PUCRS Saúde nº 28 – fevereiro de 2018

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JANEIRO DE 2018 Nº 28

Hospital São Lucas da PUCRS conquista Acreditação ONA 3

Revitalização: ProntoPUC é um dos destaques Cirurgia da Epilepsia: Programa completa 25 anos


EDITORIAL

M

É tempo de mudanças

omentos de mudanças podem ser oportunidades de crescimento, maturidade e evolução. Assim foi o ano de 2017 no Hospital São Lucas da PUCRS: de aprendizado e reestruturação. A instituição passou por reestruturação de gestão e modelo assistencial, que permeou todos os setores e buscou a melhoria contínua e a reconstrução dos seus processos, com o propósito de cumprir a sua missão de “promover a vida, por meio de ações qualificadas e integradas de assistência, ensino e pesquisa” e assegurar a qualidade técnica da assistência oferecida aos seus pacientes. Todo esse trabalho foi reconhecido com a conquista da certificação de hos-

pital Acreditado com Excelência pela Organização Nacional da Acreditação (ONA), o terceiro e mais alto nível concedido pelo órgão e matéria de capa nesta edição Revista PUCRS Saúde. Neste exemplar, serão apresentadas as áreas revitalizadas no São Lucas, como o ProntoPUC, a recepção do térreo, o Centro de B ­ em-Estar e o Restaurante dos Colaboradores. Nas próximas páginas, você descobrirá que o HSL é o único Hospital de Porto Alegre a participar de um estudo nacional com moderna técnica de diálise e o pioneiro na realização de cirurgia metabólica para controle da diabetes, além de ser a casa de um dos mais renomados Programas de Cirurgia da

Epilepsia da América Latina, com 25 anos de história. Além disso, se encantará com belos projetos: “Música para a Vida”, que busca integrar a música no tratamento do Alzheimer; e “PET Terapia”, que utiliza animais domésticos para trazer alegria e muito carinho para as crianças internadas e seus familiares, apoiando na recuperação. Encontrará, ainda, informações sobre doação de sangue, infarto, AIDS, sepse e uma entrevista especial com Carlos Gadia, renomado médico internacional especialista em autismo. Encante-se com os nossos projetos e conheça alguns dos serviços de referência do HSL. Boa leitura!

Sumário Reitor: Evilázio Teixeira Vice-Reitor: Jaderson Costa da Costa Hospital São Lucas da PUCRS Superintendente: Dr. Sérgio de Vasconcellos Baldisserotto Superintendente Adjunto: Ir. Lauri Heck Diretora de Operações: Dr.ª Izar Müller Behs Diretor Técnico e Clínico: Dr. Saulo Gomes Bornhorst Diretor Financeiro Interino: Ivo Moraes Cadaval Junior PUCRS Saúde Coordenadora de Comunicação e Marketing do HSL: Daiane Morim Novo Wolk Textos: Évelyn Centeno e Jeniffer Remião Caetano Fotógrafos: Bruno Todeschini e Camila Cunha Revisão: Gilberto Scarton Arquivo fotográfico: Camila Paes Keppler e Márcia Sartori Impressão: Epecê-Gráfica Editoração eletrônica: PenseDesign A revista PUCRS Saúde é editada pela Assessoria de Comunicação e Marketing do Hospital São Lucas da PUCRS Avenida Ipiranga, 6.690 – 2º andar CEP: 90.610-000 – Porto Alegre (RS) Fone: (51) 3320-3445 – Fax: (51) 3320-3401 imprensa.hsl@pucrs.br www.hospitalsaolucas.pucrs.br

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3 Palavra da Direção – Comitê Gestor 4 Acontece – Cirurgia da Epilepsia completa 25 anos no Hospital São Lucas da PUCRS 6 Acontece – Desospitalização com segurança e qualidade 7 Viva Melhor – Cuidado com a mente 8 Acontece – Doação de Órgãos: Comunicação é chave para alcançar melhores resultados 10 Capa – Atendimento de Excelência 12 Investimento – Hospital São Lucas revitaliza ProntoPUC 14 Investimento – Renovar para crescer 16 Entrevista – Carlos Gadia – Os desafios do autismo 18 Pesquisa – HSL participa de estudo nacional com moderna técnica de diálise 20 Viva Melhor – Diabetes sob controle 22 Viva Melhor – Doar sangue é doar vida 24 Diagnóstico – Velocidade que salva vidas 26 Diagnóstico – Prevenção é o melhor remédio 27 Segurança – O silêncio que mata 28 Humanização – A memória do coração 29 Humanização – Pet como melhor remédio 30 Especialidade – Atendimento sem traumas 31 Bastidores – Nutridos por carinho 32 Curtas 34 Trajetória – Tatiana Scopel Machado – “A gente vem para mudar” 35 Crônica – Claudio José Allgayer


PALAVRA DA DIREÇÃO

Foco no paciente O

COMITÊ GESTOR

s hospitais são grandes e complexas instituições que se relacionam com os mais diversos públicos. Médicos, enfermeiros, técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, administrativos, entidade mantenedora, escolas de medicina e ciências da saúde, fornecedores, órgãos públicos governamentais são apenas alguns dos que estão conectados a essas instituições. No entanto, existe um grupo que é central e determinante para essas corporações, sem o qual elas não existiriam e para o qual elas trabalham e evoluem diariamente: os nossos pacientes. Todas as ações e decisões são tomadas com o objetivo de oferecer para eles um atendimento centrado e de excelência. É com foco no cuidado centrado no paciente, que o Hospital São Lucas da PUCRS passa por um processo de reestruturação que permeou todos os seus setores. Entre as mudanças está a criação de linhas de cuidado, buscando trazer mais qualidade e segurança aos processos assistenciais, proporcionando um tratamento completo e uma recuperação rápida e reduzindo a média de permanência. Para implantar esse novo modelo de assistência e importantes projetos que vão ao encontro da nova filosofia institucional, a estrutura organizacional foi redesenhada, buscando deixar claros os papéis e responsabilidades de cada área e garantir a sustentabilidade do HSL. Além disso, o Hospital reconfigurou seu quadro

funcional e passou a atuar com um novo comitê gestor, formado pelo superintend e n te , S é rg i o Baldisserotto, superintendente adjunto, Ir. Lauri Heck, diretor técnico e clínico, Saulo Bornhorst, diretora de operações, Izar Behs, e pelo diretor financeiro interino, Ivo Moraes Cadaval Júnior. Esse grupo trabalha alinhado estrategicamente com as lideranças da Universidade e da Rede Marista, buscando conduzir o São Lucas em direção ao sucesso do cuidado. Todo esse projeto demandou muito empenho da nossa qualificada equipe, que se esforçou ao máximo para modificar e adequar processos. Tanto trabalho já trouxe grandes frutos. Em 2017, realizamos uma série de revitalizações no Hospital, como o hall de entrada, o restaurante dos colaboradores, o Centro de Bem-Estar, o Laboratório de Patologia Clínica e o novo ProntoPUC, demonstrando nosso comprometimento com a melhoria e atualização contínuas. Além disso, o hospital foi reconhecido nacionalmente com a conquista da certificação de hospital Acreditado com Excelência pela Organização Nacional da Acreditação (ONA), o terceiro e mais alto nível concedido. Agora, inicia-se a caminhada para o

FOTO: BRUNO TODESCHINI

próximo objetivo: a acreditação internacional, Qmentum, que irá orientar e monitorar o HSL, projetando-o aos padrões de mais alta performance em qualidade e segurança, comprovando a excelência do nosso trabalho desenvolvido na assistência, no ensino e na pesquisa. O ano de 2017 foi de transformação e evolução. Muito já foi feito, mas ainda temos uma longa e desafiadora caminhada, que só conseguiremos percorrer com o apoio de cada integrante do HSL. Projetos audaciosos, como a implantação do inovador conceito de Campus da Saúde, estão entre as metas para 2018. Tudo isso para oferecer para os nossos pacientes mais do que um ótimo atendimento, uma experiência única e completa, capaz de interligar qualidade técnica, conhecimento e tecnologia na promoção da saúde total, englobando qualidade de vida, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. 3


ACONTECE

O

Programa de Cirurgia da Epilepsia (PCE) do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) completou 25 anos em 2017. Iniciado em 1992, é pioneiro na realização de procedimentos desse tipo na região Sul do país e, ao longo da sua trajetória, proporcionou esperança a milhares de pessoas. Foram mais de 4 mil avaliações e mais de 2 mil cirurgias realizadas em pacientes de todos os estados do Brasil e também países como Argentina, Portugal, Chile, Paraguai, Honduras e Estados Unidos. Esse trabalho, associado a uma rica produção científica, inseriu o Programa no contexto internacional, tornando-o reconhecido como um dos melhores do mundo na especialidade. O projeto é fruto da parceria entre profissionais das áreas da neurologia, neurocirurgia, neuropsicologia e neurofisologia, com suporte da administração do HSL e da Universidade. A história do Programa começou pela competência técnica e visão empreendedora do neurologista Jaderson Costa da Costa e do neurocirurgião Eduardo Paglioli. Eles lideraram a formação do grupo, incorporando o neurologista André Palmini, o neurocirurgião Eliseu Paglioli Neto, atuais coordenadores, e a neuropsicóloga Mirna Portuguez. A primeira cirurgia foi realizada em um paciente que sofrera grave acidente após passar por uma crise epiléptica enquanto dirigia. Desde então, as atividades do PCE têm crescido sistematicamente, com a participação de diferentes colegas ao longo dos anos, como o neurocirurgião Ney Azambuja e o neurofisiologista José Victor Martinez, entre outros. A evolução é fruto do trabalho diário e da estreita colaboração com especialistas em ressonância magnética e medicina nuclear do Hospital e do Instituto do Cérebro

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Cirurgia da Epilepsia no Hospital São L do Rio Grande do Sul (InsCer). “O Programa surgiu da necessidade de encontrar alguma alternativa de tratamento para pacientes que tinham epilepsia e não respondiam aos medicamentos. O segundo motivo foi que esse projeto permitiria interação intensa entre três setores: clínico, cirúrgico e de pesquisa clínica e experimental. Reunimos forças para atender uma parcela da população e desenvolver um novo modo de pensar e agir, funcionando com maior interação interdisciplinar”, explica Costa da Costa, vice-reitor da PUCRS e diretor do InsCer. São realizados entre 90 e 100 procedimentos anuais. O índice de complicações é baixo. Em alguns tipos específicos da doença, os resultados alcançados estão entre os melhores do mundo, tendo sido publicados em reconhecidas revistas internacionais. “A epilepsia tem mais de 20 tipos diferentes. Na média, 70% dos pacientes ficam completamente sem crises e outros 20% tem redução significativa, com melhora da qualidade de vida”, afirma o neurocirurgião Eliseu Paglioli Neto. Dados coletados em centros internacionais e no HSL demonstram que a capacidade intelectual, o comportamento e a função motora podem ser melhorados com o procedimento. O retorno positivo traz satisfação para os participantes da iniciativa. “O resultado alcançado é muito alentador. O projeto foi gestado dentro do

Mais de 2 mil pessoas fora

Os criadores da iniciativa: da esquerda para a direita, Eduardo Paglioli, Jaderson Costa da Costa, Mirna Portuguez, André Palmini e Eliseu Paglioli Neto

HSL e do laboratório. Cresceu com os recursos existentes aqui, que não são abundantes, pois nenhum hospital tem recursos abundantes. Mas isso prova que é possível fazer um grande trabalho e atingir a excelência”, enfatiza Paglioli. Mesmo com o êxito, o sentimento para a equipe é de que o projeto não pode parar. “A missão de cuidar de quem possui uma doença tão grave e


a completa 25 anos Lucas da PUCRS

ram operadas no período FOTO: BRUNO TODESCHINI

esse sentimento positivo e formar uma nova geração competente, conseguiremos descansar, sentindo que fizemos a nossa parte”.

