REVISTA ÍCONE ESPORTIVO – 3ª EDIÇÃO

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Somente as atividades esportivas e físicas orientadas por Profissional de Educação Física proporcionarão os benefícios esperados, tais como adoção de hábitos positivos, melhora nos relacionamentos e formação integral.

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Sumário

76 FUTEBOL FEMININO

Jogadoras do Iranduba da Amazônia se desdobram entre treinos e trabalho no Distrito para representar o Amazonas na Copa do Brasil

60 CARAMURI

Fruta amazônica vira sugestão para nome da bola da Copa do Mundo de 2014

CORRENDO EM GRUPO

70

Grupos de corrida de rua crescem, promovem a qualidade de vida e turbinam eventos no Amazonas.

BOLEIROS NA MÚSICA

Time de ex-jogadores fortalece laços com roda de samba todos os fins de semana em um bar de Manaus. Página 48

46 ERA UMA VEZ

História do demolido Estádio Vivaldo Lima vira documentário

VIDA DE ATLETA

Repórter da ÍCONE encara o desafio de disputar prova de ciclismo e conta detalhes da aventura. Página 64

TREINAMENTO FUNCIONAL

Conheça o exercício acessível a todos e que simula ações do dia a dia. Página 86


EDITORIAL Qual o caminho para se tornar um atleta consagrado? O traçado varia a cada

ESPORTIVO

esporte, personalidade, idade, mas em comum, a dedicação extenuante, o esforço quase sobre-humano e o exemplo dos grandes ídolos. João Victor Castro Aguiar Gomes de Lima tem apenas 14 anos de idade, destes, mais de dez dedicados ao esporte. Com apenas três anos ele já praticava a montaria em cavalos. Aos quatro, migrou para o hipismo, onde hoje é um dos principais cavaleiros nas categorias de base do Brasil e de todo o mundo. Capa da terceira edição da ÍCONE, João Victor tem de se desdobrar entre estudos, treinamentos e cansativas viagens para Europa, Ásia, América do Norte... Tudo em busca do sonho de se tornar um famoso cavalheiro brasileiro, a exemplo do seu grande ídolo, o campeão olímpico Rodrigo Pessoa. Com o mesmo objetivo, mas em um esporte diferente, Caio Santana também traça o seu caminho em busca da consagração. Apelidado de Tractor (trator) pelos amigos, o amazonense de 23 anos passa por cima das dificuldades para alcançar o fama em um esporte em desenvolvimento no Brasil: o futebol americano. Cirurgia no joelho, falta de recursos financeiros, tudo está no perfil le-

Diretor Executivo Antonio Neto Diretor Comercial Valeriano Neto Diretor Executivo de Criação Jackson Torres Diretora Financeira Vanusa Dias Projeto Visual e Edição Visual Jackson Torres Editor de Redação Maurício Freire Repórteres Natália Caplan Ivan Renato Tanair Maria Bruno Elander

zonas, que se desdobra na rotina treino-trabalho-faculdade, mas que no fim

Fotógrafos Antonio Lima Daisy Camargo Amarildo Oliveira

do ano passado alcançou parte do seu objetivo ao ser pré-convocado para a

Revisão Benayas Inácio

vantado pela ÍCONE deste fenômeno do futebol americano praticado no Ama-

recém-criada seleção brasileira de Futebol Americano.

Fotografia

Quando se tem preconceito envolvido, a dificuldade para se chegar ao esplendor é ainda maior. O Iranduba da Amazônia, equipe que representará o Amazonas na Copa do Brasil de Futebol Feminino é repleta de histórias de batalhas.

Capa

A ÍCONE escolheu duas delas (Paulistinha e Deise) para mostrar o desafiador caminho encontrado por essas mulheres em busca da glória no esporte. Conciliar trabalho com treinos, baixos salários e distância da família são alguns dos obstáculos enfrentados por essas mulheres movidas pelo sonho de se tornarem grandes atletas. O lutador José Aldo, o Furação da Copa de 1970, Jairzinho, os ex-jogadores Marck Clarck e Paulo Souza, além do técnico Flávio de Souza, todos também personagens desta edição da ÍCONE, possuem trajetórias que servem de exemplo para os que ainda buscam o sucesso. •

Amarildo Oliveira Daisy Camargo Agradecimentos João e Tammy Repolho da Escola de Equitação Nissim Pazuello

ISSN: 2237-1982 COREGRAF ind. e serv. gráficos ltda. Rua Benjamin Lima, 339 São Jorge – CEP. 69033-640 Manaus – Amazonas Fones: 92 3671.5000 contato@iconeesportivo.com Assinaturas: assinatura@iconeesportivo.com Fone: 92 3671.5000 Copyright © Coregraf I. S. G. Ltda. / Célere E. Ltda.

ERRAMOS Na segunda edição da revista ÍCONE a reportagem “Sem deixar a vaidade de lado”, nas páginas 76 e 77, foi creditada erradamente para Maurício Freire. A matéria foi elaborada por Flaíze Viana.

@ VOZ DO LEITOR leitor@iconeesportivo.com


Garotada na 1ª Cia kids Sport Run

6 | ÍCONE ESPORTIVO


bianca Maia mostrando com orgulho a edição da íCOne em que foi capa

ex-jogador de futebol edu Lima, campeão mundial pelo São paulo, leu e gostou da íCOne

Alegria e superação na 2.ª Cia. Sport Run

ÍCONE ESPORTIVO| 7


José Aldo correndo, tirando fotos, dando autógrafos e distribuindo alimentos em um fim de semana agitado em Manaus

8 | ÍCONE ESPORTIVO



NOTAS

ESPORTIVAS Foto: Márcio James/ Semcom

Pizzonia na Stock Car Ex-piloto da Fórmula 1, Cham Car, Fórmula Indy e Fórmula Superleague, o piloto Antonio Pizzonia terá um novo desafio

A vez do beach soccer

em 2012. O amazonense será um dos

Manaus sediará entre os dias 6 e 11 de

bol de Areia (FAFA) acontecerá na arena

pilotos da equipe JF Racing na Stock Car

março a segunda edição da Copa Bra-

montada no Centro Cultural Povos das

Brasil. Pizzonia já havia corrido anterior-

sil de Clubes de Beach Soccer. O torneio

Amazônia, Zona Sul de Manaus e reunirá:

mente na Stock, mas apenas substituin-

realizado pela Confederação Brasileira de

Botafogo (campeão da edição 2011), Fla-

do outros pilotos e não como piloto titu-

Beach Soccer (CBBS), em parceria com a

mengo, Corinthians, Vasco, Santos, Sam-

lar. O parceiro de Pizzonia na JF Racing

Prefeitura de Manaus, por meio da Secre-

paio Corrêa, Rio Branco/ES, Zico 10 e um

será Pedro Boesel. A primeira corrida da

taria Municipal de Desporto e Lazer (Se-

time da Suíça, além do representante da

temporada está programada para o dia

mdej) e Federação Amazonense de Fute-

capital, o Manaus Sport Clube.

15 de abril, em Curitiba (PR).

Troca de comando na Sejel

10 | ícone esportivo

A jornalista Alessandra Campelo, de 37

enxergou na juventude, na capacidade de

anos, é a nova gestora da Secretaria Es-

articulação e no prestígio com o gover-

tadual de Juventude, Esporte e Lazer (Se-

nador Omar Aziz (PSD) trunfos políticos

jel). Ela assumiu a pasta no final do mês

de Alessandra para tocar a secretaria. A

de janeiro, no lugar de Júlio César Soares.

pouco mais de dois anos para a Copa do

Os dois são integrantes do PCdoB e a tro-

Mundo, Alessandra terá que comandar a

ca foi motivada pelo próprio partido, que

agilidade as obras para o Mundial.


1.200

é a quantidade de mulheres inscritas na Corrida da Mulher – Ritta Calderaro, que será realizada em Manaus, no dia 10 de março. As inscrições extrapolaram a meta inicial de mil competidoras estipulada pela Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdej).

Foto: Daniel Cruz/ Fagga/| GL exhibitions

"A gestão pública é uma paixão minha, assim como o esporte”, Alessandra Campelo, em entrevista ao jornal "A Crítica"

Foto: Alex Pazuello/ Agecom

Parreira em Manaus

Ministro visita Arena

A Secretaria Municipal de Desporto e La-

Parreira. Tradicional no Rio de Janeiro, o

zer (Semdej) confirmou a realização no

Footecon terá edições espalhadas pelo

dia 25 de junho do Fórum Internacional

Brasil em 2012 e Manaus será a segunda

de Futebol (Footecon), evento realizado

cidade a recebê-lo, logo após Curitiba. A

pelo técnico da Seleção Brasileira tetra-

programação e os palestrantes ainda não

campeã mundial em 1994, Carlos Alberto

estão definidos.

O ministro dos esportes, Aldo Rebelo, visitou no começo de fevereiro o canteiro de obras da Arena da Amazônia, em Manaus, e prometeu ao governador do Amazonas, Omar Aziz, que vai se empenhar pessoalmente para agilizar a liberação de recursos para as obras da Copa

Fetriam sob nova direção

2014 em Manaus. Do financiamento de

O empresário e triatleta Antonio Neto é

privadas e o poder público. Em 2011, a

o novo presidente da Federação Ama-

federação não realizou nenhuma prova,

zonense de Triathlon (Fetrian). Neto

mas já criamos o calendário para 2012,

assumiu o cargo no começo do mês de

com três provas já confirmadas, sendo

fevereiro e promete movimentar a mo-

uma delas a Copa Brasil”, disse Neto. O

dalidade no Amazonas. “Em um primeiro

primeiro evento será o Circuito Amazo-

momento temos como prioridade a re-

nense de Triatlo, que terá a primeira eta-

gularização da federação, para que pos-

pa no dia primeiro de abril.

samos fechar parcerias com empresas

R$ 400 milhões prometidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES), apenas 20% (R$ 80 milhões) já foram liberados. “Se houver atraso na liberação dos recursos por parte do BNDES, é da atribuição do Governo Federal e, portanto, minha atribuição é também, trabalhar para que isso não aconteça”, declarou Aldo Rebelo.

ícone esportivo| 11


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Entrevista

ESPORTIVA Por: Maurício Freire| Fotos: Antonio Lima

José Aldo

Lutador de MMA

"É emocionante estar ali dentro e ouvir as pessoas gritando o seu nome. Pra mim foi um momento importante na minha vida e eu pude sentir isso na pele. O apoio de todo mundo foi fundamental para eu conquistar a vitória". O que pode querer um atleta que é disparado o melhor em sua categoria, que não dá chances para os seus oponentes e nem vê no horizonte alguém capaz de colocar sua posição em risco? Quebrar recordes. É o que revelou o campeão mundial dos pesos penas no UFC (Ultimate Fighting Championship), o amazonense José Aldo, em entrevista à ÍCONE durante a sua passagem por Manaus no começo do mês de fevereiro. Recorde de tempo com o cinturão, de nocaute mais rápido, de invencibilidade e todos os que envolvam o MMA (Mixed Martial Arts) e o UFC estão na mira do amazonense. Na entrevista concedida na manhã do dia 3 de fevereiro, no saguão do Hotel Park Suites, poucas horas depois de desembarcar em Manaus, Aldo falou também sobre lutar em

A sua última luta foi transmitida pela Rede Globo e

Manaus e uma possível mudança de categoria.

teve muita repercussão. O que mudou após a luta? O

A entrevista com a ÍCONE foi apenas o primeiro dos muitos

assédio aumentou?

compromissos na concorrida agenda do amazonense nos três

Não mudou nada, continuo do mesmo jeito, na mesma vida de

dias em que passou em Manaus. Depois que conversou com a

sempre, treinando todos os dias, mas como teve transmissão

reportagem, Aldo participou da abertura do ano letivo da rede

aberta, a mídia caiu mais em cima e os fãs também.

municipal de ensino, visitou os haitianos residentes em Manaus, acompanhou treinamentos na academia do seu primeiro trei-

Você já sabe quando voltará a lutar no UFC?

nador, Márcio Pontes, participou de uma festa com amigos e

Ainda não, estou esperando agora. No momento só resta es-

familiares no bairro Alvorada e antes de ir embora correu com o

perar um adversário, mas eu acho que lá para o meio do ano a

secretário municipal de Esportes, Fabrício Lima, na Ponta Negra.

gente tá lutando de novo.

Uma megamaratona capaz de nocautear qualquer lutador.

14 | ícone esportivo


Amazonense campeão mundial do UFC revelou para a ÍCONE o que planeja fazer: quebrar recordes

Quantas lutas você ainda pretende fazer neste ano? Quero fazer mais duas lutas. Uma no meio e outra no fim do

Tem algo na tua carreira que você planejou e ainda não conseguiu realizar?

ano, mas vamos ver, até porque não depende apenas de mim.

Tem vários. Muitos recordes que eu sonho em bater e outros

Tem que ter os adversários também, mas eu quero lutar pelo

planos também que temos na cabeça. A vida é cheia de objeti-

menos mais duas vezes.

vos e tenho vários objetivos ainda na vida.

Aquela joelhada no UFC Rio (na luta vencida por no-

O que você acha que ainda precisa aperfeiçoar na sua

caute contra o norte-americano Chad Mendes) foi

técnica de luta?

planejada por você? Nas últimas lutas eu vinha vencendo por pontos e estava que-

Muitas coisas. Ninguém é perfeito. Todo dia eu aprendo sempre um pouquinho.

rendo um nocaute. Treinei para acabar a luta o mais rápido possível. E a comemoração também foi planejada? Já tinha pensado. Até tinha falado com a minha esposa que se eu conseguisse a vitória rápida iria pra galera porque eles (torcedores) estavam dando o show, a gente (lutadores) só estava completando a festa. Lutar no Brasil com o apoio da torcida é realmente diferente? Como é subir no octógono com a torcida gritando o seu nome? Com certeza é uma coisa emocionante você estar ali dentro e ouvir as pessoas gritando o seu nome. Pra mim foi um momento importante na minha vida que eu pude sentir isso na pele e graças a Deus o apoio de todo mundo foi fundamental para eu conquistar a vitória. O que você planeja para o futuro na sua carreira? Pretende mudar de categoria? Já pensei nisso sim, mas não depende só de mim, depende do Dedé. Se ele achar que devemos mudar de categoria a gente muda, senão a gente vai defender mais vezes o cinturão dos pesos penas.

ícone esportivo| 15


EnTREVISTA ESPORTIVA

qUAL FOI A SUA LUTA MAIS DIFíCIL? Todas. E sempre a próxima vai ser a mais difícil. A mais importante é sempre a próxima luta. COMO FOI O INíCIO DA SUA CARREIRA NA ACADEMIA NOVA UNIãO, TREINANDO jIU-jíTSU COM O MARCINhO (MáRCIO PONTES)? Na época eu treinava capoeira e comecei a treinar com o Marcinho. Ele me ajudou bastante até eu chegar no Rio de Janeiro. Me deu foça, incentivou pra eu chegar lá. E se hoje eu sou campeão devo muito ao Marcinho. E COMO FOI A SUA TRAjETóRIA ATé ChEGAR AO TíTULO DO UFC? TEVE MUITAS DIFICULDADES? O começo é bastante difícil. Tinha que pedir dos amigos e de quem pudesse ajudar com passagens para disputar campeonatos mundiais e brasileiros. Meu sonho no começo era ser campeão mundial de jiu-jítsu. Lutei em função disso e só depois é que decidi ir para o MMA. qUAL A IMPORTÂNCIA DO DEDé PEDERNEIRAS (ATUAL TREINADOR) NA SUA CARREIRA?

ESSE MOMENTO EM qUE VOCê DEIxOU O RIO E VOLTOU PARA

Ele foi fundamental desde o início. Teve uma época que eu vim

MANAUS FOI O MAIS DIFíCIL DA SUA CARREIRA? PENSOU EM

pra Manaus e ele mandou a passagem de volta para o Rio. Ele

DESISTIR?

sempre acreditou em mim. Falou que eu seria campeão. Tanto ele quanto o Loro, que é daqui de Manaus também. O Dedé foi outro pai que arrumei na vida. Tanto ele como o Márcio.

Desistir não, porque desistir é para os fracos. Veio isso na cabeça sim, mas eu falei pra mim que eu era forte e que iria voltar para o Rio quando estivesse bem. Passei o Natal e o Ano Novo com a minha família em Manaus e voltei e trabalhei bastante até me tornar um campeão.

"O começo é bastante difícil. Tinha que pedir dos amigos e de quem pudesse ajudar com passagens para disputar campeonatos mundiais e brasileiros. Meu sonho no começo era ser campeão mundial de jiu-jítsu. Lutei em função disso e só depois é que decidi ir para o MMA". 16 | ÍCONE ESPORTIVO AGOSTO E SETEMBRO 2011


O que você mais sente falta de Manaus? A minha vida está muito forte no Rio de Janeiro então é difícil

Você acredita que o UFC poderá ser realizado em Manaus?

sentir saudade de Manaus, mas sinto muita falta da família. A

Tomara que sim e que eu possa lutar em Manaus. Seria ótimo

família é fundamental é com quem você cresceu junto, recebeu

pra mim.

apoio desde criança.

A sua única derrota no MMA foi em Manaus. Existe uma

Você começou no jiu-jítsu e migrou para o MMA. Você

sensação de estar devendo para os amazonenses uma

acha que esse é o caminho natural para os lutadores

vitória para compensar esse resultado ruim?

de jiu-jítsu? É possível sobreviver só com o jiu-jítsu?

