Jornal Dez 05/06

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O FUTEBOL PARA LER COM TODA A MAGIA DO DEZ

Nº7

“BONS APONTAMENTOS” Quem nunca teve bons apontamentos e uma má nota no teste? Foi o que aconteceu no Estádio da Luz. A selecção deixou uma boa imagem, criando ocasiões de perigo e rasgos de jogo bonito, mas a Turquia foi mais eficaz e venceu. Boas sensações com o Euro á porta?


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“A pré-temporada está a ser muito dura, levantamo-nos ás nove da manhã” Davor Suker, ex-jogador


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“QUE COMEÇE JÁ!!”

Já não se pode voltar atrás. O Euro começa amanhã e cada nação europeia sonha e deposita esperanças na sua selecção. Neste número vamos analisar os adversários de Portugal: como chegam a este Europeu a Holanda, a Alemanha e a Dinamarca. Descubra os pontos fortes e fracos, as figuras das equipas e as promessas que deve ter “debaixo de olho”. Analisamos também os outros grupos e o que podemos esperar de certos jogadores. Nesta edição entrevistamos Pedro Marques Lopes, falamos de política, sociedade e futebol. Imperdível! Não percam também a reportagem sobre Balotelli, os estádios do Euro, Nélson Oliveira etc Ainda relembramos Michel Platini! Um excelente número 7 para comemorar o pontapé de saída do Euro 2012! Carlos Maciel

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“ COMO CHEGA A HOLANDA AO E

Te


EURO”

exto: Francisco Baião Fotos: Getty Images

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Holanda será o terceiro e último adversário de Portugal na fase de grupos do Euro 2012 e o confronto entre a selecção nacional portuguesa e a “laranja mecânica” poderá marcar o fim de linha para uma das selecções (ou mesmo para as duas). Quando, no próximo dia 17 de junho, pelas 19:45, no Estádio Oblast Sports Complex Metalist, em Kharkiv (Ucrânia) se der início ao escaldante Portugal – Holanda já muito do futuro das duas selecções que integram o “grupo da morte” estará definido e este jogo poderá ser, desde logo, o primeiro “mata-mata”, mesmo antes de se iniciarem as eliminatórias propriamente ditas. Mas quem é esta Holanda que se apresentará no Euro 2012? Começando por analisar a fase de qualificação para a prova, facilmente se conclui que foi bem mais tranquila que a da selecção lusa e, só uma derrota na última partida, quando já estava apurada para o Europeu, frente à Suécia por 3-2, impediu que fizesse o pleno de vitórias, algo só conseguido pela Alemanha (outra equipa que estará no Grupo B) e pela campeã Espanha (sendo que os alemães realizaram 10 jogos e os espanhóis apenas 8). Os números da caminhada rumo ao Euro não deixam dúvidas, e os 37 golos apontados pelos holandeses (melhor ataque de toda a qualificação) são um belo cartão-devisita para todos os seus adversários. Se a este fato juntarmos um outro (o da lista de artilheiros), compreendese que, no Top-10 dessa lista surgem 3 jogadores holandeses: os 12 golos apontados por Huntelaar (em 8 jogos) fazem do avançado do Schalke 04 o melhor marcador, seguido dos 6 de van Persie e Dirk Kuyt. Estes 3 jogadores fizeram, por exemplo, mais golos que

mais de 90% das selecções (incluindo Portugal) que participaram na fase de grupos de apuramento, apenas batidos pelos 34 da Alemanha, 31 da Suécia e 26 da Espanha. E, se estes números, podem ter sido inflacionados pela presença da frágil selecção de São Marino no grupo da Holanda (vitórias por 0-5 e 11-0), o que dizer da presença desta selecção no último grande evento desportivo de selecções, o Mundial de 2010 na África do Sul, onde apenas caiu na final perante a Espanha com um golo já em pleno prolongamento. Aí, com uma selecção que não anda muito longe da actual, os holandeses venceram todos os jogos até chegar à final, batendo a Dinamarca (novamente no mesmo grupo que holandeses) por 2-0 no jogo inaugural do grupo, o Japão (por 1-0) e os Camarões por 2-1. Nos quartosde-final os holandeses bateram o Brasil por 2-1 e, em mais um grande jogo, o Uruguai, nas meias-finais, por 3-2. Comparando a actual convocatória de Can Marwijk (que já em 2010 estava à frente do banco holandês) com a do último Mundial, é fácil de encontrar vários pontos em comum: começando pela baliza, dos três guarda-redes chamados, só Boschker (actualmente com 41 anos) ficou de fora, tendo sido chamado para o seu lugar o “jovem” Tim Krul (Newcastle) mas as redes holandesas deverão continuar entregues ao “gigante” Stekelenburg que, aos 29 anos, e após um ano em Itália (na Roma) estará a atingir o pleno da maturidade que se exige para um guarda-redes. Dos sete defesas chamados para o Euro2012 (Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen, Bouma, Vlaar, Willems e Boulahrouz) quatro estiveram na África do Sul sendo Wilfred Bouma, Ron Vlaar, Jetro Willems as novidades para este Europeu, mas é do meio-


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campo para a frente que surgem os grandes nomes da selecção holandesa: jogadores como Sneijder, van der Vaart, Huntelaar, van Persie e Robben darão, certamente, muito que falar. Dos sete médios que marcarão presença no Euro2012 (Van Bommel, Nigel de Jong, Sneijder, Schaars, Strootman, Afellay e Van der Vaart) apenas Kevin Strootman não esteve no último Mundial, tendo saído dessa lista o veterano Van Bronckhorst (que se retirou logo após o último Mundial) e De Zeeuw pelo que a experiência acumulada por uma linha média composta por jogadores cuja média de idades ronda os 28 anos poderá ser decisiva nos momentos cruciais da competição. Por fim, uma linha de ataque que impõe respeito! Dos 6 avançados convocados (Dirk Kuyt, Huntelaar, Arjen Robben, van Persie, Luuk de Jong e Narsingh), quem nunca ouviu falar nos 4 primeiros? Para além de serem eles os nomes que constavam na convocatória do Mundial 2010, Dirk Kuyt, longe de ser um goleador, marcou 6 golos na fase de qualificação para o Europeu e, aos 31 anos, deverá estar a participar no último Europeu da sua carreira. Huntelaar, foi “apenas” o melhor marcador da fase de apuramento (com 12 golos, melhor marcador do campeonato alemão com 29 remates certeiros e ainda segundo melhor artilheiro da Liga Europa com 10 golos, o que revela bem a sua capacidade goleadora. Ainda assim, não é garantido que faça parte das primeiras escolhas do seleccionador holandês, mais apreciador das qualidades de van Persie que, no final de uma grande temporada, tem meia Europa atrás dos seus serviços. E o interesse justifica-se não só pelos 6 golos que apontou na fase de qualificação, nem pelos 4 apontados na Liga dos Campeões, mas principalmente pelos 30 golos alcançados na Premier League, números que lhe valeram o título de melhor marcador do campeonato inglês. Por fim, Arjen Robben, o avançado do Bayern Munique que recentemente falhou uma grande penalidade na final da Liga dos Campeões mas que, e não sendo, de todo, um pontade-lança, apontou 12 golos no campeonato alemão e outros 4 na Liga dos Campeões. Os outros dois avançados, dois “miúdos” de 21 anos, apresentam números interessantes, sobretudo Luuk de Jong que, ao apontar 25 golos no campeonato holandês ficou em 2º lugar na lista de melhores marcadores, a que juntou mais 5 na Liga Europa ao serviço do “seu” Twente. Narsingh apontou apenas 8 golos no campeonato e dificilmente terá oportunidade de brilhar neste Europeu. Resta esperar que, frente a Portugal, estes jogadores não estejam “bem oleados” para que a “Laranja mecânica” não se torne amarga para a selecção lusa.