Vida nova

devastadora não permite uma sensação de dever cumprido. O Brasil tem, aproximadamente, 600 mil pessoas com epilepsias graves, que sofrem e estão em risco constante. Por isso, nossa alegria não é pelo que fizemos, mas por estarmos com muita energia e vontade de fazer muito mais. Desejamos incrementar nosso PCE e estar à altura dos desafios”, declara Palmini. O neurologista diz que a intenção é “formar jovens e abrir espaço para que uma nova geração de especialistas se prepare com o mesmo afinco e tenha a mesma energia para se envolver com o tema. Se pudermos passar

Uma das histórias de sucesso dessa trajetória é a de Larissa Eltz. Com seis anos de idade, ela começou a ter crises convulsivas, uma das sequelas deixadas pela hipoglicemia sofrida no momento do seu nascimento. Mesmo com o atendimento com profissionais da cidade natal da família, Campo Bom, as crises pioraram e passaram a impedir a menina de realizar atividades normais, não conseguindo caminhar e falar. Após a tentativa de controle através de medicação, em maio de 2014, ela realizou, no HSL, a cirurgia que mudou a história da família. O procedimento trouxe imediata diminuição das crises. Em setembro de 2016, completaram-se dois anos sem nenhum episódio. “Quando vemos fotos antigas, a gente se emociona. Chegamos a calcular e, nos últimos tempos, ela tinha até mil crises por dia. Mais de uma por minuto, em alguns momentos. Hoje, ela brinca, come sozinha, vai na escola com acompanhamento. Eu falo com orgulho da equipe do Dr. André e do Dr. Eliseu. São seres humanos fantásticos. Não tem o que dizer do hospital. O atendimento tem que ser elogiado. Mudaram a vida da minha família”, conta Oziel Eltz, pai de Larissa.

A cirurgia Estudos epidemiológicos mostram que, apesar do desenvolvimento de novos medicamentos, por volta de 35% dos pacientes com epilepsia, e metade daqueles com epilepsias focais, não conseguem ter suas crises controladas com remédios. Por isso, nas últimas três décadas, a cirurgia passou de um procedimento raro, utilizado excepcionalmente, para uma alternativa consistente e muitas vezes prioritária para aliviar o sofrimento dos portadores da doença. Todos que não conseguem controlar as crises com medicamentos e possuem riscos e limitações no dia a dia são potenciais candidatos ao procedimento cirúrgico. No entanto, a operação só poderá ser realizada após a descoberta do foco das crises. Com essa informação, será possível avaliar se essa região cerebral pode ser retirada ou desconectada com segurança. Para isso, é fundamental a realização de uma completa avaliação pré-cirúrgica, com exames e investigação clínica. Nela é feita uma análise minuciosa das relações entre o tipo de crise, as alterações elétricas do cérebro e lesões cerebrais. O neurologista André Palmini explica que diversos fatores são necessários para a criação e o desenvolvimento de um centro de excelência. “É muito difícil reunir uma estrutura hospitalar que ofereça a tecnologia necessária, um grupo multidisciplinar e experiente para analisar corretamente os exames e neurocirurgiões de altíssima competência. Essa dificuldade faz com que poucos locais ofereçam com segurança o tratamento cirúrgico da epilepsia”. 5


ACONTECEU

Desospitalização com qualidade Como lidar com a insegurança dos familiares no momento de planejar a alta dos pacientes que passaram um longo período internado? Como garantir que essa transição do hospital para casa ocorra de forma segura e tranquila?

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ormado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeira, assistente social, psicóloga e técnico administrativo, o Núcleo de Desospitalização do Hospital São Lucas da PUCRS auxilia no retorno seguro do paciente para a casa. A equipe busca identificar e atuar nos processos que impactam no tempo de internação hospitalar, mensurado pela Média de Permanência. Esse indicador reflete a eficiência da assistência, cuja redução permite melhorara a gestão dos leitos, além de auxiliar as boas práticas clínicas para reduzir a exposição do paciente ao risco de infecção hospitalar. “Foi realizado um estudo nos prontuários dos pacientes com internações prolongadas, para identificar os entraves que estavam impactando em um maior tempo de permanência. Demora na realização de exames e seus laudos, no agendamento de cirurgias e no tempo de resposta de consultoria são alguns dos obstáculos encontrados”, explica o Coordenador Médico da Linha de Cuidados Clínicos, Gustavo Chatkin. Paralelamente às questões clínicas, foram identificadas questões relacionadas aos cuidados de enfermagem e problemas sociais, além de demandas emocionais, que devem ser abordadas a fim de cumprir o plano terapêutico. “Do ponto de vista emocional, observamos situações em que o pa-

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FOTO: ÉVELYN CENTENO

Equipe multiprofissional é formada por médicos, enfermeira, assistente social, psicóloga e administrativo

ciente e seus familiares sentiam-se equipe multiprofissional, uma avaliainseguros com a alta, nem sempre ção eficaz de todas as necessidades entendendo que a saída é a melhor do paciente e sua rede de apoio. Todo esse trabalho multidisciplialternativa. Nesses casos, buscamos garantir um suporte emocional, visan- nar garante uma alta hospitalar efido um processo de desospitalização ciente, eficaz e humanizada, centrada com qualidade”, explica a psicóloga na recuperação do paciente, tendo como premissa sua segurança. Luana Duarte Beck. Nas situações de maior vulnerabilidade, a assistente social realiza contato com a rede de apoio assistencial e dá orientações sobre aquisição de medicamentos, dietas, equipamentos hospitalares Médicos: Gustavo Chatkin (clínico e de uso domiciliar e demais coordenador), Lúcio Fillmann (cirurcuidados. gião) e Marcelo Scotta (pediatra) Já o enfermeiro é o resEnfermeira: Danieli Mota da Silva ponsável por identificar preRadu cocemente os pacientes que Assistente Social: Debora Marcela possuem perfil de longa perda Costa de Oliveira e equipe manência e, diante disso, Psicóloga: Juliana Machado Maarticular juntamente com a jewski e equipe

Núcleo de Desospitalização


VIVA MELHOR

Cuidado com a mente Ambulatório de Psicoterapia Analítica atende colaboradores e alunos da Universidade

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período que passamos na universidade pode ser um dos mais divertidos da nossa vida. Porém, a transição da juventude para a vida adulta também pode causar frustrações, ansiedade e, em alguns casos, até depressão. São muitas expectativas criadas, planos feitos e refeitos e nem sempre completados. Buscando maior aproximação e acolhimento dos alunos, desde 2008 o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) conta com o Ambulatório de Psicoterapia Analítica (AMPA) para auxiliar os acadêmicos que passam por tribulações. Sob a coordenação da psiquiatra e psicanalista Nina Rosa Furtado, o AMPA tem a finalidade de unir a assistência com o ensino e a pesquisa. Com consultas semanais, o acompanhamento inicia no momento em que o aluno busca auxílio diretamente no Ambulatório ou através do Centro de Atenção Psicossocial (CAP) da ­PU­­CRS, que realiza o encaminhamento. O primeiro atendimento é realizado nas terças-feiras pela manhã em uma sala espelhada, com a presença de professores e residentes de Psiquiatria do HSL, e tem duração aproximada de 30 minutos. Após a avaliação, os pacientes podem receber uma indicação de tratamento psicoterápico e/ ou psiquiátrico, conforme o caso de cada um. O AMPA tem duas grandes finalidades: oferecer assistência psicoterápica e psiquiátrica aos alunos da Universidade e ser suporte da prática

FOTO: ÉVELYN CENTENO

Atendimento é realizado por professores e residentes de Psiquiatria do HSL

do ensino da psicoterapia. “Nós vimos que estávamos com uma grande demanda no ambulatório, mas não recebíamos a nossa comunidade universitária” justifica Nina. Prestes a completar 10 anos de existência, o serviço já prestou atendimento a mais de 500 alunos de graduação e pós-graduação da PUCRS. Atualmente, recebe de 2 a 3 novos pacientes semanalmente. Segundo a coordenadora do projeto, as principais causas que levam os alunos a buscarem ajuda são os sintomas depressivos e ansiosos, dificuldades acadêmicas e nos relacionamentos. Além disso, a mudança de cidade, para vir estudar em Porto Alegre, a competitividade do mercado de trabalho e as privações e os desafios em busca do modelo ideal de vida também podem causar sofrimento psíquico aos alunos.

O serviço O Ambulatório de Psicoterapia Analítica (AMPA) tem seu funcionamento no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital São Lucas, localizado no 3º andar. O agendamento deve ser feito pelo telefone (51) 3320-3367.

A equipe Coordenadora: Dra. Nina Furtado Preceptores: Dra. Andreía Sandri, Dra. Camila Reinert e Dr. Rafael Mondrzak

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ACONTECE

Doação de Órgãos: Co para alcançar me A

doação de órgãos é um importante ato que ajuda a salvar muitas vidas. Só no Brasil, são aproximadamente 33 mil pessoas aguardando na lista de espera para realizar um transplante. No entanto, 43% das famílias brasileiras não autorizam a realização do procedimento. São vários motivos que levam a essa negativa, mas a falta de uma boa comunicação entre a equipe assistencial e familiares é considerada determinante. Para vencer esse obstáculo, o governo de Santa Catarina firmou uma parceria com o governo da Espanha com o objetivo de habilitar alguns profissionais do país para tornarem-se instrutores de um curso de comunicação em situações críticas. O Hospital São Lucas da PUCRS conta com um desses especialistas na instituição, o enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO2) Dagoberto Rocha, que está realizando o treinamento para se tornar uma das referências na promoção dessa atividade. Essa iniciativa teve sua origem em 2008, quando o Diretor Estadual de Transplantes de Santa Cataria, Joel de Andrade, realizou uma parceria com a Organização Nacional de Transplantes da Espanha e trouxe a metodologia do curso utilizado no país para os catarinenses. Desde então, o Estado vem apresentando excelentes resultados, sendo destaque no cenário nacional. A capacitação é realizada pela

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enfermeira Carmen Segóvia, ex-coordenadora de transplantes do órgão espanhol. Ela desenvolve a iniciativa há décadas e já treinou mais de 16 mil profissionais da área da saúde. O país europeu possui uma das menores taxas de rejeição familiar do mundo, somente 15%. Para alcançar números tão bons, eles não investem em propaganda, mas em formação. Com uma equipe preparada para acolher os familiares de maneira adequada, capaz de trazer conforto e esclarecer todas as dúvidas em cada etapa do processo, a chance da doação

FOTO: BRUNO TODESCHINI

Dagoberto Rocha se prepara para aplicar método utilizado na Espanha

Como funciona a doação de órgãos? A partir do diagnóstico de morte encefálica e a identificação do potencial de doação, uma equipe especializada realiza a validação e verificação das condições clínicas. Caso o paciente seja elegível, ocorre a entrevista familiar, momento em que são explicados os passos para o procedimento e esclarecidas as dúvidas. Esse processo pode ser feito por qualquer profissional da área da saúde, desde que ele esteja capacitado para responder a todos os questionamentos levantados. Em caso de autorização, a família assina o termo, que pode ser preenchido por familiares até segundo grau ou cônjuge, e são coletados exames para avaliação específica dos órgãos. Por fim, os mesmos são repassados para a Central de Transplantes do Estado, que faz a distribuição.


