C.A.M.peão - Boleiros da Arquibancada e NotiGalo

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C.A.M.peão! Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético

Edição especial: Confira os detalhes da conquista do Clube Atlético Mineiro na Libertadores 2013 Todos os jogos, com fichas, opiniões, fotos e destaques


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Com a cara do

Enganou-se aquele que achou que seria fácil. “O Olimpia é fraco! O Newell’s era muito melhor! O Galo vai golear”, diziam alguns atleticanos antes do grande dia, tomados pela onda de confiança após tudo o que aconteceu com o Galo nesta Taça Libertadores da América. Amigo, estamos falando de Clube Atlético Mineiro. Se não for sofrido, não é Galo. E assim foi. Título inédito só nos pênaltis, após a aflição do tempo normal e da prorrogação. Como sofre essa torcida alvinegra... Nesta Libertadores, o Atlético começou com tudo, voando em cam-

GALO

po, atropelando a todos os adversários que via pela frente, sem dó. Aos poucos, a magia foi sendo reduzida, conforme a competição endurecia. A partir daí, mais precisamente das quartas de final, um fator (quase) nunca existente na história do alvinegro passou a aparecer frequentemente: a sorte. Nunca antes na história ela esteve tão presente, e ajudou a escrever um roteiro perfeito. Victor, o grande herói. Além das defesas “comuns”, foi fundamental nas quartas, quando evitou uma trajédia ao pegar pênalti de Riascos aos 48 minutos do se-

gundo tempo, e na semi, quando defendeu a última cobrança de pênaltis do Newell’s Old Boys, do experiente Maxi Rodríguez. Ronaldinho, maestro. Apesar da clara queda de rendimento nos últimos jogos, provou que não está acabado, sendo fundamental em boa parte da campanha. Bernard e Tardelli, os velozes pontas, também tiveram grande função na conquista, sendo fortes no ataque e importantes no auxílio à defesa. E Jô, artilheiro do torneio, que completou um quarteto ofensivo de muita qualidade. Vale lembrar todo o

sistema defensivo. A forte dupla de zaga, formada por Leonardo Silva, que marcou gol na final, e Réver, os laterais Marcos Rocha, Richarlyson e Júnior César (Michel também, pela final), e os volantes Pierre e Leandro Donizete. Aliás, este último fez muita falta nas últimas partidas, após a lesão. Cuca, até então encarado como “o azarado”, conseguiu a tão sonhada conquista. Ele também merece. Sempre fez bons trabalhos, montou bons times, mas algo tendia a dar errado no fim. Comemore bastante, comandante! Agora, ninguém mais

merece essa glória do que a torcida do Galo. Alguns clubes que, por ventura, ficassem mais de 40 anos sem uma grande conquista deixariam de existir. Isso não aconteceu com o Atlético devido ao seu torcedor, sempre presente, nos maus e péssimos momentos. Nunca arredou o pé do Mineirão, e do Independência. Neste jornal, relembre tudo o que aconteceu na campanha do Clube Atlético Mineiro, com detalhes dos jogos, opiniões, fotos e a voz do torcedor. Parabéns, Galo!

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NOTIGALO: www.notigalo.com

Responsáveis pelo projeto: João Vitor Cirilo, Rafael Martins e Rodolpho Victor

Fotografia: Denis Dias

Expediente

Editor-chefe do Boleiros da Arquibancada: João Vitor Cirilo Editor-chefe do NotiGalo: Rodolpho Victor

João Vitor Cirilo.

Colaboraram com esta edição: Arthur Möller Caíque Rocha Eduardo do Carmo Matheus de Oliveira Vinícius Silveira


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ÍNDICE Foto: Divulgação


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Do fundo do poço ao topo da América

O antes e o depois. Das decepções à glória, Atlético mudou de status nos últimos anos (Fotos: Divulgação e Flickr do Atlético Mineiro)

Por Arthur Möller. Ao conquistar a Copa Libertadores pela primeira vez, o Clube Atlético Mineiro voltou a figurar entre as grandes equipes do futebol brasileiro. Sem lugar para treinar – no fim da década de 1990 -, sem alcançar títulos expressivos desde 1971 – quando conquistou o Campeonato Brasileiro -, rebaixado para a segunda divisão nacional – em 2006 – e mergulhado em dívidas, o Galo parou no tempo e “maltratou” sua fanática torcida – maior patrimônio do clube. Porém, essa “ressurreição atleticana” não teve início com a chegada de Ronaldinho Gaúcho - em junho de 2012 - e nem com a contrata-

ção do técnico Cuca - em agosto de 2011. O “novo Galo” surgiu em outubro de 2008, quando Alexandre Kalil assumiu a presidência do clube – em decorrência da renúncia de Ziza Valadares ao cargo -, após uma série de fracassos no ano do centenário. Durante a posse, Kalil declarou: “Nós vamos restaurar a alegria de entrar nessa sede”, e com seriedade, transparência, amor e “loucura”, ele cumpriu o que prometeu. O mandatário atleticano surpreendeu a torcida ao anunciar Diego Tardelli como reforço para a temporada 2009. O centroavante vivia ótima fase no Flamengo e estava bastante valorizado, mas Kalil não quis saber

e trouxe o jogador. O pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira, Júnior, também veio compor o elenco que teve Emerson Leão no comando - à época, considerado um treinador de ponta. Hoje parece pouco, mas quem foi obrigado a torcer por Calixto, César Prates, Marcelo Nicácio e outros em 2008, sentiu que algo estava mudando. Desde então, treinadores de grande prestígio – como Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior – apareceram por aqui e tiveram à disposição jogadores de destaque – podemos citar: Réver, Cáceres, Daniel Carvalho, Diego Souza, dentre tantos outros. Além disso, o antigo “CT de Vespasia-

no” ganhou o nome de Cidade do Galo, e, além da alcunha, recebeu reformas e acabamentos que o renderam o título de “melhor centro de treinamentos do Brasil”. Como todo “louco”, Kalil errou e cometeu excessos. Contratou em demasia, deu com a língua nos dentes, falou o que não devia – mais de uma vez -, correu risco de rebaixamento e pensou em desistir. Em todos esses momentos, o presidente alvinegro errou, porém, na tentativa, quase desesperada, de acertar. Ele não mediu esforços para tornar o Atlético grande novamente. Resistiu às críticas, manteve a cabeça erguida e deu continuidade à sua filosofia. Sua “loucura” o

possibilitou acreditar cegamente no clube que, há anos, havia perdido as forças. Há pouco mais de quatro anos, o Atlético vem se reestruturando, dentro e fora de campo. E se hoje o clube é campeão da América e tem jogadores na Seleção Brasileira, é porque um trabalho “insano”, a médio-longo prazo, foi iniciado lá atrás. A família Kalil merecia viver esse momento, Cuca e seu grupo de jogadores mereciam viver esse momento, a torcida do Atlético merecia muito viver esse momento. Que a “loucura” os envolva e os encoraja contra o Bayern München, ou contra qualquer outro adversário, no Mundial de Clubes.


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Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético

A C.A.M.inhada até o título: Relembre todos os jogos da campanha gloriosa do Galo nesta Libertadores Detalhes e destaques das partidas, com fotos e fichas dos jogos


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Primeira fase: Tranquilidade (até demais)

A caminhada do alvinegro na primeira fase da Taça Libertadores foi até tranquila. Foram cinco vitórias e uma derrota (apenas no último jogo, contra o São Paulo, quando o Atlético já estava classificado). O Galo apresentou um futebol que

encantou o Brasil, com dois atropelos sobre o Arsenal de Sarandí, duas vitórias apertadas contra o The Strongest, além da vitória na estreia contra o Tricolor paulista. Vamos relembrar como foram todos os jogos?

Atlético 2x1 São Paulo: Uma estreia de respeito

Foto: Denis Dias

Por Rodolpho Victor. O primeiro desafio do Atlético na Libertadores seria uma pedreira, logo de cara. Jogo contra o São Paulo, que conquistou a América nos anos de 1992, 1993 e 2005. O time passava e ainda passa por um momento de crise, sobretudo politicamente, mas a apreensão dos torcedores atleticanos era grande. A pergunta era: “Como se portaria o Galo na sua estreia?” Mas, logo no Horto, no dia 13 de fevereiro de 2013, 13 anos depois da última participação do Galo na Libertadores? Com números tão bons de se apegar, a estreia deveria mesmo ser com o pé direito. Quem diria que tempos depois, nas quartas de final,

agradeceríamos a uma certa perna esquerda? Enfim, coisas do futebol e que só acontecem com o Galo. Mas não era só de fé que vivia a gigante torcida atleticana. A famosa frase “caiu no Horto, tá morto” estava muito viva, como ainda é hoje. Antes de entrar em campo contra o Tricolor, o Atlético possuía a marca de 36 jogos de invencibilidade como mandante, com 28 vitórias e oito empates. Foi o primeiro “Inferno Alvinegro” do ano, transformando a Rua Pitangui num verdadeiro mar de atleticanos e de sinalizadores vermelhos, espetáculo perfeito. Os jogadores se aproveitaram de toda essa atmosfera positiva em torno do estádio e da capital minei-

ra para jogar com muita raça no primeiro passo da competição. E pra não fugir do padrão, aos 13 minutos, em um lance que misturou experiência e malandragem de Ronaldinho, o Galo fazia o primeiro gol na competição. Enquanto Marcos Rocha se preparava para bater o lateral, o maestro da 10 alvinegra pedia a Rogério Ceni um pouco de água, que foi cedida gentilmente pelo arqueiro tricolor. Marcos Rocha viu o Gaúcho na área – diferentemente da zaga do São Paulo –, e lançou para R10, que recebeu livre e tocou para Jô empurrar para o gol, na pequena área. O Galo continuou pressionando depois do gol e até o final da primeira etapa. Rogé-

rio salvou três vezes. No segundo tempo, jogo mais equilibrado, com o São Paulo apresentando mais perigo à defensiva do time mineiro. Ronaldinho, muito marcado, conseguiu espaço aos 27 minutos e viu Réver livre na área. Ele cruzou na medida para o zagueiro fazer o gol da tranquilidade. O Galo segurou e, nos minutos finais, o São Paulo foi para o tudo ou nada. Aos 37, Luís Fabiano deixou para Aloísio, que ganhou de Júnior César no corpo e diminuiu. No último minuto, Ganso recebeu na entrada da área e chutou forte, tirando tinta da trave. A sorte aparecia pela primeira vez. Apito final e alívio da Massa. Boa estreia.

