Jornal Dez #16

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

Nº16

“CZARES DO MERCADO”


“Saem pretos de toda a parte como se fosse uma máquina de churros” Jesus Gil y Gil

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BENFICA

DEPOIS DA TEMPESTADE VEIO CARD

Te


DOZO

exto: Eduardo Pereira Fotos: Getty Images

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O

s três golos com que o Benfica bateu o Nacional, no passado domingo, foram a perfeita expressão de uma falsa sensação de tranquilidade encarnada. A recepção aos madeirenses, a contar para a terceira jornada da Liga Zon Sagres, até tinha tudo para ser apenas mais um jogo do calendário. O favoritismo estava do lado dos benfiquistas, depois da goleada (50) em Setúbal, tanto mais que a equipa insular somava apenas e só um ponto no campeonato. No entanto, a pouco menos de 48 horas do jogo, o universo benfiquista foi abalado pelas transferências de duas peças fundamentais. A venda de Javi García ao Manchester City e o empréstimosurpresa de Nolito ao Atlético de Madrid colocaram Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus na ‘linha-de-fogo’ das críticas dos adeptos e fizeram disparar os níveis de ansiedade para o encontro com o Nacional. Nolito, como é sabido, até acabou por permanecer na Luz, mas nem isso fez baixar a expectativa de ver como reagiria a equipa sem o trinco de referência das últimas três temporadas. Jesus entregou essa posição a Witsel (que, sabe-se agora, faria o seu último jogo de águia ao peito), utilizando Carlos Martins na posição de distribuidor de jogo. E, se a primeira oportunidade de golo até pertenceu ao Benfica - forte remate ao poste de Salvio -, a verdade é que foi o Nacional a dominar toda a primeira parte, tendo disposto de uma mão-cheia de ocasiões para inaugurar o marcador. Artur destacava-se pelas defesas que iam segurando o empate e evitando que o coro de assobios na Luz fosse ainda mais forte.

totalmente diferente. Mais autoritário, o Benfica instalou-se no meio-campo do Nacional e começou a dar expressão a essa superioridade aos 51 minutos, com Cardozo a corresponder de cabeça a um cruzamento de Maxi, na direita. O lateral uruguaio ganhou um duelo com Vladan, junto à linha de fundo, e ainda teve espaço para oferecer a Tacuara o primeiro golo da noite. Aproveitando o ferro quente, os homens da Luz demoraram apenas cinco minutos a dilatar a vantagem. Salvio, endiabrado, liberta-se de um cerco de três defesas alvinegros e coloca a bola à medida da cabeça de Rodrigo, que empurrou para o 2-0. E, a partir daqui, percebeu-se que o Nacional dificilmente continuaria a discutir o resultado. Querendo manter os insulares sob pressão, Jesus lançou ainda Nolito e Aimar, que emprestaram energia à dianteira benfiquista na última meia-hora. Neste período, o Benfica foi gerindo a vantagem, apesar de o Nacional quase ter reduzido, aos 84 minutos, com Artur a responder bem a uma tentativa de chapéu. O golo apareceria pouco depois mas na outra baliza. Sempre a passo, e já dentro da área madeirense, Aimar encontrou Cardozo solto de marcação e, com toda a calma, o paraguaio ajeitou e rematou para o 3-0 final.

O Benfica regressou, assim, à liderança da Liga, em igualdade pontual com o F.C. Porto, e mostrou que, no seu plantel, há vida para além de Javi. E, já agora, que Cardozo ficou na Luz e continua a valer preciosos pontos. Na próxima jornada, marcada para 23 de Setembro, após os compromissos das selecções nacionais, o Benfica defronta a Académica, em Coimbra, cidade onde deixou dois pontos Sobre o intervalo, Carlos Martins na época passada (0-0). ‘ajudou’ Jesus a fazer a mexida que se ia adivinhando. Lesionado, o internacional português deu o seu lugar a Matic, que veio libertar Witsel para se adiantar para terrenos que lhe são mais conhecidos - e favoráveis. E, como por magia, a segunda parte pareceu pertencer a um jogo



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“Joga-se melhor com 11... E se é com 12, melhor ainda” Di Stefano

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FC PORTO

O AGENTE S


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SECRETO Texto: Mística Portista Fotos: Getty Images

O FC Porto desceu ao Algarve e somou mais três pontos na sua caminhada para tentar revalidar o título. O triunfo portista foi carimbado com a preciosa ajuda do agente secreto James Rodríguez. Ele marcou e deu a marcar no triunfo por 2x3.

em vantagem. James fez sociedade com Jackson e a dupla de colombianos colocou os dragões na frente.

El Bandido fez um passe a rasgar a defesa do Olhanense e Jackson Martínez fintou Ricardo, colocou-se com a baliza deserta e fez o segundo Vítor Pereira tinha o agente secreto golo do FC Porto. no banco Com o avançar dos minutos, os Com cerca de 10 mil espectadores jogadores do Olhanense começaram a nas bancadas do estádio Algarve, os quebrar fisicamente. Alheio a problemas azuis e brancos, com Moutinho e Hulk dos outros, o FC Porto carregou ainda no onze titular e Defour no lugar de mais e conseguiu o terceiro golo, aos Fernando, tentaram colocar, desde 73’. cedo, o Olhanense em sentido. Aos três minutos, Lucho obrigou Ricardo a Hulk disparou um míssil. O Incrível uma defesa apertada. simulou que ia rematar de primeira e depois fuzilou Ricardo na esquerda. Os bicampeões dominavam o jogo, Nada a fazer pelo guarda-redes pressionavam os algarvios no último português e o FC Porto estava cada reduto, mas o Olhanense – sobretudo vez mais na frente. a espreitar o contra-ataque – chegou com sucesso à baliza de Helton, aos O jogo parecia decidido mas Targino, 13 minutos. do Olhanense, tratou de colocar a incerteza no resultado com um golo Rui Duarte meteu velocidade pela aos 86’. direita, tirou o cruzamento para a área onde apareceu Abdi. O jogador Castro, num regresso a Olhão, perdeu do Olhanense chutou forte e não deu a bola, Rui Duarte agradeceu e abriu hipóteses a Helton. Estava feito o 1x0. para Targino. O antigo jogador do Vitória de Guimarães ganhou a Maicon Lentos e com muitas perdas de bola, os em velocidade e bateu Helton. homens de Vítor Pereira não estavam a conseguir chegar à baliza de Ricardo. O FC Porto sofreu nos últimos minutos, Inquieto, Vítor Pereira percebia do mas conseguiu segurar os três pontos. banco que o FC Porto estava a sentir o golo e o Olhanense, por seu lado, a crescer na partida. Vai dai, Vítor Pereira arriscou... sem perder mais tempo. Aos 30’, o treinador portista trocou Atsu (esteve longe das exibições prometedoras do início de época) por James, o agente secreto da partida. Com a entrada do colombiano cheirava cada vez mais a golo e ele acabou mesmo por chegar, na sequência de uma bola parada. FC Porto sofreu nos últimos minutos, depois de ter a partida resolvida Na segunda parte, o FC Porto, com outra atitude em campo, colocou-se