Comunicação é chave elhores resultados cresce exponencialmente. Atualmente, os principais motivos para a negativa são o desconhecimento do potencial de doação, a não compreensão do diagnóstico de morte encefálica e questões religiosas. “A morte é o pior momento para a família. Por isso, essas situações são muito delicadas e têm que ser muito bem conduzidas, estabelecendo uma relação de ajuda através de três pilares: respeito, empatia e autenticidade. Comunicar más notícias não é uma habilidade opcional, mas uma parte essencial das atividades dos profissionais de saúde. Contudo, nós somos treinados apenas para cuidar,

dar bons diagnósticos e proporcionar um tratamento técnico adequado aos pacientes. Quando a família recebe a comunicação da morte, gera uma série de sentimentos e comportamentos que não sabemos como manejar. Por isso, acaba sendo mais fácil só comunicar a má notícia, ao invés de fornecer um apoio emocional e escutar ativamente. Isso influencia diretamente na doação, já que ela é uma consequência de todo o atendimento que a família recebeu. Quando a família é bem acolhida e informada, maior a chance de doação. O nosso objetivo não é convencer, mas oferecer a oportunidade da doação,

O que é a OPO? A Organização de Procura de Órgãos (OPO) é um serviço vinculado diretamente à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul. E caracteriza-se por ser uma organização supra-hospitalar com o objetivo de apoiar e executar as atividades relacionadas à doação de órgãos e tecidos, sendo responsável por realizar visitas aos hospitais, com a finalidade de identificar potenciais doadores de órgãos e apoiar todo o processo de doação. Situada no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), a OPO2 fornece apoio no processo de doação para mais 28 hospitais de Porto Alegre, Região Metropolitana e Litoral Norte do Estado. Na instituição, iniciou suas atividades no segundo semestre de 2011 e incorporou as funções da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Suas atribuições são regulamentadas pela Portaria 2600 de 21 de outubro de 2009. O Rio Grande do Sul conta com seis OPOs.

transformando essa iniciativa em algo positivo para eles nesse momento de tragédia”, explica. Dagoberto já trabalha como instrutor nos cursos de comunicação da Central de Transplantes do Estado e agora se prepara para ministrar o método criado por Segóvia e aplicado na Espanha. Ele já realizou cinco atividades com a orientação da enfermeira e aguarda a sua certificação, que deve ocorrer em 2018. O projeto do governo de Santa Catarina prevê a formação de um grupo conciso para a capacitação de profissionais do país inteiro na comunicação de más notícias.

Serviço de Transplantes Desde 1978, o Hospital São Lucas da PUCRS já realizou mais de 1600 transplantes. Pioneiro em transplante de pâncreas isolado no Estado, atualmente dedica-se à realização de transplantes renais, com doadores falecidos e doadores vivos. É a única equipe do Estado do Rio Grande do Sul que realiza transplantes renais de doadores vivos por técnica videolaparoscópica. Coordenado pelo Dr. Marcelo Junges Hartmann, atua em conjunto com o Serviço de Nefrologia e conta com equipe multidisciplinar, composta por profissionais experientes das áreas de Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia e Psicologia, além de todas as especialidades médicas do hospital. 9


CAPA

Excelência traduzid Hospital São Lucas da PUCRS conquista

E

m um mercado cada vez mais competitivo, é essencial para as instituições buscarem a atualização constante de seus processos, capacitando os profissionais, automatizando os procedimentos e profissionalizando a gestão. Para garantir que esses objetivos sejam não só alcançados, mas mantidos e revisados ao longo do tempo, as empresas passam por um processo de acreditação. A obtenção do título traz maior credibilidade para a organização perante a sociedade, além de oferecer um referencial para melhoria contínua, com diagnóstico preciso sobre o desempenho dos processos. Esse tipo de metodologia é bastante utilizado na área da saúde, que trabalha com complexos processos na busca de um ótimo atendimento. Essa é a realidade no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) que, em setembro de 2017, recebeu a certificação de Hospital Acreditado com Excelência pela Organização Nacional da Acreditação (ONA), o terceiro e mais alto nível concedido. O HSL, que já contava com a acreditação em nível dois, recebeu a visita dos avaliadores do IQG entre os dias 28 e 30 de agosto. A iniciativa demonstra o comprometimento de todas as áreas da instituição com a excelência na assistência, no ensino e na pesquisa, garantindo alto padrão de qualidade e segurança. Para alcançar esse objetivo, o HSL contou com o empenho e a aplicação

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FOTO: JENIFFER CAETANO

Superintendente adjunto, Ir. Lauri Heck, agradeceu o empenho de todos na conquista da certificação

dos colaboradores. A modificação dos processos diários é uma tarefa desafiadora que só ocorre com o apoio de todos. Agora, a intenção é de não ape-

nas manter esse padrão, mas buscar novas e importantes metas, trazendo cada vez mais qualidade e segurança para os pacientes.

Acreditação Acreditação é um processo voluntário de avaliação de instituições da área da saúde, buscando garantir a aplicação dos melhores e mais adequados processos. Desde a estrutura da gestão até as práticas voltadas para o atendimento e a segurança do paciente são observadas. A adequação e padronização desses procedimentos refletem de maneira direta no nível da assistência oferecida aos pacientes, compromisso diário do Hospital.


da pela Assistência mais alto nível da Acreditação Hospitalar

FOTO: JENIFFER CAETANO

Durante a reunião de agradecimento, a Direção reforçou a importância dos colaboradores para alcançar esse objetivo

Saiba mais sobre a ONA Fundada em 1999, a Organização Nacional da Acreditação (ONA) busca promover a implantação de uma metodologia permanente de avaliação dos serviços de saúde no país, estabelecendo uma cultura de educação e melhoria contínua. A ONA fornece três níveis de certificação: 1º – Acreditado: Atende aos critérios de segurança do paciente; 2º – Acreditado Pleno: Une os processos de segurança com os de gestão; 3º – Acreditado com Excelência: Soma os temas anteriores com a cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional.

Em busca da segurança A cultura de segurança do paciente tem recebido crescente atenção no campo das organizações de saúde. Ela abrange todas as fases do cuidado assistencial e seus possíveis riscos, sendo, por isso, uma questão de grande relevância tanto para gestores como para as equipes multidisciplinares, que têm papel fundamental no processo. Neste cenário, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) estruturou o Núcleo de Segurança do Paciente, em consonância com a RDC 36 da ANVISA/MS. Fundamentado em uma cultura de segurança fortalecida no âmbito hospitalar e visando sempre melhorar a qualidade no atendimento, tem o objetivo de identificar oportunidades de melhoria dos processos assistenciais e de apoio. Para isso, trabalha com um sistema de notificação, utilizando ferramentas para identificação, correção e prevenção de eventos. Além disso, as diretrizes da Política da Qualidade e Segurança são constituídas de maneira alinhada com a missão, os valores e a visão do HSL. Com a finalidade de promover o contínuo aprimoramento assistencial, os riscos para pacientes são sistematicamente monitorados, identifican­dose o que não está de acordo com os padrões de excelência estabelecidos e, rapidamente, propondo melhorias aos processos. 11


INVESTIMENTO

Hospital São Lucas da PUC

A qualificação técnica da assistência e a promoção da saúde são os diferen

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om foco na qualidade técnica da assistência, a emergência do Hospital São Lucas da ­PUCRS inicia um importante momento ao longo da sua história de mais de 4 décadas, com a readequação da área física do ProntoPUC. A estrutura traz um novo ambiente aliado a já reconhecida qualidade técnica da assistência, um grande diferencial do serviço. Ainda entre as novidades, destaca-se o atendimento 24h da equipe de cardiologia, onde o paciente com queixas cardiológicas, é atendido imediatamente pelo especialista. Segundo o Dr. Luciano Passamani Diogo, Coordenador Médico da Linha de Cuidados de Urgência e Emergência, o ProntoPUC reabre as suas portas não apenas com um novo espaço físico, mas, principalmente, com a melhoria dos seus processos e segurança nos procedimentos de medicação e assistência voltada ao paciente como centro das nossas ações. Seguindo uma tendência mundial nos serviços de emergência, o paciente é submetido a uma avaliação de risco sistematizada antes mesmo de realizar o cadastro para atendimento, com propósito de identificar de forma precoce os pacientes com maior risco de complicações priorizando seu atendimento pela equipe médica. Além das salas de classificação de riscos, a área possui uma ampla sala de espera interna onde pacientes realizam seu cadastro e aguardam pela consulta com o médico. A sala

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FOTOS: BRUNO TODESCHINI

de medicação conta com 18 poltronas para adultos e 4 poltronas infantis. O novo espaço conta, ainda, com uma equipe exclusiva de internação 24 horas. A presença da Farmácia Satélite denA readequação traz conforto aliado a já tro da própria reconhecida qualidade técnica da assistência emergência, traz mais agilidade e segurança no sendo implementado modelo moprocesso de distribuição de medi- derno de monitoração e gerencamentos. Para a enfermeira Emilda ciamento de fluxos, com vistas ao Soares da Silva, Coordenadora Assis- contínuo aprimoramento do atentencial da Linha de Cuidados Emer- dimento, que se traduzirá em mais genciais, a qualificação técnica e a segurança e melhor desfecho dos promoção da saúde são os diferen- pacientes. Seguindo este mesmo ciais do serviço: “Todos os colaboradores da área foram capacitados para exercer um modelo de atendimento de excelência do começo ao fim do acolhimento”. Além das reformas estruturais, está Pediatria conta com novos consultórios


CRS reestrutura ProntoPUC

nciais da emergência destinada para pacientes de convênios e particulares objetivo, estão sendo criadas linhas de atendimento especializado em Acidente Vascular Encefálico, Síndrome Coronariana Aguda, Septicemia e Manejo da Dor, cenários nos quais comprovadamente o tempo está diretamente relacionado com o resultado do atendimento.