Ficha do jogo: ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete, Bernard (Richarlyson), Ronaldinho e Diego Tardelli (Luan); Jô (Alecsandro). Técnico: Cuca SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda (Aloísio), Lucio, Rhodolfo e Cortez; Wellington (Maicon), Denilson e Jadson (Ganso); Douglas, Luis Fabiano e Osvaldo. Técnico: Ney Franco Local: Independência Data e horário: 13/02, 22h Público: 18.167 pagantes Renda: R$ 961.230,00 Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (BRA)


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Arsenal-ARG 2x5 Atlético: O primeiro show

Por Rafael Martins. O passeio do Galo na Libertadores começou no dia 25 de fevereiro. Está certo que o c a r n a va l j á t i n h a p a s s a d o, m a s o b l o co alvinegro levou cerca de três mil t o r c e d o r e s p a ra a c i d a d e d e S a ra n dí, na Argentina, com presença quase igual ao do torcedor l o c a l . Po r f i c a r m u i to tempo sem jogar f o ra d o B ra s i l , a t l e ticanos se mobilizara m p a ra v e r a g o l e ada por 5x2 em solo argentino. O quarteto ofensiv o, f o r m a d o p o r Ro n a l d i n h o, Ta r d e l l i , Jô e, principalment e , B e r n a r d , e s t a va i n s p i ra d o e , q u a n d o isso ocorre, é certeza de goleada. Um dos poucos

sustos veio logo no início. Aos dois minutos, Furch recebeu um bom passe e c h u t o u c r u z a d o p a ra a b r i r o p l a c a r, p a r e c e n d o m o s t ra r q u e não seria fácil bater o Arsenal em sua casa. A torcida argentina fez a festa por p o u c o t e m p o, j á q u e cinco minutos dep o i s , Ro n a l d i n h o f e z um lançamento de mestre, e Bernard, dentro da área, chut o u p a ra a s r e d e s d o goleiro Campestrini, i n i c i a n d o s e u s h o w. O jogo ficou emocionante, com as defesas dos dois times perdidas. Até o fim do movimentad o p r i m e i r o t e m p o, mais quatro gols. Ta r d e l l i fa r i a o p r i meiro na sua volta, Jô marcou o terceiro gol atleticano e,

Aguirre, em uma cob ra n ç a d e fa l t a p e rfeita, diminuiu. Ao i n t e r va l o : Arsenal 2x3 Atlético. D e p o i s d o i n t e r va l o, o s h o w f o i a l v i negro. Ro n a l d i n h o e ra o m e s t r e d a b a teria, c o m a n d a va o ritmo com belos passes e dribles. Nas arquibancadas, s ó a m a s s a c a n t a va . O s a r g e n t i n o s p a ra ra m p a ra v e r o s h o w da torcida. Bernard marcou m a i s d o i s g o l s p a ra o Galo antes mesmo dos quinze minutos do segundo tempo. A goleada poderia s e r m a i o r s e Ro n a l dinho tivesse convertido um pênalti no final da partida. A l é m d a i n va s ã o d a m a s s a a l v i n e g ra no estádio e a goleada por cinco gols – i n é d i t a p a ra t i m e s

b ra s i l e i r o s c o n t ra o s Primeiro grande feito argentinos no país Com esta goleada, vizinho –, um lano Atlético foi o primeiro ce foi marcante na time na história da Libertadores a vencer uma partida. O zagueiro B ra g h e r i , e m a t i t u - equipe argentina marcando cinco gols no nosso d e c o va r d e , a c e r t o u país vizinho. Apesar do u m a v o a d o ra n a c a Arsenal não ser lá uma n e l a d e Ro n a l d i n h o grande equipe, foi a priG a ú c h o, e p o d e r i a meira marca de respeito t e r q u e b ra d o a p e rdo Galo no torneio. n a d o c ra q u e a t l e ticano. Ainda bem Ficha do jogo: que os deuses do fuARSENAL: Campestrini; Hugo t e b o l p r e f e r e m a c a - Nervo, Lisandro López, Victor t e g o r i a à v i o l ê n c i a . Cuesta e Diego Braghieri; Ortiz Fe l i z m e n t e e p a ra o (Eduardo Casais), Iván Marb e m d o f u t e b o l , f o i cone, Carlos e Nicolás Aguirre a p e n a s u m a p a n c a - (Martín Rolle); Darío Benedetto (Milton Celiz) e Julio Furch. da e R10 nem preciTécnico: Gustavo Alfaro s o u v i s i t a r o d e p a rATLÉTICO: Victor; Marcos tamento médico. Rocha, Réver, Leonardo Silva C a r n a va l f o ra d e e Júnior César; Pierre (Gilberépoca na Argento Silva), Leandro Donizete, tina: o Galo fez a Diego Tardelli (Richarlyson), a l e g r i a d e t o d o s o s Ronaldinho e Bernard (Luan); Jô. Técnico: Cuca seus torcedores. E a América conhecia o Local: Julio Grondona, em futebol que encanSarandií (ARG) t a r i a n o i n í c i o d e s t e Data e horário: 25/02, 21h45 torneio. Árbitro: Martin Vazquez (URU)


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Atlético 2x1 The Strongest-BOL: Retorno a BH, nova vitória Foto: Denis Dias

Por João Vitor Cirilo. e s t i l o, d e i x a n d o J ô , Ta rd e l l i e B e r n a rd J o g a n d o e m c a s a , n a c a ra d o g o l v á r i a s o G a l o g e ra l m e n t e ve ze s . O S t ro n g e s t m a n t i n h a o c o n t ro l e c h e g o u a a s s u s t a r, d a s p a r t i d a s . Fo i a s - c o m o n o l a n c e q u a n s i m c o n t ra o re t ra n - d o Pa b l o E s c o b a r, c a d o T h e S t ro n g e s t , q u e j o g o u n o Ip a t i n n o d i a 0 7 d e m a rç o, g a , s a i u c a ra a c a ra q u a n d o o G a l o c o n - e e n c o n t ro u o p a re s e g u i u a s u a t e rc e i ra d ã o V i c t o r, q u e fe z v i t ó r i a e m t r ê s j o g o s b e l í s s i m a d e fe s a . A b r i r o p l a c a r fo i n a fa s e d e g r u p o s d a d u ra missão L i b e r t a d o re s 2 0 1 3 e u m a d e i x ava b e m e n c a m i - p a ra o t i m e m i n e i ro. n h a d a a s u a c l a s s i f i - Fe c h a d o n a d e fe s a c a ç ã o à fa s e o i t ava s e s a i n d o s ó q u a n d o d e f i n a l . Ta m b é m p u - d ava , o T h e S t ro n d e ra : o t i m e b o l i v i a - g e s t v i n h a a g u e n t a n n o n ã o ve n c i a fo ra d o a p re s s ã o. Ta n t o d e c a s a h á i n c r í ve i s q u e o m a rc a d o r n ã o 2 0 p a r t i d a s . É m o l e ? fo i i n a u g u ra d o n o Ro n a l d i n h o, m a i s p r i m e i ro t e m p o d e u m a ve z , fo i g e n i a l . j o g o. Na etapa compleN e n h u m a n ov i d a d e . A n o i t e fo i d e l e . D e u m e n t a r, a p re s s ã o v á r i o s p a s s e s a o s e u a l v i n e g ra c o n t i n u o u ,

d e s s a ve z c o m v á r i o s l a n c e s i n c i s i vo s e m p o u c o t e m p o. Te ve g ra n d e p a s s e d e Ta rd e l l i e b o l a n a t rave d e B e r n a rd , a n t e s d e R 1 0 a p a re c e r c o m l i b e rd a d e n a p o n t a e s q u e rd a , c o m o nos ótimos tempos d e B a rc e l o n a , e d a r b e l o p a s s e e m e l e va ç ã o p a ra J ô p e g a r d e p r i m e i ra , c o m o p é d i re i t o, e a b r i r o p l a c a r, a o s 1 1 m i n u t o s . E ra o g o l d a t ra n q u ilidade. Dali em diante, nada de ameaças c o n t ra o At l é t i c o. D i e g o Ta rd e l l i t e ve gol anulado (ele est ava “milimetricamente” impedido), e Ro n a l d i n h o d e c i d i r i a n ova m e n t e . Olhou

p a ra u m l a d o e t o c o u p a ra M a rc o s Ro c h a , que partia em dispara d a d o o u t ro, s o fre r pênalti. O camisa 10 c o b ro u e a m p l i o u : 2 a 0 , a o s 2 8 m in u t o s . O S t ro n g e s t a i n d a fa r i a o s e u g o l d e h o n ra n o f i m d o j o g o, c o m M e l g a r, mas nada mais aconteceu e a vitória por 2 a 1 e s t ava g a ra n tida. O At l é t i c o a b r i a c i n c o p o n t o s d e va n t a g e m p a ra o S ã o Pa u l o, q u e e ra o atual segundo col o c a d o, c o m q u a t ro pontos, após empate c o m o fra c o A r s e n a l , em casa. Ao contrár i o d o G a l o, a fa s e d o Tr i c o l o r n ã o e ra d a s m e l h o re s .

