Notícias do Mar n.º 383

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Notícias do Mar

58. º Genoa International Boat Show 2018

Texto e Fotografia João Carlos Reis

A confirmação do Salão de Génova

O Salão de Génova 2018 foi recorde em número de visitantes e em negócios Chegou ao fim uma edição recorde em número de visitantes e em negócios.

O

Cada vez há mais visitantes no sector da vela 2

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s números-chave que certificam o sucesso do Genoa International Boat Show, são 174.610 visitantes, mais 16% do que no ano de 2017 (que havia sido o ano do retorno), 951 marcas em exposição (58% internacionais e os restantes Italianos), das quais 62 são novos expositores. Ocuparam aproximadamente 200.000m2 de área em terra e na água. O Boat Show foi palco de 620 eventos sob a forma de conferências, seminários, reuniões e festas da ForumUCINA, muitos deles organizados pelos próprios expositores. Os visitantes internacionais marcaram uma presença muito signifi-


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Os principais estaleiros de veleiros estavam em Génova

cativa: sendo mais de 33% eram estrangeiros, incluindo países como Israel, Austrália ou a região especial de Hong Kong. Génova continuou a confirmar-se como um local permanente para a náutica de recreio, um sector que, de acordo com o Relatório Censis de 2015, sobre a economia do mar, tem o maior multiplicador de rendimento e emprego de todo o cluster marítimo, atingindo respectivamente 3,7 e 6,9 numa média de cluster de 2,6 e 2,8. O Salão Náutico de Génova Em 2018 houve entradas de expositores até à última hora, mesmo antes do início da feira, alcançando um total de 951 expositores. A

cerimónia de abertura começou com o tradicional hasteamento da bandeira da Capitania dos Portos, pela Guarda Costeira Italiana, acompanhada este ano por uma saudação comovente pela Fragata com Mísseis Guiados Virgilio Fasan (F 591), que fez soar o sinal de apito, em nome da Marinha Italiana, homenageando o International Boat Show e a cidade de Génova. A trágica queda da ponte, em Agosto de 2018 esteve muito pre-

Os iates a motor estavam em diferentes pontões, dependendo das dimensões

2017 teve um crescimento do volume de negócios de 12,8% face a 2016 2018 Novembro 383

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A entrada do porto de Génova é junto

Como dispõe de vários planos de água o Salão de Génova é o que expõe mais barcos dentro de água na Europa sente e foi mote para uma atitude muito positiva, de fazer mais e melhor. As autoridades presentes seguiram as saudações dos militares. Marco Bucci, Presidente da Câmara de Génova, fez um discurso emocionado, afirmando que “hoje, com este International Boat Show, Génova mostra o caminho a seguir

quando se trata de recuperação. O Boat Show só poderia ter lugar em Génova. É o mais belo evento náutico da Europa, campeão da Itália no cenário mundial” O Ministro Italiano das Infra-estruturas e Transportes, Danillo Toninelli, declarou: “o registo digital tornarse-á operacional em Outubro”.

Para Carla Demaria, presidente da UCINA, a Associação da Indústria Náutica Italiana, disse: “O Genoa International Boat Show é uma vitrina importante e uma ferramenta essencial para o nosso setor. Estamos muito felizes em ouvir as maravilhosas notícias do Ministro em relação à aprovação do muito

Sector dos grandes iates a motor 4

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aguardado Registo Digital. Eu gostaria de agradecer a todos aqui hoje, especialmente aos expositores que escolheram confirmar sua confiança neste International Boat Show e sua importância mundial, agora um símbolo de renascimento”. As palavras da Presidente da UCINA foram seguidas por aquelas transmitidas remotamente através de um vídeo do Presidente da Confederação Geral da Indústria Italiana, Vincenzo Boccia: “Génova desempenha um papel estratégico no País como um todo. Este será um dos mais bem-sucedidos International Boat Shows de sempre. Uma


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à Feira, permitindo a exposição dos megaiates

O SanLorenzo 102

hipótese para a beleza, excelência e tecnologia encontrarem a sua melhor sua vitrina”. Marcas que marcaram presença Nas embarcações a Amer Yachts, a Azimut S6, a Beneteau com a novidade o Oceanis 46, a Cranchi com o T36Xove, a Dufour com o Grand Large 390, a Jeanneau (Sun Odyssey 410, 440 e 490), a Monte Carlo Yachts, a Princess ou a Sanlorenzo, exposeram as suas novidades e portefólio. A Honda Marine e a Tohatsu aproveitaram a oportunidade para expor semi-rígidos e as gamas

Zona dos Princess 2018 Novembro 383

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de motores fora de borda. A Mercury apresentou as novas gamas de motores fora de borda 3.4L V-6

Pavilhão coberto

Stand da Humminbird

Stand da Raymarine

Motores da nova geração da Honda

de 175 e 225 HP e os novos 4.6L V-8 Verado e ProXS de 200 HP a 300 HP que o Notícias do Mar testou

em Baveno, Itália. A Yamaha apresentou o novo e poderoso, Yamaha V8 XTO Offshore de 425

Stand da Honda 6

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HP, já testado pelo Notícias do Mar em Cannes. A Suzuki fortaleceu a sua gama com novos lançamentos, os motores DF175A e DF150A. Os acessórios e electrónica têm uma área de exposição muito importante no Pavilhão principal com as marcas: Humminbird, Raymarine e Garmin a marcarem presença. A marca Portuguesa de aerogeradores para embarcações Silent Wind marcou mais uma vez presença através de um representante. Génova: Expor também dentro de Água O Salão Náutico de Génova tem como característica, ser dos primeiros salões europeus a expor as novidades. Para a náutica de recreio, os desportos aquáticos e a vela Génova apresenta-se como


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A gama Tohatsu de alta cilindrada

Honda BF 250 VTEC uma mini-cidade náutica, com os barcos a motor ou à vela e os restantes produtos como motores e equipamen-

tos ou acessórios, em zonas bem organizadas e em espaços de fácil visita. Graças à enorme doca,

à entrada do porto de Génova, que o Salão dispõe, este evento destaca-se por ser o que maior número de embarcações tem dentro de água na Europa, desde um pequeno pneumático de 2,50 metros até o Mylius 80 / twin Soul ou um megayacht como Baglietto T-Line, de 48 metros de comprimento. As embarcações com mais dos oito metros de comprimento, estão dentro de água com as popas amarradas a pontões, de modo acessível para serem visitadas e saírem para o mar para os test ride. Em

Stand da Mercury 8

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três planos de água, os visitantes podem ver: Veleiros, semi-rígidos, sport iates e iates a motor, catamarans e os megayachts. Esta é a melhor forma de se ver e visitar um barco, ao ar livre e em cima dele. Teste Ride O Mar, fantástico e com muito boas condições para a prática das actividades náuticas e uma disposição das embarcações dentro de água, fazem deste evento um bom momento para subir às embarcações e fazermonos ao largo. A oportunidade única para testar o seu futuro barco. Toda a doca respira esse ambiente de expectativa, de descoberta, entramos e sabemos que vamos testar ou experimentar algo diferente. O ambiente no pontão A43 era agradável e convidativo. Fomos muito bem recebidos. Na Marina em Génova era um entra e sai de embarcações, dos mais variados tipos, tamanhos, potência, com mais ou menos gente, o dia todo. O ambiente muito bom e as condições ideais para testar, para experimentar as novidades ou diferentes modelos. Um dos números que atesta o sucesso do salão deste ano foram os milhares de testes de mar feitos.


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Conferência forumUCINA / Boating Economic Forecast Alguns números da Indústria Naval: com crescimento a dois dígitos pelo terceiro ano consecutivo

H

ouve uma recuperação consolidada do mercado em primeira mão - com um volume de negócios global em 2017 de 3,88 mil milhões de euros (com um crescimento do volume de negócios de 12,8% face a 2016), um volume de negócios calculado exclusivamente no que diz

respeito a actividades relacionadas com a produção de barcos nas empresas. Se considerarmos que face a 2013 (facturação de 2,43 mil milhões de euros), o pior ano desde 2000, há um aumento de 60%, percebemos a forma consolidada desta recuperação. O emprego directo também está em alta (um

Motores Mercury 3.4L V6 de 175 HP a 225 HP

Motores 4.6L V8 de 200 HP a 300 HP 2018 Novembro 383

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Stand da Yamaha total de 19.600 empregados, + 6,1% em relação a 2016), assim como a contribuição da indústria de navegação para o PIB (1,87%, 13,4% a mais que no ano anterior). Por fim, para confirmar a tendência geral positiva do sector, observa-se um crescimento expressivo em toda a indústria de navegação doméstica, com aumento de

O poderoso Yamaha V8 XTO Offshore de 425 HP 10

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16,1%, atingindo o total de 1,34 mil milhões de euros, e aumento específico do mercado interno para o mercado italiano de produção de barcos de lazer de 29,2%. Resultados positivos, que mantém a tendência dos últimos anos, também na exportação. O sector que permitiu à indústria náutica Italiana reagir efectivamente à recente crise graças à excelência dos produtos italianos, reconhecidos mundialmente, confirmando a liderança mundial da Itália na produção de Superyachts (com mais de 24 metros de comprimento); essas exportações são particularmente impressionantes, tendo registado um crescimento de 83,4% entre 2010 e 2017. Também aqui se nota um crescimento claro na produção de Superyachts desde 2012. Uma das tendências mais claras da actualidade no sector é a do leasing náutico, que mais do que triplica o seu valor em relação a 2013, mantendo de forma constante o crescimento desde esse ano.

A curiosidade sobre o Yamaha V8 XTO


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Suzuki fortalece gama com novos lançamentos no Genoa International Boat Show

Stand da Suzuki Novos DF175A e DF150A

O Notícias do Mar esteve presente dia 20 de Setembro, no stand da Suzuki durante o 58.º Genoa International Boat Show, para uma conferência de imprensa onde foi anunciado o lançamento dos seus novos motores DF175A e DF150A, que reforçam a gama, bem como de novos modelos portáteis brancos. O lançamento deste novo produto irá, sem dúvida, reforçar a posição da Suzuki

dentro deste sector de potência, tão importante do mercado. Os clientes beneficiarão das principais tecnologias da Suzuki, todas preparadas para proporcionar potência e desempenho empolgantes, juntamente com eficiência de combustível superior - tudo a partir de uma unidade super compacta e leve. Aceleração emocionante Com um motor DOHC de quatro cilindros em linha de 2,9

O topo de gama Suzuki DF350

litros, esses novos modelos também usam uma alta taxa de compressão de 10.2:1, o que proporciona óptimo momento de baixa potência e gera uma aceleração impressionante. Maximizar o desempenho Para maximizar o desempenho, os novos DF175A e DF150A são equipados com um sistema de admissão de ar semi-direto para fornecer ao motor um fluxo de ar mais frio, um sensor de O2 para optimizar a combustão e um sensor de combustão para confiabilidade superior. Eficiência de combustível líder de mercado A economia de combustível é uma questão importante para todos os nautas. O DF175A e DF150A beneficiam ambos do incomparável Lean Burn Control System da Suzuki, que é projectado para economizar combustível, tanto em baixa velocidade quanto em velocidade de cruzeiro. Isso é feito prevendo as necessidades de combustível de acordo com as condições de operação e fornecendo uma mistura ideal de combustível e ar para o motor, o que resulta numa melhoria de 14% na economia de combustível do DF175A sobre o actual DF175 e uma melhoria de 7% para o DF150A sobre o

actual DF150. Nova opção de cor “cool white” para motores portáteis chave Em resposta ao aumento da procura por motores fora de borda brancos, a Suzuki introduziu uma opção de cor “cool white” em algumas de suas gamas portáteis, nomeadamente, a DF6A, DF9.9B, DF15A e DF20A. Estes estarão disponíveis a partir do início da Primavera de 2019. Com estes acréscimos, a Suzuki oferece motores fora de borda brancos de 6hp a 350hp, o que abrange uma grande variedade de barcos e preferências do cliente. Yasuharu Osawa, Managing Officer, Executive General Manager, Marine Operations, da Suzuki Motor Corporation, disse: “Este é um importante sector de potência para nós e a introdução desses novos modelos fortalecerá a nossa linha de produtos. O novo DF150A e DF175A estão equipados com as mais recentes tecnologias da Suzuki, que proporcionarão a melhor experiência de navegação. Além disso, ao adicionar os novos DF6A, DF9.9B, DF15A e DF20A brancos, estamos a oferecer aos nossos clientes uma escolha muito mais ampla. ”

Suzuki DF350 com tampa decorada 2018 Novembro 383

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Notícias do Mar

Investigação

Equipa da FCTUC desenvolve molécula natural para substituir o tóxico estireno Pela primeira vez, foi desenvolvida uma molécula quase cem por cento natural capaz de substituir o estireno, uma molécula derivada do petróleo que está na base de materiais usados nas mais diversas indústrias, por exemplo, naval, automóvel, embalagens e vestuário, mas que apresenta elevada toxicidade.

Ana Fonseca, Arménio Serra, Jorge Coelho, Mafalda Lima e Cátia Costa

A

investigação que conduziu à nova molécula “verde”, desenvolvida por uma equipa do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), é o tema de capa da revista científica Green Chemistry, uma das mais prestigiadas revistas da área da química verde. Os coordenadores do estudo, Ana Fonseca e Arménio Serra, esclarecem que «há muito que a comunidade científica estuda uma alternativa ao estireno, um composto considerado tóxico e bastante nocivo para o ambiente e para o ser humano, tendo sido classificado como agente 12

carcinogénico. Até aqui, as tentativas de substituição do estireno não se mostraram satisfatórias essencialmente por não assegurarem as melhores propriedades do material final.» O maior desafio desta investigação foi desenvolver uma molécula com base em produtos naturais, que possa ser utilizada nas mesmas funções do estireno e que após os mesmos

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tratamentos possibilite a obtenção de materiais com as

mesmas propriedades mecânicas e térmicas. A nova molécula tem por base o «sobrerol, um composto de estrutura cíclica, que pode ser obtido a partir da transformação de materiais extraídos da resina do pinheiro. A preparação do sobrerol envolve também a utilização de dióxido de carbono (CO2) como matéria-prima sendo uma importante maisvalia sob o ponto de vista ambiental», descreve Ana Fonseca. Para que a nova molécula garantisse as mesmas propriedades e caraterísticas finais em tudo semelhantes às do estireno, a equipa teve de modificar o composto de sobrerol através de reações específicas de engenharia molecular. Atualmente, o estireno é dos compostos mais usados industrialmente, prevendo-se um crescimento no seu consumo de 4,9% entre 2018 e 2023 (https://www.mordorintelligence.com/ industry-reports/styrenemarket). Assim, a molécula inventada pela equipa da FCTUC poderá ter um grande impacto na indústria. No entanto, é preciso «efetuar os necessários estudos de desenvolvimento tecnológico para a sua aplicação», finalizam os coordenadores da investigação.


