Revista de Janeiro - SIMEPE

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INFORMATIVO

Revista do médico - Ano XIII | Nº 44 | NOV/DEZ - 2015 e JAN - 2016 - Médico forte é médico associado. Seja Sócio do Simepe!

UM GANHO IMPORTANTE PARA TODOS! INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE PLANTÃO AO SALÁRIO Essa conquista é para todos os médicos da Rede Estadual de Saúde de Pernambuco. IMPRESSO ESPECIAL 9912193832/2007-DR/PE

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Abrir as portas e as janelas

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EDITORIAL

P

oderíamos colocar em letras as conquistas, os desafios e as tentativas nas quais os médicos e médicas pernambucanos se entrelaçaram no ano de 2015. Poderíamos projetar as expectativas e os sonhos a serem realizados neste tempo novo que se aproxima. Lermos os sinais postos, não nos astros, mas no nosso chão de hospital, de PSF, de consultório, de maternidade, de posto de saúde, no chão marcado por passos, por sorrisos e lágrimas, por sangue e secreções, e traçarmos os caminhos vindouros. Poderíamos escutar os desejos dos colegas e auscultar os gemidos do povo que anseia dias melhores para a saúde neste grande nosocômio, misto de circo, penitenciária e asilo psiquiátrico chamado Brasil.

ficha no fim da fila para possível atendimento cidadão daqui a três anos. Poderíamos dizer a todos da insistência em denunciar os desmandos e o sucateamento da saúde pública, do estado de guerra civil das maternidades públicas e das aberrações de endemias medievais surgidas pela falta de saneamento básico e de dignidade civilizatória. Poderíamos tudo isso e fizemos. Poderíamos fazer um poema branco para saudar o ano novo, escrito com todas as tintas de todas as cores. Confeccionar um jaleco com as cores da paixão e compor uma música sem sirenes que espantasse o sono de plantões infindáveis. Mas hoje, só hoje, vamos apenas abrir as portas e as janelas...

Poderíamos mostrar aos colegas como desaparelhamos seu Sindicato de todo e qualquer atrelamento político-partidário e de quantas batalhas travamos com sua força e sua voz, como uma voz que clama no deserto, mas que se fez ouvir em toda a nação. Fomos e somos a reação à inépcia modorrenta que assola o país, com extremo e triste conformismo da maioria dos habitantes, que se contenta com um punhado de farinha, uma novela e uma

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NÃO DESISTIR E SEGUIR EM FRENTE, ESSA É A NOSSA MAIOR VOCAÇÃO. Melhores condições de trabalho nas unidades de saúde e piso salarial nacional pela Federação Médica Brasileira - FMB. Essa luta não é apenas dos médicos, mas de todos os pernambucanos. A luta pela saúde não é somente da classe médica, mas de toda a sociedade. Vivemos tempos difíceis em que nossos médicos encontram condições precárias de trabalho e são perseguidos pelo próprio governo. E é justamente nesses momentos difíceis que essa vocação prevalece e surgem superação, resistência e luta. Não desistir e seguir em frente, essa é a nossa maior vocação. Sou mais meus médicos.

www.simepe.org.br |

simepe

Dr. Aurélio Costa CRM 11.646


EXPEDIENTE

SUMÁRIO

INFORMATIVO MÉDICO É uma publicação do Sindicato dos Médicos de Pernambuco – SIMEPE. Av. João de Barros, 587, Boa Vista CEP: 50100-020 – Recife – PECentral Telefônica: (81) 3322.7095 e-mail: imprensa@simepe.org.br site: www.simepe.org.br

IMPRENSA SIMEPE

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Presidente Mário Jorge Lemos de Castro Lobo Vice-presidente Tadeu Henrique Pimentel Calheiros Secretária Geral Claudia Beatriz Câmara de Andrade Diretora de Assistência ao Associado Maria de Lourdes C. David Diretor Financeiro Fernando Henrique de S. Cabral

ENTREVISTA Sindicalismo com Ética e Compromisso

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REGIONAL

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PERFIL

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MOBILIZAÇÃO

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ARTIGO

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FÓRUM

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MIX

Médicos de Caruaru aprovam recomposição salarial

Antonio Lopes Ética na medicina

10

OPINIÃO

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SPA PEIXINHOS

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CAPA

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DEPOIMENTO

29

EVENTOS

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ARTIGO

Sus. Quem paga a conta?

Reabertura do plantão noturno

Gratificação de Plantão

Diretor de Inativos José Alberto Vieira Rosa Diretor de Políticas de Saúde Suplementar Álvaro Augusto C. M. Campos Diretor de Relações Intersinstitucionais Walber Stefano Conselho Fiscal Romeu Krause Gonçalves Mário Fernando Lins Marcelo de Arruda Marinho Falcão Jornalistas Responsáveis: Chico Carlos (DRT-PE 1268) Natália Gadelha (DRT-PE 4947) Estagiária: Luciene Rodrigues

Regeste da Residência Médica

Vítma ou Culpado?

Zika Vírus: Mitos e Verdades

Consiência limpa

Show, Dia do Médico e Forró

Encantadoras de Serpentes

Imagens: Assessoria de Imprensa do Simepe Diagramação e arte final: M4Web www.m4webapp.com.br Impressão – NGE Gráfica Tiragem – 14.000 exemplares

Dicas de Filmes e Músicas

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ENTREVISTA TADEU CALHEIROS

Tadeu Calheiros: sindicalismo com ética e compromisso

Uma das bandeiras de luta do Sindicato é garantir condições dignas de trabalho. O que é necessário para que a saúde pública realmente funcione em padrões adequados e eficientes? 2015 foi um ano crítico para o País e a crise econômica afetou serviços essenciais aos cidadãos. Muitos governos usam a situação para justificar os problemas. É possível considerar o atual cenário da saúde pública de Pernambuco como reflexo dessa conjuntura? Sem dúvida que sim. É inegável a existência de uma crise econômica no País, porém apesar de agravados os problemas da saúde, como a superlotação, desfalque de profissionais e subfinanciamento da saúde antecedem a crise. Não só a saúde, mas todos os serviços públicos do Brasil estão se deteriorando. O País está desgovernado, afundado em uma crise moral e ética. REVISTA SIMEPE | 08

Precisa de ações e não só promessas. O principal ponto é o adequado financiamento, como a destinação de 10% do PIB. Saúde deveria ser prioridade a qualquer nação, e é cara, não dá para improvisar. Outro ponto importante é a valorização profissional, com Carreira de Estado para médico, com justa e progressiva remuneração, integralidade na aposentadoria, ambientes de trabalho dignos e bem dimensionados à demanda de usuários. É preciso uma política séria e de atitude. Por representar a voz da categoria, o Simepe recebe muitas denúncias. Quais são os principais problemas relatados pelos médicos e pontos críticos em Pernambuco?

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Principalmente denúncias sobre precariedade das condições de trabalho, falta de leitos, medicamentos, profissionais para completar escalas de trabalho, remuneração, segurança. Em Pernambuco, como no restante do país o quadro é o mesmo.

e tudo isso gera uma força que faz me engajar juntamente com outros colegas que pensam assim, e me dedicar à causa da categoria.