DECIFRAR O NEGÓCIO DE HULK

H

ulk já se foi e não volta, pelo menos não nos próximos tempos a não ser que seja para nos assustar com os seus misseis indefensáveis. Ainda não ficou de todo claro, e talvez nunca fique, como se processou um negócio que há cinco dias, por 50 milhões, foi rejeitado pelo jogador ou pelo clube, vá-se lá saber, e que no limite dos limites do fecho das inscrições na UEFA se realizou por 60 milhões. Um valor que fica bem para o pódio de compras e vendas mas que para nós nos diz pouco. 40 milhões é o que chega ao FC Porto, é com 40 milhões que

vamos ter de começar a pensar. Ainda não sei se desse valor terão de sair comissões, velhas promessas ao jogador e ao agente, e a percentagem fundo de solidariedade. 85% de Hulk a 60 milhões equivale a 51 milhões, pelo que deduzo que esses 11 milhões que desapareceram sejam para pagar esses pontos pendentes. Se os russos pagaram ao fundo 9 milhões ou não, isso é com eles. O negócio realizado in extremis é um grande negócio financeiro, um mau negócio desportivo e, sobretudo,


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um negócio necessário face a situação financeira do clube. Nenhum adepto gosta de ver sair os seus jogadores de referência, seja porque valores sejam, mas nós já estamos habituados a isto. Os valores hoje em dia são mais elevados porque os custos dos próprios jogadores e a sua massa salarial também. Mas a lenga-lenga é a mesma de sempre. Vender para sobreviver. Pensem nos adeptos do AC Milan que viram Berlusconi negar que venderia Ibrahimovic e Thiago Silva e que depois acabou por aceitar a oferta mareante do PSG. Desportivamente foi um erro, financeiramente uma necessidade. O AC Milan também está com a corda na garganta, Berlusconi não encontra investidores e do dinheiro embolsado quase nada foi gasto no mercado para procurar alternativas. Não há margem de manobra. O nosso caso é parecido ao dos italianos, com a diferença que nós estamos habituados a isto e eles não. A venda de Falcao no ano passado, também em cima da hora, seguiu o mesmo percurso. Orquestrouse uma renovação para manter vivo o fantasma da cláusula (continua sem sair um jogador do FCP pela cláusula até hoje) e a vontade do jogador sair, mas na base estava a necessidade urgente da SAD em fazer dinheiro com os seus melhores activos. Hulk, que aparentemente não queria ir a lado nenhum, entre outras coisas porque lhe dá mais jeito estar no Porto, ao lado de Danilo e Alex Sandro, para chamar a atenção de Mano Menezes do que ir para a Rússia, lá teve de aceitar a evidência. Se não saísse, especialmente depois de Moutinho ter ficado a minutos de ir para Londres, não haveria dinheiro para lhe pagar o salário. O dele e de outros. Tal como sucedeu no ano passado.

é, para isso está cá o treinador (que não desperta muita confiança) e o resto do plantel. E porque com Hulk, no ano passado, também não se seguiu em frente num grupo igualmente equilibrado. A nível futuro seria muito difícil valorizar mais ainda Hulk. É um jogador de 26 anos, já titular com a selecção do Brasil, medalha de prata olímpico e jogador conhecido e reconhecido em toda a Europa. Ao contrário de Falcao, que acredito que se vá valorizar ainda mais, especialmente porque os golos pagam-se mais caros, creio que seria impossível fazer uma venda melhor do que aquela que foi feita. São (aparentemente) 40 milhões por um jogador que custou 19 e que servirá para pagar salários, cumprir com o pagamento dos empréstimos obrigacionistas que chegam agora e tentar respirar. Sobretudo, tentar respirar.