Equipe Técnica Coordenador Médico da Linha de Cuidados da Urgência e Emergência: Dr. Luciano Passamani Diogo, MSc, PhD Coordenadora Assistencial da Linha de Cuidados Emergenciais: Emilda Soares da Silva

Líder de Atendimento Adulto: Camila Toscano Líder de Atendimento Pediátrico: Carolina Sanches Supervisor de Atendimento: Alisson Rodrigues da Rosa

Liderança e inovação na cardiologia O Hospital São Lucas da PUCRS está em uma posição de liderança na assistência cardiovascular no Rio Grande do Sul, sendo o terceiro em número de procedimentos realizados, atrás apenas do Hospital de Passo Fundo e do Instituto de Cardiologia. Os dados provenientes da Secretaria Estadual de Saúde demonstram a excelência e experiência do trabalho realizado diariamente. Disponibilizando para a sociedade gaúcha mais um serviço compatível com seu papel na área, o HSL lança o CardioPUC. Integrado ao ProntoPUC, a iniciativa conta com cardiologistas de plantão durante as 24 horas do dia, nos sete dias da semana, sem precisar passar antes por um clínico geral. Com isso, será possível entregar uma assistência mais rápida e adequada para patologias em que a agilidade pode ser determinante. Ao chegar na emergência, o paciente poderá optar pelo encaminhamento no ProntoPUC ou no CardioPUC. Em

seguida, passará por triagem com um profissional de enfermagem e seguirá para a área de espera interna. Em caso de dor no peito, imediatamente é realizado um eletrocardiograma, avaliado pelo cardiologista. Se o exame apontar alguma alteração grave, ele será imediatamente atendido. Por fim, se necessário, as equipes de Hemodinâmica, de Cirurgia Cardíaca e da UTI Coronariana estão alinhadas e preparadas para atender prontamente e as necessidades desse cliente, oferecendo uma assistência integral. Para alcançar a conformidade das ações, foram estabelecidas rotinas assistenciais para diferentes doenças. São protocolos específicos que definem os passos que devem ser tomados para cada caso. Dessa forma, toda a estrutura hospitalar está pronta para atender, de forma padronizada e organizada, aquela solicitação da emergência. As situações que não necessitarem de internação também recebem atenção especial, com alta

orientada e revisão agendada pela secretaria do setor, garantindo a sua saída de maneira segura. As ações auxiliam na melhorando do desfecho para o paciente, tendo menor custo e menor tempo de internação. As novidades são verdadeiros diferenciais para os pacientes. Somente no HSL o paciente será recepcionado por profissionais especializados em cardiologia em um ambiente universitário de excelência e atualizado. Se as pessoas precisarem, porque devem procurar o nosso serviço? Segundo o Coordenador Médico na Linha de Cuidados Cardiológicos, Paulo Caramori, a instituição possui um sistema integrado, que faz com que o paciente seja acompanhado da porta de entrada até a alta hospitalar de forma sistemática. Estamos organizados de uma maneira em que cada membro do processo tem conhecimento das rotinas assistenciais adequadas para cada enfermidade, oferecendo o melhor atendimento para a população. 13


INVESTIMENTO

Renovar para c Em 2017, o Hospital São Lucas da PUCRS realizou a revitalização de diversas áreas, buscando oferecer a melhor, a mais completa e moderna estrutura aos seus clientes

FOTOS: BRUNO TODESCHINI

Fachada foi um dos espaços que passaram por revitalização

Nova recepção Os clientes da área da saúde buscam, além do tratamento médico, um acolhimento e atendimento individualizado aliado a uma estrutura física acolhedora, readequando-se às necessidades da comunidade, o HSL entregou, no dia 17 de março, uma moderna entrada principal. Com 170m², o local, no térreo, passou por ampliação e remodelação completa. Entre os principais benefícios da reforma está a maior

segurança para o público da instituição, devido à implantação de sistema de catracas para controle de acesso e identificação dos usuários. No local, o acolhimento ao público é realizado pelo Serviço de Atendimento ao Cliente, que está preparado para auxiliar nos questionamentos e nas demandas 24 horas.

Com a ampliação na área, nova recepção oferece melhor acesso para os visitantes

Restaurante dos colaboradores Os funcionários do Hospital receberam um espaço renovado direcionado ao seu atendimento e bem-estar no dia 15 de março. Na 14

data, foi inaugurada a modernização do restaurante dos colaboradores, que incluiu climatização da área e nova ambientação, com troca de piso,

pintura, isolamento acústico e decoração. Com aproximadamente 300m², o setor fornece, diariamente, 2,7 mil refeições.


crescer

Nova área oferece estrutura com cafeteria, mesas e cadeiras para refeições, fraldário e sanitários

Centro da coluna

Estima-se que toda a população, em algum momento da vida, terá uma crise de coluna, que pode variar de cinco a sete dias, chegando, algumas vezes, a até 30 dias. Para oferecer solução completa e integrada nessa área, o Hospital São Lucas da PUCRS criou o Centro da Coluna Vertebral. A Centro dispõe de infraestrutura de nova área, inaugurada ponta para o tratamento da dor e no dia 28 de junho, junda incapacidade dos pacientes to ao Centro de Reabilitação da PUCRS, alia infraestrutura Neurocirurgia e Ortopedia e Traumade ponta com atendimento médico tologia do HSL, liderados por Eliseu e de fisioterapia especializados no Paglioli Neto e Luiz Antônio Simões tratamento da dor e da incapacidade Pires, respectivamente. dos pacientes. O ortopedista e professor Erasmo A equipe multidisciplinar é o gran- Zardo, coordenador do novo serviço, de diferencial do Centro, que reúne ressalta que a complexidade dos proortopedistas, neurologistas, neuroci- blemas da coluna requer a atuação de rurgiões, profissionais de reabilitação múltiplos profissionais, pois envolve e especialistas em dor. Também se grande diversidade de doenças, teciintegram ao centro os Serviços de dos, nervos e músculos.

Centro de Bem-Estar Proporcionar o melhor acolhimento, conforto e atenção a pacientes e familiares. Esse foi o objetivo do HSL com a entrega do Centro de Bem-Estar Marcelino Champagnat. O espaço de 195m² foi inaugurado no dia 2 de junho. Com projeto arquitetônico arrojado, oferece estrutura completa de serviços para os usuários que aguardam a realização de consultas, exames, cirurgias e demais procedimentos. Diariamente, cerca de 20 mil pessoas circulam pela instituição, entre elas pacientes vindos do interior. No local, eles podem aguardar confortavelmente o retorno aos seus municípios. Localizado no pátio em frente à entrada térrea, ele conta com cafeteria, espaço para refeições, loun­ ge, fraldário e sanitários. A área externa foi revitalizada com jardins e local de embarque. Ao todo, a estrutura acomoda 150 pessoas.

Banco de Leite Humano Desde fevereiro, está em funcionamento a nova área do Banco de Leite Humano do HSL. Situado no 5º Andar da instituição, o setor atende diariamente das 7h às 12h e

das 13h às 19h, inclusive nos finais de semana e feriados. O centro especializado é responsável pelo apoio, e incentivo ao aleitamento materno. Além de auxiliar as mães

a amamentarem, realiza coleta, armazenamento, processamento e controle de qualidade físico-química do leite para sua posterior distribuição.

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ENTREVISTA – CARLOS GADIA

Os desafios do De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada 160 crianças possuem o transtorno do espectro autista. A doença pode afetar profundamente a vida dos portadores e, por isso, a identificação e o tratamento precoce são essenciais. Em entrevista à Revista PUCRS Saúde, o neurologista e diretor do Miami Children’s Hospital Dan Marino Center, nos Estados Unidos, Carlos Gadia, referência mundial na área, fala sobre as principais características do autismo e as novidades sobre o tema.

Quais são as principais características dos transtornos de espectro autista? O transtorno do espectro autista se caracteriza pelo déficit em duas grandes áreas. Uma área em que estão os déficits de comunicação e interação social, que incialmente chamam mais atenção. São crianças que não se comunicam ou interagem socialmente tão bem quanto outras da sua idade. O segundo componente diagnóstico é o que a gente chama de comportamentos estereotipados repetitivos ou interesses restritos. Crianças dentro do espectro tem uma tendência a gostar muito de certas coisas e não gostar quase nada de outras coisas que se esperaria que crianças da mesma idade gostassem. Existe alguma idade correta para o diagnóstico? Historicamente, o primeiro sintoma que faz com que as crianças sejam referidas para um profissional de saúde é o atraso ou a falta de linguagem. Em geral, esse é o primeiro sintoma que gera a procura do entendimento ou, em alguns casos, o que a gente chama de regressão. São crianças que, em algum momento, falavam e que começaram a perder essa capacidade. 16

A história do autismo em termos de diagnósticos é de que, tipicamente, a mãe é a primeira a se dar conta de que alguma coisa não está correta. Os estudos mostram que a mãe procura auxílio entre os 18 e 24 meses de idade. Infelizmente, os profissionais de saúde tendem a postergar algum tipo de identificação mais clara, e as crianças acabam começando a receber algum tipo de intervenção por volta dos quatro, cinco ou seis anos de idade. Existe uma demora incrível. Por isso, nós falamos muito da importância de os profissionais de saúde realmente ouvirem a mãe. Existem critérios muito claros a respeito do desenvolvimento normal ou anormal. Crianças que não balbuciam aos doze meses, que não estão dizendo palavras aos dezesseis meses, que não estão colocando duas palavras juntas aos vinte e quatro meses. Isso é claramente anormal e não existe nenhuma justificativa para esperar para ver o que vai acontecer. Quais são as intervenções e tratamentos existentes? Os medicamentos são o caminho ou existem outras opções? Na realidade, não existe nenhuma medicação que seja tratamento para o

autismo. As medicações têm um papel muito secundário, que é, eventualmente, tratar o que a gente chama do ruído em volta. Temos crianças autistas com certos comportamentos que não estão relacionados diretamente ao autismo, mas que podem afetar a resposta às terapias, como comportamentos agressivos, hiperativos ou de ansiedade muito severa. Nessas situações, se pensa em medicação. No entanto, medicação nunca é tratamento para autismo. O tratamento é baseado em dois tipos de intervenções. Uma que chamamos de terapias comportamentais baseadas em análise aplicada do comportamento. A outra são as intervenções fonoaudiólogas no desenvolvimento da linguagem. Essa é a base da terapia e do tratamento. Outra questão é a intensidade. Quando nós estamos lidando com um transtorno que é tão severo e afeta tão profundamente características básicas de desenvolvimento, ele não responde a terapias infrequentes. Por melhores que sejam os terapeutas, esse tipo de transtorno não responde a terapias uma, duas ou três vezes por semana. Quando estamos falando de terapias eficazes para o tratamento de autismo, principalmente do ponto de vista de


autismo terapias comportamentais, estamos falando de dez, vinte ou quarenta horas por semana. Qual o panorama brasileiro no tratamento do autismo? Infelizmente, no Brasil, não temos número de profissionais suficientes para esse tipo de necessidade. Na realidade, a pesquisa de autismo no país é de alta qualidade. O que existe é uma distância muito grande entre o que está sendo feito em termos de pesquisa nos centros universitários e os benefícios que estão chegando na trincheira, nas famílias espalhadas pelo país. Isso só pode ser modificado com uma série de mudanças básicas, por exemplo, no próprio currículo das universidades. O nosso centro (Miami Children’s Hospital Dan Marino Center) foi criado pois o filho de um jogador de futebol americano era autista. O Dan Marino percebeu que, apesar de serem pessoas com muitos recursos, eles passavam o dia inteiro andando de um lado para o outro para fazer as mais diversas terapias e consultas. Chegou um dia em que ele pensou: se para nós é difícil, imagina para pessoas que não têm os nossos recursos. Então, ele resolveu criar um centro onde o diagnóstico e o tratamento são feitos no mesmo lugar. Existem poucos centros muito bons desse tipo no Brasil e eles acabam ficando imediatamente lotados. Temos um em São Paulo que, há quatro anos, não recebe uma criança nova. A ideia do centro de excelência no país tem que ser

