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¦ Editorial ¦ Ano XI • nº 68

Setembro | Outubro 2014

www.graosbrasil.com.br Diretor Executivo Domingo Yanucci Administrador Marcos Ricardo da Silva Colaborador Antonio Painé Barrientos Matriz Brasil Av. Juscelino K. de Oliveira, 824 Zona 02 CEP 87010-440 Maringá - Paraná - Brasil Tel/Fax: (44) 3031-5467 E-mail: gerencia@graosbrasil.com.br Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 3304-6522 | 9162-6522 graosbr@gmail.com Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Celso Finck Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa Marcos Ricardo da Silva

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(44) 3031-5467 02 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

Nada melhor que a capacitação e atualização como investimento! Caros Amigos e Leitores Permanentemente o armazenista se encontra com desafios de padronizar, conservar e comercializar quantidades cada vez maiores de grãos. Isto nos força a buscar diminuir as perdas físicas e de qualidade e também baixar os custos, usando melhor os recursos. Para que seja uma realidade que se trabalhe cada vez melhor se faz necessário conscientizar, capacitar, atualizar os funcionários que tem em suas mãos o manejo dos grãos e sementes. Os encontros presenciais são muito difíceis de substituir porque permitem encontrar-se com os colegas que compartem uma mesma problemática e podem intercambiar experiências. Agora me encontro em um Congresso Internacional de Silo Bolsa, que se esta realizando em Mar del Plata (BsAs-Argentina), junto com muitos brasileiros e participantes de mais de 20 países, alguns de continentes distantes, que estão buscando conhecer melhor uma tecnologia com muito futuro. Nos próximos dias estamos coordenando uma Jornada em Tres Arroyos uma das regiões produtoras de trigo mais importantes de América. Sem duvida as poucas oportunidades que existem para realizar encontros com colegas armazenistas devem ser aproveitadas. Por isto convidamos a todos os que se encontrem perto a participar de nossa próxima Jornada de Atualização no Manejo | Pós-colheita de Precisão que será realizado no dia 27 de Novembro em UberlândiaMG. Nesta edição apresentamos interessante informações, com enfoques práticos e os professores que aportam suas experiências estão plenamente consubstanciados com o objetivo de otimizar os processos dos armazéns no Brasil. Muito obrigado por recebermos e recomendar a Grãos Brasil a seus colegas. Lembre que pode chegar a seu computador a revista virtual em forma gratuita. Que Deus abençoe seus trabalhos e famílias. Com afeto.

Domingo Yanucci Diretor Executivo Consulgran - Granos Revista Grãos Brasil



¦ Indice ¦ 06

A Grande Oportunidade do Brasil

10

Solução WEG reduz custos na produção de arroz

12

As patentes e a indústria de sementes

19

Parâmetros para Secagem de Trigo em Secador Estacionário, usando Gás

24

Agronegócio da soja domina produção de biodiesel no Mato Grosso

29

Importância da Qualidade dos Grãos no Armazenamento

Setores

02

Editorial

34

Não só de pão...

38

Cool Seed News

40

Utilíssimas

NOSSOS ANUNCIANTES

www.agrocult.com.br

PAG. 22

www.aragricola.com.br

PAG. 30

www.astralambiental.com.br

PAG. 15

www.bequisa.com.br

2ª CAPA

www.cedar.com.ar

PAG. 21

CONSULGRAN

www.consulgran.com

PAG. 08

COOLSEED

www.coolseed.com.br

4ª CAPA

www.cycloar.com.br

PAG. 33

E³ EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

www.secarmazena.com.br

PAG. 35

ELECTROPLASTIC

www.electroplastic.com.br

3ª CAPA

www.fockink.ind.br

PAG. 01

www.hidralfor.com.br

PAG. 27

www.ipesadobrasil.com.br

PAG. 07

ROTASILOS

www.rotasilos.com.br

PAG. 03

ROTAMAX

www.rotamaxgroup.com.br

PAG. 05

www.tecnigran.com.br

PAG. 11

www.waig.com.br

PAG. 09

AGROCULT ARAGRICOLA ASTRAL AMBIENTAL BEQUISA CEDAR

CYCLOAR

FOCKINK HIDRALFOR IPESA DO BRASIL

TECNIGRAN WAIG 04 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014


GRテグS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 05


¦Silo Bolsa¦ Tudo mundo sabe e se fala da problemática da armazenagem, dos grãos que se perdem, dos grãos que ficam na intempérie, jogados sobre o chão, expostos a todos os problemas possíveis.

A Grande Oportunidade do Brasil Por: Eng. Domingo Yanucci |Consulgran - Granos - Grãos Brasil | graosbr@gmail.com

O contra sentido que tem esta realidade com a que pretende armazéns cada dia melhores, com padrão do primeiro mundo. Por outro lado também e sabido dos grandes problemas logísticos, a dependência do caminhão, a falta dele e a dificuldade de escoar a safra com custos razoáveis. Também sabemos do grande déficit de armazéns a nível de produtor. Por isto falamos no titulo: A grande Oportunidade do Brasil, porque toda esta problemática tem uma solução imediata, ao alcance da mão, com muito baixo investimento. Com o uso do Silo Bolsa ou Silo Bag, não só se solucionam grande parte destes problemas de uma safra para outra, também nos permite segregar, o que ajuda na padronização e na possibilidade de vender qualidades diferenciadas. Na Argentina onde a problemática de armazenagem é um pouco menor que no Brasil e onde o silo bolsa foi desenvolvido pra armazenar grãos secos, já tem quase a metade da produção em silo bolsa, chegando a 40 – 45 milhões de toneladas de trigo- soja – milho, nos silos bag. Grande parte em mãos dos produtores, mas também os cerealistas e industrias usam este sistema de conservação. A CONAB estima que temos um déficit ao redor de 40 milhões de toneladas, com o silo bolsa, se soluciona de um ano para outro. Quase 90% da capacidade de armazenagem brasileira está fora das propriedades rurais, isto também se soluciona de rapidamente, favorecendo a eficiência do uso dos transportes, sem perder a melhor oportunidade de colheita. Muitos meses do ano os silos brasileiros estão lotados e 06 |Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

boa parte da produção agrícola não tem onde ser armazenada. Estima-se que em cada safra, 20 bilhões de dólares sejam perdidos no processo de produção do campo à cidade. O que se recomenda para países como Brasil e o que possui os Estados Unidos, ou seja, uma capacidade para armazenar 120% do que produzem. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) admite que pelo menos 40 milhões de toneladas ficam fora dos armazéns todos os anos, porque falta espaço. O déficit é maior na região Centro-Sul, passando de 35,3 milhões de toneladas. Depois o Norte e Nordeste, com 5,6 milhões de toneladas.


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¦Silo Bolsa¦ Dos 17.384 mil armazéns, 13.850 mil são de empresas privadas, as tradings. As cooperativas têm 3029 armazéns, o que representa 20,57% da capacidade nacional de armazenagem e é insuficiente para absorver toda a produção dos cooperados. Por estas mesmas raçoes Argentina e outros 40 países do mundo desenvolverão o uso da tecnologia de silo bolsa. O engenheiro Renato Pavan tem 35 anos de experiência na área de infraestrutura e transportes e diz que a deficiência de armazenagem no campo atinge toda a cadeia produtiva, causando perdas na colheita e encarecendo o transporte e a entrega do produto tanto no mercado interno quanto na exportação. “O que acontece hoje: colhe, põe no caminhão e vai para o silo coletor, porque não tem armazenagem. Enfrenta fila e esse milho começa arder, perdendo recursos, desvalorizando. Os Estados Unidos produzem 500 milhões de toneladas de grãos, 66% é armazenado na fazenda. No Brasil, nós temos apenas 15%. Então, nós temos apenas 30 milhões toneladas na propriedade. Se a gente tem uma safra de 180 milhões, temos um déficit de 150 milhões de toneladas na fazenda” – afirma Pavan. Sem duvida devemos trabalhar para se instalar estruturas definitivas, ala onde seja possível. Mas não se podem assumir tantas perdas e gargalos na pós-colheita, para isto o silo bolsa resulta muito recomendável. Com baixo investimento, se paga em uma safra e obtém lucros.

08 | Revista Grãos Brasil | Julho / Agosto 2014

No mês de outubro de 2014 aconteceu em Mar del Plata (BsAs-Arg.) o Primero Congresso Internacional de Silo Bolsa, onde se apresentou a melhor tecnologia para o bom uso desta fenomenal ferramenta de armazenagem. Cada dia mais fácil de usar e mais segura, com os custos mais delimitados. No evento participaram profissionais do nível de Dirk Maier (USA), Shlomo Navarro (Israel), todos aportando informação de primeiro nível para otimizar o uso do silo bolsa. Nas paginas da Grãos Brasil publicaremos o mas destacado para que você tenha os elementos necessários para analisar a possibilidade de usar esta tecnologia.

