Notícias do Mar n.º 393

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Notícias do Mar

Vigilância e Segurança na Costa Portuguesa

Sistema ”Costa Segura” Concluído

Realizou-se no passado dia 10 de Julho, no Palácio Seixas, em Cascais, presidida pela Secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Santos Pinto, a cerimónia de conclusão da implementação do Sistema “Costa Segura” na costa portuguesa contemplando 28 estações.

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A Autoridade Marítima Nacional montou nas Ilhas Selvagens em 2016 o Sistema “Costa Segura” 2

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Sistema “Costa Segura”, que está a ser montado desde 2016 é um instrumento de auxílio para promover a segurança da navegação, apoiar a condução de operações de busca e salvamento e realizar acções de combate à poluição, permitindo ainda monitorizar a navegação. Na cerimónia estiveram presentes ainda o Presidente da Câmara Muni-


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Apresentação em Cascais, Almirante António Mendes Calado, Ana Santos Pinto, Secretária de Estado da Defesa Nacional, Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais e Vice-almirante Luís Carlos de Sousa Pereira

Na Costa Vicentina a segurança foi reforçada

cipal de Cascais, Carlos Carreiras, o Almirante António Mendes Calado CEMA e o Director-Geral da Autoridade Marítima Nacional, Vice-almirante Luís Carlos de Sousa Pereira No final, Ana Santos Pinto afirmou que “A conclusão da instalação do sistema “Costa Segura”, com um total de 28 estações, no continente e ilhas, vai contribuir para

reforçar a segurança e autoridade no mar” e considerou ainda “A conclusão da instalação do sistema “Costa Segura” permite-nos uma atenção mais detalhada aos fenómenos em curso na nossa costa e permitenos um acompanhamento mais eficaz dos diferentes utilizadores deste espaço de soberania nacional, contribuindo para uma utiliza-

ção segura do mar” Este sistema é um apoio para o exercício da Autoridade do Estado no mar, através da Autoridade Marítima Nacional, com o reforço das capacidades das Capianias. “Ao capacitar as estruturas locais, estamos a criar respostas mais rápidas e mais eficazes às diferentes solicitações”, frisou a Secretária de Estado.

Sistema Costa Segura em Caminha 2019 Setembro 393

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Apresentação do Costa Segura em Leixões

A vigilância com o Sistema Costa Segura 4

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Na Capitania da Figueira Foz

O sistema “Costa Segura” é um bom exemplo “da necessária rentabilização de recursos e estruturas existentes, nomeadamente da Direcção de Faróis, das Capitanias e da Polícia Marítima”, concluiu. “Costa Segura” foi desenvolvido pela AMN após o naufrágio do “Olívia Ribau”, na Figueira da Foz Quando se deu o naufrágio da embarcação de pesca “Olívia Ribau” à 2019 Setembro 393

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entrada do porto da Figueira da Foz em 2015, que vitimou cinco pescadores, verificou-se a necessidade de haver um instrumento de apoio à decisão das autoridades marítimas locais. Essa tragédia justificou então que a Autoridade Marítima Nacional desenvolvesse um sistema de comando e controlo, para

promover a segurança da navegação nas áreas dos portos e até às 24 milhas, indo até ao limite da zona contígua ao Mar Territorial. Todo o sistema foi estudado e montado pela AMN à margem da entidade responsável pela navegação no espaço marítimo português: a Autoridade Nacional de Con-

trolo do Tráfego Marítimo (ANCTM), na dependência do Ministério do Mar. O Sistema “Costa Segura” é um sistema de baixo custo mas com eficácia que já foi comprovada, que se tem mostrado essencial para a salvaguarda da vida humana no mar, que permite o controlo da navegação junto aos portos, permi-

Sensores do Sistema Costa Segura na Horta a serem reposicionados 6

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tindo a vigilância de embarcações de recreio e de pesca Actualmente, estão montadas em Portugal 28 estações que cobrem a costa portuguesa desde Caminha a Vila Real de Santo António, Açores e Madeira. Estão localizadas quinze estações no Continente, sete nos Açores e seis na Madeira. As estações são dotadas de um radar “de banda X”, com um alcance de 24 milhas, câmara óptica térmica (visão diurna e noturna), AIS sistema automático de identificação e seguimento de alvos, com alarmes associados, rádio VHF e “software” de gestão de informação com visualização na carta electrónica. Pretende-se com este sistema uma cooperação entre a Autoridade Marítima Nacional e outras estruturas locais, para o qual poderá ser muito útil, em apoio ao serviço de proteção civil, de câmaras municipais ou à administração portuária. Inicialmente o projecto previa a criação de 24 estações de vigilância em todo o país, mas acabou por totalizar 28. Desde o início que o equipamento foi sendo adquirido à medida das disponibilidades financeiras e dos meios humanos disponíveis. A sua conclusão esteve prevista para o final de 2018, mas só ficou concluído no passado dia 4 de Julho, com a instalação da estação local de Setúbal. Segundo uma nota da Autoridade Marítima Na-


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Desde 2016 nas Selvagens o Sistema “Costa Segura” reduziu a zero as infracções

cional, o sistema efectua o seguimento da navega-

ção numa área restrita, acompanhando eventu-

Estação na Horta com sensores reposicionados 8

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ais navios em dificuldade, com avaria ou arribada forçada, serve de apoio na condução de operações de busca e salvamento

e acções de combate à poluição e como permite monitorizar a navegação, contribui também para a detecção no mar de acti-


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vidades ilícitas. Como o sistema é muito flexível, as estações não dependem umas das outras, este sistema visa sobretudo dar apoio à decisão do Capitão do porto, o qual nem tem que estar preocupado com o Capitão do porto da área adjacente. Desde 2016 nas Selvagens Sistema “Costa Segura” reduziu a zero as infracções Assim que foi feita a instalação de um radar do Sistema “Costa Segura” nas ilhas Selvagens, no Verão de 2016, iniciou-se a redução das infracções cometidas naquelas águas. Hoje estão quase a zero. A Polícia Marítima iniciou a actividade operacional nas ilhas Selvagens

com vigilância, patrulha e fiscalização. Estas ações são desenvolvidas através da monitorização da navegação do espaço marítimo com o radar, bem como ainda se recorre a outros sistemas de informação e de vigilância electrónica. O patrulhamento é feito em especial nas áreas protegidas da Reserva Natural das ilhas Selvagens. É feita também a fiscalização de navios e embarcações que acedam ao espaço marítimo sob jurisdição nacional, a qual é efectuada através de visitas a bordo e da verificação de toda a documentação, permitindo confirmar se estão autorizadas a exercer actividade naquela zona, reprimindo as actividades das embarcações na pesca ilegal.

A estação de Caminha promoveu a apreensão 300 alcatruzes 2019 Setembro 393

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Economia do Mar

Porto de Setúbal Reforça Ferrovia e Rercebe Comboio com 125 Volkswagen O Porto de Setúbal recebeu no dia 6 de Setembro, um comboio com 125 viaturas Volkswagen, na 1ª viagem de reativação do transporte de veículos por ferrovia a partir da fábrica AutoEuropa, em Palmela, para o terminal portuário.

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partir desta data e até Dezembro serão feitas duas viagens diárias com um total de 250 viaturas transportadas e, numa segunda fase a partir de Janeiro, 4 viagens diárias com um total de 500 viaturas, permitindo transportar por ferrovia 68% do volume da produção da fábrica já em 2020. Esta operação, da responsabilidade da Volkswagen Konzernlogistik em parceria logística com a Rodo Cargo, permite retirar 64 camiões da estrada e contribui para a diminuição do tráfego rodovi10

ário para o Porto de Setúbal, representa uma redução de 80% das emissões de CO2/ dia (poupança de 500t de CO2/ano), face ao camião. O Porto de Setúbal, com estes novos comboios diários reforça e consolida a sua posição de 2º porto nacional na movimentação de cargas por ferrovia, contribuindo para um transporte mais sustentável e amigo do ambiente. Este serviço integra-se na aposta da APSS de desenvolvimento do transporte ferroviário, estando em curso a execução do projeto de melhoria dos acessos ferroviá-

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rios ao porto, tendo em vista reduzir constrangimentos na circulação de mercadorias,

aumentar a segurança e a capacidade de receção de comboios.


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Bluetech Accelerator Ports & Shipping 4.0

Conhecidas as 15 Finalistas startups do Maior Programa de Aceleração da Economia do Mar em Portugal

Encontrar soluções inovadoras para exportar contentores Em Julho passado foram escolhidas as 15 startups finalistas do Bluetech Accelerator Ports & Shipping 4.0, um ambicioso e inovador programa de aceleração de startups ligadas à Economia do Mar, idealizado e lançado pelo Ministério do Mar.

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Sessão de apresentação das 15 finalistas 12

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s 15 startups vão agora desenvolver 23 projectos-piloto. Neste lote de finalistas há quatro representantes nacionais, escolhidos de entre as 21 startups que marcaram presença num recente bootcamp em Lisboa, provenientes de um total de 11 países diferentes. As eleitas, depois de um rigoroso processo de seleção, gerido por todos os parceiros, são a ARX Maritime (Reino Unido), Bizcargo (Portugal), Bluecargo (EUA), Bound4blue (Alemanha), Breeze Technologies (Bélgica), Eco Wave Power (Israel), Ge-


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ckomatics (Bélgica), eShip (Portugal), i4sea (Brasil), Mariquant (Reino Unido), Sensefinity (Portugal), Sevways (Portugal), Surclean (EUA), T-mining (Bélgica) e Techworks Marine (Irlanda). Por países, Portugal é o mais representado, com quatro startups, seguido pela Bélgica (três) e pelo Reino Unido (dois), números que traduzem o alcance internacional desta iniciativa, ao mesmo tempo que ajudam a projetar Portugal como país inovador na área da Economia do Mar em vários mercados. De destacar ainda o facto de alguns destes projectos-pilotos virem a ser desenvolvidos em cooperação entre parceiros, tirando partido da complementaridade das respetivas valências e gerando economias de escala internas.