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ARENA LVIV - LVIV O estádio foi inaugurado no día 15 de Outubro de 2011 com uma representação teatral sobre a história da cidade. Dias depois recebia o primeiro jogo amigável. Austria e Ucrânia inauguraram o estádio mais pequeno do Euro 2012. Destaca-se pelos assentos azuis e amarelos e pela cobertura. Tem capacidade adeptos

para

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O estádio receberá apenas 3 jopos e todos da fase de grupos. Alemanha x Portugal (dia 9 de Junho), Dinamarca x Portugal (13 de Junho) e Dinamarca x Alemanha (17 de Junho)


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“ COMO CHEGA A ALEMANHA AO E


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EURO” Texto: Nuno Pereira Fotos: Getty Images

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etentora do mais bem apetrechado espólio europeu, a Selecção Alemã de Futebol dispensa apresentações, o que até dá jeito na medida em que se fosse preciso fazer um cartão-de-visita da equipa alemã este teria de ser em forma de desdobrável, tal a quantidade de informação que nele ira de constar. Para quem não sabe, a Alemanha conta com três vitórias no Campeonato do Mundo, outras tantas no Campeonato da Europa e ainda quatro medalhas nos Jogos Olímpicos: uma de ouro, outra de prata e duas de bronze. E para além dos êxitos falta falar das vezes que lhes ficou o sucesso à porta. Pois bem, os germânicos foram finalistas vencidos em quatro ocasiões no Mundial de Futebol e somam mais cinco terceiros lugares. No Europeu a história é quase a mesma: três finais perdidas e uma derrota nas meiasfinais. Para além disso somam-se ainda duas participações na Taça das Confederações, uma das quais em território próprio quando se classificou no terceiro posto. Feitas as contas, é raro encontrar uma prestação alemã numa fase final que tenha desiludido. O estilo do seu futebol foi-se perpetuado ao longo de várias gerações que apresentaram sempre as mesmas características genéticas: um jogo de controlo de bola e de controlo emocional. Muitas vezes sem encantar a ‘Mannschaft’ sempre foi dominadora e teve sempre o condão de decidir em seu favor nos momentos mais dramáticos do jogo, daí ter surgido a velha máxima que diz que: “o futebol é um jogo simples – 22 homens perseguem uma bola durante 90 minutos… e, no final, a Alemanha ganha sempre”. Quem quer que fale da Alemanha pode garantir que a sua maior arma é a cabeça. Aí reside o cerne da vitalidade alemã, não apenas porque as suas cabeças estão dotadas de uma frieza e força mental arrepiantes, mas também porque tecnicamente a Alemanha teve e tem dos melhores executantes da história no jogo aéreo.

O seu estilo físico e pouco técnico foi sempre capaz de fazer frente aos mais temíveis adversários, isto porque, no futebol como na vida, os alemães são mais adeptos da organização e da eficácia do que dos efeitos artísticos. Todavia ninguém pode dizer que alguma vez praticaram um mau futebol devido à sua pragmática e impetuosidade. Para a história ficaram figuras de grande categoria como Gerd Müller, Jupp Heynckes, Franz Beckenbauer, Karl-Heinz Rummenigge, Rudi Völler, Sepp Maier, Lothar Matthäus, Jürgen Klinsmann, Oliver Khan e Michael Ballack. Hoje, porém, os protagonistas da história são outros. A verdade é que, depois de dois europeus, em 2000 e 2004 em que não conseguiram vencer nenhum dos jogos na fase de grupos e pelo meio um mundial onde a ‘Mannschaft’ contou com a inspiração de Oliver Kahn na baliza para chegar à final, sentiu-se uma necessidade de renovar a equipa para o Mundial que iam receber em 2006. E logo em 2005 sentiu-se uma lufada de ar fresco na equipa alemã que disputava a Taça das Confederações. Era um futebol buliçoso e irreverente dos jovens alemães que prometiam um nível de espetacularidade bem diferente da morbidez táctica a que tinham habituado o planeta do futebol. Era uma equipa tecnicista e rápida que denotava uma característica invulgar: uma precisão acima da média nos remates de meiadistância. Os torpedos dos médios alemães e as transições rápidas levaram a equipa ao terceiro posto dessa competição, posição que viriam a repetir no Campeonato do Mundo do ano seguinte. Nos anos que estavam para vir a tendência foi ganhando força. A Alemanha desenvolvia um futebol cada vez mais arrebatador, sem que isso tivesse influência negativa nos resultados. A Jürgen Klinsmann sucedeu o adjunto Joachim Löw que deu seguimento à dinâmica ofensiva do 4-2-3-1 e conseguiu dotar a


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equipa de uma maior estabilidade defensiva. As pedras base da equipa como Philip Lahm, Mertesacker, Bastien Schweinsteiger, Miroslav Klose e Lucas Podolski foram importantes para o equilíbrio de resultados, assim como a entrada de novos jogadores que, a cada fase final, foram tornando as opções do banco cada vez mais fortes. Para este certame que se aproxima, a máquina está mais afinada que nunca e aumentam as possibilidades desta geração conseguir, finalmente, atingir a conquista do ceptro europeu depois de lhe terem ficado muito próximos em 2008. Na fase de qualificação a Alemanha arrecadou uns impressionantes 30 pontos, resultado de dez vitórias no mesmo número de jogos, melhor registo da qualificação. O passeio triunfal foi coroado com 34 golos marcados e apenas 7 sofridos, sendo a diferença de golos superada somente pela Holanda que marcou mais três mas sofreu mais um. Integrada num grupo difícil, com Portugal e Holanda como principais ameaças e uma Dinamarca que suscita algumas cautelas, a Alemanha é, ainda assim, considerada favorita a vencer o ‘grupo da morte’ e encabeça também a lista de equipas mais capazes de destronar a Espanha do título europeu. Para tal muito podem contribuir as novas estrelas provenientes da cada vez mais competitiva Budesliga. Mesut Özil é uma das novas bandeiras da Alemanha, apesar de ser de origem turca. O médio-criativo, transferido do Werder Bremen para o Real Madrid há duas épocas, é o pensador de jogo germânico, e todo futebol da Alemanha orbita em torno de si. Atrás de Özil há Sami Khedira, seu colega no Real Madrid e Toni Kroos, jovem médio que se tem vindo a afirmar no Bayern de Munique e ainda as grandes promessas Marco Reus e Gotze. Depois, há o letal Mario Gomes que pode fazer dupla na frente ou substituir Klose sem que se note uma quebra de rendimento ofensivo. Para mais, a ‘Mannschaft’ conta com uma dupla de centrais composta por Hummels, bicampeão alemão pelo Dortmund que surge em grande forma ao lado de Badstuber, vice-campeão europeu de clubes pelo Bayern de Munique, parelha que, apesar de alta, é de rins flexíveis. A juntar a estas peças não falta um bom guarda-redes: Manuel Neuer, que pôs termo na instabilidade na baliza alemã que se instalou no período pós-Kahn. Agora mais entrosada, a equipa alemã mostra argumentos para um futebol de passes curtos, combinações e posse de bola, ao invés do que vinha produzindo nas edições anteriores em que apostava no contra-golpe. Se há alguma coisa que se pode dizer desta Alemanha é que entusiasma. Apesar de não ter de encetar uma grande viagem para disputar o torneio espera-se dela que vá bem longe na prova, pois se assim não for, provará todo o povo alemão o sabor amargo da decepção.