Região Estado Armazenagem Produçãó Deficit % Centro-Oeste MT-MS-GO-DF 46,81 75,61 28,8 38,09% Nordeste AL-BA-CE-PBPE-PI-RN-SE 5,14 11,20 6,06 54,11% Norte AC-AM-APPA-RO-RR-TO 2,39 5,36 2,97 55,41% Sudeste ES-RJ-MG-SP 13,81 19,04 5,23 27,47% Sul PR-RS-SC 51,89 71,51 19,62 27,44% Total 120,04 182,72 62,68 34,30% Estatistica Armazenagem 2013


GRテグS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 09


¦Transportadores¦ ¦Gestão¦ ¦Técnologia¦ Projeto apresenta economia de 70% no consumo de energia elétrica e diminui desgastes de equipamentos

Solução WEG reduz custos na produção de arroz

O ano de 2014 está sendo promissor para o setor da rizicultura. Até agosto, o Brasil já havia exportado 666,5 toneladas de arroz em base casca, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). São 164,8 mil toneladas a mais do que realizado no mesmo período do ano passado. Com a produção brasileira a todo vapor, processos eficazes resultam em maior rentabilidade. A WEG desenvolveu uma solução de eficiência energética para a Cooperativa Juriti, de Massaranduba/SC, no sistema Filtro de Mangas, que vai aperfeiçoar a etapa de despoeiramento do processo de beneficiamento de arroz, ou seja, a eliminação de resíduos sólidos do ambiente. A tecnologia é composta de um motor WEG de alta eficiência, inversor de frequência CFW11 e transmissor de pressão, que permitem a variação de velocidade do exaustor do filtro para que opere de acordo com a necessidade real de captação de pó. De acordo com o superintendente da Cooperativa Juriti, Silvério Orzechowski, os ganhos já foram notados. “O projeto proporcionou uma economia de 70% no consumo de energia elétrica, e o retorno do investimento aplicado acontecerá em nove meses. Além disso, há outros benefícios, como a redução da demanda de energia, controle e estabilidade no processo, automatização do sistema e aumento da vida útil das mangas e tubulações”, acrescenta. A Cooperativa Juriti, com sedes em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, atua desde a década de 60 com o beneficiamento e processamento de arroz, cujo processo envolve as etapas de secagem, armazenamento, industrialização e comercialização da produção recebida dos seus associados. 10 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

Motores e inversores WEG reduzem custos na produção de arroz

Avenida Prefeito Waldemar Grubba, 3300 89256-900 Jaraguá do Sul - Santa Catarina Brasil Telefone: +55 47 3276-4000 Fax: +55 47 3276-4010 Website: http://www.weg.net


GRテグS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 11


¦Sementes¦ Projeto apresenta economia de 70% no consumo de energia elétrica e diminui desgastes de equipamentos

As patentes e a indústria de sementes Por: Miguel Rapela |miguel.rapela@asa.org.ar

O patenteamento é uma das formas de proteção da propriedade intelectual mais difundidas. O titular de uma patente recebe do Estado um direito exclusivo, pelo qual pode impedir que terceiros façam uso de sua tecnologia patenteada. Para isso, o titular da patente deve fazer uma divulgação pública total de sua invenção. Assim como, ao término do período da proteção a invenção deve tornarse de domínio público. O titular da patente é o único que está em condições de fazer uso da tecnologia protegida e, como todo o direito patrimonial, pode alugá-la, licenciá-la, vendê-la ou trocá-la. O melhoramento genético assistido por marcadores moleculares e a biotecnologia moderna são disciplinas científicas cujo desenvolvimento técnico é altamente especializado e caro. Para obter uma variedade vegetal moderna que contenha os eventos biotecnológicos, devese investir uma grande soma em dinheiro, sendo lógico que as instituições públicas e as empresas privadas desejam proteger adequadamente as suas inovações. O objetivo de uma patente (e de todo o sistema de propriedade intelectual) é de estabelecer um intercâmbio e um equilíbrio. O intercâmbio é viabilizado no sentido de que o Estado outorga ao inventor um direito de exclusividade (patente); em troca, o inventor divulga completamente a sua invenção. O equilíbrio é uma forma de compensação do esforço e do dinheiro investido pelo inventor, estimulando ao mesmo tempo o avanço da 12 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

inovação científica e tecnológica que beneficia toda a sociedade. Em resumo, a outorga de uma patente tem o propósito de promover o progresso tecnológico por meio de incentivo financeiro para o inventor, junto com a divulgação clara do invento que permita a sua reprodução por outros. A seguir, será apresentado uma série de questões relacionadas com a patente, devendo-se advertir que é um texto geral e que podem existir diferenças entre as legislações de cada país.

Miguel Rapela - Diretor Executivo de A.S.A.


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¦Sementes¦ O que é uma patente? A patente é um direito exclusivo outorgado pelo Estado a um inventor, o qual permite a este prevenir que qualquer outra pessoa fabrique, use, venda ou importe/exporte sua invenção por um período limitado de tempo. É notável como em alguns círculos mal informados se relaciona as patentes com um segredo ou algo oculto, quando justamente a raiz do sistema é o oposto disso. A patente exige que o solicitante torne público o seu invento através da solicitação de patente, e esta publicidade do que se protege deve ser tão clara e precisa que permita que um especialista na matéria, referida pela solicitação, possa reproduzir a invenção. Também é comum associar as patentes com a ideia de uma ferramenta que gera monopólios ou oligopólios. Isto não é correto, os monopólios ou oligopólios podem gerarse na inexistência completa do direito de propriedade. E, pelo contrário, as patentes são direitos exclusivos que tem um titular, limitadas no seu alcance e tempo, e sujeitas a restrições particulares que dependem de cada legislação. Quem pode ser o titular de uma patente? Os titulares de patente podem ser uma ou várias pessoas nacionais ou estrangeiros, físicas ou jurídicas, combinadas da forma que se especifique na solicitação.

O que se pode patentear? Reiterando que isso pode ser afetado pelas variações previstas nas legislações de cada país, a concessão de uma patente está condicionada pelo cumprimento dos critérios de patenteabilidade, pelos quais, em princípio, é possível patentear toda a invenção que reúna os critérios de: a] novidade, b) que seja o resultado de uma atividade inventiva (ou seja, que não seja óbvio para um especialista na matéria) e, c) que seja suscetível de aplicação industrial, ou seja útil. Qual a diferença entre descobrimento e invenção? O descobrimento é um achado de algo que estava oculto e secreto, ou era desconhecido, entretanto existia previamente. Por outro lado, a invenção é o produto ou processo derivado do intelecto humano ou manual ou de uma investigação fundamental aplicada, e está dirigida ao uso prático e à exploração industrial, e não existia previamente. Desta maneira, em princípio, não é factível de proteção mediante patente qualquer tipo de descobrimento científico. O que não se considera invenção? • Ideias; • Princípios teóricos ou científicos; • Descobrimentos que consistem em dar a conhecer ou revelar algo que já existia na natureza, mesmo que anteriormente fosse desconhecido para o homem. • Planos, esquemas ou técnicas comerciais de cálculos, jogos ou negócios, e os métodos matemáticos; • Programas de computação; • Formas de apresentação da informação; • Criações estéticas e as obras artísticas e literárias; • Técnicas cirúrgicas ou terapêuticas ou de diagnóstico aplicado ao corpo humano e os relativos a animais; • Justaposição de invenções conhecidas ou mesclas de produtos conhecidos. O que não se pode patentear? A seguinte lista é válida para vários países, entretanto não todos. Por exemplo, nos Estados Unidos e Japão, é possível patentear material biológico. Não se pode patentear: • Os processos essencialmente biológicos para a produção, reprodução ou propagação de plantas ou animais; • O material biológico e genético tal como se encontra na natureza; • As raças de animais; • O corpo humano e as partes vivas que o compõem; • As variedades vegetais. Observando de forma comparativa a legislação internacional de patentes, se constata que tem aumentado as normas internacionais que limitam e regulamentam as exclusões de patenteabilidade.

14 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014


GRテグS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 15


¦Sementes¦ O que são patentes biotecnológicas? São patentes concedidas sobre produtos ou processos relacionados com o material genético presente nas células de qualquer tipo de organismo vivo. Existe uma crença equivocada de que as patentes sobre substâncias inertes são um produto da biotecnologia moderna. Como expressa o especialista espanhol Enrique Lañez Pareja, “isso é um erro, já que a maior parte dos sistemas de patente do mundo tem concedido direitos sobre substâncias naturais, que podem ser isoladas e identificadas pela primeira vez em respeito a outras que formam mesclas complexas propiciando uma utilidade. A chave está em que a patente se concede não ao produto em seu estado natural e sim ao produto isolado e purificado. Assim, para ele, deve-se aplicar a atividade inventiva. Este é o caso de muitos medicamentos, começando pela centenária aspirina (1910), a adrenalina (1911) e seguindo com os antibióticos (desde os anos 1940 e 1950).” Em relação aos seres vivos, antes de 1980 não eram considerados patenteáveis, pois eram “produtos da natureza” ou não eram suscetíveis de descrição suficiente, tal como requer o sistema de patentes. Entretanto, nesse ano de 1980, a suprema corte dos Estados Unidos, no caso de Diamond vs Chakrabarty, formulou uma frase que posteriormente seria famosa: “Tudo o realizado abaixo do sol pela mão do homem é patenteável”, permitindo, assim, a proteção por patente de uma bactéria da espécie Pseudomonas. Em 1985, e sobre a base deste ditame, o escritório de marcas e patentes dos Estados Unidos estenderia a proteção por patentes a organismos vegetais superiores. Na atualidade, a maioria dos países permite a patente de sequências de DNA, sempre que tenha sido possível demonstrar que não se está patenteando algo preexistente. As construções genéticas necessárias para os processos de transformação de plantas com o objetivo de desenvolver variedades transgênicas são consideradas, em geral, como material patenteável. Neste sentido, INPI do Brasil e Argentina, por exemplo, têm concedido dezenas dessas patentes. Como se obtém uma patente? Previamente à solicitação de uma patente, o solicitante deve fazer uma pesquisa para verificar se não existe nada igual, semelhante ou parecido ao que deseja patentear. Em outras palavras, deve estar medianamente seguro que sua solicitação cumprirá com o critério de novidade, que é um critério universal e não está circunscrito a um território (país) em que se apresenta a solicitação de patente. A solicitação de patente se inicia na instituição correspondente de cada país. Com as diferenças de cada legislação, em geral, a solicitação deve ser acompanhada de um informe descritivo das reivindicações de patente e dos pagamentos administrativos correspondentes. A solicitação deve descrever o produto ou o processo para o qual se necessita a proteção. A descrição é realizada com o fim de permitir a um especialista entender e colocar 16 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