Agora falta pensar o futuro. Temo que em Janeiro, quando o mercado reabra, o FC Porto sinta a necessidade de pegar em parte desse dinheiro e ir ao mercado. Dependerá dos resultados da Champions, do eventual apuramento para os Oitavos (e do sorteio que se segue) e de como for a prova interna. Se a SAD já sabia que teria de vender Hulk este ano, sim ou sim, para manter as contas, também deveria ter consciência de que o plantel que fica deveria ser suficiente. É extremamente jovem, gerido por um técnico que não é propriamente competente, mas não pode depender de chegadas inesperadas e caras para tapar as previsões de agora. Da mesma forma que foi preciso ir buscar Janko primeiro e Jackson depois, porque não se encontrou alternativa a Falcao, espero que se tenha no clube a consciência de que não há outro Hulk no mercado e que é com o que temos que o navio tem de chegar a bom porto. Se não o ciclo de Desportivamente está claro que o FC Porto fica saldo negativo nunca se inverterá. mais débil. mais poderoso que o FC Porto. Portanto esse passo não é uma utopia. Perde o homem que decidia os jogos na Liga em campos pequenos, fechados e com a defesa de dez Sem Hulk, sem Falcao, sem Alvaro e companhia será do outro lado. Perde o homem-golo, perde o líder sempre mais difícil dar esse salto. O clube optou espiritual em campo, perde a referência para os por salvar o pescoço da situação financeira em que adeptos e o efeito surpresa que só um jogador como ele próprio se meteu. Parece-me muito bem, antes Hulk pode dar. Não vou entrar em comparações com de comprar um carro há que ter de comer. Mas as vendas dos rivais porque não pode ser assim que saciada a fome é preciso começar a pensar quando um clube pense, mas não creio que deixemos de ser vamos poder comprar o carro e dar o salto que nos favoritos a renovar o título. merecemos. Talvez então seja mais fácil dizer adeus Na Champions League, onde tivemos um grupo quando um grande como Hulk se tenha de ir. acessível, perdemos a superioridade que muitos analistas - e que eu próprio - dava face a Dynamo Kiev e Dynamo Zagreb. Creio que continuamos a ser superiores aos croatas mas com os ucranianos as coisas nivelam-se bastante mais. E as distâncias com o PSG aumentam. Que é possível passar? Claro que


PORTUGAL

OS GRUPOS EQUIPAS PORTUGU

Te


S DAS UESAS

exto: Francisco Baião Fotos: Getty Images

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O

s passados dias 30 e 31 de agosto foram de nervosismo para os adeptos dos clubes portugueses (FC Porto, Benfica, Sporting Braga, Sporting, Marítimo e Académica) que, esta temporada, garantiram presença nas fases de grupos das duas competições europeias de clubes com os três primeiros a estarem presentes, logo na quinta-feira dia 30, no sorteio da Liga dos Campeões e, os três últimos, no dia seguinte, no da Liga Europa. À partida, três desses clubes já tinham presença garantida neste sorteio por via da boa classificação portuguesa no ranking da UEFA e dos resultados alcançados por FC Porto (campeão), Benfica (vice-campeão) e Académica de Coimbra (vencedor da Taça de Portugal) na temporada passada e um outro, o Sporting de Braga, sabia que estaria ou numa ou noutra competição assim fosse ou não capaz de ultrapassar o seu adversário no play-off da Liga dos Campeões. Com o triunfo do Sporting de Braga sobre os italianos da Udinese, do Marítimo sobre os georgianos do Dila Gori e do Sporting sobre os dinamarqueses do Horsens, os bracarenses conseguiram aceder à liga milionária enquanto madeirenses e sportinguistas conseguiram garantir o seu lugar na Liga Europa, perfazendo o record de seis clubes lusos numa fase tão adiantada nas competições europeias, com metade em cada uma das provas. Para este sorteio, duas das equipas (FC Porto e Sporting) eram cabeças-de-série afastando, à partida, as equipas mais poderosas (ou, mais correctamente, as que têm melhor ranking) de cada uma das duas competições, duas outras equipas (Benfica e Sporting de Braga) partiam no Pote 2 na Liga dos Campeões e, as restantes (Marítimo e Académica) no Pote 4 da Liga Europa. Liga dos Campeões Grupo A – FC Porto Ao FC Porto, que foi colocado no Grupo A, caiu em sorte o Dínamo de Kiev (que estava no Pote 2), o PSG (que estava no Pote 3) e o Dínamo Zagreb (do Pote 4). Se no pote 2 o FC Porto nem se pode queixar da sorte (o Dínamo de Kiev era provavelmente a

equipa menos forte deste pote), o mesmo não se pode dizer do pote 3 onde o PSG (a par da Juventus) seria o menos desejável. O Dínamo Zagreb também está longe de ser a equipa mais forte do pote 4 mas é uma equipa que começa a estar habituada a estas andanças. O Dínamo de Kiev é (ainda) o maior clube ucraniano mas, neste novo século, surgiu o Shakhtar Donetsk (também estava presente no pote 2) que, desde 2001/2002, venceu 7 campeonatos, aproximando-se dos 13 do clube da capital. Na equipa de Kiev, destaca-se a existência de 5 brasileiros e de alguns outros estrangeiros bem conhecidos do futebol português (casos do defesa nigeriano Taiwo, associado, nas duas últimas temporadas ao Benfica e de Miguel Veloso que, esta temporada, trocou o Génova pelo Dínamo de Kiev) e do futebol europeu como o croata Niko Kranjcar (proveniente do Tottenham). Na frente da ataque o destaque vai para o goleador nigeriano Ideye Brown e para a presença no clube do ucraniano Artem Milesvkyi. Depois de sobreviver a duas pré-eliminatórias (Feyenoord na 3ª pré-eliminatória e Borussia M’gladbach no play-off) o Dínamo de Kiev estará longe de ser uma equipa fácil sobretudo se considerarmos que, a visita do clube português à Ucrânia ocorrerá em novembro onde as baixas temperaturas poderão ser um problema adicional. O Paris Saint-Germain (PSG) é o clube que mais gastou em transferências nesta temporada o que, só por si, pode atemorizar qualquer equipa adversária e, se a quantia de dinheiro investido corresponder à qualidade dos reforços, então os problemas a enfrentar serão, certamente, em número elevado. Se, na defesa, três brasileiros chamam à atenção (Alex ex-Chelsea, Thiago Silva ex-AC Milan e Maxwell ex-Barcelona), no meio-campo são os nomes de Nenê, Thiago Motta e, sobretudo, Javier Pastore (enquanto Lucas não entra nas contas) que dão encanto a uma equipa que, para esta temporada, se reforçou com Lavezzi e Ibrahimovic para a frente de ataque. Muita estrela a brilhar no Dragão já no próximo 3 de outubro é o que se espera e uma luta a dois pelo apuramento o que se deseja para as cores portuguesas.