FOTO: BRUNO TODESCHINI

não necessariamente um centro com o objetivo primário de atendimento, mas de formação de profissionais. Se nós hoje criarmos 50 centros no Brasil, em uma semana eles estarão lotados. Quais são os prognósticos para o futuro da doença? O que temos de novidades e pesquisas Neurologista Carlos Gadia na área? Eu acho que talvez a parte mais positiva nos últimos ou pare de funcionar dependendo anos tem sido a demonstração de da situação específica. Essas são as quão benéfico é o treinamento de duas grandes áreas em que temos pais. Por muitas décadas, se teve a maior otimismo. Além disso, temos percepção de que autismo era um duas visões de dois pontos. Um é o transtorno tão complexo que exigia diagnóstico o mais cedo possível. profissionais de altíssima capacitação Hoje, estamos falando em tentar fazer e que, portanto, os pais seriam incapa- o diagnóstico por volta dos dozes zes de entender e de participar do tra- meses de idade. Se não for possível tamento. Hoje, claramente, isso não é fazer o diagnóstico de autismo, quemais aceito. Então, talvez as pesquisas remos fazer o de ações de risco para mais excitantes são aquelas que mos- o autismo antes de um ano, de tal tram que, se os pais forem treinados e maneira que possamos intervir e fazer demonstrarem capacitação, eles vão prevenção. Essa criança seria autista, fazer uma enorme diferença no prog- mas, como identificamos muito cedo nóstico das crianças. A outra questão e tratamos muito intensivamente, ela é a importância da genética. Temos a não será autista. Isso é de uma beleza possibilidade de identificarmos certas incrível. O outro oposto é exatamente anormalidades genéticas e, com isso, o que acontece com os adultos autispodemos aplicar tratamentos especí- ta, de que maneira eles podem conficos com substâncias que façam com tribuir para a sociedade com as suas que aquele gene passe a funcionar capacidades especificas. 17


PESQUISA

HSL participa de com moderna té

Instituição é a única repres FOTO: JENIFFER CAETANO

Da esquerda para a direita, Gadonski, Poli e a enfermeira Ana Maria trabalham na pesquisa no HSL

O

Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) é o único representante do Rio Grande do Sul no HDFIT, o primeiro estudo nacional de grande porte relacionado à hemodiafiltração online de alto volume. Essa técnica é uma das mais modernas va-

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riações da diálise, capaz de filtrar com maior eficiência diversas substâncias presentes no sangue. O HSL faz parte de um grupo de seis hospitais brasileiros que estão realizando esse trabalho, patrocinado pela Fresenius Medical Care.

A pesquisa acompanhará 12 pacientes da unidade de Hemodiálise da instituição durante 6 meses. Nesse período, será avaliado o desempenho físico dos participantes, comparando os resultados obtidos com a utilização do novo método em


estudo nacional écnica de diálise

sentante gaúcha no projeto relação à hemodiálise convencional. Para isso, além de realizarem exames periódicos de acompanhamento de marcadores específicos, eles utilizarão um aparelho que medirá a quantidade de passos dados e a atividade física desenvolvida. O impacto na qualidade de vida é outro ponto que será analisado, levando em consideração o aspecto geral após a diálise, melhora do apetite e controle da anemia. “Depois que o paciente sai da hemodiálise, ele perde muito líquido, o que pode causar um desconforto. Em algumas situações, ele leva um tempo para retornar ao seu estado normal. Queremos verificar se com essa técnica conseguimos melhorar o

seu desempenho físico e trazer maior bem-estar”, explica o membro do grupo responsável por desenhar esse estudo, o médico nefrologista Carlos Eduardo Poli de Figueiredo. O São Lucas é o único hospital do Estado a participar do projeto e a trabalhar com esse equipamento na hemodiafiltração online de alto volume de pacientes crônicos. A expectativa é que essa técnica possa trazer um melhor controle de diversos marcadores, como mediadores inflamatórios, fósforo e beta 2 microglobulina, melhorando a qualidade de vida dos usuários. Estudos iniciais apontam inclusive uma possível diminuição da mortalidade. Trabalhos como o desenvolvido no HSL ajudam a ampliar

o conhecimento sobre o tema e a expandir o seu uso, beneficiando mais pessoas. “Nós estamos participando de um processo de quebra de paradigma e de mudança no método da diálise. Com certeza, essa é uma evolução para nossa área. Então, esse é um diferencial para os nossos pacientes, que estão tendo acesso à tecnologia mais avançada disponível. Além disso, no futuro, quando esse processo se popularizar, nossa instituição já terá a expertise necessária e a parceria com a empresa detentora da máquina, nos tornando um centro diferenciado nesse aspecto”, ressalta o nefrologista e investigador principal do projeto no HSL, Giovani Gadonski.

O que é hemodiafiltração? Hemodiafiltração é uma técnica que combina dois métodos de diálise: hemodiálise e hemofiltração. Consiste na remoção de partículas através desses dois métodos, unindo as melhores propriedades de cada um e possibilitando a remoção de impurezas que normal-

mente não são efetivamente descartadas nos métodos tradicionais, como moléculas de médio peso molecular, especialmente mediadores inflamatórios e fósforo. Em pacientes em hemodiálise crônica, o fósforo representa um dos eletrólitos mais desafiadores em relação ao seu manejo. O método se

utiliza de filtros com poros maiores e com maior superfície de contato, o que possibilita a depuração dessas substâncias. Tudo isso feito em fluxos maiores que os convencionais e com reaproveitamento do filtrado feito online pela própria máquina.

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VIVA MELHOR

Diabetes so

Centro do HSL é referência para realização de cirur reconhecido pelo Conselho Federal de Med FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Equipe do Centro de Obesidade Mórbida e Síndrome Metabólica possui experiência de uma década na realização desse tipo de cirurgia para o tratamento da diabetes

S

egundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 90% dos diabéticos brasileiros possui o tipo 2 da doença. Ela pode trazer graves consequências e, por isso, buscar alternativas para o seu atendimento é essencial. No dia 7 de dezembro de 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu a cirurgia metabólica como uma opção para o tratamento. O Centro de Obesidade Mórbida e Síndrome Metabólica (COM) do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) é pioneiro nesse processo no Rio Grande do Sul, com experiência de uma década na sua realização.

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Desde 2007, o COM faz esse tipo de procedimento dentro de um protocolo de pesquisa aprovado e ainda ativo. Nesse sentido, o São Lucas conta com um dos grupos mais experientes do Brasil no desenvolvimento desse método, garantindo a segurança e a qualidade da assistência oferecida. “Nós começamos a fazer antes mesmo de muitos centros internacionais. Esse é um patrimônio de conhecimento, experiência técnica e cultural muito grande. Hoje, somos os mais aptos a fazer isso”, ressalta o cirurgião bariátrico Cláudio Corá Mottin, diretor técnico do Centro da Obesidade e Síndrome

Metabólica. A alternativa já é utilizada em outros países e aprovada por diversas entidades mundiais. Segundo a resolução do CFM, a cirurgia poderá ser utilizada nos casos de pacientes entre 30 e 70 anos com índice de massa corporal (IMC) entre 30kg/m² e 34,9kg/ m², considerados obesos grau 1, com diagnóstico definido de diabetes tipo 2 a menos de 10 anos e que não consigam o controle clínico da doença. Além disso, é necessário um parecer emitido por um endocrinologista para o encaminhamento. Esse é um processo complexo


sob controle

rgia metabólica para controle da diabetes, procedimento dicina como opção de tratamento para a doença e que demanda muito preparo e cuidado. Por isso, o local onde você será atendido faz toda a diferença no resultado alcançado. O COM é um centro de excelência reconhecido internacionalmente pela qualidade da seus profissionais e processos. Conta com uma equipe multiprofissional composta por cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, psiquiatras, psicólogos, pneumologista, cardiologista, cirurgiões plásticos, anestesistas, fisioterapeuta e enfermeira. Desde 2012,

possui a certificação de Centro de Excelência Internacional em Tratamento da Obesidade Grave pela Surgical Review Corporation (SRC), dos Estados Unidos. Tudo isso traz melhores resultados para os pacientes e uma taxa de mortalidade de apenas 0,19%. “O diabetes tem um índice de mortalidade alto e traz uma gama de consequências, que geram um alto custo para serem tratadas. Ao eliminá-la, tu eliminas essas complicações. Os resultados mostram que, no primeiro

ano após a cirurgia, 88% dos pacientes não tiveram mais diabetes. Ao longo do tempo, esse número vai para 70%. Então, essa é uma ferramenta muito importante. Com o nosso conhecimento, já estamos treinando pessoas do Brasil e de outros países. Agora, o nosso foco é chamar essas pessoas para que elas venham até o nosso Centro e sejam avaliadas para podermos definir de forma conjunta qual o melhor tratamento para cada caso”, afirma Mottin.

Como funciona o procedimento A cirurgia utiliza a técnica conhecida como by-pass gastrointestinal. Nesse caso, cria-se uma separação no estômago, diminuindo a capacidade de entrada do alimento. Em seguida, essa menor parte do órgão é conectada diretamente ao intestino. O toque do alimento no intestino em uma posição diferente da usual gera a produção em grande quantidade de dois hormônios. O PYY, que provoca saciedade intensa e precoce, e o GLP1, que auxiliará no processo de restauração do pâncreas.

“O diabetes tipo 2 é consequente à agressão pancreática. A medida que ele vai falindo, vai surgindo o diabetes, pois ele não consegue mais produzir insulina suficiente. Com essa cirurgia, nós invertemos o processo. Como a produção do GLP1 é estimulada, o pâncreas começa a aumentar a sua produção de células novas e passa a ganhar a batalha. Além disso, a gordura também começa a ir embora, o que facilita esse processo. Existe essa sinergia virtuosa”, explica Mottin.

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VIVA MELHOR

Doar sangue Atualmente, apenas 3,5 milhões dos 207,7 milhões FOTO: GILSON OLIVEIRA

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requentemente, o Ministério da Saúde divulga preocupantes números sobre a doação de sangue. No país, apenas 1,7% da população é considerada doadora, sendo que a meta da Organização Mundial

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da Saúde (OMS) é de 3%. Isso faz com que os hemocentros estejam sempre correndo atrás para conseguir repor seu estoque. Em 2017, foram realizadas no banco de sangue do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), em média

629 doações por mês, não alcançando a meta, que era de 700 doações. Uma pessoa pode ajudar até outras quatro, porém tudo depende do fluxo das doações. Um bolsa de sangue é dividida, no mínimo,


ue é doar vida de brasileiros são considerados doadores regulares em três componentes: plasma, glóbulos vermelhos e plaquetas, com durabilidade de armazenamento de 1 ano, 35 dias e 5 dias respectivamente. Para tanto, as doações regulares e espontâneas são fundamentais na manutenção do estoque. A curta vida útil das plaquetas é o maior problema enfrentado, pois pacientes cirúrgicos cardíacos e quimioterápicos utilizam de 6 a 8 unidades por vez. “O cadastro de doadores é fundamental para que possamos suprir nossas demandas, pois, muitas vezes, temos muito

fluxo de doações em uma semana e na outra uma baixa”, relata o hematologista do Banco de Sangue Marco Antonio Winckler. No Banco de Sangue, também é possível realizar sangrias terapêuticas, em que o sangue coletado é descartado. O procedimento é utilizado para regularizar o nível de alguns componentes no sangue, como o ferro, por exemplo. Em média, são retirados 450ml de cada paciente e, se necessário, depois repostos com soro fisiológico. No Banco de Sangue do HSL, a sangria deve ser agendada previamente.

Seja um doador Para doar sangue é preciso cumprir algumas exigências, como ter de 16 a 69 anos. Menores de 18 só podem participar com autorização do responsável e maiores de 60 se já tiverem realizado doações antes. É essencial ter, no mínimo, 50 quilos e um bom estado de saúde. Não pode estar em jejum e nem ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas. No momento da doação é necessário apre-

sentar carteira de identidade com foto. Homens podem doar a cada dois meses e mulheres a cada três, respeitando o limite anual de quatro e três doações, respectivamente. Doadores com novas tatuagens devem aguardar 12 meses para fazer a próxima doação. A lista completa de orientações pode ser conferida no site www.hospitalsaolucas.pucrs.br (Link Banco de Sangue).

