MOS Magazine #9 PT

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Hygge MOS Magazine nยบ9 Maio/Junho 2018 www.masterofsimplicity.com

Master of Simplicity Magazine

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F otografia : C arolyn V

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Master of Simplicity Magazine


e c i d n Í Notícias

10

Hygge (origem)

12

Minimalismo e Hygge

14

Porque o Hygge é um sentimento

16

Hygge à Portuguesa

18

Hygge Tropical

22

Relacionamentos “ON”

24

Ser feliz é simples... mas não é fácil

26

A fonte da felicidade

28

Uma gravidez com Hygge

30

No tempo da minha avó

32

Tecido não é desperdício

35

Hygge é...

36

Hygge: entrevista a Jo Kneale

38

Vive a tua casa

44

Dicas para uma organização Hygge

46

Criar um paraíso único e hyggeligt, em sua casa

48

Uma cozinha hygge

66

Como praticar o Hygge na Primavera e no Verão

72

Conto: Um dia perfeito

73

O que os olhos não vêem...

78

Slow living

80

Got a light soy candles

89

Saponina

92

Círculo Ceramics

96

Respiramor

98

Vegan Vibe

100

OrganiCup: entrevista a Elizabete Gomes

102

Sempre fui menina de cidades

108

Agenda Wolistic

110

Catálogo Hygge

112

Cupões de desconto

114

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l a i r o t i d E

Leia em voz alta “HUGA”, com o “h” bem carregado! Há até quem deixe um rasto de “i” na primeira sílaba, ficando “H(i)UGA” (sim, só um rasto mesmo!). É assim que se pronuncia o tema de hoje! Mas como assim? Porquê produzir uma edição da MOS Magazine sobre uma palavra que nem nos dicionários portugueses ou brasileiros consta? Seria tal e qual como fazer uma edição sobre “FADO”, “SAUDADE” ou mesmo “CAFUNÉ”. Qual a semelhança? São palavras que servem para serem sentidas e não faladas! Nesta edição inspiramo-nos neste conceito, procurando definir e ilustrar algo que vai além do material. Falámos com pessoas maravilhosas de vários cantos do mundo, incluindo dinamarqueses, para chegarmos à essência desta palavra. E, por diversas vezes, traduzimos o termo “hygge” por “praticar hygge”. É importante salientar que o que sugerimos para criar ambientes mais propícios ao Hygge tem como intenção apenas te inspirar! Boas leituras!

Fátima Teixeira

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F otografia : C arolyn V

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R evista D igital D inâmica Clique nos ícones, palavras ou imagens para ser diretamente direcionado para as respetivas páginas

Caros Leitores, É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta revista em qualquer idioma sem a prévia e devida autorização. A cópia de qualquer página ou conteúdo constitui crime passivo de punição judicial. A Equipe Master of Simplicity Magazine, por diversas vezes, recebe pedidos de leitores que querem ver gratuitamente artigos de colegas ou conhecidos que estão publicados em nossas edições. Por um lado achamos excelente o interesse e o apoio que querem dar aos vossos colegas, mas por outro lastimamos a falta de reconhecimento para com os profissionais que arduamente trabalham para cada edição. Esta revista tem um custo fixo e uma equipe que se esforça por trazer ao leitor excelentes informações, dicas, cursos, workshops, projetos e tantas outras informações que beneficiam de forma significativa a vida de quem lê. Por este motivo, vimos solicitar respeitosamente que, se for o seu interesse, ao invés de pedir gratuitamente artigos ou edições, faça como outros tantos que pagam, demonstrando o seu respeito pelo nosso trabalho. Muito obrigado a todos.

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Ficha Técnica Direcção e Edição: Fátima Teixeira Supervisão: Giovani Goulart Marketing: GGO Master of Simplicity Tradução para inglês: Roisin Abbott Nota do Editor: Os textos são escritos em português lusobrasileiro, dando liberdade para cada autor se expressar de acordo com a formação gramatical e regionalismo. Contacto: Para questões ou sugestões por favor contacte: masterofsimplicity@gmail.com Fotografia da capa: Haute Stock

Fátima Teixeira Fátima Teixeira, diretora da MOS Magazine, pianista, regente e professora de música. Sempre em busca da simplicidade com resultados práticos aplicáveis à vida quotidiana.

Giovani Goulart Compositor, instrumentista, produtor e arranjador musical. Simpatizante do minimalismo e de formas de vida organizadas e conscientes. Disponibiliza os seus serviços musicais online.

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Colaboradores Ana Carolina

Andreia Marques

Controller de profissão e blogger nos tempos livres, foi na costura e na busca de uma vida mais simples e saudável que encontrou o seu verdadeiro caminho.

Carolyn V

Designer, artista têxtil e mãe. Usa sobretudo a tecelagem e preocupa-se em dar forma à história única de cada produto.

Catarina Agostinho Proprietária e fotógrafa em Sixteen Miles Out. O meu objetivo é trazer simplicidade e paz à sua vida através das imagens que eu crio.

Cláudia Crespo

Trabalha na área da óptica, mas é através do yoga, meditação e todo o seu trabalho interior que tem alterado a sua visão acerca de si mesma e de tudo o que a rodeia.

Cláudia P. Weber

Autodidata em nutrição, mindfulness e crescimento pessoal. Amante de fotografia e styling de comida, criadora da página Paleo Kitchen Tales, onde a criatividade e a paixão pelo saudável, são servidas à mesa.

Eva Pais

Coach. Acompanha pessoas introvertidas no seu percurso em busca do equilíbrio e da simplicidade. Vive entre Portugal e a Alemanha.

Fernando Miranda Fundadora da Vegan Vibe, mãe, esposa e irmã mais nova. Consciente de que todos pudemos mudar de estilo de vida independentemente da nossa história.

Inês Espada Nobre Defensora do Slow Living e do Zero Desperdício, vive com o coração a pulsar do lado de fora e vê poesia no mais quotidiano dos dias. A alma é de livreira e é através das palavras que traduz o mundo.

Joana Barbosa Criadora do Respiramor. Partilha mensagens positivas através dos seus produtos e do seu canal de Youtube. Sonhadora, amiga dos animais e do estilo de vida vegano.

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Jornalista, criou e mantém a página Vida Hygge. Busca uma vida com mais sentido e uma alimentação mais consciente.

Iris Light Psicoterapeuta transpessoal, professora de Kundalini Yoga, autora, palestrante e formadora. Co-fundadora do Seva&Simran Kundalini Yoga Studio. Dedica-se a ensinar métodos para a expansão da consciência.

Juliana Lima Jornalista e tradutora, tenta simplificar a rotina e a vida, em meio aos seus livros e textos. Criadora da página Vida Hygge.


desta edição Kayleigh Tanner Escritora e blogueira. Ama velas, flores, outono e todas as coisas escandinavas.

Liliana Dinis Cosmetologista, consultora, formadora e beauty coach. Fundadora da Saponina. Cria produtos biológicos, ecológicos, zero waste, para uma higiene simples, saudável e isenta de substâncias nocivas.

Mafalda Sousa Educadora social, apaixonada pela psicologia positiva. Criadora do blog A Felicidade é o Caminho, onde partilha estratégias para uma vida mais plena e feliz.

Margarida Pestana Criadora de conteúdo, fotógrafa e copywriter. Aspirante a blogger. Apaixonada por natureza, por plantas, minimalismo e sorrisos contagiantes.

Mike Rijo

Lara Leitão Fotógrafa. Adora captar sentimentos e transpor o momento e as emoções para a fotografia, através de retratos ou de fotos detalhistas.

Mafalda Lhorca Portuguesa, vive nos E.U.A.. Licenciada em Comunicação em Massa. Joga ténis, é viciada no Verão e fanática por música country. Apaixonada pela confecção de velas.

Margarida Almeida Criadora da Círculo Ceramics, marca de cerâmica que, desde 2015, cria peças subtis e intemporais, sem nunca descartar as suas qualidades utilitárias.

Melinda Tarcon Proprietária do blog The Barefoot Warrior. Vive simples. Ama corajosamente.

Olga Simões Fotógrafo profissional de Arquitectura, Paisagem e Gastronomia. Desde pequeno que tem uma enorme paixão pela arte e pelo empreendedorismo.

Rosangela Aggio Fundadora da Organiza Sim, gestora ambiental, design de interiores, personal organizer e instrutora no curso de organização e na oficina jóias e bijuterias.

Mãe, psicóloga e formadora. Apaixonada pelas emoções e pelo comportamento humano. Acredita que as relações interpessoais sejam o pilar mais importante na saúde mental.

Susana Machado Geógrafa, professora, especialista em Desenvolvimento Sustentável, escreve para crianças e adultos como propósito de educar para a sustentabilidade e solidariedade.

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s a i c Notí

R evista

MOS M agazine I nternacional ! Agora podes encontrar a Master of Simplicity Magazine num novo endereço. Migramos todas as nossas edições portuguesas para www.issuu.

Tens uma notícia que gostarias de ver aqui? Envia-nos para masterofsimplicity@gmail.com

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inglesas

para www.issuu.com/masterofsimplicity. Trazemos notícias, catálogos e mesmo cupões de desconto das tuas lojas favoritas! Segue-nos!

C lube

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uma vida mais equilibrada !

Este é um clube de vivências e aprendizagens de autodesenvolvimento e autoconhecimento para pessoas que querem ter uma vida mais saudável, com mais sentido, equilíbrio e propósito. Alguns dos seus serviços incluem o acesso à S ustentabilidade

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para designers sustentáveis !

O grupo Vancouver Sustainable Fashion Designers (VSFD) conecta designers de moda que praticam a sustentabilidade e que buscam colaborar, compartilhar recursos, estimular a criatividade e se apoiar entre si. São realizadas reuniões regularmente. Ler mais...

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Livro

C a r l o ta ,

i n fa n t i l

a

B o l o ta

Este é um projeto de natureza educativa ligado à sustentabilidade, dedicado a crianças dos 6 aos 12 anos. O texto foi escrito por Susana Machado e o design e a ilustração foram elaborados pela turma de artes do Colégio Nova da Maia (Portugal). Segundo a escritora, este é um livro inspirado num dos setores mais produtivos e sustentáveis do nosso o país e “retrata as aventuras de uma bolota que não entendia a importância do seu papel, nem da floresta onde vivia e que aspirava um destino diferente das suas companheiras: desejava ir até ao céu, às estrelas e à lua”. Ler mais...

L ivro

E screva

mais e melhor

No passado mês de Abril foi lançado o livro Sua Vida Acadêmica: escreva mais e melhor da escritora Juliana Prata. Este livro reúne dicas, ferramentas e reflexões sobre a construção de uma vida acadêmica e inclui alguns artigos já publicados na MOS Magazine, bem como um prefácio escrito pela diretora desta revista, Fátima Teixeira, afirmando que “a autora faz uma rela-

P lataforma D igital

ção entre o minimalismo (enquanto filosofia de vida) e a

C entro O nline R ebento

sua aplicação na escrita académica, abordando temas como simplicidade, organização, consciência e mindfulness (atenção plena). Juliana Prata partilha um número significativo de dicas e estratégias que incluem técnicas budistas e tibetanas através da meditação, da respiração e de outros exercícios com a mente e o corpo. Algo apaixonante neste livro é descobrir que ele coaduna a componente da escrita com o próprio escritor. O bem estar de quem escreve é tão importante quanto a sua mensagem. E, como bónus, ao longo da leitura, podemos encontrar ferramentas aplicáveis não só à vida académica como também à vida pessoal e profissional”. Segundo Juliana Prata, “escrever é se colocar no mundo (...) se expor, se compor, se reinventar (... ) conclua, se mostre, se guarde (...) seja simples e foque no essencial. Escreva...“ Ler mais...