Mas já ganhei e perdi em Manaus. O nocaute mais rápido da

O jiu-jítsu é muito difícil. Os professores levam uma vida muito

minha vida consegui aqui, mas não vejo essa derrota como pro-

dura pelo fato que o jiu-jítsu não é muito valorizado e as men-

blema, se tiver que lutar aqui vou lutar amarradão e com certeza

salidades para os alunos tem que ser barata senão ninguém faz.

o apoio da torcida será fundamental. •

Hoje em dia, muitos estão saindo do jiu-jítsu para lutar no MMA pela questão financeira. Existe alguma conversa com a Prefeitura de Manaus para a concretização de algum projeto social com o seu nome ou respaldo em Manaus? Ontem à noite estávamos conversando sobre isso. Existe a possibilidade de montarmos esse projeto. Nada melhor que usar o meu nome porque eu acho que vai atrair muitas crianças carentes. O esporte ainda sofre com a falta de apoio da iniciativa privada? Falta sim, mas hoje em dia pelo fato de o Brasil sediar uma Olimpíada e Copa do Mundo o apoio está crescendo. A tendência é que futuramente o apoio seja mais intenso. Se o seu futuro filho ou filha que está para nascer decidir lutar, você dará apoio? Com certeza, o que ele quiser fazer vou apoiar sempre. Você visitará os haitianos em Manaus. Acredita que o esporte é fundamental nessas campanhas de solidariedade? Já estive no Haiti em outra ocasião e acho que o esporte é um caminho para ajudar o próximo, um canal para melhorar a situação em que eles se encontram. Agora que você será pai e o MMA virou uma febre, qual conselho que você dá para a garotada? Pratique esporte e ouçam muito o pai e a mãe. Eles é que são o norte da sua vida. Então nada melhor do que estar ali com o pai e a mãe e sempre seguindo os ensinamentos porque com certeza vão chegar longe.

ícone esportivo| 17


PERfIL

Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Antonio Lima

VAI EncARAR? GiGAnTe AMAzOnenSe DO fuTebOL AMeRiCAnO fOi pRÉ-COnvOCADO pARA A SeLeçÃO bRASiLeiRA e eSpeRA quebRAR pARADiGMAS Apelidado de Tractor (trator) pelos amigos em razão do seu tamanho e explosão física, Caio Santana tem um apelido que se encaixa perfeitamente na forma com que ele passou pelos problemas enfrentados ao longo de sua carreira no futebol americano. Jogador do Manaus Cavaliers – equipe amazonense de futebol americano – desde 2006, Caio sofreu uma fratura na perna no dia 31 de outubro de 2009, ficou um ano afastado dos campos e no final de 2011 foi recompensado com uma pré-convocação para a seleção brasileira de futebol americano. A pré-convocação foi motivada pela sua boa participação em torneios nacionais disputados pelo Vila Velha Tritões, equipe capixaba de futebol americano que ‘contratou’ Caio no ano passado. "Eles me viram jogando em Manaus e me chamaram para jogar no Espírito Santo. Me dei tão bem que fui chamado para a seleção”, afirmou Caio, que apesar da projeção nacional ainda precisa bancar todos os custos financeiros. "Não conheço ninguém, no Brasil, que receba salário para jogar futebol americano. É tudo amador e os patrocínios são raros. Um equipamento completo, por exemplo, custa entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil e esse dinheiro tem que sair do bolso dos próprios jogadores”, explicou o atleta, que faz faculdade e trabalha para bancar os custos com o futebol americano. A história só não chegou a um final feliz ainda em razão de um problema enfrentado pela maioria dos atletas amazonenses: a logística. "Passei por um período de treinos na seleção

18 | ÍCONE ESPORTIVO


brasileira entre 12 e 18 de dezembro e só não fiquei na convocação final para o amistoso contra o Chile, em janeiro, porque es-

PERFIL

tamos longe da região central do Brasil e o meu transporte seria

Nome: Caio Fernando Ferer de Santana

complicado”, explicou o fullback (jogador de ataque que protege

Nascimento: 22/9/1988

o quaterback do time) e linebacker (defensor posicionado na se-

Natutalidade: Manaus- Amazonas

gunda linha) do Manaus Cavaliers.

Altura: 1,82m

Mas a decepção de ter de voltar após chegar tão perto da seleção brasileira não desestimulou Caio. Ao contrário. O jovem amazonense de 23 anos, 1,82m e 117 quilos, pretende continuar treinando e jogando em Manaus e no Espírito Santo à espera de

Peso: 117 quilos Posição: Fullback e Lineback

TíTULOS

uma nova oportunidade na seleção brasileira, motivado princi-

Bicampeão do Manaus Bowl, tetra vice-campeão do

palmente pelas consequências de sua pré-convocação. "Espero

Manaus Bowl, campeão do Torneio Touchdown (2010) e

que agora o futebol americano de Manaus tenha um reconheci-

vice-campeão do Torneio Touchdown (2011).

mento maior do público e da mídia. A minha convocação mostrou a todos que jogam aqui que somos iguais a todos os outros jogadores do Brasil. Todos são de carne e osso e devem ter a mesma oportunidade”, finalizou Caio.

íDOLO Tomy Brady, quarterback do New England Patriots (time da liga profissional norte-americana) e Tedy Bruschi (linebacker aposentado do New England Patriots) e Jerome Bettis (half-back aposentado do Pittsburgh Steelers)

OBjETIVO Jogar na Seleção Brasileira de Futebol Americano, poder disputar mais títulos nacionais e jogar nos Estados Unidos.

VITóRIA INESqUECíVEL O título do Torneio Touchdown de 2010 marcou a minha vida. Após o jogo liguei para os meus pais e estava muito emocionado porque era o meu primeiro título nacional.

DERROTA INESqUECíVEL A derrota mais dolorosa eu não pude jogar. Foi o grande momento do futebol americano em Manaus. Pela primeira vez estávamos jogando no Vivaldão e não pude entrar em campo para defender o Manaus Cavaliers contra o Blackhawks na final do Manaus Bowl porque estava machucado. Perdemos o jogo e não pude fazer nada. •

Caio joga no Manaus Cavaliers e no vila velha Tritões

ÍCONE ESPORTIVO| 19


nuTRIçÃO

Por: Carolina Paz Lordeiro Lima – Nutricionista CRN 7/3144

HIdRATAçÃO NO ESPORTE pARA ReSSALTAR A iMpORTÂnCiA DA HiDRATAçÃO É iMpORTAnTe LeMbRARMOS que A áGuA COnSTiTui uMA MÉDiA De 60% DO CORpO HuMAnO.

A desidratação é resultado da perda excessiva de água e eletrólitos através do suor, podendo acarretar em um aumento da

DICAS PRáTICAS

temperatura corporal e, consequentemente, na redução da re-

Tenha o hábito de ingerir líquidos ao longo do dia. A melhor

sistência e desempenho físico, além de outros sintomas como

maneira de manter o controle é através da cor da urina, que

calor, fadiga, sede, fraqueza e cãimbras. Se a desidratação for

deverá ser sempre bem clara.

severa os sintomas poderão ser graves e até fatais, devido a rápida elevação da temperatura corporal, podendo acarretar em confusão mental e risco de perda de consciência. A quantidade de líquidos a ser ingerida e a necessidade do uso

Duas horas antes do exercício ou competição beba meio litro de água ou isotônico. Meia hora antes pelo menos um copo de 250 ml.

de bebidas esportivas podem variar de acordo com o tipo de es-

Em cada hora de atividade física deve ser ingerido pelo menos

porte, intensidade e fatores climáticos, devendo ser levados em

um litro a um litro e meio de líquidos, ficando a critério indivi-

consideração.

dual a maneira a ser usada. A ingestão de 250 a 300 mililitros

Normalmente em atividade físicas leves ou de curta duração o uso de água já é o suficiente.

a cada 15 minutos, por exemplo, pode ser adotada. Mas é importante ressaltar que a hidratação deve ser feita pelo menos a cada 30 minutos. O carboidrato é um importante repositor energético em atividades muito intensas e exercícios acima de uma hora, tendo boa resposta ao retardo da fadiga. A concentração de carboidratos nas bebidas deve se manter em 6% a 8%. Bebidas com maior concentração podem causar náuseas ou distúrbios gastrintestinais. Sempre que possível se pesar antes e após os treinos ou competições. É um procedimento simples e efetivo para determinar o quanto de líquidos deverá ser ingerido. •

20 | ÍCONE ESPORTIVO


ÍCONE ÍCONEESPORTIVO ESPORTIVO||OUTUBRO SETEMBRO / NOVEMBRO / OUTUBRO 2011 | 21


SkATE

Reportagem: Natália Caplan | Fotos: Divulgação

SkATE, cÂMERA E AçÃO! COnHeçA A HiSTÓRiA De viTOR SAGAz, SkATiSTA que ReSOLveu AbAnDOnAR TuDO pARA Se DeDiCAR À DOCuMenTAçÃO DAS MAnObRAS RADiCAiS e HOJe É DeSTAque inTeRnACiOnAL

As manobras parecem feitas em lugares improváveis para quem não pratica o esporte, mas são comuns no dia a dia dos apaixonados pela adrenalina. Com uma câmera na mão, a emoção voa ainda mais alto sobre o skate de Vitor Sagaz, 33. Gaúcho de nascimento, ele se considera amazonense de coração e, por isso, promove o nome do Estado que o viu crescer como pessoa e, principalmente, como atleta documentarista, nos quatro cantos do planeta. "Aonde eu vou, levo o nome do Amazonas, porque minha raiz e meus amigos estão aqui", disse em entrevista feita durante visita à família, em Manaus. "Digo que sou amazonense e que tem macaco e jacaré na rua", completou aos risos.

22 | ÍCONE ESPORTIVO


Esta história de amor começou ainda na infância, durante o período de férias escolares, em Capão Redondo (RS). Mesmo sem lembrar a idade exata que tinha naquela época — entre nove e onze anos —, ele não esquece a sensação de subir em um skate

A busca por novas aventuras faz parte da rotina de vitor Sagaz, que já rodou quase o mundo todo em razão do skate

pela primeira vez. "Foi emprestado rapidamente, mas foi inesquecível. Depois, quando fui morar um tempo no Rio de Janeiro, uns amigos me deixavam dar uma voltinha", declarou saudoso, ao ressaltar que demorou perto de dois anos para ter o tão cobiçado "transporte", em razão das condições financeiras dos pais. "Não é legal emprestar. Skate e mulher ninguém empresta", afirmou em tom de brincadeira. O skatista cresceu e chegou a um conflito pessoal, normal na vida de qualquer jovem que vai prestar vestibular: qual caminho profissional deveria seguir? Diferentemente da maioria, dividida entre direito e medicina, ele escolheria entre as rodinhas ou à graduação em fisioterapia. "Optei pelo que ia me dar mais dinheiro; a faculdade. Mas depois pensei e vi que, o que ia me deixar feliz mesmo, era o skate", revelou. Após concluir o curso, ele tomou uma decisão: arrumou as malas e embarcou para São Paulo, onde mora há quase dez anos. "Como não conseguia me dividir entre skate, trabalho (ele tem uma loja), namorada e faculdade, escolhi o skate como profissão", completou.

NOVA PERSPECTIVA Mesmo diante do risco de deixar tudo para trás sem garantias de conseguir viver do esporte, Sagaz investiu as economias guardadas especialmente para lutar pelo sonho. Com o surpreendente

car na divulgação, porque skate não é movido pela competição”,

desempenho da concorrência nas competições nacionais e sem

disse, ao ressaltar que os skatistas torcem uns pelos outros.

conseguir se destacar, o gaúcho-amazonense se sentiu limitado

“Todos querem ver o pessoal acertar as manobras; isso que gera

pelas pistas. Vitor Sagaz aprendeu que os melhores obstácu-

felicidade”, completou.

los são exatamente os que não foram feitos para o skate, como calçadas, corrimões, e outras construções. “Antigamente, havia quatro ou cinco etapas de campeonatos profissionais no País. Com 24 anos, fui a todos, mas não consegui me destacar. No ano seguinte, a mesma coisa. Vi que não valia a pena”, afirmou.

LIBERDADE PARA DESLIZAR O prazer de efetuar manobras sem a necessidade de agradar a um público crítico foi o principal motivo para Sagaz abandonar as competições. Segundo o "atleta urbano", para participar

O que para muitos seria motivo de decepção ou desistência, no

de eventos importantes, com troféus e premiações em dinheiro,

caso dele resultou em uma nova perspectiva. Naquele momen-

e brigar pelo primeiro lugar no pódio é preciso um treinamento

to, entretanto, jamais imaginou que — além de fazer amigos

intenso, como em qualquer outro esporte. Porém, a preparação

com a mesma paixão e curtir “voos” pelas principais ruas da ca-

significaria trocar o ato de deslizar pelo asfalto despreocupado,

pital paulista — se tornaria um dos ícones mundiais das "pran-

pelo simples encanto de sentir o vento ao rosto, sem ter que

chas do asfalto". Pelo menos, quando o assunto é registrar as

agradar juízes para conseguir pontos. “Naquele um minuto de

quatro rodinhas deslizando nos locais mais inusitados, o nome

apresentação é difícil conseguir mostrar o que você consegue

dele vem à mente dos que entendem do assunto. “Eu decidi fo-

fazer. É preciso ficar em uma pista, enfurnado, treinando”, disse.

ÍCONE ESPORTIVO| 23


skate

De acordo com ele, diferentemente do que muitas pessoas pensam o skate não é uma modalidade competitiva e, portanto, os maiores ídolos das rodinhas não são os colecionadores de tí-

Skate na bagagem e a descoberta

tulos. ”Eles podem ter sido campeões também, mas não são

Longe das pistas profissionais, o dinheiro que antes

ídolos citação disso. Eles são ídolos pelos vídeos, entrevistas e

era destinado à participação em campeonatos foi di-

conteúdo, quando dividem experiências”, declarou, ao enfatizar

recionado a um novo investimento: o passaporte. Em

que a pista construída especialmente para a prática do esporte

quase uma década, Vitor Sagaz passou por diferentes

impõe barreiras à imaginação de quem está sobre a prancha.

países, entre eles República Tcheca, Alemanha, França,

“Em vertical não tem tanta opção, não tem para onde fugir, por-

Suíça, Holanda, Inglaterra, Espanha, Argentina e Esta-

que precisa ser mais padronizado”, explicou ao citar as revistas

dos Unidos (Miami, Boston, Nova Iorque e Califórnia).

especializadas. “Aproximadamente 95% das fotos são feitas na

Na primeira viagem a Europa, em 2004, os recursos

rua. A pista limita o skatista”, enfatizou.

custearam apenas as passagens de ida. "Fui sem dinheiro, mas levei shapes para vender”, lembrou, ao revelar que iniciou a carreira de documentarista durante o circuito europeu. "Comecei a filmar e fotografar e, quando vi, tinha gente me procurando”, disse. Entretanto, a audaciosa viagem só foi possível graças ao lucro dele como dono da Sagaz Skate Shop, montada há 11 anos na rua Ferreira Pena, n. 120, no centro de Manaus. Depois de juntar um bom "pé de meia", ele

SEQUÊNCIA RADICAL

traçou a rota pelo território estrangeiro. "Não abri mão do meu sonho nem entreguei nas mãos de um patrocinador. Busquei meus objetivos e criei as oportunidades”, declarou em tom determinado. Na opinião do também empresário, infelizmente, muitos se prendem à necessidade de patrocínio. "Meu conselho é: não entregue o sonho na mão de terceiros, porque eles nunca entenderão o que se passa no teu coração. E não tenha apenas o skate como opção, é preciso estudar e evoluir como pessoa”, enfatizou. Diante do sucesso nascido ao acaso e com o incentivo de amigos e admiradores, o novo especialista das câmeras descobriu a maneira diferente de, finalmente, viver do esporte. Um dos vídeos mais conhecidos, com quase 20 mil acessos no Youtube, é a "promo” da jornada feita em companhia de dois colegas skatistas e um fotógrafo. A aventura ocorreu em 2009, quando o grupo saiu de Belém (PA) com destino a São Paulo, parando para fazer/registrar manobras em todas as capitais nordestinas — São Luís (MA), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE) e Salvador (BA). "Foi a viagem mais legal que já fiz e rendeu sete episódios na ESPN”, afirmou.

24 | ícone esportivo


Conquistas e projetos Desde que ganhou fama no meio esportivo com a produção de documentários, Vitor Sagaz não apenas se diverte com a profissão que escolheu. Hoje ele não precisa mais tirar dinheiro do próprio bolso para viajar. Junto com os convites para cobrir as competições internacionais – gravar vídeos de manobras-, ele também tem todas as despesas pagas. "Hoje, não gasto nem R$ 1 para ver campeonatos”, disse. No início deste ano, inclusive, o amazonense ganhou espaço em uma das revistas mais tradicionais do skate internacional, a norte-americana "Paweredge Magazine". "O interesse surgiu depois que meu amigo Felipe Francisco mostrou algumas fotos aos editores, que me enviaram as perguntas por e-mail”, afirmou. Além da participação inédita na publicação especializada, o skatista tem mais novidades para o primeiro semestre de 2012. Em março, ele lançará o vídeo "Gracias Hermano”, que terá de 15 a 20 minutos, com sete amigos que fazem parte da marca de skate criada por ele, "Viva”. A maior parte das imagens foi feita no parque dos Bilhares, na Zona Centro-Sul de Manaus. Para ele, a capital nortista é um ótimo cenário. "Temos outro vídeo chamado "Ainda é só o começo”, que aparece o Teatro Amazonas”, lembrou. Por falar em gravação, a próxima parada será a China, ainda sem data definida. "Tem uma arquitetura inovadora, com construções imponentes e bastante mármore (a melhor pedra para andar de skate)”, concluiu. •

ícone esportivo| 25


treinamento

Monitoramento no exercício: Controle da intensidade em esportes de endurance

Márcio Soares Fisiologista

Quando realizamos uma determinada atividade física temos de definir

nossas atividades. Em termos práticos, a maioria das pessoas acha

em qual intensidade se exercitar. Na corrida, por exemplo, é comum a

que quanto mais intenso o exercício melhor e mais rapidamente vai

“dosagem” do ritmo, para não começar muito rápido e “quebrar” depois.

se condicionar. Outros (minoria) realizam atividades sempre em in-

No treinamento resistido, o peso tem que ser de acordo com o número

tensidades muito baixas, resultando em estímulos pequenos e gasto

de repetições previstas, caso contrário, como na corrida, o praticante

calórico reduzido.

não consegue finalizar o treino na mesma intensidade. Nos dois exemplos, a escolha da velocidade e do peso demonstram a necessidade de determinação da intensidade ideal.