Ana Paula Vitorino, Ministra do Mar

O que é o Bluetech Accelerator O Bluetech Accelerator foi construído para enfrentar as lacunas de inovação da

Economia Azul. Trata-se de um programa dirigido para os líderes da indústria, com o objectivo de desenvolver projectos-piloto conjuntos feitos

sob medida para atender aos maiores desafios do sector. Este projecto tem como principal desígnio a criação de um ecossistema de ino-

Finalistas do Bluetech Accelerator Ports & Shipping 4.0 2019 Setembro 393

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Terminal XXI de Sines

vação na Economia do Mar portuguesa. Pretende-se identificar, selecionar e capacitar as startups com modelos de negócios sustentáveis e com potencial de integração de pilotos junto dos grandes players nacionais e internacionais da Economia Azul. A iniciativa faz parte do Programa Ocean Portugal,

desenvolvido em conjunto pelo Ministério do Mar e pela Fundação LusoAmericana de Desenvolvimento FLAD, contando com a parceria do Porto de Leixões, Porto de Sines, Grupo ETE, Grupo Portline e Inmarsat, visando desenvolver a inovação azul e empreendedorismo. Vem ainda responder a

uma das diretrizes estratégicas do Governo, que visa aumentar o peso da Economia do Mar Sustentável no PIB nacional e que passa pela implementação de políticas e iniciativas que estimulem o aumento da intensidade tecnológica, da sustentabilidade e da sofisticação dos modelos de negócio da economia azul.

Navio “Pico Grande” da Portline 14

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Procuram-se encontrar soluções ousadas e disruptivas para serem desenvolvidas e testadas ao lado de parceiros de classe mundial e contribuir para reformular completamente o sector. O que podem esperar as Startups da Bluetech A Bluetech, à procura de soluções acessíveis e parcerias, está focada na indústria de portos e na navegação, ligando dois portos portugueses e empresas líderes mundiais, a fim de agregar valor aos parceiros e proporcionar negócios para as startups participantes. Esta é uma oportunidade única para navegar em direção ao crescimento e expandirem os negócios.


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Notícias do Mar

Porto de Leixões

Acesso a parceiros de classe mundial para desenvolver e pilotar soluções inovadoras. As soluções necessárias Otimização de processos no hinterland portuário. Gestão do desempenho de cargas e frotas.

Mercado de afretamento de navios, permitindo que armadores, afretadores e operadores escolham as melhores tarifas de frete de acordo com a posição e a disponibilidade de espaço de carga. Optimização de viagens, conscientização situacional para o operador de frota,

agendamento em tempo real e conformidade ambiental. Sustentabilidade ambiental. Reduzir a pegada ambiental do porto e monitorar a poluição do ar, da água e do ruído por meio de tecnologias inteligentes. Reduzir a poluição do ar

dos navios e aumentar a eficiência dos resíduos gerados pelos navios. Uso de drones aéreos e

Grupo ETE é especialista no transporte de Clíquer 16

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Notícias do Mar

Novos satélites Inmarsat GX serão integrados à geração existente numa rede interoperável

micro-satélites para detecção precoce de perigos potenciais, manutenção de infraestrutura offshore, reduzindo o tempo de inatividade, as necessidades de reparação e a inspeção necessária. Soluções que serão apresentadas O fim do programa ocorrerá em setembro, culminando com o “Demo Day”, onde as soluções encontradas e os resultados conhecidos, serão apresentadas publicamente. A iniciativa do Ministério do Mar está a ser coordenada pela Direção Geral de Política do Mar (DGPM), Este programa reúne players cruciais do sector marítimo-portuário, provando que a aceleração azul da Economia do Mar é uma aposta capaz de mo-

bilizar o interesse e a motivação das empresas que encabeçam o sector. Temas como a Big Data, Internet das Coisas (IoT),

Automatização e Robotização dos Portos, Sistemas Autónomos, Smart Shipping ou Vigilância Marítima são algumas tendências

com potencial de disrupção no sector marítimo-portuário nacional, e são algumas das áreas onde este programa se pretende focar.

Navio “Corvo” da Transinsular 2019 Setembro 393

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Náutica

Notícias Orlando Rosa

Motores Fora de Borda Evinrude Distribuídos em Portugal por Orlando Rosa & Filhos, Lda

Orlando Rosa & Filhos, Lda. é o novo distribudor para Portugal dos motores fora de borda Evinrude Após largos anos sem representante e distribuidor em Portugal, os motores fora de borda Evinrude voltam a ser distribuídos, agora por Orlando Rosa & Filhos, Lda., após um contrato que a empresa fechou há cerca de um mês com a Bombardier (BPR).

O

rlando Rosa & Filhos, Lda. é uma antiga e presti-

giada empresa náutica, de venda de barcos e motores de recreio e importador das

embarcações das marcas Karnic e Regal, agora com a sede na EN 125 em Alcanta-

Instalações Orlando Rosa & Filhos, Lda. 18

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rilha, no Algarve. Durante muitos anos Orlando Rosa & Filhos, Lda. foi concessionário dos motores Evinrude no Algarve. Após esta marca deixar de ter representação oficial em Portugal, como a filosofia da empresa é dar assistência a quem solicita, todos os possuidores de motores Evinrude e os clientes continuaram a receber o atendimento necessário. Devido a isso, Orlando Rosa & Filhos, Lda., conhece bem os motores Evinrude E-TEC a 2 tempos de injecção directa.


Náutica

Nestes últimos anos os motores Evinrude E-TEC evoluiram muito A Evinrude desenvolveu uma tecnologia de fornecimento de combustível ao motor com a injecção directa, que permite que os motores a gasolina queimem com mais eficiência, resultando em mais potência, emissões mais limpas e maior economia de combustível. A injecção directa é uma tecnologia tão superior que quase todos os principais fabricantes de automóveis a incluem como parte do seu motor. O E-TEC é um sistema de 2 tempos de injecção directa, controlado por um módulo de gestão de motor. Isso significa que uma quantidade exacta de combustível/óleo é injectada directamente no cilindro. Com esta gestão não se perde combustivél. Devido a isso os motores Evinrude E-TEC são considerados os motores de popa mais limpos. O cérebro do motor é o módulo de gestão introduzido no mecanismo E-TEC. É um computador que controla o sistema de injecção de combustível e o fun-

cionamento do motor, que oferece incrível eficiência de combustível, resposta instantânea do acelerador, desempenho silencioso e suave e reduzidas emissões​​ de hidrocarbonetos. Os motores Evinrude ETEC vêm com comandos elétricos e direção elétricohidráulica de fábrica. Isto permite a condução de qualquer barco de modo fácil e sem esforço. Desde 2018, a Evinrude em parceria com a NASA desenvolveu uma liga de alumínio de alta resistência e desgaste, introduzindo os pistões fabricados com a nova liga de alumínio na li-

Evinrude E-TEC G2 200 nha de motores E-TEC. Este material permite maior resistência ao desgaste e maior estabilidade em altas temperaturas Actualmente as gamas dos motores Evinrude são duas: Gama G1 vai do 25 HP ao 130 HP

Gama G2 vai do 150 HP até o 300 HP A partir de Outubro passará a haver uma nova plataforma 3 cilindros do 115 HP até o 150 HP. Evinrude não é para quem pode, é para quem quer.

Gama Evinrude E-TEC G2 2019 Setembro 393

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Investimento de 122 Milhões de Euros na Renovação da Concessão do Terminal de Contentores de Alcântara A Administração do Porto de Lisboa (APL) e a Liscont (Grupo Yilport) assinaram no passado dia 15 de julho, um memorando de entendimento relativo ao consenso alcançado no processo de renegociação do contrato de concessão do Terminal de Contentores de Alcântara.

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Vão ser adquiridos dois novos pórticos de cais 20

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acordo que foi alcançado vai contemplar uma concessão que durará até 2038 incluindo um plano de investimento de 122 milhões de euros privado no Terminal de Contentores de Alcântara, repartido entre intervenções em infraestruturas com 26,5 milhões, aquisição e implementação de infraestrutura tecnológica com 2 milhões e aquisição


Notícias do Mar

Com mais seis novos pórticos de parque vai permitir maior fluidez nas operações

O avultado investimento, num total de 122 milhões de euros, assegurará não só a imprescindível modernização do Terminal de Contentores de Alcântara como também uma forte redução de emissões de

CO2 na sua operação, graças à transferência modal que vai potenciar, em detrimento do modo rodoviário, os modos ferroviário e fluvial. Devido à aquisição dos novos equipamentos mais eficientes, Fotografia: Natacha Cardoso/Global Imagens

tara, destacando-se a aquisição de dois novos pórticos de cais e seis novos pórticos de parque, para além de investimentos direcionados para a formação, segurança e certificação das operações.

