Cpa em Revista #1

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Um amálgama de contentamento e prazer, esta é a definição de satisfação, e não existe palavra que se encaixa melhor no que sentimos agora! Este é um projeto antigo, nascido de forma bastante coletiva, e eu sinto imensa gratidão de estar a frente do Clube Paulista do Akita no lançamento do nosso primeiro informativo. Esta é uma iniciativa que integra várias outras com um único objetivo: tornar o CPA representativo, fazer com que você, criador ou admirador da raça akita, sinta que o clube é seu, e ele terá o tamanho e a importância que você fizer que ele tenha. Todos os colunistas do nosso informativo são associados, não temos jornalistas profissionais, autoridades ou especialistas na arte da divulgação de informações. Temos sim criadores entusiastas e experientes, que fazem questão de contribuir compartilhando um pouco das suas histórias, pensamentos, estudos e pesquisas. Não existe sentido que o clube exista para meia dúzia ou por vontade apenas destes, e a prova de que podemos mais está aqui, uma revista bonita, moderna, informativa, elaborada de forma coletiva e espontânea, e com um empurrãozinho do Edgar Inada e do Bruno Rodrigues, nasceu, mais bela impossível. Vamos nos deliciar? Rachel - Presidente do Clube Paulista do Akita


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ç Akita da Edição Saúde

Comportamento Entrevista Top Ten CPA

Eventos


Por Bruno Rodrigues

Akita da Edição

H’DAIKO GO OF KAMINO KEN

Made in France Propriedade: Sarah Cohen – Sara Hana Kensha Criação: Patrice Zeller Nascimento: 23 Junho de 2012 Pais: Kanon Go Musashi Aiwa X E’Daichi Go Des Dragons Du Soleil Rouge O primeiro representante da coluna AKITA DA EDIÇÃO tinha de ser um cão o mais completo possível, um verdadeiro deleite aos olhos de quem sabe apreciar um AKITA de destaque. Esse rapaz – um rapazinho, pois nem completou 1 ano – possui tudo isso – masculino, substancioso na medida exata, correto, expressivo, altivo, digno, excelente pelagem e o mais emocionante de tudo é TIGRADO! Filho de um belo branco francês com uma linda japonesa tigrada, trás em si as linhagens: KOUYASAN MIYAUCHISOU, OKAYAMA NISHIOOTA, SHIRAI e MUSASHI AIWA. Com destaque para cães como: HOKUTO GO KISARAZU SHIRAI e os MEIYOSHOS: TOURIYUU GO SANUKI CHUNANSOU (2004), AWA AIHIME GO MUSASHI AIWA (2006), KITANOYUU GO OTAFUKUSOU (2007), FUKUSUKEKOU GO KAGAYA (2010), KITANOJOU GO SAGINUMA KENSHA (2011).

Um super pedigree que resultou neste super AKITA! 4

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Por Melissa S. Pês

Akita da Saúde Edição

Traqueobronquite infecciosa canina (Tosse dos Canis)

A Tosse dos Canis é uma doença infecciosa causada por múltiplos agentes de forma isolada ou combinada. Por ser altamente contagiosa, especialmente em locais com alta densidade de cães, torna-se de suma importância ao criador saber um pouquinho mais sobre esta doença para que possa agir de forma correta na sua prevenção. Doença respiratória e sazonal, a traqueobronquite infecciosa é mais comum nos meses mais frios. Na maioria das vezes é causada pela associação da bactéria Bordetella bronchiseptica e do vírus da parainfluenza canina. Menos comumente, pode ter como causa o adenovírus canino tipo 2. Outros agentes podem estar implicados, como o adenovírus canino tipo 1, o vírus da cinomose, os micoplasmas, os reoplasmas e também herpesvírus e reovírus. Outras bactérias podem participar da infecção e tornar o quadro clínico mais grave, podendo levar ao desenvolvimento de pneumonia. O sinal clinico mais frequente da Tosse dos Canis

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é a tosse seca, que pode ser produtiva ou não e que costuma piorar com o exercício físico ou quando o animal fica agitado ou ansioso. Podem ocorrer também espirros, secreção nasal e ocular, ânsia de vômito, febre e apatia, embora menos comuns. A tosse é frequentemente confundida pelos proprietários com o ato de engasgar. O início dos sinais clínicos costuma ocorrer entre 4 a 7 dias após a exposição a outro animal contaminado e a tosse pode persistir por 1 a 3 semanas. A forma de transmissão mais comum é através do contato com animais infectados, por via aerógena (ar) e também através de objetos em ambientes intensamente contaminados, como comedouros, bebedouros, calçados, entre outros. A transmissão torna-se muito mais fácil em locais com alta densidade de cães como canis, hotéis, exposições ou pet shops. Animais a partir de 2 semanas de idade já são suscetíveis e uma vez infectados podem transmitir a doença por mais de 3 meses. Os cães acometidos e sem complicações de infecções secundárias normalmente mostramse ativos e com apetite normal, sem apresentar outros sinais além da tosse. Embora seja considerada uma infecção auto-limitante quando não complicada, ou seja, o organismo do cão é capaz de combate-la sem o auxílio de medicamentos, o tratamento é altamente recomendado pois proporciona alívio ao cão ao reduzir os sinais clínicos e também ajuda a evitar uma possível evolução para pneumonia. O tratamento preconizado é o uso de antibióticos, inalação, corticoides e antitussígenos para o alívio da tosse, além de medicamentos para estímulo da imunidade. O tratamento deve ser sempre prescrito por um médico veterinário após cuidadosa avaliação clínica do

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paciente para correto diagnóstico e escolha do protocolo mais adequado a cada caso.