Banco de Sangue do Hospital São Lucas da PUCRS ONDE 2º andar do hospital (Av. Ipiranga, 6.690 – Porto Alegre). QUANDO De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min. Sábado, das 8h às 12h, mediante agendamento (exceto feriados). REQUISITOS Ter idade entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos com autorização de pais/responsáveis), pesar no mínimo 50 quilos, ter boa saúde e portar documento de identidade oficial com foto. INFORMAÇÕES (51) 3320-3455 e no site www.hospitalsaolucas.pucrs. br (Link Banco de Sangue).

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DIAGNÓSTICO

Velocidade qu Reconhecer os sintomas e buscar auxílio médico de

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anter uma vida saudável, com uma alimentação balanceada e a realização de exercícios físicos, é uma ótima iniciativa para a prevenção de problemas cardíacos. No entanto, mesmo com essas medidas, nem todas as ocorrências podem ser completamente evitadas. Infarto e acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo, são as causas de morte mais prevalentes na população gaúcha. Nesses casos, a chave para aumentar a chance de cura é a velocidade no atendimento. Para alcançar essa agilidade, não apenas as equipes assistenciais têm papel relevante, mas também a população, que deve reconhecer os sintomas e buscar auxílio médico de forma rápida. As principais diretrizes internacionais recomendam que um paciente infartado leve, no máximo, 90 minutos da porta do hospital até a mesa de cateterismo para desobstruir a artéria. No entanto, apesar da melhora desse processo dentro das instituições de saúde, horas preciosas ainda são perdidas com a demora das pessoas para procurar ajuda, causando grande impacto nas chances de recuperação. “Nos dois casos, infarto e AVC, a obstrução arterial faz com que o tecido pare de receber sangue e, em poucas horas, ele começa a morrer. A obstrução é igual a um incêndio: se demorar a apagar, queima toda a região”, explica o coordenador médico da linha de cuidados cardiológicos Paulo Caramori.

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FOTO: FREEPIK

A rapidez no atendimento é essencial nessas situações. Dessa forma, é importante conhecer e divulgar os principais sintomas dessas doenças. No caso do infarto, eles são o desconforto no peito, com pressão, aperto, peso ou dor, que durem mais que alguns minutos ou que são intermitentes; desconforto nos braços, nas costas, no pescoço, na mandíbula ou na boca do estômago; falta de ar, náusea e suor frio. Já no acidente vascular cerebral os sinais iniciais mais frequentes são dormência ou alteração muscular no rosto; fraqueza ou paralisia nos braços ou nas pernas, em especial se atingir somente um lado do corpo; dificuldade para falar, enxergar ou caminhar; perda de equilíbrio ou coordenação; forte dor de cabeça sem causa aparente. “Muitas pessoas têm o conceito errado de que o infarto aparece de maneira súbita e intensa. Contudo, muitos deles vêm gradualmente, e a dor pode ser somente leve. Por causa dessas noções pré-concebidas, quem

está tendo os sintomas pode não reconhecer que isso é um ataque cardíaco e demorar muito ou não procurar ajuda. Com isso, é fundamental a realização de uma campanha de saúde alertando sobre os sintomas, para que, uma vez que surja essa suspeita, a pessoa se direcione diretamente para a emergência”, salienta Caramori. O atraso na busca pelo auxílio médico é determinante no prognóstico por aumentar a chance de dano ao coração. Ao chegar rápido até uma instituição capacitada, a chance de desobstrução da artéria pode chegar a 95%, em caso de infarto. Por isso, é importante buscar um desses centros que possam oferecer a mais adequada assistência, com equipe especializada, protocolos de atendimento e laboratório de cateterismo atualizado e com funcionamento durante todo o dia. Com larga experiência na área, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) é um dos hospitais gaúchos reconhecidos pela excelência para realizar esse tipo de tratamento.


que salva vidas forma rápida repercutem nas chances de salvamento

Programa agiliza atendimento no México Em agosto de 2017, o São Lucas recebeu a visita do vice-presidente da Sociedade Mexicana de Cardiologia Intervencionista, Juan Carlos Perez Alva. Ele esteve na instituição a convite dos cardiologistas Vitor Gomes e Paulo Caramori. O profissional veio ao Brasil para realizar a conferência de abertura do Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul, onde falou sobre o desenvolvimento de programas de atenção ao infarto, como o Código de Infarto, que ele idealizou e implantou em algumas cidades mexicanas. Em entrevista para a revista PUCRS Saúde, ele explica mais sobre como funciona a ação e sobre a sua expansão. O que é o Código de Infarto? Normalmente, as estratégias que salvam mais vidas têm a ver com a velocidade do atendimento aos pacientes com infarto. Por isso, há alguns anos, começamos no México, primeiro na cidade de Puebla e, pouco a pouco, em outros estados, um programa que se chama Código de Infarto. Ele estabelece redes de atenção pré-hospitalar para o acesso rápido dos enfermos a uma sala de

cateterismo, como a sala de primeiro mundo que vocês possuem no HSL. Os tempos de atendimento repercutem diretamente na chance de sucesso do tratamento. Por isso, esse tipo de programa tem ganho importância em todo o mundo e, no México, temos uma excelente experiência nas nove cidades em que já estamos atuando. Como ele funciona? O enfermo liga para um número único de emergência. Ele é atendido por uma ambulância ou uma motocicleta equipada com eletrocardiograma, que realiza o exame e encaminha para uma cardiologista, que faz imediatamente a interpretação do resultado. Nos casos diagnosticados como infarto, a ambulância leva a pessoa ao hospital. No entanto, o paciente não é levado necessariamente para o hospital mais próximo. Essa é uma das chaves do processo, pois nem todas instituições possuem laboratório de hemodinâmica 24 horas. Então, por isso, nesse sistema, existe uma comunicação entre os cardiologistas, as salas de cateterismo e o sistema de ambulâncias estrategicamente posicionadas de acordo com a geografia e densidade populacional das cidades. Existem planos de expansão do projeto para a América Latina?

Vitor Gomes (esq.) e Juan Carlos Perez Alva

Existem muitas intenções de diferentes países. Infelizmente, cidades como São Paulo e a Cidade do México, algumas das maiores do mundo, não são as ideais para implantar um programa como esse. Cidades como Porto Alegre e Puebla são ideais por serem cidades medianas, com uma densidade não tão grande e com vias rápidas, que faz com que as ambulâncias cheguem rapidamente aos pacientes. Nessas cidades, esse programa pode ser estabelecido com mais sucesso. De todos os enfermos que ligaram e tiveram um infarto nos últimos cinco anos na nossa comunidade, 97% foram atendidos com êxito.

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DIAGNÓSTICO

Prevenção é o melhor remédio RS possui números alarmantes de pessoas infectadas pelo vírus HIV

P

opular na década de 80, a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida , a AIDS, é causada pelo vírus HIV. Ela é transmitida através de relações sexuais, contato com sangue contaminado, compartilhamentos de agulhas em usuários de drogas injetáveis e por transmissão do vírus na gestação ou parto. No Rio Grande do Sul, segundo os números apresentados pela Secretaria Estadual da Saúde, a maioria dos casos acontece através do não uso do preservativo em relações intimas. O Estado, em especial, a cidade de Porto Alegre e a região metropolitana, apresenta números alarmantes em relação à epidemia, liderando de forma negativa os dados estatísticos sobre a doença. Apesar de uma redução nos números dos últimos anos, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saude de 2017, Porto Alegre encabeça o ranking de detecção de pessoas infectadas pelo HIV, com 77,2 a cada 100.000 habitantes nos últimos três anos. A cidade é seguida por Rio Grande, Alvorada e Novo Hamburgo. Diversos motivos são apontados como causas do aumento constante de pessoas infectadas pelo HIV, dentre elas o uso de drogas tem papel importante. Porém, a aparente banalização da infecção e o controle da doença com o tratamento antirretroviral, parece ter feito a população, especialmente os jovens, perder o receio da doença, levando ao abandono no uso do preservativo. De acordo com o infectologista do Hospital São Lucas da PUCRS,

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FOTO: SCHANTALAO/FREEPIK

Rede de atenção Dúvidas: A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul disponibiliza um telefone para informações, o Disque AIDS. Ligue 0800-541-0197. O site www.aids.gov.br, do Ministério da Saúde, também traz esclarecimentos. Atendimento: No HSL, o Ambulatório de Infectologia, localizado no conjunto 302, atende pacientes do SUS com HIV. As consultas ocorrem às segundas, das 16h às 18h; às terças, das 10h às 12h; e às quintas-feiras, das 10h às 12h. O encaminhamento é feito pelo posto de saúde. Informações pelo telefone (51) 3320-3383.

Fabiano Ramos, os pacientes relatam uma menor frequência no uso de preservativo durante as relações sexuais. “Como a AIDS se tornou uma doença crônica, onde as pessoas que fazem tratamento não morrem pela patologia, parece ser considerada uma doença simples, e o medo de possível infecção pelo vírus se perdeu”, afirma. Na infecção pelo HIV, diversos sintomas podem aparecer pouco tempo depois da contaminação, geralmente, entre duas e quatro semanas. Por se tratar de um vírus, inicialmente, estes sintomas são autolimitados, podendo o indivíduo melhorar sem saber o agente causador. “Os sintomas de AIDS, habitualmente, podem aparecer muito tempo depois (5 a 10 anos), numa fase onde a doença pode ser mais difícil de ser controlada pelo surgimento de outras enfermidades associadas, como infecções oportunistas”, explica Ramos. “A realização do teste para HIV é a forma mais adequada de diagnosticar previamente a infecção pelo vírus e poder oferecer um tratamento rápido, evitando a transmissão para outras pessoas e dando uma melhor qualidade de vida aos infectados”, completa. O Hospital São Lucas da PUCRS, hoje, acompanha o tratamento de aproximadamente dois mil pacientes portadores do vírus, incluindo gestantes. Segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de detecção entre as grávidas aumentou de 2,1 casos em 2006 para 2,6 a cada mil nascidos vivos em 2016. No estado, o número é mais alarmante: 8,8 pacientes com o vírus para cada mil.


