extraí-las, tornando mais fácil a tarefa de analisar grandes bases (big data). Por ser baseado em busca, não possui limite de número de registros e nem de

cisco do brasil Presidente: Rodrigo Abreu Tel: 0800 76 21300 www.cisco.com.br A nova arquitetura de aquisição, armazenamento e distribuição de conteúdo de vídeo permite que o

Presidente: Jorge Pacca Tel: 11. 3576.4500 www.cleartech.com.br O software Eureka, que ajuda as operadoras a controlar seus negócios, tanto nos sistemas operacionais (OSS) como no suporte aos negócios (BSS), ganhou uma versão móvel. Com o Eureka, os dados referentes à

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portabilidade numérica, por exemplo, tanto de clientes que saem como dos que entram, ficam centralizados e podem ser acessados em tempo real, com relatórios e gráficos atualizados a cada segundo. O software funciona como um controle de indicadores e um “alarme”. Com a versão mobile, essas informações ganham mobilidade, com acesso on-line. O produto é compatível com qualquer smartphone ou tablet.

ctdi do brasil Diretor executivo: Rodrigo Ribeiro de Abreu Tel: 19. 3381.2202 www.ctdi.com A empresa trouxe para o Brasil a tecnologia Gen-3 para realizar os serviços de reparos massivos de set-topboxes e atender à demanda de testes das operadoras de TV paga no país. A empresa tem contratos com os três principais players desse mercado e testa simultaneamente 16 equipamentos, com uma produção diária de 3 mil set-topboxes, ou 90 mil por mês. Antes dessa tecnologia, cada unidade era testada individualmente, exigindo conexões manuais de cabo para cada unidade.

commscope Vice-presidente de Vendas para a América Latina: Sylvio Peres Tel: 15. 2102.4000 www. commscope.com A antena de microondas Sentinel tem especificação ETSI RPE classe 4, o que proporciona redução de interferência e aumento da capacidade de transmissão de dados. Com isso, otimiza o espectro de frequência, gerando menos interferência nos sistemas já existentes. Outro produto da empresa ofertado no mercado é a antena para estação base 5 Beam, para cobertura em regiões com alta densidade. Seu diferencial está no número de lóbulos, cinco, quando o usual é uma ERB ter de um a dois lóbulos para cobertura. A Commscope também fornece o cabo híbrido RFF, que combina fibra óptica e energia em um único condutor, e utiliza proteção de aço. O produto otimiza o espaço físico nas esteiras das torres de telefonia celular, reduzindo custos

com hotspot WiFi para acesso à internet. Através de um modem de acesso banda larga com WiFi integrado ao orelhão, permite que usuários de smartphones, tablets, notebooks e outros dispositivos tenham acesso à web. Com a capilaridade dos telefones públicos em locais de grande circulação (praças, hospitais, escolas) contribui para a inclusão social. Outro produto da empresa, o Telefone Celular Embarcado (TCE-100), é um monofone veicular com contato magnético e comunicação GSM. A solução foi instalada nos veículos da Polícia Militar do Ceará, com utilização específica para chamadas tipo entrante (com hotline programada no 190). Outro produto, o TCP-200 CL, é um telefone de uso público com serviços que utilizam cartões de proximidade, como o bilhete único. Para que o sistema funcione, basta instalar no telefone público o módulo de leitura/escrita do cartão de aproximação.

datacom daruma Diretor-presidente: Mário Campo Grande Tel: 11. 3146.4900 www.daruma.com.br O TCP200 WiFi é um telefone público

Diretor de Novos Negócios: Marco Boemeke Tel: 51. 3358.0100 www.datacom.ind.br Desenvolvida no Brasil, a switch DM4100 PoE (Power Over Ethernet) suporta equipamentos com mais funcionalidades, permitindo a oferta de mais serviços para o cliente. Além de otimizar a instalação de uma série de sistemas, diminuindo custos com instalações elétricas, o novo modelo equipado com PoE assegura estabilidade da rede elétrica com a centralização da energia em um só ponto. A operadora pode, com isso, utilizar apenas um no-break para atender os pontos remotos. Outra vantagem é que, por ser um produto com tecnologia


109 nacional, permite que o provedor use financiamentos do governo, como o PMAT (Programa para Modernização da Administração Pública) ou Finame.

pode instalar a câmera em apenas três passos. Esta plataforma também envia notificações por e-mail sempre que houver movimento na residência, por meio do software D-ViewCam, embarcado na plataforma.

que o padrão Carrier Ethernet é adotado pelas operadoras.

ddcom systems CEO: Roberto Dechiare Junior Tel: 11. 4196.3333 www.ddcom.com.br A plataforma Customer Interaction Analytics reúne um conjunto de soluções que permite combinar e analisar dados de fontes diretas (ligações telefônicas, chat e e-mail) e indiretas (mídias sociais), dando uma visão unificada das experiências dos clientes. É ideal para o mercado de contact center que precisa de ferramentas para monitorar e treinar seus agentes. A solução inova por fornecer ferramentas integradas para análise de voz e transcrição de diálogos, além de classificar as interações em grupos e mostrar tendências sobre os contatos.

digistar telecomunicações Diretor Superintendente: Oldemar Plantikow Brahm Tel: 51. 3579.2200 www.digistar.com.br O roteador RCG 1700 suporta conexões de redes NGN via fibra óptica, fio, 3G, dando total flexibilidade, pois permite conexão com qualquer tipo de rede. Reduz custos de implantação e manutenção, pois integra em apenas um equipamento roteador, modem e PABX, que farão as chamadas telefônicas e o acesso à internet da empresa ou órgão público. Atende operadoras, corporações e projetos de cidade digital.

digitel sa indústria eletrônica d-link Presidente: Victor Proscurchin Tel: 11. 2185.9300 www.dlink.com.br A DCS-930L é uma câmera residencial que pode ser acessada através de qualquer dispositivo móvel com sistema operacional IOS ou Android. É voltada para usuários finais, com instalação simplificada. Quando combinada com qualquer roteador da linha Cloud da D-Link é instalada automaticamente, sem a necessidade de configuração. Usando a plataforma MyDlink, o usuário