A melhor forma de prevenir é a vacinação. Existem no mercado vacinas que protegem contra os agentes mais comuns de forma isolada ou combinada. Estas vacinas estão presentes para aplicação parenteral (injetável) ou intranasal. As vacinas intranasais possuem melhor ação, pois além de induzirem imunidade sistêmica contra a doença, estimulam a produção de imunidade local, protegendo também contra a infecção. Outra vantagem é que não sofrem interferência da imunidade materna, tornando-as mais eficientes. A vacina intranasal requer a aplicação de apenas 1 dose a partir de 8 semanas de idade com reforço a cada 10 ou 12 meses. Já a vacina parenteral requer a aplicação de 2 doses com intervalo de 21 a 30 dias na primo-vacinação, com reforço anual. Recomenda-se que a vacinação seja efetuada pelo menos 10 dias antes de o animal ser exposto a locais como pet shops, canis, exposições ou feiras, já que a imunidade não é imediata. Por ser uma doença comum em locais de grande concentração de animais e altamente contagiosa, recomenda-se fortemente aos criadores que incluam a vacinação em seu protocolo. Os cães de criadores profissionais possuem grandes chances de contrair a doença, pois são constantemente expostos a outros animais em locais de grande concentração, como as exposições. Ao se infectarem e trazerem a doença para casa, a probabilidade de transmitirem a infecção aos demais cães do plantel é muito alta, gerando sofrimento aos animais e

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altos custos com tratamento ao criador. Além da vacinação, outras medidas são muito importantes para a prevenção da Tosse dos Canis. Devem ser realizadas ações de limpeza e uso de desinfetantes efetivos como o hipoclorito de sódio e a amônia quaternária diariamente e sempre que for necessário nas instalações. Estas devem ser bem ventiladas. O ambiente muito úmido deve ser evitado e os cães mantidos sempre em locais secos e limpos. Muito importante também é o cuidado ao receber cães novos no plantel, inclusive aqueles que vem somente para temporada de montas. Deve ser exigido certificado de vacinação contra a Tosse dos Canis e também que o protocolo de vacinas polivalente, anti-rábica e contra giardíase esteja em dia. O ideal é que estes cães venham acompanhados de atestado médico-veterinário e, se possível, permaneçam em um ambiente isolado dos demais por pelo menos 10 dias. Desta forma diminui-se a possibilidade de introdução não só da Tosse dos Canis, mas também de diversas outras doenças infecciosas no plantel.

Melissa é médica veterinária e criadora, proprietária do Canil Higashi www.akitashigashi.com.br

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Por Rangel Willians Batista

Akita da Comportamento Edição A Genética do Temperamento A evolução do ser humano, como espécie social, sempre esteve atrelada à agropecuária, sendo a domesticação dos animais e plantas um fator crucial. Quando a espécie humana passou da vida nômade de caçador e coletor, para a vida sedentária como criador de animais e agricultor, surgiu a existir necessidade de maiores recursos para suprir as aglomerações humanas que se formaram. Assim começou a “Seleção Artificial”, e o ser humano passou a ser “agente seletivo” ativo nas escolhas das características dos animais e vegetais conforme suas necessidades. Evan Ratliff (2011) diz que apenas um grupo de espécies de animais selvagens foram selecionados satisfatoriamente para conviver com os humanos. A razão, dizem os cientistas, é encontrada em seus genes. O surgimento da espécie Canis familiaris é referência deste processo, pois o cão segue a história do homem há mais de 15.000 anos. Em 2009, na UCLA, o biólogo Robert Wayne conduziu um estudo comparando o lobo e o genoma do cão. A constatação foi de que os cães se originaram a partir de lobos cinzentos no Oriente Médio, e não no leste da Ásia, como outros pesquisadores haviam discutido. As raças de cães vieram todas dos lobos (Canis lupus) e foram sendo aprimoradas por uma seleção utilitarista ao ser direcionada para cumprir funções que facilitassem o trabalho do homem na caça, na proteção, no pastoreio e companhia. Um dos fatores mais expressivos neste processo de seleção artificial é chamado em inglês de TAMIBILITY. Este termo pode ser traduzido como “mansidão”, “domesticabilidade”, ou melhor, como a capacidade do animal se sociabilizar com a espécie humana e compreender seus sinais, o que pode ser compreendido como adestrabilidade. Belyaev postulou que há uma

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coleção de genes que confere uma propensão à mansidão - um genótipo que as raposas talvez partilhem com quaisquer espécies que possam ser domesticadas. A sociabilização é importante, pois os cães vieram dos lobos, que são predadores, e que na vida selvagem agem observando o ser humano como presa potencial ou fugindo de sua presença. A adestrabilidade também foi preponderante neste processo, pois os lobos possuem uma estrutura social complexa onde o desenvolvimento da maturidade sexual inicia as disputas pela liderança da matilha. A escolha de animais menos dominantes que aceitem ordens de um homem orientou o surgimento da espécie Canis familiaris. Belyaev e Ludiumyla conduziram pesquisas onde selecionaram Tamibility em raposas (Vulpes vulpes), uma espécie taxonomicamente próxima ao cão, mas nunca antes domesticada. Desde 1950, em um centro de pesquisas na Sibéria, Rússia, obtiveram mais de 100 gerações de raposas, selecionando animais menos agressivos e mais sociáveis com o ser humano, através de um experimento bastante simples. Os pesquisadores chegavam perto da gaiola onde estava a raposa e observavam que algumas raposas atacavam a grade, fugiam ou se agitavam na presença do ser humano. Já outras raposas apresentavam comportamento mais brando aceitando a presença do homem com menor agitação. Essas últimas eram selecionadas para reprodução. O interessante é que em apenas 8 gerações os filhotes apresentavam o comportamento de aceitar a presença do homem e poucas gerações depois os filhotes nasciam já buscando a presença do homem. Ou seja, a herdabilidade do temperamento foi comprovada. Uma possível teoria é a de que os genes que orientam o comportamento dos animais atuam