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Náutica

Teste BWA 220 Super Pro com Honda BF200 AK3

Texto Antero dos Santos Fotografia Vasco Mello Gonçalves

Superior Desempenho no Mar

Um novo semi-rígido BWA foi testado na baía de Cascais, no passado dia 29 de Agosto, o BWA 220 Super Pro equipado com o Honda BF200, num ensaio que mostrou um superior desempenho no mar em performance, segurança e comodidade

O

convite à imprensa especializada deste teste foi feito pela GROW, importador exclusivo dos motores fora de borda Honda e pela Parede Náutica, importador exclusivo dos semi-rígidos BWA e concessionário da Honda Marine. A Parede Náutica, funda14

da em 2003, tem a sua sede no concelho de Cascais e loja na Marina de Cascais. A sua actividade de negócio é o comércio e manutenção náutica, marítima turística e organização de eventos. A Parede Náutica tem-se evidenciado pela elevada qualidade dos serviçosa que presta, bem como destaca-

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se pelas parcerias que efectua e, no fim, pela carteira de clientes. O estaleiro italiano BWA que nasceu em finais da década de 1950, é um dos mais antigos e prestigiados construtores de semi-rígidos de Itália que comporta actualmente meia centena de fabricantes, tem o maior

mercado e com mais concorrência. Desde o início que os engenheiros e designers do estaleiro procuraram encontrar novas soluções, que assegurassem a inovação, conforto, desempenho e segurança.nas embarcações BWA Actualmente a gama da


Náutica

Orca, do principal fabricante do mundo deste material, a Pennel & Flipo e os cascos são compactos e robustos. BWA 220 Super Pro O BWA 220 Super Pro é um sermi-rígido com 6,65 metros de comprimento, estudado e construído para ser utilizado em diferentes usos no mar, em actividades de recreio, ou operações profissionais. Tem uma generosa boca, com 2,75 metros, que reduz facilmente despejando um pouco os tubos, para ser rebocável. O casco, com um V muito acentuado e profundo, é a mais-valia para a navegação no mar, segura e confortável. Este BWA 220 Super Pro foi preparado pela Parede Náutica para um cliente das Flores, com uma escola de mergulho, a Longitude 31. O barco tem uma consola de condução alta com um páar-brisas em cima, protegido por um corrimão em aço inox. O piloto dispõe de um banco encosto para a condução de pé. A consola tem o posto de comando

Consola de condução

BWA 220 Super Pro

BWA estende-se por 4 linhas, Premium, Sport, Professional e Tender, construindo um total de 27 modelos. A linha mais popular é a Sport que tem 11 modelos dos 4,05 metros aos 8,45 metros de comprimento. Nestes semi-rígidos o estilo italiano é reforçado para garantir qualidade, resistência e fiabilidade. Em virtude disso, os flutuadores são fabricados em tela de Neoprene/Hypalon

O BWA 220 Super Pro com o Honda BF200 mostrou um desempenho no mar muito bom 2018 Novembro 383

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Náutica

O Honda BF200 estava montado no BWA 220 Super Pro com bússola, tem espaço para a electrónica necessária e dentro um compartimento para arrumação com porta estanque. A direção é

hidráulica. À frente da consola fica o transporte dos mergulhadores, que se sentam sobre os tubos. As garrafas são

tansportadas num acessório em aço inox para 10 garrafas, fixado sobre uma caixa armazem central em fibra de vidro, com aberturas laterais

Escada especial de mergulho em aço inox com plataforma lateral 16

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para arrumação de palamenta. Para os mergulhadores subirem, existe uma escada especial de mergulho em aço inox com uma plataforma lateral. O 220 Super Pro tem ainda plataformas de fibra de vidro extra longas à popa. Para arrumar palamenta existe um grande porão à ré e para guardar o ferro uma loca à proa. Para segurar o ferro e reboques, está fixada à proa um mastro de reboque em aço inox. Na popa também existe um mastro de reboque. Os flutuadores do BWA 220 são em tela de Neoprene/Hypalon Orca 1670 dtx, colados por dentro à coberta e por fora ao casco, ampliando a robustez do barco e eliminaando as vibrações dos tubos na água, com o


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Náutica

O casco a navegar corta a água com conforto e deflecte a água bastante para fora barco em andamento. Os flutuadores são reforçados nas entradas dos mergulhadores, junto à consola de condução. Desempenho económico,

performante e confortável As especiais características do Honda BF200, com os sistemas BLAST e ECOmo, desenvolveram, aplicadas no BWA 220 Super Pro, um superior desempenho.

Logo no arranque, em 1,65 segundos já planavamos, graças à elevada capacidade de aceleração do motor, com o sistema BLAST, binário aumentado a baixa rotação. No teste de aceoleração até às 5.000

rpm, testámos só às 4.000 rpm pois o barco atingiu 20,4 nós em apenas 4,40 segundos. Estes resultados devem-se também à facilidade do barco descolar da água, pois a velocidade mínima a planar foi de 10,3 nós

O casco tem um V muito profundo 18

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Náutica

Motor Honda BF200

U

O Banco do piloto às 2.000 rpm. No teste de velocidade máxima, atingimos 42,6 nós às 5.600 rpm. Uma excelente velocidade de ponta. Outro resultado assinalável foi a velocidade de cruzeiro, aquela que interesse para aumentar a automia da embarca-

ção numa velocidade económica. No BWA 220 Super Pro o sistema ECOmo do Honda BF200, manteve o barco a navegar a 20,3 nós com o motor apenas às 3.000 rpm. Salientamos também o conforto do casco a navegar, cortando a ondulação sem

Mastro de amarração em aço inox à proa

ma das cacterísticas dos fora de borda Honda é a incorporação de tecnologias avançadas da indústria automóvel. O Honda BF200 tem um bloco V6, 24 válvulas, 3.471 cm3 de cilindrada e 200 HP de potência Um conjunto de tecnologias incorporadas e desenvolvidos pelos engenheiros da Honda, fazem do Honda BF200 um motor amigo do ambiente, com elevado desempenho, silenvioso e com grande economia de consumo. O motor tem o sistema PGM-FI, a injecção sequencial de combustível, que oferece um arranque fácil e seguro, respostas instantâneas ao acelerador, superior eficiência no consumo de combustível e aumenta a performance no arranque. O Honda BF200 Incorpora o sistema BLAST, binário aumentado a baixa rotação. O ponto de ignição controlado aumenta o binário do motor durante as acelerações rápidas, reduzindo o tempo necessário para a embarcação planar. Esta tecnologia, exclusiva da Honda, obtém arranques explosivos para as embarcações planarem de imediato. Com o sistema ECOmo, motor de economia controlada, foi introduzida uma tecnologia de combustão pobre de segunda geração, para obter óptima economia de combustível, com um consumo especialmente reduzido em velocidades constantes de cruzeiro. Em modo ECOmo, o motor funciona numa relação ar/combustível pobre (18/1). A relação ar/combustível é controlada pela ECU, com base em informações recebidas do sensor O2. Assim consegue-se baixos consumos em velocidades de cruzeiro em rotações entre as 3.000 rpm e 4.500 rpm. O BF200 está em conformidade com a norma NMEA 2000 para ligação aos equipamentos electrónicos de bordo como chart plotters, GPSs e sondas, permitindo apresentar e visualizar os dados de gestão do motor pelo piloto. O Honda BF200 tem 3 anos de garantia

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Náutica

O BWA 220 Super Pro e o Honda BF200 atingiram elevadas performances a coberta. O piloto vai numa excelente posição de condução de pé, com as costas muito bem apoiadas no encosto do banco e como o barco tem o sistema de dfireção hidráulico, conduz sem esforço e com muita segurança. Em conclusão, consideramos o conjunto barco/motor perfeitamente equilibrado, pois a lotação do barco é de 15 pessoas e 10 podem ser mergulhadores, os 200HP do Honda são suficientes.

O BWA 220 Super Pro é uma embarcação espaçosa e bem adequada para uma escola de mergulho Performances

bater e deflectindo bastante para fora a água sem molhar

Arranque

1,65 seg.para planar

Aceleração às 4000 rpm

20,4 nós em 4,40 seg.

Velocidade máxima

42,6 nós às 5600 rpm

Comprimento

6,65 m

Velocidade de cruzeiro

20,3 nós às 3000 rpm

Boca

2,75 m

Velocidade mínima a planar

10,3 nós às 2000 rpm

Lotação

15

2500 rpm

13,8 nós

Diâmetro flutuador

0,58 m

3000 rpm

20,3 nós

Número câmaras

5

3500 rpm

25,2 nós

Peso

600 Kg

4000 rpm

28,8 nós

Tanque de água doce

50 L

4500 rpm

32,6 nós

Tanque de combustível

191 L

5000 rpm

38,9 nós

Potência máxima

200HP

5500 rpm

40,2 nós

Motor de teste

Honda BF200 AK3

42,6 nós

Preço barco/motor

66.400 € com IVA

5600 rpm

Características Técnicas

Importadores e Concessionário Parede Náutica Estrada de Polima, Centro Industrial 9001, Armazem A, Abóboda, 2785-543 S.Domingos de Rana Marina de Cascais loja 31 A/B, 2750-800 Cascais Tel.: 214 822 727 / 214 444 449 GROW IBERIA Rua Fontes Pereira de Melo, 16 Abrunheira, 2714 – 506 Sintra, Telefone: 219 155 300 geral@grow.com.pt www.honda.pt

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Electrónica

www.nautel.pt

Notícias Nautel

GPS PRO e GPS PRO+ Os GPS Bluetooth da Bad Elf fornecem um posicionamento preciso e fiável. Conectáveis com Android e iOS e compatíveis com as melhores aplicações de orientação aeronáutica, marítima e terrestre do mercado (incluindo as de empresas como a Navionics, C-MAP, TimeZero/MaxSea, Jeppesen, a Google ou a Garmin) são um complemento de navegação obrigatório para qualquer piloto ou praticante de atividades ou desportos outdoor.

O

GPS PRO e o GPS PRO+ são dois produtos de pequenas dimensões da Bad Elf, desenvolvidos numa perspetiva transversal aos diversos tipos de navegação, incluindo a aeronáutica, com o intuito de permitir aos pilotos de aviação ligeira, privada e comercial terem acesso ao posicionamento da aeronave nos seus habituais iPads (ou noutros aparelhos Android ou iOS). Robustos, impermeáveis e resistentes a quedas, estes equipamentos têm uma fiabilidade e precisão muito superiores aos chips GPS incluídos em alguns iPads e smartphones, têm uma bateria própria de longa duração e funcionam a velocidades e 22

altitudes superiores às atingidas pelos aviões comerciais (funcionam até 60 mil pés e 1600 km/h). Devido ao seu preço acessível e à sua elevada performance estes dispositivos são também vastamente utilizados como GPS’s marítimos e terrestres com a vantagem de que possuem bateria própria e não consomem energia da embarcação ou do telemóvel ou Tablet do utilizador. Confira abaixo as características do GPS PRO e do GPS PRO+ e algumas das aplicações que ficará apto a utilizar no seu dispositivo iOS ou Android. GPS PRO O GPS PRO é um dispositivo impermeável e resistente

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a quedas que cabe na palma da mão. Conta com um ecrã LCD com retroiluminação e difunde a posição por Bluetooth para dispositivos Android e iOS num raio de 10m. O facto de ser compatível com as aplicações da Google Play e da App Store aliado a uma bateria de boa duração e a uma precisão de 2,5m que se mantém mesmo a velocidades e altitudes superiores às atingidas pelos aviões comerciais, torna-o numa solução com uma ótima relação qualidade-preço e que tem conquistado os consumidores.

th com até 6 dispositivos iOS ou Android num raio de 10m. - Permite recolher Pontos e Rotas e fazer um histórico da posição do utilizador. - Taxa de Amostragem configurável entre 1 e 10Hz (recorda entre 1 a 10 posições por segundo). - Memória Interna que permite o Armazenamento de até 100h de histórico de posição. - Bateria com duração de 16h em uso de Bluetooth contínuo e de 30h com Bluetooth desligado (apenas a armazenar pontos e rotas na memória interna do GPS). - Compatível com aplicações gratuitas e profissionais da Google Play e da App Store.

Características - Recetor GPS com precisão de ~2,5m. - Peso: 90 gramas. Dimensões: 76.5mm x 61.5mm x 17.5mm. - Conectável por Bluetoo-

GPS PRO+ O GPS PRO+ consiste num upgrade ao GPS PRO que visa responder às necessidades dos utilizadores mais exigentes. Este novo modelo acrescenta um recetor


Electrónica

GLONASS a complementar o recetor GPS já existente e acrescenta um altímetro barométrico que melhora a precisão das medições no plano vertical. Além disso permite o acesso à memória interna do equipamento diretamente pelo PC ou Mac, permite streaming por USB da posição atual do utilizador num formato NMEA e conta com melhorias em termos de bateria e de capacidade de armazenamento interno. Características - Recetor GPS e GLONASS com precisão de ~2,5m. - Peso: 90 gramas. Dimensões: 76.5mm x 61.5mm x 17.5mm. - incorpora um Altímetro Barométrico (precisão de ~1m) para reduzir o erro de medição de altitude. - Conectável por Bluetooth com até 5 dispositivos iOS ou Android num raio de 10m. - Permite recolher Pontos e Rotas e fazer um histórico da posição do utilizador. - Taxa de Amostragem configurável entre 1 e 10Hz (recorda entre 1 a 10 posições por segundo). - Memória Interna que permite o Armazenamento de até 200h de histórico de posição. - Bateria com duração de 24h em uso de Bluetooth contínuo e de 36h com Bluetooth desligado (apenas a armazenar pontos e rotas na memória interna do GPS). - Permite o acesso à memória interna através do PC ou do Mac. - Permite streaming por USB da posição atual do utilizador num protocolo NMEA. - Compatível com aplicações gratuitas e profissionais da Google Play e da App Store.

Algumas Aplicações Aeronáuticas Compatíveis:

Algumas Aplicações Marítimas Compatíveis:

Algumas Aplicações de Navegação Terrestre Compatíveis:

Algumas Aplicações de Caminhada e GeoCaching Compatíveis:

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Electrónica

Notícias Nautel

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Adaptador GPS para Produto Apple ‘Plug-In’ GPS que fornece um posicionamento preciso e fiável. Desenvolvido para iPhones, iPads e iPods Touch e compatível com as melhores aplicações de orientação aeronáutica, marítima e terrestre do mercado (incluindo as de empresas como a Jeppesen, a Google ou a Garmin) é um complemento de navegação obrigatório para qualquer piloto ou praticante de atividades ou desportos outdoor.