em prática a tecnologia. As reivindicações devem permitir caracterizar as peculiaridades da invenção para a qual se solicita a proteção legal. São elas que estabelecem e definem os direitos de uma patente. As ilustrações, quando necessárias, têm por objetivo complementar as descrições, esclarecendo o conteúdo da invenção. O resumo deve ser uma descrição clara, com objetivos claros e concisos da patente. O escritório de patente de cada país analisará a solicitação para comprovar os critérios de patenteabilidade e que o processo ou o produto que se deseja proteger é matéria patenteável. Todo esse processo tem uma duração ao redor de cinco anos. Quanto tempo dura uma proteção de uma patente e desde quando começa a contar? O direito de exclusividade do obtentor de uma patente é de 20 anos e começa a contar desde a data da solicitação da patente. Este último dado é importante, pois levando em conta que o processo da concessão da patente pode durar cinco anos, a vida útil de uma patente é, na realidade, bastante menor que os 20 anos. Também deve-se observar que, para o caso do direito do obtentor sobre variedades


Acesse: www.graosbrasil.com.br vegetais, cujo prazo de duração também é de 20 anos (Brasil 15), este começa a contar desde o momento que se tem a variedade (não desde sua solicitação). Assim, é possível que existam casos em que uma variedade está protegida pelo direito do obtentor, entretanto o evento genético que contém pode estar vencido em sua proteção e é de utilidade pública. O que ocorre quando transcorrer o prazo de 20 anos? Uma vez cumprido o prazo de 20 anos, o titular da patente não dispõem de direitos para impedir sua utilização. Tecnicamente, se diz que a invenção passou ao domínio público e qualquer um pode utilizá-la livremente. Pode haver mais de uma patente em uma só variedade vegetal? Sim, e seguramente isto é uma regra geral e não uma exceção. Uma variedade vegetal comercial pode conter eventos transgênicos de distintas instituições e/ ou empresas e, seguramente, atrás de cada evento há uma patente diferente. Além disso, não há equivalência entre um evento = a uma patente. Um evento transgênico pode conter várias patentes, que cobrem processos ou partes particulares desse evento. Por exemplo, o famoso “arroz dourado”, com

alto conteúdo de caroteno, está coberto por 70 patentes pertencentes a 32 instituições públicas e empresas. A patente do evento da soja 40-3-2, popularmente conhecido como RR, foi concedida com sete patentes. Uma patente obtida em um país é válida em outro? Não. As patentes, como todos os direitos de propriedade intelectual, são territoriais. Dessa maneira, são válidas somente no país que a concedeu. Qual é a visão da International Seed Federation (ISF) sobre patentes? Em seu documento “ISF view on IP”, aprovado em assembleia em 2012, a entidade salienta que a proteção sólida e eficaz da propriedade intelectual (PI) é uma ferramenta que assegura o futuro do fitomelhoramento e as pesquisas necessárias para alcançar a crescente necessidade de alimentos, forrageiras, fibras e combustíveis, mantendo o meio ambiente. Tanto os direitos do obtentor como as patentes são necessários para estimular o amplo espectro da inovação nas ciências agrárias. O sistema mais eficaz de propriedade intelectual equilibra a proteção como incentivo à inovação e ao acesso para permitir a outros o melhoramento de variedades vegetais. Portanto, a ISF considera que a forma mais adequada de proteção de variedades se instrumentaliza através dos direitos do obtentor, que incluem as exceções ao agricultor e ao fitomelhorista. A exceção aos direitos do obtentor é um dos pilares fundamentais do sistema de direitos do melhorista. Quando se utilizam patentes no âmbito do fitomelhoramento, este equilíbrio pode ser alcançado desde que se preste atenção à definição de patenteabilidade ao alcance e à qualidade dos objetivos da patente, à duração da proteção de patentes e às exceções ao direito para investigação e obtenção. Para a ISF “o alcance e a complexidade das ciências agrárias, em especial no setor de obtenções vegetais e genéticas, têm-se expandido consideravelmente nas últimas décadas. Tem-se utilizado métodos sofisticados de fitomelhoramento baseados em tecnologias avançadas como os marcadores de DNA e as sequências de genoma, as quais aumentam as possibilidades de obtenção mais precisas e eficientes. Estes avanços têm reduzido consideravelmente o período de desenvolvimento de um produto em vários cultivos, e tem dado lugar a novas oportunidades e desafios para a indústria sementeira, em especial no campo de proteção da propriedade intelectual”. A ISF considera que “tanto os direitos do obtentor como das patentes constituem sistemas eficazes de proteção necessários para estimular a inovação”. Ambos os sistemas têm diferenças baseadas na natureza da inovação que protegem. Entretanto, a ISF considera que a forma mais adequada de proteção de variedades se instrumentaliza através do direito do obtentor. Os dois sistemas (Direitos do obtentor e Patentes) não podem harmonizar-se por completo, sendo fundamental assegurar uma interação fluida entre eles. Um requisito GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 17


¦Sementes¦ posterior depende da primeira patente. Os fundadores do convênio da UPOV consideraram que o princípio de independência era vital para estimular a inovação no fitomelhoramento”. Em relação ao fitomelhoramento com uma variedade comercializada que possua um gene ou característica patenteada, a ISF considera que não deveria constituir-se violação à patente nas seguintes condições: se uma nova variedade vegetal resultante desse fitomelhoramento se encontra fora dos alcances das reivindicações da patente. Entretanto, se essa nova variedade desenvolvida se encontra dentro das reivindicações, não deveria efetuarse nenhum ato comercial sem o consentimento prévio do titular da patente.

fundamental de todo sistema de propriedade intelectual consiste em obter o justo equilíbrio entre proteção como incentivo para a inovação e acesso para permitir a terceiros, futuros melhoramentos e inovação. Que pesquisa pode ser realizada com material patenteado? A pesquisa que se pode fazer com material patenteado está dentro do que se considera tecnicamente como as exceções ao direito ao titular da patente, ou seja, aquilo que o titular não pode proibir que um terceiro faça com sua invenção. Assim, por exceções aos direitos do titular da patente se entendem as limitações impostas a esses direitos. Para a Organização Internacional da Propriedade Intelectual (OMPI) um exemplo adequado é a limitação com fins de pesquisa ou de docência universitária, que de outro modo violariam os direitos do titular. Como se aplica a exceção do fitomelhorador sobre o material patenteado? Especificamente sobre o material patenteado, a única exceção é a que se mencionou na pergunta anterior. Entretanto, tratando-se de variedades vegetais, a pergunta é complexa, pois como se aplica a exceção do fitomelhorador no caso de uma variedade protegida pelo direito do obtentor, que contenha pelo menos um componente patenteado? A resposta a esse dilema é extremamente complexa, entretanto a ISF entende que “durante a conferência que deu lugar ao 1º convênio da UPOV, em 1961, os membros fundadores acordaram por unanimidade o princípio de independência como base fundamental do sistema de direitos do obtentor. Isto significa que uma variedade nova e distinta é independente das variedades que se utilizaram para criar a dita variedade durante o processo de obtenção. Então, isto constitui um forte distanciamento dos sistemas de direito de patentes, que se baseava no princípio de dependência, ou seja, se uma patente constitui um conhecimento desenvolvido de outra patente, esta patente 18 | www.graosbrasil.com.br | Setembro / Outubro 2014

O que é o tratado de cooperação em matéria de patentes? Quando um inventor desenvolve um processo ou um produto que pode ser patenteado, é consenso, por diversas razões econômicas ou estratégias de negócio, que deseje proteger também em outros países. Isto porque, como salientado anteriormente, a patente é de alcance territorial, devendo-se apresentar a solicitação por país. Há duas maneiras de se solicitar a proteção em outros países: a) diretamente no país onde se deseja a proteção, através de convenio de país; b) através do tratado de cooperação em matéria de patentes ou PCT (Patent Cooperation Treaty). O PCT é um tratado multilateral que permite a proteção por patente para uma invenção simultânea em outros países, através de uma única solicitação de patente internacional. Este tratado é administrado pela OMPI/ WIPO e conta com cerca de 150 países signatários, entre eles o Brasil. Seu principal objetivo é simplificar e tornar mais econômica a proteção das invenções. No PCT, ao utilizar-se de uma única solicitação, a busca é realizada internacionalmente e válida para todos os países, junto com a opinião escrita sobre se a invenção cumpre com os requisitos de novidade, atividade inventiva e aplicabilidade industrial. O procedimento PCT não concede patente, mas facilita enormemente a parte administrativa para os solicitantes. Qual o futuro das patentes na agricultura? Seguramente, as patentes seguirão sendo por muito tempo, e cada vez mais, uma parte importante relacionada com o desenvolvimento na área da genética vegetal, sementes e biotecnologia. Como toda a ferramenta de propriedade intelectual, sua aplicação deve ser feita de forma equilibrada, a fim de evitar tanto uma sobreproteção que impeça a essência do fitomelhoramento, assim como uma sobreproteção que anule os incentivos para mais e melhores variedades e biotecnologia. Considerando estes princípios, as patentes e os direitos do obtentor podem coexistir de forma harmoniosa, para benefício de todos.