Foi

recentemente

lançado

o

Centro Online da Rebento, uma plataforma

digital

portuguesa

que permite acesso a diversos serviços de apoio à maternidade através de um clique. Rita Rosa, fundadora do projeto, afirma que “este centro é a oportunidade de chegar a mais famílias ajudando -as a viver um dia-a-dia com mais propósito e consciência, abraçando a ajuda de parceiros profissionais alinhados com os nossos valores de parentalidade e estilo de vida”. Ler mais... Master of Simplicity Magazine

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T e xt o : F á ti ma T ei x ei r a F o t ogr a fi a : A li s a A nt on

Hygge É desconhecida a origem exata da palavra hygge. Porém, existem algumas especulações. Descobriu-se que a palavra parecida “hugge”, usada no século XVI, significa abraçar e que deu origem ao termo inglês “hug” que significa abraço. Poderia haver alguma ligação, certo? Mas, há outra teoria ainda. Sabia que a Dinamarca e a Noruega já foram um reino? Consta que a palavra “hygge” possa ter tido a sua origem numa palavra norueguesa que significa “bem-estar”. E que só apareceu em dinamarquês escrito pela primeira vez no início do ano de 1800, altura em que a Dinamarca perdeu a Noruega.

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Minimalismo e Hygge À primeira vista podem parecer opostos, mas acredite que estes dois conceitos são BFF (melhores amigos para sempre). T exto : F átima T eixeira & F otografia : C aleb J ones

Joshua Becker, do blog

tal como no minimalismo,

coisas e coisinhas, que

Becoming Minimalist,

privilegia as experiências.

não se parecem nada

refere que “o minimalismo

Pequenos prazeres

minimalistas?

é a promoção intencional

como divertir-se com a

das coisas que mais

família e com os amigos,

é diferente entre cada um,

valorizamos e a remoção

ou simplesmente viver

mas o que está em causa

de tudo aquilo que nos

o presente evitando

é o sentimento em si e

distraia disso”. Torna-se

o multi-tasking,

não o que o impulsiona.

claro que o minimalista

conseguem solidificar

Não interessa encher a

abraça a simplicidade

o contentamento que o

sua casa com velas, livros

e, de modo consciente,

hygge ou o minimalismo

e cobertores, se você não

procura investir o seu

propiciam.

sentir paz. Vários autores,

tempo em relações

A gratidão também

inclusive Kayleigh em seu

mais significativas,

está presente nos dois

artigo “porque o hygge é

uma profissão que

conceitos, bem como o

um sentimento” na próxima

ame, ou simplesmente,

desapego, na perspetiva

página, reforçam que

aproveitando ao máximo

de se concentrar no “agora”

este conceito não tem

aqueles momentos que o

e lograr o controlo da sua

requerimentos, é gratuito

fazem feliz.

vida. Os julgamentos ficam

e pode acontecer em

lá fora, enquanto a calma

qualquer lugar!

Assim é o hygge, que consegue enaltecer a

invade a alma. Todas as

felicidade que sentimos

circunstâncias resultam em

como no minimalismo,

ao priorizar o tempo de

tranquilidade.

acontece acima de tudo

qualidade com aquilo ou aqueles que amamos e, 14

O conceito de felicidade

Master Master of ofSimplicity SimplicityMagazine Magazine

E aqueles ambientes rústicos, cheios de

Eu acrescento que, assim

dentro de ti e à tua maneira.


“acontece acima de tudo dentro de ti e Ă tua maneiraâ€?

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T exto : K ayleigh T anner F otografia : L ara L eitão

Porque o hygge é um sentimento

Para qualquer pessoa que acaba de conhecer o conceito hygge, é fácil presumir que é tudo sobre as grandes fatias de bolo, os cobertores aconchegantes e as meias de lã. Muitos retalhistas levam-nos a acreditar que o hygge é algo que podemos comprar, sejam roupas quentes, velas ou uma xícara nova e cara. Mas, na verdade, o hygge é intangível. Qualquer um pode praticar o hygge em qualquer lugar, e a melhor parte é que é absolutamente gratuito. Você realmente não precisa de comprar nada para experimentar o hygge. Tudo o que precisa é das pessoas certas e de um espaço onde você se sinta aconchegado, confortável e feliz. O hygge é algo muito pessoal - algumas pessoas gostam de o praticar sozinhas, descansando num banho quente com um copo de vinho e música relaxante. Outras preferem convidar alguns amigos para um jantar privado ou uma noite de filmes descontraída. Você também pode gostar de ter um momento hygge na praia comendo um gelado (sorvete) ou em um belo jardim num dia quente e ensolarado. Eu experimentei hygge em todo o tipo de lugares. Às vezes, acontece

no momento em que vou dar uma volta de carro no campo num dia chuvoso com o meu melhor amigo e a nossa música favorita. Outras vezes, acontece quando começo a rir sem parar até o meu rosto doer num bar tranquilo, tomando alguns cocktails. Por vezes, é tão simples quanto encomendar um caril e assistir ao meu programa favorito no Netflix. Nunca é nada caro e é sempre algo que eu realmente amo fazer. Não há uma maneira única e certa de “hygge” e, ao contrário da crença popular, você não pode fazer isso acontecer. Hygge é algo que acontece, não algo que você pode forçar. De facto, geralmente acontece quando menos espera, desde que se sinta à vontade no seu ambiente e feliz na companhia das pessoas ao seu redor. Então, sente-se, relaxe e deixe o hygge acontecer. Master of Simplicity Magazine

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Hygge à Portuguesa T exto : M afalda S ousa

F otografia : D jedj & M afalda S ousa

A sensação de estar num ambiente acolhedor e livre de stress não é exclusiva da Dinamarca. Não importa a nacionalidade, classe social ou experiência de vida, todos podemos experimentar o hygge! A diferença é que, ao contrário dos dinamarqueses, ainda não realizamos estas actividades numa base diária em Portugal. Mas, isso pode mudar. Partilhamos várias sugestões para um hygge bem português. São apenas ideias, mas pode dar asas à sua criatividade. O importante é que reserve um espacinho do seu dia para estes momentos. Há atividades que demandam mais tempo, mas outras são apenas a escolha entre ocupar o tempo a ver televisão ou a navegar na internet e passar um momento diferente, a sós ou com quem mais ama. Como refere Sonja Lyubomirsky “saber desfrutar das experiências positivas da vida é um dos principais ingredientes da felicidade”. A prática diária do hygge é aliás apontada, como um dos motivos que faz da Dinamarca um dos países mais felizes do mundo. Talvez porque vários dos seus ingredientes, são comuns ao que estimula a felicidade: passar tempo de qualidade com família e amigos, saborear os pequenos prazeres da vida, cultivar o otimismo, etc.

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“(...) todos podemos experimentar o hygge!� Master of Simplicity Magazine

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1. Uma casa portuguesa, com certeza A sua casa é o refúgio perfeito para lhe proporcionar momentos hygge. Basta criar um ambiente acolhedor. Para além dos habituais artigos hygge como mantas, almofadas e velas, inclua objetos que evoquem lembranças felizes e celebrem as suas raízes. São bem-vindas molduras com fotografias, lembranças compradas em viagens ou peças vintage. Inclua objectos tipicamente portugueses como azulejos, andorinhas de cerâmica, peças de cortiça e, porque não, pedras apanhadas na praia. Aproveite a bênção de viver num país cheio de sol e transforme a sua varanda e o seu jardim, em espaços lindos e acolhedores. São lugares perfeitos para relaxar!

2. Hygge ao longo do dia Usufrua da energia positiva do nascer do sol! Se puder, tome o pequeno-almoço enquanto assiste a este espectáculo da natureza. No trabalho, crie laços. Conviva mais com os seus colegas, especialmente com quem tem afinidade. Mas, tente sair a horas e evite levar trabalho para casa. Vai precisar desse tempo para descansar e desfrutar da família. Ao serão, experimente algo diferente. Recorde os jogos de infância, com uma partida de cartas ou de Monopoly. Se tiver lareira, partilhe histórias com a família ou leia, ao som do crepitar da lenha. Pode também fazer uma sessão de cinema com os clássicos portugueses. Pipocas incluídas, se assim o desejar. 20

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3. Refeições reconfortantes Hygge à portuguesa combina com café e um delicioso pastel de nata. Com castanhas assadas, compradas a vendedores de rua. Com pratos caseiros que lembram as nossas raízes, sejam eles um elaborado bacalhau ou umas humildes sardinhas assadas. Experimente pratos cheios de recordações e aprecie cada momento da refeição. Ah! E, se os miúdos quiserem rapar a taça quando fizer um bolo… bem, ninguém pode dizer que não, é hygge!

4. Aproveitar o clima maravilhoso Pode soar agradável a ideia de vestir uma roupa confortável e apreciar uma bebida quente no Inverno. Mas o hygge à portuguesa vai muito além disso. Com um clima tão ameno, pode sair e explorar os encantos que o rodeiam. Meditar à beira-mar, fazer uma caminhada na natureza, conhecer a história num dos muitos monumentos, visitar uma casa de fado (e deixar-se contagiar por este género musical) ou simplesmente conviver com os amigos numa esplanada.

5. Épocas festivas Estas são as ocasiões perfeitas para ensinar o hygge aos mais novos. Conte-lhes histórias, peça-lhes ajuda com os preparativos, como por exemplo, montar o presépio e fazer os doces tradicionais. Organize actividades, como por exemplo, uma caça ao tesouro que é muito apreciada na Páscoa, e almoce em família. São momentos únicos que ficarão na memória. Fica a dica! Qualquer povo pode ser mais feliz praticando o hygge, inclusive à maneira portuguesa. Master of Simplicity Magazine

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Brasil e Dinamarca têm muito mais diferenças do que semelhanças. Enquanto o primeiro sofre com tantas desigualdades, os dinamarqueses contam com uma grande justiça social e estão entre os povos mais felizes do mundo, de acordo com a ONU.

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E não é só sobre políticas sociais que os brasileiros têm muito a aprender com os dinamarqueses. Uma palavra quase desconhecida no Brasil pode ajudar a trazer novas perspectivas, quando pensamos em felicidade: o hygge.


Hygge Tropical

T exto

e

F otografia :

F ernando M iranda & J uliana L ima

Foi numa viagem a Portugal que conhecemos esse estilo de vida dinamarquês. Visitando uma livraria em Lisboa, acabamos conhecendo e nos interessando pelo livro Hygge, de Meik Wiking. De volta ao Brasil, fizemos a leitura com olhos apaixonados e decidimos compartilhar com mais gente esses princípios, adaptando o conceito à nossa realidade, é claro. Pesquisamos, conversamos com brasileiros e dinamarqueses e já fizemos encontros para falar sobre o tema. Nessas conversas, uma jovem dinamarquesa que viveu um ano no Brasil trouxe uma percepção diferente e interessante sobre o nosso povo. Ela reparou que, apesar de os brasileiros serem conhecidos pela alegria e descontração, algumas pessoas que conheceu faziam muita festa no convívio com os amigos, davam risada, faziam brincadeiras, mas não estavam verdadeiramente felizes. Exibiam uma felicidade de fachada, que não correspondia ao que sentiam internamente. Assim, quando passamos a falar sobre os conceitos do hygge aqui na nossa região, tentamos sempre ressaltar que, apesar das grandes diferenças entre Brasil e Dinamarca, é possível viver o hygge em nosso dia a dia. Existe algo mais brasileiro (e mais hyggelig) do que um café com bolo de fubá? Ou um passeio em um parque ou na praia, aproveitando o calor do país? E que tal o descanso na rede, à sombra de uma árvore? Prestar atenção em pequenos detalhes como esses pode transformar o ideal da felicidade em algo real – e verdadeiramente possível.