Por fim, o Dínamo Zagreb, grande dominador do futebol croata, que, tal como o de Kiev, tem um português, ex-Sporting, no plantel (o defesa Tonel) mas a quem lhe faltam os grandes nomes e, se o grupo decorrer com normalidade, é o grande favorito a ficar de fora das competições europeias uma vez que a qualidade de Jerko Leko (com experiência no campeonato ucraniano, francês e turco) não deverá ser suficiente para altos voos. Ainda assim, poderá ser esta equipa a decidir a ordem dos restantes três clubes, assim consiga roubar pontos a algum deles. É na Croácia que o FC Porto começa a sua caminhada e, outro resultado que não uma vitória, poderá fazer soar o alarme no Dragão e ter repercussões imprevisíveis para o resto da competição. Grupo G – SL Benfica Ao Benfica, que foi colocado no Grupo G, caiu em sorte o Barcelona (que estava no Pote 1), o Spartak Moscovo (que estava no Pote 3) e o Celtic (do Pote 4). No caso do Benfica as más notícias vieram logo no início do sorteio quando, à equipa da Luz, saiu a “fava” de entrar no grupo do todo poderoso Barcelona, sério candidato a vencer qualquer grupo onde entrasse e a chegar a uma fase adiantada da prova. As estrelas da companhia são tantas que enumera-las tornar-se-ia enfadonho pelo que nos resta falar nos três principais astros (Xavi, Iniesta e Messi) para perceber que o Benfica não pode esperar facilidades nos dois confrontos com os catalães mesmo sabendo que, na visita a Camp Nou, a 5 de dezembro, a equipa da casa poderá colocar muitos elementos da “cantera”, caso a equipa já esteja, como é de esperar, apurada para a próxima fase da competição. O adversário do pote 3 (Spartak Moscovo) poderá não ser considerado o mais fraco dos disponíveis nesse ponto mas, se tivermos em conta que o adversário do Benfica foi o penúltimo a ser sorteado (a outra opção seria a Juventus), cedo se percebe que a sorte protegeu o clube português nesse momento. O Spartak é, provavelmente, a equipa de leste mais fraca presente nesta competição o que, aliado a uma visita do Benfica à Rússia ainda no mês de outubro, pode ser decisivo para que o clube português consiga garantir, pelo menos, o segundo posto do grupo. Os nomes mais conhecidos são os do espanhol Jurado (emprestado pelo Schalke04) e o do sueco Kim Kallstrom (proveniente do Lyon) mas, provavelmente, serão insuficientes para garantir uma boa campanha europeia e, talvez, tenham de lutar com o Celtic, pelo terceiro lugar do grupo.

O Celtic, por sua vez, faz do conjunto a sua força e do seu público um verdadeiro 12º jogador, mas a pouca qualidade individual dos seus jogadores deverá impedir a equipa de lutar pelos três pontos em qualquer um dos jogos realizados como visitante. Com o Benfica a deslocar-se, logo na primeira jornada, à Escócia (a 19 de Setembro), uma vitória do clube português poderá colocar, desde logo, a equipa portuguesa em excelente posição para se afirmar como candidato à próxima fase. Grupo H – Sporting de Braga Ao Sporting de Braga, que foi colocado no Grupo H, caiu em sorte o Manchester United (que estava no Pote 1), o Galatasaray (que estava no Pote 3) e o Cluj (do Pote 4). O Sporting de Braga iniciará esta participação na Liga dos Campeões com um jogo absolutamente decisivo pois, a 19 de Setembro, recebe os romenos do Cluj, pelo que qualquer resultado que não seja uma vitória poderá deitar a perder qualquer pretensão de seguir em frente na competição. Mas do outro lado, os “guerreiros do Minho” terão uma equipa repleta de portugueses (9 jogadores lusos e mais uma mão cheia de jogadores que passaram por Portugal) o que poderá dificultar a tarefa à formação lusa. O Galatasaray será o segundo adversário a enfrentar e, se à qualidade e experiência da sua linha defensiva (Cris ex-Lyon, Ujfalusi e Eboué) juntarmos outros nomes de jogadores experientes como Felipe Melo e Altintop (para o meio-campo) e Elmander e Bulut (para o ataque) e ainda um público infernal, a tarefa bracarense não será nada fácil mas se o Sporting de Braga quer seguir em frente na competição, seria aconselhável fazer, pelo menos, 4 pontos frente aos turcos. Por fim, o cabeça-de-série, o Manchester United que tão más recordações deve ter dos clubes portugueses (no ano passado, por exemplo, foi afastado num grupo onde estava o Benfica), mas que, ainda assim, será o principal candidato a seguir em frente. Se a qualidade do plantel já era reconhecida com alguns dos melhores jogadores do Mundo, a chegada dos reforços Kagawa mas, sobretudo, de van Persie fazem qualquer jogo ser imprevisível até ao último momento. E as más notícias não ficam por aqui pois, pelo facto de apenas defrontarem os vice-campeões ingleses a 23 de outubro, faz com que Wayne Rooney, actualmente lesionado, esteja, à partida, apto para esse confronto, sendo mais uma valente dor de cabeça para os comandados por José Peseiro.


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“O futebol é um jogo imprevisível porque sempre começa 0-0“ Vujadin Boskov

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LIGA ESPANHOLA

CR7 ESTÁ TR

Texto


RISTE

o: José Alberto Lopes Fotos: Getty Images

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A

lega motivos profissionais que curiosamente coincidem com o fecho do mercado de transferências. Muitas foram as causas apontadas para tal desconforto do madeirense, e se me permitem gostaría de as colocar em formato “Quem quer ser milionário”:

negoceiam o contrato dos seus jogadores, em salário neto, o que significa que com esta subida, quem sofre são os clubes. O grande problema é que muitos clubes da primeira e segunda divisão espanhola, não foram capazes de acompanhar esta subida e foram obrigados a renogociar contratos, muitos deles obrigando os jogadores a pagar essa subida. Daí se ouvir falar bastante de greves no campeonato espanhol.