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ESTÁDIO METALIST - KHARVIV Foi originalmente construído em cima de um cemitério e era conhecido por Estádio Traktor. Foi sofrendo várias remodelações durante os últimos anos, a última quando foi criado o complexo desportivo Metalist City em 2009. Aumentou a capacidade de 32 mil a 38633. Aquí será o palco de 3 jogos do grupo B: Holanda x Dinamarca, Holanda x Alemanha e Portugal x Holanda. Será a casa da selecção holandesa, que jogará todos os jogos da fase de qualificação aqui.


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ara quem já não se lembra do hino “Der er et yndigt land”, que traduzido para português significa “Há uma bela terra”, relembro que foi o hino que soou mais alto no Europeu de 1992. Nessa altura apenas 8 equipas disputavam a competição e com a ausência forçada da exJugoslávia devido à guerra dos balcãs, a Dinamarca ocupou o seu lugar e mesmo sem a sua estrela do momento Michael Laudrup, venceu a competição. Neste campeonato europeu, não tem outra saída senão erguer novamente a bandeira da surpresa e deixar para trás equipas como Portugal, Alemanha ou Holanda. A Dinamarca é uma equipa liderada já há 12 anos por Morten Olsen e que combina a qualidade técnica e física de jovens como Christian Eriksen, Simon Kjær, D.Agger e Bendtner com jogadores experientes como Dennis Rommedahl, Christian Poulsen ou Jacobsen. Equipa forte fisicamente, com atitude, excelente jogo aéreo, boa definição táctica e que sempre nos habituou a um estilo de jogo mais refinado e simpático que o habitual escandinavo. Na baliza confirmou-se a pior notícia, Thomas Sorensen de 36 anos, foi forçado a abandonar o estágio devido a uma lesão contraída no amigável contra o Brasil. Para o seu lugar Morten Olsen chamou o filho do mítico Peter Schmeichel, Kasper, jovem de 25 anos que joga actualmente no Leicester City. A titularidade será disputada por Stephan Andersen de 30 anos, atual guarda-redes do Évian de França, e Anders Lindegaard guarda-redes do Manchester United. Andersen leva vantagem pelo numero de jogos

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realizados esta época e pela sua experiência. Lindegaard fez apenas 8 jogos pelo Man Utd e sempre na sombra do recém contratado De Gea. No sector defensivo, Simon Kjær e Daniel Agger serão os centrais de serviço, bons no jogo aéreo e fortes fisicamente, deixam um pouco a desejar na velocidade e na saída rápida a possíveis dobras aos laterais. Para as linhas, Simon Poulsen e Lars Jacobsen são os prováveis candidatos. Jacobsen jogador do Copenhague, jogou apenas 7 jogos pela sua equipa e na sua sombra está o jogador do Benfica Daniel Wass, que emprestado aos franceses do Évian realizou 22 jogos e marcou 4 golos. No lado esquerdo, Simon Poulsen, jogador do AZ Alkmaar é o indiscutível titular, jogou 50 jogos e marcou 4 golos, está na sua melhor forma de sempre e tem um papel importante nesta selecção. No meio campo defensivo, William Kvist ou Silberbauer serão os responsáveis por arrumar a casa, sendo Kvist um jogador com melhor capacidade técnica e com mais qualidade para sair com a bola no pé. No meio campo ofensivo estará indiscutivelmente Christian Eriksen, o jogador do Ajax de apenas 20 anos é um jogador recheado de talento e com um estilo de jogo muito similar ao de Michael Laudrup. Na ala esquerda jogará Krohn-Dehli e no centro do campo apoiando Eriksen, estará Niki Zimling. No banco de suplentes, a estrela será Christian Poulsen, longe dos seus tempos em Itália, mas ainda com a capacidade de pautar um estilo de jogo mais maduro e de gestão do

“COMO Texto: José Lopes Fotos: Maisfutebol


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CHEGA A DINAMARCA AO EURO”


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resultado. No lado direito e um pouco mais avançado aparece o veterano Dennis Rommedahl, com um estilo de jogo muito vertical e direto. O jogador do Brondby tem como características principais, a sua velocidade e desmarcação nas costas dos laterais, aparecendo várias vezes em zonas perigosas e privilegiadas para assistir o avançado de serviço. Nicklas Bendtner é o matador da equipa, jogador do Arsenal emprestado ao Sunderland por decisão de Wenger, é um jogador que mistura a força escandinava com uma pitada de técnica latina permitindo-lhe jogar sozinho na frente. É um avançado que encaixa perfeitamente no estilo de jogo dinamarquês, recebe bem de costas para a baliza e distribui com qualidade para as linhas criando vários espaços para a entrada dos médios ofensivos. Táticamente é uma equipa bastante personalizada e com um estilo de jogo bem maduro, e isso fêz-se notar na fase de qualificação. Em 8 jogos perdeu apenas 5 pontos, 3 contra Portugal e 2 na Noruega, sofrendo apenas 6 golos em toda esta fase. O seu habitual 4-1-4-1 desdobrado em 4-3-3 ofensivo, é conduzido pelo talentoso Eriksen e pelas subidas frequentes de S.Poulsen pelo lado esquerdo. Com um futebol de posse de bola bastante apoiado no meio campo e desmarcações nas linhas, a Dinamarca é obrigada a abrir e profundizar demasiado o jogo, o que a nível defensivo cria bastantes espaços entre-linhas causando problemas para os seus lentos centrais e para um meio campo incapaz de bloquear a transição contrária. Portugal terá que rever o jogo de Copenhaga onde foi claramente dominado, não conseguindo travar a transição defesa ataque da equipa dinamarquesa. Cuidados especiais para o talento do organizador Ericksen, para o intrometido Simon Poulsen, para a velocidade de Rommedahl e para o instinto matador de Nicklas Bendtner.


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ESTÁDIO OLÍMPICO DE KIEV Conhecido como o Estádio Vermelho de Lev Trotsky, foi testemunha da evolução da cidade. Foi a sede dos Jogos Olímpicos de Moscovo para disciplinas como o atletismo, ténis ou voleibol. Acolherá três jogos do Grupo D: Ucrânia x Suécia, Suécia x Inglaterra e Suécia x França. Posteriormente albergará um dos jogos dos quartos de final e a grande final de dia 1 de Julho. Tem espaço para 60 mil adeptos e na última remodelação juntouse uma bancada oeste onde está a zona de imprensa. Destaca-se pela cobertura transparente e é o estádio com mais capacidade de todo o Euro.

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ENTREVISTA

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PEDRO MARQUES LOPES Entrevista: Nuno Pereira Fotos: Pedro Marques Lopes

Pedro Marques Lopes, comentador político de vários órgãos de comunicação social como o Diário de Notícias e a SIC Notícias, permitiu-se a dar voz ao JORNAL DEZ envergando o discurso futebolístico sempre num registo incisivo, balanceado entre a sensatez e a tenacidade que o caracterizam. A sua preferência clubística não a esconde, sem nunca deixar todavia de conter o fervor pessoal na hora de racionalizar as respostas aos assuntos mais delicados. A voz de um adepto analítico numa entrevista de nota DEZ. Em 1986, Maradona marca um golo com

a mão aos ingleses, em plena Guerra das Malvinas. É possível fazer política no relvado? No relvado, no balneário, na bancada, nas contratações. É possível fazer política em todo lado e fundamentalmente é possível tirar proveitos políticos de quase tudo. Num jogo que mexe com tantas coisas é impossível a politica não interferir. Politicamente o que representa para si ser um adepto do F.C Porto? O que tem de especial o clube? Politicamente não representa rigorosamente nada. De especial tem ser o meu clube, a mi-


