Notícias do Mar n.º 388

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Estratégia

para Aumentar a Competitividade dos Portos Nacionais até 2026 O Governo apresentou a Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente - Horizonte 2026 que é a aposta no mar como um desígnio nacional, assente numa estratégia a médio e longo prazo, sustentada na potenciação das atividades económicas do mar, na criação de negócios que levem à geração de emprego e ao aumento das exportações, dinamizando o crescimento do transporte marítimo.

C

om um investimento total de 2,5 mil milhões de

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euros, sendo 83 % privado, 11 % público nacional, 6 % europeu, vai-se promover o

desenvolvimento de estaleiros, a dinamização de diversos cluster da economia azul

e a criação de novos negócios. Quanto às operações de carga.o Governo estima um crescimento de 130% só para Sines e de 88% no total nacional. Pretende-se aumentar em 200% a movimentação de contentores nos portos comercias do continente, aumrentar o tráfego fluvial de mercadorias e reduzir em 20% o tráfego rodoviário de ligação aos portos. Esta estratégia deve-se ao aproveitamento sustentável das potencialidades do mar, para permitir que Portugal assuma um papel de liderança num sector que constitui uma aposta de futuro, reforçando a posição geoestratégica nacional e


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Porto de Sines Terminal XXI contribuindo para o sucesso da economia do mar, assentando no reforço da centralidade euro-atlântica do ponto de vista portuário e logístico. Deve-se salientar o crescimento das trocas e a distância entre os principais centros de produção e consumo, a partir da década de noventa, que foi determinante para o crescimento do transporte marítimo, Ao longo dos últimos 20 anos não só se registou um crescimento do número de navios como também se assistiu ao incremento da sua capacidade, sobretudo nos navios porta-contentores, fruto da necessidade de deslocar maiores volumes de carga. Por outro lado, a procura contínua de ganhos de eficiência na cadeia de transporte conduziu ao aumento da dimensão dos navios e à modernização dos processos de movimentação

Porto de Viana do Castelo

Estaleiro Naval de Viana do Castelo 2019 Abril 388

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Porto de Leixões de carga ao nível dos terminais de contentores.

Prolongamento do quebra mar do porto de Leixões

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Novos Desafios do Comércio Mundial e Transporte Marítimo No período de 1990 a 2008 o volume do comércio mundial duplicou, face ao crescimento do produto interno bruto (PIB) mundial. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimen-

to (UNCTAD) verifica-se uma tendência para o enfraquecimento da relação entre o crescimento do comércio mundial e o PIB mundial, com implicações de longo prazo para o comércio marítimo e transporte marítimo mundial. De igual modo, observando a evolução do comércio marítimo de mercadorias em Portugal e tendo em consideração a profunda crise e recessão de 2009, constata -se um notável crescimento do comércio marítimo de mercadorias no período 2007 a 2016 (37 %) em comparação com a evolução do PIB nacional para o mesmo período. É com o fenómeno da globalização que o transporte marítimo encontrou novos factores que afectaram e impulsionaram o volume de bens transacionados à escala mundial. De acordo com a OCDE, em 2050 o transporte de mercadorias representará mais de 385 mil milhões toneladas-quilómetro, ou seja 4,3 vezes o valor de 2010, prevendo-se que o trans-


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porte marítimo continuará a ser o principal modo de transporte do comércio internacional, representando cerca de 83 % do volume total em 2050, acompanhada por uma alteração geográfica das rotas marítimas de comércio mundial. As mercadorias transportadas de África aumentarão em 52 % até 2050, ultrapassando a densidade de valor das importações do Espaço Económico Europeu, Turquia, América do Norte e América do Sul. Estima-se que a China e a Coreia do Sul sejam os maiores exportadores de bens de elevado valor (componentes eletrónicos, telemóveis, etc.). Por outro lado, a importação de produtos agrícolas e de bens alimentares crescerá exponencialmente na China e em África. Segundo as projeções da OCDE, os principais fornecedores de bens alimentares serão EUA (38 %), Europa (11 %) e Brasil (8 %). Para fazer face às nessecidade e responder à competividade, as frotas marítimas mundiais têm aumentado a sua dimensão, resultando em impactos estruturais nas infraestruturas portuárias e os portos de águas profundas passaram a desempenhar um papel de distribuidores e de alimentadores, dos outros portos do sistema mundial. Num curto prazo de tempo, passou-se da geração de navios Panamax, os navios que antigamente atravessavam o Canal do Panamá, para uma geração “pós Novo Panamax” e actualmente para os gigantes “Triple E” com capacidades acima de 19 000 TEU

Porto de Aveiro

Transporte Marítimo Europeu O transporte marítimo desempenha um papel essen2019 Abril 388

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quinto (19,2 %) da tonelagem movimentada por todos os portos da UE. Portugal encontra -se em primeiro lugar no ranking de países da UE com comércio de mercadorias transportados por via marítima com países terceiros, registando 81 %do valor comercial, seguido do Chipre (80 %), Grécia (77 %), Espanha (74 %), Malta (67 %), Itália (61 %) e Finlândia (60 %), conforme se verifica no quadro seguinte. Com mais de 50 % de quota de comércio internacional encontram -se os Países Baixos, a Roménia, a Bulgária, a Dinamarca e a Alemanha.

Figueira da Foz cial no comércio internacional de mercadorias da União Europeia (UE). Em 2015, o valor do comércio de mercadorias da UE com países terceiros (países não comunitários) transportados por

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via marítima foi estimado em cerca de 1.777 milhões de euros, representando cerca de 51 % do comércio de mercadorias da UE (53 % de importações e 48 % das exportações da

UE para países terceiros). Roterdão, Antuérpia e Hamburgo, todos localizados na costa do Mar do Norte, foram os três principais portos de carga da UE em 2014, respondendo por quase um

Os Portos ibéricos Espanha encontra-se em quarto lugar no ranking do comércio extraeuropeu, detendo 46 portos que registaram em 2015 um movimento de total de mercadorias de cerca de 500 milhões de toneladas. Algeciras foi o primeiro hub (porto de


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sim um porto estratégico no desenvolvimento do comércio entre a Ásia, Europa e América do Sul.

Terminal de Cruzeiros de Lisboa transhipment) da Península Ibérica e o primeiro a colher os benefícios de uma localização geográfica única em meados da década de 1990, tendo a sua quota de mercado decrescido gradualmente nos últimos anos. Embora mantenha a sua posição de liderança, enquanto maior

porto do mediterrâneo, com um volume de 4,76 milhões de TEU em 2016, com cerca de 95 % do seu rendimento relacionado ao negócio de transbordo, destaca -se a subida de Sines em 2016, para 15.º lugar no Top 15 dos maiores portos de contentores da Europa, atingin-

do 1,513 milhões de TEU. De igual modo, quando analisada a quota de mercado de Sines face aos 4 principais hubs do sul da Europa (Algeciras, Tanger Med, Málaga e Valência) verificase o aumento da quota de 2,7 % em 2008 para 10,7 % em 2016, tornando -se as-

Os Portos Nacionais Os portos do continente atingiram em 2016 um volume recorde de movimentação de mercadorias de 93,9 milhões de toneladas, ultrapassando em 5,1 % o valor de 2015, tendo registado um total de 10.812 escalas de navios das diversas tipologias com uma capacidade 4,7 % superior a 2015, traduzida num volume global de 200,4 milhões de arqueação bruta (GT). Os dados demonstram assim a tendência, por um lado, para o aumento de escalas de navios de maiores dimensões e, por outro, para a diminuição dos navios de menores dimensões, colocando assim um maior desafio aos portos do continente para criar condições para a recepção de navios de maiores dimensões. Num cenário em que Por-

Terminal Multimodal do Barreiro 8

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tugal já se encontra bem dotado de vários tipos de infraestruturas, a competitividade do País requer que o investimento seja selecionado, criterioso e bem focado, para ter sucesso. O sector do mar constitui a mais importante aposta de futuro, por isso, a melhoria das condições e acessibilidades marítimas e terrestres, e infraestruturas portuárias é absolutamente vital também para o desenvolvimento da indústria naval, da pesca e náutica de recreio. O sistema portuário nacional tem de estar preparado para aproveitar as novas oportunidades, incluindo as decorrentes da alteração das rotas do tráfego marítimo global associadas ao alargamento do Canal do Panamá. Os portos do continente constituem um pilar fundamental para o desenvolvimento económico de Portugal e para a alavancagem das exportações. Deve-se aproveitar de forma mais eficiente as vantagens competitivas do posicionamento estratégico do país, apostando no aumento da competitividade crescente a nível global dos portos do continente e das cadeias logísticas nacionais, reforçando a ligação à Rede Transeuropeia de Transportes (RTE- T) e potenciando

a criação das autoestradas do Mar. No âmbito das Redes Transeuropeias de Transportes assume importância estratégica o Corredor Atlântico, que liga os portos principais da RTE- T, Sines, Lisboa e Leixões a Espanha, França e Alemanha e, por essa via, a toda a rede europeia. Os portos deverão estar preparados para dar resposta às grandes alianças marítimas, criadas para aproveitamento de sinergias, de espaços e de redução de custos, sobretudo nas grandes viagens transoceânicas, traduzindo-se em novas rotas marítimas de comércio e impacto na alteração de serviços marítimos existentes. Previsão até 2026 Alteração das rotas marítimas, fruto das alianças entre os maiores armadores. Crescente procura de armadores chineses por terminais Hub na Europa. Maiores armadores mundiais, com investimento projectado para Portugal (Caso MSC e intenção de outros players mundiais). O efeito contentorização provoca o aumento das mercadorias transportadas por contentor nos próximos anos. Efectivo alargamento do

Porto de Setúbal 2019 Abril 388

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importações da indústria automóvel. Aumento da produção no sector de construção e metalúrgico. Aumento da procura global de GNL.

No Porto de Sines, Zoe a descarregar Hinterland dos portos do continente a Espanha, com a dinamização da infraestrutura ferroviária. Efeito transhipment em Portugal: Sines e Lisboa aumentam capacidade e reforçam posicionamento do mercado de transhipment, com incremento do feedering e da

transferência modal. Aumento do consumo interno nacional (índice de confiança do consumidor atingiu o valor mais elevado de sempre em 2016). Aumento do comércio externo da fileira da indústria alimentar. Aumento das exportações e

Pilares Estratégicos Afirmação de Portugal enquanto plataforma logística global geradora de valor, com os atributos que hoje lhe são exigidos em termos de dimensão física (cais, fundos, áreas adjacentes disponíveis, acessibilidades marítimas e terrestres) e de dimensão tecnológica e digital (pela simplificação de procedimentos e utilização de novas tecnologias), garantindo as boas práticas de sustentabilidade social, ambiental e económico-financeira. Criação de um hub portuário acelerador de negócios

com capacidade para atrair o investimento e apoiar a internacionalização da economia portuguesa. Afirmação de Portugal enquanto hub de gás natural liquefeito (GNL) do Atlântico, com uma aposta clara na inovação nas atividades de green shipping. Novos Negócios 1 - Energias Renováveis Oceânicas. Desenvolvimento de tecnologias de aproveitamento das energias renováveis oceânicas (eólica offshore e energia das ondas) Viana do Castelo Aveiro Estaleiros Navais de Peniche Lisboa Setúbal 2 - Navios Especializados. Produção de navios especializados (Exemplo: bunkering offshore GNL, suportes às

Porto de Sines porta-contentores a descarregar 10

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Projeto do cais fluvial de Castanheira do Ribatejo operações de manutenção de renováveis e petróleo offshore, investigação oceânica, etc.) Viana do Castelo Figueira da Foz 3 - Green Shipping. Capacidade onshore e/ou offshore de abastecimento GNL; Investigação para o aumento da eficiência ener-

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gética dos navios e portos Viana do Castelo Leixões Aveiro Figueira da Foz Lisboa Setúbal Sines Portimão 4 - Engenharia e Robótica Oceânica