Presidente: Gilberto Machado Tel: 51. 3238.9999 www.digitel.com.br A linha de produtos da série NRX tem como objetivo a substituição dos meios de acesso e seus múltiplos protocolos por um único meio de acesso Ethernet. A linha é inovadora por atender diferentes meios – cobre, fibra e rádio (3G). O equipamento possui múltiplas portas LAN Giga Ethernet, modem 3G, portas WAN Giga óptica ou elétrica, porta WAN 4 pares e acesso Ethernet WiFi. O hardware utilizado permite upgrades de funcionalidades que podem ser inseridas na medida em

enterasys networks do brasil Vice-presidente da América Latina e Presidente do Brasil: Reinaldo Opice Tel: 11. 5508.4600 www.enterasys.com A tradicional empresa de hardware aderiu à política do Byod (Bring Your Own Devide), criada para ajudar o mercado corporativo a gerir o uso de dispositivos pessoais nas organizações, e lançou sua solução de gerenciamento de dispositivos móveis. O Mobile IAM (Mobile Identify and Access Manager) suporta de três mil a 100 mil dispositivos e é comercializado com um conjunto de serviços. Tem arquitetura aberta, o que permite a integração com soluções de outros fabricantes. Outra novidade da Enterasys é a arquitetura OneFabric Edge, desenvolvida para apoiar a entrega de aplicativos móveis em redes ponto a ponto. A solução unifica as redes com e sem fio, permitindo que as empresas ofereçam aplicações de alta qualidade para usuários móveis em qualquer escala, apoiando a iniciativa de Byod.

ericsson Diretor do Centro de Inovação e Sistemas: Edvaldo Santos Tel: 19. 3801.7001 www.ericsson.com.br A estação radiobase multifrequência de alta capacidade (modelo RBS

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6000) é compatível com diferentes gerações tecnológicas (2G, 3G e 4G), ou seja, num único equipamento é possível passar do tráfego 2G para 3G e de 3G para 4G apenas com a troca de software. O produto tem impacto positivo no Capex da operadora, que passa de uma tecnologia a outra sem a troca de equipamento. A inovação está na implementação de funcionalidades que contemplem a coexistência com diferentes padrões de telefonia móvel. A ERB é produzida pela Ericsson na fábrica de São José dos Campos, interior de São Paulo.

furukawa Gerente de Marketing: Esmeralda Rodrigues Tel: 0800 412100 www. furukawa.com.br Para cumprir o desafio de levar a fibra óptica até o usuário final, mesmo em construções antigas com infraestrutura sem espaço para conexões ópticas, a Furukawa desenvolveu a caixa de emenda interna de parede, uma solução compacta, que permite colocar 120 conexões ópticas nos espaços limitados dos distribuidores gerais de prédios residenciais. A caixa foi projetada especificamente para aplicações de FTTH (Fiber to the Home) e atende a

maioria das instalações prediais no Brasil. Sua instalação é rápida e permite incorporar novas tecnologias, como os cabos compactos de baixo atrito e os conectores para montagem em campo de alto desempenho.

gigacom Diretor Comercial: Luís Pereira Lamego Tel: 11. 50581.9991 www. gigacom.com.br O diferencial da rede privativa através de enlace de microondas está na alta capacidade oferecida pela Gigacom, de 34 Mbps a I Gbps. A solução permite ao cliente a centralização dos servidores de rede. Ela foi implementada no governo do estado do Rio de Janeiro, para atender as demandas do Tribunal de Justiça na adoção processo eletrônico. Foi feita uma rede com dupla abordagem, garantindo SLA de 99,996% na rede estadual.

huawei Gerente de Marketing: Eduardo Cordeiro de Melo Amorim Tel: 11. 2920.2719 www.huawei.com.br O PID (Photonic Integrated Device) integra, em uma única placa, as funções de processamento, amplificação óptica e multiplexação de equipamento WDM. Além de agilizar a implantação de equipamentos ópticos, resolve o problema de espaço de energia. Faz com que o equipamento se mantenha num cenário similar ao da tecnologia SDH. Outra vantagem do sistema PID é que, diferentemente de sistemas WDM tradicionais, não necessita de componentes para realizar a divisão do nível óptico, eliminando o processamento em camada óptica.

icatel Gerente de Projetos Especiais: Francisco Roberto Matulovic Tel: 11. 3933.6200 www.icatel.com.br Um dos produtos da empresa nacional é o telefone público multisserviço IP, que permite acesso a vários serviços, como voz, internet, SMS e vídeofone, além de se comportar como um hotspot para acesso à internet de terminais que estejam próximos. Para se comunicar por voz ou vídeo, o usuário precisa apenas de cartão pré-pago (indutivo ou outro). Outra inovação da Icatel é o TDD (terminal público para deficientes auditivos ou de fala), que possibilita


111 um controle efetivo, pela operadora, do funcionamento dos equipamentos. Em caso de vandalismo ou inoperância, por exemplo, as informações são enviadas ao centro de gestão da operadora. Outra vantagem é o preço: cerca de R$ 1.300,00 por terminal, contra R$ 2.200,00 no modelo convencional.

equipamentos convencionais. A switch propicia melhora nos indicadores econômicos do data center, em razão das facilidades de operação e gerenciamento, uma vez que é constituída por uma única camada.

de backhaul, com a adoção de uma solução mesh em área metropolitana. Pode ser usado por operadores 3G e 4G para a oferta de serviços em redes Metro WiFi.

kerax itautec Diretor Comercial de Serviços: Sergio Porto Tel: 11. 3543.5543 www.itautec.com.br

Gerente Comercial e Marketing: Paulo Roberto Camargo Tel: 11. 4092.3535 www. kerax.com.br

juniper networks

A antena Panel Setorial abrange as faixas de frequência de segurança pública, WiFi, WiMAX e rádios dedicados. Com o produto, os clientes, que utilizam a faixa de frequência de 4900 MHz 5900 MHz, terão uma cobertura maior devido ao ângulo de largura de faixa de 120º. A Kerax também já homologou na Anatel sua nova antena para 4G/ LTE, com tecnologia smart MIMO e processamento de sinais nos elementos internos através de variações (ajustes) para aumentar o nível de qualidade. Além desses dois modelos, oferece as antenas CMA (CellMax), que duplicam a potência irradiada a partir da estação de base e, ao mesmo tempo, reduz a interferência em até 50%.

Vice-presidente de Provedores de Serviços: Carlos Brito Tel: 11. 3443.7461 www. juniper.net

motorola solutions

O Sistema Itautec de Gerenciamento e Manutenção Avançada (Sigma) permite o gerenciamento de técnicos em campo, dando agilidade no reparo dos equipamentos de telecomunicações. A tradicional fabricante de hardware que, agora, atua no mercado também como integradora, destaca que o sistema substitui as ordens de serviço em papel e ajuda os gestores a usarem GPS em smartphones para “roteirizar” o trabalho dos técnicos em campo.