A essa altura você deve estar pensando: Qual a intensidade ideal para eu realizar meus treinos ? Como eu posso medir a intensidade? Se a intensidade (somada a frequência e duração) for muito alta posso perder

Os programas de treinamento consistem basicamente em três com-

rendimento e me lesionar; se for muito baixa perco condicionamento!

ponentes: frequência do exercício (número de sessões) , duração de

Você não está sozinho! Na verdade, a determinação da intensidade

cada sessão e intensidade do exercício. A organização e integração

correta não é uma tarefa muito fácil, mas existem alguns métodos

desses componentes constituem um estímulo ao organismo e sua

que poderão ser úteis na sua determinação.

consequente adaptação. Se este estímulo for muito pequeno não causa efeito, se for muito grande pode diminuir o rendimento e lesionar. É obvio, portanto, a aplicação de um estímulo “ideal ‘’, capaz de gerar melhoria e diminuir o risco de lesões. Considerando o componente intensidade, que sobrecarga é necessária para melhorar nosso condicionamento e ao mesmo tempo não sobrecarregar nosso organismo ? Primeiramente é necessário definir intensidade e as diferentes formas de medi-la em determinados esportes. Na corrida pode ser medida pela velocidade do deslocamento. No treinamento resistido pelo peso a ser erguido. A intensidade do exercício pode ser definida como a quantidade de energia gasta por minuto em uma determinada atividade. A maneira precisa de verificar tal procedimento é em um laboratório. Apesar de a maioria de nós não poder utilizar um laboratório, não quer dizer que não possamos nos beneficiar das pesquisas realizadas nos mesmos. Ao contrário, foi a partir de estudos em laboratório que foram desenvolvidas técnicas de monitoramento da intensidade do exercício aplicáveis aos nossos treinamentos.

Na prática, os principais métodos para definir a intensidade nos exercícios de endurance são a Frequência Cardíaca (FC), Velocidade (Ritmo) e a Taxa de Esforço Percebida (TEP). Esses métodos podem ser aplicados separadamente, mas, quando utilizados em conjunto, oferecem mais informações ao atleta. Cada método possui sua aplicabilidade, vantagens e desvantagens de acordo com as necessidades do atleta. Você já deve ter observado que os corredores de elite não utilizam o monitor de frequência cardíaca para o controle da intensidade durante competições. O controle é realizado através da Velocidade (ritmo), (eles observam o relógio regularmente em determinadas distâncias) e Taxa de Esforço Percebida (TEP), ou seja o esforço que eles realizam para manter determinada velocidade. A Frequência Cardíaca é um método de fácil monitoramento, mas, sofre influência da temperatura ambiente. Uma adequação pode ser feita quando realizamos exercícios em ambiente climatizado (academias) ou outdoor, isto é, em temperatura ambiente. Apesar da importância do controle da intensidade, não podemos esquecer que

Através desses estudos foram definidos parâmetros e metodologias

praticamos esporte por prazer, qualidade de vida e liberdade de movi-

na aplicação de estímulos relativos a intensidades no treinamento,

mentos. Não podemos depender exclusivamente de parâmetros rígi-

considerando vários fatores, como a individualidade biológica. Sem

dos e tecnologias para as nossas práticas esportivas. Siga também sua

estes parâmetros torna-se difícil a determinação da intensidade nas

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velha e boa intuição. Bons treinos e até a próxima edição! •



ícOnE

Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Jackson Torres

NAS pALAVRAS MeSMO ApOSenTADO DO fuTebOL pROfiSSiOnAL, JAiRzinHO uSA A eXpeRiÊnCiA ADquiRiDA DenTRO DO CAMpO pARA DefenDeR O fuTebOL bRASiLeiRO Campeão mundial em 1970, no México, o atacante Jairzinho, o Furação da Copa, continua atuando intensamente, só que não mais dentro de campo. Com as chuteiras penduradas há quase 30 anos, Jairzinho demonstrou em visita a Manaus para coordenar uma peneira em busca de jovens promessas entre dez e 17 anos, que seu conhecimento obtido durante anos como jogador e técnico ainda pode colaborar muito para o futebol brasileiro.

NOME COMPLETO: Jair Ventura Filho DATA DE NASCIMENTO: 25/12/1944 LOCAL DE NASCIMENTO: Rio de Janeiro (RJ) ALTURA: 1,73 m PÉ: Destro APELIDO: Furacão da Copa POSIÇÃO: Atacante GOLS SELEÇÃO BRASILEIRA: 44 em 107 jogos disputados PRÊMIOS INDIVIDUAIS: • Melhor Jogador do Roberto Gomes Pedrosa: 1964 e 1966 • Melhor Jogador da Copa do Mundo de Clubes: 1968 • Artilheiro da Copa do Mundo de Clubes: 1968 • Melhor jogador do Campeonato Carioca: 1967 e 1968 • Melhor jogador da Copa do Mundo - Fifa: 1970 • Bola de Ouro - Fifa: 1970

Foto: Domínio Público

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A TRAjETóRIA DO FURACãO 1958

A família muda-se para o Rio de Janeiro.

1961 -1963

Tricampeão juvenil no Botafogo.

1964

Campeão pan-americano da seleção brasileira de futebol juvenil.

1965

Com 19 anos passa para o time principal do Botafogo

1966

Jogou a primeira Copa do Mundo, na ingraterra.

1967 1968

Bicampeão estadual em 67 e 68 no Botafogo

1970

Campeão da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira. Foi um dos melhores jogadores da Copa o que lhe rendeu o título de "O Furacão"

1974

Jairzinho fez parte da seleção brasileira que ficou em quarto lugar na Copa da Alemanha Deixa o Botafogo após treze anos

A SELEçãO BRASILEIRA OCUPA APENAS A SéTIMA

Fecha contrato com Olympique de Marselha, da França

POSIçãO NO RANkING DA FIFA, A qUE SE DEVE ESSA

1975

Começa atuar pelo Cruzeiro-MG.

Má FASE?

1976

Campeão da Taça Libertadores da América pelo Cruzeiro-MG.

JAIRZINHO – A crítica no Brasil não é construtiva. Vocês

1977

Joga na Portuguesa Futebol Clube, na Venezuela, onde foi campeão da Liga da Venezuela.

(imprensa) criticam, mas nós somos cinco vezes cam-

1979

Jogador e técnico no Winsterman futebol clube, na Bolívia.

ganhar sempre, senão perde a graça. Mas estamos

O time foi campeão da Liga da Bolívia em 79 e 80.

peões do mundo. O que você quer mais? Não podemos passando por um processo natural de renovação e que

1981

Retorna ao Brasil para jogar novamente no Botafogo.

1982

Joga em Manaus, no Fast Clube

1982

Técnico do Nineth October, doEquador.

ATUALMENTE O TIME DO BARCELONA É UMA SUPER-

1984

Técnico do time de juniores do Botafogo.

POTÊNCIA NO FUTEBOL , PODEMOS COMPARAR A

1986

Convidado pela Adidas e pela Confederação de Futebol do Japão para dar um seminário para crianças e jovens jogadores de 13 a 16 anos.

FORMA DE JOGAR DESTE TIME COM A SELEÇÃO DE

1987

Técnico do Londrina Futebol Clube, onde atuou durante dois anos.

JAIRZINHO – Não tem como comparar. O Barcelona é

1988

Técnico do Al Wiahda, da Arábia Saudita, durante dois anos.

1989

Técnico do São Cristóvão-RJ, onde foi Campeão Carioca da segunda divisão.

1990

Como técnico do São Cristóvão, descobriu Ronaldo (Fenômeno).

1995

Técnico do Bonsucesso Futebol Clube, entre 1995 e 1996.

1996

Retornou ao Japão para ensinar futebol para mais de 1.500 jovens entre 13 e 18 anos.

1997

Técnico do Kalamata, da Grécia, até 1998.

no mundo que fez gols em todos os jogos numa Copa do

1999

Técnico do Ittefac Futebol Clube, da Arábia Saudita;

Mundo e estou no Guiness Book por isso.

Gerente de Futebol do Campo Grande Futebol Clube.

acontece com todos os países no futebol.

1970?

uma seleção mundial e nós em 70 éramos uma seleção nacional. Mas é claro que nós jogávamos mais. VOCÊ SE CONSIDERA UM DOS MELHORES JOGADORES DA HISTÓRIA? JAIRZINHO – Eu não me considero um dos melhores da história, eu sou um dos melhores. Sou o único jogador

ATUALMENTE EXISTE ALGUM JOGADOR QUE PODE SER

2000

Gerente do Caxias do Sul Futebol Clube.

2001

Técnico do Mesquita Futebol Clube, até o ano de 2002.

2003

Técnico da Seleção da República do Gabon até 2005.

JAIRZINHO – Quem hoje se assemelha ao meu jeito de

2006

Convidado pela Fifa para assistir a Copa do Mundo na Alemanha, onde foi homenageado junto a outros campeões do mundo. Ele também se apresentou durante a Copa com os Legendários, um grupo formado por jogadores da Copa de 70.

jogar, com velocidade, explosão, habilidade e precisão na

Hoje

Atualmente Jair comanda a Escolinha de Futebol Jairzinho Furacão – Salvar Vidas – com o apoio de alguns patrocinadores. Ele continua disponível para atuar novamente como técnico de times no Brasil e no Exterior.

COMPARADO COM SEU ESTILO DE JOGO?

hora de fazer gols é o Lucas, do São Paulo. Ele está muito bem desde o ano passado.

ÍCONE ESPORTIVO| 29


"É uma tristeza como está o

De olho na Copa

futebol amazonense e estou

A peneira realizada no CSU do Parque Dez durante os dias 28 e

aqui para ajudar vocês a melhorar isso. Se quiserem me contratar como técnico, administrador ou consultor, estou à disposição”

29 de janeiro não foi o único compromisso do ex-jogador. Um dia antes do início do teste com os garotos amazonenses, Jairzinho visitou as obras da Arena da Amazônia e prometeu divulgar até fora do Brasil a progressão das obras do estádio amazonense que sediará quatro jogos na primeira fase da Copa do Mundo de 2014. “Estou acompanhando o projeto e vou mostrar pro mundo inteiro o quanto somos positivos na organização e montagem em todos os segmentos. Tá tudo dentro do que está estabelecido pela Fifa”, elogiou. Atacante do Fast em 1982, quase no fim da carreira, Jairzinho se mostrou preocupado com a má fase do futebol amazonense. “É uma tristeza como está o futebol amazonense e estou aqui para ajudar vocês a melhorar isso. Se quiserem me contratar como técnico, administrador ou consultor, estou à disposição”, ofereceu-se. Além de peneiras ao redor do Brasil, como a realizada em Manaus, Jairzinho tem se dedicado também a um projeto social próprio. “Tenho um centro de treinamento no Rio de Janeiro em que estou formando uns 500 garotos para a sociedade brasileira. Mostro pra eles que é melhor estarem com uma bola do que usando drogas ou algo assim. Estou devolvendo em vida tudo aquilo que recebi durante a minha carreira”, finalizou. •

30 | ícone esportivo



GALeRiA OLíMpiCA DO pReSiDenTe DA CbAT, eM MAnAuS, Reúne MATeRiAL HiSTÓRiCO e eXCLuSivO

Reportagem: Tanair Maria | Fotos: Amarildo Oliveira e Daisy Camargo

"Tenho a parte histórica e política dos Jogos Olímpicos ligados a Hitler, Mussolinni e os ditadores da antiga União Soviética. Tenho também muitas moedas, uma coleção completa dos países que organizaram os Jogos". Roberto Gesta

Ele é um ícone na gestão esportiva brasileira; acumula cargos de grande valia no mundo dos esportes, é reconhecido com mérito internacional e, tem orgulho de administrar algumas das principais entidades desportivas mundiais. O amazonense Roberto Gesta de Melo é o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), da Confederação Ibero Americana de Atletismo (Ciaat), da Confederação Sul-Americana de Atletismo (Consudatle), membro da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) e ainda um colecionador histórico com um vasto material olímpico exclusivo. Na casa onde mora, no Condomínio Jardim das Américas, em Manaus, Gesta montou uma Galeria Olímpica com cara de museu. Medalhas históricas, selos e todos os objetos relacionados aos Jogos Olímpicos estão na galeria de Gesta. “Antigamente havia as figurinhas para colar e preparar albuns e fazia coleções. Eu adorava aquilo. Ia para a livraria escolar e tenho até hoje alguns daqueles albuns; eram de animais, de viagens da época. Aí eu entrei neste movimento esportivo e comecei uma coisa aqui, outra ali, mas como eu sempre gostei de fazer o melhor, então eu comecei a buscar objetos há 40 anos e fui reunindo e estudando sobre cada um, porque não é apenas uma junção de objetos, tem que ver a história relacionada a tudo isso. Resumindo, hoje eu tenho uma coleção importante que é a maior do mundo no total, são praticamente todas as vertentes dos Jogos Olímpicos. Eu coleciono medalhas de participação, medalhas de premiação e a parte filatélica é riquíssima,

32 | ÍCONE ESPORTIVO


ÍCONE ESPORTIVO| 33


MEMóRIA OLíMPIcA

Relatório dos Jogos Olímpicos do México de 1968, há 40 anos.

em 1916, os Jogos Olímpicos de berlim não foram realizados em razão da i Guerra Mundial, mas fizeram um protótipo – só uma medalha, é peça única, foi a mais disputada. "essa medalha nem o COi têm.”

durante muitos anos eu fiz só filatelia olímpica, não selo, selo é fácil

res espalhados pelo mundo. São 40 anos fazendo isso todos os

de adquirir mas os carimbos, os envelopes circulados, primeiros

dias”, disse o amazoense, sem revelar quanto já gastou.

dias de emissão, erros, provas, peças raríssimas, eu tenho muitas delas”, afirmou Gesta, quase sussurrando, como alguém que conta um importante segredo. “Tenho também muitas moedas, uma coleção completa dos países que organizaram os Jogos Olímpicos. Os bards, as insígnias, porque antigamente não existia a credencial que nós conhecemos hoje, era tipo uma medalha – lindíssimas, belíssimas. Tenho a parte histórica e política dos Jogos Olímpicos ligados a Hitler, Mussolinni, dos ditadores da antiga União Soviética. É um material muito vasto”, completou. Mas como adquirir tantos objetos raros? Gesta explica que como todo colecionador, teve de desembolsar bastante dinheiro para conseguir principalmente os artigos com os maiores valores históricos. “A maioria dos objetos foi adquirida através de leilões, uma parte menor durante viagens e contatos com colecionado-

"A maioria dos objetos foi adquirida através de leilões, uma parte menor durante viagens e contatos com colecionadores espalhados pelo mundo. São 40 anos fazendo isso todos os dias

34 | ÍCONE ESPORTIVO

A coleção de Gesta não engloba apenas os Jogos Olímpicos de Verão, como o que será realizado neste ano, em Londres, e em 2016 no Rio de Janeiro. Pouco conhecida no Brasil, as Olimpíadas de Inverno também estão no vasto material da Galeria Olímpica. “O material dos Jogos Olímpicos de Inverno é muito difícil de conseguir. Tenho quase tudo, só falta a medalha dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, mas é uma questão de tempo para adquirir”, garante o obstinado colecionador. Com tanto material raro, já falta espaço para guardar as reliquias adquiridas nos últimos 40 anos. Por isso, Gesta está construindo ao lado da galeria, o Museu Olímpico, onde serão expostos os objetos que vêm sendo adquiridos e um site onde será armazenado um acervo com mais de 20 mil fotografias catalogadas para exposição na internet.


Início no meio acadêmico Roberto Gesta dirige entidades esportivas consecutivamente desde 1967, quando iniciou a carreira de gestor como presidente da Assossiação Atlética Acadêmica da Faculdade de Direito da UA (Universidade do Amazonas, atual Ufam, Universidade Federal do Amazonas). Em 69 e 70 foi presidente da Associação Atlética Acadêmica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UA. Nos dois anos seguintes já alcançou a presidência da Federação Amazonense Universitária de Desportos. O passo seguinte foi a presidência da Federação Amazonense de Esportes, e durante a sua gestão fundou as federações especializadas das diferentes disciplinas, como vôlei, basquete, e tênis de mesa. Gesta também foi superindentende de Esportes do Amazonas durante 12 anos, Durante a sua gestão a Vila Olímpica de Manaus foi concebida, construída e inaugurada durante o mandato do ex-governador do Amazonas e atual prefeito de Manaus, Amazonino Mendes. Com tanto destaque no Amazonas, Gesta alçou voos mais altos e antes de assumir a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) foi vice-presidente da Confederação Brasileira de Volei (CBV) por nove anos, quando o presidente era Carlos Arthur Nuzman, atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Em 23 de janeiro, Gesta completou 25 anos na presidência da CBAt. O seu sucessor já foi definido nas eleições realizadas no dia 10 de fevereiro, em Manaus, e será José Antônio Martins Fernandes, atual presidente da Federação Paulista de Atletismo (FPA), mas que assumirá o cargo apenas em 2013.

Tocha Olímpica de Helsinque de 1952. Roberto Gesta tem mais apreço pois esperou muito por ela, já tinha perdido as esperanças de obtê-la, mas conseguiu.

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memória olímpica

36 | ícone esportivo


As tochas dos Jogos Olímpicos de Sidney, 2000, e Pequim, 2008, além do importante certificado homologando o recorde brasileiro de Adhemar Ferreira da Silva fazem parte do acervo histórico esportivo| 37 de Robertoícone Gesta


memória olímpica

Medalhas históricas, cartazes, moedas, selos de diversas Olimpíadas, como a de Sidney, em 2000, e a de Los Angeles, em 1984, estão na vasta galeria olímpícas • 38 | ícone esportivo


Ă­cone esportivo| 39


ARTIgO

Por: Dalton Cabral

pARA QuEM ESTÁ cOMEçAndO... pROnTO, A inSCRiçÃO eSTá feiTA! O núMeRO eSTá COnfiRMADO! A pROvA SeRá nO pRÓXiMO MÊS... e AGORA?