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nha primeira paixão e a única com que tenho a certeza de ir morrer. O FC Porto faz parte de mim, daquilo que eu sou, daquilo que me define. Sinto que quando o Porto joga sou eu também que estou em campo, e isso não sinto em relação a mais nada. Como exemplo extremo, posso dizer que quando um filho meu vence, sinto uma profunda alegria mas a vitória é dele; quando o Porto ganha ou perde sou eu também que ganho ou perco. Acredita no modelo da Regionalização para o País? Acha que o futebol ganhará com isso? Os modelos de regionalização que foram propostos não beneficiariam o país. Claro está que é fundamental uma maior integração de políticas locais. O que não me parece é que passe pela divisão do país em regiões com tudo o que isso implica. O futebol perde sempre que é utilizado para fins políticos, e a política em nada beneficia o futebol (a verdadeira política, não a politiquice). O poder político deve apoiar o futebol e o desporto em geral através de políticas gerais como a aposta em recintos desportivos e na formação mas não deve interferir no desporto profissional. Temo que, num processo de regionalização, os clubes se confundiriam com as regiões e transformar-se-iam em instrumentos políticos. Seria ainda pior do que certas situações que conhecemos ao nível de municípios. Como vê a situação portuguesa? Acha que o pessimismo feroz em que estamos se está a repercutir no futebol? Não, não acho. No caso da selecção, por exemplo, até acho que há demasiado optimismo. Também penso que, face à situação do país e ao caminho que estamos a prosseguir, não há demasiado pessimismo, há até uma razoável inconsciência. Qual é a sua primeira memória do futebol? Um ‘Oriental - FC Porto’ em Marvila. Tenho outras, mas são memórias contadas, não tenho a certeza de terem sido vividas.

Como alguém ligado ao jornalismo, como amante de futebol e como leitor. Está satisfeito com o jornalismo desportivo português actual? Não, não estou. Muito longe disso. O jornalismo desportivo, em muitas situações, desistiu de ser jornalismo como actividade independente, fora da lógica do mercado e da maioria. Considera que o jornalismo desportivo caiu em determinadas rotinas e tendências? Quais? Um facto não deixa de ser um facto mesmo se 99% da população acha que não é. Isso não é jornalismo. Muito do jornalismo desportivo, por razões económicas admito, dá relevância a clubes e personagens não pelos seus resultados e feitos mas por terem mais adeptos, chega-se mesmo a distorcer a realidade para agradar a esses clubes e adeptos. O que se devia fazer diferente? Basta fazer jornalismo, ser isento e independente. Uma coisa é jornalismo, outra opinião. Vislumbra algum tipo de preferência em relação a determinados temas e clubes por parte dos jornais desportivos? Claro que sim. Basta ler o jornal ‘A Bola’. A linha editorial é evidentemente pró-Benfica. Chega a ser escandaloso. Nunca me vou esquecer de que quando o F.C Porto foi à Alemanha ganhar 5-0 ao Werder Bremen, então campeão germânico [n.d.r Liga dos Campeões 93/94]. O feito teve um quadradinho na primeira página, enquanto o empate do Benfica com o Bayer 04 Leverkusen [n.d.r. 4-4 para a Taça das Taças] ocupava a primeira página toda. A forma como é tratada a informação dos jornais desportivos difere em alguma coisa dos jornais generalistas? Nos temas desportivos, os jornais generalistas informam mais e opinam menos. Digamos, como está agora na moda dizer, há menos jornalismo interpretativo.


ENTREVISTA Na sua opinião a classificação da Liga corresponde àquilo que cada clube produziu ao longo da época? Sim. Os clubes grandes são beneficiados pelas arbitragens quando jogam com clubes mais pequenos? Acho que sim. Há diferença no tratamento entre os três grandes? Claro que não. De toda a forma, quem ganha o campeonato é sempre porque foi melhor. O que lhe parece o alargamento? Dever-se-ia realmente aumentar ou diminuir os clubes em competição na I Liga? A Liga está muito bem com 16 clubes. Aumentar é um disparate brutal: não temos nem mercado, nem dinheiro para isso. Reduzir muito seria também um erro, é fundamental termos uma boa representação de clubes e se estes não estão na primeira divisão vão-se afundando e definhando, tornando o nosso futebol ainda mais macrocéfalo. E nem pensar em ‘play-offs’ e quatro voltas e disparates do género: não se deve banalizar os ‘derbys’, por exemplo. Que Liga teremos para o ano? Que espera do Porto e dos seus rivais? Vamos ter uma boa Liga. Infelizmente, e isso é uma tendência europeia, confinada em termos de luta pelo título a apenas dois clubes. Do FC Porto espero sempre que ganhe, dos outros que dêem uma boa réplica, mas que percam. Acha que as equipas do meio da tabela do campeonato português deviam ser mais ambiciosas seguindo, por exemplo, o modelo do Sporting de Braga? Poderíamos ter mais equipas a lutar pelo título ou, pelo menos, pelos lugares de acesso às competições europeias? A tendência é a contrária. A Liga dos Campeões e as verbas envolvidas contribuem para que o fosso entre as que jogam essa competição e as outras se aprofunde. O campeonato português será cada vez mais um embate entre FC Porto e Benfica. É evidente que com a melhoria da gestão e o reforço da já excelente capacidade de captação de fute-

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bolistas que os clubes portugueses demonstram, é provável que a qualidade melhore e que exemplos como o do Sp. Braga aconteçam mais vezes. Não acredito, porém, que consigam lutar sustentadamente pelo título. Pelas competições europeias penso que sim, vai existir mais competição. Que motivos encontra para a parca média de audiências da I Liga tendo em conta que há uns 20 anos atrás os estádios estavam sempre cheios? Francamente, a única razão que encontro é as pessoas estarem a passar por enormes dificuldades. O nosso futebol, ao contrário do que dizem os paladinos da desgraça, é bom, é competitivo e tem grandes jogadores e equipas. Os campos belgas, holandeses, escoceses, franceses estão sempre cheios e o nosso futebol é muitíssimo melhor. Mesmo o futebol italiano, neste momento, é tão bom como o nosso apesar de terem autênticos colossos como os clubes de Milão e Turim. A desculpa da televisão é ridícula, há transmissões televisivas em todo o lado. Encontra alguma razão para a travessia no deserto das outras equipas portuenses que nos habituámos a ver na I Liga como Salgueiros, Boavista e Leça da Palmeira? Erros profundos de gestão, deslumbramento, pessoas que se aproveitam do futebol para benefício próprio, pouca força e disponibilidade das massas associativas. Nos últimos 30 anos o Sporting foi campeão nacional somente por três vezes. Que factores encontra para esta súbita queda leonina? Prevê um regresso do Sporting aos tempos áureos ou uma queda ainda mais acentuada? Infelizmente para o futebol português, o Sporting vai ter uma queda ainda mais acentuada. Há vários factores a ter em conta: péssima gestão desportiva, má gestão financeira, instabilidade directiva, gente a dirigir o clube cujo conhecimento da indústria do futebol é nula, muita gente a querer mandar. O Sporting foi vítima do facto de estar numa fase


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“Uma equipa é como um relógio: se perdes uma peça continua a ser bonito, mas não funciona da mesma forma“ Ruud Gullit, ex-jogador