Investimento de 122 milhões de euros para aumentar a competitividade do Terminal e instalação de equipamentos investindo 93,5 milhões. Grande fatia do investimento será realizada nos próximos dois anos, entre 2020 e 2021, período no qual serão aplicados 44,1 milhões de euros no Terminal de Contentores de Alcân-

O Terminal de Contentoreas de Alcântara vai carregar também barcaças

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Notícias do Mar

O equipamento vai oferecer mais eficiência

permitindo uma maior fluidez nas operações, menos tempos de espera dos camiões e uma interação positiva com a envolvente citadina onde o terminal está in-

serido. O Terminal de Contentores de Alcântara, operado pelo Grupo Yilport, constitui uma infraestrutura fundamental do Porto de Lisboa, movimen-

tando hoje mais de 40% do total da carga contentorizada manuseada no porto da capital. Este é um importante

passo da estratégia para o aumento da competitividade portuária O acordo alcançado entre a APL e a Yilport Lis-

A ferrovia e o transporte fluvial vão ser incrementados 22

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Notícias do Mar

Contentores em barcaças para reduzir as emissões de CO2 dos camiões

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cont concretiza mais um dos pontos fundamentais da Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente – Horizonte 2026, na qual a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, deu grande importância à modernização do Terminal de Contentores de Alcântara, vital para a sua afirmação como um terminal portuário de referência num setor de atividade altamente competitivo como é o mercado da carga contentorizada. Recorde-se que esta renegociação que chegou agora a bom porto decorreu no âmbito dos trabalhos da Comissão para a Renegociação dos Contratos de Concessão de Terminais Portuários para a Prestação do Serviço Público de Movimentação de Cargas relativa ao Porto de Lisboa (Comissão de Negociação), tendo como base uma proposta apresentada pela concessionária.

Descongestionar o trânsito e reduzir as emissões de CO2 2019 Setembro 393

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Notícias Lindley

Novo Porto de Abrigo em Povoação na Ilha de São Miguel Na ilha de São Miguel, nos Açores, foram instaladas novas infraestruturas flutuantes no sudeste da ilha, na vila de Povoação. Os trabalhos de concepção, fabrico e instalação dos passadiços flutuantes e do equipamento auxiliar foram realizados pela Lindley.

O

Município de Povoação pretende potenciar o turismo náutico na zona e criar condições de abrigo para os utilizadores locais. Esta nova marina, com capacidade para 58 embarcações, foi construida com passadiços e fingers flutuantes em aço galvanizado pintado incluindo uma ponte de acesso com porta de segurança. Para além dos serviços de eletricidade e agua foram instalados os meios de segurança regulamentares. A Lindley é uma empresa portuguesa fundada em 1930 especializada em soluções flutuantes para marinas e portos de recreio que tem executado vários projetos na Europa, América do Sul e África.

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Electrónica

Novidades Nautel

Novo VHF fixo Navicom RT 750 Disponível também versão com AIS A Navicom lança o RT750, um novo VHF fixo marítimo, que tem duas versões, uma padrão e outra tendo a mais, um recetor de AIS.

bilidade (nevoeiro, noite, maus tempo, etc)

A

Navicom fez um nome para si mesma no campo das radiocomunicações de VHF. Todos os navegantes conhecem os pequenos rádios amarelos e pretos. Esta nova gama resulta também da necessidade de cumprir com as novas normas comunitárias. O radio está em confor-

midade com a nova Diretiva RED, da União Europeia. Apenas com 18 cm de largura e pouca profundidade (volume atrás do painel), é ideal também para qualquer pequena embarcação de consola aberta, onde o espaço seja exíguo. Tem funções de avisos/

alarmes sonoros em situações de má visibilidade via corneta externa (opcional) e comunicações áudio com o exterior (megafone). Modo “Hailer Listen mode” – para captar e amplificar sons de fora da embarcação via corneta externa opcional, e por pressão no PTT do micro, igualmente transmitir ordens para o exterior. Modo “FogHorn : igualmente via corneta externa opcional, pode emitir tons sonoros de avisos à navegação circundante, em situações de má visi-

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Existem quatro botões programáveis para funções que o utilizador mais use. Função MOB (Manover-board/Homem ao mar) : em caso de alguma queda à água premido este botão fica imediatamente registada a posição onde se deu a ocorrência. Saída para de alto-falante externo Montagem no suporte fornecido ou embutido. Entrada GPS NMEA 0183 ou “Plug & Play” de pequena antena GPS compatível (opcional). Estanquicidade do painel frontal: IPX7. Peso 970 gramas. Dimensões (mm): 180x91x55 Ecrã retroiluminado, monocromático com 8 níveis de graduação. 56 canais internacionais. Na versão AIS contém uma função muito importante que é a da deteção de sinais provenientes de MOBs, e SART’s AIS, para o salvamento de náufragos que tenham consigo este tipo de dispositivos.


Electrónica

Com Digital Yacht Internet WiFi a Bordo, AIS SoftWare de Navegação PC´s, Sensores A Digital Yacht é outra nova marca da Nautel para 2019. A Digital Yacht tem tudo a ver com a próxima geração de sistemas de navegação, comunicação e entretenimento para embarcações.

A

Navegação deve ser fácil, segura, permitindo que seja feita com gosto. Os produtos da DigitalYacth criam maior habitabilidade e conforto a bordo, com as suas soluções de internet, e integração de vários sistemas de redes existentes noutras novas, para trazer uma dimensão poderosa à eletrónica da embarcação . 4G CONNECT PRO – Solução de internet a bordo O 4G Connect é uma nova solução de acesso à Internet 2G / 3G / 4G (LTE) para uso no mar ou em zonas terrestres remotas. Utiliza a mais recente tecnologia MIMO com antenas duplas para maior rapidez, e alcance. Incorporando pois também um router WiFi com um máximo de funcionalidades . Modem LTE classe 3 para grandes distâncias de cobertura e velocidade de 70Mbps 2 antenas externas inclu-

ídas, com 7m de cabo e bases. Wifi para tablets e smartphones. Porta Ethernet LAN para ligação ao iKommunicate navigation interface com dados em NMEA 0183/2000 disponibilizados à rede wifi network – ideal para navegação via tablet ou smartphone. Alimentação : 12/24VDC. iKOMMUNICATE, interface universal O iKommunicate da Di-

gital Yacht é um novo e radical gateway projetado para NMEA 0183 e sistemas eletrônicos marítimos baseados em NMEA 2000 conectados à próxima geração de interfaces e à Internet das Coisas (IoT) . Também pode ser interligado com um router como o iKConnect e criar uma rede WiFi para distribuir dados NMEA por tablets wtcx. O iKommunicate também atua como um gateway NMEA para o Signal K. O sinal K é um HTML5 formato de dados baseado em JSON “web ready”. HTML5 formato de dados baseado em JSON “web ready”, que torna muito simples o desenvolvimento de

Apps. 3x entradas Opto Isoladas NMEA0183 e 2x saídas differenciais . NMEA 2000 com cabo. 8GB micro SD Card interno para alojar Apps e páginas de internet . 1 x RJ45 Ethernet (10/100Mb) , tomada de rede. iKONNECT router O iKConnect é um roteador Wifi compacto mas potente que oferece uma maneira econômica de configurar uma rede sem fios numa embarcação Com ligação directa para antena externa, alimentação de 12V CC , e antena própria de 5dB de elevado ganho . Simples de instalar.

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Notícias do Politécnico de Leiria

Fotografia: Leonardo Veras

Investigação publicada na Revista Nature sobre o Impacto da Pesca de Tubarões

O investigador do Politécnico de Leiria, André Afonso, integra a equipa de especialistas que acaba de publicar na revista Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, um artigo s obre o impacto da pesca na sustentabilidade de diversas espécies de tubarões.

O

s investigadores concluem que cerca de um quarto dos habitats dos tubarões estão em zonas de pesca ativa, o que ameaça grandemente os tubarões, cujas populações têm vindo a declinar em todo o mundo. O artigo científico explica que os tubarões incluem 30

espécies altamente migratórias que percorrem vastas áreas dos oceanos, incluindo áreas que são usadas para pesca intensiva. Dos tubarões capturados na pesca, cerca de metade são tubarões adultos, o que é uma das maiores ameaças à sustentabilidade das espécies. A equipa internacional

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de investigadores tentou determinar as zonas de sobreposição entre as rotas dos tubarões e as zonas de pesca, usando dispositivos de rastreamento de movimentos por satélite em tubarões, e cruzando essa informação com a das rotas de pesca mundial. No total foram seguidos 1.681

tubarões adultos, de 23 espécies, marcados com estes transmissores de satélite, e rastreados os movimentos de embarcações de pesca. Os resultados permitem apurar com detalhes sem precedentes que 24% do espaço usado por tubarões num mês coincide com o das rotas de pesca industrial


Fotografia: Leonardo Veras

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com palangre, o tipo de pesca responsável por capturar mais tubarões no alto mar. Acresce que as áreas do oceano que são mais frequentadas por espécies

protegidas, como o tubarão branco e o tubarão sardo, registam ainda mais sobreposição com as zonas de pesca industrial com palangre, em cerca de 64%.

Para os investigadores, os resultados indicam que os tubarões têm espaços limitados onde podem estar protegidos da pesca, e exortam as autoridades internacionais a concertar esforços para proteger estes tubarões, nomeadamente definindo largas áreas marinhas protegidas junto às zonas de atividade dos tubarões. André Afonso explica que “Este trabalho é extremamente importante pela escala global em que foi conduzido e pela implicação dos resultados obti-

dos para a conservação dos recursos oceânicos. Os dados que produzimos revelam uma exposição bastante elevada destas espécies já de si vulneráveis à pressão pesqueira. Os tubarões azul e mako chegam mesmo a atingir 76% e 62% de sobreposição espacial com as zonas de pesca». Por isso considera que «é urgente implementar medidas de proteção em regiões oceânicas para assegurar a conservação destas importantes populações de predadores

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Fotografia: William Robbins

Fotografia: Leonardo Veras

marinhos”. André Afonso é investigador do MARE, Politécnico de Leiria – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria, e tem conduzido investigação nas áreas da ecologia e conservação de tubarões e do meio marinho, tendo desenvolvido uma grande parte do seu trabalho no nordeste brasileiro. O artigo científico resulta do estudo Global spatial risk assessment of sharks under the footprint of fisheries, liderado pela Marine Biological Association – MBA, e conduzindo por uma equipa internacional que envolveu mais de 150 cientistas de 26 países, dentre eles quatro investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente – MARE, incluindo André Afonso do MARE IPLeiria.