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Relacionamentos “ON”

T exto : O lga S imões F otografia : J oshua C lay

Vivemos numa época cada vez mais online e que apela ao multitasking. Julgamos estar tão próximos de muitas pessoas e pensamos

tal permite-nos aceder a quase tudo em quase todo o lado. Seremos, desta forma, pessoas mais felizes? Teremos mais saúde? A resposta é: Não. Não somos. E, por

conseguir fazer tantas coisas

esta razão, é urgente repensar o modo

(ao mesmo tempo) que nem nos

como ocupamos os nossos tempos e nos

apercebemos do quanto estamos a

ligamos aos outros.

enganar-nos e a maltratar a nossa saúde física e emocional. 24

A internet e todo o universo do digi-

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Vamos utilizar as tecnologias de informação e comunicação em prol da nossa saúde e, desligá-las. Sim, é isso mesmo:


desligá-las! São fantásticas, oferecem-nos

Precisamos deste contacto. Precisamos

uma imensidão de informação e permi-

de viver tradições e criar novas memórias

tem-nos comunicar com aquela pessoa

para que fiquem gravadas no nosso “ál-

fisicamente distante.

bum interno”.

Por outro lado, expõem-nos a dema-

Só desta forma conseguimos um ver-

siados estímulos quando precisamos de

dadeiro envolvimento físico, psicológico,

nos focar no aqui e agora para desfrutar

emocional, social e espiritual.

em pleno dos momentos em família, com os filhos, com os amigos e até connosco. Deixemos descansar o telemóvel, o tablet, o computador e a televisão. Não por eles (os objectos) e sim por nós. São vários os estudos que nos mostram que a solidão é inimiga da saúde e que as pessoas que possuem uma boa rede de relações têm maior predisposição para serem saudáveis física e emocionalmente. As relações de amizade presenciais são as principais responsáveis por este resultado. É presencialmente onde mais rimos, onde exprimimos maior número de emoções positivas, onde sentimos mais segurança e confiança. São também os momentos presenciais que guardamos na memória, por isso, vamos dar-lhes a importância que merecem. O nosso cérebro também agradece esta pausa de tecnologia. Os dinamarqueses há muito que descobriram o poder das relações presenciais. O hygge desperta para a necessidade de reunir em pequenos grupos, sem interferências digitais, onde se valorize o estar (apenas) com aquelas pessoas.

Vamos trocar a luz dos ecrãs por luz natural ou luz de velas. Vamos ouvir aquelas pessoas com quem estamos sem os plim das notificações de mensagens. Vamos envolver-nos numa conversa olhando para os outros sem desviar o olhar para a atualização do feed numa rede social. Vamos abraçar quem nos é próximo sem um comando ou um telemóvel pelo meio. Olga Simões

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Ser feliz é simples... T exto : C laudia W eber F otografia : R awpixel

Não é “ser feliz” o objetivo supremo do ser humano?

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...mas não é fácil

De 0 a 10, quão feliz diria que sou? Estarei a viver o meu propósito de vida? Quantas vezes me senti feliz na última semana? Quantas vezes me ri nos últimos dias? O que é que me faz feliz? O que posso fazer hoje para me sentir mais feliz? Estas são perguntas importantes e que deveríamos fazer regularmente a nós próprios se quisermos garantir o nosso bem-estar a longo prazo. Refletir sobre a felicidade, porém, não é um assunto urgente, e acabamos muitas vezes por acreditar que não temos tempo para este tipo de devaneios. No entanto, o que haverá de mais importante? Não é “ser feliz” o objetivo supremo do ser humano? Ser feliz não é algo que aconteça por acaso. Todos temos a nossa “base”, que consiste no nível de felicidade ao qual regressamos sempre depois de qualquer acontecimento positivo ou negativo. Vários estudos demonstram que, tanto as pessoas que sofreram um acidente grave, como as que ganharam a lotaria, acabam por voltar ao seu “nível -base” de felicidade após algum tempo. Isto não significa, contudo, que estamos condenados e que não há nada a fazer! Pelo contrário: a boa notícia é que é possível alterar o nosso “nível-base” de felicidade, e que isso não requer abandonar a vida que temos, mudarmo-nos para um lugar exótico e passar o resto dos nossos dias debaixo de uma palmeira à beira-mar. O que podemos então fazer pela

nossa felicidade? É mais simples do que possamos pensar e existe uma receita: os ingredientes são atenção, consciência, consistência e intencionalidade. Isto é: podemos e devemos planear a nossa felicidade. Como? Criando momentos felizes. Na prática, isto significa ter em mente o que é importante a longo prazo, praticar a gratidão e criar momentos hyggeligt todos os dias: uma bebida quente num dia de chuva, uma refeição com bons amigos, uma conversa olhos nos olhos, sem pressas. Afinal, estamos a criar memórias, e a nostalgia é um forte potenciador da felicidade. Muito importante também é dar atenção ao nosso foco: costumo pensar e falar mais sobre acontecimentos positivos ou sobre o que correu mal? Revivendo intencionalmente momentos felizes do passado, estamos a criar hábitos de pensamento que têm uma ligação direta com o nosso nível -base de felicidade. Vamos começar já? Feche os olhos. Relembre um momento feliz da sua infância. Ouça e cante as suas canções favoritas. Ligue a um amigo com quem não fala há muito. Abrace um ente querido. Prolongue mais um pouco. Repita. Afinal, como disse a romancista Maria Edgeworth, “Se cuidarmos dos nossos momentos, os anos estarão assegurados.” Master of Simplicity Magazine

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A fonte da

felicidade T exto : I ris L ight

Desde sempre o ser humano anseia viver em harmonia, paz e felicidade. Esta busca é dirigida para todos os âmbitos da vida, desde os mais superficiais aos mais profundos. Mas, não é nova a ideia de que se perde tempo buscando a solução fora de nós mesmos e que só mergulhando na nossa alma podemos ter a chance de ser felizes. Este mergulho é um caminho de crescimento, não numa direção apenas, mas em todas as direções. É uma expansão daquilo que somos de verdade: consciência. Só através do desenvolvimento interior, de um auto-conhecimento genuíno e de um equilíbrio holístico, se conquista a harmonia, a paz e a felicidade. Isto é assim, porque a mente determina tudo. Enquanto a mente for turbulenta e agitada, estaremos distantes de nós mesmos, seremos estranhos de nós mesmos e vítimas de uma vida à qual chamamos de injusta. Podemos enveredar por um processo de expansão da consciência, independentemente de ter um cariz 28

Master Masterof ofSimplicity SimplicityMagazine Magazine

F otografia : M artin S anchez

religioso ou possuir uma forma mais livre e global, na verdade a escolha é pessoal. A consciência é algo inato a cada um de nós, é a nossa verdade ontológica, é a fonte primordial da harmonia e, por isso, não está dependente de fundamentos teológicos. A paz e a felicidade são como duas faces da mesma moeda: a paz acontece quando aceitamos plenamente tudo o que existe, tal como existe; a felicidade tem lugar quando nos permitimos deleitar e fruir da existência de forma sã e natural. À medida que a nossa consciência se expande, a nossa mente é purificada e entendida, a postura de aceitação e relaxamento face ao mundo também se altera, e assim se vai tornando possível a conquista de uma vida mais saudável, próspera e realizada. Diversos caminhos ‘pré-feitos’ existem para dar suporte àquele que busca algo mais, mas o melhor caminho, é aquele que é feito, passo a passo, ancorado na fé em si mesmo e no infinito, rumo à verdade e ao amor incondicional.


“Enquanto a mente for turbulenta e agitada, estaremos distantes de nĂłs mesmos (...)â€?

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Uma gravidez com hygge T exto : A na C arolina

O hygge surgiu na minha vida, sem que

Todos os dias reservo um espaço para

eu soubesse o que era, quando comecei a

me sentar e apreciar aquele momento. O

praticar yoga.

frio que temos sentido este inverno con-

Pode parecer estranho conjugar yoga,

vida à manta e a um chá quente, haverá

enquanto filosofia com origem na Índia,

algo mais hyggelig? Sinto o meu bebé,

e hygge, um sentimento praticado em

agradeço a bênção e aprecio sem culpas

países nórdicos…, mas acredito que estão

aquele instante de preguiça em que só eu

interligados.

e ele falamos através do coração.

Sempre fui uma pessoa muito ativa e

Também na preparação da chegada do

ansiosa, o que naturalmente se foi refle-

meu bebé este sentimento está presente.

tindo na minha saúde física e mental ao

Enquanto costuro o enxoval aprecio cada

longo do tempo. No yoga encontrei as

momento de escolha dos tecidos, cada

ferramentas que me ensinaram a parar,

ponto que dou e cada peça que arrumo

agradecer, sentir e viver o momento, ou

na gaveta. Tudo foi escolhido e pensado

seja, aprendi a sentir-me hygge.

para ser o suficiente, descomplicado e me

Na sociedade atual vivemos a correr…

facilitar as primeiras semanas após o parto

para o trabalho…para casa…para fazer tudo

…para que possa simplesmente enamorar-

e mais alguma coisa…chegamos ao final

me dele sem tralhas ou distrações, um

da semana esgotados, sem a sensação de

tempo que vou querer absorver em pleno.

realização e passamos o fim de semana

Aprender a viver no agora trouxe-me a

ansiosos porque a segunda feira vai che-

calma e a paz interior a este momento úni-

gar e tudo se vai repetir.

co que, enquanto mulher, posso usufruir.

A decisão de quebrar este ciclo é nossa

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F otografia : A rteida

Ensinou-me também que precisamos de

e eu tomei-a há 6 anos. Quando engravi-

tão pouco para ser felizes…não são as coi-

dei no final do ano passado este compro-

sas, mas sim as vivências que nos trazem

misso tornou-se ainda mais sério.

felicidade.

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T exto : I nês E spada N obre F otografia : I nês E spada N obre & A nnie S pratt

No tempo

da minha avó Lembro-me das tardes na casa da minha avó, do silêncio, da luz. Nunca teve o hábito de acender velas, mas era hygge, da sua forma. Ao longe ouvia-se o rádio que tocava na cozinha enquanto ela se movimentava devagar pela casa, entre as tarefas domésticas. No tempo dos marmelos fazia-se marmelada para o ano todo, e no tempo dos tomates, o doce de tomate, em frascos reutilizados e voltados de tampa para baixo. A minha avó era “desperdício zero”. Os poucos sacos de plástico que usava ficavam no estendal a secar, porque ela os lavava para poder usar de novo. E, os restos das frutas e dos legumes, serviam de composto para a terra. Quando iniciei esta minha caminhada, foi às minhas avós que pedi ajuda. Uma vida sem desperdício era, para mim, voltar ao tempo delas: às coisas feitas artesanalmente, reaproveitadas ao máximo, consertadas e remendadas. E, à magia de fazer, de criar e de colocar amor em todas as tarefas, sabendo o custo de cada uma delas. 32

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O Hygge e o Desperdício Zero andam

to e, para mim, isso é um momento hygge.

de mãos dadas. Quando vivemos uma vida

Procuro encher a minha casa com aqui-

com menos desperdício, começamos a ter

lo que me traz paz e alegria ao coração e,

mais consciência de tudo aquilo que co-

apercebo-me de que todos os meus mo-

locamos nas nossas casas e nas nossas

mentos hygge vieram desta minha cami-

vidas. Deixamos de comprar o que vem

nhada rumo ao Desperdício Zero. Os mó-

embalado e passamos a fazer escolhas a

veis herdados e comprados em segunda

granel. A nossa despensa, outrora confusa,

mão, as histórias que carregam com eles,

transforma-se num paraíso de frascos de

como livros abertos. O abolir dos plásticos

vidro reutilizados. É um aconchego no pei-

e o dar preferência aos materiais naturais,

“é no quotidiano que reside a magia”

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Sugestões de Desperdício Zero aplicadas ao estilo de vida Hygge: * Use velas ecológicas ou faça as suas próprias velas;

tornando a casa mais aconchegante. A ida à praça com o taleigo para o pão e os sacos em tule para os legumes, o que me deixa muito feliz, por ter sido das primeiras mudanças e a que mais influencia as pessoas à minha volta a mudar também. A sapateira à entrada de casa que nos

* Troque os plásticos por frascos de vidro e reutilize-os;

relembra que chegámos ao nosso espa-

* Compre os ingredientes a granel e faça aquele bolo que tanto gosta;

cuidar das plantas e de abrir janelas, de

ço sagrado. Aqui descalça-se os sapatos e os pés tocam o chão. Os domingos de se fazer o iogurte para a semana e cozinhar um brunch fora de horas para os

* Compre meias quentinhas a artesãos locais; * Sirva um brunch para amigos e use guardanapos de pano (se os herdou da sua avó ou dos seus pais, melhor); * Dê nova vida a roupas velhas e faça uma mantinha de retalhos para aquecer o corpo e o coração; * Plante um jardim interior - taças reutilizadas dão vasos lindos - aproveite os domingos de manhã, enquanto o resto da casa dorme, para o cuidar com tempo. É terapêutico; * Ame muito e ame sempre, a sua casa e este planeta que habitamos juntos. 34

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amigos. Cá em casa é no quotidiano que reside a magia, na consciência de se estar a aproveitar cada instante do nosso dia, no estar-se presente. Somos hygge quando as mantas dobradas nos braços do sofá são utopia, porque não há nada melhor que uma malga de massa na mão e uma mantinha sobre as pernas. Mas, somos ainda mais hygge quando sabemos que essa massa chegou à nossa cozinha sem desperdício.