(A) Permanência de Kaká. (B) Saída de Granero ou Lass. (C) “Baixo” salário. (D) Comentários do Presidente Florentino ao Centrando este problema na renovação penteado do português. de Cristiano, verificamos que se trata de números astronómicos e diria mesmo Sinceramente tenho dúvidas, e por isso disparatados. Segundo se sabe Ronaldo decidi optar pela ajuda 50-50, sobraram: ganha atualmente 15 Milhões de Euros por (C)“Baixo” salário. ano, o que com esta subida de impostos, (D) Comentários do Presidente Florentino o Real Madrid teria que subir o ordenado a ao penteado do português. pelo menos 22,5 Milhões de Euros por ano. Se renovar por 5 anos, o clube madrileno Agora sim fiquei totalmente confuso, e teria que desembolsar 113 Milhões de preferi usar a ajuda telefónica, pessoa de Euros apenas e só para o seu ordenado, contacto, Cristiano Ronaldo. Após conversa exceptuando, prémios de jogo e objectivos de um minuto, o madeirense explicou-me anuais. que o problema era mesmo o baixo salário, alegando que num ano ganhava menos que Acredito que haja clubes dispostos a pagar um vencedor do euromilhões num dia. Bem este valor, e talvez por isso a razão da sua visto! tristeza. Segundo se sabe, o Real Madrid pediu tempo ao português, para estudar Deixando a brincadeira de lado, gostaria de uma forma de dar a volta a numeros tão vos explicar esta novela entre Real Madrid e elevados. Caso os madrilenos não cheguem CR7. Em Maio deste ano, Cristiano Ronaldo a uma conclusão nem a um acordo, Ronaldo mostrou interesse em aumentar os seus terá que cumprir o seu contrato até 2015 15 Milhões de euros/ano, e pediu ao seu com o salário actual. presidente Florentino Perez uma renovação vitalícia. Como se sabe, Cristiano é o 10º jogador mais bem pago do mundo, no que se refere O actual contrato do CR7 foi assinado a salários, estando longe dos 20 Milhões segundo a Lei Espanhola 35/2006, de de euros que cobra Eto’o no campeonato 28 de Novembro, que se tratava de um russo. Se o português ambiciona chegar incentivo do governo espanhol em atrair a tais valores, temo que seja obrigado a capital humano qualificado de outros deixar o clube espanhol, para isso existem países através de incentivos fiscais. Como duas saídas, ou o jogador e o clube chegam coincidiu com a chegada de Beckham a um acordo para uma transferência, ou ao Real Madrid, e por tratar-se de um alguém terá que pagar uma clausula de 1000 trabalhador extrangeiro, decidiu-se batizar milhões de euros, numeros praticamente a lei com o seu nome. Fundamentalmente a impossiveis de alcançar. Tanto uma saída lei Beckham, beneficiava os trabalhadores como outra serão certamente improváveis, extrangeiros em termos fiscais, obrigando a sendo assim Ronaldo seguirá triste porque descontar apenas 24% do seu salário bruto. num ano, ganha menos que um vencedor do Apartir de 2009, com a nova lei imposta Euromilhões. pelo governo espanhol, essas vantagens fiscais terminaram e os jogadores passaram a descontar aproximadamente 52% do seu salário bruto. Como todos sabem os agentes de futebol


“A SIDA é como um cartão vermelho mostrado por Deus” Rabat Madjer, ex-jogador do FC Porto

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ESPANHA, A MATRIOSKA DO FUTEBOL


REPORTAGEM


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Não importa a idade. Não importa o clube. Não importa a competição. Os jogadores espanhóis transformaramse numa armada invencível por direito próprio. Uma aposta nacional transformou um país conhecido por fracassar nos grandes momentos na maior potência futebolística em todas as faixas etárias. A recompensa de um modelo pensado para triunfar no amanhã.

Nos últimos 24 anos Espanha, em todas as selecções, igualou os títulos conquistados pelo Brasil no mesmo período de tempo e transformou-se na quarta selecção com mais títulos em toda a história. Um Mundial de seniores, dois Europeus de seniores, um Mundial de sub20 (em 1999 com Casillas e Xavi como protagonistas), dois Europeus de sub 21, sete de sub 19 e seis de sub 17. Números que contam uma história. Uma história de pirâmides, construidas Aposta no orgulho nacional a partir da base até chegar ao culminar, “Sou espanhol, a que queres que te o dominio absoluto da selecção senior no panorama do futebol mundial dos ganhe?” últimos anos. Uma frase que se tornou numa espécie de santo e senha dos desportistas Várias selecções, um ideal espanhóis na última década. Uma A aposta espanhola na formação não frase que tem tanto de sobranceria é uma novidade. como de verdade. Vinte anos depois dos Jogos Olimpicos de Barcelona, o Mas foi, de certa forma, a única desporto espanhol vive a sua era de aposta que não foi abandonada, ouro. E não é casualidade. Num país independentemente dos resultados que saiu tremido de uma “transicion” alcançados. Ao contrário dos casos de dificil de explicar, o desporto tornou- Itália, Portugal e França, os grandes se, com o turismo, na sua principal nomes europeus da formação durante arma de afirmação internacional. O os anos 90, os espanhóis aguentaram a sucesso olimpico abriu as portas a uma sua filosofia durante distintas gerações nova filosofia de estudo, preparação e e incentivaram os clubes a não desistir desenvolvimento do desporto desde a de apostar em producto caseiro. A mais tenra idade. O futebol foi, como mentalidade espanhola, adepta do é natural, um dos principais balões de made in Spain, contribuiu para esta ensaio. Hoje recolhe os louros dessa atitude mas foi sobretudo a aposta financeira a partir de finais dos anos filosofia. 90, quando a bonança financeira se Espanha sempre foi, a par de Inglaterra, começou realmente a sentir, que fez a a selecção que mais desilusões diferença. acumulou nos grandes torneios internacionais. Um país com dois dos Cada aldeia espanhola, para não falar maiores clubes do Mundo. Um país de das grandes urbes, dispõe hoje em quase 50 milhões de habitantes, com dia de instalações de qualidade para a uma liga de topo europeu, a ausência prática desportiva. Os polidesportivos, de um título desde 1964, num torneio os pequenos campos de futebol que, como os ingleses, foi organizado tornaram-se tão centrais na vida das em casa, soava a pouco. Mas os localidades como as igrejas ou os directivos do futebol espanhol sabiam bancos. A produção de jovens talentos encontra-se sobretudo nesses campos. que o futuro seria diferente.