Ficha do jogo:

ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre (Gilberto Silva), Leandro Donizete, Diego Tardelli, Ronaldinho e Bernard (Richarlyson); Jô (Alecsandro). Técnico: Cuca STRONGEST: Vaca, Bejarano, Barrera e Mendéz; Torrico, Chumarcero, Soliz, Cristaldo (Ramallo), Veizaga e Reina (Melgar); Pablo Escobar. Técnico: Eduardo Villegas Local: Independência Data e horário: 07/03, 21h30 Público: 18.962 pagantes Renda: R$ 956.595,00 Árbitro: Daniel Fedorczuk (URU)


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The Strongest 1x2 Atlético: Nem a altitude atrapalha

Por João Vitor Cirilo. muita coisa aconteceu. Quando a fase é O Galo iniciou a boa, nem a altitude partida pressionando de quase desumana seu adversário, igde 3600 metros atra- norando a altitude, palha e até o zaguei- e achou seu gol logo ro adversário ajuda. aos nove minutos de O Galo foi até a Bo- bola rolando, quando lívia encarar o The Jô pegou sobra após Strongest e, ao con- seu próprio chute, trário do que se po- que parou no zagueidia imaginar, conse- ro. O 7 do Galo cruguiu a quarta vitória zou na cabeça do ataseguida na Liberta- cante Diego Tardelli, dores, mantendo o que não desperdiçou embalo dos primeiros e fez o primeiro do confrontos do torneio jogo. continental. Já o Strongest, que O gol do triunfo é uma equipe de poupor 2 a 1 só apareceu ca qualidade e sem na reta final, quan- muitas alternativas, do a partida parecia resolveu limitar sua se encaminhar para estratégia de jogo um empate. Mas pa- aos chutes de média rece que o zagueiro e longa distância. De Méndez queria acele- tanto insistir e aposrar logo a inevitável tar em uma possível classificação do time falha de Victor, acamineiro e marcou gol bou achando o gol. contra, de forma bi- Aos 43 minutos do sonha. Antes disso, primeiro tempo, Rei-

na pegou rebote dado pelo goleiro alvinegro após chute de Cristaldo e empatou o jogo já nos últimos instantes da primeira metade. O sofrimento do Galo aumentou no segundo tempo, com o passar dos minutos e o desaparecimento do ar devido à altitude, como era normal. Ronaldinho era um dos poucos que conseguia segurar a onda. Tranquilo no meio-campo, não corria, mas fazia a bola correr, e controlava a partida. Enquanto isso, a equipe boliviana seguia sua estratégia firmemente, e não obtinha sucesso nas várias tentativas de achar o gol em finalizações de fora da área. Victor não bateu mais roupa e o

time boliviano não assustava mais. Os donos de casa acabaram pagando pela falta de qualidade e alternativas. Aos 38 minutos da etapa complementar, Serginho, que entrou no lugar de Bernard, cruzou a bola à meia altura, em direção à área, e o zagueirão Méndez fez feio: mandou contra o próprio gol, para a felicidade do torcedor alvinegro. O presentão, além dos três pontos e da manutenção do 100% de aproveitamento, valeu ao Galo a classificação com duas rodadas de antecipação. O Atlético alcançava 12 pontos em quatro jogos, e já estava tranquilo, líder soberano desta primeira fase e do grupo 3.

Mas já? O retorno do Galo à Libertadores, após 13 anos, surpreendeu a muitos, inclusive ao próprio torcedor do clube. Com a vitória na Bolívia, o Atléico garantia a classificação às oitavas com duas rodadas de antecedência. Ficha do jogo:

STRONGEST: Vaca; Bejarano; Barrera, Méndez e Torrico; Chumacero, Veizaga (Ramallo), Cristaldo (Melgar) e Soliz; Reina e Pablo Escobar. Técnico: Eduardo Villegas ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Júnior César (Richarlyson); Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho e Bernard (Serginho); Diego Tardelli (Luan) e Jô). Técnico: Cuca Local: Hernando Siles, em La Paz (Bolívia) Data e horário: 13/03, 22h Árbitro: Julio Quintana Rodríguez (PAR)


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Atlético 5x2 Arsenal-ARG: Outra goleada nos hermanos Foto: Denis Dias

Por Rafael Martins. Uai... Goleada para cima do Arsenal novamente? E por 5 a 2, de novo? É compacto? Não. É outro jogo, com nova goleada alvinegra, com catimba e confusão provocada por jogadores argentinos, mas que não foi maior que o show de Ronaldinho e companhia, mais uma vez. O Galo chegava aos quinze pontos, e era o único invicto na competição. Os outros times já começavam a prever o pior quando viam a camisa atleticana em campo. Mais uma vez, os gols saíram no inicio da partida. Tardelli e Ronaldinho - depois de um pênalti inexistente em Luan -, fizeram 2 a 0 para o Galo, antes mesmo dos quinze minutos. Depois de começar

num ritmo frenético, o Atlético tirou o pé do acelerador. Os argentinos, como de costume, também estavam mais querendo brigar que jogar futebol. O jogo ficou feio, cheio de divididas e empurrões pra lá e pra cá. O Arsenal chegou a diminuir a vantagem com gol de Diego Braghieri. Após o apito do árbitro encerrando o primeiro tempo, mais confusão entre as equipes. Foram minutos de ameaças até os ânimos serem acalmados parcialmente e todos irem para os vestiários. Era um anúncio do que viria pela frente. Algo de curioso aconteceu nos confrontos de Atlético e Arsenal: sempre os gols saindo rapidamente, no início de

jogo e na volta do segundo tempo. Luan fez seu primeiro gol com o manto alvinegro, aos dois minutos. O Galo voltou a querer jogar futebol, e colocou os argentinos novamente na roda. E quando os argentinos marcavam Luan, Araujo (que entrara no lugar de Tardelli, lesionado no primeiro tempo) e Jô, sobrou um jogador livre. Que pecado! Era logo ele, o “bruxo”, “R10”, “o homi”, que marcou um golaço e saiu pra comemorar com a massa. O quarto gol da goleada alvinegra com certeza estará na galeria dos mais bonitos da competição. Talvez o mais bonito. O Independência fervia, a torcida pulava e cantava alto, feliz por mais uma vitória, que já estava garanti-

da, mesmo com o gol Confusão sofrido aos 40 minutos. Benedetto, que Após o duelo nas quatro linhas, outro embate foi havia entrado no sevisto após o apito final: gundo tempo, soltou entre policiais e jogadores a bomba em cobrança de falta e acertou do Arsenal. Ninguém sabe quem começou a peleo canto esquerdo de ja, mas cenas de guerra Victor para diminuir foram vistas ainda no para o Arsenal. Não gramado e na entrada do serviu de nada para os argentinos, e Ale- vestiário da equipe visitancsandro ainda faria o te. Foi a nota lamentável. quinto gol atleticano Ficha do jogo: em um belo chute de ATLÉTICO: Victor; Marcos canhota, acertando Rocha, Leonardo Silva, Réver o ângulo do goleiro e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete e Ronaldinho; Campestrini. Diego Tardelli (Araújo), Luan Após a goleada so(Rosinei) e Jô (Alecsandro). frida no Horto, os joTécnico: Cuca gadores do Arsenal ARSENAL: Campestrini; fizeram um papelão Hugo Nervo, Lisandro López, ao brigar com a políBraghieri e Pérez; Carbonecia, ainda no campo. ro, Ortiz, Marcone e Aguirre Quando a bola parou (Torres); Martín Rolle de rolar, foram cace(Benedetto) e Furch. Técnico: Gustavo Alfaro tadas, chutes, cadeiradas... o confronto Local: Independência foi até a porta dos Data e horário: 03/04, 22h vestiários. Uma verPúblico: 19.797 pagantes gonha! Além do baixo Renda: R$ 991.980,00 futebol, eles não souÁrbitro: Enrique Cáceres beram perder. (PAR)


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São Paulo 2x0 Atlético: Primeira derrota. Tricolor de volta?