As entidades médicas de Pernambuco têm um entrosamento saudável, visto em alguns poucos estados do País. Em que esse tipo de relação favorece a categoria? Favorece na medida em que soma esforços e energia para atingir o bem comum, que é uma medicina digna para a população, exercida dignamente em condições ideais. O médico, enquanto suas entidades, tem uma força incomensurável. Politicamente, o último ano foi conturbado e parece que o cenário se manterá ainda nos próximos meses. Qual o posicionamento do Simepe em relação a esta situação? Vamos manter e intensificar um posicionamento firme e embativo, denunciando o caos da saúde e cobrando soluções de todos os entes que possam modificar este cenário, inclusive promovendo ações judiciais quando necessário. Continuaremos com ânimo redobrado, as ações que temos empreendido e neste ano com foco nas questões salariais, principalmente a nível de estado e município. A classe médica é reconhecida pela união. Será essa a diferença que estimula os profissionais, a cada vez mais, mobilizarem-se em defesa de seus direitos? É um dos pontos. Mas há também o inconformismo com a precariedade da saúde e o sentimento de necessidade de mudança desta realidade somado à certeza de que a categoria mobilizada pode modificar o cenário. Afinal o Sindicato é o instrumento e a força é a categoria. Como surgiu esse engajamento de lutar por causas coletivas? O meu engajamento se deu através da capacidade de me indignar com a injustiça. Vi e vejo a luta diária minha e de meus colegas para atender o melhor possível a população carente, roubada na sua cidadania. Vi e vejo os governos usarem o médico como bode expiatório da situação precária e desumana na saúde pública,

O Simepe iniciou o ano com uma campanha publicitária, com o slogan: Sou Mais Meus Médicos. Qual a mensagem que ser quer passar? Resgatar a valorização dos verdadeiros abnegados profissionais médicos brasileiros, que apesar de todas as adversidades relatadas nesta entrevista, continuam, a custa de esforços pessoais a minimizar o caos na saúde e a proporcionar um melhor atendimento à população. Médicos estes que o Governo Federal tentou desqualificar para promover um programa mais eleitoreiro do que efetivo. Sempre seremos, sob quaisquer circunstâncias, Mais Nossos Médicos.

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OPINIÃO FERNANDO CABRAL

SUS. Quem paga a conta? N

ascido com a Constituição Federal de 1988, o SUS tem sido uma das maiores políticas públicas de inclusão social em nosso país. O acesso ao SUS é universal e gratuito. Quem antes não tinha acesso aos serviços públicos de saúde, passou a contar com esta proteção. Assim, foi aumentada a oferta dos serviços da atenção primária e se inicia um processo de regulação no acesso aos serviços de maior complexidade. O gasto público em saúde no Brasil é de aproximadamente 47% do gasto total em saúde, porém este gasto não é suficiente para cumprir o texto constitucional de 1988. Nos países mais desenvolvidos essa participação chega a 62% do gasto total. Portanto mais da metade dos gastos em saúde no Brasil ainda são privados, sendo pagos pelas famílias - trabalhador pagando diretamente, ou por empresas para os seus empregados. Quando se estuda a relação entre os gastos e os resultados em saúde, comparado com 48 países - pesquisa Bloomberg, o Brasil foi considerado um dos menos eficientes. Dessa forma se conclui que gastamos pouco e mal. A aprovação da emenda constitucional - EC 29, ocorrida no Senado Federal em dezembro de 2011, e sancionada pela Presidência da República em janeiro de 2012. Os estados mantiveram a obrigação de investir 12% da arrecadação com impostos e os municípios 15% para a saúde. A união cabe aplicar o montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, acrescido de no mínimo o percentual correspondente a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior. Entende-se assim que quando o PIB apresenta um crescimento pequeno, os recursos para a saúde não acompanharão na velocidade necessária para contemplar os direitos constitucionais.

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Surge em 2013 o “ saúde + 10”, na intenção de garantir que os recursos federais para saúde representassem pelo menos 10% da receita corrente bruta da união. Os desafios do SUS são muitos. No âmbito do financiamento é necessário garantir os recursos suficientes para que possa estar assegurada a assistência de qualidade à população. Garantir um melhor uso desse recurso, aumentando a eficiência do sistema e a fiscalização para reduzir a corrupção e o mau uso do dinheiro público. O Sistema Único de Saúde (SUS) não é um sistema totalmente estatal, cerca de 2/3 dos leitos hospitalares pertencem ao setor não estatal, ou seja, filantrópico e lucrativo. É necessário, portanto, aumentar os níveis de controle/ coordenação entre o SUS e a saúde suplementar. A política de recursos humanos do SUS, também é outro enorme desafio. Fica evidente que os gastos públicos em saúde no Brasil, são muitos baixos quando comparados com outros países. O nosso gasto total em saúde é de US$ 1.009,00, sendo o gasto público per capita US$ 474,00. Esse valor é muito inferior aos valores praticados em países desenvolvidos é inferior também a vários países da América Latina como Argentina US$ 851,00, Chile US$ 562,00, Costa Rica US$ 825,00, Panamá US$ 853,00 e Uruguai US$ 740,00. Infelizmente esses dados não conseguem sensibilizar nossa classe política, no intuito de promover um aumento no financiamento do sistema, permitindo tornar realidade a cobertura universal em saúde.

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“A aprovação da emenda

constitucional - EC 29, ocorrida no Senado Federal em dezembro de 2011, e sancionada pela Presidência da República em janeiro de 2012. Os estados mantiveram a obrigação de investir 12% da arrecadação com impostos e os municípios 15% para a saúde.

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NOTAS THAIS ARRUDA

Médicos de Caruaru aprovaram recomposição salarial O ano foi de ganhos para os médicos de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Ainda em dezembro de 2015 os profissionais que atuam em Caruaru se reuniram no auditório da Sociedade de Medicina e definiram em Assembleia Geral pela aprovação da proposta de recomposição salarial no percentual de 8,5% confirmada pela gestão municipal, a ser aplicada na remuneração dos profissionais. A proposta, representou uma das principais reivindicações da campanha salarial de 2015. De acordo com informações do diretor regional do Simepe, Paulo Maciel, os médicos reivindicavam o cumprimento dos itens do Termo de Acordo e Compromisso (TAC), firmado em agosto passado. No período foi realizada uma série de reuniões entre os representantes do Simepe e as secretarias de Saúde e Administração de Caruaru. Depois de intensos debates, as negociações avançaram e a Prefeitura de Caruaru assumiu o compromisso de cumprir o TAC. “Nós conquistamos a abertura de concurso público para cargos efetivos no primeiro semestre

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“Em um ano de dificuldades

políticas e econômicas, mostramos mais uma vez à gestão de Caruaru a importância do trabalho dos médicos e médicas que atuam na rede municipal de saúde.

do ano que se inicia, segurança nas unidades de saúde que funcionam 24 horas, pagamento de remuneração mensal em folha única, cumprimento efetivo do PCCV e da Produtividade, e, sobretudo, a incorporação da gratificação de plantão”, assinalou. Na opinião da médica Ana Carolina Oliveira, a vitória da categoria é fruto da luta e mobilização, além de ser resultado da capacidade política de negociação das lideranças do Sindicato dos Médicos de Pernambuco. “Em um ano de dificuldades políticas e econômicas, mostramos mais uma vez à gestão de Caruaru a importância do trabalho dos médicos e médicas que atuam na rede municipal de saúde. A conquista é nossa, como também da população da terra de Vitalino”, acrescentou Ana Carolina.