A empresa trouxe, em junho de 2011, para o mercado seu switch QFabric Data Center, solução que combina escalabilidade e resiliência da rede do data center com simplicidade operacional. A solução permite redução nos estágios de processamento, na quantidade de hardware e nos custos de energia, além de ter baixa latência e ser dez vezes mais rápido que os

Presidente: Paulo Cunha Tel: 11. 4133.3100 www.motorolasolutions.com O AP 7181 é um ponto de acesso multirádio para soluções de 3G offload. Permite a cobertura WiFi em 2,4 GHz e 5,8 GHz e, por meio do protocolo MeshConnex desenvolvido pela Motorola, possibilita a formação de uma rede em malha, minimizando os custos

nagra media brasil Diretor Regional: Thierry Martin Tel: 11. 5180.1700 www.nagra.com/dtv O micro DVB Gateway permite a distribuição do conteúdo de TV por assinatura para qualquer tela na casa, seja de um tablet, smartphone, notebook. O gateway recebe os canais por cabo ou satélite e o sistema abre e transcodifica os canais, transmitidos localmente por WiFi, sem que a operadora tenha que investir na rede ou na infraestrutura. Outra inovação da Nagra é o middleware OpenTV5, que traz recursos da web para decodificadores, em particular HTML5, permitindo que os operadores de TV por assinatura usem recursos de internet para enriquecer o conteúdo da televisão.

nec CEO Brasil: Herberto Yamamuro Tel: 11. 3151.7000 www.nec.com.br A plataforma iPasolink para backhaul de redes móveis de próxima geração é convergente, modular e flexível. Baseada em IP, incorpora tecnologias de

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pacote, microondas e óptica, ajudando na implementação de redes de nova geração com alto desempenho e baixo investimento. Suporta a evolução do atual TDM híbrido e backhaul Ethernet para o transporte de tráfego IP no padrão LTE. Tem configuração flexível e fácil manutenção.

neger tecnologia e sistemas Diretor Geral: Antonio Eduardo Ripari Neger Tel: 19. 3237.2121 www.neger.com.br O amplificador de sinais celulares da Neger é um sistema via web que localiza ERBs mais próximas do ponto de interesse e amplifica os sinais das operadoras celulares com baixo custo. O sistema está disponível gratuitamente no endereço www.coberturacelular. com.br. A instalação é simples e pode ser feita pelo próprio usuário final. O amplificador aumenta o nível de sinal das operadoras, melhorando a qualidade de voz, e a velocidade de conexão à internet em áreas rurais ou nas áreas urbanas com obstáculos à propagação de sinais ou relevo acidentado. Com modelos compatíveis com todas as operadoras celulares do Brasil, os equipamentos são homologados pela Anatel.

nokia brasil Presidente: Almir Luiz Narcizo Tel: 11. 5508.0416 http://www.nokia.com/br-pt/ O INdT (Instituto Nokia) do Brasil participou de um desenvolvimento mundial da fabricante, junto com a Ericsson e Cisco. O resultado da parceria foi um sistema que beneficia

as operadoras por meio da tecnologia de atualização de presença dos celulares em lote. A tecnologia diminui os requisitos de processamento e banda, o que aumenta a qualidade de serviço dos celulares em condições de deslocamento (quando os usuários estão em movimento, em trens por exemplo). Por outro lado, evita gargalos nas centrais das operadoras, pois propõe uma forma sucinta de gerenciar a mobilidade na comunicação entre as antenas e suas respectivas centrais. Denominada Bulk Binding Update Support for Proxy Mobile IPv6, a tecnologia foi aceita pela organização de normatização internacional IETF (Internet Engineering Force).

nokia siemens Chairman: Aluizio Byrro Tel: 11. 4833.9100 www.nokiasiemensnetworks.com A estação radiobase Flexi Multiradio 10 possibilita, num mesmo hardware, a operação nas tecnologias 2G, 3G e 4G, nas frequências de 700 MHz a 2600 MHz. Utiliza um módulo único de controle para todas as frequências e, com o uso do DSP (Digital Signalling Processors), reduz o consumo de energia. Inova também no conceito de instalação, que dispensa os bastidores nas ERBs. Outra ERB da empresa, a Flexi Zone, combina 3G, LTE e WiFi. Compacta, pode ser instalada em qualquer local (poste de energia elétrica, semáforo, parede de edifício, etc.), utilizando qualquer tipo de backhaul: fibra, enlaces de microondas e WiFi. A Flexi Zone também disponibiliza uma interface

bluetooth que facilita a manutenção. A Nokia Siemens também desenvolveu uma aplicação de Facebook para conectar usuários de operadoras. Permite que os usuários gerenciem seus serviços fixos e móveis, verifiquem suas contas, comprem créditos e habilitem novos serviços.

oracle Diretor Financeiro: Marcio Franco Tel: 11. 5189.1000 www. oracle.com.br O Oracle Exadata Database Machine é um computador de banco de dados que oferece altíssimo desempenho e apontado pela empresa como ideal para a consolidação em nuvens privadas. As soluções integradas de hardware, software e serviços otimizam a infraestrutura, contribuindo para a redução de custos. Outro produto da Oracle, o Sparc Supercluster, é um sistema com engenharia para fins gerais, ideal como uma plataforma de consolidação, que oferece alto desempenho, disponibilidade, escalabilidade e segurança em vários aplicativos empresariais, incluindo bancos de dados, middleware e aplicativos personalizados.

padtec Presidente: Jorge Salomão Pereira Tel: 19. 2104.9700 www. padtec.com A plataforma DWDM LightPad é um sistema de transporte óptico integrado, com capacidade para transportar


113 Terabits. É 100% fabricada no Brasil e permite a construção de backbones ópticos de maneira flexível, com capacidade variando de Gigabits até Terabits, em distâncias de até 2 mil quilômetros, sem necessidade de regeneração 3R. Pode ser usada tanto em redes de longa distância como nas metropolitanas e de armazenamento.

Alfabeto com Realidade Aumentada. A solução reúne conteúdos educacionais, hardware e materiais concretos para um trabalho colaborativo com foco na alfabetização. Em 2011, o produto recebeu recursos de realidade aumentada, tecnologia que permite a interação de objetos reais com ambientes virtuais em 3D.

rad do brasil parks Diretor: Ivo Vargas Tel: 51. 3205.2100 www.parks.com.br A linha Fiber Link Gpon é uma solução fim a fim que integra as funcionalidades de uma switch Metro Ethernet com GPON, podendo operar um anel de 2,5 Gbps ou 10 Gbps, atendendo até 512 assinantes (8 portas Pon). Como o Fiber Link foi desenvolvido para operar de forma distribuída, pode ser instalado em armários de rua (sem refrigeração). Outra vantagem é que a operação em anel aumenta a capilaridade e melhora o aproveitamento da rede de fibras. A integração das funções de switch e GPON em uma estrutura de hardware reduz a necessidade de equipamentos para configuração de serviços.

