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Avivamento: Vida no Espirito Santo - Edição 1.210

VIDA NO ESPÍRITO SANTO

“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne...” (Joel 2.28)

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Pr. Francisco Chaves

A título de introdução, o capítulo dois de Joel é uma espécie de chamamento que Deus faz ao povo de Judá para uma vida de conversão, arrependimento e santidade. Neste texto (Joel 2.12-29) nos é perceptível que um dos aspectos da teologia de Joel está no fato de que o arrependimento é o único caminho para uma plena restauração do povo de Judá e, por conseguinte, um profundo despertamento espiritual, um verdadeiro avivamento! Por isso Joel, que significa “o Senhor é Deus”, recebe uma palavra diretamente de Deus (1.1) para predizer - mais explicitamente que qualquer outro profeta do Antigo Testamento - a presença profética do Espírito na vida do povo (2.28-29). Daí, Joel ser chamado de o profeta do Pentecostes. Então, podemos afirmar que, a respeito do capítulo dois, que o derramamento do Espírito é uma promessa plena e segura de Deus. Sendo assim, cientes de que Deus, em Cristo, nos regenerou e que já fomos selados pelo Espírito Santo, a Palavra de Deus nos chama para uma vida de santidade, uma vida plena e cheia do Espírito Santo. “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa” (Ef 1.13). “... mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Diante do exposto, segundo o profeta Joel, antes que experimentemos essas dádivas de Deus, um avivamento ou despertamento espiritual genuíno, é preciso observar

alguns princípios que antecedem o derramamento do Espírito sobre o povo de Deus: Em primeiro lugar, o derramamento do Espírito geralmente é precedido por uma forte convicção de crise. Joel 1.4 menciona a presença avassaladora de gafanhotos em todo território de Judá. São chamados de gafanhotos “cortador”, “migrador”, “devorador” e “destruidor”, os quais destroem toda a plantação de Judá. Em Joel 1.10, vemos uma grande seca sobre os campos de Judá. A terra e a plantação estão completamente assoladas. E finalmente, em Joel 1.19-20, o fogo consumiu os pastos e as chamas abrasaram todas as árvores. Em decorrência disso, os animais gemem. Diante disso, o profeta diz: “Promulgai um santo jejum, convocai uma assembleia solene, congregai os anciãos, todos os moradores desta terra, para a casa do Senhor vosso Deus, e clamai ao Senhor” (1.14). É neste cenário de densa crise, no meio de um ambiente de dor e desonra, que o profeta levanta a sua voz e convoca a nação a buscar a Deus. Em segundo lugar, o derramamento do Espírito é precedido por transformação de vida. “diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o coração...” (Joel 2.12). João Calvino enfatiza o fato de que Joel não está falando no seu próprio nome, mas falando em nome do próprio Deus. Isto quer dizer que é o próprio Deus quem está falando. Então é possível averiguar a contundência e a seriedade do discurso profético. Não há restauração e

despertamento espiritual sem volta para Deus. O povo de Judá tinha uma relação mística com o templo. A confiança deles estava no templo. Eles haviam substituído o relacionamento pessoal com Deus pelos rituais religiosos. Se de fato desejamos experimentar uma vida de santidade, é imperioso voltarmos a ter um relacionamento pessoal com Deus. Em terceiro lugar, o derramamento do Espírito é precedido por um forte desejo de santificação de vida. “... e isso com jejuns...” (Joel 2.12). Nesse processo de volta para Deus, Joel convoca uma santa assembleia, chama a nação para um santo jejum coletivo. Antes da restauração, eles precisavam ser tomados por uma forte convicção de arrependimento pelos seus pecados. Queridos, jejum não é greve de fome ou regime para emagrecer. Também não é um processo meritório. O jejum tem finalidade espiritual. Nosso jejum deve

ser para Deus e, por consequência, transformação de vida. Em quarto lugar, o derramamento do Espírito é precedido por confissão de pecado. “... com choro e com pranto” (Joel 2.12). O profeta convoca Judá a prantear diante do Senhor por causa dos seus pecados. A restauração espiritual começa com choro e com lágrimas. Antes do derramamento do Espírito, o povo foi chamado ao quebrantamento pelos seus pecados. Portanto, frente ao endurecimento dos nossos corações, é tempo de prantear diante do Senhor pelos nossos pecados. Não devemos chorar por desespero, mas sim, por arrependimento. Amados, certamente está no coração de Deus que vivamos uma vida cheia do Seu Espírito, que experimentemos um verdadeiro despertamento espiritual! Mas, antes disso, precisamos nos voltar para Deus.

Qual era a situação vivenciada pelo povo de Deus nos dias de Joel? Leia Joel 1.4 e 10-14.

Segundo o editorial, quais são os quatro comportamentos gerados pelo Senhor que precedem o derramamento do Espírito? Leia Joel 1.14 e 2.12.