SEGURANÇA

O silêncio que mata Cerca de 25% dos leitos em UTI são ocupados por pacientes sépticos

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ma das principais causas de óbito nas emergências e Unidades de Terapia Intensiva, a sepse ainda é uma s í n d ro m e d e s conhecida pelo grande público. Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a mortalidade dos casos chega a 65% no Brasil. A sepse é uma síndrome complexa, constituída por uma série de manifestações graves do organismo em resposta a uma infecção. Essa infecção pode estar presente em apenas um órgão, porém é capaz de provocar um processo de resposta tão intenso que gera disfunções que afetam todo o organismo. O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) possui um protocolo de diagnóstico e tratamento precoce de sepse desde junho de 2011. “Todos os colaboradores da enfermagem quando iniciam sua trajetória profissional na instituição, são capacitados para reconhecer sinais de sepse e proceder à abertura do protocolo e manejo. Além disso, também são

IMAGEM: KJPARGETER/FREEPIK

realizados treinamentos com outros colaboradores como médicos, nutricionistas e acadêmicos”, explica Ana Paula Amestoy, enfermeira responsável pelo gerenciamento do Protocolo de Sepse, no Serviço de Controle de Infecção. Qualquer tipo de infecção pode se tornar uma sepse. No Brasil, a sepse é a maior causadora de óbitos, ultrapassando o infarto do miocárdio e alguns tipos de câncer. Segundo especialistas, isso se dá pelo difícil acesso da população ao sistema de saúde, associado ao perfil de patologias crônicas, imunológicas e

resistência antimicrobiana. Os casos mais graves são chamados de choque séptico, no qual o paciente apresenta uma hipotensão que não responde ao medicamento administrado, sendo necessário iniciar com drogas vasoativas. Esses casos possuem prognóstico mais reservado. Pacientes neste estágio representam 25% do total de protocolos abertos no HSL. A mortalidade por choque séptico chega a 56%, enquanto a da sepse, mais branda, é de 23% na instituição. De acordo com dados de um estudo epidemiológico brasileiro, em torno de 400 mil pacientes apresentam sepse grave anualmente. Eles são os responsáveis pela ocupação de cerca de 25% dos leitos das unidades de terapia intensiva (UTIs) do país. A rapidez na identificação e no tratamento da síndrome está diretamente relacionada ao melhor prognóstico do paciente, reduzindo o seu tempo de permanência no hospital. 27


HUMANIZAÇÃO

A memória do coração Projeto busca integrar a música no tratamento do Alzheimer

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FOTOS: CAMILA CUNHA

o Brasil, aproximadamente 1,2 milhões de pessoas são diagnosticadas com a Doença de Alzheimer, principal causa de demência. De forma lenta e progressiva, ela destrói funções mentais importantes, como raciocínio, julgamento e memória, levando à perda de autonomia e dependência funcional. Os pacientes costumam ter internações prolongadas e com comProjeto resgata a memória musical plicações, especialmente dos pacientes com Alzheimer agitação. Desde maio de 2016, o Hospital mos oferecer a música individualizada São Lucas da PUCRS (HSL) conta com como um serviço de beira de leito aos o projeto Música para a Vida. Coorde- idosos, propiciando uma experiência nado pela geriatra Maria Cristina Ber- positiva de cuidado durante a interleze, a iniciativa consiste em resgatar nação. Para os pacientes, redução de a memória musical dos pacientes delirium e, consequentemente, do temcom Alzheimer, utilizando a premissa po de permanência hospitalar; para a de que a melodia é armazenada em equipe assistencial, a quebra de um paáreas do cérebro bastante primitivas, diferentes daquelas das memórias perdidas. O racional teórico utilizado entende que a canção que fez sentido no passado de uma pessoa, quando ouvida novamente, pode mostrar resultado positivo na agitação e ansiedade e oportunizar melhor qualidade de vida durante a estadia hospitalar. A iniciativa busca a assisEquipe do projeto Música para a Vida, tência completa do paciente coordenado pela chefe do Serviço durante o período de permade Geriatria, Maria Cristina Berleze nência no hospital. “Quere(segunda da esquerda para a direita)

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radigma, com a música como item de prescrição médica”, ressalta a Dra. Maria Cristina.

O projeto

A principal característica do projeto Música para a Vida é a integração dos idosos com déficits cognitivos com a música. A descoberta de que as áreas cerebrais correspondentes à memória musical e a capacidade de sentir emoções são as últimas a serem afetadas por doenças degenerativas, como Alzheimer, modifica a relação de cuidado, resultando em respostas positivas ao tratamento. O trabalho inicia com uma seleção de 50 músicas da preferência do paciente, para que sejam proporcionados momentos agradáveis durante a internação. A música é oferecida aos idosos através de dispositivos de mp3 com fones auriculares externos por 30 minutos, duas vezes ao dia.

Resultados

Os resultados promovem a mudança de olhar da equipe assistencial em relação às pessoas com Alzheimer e o entendimento de suas necessidades. A importância destes momentos também está nas relações familiares: a música como elo de conexões afetivas que, por vezes, estão enfraquecidas com o avanço da doença.


HUMANIZAÇÃO

Pet como melhor remédio A Equipe Assistencial da Pediatria conta com um auxílio extra no tratamento das crianças internadas no HSL, o cachorro Buzz

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esde julho de 2017, o 5ª andar do Hospital São Lucas da ­PUCRS tem recebido uma visita muito especial: o cachorro Buzz. Ele faz parte do projeto Pet Terapia, que busca o auxílio de animais domésticos no tratamento de crianças internadas. O programa conta com a visita mensal do pequeno cachorro vira-lata de 15 anos que, junto com seu adestrador, Jone Cardoso, traz alegria e muito carinho para as crianças e seus familiares. Para que estes encontros sejam possíveis, o Serviço de Recreação do Hospital, liderado pela pedagoga Juliana Perdoná, buscou uma parceria com o Instituto do Câncer Infantil (ICI) e a empresa Hercosul, responsável pela vacinação e controle de infecções do cãozinho. Há décadas, estudos comprovam a eficácia da presença de pets durante tratamentos clínicos. A relação do homem com o animal vem desde a pré­ história, quando um era a proteção do outro. Hoje em dia, o vínculo se tornou cada vez mais afetivo e, durante o período de internação, quando o paciente está mais vulnerável, a presença dos pets traz o resgate das lembranças de casa e da rotina fora do hospital. Segundo a pedagoga responsável pelo projeto dentro do São Lucas, o objetivo é ter mais um momento lúdico durante o período de hospitalização, promovendo descontração e relaxamento. “A atividade com o cão não tem finalidade terapêutica, mas gera benefícios terapêuticos”, diz Juliana.

FOTO: MATHEUS WECKI

O elo afetivo entre os pacientes e os animais faz com que muitos queiram trazer seus próprios bichinhos de estimação. “Todos os meses as crianças perguntam se não podem trazer seu cão, gato e até passarinho, mas eu explico que não é possível, pois existe todo um controle de vacinas e saúde deste animal”, conta. O espaço da recreação do HSL possui também um pequeno aquário, que muitos dos pais utilizam para relaxar e refletir enquanto observam os peixes. “Eles sentam de frente para o aquário e ficam ali, quietos, pensativos, por vezes até por 30 minutos. Quando levantam, me olham e dizem ‘agora estou melhor, tia Ju’ e saem”, afirma. Cãozinho traz muita Os pacientes participantes alegria e descontração são liberados pela equipe médica para as crianças internadas antes do contato, garantindo a segurança da interação. Além disso, só podem ingressar no ambiente hospitalar animais sem sinais de infecção até uma semana antes da visita e que possuam um atestado emitido trimestralmente por veterinário licenciado, contendo vacinação, aplicação de vermífugo e carraO adestrador Jone Cardoso paticida. acompanha Buzz nas visitas mensais

FOTO: CAMILA CUNHA

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ESPECIALIDADE

Atendimento sem traumas Dentro do ProntoPUC, a Equipe Assistencial da Traumatologia com atendimento ambulatorial e de emergencial

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iariamente, dezenas de pessoas chegam à emergência do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) com fraturas ocasionadas por acidentes domésticos e de trânsito. Com uma equipe de 14 médicos preceptores e 9 residentes, desde meados dos anos 90 o Serviço de Traumatologia trabalha com sete subespecialidades: Coluna, Membros Superiores, Quadril, Joelho, Pé e tornozelo, Infantil e Tumores. A divisão se deu para que os profissionais pudessem prestar um atendimento especializado e personalizado aos pacientes. “O conhecimento evolui de forma rápida e os conteúdos estão cada vez maiores. É muito difícil acompanhar a evolução de todo o conhecimento em todas as áreas. Para oferecermos o melhor para o paciente, houve a necessidade da subespecialização”, explica o coordenador do Serviço de Traumatologia, Luiz Antonio Simões Pires. Com aproximadamente 38 anos de existência, o setor conta com serviço ambulatorial e pronto-atendimento 24horas para convênios e particulares. Localizado no térreo do Hospital, junto à emergência, o espaço possui box de atendimento, consultórios, sala de aula, sala para procedimentos especializados e raio-x próprio. “Nós oferecemos a possibilidade de todos os procedimentos cirúrgicos que a traumatologia disponibiliza”, afirma. O HSL busca, além de excelência no atendimento, a agilidade no atendimento, com o objetivo de diminuir

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FOTO: ÉVELYN CENTENO

Coluna, Membros Superiores, Quadril, Joelho, Pé e Tornozelo, Infantil e Tumores são as sete subespecialidades atendidas

os riscos de sequelas, como infecções e deformidades. Para Simões, a principal característica da equipe é a união e a integração para desenvolver o melhor ensino e alcançar o cres-

cimento do conhecimento da área. Semanalmente, alunos e profissionais se reúnem para discutir sobre casos, analisar exames de imagens e participar de aulas teóricas.

Grupos de cirurgia Coluna: para casos de escoliose, hérnia de disco, artrodese Membros superiores (ombro, cotovelo e mão): para casos de síndrome túnel cárpico, lesão nos tendões Quadril: em casos de artroplastia, recapeamento de quadril Joelho: para casos de artroscopia, artroplastia, reparo de tendão Pé e Tornozelo: em casos de fratura e luxação nos membros Infantil: casos de fraturas Tumores: traumas


BASTIDORES

Nutridos por carinho Como a alimentação hospitalar pode ajudar na recuperação do paciente? FOTOS: BRUNO TODESCHINI

Diariamente, 3.650 refeições para pacientes e acompanhantes são produzidas.

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ma alimentação saudável e personalizada é essencial para garantir todos os nutrientes que o corpo humano precisa, essencialmente para ajudar na recuperação de tratamentos clínicos. Refeições com nutrientes adequados e equilibrados aceleram a recuperação do paciente, fortalecendo o seu sistema imunológico. No Hospital São Lucas da PUCRS a elaboração da refeição do paciente é realizada logo que ele tem orientação de internação hospitalar. Após a prescrição médica, ele recebe a visita do nutricionista clínico, onde é triado, passando por avaliação nutricional, identificando as suas necessidades, realizando adaptações necessárias na dieta e estabelecendo o nível assistencial. Segundo as nutricionistas Luciane Carvalho e Elaine Adorne, o

Serviço de Nutrição procura atender de forma individual as necessidades de cada paciente. Entendendo, assim, a particularidade de cada caso e oferecendo a melhor assistência alimentar, garantindo uma recuperação

Equipe O Serviço é dividido em duas unidades, sendo elas: Produção/Distribuição e Nutrição Clínica e conta com 147 profissionais, 2 coordenadoras, 23 nutricionistas, 19 técnicos de nutrição, 1 cozinheiro líder, 8 cozinheiras, 88 atendentes de nutrição, 1 encarregada administrativa e 5 auxiliares administrativos.

mais rápida e reduzindo o tempo de internação hospitalar.

Instituição celebra aniversário de pacientes O Ser viço de Nutrição possui um controle dos aniversariantes de cada dia e, juntamente com a refeição, entrega uma sobremesa especial e um cartão. Uma iniciativa que acontece quando a data do aniversário do paciente coincide com o período em que ele está internado.

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CURTAS

HSL participa de congresso mundial de neurologia O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), o Instituto do Cérebro (InsCer) e os cursos da área da saúde da PUCRS estiveram no World Congress on Brain, Behavior and Emotions, que ocorreu entre os dias 14 e 17 de junho, na FIERGS, em Porto Alegre. Os empreendimentos marcaram presença com um estande e participação em diversas palestras do evento.