Tecido Tapete comunitário feito apenas com restos de tecido! Evento promovido pela Frameworq em conjunto com Coze Design e Fabcycle.

não é desperdício! A Frameworq é uma plataforma baseada em eventos, que promove atividades para uma vida mais leve, reparando e reutilizando gratuitamente a roupa. Os eventos são hospedados todos os meses em diversos locais em Vancouver, BC (Canadá). Consulte mais em www.frameworq.ca F otografia : I rina M c K enzie

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Hygge é... ...estar com quem amamos ...recordar e sonhar, vivendo o presente ...adorar a natureza, faça sol ou faça chuva ...construir castelos de areia na praia com a minha pequena ...saborear um gelado de menta ou tomar um chocolate branco quente ...ler um livro enquanto acariciamos o gato dormindo no colo ...sublimar os sentidos ...simplesmente ser e amar! T exto : F átima T eixeira F otografia : L ara L eitão

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F otografia : J o K neale

a t s i v e Entr

Jo Kneale

É escritora e “office ninja”. Vive em Liverpool com o marido, três filhos e sete porquinhos da índia. Ela sempre sou-

be praticar o hygge, mas nunca teve um nome para isso até 2014, quando leu sobre o assunto na internet. Escreveu três livros sobre hygge, incluindo How to Hygge Your Summer e atualmente está escrevendo um livro sobre como ser mais feliz usando o hygge e o lagom na sua vida.

O que é o hygge? O hygge é a arte escandinava de viver confortavelmente. É o que sentimos quando, depois de uma caminhada na chuva, nos sentamos e recostamos confortavelmente, ou a felicidade que sentimos numa festa de família quando todos aqueles que amamos estão próximos a nós. É uma sensação de segurança, tranquilidade, contentamento e bem-estar. Pode ser um sentimento que se tem sozinho quando se está saboreando o chá e lendo mas, na verdade, é algo bastante social. É sentirse protegido na sua tribo e seguro com os seus amigos que cuidarão de ti. Não é uma declaração de design ou uma maneira de decorar a casa. Não é minimalismo, nem ser um acumulador, ou ficar em casa todas as noites ou sair para beber uns copos. As coisas que nos fazem sentir hygge são diferentes entre cada um. Isso é um dos motivos pelo qual eu gosto, porque o “meu hygge” pode ser ou não o mesmo que o teu hygge.

Quando e onde começou? Hygge, enquanto palavra, já existe há alguns séculos. Começou por ser usada na Noruega, onde significa bem-estar ou vida saudável, e depois mudou-se para a Dinamarca, onde o hygge que conhecemos e amamos hoje foi reconhecido, batizado e apreciado.

“É importante lembrar

Quais são as principais coisas a lembrar ao tentar abraçar o hygge e o estilo de vida dinamarquês? É importante lembrar que o hygge não pode ser comprado. Não é algo que tu ganhes numa loja, ou que possas conseguir ao simplesmente colocar uma vela na mesa. O hygge é um sentimento. Tu podes ter o apartamento mais elegante e minimalista, ou a casa de campo mais pequena do mundo. Nenhum deles são automaticamente hygge. É sobre as pessoas e os sentimentos que as cercam: é isso que cria o hygge. O Hygge opõe-se a confrontos, então todos devem concordar em não falar sobre as

que o hygge não pode ser comprado.”

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coisas que vão deixar os outros chateados. Na maioria das famílias, isso significa que não há política, religião ou qualquer tipo de discussão que possa gerar desentendimento. Se quiseres viver no modo hygge, isso significa ser calmo e sereno, e não ficar zangado com os outros quando estiveres num grupo. Isso não significa que tens que ser assim o tempo todo.Tu não consegues viver de modo hygge 24 horas por dia, 7 dias por semana. Tu podes usar a tua casa para criar um local perfeito para o hygge. Mantém a iluminação baixa, com lâmpadas e velas, dispõe assentos confortáveis ​​com almofadas e mantas, e considera ter um a pilha de livros ou revistas para ler e a preciar. É como fazer um ninho para ti mesmo, um lugar para te sentires aconchegado e seguro. Em dinamarquês, isso é chama d o de “hyggekrog”, mas eu o chamo de meu “Hygge Nook” (Recanto Hygge). Esse é o nome que dei também ao meu grupo do Facebook, porque é um local seguro para se reunir com os amigos. Na sua opinião, o hygge acontece quando queremos ou ocasionalmente? Ocasionalmente. O hygge não é um estado em que possas estar o tempo todo. A vida apronta cada uma com muita frequência. Mas tu podes orientar a tua vida para que haja uma chance maior de acontecer o hygge. Ajuda, por exemplo, tendo espaços aconchegantes na tua casa ou encontrando um café acolhedor onde possas encontrarte com um amigo e passar a tarde. No verão, eu pratico o meu hygge fora de casa e aproveito para passar o tempo relaxando no mar ou no parque. Nas longas tardinhas de verão, adoro acender uma fogueira e sim-

Pés quentinhos no Inverno

plesmente sentar do lado de fora relaxando com os meus filhos e uma cidra. Comida e bebida sempre ajudam as pessoas a relaxar e a sentirem-se felizes, o que aumenta o sentimento hygge de um lugar. Mas, o que faz alguém sentir o hygge varia de pessoa para pessoa. Um fã de futebol vai achar hygge assistir um jogo com amigos, enquanto alguém que odeia futebol detestaria isso. Tu precisas de saber o que te faz sentir hygge. Master of Simplicity Magazine

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descrever. Então nunca paramos e apreciamos isso. Essa apreciação do hygge era importante. Se reconheceres os sentimentos felizes e te lembrares deles, isso te fará mais feliz o resto da vida. Então, durante os anos de 2015 e 2016, haviam tantos livros sobre hygge sendo escritos e publicados. As pessoas começavam dizendo “Como podemos praticar o hygge na Grã -Bretanha?” e eu pensei: porque não escrever um blog? Então, comecei o How to Hygge The British Way (como praticar o hygge do jeito britânico) e depois um grupo no Facebook, para que as pessoas pudessem compartilhar o seu próprio hygge. E, então, eu escrevi o livro 50 Ways to Hygge The British Way (50 Maneiras de praticar o hygge do jeito britânico).

Bebida quente, crochet e rádio fazem um hygge perfeito!

Gostaria de saber um pouco sobre o seu passado. Como você conheceu o hygge? Eu sou britânica, nascida e criada. O meu pai é irlandês, e a família dele dá mesmo muito valor ao seio familiar, enquanto que a minha mãe vem do norte do Reino Unido, que também é muito orientado para a família. Então, como eu descobri o hygge? Eu assisti à série The Killing, o mistério do assassinato dinamarquês, que passou na televisão em 2011. Eu adorei o drama, o facto da história ir acontecendo lentamente, e pensei em saber mais sobre a Dinamarca. Comecei a pesquisar sobre este país e realmente não se vai muito longe sem descobrir o hygge. Quanto mais eu lia, mais eu percebia que o hygge era algo que já tínhamos ou fazíamos no Reino Unido, mas nunca tivemos uma palavra para o 40

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Sendo o hygge tão enraizado na cultura dinamarquesa, acredita que é algo que possa ser exportado para outros países? Sim. Eu acho que querer se sentir parte de um grupo feliz e querer se sentir amado, seguro e protegido é um sentimento universal. O hygge também conduz a muito prazer através das pequenas coisas da vida, os momentos simples. Há mais hygge num pote de chá com um amigo do que numa taça grande de champanhe com o primeiro-ministro. Coisas feitas apenas para impressionar não são hygge. O coração tem que estar lá. Que diferenças sente entre o hygge na Dinamarca e no Reino Unido? Eu acho que a sociedade dinamarquesa é muito mais similar. Não é tão dividida entre ricos e pobres e procura garantir que não hajam pessoas pobres. Também é muito mais confiável enquanto sociedade, tal e qual quando as mamãs e os papás deixam o carrinhos de


“Há mais hygge num pote de chá com um amigo do que numa taça grande de champanhe com o primeiro-ministro” bebé fora dos cafés, e o país inteiro está preparado para ser mais feliz e aproveitar mais o hygge. Eu já vi isso descrito como “estando no seu DNA”, eles simplesmente apreciam o hygge na vida automaticamente. Eu acho que nós, no Reino Unido, temos que aprender a procurar pelo bem. Somos muito mais negativos enquanto sociedade, e é mais fácil serse cínico e pensar que as coisas são piores aqui. Elas podem ser, mas ainda assim podemos ter o hygge. Precisamos de adicioná-lo à nossa vida, mais do que “estar” no DNA. Mas, quando te apercebes do que é o hygge, fica mais fácil de reconhecê-lo. É divertido quando a minha família me provoca por escrever sobre o hygge. Eles perguntam-me como eu consigo encontrar tanto assunto em algo tão simples? Mas, o hygge é simples: é sobre reconhecer e aproveitar a vida e todos precisam de lembretes para fazer isso. De que modo os seus três filhos lhe ensinaram a praticar o hygge? As crianças, quando são mais novas, forçam-te a desacelerar. Se tu já levaste uma criança de dois anos a passear, sabes que não há maneira de apressá-la ou mesmo de fazê-la andar na tua velocidade. A vida é muito interessante. Eu tive os meus três em quatro anos. Eu soube bem como andar devagar e como relaxá-los. Nós também especializamo-nos a apreciar pequenas coisas como um chocolate quente depois de brincar na neve,

ou comer um gelado à beira-mar. Saborear esses pequenos prazeres ficou comigo até hoje. Os meus filhos são adolescentes, mas eu ainda tenho tempo para sentar e comer com eles, ou para conversar e aproveitar a companhia. Eu acho que sinto mais o hygge quando estamos juntos.