Serviços de I&D e comerciais de engenharia de estruturas offshore, navios autónomos e de robótica submarina Leixões Lisboa Setúbal Sines 5 - Portos Digitais (Indústria 4.0) Capacidade instalada de

digitalização e integração das funções de transportes e logística; Incubação de start-ups especializadas na digitalização dos serviços portuários e na criação de ferramentas de otimização da gestão portuária (exemplo: modelação de «big data» aplicado à gestão preditiva dos fluxos de movi-


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Porto de Portimao mentação portuária) Viana do Castelo Leixões Aveiro Figueira da Foz Lisboa Setúbal Sines Portimão 6 - Green Port. Desenvolvimento de soluções industriais que aumentem a sustentabilidade ambiental do shipping (exemplo: Inovação da Ecoslops em Sines) Sines 7 - Reparação Naval Náutica de Recreio Desenvolvimento de capacidades inovadoras no negócio e na reparação naval da náutica de recreio Lisboa Setúbal Portimão Projetos de Investimento até 2026 Com um investimento total de 2,5 mil milhões de euros, vão ser feitas intervenções em todos os portos comerciais. Viana do Castelo Aprofundamento do Canal de Navegação Melhoria do Acesso Rodoviário Leixões Novo Terminal de Contentores (Fundos -14 m ZH) 2019 Abril 388

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Reparação naval da náutica de recreio Vai ser desenvolvida Reconversão do Terminal de Contentores Sul (TCS) Aumentar Eficiência do Terminal de Granéis Sólidos e Alimentares Plataforma Multimodal Logística (Polos 1 e 2) Via Navegável do Douro Via Navegável do Douro

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2020 Aveiro Construção de Terminal Intermodal na Zona de Atividades Logísticas e Industriais (ZALI) Infraestruturação da Zona de Atividades Logísticas e Industriais (ZALI)

Implementação da Operacionalidade do Terminal de Granéis Líquidos Figueira da Foz Melhoria das acessibilidades marítimas e das infraestruturas Melhoria da segurança e operacionalidade na entrada

do Porto Lisboa Novo Terminal Multimodal do Barreiro Navegabilidade Transporte Fluvial até Castanheira do Ribatejo Construção do Novo Terminal de Cruzeiros (Fase 2) Aumento da Eficiência do Terminal de Alcântara Setúbal. Melhoria das Acessibilidades Marítimas Sines. Expansão do Terminal XXI (3.ª Fase) Novo Terminal de Contentores - Terminal Vasco da Gama Portimão Melhoria das Acessibilidades Marítimas e Infraestruturas Marítimas Transversais. Implementação da Janela Única Portuária III/Janela Única Logística Implementação da Fatura Única Portuária Modernização do VTS Implementação do Conceito Legal de Porto Sec


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Náutica Texto Antero dos Santos Fotografia Jeanneau

Novidade Jeanneau Cap Camarat 9.0 CC

Para o Máximo Desempenho a Navegar e Pescar

O novo Jeanneau Cap Camarat 9.0 CC Um novo Jeanneau foi lançado para 2019, o modelo Cap Camarat 9.0 CC, topo da gama, com o casco desenhado pelo famoso designer americano Michael Peters, o barco tem a elegância e o estilo dos barcos de pesca desportiva dos USA.

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Posto de comando do Cap Camarat 9.0 CC 16

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ara Portugal é a Nautiser / Centro Náutico que tem a importação em exclusivo, do estaleiro francês Jeanneau, das embarcações a motor. A gama Cap Camarat é a mais antiga e considerada com uma forte imagem de marca a de maior prestígio do estaleiro. Desde o início foi desenvolvida dirigida a um consumidor exigente e bastante conhecedor do mar e do que é necessário um barco possuir para ter um desempenho seguro e eficiente. Estas embarcações destinaram-se aos aficionados da pesca lúdica franceses e foram sempre desenhadas e construídas de forma a


Náutica

O poço e o posto de comando

Cap Camarat 9.0 CC é muito estável e não balança quando está parado 2019 Abril 388

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Náutica

Banco do piloto

Painel de instrumentos

serem robustas, para navegarem nas águas mexidas e duras do Atlântico Norte. A Jeanneau para os clientes dos Cap Camarat, constrói um barco prático, robusto e marinheiro, satisfazendo um amplo mercado deste tipo de embarcações A filosofia da Jeanneau é conseguir, através da inovação, o design e utilizando as mais modernas tecnologias de PRFV com os melhores materiais, uma produção de qualidade e os barcos com os melhores acabamentos na fibra. O estaleiro Jeannerau nunca pára de procurar inovações. Todos os anos modelos, com novas características e novos e diferentes equipamentos são

O poço

Cap Camarat 9.0 CC foi construído de forma robusta 18

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Náutica

Jeanneau Cap Camarat 9.0 CC foi desenhado pelo famoso designer Michael Peters instalados. Este ano uma das novidades foi o Cap Camarat

9.0 CC. Os barcos de pesca desportiva americanos, optaram

há muitos anos pelas motorizações fora de borda. Principalmente porque são mais

Móvel bar e cozinha 20

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rápidos e de melhor manutenção, Actualmente, com motorizações fora de borda até


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aos 425 HP, os estaleiros já podem desenvolver perfeitamente embarcações rápidas e seguras para a pesca desportiva ou o Big Game. A gama Cap Camarat de 2019 é constituída por cinco modelos, 5.1 com 5,15 m, 5.5 com 5,48 m, 6.5 com 6,86 m, 7.5 com 7,37 m e o novo Cap Camarat 9.0 CC, com 9,12 m de comprimento. Para pescar e divertir com a família O Cap Camarat 9.0 CC, com consola central e um Hard-top sobre o posto de comando, é um barco com linhas elegantes, com uma série de inovações não só para a pesca, mas também para ampliar a comodidade e o conforto dos passeios familiares. E uma delas é a cabina com cama para duas pessoas pernoitarem e um quarto de banho, para passarem confortavelmente uma ou duas noites a bordo. Neste barco o estaleiro desenvolveu três áreas

O Cap Camarat 9.0 CC tem um casco muito bem adequado ao mar distintas que reforçou com equipamento, para aumentar a comodidade dos ocupantes. O poço, a consola de comando e a proa. O poço tem entrada por bombordo à popa e dispõe de um confortável banco em L e de um móvel bar/cozinha com fogão, lavatório e frigorífico, atrás do banco do pos-

to de comando, podendo-se montar uma mesa ao meio para as bebidas e refeições. No piso há um porão e sob

o banco da popa existem compartimentos onde se pode montar um viveiro de isco vivo, guardar o peixe ou

O solário à proa

O poço com mesa montada

Na área da proa pode-se montar uma mesa 2019 Abril 388

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Náutica

Cap Camarat 9.0 CC curva com seurança arrumar a palamenta. O posto de comando com uma consola larga foi desenhado com uma elevada

ergonomia, para oferecer o máximo conforto, com um banco triplo, ao piloto e a mais dois tripulantes. O pá-

rabrisas é bastante alto e o Hard-top em tubo com cobertura em fibra tem transportadores de canas. De

cada lado na borda, junto à consola está montado um porta-canas, mesmo à mão dos pescadores. A porta da

A área da proa

A cabina 22

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Quarto de banho na cabina


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cabina fica a bombordo na consola. Em virtude da amplitude da consola, o painel de innstrumentos, a toda a largura, tem espaço e fácil leitura de toda a electrónica que se queira montar. A área da proa destinase aos passeios familiares, quando o barco está parado nos momentos de convívio e espaço para as manobras de fundear. Dispõe de excelente conforto devido ao banco à frente da consola e aos assentos montados. Nesta área pode-se montar também uma mesa de refeições ou um amplo solário, quando chegar a hora dos banhos de sol. A cabina mostra um interior surpreendente, com bastante luz, devido à clara-

Cap Camarat 9.0 CC com dois Yamaha F250

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Náutica

O Cap Camarat 9.0 CC apresenta o clássico casco da gama bóia triangular no tecto. Tem também uma escotilha sobo banco da popa, para arejamento da cabina. O quarto de banho tem sanitário marítimo, lavatório e uma escotilha para entrada de ar. O casco marinheiro O Cap Camarat 9.0 CC apresenta o clássico cas-

co da gama, mantendo as suas caracteristicas de marinheiro, bom para o mar, ainda mais valorizado pelas dimensões do barco com 9,12 metros de comprimento. Com o casco adequado no mar, quanto maior for um barco, melhor é o seu desempenho em segurança e

conforto. O Cap Camarat 9.0 CC tem o casco com um V profundo, a proa elevada e com um design deflector. Comporta dois robaletes de cada lado e planos de estabilida-

de laterais ligeiramente salientes da proa à popa. Com este tipo de casco, o Cap Camarat 9.0 CC, curva com seurança, adornando um pouco e não balança, quando está parado.

Características Técnicas Comprimento total

9,12 m

Comprimento do casco

7.96 m

Boca

2,98 m

Calado

0.65 m

Peso

2.380 kg

Capacidade combustível

2 x 200 L

Depósito água doce

100 L

Cabinas

1

Categoria CE

B8/C11

Motor recomendado

1 x 350 HP / 2 x 250 HP

Preço com motor 2x Yamaha F 200 c/IVA

127.000 €

Preço com motor 1x Yamaha 425 c/IVA

130.000 €

Importador Exclusivo Nautiser Centro Náutico – Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 22 36 820 - Mail: comercial@nautiser.com www.nautisercentronautico.pt

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Náutica

Notícias Yamaha

Grupo Angel Pilot Nomeado Melhor Vendedor Yamaha do País Pelo Terceiro Ano Consecutivo

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com enorme satisfação que anunciamos que o Grupo Angel Pilot foi nomeado, pelo terceiro ano consecutivo, o melhor concessionário Yamaha Marine do ano,

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nas três categorias: Motores fora-de-borda, Waverunners e Peças & Acessórios. A relação com esta grande marca iniciou-se há mais de 25 anos, com a venda de motos de água. Em 2005, a

parceria foi fortificada com o início da comercialização de motores fora-de-borda e packs powered by Yamaha. Atualmente, o Grupo Angel Pilot, além de ser o maior vendedor em todas as cate-

gorias de produto, é também parceiro através das marcas Capelli e Sunchaser empowered by Yamaha. A vantagem competitiva da empresa está, não só na capacidade de vender e tro-


Náutica

Stefania e Alessandro Balzer car barcos/motores/motos de água constantemente, mas também no excelente serviço que é capaz de prestar no momento da venda, e

principalmente, após a venda. A equipa Angel Pilot agradece a confiança dos milhares de clientes que todos os

anos contribuem para este resultado e também à equi-

pa YAMAHA MARINE pelo apoio incondicional.

Pedro Deus e Flávio Batista 2019 Abril 388

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Electrónica

Novidades Nautel

Humminbird

Novas séries Helix 8 e Helix 9 A HUMMINBIRD passa a ter duas novas séries, que partilham o mesmo tipo de unidade de ecrã, sendo que numa está um display de 8” e noutra, 9” .