Por Rafael Martins. Já com a primeira colocação geral na primeira fase garantida, o Atlético foi até a capital paulista enfrentar a equipe do São Paulo, que, por sua vez, deveria vencer e torcer por um tropeço do The Strongest para avançar como o segundo melhor colocado da chave. O que vimos em campo? O time mineiro apático e os paulistas com muita vontade e força. Praticamente, jogo de um time só. Até a preleção divulgada após a partida mostrava a vontade com a qual o Tricolor entrou em campo. Primeiro tempo sem chances reais de gols. Atlético na defensiva e São Paulo bus-

cando sua classificação a todo custo. A única alternativa era atacar, sem medo no Morumbi, lotado com torcedores apreensivos pelo grito de gol. No intervalo, o craque Ronaldinho disse que faltava alegria em campo, já que a partida não estava valendo nada para o Galo, era um treino. Isso gerou uma polêmica danada, e, de certo modo, foi um combustível para o time paulista. Aos 11 minutos da etapa complementar, Aloísio foi derrubado dentro da área pelo zagueiro Leonardo Silva. Era o que precisava o Tricolor para deslanchar na partida. O experiente goleiro-artilheiro Rogério Ceni cobrou a penalidade e não desperdiçou a chance.

São Paulo 1 a 0. Os mineiros continuaram sem chutar ao gol do adversário, fato esse que preocupava sua torcida, não estava acostumada a ver tal situação nesta Libertadores 2013. O técnico Cuca errou muito no jogo, mudou a forma do Galo jogar – colocando Serginho no lugar do contundido Tardelli, jogando com três volantes. Depois, nas substituições também não foi feliz. Com o jogo caminhando para o fim e Atlético sem demonstrar reação, aos 37 minutos, Osvaldo recebeu um belo lançamento de Paulo Henrique Ganso, que jogou muita bola naquela noite, entrou na área e tocou para o jovem Ademilson fazer o se-

gundo gol. São Paulo 2 a 0 e o triunfo salvador estava garantido. Depois da vitória, se falava que ali renascia o tricampeão da Libertadores. O São Paulo “dormiu” durante toda a fase de classificação, correndo sério risco de ficar de fora das oitavas, mas como um gigante, acordou a tempo. Resultado final: classificação para as duas equipes brasileiras, que se cruzariam novamente nas oitavas de final. O Atlético, como o melhor time, e o São Paulo, como o pior entre os 16 classificados. Teria o Galo ressuscitado o tradicional time do Morumbi? A resposta viria poucos dias depois.

A volta do Tricolor? Após a vitória por 2 a 0 e a classificação garantida, grande parte da mídia nacional afirmou que o Galo teria ressuscitado o Tricolor e que a camisa pesaria dali pra frente. Já sabemos no que deu. Ficha do jogo:

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda (Rodrigo Caio), Lúcio, Rafael Toloi e Carleto; Wellington, Denilson e Ganso; Douglas, Osvaldo e Aloísio (Ademilson) (Fabrício). Técnico: Ney Franco ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (Guilherme), Serginho (Neto Berola) e Ronaldinho; Luan (Alecsandro) e Jô. Técnico: Cuca Local: Morumbi Data e horário: 17/04, 22h Público: 50.403 Renda: R$ 1.961.516,00 Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (BRA)


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Oitavas de final São Paulo 1x2 Atlético: 30’ de sofrimento. Obrigado, Lúcio

Por Rafael Martins. Que “o Tricolor voltou” o quê! Jogando no Morumbi lotado, a equipe mineira calou os torcedores do São Paulo e mostrou que continuava sendo o melhor time da competição. Porém, o início do jogo parecia um flashback do que havia acontecido no confronto anterior. Foram trinta minutos de sufoco. Parecia exatamente a partida anterior entre as duas equipes, no fim da primeira fase. O bom (?) e velho sofrimento do torcedor alvinegro estava de volta. O São Paulo dominava o confronto. Pronto: a tal da tradição estava em campo. Jádson colocou o Tricolor em vantagem logo aos oito minutos

de jogo, após Ganso conseguir lindo drible na área e rolar para a chegada do camisa 10. A bola atravessava a área de Victor de um lado para o outro. O Atlético pouco conseguia sair jogando. Porém, um experiente zagueiro do outro lado fez um grande (gigante, imenso!) favor ao Galo. Lúcio, que já estava amarelado e parecia não querer mais ficar em campo, viu Bernard voando em sua frente e entrou com tudo no “Bambino de Ouro”. Obrigado, Lúcio! Cartão vermelho e Atlético com um a mais. A partir desse momento, mais precisamente, dos 34 minutos do primeiro tempo, o Morumbi parecia um quintal de casa dos atleticanos.

Só dava Galo. Bernard, o menino do Barreiro, cobrou o escanteio na cabeça do gênio Ronaldinho Gaúcho, que tirou o velho Ceni do lance e fez a bola parar no fundo das redes. O Galo empatava. A comemoração de R10 chamava a atenção. Ele batia nos braços e gritava “Aqui é Galo!”, como se estivesse cobrando um pouco mais de respeito daqueles que ignoraram o Atlético como uma das forças desta Libertadores e passaram a considerar o São Paulo amplamente favorito após o fim da primeira fase. Aquela frase representava muito, e marcou a caminhada do clube dali pra frente. No segundo tempo,

o Atlético, com calma, fazia tudo que podia e não podia em campo. Já que Lúcio resolveu ajudar, o alvinegro tinha mais é que aproveitar. O São Paulo pouco se aventurava no ataque, e a defesa, coitada, tomava um baile. Tardelli, cria tricolor, parece não gostar de ver aquela camisa na sua frente. Sempre dá um jeito de balançar as redes de Rogério Ceni. Depois do passe de Marcos Rocha, ele marcou mais uma vez, aos 14 minutos da etapa complementar. O São Paulo não reagiu, e o 2 a 1 dava certa tranquilidade para o jogo de volta. É, gente, “quando tá valendo, ta valendo”. Festa alvinegra no Morumbi.

“Aqui é Galo!” Após marcar o primeiro gol do Atlético, empatando a partida, Ronaldinho saiu gritando para a torcida, “Aqui é Galo!”. A frase representou muito na campanha vencedora do Atlético, que voltava a ser respeitado. Ficha do jogo:

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Tolói e Carleto; Wellington, Denilson, Jadson e Ganso; Osvaldo e Aloísio (Ademilson) (Rhodolfo) (Douglas). Técnico: Ney Franco ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha; Réver, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Bernard (Luan), Ronaldinho e Diego Tardelli (Rosinei); e Jô. Técnico: Cuca Local: Morumbi Data e horário: 02/05, 20h15 Público: 57.401 pagantes Renda: R$ 2.971.070,00 Árbitro: Antonio Arias (PAR)


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Atlético 4x1 São Paulo: Tradição Tricolor? No Horto, não Foto: Denis Dias

Por Caíque Rocha.

também mostrou à América sua força, “O segundo atacan- massacrando o tradite é o Jô!”. Apesar de cional e favorito time João Alves de Assis paulista. Foi uma noiSilva ser centroavan- te perfeita, pra bairte do Atlético, não há rista nenhum botar outra frase que ilus- defeito. tre melhor esse jogo O show começou (ou treino, pois faltou aos 17 minutos do priadversário), o segun- meiro tempo, quando da fase oitavas de do Jô abriu o placar final. E é claro que no Independência. O todos se lembram de primeiro tempo terquem a disse, de ma- minou apenas em 1 neira ofensiva, em a 0 para o Galo. Na rede nacional. etapa complemenPierre, Diego Tar- tar, mais dois de Jô, delli e Cuca também aos 17 e aos 24 miforam alvos desse, nutos. Diego Tardelli até então, esquecido também faria o seu, e mal informado “jor- aos 19 minutos, após nalista”, mas por al- erro grotesco da degum motivo ele ber- fesa tricolor. Como rou com mais ênfase tradicional nesta Li(não é legal dizer bertadores, o Atléódio) ao criticar Jô. tico teria que levar Que ironia. Nosso re- um gol. Luís Fabiano negado artilheiro foi descontaria aos 30 o homem do jogo. Um minutos. hat-trick histórico! O que falar do O time do Atléti- “homi”, hein? Ronalco não só calou a dinho Gaúcho, apeboca de muitos como sar de não ter mar-

cado, só faltou fazer chover. Quase deixou o seu, mas seria injusto, pois o ano mal começara e o Prêmio Puskas já teria um dono. Mas não foi só isso. O maestro comandou a vitória, com assistência e dribles que mexeram com o psicológico são-paulino. Tardelli foi Tardelli. Correu, buscou e... marcou. Mostrou inteligência e provou (nem precisava) sua capacidade. Bateu no peito e mandou o recado: Mais respeito com o Galo. Não é legal ficar citando apenas alguns jogadores quando o time todo deu uma aula de como jogar um futebol bonito. Desde Cuca, com sua capacidade incrível de montar estratégias, até o homem de frente, o Jô... Ah! O Jô! Voltemos a falar

dele. Foi o personagem principal daquela noite mágina no Horto. Dava gosto ver sua alegria. Ele voltou a ser menino. Parecia uma “foca” brincando com uma bola. No fim das contas, a classificação veio com o 4 a 1, sem maiores complicações e dores de cabeça. A partir desse confronto, o Galo viu que era possível alcançar a glória. O torcedor viu que valia a pena acreditar e apoiar. Os três gols de Jô podem não ter lhe rendido o direito de escolher música naquele programa do domingo à noite, mas com certeza fez alguns indivíduos engolirem suas palavras. Foi como se a cada gol, a bola falasse: “Vá lamber sabão!”.

