MONSANTO INVADE A CIDADE

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Monsanto invade a Cidade Simpósio de Escultura Intervenção no espaço natural



apoio



Monsanto invade a Cidade Simpósio de Escultura Intervenção no espaço natural

Alunos de Escultura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

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Monsanto invade a Cidade

Num meio modesto “Num meio modesto, e prático também, o truque de incarnar ainda provoca pequenos milagres! A alimentação, por exemplo!... se por hipótese amanhã eles impõem novos racionamentos... e vier a faltar-nos de tudo... não se preocupe!... o truque do incarnar salvá-lo-á!” — Louis-Ferdinand

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A busca dos elementos significativos do urbanismo, da paisagem, a reverencial poética do crescimento e desenvolvimento orgânico, reivindicam através das presentes intervenções-exercícios dos alunos da FBAUL, em especial dos professores escultores João Castro Silva e José Revez, um protagonismo da natureza que, no fundo, parece responder a uma certa nostalgia para recuperar aquilo que se perdeu. Se o land-art surgiu ligada à reflexão minimalista que pretendia romper com a função decorativa da escultura e se alimentou da vontade de desmaterialização das obras, do espírito anti-objectual e anti-artístico, o carácter efémero introduziu o tempo real como coordenada plástica e abriu as portas à ideia de arte como acontecimento e experiência. Presença de um compromisso ético muito pessoal na relação que estabelece com a natureza, mais uma actividade criadora do que arte matérica propriamente dita. Recreação dos ciclos vitais da natureza em alternância de vida e morte, utilizando metáforas como gesto que regenera o indefectível da morte. Ciclo via, passeio pedestre, em nosso entender, Landscape Art.

António Matos Professor Associado Agregado Escultor

Jovens escultores em Monsanto Em Julho de 2013, quinze alunos recém licenciados em Escultura, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, estiveram a trabalhar, durante onze dias, ao longo do Corredor Verde de Monsanto. Em estreita colaboração com a Divisão dos Espaços Verdes — no Jardim da Amnistia Internacional, na Quinta do Zé Pinto e no Parque do Calhau — desenvolveram-se trabalhos de escultura de ar livre dentro dos pressupostos da LandArt. O desafio foi a criação e execução de esculturas de intervenção na paisagem em espaços específicos e com os materiais locais. Varas de eucalipto e acácia

de desmatamentos, troncos de ciprestes mortos, restos de podas e de limpeza de terrenos ganharam outra finalidade para lá daquela para a qual estavam destinados. A matéria natural foi transformada em Escultura e a paisagem envolvente ganhou a dinâmica que o olhar destes quinze jovens escultores lhe imprimiram. Foi um trabalho faseado, desenvolvido ao longo de aproximadamente três meses. Com uma visita prévia aos locais de intervenção foram inicialmente desenvolvidos estudos de carácter espontâneo e, posteriormente, projectos para serem apresentados na Divisão de Espaços Verdes afim de se avaliar da sua viabilidade de execução. Cada um dos alunos fez a planificação dos trabalhos com os devidos cálculos de materiais e apoio logístico necessários. Individualmente ou em pequenos grupos, o começo efectivo deu-se na segunda semana de Julho entre as habituais contrariedades que sempre surgem durante a efectiva execução da obra. As contingências de trabalhar numa realidade que era alheia a ambos os parceiros obrigou a pensamentos rápidos e concessões de parte a parte. Entre o ideal imaginado e o real possível os trabalhos foram surgindo, muitos deles alterados face ao inicialmente projectado. Para lá das esculturas realizadas, que ainda hoje podem ser observadas, a grande mais-valia desta colaboração foi a aprendizagem daquilo que é o trabalho fora dos aconchegantes muros da Faculdade, onde há professores e pessoal não docente, com quem se estabeleceram relações de proximidade durante os três anos de percurso académico. De um ambiente protegido onde tudo se enfoca na idiossincrasia de cada um surgiu a necessidade de criar relações com elementos e códigos desconhecidos. Da abstracção de um espaço novo de conceptualização — o Corredor Verde — à concretude do relacionamento humano para a realização da obra fizeram-se dez trabalhos de Escultura, dez leituras dos espaços utilizados, do conceito de arte e ambiente e dos materiais, tempo e meios disponíveis. Mais perene que as obras realizadas ficou a experiência prática no mundo real, aprendizagem tão ou mais importante para o desenvolvimento artístico e humano destes jovens escultores. E porque nada nasce ao acaso gostaríamos de agradecer ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa e ao vereador do Ambiente e Estrutura Verde, Dr. José Sá Fernandes pela abertura ao projecto, disponibilidade de espaços e meios. Gostaria também de agradecer pessoalmente a dinâmica e empenho da Chefe de Divisão de Espaços Verdes, Engenheira Cristina Ferreira, que proporcionou a realização deste evento. Os nossos agradecimentos a todos os técnicos e equipas com quem trabalhámos que deram o seu melhor para que tudo se efectivasse.