Costumo dizer que o mais fácil

Os equipamentos e a nutrição para a sua prova merecem uma

em uma competição é alinhar na

conta de calos nos pés, falta de água ou náuseas.

largada. Afinal, basta pagar pela

atenção muito especial, pois seria frustrante ter de desistir por Muitos são os calçados disponíveis no mercado, assim como

inscrição, acordar cedo e esperar o

vestuários e acessórios. Uma boa conversa com o seu treinador

tiro de largada.

de mais do que um bom tênis, meias um short e uma camisa.

A parte difícil, na minha opinião, envolve três aspectos: a) Treinar de forma correta, por várias semanas, meses (se for caso) e estar preparado no grande dia. b) Toda a logística (que vai da nutrição aos equipamento adequados) para que nada saia errado. c) Estar mentalmente preparado para superar limites e cruzar a linha de chegada. Sobre o primeiro item (estar preparado no grande dia), é indispensável a contratação de um profissional capacitado. Muitas pessoas começam a correr ou participam de provas de longa distância, como meia-maratonas ou maratonas, sem qualquer orientação. Até entendo, eu mesmo comecei a correr sem orien-

é essencial... mas lembre-se que, para correr, você não precisa Ah! Aquele produto ou comida, que vai melhorar a sua performance, porque "fulano" falou ou "beltrano" usou! Bom, antes de tudo, não mude em nada sua alimentação. Não faça nada diferente do que você faz nos treinamentos. Além de evitar "surpresas" intestinais ou estomacais, você estará, de quebra, fazendo um grande favor à sua saúde. Bom, estou bem treinado, alimentado... e a mente? Onde entra nessa equação? Muitos são os artigos disponíveis na internet sobre a importância de uma atitude mental positiva. Se vale para qualquer campo da sua vida (profissional, acadêmico etc.), porque não valeria na sua competição esportiva? Não sou psicólogo, muito menos

tação. Afinal! Correr é fácil!

possuo qualquer dica preciosa. Mas o que posso afirmar é que

É natural... corremos desde a infância!

que você vai pensar em desistir durante a prova, afinal, ninguém

mentalizar coisas positivas realmente funciona. Afirmo também

Mas nós, amadores, não conhecemos limites. Queremos me-

gosta de sofrer. Mas esse é a hora de ser forte, de resistir e, as-

lhorar cada vez mais e mais... sem perceber quando passamos

sim como os antigos guerreiros, transformar-se em algo mais

dos limites, quando cruzamos a fronteira entre a qualidade no

forte e mais poderoso do que os seus medos e fraquezas... é a

treinamento e o risco de uma lesão. Aí começam as dores nos

hora de conhecer do que você é feito, do quanto é capaz de lutar,

joelhos, dores "aqui" e "alí"...e aquilo que era um sonho, se trans-

resistir e nunca desistir...

forma em frustração e pesadelo.

... é a hora de conhecer a si mesmo! Cruze a linha de chegada! •

40 | ÍCONE ESPORTIVO



Triatlo

Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Antonio Neto e Simone Souza

a meca do triatlo

Amazonense

presidente figueiredo, Município do interior do Amazonas, reúne condições propícias para a prática do esporte

Natação nas corredeiras do Urubuí em ritmo de descontração

Município conhecido pelas trilhas na selva e belas cachoeiras

ções de 2012. "Fizemos testes para analisar principalmente

de água gelada, Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de

a técnica dos competidores. A nossa preocupação maior não

Manaus) tem se destacado por outro motivo: o triatlo. Os fato-

era a parte física, mas a técnica. Filmamos todos os treina-

res que levam a isso são praticamente os mesmos do turismo,

mentos, inclusive em baixo d’água, para analisarmos os er-

com o acréscimo da estrutura criada ao longo dos anos na ci-

ros de cada atleta para que eles pudessem corrigir durante

dade como estradas e piscinas. "Os americanos consideram os

o ano”, afirmou o treinador.

locais ideais para o triatlo cidades como Presidente Figueiredo, que são pequenas, possuem ar puro e todas as condições para o desenvolvimento da corrida, natação e ciclismo”, explicou o fisiologista e treinador de trialto, Márcio Soares.

Na equipe de Soares estavam nomes de peso do esporte amazonense entre eles a vice-campeã mundial de aquatlon, Jéssica Santos, e o veterano em IronMan, Dalton Cabral. "No ano passado, antes de disputar o Mundial, a Jéssica treinou

No mês de janeiro, Soares e mais 14 atletas participaram de

também em Presidente Figueiredo e obteve um excelente re-

um camping de três dias no município amazonense. O trei-

sultado. Estamos gostando tanto de lá que pretendemos fazer

namento serviu como uma pré-temporada para as competi-

um treinamento a cada 15 dias”, revelou Soares.

42 | ícone esportivo


Equipe se preparando para mais uma sessĂŁo de ciclismo nas estradas do municĂ­pio

Ă­cone esportivo| 43


Estradas ao redor do município formam o cenário perfeito para o ciclismo

Os treinos de natação são realizados na piscina do Serviço Social do Comérico (Sesc), na área urbana da cidade, e nas corredeiras ao redor do município. O ciclismo é desenvolvido na estrada de acesso à hidrelétrica de Balbina e a corrida nas trilhas que levam para as cachoeiras. “Dos três tipos de treinamentos, apenas na corrida é que fazemos algo diferente do que ocorre na maioria das provas de triatlo. Nas competições, geralmente as corridas são de rua, mas como as trilhas exigem mais dos atletas, por ser uma superfície irregular, o treino acaba criando uma necessidade de estabilização dos membros inferiores”, explicou Soares.

Recompensa Para o treinador, a recompensa do esforço dos treinamentos não é apenas percebida nos resultados das competições. “Relaxar nas águas geladas das cachoeiras após o treino é maravilhoso. A água é tão gelada que os atletas não precisam nem colocar gelo nos músculos após os treinamentos. Eles acabam fazendo uma hidromassagem natural”.

44 | ícone esportivo


Pedaladas nas estradas ao redor do município

nataçãoem na Presidente corredeira do Urubuí. Condições Jéssica Santose treinou Figueiredo paranas a prática do triatlo ano passado eperfeitas se deu bem competições

Dalton Cabral testando a resistência nas ladeiras do município

Interação com a comunidade Além dos treinamentos, a equipe Márcio Soares Sports dedicou tempo também para explicar aos moradores do Município de Presidente Figueiredo as técnicas e benefícios do triatlo. “Fizemos palestra aberta para a comunidade para explicar o que é o triatlo e envolver pessoas capacitadas para que eles possam desenvolver o interesse. Tudo com apoio da prefeitura local, Polícia Militar, UEA e Sesc. A resposta foi positiva, pois uma pessoa de lá participou do camping e os outras nos procuraram interessadas em começar a treinar”, explicou Márcio Soares. A resposta foi tão positiva que, segundo Soares, uma equipe de graduados no curso de Educação Física da unidade de Presidente Figueiredo da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) se comprometeu a fazer testes nos atletas durantes os próximos treinamentos no município. “Eles pretendem fazer pesquisas através de coleta de materiais incluindo o sangue para analisar nível de glicemia e lactato o que só irá beneficiar os atletas”. Os atletas que pretendem participar dos próximos campings ou Caio Soares durante o percurso de corrida no treino de triatlo

que desejam iniciar treinamentos na equipe multiesportiva coordenada por Márcio Soares devem entrar em contato com o professor no telefone 9981-6151. •

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MEMóRIA ESPORTIVA

Reportagem: Bruno Elander | Foto: Jackson Torres

VIVALdÃO, AgORA, SÓ NAS TELOnAS DOCuMenTáRiO DO CineASTA zeuDi SOuzA ReveLA HiSTÓRiA, MOMenTOS MARCAnTeS, pOLÊMiCAS e fATOS CuRiOSOS que envOLveM O ‘COLOSSO DO nORTe’ Principal reduto do esporte amazonense por quase quarenta

A ideia surgiu em 2008. Em 2009, junto com Roberto Rogger,

anos, o extinto Estádio Vivaldo Lima dará lugar à moderna Are-

que foi responsável pelas pesquisas. "Enviamos o projeto para o

na da Amazônia, um monumento que abrigará jogos da Copa

Proarte, no qual foi contemplado, e assim tínhamos um peque-

do Mundo de 2014, em Manaus. Apelidado carinhosamente

no recurso para viabilizar o documentário”, detalhou.

de "Colosso do Norte", o estádio abrigou partidas memoráveis e foi palco de grandes astros do futebol. Até o rei Pelé desfilou genialidade pelo Vivaldão. Mas, da existência do complexo futebolístico sobraram apenas as lembranças, a saudade, e um filme produzido pelo cineasta Zeudi Souza, que sintetiza o valor histórico e humano do estádio, no curta-metragem: "Vivaldão – o Colosso do Norte”. O desafio de produzir o documentário começou antes mesmo do anúncio da capital do Amazonas como sede de jogos da Copa de 2014. A oficialização, por parte da Federação Internacional de Futebol (Fifa) ocorreu no dia 31 de maio de 2009. Ainda sem saber que o objeto da produção seria fechado e demolido meses depois, Zeudi Souza decidiu apostar na ideia depois de concluir um outro trabalho, sobre o ex-jogador de futebol amazonense Edson Piola. Por mais controverso e inacreditável que possa parecer, o produtor jamais havia entrado no Vivaldo Lima. Apesar de nascer em Manaus, aquele estádio sempre me foi estranho”, recordou.

O curta-metragem foi lançado no dia 23 de maio de 2011, durante o festival internacional de Cinema de futebol (Cine fut), realizado no Rio de Janeiro. O Museu do futebol, no estádio do pacaembu, em São paulo foi o segundo a exibir o filme. Apenas no mês de agosto de 2011 chegou às telas de Manaus. Três meses mais tarde, o curta foi selecionado para concorrer no Amazonas film festival, evento cinematográfico reconhecido internacionalmente.

46 | ÍCONE ESPORTIVO

Apesar de a curiosidade quanto a relação do autor com o objeto da obra, o resultado foi o melhor possível. O filme é o único documentário dedicado exclusivamente à história do "Colosso do Norte". Além de incluir entrevistas com personalidades que tiveram a própria história atrelada à existência do estádio, o filme reserva depoimentos de pessoas simples, que engrandeceram a trajetória do Vivaldão: os torcedores. As vastas fontes de informações mudou até o foco previsto para o filme. "A produção ficou quatro meses fazendo contatos e levantando dados, e à medida que íamos atrás, surgiam muitas histórias curiosas”, revelou Zeudi, ao admitir que a intenção era coletar dados históricos, para documentar a trajetória do Vivaldo Lima. Os diretores do documentário conseguiram localizar até o engenheiro responsável pela construção. "A produção


vivaldão só foi concluído anos após a inauguração

projeto do estádio foi desenvolvido pelo arquiteto Severiano Mário porto Fotos: Acervo

viajou até Niterói-RJ, para falar com o arquiteto responsável

bório e jornalista Arnaldo Santos, sobre os principais fatos ocor-

pela construção: Severiano Mário Porto. Depois ainda encontra-

ridos no "Colosso", o documentário reserva momentos de des-

mos o jogador que fez o primeiro gol (Caroço). E, à medida que

contração, com relatos de pessoas que sempre arranjavam um

descobrimos esses personagens, o documentário foi tomando

"jeitinho" para assistir aos jogos sem pagar ingresso. Para Zeudi,

outro formato. Decidimos, então, que ele (curta-metragem) não

o maior toque de identidade foi obtido pelas revelações de tor-

seria totalmente histórico, falando da fundação até a destruição.

cedores. "A melhor de todas as histórias curiosas do Estádio foi

E decidimos focar o lado humano, o que o estádio representou

de um torcedor que entrava no Vivaldão por um bueiro, e chegou

na vida dessas pessoas e que lembranças elas terão”, explicou

a enfrentar cobra e jacaré só para assistir às partidas”, contou.

o produtor. O autor preferiu não tomar partido na polêmica sobre demolir

IDEIA E DIFICULDADES

ou manter o Vivaldão, assunto que gerou discussões, principal-

A motivação para dedicar um trabalho ao Vivaldo Lima surgiu de

mente políticas, mas permitiu a divulgação da opinião divergen-

um questionamento pessoal do cineasta, quando o Brasil ainda

te dos entrevistados. Não focamos na polêmica. No entanto, o

era candidato a sede da Copa de 2014. "Na produção do docu-

tema é abordado no documentário como uma insatisfação de

mentário: "Edson Piola - O craque e a bola", que tem a direção de

um dos entrevistados”, argumentou Zeudi.

Callado e Keila Serruya, sobrevoamos o estádio e me perguntava: Por que eu nunca entrei lá? Ao mesmo tempo em que me en-

EMOçõES E CURIOSIDADES Com 19 minutos de duração e 11 meses de produção, o docu-

tristecia, eu já semeava a ideia de produzir algo, pois já tínhamos um rico material sobre o futebol no Amazonas”, relatou Zeudi.

mentário retrata os extremos da emoção e orgulho de torcer por

A partir do contexto histórico, o documentário priorizou a aborda-

times locais no Vivaldo Lima . Exemplo disso foi um jogo amisto-

gem da relevância do Vivaldão para Manaus. "Houve uma grande

so entre Rio Negro e Nacional, ocorrido no dia 26 de setembro de

união para que ele (estádio) saísse do papel. Não foi só o governo,

1971, que teve 30.004 pagantes.

mas também houve investimento da iniciativa privada. Depois

Além das entrevistas com personalidades do meio esportivo, entre eles o arquiteto Severiano Mário Porto, o escritor Márcio Souza, Flaviano Limongi, Carlos Zamith, o radialista Nicolau Li-

vem a chegada da televisão e aos poucos o futebol no Amazonas começa a entrar em decadência e o ‘Colosso do Norte’ acaba virando um grande elefante branco no Estado”, explicou. •

"Há momentos memoráveis do surgimento do estádio, da inauguração e da demolição. Mas, o que me deixa mais absorto é saber que nós, amazonenses, pouco ligamos para o valor histórico." Zeudi Souza

ÍCONE ESPORTIVO| 47


Por onde anda

Reportagem: Ivan Renato | Fotos: Jackson Torres

Time de ex-boleiros joga agora na música Flávio de Souza, Marck Clarck e Paulo Souza se reúnem todos os domingos para comandar uma roda de samba em bar do centro de Manaus Futebol, samba e claro, mulheres bonitas. Esses são indícios

linhas e sim, no meio da música. O reduto não é nenhum clube

claros de que o papo é sobre o Brasil, também pudera, somos

ou concentração, masem um tradicional bar da cidade, o Caldei-

reconhecidos mundialmente pela nossa cultura, como se esses

ra, localizado no Centro, na esquina da rua José Clemente com a

fragmentos formassem nossa identidade ou até o nosso DNA.

Lobo d’Almada.

E em Manaus não poderia ser diferente. Aqui o futebol já viveu sua época de ouro nos gramados, mas que hoje moram em fotografias e artigos que até mostram um tom dourado que foi adquirido com o tempo. Mas, essas lembranças em tom de sépia, valem bem mais que ouro para as pessoas que as guardam.

No meio da roda dos bambas o lugar cativo do maestro é ocupado por Flávio de Souza e seu violão de sete cordas, que é acompanhado belas batidas incansáveis e afinadíssimas do seu irmão Marc Clarck, ex-goleiro do Rio Negro, Nacional e Olímpico Clube. O time dos bambas ainda conta com uma percussão

Quem viveu ou aprendeu sobre o futebol baré certamente vai se

cadenciada do ex-ponta Paulo Borges, ex-Nacional, e que hoje

lembrar de Flávio de Souza, que comandou boa parte dos times

também arrisca nos vocais.

de Manaus na época áurea do futebol local. Esse homem de 81 anos reúne em seu DNA alguns dos fragmentos "obrigatórios" para ser um bom brasileiro. Todos os domingos, quase sem exceção, essa lenda da história esportiva manauara continua comandando um elenco, só que dessa vez , não dentro das quatro

"Os dirigentes têm de olhar mais para as divisões de base. É lá que se forma um bom jogador. Tem de parar de vir gente de fora para fazer peneira aqui. Teve uma época que contrataram um técnico e um time inteiro, foram treinar no Rio Grande do Sul, chegaram aqui e não ganharam nada". Flávio de Souza

48 | ícone esportivo

Música e futebol Flávio já foi homenageado pelo Nacional com uma taça que leva seu nome, um reconhecimento pelos serviços prestados ao clu-


Paulo Borges é quem comanda a percussão na roda de samba dos ex-boleiros

Ex-goleiro, Marck Clark mostra habilidade também com o cavaquinho

que se forma um bom jogador. Tem de parar de vir gente de fora para fazer peneira aqui. Teve uma época que contrataram um técnico e um time inteiro, foram treinar no Rio Grande do Sul, chegaram aqui e não ganharam nada”, esbravejou Flávio de Souza, que à frente do Rio Negro em uma das edições da Copa Brasil foi a Belo Horizonte enfrentar o Atlético Mineiro, e saiu de lá com um empate em 2 a 2. E assim como na música, Flávio já deu as ordens dentro de campo para seu irmão Marck Clarck. “Eu convoquei ele (para o Rio Negro). O Marck Clarck tem uma boa estatura, era um bom goleiro, mas fui obrigado a dispensá-lo, pois teve uma vez que ele Fl'ávio de Souza e o seu violão de sete cordas

faltou três dias e aí eu tive que dispensá-lo para dar bom exemplo, pois minha base sempre foi disciplina. Hoje o jogador faz o que quer” recordou com um sorriso no rosto enquanto olhava

be da Vila Municipal. “Na época da homenagem (década de 80) eu era o preparador físico do Nacional, o técnico era o João Bosco. Fomos campeões com aquele time, com apenas um empate

para seu irmão tocando cavaquinho.

Voz da experiência

e uma derrota durante o ano que foi muito bom para o clube,

Em 1984 Flávio de Souza deixou as laterais dos campos, pois

pois nós ganhamos do Flamengo e do Madureira. E o que me

ele alega que o clube pelo qual ele trabalhava (e não quis re-

deixa feliz é que aquele elenco tinha muitos jogadores daqui,

velar), não tinha dinheiro para pagar o transporte ou comprar

pratas da casa, talvez essa taça seja por isso. E tem mais, eu

as chuteiras para os seus jogadores. Ele conta que chegou até

sou o criador do hino do Nacional, é um hino que deu certo, a

a tirar dinheiro do seu próprio bolso para bancar alguns gastos

torcida gosta e ele já foi eleito o segundo hino mais bonito do

que eram de obrigação do clube.