Para voltar à seleção A atuação daquele 08 de maio foi uma das que credenciou o retorno de Jô à seleção brasileira. Com a lesão de Leandro Damião, o camisa 7 do Galo foi chamado para ocupar a vaga do centroavante do Inter, e marcou duas vezes na Copa das Confederações 2013. Ficha do jogo:

ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Diego Tardelli (Rosinei), Ronaldinho Gaúcho e Bernard (Luan); Jô. Técnico: Cuca SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda (Silvinho), Rafael Tolói, Edson Silva e Carleto; Wellington, Denilson (Ademilson), Jadson (Maicon) e Ganso; Douglas e Luis Fabiano. Técnico: Ney Franco Local: Independência Data e horário: 08/05, 22h Público: 19.212 pagantes Renda: R$1.541.545,00 Árbitro: Roberto Silveira (URU)


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Quartas de final Tijuana 2x2 Atlético: O caldo engrossava

Por Rafael Martins. Podemos dizer que, pela primeira vez, o Galo teve um páreo duro pela frente nesta fase final da Libertadores. No Caliente, em Tijuana, no México, o Atlético arrancou um empate que teve gosto de vitória. Depois de estar perdendo por 2 a 0, a equipe comandada por Cuca teve maturidade e buscou o empate com o iluminado Luan, aos 47 minutos do segundo tempo. Ele tinha prometido o gol a um repórter de televisão antes de entrar em campo. O resultado dava boa vantagem ao Galo para a partida de volta, que também não seria das mais fáceis. Aliás, muito pelo contrário. Mas essas foram cenas dos próximos capítulos. Falamos sobre

isso na página seguinte. O jogo foi diferente para o time alvinegro: viagem longa e um campo que não era o habitual. A grama utilizada no estádio Caliente é sintética, e isso dificultou o toque de bola atleticano. Os Xolos, como é o conhecido o time do Tijuana, aproveitaram-se muito bem disso e partiram pra cima, demonstrando um entrosamento não do time em si, mas com o gramado. A pressão mexicana durou o primeiro tempo todo e o Atlético deu muita sorte em só sair perdendo por 1 a 0. O gol do bom atacante Riascos saiu aos 31 minutos. Na segunda etapa, os mineiros voltaram desatentos e o time mexicano continuou pressionando. Cada ataque do

Tijuana levava perigo. Martínez, o “Neymar falso”, aproveitou um rebote de Victor e fez o segundo gol da equipe da casa, levando a torcida do Galo à loucura. Após levar 2 a 0, o time mineiro reagiu e mostrou um pouco da sua força ofensiva. Quando chegou tocando a bola no talento, usando as suas forças, levou perigo ao gol de Saucedo. Tardelli, que já vinha jogando muita bola, aproveitou um cruzamento de Ronaldinho Gaúcho e a falha da zaga para diminuiu o placar para 2 a 1, e chamou ainda mais a responsabilidade pra si. O time mexicano sentiu o golpe e, aos poucos, o alvinegro foi buscar o empate. O gol salvador de Luan saiu apenas no

último lance do duelo. O atacante, veloz como sempre, recebeu um bom passe de Tardelli e tocou por baixo das pernas do goleiro Saucedo para igualar o marcador. Mal sabia a Massa que esse gol faria muita diferença para o jogo de volta, disputado na semana seguinte, em Belo Horizonte. Vale destacar o preparo físico e psicológico do time comandado por Cuca, que correu o tempo todo e não sentiu os gols tomados. Naquele jogo, começava o declínio alvinegro na competição, sobretudo fora de casa. O que teria acontecido? Pressão para conquistar o titulo? A falta de tradição de na Libertadores? Jogadores cansados? Muitas perguntas no ar.

Salvador Luan, que entrou no segundo tempo como já era tradicional, marcou gol salvador para o Atlético, nos momentos finais em Tijuana. Mal sabia ele que o lance seria fundamental para a classificação. Ficha do jogo:

TIJUANA: Saucedo, Nuñez, Ortiz, Gandolfi e Castillo; Pellerano, Fernando Arce, Moreno (Corona) e Richard Ruiz (Márquez); Fidel Martinez (Piceño) e Duvier Riascos. Técnico: Antonio Mohamed ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver e Junior César; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Diego Tardelli, Ronaldinho e Bernard (Luan); Jô (Alecsandro). Técnico: C:uca Local: Caliente, em Tijuana (MEX) Data e horário: 23/05, 21h30 Árbitro: José Hernando Buitrago (COL)


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Atlético 1x1 Tijuana: Pânico! O 1º milagre de São Victor Foto: Denis Dias

Por Vinícius Silveira. É uma daquelas histórias que nem o cinesta mais genial do mundo pensaria. Nem mesmo o criador da novela das oito, ou até mesm o melhor autor de livros. O que aconteceu nesta partida entre Atlético e Tijuana foi algo surreal. Com certeza, o coração fanático do atleticano foi colocado à prova. Nem mesmo as inúmeras provações que o atleticano teve que passar nos últimos tempos seriam capazes de superar as emoções vividas neste jogo, válido pelas quartas de final desta Copa Libertadores da América. A primeira partida já demonstrava o quanto o adversário mexicano, até então desconhecido, era forte. Parecia que sua capacidade física transformava um jogador em dois. A correria daquele jogo ao lado da fronteira com os Estados Unidos, e em um gramado sintético, colocou os jogadores atleticanos para reinventar futebol.

Mas, o resultado foi de um empate por 2 a 2, com um gol salvador de Luan, aos 46 minutos do segundo tempo. Naquele momento, o torcedor que ficou em Belo Horizonte sentiu que a história estava escrita. Mal sabia ele que o drama viraria pesadelo por alguns minutos. A confiança inabalável do atleticano estava em êxtase elevado, a ponto de levar máscaras do personagem que matava a todos no filme “Pânico”. Mal sabiam os torcedores que o pânico tomaria conta deles mesmo, e que a classificação, que para muitos era garantida, só seria definida no fim do jogo. O caldeirão estava mais quente do que nunca. A festa estava quase arranjada, não fosse um toque daquele que entrou para colocar água no chopp atleticano: Riascos, atacante, após receber cruzamento de Ruiz, finalizou para o fundo das redes de Victor. O 1 a 0 dava a classificação aos mexicanos. Uma das grandes ar-

mas atleticanas durante a temporada foi a defesa, e os zagueiros Réver e Léo Silva também se notabilizaram por marcar gols. Após cruzamento de Ronaldinho, Réver escorou para o gol, trazendo de volta a confiança para o lado do Galo. O filme chegava apenas à sua metade. No segundo tempo, era matar ou morrer. E o torcedor, o que mais sentia com as tentativas que terminavam sem sucesso do Galo, e também com as investidas do Tijuana, gastava sua garganta para apoiar, e se fechava para não acompanhar o pior. Toda história tem seu herói. Ali, eram 22 candidatos a heróis, vilões, em ter sua marca escrita e contada naquele dia. Mas, aquela partida tinha a cara do goleiro Victor, até porque todo time começa por um bom camisa 1. No meio do segundo tempo, sua perna esquerda salvou um gol certo de Ruiz. O drama aparentava ser um pesadelo, daqueles que qualquer amante de filmes

de terror adoraria assistir. Parecia que o Tijuana era mais forte, um vilão praticamente invencível, e veio o momento em que herói poderia aparecer. Aos 46 minutos, Leonardo Silva cometeu pênalti em Aguilar. Alguns torcedores previam o pior e choravam de tristeza, outros temiam pelo pior, mas confiavam que ali existia uma esperança: um rapaz alto, vindo do futebol gaúcho para suprir uma deficiência antiga do clube: o goleiro Victor. Riascos chamou a responsabilidade, mesmo com outro jogador escolhido para a cobrança. Era a última cena do filme, o último ato da peça, o bloco final de uma novela e o último capítulo de um livro. Riascos partiu e bateu forte. Segundos de aflição. Victor caiu no canto direito, e a bola tocou em sua perna esquerda e foi para fora. O Independência, que estava totalmente calado, explodiu em emoção, ainda sem crer no que havia se passado. O choro de tristeza transformava-se em lágrimas de alegria.

Pânico! O lema “caiu no Horto, tá morto” tinha pegado de vez entre os atleticanos. Para levar esse clima para as arquibancadas, milhares de torcedores foram para o jogo com a máscara do “Pânico”. Ao fim da partida, uma decisão: elas nunca mais voltariam a ser vistas por lá. Ficha do jogo: ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha (Josué), Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete, Diego Tardelli, Ronaldinho e Bernard (Luan); Jô (Alecsandro). Técnico: Cuca TIJUANA: Saucedo, Nuñez, Gandolfi, Ortiz (Martinez) e Castillo; Pellerano, Arce, Aguilar, Ruiz (Marquez); Riascos e Moreno (Piceño). Técnico: Antonio Mohamed Local: Independência Data e horário: 30/05, 22h Público: 20.988 pagantes Renda: R$ 1.771.875,00 Árbitro: Patricio Polic (CHI)


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Semifinal Newell’s Old Boys 2x0 Atlético: Pela 1ª vez, em desvantagem