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Reabertura do plantão noturno do SPA de Peixinhos

NOTAS CHICO CARLOS

O

relógio apontava 17h25, quando o promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Saúde Pública (CAOP), Édipo Soares, e a promotora de Justiça Maísa Melo retornaram ao auditório o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Promotoria de Justiça de Olinda na tarde da terça-feira (24/11), para anunciar a decisão pela retomada do atendimento noturno do Serviço de Pronto Atendimento Adulto e Infantil de Peixinhos (SPA), a partir de 1º dezembro de 2015. O cenário, antes de tensão e expectativa, mudou completamente. A notícia era positiva.

população olindense. “A atual gestão está se utilizando da crise econômica do país para não cumprir seu devido papel de prestadora de serviços públicos”, reivindicou. O vicepresidente do Simepe, Tadeu Calheiros, considerou o resultado do movimento uma vitória. “Médicos, servidores, os usuários, a comunidade, as entidades médicas e o próprio Ministério Público colaboraram para esta conquista, onde o maior beneficiado é a população de Olinda. Foi o envolvimento de todos nesse abraço ao SPA de Peixinhos que assegurou aos olindenses o direito da assistência à saúde”, destacou.

A decisão foi acordada pelos promotores, com os secretários de Saúde e da Fazenda e Administração de Olinda, Teresa Miranda e José Alberto Costa, respectivamente, com o aval dos representantes do Simepe, Cremepe, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato dos Servidores Municipais de Olinda, além de parlamentares, lideranças comunitárias e moradores da circunvizinhança prejudicados com o fechamento do único serviço 24 horas.

No término da reunião, servidores, representantes de entidades sindicais, parlamentares e usuários do serviço comemoraram o resultado da audiência, e ressaltaram: A saúde é direito de todos e dever do Estado (artigo 196 da CF). Sorrisos e aplausos invadiram corações e mentes naquela terça-feira (24) do mês de novembro na Marim dos Caetés.

De acordo com a Secretária-Geral do Simepe, Cláudia Beatriz, a postura da Prefeitura de Olinda ao encerrar os atendimentos à noite, foi uma ação de descompromisso com a


NOTAS NATÁLIA GADELHA

Com movimento demissionário, médicos das Upas Imbiribeira e Caxangá revertem decisão de redução de profissionais No segundo semestre de 2015, os pediatras da UPA Imbiribeira vivenciaram um período conturbado, quando a direção da unidade de saúde reduziu o número de plantonistas inviabilizando a qualidade dos serviços. A equipe não aceitou a decisão e junto ao Simepe decidiu pela demissão coletiva, caso o número de profissionais não fosse regularizado. No dia 09 de novembro, treze dos quinze pediatras lotados na UPA protocolaram o pedido de demissão e cumpriram o prazo de aviso prévio. “A categoria decidiu não se submeter mais às tais condições de trabalho, pois o serviço começou a apresentar uma série de problemas e reclamações da população”, argumentou o diretor do Simepe, Walber Steffano. Em paralelo, o Simepe esteve reunido com o secretario de saúde de PE, Iran Costa, para mediar uma solução que resolvesse o embate dos profissionais e garantisse o atendimento à população. Após dias em negociação, a situação foi revertida e o serviço voltou a funcionar com dois plantonistas. Com o novo cenário, os pedidos de demissões foram desfeitos e o serviço funciona dentro da normalidade.

“Ter o sindicato ao nosso lado foi fundamental. Primeiro fomos atrás apenas de algumas informações , e a partir disso já sentimos que teríamos o apoio necessário. Fomos orientados a levar o movimento pra frente. No período em que nossas reivindicações aconteciam, tinham vários outros movimentos acontecendo em paralelo e deu pra ver de perto que o Simepe é uma arma forte, que muitas vezes nem sabemos que temos”, Lissandra Moura – pediatra da Upa Imbiribeira Caxangá - Os médicos da UPA Caxangá também passaram pela mesma situação. Redução do corpo clínico. Foram 21 pedidos de demissão, no total de 25 médicos. A categoria também denunciou as precárias condições de trabalho e a falta de insumos para atendimento básico. Na ocasião, a administração da UPA alegou que o corte de médicos foi imposto por causa da determinação econômica do governo. A situação foi revertida, após várias negociações entre o Sindicato, SES e o Hospital Maria Lucinda (organização gestora da unidade). A gestão recuou com a decisão de reduzir o número de plantonistas.


NOTAS NATÁLIA GADELHA

Caso de agressão no HUP alerta sobre o descaso também nas unidades da saúde mental

do pagamento dos salários), de profissionais para recepcionar os pacientes e outros problemas foram denunciados pelo Simepe e Cremepe. Um dia após o episódio, representantes do Simepe estiveram na emergência do HUP e conversaram com o corpo clínico, na qual ficou constatada a dificuldade de manter o serviço nas condições apresentadas. Os médicos relataram a gravidade em exercer suas funções num ambiente de ameaça à integridade física. De acordo com o vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, o problema foi denunciado ao Ministério Público de Pernambuco, por meio de uma ação pública. O Cremepe decretou interdição ética do serviço, após a fiscalização detectar a precariedade na infraestrutura. Após as ações das entidades médicas algumas melhorias foram realizadas, entre elas, a mudança da diretoria e a normalização da vigilância na unidade de saúde.

O Hospital Ulysses Pernambucano (HUP) é a única emergência psiquiátrica de Pernambuco, e ainda assim enfrentou nos últimos anos o esquecimento do poder público. No dia 24 de agosto do ano passado, uma assistente social do HUP foi agredida por um dos pacientes que aguardava atendimento. Ela teve uma fratura no nariz. A falta de vigilantes no local (em greve devido ao atraso

Simepe lança campanha Sou Mais Meus Médicos Para fortalecer a luta da classe médica por melhores condições e, ao mesmo tempo , beneficiar a sociedade pernambucana com serviços de melhor qualidade e profissionais motivados, o Simepe lançou a campanha “Sou Mais Meu Médicos”. Através de diversos meios de comunicação e peças publicitárias, o Sindicato frisou a importância de enaltecer a vocação e o orgulho dos médicos de Pernambuco em momentos difíceis. Na realidade, esta campanha contou com a adesão e a participação ativa da própria classe médica, ajudando a divulgar importantes demandas e conquistas da categoria nos últimos anos.


RECONHECIMENTO IMPRENSA SIMEPE

Medalha Naíde Teodósio As médicas Alexina Lucia Calle de Paula Witt (Medicina de Comunidade e Família), Cleone de Novaes Barros Albuquerque (Obstetrícia e Ginecologia) e Gisélia Alves Pontes da Silva (Pediatria) foram as homenageadas da Medalha Naíde Teodósio 2015. A solenidade foi realizada no dia 27 de março, no auditório da Associação Médica de Pernambuco (AMPE), bairro da Boa Vista/Recife. A Medalha de Honra ao Mérito Naíde Teodósio é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido por profissionais da área médica, em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), visando uma medicina mais humanizada e de qualidade.