A

designação, ainda que não apareça na face dos equipamentos, fica conhecida como G3N . G3 designa 3ª geração, o “N” é para “network”. Ou seja, o multifunções pode acomodar antena de Radar, ter segunda estação, e outras formas de rede. Na composição das séries há modelos com sonar

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de varrimento lateral (Megaimaging+) , outros com Sonal vertical. Outras funcionalidades distintivas AUTOCHART LIVE: Capacidade de auto-mapeamento instantâneo dos fundos, no próprio equipamento, sem recurso a qualquer tipo de processamento externo, e

de uma forma simples e intuitiva. Podem usar também o software de PC, Autochart e Autochart PRO. Trata-se de um software especial, agora também já residente nas Helix. Foi inicialmente concebido, e ainda existe também nesse formato, como um Software Científico para PC, de coleta de dados de GPS e Sonda para se construir uma carta do fun-

do, com muito mais batimetria, precisão, e informação atualizada ao momento. O poderoso algoritmo matemático do AUTOCHART LIVE, exclusivo da Humminbird, consegue iniciar a criação e visualização, mal a embarcação comece a navegar, e a função estiver ligada. DualSpectrum CHIRP: Todas as unidades Combo (GPS/Chartplotter/Sonda) executam a sondagem na base desta nova técnica exclusiva da Humminbird. Em Dual Spectrum CHIRP opera de 150 a 220KHz. XD-Extreme Depth: Para aqueles que procuram deteção dos fundos a maior profundidade, tipo de 500 a 700m, as unidades vêm agora com a possibilidade de pelos menus mudarem a frequência para 50/200KHz, e adquirindo os respetivo transdutor para painel de popa, para casco em plástico ou bronze. Possibilidade de ligação a antena externa externa de GPS : Para barcos com cabines em ferro, ou madeira. MegaImaging +: Quanto mais alta a frequência, maior a definição e a claridade com que se vêm os objetos subaquáticos, portanto pode-se imaginar o que este desenvolvimento vem a trazer. A seguir ao MegaImaging, veio o MegaImaging+ que conjuga a maior definição com também um maior alcance (60m para cada lado e 60m na profundidade). Frequências de 50/83/200KHz (com mais 455, 800, 1200, nas MegaImaging+).


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Comunicado WWF

Falta Responsabilizar para Resolver a Crise dos Plásticos

A poluição global por plásticos é um problema que foi criado no espaço de uma geração e que pode ser resolvido no mesmo tempo, se houver responsabilização em toda a cadeia de valor, defende a WWF - World Wide Fund For Nature, organização de conservação da natureza.

A

crise global provocada pela poluição por plástico irá piorar a menos que todos os envolvidos na cadeia de valor prestem contas ​​pelo custo real que os plásticos têm na natureza e na saúde humana, alerta um relatório

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da WWF publicado hoje. O novo estudo, “Resolver a Poluição por Plástico Através da Responsabilização”, considera que o peso para a redução da poluição por plásticos está atualmente colocado sobre os consumidores e empresas de ges-

tão de resíduos, sendo que os esforços feitos por estes são insuficientes para fazer face à crescente produção de plásticos, a menos que sejam tomadas ações em toda a cadeia de valor, envolvendo outras empresas e autoridades.

O relatório, divulgado em antevisão da importante reunião da Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA) em Nairobi na próxima semana, alerta que mais de 104 milhões de toneladas métricas de plástico irão poluir os nossos ecossistemas


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até 2030, se não houver uma mudança drástica na forma como lidamos com este tipo de poluição. A fuga de plásticos causada por este sistema disfuncional está a ter efeitos devastadores na vida selvagem e nos ecossistemas. Já se documentaram casos de enrolamento em redes de pesca ou outros tipos de plásticos em mais de 270 espécies, e em mais de 240 já foram detetados plásticos ingeridos. Isto representa um problema para a saúde humana também, com efeitos ainda desconhecidos, sendo que neste momento os microplásticos podem já ser observados na água que bebemos. De acordo com o relatório, num cenário normal, é expectável que as emissões totais de CO2 do ciclo de vida de um plástico aumentem em 50% até 2030. O aumento de CO2 da incineração plástica deve triplicar, devido a escolhas erradas na gestão de resíduos. “O método existente de produzir, usar e descartar plástico é fundamentalmente disfuncional. É um sistema que não presta contas, apenas acumula, e garante que volumes cada vez maiores de plástico fujam para a natureza”, disse Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF. “Estamos no meio de uma crise de poluição por plásticos e sabemos que este tipo de poluição não é apenas feio - é perigoso para a vida marinha, e só agora começamos a perceber os seus reais impactos nas pessoas. Só a podemos resolver se aplicarmos o nível correto de responsabilidade em toda a cadeia de valor, desde o desenho até ao descarte. Conhecemos as soluções: redução, recolha, reciclagem e

alternativas. Falta acrescentar a estas a responsabilização de cada ator na cadeia de valor e não só dos consumidores.” A reunião da UNEA, que acontece de 11 a 15 de março, terá na agenda a questão da poluição por plásticos, confrontando os líderes mundiais com esta questão ambiental importante. Nesta reunião, a WWF irá pedir aos governos que comecem a negociar um acordo internacional legalmente vinculativo sobre a poluição mari-

nha por plásticos. “Abordagens descoordenadas e fragmentadas para resolver esta crise não são suficientes”, afirmou Marco Lambertini, Diretor Internacional da WWF. “A reunião da UNEA é uma oportunidade crucial para dar os primeiros passos para resolver esta questão. A indignação pública e a preocupação com a crise do plástico estão a crescer, junto com a de que governos e empresas mostrem liderança e to-

mem medidas decisivas agora.” Este tratado deverá estabelecer metas nacionais e mecanismos transparentes de denúncia que se estendam às empresas. A solução da poluição plástica através da prestação de contas também exige medidas para reforçar as iniciativas existentes, como a eliminação de plásticos problemáticos de uso único, a atualização dos planos nacionais de gestão de resíduos e a obtenção de 100% de taxas de coleta.

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Para Ângela Morgado, “em Portugal, deve haver uma atualização e implementação estratégica do plano de ação para a economia circular, acrescentando informação sobre a realidade portuguesa, medidas concretas para o setor empresarial, para

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o setor público e uma estratégia de sensibilização dirigida a adultos; assim atacaríamos este problema de forma sistémica e a longo prazo”. Na passada segundafeira, 11 de fevereiro, a WWF lançou uma petição global pedindo um acordo

legal sobre a poluição por plásticos nos oceanos, que até agora atraiu mais de 250.000 assinaturas. ‘Convidamos todos a assinar esta petição e a juntaremse a nós na missão de retirar o plástico da natureza e do oceano’ apela Angela Morgado.

Os culpados A Europa (UE 28 + Noruega e - Europa (UE 28 + Noruega e Suíça) é o segundo maior produtor de plásticos do mundo (depois da China), o que resulta em: - 27 milhões de toneladas de resíduos plásticos produzidos anualmente; - 70-130.000 toneladas de microplásticos (fragmentos menores que 5 mm) e 150 a 500.000 milhões de toneladas de macroplásticos (o equivalente a 66.000 camiões de lixo de plástico) despeja-


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dos no Mediterrâneo e em outros mares europeus a cada ano. - O Mediterrâneo detém apenas 1% das águas do mundo e 7% dos microplásticos globais; - A bacia do Mediterrâneo (área costeira) é lar para 150 milhões de pessoas, que produzem as maiores quantidades de resíduos sólidos urbanos per capita - 208-760 kg por ano. Os turistas de verão que visitam

o Mediterrâneo geram um aumento de 40% no lixo marinho. Os detritos também são levados para o mar por rios, principalmente o Nilo, o Ebro, o Ródano, o Pó e os rios Ceyhan e Seyhan, na Turquia.

- A poluição plástica pode afetar setores-chave da economia no Mediterrâneo, especialmente a pesca e o turismo. Estima-se que os resíduos marinhos custem à frota de pesca da União Europeia 61,7

milhões de euros por ano, devido à redução da captura de peixe, aos danos causados ​​aos navios ou à redução da procura de frutos do mar devido à preocupação com a qualidade dos peixes.

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O Voo do Guarda-Rios

Rio Seco

Para que se saiba, e não esqueça, não foi só de agora que o Guarda Rios e este jornal começaram a abordar este grande problema ou fenómeno que está a vitimar seriamente o nosso Tejo, o do lado de cá da fronteira com a Espanha, porque já em março de 2013, no NM315, vai para seis anos, saiu uma entrevista feita a um especialista e intelectual espanhol sobre as causas do que está a acontecer, bem assim como voltaram à carga no NM350 de fevereiro de 2016 e também no NM368 de agosto de 2017, voltando a abordar o tema, ou melhor a dar novos alertas nos NM 372 de dezembro de 2017 e também no NM380 de agosto de 2018 sob o título “ O VENTO NÃO CALA A DESGRAÇA”.

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izia então o especialista e intelectual espanhol Carlos Blasquez que na sua entrevista de há já seis anos, o seguinte: “Com o Plano Hidrológico Espanhol a água do Tejo que entra em Portugal já não vem da nascente original do Tajo/Tejo” acrescentan34

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do mais adiante: “ Se o Tejo fosse um corpo humano poderíamos dizer que só tem a cabeça em bom estado no Alto Tejo, mas este rosto é de um corpo de um velho agonizante, represado e cheio de sujidade. O seu curso inicial a partir da nascente não tem nada a ver como

resto do seu percurso. É um rio que nasce na Serra de Albarracim como vem nos livros da escola, mas hoje já não é verdade que desague em Lisboa como devia naturalmente, porque o faz noutro lado da Península, nas costa de Valência e de Múrcia em Espanha, o que é mo-

tivado pelo transvase Tajo-Segura, águas que são transformadas em frutas e verduras e em água potável para abastecer milhões de pessoas, e alguma que sobra, se sobrar, vai sair no Mediterrâneo. As águas que não são desviadas pelo transvase vão chegar à região do


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conjunto contínuo formado pelas barragens de Entrepeñas, Buendia, e Bolarque e a partir daí o Tejo começa a receber as águas residuais da Comunidade de Madrid, águas essas que são as únicas que chegam a Portugal.” Como dizia o desaparecido diário espanhol Publico no ano de 2010: “El Tajo nace en las cloacas de los ocho milliones de Madrid”. A verdade é esta, este grande problema continua a ser agravadíssimo pela seca que o aquecimento global foi provocando entretanto e ao que tudo indica está para ficar e durar, nas barbas dos governantes dos dois países ibéricos, com um prejuízo ainda mais agravado para

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Portugal porque não é credível, porque basta ver a triste paisagem do Tejo em Portugal, para acreditar que a água do Tejo de Espanha esteja a passar a nossa fronteira na quantidade que satisfaça o caudal ecológico míni-

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mo exigível por lei. Tudo isto que está a acontecer às claras e era mais do que previsível, nas barbas dos governantes responsáveis, até leva a crer que tenham passado a “letra morta” os convénios e as leis nacionais,

europeias e internacionais que regulam a partilha equitativa da água dos rios transnacionais. O vento que sopra de lá, que não cala a desgraça, disse ao GR que já se vai falando à boca pequena algo sobre a existência de uma “Máfia da Água”. O GR sabe também que cidadãos portugueses há que, alguns deles que só conhecem o Tejo pelas redes sociais populistas ou apenas o lanço dele que passa próximo da sua porta, que não têm conseguido resolver os problemas do Tejo de cá, andam a embarcar à boleia na caravana de solidariedade para irem passear a Espanha para fazer número, cumprindo

assim o seu dever cívico lá, solidários com os seus amigos espanhóis que pugnam pelo Tajo/Tejo o que, curiosamente, até nos leva a recordar a história dos Descobrimentos de Espanha que aconteceram graças aos dois navegadores estrangeiros que foram oferecer os seus serviços a Castela. O GR no seu voo constante pelo corredor fluvial do nosso Tejo tem vindo a verificar aquilo que também era previsível que acontecesse ou seja, como está provado que a maior parte da água que chega a Portugal é proveniente das águas residuais da grande Madrid por um lado e por outro, a Espanha não está a


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deixar passar para o lado de cá a quantidade suficiente de água que ainda por cima fica logo retida nas nossas barragens do Fratel e de Belver, a pouca que ainda deixam passar para jusante quase que não corre, como é bem evidente na imagem de abertura deste artigo, datada do dia 31 de março deste ano de 2019, e como ainda por cima não tem chovido praticamente, a “eutrofização” acontece naturalmente e em força, o que é outro tipo de poluição a acrescentar aos outros que o Tejo já sofre. Para quem não sabe o GR esclarece que a “eu-

trofização” acontece em águas com uma sobrecarga de matéria orgânica que por efeito do calor provoca a formação de algas e bactérias à superfície que se multiplicam rapidamente e formam uma camada densa de cor verde amarelada que impede que a luz solar atinja a profundidade de um rio ou de qualquer outro espelho de água. O GR acha que o problema real do Tejo lusoespanhol tem de ser resolvido quanto antes ao nível político entre os governantes dos dois países, e dos outros políticos, que de momento, de um lado e de outro da

fronteira estão mais interessados/ocupados em travar as batalhas para a angariação de votos para as eleições que se aproximam, continuando a alhear-se dos riscos que

o Tejo tem de acabar por ser um RIO SECO. O GR garante que vai continuar nos próximos números deste jornal a alertar para este problemático e grave tema.