¦Secagem¦ A secagem de produtos agrícolas com ar quente e circulação forçada vem sendo usada no Brasil desde o século passado. Um dos problemas fundamentais desse processo é o sistema de aquecimento de ar, que demanda grande consumo de energia.

Parâmetros para Secagem de Trigo em Secador Estacionário, usando Gás Liquefeito de Petróleo Por: José Antonio Portella e Luiz Eichelberger |Pesquisadores Embrapa Trigo

Comparada à de milho, a secagem de trigo apresenta certas peculiaridades. Embora a colheita seja realizada em níveis de umidade abaixo daqueles comuns para milho, para as mesmas condições de secagem (temperatura do ar de secagem, altura da camada de grãos e fluxo de ar), trigo oferece maior resistência do que milho, consumindo mais energia. Em trigo, é de fundamental importância o emprego de secagem artificial que não provoque modificações nas propriedades da farinha. O controle adequado das condições do processo térmico durante a secagem desse cereal resulta em produto de melhor qualidade. Desconhece-se um método rápido e eficiente que permita detectar, durante a comercialização, os grãos de trigo danificados por excesso de temperatura durante a secagem. Geralmente, todos os sistemas de secagem usados para milho e outros grãos são adaptáveis à secagem de trigo, incluindo a secagem com ar natural em silos. No entanto, é necessário ajustar uma camada mais fina de grãos, para diminuir a resistência ao fluxo de ar.

A qualidade do grão de trigo é prejudicada pelo retardamento do início da secagem, que condiciona a uma redução progressiva da qualidade fisiológica. Durante o armazenamento, quanto maior o nível de umidade do grão, mais rápidas são as alterações provenientes desse retardamento. Quando a capacidade do secador é baixa, os grãos colhidos com nível de umidade elevado podem ser secados parcialmente e aguardar maior período de tempo para que a secagem seja finalizada. Os diversos modelos de secadores existentes no mercado operam com variadas fontes de energia, destacando-se lenha, resíduos orgânicos diversos, óleo diesel e fuel oil. Lenha é atualmente o combustível mais usado na secagem de grãos no Brasil. Segundo Weber (1998), sistemas de secagem em que se usam combustíveis líquidos ou gasosos, como gás liquefeito de petróleo (GLP) e gás natural (GN), oferecem vantagens, como simplicidade de operação e excelente controle de temperatura, favorecendo a automação da secagem. Aspecto relevante para escolha do GLP no projeto de um GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 19


¦Secagem¦ secador para produtos agrícolas é para evitar a contaminação de grãos por alcatrão, produzido pela lenha por meio da destilação de gases de combustão, uma vez que ele pode atingir os grãos e vir a provocar doenças graves, através do consumo direto (farinhas) ou indireto (carne). Também levou-se em conta que o mercado exige, cada vez mais, produtos de qualidade. Os processos de colheita e, principalmente, de secagem inadequada de grãos de trigo podem, assim, comprometer a qualidade genética/industrial. Segundo Silva (2000), a capacidade de germinação é reduzida em temperatura razoavelmente menor do que a que danifica o glúten. Quando trigo a 14% b.u. é submetido por 36 minutos a temperatura entre 70 e 85°C, há danos ao glúten. Recomenda-se, portanto, que o trigo a ser fornecido aos moinhos não deve ser secado em temperatura superior a 60°C, e, para sementes, dependendo do tipo de secador, a temperatura não deve ultrapassar 43°C. Na maior parte do processo de secagem, os danos resultantes de calor ocorrem segundo a relação tempo de exposição e temperatura de secagem. Em geral, quando a umidade inicial está baixa, pode-se, até certo ponto, aplicar calor por mais tempo. Quanto mais alta a umidade inicial, menor deverá ser a temperatura empregada, a fim de se evitar em danos térmicos. O objetivo do presente trabalho foi quantificar os parâmetros envolvidos no processo de secagem de grãos, tais como: taxa de secagem (%/hora); consumo total de GLP (kg t-¹); taxa de consumo de GLP (kg hora-¹); custo de combustível (R$/saco de 60 kg); custo da energia elétrica (R$/saco de 60 kg); e custo total (R$/saco de 60 kg).

Material e Métodos Foram empregados nove lotes de aproximadamente 1.300 kg (valores corrigidos) de trigo da cultivar BRS 49, provenientes de campos experimentais da Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS, colhidos com três níveis médios de umidade (aproximadamente 25%, 18% e 15%), secados em secador experimental de leito fixo fabricado por Bergazzi Máquinas e Equipamentos Ltda., com três níveis de temperatura do ar de secagem (40ºC, 70ºC e 100ºC). O ar foi aquecido por um queimador de gás da marca Stecri, modelo ST-1-1, com capacidade de queima de 2 a 10 kg/hora, abastecido por linha de distribuição ligada a uma bateria de reservatórios (três unidades P-190) de GLP AgipLiquigás, instalada próxima do secador. O secador experimental consistiu em câmara de secagem de 1,5 m de largura, 2,0 m de comprimento e 0,5 m de altura. A vazão média de ar foi de 15 m³ min-¹ m-². A secagem foi processada até a massa de grãos atingir umidade de 13%. A taxa de secagem de grãos foi representada pela unidade percentual de retirada de água por hora de secagem (%/hora). O consumo total de GLP (kg t-¹) foi determinado por medidor de vazão apropriado, com leituras obtidas no início e no fim de cada operação de secagem. A taxa de consumo de GLP foi obtida mediante divisão do consumo total pelo número de horas de duração de secagem (kg hora-¹). O custo de combustível (R$/ saco de 60 kg) foi obtido a partir do consumo total de GLP (kg t-¹), ao preço de R$ 1,99 kg-¹. O custo da energia elétrica (R$/ saco de 60 kg) foi obtido a partir do consumo de energia elétrica (determinado em função do motor empregado no ventilador do conjunto de secagem), considerando-se o preço de R$ 0,15/ kWh. O custo total (R$/saco de 60 kg) foi obtido pela soma do custo de combustível e custo de energia elétrica. O custo unitário foi representado pelo custo de cada ponto percentual de água retirado durante a secagem, por tonelada (R$/%/t) e abrangeu o custo de combustível e de energia elétrica. Resultados e Discussão A escolha do ponto de colheita deve ser realizada em função da relação custo/benefício pela redução de riscos de perdas quantitativas e qualitativas, bem como da liberação antecipada da área para a cultura sucessora. Além disso, a decisão da temperatura a ser adotada deverá ser tomada em função da qualidade final desejada para os grãos. Verificou-se, nas safras 2000 e 2001, que a temperatura média da massa de grãos, em razão do grau de umidade e dos níveis de temperatura do ar de secagem, alcançou o nível máximo de 58ºC quando os grãos foram secados a 100ºC, 47ºC quando secados a 70ºC e 32ºC quando secados a 40ºC. A eficiência do secador estacionário nesse experimento foi de 88,8 % nas secagens a 100ºC, de 85,9 % nas secagens a 70ºC e de 95,6 % nas secagens a 40ºC. Observou-se, que para lotes de trigo com a mesma umidade de grãos por ocasião da colheita, o consumo de GLP não foi alterado pelo aumento da temperatura do ar de secagem. Isso foi conseqüência da taxa de secagem, que aumentou conforme a temperatura do ar de secagem foi aumentada. Esse aumento acelera a capacidade de absorção de vapor de água, ao mesmo

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Acesse: www.graosbrasil.com.br tempo que aumenta a taxa de evaporação da água presente nos grãos, acelerando todo o processo de secagem (Carvalho & Nakagawa, 2000). Assim, a taxa de consumo aumentou com o aumento da temperatura de secagem, pois mais combustível foi necessário para produção de energia, ao passo que na umidade do grão não apresentou efeito significativo. Do mesmo modo, foi observado que, nas colheitas com 18% e 25% de umidade, o tempo de secagem foi similar quando se usou temperatura de 70ºC ou 100ºC. Ou seja, o ganho em tempo de secagem com o aumento da temperatura de secagem pode não compensar as perdas qualitativas causadas pela elevada

temperatura. Quando se usou temperatura de 40ºC, a secagem demorou mais 87% e 125%, respectivamente em relação à temperatura de 70ºC ou de 100ºC. Essa observação foi feita também na secagem de milho (Portella & Eichelberger, 2001). A taxa de secagem aumentou conforme a temperatura de secagem foi aumentada (Tabela 1). Do mesmo modo, a taxa de consumo aumentou com o aumento da temperatura do ar de secagem, pois mais combustível foi necessário para produção de energia. Pode-se então deduzir que a taxa de secagem foi diretamente influenciada pela temperatura de secagem e pelo aumento do nível de umidade dos grãos.