Medalha São Lucas No dia 14 de outubro, os médicos Edmundo Ferraz, Jairo de Andrade Lima e Mário Fernando Lins receberam, em solenidade de comemoração ao Dia do Médico, na Associação Médica de Pernambuco (AMPE), a Medalha São Lucas. Personalidades das mais diversas áreas da medicina pernambucana estiveram presentes ao acontecimento médico-social. Criada em 1969 pelos presidentes em exercício das três entidades médicas de Pernambuco (Conselho Regional de Medicina – Cremepe, Sindicato dos Médicos – Simepe e Ampe), a outorga é entregue anualmente, desde então, a médicos que têm sua trajetória profissional reconhecida, servindo como exemplo para os demais profissionais.

AMB nomeia pernambucano para coordenação da Comissão Nacional de Honorários Médicos A Associação Médica Brasileira (AMB) indicou o presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos de Pernambuco (CEHMPE), Mário Fernando Lins, para a Coordenação da Comissão Nacional de Honorários Médicos (CNHM). O posto é um reconhecimento do trabalho feito em prol da categoria médica em Pernambuco. Mário Lins é uma referência de trabalho, determinação e compromisso, em defesa das pautas da classe médica, com atuação destacada como ex-presidente do Simepe.

Mário Fernando Lins - Presidente da CEHM-PE

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NÃO DESISTIR E SEGUIR EM FRENTE, ESSA É A NOSSA MAIOR VOCAÇÃO. Plano de cargos, carreiras e vencimentos. Carreira de estado para os profissionais de saúde. Essa luta não é apenas dos médicos, mas de todos os pernambucanos. A luta pela saúde não é somente da classe médica, mas de toda a sociedade. Vivemos tempos difíceis em que nossos médicos encontram condições precárias de trabalho e são perseguidos pelo próprio governo. E é justamente nesses momentos difíceis que essa vocação prevalece e surgem superação, resistência e luta. Não desistir e seguir em frente, essa é a nossa maior vocação. Sou mais meus médicos.

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Dra. Paula Oliveira CRM 16.737


FISCALIZAÇÃO IMPRENSA SIMEPE

Entidades Médicas denunciam o caos na saúde no setor DST/Aids. O vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, participou das fiscalizações e lamentou o que viu nos corredores dos hospitais. “Pacientes amontoados, alocados em macas, cadeiras e até no chão. Essas e outras denúncias têm chegado com frequência ao Sindicato”, afirmou. Ainda de acordo com ele, a fiscalização nos hospitais foi um dos pleitos do movimento dos residentes, que denunciaram, recentemente, os problemas. “Os médicos relatam estar no limite dessa situação”, concluiu Calheiros.

A

s entidades médicas de Pernambuco (Simepe e Cremepe) apresentaram no dia 13 de janeiro, durante coletiva à imprensa, o resultado das fiscalizações realizadas em sete hospitais da rede pública (Hospital das Clínicas, da Restauração, Barão de Lucena, Getúlio Vargas, Otávio de Freitas, Dom Helder Câmara e Pelópidas da Silveira). Na ocasião estavam presentes os diretores gerais das unidades de saúde já citadas, além dos hospitais Agamenon Magalhães, Correia Picanço, de Câncer, Miguel Arraes, Oswaldo Cruz, Palmares, Procape, Cisam e Imip. Eles foram convocados pelo Cremepe para informar as deficiências dos serviços. Assim como no resultado das fiscalizações, os diretores dos hospitais apontaram insuficiência de leitos, escalas incompletas, escassez de insumos, superlotação e condições de trabalho precárias. De acordo com o levantamento, há, no total, carência de 305 leitos e 732 médicos nos 16 hospitais mencionados. Todas as unidades tiveram dificuldade para receber os repasses financeiros em outubro, novembro e dezembro de 2015 e houve corte de verba pelo Ministério da Saúde REVISTA SIMEPE | 18

Para o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues, é imprescindível a reabertura dos leitos fechados, provimento de médicos por concurso público e alocação de verbas reajustadas viabilizando suprir a necessidade de insumos. “A intervenção para solucionar esses problemas é urgente, pois alguns destes hospitais já apresentam cenário para interdição ética”, alertou Rodrigues. O presidente do Simepe, Mário Jorge Lobo, considerou a reunião com os diretores dos hospitais e a denúncia à imprensa como um avanço, um alerta para uma situação ainda pior, caso não haja soluções imediatas. “Agora os problemas da saúde já não são mais restritos aos bastidores do SUS e ao cotidiano dos profissionais que enfrentam isso diariamente. A situação está posta”, finalizou. Diante dos problemas já constatados, o Conselho encaminhou o relatório, com fotos e vídeos coletados nas fiscalizações, ao secretário de saúde de Pernambuco (SES-PE), aos Ministérios Público Estadual e Federal e solicitará audiência de urgência ao governador do estado, Paulo Câmara.

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PERFIL CHICO CARLOS

Antônio Lopes Miranda: Exemplo de compromisso ética com a medicina

A

ntônio Lopes Miranda, pernambucano de Moreilândia, médico cirurgião- geral, formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 08/12/1972), numa turma de 213 colegas. Os médicos Humberto Câmara e Luciano Siqueira foram colegas de turma, mas não colaram grau. Ao longo dos 43 anos de profissão ensinou e aprendeu com uma gama expressiva de médicos. Casado, pai de dois filhos, é o primeiro médico da família que começou as primeiras lições na Escola Reunidas dos trabalhadores rurais do Sitio dos Moreiras, município de Serrita. Em seguida, foi para o Ginásio Municipal de Salgueiro, onde prestou exame para admissão. Os cursos ginasial e cientifico foram feitos no Colégio Salesiano do Sagrado Coração/Recife, entre os anos de 1960 e 1966. Foram momentos de lições e experiências inesquecíveis. Quem luta, conquista. Em verdade, antes de ser o médico, Antônio Lopes sonhava em ser aviador, pois gostava de viajar nas “asas da imaginação pelos céus da América do Sul”. Mas, a vida tem dessas coisas. Ele seguiu a medicina. Com afinco se dedicou aos estudos e escreveu sua própria história. Na UFPE, por exemplo, teve dois grandes mestres: os professores Bezerra Coutinho e Hélio Mendonça. Cada um no seu estilo de forma irrepreensível. Logo depois da formação acadêmica, doutor Antônio Lopes, entrou no Exército em 1973, onde se formou como oficial médico e ficou no posto de major por 13 anos, tendo pedido baixa por

proibição de trabalhar no meio civil. Mas, é inegável, o Exército foi outra importante escola de vida. Trabalhou como médico nos hospitais: Barão de Lucena, Geral do Recife e Restauração, onde exerceu todos os cargos, ganhou respeito e credibilidade. É um apaixonado pelo HR e explica por que: “O HR é um exemplo, uma referência, para todos os médicos. Lá tem os mais completos e competentes profissionais”. Pelo fato de ter maior contato com o paciente, a medicina de ontem era mais clínica e pedagógica. Mesmo assim, ele reconhece que a tecnologia de hoje possibilitou avanços e tem ajudado aos médicos em seus diagnósticos, tratamentos e cirurgias. Do ponto vista da união das entidades médicas, ele considera que os frutos plantados pelo Simepe, Cremepe e AMPE são sempre de boa colheita. “O entrosamento, a participação e a mobilização nos últimos tempos continuam fazendo a diferença.”, pontou. Um médico virtuoso que fez da medicina a sua própria essência de vida, com inúmeros cursos, concursos, atividades de ensino e pesquisa, estágios, além de atividades culturais, títulos, menções honrosas e condecorações.