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Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Nós Cidadãos

A “Carta de Lisboa” (CL) que foi proclamada na sessão de encerramento do Congresso do Tejo III no dia 17 de fevereiro de 2018 é um documento muito importante para servir como um guia de intenções e de boas práticas para os municípios ribeirinhos do Tejo, que pela sua origem e proximidade devem ser os primeiros guardiões do Tejo bem assim como os respeti-

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vos munícipes, e para além da consulta desta CL ser recomendável igualmente às entidades oficiais, políticas, fiscalizadoras e autoridades relacionadas com o Tejo, deve também sê-lo pelo cidadão comum. Vamos seguidamente dar continuidade ao relato que encetámos neste jornal a partir do número de janeiro de 2019, em fascículos, desta nossa obra em prol do

ciação dos Amigos do Tejo continuou a desenvolver em paralelo outras ações e pressões junto das tutelas e das comunidades ribeirinhas, e dando vida a outras iniciativas de formação de jovens e menos jovens.

Tejo, que na prossecução da estratégia que adotamos, durante o período de atividades de 1987 a 1990, integradas nos programas “Vamos Pró-Rio” e “À Descoberta do Tejo, levámos a juventude ribeirinha a conhecer o Rio por dentro e a dar-lhe formação cívica e de defesa da natureza, do ambiente e do seu património cultural, material e imaterial, para além de formação e treino em vigilância, navegação, desportos náuticos, cartografia e animação social das frentes de água, para a partir destes jovens, filhos e netos das comunidades ribeirinhas, empreender a consciencialização dos pais e dos avós bem assim como dos outros cidadãos das comunidades de onde são oriundos. Esta juventude que se foi fazendo adulta continuou a contribuir para prosseguirmos na construção da nossa obra, uma verdadeira obra de gerações que continua em curso. Entretanto a AAT- Asso-

Descobertas D´Aquem Por esse Tejo acima e abaixo, o mesmo Tejo que foi a porta aberta para o Descobrimentos portugueses d´além mar, este nosso Tejo que é um universo de valências que devem ser bem conhecidas, porque como é sabido ninguém cuida ou protege o que desconhece, levámos os jovens a conhecê-las melhor numa viagem durante um mês a bordo de um barco tradicional do Tejo à vela, o varino Boa Viagem da Câmara Municipal da Moita, a “Barca da Amizade”, numa primeira etapa desde Lisboa até Valada – Cartaxo, e a partir daí foi empreendida a descida do rio até à foz em Oeiras, atracando em todos os portos para além do de Valada, de Salvaterra de Magos, Benavente, Azambuja, Vila Franca de Xira, Alhandra, Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal, Almada e Oeiras. Com uma tripulação de 24 jovens a Barca da Amizade que já de si é um museu vivo, levava a bordo uma exposição temática sobre o Tejo montada para ser visitada pela população e pelas escolas quando permanecia atracada nos portos, e essa Barca da Amizade também servia de auditório para o debate sobre o Tejo localmente com a presença dos respetivos autarcas e de professores das escolas do ensino secundário. Para além disso


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os jovens da tripulação saíam diariamente para conviverem com os jovens locais em atividades desportivas, recreativas e de convívio, para além de fazerem visitas guiadas, e até trabalhos de limpeza de praias fluviais. Vigilância e Defesa do Tejo Formação e Treino de jovens Compreendendo desde a primeira hora da sua fundação que o futuro do Tejo deve ser posto nas mãos da juventude a AAT, com a colaboração de entidades oficiais e dos municípios ribeirinhos encetou a formação e treino no terreno de jovens oriundos das comunidades ribeirinhas do Tejo aos fins de semana e férias, preparando-os para a prática da navegação e marinharia, nadador salvador, socorros a náufragos e deteção de situações de agressão ao meio ambiente atentatórias ao equilíbrio do ecossistema fluvial, ao ordenamento e à regularização do rio e da qualidade de vida das populações ribeirinhas em colaboração com as respetivas autarquias, de forma a promover também a defesa e salvaguarda dos valores socio-culturais e patrimoniais taganos. Para além disto sensibilizou-os também para a promoção do aproveitamento das potencialidades que este grande recurso natural possui e ainda para as atividades de jornalismo, rádio amador, fotografia e vídeo.

formar o leitor que o processo da BIENAL do TEJO pela sua complexidade e rigor, quer técnico e científico quer de animação socio-cultural, exige ser muito bem fundamentada, encontrando- se nesta fase na preparação de

uma consulta aberta aos presidentes de todos os municípios ribeirinhos do Tejo do corredor fluvial português, bem assim como a outros parceiros e conselheiros, mas tudo aponta para que, devido à agitação em que o país

se encontra relativamente às campanhas para uma série de eleições políticas próximas, não podemos garantir que existam condições favoráveis para a realização da primeira edição da BIENAL do TEJO antes do ano de 2021.

As Imagens falam por si! O RELATO DE MAIS UM FASCÍCULO DESTA OBRA CONTINUA NO PRÓXIMO JORNAL Aproveitamos para in2019 Abril 388

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Mar, serra e rio

A história em cada uma destas pedras. Se esta tríada é perfeita para uma caminhada num solarengo domingo de primavera, imagine-se se lhe juntarmos, história, termas e gruta entre muitas outras “coisas”. Mas, todavia, como sempre, o melhor do Tejo a pé são as pessoas.

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Chegados lá acima, uma pausa para respirar as magníficas vistas. 40

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s pessoas que em cada domingo se juntam para andar e partilhar um dia diferente para melhor. Este informal grupo de caminhada, que há mais de dez anos se reinventa, tem a magia de atrair grandes personagens. O Rui, que nos recebeu na praia de Sta Rita em Torres Vedras e que nos guiou durante todo o dia, é uma dessas figuras que tornam este grupo fantástico. Ao ponto de encontro perfeito seguiram-se algumas passadas até às Ruínas do Convento de Penafirme que, segundo a história, é o testemunho do terramoto de 1755, o maior terramoto com registo histórico a que a humanidade assistiu. Suavemente subiuse a primeira encosta e tiveram-se as primeiras magní-


Notícias do Mar

Texto e Fotografia Carlos Cupeto (Universidade de Évora – Escola de Ciências e Tecnologia)

Quilómetros de trilhos únicos pendurados nas cristas das arribas. ficas vistas. Depois, sempre lá por cima num animado sobe e desce até ao primeiro contacto com as termas do Vimeiro. Aqui houve uma espécie de preparação para os maiores desafios pedestres do dia, as Escarpas da Maceira – que bonitas elas são. Por carreiros, nunca antes vistos, subimos e descemos, às vezes pé ante pé, até entrarmos numa das grutas da Maceira, a atravessarmos, e sairmos pela outra extremidade da dita. Uma experiência única, só

mesmo na nossa amada terra: onde é possível um grupo de 30 simples caminheiros atravessar, em plena segurança, uma gruta suspensa a umas boas dezenas de metros de altura? O resto foi o sempre agradável convívio do almoço e o regresso ao ponto de partida a acompanhar os meandros do rio Alcabrichel. Até já. PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um mail: cupeto@uevora.pt

As rochas calcárias como páginas do livro da história da Terra.

As descidas ofereceram algum cuidado e adrenalina, como convém. 2019 Abril 388

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Náutica

Notícias Touron

Mercury Marine Ganhou o Prestigiado Prémio iF Design Referente às Suas Plataformas V-6 nos Motores Fora de Borda

A Mercury Marine, líder mundial em propulsão e tecnologia naval foi galardoada com o prémio Internacional Forum Design (iF) na categoria Discipline Product, relativo à sua linha de motores fora de borda V-6.

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ntre as organizações independentes de design mais respeitadas do mundo, o iF International Forum Design organiza o iF Design Awards anualmente e tem milhares de inscrições, de quase 60 países, disputando o prémio. A linha de motores fora de borda 3.4L V-6 FourStroke da Mercury foi oficialmente lançada na Feira Internacional de Miami em 2018 e tem sido elogiada em todo o mundo pela inovação, pelo desempenho e pelo design. De acordo com seu site, o 42

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Náutica

iF, desde 1953, tem sido um elemento ativo na comunidade do design, atribuindo prémios que são reconhecidos e respeitados em todo o mundo. A Mercury também ganhou o prêmio de design iF em 2015 pela sua plataforma de motores de fora de borda a 4 Tempos e, em 2014, por seu ERC (Controle Remoto Eletrónico). “Estamos honrados por esta homenagem da iF com a atribuição deste prestigiado prémio de design”, disse John Pfeifer, Presidente da Mercury Marine. “A plataforma 3.4L V-6 está a tornar-se num dos motores mais populares que já lançamos, e seu o sucesso é fruto dum produto de design thinking e das inovações que diferenciam este segmento de motores de qualquer outra coisa no mercado. Ser reconhecido globalmente por este produto é uma prova de nosso compromisso em responder às necessidades dos nossos consumidores.” Algumas das muitas inovações que diferenciam o

motor fora de borda 3.4L V-6 são características orientadas para o cliente que oferecem conforto e simplicidade incomparáveis, incluindo uma porta de serviço superior que proporciona fácil verificação e enchimento de óleo (se necessário) sem remover o capô, uma inovação muito elogiada pelos consumidores em todo o mundo. O objetivo da plataforma de motor de fora de borda 3.4L V-6 era introduzir uma nova linguagem visual que refletisse a tecnologia avan-

çada, melhorando todos os aspectos de desempenho e fiabilidade. O motor inclui um design compacto, mas novo e moderno na sua forma. “Neste momento, não há mais nada parecido no mercado”, disse Tim Reid, Vice-presidente de Engenharia da Mercury Marine. “Quando se abre a porta para soltar o capô, apertase um botão e este transforma-se numa alça; isso é brilhante - uma ideia simples e bem executada, um enorme trunfo para o

cliente. Soubemos escutar os nossos clientes, aproveitando a tecnologia e o design para desenvolver e fornecer produtos que transformam todas a experiência na água.” Para os três produtos premiados, a Mercury fez uma parceria com a Designworks, uma empresa do BMW Group, que utilizou os seus mais de 40 anos de experiência em design de transporte para ajudar a criar produtos que continuam a liderar o sector náutico.

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Náutica

Notícias Touron

Mercury Marine Foi Nomeada Fabricante do Ano do Wisconsin (EUA) A Mercury Marine, líder mundial em propulsão e tecnologia naval, foi nomeada Fabricante do Ano do Wisconsin (EUA) na categoria Mega. É a terceira vez que a empresa sedeada em Fond du Lac, que é a maior divisão da Brunswick Corporation (NYSE: BC), ganhou este prestigioso prémio.