REPORTAGEM

Andrés Iniesta, recém-coroado melhor jogador europeu do ano, começou a jogar no modesto Fuentalbilla, uma aldeia da provincia de Albacete, antes de ser descoberto pelo Barcelona. Como ele, a esmagadora maioria dos campeões do Mundo de Espanha começou em clubes obscuros que se tornaram na base ideológica desta filosofia de preparação. A ideia de uma matrioska, a boneca russa que se divide em examplares mais pequenos, assenta como uma luva na filosofia desenvolvida em consonância entre clubes e federação com um forte apoio financeiro e politico das entidades politicas.

de todas as infra-estruturas criadas e da popularidade crescente da liga a nível europeu. Mas, sobretudo, foi resultado da idealização de um modelo de jogo que só chegou à selecção principal em 2004, com Luis Aragonés, mas que já tinha sido desenvolvido a nivel do futebol de formação na década anterior. A ideia de jogadores baixos, sem capacidade fisica para disputar um jogo sem ter a bola no pé, inspirou-se no Dream Team de Cruyff que a principio dos anos 90 era a referência futebolística mundial.

A pouco e pouco o jogo de posse, o uso de médio interiores no apoio do jogo ofensivo e O sucesso do modelo espanhol beneficiou o uso em todas as categorias de um esquema


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4-3-3 tornou-se santo e senha. Foi esse o modelo utilizado em 1999, quando Espanha venceu na Nigéria o Mundial de sub-20 mas também o que utilizou a equipa de sub 21 na Roménia, quando Espanha venceu o Europeu no ano anterior. E seriam esses os jogadores que, a pouco, se tornariam na espinha dorsal da selecção de Luis Aragonés, a mesma que uma década depois se tornaria praticamente invencivel nos palcos internacionais.

quando tudo começou, questiona em Espanha o modelo a seguir.

A crise económica deixou as suas marcas no investimento financeiro mas o mérito do projecto espanhol está em ter a base criada desde há vários anos. A emigração precoce de muitos talentos será um mal menor mas as selecções de formação espanholas continuarão a ser naturais favoritas nas competições internacionais. E, inevitavelmente, acabarão Futuro garantido por influenciar na longevidade do sucesso da O prémio Maurice Buorlaz, entregue anualmente selecção principal. para premiar os países que mais apostam no futebol de formação, mede perfeitamente A era de domínio do futebol gaulês terminou, o sucesso da politica espanhola. Em doze precisamente, quando o modelo de formação edições, desde 2000, os espanhóis venceram de Clairefontaine mudou, procurando o troféu por oito vezes, assumindo-se como padrões de jogadores mais físicos e menos referência mundial do futebol de base. técnicos. A partir desse momento o modelo do jogador francês que chegou à equipa A fortíssima aposta dos clubes espanhóis principal distanciou-se bastante do mesmo nos jogadores de formação, com o Barcelona que dominou o futebol mundial no virar de como exemplo mais paradigmático, reflecte século. No caso espanhol o cenário promete apenas a confiança num modelo que está ser de continuidade. A matrioshka espanhola para durar. Nem mesmo a decepcionante continuará a desdobrar-se em pequenas participação nos Jogos Olímpicos de Londres, partes de si mesma, mantendo-se igual a si precisamente o torneio que, caso tivesse sido mesma. De olhos no amanhã. ganho, simbolicamente encerraria um ciclo que arrancou com o ouro de Barcelona 92,


INGLATERRA - PREMIER LEAGUE Tiago Soares Fotos: AP

A jornada deste fim-de-semana em Inglaterra reservou-nos poucas surpresas, mas algumas novidades – sendo que a principal foi mesmo a primeira vitória (e os primeiros golos..) do Arsenal. Os Gunners foram vencer o Liverpool por 2-0, ajudando no que pode qualificar-se com um dos piores inícios de campeonato da equipa da cidade dos Beatles. O Arsenal dominou o encontro contra uma equipa apática, com pouca ligação entre o meio-campo e o ataque e apenas com alguns fogachos de inspiração de Suarez e Jonjo Shelvey. Os golos foram marcados por Podolsky e Cazorla. O City venceu, desta vez com menos drama, o QPR. A equipa dos citizens marcou logo aos 16 minutos por intermédio de Touré, mas permitiu o empate, já na segunda parte, da equipa de Bosingwa (titular) por intermédio

de Zamora. Um golo que premiava o esforço da equipa do QPR, que nunca havia baixado os braços. Mas Dzeko, dois minutos depois, marcou o 2-1 com um cabeceamento ao primeiro poste e Tevez, já aos 91, marcou o golo que selou a vitória do City. O United decidiu ter o jogo emocionante da jornada, substituindo o seu rival da mesma cidade em finais electrizantes de jogo. Em Southampton, Lambert fez o 1-0 aos 16 minutos e van Persie fez o 1-1 aos 23, resultado com que terminou a primeira parte. Mas os adeptos que se deslocaram ao estádio do Southampton mal podiam adivinhar o que aí vinha. Aos 56, Schneiderlin fez o 2-1 e, aos 69 minutos, van Persie ameaçou tornar-se o “vilão da tarde” ao falhar um penalti por tentar colocar a bola à Panenka.. mas para a direita do guarda-redes, que se atirou para o