Antonio Lopes Cirurgião Geral

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CAPA THAIS ARRUDA

Incorporação da gratificação de plantão: conquista histórica para a classe médica Resultando em uma conquista histórica para a categoria médica estadual, a incorporação da gratificação de plantão foi uma das lutas em destaque do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) no ano de 2015. O ganho foi anunciado e aprovado em Assembleia Geral (AGE) em dezembro do ano passado, no auditório da Associação Médica de Pernambuco (AMPE), no bairro da Boa Vista. A aprovação da lei garante tornar permanente o recebimento da Gratificação em Regime de Plantão, determinando o benefício de pelo menos 15 anos de serviço para mulheres e 17 anos e seis meses para homens. Apesar da adoção da medida, o Simepe reitera que esta não implica garantia de saída de plantão, mantendo-se a mesma prática atual para a mobilidade interna de regime de plantão para diarista. A conquista representa muito para os médicos plantonistas e faz justiça a uma formação tão árdua que é prestar assistência em jornada de plantão nas urgências e emergências do estado.

Para a secretária geral do Simepe, Claudia Beatriz, esse pleito era bastante aguardado pelos médicos e representa uma das maiores vitórias do Sindicato. “Os médicos dedicam os seus melhores dias da vida e carreira ao serviço e quando se afastavam e se aposentavam perdiam a gratificação de plantão, alguns até adiavam sua aposentadoria por este motivo, com a incorporação da gratificação na metade do tempo de serviço vem a gratidão que esta dedicação não foi em vão”, comemorou Claudia. Durante a ocasião ainda foi apresentado à categoria um conjunto de propostas feitas pelo Governo do Estado, em resposta à reivindicação dos profissionais. Nas negociações entre Sindicato e Secretaria de Saúde ficou acordado o compromisso do governo em realizar concurso público, para recompor os quadros permanentes de médicos dos hospitais públicos do estado, cujas nomeações seriam efetivadas a partir da permissão legal, em função das limitações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O Sindicato continua em alerta para que a data de


realização de concurso público seja anunciada ainda no primeiro semestre de 2016.

Histórica e marcante Para o presidente do Simepe, Mário Jorge Lobo, o feito histórico para os médicos da rede estadual de saúde deve ser exaltado. Lobo justificou: “ As lutas sempre pontuaram as mesas de negociação das entidades médicas com os representantes do governo estadual. Enfim, a conquista da gratificação de risco, em regime de plantão, que valoriza o trabalho médico, principalmente, no momento da aposentadoria, é histórica e marcante para todos nós”, enfatizou. Na opinião do presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Sílvio Rodrigues, a mobilização e o compromisso dos médicos foram peças fundamentais nessa importante conquista. “Lutamos com compromisso e disposição, por mais de 15 anos em busca da incorporação da gratificação de plantão dos médicos do Estado. Agora, temos que comemorar e, ao mesmo tempo, continuar na luta sempre em defesa dos interesses da classe médica”, frisou o presidente da entidade.

Reconhecimento O vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, acredita que a incorporação da gratificação de plantão representa um reconhecimento, uma grande vitória para toda a categoria médica, bem como estimula o trabalho dos médicos mais jovens que atuam nas emergências e urgências do serviço público de saúde. Ele comentou ainda que “outros critérios serão definidos, a partir de março de 2016, conjuntamente entre o sindicato e gestão”. Entre outros ganhos para categoria estão, por exemplo, a nomeação dos médicos concursados, publicação do Decreto nº 42.130 sobre progressão por desempenho horizontal dos servidores médicos licenciados para o exercício de mandato em sindicato ou associação representativa da categoria; elaboração do Projeto de Lei que assegura a progressão decorrente de avaliação de desempenho para os médicos da Secretaria Estadual de Saúde (SES), cedidos e em exercício, em funções inerentes ao Sistema Único de Saúde (SUS); e a decisão de tornar permanente o recebimento da Gratificação de Risco. Além disso, o governo anunciou manter o compromisso em relação à mesa de negociação para negociar a campanha salarial referente ao ano de 2016.


MOBILIZAÇÃO NATÁLIA GADELHA

O resgate do Movimento da Residência Médica em Pernambuco


E

m 2015, Pernambuco viu ressurgir uma força esquecida: a união dos médicos residentes. Uma causa dentre tantas, a luta em defesa de melhores condições de ensino desencadeou quatro exitosos movimentos que reuniram aproximadamente 1000 residentes em manifestações de rua. Os três anos sem representação política e liderança na Associação Pernambucana de Médicos Residentes (APMR) não impediram os residentes de reconhecerem seus direitos e brigar por eles. A insatisfação com a escassez de investimentos nos hospitais escolas e a desvalorização da residência médica despertou o sentimento da necessidade de mudança. Esses foram alguns dos pilares que motivaram os residentes do Hospital das Clínicas (HC) de Pernambuco a cobrarem publicamente soluções a respeito do sucateamento da unidade de saúde. As principais reinvindicações foram relacionadas à falta de medicamentos, materiais e equipamentos para exames laboratoriais básicos. Sem resultados efetivos nas negociações internas entre residentes e direção do hospital, o movimento se intensificou e a greve foi deflagrada. O Simepe protocolou uma ação civil no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciando a situação do hospital. Para o residente em acupuntura do HC, Pedro Costa, o momento pedia uma organização da categoria enquanto grupo para defender as melhorias desejadas.

“Tivemos disposição para nos unir e cobrar as condições adequadas. A greve é só uma situação pontual dentro do movimento, mas a luta deve ser perene”, pontuou. Além de apoiar o movimento, as entidades médicas participaram das negociações e a greve teve fim após a reabertura do canal de dialogo entre as partes, no que resultou em ganhos de curto, médio e longo prazo. Na ocasião, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) reuniu os coordenadores das residências do HC para apurar com mais precisão as necessidades dos serviços e solicitar as adequações.

“O momento pede um basta.

Existe a necessidade de mudança, de por fim às condições precárias de atendimento oferecidas aos pacientes, à escassez de medicamentos, equipamentos e insumos, à superlotação e a desvalorização da Residência Médica - Marcus Villander, residente de clínica médica.


A gestão apontou a crise econômica como agravante do cenário da saúde em todo o estado. A empresa responsável pela contratação da vigilância e limpeza do HGV atrasou os salários, por falta do repasse de recursos. Após tensionamento e cobrança dos residentes para solucionar a questão da insegurança, a situação foi apaziguada com a regularização das pendencias financeiras com os vigilantes.