Diretor geral: Valter Teixeira Tel: 11. 5080.1550 http://portuguese.rad.com O modem Opimux-108 resolve a falta de banda no acesso: oferece 108 MB full duplex por cliente para serviços de voz e dados com interfaces Ethernet e TDM. E o concentrador de multisserviços Megaplex-4200 realiza multiplexação TDM e Switching Ethernet, economizando recursos e espaço nas centrais das operadoras. As soluções oferecem como vantagens a diminuição de gastos com a utilização de fibra óptica, cabos coaxiais, energia elétrica e espaço físico nas centrais. É uma solução plug and play na ativação do modem no cliente e é gerenciável remotamente para a manutenção de serviços.

positivo CTO: Luis Mariano Julio Tel: 41. 3316.7700 www.positivo.com.br Além de produtos como o Positivo Ypy (tablet com customização própria atrelada ao ecossistema da empresa) e de computadores com software 3D, a Positivo criou a mesa educacional

radwin brasil Gerente Geral Mercosul: Wilson Conti Tel: 11. 3048.4110 www.radwin.com.br A solução de rádios ponto multiponto com tecnologia de banda dedicada e

os rádios multi-banda, que operam em várias faixas de frequências, garante ao cliente banda dedicada sem compartilhamento dentro da mesma base e alto nível de SLA. A inovação está no exclusivo sistema que gerencia a capacidade e banda dedicada. A transmissão de alta qualidade é assegurada em sistemas de rede para videomonitoramento, cidades digitais, acesso corporativo e redes privadas, ajudando aumentar a produtividade, receita, market share e qualidade dos serviços prestados.

rfs Presidente: Roberto Pinto Tel: 11. 4785.2433 www.rfsworld.com A solução para cabeamento estruturado de redes móveis 3G e 4G Hybriflex é híbrida – permite a instalação, em um único cabo, de fibras ópticas e cabos de energia –, enquanto os sites 3G/4G convencionais necessitam de seis cabos (três de fibra e três de energia). Entre as vantagens apontadas pela empresa estão a redução de custos com produtos e serviços, padronização de cabeamento, fácil instalação e eficiência na implantação do projeto de rede. Desenvolvida no Brasil e patenteada pela RFS, a solução reduz em até 75% o tempo de instalação de sites 3G/4G. Também elimina a infraestrutura de dutos, pois estes são substituídos por uma solução de alumínio corrugado, que protege os cabos de fibras ópticas no içamento e na instalação. De acordo com a empresa, também são mais leves que os atuais dutos de aço galvanizado, diminuindo a carga na torre.

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rm telecom Presidente: Francisco Aurelio Sampaio Santiago Tel: 85. 3205.9300 www.rminfraestrutura.com.br Os sistemas da RM são, em geral, voltados para a melhoria operacional. Um deles, utilizado pela equipe de campo da Oi, que atua no segmento de banda larga, faz o despacho automático de atividades, via web, por ordem de prioridade. Permite visualizar as atividades, também pela web, pelos técnicos de campo, substituindo um processo de despacho e encerramento manual via telefone. Outro sistema da RM Telecom é voltado para controle de aplicação de materiais e registro de frequência para colaboradores de campo, é via celular. Permite a rastreabilidade e a visibilidade online de todo o material aplicado. De acordo com a empresa, o sistema também faz o registro do início, fim e prorrogação da jornada de trabalho, substituindo um processo manual e descentralizado. Esses dados ficam gravados em um banco de dados central e disponíveis para os gestores de suporte das diversas áreas envolvidas, através de relatórios individualizados e gerenciais. Um terceiro sistema inovador da RM Telecom é voltado para otimização da cadeia de suprimentos de combustível para as equipes de campo. De forma automatizada, define, através de algoritmos estatísticos e do georreferenciamento, as cotas de combustíveis de rotina e para deslocamento sob demanda, além de sugerir o mapa de alocação das equipes. Além de automatizar o processo, o sistema gera relatórios individuais e gerenciais.

spreadcom telecomunicações Diretor executivo: Omar Ferroni Branquinho Tel: 19. 3201.2489 www.spreadcom.com.br Por sua versatilidade, o módulo sem fio para desenvolvimento de aplicações M2M permite desenvolver produtos para nichos específicos, que exigem soluções flexíveis e confiabilidade do hardware. Ao contrário da maior parte das soluções do mercado, que utilizam a frequência de 2,4 GHz, baseadas no protocolo 802.15.4, a solução da SpreadCom utiliza a faixa ISM de 900 MHz, com menos interferência e melhor qualidade de propagação. Além do circuito de radiofrequência, tem como diferencial alguns componentes que melhoram a receptividade do sinal e flexibilidade na implementação do software.

tráfego num único equipamento, conta com sistema operacional aberto para facilitar o desenvolvimento de aplicações. Outro produto da empresa é o Tellabs 7100 Nano Optical Transport System. Trata-se de uma plataforma óptica de transporte de pacotes para redes metropolitanas e regionais, com as vantagens, entre outras, de oferecer altíssima disponibilidade (99,9999%); provisionamento ágil e facilidade de uso; e alta densidade e compatibilidade com os principais protocolos do mercado (TDM/SDH, Ethernet, SAN, Fibre Channel/Ficon) numa única placa de rede.

tel-nt brasil Diretor geral: Luiz Cláudio Santos Rosa Tel: 19. 2101.7306 www.tel-nt.com.br

tellabs Vice-presidente de Vendas para AL e Caribe: Alberto Barriento Tel: 11. 3572.6200 www.tellabs.com O roteador de borda de alta capacidade da Tellabs SmartCore 9200 foi desenvolvido com objetivo de simplificar e monetizar o tráfego das redes, num momento em que o mercado vive um descompasso entre o crescimento exponencial do tráfego e a queda do preço dos serviços de comunicação. Além de reduzir custos do tráfego, o que se deve ao fato de integrar as funcionalidades de roteamento e gerenciamento do

Criada para suprir a carência de ferramentas de gestão de sobressalentes no mercado de telecom, a solução da Tel-NT monitora e gerencia o inventário do cliente. Faz o balanceamento automático de inventários para que cada unidade esteja alocada devidamente. Uma interface web permite a visualização dos sobressalentes em tempo real. A solução também provê relatórios com histórico, posição atual e previsões das operações, o que permite uma fácil interação com os sistemas ERPs dos clientes. Outra inovação da empresa foi a criação de serviços de reparo de equipamentos para redes 3G. A linha de reparo está preparada para atender equipamentos de múltiplos fornecedores e tecnologias


115 e tem interação com outros laboratórios internacionais.

visão logica desenvolvimento de software Sócio Diretor: Pedro Milian Neto Tel: 11. 4235.1653 www.visaologica.com.br O software, desenvolvido para automatizar o apontamento de trabalho em computador, mede o trabalho sem intervenção humana. Ou seja, o sistema capta os dados da atividade a partir das telas do computador e do PABX da empresa, identificando qual programa, em que projeto e para qual cliente o funcionário está trabalhando. De acordo com a empresa, o software permite introduzir um novo conceito na companhia – tratar o tempo como “matéria prima”– e aumentar a produtividade.

vulcanet ti Gerente de Desenvolvimento Comercial: Alcides Cremonezi Tel: 19. 4062.9928 | 11. 4063.0488 www.vulcanet.com.br A start-up VulcaNet, que surgiu dentro da Unicamp, desenvolveu uma central inteligente, com funcionalidades específicas para os municípios, e está trabalhando no desenvolvimento de serviços para as redes de telecom das prefeituras. Denominada Central Inteligente de Telefonia IP para Cidades Digitais, o equipamento se diferencia pelo sistema de BI, que permite uma gestão integrada de todos os órgãos da prefeitura, tornando os serviços mais eficientes. Os relatórios de negócios fornecidos pela central permitem que o

gestor identifique para onde vai o fluxo de ligações (quais secretarias recebem maior demanda, quais atendem melhor ou pior), indicando onde é necessário ter mais funcionários, por exemplo. A central inteligente permite à prefeitura organizar sua infraestrutura com níveis hierárquicos, de forma inteligente e flexível.