Brasil”, lembrou com felicidade, derrubada apenas quando indagado sobre os motivos da decadência do futebol local. “O futebol começou a cair em 1984. Desprezaram os valores da casa e começaram a trazer jogadores de fora. Até hoje temos bons treinadores, capazes de revelar bons jogadores. Mas esses jogadores aparecem aqui, e logo se destacam em outros Estados. Os dirigentes têm de olhar mais para as divisões de base. É lá

Flávio ainda deu algumas dicas que ele acredita que podem mudar a cena do futebol baré. “Se ao invés de estamparem nas primeiras páginas o futebol de fora e passassem a colocar o nosso futebol, essa vitrine ia começar a chamar atenção da torcida e dos dirigentes” ressaltou o experiente Flávio, que hoje, como ele mesmo disse “se distrai na música”. •

ícone esportivo| 49


-júnior e uma das promessas do hipismo brasileiro.

aos 14 anos é o terceiro melhor do Brasil na categoria pré-

meu grande ídolo, o Rodrigo Pessoa”, afirma o garoto, que

desde muito cedo: “quero ser cavaleiro profissional como o

Aguiar Gomes de Lima tem a resposta na ponta da língua

quando crescer? Mas o amazonense João Victor Castro

ao responderem a clássica pergunta: o que você quer ser

Muitas crianças e adolescentes são pegas em conflito

JOveM pROMeSSA DO HipiSMO AMAzOnenSe Se DeSTACA eM COMpeTiçõeS nACiOnAiS e inTeRnACiOnAiS e Já pRepARA enTRADA nA CARReiRA pROfiSSiOnAL

Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Daisy Camargo e Amarildo Oliveira

cAPA


ícone esportivo| 51

nos cavalos. Temos tudo isso em vídeo”, revelou Mara.

praticamente de forma involuntária. “Quando ele tinha 11

51 | ÍCONE ESPORTIVO

trutor de lá. No começo achei quer era uma coisa simples,

Victor gostava de vaquejada. Ele começou a sair com o ins-

uma chácara e lá havia alguns cavalos porque o pai do João

anos de idade ele encarou a primeira montaria. “Tínhamos

Da paixão para a realidade foi um pulo. Com apenas três

gostava de cavalo”, completou a empresária.

estava dormindo. Foi quando percebi que ele realmente

mia de bota. Tínhamos de tirar a bota dele quando ele já

em tudo que lembrasse um cavalo. Muitas vezes ele dor-

(o também empresário Maurício Lima), no braço do sofá e

já gostava de bota, chicote, montava em cima do pai dele

escola, com dois anos de idade, ele só brincava com cavalo,

que ele ficava vidrado vendo os animais”, revelou Mara. “Na

em que a Glória Pires montava em cavalos e notávamos

morial de Maria Moura. Nesse seriado havia muitas cenas

Victor.

esporte e não quero mais abandoná-lo”, garante João

adaptei e conheci melhor o hipismo me apaixonei pelo

tumado com o ritmo da vaquejada. Mas depois que me

pelo jovem. “No começo achei ruim porque estava acos-

A troca de esporte não foi encarada com bons olhos

do jovem atleta.

dimos colocá-lo para praticar no Haras JC”, explicou a mãe

nados a cavalo. Foi quando descobrimos o hipismo e deci-

idade dele e resolvemos procurar outros esportes relacio-

quatro anos. Vimos que era um esporte perigoso para a

obstáculos em tambores -. “Ele ficou na vaquejada até os

explora a velocidade e habilidade do cavaleiro para superar

vaqueijada – uma montaria radical, ligada aos rodeios, que

Antes de entrar no hipismo, uma rápida passagem pela

descobri que ele já estava montando sozinho

segundo a mãe, a empresária Mara Castro Aguiar de Lima,

meses de idade passava na TV um seriado chamado Me-

apenas passeio, mas depois de um tempo

A paixão de João Victor pelo hipismo começou muito cedo e,


capa

Primeiras conquistas

A primeira conquista expressiva foi justamente aos seis anos. Mesmo com a pouca idade, João Victor terminou o ano como líder

Não demorou muito e João Victor já estava competindo. Segundo

do ranking amazonense em sua categoria. A competição foi uma

a mãe, com menos de seis meses de prática no hipismo o jovem

das poucas disputadas por João Victor na sua terra natal. “Infe-

amazonense já disputava as primeiras competições. "Quatro me-

lizmente na época em que ele começou a se destacar o hipismo

ses depois do começo dos treinos ele começou a competir e se

amazonense estava em crise, com duas federações e brigas ju-

destacar. Com seis anos ele disputou o primeiro campeonato fora,

diciais entre eles. Com isso as competições eram muito raras em

em Orlândia (SP) e já começou a se destacar nacionalmente”, re-

Manaus”, explicou a mãe do cavaleiro.

velou Mara.

A solução encontrada pela família foi montar uma base em São Paulo e passar a disputar competições paulistas e nacionais. "A avó dele (Marly Castro) mora em São Paulo e foi muito importante nesse processo, porque foi ela quem conseguiu tudo pra ele fora de Manaus”, explicou Mara. A mudança para São Paulo só fez a carreira de João Victor crescer. Competindo ao lado dos melhores cavaleiros do Brasil, o amazonense conseguiu títulos de expressão. No ano passado, por exemplo, João Victor conquistou o Derby de São Paulo, a Copa São Paulo de Hipismo, o CSN Rio de Janeiro e foi campeão mundial da Juventude, no Rio Grande do Sul, por equipe, e vice no individual. No começo deste ano, João Victor foi o único cavaleiro brasileiro na final do FEI Children`s International Jumping Final, em Hong Kong (China). "Sempre que ele compete conversamos com treinadores e especialistas em hipismo e todos dizem que ele é um fenômeno, uma grande promessa do hipismo”, revelou a mãe de João Victor.

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ASSISTA O VÍDEO DO CAVALEIRO JOÃO VICTOR NO CAMPEONATO MUNDIAL EM PASSO FUNDO – RS, EM 2011. Instruções: Baixe um aplicativo leitor de QR Code no seu smartphone ou tablet, acesse-o e mire no código acima.

ícone esportivo| 53


capa

Sem deixar os estudos de lado O sucesso no hipismo não faz João Victor esquecer do principal: os estudos. Aluno de uma escola de tempo integral em Manaus, ele faz o possível (e impossível) para conciliar os treinos em São Paulo com as aulas em Manaus. “Recentemente ele participou em São Paulo de uma clínica com um treinador da Bélgica e chegou em Manaus na madrugada de domingo para segunda. Na manhã seguinte ele acordou cedo e fez questão de ir para a aula”, revelou Mara, ao destacar que o garoto tem a disciplina como uma de suas virtudes. “Ele é um garoto muito bem focado nos seus objetivos. Não admite mentira, detesta chegar atrasado, não gosta de bebidas é fiel a Deus e lê a bíblia todos os dias”. A única queixa da mãe do cavaleiro amazonense é a falta de apoio financeiro. Segundo ela, todo o investimento com João Victor é

João Victor recebe premiação pelo vicecampeonato mundial

"Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio, estarei com 19 anos. O Rodrigo Pessoa conseguiu disputar uma Olimpíada (em Londres, 1992) com 19 anos, mas acho muito improvável. O meu objetivo mesmo é disputar as Olimpíadas de 2020". João Victor

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Com apenas 14 anos, João Victor salta como adulto

Rotina internacional inclui competições em países asiáticos


Ă­cone esportivo| 55


Cavaleiro amazonense exibe com orgulho premiações conquistadas ao longo da carreira

feito pelos pais, que são empresários no ramo da construção civil. “Se botarmos tudo no papel, gastamos mais de R$ 200 mil por ano com ele em despesas de viagens, treinadores e aluguel de cavalos.

R$ 200 mil

é o valor mínimo do investimento da família de João Victor, por ano, na carreira do jovem cavaleiro.

Mas a satisfação de vermos ele contente não tem preço. E como acreditamos que ele se tornará um profissional, acreditamos que todo esse investimento será retribuído”, afirmou Mara. Apesar de já treinar entre cavaleiros profissionais, João Victor terá de esperar um pouco para competir entre eles e disputar

(em Londres, 1992) com 19 anos, mas acho muito improvável. O meu objetivo mesmo é disputar as Olimpíadas de 2020”, revelou o cavaleiro amazonense.

uma Olimpíada. O usual no hipismo é que os cavaleiros che-

Para chegar a esse objetivo, João Victor pretende continuar trei-

guem ao profissionalismo somente aos 20 anos e disputem os

nando em São Paulo e estudando em Manaus, ao menos até o

Jogos Olímpicos depois de vários anos disputando competições.

fim deste ano, e disputar mais competições fora do Brasil. Em

“Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, estarei com

2013, a meta é tentar se mudar para a Europa, preferencialmen-

19 anos. O Rodrigo Pessoa conseguiu disputar uma Olimpíada

56 | ícone esportivo

te a Bélgica, país considerado o principal centro do hipismo. •


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FISIOTERAPIA

Por: Milena Matias – Fisioterapeuta

ESPORTE COMO FILOSOFIA DE VIDA SÃO INÚMERAS FORMAS DE TRATAMENTO PARA OUTRAS TANTAS PATOLOGIAS QUE ACOMETEM ATLETAS, SEJAM ELES AMADORES OU DE ELITE. MAS EXISTE ALGO QUE, AO MEU VER, É MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE QUALQUER NOVIDADE NO QUE DIZ RESPEITO A PREVENÇÃO, TRATAMENTO OU REABILITAÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática de 30 minutos de atividade física, em cinco ou mais dias por semana. Tão grande é a importância desse assunto que o Ministério da Saúde passou a adotar uma forma de monitorar o sedentarismo na populaçao brasileira. A prática de algum esporte é um dos indicadores pesquisados pelo Vigitel, inquérito telefônico realizado pelo Ministério da Saúde anualmente desde 2006. De acordo com os últimos dados 16,4% dos adultos são sedentários, nos períodos de lazer, 25,8% das pessoas passam três ou mais horas em frente à TV e apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre, com maior proporção nos homens (18,5%) em relação às mulheres (12%). Além disso o ministério lançou no dia 7 de abril de 2011, Dia Mundial da Saúde, o Programa Academia de Saúde que tem como objetivo “contribuir para a promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis". Coincidentemente na semana em que eu estava lendo alguns artigos a respeito das vantagens de se incorporar o esporte na vida das pessoas, encontrei-me com um ex-paciente que é um exemplo de força, persistência, paciência e todas as outras qualidades muito presentes nas pessoas que seguem um esporte. O meu primeiro contato com Carlos Manuel Batista da Rocha, um jovem senhor de 60 anos, foi no dia em que ele saiu do hospital e foi para casa após vários dias internado na UTI entre a vida e a morte. Quando um fisioterapeuta faz a primeira avaliação em um paciente que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), não é possivel ter a noção precisa do quanto essa pessoa vai melhorar ou, se, por exemplo, vai conseguir voltar a sentar, andar, gesticular ou exercer suas funçoes básicas do dia a dia.

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E ao conversar com o Sr. Carlos, além do evidente desafio que íamos enfrentar juntos, pude perceber a grande diferença do que é lidar com uma pessoa que tem o esporte intimamente ligado à sua vida. Senti-me angustiada por não saber até que ponto poderia ajudar aquele paciente – até porque pelas condições em que eu o encontrei sabia da iminente possibilidade de grande sequelas – mas também muito estimulada e cheia de esperança de poder usar todas as ferramentas que nós, fisioterapeutas temos. Foi então que recebi dele um comentário semelhante ao dos triatletas que fazem o IronMan e dizem que eles têm de correr “só” 42 km depois de ter nadado quatro e pedalado 180 km. Ele me disse: “Minha filha, eu ‘só’ quero voltar a correr”. Típico de atleta! Naquela hora pensei que o professor de Matemática e Atleta não tinha a real noção do que poderia acontecer. Como ele estatava me pedindo aquilo se ele nem conseguia andar?! Depois eu acabei descobrindo que, na verdade, desde o início ele sabia sim, a gravidade da situação, mas como todo atleta que se preza ele estava enxergando apenas mais um obstáculo a ser ultrapassado. Começamos então a fisioterapia diária – sim, o nosso “treino”, como Sr. Carlos fazia questão de chamar, só não acontecia aos domingos, dia em que ele repetia os exercicios sozinho. Se passaram muitas quedas, muitos exercícos fracassados, muito suor e uma força de vontade que só os apaixonados por algum esporte sabem do que se trata. Até que aproximadamente um ano após a data do AVC ele conseguiu correr. Tenho absoluta certeza que a trajetória teria sido muito diferente se não tivesse havido tanta coragem, garra, determinação, vontade de se superar e vencer a maior competição de todas. Não podemos nunca subestimar um atleta porque mesmo com toda a ciência a respeito dos benefícios do esporte para o corpo ainda temos muito a aprender com relação aos benefícios para a mente. •


ÍCONE ESPORTIVO| 59


cOPA 2014

Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Antonio Lima

cARAMuRI NA

‘gORDuCHINHA’ fRuTO AMAzÔniCO ReCebe pROJeTO De eXeCuTivO AMAzOnenSe pARA bATizAR A bOLA OfiCiAL DA COpA DO MunDO De 2014

beto Mafra lançou, em 2011, a idade do nome da bola da Copa e está empolgado com a receptividade do projeto

60 | ÍCONE ESPORTIVO


"As árvores são muito altas e o fruto é retirado derrubando essas árvores. Por causa disso o caramuri está quase em extinção. Quero com esse projeto tentar mudar essa forma de extração para que possamos preservar o caramuri". Beto Mafra O nome de um fruto típico da Amazônia, que só aparece de quatro em quatro anos é a sugestão do amazonense Vaubel Mafra Carneiro Monteiro para o nome oficial da bola da Copa do Mundo de 2014. Com o projeto "Caramuri- o nome da bola", Beto Mafra, como é conhecido o gerente executivo da Associação Amazonense de Municípios, pretende, além de ser o autor do nome da bola da Copa, incentivar a preservação ambiental. “As árvores são muito altas e o fruto é retirado derrubando essas árvores. Por causa disso o caramuri está quase em extinção. Quero com esse projeto tentar mudar essa forma de extração para que possamos preservar o caramuri”, explicou Beto. A ideia do projeto surgiu após Beto ler em uma edição da Re-

Lutador José Aldo e fabrício Lima plantando uma muda de caramuri

vista Veja um anúncio institucional do Governo Federal sobre o site oficial da Copa de 2014 em que havia um pedido para que os brasileiros enviassem projetos com formas de divulgação do Brasil. “Li a revista no dia 26 de outubro de 2011 e os projetos deveriam ser enviados até o dia 27. Conhecia o caramuri desde a minha infância na minha cidade natal, Maués, e tinha algumas pesquisas sobre o fruto. Juntei tudo e virei a noite para montar o projeto”, afirmou Beto. O que torna o caramuri ainda mais identificado com a Copa é que, segundo Beto, além dele surgir apenas de quatro em quatro anos, igual ao Mundial de futebol, o período coincide com a Copa do Mundo. “A última safra do fruto foi justamente em 2010, ano da Copa na África do Sul e a próxima será em 2014, na Copa que será disputada no Brasil”, garantiu o gerente-executivo ao lem-

e o site oficial da Fifa. “Nos dois casos a resposta foi positiva. Tanto o pessoal da Adidas como o da Fifa respondeu que iriam encaminhar o meu projeto para o departamento de marketing e ainda pediram informações sobre a repercussão do nome no Brasil”, explicou Beto.

APOIOS CONqUISTADOS Logo que o projeto foi lançado, o governo do Estado manifestou apoio a inciativa de Mafra, assim quanto o poeta amazonense Thiago de Melo. “O Thiago criou uma frase que praticamente virou o 'slogan' do projeto: a bola da Copa será filha da Amazônia”, lembrou Beto.

brar também das cores do caramuri. “São as mesmas cores da

No começo do mês de fevereiro o projeto ganhou mais dois

bandeira brasileira. A folha é verde, a casca é amarela e a poupa

apoios importantes. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o

é branca. Ou seja, tem tudo a ver com a gente”.

campeão do UFC na categoria pesos penas, José Aldo, planta-

Além do site oficial da Copa do Mundo, Beto mandou o projeto para a Adidas no Brasil (fabricante oficial da bola do Mundial)

ram árvores de caramuri em dois diferentes pontos de Manaus e manifestaram apoio ao projeto. “Além deles, também recebi

ÍCONE ESPORTIVO| 61


Ministro Aldo Rebelo e governador Omar Aziz conheceram e apoiaram o projeto

Fotos: Herick Pereira (Agecom)

um CD com uma marchinha criada pelo pessoal da Banda Bica (tradicional bloco carnavalesco de Manaus) para o caramuri”, comemora o executivo. Beto destaca também o espaço que o projeto conquistou na mí-

"Me apresentaram essa fruta, e agora acho um belo símbolo da Amazônia e portanto um belo símbolo do Brasil e porque não ser o nome da bola da Copa”. Aldo Rebelo

dia local e nacional. “Graças ao apoio da imprensa amazonense, hoje, muita gente no Estado já conhece o projeto. No começo

brancas e pretas, a bola quebrou um paradigma, pois até aquele

deste ano foi veiculada uma importante matéria no Jornal da

Mundial todas as bolas eram na cor laranja. A evolução, se deve

Globo sobre o projeto e também fui entrevistado por 15 minutos

principalmente à implementação da TV em cores, que permitiu a

em um programa da Rádio Bandeirantes, de São Paulo”.

colocação de novas cores no produto.

O executivo lembra que o projeto Caramuri é o único criado no

O nome mais famoso que a bola oficial da Copa recebeu foi em

Brasil com o objetivo de dar nome a bola da Copa do Mundo.