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Mercury Marine, que também foi nomeada Fabricante do Ano do Wisconsin em 2006 e 2014, está a comemorar seu 80º aniversário em 2019. Os prémios de Fabricante do Ano são atribuídos anualmente pelo Wisconsin Manufacturers and Commerce (WMC) a empresas, sediadas no Wisconsin (EUA), que produzam produtos de classe mundial e que riem oportunidades de emprego para as comunidades nas quais estão localizados. “Estamos muito honrados por ganhar o Prémio Fabricante do Ano de Wisconsin pela terceira vez”, disse John Pfeifer, Presidente da Mercury Marine. “Investimos mais de US $ 1.000 milhões em expansão e P&D nos últimos 10 anos e, em 2018, tivemos o maior lançamento de produtos da história de nossa empresa. Embora 44

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a Mercury tenha criado muitas inovações e tenha acumulado muitos sucessos ao longo dos anos, 2018 destaca-se como um ano particularmente notável de conquistas que ajudarão a moldar o futuro da Mercury Marine e de toda a indústria náutica. Pelo que é gratificante ser reconhecido, com esta honra, pelo WMC. ” Enumeramos alguns dos muitos destaques do ano recorde da Mercury em 2018: - Realização do maior lançamento de novos produtos da sua história: introdução de 19 novos motores fora de borda V-6 e V-8 e 26 novos motores no total (em média, a Mercury lançou um novo produto a cada seis semanas nos últimos seis anos) estabelecendo o ritmo da inovação marinha; - A construção de novas instalações de pesquisa com

cerca de 1.860 m2 e fazendo grandes atualizações noutras instalações; - Instalação e implementação de novos equipamentos de produção, automatizados e altamente eficientes; - Introdução de novos processos de produção adaptáveis a exigências de maior produção sempre que a procura exceda as previsões; - Adquisição da Power Products, sediada no Wisconsin, um importante fabricante de peças e acessórios, integrando-a no portfólio de produtos da Mercury. - Expansão da força laboral em 12% para suportar o aumento da produção em resposta à procura de produtos sem precedentes; - Doações para instituições de solidariedade e de serviço voluntário nas comunidades onde a Mercury opera. A Mercury ultrapassou US $ 3.000 milhões em vendas em 2018 pela primeira vez na história da empresa e continuará a celebrar o seu 80º aniversário ao longo do ano com seus funcionários e clientes. “Este prémio é para os mais de 6.000 funcionários da Mercury Marine em todo o mundo e as dezenas de milhares que fizeram parte do nosso crescimento nos últimos 80 anos”, disse Pfeifer. “Foi o seu trabalho incansável e a sua paixão pela empresa que nos permitiu continuar a definir o ritmo de inovação para toda a indústria naval.” A Mercury Marine foi fundada há 80 anos em 1939 pelo engenheiro Carl Kiekhaefer

em Cedarburg, expandindo para Fond du Lac em 1946. Adquirida pela Brunswick Corporation em 1961, a Mercury tem a maior rede de distribuição global com pontos de serviço em 140 países, tendo ultrapassado os 6.000 funcionários em todo o mundo. O impacto da Mercury no Wisconsin foi bem documentado. Um estudo recente, feito em 2017 pela Corporação de Desenvolvimento Econômico Fond du Lac, agora conhecida como Envision Fond du Lac, mostra que a Mercury tem um impacto anual de mais de US $ 4.000 milhões na economia de Fond du Lac. Além disso, a Mercury investiu mais de US $ 250 milhões em salários anuais e benefícios em 2017, e mais de 80% do trabalho contratado na fábrica é concedido a empresas sediadas em Wisconsin. Em 2018, a Mercury conquistou a sua 8ª indicação consecutiva a Green Masters no estado de Wisconsin e ganhou vários prémios por sustentabilidade e inovação em todo o mundo. “O Wisconsin é a nossa casa e estamos orgulhosos do nosso impacto na comunidade, mas também estamos gratos pelo que a comunidade fez pela Mercury”, disse Pfeifer. “Continuaremos a ser bons administradores em todas as comunidades em que vivemos e é com orgulho que compartilhamos este prémio com todos os nossos funcionários que ajudaram a construir a Mercury Marine.”


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Notícias do Mar

Notícias da Docapesca

Lotas Agora São Certificadas

Porto de pesca de Sesimbra A Associação Portuguesa de Certificação, APCER, certificou o sistema de gestão da segurança alimentar das Lotas da Baleeira/Sagres e de Sesimbra

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Docapesca obteve a certificação do sistema de gestão da segurança alimentar das lotas de Sagres e de Sesimbra, pela APCER, segundo

o referencial ISO 22000, depois de ter concluído o mesmo processo nas lotas de Póvoa de Varzim e Figueira da Foz em 2018. O processo de certifica-

ção do sistema de gestão da segurança alimentar será, ainda em 2019, alargado a mais três lotas: Viana do Castelo, Aveiro e Nazaré. Sendo a higiene e a segu-

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rança alimentar do pescado um dos objetivos estratégicos da Docapesca, a empresa tem vindo a reforçar as condições de segurança e qualidade alimentar através da requalificação dos edifícios e equipamentos e da melhoria dos procedimentos organizacionais, visando a criação de um sistema de gestão de segurança alimentar qualificado. Esta certificação é essencial na medida em que a Docapesca tem a responsabilidade pela aplicação das normas de segurança alimentar ao pescado transacionado nas lotas do continente português, assim como a sua rastreabilidade e a informação ao consumidor. Garante-se, assim, de forma independente e im-


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Porto de pesca de Sesimbra mentos no porto de pesca de Sesimbra num total de 315 mil euros, envolvendo a remodelação da estação de tratamento de água salgada, reabilitação de ar-

parcial, que todas as organizações, clientes e demais intervenientes do setor reconhecem que os produtos são fornecidos de forma segura, com qualidade e em conformidade com as exigências definidas pelas normas ISO 22000. No ano passado, a Docapesca realizou investi-

mazéns de aprestos, criação da zona de estendal de redes e outras intervenções de manutenção. No que respeita ao porto de pesca da Baleeira/

Sagres, foram investidos 130 mil euros em 2019, nomeadamente, na instalação de nova plataforma flutuante e intervenções de manutenção.

Porto de pesca de Sagres

Porto de pesca de Sagres

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Notícias do Mar

Notícias da Administração do Porto de Sines

Porto de Portimão Continuou a Crescer em 2018 O Terminal de Cruzeiros de Portimão continuou a crescer em 2018, ano em que recebeu 36.786 passageiros, o que correspondeu a um crescimento homólogo de 23%.

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mbora tenha havido um ligeiro decréscimo no que diz respeito ao número de escalas face ao período homólogo (menos 5 escalas), os 66 navios que escalaram em Portimão em 2018 foram, em média, de maiores dimen-

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sões, já que o GT total registou uma variação homóloga de 14,7%. Já no que respeita ao tráfego de pessoas em ferry, destacou-se o retomar da ligação entre o Continente a Região Autónoma da Madeira, com 12 escalas recebidas de na-

vios vindos do Porto do Funchal, que transportaram um total de 10.607 passageiros. De realçar que desde 2014, ano em que a APS – Administração do Porto de Sines assumiu a gestão dos Portos de Faro e Portimão (dando origem à APS - Admi-

nistração dos Portos de Sines e do Algarve, SA) assistimos a um crescimento de 151% no número de passageiros recebidos, naquele que é o único Terminal de Cruzeiros do Algarve. Para além do esforço que tem vindo a ser feito pela Autoridade Portuária na modernização das infraestruturas e infoestrutura do Porto e na sua promoção comercial, de destacar também o importante trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelos agentes económicos e turísticos da região, no que diz respeito à promoção da cidade de Portimão e da marca Algarve, de reconhecida notoriedade a nível internacional. Integrado na promoção conjunta dos portos nacionais, sob a marca Cruise Portugal, o Porto de Portimão estará novamente presente no maior certame internacional da indústria dos Cruzeiros – a Seatrade Cruise Global, que terá lugar em Miami, durante o próximo mês de abril.


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Pesca Desportiva

Viagens de Pesca

Viagem ao Japão

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho vitor@gofishing.pt

Gustavo Garcia no fio da navalha

A GO Fishing bem representada em Kochi, Japão.

O criminoso volta sempre ao local do crime. Eu e o Pedro Rosa não nos temos portado muito mal no que diz respeito ao número de assassinatos cometidos. São raros. De resto somos até bastante comedidos nesse aspecto, mas quem vai ao Japão uma vez, volta sempre mais vezes. Desde logo porque somos muito bem recebidos pelos japoneses.

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Pesca Desportiva

Aspecto geral do stand da DUO. Material à venda na GO Fishing.

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stávamos ainda a voar a 11.000 metros de altitude por cima de Osaka, muito antes da torre de controle dar instruções ao “chauffeur” para baixar o aparelho e começar a fazer-se à pista, e já tínhamos os nossos amigos japoneses Fuminobu e a sua colaboradora, a querida Yuki, a acenar com os dois braços, a fazerem-nos resmas de vénias em japonês, de rabo para o ar. Viam-se os dentes deles quilómetros acima das nuvens. A nossa chegada ao terminal do aeroporto foi apoteótica, com vivas e sorrisos que normalmente apenas estão reservados ao Mick Jagger e ao nosso presidente Marcelo. Temos agora a certeza de que uma vénia bem feita, a preceito,

implica tocar com a testa nos atacadores dos sapatos, o que no meu caso e considerando a quantidade nós cegos que tenho na coluna, é uma mera utopia. Forçando bem, mal chego com as pontas dos dedos aos pés, quanto mais conseguir dobrar a espinha vezes sem conta, naquelas bombadas intermináveis. Borrifei-me para aquelas marmeladas e fiquei-me por dois beijinhos repenicados na pequena, que ficou em estado vermelho tomate. Para que tenham uma ideia, um beijo é algo só reservado aos casais, … depois de casarem.

Gustavo Garcia, sem acreditar no que se meteu, em ir ao Japão.

Gustavo Garcia não quis ficar em Almada Fomos ao Japão pescar. E

As novidades de canas da Daiwa atraem milhares de pessoas.

Uma concentração de tecnologia e novas ideias, a OSAKA 2019. 2019 Abril 388

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Pesca Desportiva

A cara de felicidade de quem está com amigos.

Selecção de jigs Deep Liner que levámos para pescar. 52

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O grande Tsutsumi, engenheiro de produção de jigs. o Gustavo Garcia, meu amigo e companheiro habitual de pesca, não quis ficar em Almada. Veio também. Ao que parece, deu por bem empregues os seus passos de vir connosco tomar uma cafezinho a Osaka, pese embora os efeitos do jet-lag tenham sido catastróficos e devastadores. No meu caso, e dada a diferença enorme das horas locais para as horas a que habitualmente costumo dormir, umas nove, deu-me para andar a desenroscar e mudar de sitio as lâmpadas dos candeeiros do meu quarto de hotel. No caso dele, a coisa ficou-se por fazer de homem estátua na cama, hirto, com os olhos fixos no tecto, a contar sarguetas pequenas a nadar em ritmo certinho. Nem preciso de vos dizer que a ideia de irmos pescar para Kochi não foi minha. Eu já acho que ir de Setúbal a Sines é uma estopada

de longe. É que o sitio fica a 400 km de carro, de Osaka. A seguir fizemos mais hora e meia para chegarmos ao porto de abrigo onde estava o barco. Ou seja, 1200 quilómetros de carro para ir lançar uns jiggs. Para quem tinha feito no dia anterior dois esticões de 6.000 mais 8000 km, um dia inteiro a viajar, foi duro. Vou ter de impor a mim mesmo uma regra rígida: não saio a pescar a mais de 9.000 quilómetros de casa! Saída de pesca com o grande Masayoshi Higashimura Depois de uma tarde na fábrica Deep Liner, em Kochi, e de ouvirmos com muita atenção o director de produção Shintaroh Tsutsumi, ficámos a saber de uma infinidade de pequenos detalhes de pesca que passam despercebidos a quase to-


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Pesca Desportiva

A GO Fishing a aprender com quem sabe de jigs. dos os apaixonados do Jigging, mas que são vitais para quem tem a responsabilidade de produzir jigs e canas…de alta cilindrada. A convite da marca, jantámos num restaurante a roçar a perfeição: comida de alta qualidade, ambiente acolhedor, boa companhia, pessoas interessadas em ouvir histórias de pesca passadas

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do outro lado do planeta. E chegou finalmente o grande dia: uma saída de pesca com o grande Masayoshi Higashimura, discípulo do guru do slow jigging, Master Sato. O nosso amigo Higashimura é o dono da Deep Liner, empresa que desenvolve serviço na construção de canas e jigs de alta qualidade. O objectivo era testar os pro-

A nova linha de jigs ligeiros da Xesta. Disponíveis na GO Fishing, em Almada

Esta gente da Deep Liner sabe tudo sobre canas e jigs. Testam exaustivamente durante dois anos antes de começar a vender.