HUOC O mesmo sentimento de insatisfação incomodou também os residentes do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) vinculado à Universidade de Pernambuco (UPE). A cobrança foi por qualidade nos serviços e decidiram pleitear esse direito. O movimento pediu das autoridades e órgãos responsáveis soluções para a falta de antibióticos, outros medicamentos e insumos. Essas eram as principais razões para os cancelamentos das cirurgias. Em advertência às dificuldades existentes e a falta de resolutividade, os residentes paralisaram os atendimentos por 24 horas. Já mobilizados, seguiram em passeata até o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo, onde uma comissão formado por oito residentes apresentou durante reunião com secretárioexecutivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, os pleitos do movimento. Foi construido um canal de negociação e os pontos de reivindicações foram discutidos e atendidos paulatinamente.

HGV Os problemas atingiram toda rede pública e a crise chegou forte no Hospital Getúlio Vargas (HGV) e, novamente, os médicos residentes deram o “grito” de socorro. A falta de segurança foi o estopim. Servidores e pacientes sentiamse ameaçados com a insegurança no hospital. Os vigilantes contratados para assegurar a tranquilidade no hospital estavam há meses com salários atrasados. O residente de ortopedia do HGV, Mauriston Martins, relatou a situação como o limite. “A unidade ficou exposta e sofreu com ações de vândalos, furtos e violência. Foi um período difícil e inadequado para exercer as atividades e prestar atendimento digno à população. Estava insustentável”, pontuou.

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“A luta foi legítima e a causa mais que justa. Os residentes merecem valorização. A residência é um período fundamental na formação do médico especialista - Tadeu Calheiros, Vice-presidente do Simepe

Movimento Nacional dos Médicos Residentes Os anseios por qualidade na residência médica ganharam novas dimensões e a Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) deflagrou um movimento único. 21 estados mobilizados. Pernambuco aderiu ao chamado nacional e deflagrou a greve no dia 9 de dezembro, mantendo 30% dos serviços em funcionamento. As reivindicações foram pelo fim dos cortes nos recursos para a área da saúde, melhores condições de trabalho, reajuste salarial, auxílio moradia e qualidade na formação da residência. Durante os 15 dias em que estiveram em greve, os médicos residentes de Pernambuco se mobilizaram constantemente para chamar a atenção pública para as bandeiras de luta da categoria. Notou-se um engajamento fervoroso no grupo que fez da união o principal instrumento de luta. Realizaram incansáveis assembleias gerais, passeatas, atos públicos, ações de saúde e cidadania, além de participarem de reuniões com parlamentares e construir um canal de diálogo com o Ministério da Educação. “O momento pede um basta. Existe a necessidade de mudança, de por fim às condições precárias de atendimento oferecidas aos pacientes, à escassez de medicamentos, equipamentos e insumos, à superlotação e a desvalorização da Residência Médica”, relatou o residente Marcus Villander. Os resultados do movimento foram importantes e positivos: articulação política, engajamento da classe, formação de comissão para discutir a

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residência médica na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), levantar a discussão junto a população sobre os problemas nos serviços de saúde, reajuste na bolsa residência de 11,9%, garantia da regulamentação do auxilio moradia, resolução do Cremepe da não obrigatoriedade de manter 30% dos residentes em serviço durante período de greve, além de resgatar o debate para reabertura da Associação Pernambucana dos Médicos Residentes (APMR). O vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, que acompanhou todos os movimentos puxados pelos residentes, considerou o ano de 2015 como o resgate da residência médica. De acordo com ele, com o apoio das entidades médicas em todas as situações, o grupo demonstrou maturidade, liderança e conhecimento para brigar e defender

o direito de aprender e exercer a medicina com excelência. “A luta foi legítima e a causa mais que justa. Os residentes merecem valorização. A residência é um período fundamental na formação do médico especialista”, destacou. Mesmo com o término da greve, decidido em assembleia da categoria realizada no dia 23 de dezembro, os médicos residentes decidiram ficar em estado de assembleia permanente, por entenderem que apesar de todos os avanços conquistados, ainda há muito pelo que lutar.

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DEPOIMENTO EVERTON ABREU

Consciência limpa “Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles” essa frase do jurista, escritor e político, Ruy Barbosa foi o que mais me marcou naquela tarde chuvosa de sábado em São Paulo. Era início de dezembro e fui o representante de Pernambuco no congresso da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR). Refleti por alguns momentos e não pude deixar de pensar na apatia ou medo de alguns colegas, a nacional já havia definido o início do movimento grevista. Começou o movimento e, desde antes, recebemos total apoio do Simepe e Cremepe. Os funcionários do sindicato estavam praticamente em dedicação exclusiva à nossa causa. Um apoio intenso e robusto não visto em estado algum, em certos lugares o movimento foi até criticado pelos órgãos de classe. Não havia resposta do Ministério da Educação(MEC). Fomos procurar o ministro da saúde que foi extremamente solícito, explicamos as dificuldades da residência médica, ele se surpreendeu com a maioria delas. Não dá para explicar a um paciente com câncer que estamos sem quimioterapia por conta da crise, nem ao residente de cirurgia em fim de estágio que não está operando por falta de recursos. REVISTA SIMEPE | 26

Nossa negociação nacional pouco avançara até então. Já em Pernambuco estávamos bem diferentes, fomos recebidos sempre que necessário pelo secretário de Saúde que ouviu nossas dificuldades e se comprometeu com elas, abrimos um caminho de diálogo permanente. Findada a paralisação que durou 14 dias. Fomos o estado com maior organização, um dos que teve maior adesão e tínhamos força e vontade para permanecer lutando por mais tempo. E sem duvida o Simepe e Cremepe foram fundamentais para isso. Houve avanços nacionais, sim, menos do que esperávamos. No estado conseguimos uma mudança de postura do governo quanto aos residentes, compromisso com data definida para reformas estruturais e agenda mensal de reunião com o secretário. Não obstante temos a maior vitória, que poucos podem ufanar-se, a vitória da consciência tranquila de ter feito a nossa parte e lutar pelo paciente e por melhor condição de aprendizado. Não nos acovardamos, e isso não há indisposição ou represália que paguem. Everton Abreu R2 de clinica médica do HBL

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NÃO DESISTIR E SEGUIR EM FRENTE, ESSA É A NOSSA MAIOR VOCAÇÃO. Concurso público para recomposição das escalas de plantão. Vínculo trabalhista legal e contra as terceirizações. Essa luta não é apenas dos médicos, mas de todos os pernambucanos. A luta pela saúde não é somente da classe médica, mas de toda a sociedade. Vivemos tempos difíceis em que nossos médicos encontram condições precárias de trabalho e são perseguidos pelo próprio governo. E é justamente nesses momentos difíceis que essa vocação prevalece e surgem superação, resistência e luta. Não desistir e seguir em frente, essa é a nossa maior vocação. Sou mais meus médicos.

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MATERNIDADE CLÁUDIA BEATRIZ

Vítima ou Culpado? Num cenário sem precedentes de caos pela desestruturação da rede e desobrigação das prefeituras e seus gestores, as maternidades da Capital ilustram cenas de terror. De quem é a responsabilidade? A atenção primária não responde com qualidade ao pré-natal por não ter exames em número suficiente; não ter agilidade nos resultados e há baixa confiança nos resultados dos exames. O acesso ao pré-natal de alto risco é difícil e patologias evitáveis não são diagnosticadas. Desolador. Numa sinfonia horripilante, as prefeituras municipais da Região Metropolitana não se organizam para regionalizar a assistência do parto no interior, que ao final do ano demitem profissionais médicos e só voltam a “contratar” a partir de fevereiro, pois necessitam ajustar suas contas. As maternidades do Recife e da Rede estadual estão estranguladas, gestantes se amontoam com seus familiares em triagens e outros setores da unidade de saúde, perdendo a dignidade. Usuários e profissionais são obrigados a conviver com o descaso. Escalas de plantão pra lá de incompletas, os serviços funcionam com o número de profissionais abaixo do mínimo, ficando setores com assistência precarizada e longo tempo de espera.