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alterando substâncias químicas em seus cérebros. Alterações nestas substâncias, chamadas neurotransmissores, por sua vez, tem um impacto direto na aparência física dos animais. Gradativamente as pesquisam vêm apontando que a domesticação é dirigida não por um único gene, mas por um conjunto de alterações genéticas. “Em uma situação ideal, gostaríamos de definir genes específicos envolvidos em comportamentos dóceis e agressivas “, diz Kukekova. Finalmente, o maior retorno da investigação pode vir ao encontrar genes semelhantes nos seres humanos. “Entender o que mudou nesses animais será incrivelmente informativo para o comportamento humano”, diz Elaine Ostrander, do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano. Em 2003, um jovem pesquisador da Universidade de Duke chamado Brian Hare, conhecido por seu trabalho catalogando os comportamentos únicos de cães e lobos, mostrou as maneiras pelas quais os cães evoluíram para entender ou identificar gestos humanos, como apontar para algo ou fazer movimentos oculares. Quando ele realizou testes semelhantes com raposas na Sibéria, ele descobriu que elas responderam tão bem quanto os filhotes de cães da mesma idade. Os resultados, embora preliminares, sugerem que a seleção contra o medo e agressividade, o que Hare chama de “reação emocional”, criou raposas

- Raposa com alta “tamability”(mansidão)

Raposa com baixa “tamability”(mansidão)

que são não apenas domáveis, mas que também têm a capacidade canina de se envolver com seres humanos usando suas sugestões sociais. Depois de oito a dez gerações selecionando apenas o comportamento quanto à “mansidão”, observou-se que não só o comportamento havia mudado, mas também surgiram características físicas diferentes das raposas selvagens. Por exemplo, surgiram outras cores, diferentes do cinza aguti selvagem encontrado nas raposas na natureza. Apareceram a cor branca, bege, branco com manchas negras e outros padrões. A pelagem das raposas selvagens é mais curta, já nas raposas selecionadas apareceram indivíduos com pelagem mais abundante. Apareceram também outras características, como um padrão de estrela na face, orelhas caídas e caudas enroladas, semelhantes às encontradas em algumas raças de cães. Houve um encurtamento da coluna vertebral, assim como desaparecimento ou fusão de algumas vértebras. Novas cores de pelagem podem ser atribuídas

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Aparecimento de cor de pelo diferente do padrão cinza selvagem em raposas domesticadas

a mudanças no tempo de desenvolvimento embrionário. Uma das primeiras características novas que observamos em raposas domesticadas foi a perda de pigmento em partes da cabeça e do corpo. Belyaev determinou que este padrão malhado é regulado por um gene ao qual ele deu o nome de gene estrela. Mais tarde, Lyudmila Prasolova descobriu que o gene estrela afeta a taxa de migração de melanoblastos, células embrionárias precursoras dos melanócitos, que dão cor à pele dos animais em geral. A cauda, o tamanho dos membros e o focinho são mais longos nas raposas selvagens. Já nas linhagens mais “mansas”, após algumas gerações foram observadas raposas com cauda mais curta e enrolada, membros mais curtos e focinho menor e mais arredondado. Nestas experiências, a seleção foi direcionada só para o comportamento, no entanto, descobriuse que os crânios também foram mudando. Nas raposas domesticadas de ambos os sexos, altura e largura craniana tendem a ser menores, e os focinhos tendem a ser mais curtos e mais largos, do que os de um grupo de raposas selvagens. Outra alteração interessante é que a morfologia craniana de machos adultos domesticados tornou-se um pouco “feminilizada.” Nas raposas

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selvagens, os crânios dos machos tendem a ser maiores em volume do que os das fêmeas, e há várias outras proporções nitidamente diferentes entre os sexos. Nas raposas domesticadas o dimorfismo sexual diminuiu, os crânios de machos tornaram-se mais como os de fêmeas. Análises de alometria cranial mostraram que as mudanças nas proporções do crânio resultaram tanto de alterações no momento da primeira aparição de estruturas particulares ou de mudanças nas suas taxas de crescimento. Os olhos se tornaram mais arredondados e mais próximos um do outro. As orelhas ficaram maiores e mais caídas. Orelhas de “abano”, por exemplo, são características de filhotes de raposa recém-nascidos, mas podem se manter na vida adulta. Além das alterações nas características físicas, houveram mudanças nos ciclos reprodutivos. Animais selvagens têm um cio por ano e na mesma estação. Nas raposas do experimento os cios passaram a ocorrer mais de uma vez por ano e sem estação pré-determinada. As raposas apresentaram um desenvolvimento mais tardio da maturidade sexual. Em estado selvagem, raposas atingem a maturidade sexual quando estão com cerca de 8 meses de idade. Eles são rigorosos reprodutores sazonais, com acasalamento uma vez ao ano, em resposta a mudanças na duração

Raposa domesticada com membros mais curtos e cauda enrolada

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Comportamento do dia (na Sibéria, a época de acasalamento vai do final de janeiro até o final de março) e dão à luz ninhadas que variam de um a treze filhotes, com uma média de quatro ou cinco. As raposas domesticadas atingiam a maturidade sexual cerca de um mês mais cedo do que as selvagens, e geravam ninhadas com um filhote a mais em média. A época de acasalamento aumentou. Algumas fêmeas passaram a reproduzir fora de época, em novembro-dezembro ou abril-maio, e algumas delas têm acasalado duas vezes por ano (Trut, 1999). Conclui-se que ao selecionar raposas por “mansidão” as alterações foram seguidas por mudanças estruturais e reprodutivas e estas mudanças são similares ao que encontramos nos cães atuais. Raposas ou lobos filhotes apresentam olhos mais arredondados, focinho mais curto, orelhas caídas, cauda enrolada, pelagem abundante e são menos agressivos que os adultos. Tais características se encaixam nos padrões de nossos cães. A teoria da pedomorfose de Darcy Morey explica que nos cães há a retenção de traços juvenis no animal adulto. Morey considera que o pedomorfismo em cães um subproduto da seleção natural para a maturidade sexual mais cedo e tamanho do corpo menor, características que, de acordo com a teoria da evolução, deve aumentar a aptidão dos animais envolvidos na colonização de um novo nicho ecológico. Assim surgiu a hipótese de que a “mansidão” está relacionada a níveis hormonais que definem a maturidade sexual. Como Morey, Belyaev acredita que os padrões de mudanças observadas em animais domesticados resultaram de alterações genéticas que ocorreram no decurso da seleção. Belyaev, no entanto, acredita que o fator chave não foi a seleção para o tamanho ou reprodução, mas o comportamento específico de receptividade à domesticação, ou “tamability”. Mais do que qualquer outra qualidade, Belyaev acredita que “tamability” ou mansidão deve ter determinado a forma como um animal se adapta à vida entre os seres humanos. Sendo o