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lado certo e sacudiu a bola com uma palmada. O jogo encaminhava-se para o final quando surgiu a redenção de van Persei - tornou-se o herói da jornada, com um golo aos 87 e outro (um cabeceamento fantástico!) aos 91 minutos, selando o seu primeiro hat-trick pelo United e carimbando uma vitória por 3-2. O Tottenham reservou-nos mais um empate para este fim-de-semana, desta vez com o Norwich City. A equipa de Villas-Boas começou novamente a vencer mas, mais uma vez e num filme já visto, deixou-se empatar no final do jogo. Dembelé marcou aos 64 minutos o seu primeiro golo pela sua nova equipa (havia entrado ao intervalo), mas os Canários marcaram aos 85 minutos o golo do empate, por Snodgrass. Começa a notar-se um padrão no Tottenham, em que os golos sofridos

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são quase sempre da mesma forma: jogada ensaiada dos adversários, vários ressaltos, bola pelo ar e remate vitorioso do adversário. Mais uma vez, começo periclitante de uma equipa de AVB e primeiros assobios... Recorde-se que o Chelsea não jogou este fim-de-semana, depois da humilhação na Supertaça Europeia, por já ter antecipado este jogo e já o ter realizado há duas semanas (vitória por 4-2 com o Reading).


ITÁLIA - SERIE A Tiago Soares Fotos: AP

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Milan, com 10 italianos no 11 inicial (!), venceu o Bolonha por 3-1 e deu um sinal de que, afinal, pode vir a ter uma palavra a dizer nesta liga italiana. Desta vez, jogando com um ponta-de-lança (na primeira jornada a equipa começou o jogo sem avançado fixo), o Milan teve em Pazzini, reforço vindo do rival Inter, a figura central do encontro. Com um golo de penalti a castigar falta duvidosa sob si próprio, um golo a aproveitar uma falha do guarda-redes adversário e um desvio subtil dentro da área a um remate de um companheiro, dificilmente Pazzini poderia desejar uma estreia melhor a titular do emblema rossonero. Diga-se que o Bolonha ainda empatou, também de penalti, mas Pazzini estava mesmo endiabrado e resolveu o jogo para os milaneses.

ta vez, derrotar a Udinese por 4-1 no Friulli. Brkic foi expulso logo aos 12 minutos num lance que deu origem ao penalti com que a Vecchia Signora chegou ao primeiro golo, de Arturo Vidal. Ainda antes de chegar ao intervalo foi Vucinic a marcar o 2-0 da Juventus (remate rasteiro e colocado de fora da área) e a segunda parte foi um show individual de Giovinco que, com dois golos (uma recarga a uma defesa incompleta e um remate cruzado dentro da área), fez o jogo chegar aos 4-0. O melhor que a equipa da casa conseguiu foi reduzir para 4-1 por Lazarri, num lance confuso a 12 minutos do fim do jogo. Mais um balde de água fria para os adeptos da equipa de Udine após a derrota nos penaltis com o Braga e mais uma dor de cabeça para o treinador Guidolin.

A Juventus parece só saber ganhar e foi, des-

O Inter-Roma fica marcado por uma perso-


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nagem em especial: Francesco Totti. O trequartista italiano desmonstrou que “velhos são os trapos”e fez duas assistências para golo, a segunda verdadeiramente magistral, na vitória da Roma em San Siro (3-1). Florenzi fez o primeiro golo ao responder de cabeça a um cruzamento bem medido de Totti, mas Cassano (o interista desde pequenino...) fez o 1-1 com bastante sorte no ressalto mesmo no final da primeira parte. Na segunda parte, Totti criou o golo de Osvaldo – um toque de classe de um jogador que já na semana passada tinha feito um dos golos da jornada. Marquinho (que havia entrado na primeira parte para o lugar do lesiondo De Rossi) sentenciou o resultado aos 80 minutos com um golo de um ângulo bastante reduzido. Noutros jogos, a Lazio venceu o Palermo por

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3-0 (golos de Candreva e dois de Klose) e o Nápoles derrotou a Fiorentina (Hamsik e Dzemaili marcaram para o conjunto napolitano; Jovetic para os florentinos). Destaque ainda para a segunda vitória seguida da Sampdoria, desta vez contra o Siena, por 2-1.


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FRANÇA - LIGUE 1 Tiago Soares Fotos: AP

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, em França, finalmente o campeão venceu: o Montpellier foi a Sochaux vencer a equipa local por 3-1, dando finalmente uma alegria aos seus adeptos na presente temporada. Belhanda marcou o primeiro golo aos 16 minutos, de penalti, e Herrera aumentou para 2-0 aos 58 após um desvio infeliz de um defesa adversário que lhe colocou a bola de frente para a baliza deserta. Privat ainda reduziu para o Sochaux com um excelente cabeceamento na área, mas Herrera descobriu Cabella aos 78 minutos com um passe magistral e este colocou a bola no fundo das redes, fazendo o 3-1 final. O Marselha mantém-se no topo da liga francesa após uma vitória por 3-1 contra o Rennes. Num jogo decidido nos 10 minutos finais, Morel fez o primeiro ainda na primeira parte, mas Féret empatou para o Rennes aos 57 minutos, num autêntico fuzilamento a Mandanda. Lançados para vencer o jogo, o Marselha ainda apanhou alguns sustos, mas acabou por conseguir chegar ao 2-1 aos 84 minutos (por Gignac, um golaço de fora da área) e, aos 94, Danzé marcou na própria baliza o que viria a ser o resultado final: 3-1 para a equipa com o slogan “Droit au But”. O Lyon venceu o seu compromisso em casa com o Valenciennes por 3-2, mas esteve longe de ter uma