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O descompromisso impera como nunca visto. Não existem nomeações de novos profissionais, não se restringe atendimento e se empurra com a barriga a séria realidade dessas maternidades. Enfim, estado de emergência decretado. Na realidade as emergências obstétricas encontram-se em estado de emergência há muitos anos. As maternidades de alto risco superlotadas e os hospitais regionais sem funcionar adequadamente e sem responder as demandas, todas sob gestão estadual. O problema está evidente, não existe estruturação em rede hierarquizada. Estado e municípios não avançam em ordenar a assistência. Vai projeto, vem projeto ( Mãe Coruja, Rede Cegonha ...) e a realidade não muda. Todos se albergam e em uníssono falam a mesma língua “não posso, estou sobre a lei de responsabilidade fiscal, já atingi o limite prudencial”, a crise sofre um contingenciamento da saúde. As dificuldades são muitas, mas se viu nenhuma prefeitura sem prefeito, nenhuma secretaria sem secretário. Mas nossas maternidades estão sem médicos, enfermeiros e técnicos, todos aguardando concurso e nomeação. Os problemas são muitos, mas nos pleitos eleitorais não faltam candidatos e promessas. Enquanto isso, médicos trabalham exaustivamente nos serviços públicos e recebem opressões, ameaças como se fossem os culpados por este caos. Se expõem e pagam o preço da desassistência dos municípios e estados.

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EVENTOS IMPRENSA SIMEPE

Bell Marques animou bloco A Cobra

Dia do Médico: 1º Passeio Ciclístico

O baiano Bell Marques foi a grande atração do bloco A Cobra de Hipócrates – Ano VI, prévia de carnaval dos médicos de Pernambuco, realizada no dia 30 de janeiro, no Chevrolet Hall. O cantor elogiou a empolgação e animação dos médicos e agradeceu a receptividade dos pernambucanos. Além de axé, os foliões pularam também ao som do frevo do cantor pernambucano Almir Rouche. A festa é organizada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe).

Em comemoração ao Dia do Médico, 18 de outubro, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) realizou dois passeios ciclísticos, em Recife e Petrolina. Com o slogan “Vamos Pedalar por Saúde”, médicos, familiares e amigos pedalaram pelas principais ruas das cidades. “O passeio ciclístico superou as expectativas, muitos colegas participaram e elogiaram a ação do Simepe. O bem estar e a saúde são nossos principais objetivos e achamos oportuno comemorar nosso dia, estimulados a prática de atividades físicas”, comentou a diretora do Sindicato Malu David.

Arraiá dos Médicos Neste ano a tradicional festa de São João do Simepe foi realizada no Clube Português. As atrações foram a dupla sertaneja Felipe e Gabriel, os Corujas, Tangarás e Trio Pé de Serra. A festa contou com parques temáticos, quadrilha junina e barraquinhas com comidas típicas, além da participação dos médicos e seus familiares.


SAÚDE THAIS ARRUDA

Médicos e o surto da microcefalia em Pernambuco

D

iante de um cenário nunca visto, as Entidades Médicas de Pernambuco encontraram em 2015 o desafio de entender e gerar rodas de conversa entre os profissionais da categoria sobre o surto de microcefalia no país, com foco em Pernambuco. A malformação até o momento relacionada ao Zika vírus, uma das arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, moveu a categoria médica nacional em busca de respostas. Para atender à demanda de dúvidas e questionamentos que surgiu acompanhada do surto, as entidades médicas promoveram um fórum sobre o assunto que aconteceu no dia 21 de dezembro, no auditório do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), no bairro do Espinheiro. O encontro que teve a participação do Cremepe, Simepe e Associação Médica de Pernambuco (Ampe), promoveu uma discussão entre os profissionais de saúde com inclusão da sociedade civil, que também pode enviar dúvidas.

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Um boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde de Pernambuco alertou para o número de 1.185 casos notificados entre 1º e agosto de 2015 e 2 de janeiro de 2016, 444 casos prováveis de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), 94 casos confirmados (por meio de exames de imagem) e 61 casos descartados (após exames de imagem). Dos casos que seguem critério da OMS, 63, 3% ocorreram em bebês do sexo feminino e 35, 6% no sexo masculino. O levantamento da SES ainda constatou quatro óbitos de bebês diagnosticados com microcefalia em Pernambuco: dois do sexo masculino – natimorto (38 semanas) e natimorto de 33 semanas do Recife, e dois do sexo feminino – natimorto (40 semanas) de São Lourenço da Mata e o último com óbito após nascimento (40 semanas), de Ipojuca. Durante

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discussão do assunto que aconteceu no Cremepe, uma transmissão online disponibilizou o evento para centenas de pessoas através do link www. zikavirusmitoseverdades.com.br. Para o presidente do Cremepe, Silvio Rodrigues, o encontro foi uma atividade esclarecedora. Rodrigues prometeu que o conteúdo ficará disponível na internet para todos que ainda tiverem dúvidas sobre o tema. “Por ser uma doença emergente no Brasil, o Cremepe, cumprindo sua função social, tem o dever de manter os profissionais de saúde e sociedade esclarecida garantindo uma assistência adequada. As explicações ao vivo para todo o país e exterior (com transmissão online) também serão disponibilizadas em todo seu conteúdo nos portais das entidades”, explicou Rodrigues. Questões sobre a transmissão através do aleitamento, relações sexuais e por conta de vacinas, além de formas de tratamento também fizeram parte da pauta do encontro. Já para o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, que prestigiou o evento, a questão deve ser tratada a nível nacional e os fatores econômicos da assistência são importantes e devem ser considerados.

O presidente do Simepe, Mário Jorge Lobo, classificou o evento como “bastante positivo em vários aspectos de orientações e esclarecimentos, além de disponibilizar novas informações dos especialistas para os médicos e a população, devido aos casos de microcefalia associados ao Zika vírus continuarem crescendo no país”. Também fizeram parte da equipe de especialistas o infectologista Carlos Eduardo Padilha, a neuropediatra, Ana Van der Linden, o clínico geral, Carlos Brito, as infectologistas pediátricas Regina Coeli e Ângela Rocha, a obstetra e conselheira Luiza Menezes, e a neonatologista Jucille Meneses.