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Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Pelo Tejo Sempre Vivo Na continuação do relato mensal sobre as iniciativas que a Tagus Vivan tomou, na prossecução da obra da AAT, mas já a partir do novo paradigma e objeto social de “Observatório”, com a missão de “Observar, Avaliar e Ponderar para poder Opinar ou Agir” sobre tudo o que diga respeito ao universo do nosso Tejo, no início do ano de 2015, perante o estado ecológico do rio ser bastante preocupante devido às malfeitorias e insuficiências causadas por terceiros, decidiu passar do estado de “Opinar” para o de “Agir”.

P

ara esse efeito e por considerar que os cidadãos portugueses devem ser alertados para os problemas com que o seu maior rio está a confrontar-se, tomou a iniciativa de desenhar um

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programa para a realização de um debate nacional aberto sobre esta situação, e que a partir de um Ciclo de Conferências Regionais fosse feito o diagnóstico in situ sobre o estado do Tejo com mais atualidade para

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selecionar as matérias de maior interesse para serem levadas a debater num Congresso do Tejo, Mais Tejo, Mais Futuro, um Compromisso Nacional. De montante para jusante essas Conferências

Preparatórias foram designadas respetivamente como, Alto Tejo Português e Tejo Internacional (em Vila Velha de Ródão); Médio Tejo, Sustentabilidade do Rio Tejo (em Vila Nova da Barquinha); Lezíria do


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Tejo, Sustentabilidade do Rio Tejo e Políticas de Desenvolvimento (em Samora Correia - Benavente), Navegabilidade no Rio Tejo (em Vila Franca de Xira) e para concluir a do Estuário do Tejo (em Vila Franca de Xira), nas quais participaram oradores das entidades públicas e privadas regionais, conhecedores da utilização do Rio Tejo, cidadãos, políticos, técnicos e cientistas. A primeira dessas conferências, CONFERÊNCIA DA NAVEGABILIDADE NO RIO TEJO foi realizada na Fábrica das Palavras em Vila Franca de Xira com o apoio logístico da Câmara Municipal local, no mês de novembro de 2015, com o seguinte programa temático, 1- OBJETIVOS DA NAVEGABILIDADE Desafio aos políticos, aos empreendedores e aos operadores turísticos sobre a pesca, o transporte fluvial de passageiros, a navegação de lazer, de recreio, de turismo e de mercadorias. 2- ENQUADRAMENTO E CONDICIONAMENTOS DA NAVEGABILIDADE Gestão do leito móvel e canal de navegação, monotorização hidráulica e avisos de variação de caudais, implementação do canal, sinalização, segurança e ajudas à navegação, e gestão do tráfego e regulamentação da navegação. 3- VIABILIDADE E CENÁRIOS DA NAVEGABILIDADE Enquadramento, escalas, portos intermodais, cais, rampas; antecedentes da navegabilidade no rio Tejo, tipologia das frotas, calado e dimensões das embarcações, profundidades e larguras mínimas do

canal navegável e plano de água; Infraestruturas da via e de interfaces, e a navegação de recreio, roteiro de navegação até Valada. 4- INTERACÇÃO DA NAVEGAÇÃO COM OUTROS USOS DA ÁGUA Fauna e flora, qualidade da água e estruturas verdes, Paisagens ribeirinhas. CONTINUA NO PRÓXIMO JORNAL

Chegada a Salvaterra de Magos do tradiconal e genuíno Cruzeiro do Tejo

Navegar no Tejo é preciso!!! 2019 Setembro 393

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Notícias do Mar

Fotografia: Jornal Público

O Voo do Guarda-rios

O Tejo é a Estrada!

Coordenado pela APL foi efetuado o transporte inovador por via fluvial com êxito, desde o Terminal do Beato até à Póvoa de Santa Iria, de 10 depósitos de grandes dimensões com 40 toneladas de peso e a capacidade de 1.400 litros cada, num percurso de 17km, destinados à fábrica da Central de Cervejas em Vialonga, entre os dias 29 de julho e 2 de agosto últimos.

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Fotografia: Jornal Público

sta operação a todos os títulos louvável, que se integra numa nova estratégia da APL, em consonância com o Ministério do Mar, que tem por objetivo transferir para o rio Tejo, o mais possível, o transporte rodoviário pesado de mercadorias, para evitar a entrada e saída da cidade de Lisboa, pelas seguintes razões: 1- Evitar o congestionamento do trânsito na cidade e nos seus limítrofes. 2- Reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa. Para esse efeito a APL mandou efetuar um estudo sobre a viabilidade da utilização de um corredor fluvial pela cala das Barcas até à plataforma logística da Castanheira do Ribatejo que 36

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Notícias do Mar

consiste no transporte em barcaças, com a capacidade para 90 a 100 contentores cada, o que equivale ao mesmo número de camiões, que para além de descongestionar Lisboa e toda a sua malha urbana, diminui significativamente os impactes ambientais e até o custo do transporte. Esta medida, que vem ao encontro daquilo que o Guarda-rios tem vindo a pugnar desde há muito, devido aos benefícios do transporte fluvial de determinadas mercadorias relativamente ao transporte rodoviário, em termos da defesa do ambiente, da segurança nas vias rodoviárias e na redução dos custos, benefícios e vantagens que sucessivos governos não conseguiram vislumbrar, e que também voltando as costas ao caminho de ferro, e bastava apenas olharem para o que acontece nos países mais desenvolvidos da Europa, preferiram optar pela política da construção do betão e alcatrão estendendo autoestradas sem fim para benefício dos construtores de obras públicas e do lobie-Tir, e até se suspeita que também encheu o bolso de muitos outros. A recente notícia da revitalização do transporte flu-

vial, mesmo que tardia, vai evitar as consequências do congestionamento do trânsito nas cidades, nas vilas e nos seus limítrofes, bem assim como nas outras vias rodoviárias, onde o transporte pesado de mercadorias tem provocado acidentes com relativa frequência para além do prejudicial aumento das emissões dos gases com efeito de estufa. Já não bastando isso o GR, que voando ou pairando vai dando fé de tudo o que se vai passando não podia deixar de ficar estupefacto pelas greves dos senhores camionistas do transporte de mercadorias perigosas, cuja primeira no mês de abril passado conseguiu ir ao ponto de quase paralisar o país, cujos principais prejudicados foram os cidadãos, e que foi repetida no passado mês de agosto, que na realidade, se não fosse reprimida teriam sido os cidadãos comuns a ser mais prejudicados do que qualquer outro destinatário, o que roça o surrealismo. Moral da história, em boa verdade este último acontecimento teve a virtude de fazer soar todos os sinos, campainhas e buzinas para a verdadeira perigosidade de continuar-se a usar o transporte rodoviário de matérias

perigosas, atentatório à segurança do restante tráfego rodoviário que andar à frente ou atrás dos camiões em causa, ou até que se cruza com eles na faixa contrária, ou que fica paralisado num eventual engarrafamento por eles provocado ou ainda

por um inevitável acidente dos mesmos, com derrame dessas matérias perigosas. O GR julga inadiável que o governo encontre rapidamente uma solução para um transporte futuro mais seguro dessas matérias perigosas !!!

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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Conselho de Ministros Aprova Segurança Privada Armada a Bordo de Navios

Fotografia: Eduardo Wallenstein/MarineTraffic.com

O Governo aprovou no passado dia 28 de Agostom, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que aprova o regime jurídico do exercício da atividade de segurança privada armada a bordo de navios que arvorem bandeira portuguesa e que atravessem áreas de alto risco de pirataria.

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necessidade deste regime prendese com a circunstância de a pirataria ter um impacto significativo na segurança de pessoas e bens e no transporte marítimo do qual depende

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90% do comércio mundial, pelo que a aprovação deste diploma visa garantir a segurança das pessoas e bens embarcados a bordo dos navios de bandeira portuguesa e, dessa forma, promover a

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competitividade do setor marítimo nacional. O regime aprovado, ao abrigo de uma autorização legislativa da Assembleia da República, prevê que os armadores de navios nacionais possam, desde que atravessem áreas de alto risco de pirataria, contratar empresas de segurança privada para a prestação de serviços de segurança a bordo com recurso a armas e munições adequadas à proteção dos navios. Prevê-se a possibilidade de os armadores nacionais, em determinadas circunstâncias, contrata-

rem empresas nacionais ou estrangeiras para a prestação de serviços de segurança a bordo nos seus navios. São garantidos os mecanismos de segurança pública necessários, mediante a consagração de um quadro legal que assegura a efetiva capacidade de proteção dos navios, tendo em conta a subsidiariedade das atividades, ações e mecanismos e a proporcionalidade dos meios e recursos, garantindo-se, igualmente, um controlo rigoroso do exercício da atividade de segurança a bordo. A aprovação desde Decreto-Lei colmata necessidades há muito identificadas pelo sector. No seguimento do regime “tonnage tax”, da implementação da Janela Única Logística e de todas as medidas de simplificação e de aumento de eficiência e capacidade, mais uma vez o XXI Governo Constitucional, através da Ministra do Mar, resolve questões fulcrais para o aumento da competitividade da Marinha Mercante nacional e da atratividade dos registos portugueses de navios.


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Náutica

Notícias Touron

Mercury Racing 450R apresentado em Cannes E st e a n o, u m a das n ov i da d es m a i s m a r ca n t es d o Sa l ã o N á u t i c o d e Cannes, foi a apresentação do novo Mercury Racing 450R, um motor de uma performance implacável.