2010. Com 11 listras coloridas que representavam os 11 idiomas

“Existe um movimento liderado por algumas pessoas para que o

falados na África do Sul e as 11 tribos diferentes que formaram o

nome seja gorduchinha em homenagem ao Osmar Santos (ex-

País, a bola recebeu um nome tradicional no África: jabulani, que

-locutor esportivo que sofreu um acidente automobístico que

significa celebração, uma das marcas da Copa da África do Sul.

o invalidou profissionalmente e que era conhecido por chamar

“A palavra caramuri significa no dialeto dos índios saterê-maué:

a bola de futebol de gorduchinha). Mas o nome não tem nada

fruta da floresta que alimenta homens e animais. Isso porque,

de temático e se for pra homenagear alguém, que seja o Pelé”,

o caramuri é consumido tanto pelo ser humano quanto pelos

afirmou Beto.

animais que pegam as sementes que caem no chão. Inclusive, a cotia é um dos grandes inimigos do caramuri porque ela come

Tradição desde a Copa de 70 A primeira Copa do Mundo em que a bola oficial teve um

todas as sementes e por isso é cada vez mais raro encontrarmos uma muda de caramuri”, explicou Beto Mafra.

nome especial foi a de 1970, no México. O Mundial foi o pri-

A Fifa e Adidas ainda não decidiram quando decidirão o nome

meiro em que a Adidas fabricou o produto e decidiu batizar a

oficial da Copa de 2014. A expectativa é que isso ocorra antes da

bola de All Star (todas as estrelas, em português). Nas cores

62 | ícone esportivo

Copa das Confederações de 2013. •


Ă­cone esportivo| 63


cIcLISMO

Reportagem: Ivan Renato | Fotos: Divulgação

ATLETA pOR uM dIA RepÓRTeR DA íCOne enCARA DeSAfiO De bike nO MeiO DA fLOReSTA e SenTe nA peLe AS DifiCuLDADeS enfRenTADAS peLOS ATLeTAS Domingo de chuva, friozinho, você olha para o relógio e descobre

Antes de chegar ao local combinado já percebia alguns apaixo-

que ainda são 5h. Isso só aumenta aquela vontade de se em-

nados por pedal indo para o local sobre duas rodas. Chegando

brulhar nos lençóis e passar um bom tempo curtindo o traves-

lá, me senti bem em saber que eu não era o único que teria que

seiro. Na verdade isso é o que teria acontecido se eu não tivesse

pedalar na chuva. Cerca de 200 ciclistas estavam ansiosos para

aceitado o desafio de não só cobrir uma corrida de ciclismo, mas

esse "EcoBike" que partiu do Tarumã e embrenhou-se por tri-

de participar dela.

lhas, matas e igarapés de belezas únicas.

Não vou dizer que me arrependi da "pavulagem", mas quase de-

O também louco por ciclismo, idealizador, coordenador e partici-

sisti, afinal, ter de acompanhar um bando de apaixonados por

pante Irildo Pinheiro, 45, conta como começou tudo. “Todo mun-

bicicletas em um percurso de mais de 30km, na chuva, em um

do anda mais no asfalto, mas a trilha é mais prazerosa. Nós mo-

terreno bem-acidentado, não é fácil, e isso serviu para eu admi-

ramos no Amazonas, aqui tem muitas coisas bonitas e nós não

rar mais o esporte e as pessoas que o praticam.

estávamos usufruindo. Então começamos o grupo ‘JungleBike’,

A preparação para qualquer esporte é essencial, além é claro de contar com equipamentos que não vão deixá-lo na mão. No

que hoje já tem bastante adeptos” explicou Irildo, que já pedala de uma forma profissional há 20 anos

segundo quesito eu estava bem-servido. A bicicleta disponibili-

O coordenador deixou bem claro que o percurso era para inician-

zada pela equipe da ÍCONE era perfeita,

tes, mas para se iniciar na modalidade em trilha precisa já ter

com certeza se não fosse ela, teria me

uma experiência no asfalto, pois em trilhas o esforço é três vezes

esborrachado mil vezes, ou mesmo,

superior, afinal, os 200 ciclistas (e eu!) atravessaram igarapés,

desisitir.

areais e subidas e descidas bem íngremes. Uma coisa digna de nota é o apoio constante dos ciclistas para que os companheiros

"Quase desisti, afinal, ter de acompanhar um bando de apaixonados por bicicletas em um percurso de mais de 30km, na chuva, em um terreno bem-acidentado, não é fácil, e isso serviu para eu admirar mais o esporte e as pessoas que o praticam". Ivan Renato

64 | ÍCONE ESPORTIVO


No estilo, unidos venceremos, ciclistas desafiam terrenos acidentados em provas com cara de aventura

de pedal não desistam, afinal, o esforço em certos momentos é muito grande. Dicas de como utilizar o peso do corpo, trechos do roteiro e até as marchas eram passadas a todo momento. Logo no começo alguns participantes tiveram danos em suas bikes. Alguns ficaram sem os freios, outros sem marcha, mas seguiram firme e não se entregaram ao carro de apoio que socorria os desistentes, além de contar com um mecânico. Até um terço do percurso, onde paramos em uma chácara, para beber uma água, descansar e saborear um banquete de frutas ricas em energia e líquidos, ninguém havia desistido. Mas logo na partida, algumas pessoas foram ficando para trás e eu para não ser zoado pelos meus amigos de redação decidi continuar. Por muitas vezes não aguentava mais pedalar, descia da bike e ia empurrando, sempre incentivado pelos companheiros cobertos

Ivan Renato cumprimenta Irildo Pinheiro, idealizador da prova

de lama. Apesar das muitas dores que apareceram pelo corpo (princi-

Na reta final, agora sem mais paradas, eu quis desistir, porém,

palmente pernas, costas e mãos), a paisagem me fortalecia e

outros tantos já haviam desistido antes de mim e o carro de

faziam com que eu esquecesse do desgaste. Os momentos de

apoio já estava lotado, eu teria que aguardar. Então o Irildo me

descidas são incríveis, simplesmente não há como descrever o

perguntou “não dá mais? Só mais um gás, vamos?”. Então eu fui,

turbilhão de sensações que se misturam, como a liberdade, a

na companhia de um dos muitos guias que conheciam todo o

chuva no rosto, a velocidade... Nesse momento consegui enten-

circuito, porém, mesmo conhecendo, ainda nos perdemos e cada

der porque esses caras acordam cedo para pedalar mesmo que

pelada dada em vão aumentava ainda mais o meu cansaço. Já

seja debaixo de chuva.

o meu guia estava supertranquilo e me deu uma dica valiosa:

Na metade do caminho, não sentia mais minhas pernas fazerem esforço para girar o pedal, e com uma cara de “ufa, graças a

“o segredo é não parar de girar o pedal”, e deu certo, consegui completar a prova.

Deus”, compartilhada por quase todos, chegamos a um lindo rio,

A sensação é tão boa que parece restabelecer as forças. Após as

onde aproveitamos para tomar banho, beber água e lavar as bi-

parabenlizações, um dos engraçadinhos me vendo esgotado e

kes em vão, né? Afinal, em menos de dez segundos da retomada

todo coberto de lama, gritou: “amanhã tem de novo”, e claro, ar-

aos pedais, elas já estavam completamente cobertas de lama de

rancou risos de todos. Como essa prova não é competitiva, não

novo, mas a explicação para esse ritual seria a retirada da areia

vou dizer minha colocação, mas atrás de mim só ficaram quatro

que diminui a ação do freio.

ciclistas, fora os desistentes. Na próxima eu melhoro. •

ícone esportivo| 65


PROJETOS ESPORTIVOS

Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Jackson Torres

O SEgREdO É BuSCAR

PARcERIAS MAiOR pROJeTiSTA eSpORTivO DO bRASiL Dá A ReCeiTA pARA O fuTebOL AMAzOnenSe ReTORnAR AOS TeMpOS De GLÓRiAS

"O primeiro passo para um bom projeto é você conhecer bem a

taram na participação do São Raimundo na Copa do Brasil de Futebol Feminino e recentemente no acesso do Iranduba para a primeira divisão do estadual e a participação da equipe feminina

realidade do que está fazendo.

na Copa do Brasil.

É necessário também se pautar

Desses projetos, o que mais chamou a atenção foi o do ASA. Isso

sempre pela verdade e buscar

porque, o clube recém-formado conseguiu logo no seu primeiro ano montar uma equipe com jogadores renomados, como

credibilidade entre os parceiros.

o atacante Valdir Papel (ex-Vasco da Gama). “O projeto do ASA

Considerado pelo RankBrasil – Instituto Brasileiro de Homo-

transporte, alimentação e tudo mais que um clube precisava no

logação de Recordes – o maior projetista esportivo do Brasil, o

dia dia era feito através de parcerias. O caminho é esse. É muito

militar gaúcho radicado no Amazonas, Aldenir Kniphoff da Rosa

mais fácil conseguir apoio das empresas privadas oferecendo

(43 anos), tem o segredo para a recuperação do futebol ama-

parcerias do que pedindo dinheiro”, afirma Aldenir.

zonense: “ O grande caminho é você ter o projeto muito bem-estruturado, realizar parcerias, oferecendo retorno para os parceiros. Retorno comercial de mídia, divulgação. Não adianta querer divulgar apenas camisa. Esse não é o foco”, ensina o especialista em projetos esportivos. “O Penarol (clube de Itacoatiara) contratou uma empresa de marketing. Acredito que já vai ter um resultado positivo esse ano”, completou Aldenir. Com 53 projetos no currículo, sendo muitos deles voltados para o futebol, Aldenir já trabalhou no futebol amazonense, e com sucesso. Em 2009, elaborou o projeto de criação da equipe de futebol profissional do ASA (Associação de Sargentos da Amazônia). O time foi vice-campeão da Série B Estadual no mesmo ano, garantindo o acesso para a primeira divisão da temporada seguinte. No ano passado, desenvolveu os projetos que resul-

66 | ÍCONE ESPORTIVO

foi todo feito através de parcerias. Passagens aéreas, estadia,

No ano seguinte – o primeiro do clube na primeira divisão – o Asa foi o pior time da história do Campeonato Amazonense com 13 derrotas em 13 jogos disputados. O fracasso é justificado por Aldenir. “O problema foi que mudou a diretoria do clube e o novo presidente não estava mais interessado em priorizar o futebol. Deixaram de lado todo o bom projeto que fizemos no ano anterior”, explica o projetista esportivo. A lista de parceiros que Aldenir conta nos seus projetos é extensa. Além de ex-jogadores como Edu Lima, Paulo Roberto, Taffarel e Luís Carlos Winck, empresas como a Recofarma (fabricante da Coca-Cola no Amazonas) também apoiam as empreitadas do maior projetista esportivo do Brasil, que pleiteia um lugar no Guiness Book.


Foto: Acervo Aldenir Foto: Acervo Aldenir

Recorde rendeu homenagem a Aldenir na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALe-AM)

EDUCAçãO, ESPORTE E SOCIAL

no discurso, sempre a valorização do esporte amazonense

no esporte. Decidi então ser projetista esportivo, e me preparei para isso. Sou formado em história, administração de empresas.

A ligação de Aldenir com o esporte começou muito cedo, desde

Tenho pós-graduação em antropologia e projetos esportivos e

a adolescência. Natural de Alegrete (RS), ele foi um dos desta-

um mestrado em gestão esportiva realizado no Japão”, conta

ques do mais tradicional torneio de futebol da categoria infantil,

Aldenir, que garante não misturar a carreira militar com a de

o Efipan (Encontro de Futebol Infantil Pan-Americano), jogando

projetista esportivo. “Faço todos os projetos fora do horário de

por uma equipe de Alegrete. O bom rendimento resultou em um

expediente ou em períodos de férias e licenças. E nunca cobrei

convite para jogar no São Paulo, ainda nas categorias de base.

por nenhum projeto que realizei. Até por isso, nenhum deles

Flamengo, Internacional e Seleção Brasileira também estão no

tem fins lucrativos”.

currículo de Aldenir nas categorias de base. Mas aos 17 anos, uma grave contusão encerrou uma carreira promissora no futebol.

Em todos os projetos, Aldenir adota três pilares: educação, esporte e social. “O primeiro passo para se elaborar um bom pro-

“Estava jogando no Internacional e sofri uma fratura no torno-

jeto é você conhecer bem a realidade do que está fazendo. É

zelo. Fiquei inseguro e decidi parar de jogar. Logo depois iniciei

necessário também se pautar sempre pela verdade e buscar

minha carreira militar, mas sempre quis continuar trabalhando

credibilidade entre os parceiros. Você também jamais deve ilu-

"O Penarol (clube de Itacoatiara) contratou uma empresa de marketing. Acredito que já vai ter um resultado positivo esse ano

ÍCONE ESPORTIVO| 67


Fotos: Acervo Aldenir

Foto: Jackson Torres

dir os jovens envolvidos no projeto. É importante deixar claro a eles que caso pretendam seguir carreira no esporte encontrarão muitas dificuldades”, explica o projetista esportivo.

Projetos sociais e para o esporte profissional Com 482 projetos executados e 53 homologados, Aldenir destaca os projetos sociais como os de maior satisfação pessoal. Segundo ele, mas de 30 mil pessoas já foram beneficiadas por esses projetos. Entre os mais importantes, ele destaca o Brothers Sport (Irmãos do Esporte), formado por um grupo de ex-jogadores de futebol responsáveis por descobrir jovens talentos por todo o Brasil e encaminhá-los para a Casa do Atleta do Amazonas, em Goiânia. “Os atletas que ficam na casa recebem alimentação, educação e ficam treinando no Goiás ou Atlético Goianiense, que são os nossos parceiros em Goiás. É importante destacar que caso os jogadores cheguem ao profissional os benefícios financeiros ficarão somente com eles e os clubes. Nós não interferimos nisso”, garante Aldenir. •

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482

projetos já foram realizados por Aldenir. Desses, apenas 53 foram homologados, o suficente para render a Aldenir o título de maior projetista esportivo do Brasil.



gRuPOS dE cORRIdA

Reportagem: Bruno Elander | Fotos: Sport Digital

cORREndO pARA A VIdA GRupOS De CORRiDA De RuA Se pROLifeRAM eM MAnAuS e DeSenvOLveM A quALiDADe De viDA, O eSpíRiTO COMpeTiTivO e A inTeGRAçÃO SOCiAL Alternativa para manter a boa forma física, hobby, necessidade, paixão e profissão. estes são os principais motivos que levam um número cada vez maior de pessoas a praticar a corrida pedestre em Manaus. Os grupos de corredores também se proliferam e mantêm a frequência das atividades aos adeptos.

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equipe Marcio Soares Sports em momento de descontração antes da prova realizada pela Companhia Atlética

Conforme a Federação Desportiva de Atletismo do Estado do

Aos sábados e domingos ocorrem os encontros de triathlon, na

Amazonas (Fedae/AM), já são mais de dez equipes na capital

praia da Ponta Negra”, explicou, ao citar que o investimento indi-

e outras estão sendo formadas. Um dos maiores e mais antigo

vidual para as atividades é de R$ 120 por mês. Um pouco mais

grupo é o "Márcio Soares Sports". Criado em 2005, o conjunto

nova, a equipe PitRunners, lançada há quatro anos, comemora o

tem entre 80 e 85 integrantes, entre praticantes de corrida pe-

interesse da população pela atividade física. A advogada Amanda

destre, triathlon, natação e ciclismo.

Ladeira Benzion, integrante do grupo, diz que a procura aumen-

Maurício Tadros, profissional de educação física e instrutor do time, atribui a procura e o surgimento de grupos ao aumento do interesse pela saúde e esporte ao ar livre. “Os nossos treinos de corrida de rua ocorrem às segundas, terças e quintas-feiras, às 19h, no Passeio do Mindu (no bairro Parque Dez de Novembro).

tou notoriamente nos últimos dois anos. “Há menos de dois anos não se via a quantidade de atletas amadores em corridas de rua, como se vê hoje. Atualmente basta olhar o colorido das provas, estampado nas camisetas das equipes, para perceber que não é mais aquele número acanhado de integrantes”, exemplificou.

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Equipe Endurance posando para a foto oficial antes da prova

Ladeiras ao redor do Manauara Shopping foi o maior desafio dos participantes da 2ª Cia. Sport Run

Nesse tempo de existência, a PitRunners já participou de 48 corridas, entre eventos locais e meia maratonas. “Neste ano, por exemplo, alguns atletas estão se preparando para a primeira maratona. Dessa forma, com a equipe organizada e treinos direcionados para esse fim, certamente conseguiremos alcançar mais essa vitória”, comentou, entusiasmada. A denominação da equipe, apesar de parecer incomum para Deputado estadual Marcelo Ramos cuidando da forma física

a modalidade em questão, faz referência ao atleta criador do conjunto. “A equipe surgiu em razão da necessidade de mantermos a frequência dos treinos, principalmente porque a

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Caroline dos Santos Soares, integrante da Run for Fun, desafiando os próprios limites

Genifer Formiga e o inseparável fone de ouvido, comun entre os corredores de rua

‘Elas’ dominam os grupos Outra particularidade dos grupos é a presença maciça de mulheres. Na equipe Pé Urbano, por exemplo, que completa um ano no próximo dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), a maioria dos integrantes é do sexo feminino: 57,7%. São 45 atletas ao todo, dos quais apenas 19 são homens. As atividades começaram como uma brincadeira entre irmãos. educadores físicos. Jamerson Alberto e Jonatas Alberto decidiram reunir alguns amigos e a família para caminhar, mas o sucesso fez com que em poucos dias a “reunião” se transformasse no grupo de corrida. Clima de descontração é o que motiva os corredores de rua

O objetivo dos idealizadores é proporcionar qualidade de vida e promover a socialização entre os participantes, além de incentivar a prática da caminhada. Mas, também há espaço para a atuação em eventos sociais, como arrecadação de roupas e alimentos para en-

maioria dos integrantes realizam corridas de longa distância. O

tidades carentes . Os treinos são ministrados no Serviço Social da

coordenador da equipe se chama João Pereira, também conhecido

Indústria (Sesi), Zona Leste da capital, e aos domingos na Praia da

como ‘Pitbull’. Ele é um triatleta amazonense de muita garra e

Ponta Negra. Jonathan Alberto também ressalta a variedade so-

grande incentivador da modalidade”, explicou a atleta e advogada.

cial de interessados. “Empresário, músico da filarmônica, médicos

A pluralidade da modalidade é evidenciada pelas classes sociais e faixa etária dos praticantes. “A maioria das pessoas tem entre 15 e 50 anos e são ligadas ao comércio. Mas a quantidade de estudantes, advogados, nutricionistas, médicos e odontólogos também é expressiva”, disse Amanda, ao lembrar que a PitRunners é composta por 33 integrantes.

e advogados realizam atividades conosco”, citou. Também caçula, a Equipe de Corrida Run for Fun (Correr com alegria) Manaus foi lançada dia 11 de junho de 2011 durante o evento esportivo XTerra Brasil e busca estimular pessoas de diversos níveis sociais e faixa etária a participar da prática de corrida na rua como meio de lazer, preenchimento de tempo livre, socialização e competição esportiva.