O

Adaptador GPS para dispositivos da Apple é um produto de pequenas dimensões da Bad Elf, desenvolvido numa perspetiva aeronáutica, com o intuito de permitir aos pilotos de aviação ligeira, privada e comercial terem acesso ao posicionamento da aeronave nos seus habituais iPads (ou outros aparelhos iOS). Conectável aos dispositivos da Apple pela porta de energia, este equipamento tem uma fiabilidade e precisão muito superior às dos chips GPS incluídos em alguns iPads e smartphones, tem uma entrada micro USB que permite que o aparelho iOS seja carregado com o GPS for Lightning em utilização, e funciona a velocidades e altitudes

superiores às atingidas pelos aviões comerciais (funciona até 60 mil pés e 1600 km/h). Este dispositivo tem-se destacado no mercado das soluções de posicionamento pelo seu elevado custo-benefício. Confira abaixo as características deste Plug-In e algumas das aplicações que ficará apto a utilizar no seu equipamento iOS. GPS for LIGHTNING O Adaptador GPS da Bad Elf é um pequeno dispositivo que se conecta a um equipamento da Apple pela porta de energia e que fornece posicionamento GPS com uma precisão de ~2,5m, mesmo a velocidades e altitudes superiores às atingidas pelos aviões comerciais. Uma vez que o posicionamento fica disponível em iOS é possível utilizar todo o conjunto de aplicações disponíveis da App Store para os setores de Navegação Aérea, Marítima e Terrestre. É, portanto, um potente, fiável e descomplicado equipamento de navegação. Características: - Recetor GPS e GLONASS com precisão de ~2,5m. - Peso: 85 gramas. Dimensões: 28mm x 28mm x 7mm.Taxa de Amostragem configurável entre 1

24

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e 10Hz (calcula a posição 1 a 10 vezes por segundo). - Compatível com aplicações gratuitas e profissionais da Google Play e da App Store. - Compatível com aplica-

ções gratuitas e profissionais da Google Play e da App Store.

Algumas Aplicações Aeronáuticas Compatíveis:

Algumas Aplicações Marítimas Compatíveis:

Algumas Aplicações de Navegação Terrestre Compatíveis:

Algumas Aplicações de Caminhada e GeoCaching Compatíveis:


2018 Novembro 383

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Notícias do Mar

Notícias do Ministério do Mar

A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino

WISTA Associação Portuguesa de Mulheres da Indústria Marítima Foi no passado dia 18 de Setembro, oficialmente lançada a WISTA Portugal, a nova Associação Portuguesa de Mulheres da Indústria Marítima

Cerimónia de apresentação da WISTA Portugal 26

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A

Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, presidiu à cerimónia de apresentação oficial da WISTA Portugal (Women’s International Shipping and Trading Association Portugal), uma Associação que tem a missão de atrair e apoiar Mulheres, ao nível executivo, nos setores de transporte marítimo, logística e do comércio marítimo internacional. “Dar poder às mulheres é crucial para promover a igualdade de género, assim como uma efetiva igualdade de género é crucial para o desenvolvimento equilibrado das sociedades”, defendeu a Ministra do Mar na cerimónia de apresentação da WISTA Portugal, que teve


Notícias do Mar

lugar na Gare Marítima de Alcântara, durante a Portugal Shipping Week que decorreu durante quatro dias na capital portuguesa. “O empowerment das mulheres é nuclear”, acrescentou Ana Paula Vitorino, mostrando-se «profundamente empenhada na luta contra a descriminação das Mulheres». A Ministra do Mar recordou que «as atividades da Economia Azul continuam a ser maioritariamente desempenhadas por Homens, e sobretudo chefiadas por Homens», apontando a uma mudança de paradigma que a própria já vem promovendo nas entidades que tutela: “Apraz-me comunicar que, num setor profundamente masculino, o conjunto das

entidades tuteladas pela área de governação do mar tem uma taxa de feminização de 43%, sendo que 50% dos dirigentes máximos das entidades do Ministério do Mar são Mulheres, o que é aproximadamente o triplo da média nacional”. A nova WISTA Portugal será presidida por Carla Olival, assessora jurídica da European Mar e gerente da Maritimos Manning Portugal, sendo que a sede da associação será no Funchal. A Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, será Presidente do Conselho Honorífico, sendo que Lídia Sequeira, Presidente dos portos de Setúbal, Sesimbra e Lisboa será também membro honorário da associação. 2018 Novembro 383

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Náutica

Testes Isonáutica Sport Cruiser 560, 570 Açor, 550 Master e 480 Open com Motores Suzuki

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Barcos com Boa Aceleração, Manobra e Segurança

Sport Cruiser 560 com Suzuki DF90A Testámos em Aveiro, no passado dia 26 de Setembro, quatro modelos da gama Isonáutica, Sport Cruiser 560, 570 Açor, 550 Master e 480 Open, equipados com motores Suzuki, que mostraram excelentes performances, facilidade de manobra e segurança.

A

Isonáutica, uma empresa náutica fundada por Adriano Jesus Tavares, nasceu também como estaleiro a construir embarcações em PRFV para a pesca lúdica e o recreio. De início a produção destinava-se apenas para os seus próprios modelos. Porém, em virtude da sua capacidade e qualidade de construção, começou a receber encomendas 28

de clientes para fabricar em exclusivo embarcações com os moldes deles. Essas embarcações são depois exportadas para Espanha e para Angola. “Hoje a nossa produção é de 50 % para outras marcas” diz Adriano Tavares “os nossos barcos, com a marca Isonáutrica são vendidos directamente ao público aqui na loja ou a clientes revendedores”.

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Quanto à política comercial da Isonáutica, Adiano Tavares salienta “se o cliente que nos aparecer for do Algarve, vendemos para o noso agente do Algarve se for de Setúbal para o nosso de Setúbal.” No que respeita ao serviço de assistência a Isonáutica, como tem um estaleiro, garante a assistência a qualquer barco, seja de que marca for. “Nós desenras-

camos qualquer navegador que nos peça apoio, mesmo barco ou motor que não tenha sido vendido por nós. Mais tarde os clientes reconhecem isso”, reforça Adriano Tavares. Os barcos Isonáutica Os barcos que testámos, Sport Cruiser 560, 570 Açor, 550 Master e 480 Open, são


Náutica

Adriano Jesus Tavares barcos projectados pela Isonáutica, dirigidos ao mercado dos pescadores lúdicos e para actividades de recreio náuticas. O estaleiro, conforme determina a Directiva Comunitária 94/25/CE, a partir dos desenhos, construiu primeiro os barcos em madeira e depois produziu os protótipos em PRFV, para serem ensaiados e aprovados, e certificada a construção em série dos barcos. Comportam todos os modelos uma linha estética semelhante, elegante,

proa ligeiramente elevada e o casco do tipo marinheiro, com um V bastante acentuado desde a proa e a terminar bem marcado à popa. Os planos de estabilidade laterais não são salientes e o casco comporta ainda dois robaletes de cada lado. O 560 Cruiser comporta ainda um pequeno púlpito na proa, um robalete de cada lado e uma quilha quase a 2/3 do casco. Devido ao ângulo bastante marcado à popa, que todos os cascos têm, os bar-

cos cortam a água sem bater atrás e oferecem uma navegação muito confortável. Os planos de estabilidade laterais têm a saliência suficiente para manter o barco direito no arranque e a navegar e não adornar demasiado nas curvas. Salientamos o excelente acabamento dos barcos bem como a grande gama de acessórios standard e opcionais, para ampliar ao máximo a satisfação dos clientes, numa utilização polivalente.

O casco do Sport Cruiser 560 2018 Novembro 383

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Náutica

Polivalente para pescadores Sport Cruiser 560 com Suzuki DF90A O Sport Cruiser 560, com 5,60 metrtos de comprimento é um polivalente com uma cabina à frente para duas pessoas pernoitarem e com

lotação de 6. Na zona do comando, o piloto e o copiloto têm bancos individuais, reguláveis e giratórios e estão protegidos por um largo e alto párabrisas arredondado que envolve todo o posto. À frente

do copiloto fica a porta para a cabina. Esta tem vigias laterais e um alboio no tecto para arejar e iluminar o interior. Atrás no poço existe um banco estofado com encosto, para duas pessoas. Na

570 Açor 30

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hora dos piqueniques, pode-se montar uma mesa ao meio do poço. Para se ir para a proa, há uma passagem à volta do posto do comando. À frente, quem for fazer as manobras de fundear, pode-se sentar sobre o tecto da cabina. A proa tem um pequeno púlpito, roldana, porão para o ferro e dois cunhos de amarração. Quanto às arrumações, existe um porão sob o banco da popa e um compartimento na cabina. Um viveiro de isco vivo foi montado na plataforma de bombordo da popa. Os porta canas estão num varandim à popa, onde se fixa também a torre de esqui. No poço estão fixados transportadores de canas. Rápido e polivalente Equipado com o Suzuki DF90A o Sport Cruiser 560 tinha um motor de elevado


Náutica

Cabina junto ao posto de comando binário e poder de arranque na popa. E foi o que vimos logo no arranque pois em apenas 1,56 segundos o barco já planava. No teste de aceleração até às 5.000 rpm, para avaliar a sua prestação no ski, os 25,9 nós em 8 segundos, este conjunto também satisfaz os adeptos dos desportos aquáticos. No teste do mínimo de velocidade a planar, os 8,9 nós às 3.000 rpm mostraram que o casco dos barcos Isonáutica, descolam rápido da água. Atingimos a velocidade máxima de 33,6 nós às 5.800 rpm, uma excelente performance. Muito bom igualmente foi a velocidade de cruzeiro na rotação dos 4.000 rpm a fazer 21,3 nós. O Sport Cruiser 560, tem uma oferta polivalente, com uma cabina para pernoitar, e está bem equipado para os pescadores. A motorização está equilibrada, oferecendo um conjunto performante e económico. Graças ao V do casco tem um desempenho muito seguro e confortável a navegar. 570 Açor com Suzuki DF90A Na linha dos Open, aberto à frente, o 570 Açor, com o comprimento de 5,63 metros é um barco adequado

O poço do Sport Cruiser 560

Suzuki DF70A / DF90A O

Suzuki DF70A / DF90A tem 4 cilindros em linha com a cilindrada de 1502 cm3, DOHC com 16 válvulas e pesa 158 Kg. São motores fora de borda que foram projectados a partir do zero, com uma construção compacta e ligeira, para proporcionar um desempenho emocionante juntamente com uma excelente eficiência de combustível. Estes motores apresentam muitas das conquistas de engenharia que tornam a Suzuki lider em tecnologias inovadoras nos motores a 4 tempos e são a escolha perfeita para uma grande variedade de barcos Nas tecnologias introduzidas nos DF70A/ DF90A destaca-se o LEAN BURN, que funciona usando processos e sensores de computador em tempo real, para optimizar a admissão de combustível, fornecer uma mistura ar-combustível precisa, e alcançar notáveis ​​reduções no consumo de combustível. O motor tem excelente capacidade de aceleração, devido a um elevado binário em baixa e média rotação, e uma relação de caixa de 2.59:1, que oferece uma maior eficiência na propulsão, navegação eficiente com cargas pesadas e enorme eficácia com de hélices de grande diâmetro.

Outras Tecnologias: - Injeção de combustível electrónica sequencial multi-ponto. - Sistema de arranque facilitado Suzuki. - Veio de transmissão desviado. - Sistema de comando de Cames de duas fases. - Corrente de distribuição banhada em óleo. - Sistema de arrefecimenton de admissão. - Computador de 32 ites. - Engrenagem de rfedução de duas fases. - Cambota forjada inteiriça. - Sistema de auto-diagnóstico. - Alternador arrefecido a ar. - Ignição directa. - Caixa de velocidades simplificada. - Controlo do ar do ralenti. - Bujão do dreno do óleo de fácil acesso. - Contra Rotação disponível. - Padrões RCD (EO1). - CARB 3 estrelas: Emissões ultra-baixas (EO3). - Sistema de limitação do TILT. - Rampa de injecção refrigerada a água. - 2 terminais de lavagem com água fresca - Sistema de ignição totalmente transistorizado. - Sistema de aviso de mudança de óleo. - Sistema anti-corrosão Suzuki. - Sistema Troll Mode Suzuki.(opcional) - Leme Muli-funções ((DF90ATH/70ATH (opcional)

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Náutica

O 570 Açor com o Suzuki DF90A aos pescadores lúdicos e desportivos, com espaço para os pescadores circularem com facilidade e segurança, com a lotação de

6 pessoas. O 570 Açor tem ao centro o posto de comando, com uma consola de condução e um pára-brisas alto e lar-

go com um corrimão em aço inox. O piloto tem um banco duplo estofado, com um encosto amovível, para se virar

Posto de comando do 570 Açor 32

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para trás na pesca ao corrico. Há frente, em forma de U, o 570 Açor comporta dois compartimentos laterais que servem de assentos ou pode-se montar um solário. Atrás, no poço, tem um banco com dois lugares. No meio do poço pode-se montar uma mesa para os piqueniques.


Náutica

O casco do 570 Açor Para os pescadores, o 570 Açor tem na popa caixas onde se pode guardar o peixe ou montar um viveiro de isco vivo. Para arrumar palamenta e equipamentos, há muito espapo no 570 Açor, porque tem um porão sob o poço, existem dois compartimentos à frente com tampa, dentro do banco do piloto, sob o

Banco do piloto do 570 Açor

assento à popa e ainda dentro da consola. Na proa existe uma roldana, o porão do ferro e dois cunhos de amarração. Um varandim à popa

comporta os porta canas e a torre com o anel de esqui Excelente desempenho Também com o Suzuki

DF90A, mas em branco, o 570 Açor teve também a beneficiá-lo o grande poder de aceleração do motor. O tipo de casco do 570 Açor permitiu no arranque

O V à popa dos barcos Isonáutrica 2018 Novembro 383

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Náutica

O Suzuki DF70A no 550 Master planar em 1,69 segundos. E na aceleração até às 5.000 rpm, em apenas 7,43 segundos atingimos os 22,5 nós. Isto é óptimo para os que gostam de fazer ski. Esta característica do

casco, de descolar bem na água, foi confirmada com a velocidade mínima a planar com o barco a 10 nós às 3.100 rpm. Esta qualidade do casco é uma vantagem para fazer

uma velocidade económica. A velocidade de cruzeiro que fizemos foi 19,6 nós às 4.000 rpm, muito boa para navegar até aos pesqueiros. A velocidade máxima foi atingida às 5.900 rpm com

31,5 nós. Uma elevada performance. No ensaio de navegação, o desempenho do 570 Açor foi de acordo com a resposta dos cascos Isonáutica, muito seguro a

550 Master 34

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Náutica

Suzuki DF60A O

Poço e consola de condução do 550 Master curvar e confortável 550 Master com Suzuki DF70A O 550 Master é um barco Open que tem 5,53 metros de comprimento e a lotação de 6 pessoas. Ele privilegia bastante o espaço desimpedido, muito ao gosto dos pescaores lúdicos e desportivos e está especialmente equipado para os satisfazer. Tem uma consola de condução central com um pára-brisas e um banco incorporado à frente. Para guardar peixe existe um grande compartimento à frente. Em cima há um espaço, com despejo, que serve para preparar iscos. O piloto dispõe de um banco duplo estofado com encosto amovível, para se sentar virado para trás, para

a pesca ao corrico. No poço podem-se sentar quatro pessoas junto à popa. Duas num assento ao meio e mais uma de cada lado. Sob o assento do meio pode-se arrumar palamenta e nos assentos laterais montar um viveiro de isco vivo. Ao meio do poço existe um porão, onde se pode guardar palamenta. Em cima pode-se montar uma mesa de piquenique. Para arrumações, além do compartimento à frente para o peixe, o 550 Master tem ainda o banco do piloto e espaço dentro da consola. Na proa encontra-se o porão para o ferro, uma roldana e dois cunhos de amarração de cada lado. Os porta canas encontram-se num varandim à popa que comporta também a torre com o anel de ski

Assentos à popa do 550 Master

motor fora de borda DF60A tem um bloco com 941 cm3 de cilindrada, com 3 cilindros em linha, 12 válvulas DOHC e o peso de 102 Kg. Os motores fora de borda de altaperformance de 3 cilindros Suzuki combinam a Injeção de combustível electrónica sequencial multi-ponto.com o novo sistema de LEAN BURN da Suzuki, de modo a fornecer energia de alta tecnolgia e desempenho, juntamente com uma economia de combustível de nível superior. O DF60A ocupa o primeiro lugar na sua categoria, tamto pelo seu tamanho compacto como pelo seu peso leve. Foi o primeiro da sua classe a ser equipado com uma corrente de distribuição banhada em óleo, autoajustável e livre de manutenção. Outras carcterísticas incluem um sistema contínuo de monotoização do TILT e um grande alternador com capacidade de 19A Outras Tecnologias: - Sistema de arranque facilitado Suzuki. - Ignição directa. - Cambota forjada inteiriça. - Sistema de auto-diagnóstico. - Sistema de ignição totalmente transistorizado. - Sistema de aviso de mudança de óleo. - Controlo do ar do ralenti. - Colector de admissão de longo curso. - Separador de vapor/bomba de combustível separado a água. - Câmara deflectora de 3 fases e escape Thru-Hub. - Tilt assistido por gás (DF60AQH) - Bujão do dreno do óleo de fácil acesso. - Padrões RCD (EO1). - CARB 3 estrelas: Emissões ultra-baixas (EO3). - 2 terminais de lavagem com água fresca - Sistema anti-corrosão Suzuki. - Sistema Troll Mode Suzuki.(opcional) - Leme Muli-funções ((DF60ATH/60AQH Um pescador marinheiro Quando se diz que uma embarcação tem características marinheiras, é porque tem qualidades para o mar. Os barcos Isonáutica que testámos todos têm essa aptidão.