E

ste novo motor da Mercury foi projectado e desenvolvido internamente e fabricado no Wisconsin (EUA) numa linha de produção dedicada à Mercury Racing. O 450R é baseado no mesmo motor V8 de 4.6 litros dos modelos de motores fora de borda Mercury Racing 300R normalmente aspirados e é impulsionado por um supercompressor Mercury Racing exclusivo para produzir 450 cavalos de potência. Consideravelmente mais leve do que o concorrente mais próximo, o novo 450R oferece uma relação potência/peso líder no sector num conjunto compacto e eficiente. O 450R oferece uma elevada energia que combina 40

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aceleração sem precedentes e potencial de velocidade máxima fiável e robusta com a mais recente tecnologia da Mercury Racing com múltiplas caixas de engrenagens, sistema de controlo e barra de união. O 450R rem o bloco de alumínio patenteado, de 64 graus com cabeça do motor com um design de QuadCam de 4 válvulas (QC4) da Mercury e dupla árvore de cames à cabeça (DOHC). O trem de válvulas possui um perfil de entrada de alto desempenho e válvulas de escape Inconel com especificações de competição. As árvores de cames são acionadas por corrente e operam em banho de óleo, logo não há correia dentada a neces-


Náutica

sitar de manutenção. A Mercury Racing aplica a sua experiência de supercompressor para extrair potência incrível do V8 de 4.6 litros. Um superalimentador de duplo parafuso acionado por correia de 2,4 litros oferece carga de pressão com atraso zero para resposta instantânea do acelerador. O supercompressor é arrefecido a água para reduzir a temperatura da carga de entrada e aumentar a potência. O arrefecimento de ar de carga da Mercury Racing reduz a temperatura de entrada de ar comprimido para aumentar ainda mais a densidade do ar e a potência de saída. Um atenuador de admissão projectado sob medida é ajustado para abafar o ruído mais severo do superalimentador de alta frequência, mantendo um som gutural de alto desempenho. Para gerir melhor o calor do motor, o Mercury Racing 450R é equipado com arrefecimento de óleo especial de alta capacidade e uma válvula exclusiva para fornecer maior volume de água de arrefecimento de acordo com as necessidades. A electrónica e os componentes do motor foram desenvolvidos criando um conjunto compacto e mantendo um bom acesso na assistência e usando o mesmo capô do modelo 300R, incorporando aberturas de entrada maiores. Na concepção do 450R, o peso e o design de cada componente foram estudados para atingir a potência máxima com peso mínimo. O resultado foi excepcional, pois com 450 cv de potência, pesa menos de 313 kg, a melhor relação potência/ peso para motores fora de borda com potência igual ou superior a 400 cv. O 450R tem duas opções de caixa de engrenagens. A caixa de engrenagens Sport

Master, destinada a barcos com velocidades superiores a 70 nós com uma nova e robusta peça de 1,25’ de diâmetro do eixo de aço inoxidável. Também está disponível uma caixa de engrenagens 5,44 HD para aplicações de baixa velocidade e tradicionais. Todas as caixas de engrenagens do 450R têm uma relação de transmissão de 1,60: 1 para maior aceleração e velocidade. As hélices da Mercury Racing foram desenvolvidas para maximizar o desempenho e manuseamento de embarcações em qualquer aplicação, criadas manualmente, como obras de arte ajustadas com precisão, personalizadas para tipos específicos de embarcações. Cada hélice individual é equilibrada e medida para garantir sempre um desempenho consistente. A tecnologia Mercury Transient Spark aplica um avanço de temporização préprogramado para otimizar o binário, proporcionando um desempenho de arranque mais forte. O Controle de Velocidade Adaptável com uma calibragem personalizada

da Mercury Racing mantém automaticamente as rpm do motor independentemente de mudanças de carga ou de condições, como águas agitadas, curvas apertadas,

a rebocar e velocidades mais baixas Quanto a cores, o 450R está disponível em branco Cold Fusion e no lendário Mercury Phantom Black.

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Náutica

Notícias Touron

Touron é o Novo Distribuidor dos Semi-Rígidos e Pneumáticos Bombard para Portugal e Espanha A Bombard e a Touron chegaram a acordo para a distribuição exclusiva das embarcações semi-rígidas e pneumáticas Bombard para os mercados português e espanhol.

A

marca de semirígidos Bombard, pertencente ao grupo Zodiac Nautic, representa um legado de 67 anos que perdura no tempo. Foi em 1952, que o jovem Alain Bombard, um médico apaixonado pelo

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mar, saiu de Las Palmas de Gran Canaria a bordo dum bote pneumático, que apelidou de “L’Heretique”, sem água e sem comida, para navegar um quarto de circunferência terrestre nas piores condições possíveis, chegando são

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e salvo a La Barbade, no mar das caraíbas, dois meses depois, demostrando que é possível sobreviver no mar apenas com o que proporciona o oceano. As embarcações Bombard estão imbuídas dos

valores defendidos pelo seu fundador, aventura, sobrevivência, fiabilidade, proteção do mar e ecologia marinha, oferecendo ao mercado um produto seguro e resistente como reflexo da herança recebida. A oferta actual de embarcações Bombard é compostas por 14 modelos nas gamas de semi-rígidos Sunrider e Explorer e pneumáticos Typhoon. “A incorporação


Náutica

Bombard Sun650 Black P1 Fire acc da marca Bombard no nosso portfolio de produtos é o complemento e combinação perfeitos para que a nossa Rede de Concessionários Mercury possa disponibilizar packs de embarcações semi-rígidas e pneumáticas de prestígio reconhecido e com preço competitivo”, afirmou Fernando Giquel, di-

rector-gerente da Touron. Por outro lado, a Mercury Marine anunciou que deixa a distribuição e comercialização das marcas Valiant e Black Fin, que eram fabricadas por outros estaleiros para a Mercury. Esta decisão vem no seguimento da estratégia da Mercury que visa centrar os seus investimen-

tos no desenvolvimento de novos motores e continuar a crescer no negócio de peças e acessórios que complementem os mesmos. A próxima Feira Náutica de Barcelona, que decorrerá de 9 a 13 de Outubro, será o cenário ideal para dar a conhecer a nova representação da marca Bombard com a exposição de 4 semi-rígidos e um pneumático Bombard no stand da Touron.

Bombard Exp500 black-eva rollbar P1

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Náutica

Notícias Touron

Novo Quicksilver Activ 605 Bowrider Preparado para a Aventura

O novo Quicksilver Activ 605 Bowrider não tem apenas um design mais moderno, incrementou o comprimento e a boca, oferecendo total comodidade para até 6 pessoas a bordo.

G

raças a uma potência instalada até 150 CV fornecida por motores Mercury e um depósito de combustível com a maior capacidade no seu segmento este novo bowrider permite navegar durante mais tempo e chegar mais longe. O Activ 605 Bowrider apresenta grande variedade de características, onde se inclui: - Zona de proa versátil, convertível facilmente em solário sem necessidade de acessórios adicionais. 44

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- Deck profundo, bordo alto, corrimões elegantes, uma ponte prática no motor e una zona de saída claramente definida oferecem uma ex-

periencia de navegação segura para todos: crianças e adultos. - Posto de comando ergonómico com espaço amplo


Náutica

para instrumentação adicional e possibilidade de montar um GPS/Sonda de 7”. - Amplas plataformas de banho integradas com espaço de arrumação da âncora e escada de banho. - Direcção hidráulica de série. - Depósito de combustível de capacidade extra (160 litros). - Elegante arco de esqui para a prática de desportos aquáticos. Grande capacidade de arrumação segura e ordenada, com grandes espaços debaixo dos assentos e na consola (ideal para los objetos maiores), espaço integrado específico para las defensas e um prático - compartimento. ao lado do co-piloto, para arrumação de pequenos artigos. - O deck pode converterse numa zona social para convívio e refeições, adicionando dois assentos com encosto giratório e uma mesa com superfície laminada. Também se pode converter

facilmente num amplo solário através dum mecanismo especial que permite abater o encosto do banco de popa - Um prático toldo com fecho completo para criar uma zona fechada protegida da chuva. Existe também um espaço específico para arrumação do toldo. - Múltiplas opções de motorização fora de borda Mercury de 100 a 150 CV. O novo Activ 605 Bowrider está disponível com a Edição Smart que inclui bi-

mini-top, geleira, duche de deck, solariam de deck e kit de fundeio. O Pack Electrónica inclui GPS/Sonda Simrad Cruise de 7”, monitor VesselView e aparelhagem estéreo Fusion. Para Sylvain Perret, Director de Produto: “O novo Activ 605 Bowrider é ideal para todos os que buscam amplo espaço no deck, pois tem uma lotação má-

xima de 6 pessoas. Por outro lado, os entusiastas dos deportes aquáticos a forma fácil com que se sai a planar com a sólida torre de wakeboard ou o arco de esqui. Também dedicamos muita atenção aos detalhes que descomplicam a vida a bordo: espaço específico para as defensas, dois solários cómodos e fácies de desmpntar na proa e no deck e uma mesa de deck mais elegante, são alguns exemplos”

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Náutica

Notícias Touron

Brunswick Junta Bayliner, Heyday, Quivksilver e Uttern para Formar o “Venture Group” A Brunswick Boat Group anunciou a formação do “Venture Group”, que será composto por quatro das principais marcas de barcos da Brunswick - Bayliner, Heyday, Quicksilver e Uttern. O líder do grupo será Keith Yunger, que recentemente foi presidente da Bayliner.