* Valores referentes a I Região

Distribuição dos casos de microcefalia em Pernambuco (Dados da SES - 2016 CIDADES

NÚMEROS

Abreu e Lima

10

Araçoiaba

1

Demonstrativo em Gráfico Abreu e Lima

Cabo de Santo Agostinho

23

Cabo de Santo Agostinho

Camaragibe

25

Camaragibe

Chã Grande

1

Chã Grande

Glória do Goitá

5

Glória do Goitá

11

Ipojuca

21

Ilha de Itamaracá

3

Itapissuma

4

Jaboatão dos Guararapes

74

Moreno

Moreno

12

Olinda

Olinda

34

Paulista

Paulista

24

Pombos

4

14

Vitória de Santo Antão

24

23 25 1 5 11 21

Ipojuca Ilha de Itamaracá

3

Itapissuma

4 74

Jaboatão dos Guararapes

12 34 24 4

Pombos

225

Recife

14

São Lourenço da Mata

225

São Lourenço da Mata

1

Igarassu

Igarassu

Recife

10

Araçoiaba

24

Vitória de Santo Antão 0

!1

75

150

225

300


ARTIGO ASSUERO GOMES

Encantadoras de serpentes Q

uem pode escapar aos encantos de Circe, ou dos cuidados de Hygiea ou de Panaceia? Quem sabe encantar a serpente do caduceu com tamanha graça e garra? Vejo mulheres guerreiras de branco, que geram vida, renda e cuidado para os seus, que defendem e sustentam seus lares, independentes de companheiros se os houver. Que se entregam à vida com unhas bem cuidadas, com suave força, de suas mãos poderosas, muitas vezes com luvas de látex, desafiando o destino de ser mulher no terceiro mundo.

Rita Lobato e Amélia Cavalcanti vão desafiando o tempo, as condições de trabalho, os companheiros, os filhos, a sociedade, os governos, as estruturas, as desigualdades, as injustiças, desbravando campos minados e desfraldando bandeiras ao vento que vem do amanhã. Vão vencendo o frio, o calor, o sono, as sogras, e escrevendo uma nova história, como diz um poema de um fado português, como a gaivota que enfrenta e vence a tempestade em mar alto.

Coração às vezes machucados às vezes em festa, músculos cansados de trabalho ou de exercícios roubados de um tempo escasso, corpo seu, guardado ou generoso, que protege as crias e enfrenta o mundo, que se entrega e se recolhe.

Quem transmigrou o caduceu de Mercúrio para o bastão de Esculápio certamente foi uma dessas deusas encantadoras de serpente. A serpente é símbolo de astúcia e de vitória sobre a morte, pois quando eminente seu final o réptil se desvencilha de sua pele (casca) deixando-a para trás e confundindo seu algoz consegue escapar, mas quem venceu a serpente?

Nada é alheio ao olhar dessas Dianas de Asclépio. Nada lhe foge ao mínimo detalhe, que lhe entrega uma intrusa ao menor movimento, mas que lhe cega ao primeiro encanto. Filhas de

Uma homenagem às médicas pernambucanas, que exercem seu ofício com dedicação e abnegação, enfrentando todo tipo de dificuldade, que são protagonistas dos próprios

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lares e responsáveis em grande parte ou porcentagem pelo custeio da vida da família. São maioria e grande responsável pela força de trabalho médico e ainda assim há discriminação recebendo, em alguns lugares, rendimentos menores que os percebido pelos médicos. Independentes, essas guerreiras de branco não se deixam cooptar por favores de governos nem de quem quer que seja, pois com suas mãos limpas, lavam as feridas do descaso da nação, enxugam as lágrimas de muitas mães pacientes e de muitas crianças doentes, minoram a dor e o sofrimento de um país enfermo de cidadania. Entre plantões, ambulatórios, clínicas e consultórios vão deixando suas marcas de vida vitoriosa, e seus exemplos são e serão sempre um motivo de orgulho para a Medicina de Pernambuco e para todo estado. Quem encanta a serpente do Bastão de Esculápio senão uma bela Circe de Calcutá, refletida nos espelhos de Tejucupaco.

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“Entre plantões,

ambulatórios, clínicas e consultórios vão deixando suas marcas de vida vitoriosa, e seus exemplos são e serão sempre um motivo de orgulho para a Medicina de Pernambuco e para todo estado.”

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MIX CHICO CARLOS / ASSUERO GOMES

Música Isso aqui tá bom demais Artista: Dominguinhos Com Participações especiais de Chico Buarque na faixa título “Isso aqui tá bom demais”, de Luiz Gonzaga na música “Numa sala de reboco”, e de Sivuca e Chiquinho do acordeon na faixa instrumental “Nilopolitano”. Considerado o sanfoneiro mais importante do país e herdeiro artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com 8 anos. Aos 13 anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos mais tarde o consagrou como herdeiro artístico. Instrumentista, cantor e compositor, Dominguinhos ganhou em 2002 o Grammy Latino com o “CD Chegando de Mansinho”.

Filme Cidadão Kane

Ao longo da carreira, fez parcerias de sucesso com músicos como Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia e Djavan. O músico Dominguinhos morreu em 23/07/13), aos 72 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão. Este disco, o 19º de sua carreira é considerado pela crítica como um dos melhores. Lançado em 1985, tem produção executiva de Oséas Lopes, arranjos e regência de Chiquinho do acordeon, sanfonas de Dominguinhos, Sivuca e Chiquinho do acordeon, violão de José Carlos, baixo de Luisão, zabumba de Francisco Nonato, guitarra de Zé Menezes e ritmo de Manoel Serafim e Hermelinda Lopes. Destaque para “Anjo da guarda” de Dominguinhos e Nando Cordel. Bom demais.

Lançamento: 16 de junho de 1941 (1h59min) Dirigido por: Orson Welles Elenco: Joseph Cotten, Dorothy Comingore, Agnes Moorehead Gênero: Drama Nacionalidade: EUA

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Obra prima do cinema de todos os tempos. Faz parte da lista de todos os críticos sérios. Muitos o consideram o melhor filme jamais produzido. A maneira como Orson Welles o dirigiu é tremendamente original, até hoje. A história de um político corruto americano, que com as devidas adaptações tupiniquins, são perfeitamente aplicáveis a Brasília. Procurem descobrir o simbolismo de Rosebud (botão de rosa) que o personagem procura a vida inteira.


NÃO DESISTIR E SEGUIR EM FRENTE, ESSA É A NOSSA MAIOR VOCAÇÃO. Fim do sucateamento dos hospitais públicos e mais financiamento para a saúde. Essa luta não é apenas dos médicos, mas de todos os pernambucanos. A luta pela saúde não é somente da classe médica, mas de toda a sociedade. Vivemos tempos difíceis em que nossos médicos encontram condições precárias de trabalho e são perseguidos pelo próprio governo. E é justamente nesses momentos difíceis que essa vocação prevalece e surgem superação, resistência e luta. Não desistir e seguir em frente, essa é a nossa maior vocação. Sou mais meus médicos.

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Dra. Tânia Galindo CRM 9.220


NÃO DESISTIR E SEGUIR EM FRENTE, ESSA É A NOSSA MAIOR VOCAÇÃO. Segurança nas unidades de saúde e mais compromisso com a qualidade da assistência. Essa luta não é apenas dos médicos, mas de todos os pernambucanos. A luta pela saúde não é somente da classe médica, mas de toda a sociedade. Vivemos tempos difíceis em que nossos médicos encontram condições precárias de trabalho e são perseguidos pelo próprio governo. E é justamente nesses momentos difíceis que essa vocação prevalece e surgem superação, resistência e luta. Não desistir e seguir em frente, essa é a nossa maior vocação. Sou mais meus médicos.

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Dr. Roberto Casado CRM 9.170


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