Simpósio de Escultura. Intervenção no Espaço Natural

Um abraço especial aos técnicos José Luís António e Sandra Silva pelo total e incondicional apoio e dedicação. A todos, pela maneira como nos receberam e nos fizeram sentir como se estivéssemos em nossa casa.

João Castro Silva Professor Auxiliar Escultor

Uma Impressão de Lugar O desejo, ou a necessidade, de utilizar o espaço acaba, indubitavelmente, por se constituir num conceito que conduz à própria modificação desse espaço. De uma maneira geral, a manifestação de uma actividade cultural implica a utilização de um espaço, implica a sua própria transformação e, naturalmente, o consumo desse mesmo espaço; uma das actividades que se insere neste tipo de características está relacionada com a utilização estética do espaço, ao nível da fruição e/ou ao nível da operacionalidade. O espaço sofre assim uma transformação cognitiva, perdendo o seu estatuto de «natural» para adquirir um outro que lhe confere uma instrumentalização e vivências em torno de diferentes rituais que conduzem à coesão da comunidade que o consome; ao adquirir o papel de cenário, assume uma carga ideológica que potencia a sua estética espacial, criando elos territoriais com a comunidade que o utiliza, através da representação do seu universo simbólico. Nos finais dos anos 60 do século passado, começam a surgir indícios, nos Estados Unidos e na Europa, de novas tendências na sintaxe do discurso escultórico levado a cabo na altura. A par da representação da figura humana, a paisagem temse constituído como uma das temáticas, e fonte de inspiração, de maior relevo, acabando por se constituir numa directriz transversal na história e tradição mundial da escultura. No entanto, o tratamento desta temática acabaria por revelar-se num manifesto de desagrado relativo ao percurso que a escultura moderna seguia nos finais dos anos 60. A Land Art — conhecida também como Earthwork ou Earth Art — vem, de novo, permitir a relação entre a paisagem e o indivíduo, retomando uma das expressões mais significativas da cultura, abrindo caminho para uma revisitação ao sagrado; de certo modo, a Land Art permitiu uma reconciliação entre o sujeito e a Natureza, revelando o mundo como uma nova entidade, criando lugares evocativos e diferenciados, que

combinam a paisagem com fortes cargas simbólicas; a paisagem deixa de ser representada, passando agora a fazer parte integrante da própria obra, criando uma experiência inimitável entre o lugar, o artista e o observador. Através de um vocabulário redutivo e de uma certa inocência tecnológica, fortemente assumida nos seus ideais, a Land Art prima assim por uma ausência melancólica da presença humana, fazendo alusão a diferentes arcaísmos — como a astronomia — evidenciando um certo primitivismo romântico para a esfera do discurso artístico; ligando a arte ao lugar, assim como à história e às memórias que evoca, a Land Art constitui-se como veículo que anuncia um modo de discurso plástico que, de certo maneira, pode ser interpretado como uma forma de expressão contemporânea de sublime.

José Revez Assistente Escultor

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índice Ana Cláudia Almeida

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Ana Lúcia Pinto, Beatriz Bento

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Andreia Pinelas

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Carolina Quintela

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Diana Dinis, Luísa Barros

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Henrique Pavão

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Maria Dolores

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Nuno Ferreira, Pedro Serrano, Sérgio Matos

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Raquel Rita

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Rita Queiroga

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Susana Moreira

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Curricula Vitae

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obras

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Ana Cláudia Almeida Portal Troncos de madeira

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Com base nas entrevistas feitas ao Professor Arquiteto Paisagístico Gonçalo Ribeiro Telles percebi que quando este corredor foi pensado, foi visto e interpretado como uma utopia, como um mito dificilmente tornado realidade. Desta forma o meu projeto incide na simbologia de um arco ou de um portal que denota a passagem entre dois estados, neste caso entre o mito e a realidade que foi a concretização deste projeto, entre a zona urbana e natural da cidade de lisboa.