Melhor maneira de começar o dia: É um dia de trabalho? Pego uma xícara de chá Chai e saio correndo. Ao fim de semana, o meu marido e eu tomamos café, comemos scones ou torradas frescas e sentamos um pouco durante o café da manhã antes de começarmos a corrida do fim de semana. Eu preferiria começar todos os dias com mais calma, mas isso vai ter de esperar até eu me aposentar. Comida hyggeligt favorita: Minha comida hyggeligt favorita? Depende de onde estou. Mas, se eu estiver em casa num dia frio de inverno, ouvindo o vento e a chuva lá fora, acho que minha comida favorita é cheese on toast (torrada de queijo), feito devidamente com o queijo tostado até ficar castanho, borbulhando por cima. Sublime! Master of Simplicity Magazine

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Hygge no Escritório

Pergunta do Giovani: Como alguém pode ter um momento hyggeligt no trabalho? Cria espaço para isso. Para se sentir o hygge no trabalho, precisas de duas coisas: um lugar para isso e as pessoas para o apreciarem contigo. Se tens amigos com quem trabalhas, é brilhante, mas é necessário realmente confiares nos teus colegas para sentires mesmo o hygge. Construir amizades fortes, sair depois do trabalho ou conversar no escritório e tornar-se amigo, ajuda. Isso significa que tu terás pessoas no trabalho que podem se sentir felizes, à vontade ​​e confiantes. Depois, é necessário analisar se o local de trabalho te faz sentir bem. A maioria dos escritórios são grandes e brancos, por isso é difícil. Podes tornar um escritório mais hyggelig se tentares manter um ca nto dele aconchegante. Usa plantas, uma lâmpada na tua mesa em vez de uma luz brilhante e usa o teu espaço para criar um lugar onde te sintas feliz. Eu gosto de ter um protetor de tela acolhedor no meu computador, como uns pés na frente do fogo ou uma montanha ao pôr do sol. Ou 42

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seja, uma imagem de fundo que me faça relaxar. Ter comida e bebida sempre torna o hygge mais fácil. Talvez todos pudessem tomar um café juntos às vezes, e aproveitar a chance de conversar e de construir o espírito de equipe. Ou leva bolos e biscoitos para o trabalho. Celebra aniversários ou promoções, ou simplesmente comemora um dia especial “só porque sim”. Também podes praticar momentos hygge sozinho no trabalho. Acontece quando acenderes a vela, se puderes, e fizeres uma bebida quente e apenas relaxares por alguns minutos saboreando essa bebida quente. Fecha os olhos, deixa-te relaxar e verifica se te sentes feliz nesse momento. Pergunta da Cibele: Como você pronuncia a palavra Hygge? Eu digo hue-ga. Foi como eu ouvi o Meik Wiking dizer na televisão em 2016, mas há algumas variações dependendo se estás na Noruega ou na Dinamarca. Em última análise, não importa como dizes, apenas que o sentes. Pergunta da Teresa: Já identificou alguém num país diferente praticando o hygge? Eu acho que deve haver muito hygge acontecendo na Espanha. Lembro-me de ir a um restaurante em Barcelona onde estava uma jovem família comendo. Eles estavam felizes, sorrindo e nem um pouco preocupados com o resto do restaurante. A julgar pela quantidade de abraços e olhares, acho que eles estavam tendo um momento hygge. Temos muitos membros internacionais no


meu grupo de Facebook The Hygge Nook da Austrália, Nova Zelândia, EUA, Canadá, e todos os países pelo meio. Eles publicam muitas fotografias e histórias sobre si mesmos. Querer estar feliz, seguro e protegido com as pessoas que amamos é um sentimento muito internacional. Pergunta de Catarina: Todos nós temos aqueles dias mais cinzentos nos quais torna-se difícil focar nas coisas boas que nos rodeiam. Como você faz o hygge acontecer nesses dias? Resposta curta: não fazes. O Hygge não é um botão de ligar e desligar. Mas, há uma resposta longa. Imagina que estás tendo um dia muito ruim, com problemas na escola ou no trabalho. Estás sentindo-te em baixo, horrível, talvez cheia de raiva, com culpa ou simplesmente triste. É quando precisas de agir de forma hygge, cuidando de ti mesma e te acarinhando. Acende as velas, faz uma bebida quente, aconchega-te num cobertor no sofá e

“Ter comida e bebida sempre torna o hygge mais fácil.” coloca o teu filme favorito. Nos primeiros minutos, tu simplesmente sentes-te do jeito como estavas antes. Mas lentamente vais começar a sentir-te melhor. Mantém a tua mente nas coisas boas: cada vez que surgir um pensamento ruim, deixa-o ir. Pensa nas coisas pelas quais és grata, descansa o teu corpo e liberta a tua dor. Quando te sentires melhor, então levantate e veste-te. Podes enfrentar o mundo novamente, pelo menos por algum tempo.

Mais sobre Jo Kneale:

Livros / Ebooks disponíveis online

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Vive a tua casa Nos dias corridos como os de hoje, parar, cada vez mais se torna uma necessidade. O facto de termos uma casa e vermos nela o nosso refúgio, o sítio ideal para podermos parar, ou como muito se diz agora, “viver devagar”, é simplesmente fundamental e ao mesmo tempo maravilhoso. A meu ver, uma verdadeira bênção! 44

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O seu papel na nossa vida é realmente muito importante, pois é nela que iniciamos e terminamos os nossos dias. Daí eu achar que devemos cuidar tão bem dela como cuidamos de nós mesmos, pois a energia que ela nos emite vai certamente influenciar-nos. Logo, é muito importante que ela irradie os sentimentos e as emoções que queremos.


Dicas para que a nossa casa nos transmita boas vibrações: * Limpar, organizar, cuidar, decorar, dedicar, amar e agradecer por ter uma casa * Não acumular coisas, viver apenas com o essencial * Ver em cada objeto a sua utilidade ou sentir a inspiração que nos traz * Criar um ambiente que nos inspire, seja com velas, flores do jardim ou do mercado, um difusor de óleos naturais… vale tudo, desde que nos faça sentir bem * Sentir que chegar a casa é sinónimo de entrar, fechar a porta e deixar lá fora o que não nos acrescenta nada * Sentir a energia, paz, serenidade, amor e bemestar daquele que é o nosso lugar especial, o nosso lar T exto

e

F otografia :

C atarina A gostinho

* Fazer da nossa casa o lugar preferido, gostando não só de um cantinho mas do seu todo * Mais do que ter uma casa, é ver e sentir nela um lar, no qual o mais importante é, todos os dias, conjugar o verbo amar. Master of Simplicity Magazine

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Dicas para uma organização hygge Assim como a decoração, a organização está ligada diretamente à sensação de aconchego e bem estar de qualquer indivíduo. Uma casa organizada, garante qualidade de vida.

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1

2

Espaço transmite conforto

Um lugar para saborear

Mantenha a sua casa organizada. Quando temos tudo organizado, com cada coisa em seu lugar, temos a sensação de um espaço maior.

Crie um lugar em sua casa, para meditar, tomar um bom chá ou saborear um bom café. O paladar cuidado dá-nos a sensação de prazer.

3

T exto : R osangela A ggio F otografia : N athan F ertig

O estilo de vida Hygge foi inspirado na simplicidade e na intimidade. A

A luz transmite paz Opte por tons pastéis na sua decoração, tecidos claros e rústicos. Quanto mais claro o ambiente, mais iluminado fica.

felicidade surge nas pequenas e simples coisas, especialmente através da sinergia criada entre os espaços e as pessoas que nos rodeiam. O importante é que nos sintamos

4 Velas: decorar e iluminar Recorra às velas para decorar durante o dia e iluminar durante a noite. A luz das velas emana tranquilidade de imediato a qualquer ambiente.

bem dentro desta simplicidade e muito à vontade em nossos ambientes.

5

Por fim, não

Aromas aconchegantes

precisamos ir tão

Use e abuse de cheiros no seu lar, aromatizantes de ambiente e inclusive velas perfumadas. Priorize aromas que proporcionem relaxamento. Os cheiros são importantes para criar o clima hygge, ao mesmo tempo que fazem emergir acontecimentos marcantes e acolhedores na nossa memória.

longe em busca da felicidade, podemos senti-la no tato, no olfato, na audição, na visão e até mesmo no paladar.

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Criar um paraíso único e hyggeligt, em sua casa, é mais fácil do que se pensa! Basta uma abordagem criativa para usar itens do quotidiano de maneiras inesperadas.

T exto : M elinda T arcon F otografia : C laudia W essenberg & L aura O rg J unkie

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A incorporação de “camadas” na decoração da sua casa adiciona instantaneamente um toque de

ambiente hygge

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Organize itens compatíveis uns dentro dos outros. Um jarro de leite vintage com tulipas, dentro de um pote de vidro e de uma cesta de natação de arame antiga, colocados numa bandeja maior, acrescenta, sem esforço, um

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encanto hygge


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Posicione os itens verticalmente para uma apresentação atraente e

hyggeligt

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Considere utilizar tesouros comuns de maneiras

extraordinรกrias

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Exibir um pedaço de tronco guardado das férias em família adiciona um toque de capricho hygge e

nostalgia

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Inverter os livros para mostrar as pรกginas contribui para a textura e cria um visual coeso e

aconchegante

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...quando de outra forma as respetivas capas nĂŁo combinariam.

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“O hygge é tão diverso quanto as pessoas que o abraçam. Que a sua casa hyggeligt seja uma expressão de tirar o fôlego das pessoas extraordinárias que lá vivem.” Melinda Tarcon

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Revista Bimestral s o br e m i n i m a l i sm o e v i d a s i m p l e s

Segue-nos em www.issuu.com/masterofsimplicitymagazine

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Querida MOS Magazine, Tenho desapegado de muitas roupas e objetos mas, de todas as coisas das quais desapeguei, os livros estão em último lugar. O desapego não é para ser violento, pois sim tem muito sentimento envolvido. Se eu tivesse me desfeito deles antes de estar pronta, provavelmente teria me arrependido. Sinto que é hora de deixá-los ir. Muitos já foram para mãos de pessoas com brilho nos olhos, brilho de quem queria mais conhecimento, uma sede, sabe?

Sobre ter lindos livros numa estante, falando por mim é claro, eu percebi uma vaidade rasa, um apego por coisas, um troféu de quem conquistou títulos, um orgulho por fazer parte da primeira geração da família a entrar para faculdade, pública ainda por cima, a prova de quem conseguiu concluir os estudos com dificuldade. Então, todos esses sentimentos descritos acima foram superados pelo prazer de ver outras pessoas serem beneficiadas pelo conhecimento, em particular aquelas que não tinham condições para adquirir os livros. Flávia Beck Master of Simplicity Magazine

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Sirva uma generosa fatia de Tarte de Maçã acompanhada de um Latte de Matcha e saboreie juntamente na companhia de um bom livro.

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Uma Cozinha Hygge Numa cozinha hygge confecciona-se comida que aquece o coração, a conhecida comfort food. T exto & F otografia : C láudia C respo

Associamos a esta comida um sentimento de nostalgia, ou conforto emocional, que nos faz recordar algo de infância, um familiar ou mesmo amigos. Em geral a comfort food satisfaz-nos pelo seu aspecto apelativo e de sabor irresistível como uma energia aconchegante garantindo uma satisfação imediata que nos prende no momento presente. Na cozinha original hygge, os dinamarqueses preferem os doces, bebidas quentes, carnes gordas e estufados como estímulos de conforto. As velas e o convívio fazem parte deste ritual. Sinto que a cozinha hygge deve ser adaptada a cada um, porque somos todos diferentes e as nossas escolhas de comida de conforto também o são. Na minha cozinha o Hygge é constante, tudo é feito de coração aberto em harmonia e com imensa felicidade, não esquecendo o lema de “somos o que comemos”. Por isso, escolho ingredientes naturais, biológicos, saudáveis e da época para garantir maior qualidade nutricional.