Neurocirurgião lidera grupo de estudo internacional de cirurgia da epilepsia O neurocirurgião do Hospital São Lucas e professor da Escola de Medicina da PUCRS, Eliseu Paglioli Neto, é o líder da força-tarefa que vai definir as recomendações internacionais para a cirurgia da epilepsia em crianças. O grupo integra a Comissão de Cirurgias da Liga Internacio-

FOTO: BRUNO TODESCHINI

Hospital é destaque em congresso A Medicina Cardiovascular do HSL, com os serviços de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular, teve importante participação no Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (SOCERGS 2017). Além de contar com um estande dentro do evento, o grupo marcou presença em 50 palestras ou coordenações de mesas e apresentou sete temas livres orais, cinco pôsteres na área da medicina e quatro na área da enfermagem. 32

nal contra a Epilepsia, principal órgão mundial da área, que congrega mais de 100 países. O neurocirurgião assumiu em setembro para o período de 2017 a 2021. Os resultados serão publicados na revista científica da Liga e divulgados em congressos internacionais.

Cirurgião Torácico é homenageado Durante o 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, o cirurgião torácico do HSL, José Antônio Lopes de Figueiredo Pinto, foi homenageado com o Tributo ao Professor. A distinção é concedida àqueles que contribuíram para o desenvolvimento da cirurgia torácica brasileira e se destacaram no ensino da especialidade. Pinto, que é professor da Escola de Medicina da PUCRS há 40 anos, recebeu a honraria junto a ex-residentes do Serviço, que também o homenagearam com uma placa de agradecimento. O evento ocorreu em maio, no Rio de Janeiro.

Feira do Livro Infantil tem mais uma edição No dia 4 de dezembro, foi realizada mais uma edição da Feira do Livro Infantil do HSL. Organizada anualmente pelo Curso de Letras da Escola de Humanidades da PUCRS, em 2017, contou com a presença da patrona da 63.ª Feira do Livro de Porto Alegre, Valesca de Assis.

Projeto reúne mais de 200 ações para beneficiar a sociedade O ano de 2017 marcou o bicentenário da atuação marista no mundo. Para celebrar a data, a Rede Marista mobilizou pessoas e organizações a promover mais de 200 ações para deixar um legado à sociedade. Entre as ações cadastradas, estão uma campanha de doação de sangue e de livros, atendimento odontológico em diversas comunidades em situação de vulnerabilidade, revitalização de espaços públicos e

aulas de português para imigrantes. As iniciativas foram reunidas na plataforma digital do projeto, intitulado Maristas em Rede, e englobam as áreas de inovação, educação, espiritualidade, cidadania e direitos humanos, esporte, sustentabilidade, arte e cultura. A plataforma seguirá no ar mesmo com a chegada de 2018, para que as ações realizadas continuem a inspirar cada vez mais pessoas.


Natal recheado de eventos no HSL Dezembro chegou e, com ele, diversas atividades em celebração ao Natal envolveram os setores do HSL. A música tomou conta do Hospital com as apresentações dos corais da PUCRS, no dia 12, e da Igreja Luterana IELB, nos dia 15 e 20, além da atividade “Cantigas de Natal”, no dia 22. A missa dos colaboradores, com direito a presépio vivo, ocorreu no dia 19. Já no dia 21, alegria e descontração foram as marcas do momento da distribuição dos panetones arrecadados pelo Serviço de Pastoral e Solidariedade.

Para completar essa bela programação, no dia 20, a tradicional Festa de Natal da Pediatria reuniu as crianças e suas famílias para uma tarde de muita diversão nas quadras do Parque Esportivo da PUCRS. Além da esperada chegada do Papai Noel e da entrega de presentes, a iniciativa contou com brinquedos infláveis, lanche especial, com direito a bolo, pipoca e algodão doce, além da participação do Mágico Edy e de super-heróis. Por fim, nos dias 24 e 25, foram celebradas as missas de Natal.

Yukio Moriguchi recebe prêmio de personalidade do ano O médico Yukio Moriguchi, fundador do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS e ex-professor da Universidade, foi o escolhido para receber o Prêmio Hospitalar 2017 – Personalidade do Ano na Área da Saúde. Conferido pela Hospitalar Feira e Fórum e entidades representativas do setor de saúde, o reconhecimento será entregue durante jantar no dia 17 de maio,

em São Paulo (SP). A distinção é dada a um profissional por ano que tenha prestado significativa contribuição ao avanço da Medicina, do atendimento médico-hospitalar e da qualidade de vida da população, por meio de suas ações, serviços ou pesquisa científica. Entre os que já foram agraciados com o prêmio estão Zilda Arns, Adib Jatene, Ivo Pitanguy e Drauzio Varella.

Alunos de Design desenvolvem papertoys para pacientes Em maio e outubro de 2017, os alunos do curso de Design da PUCRS realizaram a entrega de papertoys (brinquedos de papel) para pacientes da Pediatria do Hospital São Lucas. Os modelos de brinquedos foram totalmente desenvolvidos pelos estudantes, com a intenção de incentivar a diversão das crianças no ambiente hospitalar. A ideia do projeto é motivar os alunos com atividades pedagógicas ligadas a demandas reais, promovendo uma formação não somente voltada para a prática profissional, mas com viés social e humano.

FOTO: JENIFFER CAETANO

Brinquedos trazem diversão para crianças internadas

FOTO: CAMILA CUNHA

Festa de Natal da Pediatria distribuiu presentes para cerca de 250 crianças

Ampliação das visitas aos pacientes A presença de familiares auxilia no tratamento e na recuperação do paciente. Pensando nisso, o HSL ampliou o horário de visita a partir deste mês de dezembro. A iniciativa busca qualificar a assistência prestada ao paciente e à sua família. UTI Pediátrica

das 15h às 16h

UTI Neonatal

Pais possuem acesso liberado Avós e irmãos: Quartas e Domingos (das 16h30 às 17h)

UTI’S Adulto e Sala de recuperação

das 11h às 12h30 e das 20h às 21h

Psiquiatria

das 13h30 às 14h30

5º e 6º andar

das 8h30 às 10h30 e das 15h às 21h

7º, 8º e 9º andar

das 8h às 21h

Emergência

das 13h30 às 14h e das 20h30 às 21h 33


TRAJETÓRIA

“A gente vem para mudar” Enfermeira utiliza a sensibilidade como ferramenta em sua trajetória no HSL

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FOTO: CAMILA CUNHA

ma das principais exigências para quem trabalha com a saúde do próximo é ter a sensibilidade de colocar-se no lugar do outro, buscando a empatia em todas as suas ações. Assim é Tatiana Scopel Machado, enfermeira do Hospital São Lucas da PUCRS. Nascida em 1973, na cidade de Vacaria (RS), e virginiana convicta, Tatiana formou-se em Enfermagem em 2009. Em 2018, ela completará 20 anos de HSL. Após quatro anos de experiência em hospitais do interior do Rio Grande do Sul, aos 24 anos Tatiana veio a Porto Alegre para buscar novas oportunidades. Foi então que a sua história se encontrou com a do HSL. Ingressando para a equipe da noite do 6º andar, como auxiliar de Tatiana Scopel Machado completa enfermagem, ela concluiu o 20 anos de HSL em 2018 técnico de enfermagem. Na instituição, ela passou ainda pela ala sobre planos para o futuro. Atualmente, Tatiana cursa MBA em Gestão Psiquiátrica e pelas UTI’s. Há três anos, foi promovida a Hospitalar. Facilmente emocionada ao coEnfermeira Líder do 6º andar. “Com o passar do tempo, senti a necessidade mentar sobre o empenho da equipe de agregar à área da gestão”, comen- de trabalho, ela tem como princípio ta a enfermeira ao ser questionada dar chance para novos profissionais.

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“O HSL é uma grande escola para quem está disposto a aprender, e eu sempre estou disposta a ensinar. Para mim, basta apenas que aquele profissional recém-formado chegue e me diga que quer trabalhar, porque trabalho é o que mais tem por aqui”, brinca. Para ela, um dos momentos mais marcantes neste período como líder foi a avaliação da ONA no Hospital São Lucas. “A equipe se envolveu e foi capaz de se superar a cada dia”, comenta com os olhos marejados. Casada há oito anos, Tatiana tem um pequeno cachorro da raça Lhasa Apso de 4 anos. A nova rotina na vida pessoal fez com que ela repensasse a vida profissional também. Foi quando conversou com a liderança da época e solicitou a transferência para o turno da manhã, logo após a formatura. Nas folgas e horários livres, opta sempre por passeios ao ar livre com a família, o animal de estimação e amigos. Gosta também de assistir programas de TV sobre decoração e organização da casa.


CRÔNICA

A revolução do paciente e a necessidade de se reinventar Um breve esboço da qualidade na saúde do Rio Grande do Sul

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o longo de minha trajetória profissional, entre outras funções, exerci a direção de um dos principais hospitais do Rio Grande do Sul. No Grupo Hospitalar Conceição, pude verificar com maior acuidade os desafios inerentes à prática hospitalar, que demandam atenção permanente e muita responsabilidade. Naquela época, pouco se discutia sobre a participação do paciente na assistência. Após mais de 40 anos dedicados à gestão da saúde, tenho claro algumas das transformações que o modelo de assistência passou e que ainda vem passando. Uma que mais discutimos hoje é a chamada “revolução do paciente”. Com a atual disseminação do uso da internet – totalmente nula no início de minha trajetória -, o paciente, finalmente, ganha voz ativa junto ao médico e aos hospitais, clínicas e laboratórios. As instituições e profissionais passaram a lidar com perguntas nunca antes feitas e a exigir respostas mais precisas. Este “e-paciente” apresenta um senso mais apurado do que é seguro ou não em um ambiente de saúde. O gestor, nesta nova realidade, compreende perfeitamente que deve saber diferenciar o que é ouvir (sentido isolado da audição) e o que significa escutar (prestar atenção e agir). O Hospital São Lucas da PUCRS, de inegável importância para a saúde gaúcha, vem implementando mudanças importantes. Entre as atitu-

des, a de entender o novo e relevante papel do paciente como o “centro” da medicina moderna. A saúde gaúcha é reconhecida pela sua qualidade assistencial em todo o Brasil. Por outro lado, um dado mostra que precisamos potencializar, ainda mais, a qualidade de nossos serviços, com foco na segurança deste novo paciente. Hoje ocupamos o 6º lugar em número de certificações da Organização Nacional de Saúde (ONA), atrás da potência econômica de São Paulo e dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. Dividimos com Santa Catarina o 6º lugar. Confirmada em 2017, a conquista pelo São Lucas da certificação emitida pela ONA, passando do nível 1 ao nível 3, é motivo de orgulho. Ao investir na melhoria dos processos, na qualidade assistencial e na acreditação, o São Lucas se inseriu no seleto grupo de cinco hospitais acreditados com excelência no RS (há ainda uma clínica e um banco de sangue com a distinção máxima, totalizando sete instituições com este destaque no estado). Ao investir no compromisso com o seu paciente, incluindo neste movimento os seus colaboradores (profissionais da saúde), o Hospital São Lucas privilegia a escolha de proces-

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Claudio José Allgayer, médico Presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL)

sos extensivamente testados, além de práticas assistenciais seguras. É inegável que estamos diante de um player que avançará em importância em nível nacional e internacional muito rapidamente. Acredito que a instituição é a confirmação de que sempre devemos estar atentos às atualizações que o mundo nos impõe. O poder inovador de uma gestão proativa e orientada para cumprir objetivos claros são elementos que atestam o modelo que está sendo implementado pela organização hospitalar: atender as pessoas do seu tempo. O São Lucas se alinha ao presente para sedimentar o seu futuro. A melhora do panorama da saúde gaúcha passa pela Avenida Ipiranga, 6690. 35



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