WxBR sistemas de telecomunicações Diretor-presidente: Samuel Rocha Lauretti Tel: 19. 2104.9677 www.wxbr.com.br O terminal outdoor do tipo gateway desenvolvido pela empresa nacional inova na integração de rádios WiMAX e WiFi em um encapsulamento único. Recomendado para projetos de cidades digitais, tem dois pontos como vantagem: o custo do terminal do usuário é baixo porque usa uma interface padrão WiFi, e a conexão dos pontos de acesso WiFi à internet é favorecida pelo uso de uma interface WiMAX 802.16e em 3,5 GHz. Ou seja, a rede de acesso

usa interfaces de rádio nas duas pontas do produto – WiMAX como backhaul e WiFi para o usuário final.

xgen Diretor de Novos Negócios: Marcelo Loiacono Tel: 11. 5042.0562 www.xgen.com.br A solução de gestão de relacionamento com o cliente, denominada Synapse, facilita a busca de informações pelos agentes da central durante o processo de atendimento do cliente, ajudando a melhorar a produtividade e a acertividade nas respostas aos clientes. Além de fornecer o software de gestão de conhecimento, a Xgen criou uma divisão para prestar serviços de revisão e criação de conteúdos para melhorar a comunicação de uma operadora de call center com os clientes. De acordo com a empresa, o Synapse utiliza técnicas de usabilidade, arquitetura de informação e taxonomia, que permitem organizar o processo de modo a que o agente consiga localizar qualquer informação solicitada pelo cliente, com apenas três cliques.

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Fornecedores de serviços

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A área de serviços é a que oferece a maior diversidade de soluções: sistemas de gerenciamento, aplicativos para portais, ou para a distribuição de conteúdo digital, soluções para call center ou para melhorar os processos compõem o universo dos fornecedores de serviços, que incluem, ainda, em seu portfólio ferramentas para apoiar novos modelos de negócio.

acision telecomunicações Presidente: Fátima Raimondi Tel: 11. 5504.8300 www.acision.com O serviço de personalização de mensagens em nuvem, chamado Group Messaging, permite aos usuários criar e gerenciar grupos e iniciar uma comunicação via SMS entre todos os membros do grupo, sem a necessidade de aplicativos. O algoritmo de gerenciamento interno de short codes permite que o serviço funcione com um conjunto reduzido de short codes, simplificando a implementação por parte da operadora. Já o Acision XMS, serviço de mensagem OTT (Over The Top) híbrido dá às operadoras a oportunidade de aumentar a receita. A plataforma IP-SMS Gateway possibilita a integração do serviço OTT com o serviço SMS, permitindo comunicação fim a fim entre usuários XMS (cujas mensagens são enviadas via rede de dados IP) e SMS.

almaviva do brasil Presidente: Giulio Salomone Tel: 11 2526 9185 www.almavivadobrasil.com.br

A empresa de contact center adotou a tecnologia semântica em sua solução Iride CRM. Ao concluir uma chamada, o atendente descreve brevemente o que o cliente lhe solicitou. Um motor semântico interpreta o texto e sugere os motivos do contato. A solução gera ganho de eficiência e confiabilidade na informação, uma vez que, num sistema de CRM tradicional, o processo é mais lento e factível de erros na informação gerada pelo operador, de acordo com a empresa. Outra solução da Almaviva é o Iride KM, uma ferramenta de busca para uso em intranets, e-books e websites, que também utiliza a tecnologia semântica, que permite buscas mais intuitivas, ajudando os atendentes a encontrar informações sobre os produtos de uma empresa.

os serviços desejados na rede e integrálos ao CRM e a sistemas de medição. Outro produto invoador da AsGa para operadoras, o Saga/ID Call, faz a integração fixo-móvel através de um portal de relacionamento, que permite aos clientes das telcos utilizarem de seu terminal móvel ou endereço de e-mail como um identificador de chamadas alternativo para sua linha de telefone fixo. As soluções da AsGa se completam com o Saga/Enterprise, sistema que relaciona indicadores operacionais com indicadores de receita, antecipando impactos financeiros em função de eventos operacionais (positivos ou negativos) ao longo da cadeia produtiva da empresa, a partir da geração de forecasts dinâmicos. Além de gerar indicadores, o sistema provê integração amigável com o SAS, ferramenta para estatística, normalmente usada de forma stand alone.

asga sistemas Gerente de Negócios: Arnaldo M. Bellato Tel: 19. 3131.4002 www.asgasistemas.com.br Com a solução Saga/Portal de Autoprovisionamento, as empresas de telecomunicações podem fazer a interação direta entre seu cliente e os sistemas OSS, o que permite configurar

atento Diretor Geral da Atento no Brasil: Nelson Armbrust Tel: 0800 565 565 www.atento.com.br Para atender às pressões mercadológicas e regulamentares,


117 que exigem constante revisão nos processos, a Atento desenvolveu uma solução de back office para padronização e otimização de processos por meio de ferramenta de BPM. Com isso, a empresa transformou uma operação que tramitava aproximadamente dois milhões de documentos por ano em paperless, além de melhorar a transparência na gestão do negócio. Adicionalmente, a solução permite entregar ao consumidor informações detalhadas sobre o andamento de pendências de sua solicitação em tempo real e, em determinadas situações, de forma pró-ativa por SMS. Outra inovação foi a APV Web, uma solução de vídeo atendimento multisserviços acoplado ao site da empresa. O produto é destinado a consultores de venda externa e pode ser customizado de acordo com as necessidades de cada empresa. Pode ser usado para comercialização de um produto, na pós-venda, para suporte técnico, campanhas promocionais e para transações financeiras.

avaya Diretor de Serviços: Carlos Bertholdi Tel: 11. 5185. 6132 www.avaya.com O serviço integrado de gestão de plataforma de comunicação e negócio MyNoc permite aos gestores uma gestão fim a fim. Com a solução, o gestor tem acesso a indicadores de disponibilidade, alarmes e falhas da infraestrutura de contact center, e aos níveis de serviços e indicadores de negócio em uma visão única. Proporciona, assim, uma visão estratégica sobre os dados produzidos pelo atendimento e pelas áreas de back office. Desenvolvido no Brasil, o MyNoc foi patenteado mundialmente pela Avaya,

e está disponível para comercialização nos países da América Latina.