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Tabela 1. Média de duas safras do tempo de secagem, taxa de secagem, consumo de GLP, taxa de consumo, consumo por saco e consumo por ponto de umidade retirada na secagem estacionária de grãos de trigo em secador de leito fixo, para três níveis de umidade inicial (25%, 18% e 15%) e três níveis de temperatura de secagem (100ºC, 70ºC e 40ºC).

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¦Secagem¦ Importante que o consumo médio de GLP por ponto percentual de umidade retirada foi de 0,058 kg por saco de 60 kg de trigo. Esse deve ser o valor referencial para descrever o custo de secagem para essa cultura, em secador de leito fixo, que operam com gás liquefeito de petróleo como fonte de energia. No nível de 25% de umidade, em que a taxa de consumo varia consideravelmente com a temperatura empregada, o custo de combustível na secagem a 100ºC foi 60% superior a secagem ao da secagem a 40ºC (Tabela 2). Nos níveis de 18% e 15% de umidade esse custo foi cerca de 20% inferior, pois, com a redução da umidade do grão, diminuiu sensivelmente o consumo de combustível. Da mesma forma, reduziu o custo da energia elétrica pelo menor tempo de trabalho do motor elétrico que aciona o ventilador, em razão de o tempo de secagem ter sido menor. O custo da energia elétrica correspondeu, em média, a 4,4%, 6,5% e 10,3% do custo total, quando foi empregado ar de secagem com 100ºC, 70ºC e 40ºC, respectivamente. Os resultados apontam para menor custo total da secagem por saco de 60 kg de trigo, considerando-se combustível e energia elétrica despendidos, quando se usou temperatura de 70ºC na secagem. Tabela 1. Média de duas safras do custo de combustível, custo de eletricidade, custo total por saco e custo por ponto de umidade retirada na secagem estacionária de grãos de trigo em secador de leito fixo, para três níveis de umidade inicial (25%, 18% e 15%) e três níveis de temperatura de secagem (100ºC, 70ºC e 40ºC).

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* Foi considerado o preço de R$ 1,99 por kg de gás, em setembro de 2002. ** Foi considerado o preço de R$ 0,15 por kwh de energia elétrica (rural), em setembro de 2002.

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Acesse: www.graosbrasil.com.br Dividindo-se o custo total de cada parâmetro pelo número de pontos percentuais de umidade a ser retirada até obter o nível de 13%, é possível calcular o custo por ponto percentual de umidade retirada por cada saco de grãos secos, parâmetro útil para previsões orçamentarias de custos de secagem. Esse valor foi menor quando se secou trigo a 70ºC, sendo igual a R$ 0,124. Quando a secagem foi processada com temperatura de 40ºC houve diferença de 24% no custo unitário (R$ 0,154). Conclusões 1. O consumo de GLP na secagem de grãos de trigo está diretamente correlacionado com a umidade de colheita; 2. A taxa de consumo foi correlacionada com a temperatura do ar de secagem e, em menor grau, com o nível de umidade do grão; 3. O aumento da temperatura do ar de secagem só foi efetivo na redução no tempo de secagem quando trigo foi secado de 40ºC para 70ºC. Elevando-se a temperatura para 100ºC, não houve ganho significativo no tempo de secagem, injustificando essa ação; 4. O custo da energia elétrica foi responsável pela elevação do custo energético total da secagem de grãos de trigo, principalmente quando se reduziu a temperatura do ar de secagem; 5. O consumo médio de GLP por ponto percentual de umidade retirada é de 0,058 kg, por saco de 60 kg de trigo. Esse deve ser o valor referencial para descrever o custo de secagem para essa cultura, em secador de leito fixo, no qual se usa gás liquefeito de petróleo como fonte de energia. 6. Considerando a secagem estacionária de trigo a 70ºC como adequada em termos de qualidade final do grão, uma vez que a temperatura máxima da massa de grãos foi de 45ºC , pode-se afirmar que o custo médio total por saco de 60 kg, por ponto percentual de umidade retirada, é de R$ 0,124 (valores referenciais a setembro de 2002, com GLP a R$ 1,99/kg e Kwh a R$ 0,15).

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¦Agronegócio¦ O Mato Grosso possui atualmente 547 assentamentos, segundo balanço divulgado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em janeiro de 2014. Desse total, uma parcela diminuta – aproximadamente 15, de acordo com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Mato Grosso (Fetagri-MT) – abriga produtores inseridos no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). São apenas mil famílias beneficiadas entre as mais de 130 mil famílias assentadas naquele estado.

Agronegócio da soja domina produção de biodiesel no Mato Grosso Por: André Campos |Repórter Brasil

Trata-se de uma parcela irrisória também no universo das cerca de 100 mil famílias de agricultores familiares que, em nível nacional, fazem parte do PNPB. Um número que contrasta com a importância do Mato Grosso na produção de biodiesel. Estão localizadas no estado 20 das 63 usinas atualmente autorizadas a produzir o combustível pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Trata-se da unidade da federação com maior número de usinas instaladas. Elas respondem por 26% da capacidade produtiva do país. A agricultura familiar inserida localmente na cadeia produtiva do biodiesel é virtualmente toda oriunda dos projetos oficiais de reforma agrária. Tratam-se de assentamentos localizados em importantes polos agroindustriais, como Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde, ou, ainda, alguns em municípios adjacentes. A grande distância da maioria dos assentamentos locais para os polos industriais do estado, infraestrutura interna deficiente – acesso à água etc. – dificuldades para o escoamento da produção devido às más condições das estradas, problemas fundiários, ambientais e de acesso a 24 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

crédito, além de lacunas na assessoria aos parceleiros, são apenas alguns dos obstáculos comumente associados a uma expansão mais robusta do PNPB nas áreas de reforma agrária do Mato Grosso. Das 20 usinas mato-grossenses, 13 possuem atualmente o Selo Combustível Social. Para cumprir os requisitos necessários à manutenção do incentivo, no entanto, o setor recorre fortemente à matéria-prima produzida por agricultores familiares de outros estados, como, por exemplo, da região Sul do Brasil. Dados de 2012 do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) mostram que, do total de famílias participantes do selo, 63% encontram-se na região Sul, 29% no Nordeste e apenas 5% no Centro-Oeste. Há, ainda, 3% no Sudeste e uma parcela não significativa oriunda da região Norte. A concentração das aquisições de matérias-primas da agricultura familiar na região Sul do país é um dos principais questionamentos enfrentados pelo PNPB. Para alterar essa realidade, uma das ideias comumente defendidas é imposição de uma nova exigência para a concessão do Selo


Acesse: www.graosbrasil.com.br Combustível Social: a de que um percentual da matériaprima proveniente da agricultura familiar tenha origem na região onde se localiza a unidade industrial. Essa proposta enfrenta veemente resistência do Sindicato das Indústrias de Biodiesel no Estado de Mato Grosso (Sindibio-MT). “O objetivo do selo é fomentar e realizar a inclusão da agricultura familiar do Brasil, sem distinção de região à qual o pequeno produtor pertença”, defende a entidade em manifesto encaminhado ao MDA, em junho de 2013. “Tratando-se especificamente de Mato Grosso, é de conhecimento que a organização da agricultura familiar ainda está incipiente e existem diferenças regionais que não permitem, neste momento, acesso ao programa por grande parte dos pequenos produtores, que encontram enormes dificuldades de acesso a crédito, regularização fundiária, entre outros problemas.” Dom Osório Localizado no município de Campo Verde (MT), a aproximadamente 180 quilômetros da capital Cuiabá, o assentamento Dom Osório destaca-se como um dos projetos de reforma agrária do Estado com maior inserção no PNPB. Sua área, de 10 mil hectares, foi homologada pelo Incra em 2008. Lá vivem cerca de 600 famílias, das quais aproximadamente um terço está engajado na produção de soja para a cadeia produtiva do biodiesel. A participação dos assentados no programa chegará à sua quinta safra em 2014. A Biocamp, usina localizada no mesmo município, é atualmente a única compradora dessa produção, aponta o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Verde. Em abril de 2010, a Repórter Brasil abordou a realidade do assentamento Dom Osório em um relatório sobre os impactos da soja na safra 2009/2010. Foi possível constatar na ocasião que a não formalização dos parceleiros tornava o biodiesel a única fonte de investimento externo para os assentados locais. Em 2010, as famílias ainda não haviam obtido do Incra sequer o Contrato de Concessão de Uso (CCU), que transfere, em caráter provisório, o imóvel rural ao beneficiário da reforma agrária. Esse documento é o primeiro passo no longo processo burocrático que permite aos assentados o acesso definitivo à terra e às linhas de crédito disponibilizadas pelo governo. Passados quatro anos, esse processo de regularização ainda está incompleto. “O CCU só foi liberado recentemente, e há mais de 100 lotes para os quais o documento ainda não saiu”, afirma Neison Costa Lima, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Assentamento Dom Osório. Como consequência, os parceleiros, seis anos após a homologação do assentamento, ainda não conseguiram acessar os recursos do Crédito Apoio Inicial – linha de financiamento do Incra para a instalação das famílias nos lotes – e do Programa Nacional de Fortalecimento Agricultura Familiar (Pronaf), principal fonte de crédito para atividades produtivas em projetos de reforma agrária. Nesse contexto, os recursos oriundos da comercialização da soja ajudaram a suprimir as lacunas das políticas oficiais

para a solução de problemas básicos de infraestrutura, como, por exemplo, o acesso das famílias à água. Lima afirma que, com o dinheiro do programa do biodiesel, aproximadamente 200 poços artesianos foram perfurados nos lotes locais. “Já discuti com autoridades que se dizem contrárias ao plantio da soja em assentamentos”, conta Reginaldo Campos, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Verde. “Eu também não sou muito favorável, mas na situação em que se encontram as famílias, esse plantio foi importante sim, pois eles não tinham outro meio de sobrevivência.” A falta de regularização fundiária também é um problema para a inserção dos assentados no PNPB. De acordo com as normas para a manutenção do Selo Combustível Social, as usinas beneficiadas precisam apresentar ao MDA a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) dos fornecedores. Os moradores de Dom Osório, no entanto, ainda não possuem o documento. Frente a essa realidade, o sindicato dos trabalhadores solicita ao ministério, a cada safra, a emissão de DAPs provisórias para os parceleiros participantes do programa. A instabilidade desse arranjo, que precisa ser renovado anualmente para viabilizar a venda da colheita, gera incertezas e insegurança para as famílias assentadas, e inibe, portanto, a adesão de novos participantes na cadeia produtiva do biodiesel.