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Ana Lúcia Pinto, Beatriz Bento Posto de controlo Troncos de madeira

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Os três objetos construídos e instalados no espaço de Monsanto têm como principal propósito identificar e salientar três pontos de ação que definem o percurso de ligação física entre o urbanismo e a natureza integrante do espaço de Monsanto. Sobre o plano em que a escultura se encontra inserida temos uma total visão sobre o aqueduto, e as duas estruturas que o complementam nas extremidades, o Parque Florestal de Monsanto e os edifícios de habitação. O que a obra procura é atribuir ao observador um percurso mais singular e específico sobre o plano definido pelo aqueduto, de modo a que o observador possa usufruir de uma experiência mais introspetiva e singular com as particularidades das partes do espaço. O título da obra, Posto de Controlo, remete para a sua orientação sobre uma localização ou elemento específico: marca o início e fim de um trajeto, detalhes do seu aspeto e dimensões.


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Andreia Pinelas Sombra Brita e pó de tijolo

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A sombra da árvore conjuga-se entre o espaço luminoso e sombrio. A minha intervenção consiste na captação da sombra de um sobreiro existente no Parque do Calhau. A silhueta da sombra consiste numa compilação das várias projecções de sombras que existem durante o dia. O espaço de sombra é elevado do nível do solo como um relevo… Com a rotação do sol, a sombra original desloca-se da sombra executada, na qual os espaços de luz e sombra renovam o espaço em que incidem. Conquistam novos volumes.


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Carolina Quintela 11.00h Troncos de madeira

Círculo — Observador — Hora — Autor O círculo formado pelos cinco troncos constitui um lugar de refúgio e introspecção. Protegido por este círculo, o espectador é convidado a parar e a observar, quer seja no seu interior quer seja fora, percorrendo-o. De uma forma reflectiva, o observador consegue, parando, aperceber-se do espaço e paisagem envolvente e o que antes parecia um espaço com pouca identidade que se caracterizava por ser principalmente de passagem ou de estacionamento, ganha outro sentido. Aqui pode observar-se o começo do parque de Monsanto e percorrendo o círculo, o espectador vai tendo noção da forma como a cidade e a natureza interagem e de que forma a cidade se foi desenvolvendo, deixando a natureza perdurar. Outro aspecto importante é a sombra. As valas que se encontram na base dos troncos marcam a sombra que é produzida por estes às 11 horas da manhã, hora a que o projecto interventivo foi concluído. Esta hora foi assim perpetuada, dando a conhecer ao observador o trabalho de obra e aproximando-o do autor, sendo quase o projecto concluído todos os dias quando a sombra entra na vala. Com isso, o que antes era apenas bidimensional, ganha agora uma tridimensionalidade através da ilusão de volume que a sombra e a vala conjuntamente produzem.

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Diana Dinis, Luísa Barros 3-3-3 Corda de sisal, três árvores

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Simbologia associada ao número 3. Força das cordas, como se juntasse as árvores. O trio torna cada individual num uno, numa unidade, um todo. O número 3 tem uma grande importância simbólica de união e equilíbrio, é também o número chave da democracia, pois é a quantidade mínima de pessoas necessárias para que se consiga tomar uma decisão em grupo.


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Diana Dinis, Luísa Barros Ciclo-círculo Troncos de pinheiro

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Habitabilidade. Contacto com o meio envolvente. Sucessão de fenómenos sistematicamente reproduzidos em períodos regulares com interrupção do percurso. Evolução de um ser vivo, domínio; área; extensão. Disposição das pessoas em forma de “assembleia”.