ENTREVISTA

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O valor do trabalho, da organização, do método, da importância do grupo e de como a motivação pode fazer dum perna-de-pau um grande jogador. Mas isso aprende-se no futebol e em muitos outros sítios. Que livro recomendaria a alguém do mundo do futebol? ‘Selvagens e Sentimentais’ de Javier Marias. ‘Febre no Estádio’ de Nick Hornby. ‘Quando é dia de Futebol’ por Carlos Drummond de Andrade. ‘Maracanã Adeus’ do Edilberto Coutinho. ‘Futebol sol e sombra’ de Eduardo Galleano. E alguns mais... Fala-se que o presidente da UEFA Michel Platini, pretende acabar com a Liga Europa e aumentar o número de equipas que enforma a Liga dos Campeões? Isto faz sentido para si? Faz sentido em termos do futebol-indústria, permitirá mais receitas a alguns clubes. A diferença entre o que se ganha na Liga Europa e na Liga dos Campeões é assombroso. Contribuirá, porém, para que se acentue a diferença entre os clubes de países pobres negativa quando a Liga dos Campeões co- e ricos (futebolisticamente falando). O granmeçou a distribuir milhões e assim a contri- de objectivo do Sr. Platini é, estou convencibuir para o cavar do fosso entre os que bene- do, fazer uma espécie de NBA do futebol. O ficiam disso e dos outros. Mas pior foram as alargamento da Liga dos Campeões e o fim sucessivas direcções, na ânsia de quererem da Liga Europa visa fazer crescer o interesganhar a todo custo, terem enveredado por se pela Liga dos Campeões e canalizar as uma política de contratações suicida que não receitas todas para essa competição tiranresultou e que hipotecou de forma provavel- do o peso a todas as outras, sobretudo aos mente irreversível o futuro próximo do clube. campeonatos nacionais. Como espectador e A constante patética desculpabilização com adepto dum clube grande até me seria simos árbitros e outras fantasias ajudou muito pático, mas esse caminho destruirá o futebol para que se instalasse um clima derrotista como ele é: muito mais que um desporto de que é terrível para qualquer instituição. massas. É impensável para um adepto dum clube que deixassem de existir descidas de Já pensou em ser dirigente desportivo? divisão ou, pior ainda, os campeonatos naNunca. cionais fossem uma espécie de campeonatos de reservas. O adepto dum clube de futebol Qual o líder mais carismático que conhe- não vai aos jogos apenas pelo desporto, a ceu? E no futebol? sua relação vai muito para além disso. Mário Soares e Pinto da Costa. O que espera das equipas portuguesas e O que pode um empresário aprender no fu- quem vê como principal candidato à contebol? quista da ‘Champions’ do ano que vem?


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Espero que o FC Porto faça a sua obrigação e passe a fase de grupos, isso é o mínimo. Depois, logo se vê. O Porto é um dos melhores clubes da Europa, não fará mais que a sua obrigação. Pode ser que o Benfica faça um brilharete e passe a fase de grupos mas acho difícil. O Benfica é apenas uma equipa, convenhamos, para consumo doméstico. É claramente o que os resultados dos últimos anos têm dito. O Braga, no próximo ano, já não terá o efeito-surpresa (como já aconteceu este ano), e não tem plantel para uma Liga dos Campeões. Tenho pena de o dizer, mas é o que eu acho. O Real Madrid é o principal candidato a vencer para o ano (para desgosto meu)… Sente que as equipas portuguesas são prejudicadas pelas arbitragens nas competições europeias? Não, até acho que no último ano foram muito beneficiadas. Mas a conversa sobre arbitragens, muito francamente, não me interessa. Acho muito mais problemática a questão do ‘fair-play’ financeiro, da tentativa de acabar com os campeonatos nacionais como os conhecemos, das apostas, da lavagem de dinheiro via futebol. Mas do que gosto mesmo é da bola a rolar, o resto é converseta. Está entusiasmado com o Euro 2012? O que esperar de Portugal? Quem lhe parece favorito a ganhar o certame? Não sou fã de selecções, logo o meu entusiasmo é moderado. Vou ver os jogos e acompanhar o evento, claro está, mas como apreciador do jogo e não como adepto. Não estou nada optimista em relação à selecção portuguesa. O coração duma equipa é o meio-campo, e o da selecção não é, digamos, excelente. A equipa tem um bom guarda-redes; um excelente central e um muito bom defesa-esquerdo; um bom médio e dois razoáveis; dois fabulosos avançados e um muito bom ponta de lança – infelizmente, o ponta-de-lança não vai jogar. Não chega para fazer grandes resultados. A Espanha, se estiver para aí virada, ganha o Europeu com uma perna às costas.


REPORTAGEM

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“ O HERDEIRO DA EXTRA


AVAGÂNCIA”

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D

epois de uma traumática experiência em Itália, Mario Balotelli (Palermo, 12 de Agosto de 1990) recebia da sua mãe um colar com as palavras “profissionalismo, esforço e humildade” para que lhe dessem sorte na sua nova aventura em Inglaterra. Os três valores continuam pendentes na agenda do afro-italiano. Como agradecimento, Mario ofereceu á mãe um gato (“Vêem como sou um bom menino?”) Mal aterrou em Terras de Sua Magestade dividiu logo a opinião pública, Ancellotti, então técnico do Chelsea foi claro “Não está muito bem da cabeça, mas com a contratação o City pode aspirar a ganhar a Liga”. O seu treinador foi mais simpático “Se trabalha bem, será uma das figuras da temporada. Está nas mãos dele”. Balotelli respondeu com golos e com pouca seriedade. “Não sei levar a vida a sério, é demasiada curta para ser um gajo sério”. Os seus cortes de cabelo extravagantes (look loiro oxigenado, rapado com caracteres chineses, uma crista ao estilo moicano), o seu gosto duvidoso na hora de vestir (gorro com forma de luva ou camisolas a incitar a violência), os acidentes e multas (mais de 10 mil libras gastos), os romances tórridos (modelos, cantoras e actrizes porno), a sua relação com os treinadores (“Mourinho é o melhor, mas tem que aprender a ser educado”), a fama de conflituoso (perguntem a Micah Richards) e o seu ego ilimitado (“Só há um futebolista um bocadinho melhor que eu, Messi, os outros não me chegam aos pés”) fazem com que seja amado ou odiado. Está sempre no meio da polémica e transmite uma imagem pouco agradável de si mesmo. Foge dos valores que a mãe lhe transmitiu e vive da fama que o futebol lhe proporciona. SuperMario não deixa ninguém indiferente. Recentemente, a Forbes dedicou-lhe um artigo onde dizia “o homem mais interessante do futebol, porque assegura golos e escândalos.” Com apenas 2 anos, os seus pais Thomas e Rose Barwah, ficaram a saber que Mario não era um menino qualquer. Sofria de uma doença intestinal rara e uma infecção colocou a sua vida em risco. A família vivia na pobreza e não tinha recursos económicos para lutar contra a doença, isso levou-os a viajar para Itália. Brescia foi o destino escolhido, Mario recuperou milagrosamente da doença, no entanto a situação dos Barwah não melhorou e acabaram por entregar o pequeno Mario aos serviços sociais italianos na esperança de encontrar uma família de acolhimento que o cuidasse. Francesco e Silvia ficaram com ele e puseram-lhe o apelido da família. No lar dos Balotelli teve acesso a uma boa educação, a um grupo de amigos e ao futebol, que se tornaria a sua paixão. Destacou-se logo aos 14 anos pela sua qualidade e pelo seu físico, no entanto a sua condição de emigrante fechou-lhe as portas da selecção italiana sub-15 e sub-17. Alguns anos