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¦Agronegócio¦

Arrendamento Além dos problemas burocráticos, a inserção do programa de biodiesel no assentamento Dom Osório também enfrenta questionamentos devido à relação estabelecida entre a Biocamp, a usina compradora, e os parceleiros. A parceria com os assentados envolvia comando e ingerência da empresa em diversas etapas da produção. A Biocamp era responsável, por exemplo, pelo fornecimento dos insumos, pelo preparo do solo, pelo plantio e pela colheita nos lotes fornecedores. Cabia ao agricultor pouco mais do que o manejo da lavoura durante o período de maturação da safra. “A empresa, além de fornecer a semente e o insumo, faz todo o acompanhamento, da plantação à colheita, ficando o assentado como mero espectador”, coloca Euzemar Fátima Lopes Siqueira, pesquisadora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Em tese de mestrado defendida em abril de 2011, ela analisou a inserção dos produtores de Dom Osório no PNPB. Identificou, num universo de nove entrevistados, que somente um possuía conhecimento técnico sobre a produção da matéria-prima para o biodiesel. A maioria não demonstrava interesse nesse conhecimento, e sim nas benfeitorias – limpeza e correção do solo – oriundas da parceria. Além disso, 63% dos entrevistados sequer sabiam o que era o Selo Combustível Social. Em 2009, essa situação levou o Incra a opor-se oficialmente ao arranjo estabelecido entre a indústria e os assentados. No entendimento do órgão, os contratos de compra e venda entre as partes escondiam, na verdade, o arrendamento dos lotes bela Biocamp – prática ilegal segundo as normas da reforma agrária. Mas, para o MDA, órgão ao qual o Incra está subordinado, a relação estabelecida constituía uma modalidade de financiamento da lavoura condizente com os parâmetros do Selo Combustível Social. Em 2012, uma auditoria do Tribunal de Contas da 26 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

União (TCU) em áreas de reforma agrária do Mato Grosso coadunou a visão do Incra. O documento revelava que boa parte do assentamento Dom Osório havia sido arrendada pela usina, “que, inclusive, utiliza as antigas instalações da sede da fazenda desapropriada como base de operações”. Os questionamentos enfrentados levaram a empresa a suspender o fornecimento dos insumos aos agricultores locais nas safras de 2011/2012 e 2012/2013. Assentados ouvidos pela Repórter Brasil relatam prejuízos, tendo em vista que não acessaram ainda os recursos do Pronaf – enfrentam, portanto, grandes dificuldades para financiar atividades produtivas. Para os que permaneceram no programa do biodiesel, a queda de produtividade da lavoura de soja foi um dos problemas relatados, tendo em vista a necessidade não atendida de correção da acidez do solo. Lançado pela ONG Repórter Brasil em abril de 2010, o relatório “Os impactos da soja na safra 2009/10” relatava depoimentos de agricultores no Mato Grosso sobre fraudes que visavam burlar as normas do Selo Combustível Social. No intuito de aumentar o número de parceiros da agricultura familiar para atender às exigências do selo, diversas empresas estariam envolvidas na “compra” de DAPs de assentados não envolvidos com a produção da soja. Ao firmar contratos fictícios com tais produtores, elas podiam justificar a aquisição de outras fontes de matéria-prima como supostamente sendo oriundas da


Acesse: www.graosbrasil.com.br agricultura familiar. Novos relatos ouvidos pela ONG em 2014 sugerem a continuidade dessas mesmas tentativas. Além disso, representantes sindicais – cabe a entidades representativas dos agricultores homologar os contratos de compra e venda no âmbito do selo – também revelam que o programa do biodiesel tem incentivado fazendeiros a arrendarem áreas em projetos de assentamento, como forma de se apropriar indevidamente das vantagens comerciais oferecidas pelo PNPB à agricultura familiar. A Repórter Brasil não dispõe de provas dessas práticas, e reproduz o conteúdo de depoimentos colhidos. Monocultura Assim como em Dom Osório, a lavoura da soja ocupa virtualmente toda a produção dos outros assentamentos que abastecem as usinas de biodiesel no Mato Grosso. Na avaliação da Fetagri-MT, esse é um dos principais obstáculos para o avanço do programa no estado, visto que a viabilidade econômica dessa cultura, no CentroOeste, está fortemente atrelada à produção em grandes áreas e a ganhos de escala. “Quando os preços caírem, os assentados do programa vão ficar numa situação muito difícil”, acredita Nilton José de Macedo, responsável pela

Secretaria de Política Agrícola da entidade. Para Macedo, a produção local de soja em projetos da reforma agrária já chegou ao limite das suas possibilidades de expansão. A Fetagri-MT defende a viabilização de outras oleaginosas, adaptadas às condições da agricultura familiar no estado, como alternativa para o crescimento do programa de biodiesel nos assentamentos. Uma demanda que ainda esbarra na falta de resultados concretos nas pesquisas locais para identificar e viabilizar outras culturas, como o pinhão manso, o girassol e o amendoim. No Mato Grosso, outra alternativa em debate é a inclusão de outras culturas, que não necessariamente oleaginosas, na lista das matérias-primas da agricultura familiar passíveis de serem adquiridas para a obtenção do Selo Combustível Social. A medida é defendida não só por representantes sindicais dos trabalhadores rurais, mas também pelo setor produtivo. O Sindibio-MT, que representa 14 indústrias de biodiesel do estado, defende a inclusão do milho e do feijão no programa. Tais culturas não seriam utilizadas para a produção do combustível, podendo ser revendidas pelas empresas no mercado. Em fevereiro de 2008, o Conselho Monetário Nacional, órgão vinculado ao Banco Central, aprovou a Resolução 3545/08, que estabelece um conjunto de condições

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¦Agronegócio¦ compra e venda renovados para a safra seguinte. As consequências dessa realidade perduram até hoje, tendo em vista que muitos projetos de reforma agrária ainda estão sem a devida regularização ambiental. Para obter o desembargo de áreas, produtores rurais precisam fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR) de suas propriedades na Secretaria estadual do Meio Ambiente – o documento delimita oficialmente o perímetro das áreas de preservação no imóvel. O próprio assentamento Boa Esperança ainda permanece, seis anos depois, na lista de áreas embargadas do Ibama. Para que seja efetuado o desembargo, o órgão exige a elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em ao menos 70% dos lotes do assentamento.

ambientais para o acesso ao crédito agropecuário em áreas situadas nos municípios do bioma amazônico. Elas incluem, por exemplo, a exigência de que fazendas ou lotes estejam em situação regular em relação à Reserva Legal e à Área de Preservação Permanente – ou, ao menos, que tenham dado entrada em procedimento formal para regularização junto ao órgão ambiental estadual. Além disso, também ficaram impedidos de obter financiamento os imóveis presentes na lista de áreas embargadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Assentamentos embargados Com diversos assentamentos localizados na região amazônica, a agricultura familiar do Mato Grosso foi bastante impactada pela medida. Ainda em 2008, o Ibama divulgou um ranking das 100 maiores áreas embargadas por desmatamento ilícito na Amazônia Legal. Todas as seis primeiras posições eram ocupadas por projetos da reforma agrária em terras mato-grossenses, cujos assentados viram-se impedidos de acessar os recursos do Pronaf. Além de alijados de financiamento, muitos parceleiros também passaram a enfrentar dificuldades crescentes para escoar a produção de seus lotes. O decreto presidencial nº 6.514, outra das medidas aprovadas em 2008, tornou um crime sujeito a pesadas multas o comércio de produtos agropecuários produzidos em áreas objeto de embargo. Incorria na infração não apenas quem vendia, mas também o comprador da produção. Tal situação foi mais um dos entraves para o avanço do programa do biodiesel em áreas de agricultura familiar do estado. Em 2008, dezenas de famílias no assentamento Boa Esperança, em Nova Ubiratã (MT), haviam convertido seus lotes para a produção de soja voltada ao PNPB. Naquele mesmo ano, no entanto, a Operação Arco de Foco, deflagrada pelo Ibama, embargou toda a área do assentamento. Como resultado, os participantes do programa não tiveram seus contratos de 28 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014