Verdadeiras bombas, os Leobritz 200 electricos, da Daiwa, muito pequenos, mas de uma velocidade incrível, com potência.

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Pesca Desportiva

Cada vez mais na berra, os palhacinhos da Craft. dutos em acção real de pesca, antes de os lançarmos no mercado português, na loja GO Fishing de Almada, ou através da nossa loja online, em store.gofishing.pt. Isto não é publicidade, sou

eu que estou a brincar. Tivemos oportunidade de visitar as instalações e ficar maravilhados com a atenção ao pequeno detalhe. A dada altura, quando me falou na utilização de jigs de 1,5 kgs

Os jigs Slippy da Xesta. Resultados garantidos.

Uma bomba para o jigging profundo, o Daiwa Saltiga 35 NHL-SJ. 2019 Abril 388

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Pesca Desportiva

de peso, pensei para mim que poderia ser uma forma pratica e não muito onerosa de me livrar da minha mulher. Um jig daqueles bem atadinho ao pescoço, uma montagem bem apertada com nylon forte, em ar de jóia preciosa, versão Blue Iwashi, azul sardinha , …..e lá vai ela para os abismos. Que pena.

Fábrica da Deep Liner, em Kochi.

Deu conta da grande habilidade do Gustavo Garcia O simpático anfitrião, com um barco de 15 metros excelentemente equipado, ( segundo ele com cerca de 10.000 pontos marcados no GPS…(o que excede em 2 pontos os meus sítios especiais e infalíveis em Sesimbra), recebeu-nos com produto local, feito por si. Serão raras as situações em que alguém pode ir à pesca

com jigs e canas …produzidas por si próprio…na sua fábrica. Excelente material. Fizemos uma adaptação ao equipamento no porto de abrigo, às canas e carretos, desafortunadamente com manivela à direita, muito popular no Japão, mas pouco habitual entre nós. Logo aí se deu conta da grande habilidade do Gustavo Garcia, o meu Gustavinho, para estas questões do jigging pesado: arrancou os trabalhos com uma peruca de linha trançada de fazer aflição a um controlador aéreo. Seria apenas a primeira cabeleira de umas largas centenas. O homem levou o tempo enleado! Num dos raros momentos de possibilidade efectiva de pesca, e já a pescar a 260mts de fundo, dizia-me o Garcia: “Vem aí obra. Acho que isto pesa muito, …parece que ferrei um pé-de-galo”! Era apenas o jig de 500 gramas a fazer das suas…a

Carro de focinho achatado, muito popular no Japão.

Versão focinho de bulldog. 56

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Uma sanita toda electrónica.


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pesar nos braços. Quando a peça chegou cá acima e viu que não tinha mais nada no anzóis, pousou a cana, passou a mão pela testa, retirou o suor e foi sentar-se a descansar um pouco. O Pedro Rosa recorria a todas as suas forças para conseguir recuperar a “isca”, um jig pesadão que o deixou prostrado nos três dias seguintes, a precisar de garrafinhas de ginseng de hora a hora. Até nisso se vê a diferença entre os dois povos: ele, porque fraquejou dos braços e apanhou um ligeiro resfriado, teve direito a quatro garrafas de elixir de raízes amarelas, para revigorar. Quando eu estou constipado, a Lena dá-me Anti-Gripine! Já nem digo ginseng, mas pelo menos que me desse uma ginjinha, que vai dar ao mesmo. E depois admira-se de eu não dar rendimento. É por essas e por outras que eu estou reformado das gajas. Aos 56 anos, as raparigas para mim deixaram de ser uma prioridade. Já pouco mais posso fazer que não seja pescar, ou seja, pôr a minhoca de molho. Deixo as miúdas novas para quem tem vontade de andar aos pulos. Vejam por exemplo o aspecto de uma americana que saiu connosco no barco GO Fishing III, que não era mal apessoada. Na mesma foto está um balde com mau aspecto. Sou eu. É difícil conseguir dedicar-me ao engate com este handicap. Por isso ela está de costas voltadas.

aos jigs, o peixe precisava de uma recuperação lenta, pausada. As águas estariam a pouco mais de 10ºC, frias. Com o metabolismo mais baixo, pedir aos bichos para darem mais que três barbatanadas na direcção do jig era pedir muito. Mas com uma recuperação lenta, entravam. As canas têm uma acção perfeitamente controlada, nervosas, com capacidade para activar o jig para cima, depois de uma ligeira queda. Para 5 pessoas teríamos cerca de 40 canas dis-

As torres de refÚgio contra tsunamis. Têm rampas de acesso, para uma subida mais rápida, e são anti sismo.

As canas têm uma acção perfeitamente controlada Mas voltemos à pesca: eu estive naqueles dias em que tudo me corria bem. São raros. Era cada tiro, cada pardaloca. Adaptei-me perfeitamente ao ritmo a imprimir

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Pesca Desportiva

É apertar com elas, porque as canas da Alpha Tackle são feitas para aguentar. Aqui, com 4 kgs de chumbo!

A americana bem apessoada…. 58

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Uma remessa de canas para testarmos, com jigs diferentes, a profundidades e peixes diferentes. poníveis, com comprimentos diferentes, e comportamentos diferentes. A Deep Liner produz três modelos, #5, # 6 e #7, e dentro de cada uma tem cerca de 10 acções diferentes, o que cobre a gama de pesos de jigs que utilizamos, por completo. Relativamente aos jigs em si, o que é bom não precisa de ser explicado: vimos com os nossos olhos a fábrica onde são produzidos 150.000 jigs por ano, com cuidado, com método. As pedras que visitámos estavam cheias de vida, a sonda marcava muito peixe, com algumas bolas de comedia bem definidas e pontos isolados, separados, de predadores atentos, a seguir o cardume. É lançar e deixar o equipamento fazer o seu trabalho. E saíram peixes giros, estranhos, de olhos em bico. O peixe foi, na sua quase totalidade, restituído ao mar. A Deep Liner

tem gente a sair diariamente para pescar. Os artigos que fabricam, são testados durante dois anos, antes de serem lançados no mercado. Penso que me irão dar muitos peixes nos Açores, a pescar em águas fundas. No Japão leva-se a palavra qualidade muito a sério, ao contrário dos chineses, que fazem da quantidade a sua palavra de eleição. Empresas como a Daiwa, que tem cerca de 6000 funcionários, não deixam o seu nome cair na lama, protegem-no da única forma que vale a pena: produzindo qualidade. E depois é a cultura do povo, do rigor no trabalho, a preocupação com a protecção dos mais velhos, o ambiente de respeito mútuo que se vive. Respira-se tradição, num país moderno, bem equipado, e que sabe perfeitamente para onde vai. Sente-se isso. O Pedro


Pesca Desportiva

Sandocha de algas e arroz Rosa, filho de uma pessoa que trabalhou 25 anos no Japão, refere-me que, na eventualidade de alguém ser solicitado para fazer algumas

horas extraordinárias para desenvolver algum trabalho, isso é por essa pessoa considerado um elogio às suas capacidades, ao seu bom

Pormenor da dita sandes. desempenho. Entre nós, o comentário seria “ mas…só me vêem a mim”…? Deixei-os ir

a uma loja tratar do assunto, sozinhos A capacidade de resistência psicológica da nação foi de-

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Pesca Desportiva

Ver a fazer e aprender com quem sabe. Os grandes mestres japoneses sabem de pesca… Peixes puxados de funduras incríveis, até aos 360 metros, com jigs de 500 gramas.

Um salongo, pelos vistos muito apreciado no local. 60

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monstrada quando deixei o Garcia com a pequena Yuki, japonesa de 23 aninhos, fraca figura física, mas de uma paciência normalmente apenas reservada aos vizinhos chineses ali ao lado. Ele queria comprar um presente para o neto. Mas não diz uma única palavra em inglês, e em japonês é ainda um pouco menos forte. Ela, de português apenas diz bom dia. Isso permite algumas variações, alternâncias entre “dia bom”, “bom dia”, etc. Mas em termos de resultados práticos não é muito animador, especialmente quando se quer explicar o tamanho da criança, e a cor e padrão da camisola que se pretende adquirir. Propositadamente, deixei-os ir a uma loja tratar do assunto, sozinhos. Quando voltaram, tinham a camisola. Eu só pensava nisto: se ele se

perde de nós, como é que vai explicar onde é o Pragal, em Almada. Com um pouco de sorte, pode sempre abrir os braços e tentar dar a sugestão de que mora ao pé do Cristo-Rei. Receio muito que os japoneses o mandem recambiado para o Brasil. A sua querida Odete fica viúva em três tempos. Mais ainda se sabe que ele anda por lá feito gabirú a olhar para as mocinhas de fato de banho modelo fio dental. Veio-me à cabeça a frase do americano Armstrong, quando saiu em missão de dentro da nave espacial: “ se me perco, é a lua para a eternidade”. Descobrimos que existem inúmeras torres, com rampas de acesso e vários pisos, muito altas, aparentemente e aos nossos olhos sem utilidade nenhuma, mas que na verdade são construídas para receber uma res-


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Gustavo Garcia com um dos vermelhinhos.

Barco com excelentes condições para pescar: espaço e estabilidade. ma de pessoas em fuga de um tsunami. Estão espaçadas de alguns quilómetros entre si, e são um ponto de encontro para situações de calamidade. O mais próximo que temos em Portugal para estas situações difíceis, maremotos, terramotos, e desavenças conjugais, são as tabernas. Nós temos dias em que não podemos com

Mais um cachucho estranho, de olhos em bico. Cerca de 5 kgs. 62

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elas. A Lena, quando eu vou à pesca, só quer que eu lhe traga salmão em filetes. Ora é certo e sabido que os cardumes de filetes de salmão do rio Sado, na desembocadura na baía de Sesimbra e que eu conheça, até Sines, são aos montes, mais que as cavalas. Por vezes acho que exige demais de mim. Eu quando casei há vinte

Tijela de sopa de peixe, feita com restos dos nossos peixinhos.


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O Fumi, todo direitinho, à japonesa. anos não estava a pensar ter de aguentar esta pressão psicológica de ter de lançar amostras no mar à procura de peixe com Omega 3. A coisa era muito mais simples, mais especifica, passava muito por uns suadouros de corpo a corpo. No Dia da Mãe vou oferecer-lhe um carro japonês com focinho de buldogue. Ver foto. Penso que o designer das carripanas deveria ser agarrado por dois enfermeiros de bata branca, levado em braços para um hospício, e internado até ser capaz de desenhar algo menos caixote. O Gustavo apreciou o sashimi de pargo bem fresco Vir a Osaka e não experimentar um restaurante concebido para pescadores, é lamentável. Já o ano passado vos falei deste conceito

de restaurante em que se tem de pescar aquilo que se come. Todo o ritual de colocar a isca, convencer o

Mais um benfiquista. peixe a picar e ser capaz de o tirar fora de água com um anzol sem barbela, já vale. Mais ainda se a seguir se

tocar o tambor, se a pessoa for ovacionada por todos os presentes, num ritual que se repete pela noite dentro,

Pormenor dos jigs Deep Liner SPY V. 2019 Abril 388

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Pesca Desportiva

Pedro Rosa a mostrar que quem sabe nunca esquece.