O

“Venture Group” dará à Brunswick Boat Group a oportunidade de ala-

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vancar as capacidades e melhores práticas de todas as principais funções do grupo, permitindo que

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estas quatro marcas acelerem o seu progresso no que se refere a qualidade, tecnologia, atendimento ao cliente e em proporcionar uma experiência de navegação superior. “Cada uma destas marcas está bem posicionada para perseguir o objectivo de facilitar acesso a embarcações, abrindo a porta para experiências de navegação acessíveis, seguras e excepcionais num grupo crescente e diversificado de clientes globais”, explicou o presidente do

Brunswick Boat Group, Huw Bower. Juntando-se a Yunger na liderança do Venture Group estão Corey Duke, que será o director-geral das marcas Bayliner e Heyday, e Benoit Verley, que assumirá o cargo de director-geral das marcas Quicksilver e Uttern. Tanto Duke como Verley terão total responsabilidade da gestão comercial - incluindo vendas, marketing, atendimento ao cliente e do portfólio de produtos das respectivas marcas. Mike Fritts irá liderar as operações do grupo e será responsável pela produção, cadeia de fornecimento e logística. O desenvolvimento de novos produtos será liderado por Jonathan Flesher. “Tenho o privilégio de trabalhar com esta equipa de líderes apaixonados e experientes”, disse Yunger. “Em conjunto com o nosso canal de vendas e distribuidores, estou confiante que aprofundaremos o nosso foco nestas marcas líderes de mercado, aproveitando ao máximo as soluções comprovadas de engenharia e operações que fortalecerão certamente o nosso negócio”.


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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Investimento de Mais 2 Milhões de Euros para Dragagens nos Portos

Porto de pesca de Aveiro Por determinação da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) está a avançar com um investimento de 2 milhões de euros em dragagens nos portos de Lagos, Peniche, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, respondendo às necessidades de intervenção para salvaguarda da segurança no acesso a embarcações e melhoria das condições de navegabilidade nestes portos.

O

s portos de Lagos e de Peniche vão ser objeto de investimentos em dragagens, tendo sido aberto, no passado mês de junho, o respetivo concurso público com os dois lotes, no montante de 413.000€.Em

Lagos, com um volume de 79.000m3 de sedimentos a dragar e prazo de execução de 3 meses, e de cerca de 792.000€ em Peniche, com um volume de 113.000 m3 e prazo de execução de 4 meses. Já em relação à draga-

Porto de Lagos 48

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gem do porto de Póvoa de Varzim, foi já adjudicada e os trabalhos já começaram. Representa um investimento de 500.000€ para a dragagem de 110.000 m3 de sedimentos, devendo decorrer durante cerca de 4 meses.

Quanto ao procedimento da dragagem da barra do porto de Vila do Conde, a adjudicação foi concretizada mo dia 05 de setembro, Com a assinatura deste contrato, a DGRM poderá então proceder à consignação da obra com vista à


Notícias do Mar

mobilização da draga e arranque dos trabalhos, ainda durante o mês de setembro, estimando-se que, num período de duas semanas, a dragagem seja finalizada, removendo 25.000 metros cúbicos, num custo total de 150.000 euros. Importa ainda realçar que a execução desta dragagem irá decorrer dentro da janela temporal adequada, ou seja, durante o período de condições meteorológicas favoráveis, permitindo que estejam restabelecidas as condições de segurança no porto de pesca no próximo inverno marítimo, período em que o estado do mar e os riscos na navegação são superiores. Docapesca lança concurso para dragagem no porto de pesca de Aveiro A Docapesca abriu um concurso para a dragagem de conservação de fundos do porto de pesca costeira de Aveiro, com o preço base de 305 mil euros e que terá um volume máximo de dragados de 41.837 m3, com o objetivo da melhoria das condições de segurança, navegabilidade e de estacionamento de embarcações naquele porto.

Vila do Conde

Porto de Peniche

As dragagens serão realizadas até às cotas máximas de -3,40 metros entre o cais de abastecimento e a ponte cais nº 2 e de -2,40 metros entre as pontes cais nº 1 e nº 2. Os sedimentos serão depositados na deriva litoral, a sul do molhe sul, numa área compreendida entre os terceiro e quinto espo-

rões, com o comprimento aproximado de 2.000 metros segundo a direção da costa e com largura aproximada de 300 metros. Os outros resíduos/materiais recolhidos e/ou produzidos durante as dragagens, serão devidamente acondicionados e separados, até ao encaminhamento para operador de resíduos auto-

rizado. Estes trabalhos visam concluir o processo de dragagem do Porto de Pesca Costeira de Aveiro, iniciado em 2016, pela Administração do Porto de Aveiro, tendo a Docapesca a responsabilidade das operações de dragagem sobre a área molhada abrangida pela concessão.

Porto de pesca de Aveiro 2019 Setembro 393

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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

Guadiana Navegável Até Mértola com Investimento de 6 Milhões de Euros A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, esteve no dia 12 de julho, na cerimónia de assinatura do Protocolo entre a Direção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) e a Câmara Municipal de Mértola, a respeito do contrato da empreitada para a navegabilidade do Rio Guadiana entre Pomarão Mértola.

O Guadiana em Alcoutim

C

om um investimento previsto de seis milhões de euros, em 2021 será possível navegar o rio Guadiana desde a foz, em Vila Real de

Santo António, até Mértola. A empreitada de desassoreamento e o assinalamento marítimo do troço internacional do rio entre Alcoutim e o Pomarão.orçada em 611 925

euros, já se iniciou e vai durar três meses, portanto em Outubro estará concluída. Também já foram executadas as duas primeiras fases do projecto de navega-

Ministra do Mar a inaugurar o farolim de Vila Real de Santo António 50

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bilidade do Guadiana: a área entre a entrada da barra de Vila Real de Santo António e a ponte internacional e o troço entre Vila Real de Santo António e Alcoutim Em Vila Real de Santo António, Ana Paula Vitorino e a presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António realizaram uma visita técnica às intervenções de reconstrução da cabeça do molhe do quebra-mar e à inauguração do novo farolim. Segundo Ana Paula Vitorino, “o troço entre Pomarão e Mértola é o mais complexo do ponto de vista geológico e ambiental, por estar inserido numa zona protegida do Guadiana e, por isso, a preparação da empreitada vai demorar um pouco mais” e concluiu “esperemos que corra tudo bem e que esteja concluído até ao final de 2021”. No total serão investidos seis milhões de euros que a Ministra classifica como “um dos investimentos mais emblemáticos do Ministério do Mar porque promove a navegabilidade do Guadiana e, simultaneamente, o desenvolvimento de toda a zona abrangida”. Por abrangerem troços internacionais do rio, as empreitadas já concretizadas foram financiadas em 75% por verbas do Programa de Cooperação Transfronteiriça (POCTEP) INTERREG Espanha-Portugal 2007-2013 bem como a relativa ao contrato Mértola/Pomarão.


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Pesca Submarina

Notícias do Clube Naval de Sesimbra

CNS no Campeonato Nacional de Pesca Submarina 2019

Início da ultima jornada O Clube Naval de Sesimbra retomou este ano a prática das actividades subaquáticas e também obteve destaque na edição deste ano do Campeonato Nacional de Pesca Submarina, pela classificação do seu atleta Lourenço Menéres Silveira, o mais novo em competição, pela conquista do segundo lugar do pódio Sub-23.

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Atletas do Clube Naval de Sesimbra 52

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este Campeonato Nacional participaram 36 atletas, com realce para 5 atletas femininas, em representação de 7 clubes, foi disputado com o apoio de embarcações e dividido por quatro jornadas, nos dias 8 e 9 de Junho em Cascais e nos dias 13 e 14 de Julho em Peniche. Nestas competições, o regulamento só permite a captura das espécies identificadas, nas quo-


Pesca Submarina

A classificação individual final resultou da soma dos pontos percentuais dos atletas em cada uma das jornadas e a dos clubes pela soma dos pontos percentuais dos seus três melhores atletas. A cerimónia de entrega de prémios desta modalidade desportiva, praticada exclusivamente em apneia, foi realizada nas instalações do Clube Naval de Peniche. O pódio por equipas deste Campeonato Nacional ficou ordenado da seguinte forma: 1º Lugar o Clube Naval de Portimão, com 923,58 pontos percentuais, em 2º Lugar o Estoril Praia-Marisco na Praça com 728,70 pontos percentuais e em 3º Lugar o Vasco da Gama Atlético Clube-Suzuky

tas, com o peso mínimo e penalizações indicadas. É promovida a captura, através de arma com arpão, em número reduzido de espécies marinhas no seu habitat natural e de forma selectiva. Os atletas surpreenderam com uma grande diversidade de espécies, nomeadamente, pampos, safios, moreias, bodiões, sargos, tainhas, salemas, lírios, robalos, saimas, douradas, abróteas e fanecas. O maior exemplar da competição foi um robalo com 2,766 kg capturado, em Cascais, pela atleta Teresa Duarte.

Lourenço Menéres Silveira Vice-Campeão Sub-23 de Pesca Submarina 2019

Rui Pataco Cardoso 2019 Setembro 393

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Pesca Submarina

Nuno Jerónimo na pesagem

Marine com 565,76 pontos percentuais. O Clube Naval de Sesimbra posicionou-se no 6º Lugar, com 277,37 pontos percentuais. Os atletas que integraram o pódio Sub-23 foram os seguintes: em 1º Lugar Rodrigo Montez, do Estoril Praia-Marisco na Praça, com 71,34 pontos percentuais, em 2º Lugar Lourenço Menéres Silveira, do Clube Naval

Concentração para o Campeonato Nacional de Pesca Submarina 2019

Equipa do Clube Naval de Sesimbra 54

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de Sesimbra, com 34,65 pontos percentuais e em 3º Lugar Beatriz Lopes, da Associação Náutica do Seixal, com 29,82 pontos percentuais. O pódio individual ficou composto pelos seguintes atletas: 1º Lugar Jody Lot, 2º Lugar Matthias Sandeck, ambos do Clube Naval de Portimão e no 3 Lugar Rui Antunes do Estoril Praia-Marisco na Praça. E os atletas do Clube Naval de Sesimbra obtiveram as seguintes classificações: Nuno Jerónimo em 13º Lugar, Rui Pataco Cardoso em 14º Lugar, Hélder Silveira em 25º Lugar, Lourenço Menéres Silveira em 26º Lugar, Lourenço José Silveira em 28º Lugar e José Mariano em 35º Lugar, que devido a lesão contraída, apenas participou na primeira jornada. O Clube Naval de Sesimbra, com esta participação, procurou reforçar o desenvolvimento desta modalidade desportiva junto dos mais jovens, mas que também pode ser praticada por atletas de competição de uma faixa etária mais alargada do que o habitual noutras modalidades, para além dos 40 anos. E após vários anos de ausência da prática das actividades subaquáticas, o Clube Naval de Sesimbra conquistou, no passado dia 4 de Maio, o título por equipas de Campeão Regional do Continente de Pesca Submarina 2019.