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grupos de corrida

Primeiros colocados na 2.ª Cia. Sport Run Feminino - 10 quilômetros 1.ª - Márcia da Silva Magalhães 45’31 2.ª – Irene Gonçalves Aranha 48’25 3.ª – Marlene Silva Rodrigues 50’04 31 corredoras completaram a prova Feminino - 5 quilômetros 1.ª - Jéssica Natália Souza Santos 21’30 2.ª – Gelziania Vital Souza 23’46 3.ª – Keytiane Mendes Modesto de Souza 23’55 Masculino – 10 Quilômetros 1.º – Dionísio Cosmo Cardoso 36’23 Próximos da chegada, corredores já comemoravam o desafio vencido

2.º – Nicolas Pereira 37’05 3.º – Alexsandro Vieira da Silva 37’32 172 completaram a prova Masculino – 5 quilômetros

Resultado nas competições A proliferação dos grupos de corridas de rua é percebido principalmente nas corridas realizadas em Manaus. Antes restritos,

1.º - Nilcon Rodrigues 18’09 2.º - Lúcio Morais da Silva 28’26 3.º - Ruita Batista Costabile 18’47

os eventos hoje reúnem, em média, mais de mil competidores. Na primeira corrida de 2012, a 2.ª Cia. Sport Run, organizada pela Companhia Atlética no dia 12 de fevereiro, todos os grupos de corridas de rua estiveram presentes com competidores de todas as idades. Um dos atletas na prova foi Alexsandro Vieira, de 38 anos, que pertence a Run for Fun, e que pratica corrida pedestre desde 1996 chegando na terceira colocação nos 10 quilômetros. “Estava um pouco longe dos treinos e entrei para a equipe há seis meses. Calculei errado o percurso e forcei demais o ritmo na primeira parte da prova, e isso me impediu de ter um desempenho melhor”, justificou Alexsandro, que já perdeu as contas de quantas corridas participou. “São muitas”. Quem também prestigiou o evento e completou a prova de dez quilômetros foi o piloto Antônio Pizzonia, que apesar de não integrar nenhuma equipe, correu pela equipe Márcio Soares Sports. “Conheço a turma do Márcio há bastante tempo e procuro participar de provas esportivas pelo menos duas vezes por ano. Também pratico o triathlon”, comentou, ao ressaltar que pratica esportes desde os 15 anos de idade. •

74 | ícone esportivo

856

Competidores completaram as provas de dez e cinco quilômetros.


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futebol feminino

Reportagem: Bruno Elander | Fotos: Antonio Lima

as operárias da bola Atletas do representante amazonense da Copa do Brasil de Futebol Feminino tem que se desdobrar entre o trabalho nas indústrias e os treinos Com a fase de preconceitos cada vez mais restrita aos registros

de Manaus (PIM), e dedicam-se à paixão ‘futebol’ após jornada

históricos, o futebol feminino, ainda que sem profissionalização,

de até dez horas de trabalho. Um exemplo desta dinâmica de

aumenta o número de adeptas a cada competição, seja amadora

vida, atípica para um atleta, é a atacante Patrícia de Souza – a

ou oficial. Em Manaus, não é diferente. O Iranduba da Amazônia,

Paulistinha, de 28 anos.

fundado há pouco mais de um ano e sediado em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), disputará a Copa do Brasil de Futebol Feminino, a partir de março, pela segunda vez consecutiva, com um grupo de atletas que é exemplo de determinação. A relação de Manaus e Iranduba não é um erro desta publicação. É que apesar de ser do interior, o time precisa realizar os treinos na capital, pois as jogadoras trabalham durante o dia e treinam à noite. A maioria delas é industriária do Polo Industrial

Paulistinha concilia jornada de trabalho durante o dia com treinos à noite e nos fins de semana

76 | ícone esportivo


Meninas são comandadas pelo técnico Olavo Dantas, que prepara a equipe para a Copa do Brasil

"Falta investimento e apoio governamental, até mesmo incentivo para os clubes profissionais manterem equipes femininas. Se no masculino já é difícil, imagine no feminino". Deise Santos

Industriária e natural da capital do Estado de São Paulo, Pau-

Na capital do Amazonas, depois de defender o Ninho de Águias,

listinha mora em Manaus desde 2005, ano em que recebeu um

Paulistinha jogou pelo Trigolar, antes de chegar aos gramados.

convite do Ninho de Águias-AM, para disputar a Taça Brasil de

No ano de 2007, a paulistana disputou a Copa do Brasil pelo Rio

futsal. Antes, a atacante havia disputado a competição de futsal

Negro-AM e ficou fora das edições de 2008 e 2009, nas quais a

pelo Independente-PA em 2004 que foi campeão paraense no

Nilton Lins representou o Estado. Em 2010, a atleta jogou pelo

ano anterior. O Campeonato Paulista foi a primeira competição

São Raimundo e no ano seguinte já atuou pelo Iranduba.

da carreira da atacante, na qual atuou pelo Kurdana Cotia. “Eu vim para passar uma temporada. Fui convidada para mais uma e consegui emprego para ser atleta de uma empresa e estou aqui até hoje”, explicou.

Sobre o preconceito e a receptividade da família com o fato de jogar futebol, a industriária diz que só não há problemas devido ao emprego com carteira assinada. “Eu trabalho de 6h às 16h, de segunda a sexta, e isso tranquiliza a família. Com certeza, se

ícone esportivo| 77


futebol feminino

Jogadoras aperfeiçoam o prepara físico

De Rio Preto da Eva ao Botafogo-RJ Apesar de jovem, Deise Santos, de 18 anos, também tem experiências de sucesso para contar. A principal delas é um estágio de 30 dias no Botafogo-RJ, no qual disputou o Campeonato Carioca Sub-20. “Não que aqui não sejamos exigidas, mas lá os treinos são muito mecanizados e o lado humano é um pouco esquecido. Aprendi a valorizar ainda mais a família”, garantiu. “Comecei a jogar futebol com 13 anos entre as veteranas do time amador do Bahia, no campeonato de Rio Preto da Eva (a 67 quilômetros de Manaus)”, lembrou. Aos 15 anos, em um torneio no bairro do Alvorada, na Zona Oeste da capital, Deise foi vista pelo ex-técnico do São Raimundo, Laércio Ramos e convidada a defender o alviceleste na Copa do Brasil de 2010. Este ano, a jovem jogadora vai jogar pelo Iranduba, assim como Paulistinha, pelo segundo ano consecutivo. eu vivesse só do futebol, seria bem mais difícil deles aceitarem”, declarou, ao relatar que a maior dificuldade é conciliar os horários de treinos e jogos com o trabalho. “O mais difícil e ter de pedir três dias de afastamento a empresa para viajar e disputar as partidas da Copa do Brasil em outros Estados. As indústrias poderiam apoiar, até para ter o nome em evidência. Mas, só visam o lucro”.

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Movidas pela paixão Conforme as atletas do verdão, a paixão é o que inspira as pessoas envolvidas com o futebol feminino no Amazonas a continuar acreditando no trabalho e no progresso da categoria. “São pessoas apaixonadas, pois a modalidade ainda não oferece retorno financeiro algum àqueles que trabalham nela, e nós, jo-


gadoras, só temos a agradecer a essas pessoas”, disse Paulistinha, que sugeriu ações para popularizar e melhorar a situação da modalidade. “Falta investimento e apoio governamental, até mesmo incentivo para os clubes profissionais manterem equi-

Curiosidades

pes femininas. Se no masculino já é difícil, imagine no feminino.

Por ser considerada amadora no País, a modalidade

Os campeonatos amadores têm muito mais categorias e times

feminina também reserva histórias preocupantes, mas

do que a seletiva amazonense, competição que indica um repre-

que depois se tornam contos bizarros, como um rela-

sentante do Estado à Copa do Brasil (organizado pela Federação

to que está entre os preferidos das atletas do Irandu-

Amazonense de Futebol – FAF)”, ressaltou.

ba. "Na final da Seletiva Amazonense do ano passado,

Apesar do prestígio já conquistado, as atletas não tem remuneração fixa. Não há, por exemplo, piso e teto salarial no Iranduba. Os pagamentos são os prêmios (conhecidos como "bicho") após as vitórias. A remuneração é tão baixa que não chega ao valor de um salário mínimo e é considerada uma ajuda de custo, prova de que a paixão pelo esporte está acima da condição financeira. E com essa condição limitada, o técnico do verdão pelo segundo ano consecutivo, Olavo Dantas, espera levar o time, no mínimo até a terceira fase da Copa do Brasil, na qual o time amazonense estreia no dia 10 de março, no Acre, contra um representante local a ser definido pela Federação de Futebol do Estado do Acre. Em 2011, a equipe irandubense foi eliminada na segunda fase,

vencemos a final no Estádio Gilberto Mestrinho – o Gilbertão, em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus) e ficamos em campo, comemorando. Quando voltamos ao vestiário, todos os nossos pertences haviam sumido. Então procuramos e os achamos em algumas salas, que mais pareciam labirintos. Alguns pertences já não estavam mais nas nossas bolsas, como o meu telefone celular, por exemplo. O ocorrido até atrasou a nossa viagem de volta. A mais sortuda foi a fisioterapeuta Simone, que guardou o dinheiro na capa de um CD, que não foi furtado porque o meliante pensou que não tinha nada dentro”, contou Paulistinha, aos risos com a colega Deise.

pelo Tuna Luso, em Belém-PA, depois de vencer por 1 a 0 em Iranduba e perder por 4 a 2 o segundo jogo. •

Foto: Jackson Torres

Com jogadoras guerreiras, equie do Iranbuda quer fazer bonito na Copa do Brasil de Futebol Feminino ícone esportivo| 79


MOTOcROSS

Fonte: VipComm

MundIAL dE Mx COM CALENDÁRIO DEFINIDO MAiS uMA vez O bRASiL fARá pARTe DO CAMpeOnATO e TeRá COMO SeDe O pARque beTO CARReRO WORLD, eM penHA (SC)

O calendário da próxima temporada do Mundial de Motocross está definido e os pilotos das categorias MX1 e MX2 já podem se

CALENDáRIO DO MUNDIAL DE MOTOCROSS 2012

preparar para grandes desafios. Em 2012, a competição contará

1.ª etapa: 9 de abril – Holanda (Valkenswaard)

com 16 etapas, uma a mais em relação a este ano. O gate cai

2.ª etapa: 22 de abril – Bulgária (Sevlievo)

pela primeira vez no dia 9 de abril, na Holanda.

3.ª etapa: 29 de abril – Itália (Fermo)

Entre os destaques está a estreia do México como uma das sedes. O país da América do Norte sedia no dia 13 de maio, em Queretaro, a sexta etapa. Outra novidade é a volta da Rússia, que não sediava a competição há dez anos.

4.ª etapa: 13 de maio – México (Queretaro) 5.ª etapa: 20 de maio – Brasil (Penha) 6.ª etapa: 3 de junho – França (Saint Jean d'Angely) 7.ª etapa: 10 de junho – Portugal (Agueda) 8.ª etapa: 17 de junho – indefinido

Quem não poderia ficar de fora e participa pelo terceiro ano con-

9.ª etapa: 1 de julho – Suécia (Uddevalla)

secutivo (Campo Grande-SP, em 2010 e Indaiatuba-SP, em 2011)

10.ª etapa: 15 de julho – Letônia(Kegums)

do evento é o Brasil. A missão de receber os maiores competi-

11.ª etapa: 22 de julho – Rússia (Semigorje)

dores da modalidade ficará a cargo do Beto Carrero World, loca-

12.ª etapa: 5 de agosto República Checa (Loket)

lizado em Penha (SC). O Parque de Diversões sediará o Mundial

13.ª etapa: 19 de agosto – Grã-Bretanha (Matterley Basin, Winchester)

de MX pela primeira vez e a data já está marcada: 20 de maio. As pistas tradicionais de Fermo (Itália), Sevlievo (Bulgária), St. Jean D’Angely (França) continuam no calendário e serão palcos de grandes disputas. A competição se encerra no dia 23 de setembro, na Alemanha. •

80 | ÍCONE ESPORTIVO

14.ª etapa: 2 de setembro – Holanda (Lierop) 15.ª etapa: 9 de setembro – indefinido 16.ª etapa: 23 de setembro – Alemanha (Teutschenthal) Motocross das Nações: 30 de setembro – Bélgica (Lommel)


ÍCONE ESPORTIVO| 81


INFORME PUBLICITÁRIO

O ÍDOLO Manaura, Marco ‘Louro’ atualmente mora em New York (EUA).

OS HOMENAGEADOS George Clay, Alessandro Barata, Prof. Nonato Machado e o Louro.

Norte homenageia

Quatro pioneiros de MMA (Mixed Martials Arts) foram homenageados no dia 24 de fevereiro, no Centro de Lutas da Norte Fitness Academia, pertencente ao UniNorte, integrante da rede internacional de universidades Laureate. Marco Aurélio Galvão, o ‘Louro’, Nonato Machado, George Clay e Alessandro Barata receberam troféus de reconhecimento esportivo e também puderam contar suas histórias para o programa Luta Tribal, do Canal 19 (Rede TV). Marco ‘Louro’ mora em New York (EUA). Começou a carreira como lutador de jiu-jitsu em Manaus, onde se tornou faixa preta. Em 2003 migrou para o MMA. Tem no currículo dez vitórias, cinco derrotas e um empate. Seu próximo combate será no dia 13 de abril, no Bellator Fighting Championship (BFC), em New Jersey. “Ele foi um dos primeiros atletas do Amazonas a ir para fora, isso abriu as portas para outros lutado82 | ÍCONE ESPORTIVO


A CERIMÔNIA Professor da Norte Fitness discursa durante cerimônia para convidados.

Sobre a Norte Fitness Academia

Fitness

pioneiros de MMA res do Estado”, explica o professor André Leocádio, do Clube de Lutas. Nonato Machado é um dos fundadores do jiu-jitsu no Amazonas e mestre de toda uma geração de grandes atletas amazonenses. Alessandro Barata foi o primeiro lutador do Amazonas a se destacar fora do Estado. Com 16 anos ele saiu do estado para se dedicar ao Vale Tudo, que pode ser considerado a base do MMA. George Clay é do UFC (Ultimate Fighting Championship) e está selecionado para o reality show ‘The Ultimate Fighter (TUF) Brasil’. Foi também um dos primeiros a se dedicar a essa modalidade no Amazonas.

A Norte Fitness Academia foi fundada em 2008, então como franquia da BioRitmo Academia. Na abertura, recebeu o selo Diamond como a academia de melhor infraestrutura do Brasil. Em 2011, foi incorporada pelo Centro Universitário do Norte (UniNorte), integrante da rede internacional de universidades Laureate, e dá apoio à área de Saúde da instituição. Dispõe de seis andares para diversas modalidades desportivas, incluindo piscinas para natação e hidroginástica, salão de dança e o Centro de Lutas, inaugurado em 2010, com atividades como jiu-jitsu, judô, muay thai, luta olímpica, boxe e MMA. Academia Norte Fitness ro rgas, 604 - Cent Av. Getúlio Va ÍCONE ESPORTIVO |0 83 3212-520 Telefone: (92)


PROduTOS

uMA nOVA fóRMuLA DE ISOTÔnIcO bebiDA eSpORTivA COnTÉM quATRO eLeTRÓLiTOS: SÓDiO, pOTáSSiO, CáLCiO e MAGnÉSiO

Uma nova fórmula de Powerade, bebida esportiva da Coca-Cola

para um alto rendimento esportivo é importante se manter apro-

Brasil, chegou ao mercado em janeiro. O novo Powerade ION4

priadamente hidratado. Já a ingestão adequada de vitaminas B é

repõe quatro dos eletrólitos que o corpo perde durante a trans-

importante para a produção de energia e para a reparação e cons-

piração - sódio, potássio, cálcio e magnésio. A nova fórmula ION4

trução de tecido muscular”, completa Anne Zehoul.

acompanha a evolução dos requisitos da categoria isotônica, além de manter as vitaminas do Complexo B. Os sabores continuam sendo limão, tangerina, uva, mountain blast e laranja. O sódio é o principal eletrólito que se perde na transpiração e sua reposição é importante principalmente para os praticantes de atividades físicas prolongadas. Em linha com a ciência esportiva atual, Powerade ION4 tem o benefício de repor líquidos, minerais e carboidratos, oferecendo hidratação e energia para uma melhor performance esportiva. A gerente da categoria Hidratação da Coca-Cola Brasil, Anne Zehoul, explica que “os eletrólitos desempenham um papel vital na condutividade elétrica corporal, e por isso são tão importantes para a contração muscular. Também ajudam na absorção e no equilíbrio dos líquidos para que o corpo se mantenha hidratado, e na manutenção do fluxo sanguíneo muscular”. “A ingestão de líquidos é essencial para o funcionamento efetivo e seguro do organismo, desempenhando um papel crucial nas funções corporais e regulando a temperatura do corpo. Portanto,

84 | ÍCONE ESPORTIVO

NOVA IDENTIDADE VISUAL A embalagem de Powerade também mudou. Agora, o selo ION4 indica o diferencial da fórmula com quatro eletrólitos. Os diferenciais de Powerade também estão presentes na embalagem, que foi projetada para facilitar a pegada durante a prática das atividades de alto rendimento. A garrafa, de 500 ml, tem design moderno e anatômico para não escorregar, e um exclusivo medidor, que permite estimar o quanto está sendo consumido ao longo da prática esportiva. A embalagem apresenta ainda uma tampa exclusiva – a power tampa –, que conta com um mecanismo especial para oferecer conveniência na hora de beber. Após a retirada do lacre, pode ser aberta e fechada com apenas uma das mãos. Além disso, o produto não vaza, mesmo que a embalagem vire, pois o líquido só sai quando a garrafa é pressionada. •



fITnESS

Por: Maurício Tadros – Personal Trainer

TREInAMEnTO funcIOnAL SAibA COMO eXeRCíCiOS DO DiA A DiA pODeM MeLHORAR O Seu COnDiCiOnAMenTO fíSiCO

O que é treinamento funcional? Se você digitar este termo em qualquer buscador de conteúdo na internet, centenas de sites contendo milhares de diferentes definições apareceram. na verdade, o negócio é mais simples e não tão novo assim quanto se imagina. O treinamento funcional nada mais é que uma abordagem de treinamento físico baseada no desenvolvimento de um sistema neuromuscular integrado (corpo todo), cujo objetivo principal é tornar o corpo humano uma máquina de locomoção e realização de tarefas mais eficientes.