Gustavo Garcia com um sorriso de felicidade. 64

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com cânticos, com boa disposição. O Gustavo viveu ali um dos pontos altos da sua viagem, e apreciou o sashimi de pargo bem fresco. Vou voltar a este assunto no próximo mês, porque acho que tem pano para mangas. Vamos embora amanhã. Acabei de estender as minhas luvas da pesca no tampo da sanita a secar. Daqui a 15 minutos estão secas e prontas para arrumar na mala. Não, não estive a fumar uma ganza de 1 metro de comprimento de haxixe marroquino de alto gabarito. Eu explico: as luvas estavam a tresandar de um cheiro nauseabundo a peixe estragado. Desferrei os peixes à má fila com elas, para me safar e continuar a pescar sem perder tempo. Quase tudo o que faço na vida é para me safar, porque eu não tenho o “jeito para tudo” do Garcia, ou a capacidade de pensamento metódico do Pedro Rosa.

Eu “safo-me”, desenrascome à boa maneira lusitana. As luvas tresandavam a peixe “menos fresco” ao fim de quatro dias de estarem jogadas para dentro de um saco de plástico, bem abafadinhas na minha Samsonite de cabine. Assim, passei-as por água e champô na casa de banho, e aproveitei o facto de os tampos das sanitas serem aquecidos, para as secar. Não vos vou dizer que também têm um jacto que nos lava o rabo, que a intensidade desse jacto pode ser regulada, ou que activamos a música ambiente quando sentamos o “dito cujo” nela. Para não falar que ao sentarmo-nos ligamos também o exaustor. As ditas têm muitos botões, têm vida própria, e só espero que não façam também medições do “artigo”, em metros. Sentir-me-ia ridículo. Se falarmos de medição em milímetros já fico mais bem visto…

As famosas Silent Assassin, da Shimano. Disponíveis na GO Fishing dentro de algumas semanas.


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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Coimbra

Reduzir o Lixo Marinho nas Praias

Já está disponível uma “app” para contabilizar e mapear o lixo marinho nas praias portuguesas

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ensibilizar a população para o combate ao lixo marinho, contribuindo para a preservação dos oceanos,

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e alertar as entidades competentes para a urgência na adoção de medidas que permitam mitigar este grave problema ambiental glo-

bal é o principal objetivo da plataforma lixomarinho.app, lançada hoje em formato de aplicação (app). Trata-se de um projeto de ciência-cidadã

promovido por investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em parceria com a Associação Portuguesa do Lixo Marinho (APLM). Também disponível no facebook e instagram, esta plataforma permite a contagem simples e mapeamento de lixo marinho em praias da costa portuguesa, nomeadamente em eventos de limpeza dos areais, visando funcionar como observatório nacional de lixo marinho. Atualmente existem muitas iniciativas de limpeza de praias em Portugal, “no entanto, é necessário compilar de forma simples e organizada todos os dados que se estão a produzir, para que possamos informar outros atores da sociedade e decisores políticos sobre os níveis de poluição, com o objetivo


Notícias do Mar

Praia da Figueira da Foz de sensibilizar e reduzir as emissões de lixo marinho para o ambiente, isto é, promover alterações efetivas nos níveis de poluição na nossa costa”, afirma Filipa Bessa, investigadora do MARE e coordenadora da plataforma. O contributo de todos é essencial. Por isso, qualquer pessoa pode participar, “quer em tempo real na praia ou, mais tarde, através do registo no Site da plataforma, onde é possível efetuar as contagens das suas recolhas de lixo marinho”, refere a investigadora, clarificando que existem duas tipologias de contagens - uma simples e outra de caráter científico. A contagem simples, composta por 20 itens – representando os materiais e resíduos que mais se registam nas praias de Portugal –, indicará as tendências dos tipos de lixo ao longo do tempo. A contagem científica, dirigida a investigadores/ técnicos especializados, inclui uma lista mais alargada de tipos de lixo marinho e poderá ser útil às entidades responsáveis pelas monitorizações nacionais e internacionais deste tipo de poluição. Esta contagem do lixo marinho por categorias permite “produzir uma plataforma alargada, de acesso livre de dados, sobre a ocorrência de lixo mari-

nho na nossa costa. Esses dados estarão disponíveis para todos os utilizadores registados de forma gratuita (cidadãos, organizações não governamentais, empresas, organizações estatais, nacionais, regionais e internacionais) que queiram colaborar connosco, contribuindo para a redução e mitigação do lixo marinho”, salienta Filipa Bessa. É considerado lixo marinho qualquer material sólido, persistente, manufaturado ou processado, que é eliminado, abandonado ou perdido no ambiente marinho e cos-

Praia de Matosinhos teiro. Apesar deste tipo de lixo incluir uma vasta gama de materiais, entre os quais metal, madeira, borracha, plástico, vidro e papel, vários estudos indicam que mais de 80% dos materiais identificados são plásticos de vários tamanhos e formas. “Devido à sua dificuldade de degradação no ambiente, os plásticos têm sido identificados como um dos maiores problemas ambientais globais dos nossos tempos, resultando do excesso de consumo destes materiais e de algumas falhas na gestão destes resíduos.

Sabe-se que, em média, cerca de 8 milhões de toneladas de lixo terminam nos oceanos e as tendências indicam um aumento destas projeções”, alerta a coordenadora da plataforma lixo marinho. Existem registos de lixo marinho, particularmente plásticos de vários tamanhos, em praticamente todos os ambientes do planeta (rios, lagos, oceanos, praias, solos, gelo e até no ar), “com vários impactos adversos para a fauna e flora, bem como em termos sociais e económicos para o Homem”, conclui.

Praia da Costa da Caparica 2019 Abril 388

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Notícias do Mar

Notícias Docapesca

Novo Cais Flutuante da Foz de Odeleite A Docapesca lança concurso para substituição integral dos passadiços e reparação da ponte de acesso no Cais Flutuante da Foz de Odeleite

A

Docapesca abriu o concurso, com um preço base de 75 mil euros, para a substituição do cais flutuante da Foz de Odeleite, no concelho de Castro Marim, que foi instalado na década de 1990 no âmbito de um projeto para fomentar a atividade maríti-

mo-turística ao longo do rio Guadiana. A intervenção a realizar consiste na substituição integral dos passadiços e na beneficiação da ponte de acesso que ao longo do tempo de serviço se tem vindo a degradar, facto que levou recentemente à inter-

dição do seu uso devido ao colapso dos flutuadores e consequente submersão de uma das plataformas. Substituição integral dos passadiços O cais é atualmente composto por três passadiços

flutuantes ligados entre si, com um comprimento total de 36 metros, que serão integralmente substituídos. Equipada com os necessários meios de amarração e proteção, a nova estrutura será constituída por três elementos de passadiço flutuante com estrutura em aço galvanizado, convés em ‘deck’ de madeira e flutuadores em betão com núcleo em poliestireno expandido. Reparação da ponte de acesso A atual ponte metálica de acesso ao cais, com 15 metros de comprimento, será objeto de reparação, através da renovação da pintura anticorrosão. O convés da ponte e das pestanas será integralmente substituído por ‘deck’ de madeira exótica com 21 milímetros de espessura, repondo as condições de segurança para os utilizadores.

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Notícias do Mar

Teste - Jeanneau Cap camarat 635 Open com

Modernização do Portinho de Castelo do Neiva Arrancaram já as obras de modernização do Portinho de Castelo do Neiva, num investimento superior a um milhão de euros, a concluir em junho de 2019

E

stão já em curso as obras de modernização do portinho de Castelo do Neiva, no concelho de Viana do Castelo, envolvendo a construção de infraestruturas de apoio à pesca, num investimento que ascende a cerca de 1,1 milhões de euros e com conclusão prevista para junho do próximo ano. A intervenção, realizada no âmbito de protocolo assinado entre a Sociedade Polis Litoral Norte, a Câmara Municipal de Viana do Castelo e a Docapesca, abrange a beneficiação das redes de infraestruturas, requalificação dos pavimentos, reordenamento das áreas exteriores de circulação, de estacionamento de embarcações e de manuseamento das redes e aprestos de pesca, assim como a instalação de novo guincho na rampa-varadouro, a construção de novos armazéns de aprestos e de

uma oficina para reparação de embarcações. Está ainda previsto o reordenamento e beneficiação do sistema de depósito e recolha diferenciada de resíduos e a criação de condições para a instalação de um futuro posto de abastecimento

de combustível às embarcações. A segunda fase da modernização do portinho de Castelo do Neiva inclui a construção do novo edifício da lota, cuja empreitada se encontra na fase final de contratação. A Docapesca – Portos e

Lotas, S.A. é uma empresa do Setor Empresarial do Estado tutelada pelo Ministério do Mar, que tem a seu cargo, no continente, o serviço da primeira venda de pescado e o apoio ao setor da pesca e respetivos portos, dispondo de 22 lotas e 37 postos.

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Coimbra

Equipa Desenvolve Géis para Remoção de Hidrocarbonetos de Petróleo

Uma equipa do Centro de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu e testou um conjunto de géis com elevada capacidade de remediação de ambientes contaminados com hidrocarbonetos de petróleo.

O

projeto, focado no desenvolvimento de uma solução inovadora e de baixo custo

para recuperação de ambientes contaminados com compostos (hidrocarbonetos) provenientes do petróleo, foi

Cesar Cavalcante Filho 70

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conduzido pelo investigador Cesar Cavalcante Filho, no âmbito do seu doutoramento em Química, no ramo de especialização em Química Macromolecular e supervisionado pelo professor Artur Valente, do Departamento de Química da FCTUC. O investigador explica que optou por desenvolver um sistema polimérico constituído por géis porque “são sistemas de baixo custo, baseados em constituintes naturais, entre os quais quitosano (obtido da carapaça de crustáceos) e pectina (obtida da casca de algumas frutas). São géis promissores, desenvolvidos pela primeira vez neste trabalho e preparados através de metodologias simples”.

Sabendo-se que os hidrocarbonetos de petróleo podem ter efeitos adversos na saúde humana e afetam o ecossistema, a equipa de investigação procurou “uma solução inovadora, de baixo custo e alternativa para os métodos atualmente utilizados na recuperação de ambientes contaminados com compostos derivados do petróleo. Pretende-se a remoção eficaz de hidrocarbonetos do ambiente, quando ocorrem derrames de petróleo”, conta o investigador. Os derrames de petróleo podem suceder frequentemente como resultado de erros humanos, atos deliberados, como vandalismo, ou na sequência de desastres naturais, como terramotos


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çados permitem prever as potencialidades dos géis sintetizados em aplicações ambientais reais, mas ainda há muito trabalho a fazer para que um produto com base nesta solução chegue ao mercado”, reforça. Por agora, conclui Cesar Cavalcante Filho, o seu grupo de investigação no Departamento de Química da FCTUC está a estudar o potencial dos géis produzidos neste trabalho ”para a remoção de outros poluentes, que não os hidrocarbonetos aromáticos, demonstrando assim outras potenciais aplicações

destes materiais”. A investigação foi financiada pela agência brasileira CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí-

fico e Tecnológico), através do Programa Ciência sem Fronteiras, e pelo Centro de Química da Universidade de Coimbra.

Fotografia: Derick Hingle / Greenpeace

ou furacões. Da bateria de testes realizados em amostras que mimetizam soluções reais baseadas em petróleo, “os resultados obtidos são promissores e indicativos para a aplicação destes géis no meio ambiente. Os géis apresentaram elevada capacidade de remoção dos hidrocarbonetos de petróleo”, refere Cesar Cavalcante Filho, sublinhando, no entanto, a necessidade de realizar ”mais estudos para que estes materiais possam ser utilizados em condições ambientais complexas”. ”Os resultados alcan-

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Notícias do Mar

Notícias Universidade de Lisboa

Estudo avalia alternativas renováveis às centrais de carvão em Portugal A Central de Sines é das maiores na Europa em emissões de CO2 Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) e do Instituto Dom Luiz, em conjunto com duas investigadoras na área da microeconomia do ISCTE Business School e da Universidade de Aveiro, publicou um estudo que avalia alternativas renováveis às centrais de carvão em Portugal.