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Henrique Pavão Sem título Cipreste

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Este projecto consiste numa intervenção no local usando as suas qualidades e formas, apropriando-me delas como material. A partir do momento em que descobri a minha linguagem artística tenho vindo a trabalhar sobre as condições físicas do espaço sendo este construído pelo homem (espaço arquitectónico) ou como neste caso criado pelo acaso da natureza. Nesta obra é feita uma inversão espacial do local criando um jogo de positivo e negativo, baseado na ideia de espaço como algo material e palpável. Resultando numa projecção do mundo exterior de baixo do solo, criando assim um mundo subterrâneo, mostrando que algo sólido (objecto) é tão penetrável como algo virtual (espaço). Para isto apropriei-me de duas arvores, uma delas viva e fixa no seu local, aproveitando esse mesmo local para escavar e colocar outra árvore morta na posição contraria, isto é, com as raízes para cima. Estas estão dispostas lado a lado, uma penetra o espaço e a outra o objecto.


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Maria Dolores

Eça de Queiroz numa carta aberta a Lima de Mayer, não poderia ter sido mais visionário na sua opinião acerca da arte:

6º. Sentido Materiais perecíveis: madeira, terra, agulhas de pinheiro

“Na arte só têm importância os que criam almas, e não os que reproduzem costumes ( …) queremos ver o homem, não o homem dominado pela sociedade, entorpecido pelos costumes, deformado pelas instituições, transformado pela cidade, mas pelo homem livre, colocado livre na natureza, entre as livres paixões.” Troços de árvores ou outros materiais fornecidos pela natureza, marcarão a passagem por este corredor como uma pegada indelével que lembra quão ténue e interessante é o equilíbrio entre a natureza e a intervenção humana.

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Nuno Ferreira, Pedro Serrano Sérgio Matos Oásis Madeira de acácia e choupo

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Encontrado na habitabilidade do espaço urbano… remetendo ao confronto do natural com a metrópole, como um recanto espiritual do rebuliço contingente da fuga de tempo que pauta o Homem moderno…A desmistificação de um abrigo de infância… das muitas infâncias da Humanidade… de uma inocência escondida, decalcada pelo quotidiano apressado de cada um que ali passa… Um espaço âncora entre a pertença e o isolamento… basilado numa ambiência segura que perpassa a peça e se prolonga por todo o Corredor Verde de Monsanto… Oásis é um refugio, um lugar que vem como uma frecha de luz. É um espaço para nos perdermos, para nos encontrarmos, para reflectir e para coexistir... A verdade é que a obra mistura-se com o ambiente, sem a agressividade, o transtorno de um impacto pungente ao espectador. A obra vem como provocação mas em tom familiar...


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Raquel Rita Suporte Ramo de eucalipto

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"Suporte" é uma intervenção que reflecte sobre a constante construção e reconstrução feita pelo ser humano. O Homem constrói constantemente com elementos naturais e a Natureza devolve esses elementos à sua origem. Esta obra aborda a questão da efemeridade presente na manipulações das matérias e que são constantemente alvo de renovação.


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Rita Queiroga Miradouro 3 troncos de cedro

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Monsanto invade a cidade! Numa frenética confusão, milhares de espécies botânicas decidem reclamar o seu espaço na cidade e avançam a toda a velocidade por entre as linhas traçadas a esquadro que compõem o tecido urbano, deixando um longo rasto verde acastanhado de terra e folhagem. Como numa história de encantar em que as árvores falam e andam e mexem e pensam e decidem e agem, num mundo criado por um mestre ourives em que o poder é controlado pelo brilho do ouro arredondado do anel, também estes seres oriundos do mundo verde de Monsanto avançam destemidos pela cidade dos sete cumes. E num cume mais modesto, três dos mestres sábios e conselheiros decidem abandonar a maioria descontrolada e sentam-se em reunião triangular, que é também dizer em círculo, pois que três pontos podem ser unidos de forma circular. E na sua aura de monólitos sacrais, os três mestres recolhem-se da multidão e começam lentamente a falar sobre o futuro da revolução. O que decidem finalmente, é que o bicho homem precisa que alguém lhe mostre os pequenos quadros de pintura natural que por todo o lado se podem encontrar, mas que por todo o lado o bicho homem se esquece de guardar no fundo dos seus olhos, que apenas está habituado à vista passageira deslavada e desgastada.