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comportamento enraizado na biologia, a seleção de mansidão (contra a agressão) significa a seleção para alterações fisiológicas nos sistemas que regulam os hormônios do corpo e nos sistemas neuroquímicos. Essas mudanças, por sua vez, poderiam ter tido efeitos de longo alcance sobre o desenvolvimento dos próprios animais. E a manutenção de caracteristicas infantis na fase adulta foram advindas destas alterações hormonais, assim como a teoria do pedomorfismo. É como se os cães fossem lobos infantilizados, com um atraso do desenvolvimento sexual (Trut 1999). Com a evolução do programa de melhoramento genético, tem-se observado alterações em alguns sistemas neuroquímicos dos animais e os mecanismos neuro-hormonais. Por exemplo, observou-se uma queda constante na atividade de produção de hormônio das glândulas suprarenais das raposas. Entre várias outras funções no corpo, o córtex adrenal entra em jogo quando um animal tem de se adaptar ao estresse. Ela libera hormônios, como os corticosteróides, que estimulam o corpo a extrair energia de suas reservas de gorduras e proteínas. Depois de 12 gerações de cruzamentos seletivos, os níveis basais de corticosteróides no plasma sanguíneo das raposas domesticadas caiu para pouco mais de metade do nível comparado a um grupo controle de raposas selvagens. Depois de 28 a 30 gerações de seleção, houve redução pela metade novamente. O córtex adrenal em raposas também responde de forma menos acentuada quando as raposas são submetidas ao estresse emocional. A seleção tem mesmo afetado a neuroquímica do cérebro das raposas. Mudanças em um dos principais mediadores de inibição dos animais, o sistema serotoninérgico, foram observadas ao comparar os cérebros das raposas domesticadas com o grupo controle. O cérebro de raposas domesticadas contêm níveis mais elevados de serotonina, de seu metabólito principal, o ácido

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5-oxyindolacético e de triptofano hidroxilase, enzima chave da síntese da serotonina. A serotonina, como outros neurotransmissores, está criticamente envolvida na formação de desenvolvimento de um animal a partir de seus estágios iniciais (Trut 1999).

Devido ao fato destas características serem herdáveis, ou seja, passadas de geração a geração, pode-se concluir que a genética influencia o temperamento e que o temperamento está ligado a características físicas. Então, se assim for, podese perguntar: será que posso escolher um cão pela forma dos olhos e desenvolvimento sexual mais tardio esperando um animal mais manso? Animais com pelagens mais próximas aos lobos são mais agressivos que os brancos ou com o padrão estrela? Daí o mito de que um cão akita tigrado pode ser mais bravo do que o vermelho ou branco? Será por isso que as raças mansas de companhia são mais claras, poucas delas são cinzas ou escuras como os lobos? Esses dados são importantes ao indicarem que o temperamento dos cães está fortemente ligado aos seus genes e que estes genes influenciam as

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características físicas e reprodutivas também. A pergunta a ser feita em seguida é o quanto o ambiente influencia estes genes. O Fenótipo é o conjunto de temperamento e características físicas. O genótipo é o conjunto de genes do indivíduo. O meio é a pressão seletiva, ou seja, as influências do meio ambiente na expressão destes genes. Assim, FENÓTIPO = GENÓTIPO + MEIO AMBIENTE. Agora vem a pergunta mais difícil: qual deles tem maior influência sobre o fenótipo, a genética ou o meio? Apesar de numerosos genes interagirem para estabilizar o desenvolvimento de um organismo, o papel principal pertence aos genes que controlam o funcionamento dos sistemas neurais e endócrinos; esses mesmos genes também regulam os sistemas que controlam o comportamento de um animal, incluindo a sua simpatia ou hostilidade para com os seres humanos. Assim, em princípio, a seleção de características comportamentais em animais pode alterar fundamentalmente o desenvolvimento de um organismo. Do mesmo modo, a seleção de determinadas características físicas também irá alterar o comportamento que o animal apresenta. Estudiosos de temperamento canino citam que há três pontos a serem considerados no desenvolvimento do comportamento animal e de sua psique. Primeiro as condições de estresse da fêmea durante a gestação e as primeiras semanas de vida dos filhotes. A segunda é o manejo, treinamento e educação do cão na fase jovem e adulta. Terceiro é a genética. Em cães, por exemplo, é bem conhecido que as primeiras semanas de vida são cruciais para a formação de ligações sociais primárias com os seres humanos. A “janela” de ligação é aberta quando um filhote se torna capaz de perceber e explorar seus arredores, e fecha quando o cachorro começa a temer a estímulos desconhecidos. As condições de estresse a que a fêmea gestante é submetida e as primeiras semanas de vida do filhote podem afetar o temperamento do cão, pois durante a situação de estresse, alterações bruscas de hormônios