O 550 Master é dos que testámos o mais pescador, devido ao projecto do seu interior, criado por pescadores. Graças ao Suzuki DF70A, que tem o mesmo bloco do DF90A, as performances foram apenas menores na

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Náutica

velocidade de ponta. Assim, a planar no arranque fizemos 1,53 segundos. Na aceleração até 5.000 rpm atingimos 25,5 nós em 6,44 segundos, bastante apto para os esquiadores. A velocidade mínima a planar foi de 10,9 nós às 3.100 rpm, descolando bem da água depois. Para encontrar peixe no mar pode navegar em velocidade de cruzeiro de 20.2 nós às 4.000 rpm. Se o mar deixar é muito bom. A velocidade máxima foi de 28,4 nós às 5.800 rpm. O 550 Master a navegar é cómodo, cortando a água com suavidade e curva ligeiramente adornado com toda a segurança.

Casco do 550 Master

480 Open com Suzuki DF60A Devido ao seu design e equipamento, o 480 Open, com

480 Open 36

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Náutica

Suzuki DF60A no 480 Open 4,80 metros de comprimento e a lotação de 5 pessoas, parece um barco maior, devido ao espaço livre que apresenta. Ele oferece com facilidade o uso na pesca lúdica ou no recreio para passeios familiares e é um excelente e seguro barco para iniciação. O 480 Open tem uma consola de condução central alta, para a condução de

pé e incorpora um pequeno pára-brisas. O piloto dispõe de um assento individual. No poço, existem dois assentos à popa e compartimentos ao lado onde se pode montar um viveiro de isco vivo, caixa para o peixe, ou servir de assentos. Na face superior do assento da popa, existem dois lavatórios para preparação dos

Posto de comando do 480 Open

iscos, que depois se lavam com mangueira. Há frente existe um compartimento com tampa que pode servir de assento. Para as arrumações o 480 Open tem igualmente bastante espaço, pois pode guardar palamenta no compartimento à proa, sob o assento da popa ou dentro da consola.

Na proa existe o porão para o ferro, uma roldana e dois cunhos de amarração. Para os pescadores, no varandim à popa podem-se montar porta canas. Notáveis performances O 480 Open e o Suzuki DF60A formam uma parceria notável, pois com um barco

Viveiro de isco vivo que se monta em qualquer modelo 2018 Novembro 383

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Náutica

O casco do 480 Open

pequeno, conseguiram um desempenho de grande. No arranque em 1,66 segundos o 480 Open já planava. E no teste de aceleração, às 5500 rpm fizemos 20,5 nós em 7,31 segundos. Aceleração adequada para o ski. Podemos fazer a velocidade de cruzeiro de 18,7 nós às 4.500 rpm, ou de 12,3 nós às 4.000 rpm, conforme o plano de água estiver liso ou agitado. Quanto à velocidade máxima, foi de 29,4 nós às 6.100 rpm, igualmente uma excelente performance. Quanto à navegação, o 480 Open, graças ao casco, é um barco de boa manobra, muito seguro e confortável.

Performances 480 Open

550 Master

570 Açor

Sport Cruiser 560

Arranque

1,66 seg

1,53 seg.

1,69 seg.

1,56 seg.

Aceleração 5000 rpm

20,5 nós em 7,31seg às 5500 rpm

25,5 nós em 6,44 seg.

22.5 nós em 7,34 seg.

25,9 nós em 8 seg.

Velocidade cruzeiro

12,3 nós às 4000 rpm 18,7 nós às 4500 rpm

20,2 nós às 4000 rpm

19.6 nós às 4000 rpm

21,3 nós às 4000 rpm

Velocidade máxima

29,4 nós às 6100 rpm

28,4 nós às 5800 rpm

31.5 nós às 5900 rpm

33.6 nós às 5800 rpm

Mínimo a planar

9 nós às 3500 rpm

10,9 nós às 3200 rpm

10 nós às 3100 rpm

8,9 nós às 3000 rpm

3500 rpm

9 nós

12,2 nós

12,4 nós

17,5 nós

4000 rpm

12,3 nós

20,2 nós

19,6 nós

21,3 nós

4500 rpm

18,7 nós

24 nós

23,2 nós

25,2 nós

5000 rpm

20,5 nós

26 nós

26 nós

28,3 nós

5500 rpm

23,8 nós

27,5 nós

29 nós

32 nós

31.5 nós às 5900 rpm

28,4 nós às 5800 rpm

31,5 nós 5900 rpm

33,6 nós 5800 rpm

Características Técnicas 480 Open

550 Master

570 Açor

Sport Cruiser 560

Comprimento

4,80 m

5,53 m

5,63 m

5,60 m

Boca

2,10 m

2,10 m

2,39 m

2,27 m

Massa s/motor

420 Kg

675 kg

798 Kg

817 Kg

Deslocamento

970 Kg

1.300 Kg

1.420 Kg

1.472 Kg

Calado

0,20 m

0,24 m

0,28 m

0,40 m

Lotação

5

6

6

6

Carga máxima

460 Kg

655 Kg

652 Kg

655 Kg

Categoria CE

C

C

C

C

Potência máxima

70 HP

90 HP

115 HP

140 HP

Motor em teste

60 HP

70 HP

90 HP

90 HP

Preço barco/motor

18.591 € C/IVA

21.445 € C/IVA

26.534 €C/IVA

29.030 € C/IVA

Estaleiro / Importador ISONÁUTICA Edificio Nautica Argus Estrada Nacional 109, 3800-533, Cacia, Aveiro - Portugal, Telefone: 916 011 329, isonautica@sapo.pt MOTEO Portugal, SA Rua João Francisco do Casal, S/N, 3800-264 Aveiro, Tel: 234300760, geral@veiculoscasal.pt, http://www.suzuki.pt

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Electrónica

Notícias Nautiradar

FLIR Apresenta Tecnologia de Navegação em Realidade Aumentada FLIR apresenta pela primeira vez no Mercado Marítimo a Tecnologia de Navegação em Realidade Aumentada “ClearCruise” da Raymarine

A

Realidade Aumentada ClearCruise traz um novo nível de consciência de navegação aos utilizadores dos displays multifunções da gama Axiom/ Axiom PRO/Axiom XL. A FLIR Systems, Inc. apresentou no mês de Outubro a nova tecnologia de navegação da Raymarine e a primeira no mercado – ClearCruiseTM AR (Realidade Aumentada), que oferece uma consciência melhorada na água à família da displays multifunções Axiom da Raymarine. Com o ClearCruise AR, os utilizadores dos displays Axiom da Raymarine

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poderão agora tomar decisões mais inteligentes, graças à sobreposição de objetos físicos de navegação diretamente na imagem de vídeo de elevada definição (HD) apresentada nos Axiom. A FLIR anunciou ainda, o lançamento de um novo módulo de estabilização de vídeo, o AR200 da Raymarine, para integração com o ClearCruise. A imagem de vídeo do ClearCruise AR é suportada pelas câmaras de vídeo marítimas CAM210 HD, para fornecer uma visão em realidade aumentada a partir de qualquer lugar na embarcação. O módulo de estabilização de

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vídeo AR200 inclui um sensor GPS/GNSS preciso e a mesma tecnologia de sensor de referência de rumo (AHRS), utilizada nos galardoados pilotos automáticos Evolution da Raymarine. Deste modo, o ClearCruise AR apresenta de forma precisa, marcadores de navegação nas proximidades, tráfego AIS, objetos e pontos de navegação sincronizados com imagens do mundo real, para uma identificação e reconhecimento instantâneos, tornando uma navegação complexa e situações de elevado tráfego simples de compreender. A tecnologia ClearCruise AR recebeu recentemente o Prémio de Inovação na categoria de eletrónica OEM no evento IBEX para o setor

marítimo em Tampa, Flórida (EUA). A ClearCruise AR junta-se assim aos displays multifunções Axiom, que venceram o prestigiado prémio de inovação no Miami Boat Show em 2017. “A nossa nova tecnologia ClearCruise AR oferece um método intuitivo de combinação de dados com o mundo real”, afirmou Travis Merril, Presidente da Unidade Comercial Empresarial da FLIR. “Ao utilizar as poderosas capacidades de vídeo dos displays Axiom e a nossa tecnologia exclusiva de estabilização de vídeo AR200, o ClearCruise AR oferece aos navegadores uma maior confiança e paz de espírito ao navegarem em águas muito movimentadas ou desconhecidas.” O ClearCruise AR para os displays de navegação multifunções Axiom, Axiom Pro e Axiom XL é compatível com o update 3.7 do sistema operativo LightHouse da Raymarine. Os utilizadores dos displays Axiom vão poder descarregar a atualização Em www.raymarine.com/ lighthouse mais detalhes sobre esta nova tecnologia da Raymarine, ClearCruise AR. Poderá consultar o site www. raymarine.com/clearcruise. Para mais informações, por favor visite o site www.nautiradar.pt ou contacte através do 21 300 50 50.


Electrónica

APOLLO RA770 da FUSION recebe prestigiado prémio de inovação na IBEX 2018! É com enorme alegria que a FUSION anuncia que o sistema de entretenimento de ecrã tátil Apollo RA770 venceu o prestigiado prémio de inovação da Associação Nacional de Fabricantes Marítimos (NMMA), na categoria de entretenimento, na Conferência e Exposição Internacional de Fabricantes de Embarcações (IBEX) 2018!

O

rganizada em Tampa, na Flórida (EUA), a IBEX é o maior evento de tecnologia marítima na América do Norte e que se tornou num ponto de encontro no qual, especialistas do setor marítimo de todo mundo podem partilhar ideias, desenvolver negócio e acelerar o desenvolvimento de novos produtos. É um evento extremamente emocionante para todo o setor, dedicado ao avanço e desenvolvimento do mesmo. Servindo de montra para o desenvolvimento de produtos marítimos à indústria da náutica de recreio e mais além, os Prémios de Inovação NMMA surgem como uma das mais prestigiantes honras no setor marítimo e que reconhecem os fabricantes e fornecedores que trabalham arduamente

para inovar e introduzir novos produtos no mercado. “Os produtos apresentados este ano estão muito focados na melhoria da experiência de navegação” afirmou Alan Wendt, líder do painel de júris, e Anne Dunbar, Diretora da IBEX, reconheceu que “os produtos vencedores irão trazer um impacto positivo permanente à experiência de navegação, o que é extremamente excitante.” O produto vencedor na categoria de Entretenimento e a estrela da Série Apollo, o RA770 simboliza um design criativo e génio tecnológico, com muitas inovações pioneiras no setor marítimo. Apresentando-se como o primeiro sistema de entretenimento marítimo integrado com um ecrã tátil, reprodução áudio

via Wi-Fi, Processamento de Sinal Digital (DSP), capacidade PartyBus e funcionalidade AirPlay da Apple; o Apollo RA770 eleva verdadeiramente a experiência de entretenimento áudio marítimo a um novo nível. “O Apollo RA770 foi concebido de raiz para não só melhorar a experiência global de entretenimento áudio, mas também, mudar a forma como o setor vê a tecnologia de áudio”, afir-

mou Chris Baird, diretor geral da Fusion Entertainment. “Ser selecionado como um dos mais inovadores produtos numa categoria tão competitiva é uma grande honra. Estamos bastante gratos ao júri pela sua cuidadosa consideração.” PVP: 849,0€ c/IVA Para mais informações sobre este produto da FUSION, por favor visite o site www. nautiradar.pt ou contacte através do 21 300 50 50.

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica 1ªParte: Carlos Salgado

O Tejo é um Ativo Onde Deve Investir-se Não podemos deixar de na abertura desta crónica transcrever uma passagem do texto da Carta de Lisboa, do capítulo I.3, que reza assim: “No princípio dos anos sessenta do século XX foram iniciados os estudos do Plano Geral de Regularização do Rio Tejo, que foram desenvolvidos com grande profundidade, numa perspetiva de regularização e sistematização fluvial, com as componentes de defesa contra

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cheias, criação de blocos de rega e de enxugo, aproveitamento hidroelétrico, controlo da poluição e abastecimento urbano de água. Mas reza mais o seguinte: “Este Plano nunca teve plena continuidade em termos de realização de investimentos, estando hoje a necessitar de revisão, à luz de novas hipóteses condicionantes, tais como a componente económica, a dependência do regime

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de escoamento proveniente de Espanha, ou ainda a possibilidade da sua navegabilidade.” Na realidade o Rio Tejo tem muitas potencialidades para aproveitar e desenvolver, designadamente para o Turismo, à espera do respetivo investimento, portanto é caso para perguntar aos stakeholders, aos operadores e empreendedores turísticos e aos municípios ribeirinhos do que é que estão à espera?