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Mergulho

Open de Fotografia Subaquática do Continente 2019

Victória de Miguel Louzeiro e Patrícia Araújo do CNS

Miguel Louzeiro, Ambiente 1º Lugar A dupla Miguel Louzeiro e Patrícia Araújo, do Clube Naval de Sesimbra, venceram o Open de Fotografia Subaquática 2019, no Sábado, 20 de Julho, em Sesimbra.

N

esta prova organizada pela FPAS (Federação Portuguesa de Activi-

Miguel Louzeiro e Patrícia Araújo foram os vencedores 56

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Mergulho

realizou-se por volta das 8.30 horas, na Marina do Clube Naval de Sesimbra, os atletas distribuíram-se por duas embarcações de apoio e dirigiram-se para as zonas de prova estabelecidas. O Clube Naval de Sesim-

bra apresentou-se com 3 equipas constituídas pelas duplas de atletas Rui Palma/ Carla Siopa; Armindo Pereira/ Vanda Gonçalves e Miguel Louzeiro/ Patrícia Araújo, com o delegado para as Actividades Subaquáticas Lourenço Silveira

e com o coordenador desportivo Guilherme Cabral. Neste Open de Fotografia Subaquática os atletas realizaram duas imersões com a duração máxima de 90 minutos cada e, como habitualmente em Sesimbra, encontraram muito

dades Subaquáticas) que em conjunto com o Dive Club Cipreia e com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra, participaram 11 duplas de Fotógrafos/Modelos. A reunião técnica

Preparativos para a prova

Miguel Louzeiro, Macro 2º Lugar 2019 Setembro 393

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Mergulho

boas condições atmosféricas e de mar para realizarem as suas fotografias correspondentes a cada uma das 4 categorias: Grande Angular, Macro, Peixes e Tema elemento na cor vermelha, que de-

pois foram submetidas à apreciação do Júri de Prova. A apresentação dos resultados teve lugar na sala polivalente da Biblioteca Municipal de Sesimbra e o Pódio ficou ordenado da

seguinte forma: - Miguel Louzeiro / Patrícia Araújo do Clube Naval de Sesimbra - 1º Lugar, com 176 Pontos - Rui Bernardo / Sónia Bernardo do Estoril Praia – 2º Lugar, com 146 Pontos

- Nuno Gonçalves / Teresa Sousa do Estoril Praia – 3º Lugar, com 145 Pontos E as outras duas duplas do Clube Naval de Sesimbra obtiveram as seguintes classificações: - Rui Palma / Carla Siopa – 6º Lugar, com 121 Pontos

Miguel Louzeiro, Peixes 1º Lugar 58

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Mergulho

ria uma camara fotográfica com uma caixa estanque e flash’s subaquáticos para iluminação do meio ambiente uma vez que as cores debaixo de água perdem-se com a profundidade. Este tipo de competição desportiva também tem por objectivo a contribuição para o desenvolvimento das actividades subaquáticas de competição em Portugal, bem como para a promoção turística e económica de Sesimbra.

Equipa do Clube Naval de Sesimbra

Dupla Rui Palma e Carla Siopa

- Armindo Pereira / Vanda Gonçalves – 7º Lugar, com 120 Pontos A fotografia subaquática é considerada como uma especialização do mergulho com escafandro ou em apneia. Para além do tradicional equipamento de mergulho, é necessá-

Saida para a competição

Miguel Louzeiro, Tema(cor Vermelha) 2º Lugar 2019 Setembro 393

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Surf

Montargil Ski & Wake by Nautique

Montargil Recebeu a Elite do Ski e Wakeboard Vencedor em Wakeboard O Montargil Ski & Wake by Nautique reuniu no fim-de-semana de 24 e 25 de agosto a elite portuguesa do Ski Náutico e do Wakeboard. Cinco dezenas de atletas, entre jovens, consagrados e veteranos, mostraram toda a espectacularidade destes desportos náuticos – brindando o público com exibições de perícia e manobras de cortar a respiração sobre as águas.

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Cinco dezenas de atletas estiveram em Montargil 62

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oi um fim-de-semana em cheio para os amantes dos desportos náuticos – com o Montargil Ski & Wake a mobilizar cerca de cinco dezenas de atletas para uma competição que se revelou extremamente disputada. Numa organização conjunta da Federação Portuguesa de Motonáutica (FPM - entidade que tutela no nosso país as duas disciplinas), Nautique Portugal e Associação Portuguesa de Wake (APW) o evento assinalou o regresso dos dois desportos às paisagens clássicas da albufei-


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ra da barragem de Montargil, no Alentejo. No caso do Ski Náutico, estava em causa a disputa da segunda etapa do Torneio Nacional. Francisco Rodrigues, de 26 anos, acabou por dominar na categoria rainha (Open Masculinos) – depois de arrasar a concorrência a contornar três boias a 58 km/hora (com um cabo de 12 metros). O atleta da Water Ski Academy reforçou assim a sua liderança na competição: “Estou muito feliz e motivado para a última etapa do torneio, que vou ter o prazer de disputar em casa!”. No Wakeboard, a competição pontuou para o Circuito Nacional (segunda etapa). Bernardo Branco, de 23 anos, acabou por ser o protagonista da jornada na classe rainha (Open Masculinos): “Na primeira passagem da final garanti a vitória com um conjunto de mortais com rotação de 360 graus. Tudo o que veio a seguir foi a somar”. O atleta da Seleção Nacional lidera o ranking e aposta na vitória do

Vencedor em Ski Náutico

circuito, que termina em setembro em Castelo do Bode. Vasco Trindade, da FPM, faz o balanço do “Montargil Ski & Wake by Nautique”: “Foi muito

Pódio em Wakeboard

bom regressar a Montargil e neste momento podemos já adiantar que está garantido o regresso a estas paisagens no próximo ano. É um palco com exce-

lentes condições para a prática do Ski Náutico e do Wakeboard que vale a pena aproveitar”. A competição já tem a continuidade assegurada para 2020

Pódio em Ski Náutico 2019 Setembro 393

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Surf

Notícias do Surf Clube de Viana do Castelo

Mafalda Lopes e Gabriela Dinis são campeãs nacionais de surf esperanças

Mafalda Lopes em ação Mafalda Lopes e Gabriela Dinis sagraram-se campeãs nacionais de 2019 em Sub-18 e em Sub-16 respetivamente, no dia 1 de Setembro, na Finalíssima do Campeonato Nacional de Surf Esperanças, que teve lugar na praia da Arda, em Viana do Castelo.

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Mafalda Lopes 64

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iago Matos, diretor técnico da prova referiu “este campeonato correu muito bem, apesar das condições desafiantes. Ontem foi o nevoeiro e hoje o vento. O nível esteve muito bom”. Mafalda Lopes, da Associação de Surf da Costa da Caparica (ASCC), revalidou o título de campeã Sub-18 conquistado anteriormente também em Viana do Castelo. Teve uma prestação muito consistente e com scores altos ao longo de toda a competição. Tanto no sábado como hoje, protagonizou os scores totais mais altos,


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Gabriela Dinis em ação

13.50 e 14.65 respetivamente. “Estou super satisfeita com a minha prestação e por ter sido bicampeã de Sub-18. Há muito que não tinha um campeonato tão consistente”, referiu Mafalda, que já está de olhos postos na Taça de Portugal e no seu grande objetivo: o Pro Junior nos Açores. A sua colega de equipa, Matilde Passarinho, por uma diferença de 5.45 pontos, sagrou-se vice-campeã, seguida por Constância Simões, do Clube Naval de Portimão, e por Gabriela Dinis. “Cheguei esta sextafeira a Portugal e fui, ao longo da competição, adaptando-me ao fato e às ondas. Tendo culminado

Gabriela Dinis

Estrutura da prova 2019 Setembro 393

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Matilde Passarinho em prova

Constância Simões em ação

Benedita Teixeira na prova 66

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com uma final bem disputada com uma amiga”, disse Matilde. Gabriela Dinis, do Clube Lombos Praia, conseguiu, com um score total de 12.90 na final, concretizar o objetivo que havia traçado: conquistar o lugar mais alto do pódio em Sub-16. “Estou satisfeita por ter conseguido fazer o meu surf e ter atingido o meu objetivo neste campeonato que teve boas ondas”, avançou Gaby, que, caso seja convocada, vai tentar fazer uma boa prestação no ISA Campeonato do Mundo Júnior, na Califórnia. Benedita Teixeira, também da ASCC, sagrou-se vice-campeã em Sub-16, com o score de 9.55. “Este foi um bom campeonato, no qual consegui superar o meu objetivo. Tentei sempre manter-me ativa e fazer o máximo de ondas”, explicou. Segue-se o Pro Junior nos Açores, no qual vai lutar para ir o mais longe possível. Ainda nesta categoria, Maria Chaves, do Ericeira Surf Clube, e Constância Simões, do Clube Naval de Portimão, ficaram na 3ª posição. Raquel Otero, atleta do Surf Clube de Viana (SCV), foi 7ª classificada em Sub-16. Esta prova, organizada pelo SCV e pela Federação Portuguesa de Surf, contou


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Maria Chaves em prova

Pódio sub 18

Pódio sub 16

com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, do Instituto Português do Desporto e da Juventude, da Fundação do Desporto, da Roxy, da Viana Segura e da Cabo d´Mar.