Uma sopa de couve flor cremosa aveludada com croutons de bacon, batata doce assada no forno com sal e ramos de alecrim, uma tarte de maçã ou um simples latte dourado de curcuma com bolachas de amêndoa caseiras, são algumas das receitas que eu associo à comida hyggeligt. Para além da comida feita com muito amor, adoro criar um ambiente calmo, confortável e acolhedor. Velas, flores, música calma e relaxante e, na maioria das vezes, a companhia de família e amigos. Faz parte do ritual hygge descontrair e comer o que nos dá mais prazer. Partilho uma das minhas receitas favoritas que mais adoro, ao meu estilo hygge. Uma tarte de maçã sem glúten, super simples de preparar com ingredientes verdadeiros. Um bom pecado, especialmente nos dias cinzentos e chuvosos com uma latte de matcha, na companhia de um bom livro. Master of Simplicity Magazine

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Tarte de Maçã

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Para a base: 300g farinha amêndoa 80g de manteiga sem sal derretida 3 colheres sopa açúcar coco 1 Clara de ovo 1/2 colher sobremesa sal rosa Para o Creme: 1 1/2 chávena de leite amêndoa 6 gemas de ovo 1/2 chávena de xarope acer 1/4 chávena farinha araruta 1/2 colher de sobremesa de sal rosa 1 colher de sobremesa extrato baunilha 1/2 colher de sobremesa de cardamomo em pó Decoração de maçãs 3 maças fatiadas na mandolina em fatias finas Mel para pincelar por cima das maças (opcional) Preparação da base: 1. Pré aqueça o forno a 180ºC 2. Misture todos os ingredientes até estar bem envolvido. 3. Calcar a mistura numa forma de fundo amovível de 26cm 4. Levar ao forno durante 15min. 5. Após os 15min retire do forno e reserve. Recheio creme de baunilha e cardamomo. 1. Colocar o leite numa caçarola com o cardamomo em lume médio, quando começar a levantar fervura retire do lume 2. Numa taça junte as gemas o xarope de acer, a baunilha, a farinha de araruta Master of Simplicity Magazine

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e o sal. Mexer até estar bem envolvido. Junte aos poucos o leite aquecido mexendo ao mesmo tempo. 3. Após adicionar o leite todo às gemas volte a colocar na caçarola em lume brando e mexa devagar até engrossar. 4. Reserve o creme e deixe arrefecer no frio enquanto fatia as maçãs. 5. Cortar as maçãs ao meio e desencaroçar, use uma mandolina para fatiar as maças bem finas e coloque as fatias numa taça com água fria e sumo de 1 limão. 6. Colocar o creme por cima da base de amêndoa, e decore com as fatias de maçã. 7. Pincelar as maças com mel e leve ao forno durante 10min a 180ºC. 8. Retire do forno e deixe arrefecer um pouco.

Ingredientes para o Latte de Matcha 125ml Leite de macadamia e caju caseiro 1 colher de chá de água quente 1/2 colher chá de matcha em pó bio Pétalas de rosa secas e comestível (para decorar) Preparação 1. Aqueça o leite em lume brando 2. Numa chávena coloque o pó matcha, e a agua quente e misture ate estar bem dissolvido. 3. Retire o leite do lume e com a ajuda de una turbina de mão bater ate ficar com espuma. 4. Verter o leite e espuma sobre o matcha liquido e decorar com pétalas de rosa 70

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Latte de Matcha

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Como praticar o Hygge na Primavera e no Verão! É fácil associar o Hygge ao ao frio, afinal os dinamarqueses têm um Inverno muito rigoroso e prolongado. No entanto, o sentimento de conforto e bem estar que define o hygge, deve acontecer em qualquer momento, sem limitação da época ou das condições climáticas!

Faça um passeio

Saboreie um gelado

Organize uma noite de jogos

Caminhe, corra ou divirta-se num

Não há nada melhor do que apre-

Sair numa noite quente de Verão

picnic. Contemple o meio ambiente

ciar o paladar de um bom gelado,

consegue ser tão agradável

onde está e desfrute a brisa, seja

especialmente aqueles em que

como conviver e conversar

na praia ou no campo.

podemos escolher o sabor! Adoro

com os amigos.

O hygge não acontece apenas

menta com chocolate e pistachio.

Seja qual for o jogo que escolher,

dentro de casa.

Qual o seu preferido?

saia e divirta-se!

Abra as janelas

Desfrute de uma boa refeição ao ar livre

Regale-se com a natureza

Uma casa arejada

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Passeie no jardim e estimule

é um lar positivo,

O aroma da comida frequinha

os seus sentidos. Aprecie o cantar

de boas energias e renovado!

aguça paladares e desperta sorri-

dos passarinhos junto com o cheiro

Aproveite para deixar

sos. As crianças correm e convivem

e as cores das flores.

o sol entrar um bocadinho e

enquanto os adultos contam piadas

Aproveite para sentir a terra e

admirar o seu espaço.

e fofocam. Memórias inesquecíveis!

plantar uma árvore!

T exto : F átima T eixeira Master Masterof ofSimplicity SimplicityMagazine Magazine

F otografia : P riscilla D u P reez & K inga C ichewicz


Um dia perfeito um conto por Susana Machado

F otografia : C arolyn V Master of Simplicity Magazine

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Ela lutou, por momentos em vão, contra a corrente de pensamentos que lhe inundava a mente. Coisas para fazer, ideias para pôr em prática. Lá fora, o dia começava a clarear, fazia frio e chovia. Era ainda muito cedo. Fechou os olhos novamente. No interior do quarto, pelo contrário, reinava um calor agradável. Por debaixo do edredão, estavam os três apenas com um pijama leve e confortável. Havia quem criticasse esta prática, mas há muito que tinham deixado de lhes dar ouvidos. Orgulhavam-se daquela “sanduíche de amor” e assim continuariam a dormir até que a pequena deixasse de necessitar da sua presença, reivindicasse o seu próprio espaço ou pura e simplesmente acontecesse. De forma natural, sem choros, sem dramas, sem traumas. Embalada por esta sensação de conforto e doçura, acabou por esquecer aquelas muitas coisas do dia-a-dia que a haviam invadido anteriormente e deixou-se adormecer novamente, com um sorriso nos lábios de felicidade. Felicidade pura, construída sobre a simplicidade do momento. Quando voltou a acordar, um par de horas depois, um agradável e aconchegante cheiro preenchia todo o quarto… provavelmente toda a casa. Cheirava a cevada e pão quente. Logo a seguir, o companheiro de toda a sua vida entrava

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Master Masterof ofSimplicity SimplicityMagazine Magazine


sorrateiramente no quarto, com um tabuleiro nas mãos, intensificando o aroma. De modo um pouco infantil, fingiu ainda dormir ao mesmo tempo que, através dos olhos semi-fechados, o espiava enquanto pousava o tabuleiro, delicadamente, na mesa-decabeceira, olhava para ela e, ternamente lhe afastava uma madeixa de cabelo da cara. Espreguiçou-se, sorriu e recebeu com prazer aquele beijo terno de despertar. Logo em seguida, uma pequena cabecita espreitou pela porta, repetindo numa voz cheia de mimo: - Mamã…mamã… Avançou para ela com os bracitos abertos, envolvendo-a num delicioso abraço. Em seguida, para sua surpresa, estendeu-lhe a mão, mostrando-lhe uma flor. A mãe sorriu: - Uau, tanto mimo. É algum dia especial? - Sim, claro, respondeu-lhe ele. É hoje! Ambos riram. A pequena, contagiada por aquele riso, riu também em gargalhadas abertas e sonoras que fizeram rir ainda mais os pais. Ela pegou, por fim, na cevada. Deliciosamente quente, com um toque de canela, tal como gostava. A manteiga ainda derretia no pão. Saborearam o pequeno-almoço em família. Arrumaram tudo e saíram. O tempo não era o mais

Master of Simplicity Magazine

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convidativo, mas caminharam pela natureza, observando as folhas, os pássaros e todos os pormenores que cruzavam o seu caminho. Cada detalhe era uma oportunidade de aprendizagem, de contemplação. Reuniram-se pouco tempo depois para prepararem o almoço, como sempre faziam. Com tarefas partilhadas entre risos e conversas. No espaço aconchegante da cozinha, os aromas da comida misturavam-se com o sons que a faziam recordar-se da sua infância. A doce e feliz etapa da vida que agora tentava recriar para a sua filha. Enquanto esta dormia a sesta, sentou-se em frente à lareira, voltada para a janela, a tomar um chá quente, com um pouco de mel e a ler um livro. Por muito que este captasse a sua atenção, a cada instante parava a leitura, apenas para apreciar o crepitar da lenha a arder ou para admirar as árvores que baloiçavam ao sabor do vento. Livres e despreocupadas. Respirou fundo, permitindo-se sentir a calma e serenidade que estas lhe inspiravam, a felicidade que inundava a sua alma. Maria sabia que nem sempre tinha sido assim. Lembravase de uma época da sua vida em que tudo era caótico e confuso, em que tudo lhe gerava ansiedade. Um dia resolveu mudar, procurar uma satisfação que fosse plena e constante e, depois de muito procurar, tomou consciência de que esta

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apenas existia em si, nas pequenas coisas, na família, nos amigos que tanto valorizava. E, dia após dia, foi aprendendo a viver ciente dessa realidade. Aconchegou-se melhor na manta fofa de lã que a cobria e olhou novamente pela janela. O sol começava a pôr-se no horizonte. O marido entrou na sala e abraçou-a e juntos contemplaram aquele momento. - São quase horas de jantar – disse. A campainha tocou. - E eles estão aí – respondeu ela sorrindo. Do outro lado da porta, um casal de amigos de longa data aguardava. Entraram e reuniram-se todos na cozinha para preparar a refeição. Os filhos do casal brincavam alegremente com a pequena, que entretanto acordara. Reunidos em volta da mesa, à luz da vela e da lareira que continuava a crepitar, conversaram até altas horas. As crianças, cansadas de tanta brincadeira, acabaram por ceder ao sono e dormiam no sofá. Quando finalmente se deitaram, a pequena abriu os olhos e, ainda meia a dormir, exclamou: - Mãe, foi um dia perfeito! – E logo voltou a fechar os olhos e a cair no seu doce sono. Eles entreolharam-se e sorriram. E fecharam também os olhos. Sim, tinha sido um dia perfeito…como todos podiam ser.

Master of Simplicity Magazine

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O que os olhos não vêem... é a tamanha beleza que nos envolve e abençoa a cada momento do nosso caminho e para a qual nem sempre estamos atentos. Faço disso o meu hygge. É no meio da natureza que eu encontro o meu equilíbrio e o meu conforto usufruindo ao máximo do momento presente e fazendo com que a minha máquina fotográfica seja apenas a extensão do meu braço e olhar.

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T exto

e

F otografia :

Master of Simplicity Magazine

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Slow Living T exto : A ndreia M arques F otografia : A ndreia M arques , T elma A ntunes & B runo G rilo

80 Master of Simplicity Magazine


Quando se fala de Slow Living invariavelmente estamos a falar de tempo. Mas, o tempo, ao contrรกrio daquilo que o relรณgio nos diz, tem na realidade duas qualidades: a velocidade das horas e a velocidade do ser. Master of Simplicity Magazine

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82

Quem acredita nesta forma de vida, bus-

pressa”. Mas, pelo contrário, buscando co-

ca viver o melhor possível, contrariando a

nexão, presença e profundidade. Coisas

noção de que depressa é sempre o me-

que precisam normalmente de tempo e de

lhor. Isto significa, encontrar um caminho

vagar.

entre o Ser e o Fazer, respeitando o ritmo

Para o fazer, é muito importante que nos

interno pessoal e recuperando o livre ar-

ancoremos em algo fundamental: a neces-

bítrio para andar depressa, devagar, ou no

sidade de pertencer e de ser com outros.

passo que fizer sentido.

Entender que, redescobrir um ritmo pró-

Ser Slow traz por isso esta reflexão cons-

prio, não nos separa do que se passa fora

tante que assenta na necessidade de se

de nós mas nos mantém permanentemen-

estar consciente de quem se é. Libertan-

te conectados com o que se passa dentro.

do-nos do desejo de ter quantidade para

E, conhecer o se passa cá dentro, é uma

podermos ir de encontro àquilo que tem

fundação sólida para viver em paz connos-

qualidade. Não ficando limitados aos prin-

co, com os outros e com os lugares que

cípios do “mais, mais barato e mais de-

habitamos.