Valada do Ribatejo, Cartaxo Em boa verdade, para que as comunidades ribeirinhas do Tejo, para benefício de todas, consigam que o seu Rio seja no futuro a verdadeira alavanca do crescimento económico e da criação de emprego de toda a sua região hidrográfica, que ocupa uma terça parte de Portugal Continental, é muito oportuno que todos os cidadãos estejam esclarecidos do seguinte: “ Um investimento, em termos económicos, é capital que se aplica com


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o intuito de obter rendimentos a prazo, tomando como certo que o empreendedorismo e a inovação são hoje fatores decisivos para o sucesso de qualquer indústria, sem exceção, e o Turismo de Portugal está a apoiar o desenvolvimento de programas de aceleração associados ao sector, assegurando a participação de startups e de novas empresas associadas nas feiras de Turismo no estrangeiro e promovendo contactos internacionais nesse contexto”. Está ainda a disponibilizar uma estrutura centralizada de apoio às startups e a fornecer informação, preferencialmente através de dados abertos.” e mais, “A sustentabilidade do sector depende, em muito da reinvenção sistemática das experiências nos destinos e na melhoria dos sistemas de suporte, salientando que para que isso possa acontecer é fundamental fazer do empreendedorismo e do apoio à inovação duas prioridades absolutas na estratégia para o futuro do Turismo”. “A receita para a atratividade do investimento no nosso país, que parece infalível é o bom tempo, boa co-

mida, afabilidade, economia a recuperar e uns pozinhos de marketing. Tudo isto está a pôr Portugal nas bocas do mundo e a levar os investidores estrangeiros a investirem em Portugal, segundo os inquéritos efetuados.” O que nos leva a questionar ONDE ANDAM OS OPERADORES E OS INVESTIDORES NACIONAIS NO TURISMO, E O QUE PENSAM DISTO OS PRÒPRIOS MUNICÍPIOS RIBEIRINHOS, QUE SÃO, “OS GUARDIÕES DO TEJO” E VÃO SER TAMBÉM BENEFICIÁRIOS DESSE INVESTIMENTO. Porque o Tejo é único e diferenciador! O Tejo tem de afirmar o seu lado turístico porque tem imensas potencialidades para criar riqueza através de um conjunto de valências que geridas com saber são ofertas turísticas bastante interessantes. Mas o Tejo tem de passar a ser sinónimo de uma visita que tenha o conteúdo de um serviço, um serviço que seja real, visível e fácil de obter e que não seja um serviço difícil, desordena-

do e obscuro, e só quando pode ser, quando calha, quando há disponibilidade e bom tempo. O Tejo tem de deixar de ser uma possibilidade para passar a ser uma realidade, um destino turístico de referência, e diferenciado; - Quer associado a produtos, quer a serviços e equipamentos turísticos de qualidade, para que seja associado a riqueza, à constituição de empresas, à criação de emprego e à fixação de pessoas. Este nosso maior Rio possui características e atributos muito peculiares, particularmente propícios para um destino turístico de referência, onde podem coexistir e interagir diversas modalidades turísticas como o turismo da Natureza, o turismo Rural e o Agro-turismo, bem assim como o turismo Cultural, o Científico e o Náutico, porque esta região distingue-se pela paisagem, biodiversidade, agricultura, silvicultura, vinha, com uma avifauna autóctone e mi-

gratória característica das zonas húmidas, e patrimónios culturais, materiais e imateriais de valor elevado, porque ela integra várias lezírias, tanto na margem direita como na margem esquerda que pela sua extensão, fertilidade dos solos e pelas planícies aluviais e sapais que criam vida, para além dos terraços do Tejo e as regiões do pinhal interior. MAS O TEJO NÃO CONSEGUE SER UM PRODUTO TURÍSTICO AUTÊNTICO SE NÃO FOR NAVEGÁVEL! MAIS PALAVRAS PARA QUÊ? AS IMAGENS FALAM POR SI! O Projeto Tejo vem abrir um horizonte de novos desafios e oportunidades para criar riqueza e emprego, pelo que recomendamos ao amigo leitor que veja o vídeo de Jorge Froes sobre este novo Projeto Tejo no You Tube.

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Tagus Vivan

Crónica 2ª Parte: Carlos Salgado

A Carta de Lisboa (Continuação I.3)

I.3 O rio Tejo Nós, cidadãos, reconhecemos que desde a sua natureza fisiográfica, aos acontecimentos históricos que testemunhou, aos retratos literários que lhe foram dedicados, à fixação e desenvolvimento de comunidades urbanas, à sua importância como via navegável, ao seu papel de via fluvial de primordial importância para o desenvolvimento económico e a conservação da natureza, às diferentes formas de cultura e tradições a ele associadas, até à sua relevância histórica nas relações transfronteiriças, o Tejo é um património com uma riqueza e diversidade enormes, que merece ser mais conhecido, protegido e valorizado. O Tejo, entendido como o território que inclui o rio e a área de influência do seu vale na bacia hidrográfica que o estrutura, apresenta uma diversidade de paisagens cultu44

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rais de grande relevância em diferentes âmbitos históricos e patrimoniais. A paisagem cultural do Tejo pode ser reconhecida como uma paisagem que conserva um papel social ativo na sociedade contemporânea intimamente associado ao modo de vida tradicional, e em que o processo evolutivo ainda está em andamento. Temos consciência de que se trata do rio mais extenso da Península Ibérica, com um desenvolvimento total de cerca de 1100 km, sendo a sua bacia hidrográfica a terceira maior da península, atrás das bacias dos rios Douro e Ebro. O Tejo constitui como que uma artéria central de uma extensa região que, em Portugal, vai desde os altos da cordilheira da Serra da Estrela-Gardunha até às planícies alentejanas. O Tejo é também um rio com um regime hidrológico de características bastante mediterrânicas, que nos habituou a assistir a uma alternância


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irregular entre caudais relativamente baixos e cheias por vezes devastadoras. As inundações dos campos do Ribatejo devidas às cheias são ao mesmo tempo uma causa de desolação e prejuízos, mas também, historicamente, uma fonte de fertilidade e riqueza dos campos agrícolas. Reconhecemos que o crescimento económico que ocorreu a seguir à segunda guerra mundial veio implicar uma grande procura de energia elétrica, que ainda hoje se mantém, e que teve como consequência a construção de diversas barragens hidroelétricas um pouco por todo o mundo, mas também na bacia hidrográfica do rio Tejo. Esta situação veio contribuir para a modificação do regime hidrológico do rio, sem ser necessariamente para pior. Mais tarde, algumas destas infraestruturas passaram também a ser utilizadas para o abastecimento de água às populações, como é o caso da barragem de Castelo do Bode. No princípio dos anos sessenta do século XX foram iniciados os estudos do Plano Geral de Regularização do Rio Tejo, que foram desenvolvidos com grande profundidade, numa perspetiva de regularização e sistematização fluvial, com as componentes de defesa contra cheias, criação de blocos de rega e de enxugo, aproveitamento hidroelétrico, controlo da poluição e abastecimento urbano de água. Este Plano nunca teve plena continuidade em termos de realização de investimentos, estando hoje a necessitar de revisão, à luz de novas hipóteses condicionantes, tais como a componente económica, a dependência do regime de escoamento proveniente de Espanha, ou ainda a possibilidade da sua navegabilidade.

Como parte de um sistema integrado, a utilização da água deverá ser socialmente controlada através de procedimentos e de instituições apropriadas. Isto significa que o modo como são, por exemplo, regulamentados numa determinada sociedade o abastecimento de água e os aspectos de qualidade da água e da sua reutilização deve depender da natureza do próprio sistema hídrico, mas estar em consonância quer com o ambiente sóciocultural quer com as características ecológicas específicas de uma dada região. Uma gestão partilhada e co-responsável dos recursos hídricos das bacias hidrográficas partilhadas por Portugal e Espanha obriga a uma estreita articulação do plano da bacia do Tejo, elaborado por cada um dos países no quadro dos acordos vigentes e do Tratado e dos Convénios específicos a celebrar, salvaguardando as condições limites de cada Estado no

que respeita a aspectos tão importantes como a variabilidade da distribuição temporal dos recursos hídricos, a qualidade da água, a manutenção dos ecossistemas fluviais ribeirinhos ou a conservação das zonas estuarinas e costeiras. Em suma, o desenvolvimento económico, a exploração de barragens e os cenários possíveis decor-

rentes de alterações climáticas, constituem aspectos que devem merecer a maior atenção tendo em vista um aproveitamento integrado e sustentável das potencialidades das águas do Tejo, para as diversas utilizações, atuais e futuras. O Estado tem de se dotar dos instrumentos tecnológicos e institucionais que assegurem a viabilidade destes objetivos.

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Voo do Guarda-Rios

Os Guardiões do Tejo

O Tejo, como recurso natural atraiu o homem para as suas margens porque o rio garantia a sua subsistência e permitia-lhe que com trabalho ele criasse riqueza com base nos recursos fluviais, a pesca e a navegação para as trocas comercias, e com os produtos da terra que o rio fertilizava. Foi ele, o Tejo, que na verdade deu origem às comunidades ribeirinhas que ao desenvolverem-se passaram a ocupar uma área territorial mais alargada, constituindo os municípios de hoje, designadamente a “capital do Império”, Lisboa.

P

ortanto, o Guarda Rios (GR) considera que não há dúvida que historicamente o rio Tejo é o verdadeiro pai dos municípios ribeirinhos do seu corredor fluvial e dos outros que se foram formando nas regiões limítrofes, que beneficiaram também de toda a sua extensa rede hidrográfica. Não menos verdade é poder afirmar que, como a área territorial de cada um dos Concelhos ribeirinhos não fica limitada só até onde a água do Tejo chega porque também deve contar toda a área do “domínio público hídrico “ e mais aquele espaço do leito do Rio que está considerada na cartografia, que nalguns casos pode ir até metade da largura do seu leito. Lei n.º 31/2016 (3.ª alteração à Lei n.º 54/2005 Artigo 8.º 46

2- Sem prejuízo do domínio público do Estado e das regiões autónomas, o domínio público hídrico das restantes águas pertence ao município e à freguesia conforme os terrenos públicos mencionados nas citadas alíneas pertençam ao concelho e à freguesia ou sejam baldios municipais ou paroquiais ou consoante tenha cabido ao município ou à freguesia o custeio e administração das fontes, poços ou reservatórios públicos. Artigo 21.º 4- O Estado, através das administrações das regiões hidrográficas, ou dos organismos a quem estas houverem delegado competências, as regiões autónomas nos respetivos territórios, e os municípios, no caso de linhas de água em aglomerado urbano, podem substituir-se aos proprietários, realizando as obras necessárias à limpeza e desobstrução das águas

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públicas por conta deles. Portanto, o GR tem toda a razão quando considera que é justo considerar que os municípios ribeirinhos pela sua proximidade permanente e honrando a sua origem ancestral, não podem estar de costas voltadas para o Rio que lhes deu a vida, pelo contrário, devem assumir o papel de serem os seus principais “Guardiões”. Consciente desta afirmação que faz, para além de ser lógica é justa, o GR está convencido que a melhor solução é, numa altura em que se fala na “descentralização dos poderes do Terreiro do Paço”, justificase plenamente que, assim como as câmaras municiais têm por lei competências e deveres de terem um Serviço Municipal de Protecção Civil em estreita articulação com o SNPC tendo em vista

o cumprimento dos planos e programas estabelecidos e a coordenação das atividades a desenvolver nesse domínio, devem futuramente passar a ter também competências e deveres equiparados no âmbito da defesa e proteção do ambiente dos seus rios. Nesta conformidade o GR considera que os municípios ribeirinhos não devem considerar-se isentos de responsabilidades nos seguintes casos: 1- Todas as agressões e crimes cometidos ao ambiente do Rio que banha as suas frentes de água, tais como descargas de efluentes urbanos ou industriais e vazamento de entulhos no domínio público hídrico, inclusivamente no espelho de água delimitado pela cartografia (fronteira virtual), bem assim como os crimes de delapidação dos seus recursos naturais, nomeadamente os


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piscícolas, interagindo prontamente com os outros organismos oficiais e polícias responsáveis pela salvaguarda da boa qualidade da água e do ambiente fluvial. 2- Deverão também seguir a boa prática de promover campanhas de sensibilização dos seus munícipes para não praticarem ações que causem danos ou que lesem a boa salubridade do seu Rio por um lado e por outro campanhas de sensibilização para que cada cidadão munícipe assuma o papel de vigilante do seu Rio, para além de promoverem com mais frequência eventos que atraiam os munícipes para a borda d´água, para conviverem mais com o Rio para o sentirem também como seu. 3- Todos os municípios devem aderir ao programa em rede lançado recentemente, denominado ECO-ESCOLAS, do qual a APA é um dos parceiros do respetivo Secretariado, que desenvolve estratégias para trabalhar a cidadania participativa na área do ambiente, visando um dia-a-dia mais sustentável na escola e na comunidade e privilegia a educação ambiental para a sustentabilidade através de estratégias de envolvimento dos alunos em projetos para e com a comunidade escolar e envolvente, incluindo as juntas de freguesia.

interior do seu território voltando as costas ao seu Rio, levando as suas populações a interiorizarem-se também. Tomando como exemplo a política seguida pela Câmara de Lisboa que optou por investir no Tejo, e não é a única, como o demonstram algumas das ilustrações que

complementam este texto, pois foi graças a ter lutado durante tantos anos para conseguir, e conseguiu, que a APL fosse libertando as frentes de água que deixaram de ter interesse para a operação portuária, que teve como resultado conseguir que a sua frente ribeirinha esteja hoje

a qualquer hora do dia e até da noite, pejada de gente, restaurantes e bares com um movimento humano e animação extraordinários. O GR reconhece que uma das principais causas de se ter verificado a interiorização das comunidades ribeirinhas que foram voltando as costas

Todos os municípios merecem a maior consideração e estima O GR não quer exagerar de forma alguma, porque todos os municípios lhe merecem a maior consideração e estima, chegar ao ponto de chamar filhos pródigos ou ingratos àqueles municípios que, por vezes, têm sido tentados a investir preferencialmente no 2018 Novembro 383

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ao Tejo, deveu-se à redução e até praticamente extinção da navegação comercial no Tejo a montante do estuário, que dava muita vida ao corredor fluvial e mantinha as populações a conviverem, a interessarem-se permanentemente pelo seu Rio, e até a amarem-no, o que foi motivado pelo aparecimento do caminho de ferro, esse que também, pobre coitado, acabou por ser afetado pela falta de visão dos sucessivos governos que optaram por investir, tão somente, numa rede rodoviária, durante a febre do betão e do alcatrão que se prolongou até aos dias de hoje, que encheu os bolsos a muitos, e à custa disso o lobie TIR foi o grande beneficiado, ele que contribuiu e continua a contribuir para a brutal emissão de CO2, para além de ser comprovadamente o transporte de mercadorias consideravelmente mais caro do que o ferroviário e o fluvial, com uma diferença muito significativa quer em custos quer em termos de poluição, sendo o ferroviário cinco vezes 48