As campeãs

As atletas no Surf Clube de Viana do Castelo 2019 Setembro 393

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Surf

Jogos Olímpicos do Surf

Frederico Morais garantiu vaga olímpica para Portugal

Frederico Morais Ao chegar às meias-finais do ISA World Surfing Games 2019, que se disputou entre os dias 7 e 15 de Setembro em Miyasaki, no Japão, Frederico Morais ultrapassou todos os restantes surfistas europeus que foram eliminados e garantiu para Portugal a vaga olímpica destinada à Europa.

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As equipas na praia 68

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ISA World Surfing Games é o Mundial de seleções da International Surfing Association, onde Portugal participou para disputar com outras 54 nações um lugar nos próximos Jogos Olímpicos. O objectivo desta competição foi atribuir oito vagas para os Jogos Olímpicos que se vão disputar em 2020 no Japão. Quatro distribuídas por cada um dos melhores surfistas masculinos da Europa, Ásia, Áfica e Oceania e outras quatro atribuídas às melhores surfistas de cada um destes continentes.


Surf

“Kikas” saudado pelo selecionador David Raimundo

Há as duas vagas americanas já garantidas nos Jogos Pan-Americanos, neste caso, ao Peru.A estas vagas acrescem aquelas que serão conquistadas nos ISA World Surfing Games de 2020, mais 4 homens e 8 mulheres e ainda as atribuídas no circuito mundial da World Surf League com10 homens e 8 mulheres. Na disputa do ISA World Surfing Games 2019, depois de apurado para as meiasfinais e ter obtido a tão ambicionada vaga olímpica para Portugal, numa jornada épica em que levou de vencida alguns dos maiores nomes do surf mundial da actualidade, Frederico Morais acabou por ser batido, por margem mínima, na penúltima bate-

ria das repescagens, muito perto de lutar por um lugar na final que foi vencida pelo brasileiro Ítalo Ferreira. Frederico foi eliminado em terceiro lugar, com 12.53, enquanto o segundo da bateria, o japonês Shun Murakami teve um score total de 12.57 e o vencedor do heat, o marroquino Ramzi Boukhiam somou13.64. Por curiosidade, Shurakami acabaria por chegar à final, ficando em quarto lugar, atrás de Ítalo, do norte-americano Kolohe Andino e do brasileiro Gabriel Medina. Frederico Morais terminou em 7ºPara Portugal, com uma vaga já conquistada pelo “Kikas”, a participação nos eventos de 2020, ainda dá a possibilidade de haver mais surfistas portugueses nas Olimpíadas do Japão. O seleccionador nacional David Raimundo convocou para o ISA World Surfing Games 2019 uma equipa formada por Frederico Morais, Vasco Ribeiro e Miguel Blanco para disputarem o

Frederico Morais

David Raimundo e Kikas 2019 Setembro 393

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Surf

Carol Henrique

Carol Henrique apuramento maculino e Carol Henrique, Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira em femininos, de momento os atletas em que a Federação

Portuguesa de Surf depositava mais confiança. O ISA World Surfing Games 2019 iniciou-se com a competição feminina.

Teresa Bonvalot 70

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As três surfistas nacionais iniciaram as baterias a vencer e só foram afastadas da competição ao terceiro dia. Carol Henrique foi a surfista portuguesa que chegou mais longe, soçobrando na quinta ronda das repescagens, num heat ganho pela norte-americana Courtney Conlogue, uma das “armas pesadas” do World Tour presentes na competição. Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira perderam na quarta ronda, com Yolanda a disputar a mesma bateria de Carol Henrique mas a ficar em quarto no heat, menos feliz que a companheira de equipa.

Quanto às classificações, Carol Henrique ficou em 29º lugar, Teresa Bonvalot em 33º e Yolanda Sequeira em 41º No que concerne à vaga olímpica europeia feminina, esta foi para Israel, graças à prestação de Anat Leilor. Quando começou a competição masculina, também Vasco Ribeiro, Frederico Morais e Miguel Blanco entraram a ganhar e ultrapassaram com relativa facilidade os primeiros obstáculos no caminho do sonho olímpico Ao passar a ronda 4 Frederico Morais já era o melhor europeu. Kelly Slater, Ítalo Ferreira ou Kanoa Igarashi foram alguns dos nomes que “Kikas” bateu a caminho das meias-finais. Além do português já só resistiram três europeus e todos nas repescagens. Vasco Ribeiro saiu na ronda 3 e Miguel Blanco caiu na ronda 4 das repescagens. Entretanto, o afastamento do alemão Leon Glatzer, do espanhol Vicente Romero e do italiano Angelo Bonomelli na ronda 8 das repescagens ditou que Portugal conseguisse um lugar histórico nos primeiros Jogos Olímpicos do surf No final, Frederico Morais confessou-se algo insatisfeito por não ter ido mais longe na competição, mas consciente que o “o princi-

Yolanda Sequeira


Surf

pal objetivo” estava cumprido: “Claro que o principal objetivo era o acesso aos Jogos Olímpicos, mas tinha na cabeça o que queria atingir e onde queria chegar. Infelizmente, não consegui alcançar a final mas sinto-me super feliz com o feito alcançado e mais otimista e preparado para o resto da temporada”. Já o selecionador nacional David Raimundo e o presidente da Federação Portuguesa de Surf, João Aranha, tal como a restante comitiva, já só celebravam a conquista de um lugar nos Jogos Olímpicos. “É o meu momento mais alto enquanto Selecionador. Já conquistámos dois Europeus e três segundos lugares consecutivos em Mundiais mas conseguir o lugar olímpico é um sonho para mim e para todos nós. É evidente que queríamos já garantir a vaga masculina e a feminina mas conseguir este feito no Mundial ISA mais difícil, mais participado e competitivo de sempre é muito gratificante”, declarou o técnico nacional David Raimundo. O presidente João Aranha já pensa nas repercussões desta presença olímpica e no que isso representa para todo o surf nacional: “Na verdade, não sabemos o que vai acontecer, além do aumento dos programas olímpicos. Mas a verdade é que entramos na elite das elites. O torneio de surf olímpico vai ter 20 atletas e Portugal, para já, vai ter um deles. É um marco na História do surf nacional e mundial e seria bom que o Governo aproveitasse este momento para reconsiderar a aprovação de um decreto-lei caduco que diz respeito ao financiamento das federações e, especi-

Miguel Blanco ficamente, à remuneração dos seus quadros. Estamos a lutar pela profissionalização dos quadros de gestão e embora tenham dado um passo na direção certa, ainda estamos muito longe do ideal.” Finalmente, em jeito de despedida deste campeonato histórico, e em reação às muitas mensagens recebidas através das redes sociais e dos ecos que, entretanto, chegaram ao Japão, Frederico Morais quis deixar uma mensagem: “Aqui vamos tendo alguma noção do impacto deste feito em Portugal e é ótimo saber

Miguel Blanco e David Raimundo que estamos a fazer um bom trabalho para o surf português e para o Desporto em geral. Com esta qualificação olímpica quis

alimentar os sonhos das nossas crianças e mostrar que com trabalho, esforço e dedicação, tudo é possível.”

Vasco Ribeiro 2019 Setembro 393

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Notícias do Mar

Últimas

Sintra Portugal Pro 2019

Anas Haddar

Anas Haddar, Sari Ohara e Sammy Morretino Reis na Praia Grande

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arrocos, Japão e Havai subiram aos lugares mais altos dos pódios masculino, feminino e Dropknee da 24ª edição do Sintra Portugal Pro. Rodrigo Lopes foi o segundo classificado do Pro Junior ganho pelo francês Ethan Capdeville que se disputou de 10 a 15 de Setembro na Praia Grande Muita emoção e vencedores inéditos foram os ingredientes para mais um dia de decisões na grande festa do bodyboard que é o Sintra Portugal Pro 2019, a etapa mais antiga (realizada de forma ininterrupta) do circuito mundial que terminou no dia 15. O marroquino Anas Haddar foi o vencedor da competição open masculina, a japonesa Sari Ohara venceu a prova feminina, o havaiano Sammy Morretino triunfou no dropkee e o francês Ethan Capdeville bateu o português

Rodrigo Lopes na final do Projunior. Miguel Ferreira e Joana Schenker receberam troféus para os melhores portugueses, ambos em 5º lugar do open e feminino, respetivamente. Sem dúvida, o grande vencedor foi Sammy Morretino, de 23 anos, que venceu a competição de Dropknee numa final frente ao compatriota Dave Hubbard e assim conquistou o terceiro título mundial da especialidade. Marca importante se bem que

Sammy Morretino Reis

distante do seu adversário na final, o mais galardoado especialista da modalidade, com oito títulos mundiais. Na prova open masculina, o marroquino Anas Haddar terminou o evento da mesma maneira que o começou: a surfar de forma incrível, não dando qualquer hipótese a Dave Hubbard, o havaiano que conseguiu a proeza de estar em duas finais do Sintra Portugal Pro, uma prova da incrível versatilidade que o tornou uma lenda deste desporto.

Na prova feminina, um misto de comédia e emoção. A japonesa Sari Ohara deixou toda a gente à sua espera na cerimónia de entrega de prémios mas quando apareceu deixou todos os fãs comovidos com um discurso emocionado que a levou às lágrimas: Finalmente, no projunior, uma vitória simbólica para os 25 anos de história deste evento, com o francês Ethan Capdeville, filho do antigo campeão mundial Nicolas Capdevile e antigo vencedor do Sintra Pro, a bater o português Rodrigo Lopes na final. O sul-africano James Clayden e o francês Simon Andrieux foram o terceiro e quarto classificado. Para 2020, o Sintra Portugal Pro celebra 25 anos e a organização promete mais e melhor para este histórico evento que a APB descreve como “o coração do circuito mundial.”

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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