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Comportamento geram reflexos de fuga ou ataque nos filhotes, reflexos estes que podem perdurar na vida adulta em condições mais variadas. Raposas não domesticadas mostraram a primeira resposta de medo com 6 semanas de idade, as domesticadas mostraram após 9 semanas, ou mesmo mais tarde. (Cães demonstram a primeira resposta de medo em 8 a 12 semanas, dependendo da raça). Como resultado, os filhotes domesticados tem mais tempo para se incorporar em um ambiente social humano. Além disso, verificou-se que o atraso no desenvolvimento da resposta de medo está ligada a alterações nos níveis plasmáticos de corticosteróides, hormônios relacionados com a adaptação do animal ao estresse. Assim, a seleção para a domesticação causa alterações no momento do desenvolvimento pós-natal de certos mecanismos fisiológicos e hormonais subjacentes à formação de comportamento social e respostas de medo. A genética seria a matéria prima, pois sob as mesmas condições de estresse os filhotes podem ter respostas (desenvolvimentos) distintas, dependendo dos genes que ele carrega. Por exemplo, uma ninhada de cães proveniente de cruzamento de duas linhagens diferentes (“outcross”), criada com violência por parte do homem, resultará em alguns cães medrosos, outros agressivos, e isso dependerá dos genes. O manejo destes filhotes quando adultos determinará a expressão e intensidade destas características. Por isso, podemos observar cães agressivos, porém bem treinados por pessoas experientes (manejo) que se apresentam em pista de exposições sem grandes complicações. Ou seja, o manejo irá graduar a intensidade com que este cão expressará a sua agressividade. O mesmo ocorre com o medo do cão, se o manejo for feito por alguém experiente, poderá ser um cão que não demonstra a insegurança. Quanto daquele determinado comportamento provem da genética ou do manejo? Impossível definir uma porcentagem, pois uma “genética forte” para agressividade terá maior expressividade sob condições menores

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de estresse. Assim, uma “linha de sangue” mais agressiva terá maior homozigoze, ou seja, maior número de genes, para tal temperamento. Então, a genética pode ser mais imperativa do que o manejo. Ou o contrário, quando o manejo é muito bem conduzido, pode sobrepor-se à herança genética. Por exemplo, filhotes de pais pouco agressivos sob manejo altamente estressante podem ser tão agressivos quanto filhotes de “pais bravos”. Porém no segundo caso, os cães agressivos tem o potencial de transmitir tais genes para seus descendentes. A genética do temperamento tem fundamentação científica. Essas informações são muito úteis para criadores e para quem vai adquirir um cão para sua casa, pois um cão pode ser campeão nas pistas, mas o seu temperamento, ou seja, seus genes estão “escondidos” pelo bom manejo e o bom trabalho do handler nas exposições. A responsabilidade dos criadores e dos compradores está em analisar o temperamento dos pais com atenção e traçar relações da herdabilidade genética do temperamento sem perder de vista o manejo adequado. Bibliografia de referência disponível em: www.clubepaulistadoakita.com.br/bb.pdf

Rangel Willians Batista é biólogo com mestrado em farmacologia, professor e criador proprietário do Canil Heiwa No Seishin

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Por Rachel Pinheiro

Entrevista

Davor Ivić do akitapedigree.com Imagine um ambiente virtual onde você consiga visualizar de forma horizontal e vertical parentes do seu akita, onde você possa gerar uma árvore genealógica com fotos, que contenha até 9 gerações para planejar um cruzamento, e que além das fotos, você também acesse informações importantíssimas para a criação, como resultado de chapa de displasia e manifestação de doenças infelizmente comuns na raça e de fundo genético, como a Adenite Sebácea e a Síndrome de Vogt-Harada, nos ascendentes dos seus cães! Parte disso já é realidade, e muitos criadores de akita brasileiros e estrangeiros já descobriram o akitapedigree.com! Trata-se de um site onde criadores e proprietários podem consultar e inserir, gratuitamente e de forma intuitiva, dados dos seus akitas e árvores genealógicas. O software utilizado no site cuida do resto, fazendo as interligações de parentesco que não estão comumente presentes no pedigree. Se os pais do akita que você quer inserir na base de dados já tiverem os seus cadastros completos, basta você indicar no próprio site quem são os pais deste cão, e a árvore genealógica dele é mostrada até a nona geração anterior. O processo é simples: é só clicar em “Add dog”, verificar se este akita ainda não foi cadastrado no site fazendo uma busca pelo nome, e preencher a ficha mostrada na imagem abaixo com os dados do cão:

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O responsável pelo site é o criador de akitas Davor Ivić, da Croacia (http://www.japanskaakita.com/). Ele contou em entrevista que o projeto akitapedigree nasceu de uma necessidade pessoal na ocasião da aquisição do seu primeiro akita: “Naquela época não era fácil achar detalhe algum sobre um cão, além de duas ou três gerações do pedigree. Para facilitar, eu escreví o pedigree em planilhas de Excel onde eu linkei os nomes com fotos”. Pesquisando, Davor encontrou alguns sites de base de dados de pedigrees de outras raças e teve a idéia de criar um site no mesmo modelo para os akitas. Para tanto, se valeu da experiência de ter elaborado o site do próprio canil e um fórum de discussão sobre a raça akita na Croácia (http:// www.akita-forum.net), que por sinal usa a mesma ferramenta do nosso recém implantado fórum do Clube Paulista do Akita. No akitapedigree, além de inserir os dados de um exemplar, o criador pode também fazer simulações de pedigree e divulgá-las no seu anúncio de ninhada de forma ilustrativa e organizada. Para tanto, dita a boa educação, ética, etiqueta ou seja lá o que for que a fonte akitapedigree seja citada. Até mesmo porque quando um projeto é bom, funciona e facilita a vida, por que não divulga-lo? No exemplo ao lado, eu fiz no site a simulação de um cruzamento entre dois akitas importados por criadores brasileiros, ambos os cães já falecidos: Arawashi Go Sakai Suwa Jp e Mimi Go Musashi Aiwa, com seis gerações. Com esta ferramenta, podemos estudar os cruzamentos planejados de forma mais prática, observando pelas fotos a tipicidade dos ascendentes, o grau de proximidade genética entre o padreador e a matriz, quantidade de meioshos, dentre outros aspectos. Repare que na simulação mostrada na imagem está faltando as fotos e dados de alguns cães de gerações mais longínquas. Você tem esses dados? Tem alguma foto desses cães? Então corre lá e deixe a sua contribuição! É fácil, de graça,