tarde tranquila. Gil fez o 1-0 para os visitantes (num lance em que Vercoutre, substituto de Lloris, que foi para o Tottenham, parece um pouco mal batido), mas Michel Bastos (num lance em que o guarda-redes podia ter feito melhor), Gomis (de penalti) e Granier (num remate colocadíssimo de fora da área) deram a volta ao resultado para uns mais animadores 3-1. No entanto, Pujol (num toque oportuno) ainda reduziu para o Valenciennes aos 76 minutos, que elevou a emoção do jogo até ao final. O PSG fez, finalmente, o que lhe competia e venceu um jogo. Foi em Lille que o PSG conseguiu capitalizar, finalmente, o talento e génio de Ibrahimovic e venceu um jogo que, longe de ser fácil, pode ser o bálsamo e catalisador para novas vitórias da equipa parisiense. Aos 57 segundos (!) Zlatan já tinha deixado a sua marca, num começo de sonho do Dream Team parisiense. Mas, aos 12 minutos, Chedjou, capitão do Lille, antecipou-se ao mesmo Zlatan e cabeceou com sucesso para as redes do PSG, fazendo a igualdade que o Zlatan (sempre ele...) desfez poucos minutos depois, após um passe fantástico de Pastore e tocando com classe para o 2-1. Até ao fim, ainda foi o PSG que teve melhores oportunidades, mas o resultado não se alterou.


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“Pisa-o, pisa-o! Ao inimigo nem água“ Bilardo, ex-treinador

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ALEMANHA - BUNDESLIGA Tiago Soares Fotos: AP

E, à segunda jornada, o Dortmund cedeu o primeiro empate na liga alemã. O Nuremberga foi o autor da proeza e ainda esteve em vantagem, com um golo de Pekhart aos 32 minutos. O possante avançado do Nuremberga marcou o golo de cabeça, após um canto da direita, numa elevação poderosa sobre a defesa dos campeões alemães. Mas o Dortmund não baixou os braços e empatou ainda na primeira parte, numa jogada em que só à terceira é que a bola entrou na baliza do adversário, sendo que o remate vitorioso foi de Kuba Blaszczykowski. O resto do jogo foi disputado a bom ritmo, com o Nuremberga sempre a apostar nas arrancadas de Robert Mak (excelente extremo direito) e com o Dortmund a ter um dos seus remates salvo em cima da linha de baliza. No fim, resultado justo, visto nenhuma das equipas merecer perder. No jogo grande desta jornada, o Bayern recebeu o Estugarda e venceu por 6-1. O Estugarda marcou primeiro, num belo remate de Harnik depois de algumas jogadas perigosas; mas, a partir daí, o rolo compressor bávaro veio ao de cima e começou a goleada: o Bayern empatou num golo de Muller, em recarga a um remate do próprio; e, na jogada seguinte, o Bayern faz o segundo golo por Kroos após uma perda de bola infantil do meio-campo do Estugarda na reposição de bola ao meio-campo. Luiz

Gustavo fez um golaço para selar o 3-1 ainda antes do final da primeira parte, num remate de longe completamente indefensável e, aos 51, já estava 6-1 (Mandzukic, Muller e Schwaisteiger marcaram três golos em seis minutos). O Eintrach de Frankfurt, que subiu este ano à Bundesliga, está empatado em primeiro lugar com o Bayern após ter vencido o Hoffenheim por 4-0 em casa deste último. Após um início francamente melhor da equipa da casa, Compper desviou a bola para a sua própria baliza e Schwegler marcou um golo extraordinário a mais de 30 metros, num remate do meio da rua. De seguida, o Hoffenheim teve dois jogadores expulsos e tudo se tornou mais fácil para o recém-primodivisionário, que aproveitou para marcar mais dois golos (Meier, de penalti, e Lanig). Nos outros jogos, destaque para a vitória do Werder Bremen em casa frente ao Hamburgo, por 2-0. O clube de Bremen desperdiçou um penalti ainda na primeira parte mas, num segundo penalti já na segunda parte, Hunt redimiu-se de ter falhado o primeiro e fez o 1-0, sendo que o 2-0 foi marcado por Petersen já a meio da segunda parte. O Munchengladbach, grande surpresa do ano passado, não foi além de um empate sem golos numa deslocação a Dusseldorf.


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MIÚDO MARAVILHA

ERIC DIER Texto: Pedro Martins Fotos: google.com

A magia do futebol está na arte do golo e da capacidade de o criar, mas uma boa defesa é essencial para o sucesso de qualquer equipa assim como o comprova Eric Jeremy Edgar Dier. Este jovem de 18 anos apesar de viver em Portugal, optou pela nacionalidade inglesa, mas joga desde 2003 na Academia de Alcochete nas camadas jovens do Sporting de Lisboa. Começou com 9 anos nas camadas jovens depois de dar nas vistas em alguns treinos e foi evoluindo nesta excelente escola de futebol Portuguesa. Continuou até aos 17, mas pra ganhar maior rotação e experiência acabou por ser emprestado ao Everton na passada época de 2011/2012, retornando esta época para jogar no Sporting de Lisboa B na segunda liga Portuguesa. Esta boa evolução despertou o interesse da Federação Portuguesa de Futebol, mas optou por representar a seleção Inglesa de sub 18 e mais recentemente no Euro 2012 sub 19 onde se destacou com a sua seleção ao atingir as meias-finais da competição. É um defesa central ríspido, possante e de enorme potencial, gosta de sair a jogar, demonstrando enorme tranquilidade e segurança na transição da defesa ataque, com passes muito assertivos como é próprio da filosofia da Academia de Alcochete, jogar a tocar e apoiar. Muito forte fisicamente, com bom sentido posicional, demonstra possuir maturidade evolutiva sem grandezas nem extravagâncias e com enorme simplicidade de processos como se pede a um bom defesa, que transmita confiança aos colegas. Saber defender e usar as “armas” adequadas para o fazer bem, também é uma verdadeira arte dependente das capacidades e sabedoria de cada jogador. Eric sabe-o fazer bem, Eric Dier um miúdo maravilha do hoje para o amanha.


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“Árbitro, piso pescoço” Hristo Stoichkov

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EDITORIAL

INTERNET

Coordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento Editor Chefe: João Sacramento Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Tiago Jordão, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, Nelson Souso, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Francisco Baião, José Lopes, Pedro Vinagreiro Publicidade: Ricardo Sacramento

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