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Assim, entregando os seus próprios corações à nobre causa, os três mestres resolvem retirar do seio protector da sua seiva interior, esse músculo primordial que garante a batida constante que orquestra o ritmo da vida, e num gesto dilacerante mas altamente deliberado, arrancam os corações dos seus corpos. Lentamente, os três mestres recolhem-se para os seus mundos interiores, esperando pacientemente a hora em que as suas consciências entram no sono final. Actualmente, passados anos, podemos ainda ver os buracos deixados pela ausência do músculo vital, buracos esses onde ainda se veem os veios por onde outrora a sabedoria costumava correr. Essas janelas naturais deixam-nos ver o mundo que está para lá do aqui. Deixam-nos ver os pequenos quadros da paisagem que por segundos podem mudar a nossa experiência habitual do mundo. Deixam-nos ver, por fim, o que está além.

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Susana Moreira Quietação Empilhamento de mato

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Observando um dos respiradouros do aqueduto das águas livres, sente-se uma certa curiosidade pelo mistério gerado em torno daquela presença que sabemos ter tido uma existência longa. É neste ambiente florestal que a poética do caminho das águas reencarna numa figura insinuante que invade e contrasta com a natureza. A linguagem lírica e romantizada, de um lugar tão desconhecido e com história, é transportada num corpo que repousa e se tenta camuflar neste mundo exterior. É uma presença que aparenta vir da água e saber os segredos todos, que veio para o exterior desabafar e mudar lentamente de pele e de casa.


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curricula vitae

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Ana Cláudia Almeida Lisboa, 1992. Trabalha e reside em Lisboa. Formação: Escola António Arroio, Lx, especialização Realização Plástica Espectáculo (2010); Lic. Escultura FBAUL (2013). Projectos: A Guerra não é um Brinquedo, Amnistia Internacional Portugal (2010); escultura colectiva, Festival Optimus Alive’11 c/ Guitarra (2011); New Ideas in Medallic Sculpture 2012’13, Portugal, Japão e USA; Caryatides, c/ Reflexão, Galeria Comendador João Martins, Proença--a-Nova; Monsanto Invade a Cidade, c/ Portal, Simpósio Escultura, Parque Florestal Monsanto (2013). Assistente do escultor Anthony Heywood c/ Take a walk, Lisboa e Porto (2012).

Carolina Quintela Caldas da Rainha, 1991. Vive e estuda em Lisboa. Formação: Iniciou em 2012 o Curso Nocturno de Joalharia no Ar.Co (Centro de Arte e Comunição Visual), Lx. Concluiu em 2013 a Licenciatura em Escultura pela FBAUL. Residências Artísticas: Land Art, 2012, Moledo, Lourinhã. Monsanto Invade a Cidade, Simpósio Escultura, Parque Florestal Monsanto, 2013, Lisboa; Exposições Colectivas: Galerias Abertas das Belas-Artes, edições 2011, 2012 e 2013; Intersecções, Exposição alunos Joalharia Ar.Co, sala Edmée Marques, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lx, 2013.

Ana Lúcia Pinto Coimbra, 1991. Reside em Lisboa. Frequentou a Escola Secundária Artística António Arroio no curso de Produção Artística — Ourivesaria, e concluiu a licenciatura em Escultura na FBAUL em 2013. Paralelamente estudou Conservação e Restauro, concluindo 4 níveis da área de estudos lecionada na Faculdade de Belas-Artes e participou no restauro da escultura original de Fernando Pessoa do escultor Lagoa Henriques. Frequentou um workshop de restauro de faiança na Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra.

Diana Dinis Lisboa, 1991. Reside no concelho da Amadora e estuda em Lisboa. Formação: Curso de Artes Visuais na Escola Secundária da Amadora; 1º ano do curso de Línguas, Literaturas e Culturas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; finalista da Licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa da Universidade de Lisboa. Exposições Colectivas: Monsanto invade a Cidade, Simpósio de Escultura, Intervenção no Espaço Natural, Corredor Verde de Lisboa Parque Florestal de Monsanto. Residências Artísticas: Land Art, Moledo, Lourinhã.

Andreia Pinelas Alcochete, 1991. Reside em Alcochete. Estágio Profissional com a Amnistia Internacional Portugal; Finalista da Lic. Escultura, FBAUL. Escultura coletiva no Festival Optimus Alive 2011. Galerias Abertas das Belas-Artes, 2012. Exposições coletivas na área da Medalhística: Filadélfia, Letónia, Nagoya, Glasgow, Bulgária, Nova Iorque, Lx; Caryatides, Gal. Comendador João Martins, Proença-a-Nova 2013; International Medal Project, Freedom e New Creation; New Voices, Medialia Gallery, Nova Iorque. Premiada no XXXII Cong. Int. FIDEM, Glasgow, Escócia, c/ bolsa para jovens artistas. Simpósio de LandArt Monsanto invade a Cidade.