Por Rafael Martins. Temos aí um jogo inesquecível, particularmente para este que vos escreve. A primeira vez fora do país, dia do meu aniversário, mas o resultado não foi tão bom assim. A ida até a Argentina rendeu amizades com atleticanos, argentinos e colombianos. Vi cenas que nunca pensei que iriam acontecer: hermanos gritando Galo, querendo camisas a qualquer custo e quando a moral estava baixa com a derrota, vi que a situação poderia ser revertida. Todos queriam isso, não só eu e amigos atleticanos, mas todos com quem conversava. Newell´s Old Boys e Atlético fizeram a primeira partida válida pela semifinal da Copa Libertadores em Rosário, com um ótimo publico lotando a capacidade do Estádio Marcelo Bielsa. O time da casa venceu o Galo com muita propriedade. O placar

final de 2 a 0 foi pouco pelo que o Atlético fez em campo e pela pressão sofrida principalmente depois dos gols tomados. O time da casa, como esperado, tomou a iniciativa e o Atlético pouco tocava a bola. Toques rápidos e envolventes levavam os “leprosos” até a área de Victor, que salvou o Atlético depois de um erro de Richarlyson, que oferecia espaço na esquerda. Maxi Rodríguez recebeu cruzamento na área e mandou de primeira para bela defesa do goleiro. Depois dos minutos iniciais de pura pressão, o Atlético conseguia tocar um pouco mais a bola, mas continuava errando muitos passes e não ameaçava o adversário. A marcação era prioridade, e isso pode ter sido uma falha de armação da equipe, pois Tardelli e Bernard, válvulas de escape, mais jogavam como laterais do que como ata-

cantes. Scocco fez boa jogada, deixando dois jogadores do Galo pra trás, mas parou em outra grande defesa de Victor. Depois, em outra investida, bateu fraco. A grande participação no jogo de um apagado Ronaldinho Gaúcho foi um belo passe para Bernard, que tentou driblar o goleiro e não conseguiu, perdendo uma ótima chance para o Galo. Foi a única chance clara. Depois desse lance, o Atlético ensaiava uma marcação pressão, mas não rendeu muitos frutos. Na segunda etapa, logo aos 25 segundos, o Galo teve uma boa chance desperdiçada por Ronaldinho, que isolou a bola na arquibancada. Pouco tempo de alguma inspiração do Galo. O goleiro Guzmán não fez nenhuma defesa em todo o jogo. O Newell’s voltou a controlar e chegar com mais frequência à área

atleticana. Scocco e Maxi comandavam. A torcida viu o bom momento e apoiou ainda mais. A Massa, presente em bom número, ficava apreensiva vendo um time desorganizado, sem inspiração e com a apatia de seus principais jogadores. O primeiro gol saiu depois de uma cobrança de escanteio que a zaga não afastou a bola – alguns acham que houve falta em Rafael Marques. Após cruzamento vda direita, Maxi Rodríguez apareceu livre e cabeceou para o gol, sem chances para o goleiro Victor. O que já que estava ruim ficou ainda pior. Pressão dos mandantes e a casa quase caiu novamente, mas Rafael Marques salvou em cima da linha, milagrosamente. O estádio vinha abaixo com as jogadas ofensivas e Scocco fez o segundo gol da partida, em excelente cobrança de falta, que tam-

bem contou com falha do goleiro Victor, que armou mal a barreira. A festa era gigante. O Galo chegou a diminuir, mas a arbitragem marcou impedimento de Jô, que completou para o gol. Situação complicada para a volta, marcada para a próxima semanna. Mas o Galo tinha o Horto. Ficha do jogo: NEWELL’S: Guzmán; Cáceres, Vergini, Heinze e Casco; Pérez (Cruzado), Mateo e Bernardi; Figueroa (Martín Tonso), Scocco (Urruti) e Maxi Rodríguez. Técnico: Gerardo Martino ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Rafael Marques e Richarlyson; Pierre, Josué, Diego Tardelli (Luan), Ronaldinho e Bernard; Jô (Guilherme). Técnico: Cuca Local: Colosso Del Parque, em Rosário (ARG) Data e horário: 03/07, 21h50 Árbitro: Enrique Osses (CHI)


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Atlético (3) 2x0 (2) Newell’s Old Boys: Noite épica Foto: Denis Dias

Por Rafael Martins e João Vitor Cirilo. O dia era 10 de julho de 2013, um dos mais nervosos do ano para os atleticanos. O dia não passava, a hora da revanche não chegava, argentinos faziam a festa em BH. Na verdade, já era 11 de julho de 2013. O horário, por volta de meia-noite e vinte. Antes disso, vamos contar toda a história. Em campo, Atlético Mineiro e Newell’s Old Boys. O jogo era no estádio Independência, onde o Galo ainda não perdeu após a reinauguração (e lá se iam 54 partidas como mandante, 38 no Horto). Após perder por 2 a 0 na ida, na Argentina, o caminho na luta pela vaga na inédita final da Libertadores foi um pouco complicado. O fator motivacional: a mística da arena do Horto. Uma frase mudaria tudo. Um tal de “eu, acredito!”, entrava em cena. Esse grito ecoava pelas redon-

dezas do Horto. As funerárias contratadas para enterrar as vitimas alvinegras estavam de alerta. E que adversário chato... só foi morrer depois do apagar das luzes e pênaltis. A estratégia atleticana era fazer um gol logo no início e incendiar o jogo. E assim foi. Com o apito inicial do árbitro, o Galo partiu pra cima do Newell´s, fazendo marcação pressão. Os argentinos se assustaram e erraram uma saída de bola. Tardelli recuperou e passou para Ronaldinho dar belo passe para Bernard sair cara a cara com o goleiro, lance parecido com o da primeira partida. Dessa vez, o baixinho não perdoou: Atlético 1 a 0. Depois, o bom e velho sofrimento. Lesionados, apagão dos refletores, enorme pausa. Um pouco mais de tortura. Após o benéfico apagão, na metade final do segundo tempo, eis que Cuca olha para seu ban-

co de reservas e promove duas alterações (já havia colocado o atacante Luan no lugar do volante Pierre). Alecsandro e Guilherme entraram nas vagas dos incontestáveis Bernard e Tardelli. Ao contrário dos titulares, Guilherme, sim, volta e meia é muito questionado por boa parte da torcida. Defendido pelo treinador e pelo presidente, teve sua chance. Dominou no peito e finalizou, quando o relógio marcava 50 minutos da etapa complementar. Gol. Teríamos pênaltis no Horto, graças a Guilherme, que poderia ter ido embora meses atrás, quando a pressão sobre ele parecia forte demais. Alecsandro, Scocco, Guilherme (ele de novo) e Vergini guardaram as quatro primeiras cobranças. Veio Jô e... perdeu. Desespero no Horto. Mas Casco também errou o dele na sequência. Veio Richarlyson e... perdeu também! Mais aflição.

Mas não é que Cruzado também desperdiçaria outro penal? O roteiro estava escrito. A última cobrança era do R10, maior ídolo recente do alvinegro. Ele fez. Veio o experiente e bom de bola Maxi Rodríguez pelo lado argentino. Debaixo das traves, outro ídolo recente: Victor. Não teve jeito para os hermanos. A história já estava pronta. O goleiro santo pegou mais um pênalti, assim como nas quartas contra o Tijuana, e colocou o Galo em sua primeira final de Libertadores. E quem diria que o Atlético Mineiro, um time que tem em sua história vários momentos infelizes, de dor, onde tudo tendia a dar errado, se classificaria em duas fases consecutivas da maior competição do continente com pênaltis defendidos “na bacia das almas” em jogos muito complicados? E comandado pelo “azarado” Cuca...

E quem apostaria que o gol que devolveu o Galo ao torneio seria marcado pelo criticado Guilherme? Sem falar que Bernard, também já questionado por alguns em um (aparente) momento de despedida do clube, abriu o placar. Coisas que só o futebol explica. Só ele e seu poder de levantar aqueles que, aparentemente, já estavam caídos. Ficha do jogo:

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre (Luan), Josué, Diego Tardelli (Alecsandro). Ronaldinho e Bernard (Guilherme); Jô. Técnico: Cuca NEWELL’S: Guzmán; Cáceres (Orzán), Vergini, Heinze (Víctor López) e Casco; Cruzado, Mateo e Bernardi; Figueroa (Martín Tonso), Scocco e Maxi Rodríguez. Técnico: Gerardo Martino Local: Independência Data e horário: 10/07, 21h50 Árbitro: Roberto Silvera (URU)


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Final Olimpia 2x0 Atlético: Mais do mesmo Foto: Facebook Club Olimpia Oficial

Por João Vitor Cirilo. Passadas duas fases de sofrimento, o Atlético não se viu livre do seu carma. É claro, viria mais pela frente. O Galo teria como adversária mais uma tradicional equipe do futebol sul-americano, na última fase da Libertadores. Estamos falando do Olimpia, tricampeão do torneio e finalista em seis oportunidades. Marcas de respeito, caros amigos. Na semifinal, o “Rey de Copas” passou pelo Independiente Santa Fé, da Colômbia, ao abrir a série com um 2 a 0 em seus domínios e perder por 1 a 0 fora de casa, em jogo emocionante. Após longo debate quanto aos estádios da final, que não poderiam receber público menor do que 40 mil torcedores, foise o Atlético para o Paraguai, atuar no Defensores del Chaco, maior estádio paraguaio, mas que não

pode comportar tal número de pessoas. Porém, a CONMEBOL abriu essa exceção ao Olimpia, que teria que jogar longe de seu país caso não pudesse atuar no Defensores. Mas, creio eu, essa hipótese nem chegou a ser levantada. A briga do Galo era para jogar no Independência, que recebe pouco mais de 20 mil torcedores. O resultado todos já sabem. Passemos ao jogo. Faltou inspiração ao Atlético. A equipe brasileira até começou melhor no jogo, não se intimidando com a força do torcedor do Olimpia. Já o time paraguaio chegava muito pouco ao gol defendido por Victor, goleiro que a essa altura já havia sido “canonizado” pelo torcedor. Sem poder contar com Bernard, suspenso por ter recebido o terceiro cartão, por reclamação, no jogo contra o Newell’s, o Galo foi de Luan, que até