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inferior e o fluvial dez vezes inferior ao rodoviário que é cada vez mais responsável pelo congestionamento do trânsito, e até dos portos e das cidades, e pelo aumento do número de acidentes nas rodovias. Mas segundo eles, “isto é que é progresso”, mas se olharmos para os países mais desenvolvidos economicamente da Europa, todos eles optaram por dar preferência ao transporte das mercadorias por via fluvial, para o descongestionamento dos seus portos, através de redes fluviais sustentáveis, e até a própria EU, reconhecendo as vantagens quer ambientais quer económicas deste tipo de transporte interior criou programas de apoio e incentivos para o desenvolvimento do transporte fluvial nos países membros. O Futuro está no Tejo Foi por isso, em parte, que o Tejo tem hoje tantos constrangimentos, porque os municípios e os empreendedores ainda não compreenderam que devem optar por investir mais nas suas frentes de água e no próprio Rio, criando condições para o incremento do turismo náutico e do turismo das zonas adjacentes, com a construção de acessos fáceis de embarcações à água, instalações desportivas e de animação turística, fluvinas e clusters náuticos. Como não há dúvida que “O Futuro Está no Tejo”, há que passar a investir mais nele, porque ele retribuirá, quer na criação de emprego, quer no aumento da qualidade de vida dos munícipes, o que será também retribuído em mais “votos” no futuro. Mas para que os municípios e os empreendedores entendam bem e acreditem


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que o futuro do país está de novo no Tejo, o GR não pode deixar de invocar aqui um excerto de um prefácio do Presidente da República (com letra grande) Jorge Sampaio, num livro de autores espanhóis intitulado “El Tajo, destino de ríos y de hombres”, editado em 2001, que reza assim: “Cantado por Camões, Pessoa e tantos outros poetas, pintado por grandes pintores, presente em muitos romances como personagem e metáfora, inspirador de músicos, figurado em esculturas, o Tejo é para nós portugueses, uma referência constante na nossa história e na nossa cultura. Foi do Tejo que partiram, para a descoberta do Mundo, as caravelas portuguesas (…) O rio é inseparável da imagem de Lisboa, seu espelho e sua marca de identidade …Meio de comunicação entre os dois países da Península Ibérica, o Tejo ao mesmo tempo caracteriza e revela as diferenças. O Tajo de Toledo é, simultaneamente, o mesmo e muito diferente do Tejo de Vila Franca de Xira. “Este rio é bem o símbolo do desafio moderno de harmonizarmos as necessidades do desenvolvimento económico e do aproveitamento das riquezas com a exigência de preservarmos o património natural para as gerações futuras.” “A gestão da água é, como sabemos, uma questão capital do nosso tempo.” Para terminar o GR insiste que é um erro o país em geral e os municípios em particular, como uma prova de desinteresse em investirem no seu Tejo, também nosso, por estar comprovado que pelo facto de não se ter conseguido encontrar no pacote de projetos candidatos

ao Portugal 2020, “fundos comunitários de apoio”, uma única candidatura para o Rio Tejo, porque incrivelmente foi tudo voltado para o lado de terra, sabendo-se que o Tejo possui valências muito particulares e interessantes para o turismo, o futuro petróleo deste país, que são autênticas ofertas turísticas muito atrativas que geridas com saber o Tejo passava garantidamente a ser a alavanca do crescimento económico e da qualidade de vida das suas gentes e do próprio país, veja-se o sucesso dos casos do rio Douro e do Alqueva. Mas como para o GR a esperança é a última a morrer já vislumbra no horizonte um projeto que pode contri-

buir para a auto-suficiência do rio Tejo português, quer em água de superfície para multiusos, extensivo às regiões de Setúbal e do Oeste. COMO O TEJO EM ESPANHA ESTÁ MESMO A FICAR SECO PELAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, EM PARTE, MAS SOBRETUDO PORQUE A MAIS PURA ÁGUA DA NASCENTE ESTÁ A SER CADA VEZ MAIS DESVIADA PARA O TRANSVASE TAJO-SEGURA, PORQUE OS SENHORES E OS SINDICATOS DO LEVANTE T^EM MUITA FORÇA, E ESTÃO DETERMINADOS EM TRANSFORMAR UM DESERTO NA MAIOR PRODUÇÃO HORTÍCOLA DA EUROPA, PARA ALÉM DOS CAMPOS

DE GOLFE E EMPEENDIMENTOS TURÌSTICOS, DEIXEMO-NOS PORTANTO DE SER “NÓS PORTUGUESES, INGÉNUOS”, PORQUE NÃO PODEMOS ESPERAR QUE O CAUDAL ECOLÓGICO VINDO DO LADO DE LÁ FUTURAMENTE POSSA SER CUMPRIDO EFECTIVAMENTE, E PORTANTO A SOLUÇÃO DESTE PROBLEMA ESTÁ EM QUE O NOSSO TEJO PASSE A SER AUTO-SUFICIENTE, ATÉ PORQUE É UMA QUESTÃO DE INDEPÊNDÊNCIA NACIONAL. Recomendamos ao leitor que consulte no YOUTUBE o vídeo de Jorge Froes sobre o novo Projeto Tejo, que pode ser uma solução.

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Texto Carlos Cupeto Fotografia Mª João Figueiredo

O Tejo a Pé

Pedras e mais pedras Um dia excelente para passear no campo. A paisagem cársica, embora possa parecer monótona, é de grande riqueza. Voltámos ao sempre surpreendente Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros. O ponto de encontro foi na charmosa terra de Alcanede onde nos aguardavam a São e a Nicole que desta vez foram as nossas excelentes guias.

T

O capital natural em Portugal, o nosso maior recurso, é basicamente ignorado. Felizmente há boas exceções. 50

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ão bom que até tivemos direito a um ou dois quilómetros a mais de bónus, por engano num dos caminhos. Nesta paisagem um engano não é nada difícil, para onde se olhe vimos pedra calcária. O programa prometia e fez jus à elevada expetativa. Desta vez para além da paisagem única do carso (rocha calcária alterada) fez parte do programa espreitar “o interior da coisa”, isto é, a descida à Gruta – Algar do Pena. Muito para além de tudo o que esta descida à gruta teve de bom acresce o orgulho de sermos portugueses. O que ali vivenciamos só é possível num país de primeiríssimo mundo. Na


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Antes da descida à gruta assistimos a uma excelente apresentação dos anfitriões Olímpio e Maria João. verdade, graças ao enorme saber e dedicação do casal Olímpio e Maria João, esta visita foi muito do agrado de todos pelo claro enquadramento técnico e científico que nos foi proporcionado e pela beleza da cavidade. Tudo justo e perfeito como dizem os bons homens.

Depois da gruta fizeram-se horas de almoço que aconteceu mesmo ali nalgumas mesas ou em recantos mais abrigados do vento. Mais dois ou três quilómetros andados, sempre com boa conversa, e chegámos à atração da tarde, o “baile dos dinossauros”. O ade-

A beleza da sala que visitámos é tão grande que dificilmente se consegue fotografar. quado nome para a enorme jazida de pegadas nos calcários do Jurássico Médio que podemos gozar em Vale de Meios. Mais uma vez Portugal no seu melhor mas aqui também no seu pior. Uma jazida desta qualidade merece muito mais que uma simples placa; bem gerido

e promovido este geomonumento certamente que garante dois ou três postos de trabalho. Daqui até ao ponto de partida todos os santos nos ajudaram, o percurso fez-se sempre a descer. Dias como este que vivemos fazem bem à saúde; assim é o Tejo a pé.

Quase a terminar, Vale de Meios, e as infinitas pegadas de dinossauro que nos levam até ao Jurássico. 2018 Novembro 383

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Sea of Portugal

Sea of Portugal em Velocidade Cruzeiro Em 2019 a Boot celebra 50 anos de actividade e o Sea of Portugal aproveita a oportunidade para avançar em força, com a sua quarta participação conjunta em Düsseldorf, de 19 a 27 de Janeiro do próximo ano.

Associação de Turismo de Portimão, Marina de Portimão, Marina de Lagos, Ocean Revival e Subnauta. Do Norte a Câmara Municipal de Espinho e a Câmara Municipal de Esposende, a BBDOURO, FEELDOURO, FEELVIANA SPORT HOTEL, Kook Proof, Onda Magna e Salt Flow. Já da região de Lisboa estiveram a BoatCenter – Serviços e Actividades Náuticas, a Media 4U e a Palmayachts. Os bons resultados obtidos e a necessidade de fazer algo, tem ajudado a angariar novos participantes e a manter um grupo coeso, que dá força à participação conjunta e uma tendência clara de crescimento, com o aumento consecutivo de m2 e de n.º de expositores.

O

Sea of Portugal tem adoptado desde 2017, uma postura activa na promoção do Mar Português e trabalhado em rede dinamizando outros eventos, como o Mar em Português, que já vai na sua segunda edição e que se tem realizado no Salão Nobre do museu Nacional de Arqueologia (Mosteiros dos Jerónimos), e a conferência “A Náutica, desafios e oportunidades do momento”, promovida no decorrer da Nauticampo 2018. O número de entidades e meios que nos apoiam tem vindo a aumentar e trabalhamos em parceria com meios como a Revista de Marinha e o Notícias do Mar. A Náutica, o Turismo Náutico e os desportos aquáticos são estratégicos para o Turismo e para a economia Portuguesa. Através da promoção temos dado a conhecer no mercado internacional o que temos de melhor para oferecer: Avistamento de Cetáceos, Cruzeiros no Douro e ao longo da costa, Eco-resorts, Kitesurf, Mergulho, Surf e Surf Camps, Turismo 52

Náutico (e de Natureza), Windsurf, Yacht Charters, etc. A participação Portuguesa no âmbito do Sea of Portugal envolve uma marca umbrella, Stand, Comunicação Nacional/ Internacional e Networking. O cliente internacional que nos procura, quer alternativas que incluam o contacto com a Natureza e a sua conservação, segurança, entretenimento variado, profissionalismo dos serviços e simplicidade na organização das suas férias e os stands portugueses têm atraído sobretudo visitantes da Alemanha, Holanda, Bélgica, GrãBretanha e Espanha. A Boot 2018 registou a maior participação Portuguesa de sempre Com uma área de 354m2 e 49 entidades e empresas presentes, Portugal conseguiu a honrosa 11.ª posição entre as representações nacionais, com um crescimento de 37% face ao ano anterior e a maior participação portuguesa de sempre

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O Sea of Portugal em particular contou com 22 instituições e empresas portuguesas, em 213m2 localizados em dois pavilhões da feira: Pavilhão 3 (Mergulho) e Pavilhão 13 (Turismo Náutico), a promoverem junto do mercado internacional o que Portugal tem de melhor para oferecer. Esta participação conjunta tem vindo a crescer todos os anos (20% relativamente à edição anterior). Fizeram parte desta iniciativa a Câmara Municipal de Vila do Bispo e a FPAS – Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, PuraVida Divehouse, Dive School & Accommodation, Santa Bernarda Cruzeiros, SeaXplorer Sagres, Wind4all,

Sea of Portugal Pela primeira vez no Beach World Os expositores do Beach World beneficiarão da mudança operada em 2018, para o Pavilhão 8A. As estatísticas confirmaram esta decisão com um aumento de visitantes de quase 10%, relativamente a 2017, com pouco menos de 110 mil visitantes que assistiram às espectaculares actividades da “THE WAVE”. Os desportos aquáticos e trend sports em particular, são cada vez mais praticados e apelam a um público jovem, que inicia assim a sua relação com a água e que de forma natural faz a sua evolução para


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a Náutica. A boot vê de forma natural esta relação e estimula os mais jovens a interessaremse por tudo o que esteja ligado com a água, não fosse a sua assinatura: 360º Água. Em 2019 o Sea of Portugal vai estar em 3 Pavilhões: no Pavilhão 3 (Mergulho), Pavilhão 13 (Turismo Náutico) e pela primeira vez no Pavilhão 8A (Beach World), onde pretendemos beneficiar da excelente dinâmica do Pavilhão dos trend sports, organizando com a ajuda dos nossos parceiros, como sempre, mais uma grande noite Sea of Portugal e um momento fantástico de convívio.

Se pensarmos nos dados de 2018, é nossa vontade potenciar certamente os mais de 240.000 visitantes de 102 países. Os mais de 2.000 jornalistas ou as 110.000 pessoas que passaram pela THE WAVE (uma onda estacionária com 1,50 m de altura e 9 m de largura), onde iremos mais uma vez marcar presença, com nomes como a nossa grande Embaixadora Joana Schenker. Passo a passo, o Sea of Portugal vai continuar a trabalhar no objectivo de ajudar as empresas na internacionalização do turismo náutico e a fazer negócios lá fora.

A boot em números: Liderança mundial confirmada A boot Düsseldorf 2018 recebeu 247.000 Visitantes de 102 países e 1.923 expositores, de 68 países diferentes apresentaram iates, barcos e acessórios para todas as actividades de desportos aquáticos, num total de 220 mil m2 quadrados, em 16 Pavilhões. Mais de 2.000 jornalistas fizeram a cobertura a partir da boot. 110.000 Pessoas passaram pela sensação de surf a THE WAVE e 1.500 surfistas surfaram sozinhos, experimentando a onda estacioná-

ria com 1,50 m de altura e 9 m de largura. Estes números são únicos na indústria. Nenhuma outra feira de desportos aquáticos reflecte todo o mercado mundial em toda sua diversidade quanto a boot”. A feira também conseguiu aumentar o número de visitantes internacionais, atingindo os 72.000 visitantes. Os países que contribuíram com mais visitantes foram os Países Baixos, seguidos pela Bélgica, Suíça, Itália, Áustria e França. A maioria dos visitantes comerciais do exterior veio dos EUA, China e Austrália.

Estar onde é necessário Setembro foi um mês muito activo na preparação do Sea of Portugal, com presenças no International Media Meeting 2018, em Düsseldorf, no Cannes Yachting Festival e no Salone Nautico, em Génova. O Networking foi extraordinário e com uma “pegada” internacional muito boa. Dos muitos contactos recordo-me da simpática conversa com Sarah-Quita Offringa, Campeã do Mundo de Windsurf (que esteve na praia do Cabedelo, em Viana do Castelo, para o Campeonato do Mundo), que me comentou que adorou a estadia, pois teve ventos de 40 nós e belas paisagens, subiu o Douro e comeu da nossa maravilhosa comida. Na Web Summit das pessoas com quem falei, mais de metade achava que somos um grande destino de Turismo e queriam fazer Surf. No Sábado, estava no aeroporto de Lisboa e em meia hora passaram 5 pranchas de Surf e duas de Bodyboard por mim, não pretendo dizer que a minha amostra é representativa e permite fazer uma média, estou a afirmar com toda a certeza, que não olhar, não ver esta oportunidade, é mais do que cegueira, é um erro estratégico enorme, que Portugal não pode cometer. Não se trata de apenas fazer promoção e marketing, temos de agir e de estar nos sítios certos. A Boot não será certamente o único, mas é definitivamente aquele onde não podemos deixar de estar. 2018 Novembro 383

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Pesca Desportiva

Náutica

Texto Vitor Ganchinho

GO Fishing no Salvamento do veleiro Green Fingers

Fernando Pessoa escreveu um dia: “ Tenho em mim todos os sonhos do mundo”.