Master Masterof ofSimplicity SimplicityMagazine Magazine


Podemos estar ligados a este movimento de muitas formas, mas deixo-vos aqui algumas possibilidades: 1. Procurar a simplicidade, quer seja vivendo com menos dinheiro ou consumindo menos, dando prioridade à família e ao tempo pessoal; 2. Ligarmo-nos àquilo que comemos, compramos e à forma como descartamos posteriormente o lixo que produzimos; 3. Preservar o património e o valor social dos locais que nos rodeiam;

SL

ustentável ocal

OW

rgânico ( que não é produzido em massa ) hole ( que não é processado )

4. Cuidar das relações humanas, entendendo que, muitas vezes, a conexão profunda e mais imediata com o outro passa quase sempre por nos focarmos plenamente nele e ouvirmos a sua história; 5. Não procurar no exterior a vida que temos dentro e sermos capazes de nos conectar com o nosso movimento na vida: o corpo, as emoções, o caminho espiritual que escolhemos seguir, a morte e o luto; 6. Ser capaz de desacelerar a mente para entender que caminho queremos seguir, porque é difícil ver para os lados quando se está a correr; 7. Não temer o desconhecido que se apresente a cada dia que passa.

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84

Master of Simplicity Magazine


Os maiores obstáculos no movimento SLOW são o medo, a culpa e a vergonha: de ficarmos sozinhos com os nossos pensamentos; de sermos diferentes, preguiçosos; ou de não estarmos a fazer o que é necessário, perdendo alguma coisa em prol de outra. No entanto, é importante lembrar que desacelerar dá espaço para observar melhor e assim questionar: quem sou eu? Qual o meu propósito? Que vida eu quero seguir? Como tornar o mundo um lugar melhor? A oportunidade de vivermos a vida que sonhamos, nunca passa. Os dias perfeitos amontoam-se à espera de ser agarrados. Por isso, o único ritmo certo é o de estar presente. O de estar inteiro em cada momento.

Master of Simplicity Magazine

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A S lo w C a da

é i n s p i r a da p e lo

M o v i m e n to S lo w .

p e ça é f e i ta à m ão e m t e a r a r t e sa n a l ,

u ma a u ma , e m e d i ç õ e s l i m i ta das .

86 Master of Simplicity Magazine


Master of Simplicity Magazine

87


m a r g a t s In

88

@thehyggewife

@lakeside.home

@sohappywithbooks

@birgittetheresa

@lem0n_ka

@scraperka

@zigzagstudiodesign

@asnove

@deverdempoupa

Master MasterofofSimplicity SimplicityMagazine Magazine


Got A Light Soy

Candles

T exto

e

F otografia : M afalda L horca

Produtos artesanais e ecológicos que acenam para o sol, o mar e todos os prazeres simples que a vida tem para oferecer. admitir), compartilhámos o

de velas? Sendo nós duas

para lançar o Got A Light

nosso amor de fazer velas

garotas com um fogo para

Soy Candles, principalmen-

sem um nome associado.

uma vida mais consciente e

te porque estávamos lutan-

O Got A Light Soy Candles,

saudável, rimos com a ideia

do com um nome que se

ou velas GALS abreviado,

de um nome que exibisse

encaixasse na nossa marca

surgiu-nos um pouco de

o nosso produto (velas de

e que transmitisse a men-

surpresa. Nós realmente

soja) bem como nos defi-

sagem que queríamos. En-

tivemos um momento de

nisse no mais simples dos

tão, por algum tempo (mais

luz - ou deveríamos di-

níveis (duas garotas).

do que gostaríamos de

zer, um momento de luz

Demorámos alguns anos

Viver na praia influenMaster of Simplicity Magazine

89


s o i c í f e n e

B

A maior vantagem da soja é que é com-

“O nosso objetivo principal através da missão Got A Light Soy Candles é educar através

pletamente renovável. Além da questão da

da simplicidade (enquanto

sustentabilidade, há muitos benefícios na

mantemos a atenção

escolha de velas de cera de soja, como:

para a praia e o oceano) sobre a nossa paixão

1) Queimam sem largar impurezas. Já que não há toxinas, substâncias cancerígenas ou poluentes na soja, as nossas velas são menos propensas a desencadear quaisquer alergias. Isso também significa que as nossas velas não irão liberar qualquer fuligem, ao contrário das velas de parafina (já que essas são à base de petróleo); 2) Duram mais tempo. O ponto de fusão da soja é muito menor do que outras velas, o que significa que a cera vai queimar cerca de 50% mais do que uma vela de parafina; 3) São mais fáceis de limpar. A cera de soja também é solúvel em água. Isso significa que, se derramar, a limpeza é extremamente fácil (papel toalha e água); 4) Bónus! Podem ser usadas como loção. Sim, leu certo! Como a soja não tem toxinas e é totalmente ecológica, pode mergulhar o dedo na cera derretida (não a chama!) e usá -la nas suas mãos como loção. Muito fixe!

90 Master of Simplicity Magazine

em fazer velas de soja, e sensibilizar para o quão melhor será o ambiente e a sua saúde ao escolher velas orgânicas de soja.”


cia fortemente o nosso

chas escolhidas indivi-

visitar Virginia Beach, VA

estilo de vida, as nos-

dualmente das nossas

(EUA), também poderá

sas idéias e os nossos

praias locais de Virginia

encontrar as nossas ve-

produtos artesanais. As

Beach e, é claro, a nossa

las de soja perfumadas

nossas velas são todas

cera de soja orgânica.

em várias lojas locais.

produzidas em peque-

Atualmente, pode con-

nos lotes, entre 10 e 20

tatar-nos via Facebook

velas de cada vez, o

em GotALightSoyCan-

que nos permite dedicar

dles e Instagram @GotA-

muito mais amor a cada

LightSoyCandles. Tam-

uma delas, desde os

bém pode comprar os

frascos cuidadosamente

nossos produtos orgâ-

selecionados, aos nos-

nicos na nossa loja Etsy:

sos pavios livres de LED

GotALightSoyCandles.

e zinco, óleos essenciais

etsy.com

com fragrâncias, con-

Se está ou considera

Master of Simplicity Magazine

91


Saponina Velas que nutrem a alma e abraรงam o ambiente T exto

92

Master Masterof ofSimplicity SimplicityMagazine Magazine

e

F otografia : L iliana


Master of Simplicity Magazine

93


As velas Saponina são produzidas unicamente com cera ecológica de soja e óleos essenciais, completamente isentas de derivados do petróleo, como a parafina e outros químicos nocivos que prejudicam o ambiente e o aparelho respiratório. Quando abrimos um armário sentimos a frescura revigorante dos ambientadores de erva príncipe, alfazema e flor de laranjeira. Os discos de soja perfumados são já um dos best sellers, podem ser usados num queimador para libertar uma envolvente frescura floral no ambiente ou para perfumar delicadamente a roupa nas gavetas. As velas Saponina são um elemento indispensável para quem deseja recriar um ambiente hygge, harmonioso e saudável ou para partilhar bons momentos. Poderá adquirir os produtos Saponina via instagram ou facebook e em breve na loja online.

94

Master of Simplicity Magazine


A minha preocupação de

diária, tais como sabonetes,

mãe em cuidar da pele atópica

champôs, desodorizantes e

e delicada da minha filha,

dentífricos em versão sólida,

deu origem a uma marca

e mantendo a preocupação

honesta e simples, criada

na redução do desperdício,

com os melhores ingredientes

a Saponina apresenta

biológicos e temperada com

ainda uma linha de velas

muita dedicação e amor.

artesanais ecológicas de soja,

Sendo a cosmética uma

absolutamente delicadas e

das indústrias mais poluentes

decoradas com flores naturais

do planeta, procuro a cada

colhidas à mão.

dia desenvolver produtos

Cada produto reflete a paixão

sustentáveis, que respeitem

e o carinho que deposito em

o ambiente e despertem a

tudo o que faço. O detalhe de

consciência das pessoas,

cada vela, os óleos essenciais

desde a sua elaboração até

minuciosamente escolhidos

ao tipo de embalagens sem

e a cerâmica portuguesa

plástico.

que ganha uma nova vida,

Para além de inovar com

despertam os sentidos de

variados produtos de higiene

quem observa cada peça.

“A Saponina é uma marca biológica portuguesa que nasceu por amor.”

Master of Simplicity Magazine

95


Círculo Ceramics A Círculo Ceramics nasceu em Agosto de 2015, quando, após ter terminado a sua licenciatura, Margarida Almeida decidiu criar uma marca de cerâmica que refletisse aquilo que ela própria procura na vida: a simplicidade e a beleza. T exto

e

F otografia : M argarida A lmeida

96 Master MasterofofSimplicity SimplicityMagazine Magazine


Todas as peças são desenhadas e executadas pela própria, em Portugal Sendo a produção nacional, uma das missões da marca, também a vontade de querer fazer peças de “pessoa para as pessoas”, é algo que move Margarida. Embora neste momento a marca esteja numa fase de transição (em mudanças para um novo atelier), será neste ano que terá a sua primeira colecção, sempre com peças simples e subtis, mas com uma produção em maior escala e com desenhos executados pela própria Margarida nas peças.

A essência das peças da Círculo Ceramics tornam-nas indispensáveis para a prática do Hygge, pois nelas podem ser colocadas velas e flores, continuando sempre a ser uma peça discreta e capaz de reunir toda a família em seu redor. Para além disso, são todas executadas à mão e com todo o tempo do mundo, algo que é muito prezado no Hygge. Master of Simplicity Magazine

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Respiramor Há uns anos atrás, decidi mudar a minha vida para melhor. Aprendi a trocar os pensamentos negativos por positivos e a aceitar tudo o que me acontecia, acreditando que isso era o melhor para mim, naquele momento. Aprendi e comecei a amar-me a mim mesma. Depois de me tornar numa pessoa mais feliz e consciente de que era a autora da minha própria história, decidi partilhar as minhas aprendizagens com os outros. Criei um canal no Youtube e chamei-lhe Respiramor. Dois anos mais tarde, após 98

Master MasterofofSimplicity SimplicityMagazine Magazine

vários vídeos partilhados, senti que queria e devia fazer mais. Foi por essa altura que decidi tornar o meu projecto em uma marca, com produtos que passassem aquelas mensagens que eu tanto sentia. Em Dezembro de 2016, lancei os meus primeiros 3 produtos. Hoje, em 2018, tenho mais de 40 produtos e tudo feito por mim e pela minha pequena equipa. O estilo da marca é simples e minimalista. T-shirts, Canecas, Tote Bags e Planners são os produtos principais. Tento sempre ter materiais mais amigos do

ambiente. Os Tote Bags incentivam as pessoas a reduzirem o consumo de plástico e a optarem por sacos de pano, sempre com mensagens positivas e engraçadas. As canecas, com o mesmo género de mensagens, estão associadas ao Hygge, pois promovem o conforto e bem estar, como beber uma bebida quente no aconchego da nossa casa. Quero que os meus clientes sejam felizes ao usarem os meus produtos e que, para além disso, interiorizem as mensagens que estão neles.


“Os Tote Bags incentivam as pessoas a reduzirem o consumo de plástico”

Joana Barbosa Fundadora da Respiramor

T exto : J oana B arbosa F otografia : S eyko

Master of Simplicity Magazine

99


“Uma caixa e um lifestyle que cabem saudavelmente na vida de quem quer cuidar de si, de dentro para fora. Quando provar, vai acreditar.�

T exto : E va P ais F otografia : D aniela S ousa P hotographie

100 Master Master ofof Simplicity Simplicity Magazine Magazine


Todos os meses reunimos um conjunto exclusivo de produtos vegan de todo o mundo, que não só são deliciosamente saudáveis, como são cruelty free e eticamente responsáveis. E a melhor parte é que entregamos esta caixa de super alimentos à porta da sua casa todos os meses. Uma verdadeira revolução alimentar com uma vibe super cool!

A primeira box de subscrição mensal portuguesa que contém produtos 100% vegan.