REPORTAGEM depois, quando os seus pais biológicos apareceram, reclamando a custódia de Mario, foram rejeitados pelo filho que alegou que só estavam interessados no dinheiro que ele ganhava. Quando fez 18 anos, nacionalizou-se italiano e começou a fazer parte dos planos da Azzurra, apesar das súplicas do seu país de origem, Gana, que o chegou a convocar. Mario Balloteli viveu uma intensa relação com o seu treinador no Inter, José Mourinho. Este não hesitou em cataloga-lo de craque, sempre e quando “tivesse cabeça”. Mario tratou de a perder, prova disso foram os constantes episódios disparatados e grotescos... Quando foi detido pela polícia por disparar contra as pessoas com uma pistola de água enquanto conduzia o seu luxuoso Audi pelas ruas de Milão. Ou quando disse a Totti: “Avô, estás acabado”. Mourinho acabou por perder a paciência quando Balotelli foi a um programa de televisão do canal 5, propriedade de Berlusconi e vestiu uma camisola do eterno rival, inimigo do Inter. Todos sabiam que Balotelli era adepto rossonero, mas além de se ter excedido na televisão, mas decide “atirar mais lenha para a fogueira” quando Mourinho o confronta com os factos e este decide dedicar ao treinador uma canção, que mais não era que o hino… do Milan. Mourinho castiga-o, descartando-o da equipa e o Giuseppe Meazza aprova a decisão. Nas semanas seguintes aparecem cartazes chamando Balotelli de traídor. Um dia depois Mario decide atacar “Não penso pedir-lhe desculpa por nada que fiz ou disse”. Segue-se um comunicado do Inter onde se comunica que Balotelli está fora da equipa. Mario decide pedir desculpa: “Sou o primeiro a sofrer com esta situação. Adoro futebol e só quero jogar. Agora espero em silêncio até que possa voltar a ser útil á equipa”. Mourinho decidiu reintegra-lo, sabendo mesmo assim, que tinha uma bomba-relógio no balneário que podia explodir a qualquer momento. O momento foi a meia-final da

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Liga dos Campeões contra o Barcelona: nos 15 minutos finais, perde duas ou três bolas de forma absurda e os adeptos interistas começam a insulta-lo, Balotelli respondelhes e no fim do jogo atira a camisola do Inter para o chão. Este gesto fez Materazzi perder a cabeça, perseguiu-o até aos balneários com a intenção de o agredir. O ponto final no assunto foi dado por Mourinho: “Este rapaz perdeu a cabeça”. Os seus dias em Milão estavam contados, Mourinho e o resto da equipa fartaram-se das suas constantes provocações: Balotelli estava á venda. Foi então que apareceu o Manchester City. Zayed Al Nahyan, dono do clube, foi bem explicito: “Balotelli á venda? É nosso.” 28 milhões de euros. Em Agosto de 2010, Prandelli decide chama-lo à selecção. Convocou-o num jogo decisivo para a qualificação para o Euro, contra as Ilhas Faroé. Balotelli foi suplente e enquanto os colegas de equipa se esforçavam para ganhar o jogo, Mario brincava com o seu recém comprado iPad no banco. Prandelli desvalorizou “Não é tão grave, estava a passar o tempo”. Os conselhos da mãe voltaram a ser esquecidos. Quando recebeu o prémio Golden Boy declarou “Quem mais podia receber este prémio sem ser eu?” Foi então que surgiu o nome de Jack Wilshire (jovem jogador do Arsenal) e Balotelli rematou; “Jack… quem? Não conheço. Mas quando jogar contra o Arsenal vou assegurar-me que fico bem perto dele para que possa ver bem o prémio.” Com Balotelli, nunca se sabe ao certo se é verdade ou lenda, mas reza a história que aproximou-se de Wilshire e disse “Parabéns por participar”. No campo as suas actuações são tão brilhantes como esporádicas, contudo ganhou o carinho dos adeptos do City que o consideram um “animal especial”. Esse carinho é retribuído com birras permanentes, sem motivo aparente. “Os adeptos devem saber que quando cantam a minha música me provocam um fogo


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REPORTAGEM

interior. Por fora estou zangado, mas por dentro sorrio.” Sorrisos foram coisa que não arrancou a Mancini, vivem numa relação de amor e ódio desde que chegou. Ele confia na qualidade de Mario, mas não pode sentir a sua autoridade ameaçada “Todos os dias discuto com ele. Há momentos que me apetece baterlhe” (Balotelli respondeu ao seu melhor estilo: “Cuidado que eu pratico Tahi-Boxing”. Outro jogador já teria cedido e “entrado na linha”, mas Mario é diferente. Tem resposta para todos. Rooney que tinha marcado o golo do ano, teve que ouvir SuperMario “É um grande jogador de futebol, mas não é o melhor que vive em Manchester.” A Cristiano Ronaldo disse “A esse rapaz só lhe digo que posso jogar muito melhor que ele”. Mancini cansou-se de o tentar mudar e aceitou-o tal como é. Passou de treinador a pai, psicologo e amigo e Balotelli reconhece-o “Mancini é superior a Mourinho, que dizia muitas coisas de mim porque não me podia controlar. Mancini está a fazer o que Mou

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nunca fez. Discutimos mas apoia-me sempre”. O clube também sofre com as constantes palhaçadas de Mario. Uma vez começou a lançar dardos contra os juvenis durante um treino. O clube admitiu que foi Balotelli e o mesmo confessou que “estava aborrecido, não tinha nada para fazer”. No início era divertido, mas começou a perder a graça quando decidiu acender fogo de artificio dentro da casa de banho sua mansão. Em poucos segundos a casa começou a arder e “Locatelli” e os seus amigos tiveram que fugir, assustados pelo incêndio. Depois de meia hora, dois corpos de bombeiros conseguiram domar o fogo. Durante os trabalhos, Mario entrou na casa para recuperar uma mala com dinheiro que tinha lá dentro. O melhor chegou quando um jornalista descobriu que o City tinha escolhido o avançado para fazer uma campanha publicitária…de prevenção contra os incendios. O jogador menos exemplar para passar uma mensagem ás crianças acabou


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por aparecer diante das camaras e com um sorriso exclamou “Não brinquem com fogos de artificio, pode ser muito perigoso… se não os utilizam de forma correcta” Dias depois seria confundido com um ladrão quando tentava recuperar alguns electrodomésticos que estavam na casa. A confusão foi capa dos jornais sensacionalistas no dia seguinte. A semana acabou da melhor forma, Balotelli mostrou que é um extraordinário jogador e assinou uma excelente exibição frente ao eterno rival de Manchester. O resultado foi 1-6 e depois de marcar um golo, levanta a camisola e tinha uma frase esclarecedora: “Why always me?” (Porquê sempre eu?) Os escândalos vão-se repetindo semana após semana: relações com a máfia, relacionamentos polémicos com actrizes porno e modelos, frases provocantes etc. Mario, no entanto, é um filantropo e colabora com várias instituições solidárias. Foi visto no Brasil a visitar cinco favelas, ajudou financeiramente a construir uma escola no Sudão (“agora estas crianças terão uma alternativa ás armas”, “adoptou” cerca de 50 crianças que, como ele, tinham o futuro pouco fácil. A sua obra de caridade mais conhecida, foi após ter saído de um casino com uma fortuna, decidiu oferecer mil libras a um mendigo que dormia na rua. Ou quando decidiu acompanha um miúdo que sofria bullying na escola e obrigou os colegas a pedir desculpa. Amado ou odiado, Balotelli apareceu no futebol de forma repentina e estrondosa. É uma montanha russa de altos e baixos, de escândalos e golos. Pipo Rizzi, um dos melhores jornalistas italianos define-o assim: “um craque com uma infância complicada e uma cabeça cheia de fantasmas. Um talento com uma enorme paixão pela autodestruição”. Guillem Balaguer, colaborador da Sky Sports acredita que Mario é “génio que só ele se entende. Um futebolista twit em 140 caracteres. Nunca se saberá até onde poderia chegar se só dedicasse ao futebol, porque nasceu zangado com o mundo. Mas tem um talento descomunal”. Com o 45 nas costas e auto proclamado o principe do futebol, ainda esperamos pela explosão de Balotelli. Será neste Euro 2012?