brisa Vice-presidente de Novos Negócios: Luiz Lisboa Tel: 11. 3956. 2030 www.brisa.org.br O sistema de gerenciamento de processo de desenvolvimento de software para dispositivos móveis Brisa QPM otimiza o fator time to market, que costuma ser crítico nos desenvolvimentos para tablets e celulares. Oferece, ainda, agilidade no replanejamento de projetos, execução em paralelo de testes longos; geração automatizada de suítes de testes com base em requisitos de cada projeto; e interface adaptada ao fluxo de trabalho de cada profissional. Em outra frente, a Brisa desenvolveu uma metodologia de controle de qualidade (testes) para equipamentos de telefonia celular. A metodologia foi construída com base em ferramentas baseadas nas melhores práticas do mercado e sua inovação está no desenho de processo e em sistemas que garantem total visibilidade do status do projeto pelo cliente.

callix brasil Diretor Financeiro: Luiz Tanisho Tel: 11. 4063. 4222 www.callixbrasil.com/ pt-br/index.php

nuvem e no modelo SaaS (Software as a Service), oferece as mesmas funcionalidades de um grande contact center: discador preditivo, painel de supervisão, escuta monitorada on-line e secreta, URA, CTI, gravação digital das chamadas, relatórios. Também permite o trabalho em home office.

cma consultoria Diretor de Negócios: Ricardo Juan Tel: 11. 3053. 2600 www.cmaredesdigitais.com.br A solução integrada de comunicação digital provê o gerenciamento centralizado e em tempo real de campanhas digitais de comunicação de massa, independente do meio de transmissão, se via e-mail, SMS, fax e website. Com a solução, a empresa consegue mensurar os resultados da campanha, independente do meio utilizado para o envio da mensagem. O serviço de comunicação digital da CMA pode ser utilizado para ações de relacionamento, envio de comunicados, newsletters, avisos, ofertas, cobranças e pesquisa. Outra ferramenta da empresa é voltada para campanhas de e-mail marketing. A solução permite o envio de documentos, de forma personalizada, especialmente de carta-boleto, mantendo o mesmo padrão utilizado pelas gráficas para importação de base de dados.

contax A plataforma Callix 3C (Cloud Contact Center) integra as ferramentas e funcionalidades para uma operação de contact center, possibilitando ao operador trabalhar em uma única tela, de forma automatizada. O serviço, ofertado na

COO: Eduardo Noronha Tel: 11. 3131. 1500 www.contax.com.br O serviço de atendimento ao cidadão foi desenvolvido pensando num novo

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modelo de atendimento ao contribuinte em sua relação com os diversos órgãos da administração – prefeituras, estados ou governo federal. O serviço propõe um único canal de atendimento como porta de entrada para qualquer interação do contribuinte com o órgão público. A partir de um único número (de uma central) o cidadão consegue ser atendido pela área de seu interesse. Por exemplo, ao ligar para a central, o cidadão informa que quer falar sobre coleta de lixo e a URA direciona sua ligação para um atendente, que anota os dados e envia para o órgão responsável. O sistema utiliza ferramentas de CRM (gestão de relacionamento com o cliente), que ajuda a dar ao contribuinte um atendimento personalizado. Já implementado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, funciona na cidade há mais de um ano, pelo número 1746.

ópticas (FTTx). O software automatiza a integração de processos de operações de redes FTTx (incluindo projeto e cadastro da planta interna e externa, aprovisionamento de serviços, gerência de falhas e supervisão de cabos ópticos) para redes de diferentes fornecedores.

educa virtual Diretor Comercial: Paulo Heleno Sousa Ramos Tel: 19. 2121. 0502 www.educavirtual.com.br A plataforma para promover o ensino a distância da empresa cria mais interatividade e torna disponíveis recursos que permitem aproximar os resultados do aprendizado na modalidade EAD ao resultado do ensino presencial. Os recursos permitem a interatividade entre aluno, conteúdo e docentes, ajudando, assim, a que obtenham um bom resultado. As aplicações ajudam a aumentar a produtividade, as receitas, além de reduzir custos e contribuir para explorar novas oportunidades no mercado.

CPqD Presidente: Hélio Graciosa Tel: 0800 702 2773 www.cpqd.com.br O sistema de gerenciamento de planta de rede My Net desenvolvido pelo CPqD é disponibilizado no modelo SaaS, a partir de infraestrutura virtualizada por meio da computação em nuvem. O modelo de negócio torna o sistema acessível para pequenos provedores de acesso banda larga, que não precisam adquirir o produto e pagam pelo uso, como se fosse um aluguel. Outro sistema inovador do CPqD é voltado para gestão de redes de acesso

experiência interativa. Com uso do pop up, a taxa de resposta é dez vezes mais alta em relação ao SMS tradicional, segundo a Gemalto. A empresa recomenda o SmartMessage para ações como mobile marketing, pesquisas interativas e para reforçar o relacionamento da empresa com seus clientes.

gemalto Diretor de Marketing e Comunicação para América Latina: Ernesto Haikewitsch Tel: 11. 5505. 7600 www. gemalto.com/brasil

ibm brasil Diretor de Marketing e Comunicações: Mauro Segura Tel: 11. 2132.3122 www.ibm.com/br/pt A solução de nuvem pública corporativa SmartCloud Enterprise funciona no modelo de IaaS (Infrastructure as a Service) e PaaS (Plataform as a Service). Oferece um conjunto de serviços básicos pré-configurados, como servidores virtuais, armazenamento de dados, sistemas operacionais e middlewares da IBM e de terceiros. Todo o processo de compra do serviço é on-line, através da internet ou de business partness. Após a contratação, o cliente recebe acesso ao IBM Cloud Web Portal, onde solicitará os serviços na nuvem. O pagamento é feito sob demanda. Se o cliente não consumir nada no mês, não paga. O cliente é responsável por gerenciar seu ambiente, o que inclui monitorar suas instâncias e realizar backups periódicos.

instituto atlântico Desenvolveu uma nova tecnologia de comunicação móvel, o SmartMessage, compatível com 100% dos aparelhos celulares GSM. A solução permite que a mensagem apareça aberta na tela, o que possibilita a entrega de conteúdo com maior número de caracteres, e uma navegação por cliques, tornando a

Superintendente: José Francisco Moreto Franco Tel: 85. 3216. 7810 www.atlantico.com.br A fusão de duas metodologias, com princípios considerados antagônicos, resultou na criação de um processo


119 inovador de desenvolvimento de software pelo Instituto Atlântico. As metodologias são a certificação CMMI5, que requer rigor no registro, documentação e gestão quantitativa, e a SCRUM, que foca na agilidade de produção de resultados no processo de desenvolvimento de software. A solução permite ao Instituto realizar outsource de projetos de P&D em TIC sob medida para seus clientes.