Henrique Pavão Lisboa, 1991. Reside no concelho de Lisboa. Formação: Concluiu o primeiro ano de licenciatura em arquitectura na Univ. Autónoma Lisboa, 2010. Em 2013 termina licenciatura em escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, tendo realizado o primeiro semestre do 3º ano em Fine Arts na Nottingham Trent University em Nottingham UK. EXPOSIÇÕES COLECTIVAS: Participação na exposição do artista Markus Ambach MUSEUCAMPUS, MNAC, Museu Chiado, Lx, 2012; Mid-point exhibition, NTU, Nottingham Trent University, Nottingham UK, 2013; Monsanto Invade a Cidade, Lx, 2013. EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS: Transform the Space Using the Space II, Lx, 2013.

Beatriz Bento Cascais, 1992. Reside em Carcavelos e trabalha e estuda em Lisboa. Formação: Concluiu o ensino secundário em 2010 no curso de Línguas e Humanidades e concluiu em Poznan (Polónia) a Licenciatura de Escultura em 2013 pela FBAUL. Residências Artísticas: Land Art 2012, Moledo, Lourinhã. Double Meaning 2013, Skoki, Polónia. Five o’clock 2013, Poznan, Polónia. Monsanto Invade a Cidade, Simpósio Escultura, Parque Florestal Monsanto, 2013, Lisboa. Exposições: Land Art na aldeia de Moledo, Lourinhã. Five o’clock no cinema AMARANT, Poznan Polónia. Spring of Youth no centro cultural ZAMEC, Poznan, Polónia.

Luísa Barros Amaral Lisboa, 1992. Vive e trabalha em Lisboa. Formação: Lic. Escultura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 2013. Residências Artísticas: Monsanto Invade a Cidade, Simpósio de Escultura, Intervenção no Espaço Natural, Parque Florestal Monsanto (2013); Land Art, Moledo, Lourinhã (2012). Assistente do escultor Anthony Heywood, no projeto Take a Walk, Lx (2012), Porto (2013). Exposições Colectivas: GAB-A (2013/12/11); colaboração c/ Markus Ambach em museucampus, A walk from R.Serpa Pinto to the Lg Academia Nacional Belas-Artes,

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Monsanto invade a Cidade

MNAC. Assistência e participação no workshop Picasso Cake, em associação com o departamento de Escultura, Faculdade de Belas-Artes Letónia (2012).

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Maria Dolores Lisboa, 1957. Pintura, desenho, trabalhos em madeira, restauro, transf. peças e objectos desperdiçados, surgiram do desejo de desenvolver e derivar para outros tipos de expereriências não tendo imposição de fronteiras. Grande interesse por temas actuais integrados num contexto humanístico vasto registado, passando pelo entendimento das artes plásticas como território experimental alargado a várias áreas da expressão artística. Formação: 2013 Lic. Escultura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; 2012 Cencal-moldes gesso, faiança, vidragem; 2008 Pintura AR.CO; 2005/actual org. prod. espect. dança; Workshops: 2006 pintura chinesa papel arroz, Singapura; 2006/10 desenho autor c/ Castro Caldas, Pedro Sousa Vieira, Armanda Duarte, Paulo Brighenti, Rui Vasconcelos, Jorge Nesbitt, Rui Moreira, Manuel Botelho, António Poppe, Gustavo Sumpta, Rui Patacho, Pedro Paixão, Gil Heitor Cortesão, Luísa Cunha, 1998 desenho Botanical Garden, NY; Exp. Colectivas: 2008/9: AR.CO Exp. Finalistas; Homenagem António Inverno, Aljezur; Exp. Individuais: 2012 Out Door Vision, Vaerket Galery, Dinamarca; 2011 Saxa Loquuntur ou a Pedra Falará, Casa Roque Gameiro, Amadora; Mov. Expansivo Desassossego, Banco Portugal, Lx; 2010 Universitas Rerum, Casa Mantero, Sintra; 12 Anónimos para 30 dias, Gal. Aníbal Afonso, Lx; 2009 Confissões e Outras Mentiras, Teatro Recreios Amadora; Cruzamento de Género, Ferreira do Alentejo; 2008 Na Imensidão de uma Parede Vazia, Amadora; Actos, Teatro Sá da Bandeira, Santarém; Proj. E Resid.: 2013, Devolver o Parque à Cidade, Monsanto; 2012 Land Art, Moledo; 2009 Part. capa livro Sociologia e Política Eleitoral; 2008 Desenho fatos p/ bailado Encounters, Teatro Marinsky, S. Petersburgo.