Cooperativismo O fomento ao cooperativismo é apontado pelo MDA como uma das estratégias centrais para a inclusão sustentável da agricultura familiar no PNPB. Organizados em cooperativas, os pequenos produtores, na visão do órgão, passam a ter maiores vantagens em termos de escala de produção, redução de custos e logística, bem como facilidades de acesso a insumos e tecnologias de produção. Além disso, obtêm maior poder de barganha na negociação de contratos com as usinas compradoras e outras empresas. O MDA incentiva a inserção de cooperados na cadeia produtiva do biodiesel através do Selo Combustível Social. Para a obtenção e manutenção do incentivo, que demanda percentuais mínimos de aquisição de matéria-prima da agricultura familiar, as indústrias produtoras podem contabilizar as compras oriundas de cooperativas que tenham ao menos 60% de agricultores familiares entre seus integrantes. Das 111 organizações do gênero habilitadas atualmente para participar do selo, apenas cinco estão no Mato Grosso. Mais da metade das cooperativas (56) é do Rio Grande do Sul. Um levantamento realizado pela Repórter Brasil em março de 2014 mostra que, entre essas cinco cooperativas mato-grossenses, apenas uma – a Cooperativa Agropecuária Mista de Ipiranga do Norte – não possui atualmente entre seus sócios agricultores inseridos na lista de áreas embargadas do Ibama.


¦Qualidade¦ No ano 2025 haverá 8.000 milhões de habitantes (FAO) e atualmente o mundo globalizado esta em permanente evolução com uma característica muito particular, já que os principais países emergentes representam aproximadamente a metade do PBI mundial, sendo os principais atores do crescimento do comercio internacional.

Importância da Qualidade dos Grãos no Armazenamento Por: Eng. Agr. (PhD) Cristiano CASINI |ccasini1@yahoo.com.ar

Apresentado este panorama é razoável prever que a demanda por produtos agroindustriais, donde radica uma das principais vantagens comparativas da região, seguirá crescendo nos próximos anos. Por tanto o desafio é de transformar-se em sistemas agro industrializado para ser econômica e socialmente sustentável. Tem que ficar atrás a Idea de oferecer matéria prima e oferecer ao mercado produtos elaborados de grande qualidade agroindustrial e alimentícia. Para isto se requer entrar em uma nova estratégia de produção cuja finalidade é a produção de produtos industriais, seja semielaborados (grãos de qualidade diferenciada, óleos, farinhas, etc.) e elaborados (biocombustíveis, bioplásticos, biofármacos e principalmente alimentos). Todos, constituídos em uma só cadeia agroindustrial. Isto implica integrar em um só processo industrial a produção primaria dos grãos na fazenda, transforma-los localmente e coloca-los no mercado internacional de acordo com a demanda. Esta

integração da etapa produtiva com a de comercialização, permite a cada um dos atores em conjunto visualizar desde um começo quais produtos elaborar e quais são os requerimentos necessários durante toda a cadeia produtiva. Abaixo deste último conceito podemos determinar que hoje não se admite produzir grãos sem uma planificação previa que tenha em conta: a qualidade do produto a obter, como obtê-lo, como armazená-lo, como industrializa-lo e a demanda do mercado, para lograr a máxima rentabilidade. É que o conceito de qualidade integral presigue, desde logo em um plante-o de sustentabilidade e conservação do meio ambiente. E descer que a qualidade tem requerimentos a dos pontas: uma, desde o inicio para lograr um grãos de alta qualidade durante a produção primaria. A outra, ao final como produto elaborado também de alta qualidade a disposição do consumidor. Se considerarmos estes dois aspectos da qualidade com uma visão prospectiva, vemos GRÃOS BRASIL - DA SEMENTE AO CONSUMO | 29


¦Qualidade¦

que com o tempo se gerarão mudanças nos futuros sistemas de armazenamento de grãos. Importância da qualidade dos grãos no armazenamento O principio do armazenamento e guardar os grãos secos, sadios, sem danos mecânicos e limpos. Para isto, a consigna básica e válida para todo tipo de armazenamento, é o de manter os grãos “vivos”, com o menor dano possível. Quanto melhor é a qualidade dos grãos ao momento de armazenagem, menores são os custos de armazenamento. Quando os grãos se guardam sem alterações físicas e fisiológicas, mantém todos os sistemas próprios de autodefesa e se conservam melhor durante o armazenamento. Isto depende da genética, do cultivo e da colheita. A genética na qualidade dos grãos A qualidade integral se inicia desde o mesmo melhoramento genético, edemas de lograr grãos de maior qualidade intrínseca, específica para cada produto (proteínas, óleos, biocombustíveis, etc.), a procura de mecanismos naturais de resistência ao deterioro, deve

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ser a base para melhorar a qualidade dos grãos e sua conservação posterior. A genética tem uma importância fundamental, já que temos cultivares da mesma espécie que se deterioram menos que outros. Isto se deve a sua constituição física (grãos mais duros) e a sua composição química (contem fenóis, flavonoides, etc.), que os fazem mais resistentes ao deterioro. Na soja é muito evidente que temos variedades que se deterioram menos que outras na etapa de pré-colheita e colheita. Estruturalmente, o tegumento do grão de soja confere resistência ao deterioro devido a 3 fatores. O primeiro é a formação de poros no tegumento do grão. Os cultivares com grãos mais deterioráveis tem maior quantidade e tamanho de poros no tegumento dos grãos. Por estes furos penetra facilmente a umidade e os grãos são afetados pelos fungos. O segundo fator é a deposição de ceras, provenientes do endocarpo da vagem, que podem ocluir em certos casos os poros e retardar a penetração de água. Em terceiro lugar, a composição química dos tegumentos (Lignina) brinda uma característica de maior dureza física e menor permeabilidade. Por outra parte se consideramos a qualidade do milho,


Acesse: www.graosbrasil.com.br vemos que está associada tanto com sua constituição física, que determina a textura e dureza, como com sua composição química, que define o valor nutricional e as propriedades tecnológicas. A importância relativa destas características resultará no destino da produção. Para as indústrias que usam grãos de milho, sua qualidade e propriedades tecnológicas são uma preocupação fundamental. E conhecido que os milhos duros resistem mais o deterioro que os dentados amarelos. A dureza e a resistência contra a ação mecânica ou ao quebrado durante a colheita e pós-colheita. Esta resistência, que determina a qualidade que pose o grão para seu uso e conservação, se relaciona em forma direta com a dureza do endosperma, que a sua vez, se deve a relação entre os endospermas córneos e farinhosos, e em menor medida, a compactação dos componentes celulares, a espessura da matriz proteica que rodeia os grânulos de amidona, e a espessura do pericarpo. Tanto maior será a dureza do grão, quanto maior seja a proporção de endosperma córneo que o componha. A Maior dureza maior resistência ao dano mecânico e ao ataque de patógenos. No caso do Sorgo, observamos também que os grãos mais escuros que contem maior conteúdo de

taninos são mais resistentes ao deterioro climático e incluso certa resistência ao ataque de pássaros. Aqui é necessário considerar que nem sempre o tanino tem características favoráveis, considerando que é um componente adstringente e que influi e negativamente em a capacidade de digestão das proteínas. Mas se encontrarão em esta espécie outros componentes, como outro tipo de feno és (Flavan-4oles), que se encontram nos grãos vermelhos que tem propriedades antifúngicas. Assim podemos enumerar características similares em uma grande quantidade de grãos, mas em geral podemos falar que estas características são herdáveis. Por isto se recomenda aos Fito melhoradores que incluíam, dentro de as prioridades de seus programas, a resistência ao deterioro dos grãos. Este aspecto irá alcançando cada vez mas relevância considerando una visão prospectiva dos grãos na cadeia agroindustrial e em o alimento exibido em um supermercado. Podemos falar que a maior qualidade genética do grão (resistência ao deterioro) melhor será seu comportamento a campo e sua conservação posterior em o armazenagem. O manejo do cultivo em a qualidade dos grãos Todo este plantio requer ade más, de um novo sistema de produção primaria já não e simplesmente produzir “grãos” e depois vemos que sucede. Isto exige uma agricultura mais programada, más exigente e mais precisa. Se consideramos só o ponto de vista produtivo, o manejo do cultivo e a base fundamental para lograr a qualidade inicial dos grãos a nível de campo. Assim mesmo temos que controlar os processos de colheita e pôs colheita para evitar perdas e o dano mecânico do grão, que em certos cultivos e muito elevado. Para isto, e necessário considerar que se deveria incluir a produção primaria dentro de um marco de “segurança da qualidade”, basicamente BPM, a qual responde a um adequado manejo do cultivo para evitar o deterioro do ambiente e o estresse do plantio, aplicando um controle integrado de plagas e mas ervas para evitar a contaminação do meio ambiente e dos produtos que se logrem. E muito importante manter o cultivo com o mínimo estresse possível já que cultivos