português, inglês e espanhol, o sistema ajuda a desafogar o SAC e reduz em até 80% o volume de contatos via chat e e-mail, além de fornecer informações de comportamento dos consumidores e análise de dúvidas mais frequentes.

net telecom informática Gerente Comercial: Antonio Carlos Rodrigues de Oliveira Tel: 11. 4123. 2224 www.nettelecom.com.br

m4u produtos e serviços Diretor-presidente : Clécio Radler dos Guaranys Tel: 21. 2546. 4051 www.m4u.com.br O POS no Celular é um terminal móvel de captura de transações eletrônicas de débito e crédito. Desenvolvido em parceria com a Cielo, funciona em qualquer celular, permitindo que profissionais autônomos, revendedores, taxistas, entre outros, recebam pagamentos via cartões de crédito. Entre as funcionalidades, destacamse transação móvel, cancelamento e consultas.

neoassist Diretor de Vendas: Albert Deweik Tel: 11. 3323. 3456 www.neoassist.com O sistema de atendimento inteligente permite que os consumidores esclareçam dúvidas on-line, sem intervenção humana, através de uma tecnologia baseada em busca semântica. A tecnologia permite que o sistema interprete as perguntas digitadas e apresente respostas, 24 horas por dia, sete dias por semana. Com versões em

A rede metropolitana de dados, voz e imagem transmite através de fibra óptica FTTH, EPON e GEPON e é totalmente gerenciada. Assim, tem a capacidade de determinar as bandas para os diversos sítios, de acordo com a necessidade. A empresa assegura que, com o uso de seu produto, o cliente obtém economia em gastos com link de internet e telefonia, além de reduzir os custos de implantação e manutenção da rede.

siemens enterprise communications Diretor-geral América Latina e VP Executivo: Humberto Cagno Tel: 0800 555 850 www.siemens-enterprise.com.br A solução Open Scape UC Suite V7 foi especialmente desenhada para atender às demandas da comunicação em nuvem. Trata-se de um conjunto de aplicações de software para dar resposta às demandas de comunicações unificadas. Integra num mesmo ambiente aplicações de UC, UM, mobilidade, vídeo e contact center. Estas aplicações, por sua vez, também podem ser integradas com aplicações de terceiros, como, por exemplo, Google Apps, Facebook, IBM, Microsoft, Salesforce.com e SAP. Oferece, ainda, a possibilidade de contratação sob demanda.

timwe CEO: Diogo Salvi Tel: 11. 2755. 2319 www.timwe.com

promonlogicalis CEO: Rodrigo Parreira Tel: 11 3573 7350 www.br.promonlogicalis.com A plataforma TMA da PromonLogicalis é uma solução de business analytics adaptada às necessidades das operadoras de telecomunicações, com foco no tráfego de suas redes. A plataforma faz mediação, integração e agregação de altos volumes de dados (mais de seis bilhões de chamadas gravadas por dia) em tempo real para monitoramento de indicadores, com foco em faturamento, marketing e estratégia de negócios.

A empresa, do grupo Total Spin Brasil - Serviços de Telecomunicações, criou o NFC Launcher, um canal mobile para publicar, vender e distribuir conteúdo digital. O produto permite que os usuários tenham uma aplicação móvel (voucher, cupom, jogos) apenas tocando numa NFC Smart Tag – a solução reconhece a tag e lança a aplicação no celular. Cada tag pode fazer diferentes ações ao mesmo tempo, como permitir o acesso a websites, baixar conteúdos ou ver filmes. Para os clientes/marcas, oferece controle, de forma remota e em tempo real, do canal de distribuição, tanto pelas tags NFC como pelo back office web.

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Desenvolvedores de conteúdo No universo do desenvolvimento de conteúdo, a inovação e a criatividade dos brasileiros ganham mercado aqui e no exterior. Nesta amostra, as iniciativas vão dos jogos educativos às inovações em softwares que permitem desenvolver animações e sites para a internet com mais qualidade e criatividade; passando por séries infantis candidatas a se tornarem um serviço de exportação.

decadium studios Sócio: Thiago André Severo de Moura Tel: 55. 3226.4234 www.decadium.com Com o aplicativo para IOS e Android desenvolvido pela Decadium o jogador pode fazer consultas durante as partidas de Dota 2, um jogo com grande variedade de personagens, habilidades e itens que os players precisam escolher dependendo da situação da partida. O Companion for Dota 2 contém todos os personagens, itens e builds (construção de personagem), além de informações sobre atualizações do jogo e sound board para o jogador consultar em seu smartphone ou tablet. Como o jogo exige que se conheça todos os personagens e habilidades para saber como utilizá-los e como se defender dos adversários, o aplicativo atende às necessidades, pois é uma compilação de todas essas informações, com navegabilidade fácil e rápida. Outra inovação da Decadium é o jogo para PC Nukaloompas. Baseado em física, sua inovação está na

mecânica de pêndulos – os personagens trabalham em uma fábrica de bombas, penduradas em pêndulos, e passam as bombas de mão em mão de um lado a outro do cenário. O jogo mistura a estratégia de escolher como colocar os trabalhadores nos pêndulos com o desafio de habilidade de sincronizar o movimento dos pêndulos e jogar as bombas no momento certo.

barato. As ferramentas desenvolvidas para o programa Flash (software criado para desenvolver animações e sites para a internet) tornam a execução do serviço mais eficiente. A empresa também desenvolveu uma metodologia de criação de personagens e uma linha de produção que ajudam a dar uma alta qualidade para o desenho animado. A técnica da Gava já foi usada na produção do desenho animado para comercial do clássico Rotorooter.

gava produções Diretores: Rodrigo Gava | Gil Josquin | Duda Campos Tel: 21. 3256.0005 www.gavaproducoes.com.br O produto final não deixa nada a desejar para as animações feitas em grandes estúdios. A diferença está no custo final da produção, uma vez que a técnica desenvolvida no estúdio executa a animação de forma rápida e com menos pessoas que no método tradicional, tornando o serviço mais

ies2 - inovação, educação e soluções tecnológicas Diretor Geral: José Luis Poli Tel: 19. 3207.1881 www.ies2.com.br O Programa de Alfabetização na Língua Materna (Palma) escolheu o celular como ferramenta de aprendizagem e retenção do conhecimento. Voltado para jovens e adultos é complementar à educação formal. Combina sons,


121 letras, imagens, símbolos, números e envio de SMS, ajudando as pessoas a praticarem o que aprenderam no processo de alfabetização. O processo e o desenvolvimento da aprendizagem são gerenciados por um sistema web, que permite acompanhar o desenvolvimento dos usuários, com indicadores de performance individual e do programa total.

brasileira, buscando personagens desconhecidos pelo público e levantando questões sobre a cultura e a população brasileira. Os personagens são ambientados em locais típicos e são escolhidos os personagens enraizados nas culturas de determinadas regiões do país.