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Pesca Desportiva

A

importância de sonhar e de seguir adiante com aquilo em que acreditamos, faznos grandes, maiores do que a nossa terrena e minguada dimensão. Há pessoas que não sonham. Outras, recusam-se a viver sem tentar sair da sua zona de conforto, sem sair de si próprias. São pessoas à parte neste mundo. São pessoas que não seguem uma rotina diária de acordar, tomar o pequeno-almoço, conduzir para o escritório, trabalhar, voltar a casa, jantar e deitar. São pessoas que empurram com a sua vontade e determinação os limites da capacidade humana. Tive a rara felicidade de poder conhecer uma dessas pessoas, o Andy, um inglês de Bristol, UK. Técnico de informática, equipou o seu veleiro Green Fingers com tudo aquilo que seria suposto ser necessário para cumprir uma viagem de circunavegação, em solitário, sem escalas. Uma sentida homenagem a 9 pessoas que o tentaram pela primeira vez há 50 anos atrás, naquilo a que se chamou na altura a Golden Globe Race. Para isso, investiu as suas economias num veleiro de pequena dimensão, e durante 8 anos planeou exaustivamente as suas rotas, os seus procedimentos, a sua logística. E sobretudo treinou a sua mente. Calculou em cerca de 1500 kgs a carga necessária de alimentos, comida enlatada, bidons de água, medicamentos e demais recursos, como o necessário para poder sobreviver durante um ano. Curiosamente, a água não era uma das primeiras preocupações, saiu apenas com 250 litros de água potável. O suficiente para 4 meses, sem chuva. Segundo ele, poupou água.

Depois de 36 dias no mar a comer enlatados, perguntei-lhe se gostava de …arroz de lagosta…. Terá bebido cerca de 50 litros em 5 semanas, o que é pouco, sendo que apenas 5

a 6 litros por semana seriam dos depósitos fixos. Contou com as reservas recupera-

das da chuva, e sobretudo da condensação nocturna. Confidenciou-me que duran-

Percurso pré-definido como a volta ao mundo do Andy. Era para ser assim 2018 Novembro 383

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Pesca Desportiva

Foto feita pelo Andy. É assim que um náufrago vê a costa, à noite. Haja coragem!

te as primeiras duas horas de chuva, não aproveitava a água, para evitar contaminar os depósitos com água misturada com sal. Numa travessia marítima sem paragens, logo sem contacto físico com terra, os pequenos detalhes contam. No inicio, abasteceu-se com 250 libras ( cerca de 300 euros) de….protector solar. A capacidade de 150 litros do depósito do motor a gasolina, garantia alguma segurança em situações de emergência, evitar contacto com rochas, recifes perigosos, eventuais manobras de afastamento de outros navios, atracagens de emergência em portos, etc. Pese embora a necessidade absoluta de manter o veleiro leve, ainda assim deu-se a alguns

Não é um tubarão, trata-se de uma simpática jamanta, com uma das pontas da asa esquerda de fora 56

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Pesca Desportiva

Erling Clemens a dirigir o GO Fishing I para uma concentração de peixe. Eram cavalas grandes, aos milhares

O Green Fingers já acostado, felizmente, com o navegador a salvo 58

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luxos: Carregou uma prenda de Natal e uma prenda de anos, para …si próprio. Para além disso, um conjunto de 6 garrafas de champagne saíram com ele, para celebrar momentos marcantes, nomeadamente a passagem pelo Cabo da Boa Esperança. A primeira foi aberta logo no dia da saída, e o protocolo cumprido: 1 copo para o Rei Neptuno, que vertia no mar. Mais 4 copos em honra de cada um dos ventos, sul, norte, etc. E um copo para ele, para dar moral! Contou-me de experiências e espectáculos inolvidáveis: em zonas de maior concentração de fósforo, ver passar os golfinhos à noite, a deixar uma esteira brilhante no seu rasto. Já próximo dos Açores, e em noites de


Pesca Desportiva

grande calmaria, teve baleias a 10 metros do barco, a soprar água. Dizia-me “ Vitor, não imaginas a sensação de tomar um banho de água que vem de um repuxo de baleia”… Desde o momento da saída, fez contactos regulares com a família e com o Weston Bay Yacht Club, a dar conta do seu posicionamento. Até ao momento em que tudo começou a falhar: falharam os geradores eólicos de energia, falhou o comunicador de satélite, o qual possibilitava as comunicações com terra, e

por fim, falhou o motor, que lhe possibilitaria acercar-se de terra. Durante o mês de Agosto, sem vento, numa calmaria constrangedora, sem comunicações VHF, tudo se complica. Após 3 dias sem comunicar com ninguém, a família deu-o como perdido no oceano. Entraram em pânico. A Policia marítima inglesa entrou em contacto com Portugal e Espanha e deu o alerta. O desaparecimento do Andy espalhou-se rapidamente, e não havia forma de obter noticias. Ao fim de 36 dias isolado no mar, esperava-

se o pior. Foi nessa altura que o vento o empurrou para junto da ilha de S. Miguel. Com o resto de carga do seu telemóvel pessoal, e com alguma rede no aparelho, conseguiu dar conta da sua situação e do posicionamento aproximado, a sul da ilha. Quis o destino que eu estivesse a fazer uma saída de pesca com o meu companheiro de aventuras Gustavo Garcia, e o meu amigo açoriano Erling Clemens, para os lados dos Mosteiros, a cerca de 30 milhas de distância. Após um contacto

recebido da Marina de Ponta Delgada, fomos informados de que havia alguém em apuros. Tempo para esquecer a pesca, marcar rota e seguir à procura do Green Fingers. Ao fim de 1 hora tínhamos o veleiro na nossa proa, e uma pessoa com um ar andrajoso, um mau cheiro terrível, mas com forças para receber o cabo que lhe lançámos. Estava tudo dito naqueles 40 metros de cabo. Estava toda a solidariedade entre embarcações que navegam no mar, estava a mão de pessoas amigas a apertar a de

Ostentando o pavilhão britânico, mas já em segurança 2018 Novembro 383

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Pesca Desportiva

Umas lapas com limão nunca fizeram mal a naufrago nenhum… um desconhecido, estava a alma portuguesa e a vontade de ser útil e prestável a quem necessita. Ao fim de algumas horas, e já com o veleiro acostado ao cais, o Andy veio ao GO Fishing I agradecer e per-

guntar quanto era o custo do reboque. Há coisas que não podem ser reduzidas a um custo. A amizade não tem preço. Demos um abraço e recebi dele, com carinho, um pequeno quadrado de papel em que tinha escri-

to à mão o seu nome, o seu endereço de e-mail. Quando o convidei para um jantar no dia seguinte, senti-o sensibilizado. À hora marcada, lá estava ele, com a roupa completamente amarrotada, com cheiro a

As cracas, Um marisco açoriano de excelência 60

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bafio, a humidade de porão, a barba mal aparada, mas com um sorriso nos lábios de felicidade que significava tudo. Tinha debaixo do braço um objecto embrulhado num velho jornal inglês: uma das suas garrafas de champagne, …que teve a amabilidade de nos oferecer. Estava assumida aí a impossibilidade de continuar o seu caminho, e a necessidade de proceder a reparações essenciais ao regresso a Inglaterra. Gravei na memória a sua resposta quando lhe perguntei, certamente defraudado nas suas expectativas por não poder terminar a sua viagem, se eventualmente à partida tinha como objectivo fazer menos tempo do que os velejadores que o inspiraram a fazer esta volta ao mundo. Recordo a sua respiração mais profunda, o silêncio que se fez, e o tempo que levou a dizer-me: “ Não Vitor, isto não era uma corrida. Eu não tinha pressa nenhuma em chegar a lado nenhum…eu quando estou no mar, estou onde quero estar…” O Gustavo Garcia, uma pessoa que tem um coração do tamanho do mundo, ofereceu-lhe uma faca de ponta redonda Opinel, a qual será certamente muito útil ainda ao nosso amigo britânico. O Andy está agora a reorganizar a sua vida, a procurar voltar a ter um trabalho que lhe permita obter fundos para preparar uma nova aventura. Porque estas pessoas não baixam os braços, não capitulam, porque sabem que desistir dos seus sonhos é também desistir da sua vida. Felicidades Andy, encontramo-nos por aí! O GO Fishing I vai continuar a sair para a pesca nos Açores e o Green Fingers ainda vai fazer muitas milhas de mar…


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Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Texto Jorge Sousa, presidente do JCP

5º Concurso de Jigging de Oeiras

Barco com mais capturas e o maior exemplar Realizou-se no passado dia 5 de Outubro o 5º Concurso de Jigging de Oeiras, uma das provas mais importantes do circuito de Jigging a nível nacional, ao longo destes cinco anos de existência do Clube.

E

ste concurso foi incorporado no 3º CAMPEONATO NACIONAL DE JIGGING da Federaçao portuguesa de Pesca desportiva de alto Mar. De salientar as condições que a nossa metereologia previa, serem excelentes, contudo após a passagem de Cascais e devido ao microclima da Serra de Sintra, o mar apresentava-se com alguma vaga de vento do 62

quadrante norte e com bastante nevoeiro. Nada que demova pescadores decididos e homens habituados ao mar sempre difícil da nossa costa norte. Pelas sete horas, saímos da barra da marina de Oeiras sendo que todas as embarcações, num total de sete rumaram a oeste, em direcção aos pesqueiros existentes na zona do Cabo da Roca.

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Após algumas horas de pesca foi sendo perceptível que o peixe não queria colaborar muito com os pescadores, uma vez que os predadores andam de estomago cheio, pois verifica-se que existe muito alimento. Neste 5º Concurso de Jigging de Oeiras, participaram trinta e quatro pescadores, sendo que dez destes pescadores estavam a competir também para o Campeonato

Nacional de Jigging da FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE PESCA DE ALTO MAR. Referira-se que a acção de pesca se iniciou por volta das 08H30, tendo terminado às 17H00, e com a chegada ao Porto de Recreio de Oeiras pelas 18H30. Pelas 19h00 estava prevista a realização da pesagem das capturas efectuadas, contudo devido a uma avaria de uma


Pesca Desportiva

embarcação onde se encontravam os pescadores federados, houve necessidade de se atrasar a hora da pesagem. Assim que todos os pescadores chegaram ao local da pesagem, foi possível verificar que as equipas tudo fizeram para efectuarem o maior número de capturas, assim como os mestres das embarcações envolvidas no Concurso. Pelas capturas realizadas e levadas a pesagem há a registar dezasseis pargos legítimos, sendo o maior exemplar um pargo com 7,140kg e dois peixes galos. Assim que terminou a pesagem os pescadores envolvidos e alguns convidados dirigiram-se para o repasto merecido no Restaurante ESTOU NA

ONDA, localizado nas instalações da Marina de Oeiras. Apos terem reposto energias procedeu-se à entrega de prémios e à divulgação das classificações. A equipa campeã nacional de Jigging 2018 foi atribuído á equipa COSTEAU, com João Cascais e Pedro urbano, totalizando 3410 pontos. O vencedor do 5º Concurso de Jigging de Oeiras foi a equipa OS KOTAS, composta por Marcolino Mestre e João M. Costa, que totalizaram 19860 pontos, tendo ainda o pescador Marcolino Mestre levado o Premios de maior exemplar pela captura de um pargo legítimo com 7,150kg. Em segundo classificado ficou a equipa SPJ

Marcolino Mestre capturou o maior exemplar, um pargo legítimo com 7,150kg. 2018 Novembro 383

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Pesca Desportiva

Pargos capturados pelo Paulo Braz

No total foram capturados dezasseis pargos legítimos 64

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PORTUGAL 2, Inês Sousa e Telmo Castor com um total de 12650 pontos, que mais uma vez tiveram um comportamento digno de registo, uma vez que não há muitas senhoras a praticar esta modalidade. O terceiro classificado foi a equipa FLEXA 4, COM Paulo Braz e João Labrincha, que perfizeram um total de 8470 pontos. Uma vez mais a pesca ao JIGGING ficou deveras bem representado pelos seus participantes e concorrentes, na divulgação e promoção da modalidade cada vez mais crescente no nosso país. Um agradecimento publico a MARINA DE OEIRAS, pelo seu apoio e auxilio ao ceder as suas instalações, para a realização deste evento. Aos mestres das embarcações Andala, Nico, Lírio e Kalinca, que tudo fizeram para dar com os peixes, o nosso obrigado pela disponibilidade e apoio. Uma palavra e agradecimento a todos os nossos parceiros, que sem eles não é possível a realização destes concursos. KONICA MINOLTA, BALANZOL, LOJA TUDOPESCA, AIFE, LIFEGUARD, ESTRELA DO MAR, RMSHIRT, NAUTEL- FURUNO, AKVASPORT, IDEAL PESCA, KILLINAUTICA, AZORESFISHING E ANNE SWART CLINIC.


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Náutica

Notícias Touron

A Touron Celebrou com o Sector da Náutica o Jantar Comemorativo do seu 60º Aniversário

Fernando Giquel (Presidente de Touron), Luis Giquel (Secretário do Conselho de Administração) e Albero Giquel com suas respectivas esposas Estava uma data marcada no calendário para o acto final das comemorações do 60º aniversário da Touron. Tal ocorreu a 13 de Outubro, num jantar no hotel W Barcelona, coincidindo com o decorrer da edição deste ano da Feira Náutica de Barcelona.

A

Touron congregou, nesta ocasião, cerca de

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200 convidados, entre concessionários, serviços, estaleiros, fornecedores,

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imprensa da especialidade e diversas instituições. Não faltaram, também,

todos os empregados da Touron, acompanhados dos respectivos consor-


Náutica

empregados, homenageando Fernando Giquel e Luis Giquel, antigos directores-gerentes da Touron, que dedicaram 46 e 44 anos, respectivamente, de trabalho e de sacrifício à empresa. De seguida tomaram a palavra os actuais directores-gerentes da Touron, Álvaro Giquel e Fernando Giquel, que dedicaram sentidas palavras de agradecimento a Fernando e Luis pelo legado recebido. Ambos devolveram, de imediato, este agradecimento, em mais um momento de muita emoção.

tes. No final do jantar, foi projectado um emotivo vídeo com imagens do historial e passado da Touron, acompanhadas com vários testemunhos de

Seguiram-se intervenções e homenagens de fornecedores. Marty Bass,

presidente da Brunswick Marine EMEA, Donald Dubois, director da Quick-

Álvaro Giquel e Fernando Giquel, diretores gerentes da Touron. 2018 Novembro 383

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Náutica

Vista do salão de festas do 60º aniversário do jantar Touron no hotel W Barcelona

silver e Aldemar Castillo, director de exportação de Land N Sea, apresentaram os seus cumpri-

mentos à Touron e agradeceram pelos anos de colaboração. A Feira Náutica de Bar-

celona aproveitou esta oportunidade para felicitar a Touron pelos seus 60 anos de existência no

sector da náutica de recreio em Espanha. Luis Conde, presidente do salão náutico de Barcelona,

Entrega de reconhecimento de fornecedores e discursos de Fernando Giquel e Luis Giquel 68

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Náutica

Fotografia de funcionários do grupo de Touron

entregou à Touron um bonito presente comemorativo do 60º aniversário da empresa.