Esta é uma verdadeira caixinha de surpresas pois nunca revelamos o seu conteúdo – deixamos essa parte (que é, sem dúvida, a mais divertida!) para si: todos os meses tem o prazer de receber a Vegan Vibe box em casa e descobrir, um a um, cada snack vegan que escolhemos com o maior carinho. Podes encomendar a box até ao último dia de cada mês. Será expedida na segunda semana do mês seguinte. Os envios são realizados através de uma transportadora para as entregas efectuadas em Portugal Continental e para as Ilhas. Para envio internacional, por favor, contactar: info@veganvibe. pt . Se és fornecedor e queres ver o teu produto na VeganVibe, en-

A N ossa H istória A ideia nasceu em 2015. Passava por uma fase muito complicada profissionalmente. A insatisfação que me acompanhava há vários anos estava claramente a afetar a minha saúde. A correria do dia-a-dia interferia com as escolhas alimentares que fazia para mim e para a minha família. Sentia-me perdida e carregava comigo um grande sentimento de culpa. Após mais um episódio complicado de saúde, decidi parar para repensar o meu caminho e as minhas opções. Foi então que, após uma viagem que fiz, apercebi-me que a solução estava mesmo à minha frente. Tinha de mudar o meu estilo de vida. Regressei cheia de garra e comecei a minha jornada: mais simples, rodeada de paz e de escolhas conscientes, de alimentos que estavam ali para nutrir o meu corpo, a minha alma e acima de tudo livres de crueldade. O melhor de tudo… poderia levar a minha família nesta viagem sem “sair de casa”.

via-nos email também! Master of Simplicity Magazine 101


“O OrganiCup é uma alternativa aos pensos e tampões convencionais, mas bastante mais saudável e confortável.”

a t s i v Entre

Eliz a b ete G om es é m ãe, ap aixonada por

eco-design e designer freelancer. É a fundadora da loja online

BAZA R BAZ A R Eco - Sh o p e a rep resentante Org an iCu p em Portugal.

Quais as principais vantagens do OrganiCup? Na verdade, são muitas... Eu acho que a principal é o facto de ser muito mais saudável! O OrganiCup é feito de 100% silicone médico/cirúrgico só e apenas (sem qualquer outro ingrediente ou corante e certificado anti-alérgico pelo Allergy Certified). Este tipo de silicone é usado em ambiente médico e, por exemplo, em tetinas de bebé devido às suas propriedades bio102 Master Masterofof Simplicity Simplicity Magazine Magazine

compatíveis. Não se altera com a humidade ou a temperatura e é naturalmente antibacteriano. Assim, não liberta qualquer resíduo no corpo da utilizadora e não absorve a humidade natural do canal vaginal como os pensos ou tampões. Por isso, é muito mais saudável e seguro para a mulher. Mas, embora esta seja a principal razão para mudar e deixar de vez os métodos convencionais, o OrganiCup evita


toneladas de lixo e plástico mundial (não reciclável) e é muito económico. Um OrganiCup custa 24€ e pode durar cerca de dez anos. Imagina, dez anos sem comprar tampões ou pensos! É revolucionário! Mas, o que é também fantástico, é a liberdade que ganhamos durante a menstruação! Habitualmente passamos os dias do nosso período preocupadas com: quando tenho de ir ao WC trocar? Acabaram os tampões? Não posso dormir com o tampão... Hoje tenho aula de natação e esquecime dos tampões... Este penso tem um odor estranho, será que alguém nota? O meu período chegou e esqueci-me de comprar pensos. Etc... Aquelas ideias constantemente na nossa cabeça durante 5 dias seguidos... O OrganiCup muda o paradigma do período e da preocupação constante. Lembro-me uma vez que o meu período chegou adiantado. Eu não tinha absoluta-

A OrganiCup foi fundada em 2012 em Copenhaga, na Dinamarca. E, “é o resultado da persistência de um designer (um dos fundadores) que acreditava que os produtos de higiene feminina convencionais não eram saudáveis ou sustentáveis”, afirma Elizabete Gomes. Ela acrescenta ainda que “a Dinamarca tem uma das sociedades mais atentas e desenvolvidas em bem-estar e sustentabilidade do mundo”.

mente nada em casa e precisava de ir dar uma formação na empresa onde trabalhava às 8:30 da manhã. Socorro??? Depois do susto inicial, tive a brilhante ideia de ir procurar dentro de todas as bolsas que tinha (são algumas) e finalmente descobri um tampão perdido... Cheguei atrasada à formação e ainda tive de ir a correr a uma bomba de gasolina no intervalo. Todas as mulheres passam pelas “aventuras” menstruais, todos os meses durante anos... Isto é cansativo. E, o OrganiCup resolve, está sempre ali e pronto a usar, ponto final. Não pensas mais nisso.

De que modo previne as alergias? É importante dizer que os pensos e os tampões de hoje já não são 100% algodão, ou seja, na grande maioria estão presentes ingredientes sintéticos e prejudiciais à nossa saúde: resíduos de pesticidas, perfume, plástico, ftalatos, cloro, amaciador, viscose, entre outros... Assim, estes resíduos são absorvidos continuamente durante 5 dias (ou mais), todos os meses, todos os anos pela zona íntima feminina, directa (tampões) ou indirectamente (pensos) e, é por isso, que a grande maioria das mulheres vive episódios de irritações e infecções du-

“(...) o OrganiCup evita toneladas de lixo e plástico mundial” Master of Simplicity Magazine 103


rante a menstruação ou nos dias seguintes. Muitas vezes não nos damos conta de como uma coisa provoca a outra. Para além disso, os pensos e os tampões convencionais são tão absorventes que absorvem a humidade natural da zona íntima, tornando-a extremamente seca, desconfortável e vulnerável. O OrganiCup recolhe apenas o que tem de ser recolhido sem libertação de resíduos ou absorção de humidade. Como tomaste conhecimento do OrganiCup? Foi por acaso. Depois de ter sido mãe e de ter passado mais de 2 anos sem menstruar. Percebi

104 Master of Simplicity Magazine

que durante este tempo não tinha tido qualquer episódio de irritação, alergia ou secura... Absolutamente nada. Quando voltei a menstruar, lembrei-me que tinha de começar outra vez a procurar marcas de tampões e pensos que não me provocassem alergia. Fui ao google e comecei a ler alguns artigos sobre o tema. Por incrível que pareça, nunca tinha associado uma coisa à outra até àquele momento. Encontrei um artigo em inglês sobre o OrganiCup e fiquei impressionada pelas avaliações e testemunhos. Pensei

“pronto, pior não pode ser...”. Encomendei um e quando chegou fiquei um pouco assustada: “bolas Betty, fizeste asneira! E agora onde ponho isto???”. Mas, com calma e sem estar menstruada fui buscar o OrganiCup e tentei colocar. Exige algumas tentativas até percebermos como funciona. Alguns dias depois o período chegou e fui a correr para a casa-de-banho pôr o OrganiCup! Em duas ou três tentativas estava colocado. Passei esse dia, muito desconfiada e corria para a casa-de-banho de hora em hora porque não queria acreditar que estava tudo ok... E, assim passou um período... dois períodos... Ao fim de 3 meses, ficou claro


Consideras que o OrganiCup pode

Certificados:

contribuir para um momento mais hyggeligt? Porquê? Completamente. Já imaginaste passar 12 horas sem preocupações menstruais quando estás com o período?

para mim que o OrganiCup era demasiado importante para ficar apenas por ali.

do e ele abre suavemente adaptando-se ao nosso corpo. E, não se sente.

“(...) o OrganiCup recolhe apenas o que tem de ser recolhido sem libertação de resíduos ou absorção de humidade.” Quais são as preocupações principais das mulheres? As principais preocupações são como colocar e retirar. Muitas mulheres pensam que colocamos o copo aberto e que se sente enquanto o usamos, o que é incorrecto. Colocamos o copo dobra-

Para retirar basta alcançar a haste e apertar ligeiramente a base para libertar o vácuo. Ah! E não conhecemos nenhuma utilizadora que tenha “perdido” o copo, por isso podem ficar tranquilas que ele não vai a lado nenhum... Mas, podem procurar-nos com todas as per-

guntas e dúvidas, no nosso Facebook, respondemos em português! Como achas que as mulheres que ainda não usam copo menstrual podem ultrapassar o tabu ou os receios iniciais? Eu acho que devem, sobretudo, procurar se informar. Muitas mulheres já escreveram sobre a experiência em português. Para iniciarem, podem ver o nosso guia-vídeo (com opção de legendas em português) que ajuda e explica muito bem como utilizar o OrganiCup. Master of Simplicity Magazine 105


Os nossos leitores podem adquirir o OrganiCup com 20% desconto com o cรณdigo: mynewperiod20% vรกlido na loja online OrganiCup

106 Master of Simplicity Magazine


“9 em cada 10 que experimentam, continuam a usá-lo” Qual a receptividade deste produto no Brasil e em Portugal? Em Portugal, temos vindo a introduzir a marca há alguns meses e já com bastante visibilidade pois estamos em mais de 30 lojas portuguesas. Mas, o que é realmente importante introduzir na sociedade portuguesa é o conceito e a informação necessária sobre este assunto. Quando começámos não existia praticamente informação nenhuma em português. As mulheres portuguesas simplesmente não conheciam e as que conheciam tinham ideias completamente erradas ou até mesmo más experiências. Ainda é um tema tabu falar de menstruação e muitas mulheres evitam o assunto ao contrário dos países do norte da Europa. No Brasil tenho menos referências, mas acho que a mulher brasileira é naturalmente mais aberta e curiosa, e assume com facilidade a sua

feminilidade.

Prémios: Qual o melhor feedback já recebido? Olha, a vantagem de trabalhar com um produto de qualidade é que recebemos muitos feedbacks positivos! Temos utilizadoras que nos mandam mensagens e e-mails a agradecer constantemente. Eu acho que aquele que mais gostei, foi uma sms às seis horas da manhã a dizer: “muito obrigado! Mudaram a minha vida, mesmo!”. Onde podemos encontrar o OrganiCup? O OrganiCup já está presente em mais de 30 lojas em Portugal (Supermercados e Mercearias Bio, Lojas Ecológicas, Vegan e a Granel), em quase toda a Europa e em vários outros países. Podem procurar as lojas no store-locator ou encomendar via loja OrganiCup, enviamos para todo o mundo.

Premiado no maior evento dedicado a produtos de saúde da Escandinávia em 2016 como melhor produto do ano.

Votado pelas lojas de saúde dinamarquesas como o produto skin-care do ano

Siga a OrganiCup:

Master of Simplicity Magazine 107


108 Master Master ofof Simplicity Simplicity Magazine Magazine


Sempre fui menina de cidades. De reboliço e confusão cosmopolita. Mas a cada dia que passa, nesta coisa estranha chamada vida, levanta-se cada vez mais, uma vontade voraz de mergulhar nos montes, de fugir ao encontro de mim, de me fundir com a natureza. É neste silêncio que me encontro, que descanso e me faço conforto. É nesta paisagem que me desfaço do apego e fico apenas com o que realmente importa. Aquilo que me enche as medidas, mas que a sua grandeza não permite ser possuído. T exto

e

F otografia : M argarida P estana

Master of Simplicity Magazine 109


AGENDA

Retiro

Festival

110 Master Masterofof Simplicity Simplicity Magazine Magazine


AGENDA

Workshop

Curso e Voluntariado

Master of Simplicity Magazine

111


Discos de soja perfumados Saponina

Esponja de banho

o g o l ĂĄ Cat Hygge

Estrelinhas - zerowaste

Vela de soja Spa Day Got a Light Soy Candles

Meias Lollipop Kris Alves Design

Caneca Hot Tea & Cat Time Respiramor

Casaco de malha Brandless Berta

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112 Master of Simplicity Magazine

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Master of Simplicity Magazine 113


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