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Entrevista

rápido, e tendo em vista o plantel brasileiro, tenho certeza de que você um dia vai precisar dessas informações para estudar a linha de sangue dos seus próprios akitas! É uma rua de duas vias, você contribui e se utiliza da contribuição de outros. Sobre estudos de cruzamento, Davor afirmou que no futuro, pretende criar campos a serem preenchidos com dados relacionados a saúde e implantar no site uma calculadora de coeficiente de consangüinidade (COI), que também será muito útil para o criador. Você ainda não usa o akitapedigree? Não inseriu os dados dos seus cães? Ainda não está

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convencido que vale o trabalho? Então vamos a alguns números que te mostrarão o quanto você está por fora! O akitapedigree nasceu em novembro de 2011, ou seja, tem apenas um ano e meio de existência, e já conta com o cadastro de mais de 11.200 akitas. Se levarmos em consideração o país de nascimento desses cães, o Brasil está entre os 10 países que mais cadastraram cães nacionais com pouco mais de 250 cães. O Japão e a Itália são os grandes vencedores na contribuição de dados sobre cães conterrâneos cadastrados, com 3800 e 1450 cães respectivamente. Tudo fica mais interessante se pensarmos nas estatísticas que mostram quem são os usuários que registram cães. O Japão, apesar de ser o país de nascimento da maioria esmagadora dos cães registrados na base de dados, tem apenas 2 usuários que contribuem com cadastros. Isso é possível porque o usuário pode registrar um akita que não seja de propriedade ou criação dele. Explico: se eu tenho um filho de akitas importados do Japão e quero cadastrar os dados do meu cão, para que esses dados fiquem o mais completos possíveis, eu posso também cadastrar os cães de seu pedigree que ainda não constem na base de dados. Como vêem, o akitapedigree só funciona bem por existir um trabalho imenso de cooperação dentre os criadores na divulgação de informações. Levando em consideração a quantidade de usuários registrados, o Brasil novamente se encontra dentre os 10 países que mais tem colaboradores. E tenho absoluta certeza de que podemos fazer muito mais, e quanto mais colaboração de criadores e proprietários brasileiros no cadastro de dados, maior a facilidade do criador nacional em estudar e planejar seus cruzamentos. O contrário também é verdadeiro: quanto mais estudarmos as linhas de sangue, mais teremos material para contribuir na base de dados. Mas ainda existem muitas outras facetas presentes no akitapedigree. Como me contou Davor,

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“estamos tentando alcançar o primeiro akita. Estou muito orgulhoso de termos chegado ao primeiro vencedor Meiyoshou, Kincho Go Abe (Meiyoshou em 1953) e até mais para trás, assim conseguimos ver como a raça se desenvolveu em todos esses anos. Neste momento, estou me dedicando na conexão entre os akitas dos anos 80 e os primeiros Meiyoshous. Me concentro principalmente no pedigree do cão Ise Unryu Go Ise Meiwa Kensha (foto abaixo), pois por ele nós podemos criar coneções entre quase todos os akitas vermelhos atuais e os primeiros Meiyoshous”.

Kincho Go Abe

Através da árvore genealógica do Kincho, eu consegui chegar até o Babagoma Go, cão nascidm em 1930, e portanto contemporâneo de Hachiko que, aliás, também está presente no akitapedigree. Como vemos, para além do nosso umbigo e dos nossos quintais, é possível realizar um estudo muito aprofundado sobre a trajetória da raça, inclusive levando em consideração aspectos mais técnicos da genética desses cães, e em breve também sobre a contribuição dos cruzamentos co-sanguíneos para o desenvolvimento do akita mundo afora. Salta aos olhos a evolução da raça akita, as mudanças foram muitas! Se colocarmos o

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Entrevista Saúde “estamos tentando alcançar o primeiro akita. Estou muito orgulhoso de termos chegado ao primeiro vencedor Meiyoshou, Kincho Go Abe (Meiyoshou em 1953) e até mais para trás, assim conseguimos ver como a raça se desenvolveu em todos esses anos”

Ise Unryu Go Ise Meiwa Kensha

Meiyoshou Kincho ao lado de Ise Unryu, é praticamente impossível afirmarmos que estes exemplares pertencem a mesma raça. Mas conforta sabermos que ao contrário de tantas outras raças existentes no mundo, a evolução da nossa amada raça akita não teve consequências para a sua saúde! Os akitas continuam sendo cães bastante rústicos e adaptáveis. P.S.: para conquistar o título de Meiyoshou, o exemplar deve ter mais que 4 anos de idade e uma trajetória de destaque nas exposições especializadas da raça no Japão (AKIHO). Cumprindo esses requisitos, o akita pode se inscrever na Classe Meiyoshou, e sair vitorioso ou não. Rachel é bióloga, criadora e proprietária do Akai Getsumei Kensha www.valedosakitas.com

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TOP 10 CPA Saúde

No ano de 2012, 38 akitas disputaram o ranking do Clube Paulista do Akita – entidade máxima da raça no Brasil. Conheça um pouco mais sobre os 10 primeiros colocados.