O

s cientistas mostram que é possível fechar estas centrais se se substituírem por solar fotovoltaico, e que em larga medida a capaci-

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dade instalada de bombagem já existente em barragens é suficiente para fazer a gestão desta energia. Tal permitirá aumentar a contribuição de renováveis no

sistema elétrico de 50 para 77%, e reduzir as emissões em 56%. Esta solução não tem impactos negativos na operação do sistema, não tem implicações no balanço

importações/exportações e deverá proporcionar energia mais barata. Requer uma capacidade total de 8GW de solar fotovoltaico, aumentando a atual em cerca de 16 vezes, o que, dados os custos muito competitivos desta tecnologia, especialmente em

O grupo de investigadores

Raquel Figueiredo


Notícias do Mar

países onde as condições de insolação são favoráveis, como Portugal, é alcançável antes de 2025. Para isto, é necessário contudo que sejam resolvidos os constrangimentos existentes na ligação à rede destas centrais, especialmente no sul, e que o Governo crie as condições regulatórias e de mercado necessárias para o investimento nesta tecnologia por parte dos promotores, e estabeleça um sistema que realmente incentive a adoção de solar distribuído. Portugal tem em operação no seu sistema eletro-

Deve-se aumentar a contribuição de renováveis no sistema elétrico de 50 para 77%

Figura 1 – Curva de duração das necessidades de importação (adaptado de R. Figueiredo, P. Nunes, M. Meireles, M. Madaleno, and M. C. Brito, “Replacing coal-fired power plants by photovoltaics in the Portuguese electricity system,” J. Clean. Prod., vol. 222, pp. 129–142, Jun. 2019). produtor duas centrais a carvão altamente poluentes: Sines e Pego. A primeira é das maiores na Europa no que concerne a emissões de CO2, e juntas são responsáveis por cerca de um quinto de todas as emissões de CO2 no país. Há contudo a noção generalizada de que as centrais a carvão são ainda fundamentais nos sistemas elétricos, porque servem de backup à variabilidade das renováveis, e porque produzem energia barata, e por isso existe a perspetiva de manter estas duas centrais em funcionamento por mais uma década. Raquel Figueiredo é a primeira autora deste artigo, disponível online na Science

Direct e que será publicado na edição de 10 de junho de 2019 do Journal of Cleaner Production. Este trabalho desenvolve-se no âmbito do seu

Figura 2 – Necessidades de importação e exportação durante o ano para o cenário Solar com armazenamento hídrico (adaptado de R. Figueiredo, P. Nunes, M. Meireles, M. Madaleno, and M. C. Brito, “Replacing coal-fired power plants by photovoltaics in the Portuguese electricity system,” J. Clean. Prod., vol. 222, pp. 129–142, Jun. 2019). doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia e que tem como orientador Miguel Centeno Brito, professor do Departamento de Enge-

nharia Geográfica Geofísica e Energia (DEGGE) Ciências ULisboa e coorientador Pedro Nunes, professor do DEGGE Ciências ULisboa.

A Central do Pego com a Central de Sines são responsáveis por cerca de um quinto de todas as emissões de CO2 no país 2019 Abril 388

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Vela

31ª Atlantis Cup Regata da Autonomia

A Mais Importante Regata dos Açores Organizada pelo Clube Naval da Horta, a Atlantis Cup – Regata da Autonomia que se disputa este ano entre 26 de julho e 6 de agosto, no grupo Oriental e Central da Região Autónoma dos Açores, é a principal regata de vela de cruzeiro realizada no mar dos Açores, uma das mais importantes que se diputam em Portugal e mais promove os Açores como destino de náutica de recreio.

O

percurso da Atlantis Cup de 2019 contempla as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial e por isso, o Clube Naval da Horta conta com a colaboração do Clube Naval de Santa Maria, do Clube Naval de Ponta Delgada e do Angra Iate Clube. O evento tem ainda o alto patrocínio da Assembleia

José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH 76

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Legislativa da Região Autónoma dos Açores e do Governo Regional dos Açores. Durante a apresentação da 31ª Atlantis Cup - Regata da Autonomia, José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH, declarou: “Estamos, de facto, num período novo desta Regata e vamos recomeçar com os horizontes abertos, voltan-


Vela

do a aspirar ir tocando em várias ilhas dos Açores até que daqui a algum tempo se tenha tocado de novo em todas as parcelas do Arquipélago e terminado esse período, esta Regata tivesse tocado em todas as 9 ilhas dos Açores”. Para a promoção internacional da Atlantis Cup de 2019, foi feita a sua divulgação na Bolsa de Turismo de Lisboa por Jorge Macedo, Director de Prova, apresentando um Video Promocional da Regata que foi muito elogiado, montado por Artur Simões, técnico de Informática do Clube Naval da Horta. No que respeita às Classes, a Regata conta com as mesmas de anos anteriores, nomeadamente ORC, ANC e OPEN. A Classe ANC existe, por-

que está a contar-se com barcos do Continente, porque encontram-se nos Açores barcos medidos em ANC, cujos proprirtários poderão estar interessados em participar nesta regata entre ilhas. A Atlantis Cup 2019 disputa-se em três Etapas, a primeira de Vila do Porto, na Ilha de Santa Maria, até Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, num percurso de 54,70 mn. A segunda etapa tem o percurso maior, com 92,80 mn, com a largada em Ponta Delgada e a linha de chegada em Angra do Heroísmo, na Ilhaa Terceira. A terceira etapa percorre 70,00 mn com o tiro de partida dada em Angra do Heroísmo e a chegada na Horta, na Ilha do Faial. Nas Marinas, os Veleiros têm estacionamento gratuito, porque há um patrocínio de Portos dos Açores, S.A., em que o estacionamento das embarcações nas Marinas, por onde passa a Regata, é gratuito. E nesse apoio inclui-se, igualmente, o uso dos balneários. Este ano, as Marinas envolvidas são Vila do Porto, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, e Horta. Há, ainda, mais um apoio que consiste no facto de três dias antes da largada e trêrs dias depois da Prova acabar, os veleiros podem usufruir destas Marinas sem pagar estacionamento. 2019 Abril 388

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Surf

Circuito de Surf do Norte Powered by Grupo Caixa Agricola

Os Melhores Surfistas da Região Norte Foram Premiados A Praia Internacional do Porto recebeu, no fim-de-semana, de 16/17 de março, a terceira etapa do Circuito de Surf do Norte powered by Grupo Caixa Agricola, uma prova inserida no programa do Porto & Matosinhos WAVE SERIES 2019.

Zema Bruschy vencedor nos Sub 18

Z

ema Bruschy foi o grande vencedor nos Sub 18 e o Salvador Tavares venceu

nas categorias sub 16 e sub 14 desta competição. A participação neste campeonato superou as expetati-

Estrutura na praia 78

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vas com mais de 80 jovens surfistas a lutar pelo apuramento para os campeonatos nacionais. A qualidade das

ondas, aliada ao sol que se fez sentir, criou as condições ideais para as excelentes performances, manobras de

Salvador Tavares campeão regional sub 14


Surf

Podio Sub 14 grande qualidade e elevados scores registados durante toda a competição. Zema Bruchy ex-vencedor nesta etapa do campeonato na categoria sub 16, arrecadou também agora o primeiro lugar nos Sub-18. Destaque, também, para Marcelo Roquette, atleta sub-18 que obteve a melhor nota na onda nos sub 18, com 9,47 pts. Este campeonato teve um sabor especial para Salvador Tavares que além de vencer na categoria sub16, sagrou -se o novo campeão regional sub 14. “É bom assistir à evolução dos jovens surfistas, que a cada ano vão aparecendo mais qualidade e técnica nesta competição. É também com enorme orgulho que percebemos o crescimento da modalidade e a atenção cada vez maior que esta desperta nos jovens atletas”, afirma Marcelo Martins, responsável pela organização desta iniciativa. O cartaz Wave Series 2019 prossegue durante o mês de maio com início a 4 de maio com o LOG SURF FEST, Etapa do Campeonato Nacional de Longboard e a 5 de maio com o Campeonato Nacional de Sup Race e Wave. A Onda Pura – Produção de Eventos em colaboração com a AON – Associação

Podio Sub 16

Onda do Norte e com as Câmaras Municipais do Porto e de Matosinhos são as entidades organizadoras deste evento que tem o apoio institucional da Federação Portuguesa de Surf e da entidade de Turismo de Porto e Norte de Portugal e da Junta de Freguesia de Matosinhos e Leça da Palmeira. Conta com o patrocínio oficial do Grupo Credito Agricola, Mazda e Autosueco, 58 Surf Shop, Mike Davis e com os apoios da Vitalis, Superbock, Hospital de Santa Maria – Porto, MEO, Solinca, Be Stronger, Edifício Transparente e cobertura mediática da WGC, Surf Total, Beachcam, e Fuel TV.

Podio Sub 18

Classificações Sub 18 1ºlugar - Zema Bruschy 2º lugar - Sacha Garcia 3º lugar - Marcelo Martins 4º lugar - Tomás Arroja

Zema Bruschy

Sub 16 1ºlugar – Salvador Tavares 2ºlugar – João Maria Pereira 3ºlugar – Sacha Garcia 4ºlugar – Duarte Pinho Sub 14 1ºlugar – Salvador Tavares 2ºlugar – João Maria Pereira 3ºlugar – Lourenço Jervell 4ºlugar – Jaime Olazabal

Salvador Tavares 2019 Abril 388

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Notícias do Mar

Últimas 5ª Winter Series SB20

Vitória Portuguesa

Equipa vencedora

“Dom Pedro Hotels” de José Paulo Ramada, com Miguel Leal de Faria, António Silva Pereira, Rui Ramada Barros e em 7º o “Quebramar” de Henrique Brites, com Bernardo Torres Pêgo, Ricardo Rodrigues, Rafael Rodrigues. A prova de mais um fim-desemana de vela internacional em Cascais, fechou o ranking da classe:SB20. O russo “MST” de Vasily Grigoriev é o grande vencedor do ranking com 6

pontos, seguido de “Animal/ SailCascais’”de Vasco Serpa em 2º lugar com 12 pontos e o “Dom Pedro Hotels” de José Paulo Ramada, em 3º lugar com 16 pontos. No final, o Clube Naval de Cascais, assinalando o fim de mais um SB20 Winter Series em Cascais, agradeceu a participação de todos e destaca ainda com entusiasmo de ver a frota de SB20 em Portugal “crescer a olhos vistos”.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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2019 Abril 388

Fotografia: Anna Zykova/CNC

grandes vencedores da última prova Winter Series SB20. Em 2º lugar ficou “ActiTime” de Dmitry Tretyakov com Alexander Martemianov e EvgeniiTsyshkov e em 3º lugar ficou “Animal/ SailCascais’”de Vasco Serpa com Pedro Costa Alemão. De assinalar que terminaram ainda com as cores portuguesas, os SB20 “Carl Linné II” de John Harald Orneberg, em 5º, com Diogo Barros, Nuno Barreto e em 6º o

Fotografia: Luís Fráguas/V Winter Series SB20

O

rganizada pelo Clube Naval de Cascais a classe SB20 disputou no fim-de-semana 24/25 de março a quinta e última prova do Winter Series SB20 em Cascais, com uma frota impressionante de 42 barcos, 27 dos quais portugueses. Depois de 5 regatas “Metalfrio Solutions” de Erwin Russel com Gustavo Lima e Tiago Marcelino, foram os


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