Foi num ambiente de festa que, antes de concluir o evento e as celebrações, actou uma

grupo de flamengo com guitarristas, cantores, bailarinas e bailarinos, num espectáculo que coloriu

e animou o final dum ano de comemorações do 60º aniversario da Touron. Uma noite memorável.

Equipa da Touron Portugal, com Fernando Giquel Elvira no stand da Touron no Salão de Barcelona, antes do Jantar com respectivos cônjujes 2018 Novembro 383

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Náutica

Notícias Touron

Os Novos Mercury V-8 Verado de 300 HP Escolhidos para Bater o Recorde Mundial de Maratona de Esqui Aquático

Preparou-se durante sete anos e no fim treinou com o barco no Porto de Sydney A Mercury Marine anunciou que os novos motores fora de borda V-8 de 4.6 litros, apresentados recentemente, equiparam a tentativa de bater o recorde mundial de maratona de esqui aquático, por um praticante que tentou repetir o feito do seu falecido avô

D

ois motores fora de borda Mercury da nova gama V-8 Verado de 300 CV equiparam a embarcação Axopar 37 SunTop, que puxou o esquiador australiano de 36 años, Alex

Luther, que tentava bater o record mundial do seu avô Harry Luther, conseguido em 1970. O record de Harry Luther continua imbatível de 3.113 milhas cobertos em 10 dias, 5 horas e 36 minutos,

pois o neto fez 2.221 milhas de La Línea de la Concepción (Espanha), e para Pula, na Croácia. em 10 dias, 2 horas, 17 minutos e 36 segundos. Ao anunciar que contaria com os novos Verado para

Alex Luther 70

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motorizar a embarcação Axopar, Luther falou sobre o motor V-8 de 4.6 litros com dupla árvores de cames, sobretudo sobre a engenharia de vanguarda que o converte no mais leve, mais rápido e mais eficiente no consumo que o seu concorrente V-6 mais próximo. “Juntamente com a embarcação Axopar, temos a combinação perfeita para conseguir ter êxito, dentro das condiciones previstas, com a fiabilidade e o máximo rendimento assegurados pelos dois motores Mercury”, disse Luther. A oportunidade de Luther de bater o record mundial, um projecto apelidado de “Chasing Canguro”, em homenagem ao seu avô, iniciou-se em 26 de Junho, em de La Línea de la Concepción em Espanha, juntamente com a sua equipa, a navegar até à costa de Tanger em Marrocos, seguindo a mesma rota do seu avô para a Itália e terminar em


Náutica

Pula, na Croácia, parando em 22 portos em sete países. “Estamos contentes pelo facto de nossos motores Mercury V-8 Verado de 300CV terem sido selecionados, pela equipa do Chasing Canguro e pela Axopar, para esta missão”, disse Jussi Sepponen, director comercial e de produto da Mercury Marine, EMEA. “Estes motores geram um binário muito potente e contam com tecnologias sofisticadas para reduzir o ruido e vibração, maximizando o controlo do utilizador e optimizando a aceleração em curva e outras manobras. São ideais para as exigências desta maratona de esqui aquático”. Esta missão é também uma homenagem à evolução da Mercury Marine. Em 1969, a Mercury proporcionou a Harry Luther dois motores de 100 HP para montar na sua embarcação, Miss Pepsi, a primeira que utilizou uma motorização dupla para competição de esqui aquático na Austrália. Quase 50 anos depois, a Mercury forneceu a Alex Luther motores gêmeos Verado de 300 hp V8 para ajudar a recriar as conquistas de seu avô. O esforço valeu a pena: Ao chegar em Mônaco, ele foi saudado por H.S.H. Príncipe Albert II. O Principado de Mônaco havia apoiado a jornada de Alex desde o início, assim como o de seu avô. Com o apoio do príncipe, Alex havia garantido os patrocinadores Axopar e Mercury. “Tudo se encaixou pelos motivos certos com as pessoas certas no momento certo”, diz Alex. Preparou-se durante sete anos e no fim treinou com o barco no Porto de Sydney. O seu treino foi útil quando, ao quarto dia, ele encontrou mar agitado entre Barcelona e Mônaco, com ondulação de 16 pés, Ele foi durante muito tempo puxado

Harry Luther continua com o record de 3.113 milhas imbatível para trás e o barco movendo-se mais devagar do que o planeado. Ele registou apenas 347 milhas ao longo de 11 horas naquele dia. Alex Luther no final reproduziu com sucesso a rota de seu avô ao longo da costa mediterrânea e nos mesmos dias do avô, mas não conseguiu atingir a mesma distância. Agora espera que sua jornada inspire outros com sonhos elevados como o dele. Diz Alex, “Basta ir lá e experimentar e nunca deixe de sonhar”

Dois novos Mercury V-8 Verado de 300 CV equiparam o Axopar 37 Sun-Top

Alex Luther durante a maratona 2018 Novembro 383

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Náutica

Notícias Touron

Mercury Apresenta Nova Linha de Motores Diesel para Melhorar a Gama 230-270 HP A Mercury Marine, líder mundial em propulsão e tecnologia naval, apresentou no Sydney Boat Show, uma nova linha de motores a diesel de 3.0 litros para aplicações com coluna, disponíveis em 230 HP e 270 HP.

P

rojectados, desenvolvidos e testados nos últimos três anos, esses novos motores serão líderes na sua classe em vários atributos-chave: aceleração, fiabilidade, facilidade de instalação e manutenção e mitigação de ruído, vibração e resistência (NVH). “Estamos com grande entusiasmo por poder oferecer uma linha de produtos que responde à procura do mercado por diesel nessas categorias de potências ”, disse Kris Neff, Vice-Presidente de Planeamento estratégico da Mercury Marine. “Há um segmento significativo no mercado de barcos que exige torque baixo e a grande durabilidade de motores a diesel, e estes novos motores complementam o nosso portfólio já líder de sistemas de propulsão a diesel”. Esta nova linha de motores dá continuidade ao desenvolvimento do diesel da Mercury, em conformidade com os padrões de emissões Tier 3, que visam reduzir os efeitos dos motores diesel no meio ambiente. É de realçar que estes novos motores são totalmente compatíveis com as tecnologias Mercury SmartCraft, oferecendo aos usuários acesso instantâneo a uma ampla gama de informações e parãmetros do motor, bem 72

como alertas de manutenção e orientação para solução de problemas. Também podem sere integrados com a pilotagem por joystick da Mercury para Inboards (JPI) e com a pilotagem por joystick para unidades de tração de popa (JPS), dando ao operador maior controlo nas manobras. “Adoptámos uma abordagem totalmente nova na abordagem ao diesel para estas categorias de potência, concentrando-nos nas prioridades dos consumidores no mercado global”, disse Reinhard Burk, Diretor Sénior das categorias de motores interiores com coluna e embarcações. “Estes novos motores baseados na FCA satisfazem a procura do consumidor pelo diesel, que é fácil de instalar, configurar e controlar, no fundo, tornar o barco

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fácil e intuitivo”. Os novos motores usam um novo turbo-compressor de geometria variável com refrigeração por água e distribuição de combustível commonrail para fornecer desempenho excepcional e melhorias substanciais na aceleração e nas velocidades máximas.

A Mercury sujeitou estes motores a testes intensivos, incluindo testes de “vida acelerada”, que expuseram os motores a condições muito mais adversas que aqueles existentes em operação normal. “Eles são extremamente fiáveis e duráveis”, disse Burk. “E, como estão integrados na rede global de serviços da Mercury, os consumidores poderão facilmente aceder a assistência”. No “Mercury’s digital asset manager” pode obter mais detalhes sobre características, vantagens e especificações destes motores. O novo motor diesel 3.0L da Mercury Já foi apresentado em Setembro no Salão de Génova em Itália e em Outubro no IBEX nos USA. Estará ainda em exibição nos seguintes shows em 2018: Novembro: Ft. Lauderdale, USA e METS em Amesterdão, Holanda Dezembro: Paris, França


Notícias do Mar

Notícias Docapesca

Melhoria da Segurança dos Pescadores Docapesca investe 92 mil euros em escadas e defensas no porto de pesca de Matosinhos.

A

Docapesca concluiu a reabilitação das escadas e defensas nas pontes-cais nº1 e nº2 do Porto de Pesca de Matosinhos, que representa um investimento de 92 mil euros, parcialmente cofinanciada pelo programa operacional Mar 2020, na sequência de empreitada iniciada em outubro. Esta empreitada visou garantir as condições de segurança no embarque e desembarque das tripulações e no estacionamento das respetivas embarcações. A intervenção teve como base um modelo de escadas desenvolvido especificamente para este porto de pesca, no qual se consideraram as especificidades da tipologia das pontes-cais existentes, as características das embarcações que delas fazem uso e, em particular, as necessidades operacionais identificadas pelos pro-

fissionais que operam neste porto. O Porto de Matosinhos é um dos três principais portos de pesca de Portugal continental, no qual a arte do cer-

co apresenta uma especial relevância. A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. é uma empresa do Setor Empresarial do Estado tutelada pelo Ministério

do Mar, que tem a seu cargo, no continente, o serviço da primeira venda de pescado e o apoio ao setor da pesca e respetivos portos, dispondo de 22 lotas e 37 postos.

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Surf

Mundial de Surf Junior

Portugal Terminou em 10º e Afonso Antunes Ficou em 6º O Campeonato Mundial de Surf Junior que decorreu de 27 de Outubro a 4 de Novembro, em Huntington Beach, Califórnia, disputado por 44 países, terminou com a equipa de Portugal em 10º e Afonso Antunes em 6º

A equipa de Portugal

N

o início da prova as aspirações de Portugal eram grandes pois logo no primeiro dia, só podia ter corrido melhor se Portugal conseguisse o pleno nos quatro

heats em que competiu. Dos quatro atletas que iniciaram a competição, Afonso Antunes, Guilherme Ribeiro e Diogo Martins venceram as respetivas baterias, qualificando-se para a próxima

Afonso Antunes terminou em 6º 76

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ronda do quadro principal. Salvador Couto apanhou pela frente adversários difíceis e não conseguiu evitar ser relegado para as repescagens, Depois de um forte ar-

ranque nos primeiros dias, a seleção nacional viu no terceiro dia alguns dos seus atletas serem relegados para as repescagens, num dia que ficou marcado pelos scores altíssimos, de outras seleções, registados na maioria das baterias disputadas. Diogo Martins, começou bem o dia da seleção ao dominar desde o início a sua bateria, conseguindo uma inequívoca vitória nesse terceiro dia. Afonso Antunes (sub 16) a seguir, também ele, venceu a sua bateria com mérito e duas notas de 6.60 e 5.83 pontos. No sétimo dia a seleção portuguesa tinha quatro atletas preparados para passar a longa fase das baterias do dia. Mas, infelizmente, as ondas pequenas e com pouca frequência não ajudaram os nossos atletas a passarem as respetivas baterias. O dia começou com Gabriela Dinis (sub18) a perder a sua prova caracterizada pelas poucas ondas que se apresentavam ao início da

Praia em Huntington Beach, Califórnia


Surf

manhã em Huntington Beach. Salvador Couto e Diogo Martins (sub18), a seguir, disputaram ondas com adversários muito fortes que não conseguiram vencer, ficando ambos fora da prova. O último atleta a entrar na água Joaquim Chaves (sub16) não teve melhor sorte que os seus anteriores colegas de equipa, sendo também ele eliminado da competição. Assim, a seleção nacional de surf teve apenas Afonso Antunes nas semifinais do quadro principal deste campeonato, O último dia do campeonato mundial de surf da Califórnia começou com um mar calmo sem grandes ondas. Todas as seleções que alcançaram a presença nas finais estavam expectantes com as suas prestações e resultados. Na primeira final do dia Afonso Antunes fez uma bateria perfeita e tudo indicava que se iria apurar para a grande final e lutar por uma merecida medalha. Sem que nada fizesse prever, e contra tudo o que se acreditava, o jovem surfista português foi injustamente arredado das medalhas, sendo relegado para a final da repescagem, onde mais uma vez fez um bom heat, mas insuficiente para voltar à luta pelas medalhas. Deste modo Portugal ter-

Afonso Antunes minou em 10º lugar o campeonato e Afonso Antunes, único atleta luso nas finais, alcançou o sexto lugar individual. “É triste terminar este mundial com o sentimento de revolta pela injustiça com o que fizeram ao Afonso quando lhe retiraram a oportunidade de lutar por uma medalha. Terminamos este mundial no top 10. Queríamos mais e achamos que temos capacidade para mais. Mas infelizmente, a enorme falta de apoios para a preparação e participação nesta prova é gritante. Nunca vai ser pos-

sível lutar de igual para igual com as melhores seleções do mundo com o apoio que

temos hoje em dia”, confessa David Raimundo, selecionador nacional.

A equipa de Portugal na praia

O Campeonato disputou-se sempre com ondas pequenas

Afonso Antunes 2018 Novembro 383

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Notícias do Mar

Últimas Cascais Dragon Winter Series 2018/2019

Fotografia: Neuza Aires Pereira/CNC

O Melhor Programa em Cascais

O

Clube Naval de Cascais apresentou o que é provavelmente o melhor e mais extenso programa de vela Dragon Winter que se vai disputar na Europa na Dragon Winter Series 2018/2019. Os concorrentes têm a possibilidade do transporte por profissionais do barco para Portugal (com ou sem carro), preços especiais de hotel, taxas de inscrição patrocionadas e viagem de 40 minutos de táxi para o Aeroporto de Lisboa. O Clube Naval de Cascais faz um apelo interessante para facilitar a vinda aos velejadores para que venham participar, com as melhores condições nesta Cascais Dragon Winter Series 2018/2019 O Clube fez um convite ca-

loroso a todos os velejadores de Dragão eurpeus a virem velejar no Inverno de Cascais 2018/2019:Cascais provou ao longo dos anos ter algumas das melhores condições para a vela e as regatas de iates na Europa, com extraordinários campos de regata. O clima é normalmente quente com longos períodos de sol e uma temperatura do ar variando de 12 / 15ºC no inverno a 20ºC + no outono e início da primavera. Com os eventos programados para três dias cada um, é importante ter uma boa perspectiva de vento para as regatas. No ano passado, a Cascais Winter Series alcançou uma taxa de conclusão de 79%. Nos últimos 10 anos, uma conclusão de taxa de sucesso de 97% foi alcançada para o evento

do Grau I HM King Juan Carlos I Trophy! 1WS: 09-11 de novembro de 2018 2WS: 07 a 09 de dezembro de 2018 3WS: 15 a 17 de fevereiro de 2019 4WS: 15 a 17

de março de 2019 5WS: 12 a 14 de abril de 2019 Stavros Match Race: 28-30 de abril de 2019 24 H.M. Troféu Rei Juan Carlos (IDA G1): 1 a 5 de maio de 2019 Campeonato Nacional (TBC)

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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