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Os princípios da funcionalidade estiveram sempre presentes

um homem moderno, independente do seu nível de condição

em todos os ciclos evolucionais do homem. Sempre precisamos

física e das atividades que ele desenvolva, usando exercícios

desempenhar com eficiência as tarefas do cotidiano, garantin-

que se relacionam com a atividade específica do indivíduo e que

do assim a sobrevivência em situações rotineiras e em algu-

transferem seus ganhos de forma efetiva para o seu dia a dia.

mas vezes adversas. Com o advento da evolução tecnológica, a praticidade e o conforto para a realização de tarefas até então essencialmente físicas tornaram o homem menos funcional e mais sedentário.

ESTABILIDADE DO TRONCO A metodologia surge exatamente da necessidade de se suprir a carência existente na integração dos movimentos do corpo

A maior virtude desta metodologia é a notória percepção de

quando da realização de exercícios. Com base nisso, parte da

como a máquina "corpo humano' funciona. Há muitos anos,

premissa de que o corpo humano é uma máquina criada para

mantém-se uma cultura de treinamento voltada ao ganho de

trabalhar em constantes ciclos de estabilidade ou mobilidade,

massa muscular, à hipertrofia, à queima de calorias e, quase

variando conforme a área do corpo trabalhada no momento.

sempre, o fator qualidade de movimento é negligenciado.

Assim, os maiores responsáveis por todo o suporte dessa cadeia

No sentido contrário está o treinamento funcional, que tem

cíclica são os músculos da parede abdominal, conjuntamente

como premissa básica de melhoria da aptidão física de acordo

com os músculos estabilizadores da coluna lombar, conectando

com as necessidades específicas de cada indivíduo, seja para

as atividades dos membros superiores com as atividades dos

fins desportivos ou qualidade de vida. Ele resgata através de um

membros inferiores.

programa individualizado e específico, a capacidade funcional de

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fitness

Funcionalmente falando, nenhuma atividade seria realizada em

sustentada cientificamente através de pesquisa e referências

nosso corpo caso estes músculos estabilizadores não traba-

bibliográficas em todos os seus pontos principais e principal-

lhassem eficientemente para que os membros, tanto inferiores

mente, testadas extensivamente nas salas de treinamento,

quanto superiores, pudessem executar suas funções. Com essa noção, é possível notar que o desenvolvimento da estabilidade do tronco é essencial para o desenvolvimento de qualquer atividade física, desde as simples, como caminhar, correr, sentar, levantar, agachar, subir e descer escada, às complexas, como a prática de esportes recreativos e de alto rendimento.

Bom para todos O treinamento funcional torna a performance, até então restrita a treinamento de atletas, acessível a todos. Todas as capacidades físicas, equilíbrio, força, velocidade, coordenação, flexibilidade, resistência aeróbica e anaeróbica são trabalhadas de forma integrada

onde foi possível determinar suas linhas básicas. •

Benefícios Melhora da postura; - Controle do peso corporal; Melhora do equilíbrio muscular; - Melhora na eficiência dos movimentos; Melhora do desempenho nos esportes; - Maior estabilidade da coluna vertebral; Diminuição de ocorrências de lesões; - Melhora do equilíbrio estático e dinâmico;

através de movimentos multi-articulares (envolvem mais de uma articulação) e multi-planares (envolvem vários planos de execução), além do envolvimento do sistema proprioceptivo. Essa forma de treinamento representa uma nova abordagem de condicionamento, guiada pelas leis básicas do treinamento,

Melhora da, força, coordenação motora, resistência central e periférica (cardiovascular e muscular), lateralidade, flexibilidade e propriocepção. - Desenvolvimento da consciência sinestésica (sensação do movimento).



TEcnOLOgIA

MOdERnIdAdE A fAVOR dO ESPORTE nOviDADeS TeCnOLÓGiCAS pROMeTeM MeLHORAR DeSeMpenHO De ATLeTAS

Com o objetivo de melhorar o desempenho dos atletas em trei-

primeiro relógio multidesportos da Garmin que proporciona mé-

nos e competições, a Garmin, empresa especializada em tecno-

tricas de natação, incluindo distância, identificação da braçada,

logia, lançou recentemente dois produtos que estão chamando

contagem de braçadas e comprimento da piscina. E ainda avalia

a atenção dos atletas. O primeiro é o Vector- pedal de medição

a sua pontuação swolf para ajudar o atleta a calcular a sua efi-

de potência de alta precisão integrada – desenhado para ciclistas.

ciência em natação.

Segundo a empresa, o produto demora apenas alguns minutos

Graças à sua tecnologia GPS, o Forerunner 910XT grava ainda o

para ser instalado e fornece informação de potência precisa e

percurso que percorreu para poder ver em um mapa mais tarde.

diferenciada para as pernas, funcionando com aparelhos ANT+.

Esta funcionalidade pode ajudar o atleta a analisar o seu de-

O Vector é extremamente leve e resistente, sendo feito em carbono injetado. É compatível com encaixes LOOK Keo e funciona

sempenho em natação de águas livres e a ajustar a sua técnica conforme necessário.

em quase todas as pedaleiras do mercado. Além disso, o seu

Outra vantagem do 910XT é que ele facilita e torna mais rápi-

software foi desenhado para ser facilmente atualizável graças à

da a transição entre as modalidades. A funcionalidade multi-

tecnologia sem fios ANT+.

-desportos automática permite alternar os modos de esporte

O outro produto é o Monitor de Treino Forerunner 910XT HRM, desenvolvido principalmente para triatletas, pois é o único dispositivo multifunções no mercado com tecnologia GPS que proporciona medições de natação detalhadas e regista a distância,

com apenas um toque num botão, para que não perca segundos preciosos durante a transição. O suporte de libertação rápida opcional permite ao atleta mover facilmente o 910XT do pulso para a bicicleta.

o ritmo, a elevação e o ritmo cardíaco em atividades como o atle-

Em terra, o Forerunner 910XT proporciona muitas das funcio-

tismo e o ciclismo. Dispõe de um perfil elegante, uma correia de

nalidades dos avançados computadores de ciclismo e relógios

pulso confortável e de um ecrã de fácil leitura.

desportivos para registar com precisão o tempo, a distância, a

O Forerunner 910XT é impermeável até aos 50 m (164 pés). É o

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velocidade, o ritmo e muito mais.


GARMIN VECTOR - PEDAIS COM MEDIçãO POTêNCIA CARACTERíSTICAS

Stress do treino

Medição de potência baseada em pedais:

Distribuição esquerda/direita (%)

Mede a potência onde interessa

Cadência (rpm)

Analiza o perfil de força de toda a pedalada

+/- 1.5% de precisão

Fornece dados precisos e de confiança

Transmissão usando o protocolo sem fios ANT

Calcula potência total e cadência

Peso do sistema Vector (valores aproximados por pedal):

Disponibiliza informação separada para as pernas esquerda e direita

Pedal - 119g

Facilidade de instalação

Sensor do pedal - 21g

Instale os pedais compatíveis LOOK Keo em minutos:

Encaixe do sapato - 38g

Evite ter que trocar pedaleiras ou rodas

Total por pedal - 178g

Troque entre bicicletas facilmente

Pedais:

Leve os pedais consigo quando viajar

Corpo ultraleve em fibra de carbono injectada

Atualização de software sem fios

Eixo em aço endurecido e maquinado CNC

Pacote completo

Casquilhos LSL e rolamento selados

Utilize-o com GPSs de ciclismo da gama Edge ou relógios multdesporto da gama Forerunner:

Tensão ajustável

Funciona com outros dispositivos ANT+ Veja a potência e cadência no GPS Analise as métricas de potência e gráficos no Garmin Connect Atualmente compatível com as gamas Garmin Edge 500, Edge 800, Forerunner 310XT e Forerunner 910XT Características Técnicas Medidor de potência ANT+, mede e fornece dados de: Potência total (watts) Potência normalizada Factor de intensidade

Compatível Look Keo Sensor do pedal: Transmissor ANT+ e medição de cadência através de acelerómetros Pilhas substituíveis pelo utilizador (2032) Autonomia de pelo menos 200 horas de utilização Encaixes: Termo-plástico de alta durabilidade com superfície anti derrapante Botão de borracha para reduzir folga entre o pedal e o encaixe 6 graus de folga (opção de 0 graus disponivel como acessório) Compatível Look Keo

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TEcnOLOgIA

MONITOR DE TREINO FORERUNNER 910xT hRM CARACTERíSTICAS

CARACTERíSTICAS TéCNICAS

Medição de potência baseada em pedais:

Compatível com Garmin Connect™ (comunidade on-line onde pode analisar,

Mede a potência onde interessa Analiza o perfil de força de toda a pedalada Fornece dados precisos e de confiança Calcula potência total e cadência Disponibiliza informação separada para as pernas esquerda e direita Facilidade de instalação Instale os pedais compatíveis LOOK Keo em minutos: Evite ter que trocar pedaleiras ou rodas Troque entre bicicletas facilmente Leve os pedais consigo quando viajar Actualização de software sem fios Pacote completo Utilize-o com GPSs de ciclismo da gama Edge ou relógios multidesporto da gama Forerunner: Funciona com outros dispositivos ANT+ Veja a potência e cadência no GPS Analise as métricas de potência e gráficos no Garmin Connect Actualmente compatível com as gamas Garmin Edge 500, Edge 800,

categorizar e partilhar os dados) Compatível com software Garmin Training Center® Virtual Partner® (treine com uma pessoa digital) Virtual racer™ (compete contra outras actividades) Auto Pause® (coloca em pausa e reinicia o cronómetro com base na velocidade) Auto Lap® (inicia automaticamente uma nova volta) Auto Scroll (apresenta as páginas de dados ciclicamente durante o exercício) Multidesporto (altera o modo de desporto com uma pressão de botão) Exercícios avançados (crie exercícios personalizados e orientados para uma finalidade) Alerta de ritmo (o alarme é accionado se sair do ritmo predefinido, só para exercícios avançados) Alerta de tempo/distância (o alarme é accionado se alcançar o objectivo) Alerta com vibração: (escolha entre tons de alerta e/ou alerta com vibração) Intervalo no treino (defina os intervalos do exercício e de descanso) Cálculo de calorias através do ritmo cardíaco Training effect (measures impact of an activity on your aerobic fitness)

Forerunner 310XT e Forerunner 910XT

Ecrã(s) personalizável(eis)

CARACTERíSTICAS TéCNICAS

Compatível com indicador de potência (exibe os dados de potência de

Altímetro barométrico

Dimensões da unidade, LxAxP: 5,4 x 6,1 x 1,5 cm (2,1" x 2,4" x 0,6")

indicadores de potência dotados de ANT+™ e compatíveis de outras marcas,

Tamanho do ecrã, LxA: 3,3 x 2,0 cm (1,3" x 0,8")

grava os dados aprox. 1 por segundo)

Resolução do ecrã, LxA: 160 x 100 pixéis

Métricas de natação (tipo de braçada, contagem de braçadas e comprimento

Peso: 72 g (2,5 oz)

da piscina)

Bateria: de iões de lítio recarregável

O Garmin Connect é compatível com Windows® XP ou mais recente,

Vida útil da bateria: até 20 horas

PowerPC e Mac com base em Intel que possua OS 10.4 ou posterior com

À prova de água (50 m)

Safari.

Com tecnologia GPS

EMBALAGEM INCLUI

Receptor de alta sensibilidade Historial de volta: 1000 voltas Pontos de passagem/favoritos/locais: 100 Compatível com sensor de ritmo cardíaco (incluido na versão HRM) Compatível com sensor de cadência/velocidade de bicicleta (opcional) Compatível com pedómetro (opcional) Sincronização automática (transfere automaticamente os dados para o seu computador)

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Forerunner 910XT Sensor de ritmo cardíaco Premium USB ANT Stick™ Carregador AC Clip de carregamento Correia expansora Manual


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Açúcar ou Adoçante? Dr. Euler Ribeiro M.D, PhD em Gerontologia

A medicina atual, de qualidade, é baseada em evidências. Tudo que não tiver evidência, tanto do ponto de vista de sinais, sintomas, resultados de exames às vezes muito sofisticados e na maioria das vezes caros e desnecessários, não tem importância. E não serão levados em consideração

Para muitos médicos, em muitos casos acaba sendo preferível

inevitável, até porque a maioria dos alimentos industrializados

solicitar exames que estão na moda do que ouvir com paciência

utiliza estas substâncias que agridem o organismo.

o paciente e colocar a mão, o ouvido e atentar para certos odores a serviço do diagnóstico daquele que depositou toda a confiança em um profissional da medicina. Mas na saúde, como na maneira de se vestir, tudo é a moda!

Atentem para produtos dietéticos! Leiam as bulas e verifiquem se existem nas fórmulas estas substâncias. Principalmente os refrigerantes dietéticos, que sempre usaram estes tipos de adoçantes. Tenham cuidado! E se vão utilizar açúcar novamente,

E como não podia deixar de acontecer, chegou à vez dos edul-

que o façam, dando preferência ao açúcar não refinado ou à ras-

corantes, substâncias que tem capacidade de adoçar alimen-

pa de rapadura conhecido com os nomes de gramixó ou açúcar

tos 600 vezes mais que o próprio açúcar. E o que as evidências

mascavo. Com certeza, estes produtos são os menos perversos

chegaram a constatar? Que estas substâncias que vieram para

para a saúde, pelo menos até que novas evidências descubram

substituir o açúcar, o vilão da época, agora se tornaram o car-

outros defeitos. "Então, açúcar ou adoçante?" Eu fico com o açú-

ro chefe da vez entre os proscritos da dieta. E sabem por que?

car que nunca abandonei.

É que os mesmos possuem na sua composição o aspartame, uma substância perigosa denominada fenilalanina. Esta será capaz de produzir alterações na estrutura celular do cérebro, modificando as circunvoluções cerebrais e promovendo um enovelamento neurofibrilar dos neurônios e seus axônios (célula nervosa) gerando, em consequência, distúrbios cognitivos como esquecimento, desorientação viso-espacial, perda de capacidade executiva e mudanças bruscas no humor, podendo levar à demência de Alzheimer. Além do mais, no seu produto final, ainda existe grande resíduo de metanol que lesa o fígado e os rins, além de promover lesões graves na pele. E o que fazer diante desta nova evidência? Não usar mais adoçante e voltar a utilizar novamente o açúcar? Na verdade eu nunca fui fã destes edulcorantes, mas seu uso é

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Tenham cuidado! E se vão utilizar açúcar novamente, que o façam, dando preferência ao açúcar não refinado ou à raspa de rapadura conhecido com os nomes de gramixó ou açúcar mascavo.



ITENS

ESPORTIVOS

ChUTEIRA NIkE MERCURIAL GLIDE 2 TF A chuteira Nike Mercurial Glide 2 TF conta com estrutura em couro sintético Teijin, cadarço coberto que permite uma ampla zona de contato com a bola, amortecimento da EVA Phylon, localizada na região mais forçada ao longo das partidas, o calcanhar. Parte superior (cabedal): em couro sintético Teijin, que proporciona melhor domínio e toque de bola, além de oferecer melhor adaptação aos seus pés. Peso aproximado: 270 g*. Garantia do fabricante: contra defeito de fabricação. *o peso do calçado varia de acordo com a numeração. Valor em média: R$ 250,00

TÊNIS NEWTON MASCULINO ALL TERRAIN TRAINER

TÊNIS NEWTON FEMININO LIGHT WEIGHT UNIVERSAL

TêNIS DE CORRIDA NEWTON Os tênis da Newton Running, que são uma verdadeira febre entre os atletas nos E.U.A, acabam de chegar ao Brasil. Desenvolvidos por uma equipe de atletas, os artigos têm cores vibrantes, tecnologia de ponta e ajudam a melhorar o desempenho dos esportistas durante a corrida. Fazendo alusão à terceira Lei de Newton - “toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e sentido contrário” – os tênis foram concebidos com a característica de “membrana ativa”, que promove absorção do impacto com retorno mais de 40% de energia. Eles possuem a Tecnologia patenteada Newton de Ação/Reação®, que, através de

um sistema biomecânico, altera a pisada do corredor. Ou seja, em vez do atleta encostar primeiro o calcanhar no chão, ele passa a tocar a pista com a parte interior do pé. Este tipo de movimento imita a corrida com os pés descalços e emite um impacto muito menor para a musculatura. O Isaac foi projetado para corredores de todos os níveis, inclusive iniciantes. Sua entressola possui densidade de alta repercussão EVA, acomodação ortopédica e revestimento que aumenta o retorno de energia e proteção. A sola apresenta borracha de carbono, com tração na pisada. Este modelo também traz diferenciais como leve suporte ergonômico e malha PET respirável 100% reciclada. Valor em Média: R$ 399,00

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