começou bem. Diego Tardelli era o principal homem do Atlético, assim como Marcos Rocha, que partia em velocidade pela direita e servia o camisa 9 com bons lançamentos. Porém, um descuido foi fatal. Aos 22 minutos da etapa inicial, o bom lateral Alejandro Silva recebeu na direita, foi trazendo para o meio e, sem sofrer combate de Tardelli, passou facilmente por Réver e finalizou a canhota, sua perna boa. O 1 a 0 dava a tranquilidade que o Olimpia queria para criar outras chances e dominar a partida. Teve chances pra isso, mas o jogo seguiu da mesma maneira até o intervalo. Após a pausa, Tardelli seguia voando. O grande problema era que Ronaldinho não jogava nem 1% do que sabe. O camisa 10 errou simplesmente tudo que tentou no jogo, sendo inclusive tirado de cam-

po pelo técnico Cuca, que “Eu, acredito!” colocou Guilherme, outro Foi a frase mais ouvida herói da fase anterior, em campo (e ele fez mais que durante a semana após a o gaúcho logo nos seus derrota no Paraguai. Nunprimeiros lances). A subs- ca se viu um torcedor do tituição rendeu discussões Galo tão confiante quanto nos debates esportivos nesta ocasião. Ah, ainda durante toda a semana. tinha o “Yes, we C.A.M.” e o “não é milagre, Obviamente, Ronaldo não é Atlético Mineiro”. saiu satisfeito de campo. O Olimpia perdeu chanFicha do jogo: ce claríssima na parte final do confronto, quando Léo OLIMPIA: Martín Silva; Silva salvou em cima da Manzur, Miranda e Candia; linha e Bareiro, dono do Alejandro Silva, Giménez rebote, finalizou para fora, (Ferreyra), Aranda, Pittoni e com o gol completamente Benítez; Salgueiro (Paredes) e Bareiro (Prono). vazio. Seria a sorte de camTécnico: Ever Hugo Almeida peão ajudando? Talvez. Mas, aos 48 minutos, PitATLÉTICO: Victor; Marcos toni resolveu complicar um Rocha, Réver, Leonardo Silva pouco mais a vida do Galo. e Richarlyson; Pierre, Josué, Diego Tardelli, Ronaldinho O volante cobrou falta (Guilherme) e Luan (Rosinei); com perfeição, no ângulo, Jô (Alecsandro). e Alecsandro, posicionado Técnico: Cuca pouco à frente da linha do gol a pedido de Cuca, não Local: Defensores del Chaco, em Assunção (PAR) alcançou a bola e acabou Data e horário: 17/07, 21h50 atrapalhando Victor. 2 a 0 e mais uma missão impos- Árbitro: Néstor Pitana (ARG) sível. A última delas.


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Atlético (4) 2x0 (3) Olimpia: O desfecho perfeito Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético

Por Rodolpho Victor. Quem imaginaria que na sua estreia em final de Libertadores o Galo conseguiria conquistar a América? Depois dos jogos contra Tijuana e Newell’s, confiança era o que não faltava. Desde o apito final no Paraguai, onde o Galo perdeu novamente por 2 a 0 – como na semifinal -, a Massa voltou a confiar que veríamos um outro milagre de perto, dessa vez para definir no gogó e na raça, já que a Conmebol não liberou o Independência para ser o palco da decisão. A torcida do Galo se via novamente com as campanha do “Eu Acredito” e “Yes, We C.A.M.”. Depois de tanto sofrimento, a Libertadores deveria mesmo ficar em BH. O primeiro tempo começou nervoso. Time tenso, jogando na base do chutão. Tardelli chegou com perigo, Victor salvou duas vezes, Ronaldinho no desespero foi pra aérea... valia tudo. O Olimpia chegava, mas era o dia do São Victor, que fazia

milagres em outro terreiro. Tardelli corria o campo inteiro buscando jogo, mas a pressão tirava a pontaria. Jô procurado por todos, mas a bola não parava, pela consistência defensiva dos paraguaios. Tudo ficaria para os 45 finais, no sofrimento, mais uma vez. Cuca se apegou à fé, à Nossa Senhora, mas a fama de “azarado” ainda remoía na sua cabeça. Algumas vezes, olhava para o céu e perguntava: “Por que comigo? Por que com o Galo?”. Juntava as mãos, já sem unhas, em forma de prece. Na volta, a Massa, tensa, só conseguia gritar o mantra da Libertadores: “Eu Acredito!”. Todos acreditavam, sim. Todos queriam soltar o grito de Galo, e ele veio antes do primeiro minuto. O passe do iluminado Rosinei não foi lá dos melhores, mas Pittoni resolveu dar um presente: o volante furou e Jô, artilheiro da Libertadores, não desperdiçou. Quem não acreditaria naquele time de guerreiros? Tardelli continuou buscan-

do jogo, mas a danada da bola cismava em não entrar. Dessa vez, a trave se tornava adversária e o goleiro Martin Silva era a barreira do ataque alvinegro. Aos 26′, duelo entre Silvas: o cabeceio do Léo parou no Martín. Pra quê jogar na zaga? Leonardo Silva fazia agora o papel de um centroavante (e ele tem futuro na área). Em meio ao sofrimento, veio o anuncio da maior renda da história do futebol nacional (pouco mais de R$ 14 milhões), mas a torcida nem ouviu. A única coisa de valor que interessava era o título. Ferreyra, atacante do Olimpia, parecia também acreditar no Galo. Infelizmente para eles, o “tanque” foi lançado, passou por Victor e foi puxado, sim, por Roberto Drummond, que não deixaria o vento vencer desta vez. Apenas forças do além explicam o erro. Manzur já tocava o hino com os joelhos, “tremendo” e temendo o pior, mas foi o seu cotovelo que o tirou de campo faltando cinco minu-

tos. Como era inteligente o defensor do Olimpia... sabia que um minuto depois não chegaria no terceiro andar com Leonardo Silva, que deixou tudo igual e a esperança em alta de que o título chegaria. O “atacante” Léo Silva era o herói da vez. Prorrogação, para a tristeza do time paraguaio, que via 62 mil guerreiros gritando em seus ouvidos. Era Olimpia no 9-0-0 e Galo no 0-0-10. Victor dava conta. Réver foi fazer dupla com Léo Silva e também acertou o travessão; Josué, destruindo, mandou de longe e Martin Silva salvou de novo. O atleticano não tinha mais coração, desidratado de tanto chorar. Era a sua vez de conquistar a América. 113% de posse de bola. Alecsandro encobriu o goleiro e o zagueiro tirou debaixo do gol. Teríamos pênaltis, de novo. Bons batedores e um tabu para se quebrar. Miranda foi bater, coitado. Tremia de frente pro Santo. Bateu no meio, muito mal

(Victor se adiantou, ok). Alecsandro, Ferreyra, Guilherme, Candia, Jô Aranda e Léo Silva fizeram em sequência. A esperança do Olimpia estava nos pés de Giménez. Ele fazia e torcia pro Ronaldinho perder, ou São Victor trabalharia de novo com os seus milagres. Giménez mandou a bola na trave e taça na mão do Galo. E o Brasil inteiro sem entender como os “azarados” fizeram aquilo. Ficha do jogo:

ATLÉTICO: Victor; Michel (Alecsandro), Réver, Leonardo Silva e Júnior César; Pierre (Rosinei), Josué, Diego Tardelli (Guilherme). Ronaldinho e Bernard; Jô. Técnico: Cuca OLIMPIA: Martín Silva; Manzur, Miranda e Candía; Alejandro Silva (Giménez), Mazacotte, Aranda, Pittoni e Benítez; Salgueiro (Baez) e Bareiro (Ferreyra). Técnico: Ever Hugo Almeida Local: Mineirão Data e horário: 24/07, 21h50 Público: 56.557 pagantes Renda: R$ 14.176.146,00 Árbitro: Wilmar Roldan (COL)


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Horto ou Mineirão?

Em BH, Galo campeão!

Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético

Por Eduardo do Carmo (de São Paulo). “Caiu no Horto, tá morto!” A torcida do Galo tem toda a razão. Ninguém consegue derrotar o time mineiro no novo Independência. Assim, o Atlético-MG derrubou todos os adversários que apareceram por lá na Libertadores. O último capítulo, no entanto, foi em um palco diferente. Não tinha a mística da invencibilidade e nem o ”entrosamento” com o gramado, mas tinham 60 mil vozes e um belo estádio, o mais tradicional de BH: o Mineirão. Por lá, a frase mudou. Uma que o Galo carregou desde as quartas de final. “Eu acredito!”. Sim, acreditaram e apoiaram o time até o fim. Nenhuma adversidade interrompeu o sentimento de

esperança. Valeu a pena. Tudo deu certo. Foi assim na defesa de Victor, nos acréscimos, contra o Tijuana; no gol de Guilherme e em outra defesa do arqueiro, ou São Victor, contra o Newell’s Old Boys; no gol do zagueiro Leonardo Silva e nova intervenção de Victor em penalidade máxima, dessa vez contra o Olimpia, na final; na confirmação do título que o Atlético tanto queria. Grito, choro, alegria, festa. Enfim, loucura. Galoucura! Agora melhorou. Sim, eles podem. Yes, we C.A.M. We? Sim. Nunca vi o bordão ”tal time é tal país em determinado campeonato” ser tão real. Claro, o lado azul de Minas foi Paraguai, mas também foi obrigado a ver uma conquista mais que merecida. Em sua maioria, o

Brasil estava do lado do Galo. As barreiras quebradas e a luta foi algo fora do normal. Quem viu o Atlético passear na primeira fase, não imaginava o sofrimento que viria nas demais. Teve parada para a Copa das Confederações no momento em que o time estava voando, alteração de mando por conta da capacidade. Mas nada, nada tiraria o título de BH. Lá, o Galo é f… E esse Galo canta alto. Por conta de um técnico que sempre levou a fama de azarado e pé frio. Dessa vez não. Cuca livrou o Atlético de um rebaixamento, que já era tido como certo por muitos, em 2011. Os frutos foram colhidos. Sem medo e com muita fé, além da tradicional superstição, o treinador fez com que todos voltassem

os olhares para o Galo. O objetivo do futebol é fazer gols, balançar a rede adversária. Então lá foi Cuca, que montou um time para frente, para o ataque. Jogos com a maestria de Ronaldinho, velocidade de Bernard, inteligência de Tardelli e faro de gol de Jô. Uma equipe segura, pois sabe que lá no gol tem o São Victor (aproveitando, a estátua do goleiro começa a ser construída quando?), o especialista em penalidades máximas. Mexicanos, argentinos e paraguaios sofreram com a estrela do paulista de Santo Anastácio. Coincidência ou não, ele é o ”santo” mais famoso da cidade agora. A festa começou na quarta-feira, mas a explosão só aconteceu na madrugada de quinta-

feira. Ainda tinha muito sofrimento e emoção guardados para a decisão. Teve tempo normal, prorrogação e pênaltis. E tem outra parte. Marrocos aguarda a torcida atleticana no final do ano. Mesmo com o passar do tempo, a alegria seguirá, mas dividirá espaço com a ansiedade de um possível Atlético e Bayern pelo Mundial. Antes disso, muita comemoração pela frente. Este 2013 jamais será esquecido por uma torcida que sempre acredita. A equipe comandada por Cuca, com Victor, Léo Silva, Bernard, Ronaldinho, Jô e cia, será lembrada com muito carinho por todos os amantes deste esporte maravilhoso. Parabéns, Atlético-MG, Galo forte e vingador! Campeão da Libertadores da América 2013.


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quae sera tamen

Por Vinícius Silveira. Só quem ama futebol sabe o que é estar em uma decisão de um campeonato. E o que dizer de disputar a final de Libertadores? Vários clubes brasileiros conseguiram esta proeza. Uns saíram felizes, e outros nem tanto. Desta vez, era o Atlético-MG, que há menos de uma década, carregava consigo o drama de ser rebaixado para a segunda divisão nacional. Fez-se justiça ao trabalho, ao ressurgimento de uma agremiação, que, para uns poucos, era considerada pequena, mas para uma franca maioria, nunca deixou de ser grande. Campeão brasileiro em 1971, dono de dois títulos da Copa Conmebol, celeiro de centenas de craques que deixaram saudades e ajudaram a escrever uma história de 105 anos. Em 2013, o grande foco

Por Rafael Martins. “Não tenho preocupação nenhuma com eles na Libertadores. Não estão acostumados, disputaram só quatro vezes na história. Nós (Cruzeiro) já disputamos treze, chegamos a quatro finais, temos camisa, tradição e eles não têm isso. Já é difícil chegar a disputar, imagina ganhar?”. Essas foram palavras do Senador e ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela. Me-

do clube foi o torneio continental. O alto investimento em jogadores considerados caros, e de grande valorização, colocava o time como uma das potências, mas não favorito. Entretanto, para uma torcida faminta e carente de alegrias, o Galo era candidato, tinha cara de campeão, e time para sair vencedor. Sabendo disso, a massa atleticana teve papel fundamental na campanha. “Caiu no Horto, tá morto”. Esta foi a frase entoada pela torcida nos jogos do clube, que adotou o Independência como casa. O número de torcedores nunca era menor que 18 mil pagantes, o que preenchia as cadeiras da “casa do Galo” por completo. Como nada para o Atlético foi fácil nestes 105 anos de história, tinha que ter um pouco de dramaticidade no caminho do clube. Estava

tudo muito perfeito. O Galo jogava bem e nenhum adversário era páreo para o time alvinegro, até que um até então desconhecido colocou o coração do atleticano em uma prova de fogo. O Tijuana estava no caminho. Mas, como todo bom time começa por um bom goleiro, Victor salvou um pênalti aos 48 do segundo tempo com a perna esquerda, e manteve o empate por 1 a 1 contra os mexicanos, resultado que classificou o time por ter feito mais gols fora de casa. Depois do jogo contra o Tijuana, percebia-se que o Atlético sofria com a bruta sequência de jogos decisivos, mas o torcedor era a força do time, pois qualquer abatimento poderia ser fatal. Após um 2 a 0 contra na Argentina, foi aí que a frase “Eu acredito” passou a ser gritada a plenos pulmões diante do Newell’s. Mais uma

vitória, desta vez nos pênaltis após gol salvador no fim, e o Galo chegava a uma final inédita. O atleticano vivia em estado de êxtase. Na final, depois de outro 2 a 0 contra, para a tristeza de alguns, o Atlético teria que se despedir de sua casa, o Independência, que não poderia receber o número de pessoas desejado pela Conmebol, e o time iria para outro campo que conhece muito bem: o Mineirão. Mais de 58.000 vozes, superando a marca de 14 milhões de reais em renda, um recorde. Só a torcida do Galo para fazer isto. Não tinha valor que pudesse impedir a presença ao lado do time quando ele mais precisava. Se ela foi o 12º jogador da equipe durante todo o torneio, na final, teria que se fazer mais presente do nunca. O atleticano sofreu, chorou, teve medo, mas foi recom-

pensado com o título, que não só viria para acalmar um coração carente, mas para abafar anos de sofrimento a fio, com tantas provações, que nunca acalmaram o sentimento alvinegro, e ainda reafirmou o amor eterno ao Atlético. Na bandeira do estado de Minas Gerais, está escrita a frase “Libertas quae sera tamen”, que significa “Liberdade ainda que tardia”. Para o torcedor do Atlético, passa a ser “Libertadores ainda que tardia”. Como disse, de forma muito sábia, o grande escritor, jornalista, e atleticano Roberto Drummond, em sua mais singela e incisiva forma de definir o atleticano: “Se houver uma camisa atleticana pendurada em um varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento” . Parabéns, Clube Atlético Mineiro.

nosprezar o adversário é dar combustível para a vitória. Como atleticano, agradeço de joelhos ao senhor Zezé Perrela pelas sábias palavras que ele soou contra uma nação. Tradição, camisa e história, sozinhas, não ganham jogo, e isso ficou provado nesta Libertadores. O Galo foi o responsável pela eliminação do tricampeão São Paulo, e ainda viu times como o Boca Júniors caírem fora do

torneio antes da hora imaginada. Futebol se ganha com raça, gols, defesas, preparo físico e psicológico, treinamento e direção firme. Foram 14 jogos, 14 guerras travadas no Independência, Morumbi, Julio Grondona, Hernando Siles, Caliente, El Colosso Del Parque, Defensores Del Chaco e Mineirão. Em todos os jogos, a massa esteve presente, levando sua energia para todos os seus guerreiros. Viagens

para Argentina, Bolívia, México, Paraguai e São Paulo foram alucinantes para quem teve a honra de participar desses momentos únicos. No retorno à casa, grandes festas nas arquibancadas do Horto. Tudo isso foi parte de um sonho que se tornou realidade. Agradeço a Deus por me dar olhos para poder assistir, ouvidos para poder escutar, boca para poder gritar, pele para sentir a alegria de ser campeão, ou melhor,

alegria de ser Galo! Não torcemos por títulos. Não importa o tempo sem ter conquistas. A conquista maior é ser atleticano, e isso carregaremos para sempre, junto com a Taça da Libertadores da América – o primeiro passo de muitas glórias que virão. Tivemos fé, sede da vitória, e quem tem talento, competência e merecimento é premiado na hora certa. Enfim, podemos gritar: Galo campeão da América!

Enfim, C.A.M.peão


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Galeria de fotos: Alguns registros da campanha do Galo

Foto: Denis Dias

Foto: Denis Dias

Foto: Denis Dias

Foto: Denis Dias


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Foto: Denis Dias

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Foto: Denis Dias

Foto: Divulgação/Facebook Soul Galo

Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético

Foto: Bruno Cantini/Flickr do Atlético


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OS CAMPEÕES Fotos: Divulgação/Atlético

1 - Victor

2 - Marcos Rocha

3 - Leonardo Silva

4 - Réver

5 - Pierre

6 - Júnior César

7 - Jô

8-LeandroDonizete

9 - Diego Tardelli

10 - Ronaldinho

11 - Bernard

12 - Giovanni

13 - Jemerson

14 - Rafael Marques

15 - Gilberto Silva

16 - Lucas Cândido

17 - Guilherme

18 - Rosinei

19 - Alecsandro

20 - Richarlyson

21 - Neto Berola

23 - Leleu

24 - Lee

26 - Carlos César

27 - Luan

28 - Josué

29 - Michel

30 - Sidimar

Téc: Cuca


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