outros diretórios de vídeo, como com conteúdos Premium. Conta, ainda, com uma tela second-screen display, onde o usuário pode navegar na internet e acompanhar, simultaneamente, seu vídeo através dessa tela. De acordo com a empresa, a adoção da tecnologia HTML5 torna o ZeeweTV mais amigável em relação a seus concorrentes (Netflix, Hulu, YouTube).

mgaia jynx playware CEO: Fred Vasconcelos Tel: 81. 3224.0363 www.jynx.com.br Especializada em design e desenvolvimento de jogos e aplicações para games, a Jynx criou um processo, com um framework (Engine) que permite construir jogos em tempo reduzido. A empresa utiliza um design centrado no usuário para desenvolver jogos sociais focados em determinadas fatias de mercado, com o objetivo de atender às demandas do mercado publicitário. Já produziu mais de 150 jogos para o mercado nacional e internacional. Entre seus clientes estão a Coca-Cola, Fiat e Petrobras.

lc barreto Sócia Administradora: Paula Villela Barreto Borges Tel: 21. 2240.8161 www.lcbarreto.com.br O programa Oncotô traz uma nova abordagem sobre a diversidade cultural

CEO: Túlio Marques Soria Tel: 14. 3234.4421 www.mothergaia.com.br O desenvolvedor de conteúdo colocou no mercado um game educativo que utiliza, como temática, assuntos relevantes na aprendizagem, como s u s te n t a b i l i d a d e . D i s t r i b u í d o gratuitamente pela internet, o Cidade Verde se diferencia de outros games educativos pela performance, modelo de distribuição e comercialização. O game está inserido na nuvem, o que reduz a necessidade de processamento, é digital e comercializado no modelo freemium (sustentado por publicidade e personalização). Pode ser acessado no endereço www.cidadeverde.org.

ox multimídia Diretor: José Perini Júnior Tel: 11. 5180.4422 www.oxmultimidia.com.br O portal www.tvbicho.com.br traz informações sobre animais e funciona como uma grade de emissora de TV convencional, com diversos quadros. Para o usuário, oferece informação e diversão – além das informações sobre animais, tem quadros variados com apresentadores e conteúdo infantil como desenhos, jogos, além da interatividade com o usuário. Como negócio, é um canal de comunicação direcionado, onde o anunciante fala com um público específico.

movile

redalgo

COO: Andre Andrade Tel: 11. 2163.0600 www.movile.com

Sócio: Diogo Beltran Tel: 11. 3816.2111 www.redalgo.com www. operacaocosmo.com.br

Pioneira no desenvolvimento de um produto com a tecnologia HTML5, a Movile lançou um aplicativo que funciona tanto em PC como em plataformas móveis. O ZeeweTV é um provedor de conteúdo que permite a visualização e o compartilhamento de vídeos. Oferece a possibilidade de acesso e interação tanto com os conteúdos do YouTube e

O jogo eletrônico Operação Cosmos: a Ameaça da Gigante Vermelha foi desenvolvido com o objetivo de ajudar na redução dos índices de evasão escolar no ensino médio brasileiro, um dos mais altos da América Latina. O conteúdo pedagógico dinâmico e lúdico busca captar e sustentar a atenção do aluno e,

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na sala de aula, possibilita organizar uma didática alternativa ao livro e a outros materiais didáticos. Uma vez iniciado o jogo, uma ferramenta virtual armazena as interações eletrônicas de cada aluno e repassa esses resultados em relatórios confidenciais para o educador. Para os professores traz um guia de orientações pedagógicas e um sistema que fornece relatórios mensais e anuais. O jogo é multiplataforma, compatível com todas as versões do Linux Educacional e pode ser instalado localmente, nos computadores das escolas, inclusive naquelas que ainda não possuem conexão à internet. Desenvolvido no Brasil, tem entre seus autores o físico Marcelo Gleiser.

santo forte imagem Diretor: João Luiz de Souza Calmon Filho Tel: 71. 3235.8677 www.santoforte.com O longa metragem de animação Miúda e o Guarda-Chuva é um projeto da Santo Forte Imagem & Conteúdo, em parceria com desenvolvedores de conteúdo para teatro e TV. Fruto da adaptação de conto homônimo de Paula Lice, a produção é dirigida para o público

infanto-juvenil, e está disponível para multiplataformas. O projeto busca incentivar o desenvolvimento de massa crítica, fazendo as crianças desenvolverem senso crítico.

webcore games Diretor: Fernando Chamis Tel: 11. 3259.6116 www.webcoregames.com.br A produtora de games aposta no mercado de publicidade digital e acredita que, através da criatividade, é possível entender a marca do anunciante e criar um game interessante e divertido para o público final e que, ao mesmo tempo, leve a mensagem da empresa. O Advergames é uma ferramenta para desenvolver jogos com o objetivo de anunciar e promover um produto, organização ou ideia, despertando interesse nos consumidores e divulgando a marca de maneira inovadora. Os jogos permitem que o público tenha interação com a marca; contribuem para aumentar as visitas e o tempo de permanência dos consumidores no site; e oferecem a possibilidade de marketing viral – os jogos são divulgados por meio da indicação de amigos, tem o ranking dos melhores jogadores e comunidade on-line. Também gera cadastro e mailing, permitindo a coleta de dados estatísticos e análises em tempo real.

zoom elefante Diretor de Criação: Almir Correia

Tel: 41. 3206.4528 www.zoomelefante.com.br Antes mesmo de entrar em vigor a lei do SeAC, a produtora mostrou com sua série Carrapatos e Catapultas que é possível produzir conteúdo audiovisual no Brasil. A série de animação 2D já tem 13 episódios, de 11 minutos cada. Foi ao ar na TV Cultura e no Cartoon Network (para o Brasil e América Latina) e está sendo reprisada na TV Brasil. A meta é chegar a 52 episódios, o que corresponde a uma série internacional e, com a série completa, abrir novos mercados – distribuidoras internacionais como Chocolate Liberartion Front, da Austrrália, e Bardel, do Canadá, já demonstraram interesse pela produção, que foca o humor. O didático aparece nas entrelinhas.

44toons Assistente de Produção Executiva: Carolina Frattini Tel: 11. 3034.1031 www.44toons.com A série de TV infantil Nilba e os Desastronautas, em exibição na TV Rá Tim Bum, já virou um case de produção audiovisual no Brasil e tem despertado o interesse de compradores dos Estados Unidos e da Europa. A série infantil em animação é co-produzida com a Fundação padre Anchieta e está em sua terceira temporada. Produzida sem leis de incentivo, a série abriu caminho para que canais exibidores possam investir diretamente em produções originais, tornando-se sócios da marca e viabilizando a geração de conteúdo nacional, empregos na área e fortalecimento da indústria.


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