RANKING CPA 2012 1º ANNA GO BR HIGASHI 53,5 PONTOS “Nossa princesinha, Anna é a cachorra mais doce de nosso canil. Sempre foi muito carinhosa e delicada. Começou sua trajetória nas pistas desde cedo, ficando em segundo lugar no ranking de promissores e vencendo o ranking de jovens da raça Akita em 2011. Em 2012, além de ser a Akita vencedora do ranking do CPA, Anna também foi a melhor fêmea Akita do Brasil. Como ela vai a exposições desde filhote, isso faz parte da vida dela e ela gosta muito, se mostrando muito bem com seu handler nas apresentações. Anna possui uma tipicidade fantástica, muita qualidade de pêlo, proporções corretas e um super temperamento, que costuma encantar a todos que convivem um pouquinho com ela. É uma Akita muito especial, não só por seu sucesso nas pistas e por ser uma excelente exemplar da raça, mas também pela maneira com que ela costuma se relacionar com as pessoas e com os outros cães. Ela adora uma boa brincadeira e a cada dia que passa nos premia com muito carinho e companheirismo. Somos privilegiados por te-la conosco todos os dias.” Melissa dos Santos Pês – Canil Higashi – Curitiba / Pr.

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Saúde Top 10 CPA 2º (HARU) AKANUKE NOBUYUKI GO AKAI GETSUMEI 53 PONTOS “Ainda me lembro no dia que fui buscar essa joia no Canil Akai Getsumei, sempre foi um cão muito querido pelas criadoras, Rachel e Michelle. Adora passear e não se assusta com nada, ele anda ao meu lado, de cabeça erguida, com um andar elegante, digno e poderoso. Desde pequeno nas pistas, sempre levou como um dia de descontração. Akanuke, significa “Lapidado”, acho que foi um nome muito bem escolhido.”

Hugo Cerqueira – Canil Nobuyuki – São Paulo / SP

3º KIYOMI GO DELL’ANTICO ORIENTE 38 PONTOS

“Já chegou no Yamada adulta, nascida num canil italiano, vinda de um canil espanhol. Nada melhor para descrever Kiyomi que dizer que ela é uma mamma italiana em todos os sentidos: é uma cadela forte e saudável, que é excelente mãe, oferecendo tetas enormes e cheias de leite para seus bebês, É brincalhona, simpática, muito alegre, adorando pular e beijar quem chega perto dela, inclusive os juízes em exposições!” Kenia Maria Ballvé Behr – Canil Yamada – Porto Alegre / RS

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4º YUHI GO YAMADA - 35,5 PONTOS “Depois que nasceu foi ficando lindinha! E eu olhava prá ela e pensava que era uma pena ela ser tão linda, mas pequena... eu pensava que ela não ia se dar bem em pista... Mas pelo menos era preciso fechar o Campeonato! E lá foi ela, brilhando, ganhando BISS e BIS desde o início, fazendo seus stays fantásticos, surpreendendo, encantando com sua estrutura maravilhosa e seu temperamento sensacional... Assim foi #1 do Ranking Brasileiro em 2011! Dizem que ela é antipática... eu diria que ela é uma baixinha encantadoramente invocada!”

Kenia Maria Ballvé Behr – Canil Yamada – Porto Alegre / RS

5º DAIYUU GO ISEHARA FUTAMI - 30,5 PONTOS “Veio do Japão com 6 meses e era um filhotão lindo, muito sério e reservado. Nada de muitas brincadeiras... Aos poucos foi modificando seu temperamento, mostrando-se afetivo e gostando de estar muito perto da gente, a ponto que comecei a chamá-lo de meu pet! Suas relações fora de casa não são assim e por vezes rechaça algumas pessoas por razões incompreensíveis para mim. Muita saudade do meu lindo e amado Daiyuu, que foi passar uma temporada na Europa para fazer campanha e procriar.”

Kenia Maria Ballvé Behr – Canil Yamada – Porto Alegre / RS

6º YUUSHO GO YAMADA - 30 PONTOS Nasceu e cresceu lindo. Vermelho e peludo sempre se destacou. Uma alegria para os olhos. É um akita que conversa, principalmente quando é repreendido... Nessas ocasiões resmunga muito, bufa e caminha sem parar de um lado para outro. É ciumento e vaidoso e quando é “o escolhido” se requebra tanto que a gente pensa que ele vai se quebrar. Adora exposições, mas se é muito exigido ou se são muitas pistas, se emburra e perde a disposição de se exibir. Como sua meia irmã (Yuhi), foi #1 do Ranking Brasileiro, em 2012!

Kenia Maria Ballvé Behr – Canil Yamada – Porto Alegre / RS

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Saúde Top 10 CPA 7º AITO GO BR HIGASHI - 29 PONTOS “Aito é um cão bem atento a tudo o que acontece em casa. Cheio de carinhos com todas as fêmeas do canil e extremamente territorialista. Adora presentear qualquer pessoa que chegue ao canil apresentado por nós ou as que ele já conhece com uma folha de árvore caída no chão.”

Sidnei Khulmann – Canil Thunderkuhl – Campinas / SP

8º KAJUU – AWARE GO AKAI GETSUMEI - 26 PONTOS “Kajuuzinha é a nossa pequena notável, a caçula folgada que tira satisfação com todos os outros cães mais antigos do que ela sem ligar muito para as hierarquias. De uma carinho e disposição excepcionais, Kajuu está sempre alegre e chamando para uma boa brincadeira. Kajuu é extremamente correta e típica, e sempre chamou a atenção dos juízes pela beleza e pela forma como gosta de se exibir nas exposições.”

Michelle Bibries / Rachel Pinheiro – Canil Akai Getsumei – Valinhos / SP

9º KIN SAKE GO HASHIMITSU – 24,5 PONTOS “No convívio o Kin é muito amoroso com seus donos e bastante desconfiado com estranhos, faz a guarda de seu território, é um cão seguro e muito atento. Entre suas atividades preferidas adora passear com seus donos.”