Nuno Ferreira Lisboa, 1991. Reside e estuda em Lisboa. Concluiu em 2013 a Licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Pedro Serrano Portalegre, 1991. Reside actualmente em Lisboa, onde estuda e trabalha. Conclui no presente ano, 2013, o curso de Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Raquel Rita Setúbal, 1992. Curso Produção Artística, especialização Realização Plástica do Espectáculo, Esc. Sec. Artística António Arroio, 2010. Lic. Escultura, FBAUL, 2013. Exposições Colectivas: NEW IDEAS IN MEDALLIC SCULPTURE, Portugal, EUA, Japão, 2011’12, 2012, 2012’13; Optimus Alive’11; 17º Exp. Int. Artes Plásticas Vendas Novas, 2011; 7º Ed. Galeria Aberta, Beja, 2011; VI Ed. Prémio Medalha Contemporânea Sintra Dórita Castel-Branco, 2012; Caryatides, Gal. Comendador João Martins, Proença-a-Nova, 2013; Picasso Cake, Letonia-Portugal, 2013; Simpósio Escultura Monsanto Invade a Cidade, Parque Florestal Monsanto, 2013. Prémios: Conc. Troféus Gala Anual DUL, 2012; Menção Honrosa Concurso Ideias para Troféu Prémio de contabilidade Luiz Chaves de Almeida e Prémio de História da Contabilidade de Martim Noel Monteiro, 2012; 1º Prémio Conc. Medalha Portugal-China: Encontro de Culturas (INCM), 2013; 1º Prémio conc. medalha, Colégio Pedro Arrupe, 2013.

Rita Queiroga Aveiro, 1991. Vive e estuda em Lisboa. Formação: Curso Artístico com especialização em Ourivesaria da Escola Secundária Artística António Arroio, 2009, Lisboa; Estágio em lapidação de diamantes, técnica de mokumé gane, prataria e desenho de jóias com duração de um mês, SIHA School, 2009, Antuérpia, Bélgica; Licenciatura em Escultura da Faculdade de Belas-Artes, 2013, Lisboa. Exposições Colectivas: XI Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro, 2013. Prémios: 1º Prémio de Joalharia do 17º Encontro Internacional do PLE (Parlamento Liceal Europeu), 2009.

Sérgio Matos Lisboa, 1980. Reside e estuda em Lisboa. Concluiu em 2013 a licenciatura em Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Susana Moreira Lisboa, 1991. Estuda em Lisboa e reside no concelho de Oeiras. Formação: Terminou a licenciatura em Escultura na Faculdade de BelasArtes da Universidade de Lisboa em 2013 e frequenta actualmente o Mestrado em Escultura. Exposições Colectivas: Galerias Abertas de Belas-Artes; Simpósio de Escultura Monsanto invade a cidade, Parque Florestal de Monsanto, 2013. Projectos: Desenvolveu trabalhos em escultura, fotografia, vídeo, criações de posters e flyers, ilustrações etc.


Organização e edição Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa Tel. [+351] 213 252 108 grp@fba.ul.pt · www.fba.ul.pt

© dos textos e das fotografias, os autores. © FBAUL, 2014.

Monsanto invade a Cidade 15—26 julho 2013 Corredor verde de Lisboa Parque Florestal de Monsanto Lisboa, Portugal

Coordenação Prof. Auxiliar João Castro Silva* Cristina Ferreira** Apoio à montagem José Luís António** José Revez** Sandra Silva** Relações públicas Isabel Nunes* Design de comunicação Tomás Gouveia*, Inês Chambel* Imagem da capa Posto de controlo (detalhe) Ana Lúcia Pinto, Beatriz Bento 2013 Impressão e acabamento inPrintout ISBN 978-989-8771-05-6 Dep. legal 383569/14

Lisboa, novembro 2014

* FBAUL / ** CML

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