EURO 2012

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TALENTOS DO GRUPO A

A

Rússia terá uma das missões mais espinhosas da sua história: se bem que tem a selecção a jogar um excelente futebol e com jogadores concentrados (e um treinador de topo, Dick Advocaat), por outro lado terá, por motivos geopolíticos, uma “hostilidade” geral em ambos os países onde se vai disputar esta fase final. Uma pressão extra numa selecção de topo, onde Igor Akinfeev (A Figura, Rússia) representa, na baliza, a solidez defensiva da selecção que vem do frio. Já pouco resta na República Checa do espírito que levou a equipa a finalista do Euro 96 e da magia que Nedved (sempre ele) emprestava à selecção sempre que era necessário aquele empurrãozinho para ganhar

Textos: Tiago Soares Fotos: Getty Images

jogos. Desta vez, porém, é também na baliza, com o “eterno” Petr Cech (O Ajudante, Rep. Checa), campeão da Europa de clubes pelo Chelsea e figura proeminente dessa conquista – ele vai fazer por manter as suas redes invioláveis pelo maior período de tempo, assumindo também um papel na liderança do grupo de jogadores. Kostas Katsouranis (A Incógnita, Grécia) merece também uma menção – não apenas pela idade e pela qualidade que ainda possui, mas por ser talvez representativo da forma como vemos os gregos: equipa algo envelhecida e com poucas figuras no topo de forma, o que a torna, por si só, uma incógnita.

“A Figura” (para o jogador mais em destaque), “O Ajudante” / “A Promessa” (consoante seja adaptável, seleccionamos uma segunda figura de proa ou uma jovem promessa) e “A Incógnita” (jogador que, pelo que fez ou não durante a época, não se sabe em que situação chega ao Euro)


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“Quando o Benfica vence as pessoas sentem-se mais realizadas, o trânsito flui melhor e há mais produtividade.” Vale e Azevedo, ex-presidente do Benfica


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TALENTOS DO GRUPO B

O

afamado Grupo da Morte do Euro 2012 conta com um jogador de quem todos esperam o máximo: Cristiano Ronaldo (A Figura, Portugal). Depois de uma época magnífica ao serviço do Real Madrid, parte para este Euro com vontade de mostrar à Europa que tem direito à Bola de Ouro deste ano – a dúvida está em se conseguirá atingir o rendimento que teve durante o ano na Selecção. Sempre uma grandes candidatas ao título, a Alemanha chega a este Euro 2012 moralizada por bons resultados na fase de qualificação e nas fases finais anteriores. Inclusivamente, torna-se difícil escolher alguma figura – nós vamos optar por Mario Gomez (O Ajudante, Alemanha). Um avançado

móvel, jogador do Bayern de Munique e com muitos golos marcados na Champions League deste ano, é mortífero com espaço e vai, certamente, dar muitas dores de cabeça aos adversários. Como não podia deixar de ser, a grande dúvida desta equipa está no estado de espírito de Arjen Robben (A Incógnita). Depois de ter sido responsável por alguns dos falhanços mais comprometedores da época no Bayern de Munique e de ter sido, inclusivamente, assobiado pelos adeptos do mesmo clube num particular recente, aguarda-se agora a resposta do jogador a todas essas contrariedades.


EURO 2012

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TALENTOS DO GRUPO C Textos: Tiago Soares Fotos: Getty Images

A

Espanha é campeã do Mundo e da Europa em título. E, seguramente, podíamos parar aqui a apreciação à equipa espanhola. No entanto, Xavi Hernandez (A Figura, Espanha) merece, após três nomeações para Bola de Outro e nenhuma delas estar em sua casa, ser considerado o jogador em destaque da “Roja”. Simples, eficaz, com uma capacidade de passe incrível, será o maestro da orquestra do “tiki-taka” que tanto sucesso deu à nossa nação vizinha. À hora do fecho desta edição, a Itália está em crise após (mais um..) escândalo de corrupção que abala o futebol italiano, colocando-se mesmo em

causa da participação da “Squadra Azzurra” no Euro 2012. Caso isso suceda, será quase um crime por si só não se poder ver jogar, por exemplo, Andrea Pirlo (O Ajudante, Itália). Renascido das cinzas na Juventus após saída azíaga do Milan, o centro-campista é o outro grande maestro deste grupo C e vai organizar a equipa italiana a seu bel-prazer em termos defensivos e ofensivos. Por seu lado, Eduardo da Silva (A Incógnita), representa a dúvida que temos na selecção croata: conseguirá ele voltar ao nível que o caracterizou como desbloqueador de jogos que era no Arsenal?


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TALENTOS DO GRUPO D

T

ambém considerado um dos grupos mais fortes desta competição, este Grupo D conta com duas das velhas raposas do Velho Continente. Frank Ribery (A Figura, França) vai tentar levar a França a ultrapassar a imagem de reforma mal conseguida na transição de uma selecção que, recorde-se, foi campeã do Mundo em 1998 e vencedora do Euro em 2000. Depois de uma época com um final pouco menos que trágico no Bayern de Munique, Ribery vai tentar agora desforrar-se no Euro 2012. Por seu lado, e empenhado em receber bem os convidados, Andriy Shevchenko (O Aju-

dante, Ucrânia) vai ser o líder de um grupo que deseja dar excelente réplica a todos os que cruzarem o seu caminho, de preferência passando para a fase seguinte com alguns golos deste veterano avançado. Quem sabe nunca esquece? A Inglaterra vem de uma fase convulsiva, com a saída de Fabio Cappelo motivada pela retirada da braçadeira a John Terry (A Incógnita) depois do suposto insulto racista a Anton Ferdinand. Será que Roy Hogdson vai conseguir imprimir a esta selecção o espírito que Terry imprimiu ao Chelsea, vencedor da Champions?


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“Em Portugal, infelizmente a maioria dos árbitros são uma cambada de borregos.” José Veiga Trigo, ex-árbitro


OPINIÃO

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PORTUGAL X TURQUIA Texto: Carlos Maciel / Fotos: Getty Images

A boa notícia que saiu do Estádio da Luz foi que o jogo não passava de um teste, e é precisamente para isso que estes jogos servem para testar e analisar os erros antes do começo do Euro. Ficaram bem patentes os nossos pontos fracos e Paulo Bento terá concerteza tempo para os analisar e rever. Não começou mal a equipa das quinas, no tradicional 4-3-3, esteve perto do golo diversas vezes, destaque para um remate ao poste de Pepe e outra ocasião clara para Cristiano. O onze inicial foi o que deverá começar o Euro, com a excepção de Miguel Lopes: Rui Patricio, Miguel Lopes, Alves, Pepe, Coentrão; Moutinho, Veloso, Meireles; Cristiano, Nani e Hugo Almeida. Os primeiro minutos mostraram rasgos de bom jogo da equipa portuguesa, Cristiano Ronaldo muito activo pelo lado esquerdo, causando muitos problemas ao ex-companheiro de equipa, Altintop. Até ao golo turco no minuto 35, Portugal foi muito superior e o golo só se explica com algo de sorte e de

desconcentração defensiva. A primeira parte terminou com uma clara ocasião de Ronaldo, que assistido magistralmente por João Moutinho, não conseguiu marcar frente a Demirel. A segunda parte começou com bastante intensidade da equipa portuguesa, mas a Turquia ampliou a vantagem, novamente por desconcentração e passividade da defesa lusa. A partir daí os turcos agigantaram-se e comandaram o jogo, durante 10 minutos, através de Emre e Portugal estava “encostado ás cordas” quando Nani reduziu no minuto 57. Poucos minutos depois Cristiano teve a oportunidade de empatar através de uma grande penalidade. Excelente defesa do guarda-redes turco. Talvez com o golo do empate tudo seria diferente, mas a selecção não se redimiu e continuou a atacar por Cristiano e Nani pelos flancos. O jogo perdeu o ritmo com as substituições e Portugal também. Faltou consistência. O problema da falta de uma referência na