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¦Qualidade¦ estressados dão grãos mais deterioráveis. Desde logo que a ferramenta fundamental para fazer más eficiente este sistema é a Agricultura de Precisão. Para isto é necessário o uso de uma estratégia tecnológica que nos assista para ser “precisos” oportunamente em cada etapa desde a planificação, desenvolvimento do cultivo, colheita ate chegar ao armazenamento. Cabe destacar que a agricultura de precisão ocupará um rol cada más importante para melhorar a eficiência do manejo de cultivos e insumos de acordo a os ambientes, logrando a diminuição da contaminação dos grãos e do ambiente. A colheita, além da etapa de recolecção dos grãos, é considerada como a primeira etapa da padronização dos grãos. Na atualidade as maquinas disponíveis contam com um desenvolvimento tecnológico adequado para colheita de grãos limpos e sem dano mecânico. E uma das etapas fundamentais da produção, em a qual temos que pôr maior ênfases para evitar as perdas de qualidade e quantidade. Os grãos devem estar livres de contaminantes biológicos (micotoxinas), o que depende de um bom manejo do cultivo, a colheita sem dano e do acondicionamento para conservar seco, limpo e frio. O Armazenamento na Qualidade dos Grãos Quanto menor é o deterioro dos grãos na labora, melhor será sua conservação. Com isto obteremos melhor qualidade e diminuirmos significativamente os custos de sua conservação. Na etapa de pós-colheita, os grãos devem ser padronizados preservar a qualidade lograda na labora. Este acondicionamento tem um objetivo básico: armazenar o grãos seco, sadio, limpo, frio, livre de insetos e de contaminantes biológicos e químicos. O lugar de armazenamento deve procurar a maior higiene possível, ser “protetor” contra os insetos e as pragas em geral e diminuir o efeito nocivo dos fatores

ambientais. Um aspecto sumamente importante é o manejo integrado de pragas, durante o armazenamento, evitando o uso dos produtos restringidos e o sobre dosagem dos aprovados. E a base fundamental para lograr grãos industrialmente aptos dentro da cadeia de alimentos. Os mercados internacionais serão cada vez más exigentes com o nível de resíduos químicos que admitem. Finalmente, como base de um bom controle de qualidade, é imprescindível conhecer muito bem a qualidade de seus grãos antes de armazenar. Isto é fundamental, para poder determinar a estratégia de armazenamento e um adequado programa de controle de qualidade. Importância da Qualidade dos alimentos no mercado internacional Observamos que nos mercados emergentes temos uma melhora constante do nível de vida da povoação, o qual assegura que uma demanda por mais e melhores alimentos em crescimento no futuro. Em 2015 mais da metade da população viverá em cidades. A urbanização demandara um maior consumo de produtos elaborados. De acordo com um recente estudo da consultora Deloitte, denominado: “O Consumidor em 2020”, a convergência dos rubros econômico, demográfico e tecnológico: provocará mudanças sem precedentes em o consumidor ao término da década (Foro Mundial da Alimentação 2011. Bs. As. Argentina). Tendermos um crescente interesse do consumidor pela origem dos alimentos, com um ênfase maior por os produtos de alta qualidade e possivelmente de menor custo. Influência da qualidade inicial dos grãos e a qualidade final do alimento sobre os sistemas de armazenamento Finalmente, devemos destacar que o objetivo final da produção de grãos deve ser um produto elaborado, com uma elevada qualidade alimentícia e altamente

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competitivo a nível internacional. Isto significa que se deveram produzir grãos tinindo em conta o objetivo de satisfazer um padrão de qualidade específico, que é demandado pela agroindústria, de acordo a os produtos que elabora e as exigências dos distintos mercados. Analisando isto com uma visão prospectiva, nos

permitira observar a mediano e longo prazo o futuro da ciência e a economia para identificar às tecnologias emergentes que se requererão para adequar os sistemas de armazenamento as novas demandas. E aqui onde adquirirá cada vez mais relevância a influencia da qualidade dos grãos e dos alimentos, sobre os sistemas de armazenamento, considerados em cada uma dos extremos da cadeia agroindustrial (principio e fim). Por uma ponta, da produção primaria, deverá entregar um grão qualidade a os armazéns e por outra ponta, da agroindústria, exigirá a os armazéns a entregar um grão de características diferenciadas para um produto determinado que devera ter permanentemente um padrão de qualidade determinado. A planificação da produção já não se fará só para gerar mais matéria prima, a finalidade será produzir maiores e melhores produtos industriais. Os alimentos devem chegar ao consumidor mais elaborado e pronto para consumir. Os controles de qualidade em todos os processos agroindustriais devem ser cada vez mais estritos em toda a cadeia. Considerar que a base de toda evolução, contempla a melhora continua da qualidade dos grãos, partindo desde o melhoramento genético, passando por todas as etapas produtivas primarias, do armazenamento e da indústria, ate chegar ao consumidor.

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¦Qualidade¦ •

detectores de mau funcionamento em tempo real. Os sistemas de controle deveram contar com software que tenham a habilidade de variar o manejo das qualidades e de stocks para adaptar-se melhor a os requerimentos da indústria. Combinar as TIC´s e os softwares, para poder manejar a distancia desde qualquer dispositivo de comunicação o negocio agroindustrial, controlando em tempo real as atividades cotidianas da produção agropecuária, o armazenamento, a indústria e os mercados. Integração total dos armazéns nas cadeias agroindustrial com perfis bem definidos de sua capacidade e garantia operativa, dentro de um esquema de “Qualidade integral”.

NA CADEIA AGROINDUSTRIAL, A QUALIDADE INTEGRAL E SIMPLEMENTE FAZER TUDO BEM DESDE UM PRINCIPIO, COM A MAIOR RENTABILIDADE POSSIVEL, INTEGRANDO TODAS AS ETAPAS DA PRODUÇÃO, MAS O REQUISITO BÁSICO E A “QUALIDADE DOS GRÃOS”

Na etapa do armazenamento a ciência e a tecnologia, temos como principais componentes os seguintes desafios: • Aumento da capacidade de armazenamento em base a maior quantidade de silos de menor tamanho para diferenciar qualidades de grãos. Um cerealista terá inteires em receber grãos de qualidade conhecida para poder diferenciar sua armazenagem e ter uma oferta diferenciada para a industrialização dos grãos. • As máquinas e equipamentos utilizados deveram ser más simples, de menor mantimento, mais seguros e confortáveis para o operador e o entrono. • Os motores deveram ser aptos para biocombustíveis e com emissões menos contaminantes. • Deveram ter uma maior mecanização (robotização) para manejar os armazéns já que se prevê uma escassez de mão de obra. • Maior capacitação dos funcionários para adequarse a os novos requerimentos tecnológicos. • Adoção de sistemas de segura mento da qualidade desde as Boas Práticas de Manejo hasta as HACCP, que serão obrigatórias dentro da cadeia agroindustrial alimentícia. Em este ponto se devera trabalhar intensamente em o manejo integrado de pragas para ter um eficiente controle de fungos, insetos, roedores e aves contaminantes. • O desenho dos armazéns devera contemplar processos simples e menos consumidores de energia Estarão dotadas de sistemas eletrônicos e de comunicação com painéis de controle que facilitaram seu funcionamento e sua utilização, com 34 | Revista Grãos Brasil | Setembro / Outubro 2014



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¦Utilíssimas ¦ Curso de Classificação e Falta de crédito diminui Análise de Grãos área de soja na Argentina Gustavo Grobocopatel, executivo do grupo Los Grobo Dezembro/2014 (líder no plantio de soja na Argentina), disse que ao menos um milhão de hectares da oleaginosa podem não ser Viçosa/MG plantados no país por falta de dinheiro dos produtores. O Curso de Classificação e Análise de Grãos oferecido pelo CENTREINAR tem como objetivo dar ao participante a oportunidade de conhecer as técnicas corretas para uma classificação e análise dos grãos armazenados. Conteúdo Programático - Introdução ao armazenamento - Amostragem, determinação de umidade e impurezas - Legislação - Padronização - Teoria de classificação - Práticas de classificação - produtos: Sorgo, Feijão, Milho, Soja e Trigo

Segundo ele, em regiões como Córdoba, San Luís e o Noroeste da Argentina, há problemas severos de falta de crédito. “Há muita gente que vai diminuir a superfície porque há uma falta de acesso ao financiamento ou porque o finaciamento é caro demais”, disse Grobocopatel ao AgroSouth News. O produtor pede modificação na política agrícola do país: “Houve um tempo que havia uma renda extraordinária, agora o que existe são perdas extraordinárias”.

Vagas : 30 Inscrição: O valor total do curso a vista é R$700,00 (setessentos reais) para pessoa física. A prazo o valor é de R$ 750,00. Para as empresas (pessoa jurídica) que mandarem 2 participantes, terão 7% de desconto no valor a prazo (R$750,00). No caso de 3 participantes terá 10% de desconto no valor a prazo e para as que mandarem 4 participantes terão 12% de desconto. Nesse valor está incluso todo o material didático, a emissão de certificados e o deslocamento interno (do hotel ao local do curso). A hospedagem e alimentação correm por conta do participante.

Mair informações: Campus da Univ. Federal de Viçosa (31) 3891-2270 / (31) 3891-8380

www.centreinar.org.br

Revista Granos & Postcosecha Latino Americana Já está nos armazens, laboratórios, corretores de grãos, etc. a última edição da Revista Granos & Postcosecha Latino Americana - De La Semilla Al Consumo. Nesta edição notas muito interessantes sobre qualidade, controle de pragas, manutenção, tecnologia, refrigeração e informes empresariais, junto com informações sobre cursos e seminários da especialidade. Interessados em assinar enviar email para: consulgran@gmail.com

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