Cleide Provenzano Garcia Rudger – Canil Hashimitsu – Sorocaba / SP

10º MEIHOU GO TOUSEIEN - 21 PONTOS Importado do Japão, morando na Espanha, veio passar uma temporada no Yamada para fazer campanha e procriar. Uma maravilha de akita, com um excelente temperamento Adaptou-se facilmente ao canil e conviveu muito bem com fêmeas diferentes. Tem uma característica especial... é um akita que adora escalar! Todo cuidado é pouco para evitar que ele encontre meios de ir onde quer, escalando e saltando de um lugar para outro, muitas vezes atrás do cheiro do cio... Saudades dele, que voltou prá sua casa!

Kenia Maria Ballvé Behr – Canil Yamada – Porto Alegre / RS

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Por Bruno Rodrigues

Eventos

AKITAS NA CRUFT’S DOG SHOW

A principal exposição da Inglaterra, a maior da Europa e do mundo em quantidade de cães inscritos, ocorreu no ultimo mês de março entre os dias 7 e 10, na cidade de THE NEC – BIRMINGHAN. Como a mais antiga exposição de cães de raça do mundo, sempre contou com números recordes na quantidade de cães inscritos, não raramente alcançando a marca dos 10 mil inscritos, esse ano o numero de inscritos alcançou nada mais nada menos que 25 mil, 25.566 cães inscritos para ser

MARU se mostrando um AKITA pleno, na glarmurosa disputa do grupo

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mais preciso. Não é de se assustar que algumas raças, por vezes contam com algo em torno de 500 representantes, mas não é o caso do AKITA. Os AKITAS – JAPANESE AKITA INU como lá são chamados – veem desde o inicio de sua participação nos rings da CRUFT’S – lembrando que isso só se deu no ano de 2007 - mantendo um numero reduzido de cães em pista, sempre na casa dos 20 inscritos com aumento gradativo até o ano de 2011, mas sempre nessa marca. Apenas nos dois últimos anos esse numero dobrou, sendo que em 2012 foram 45 inscritos e em 2013 foram 46 AKITAS no ring. Um aumento considerável, porém pouco se considerarmos que nas MUNDIAIS a quantidade de AKITAS inscritos pode alcançar facilmente 100, ou ultrapassar, caso o juiz seja de interesse comum. A falta de tradição dos AKITAS na CRUFT’S talvez se deva ao fato da raça participar do evento a apenas 6 anos, pois a divisão da raça se deu tardiamente sendo que antes apenas AMERICAN AKITAS participavam, sendo que ambas as raças se encontram no UTILITY GROUP, um grupo totalmente destinto do nosso conhecido 5 º grupo e que inclui as mais variadas raças. O julgamento esse ano ficou por conta da Juiza MRS Roberta Wright que apesar de não ser um nome que eu conheça como o de uma grande entendedora de AKITAS, manteve certa coerência em seu julgamento, confira o resultado final no quadro ao lado.

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Eventos

Acho interessante ressaltar que a Melhor MELHOR DA RAÇA Femea e Reserva da Raça – TSOYU CHO NOSFERATU NO AIWA KATSU GO CHO HIME GO –uma bela vermelha, no Prop: MRS T & MRS L THOMAS & MARCHANT ano anterior foi a Melhor Jovem da Raça MELHOR FILHOTE AIKO KENSHA NO KOHAKU GO (IMP HUN) e Melhor da Raça, sendo que sua mãe a Prop: MR R & MRS L MORGAN & CURTIS belíssima tigrada UNSYUHIME SHUN’YOU MELHOR MACHO KENSHA TSOYU sagrou-se Melhor da Raça NOSFERATU NO AIWA KATSU GO Prop: MRS T & MRS L THOMAS & MARCHANT na Cruft’s do ano de 2010, o irmão de ninhada MELHOR FEMEA dessa incrível fêmea tigrada – UNSHOU GO TSOYU CHO CHO HIME GO SHUN’YOU KENSHA - nesse mesmo ano – Prop: MRS M & MRS C THOMPSON & WILKINSON 2010 - foi o Melhor Macho e reserva da Raça. RESERVA MACHO GENJI DE LA VALLEE DES SAMOURAIS [ATC AQ00526FRA] O lendário UNSHOU por sua vez é avô pela Prop: MRS C HOEBEKE parte materna da Reserva Fêmea desse ano – RESERVA FEMEA MOSOU GO SHUN’YOU KENSHA [ATC AP00950ESP] MOSOU GO SHUN’YOU KENSHA – uma Prop: MR A & MR P WILKINSON & CHAPMAN encantadora fêmea branca que tem se destacado com merecimento. A tríade colorida de fêmeas da linhagem SHIRAI vale dizer que o Melho citadas – CHO CHO, UNSYUHIME e MOSOU - Filhote - AIKO KENSHA NO KOHAKU - e são de propriedade do canil TSOYU de Maureen o Reserva Macho - GENJI DE LA VALLEE Thompson. DES SAMOURAIS – ambos são filhos de mães plenamente SHIRAIS. O BOB desse ano – MARU - como é chamado carinhosamente é de propriedade de Tina Chris Thomas - responsável pelo canil NOSFERATU AKITAS, tradicional na criação de AMERICAN AKITAS e que agora volta um pouco de sua atenção para os JAPANESE AKITA INU já nos Acima, Tina Chris com o lindo MARU deixando muito claro do que um criador com (Nosferatu No Aiwa Katsu Go), BOB, abaixo, know how é capaz! Visite o akitapedigree.com e Genji De La Vallee Des Samurais, de conheça a linhagem desses valiosos cães. Catharine Hoebeke, reserva macho

As coincidências não param por ai, o Melhor Da Raça - NOSFERATU NO AIWA KATSU GO - é filho do Melhor da Raça da Cruft’s de 2011 – KAIDOU GO SHIRAI AT WENDBARRY – que esse ano também esteve presente, mas foi desbancado por seu filho na mesma classe – OPEN DOG. E já que mencionei um exemplar

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Bruno é artista plástico e estudioso da raça, proprietário do Tenshi No Kensha

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