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área que aproveite o jogo criado por Cristiano, Moutinho e Nani começa a ser óbvio, mas a verdade é que nem Postiga, Almeida ou Nélson Oliveira são capazes de aproveitar as ocasiões. O terceiro golo turco chegou outra vez por uma desatenção (a mais grave de todas). Ricardo Costa remate contra Pepe e foi impossível evitar o golo. Estes dois amigáveis deixaram sentimentos agridoces quanto ás hipóteses que temos neste Europeu. Os 3 golos sofridos em transição defensiva demostraram graves problemas no meio-campo, Paulo Bento deveria apostar por um médio de perfil mais destrutivo para acompanhar Raúl Meireles. A falta

de um número 9 condiciona muito o aproveitamento do ataque gerado. Hugo Almeida é demasiado posicional para este tipo de esquema táctico e Paulo Bento deveria apostar por Postiga que é mais ágil, móvel, baixa mais no terreno e lê melhor as diagonais dos extremos. Nélson Oliveira também é uma hipotese a ter em conta, sobretudo no que diz respeito á velocidade. Tem uma oportunidade de ouro para agarrar o lugar para o Mundial 2014. Todos estes factores podem e devem ser melhorados e concerteza que no Euro a concentração estará ao máximo e não cometeremos erros tão infantis. Apesar do resultado, ficaram boas sensações tendo em vista o jogo contra a Alemanha.


HISTÓRICO

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“MICHEL PLA

Texto:


ATINI”

: Ricardo Sacramento Fotos: Maisfutebol

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M

ichel Platini Como tantos outros grandes nomes ligados ao desporto francês, é descendente de imigrantes. O seu avô era italiano e foi para França em busca de uma vida melhor.Despertou para o futebol aos 17 anos quando o Nancy o foi contratar ao modesto AS Joeuf onde Michel se formou. Quatro anos depois era convocado para os Jogos Olímpicos de Montreal como a grande esperança Gaulesa. Não foi além do 5º lugar, no entanto, nesse mesmo ano estreou-se na Selecção A frente à Checoslováquia.

Ouro para o melhor jogador do Mundo no ano de 1984. e chegou à final da Taça das Taças onde teve o seu primeiro encontro com os portugueses. O seu adversário foi o FC Porto que havia surpreendido toda a Europa do futebol ao chegar à 1ª final da sua história. O jogo foi deveras polémico com o FC Porto a queixar-se bastante da arbitragem e o árbitro da partida a ser mesmo posto de parte por parte da UEFA em consequência de tão desastrosa arbitragem. Venceu a Juventus por 2-1 .

Em 1978, já com Platini como figura de proa da equipa, o Nancy vencia a Taça de França. Nesse mesmo ano a seleção Françesa apurou-se para a fase final do Mundial a disputar na Argentina graças a um golo decisivo de Platini frente à Bulgária. Foi transferido para o SaintEtienne e por lá permaneceu 3 épocas tendo vencido o Campeonato Francês em 1980/81.

No fim da época veio o Europeu disputado em França, os Gauleses eram favoritos. Não defraudaram e na final, venceram naturalmente a Espanha por 2-0 com Platini a marcar um golo. A Europa rendiase de vez ao número 10 Gaulês. Ao título Italiano, Platini juntou nova Bola de Ouro para o melhor jogador do Mundo em 1985, novo troféu de melhor marcador de Itália e conquistou ainda a liga dos Campeões Europeus em Bruxelas batendo o Liverpool por 1-0 com um o seu solitário golo que foi apontado de Penalty. Conquistou em Tóquio a Taça Intercontinental.

Uma campanha sensacional em Espanha levou a França pela 2ª vez na sua história às meias-finais de um Campeonato do Mundo. Platini era o seu organizador de jogo e ao mesmo tempo seu principal goleador. Era um jogador completo pronto a explodir e atingir o estrelato. Platini deixou o Mundial com 2 golos apontados em 5 partidas e uma paixão italiana: A Juventus ofereceu-lhe um contrato que o fez rumar a Turim. A entrada na Juventus foi fulminante. No fim da 1ª época em Turim, Platini coleccionava já 1 Taça de Itália, o troféu de melhor marcador do Campeonato Italiano e ainda a distinção de melhor jogador Europeu do ano de 1983. Se a primeira época foi boa, a segunda seria de sonho. Venceu o seu primeiro de 3 Campeonatos Italianos consecutivos, sagrando-se de novo o melhor marcador da prova. Venceu a eleição para a Bola de

Ainda jogou mais uma época em Itália após a qual regressou ao seu país natal e ao Nancy para acabar a carreira. Regressou ao futebol pouco tempo depois como Seleccionador Francês. Estreou Deschamps e juntou Papin a Cantona no ataque Blue. Conseguiu uma série de vitória consecutivas que duraram entre Abril de 88 a Fevereiro de 92 mas falhou no Europeu da Suécia e demitiu-se. Em 1998 teve papel de destaque na organização do Campeonato do Mundo realizado em França de onde viu finalmente a França erguer o troféu. Mais tarde foi eleito vicepresidente da FFF e em 2007 chegou mesmo ao cargo de Presidente da UEFA. Fica para a história um jogador fenomenal com uma carreira simplesmente brilhante.


MIÚDO MARAVILHA

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NÉLSON OLIVEIRA Texto: Pedro Martins Fotos: google.com

O que é nacional é bom, costuma dizer o povo, e como não podia deixar de ser também nós temos talento em bruto, Nélson Miguel Castro Oliveira. Português, natural de Barcelos, começou nas camadas jovens do Santa Maria FC, de onde foi para o Braga até 2006, transferindo-se depois para o Benfica apenas com 16 anos, rejeitando propostas do Sporting e do F C de Porto. Foi emprestado pelo clube da Luz para ganhar mais rodagem e mais calo no futebol de primeira divisão e esta época tem-se afirmado no plantel principal das águias onde marcou 3 golos.Presença assídua nas camadas de sub 17 da Selecção Nacional, e de sub 19 onde foi convocado com apenas 16 anos,mas foi nos sub-20 no Campeonato do Mundo, disputado na Colombia, que mais se destacou, apontando 4 golos e sendo eleito o 2º melhor jogador do Mundial onde o apelidaram de o “Cantona Português”. Com apenas 20 anos, este avançado de 1,86 cm e 82 kg junta à sua força e capacidade física muito resistente ao choque, mobilidade, bom toque de bola, garra, ambição e uma capacidade de remate com qualquer pé, tanto em colocação como em força muito fácil e muito repentina. Pode jogar como avançado centro,descaído nas linhas, mas sente-se melhor e rende mais como avançado móvel, sendo possuidor de finalização simples e objectiva, sempre com o olhar na baliza adversária! As suas exibições recentes levaram à sua chamada à selecção principal de Portugal onde se estreou este ano de 2012 e onde garantiu um lugar para o Euro 2012 na Polónia e Ucrânia, Nélson Oliveira, um miúdo maravilha do hoje para o amanha.Força Portugal!


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“O que me irrita é que quem ganhe a Taça são uns que nem são espanhóis .” Chendo, ex-jogador, depois de perder a Taça do Rei 89/90


EDITORIAL

INTERNET

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Coordenação: Carlos Maciel e Ricardo Sacramento Editor Chefe: João Sacramento

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Direcção de arte e maquetização: Carlos Maciel

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Redação: Tiago Soares, João Sacramento, Pedro Martins, Bruno Gonçalves, Ricardo Sacramento, Nelson Souso, Carlos Maciel, Nuno Pereira, Francisco Baião, José Lopes

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Publicidade: Ricardo Sacramento

O Jornal Dez não se faz responsável da opinião dos seus colaboradores.

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O do antidoping

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