Em Cartaz - Edição Especial Balanço de Gestão

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edição especial | dezembro 2016 Casa da Imagem abre exposição sobre a fotografia na publicidade brasileira, pág. 17 Grupo Pasárgada adapta para crianças Moinhos e carrosséis, musical dos anos 1980, pág. 42

Novo Cultura Olhar

em quatro anos

Versão crítica e contemporânea do Balé da Cidade para O quebra-nozes ganha referências da dança de rua e dos reality shows, pág. 11

Edição especial do guia EmCartaz traz o balanço das ações da Secretaria Municipal de Cultura entre 2013 e 2016 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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O Circuito Spcine atingiu a marca de 250 MIL ESPECTADORES. As exibições acontecem de graça ou a preços populares em 15 CEUs, nos Centros CulturaisdeOlido e As exibições seguem acontecendo São Paulo e na sala recém-inaugurada na Biblioteca graça ou a preços populares em 15 CEUs, Pública Roberto Santos. nos Centros Culturais Olido e São Paulo.

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EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz


editorial SÃO PAULO, TERRITÓRIO DA CULTURA

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ocupação do espaço público como território para desenvolvimento de diversas práticas cidadãs foi um conceito estratégico que permeou as ações e políticas desenvolvidas entre 2013 e 2016 pela Secretaria Municipal de Cultura. Não é à toa que este é o tema que abre a edição especial do guia EmCartaz, que traz um resumo das principais ações realizadas nos últimos quatro anos. Além de enfocar essa temática, a publicação está estruturada em outras seis: participação social, fomentos e cidadania cultural, espaços culturais, audiovisual, formação, patrimônio e memória. O objetivo é que estes temas centrais apresentem os conceitos essenciais que orientaram as inúmeras ações. Com relação à ocupação dos espaços públicos, por exemplo, é evidente que para além da rede de equipamentos culturais, a população reivindicava outra forma de comunhão com a cidade e a cultura. Este conceito norteou ações como a criação do Circuito Municipal de Cultura, que levou programação cultural para todas as regiões da capital; o desenvolvimento e ampliação do Carnaval de Rua de São Paulo; a liberação dos artistas de rua, que agora podem se apresentar em áreas públicas, obedecendo às regras que eles mesmos ajudaram a Prefeitura de São Paulo a estabelecer; e também a criação dos novos editais de fomento, entre

http://www.facebook.com /SaoPauloCultura

eles o Redes e Ruas, iniciativa inédita que reuniu três Secretarias Municipais: de Cultura, de Serviços e de Direitos Humanos e Cidadania, e selecionou projetos que associam tecnologia, cultura e a cidade. Outro tema estratégico é a participação social. Ouvir a população foi uma prática permanente durante esta gestão. Diversos canais se desenvolveram e se aprimoraram a cada ano. Logo em 2013, foi criado o #existediálogoemSP, série de encontros temáticos que cumpriram a importante função de convidar os cidadãos e a sociedade civil organizada a trazer ideias e anseios para serem debatidos publicamente em sessões abertas a todos os interessados. No mesmo ano, aconteceu a Conferência Municipal de Cultura, na qual foram eleitas pela sociedade civil 30 propostas prioritárias, muitas das quais se concretizaram na sequência, como a criação da Lei de Fomento à Cultura da Periferia. Um dos processos participativos mais importantes para a cidade de São Paulo, foi a elaboração inédita do Plano Municipal de Cultura, que aconteceu entre 2015 e 2016. O documento orientará as políticas públicas a serem desenvolvidas pelos próximos dez anos. Sua construção contou com um processo extenso e amplo de participação popular por meio de encontros temáticos e regionais.

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Biblioteca Mário de Andrade /Sylvia Masini

Programa Aldeias aldeia Tekoa Tenondé Porã/Sylvia Masini

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3a Conferência Municipal de Cultura Memorial da América Latina/Sylvia Masini

Carnaval de Rua de São Paulo palco Largo da Batata/Sylvia Masini

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índice

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04 OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO

17 PARTICIPAÇÃO SOCIAL

05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16

18 #ExistediálogoemSP 19 3a Conferência Municipal de Cultura 20 Plano Municipal de Cultura 21 Conselho Municipal de Política Cultural 22 SP Cultura 23 Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca

Aniversário de São Paulo Carnaval de Rua de São Paulo Circuito Municipal de Cultura Virada Cultural por Toda a Cidade Artistas de Rua Jornada do Patrimônio Mês da Cultura Independente e SP na Rua Comemoração do Mês do Hip-Hop Valorização do Samba Paulistano Grafites na 23 de Maio e no Túnel Noite Ilustrada Apoio a Espaços Independentes Feira Literária de Cidade Tiradentes (Flict)

EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz

24 Orçamento Participativo do CCJ 25 FOMENTOS E CIDADANIA CULTURAL 26 Investimento 27 Fomentos ao Teatro e à Dança 28 VAI 2 29 Agente Comunitário de Cultura 30 Fomento à Cultura da Periferia 31 Aldeias 32 Pontos de Cultura 33 Novos Programas: Redes e Ruas 34 Novos Programas: Zé Renato e Circo


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Jornada do Patrimônio Mercadão/Sylvia Masini

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Programa de Iniciação Artística (PiÁ)/Fabi Ribeiro

Cine Caixa Belas Artes Sala Spcine/Sylvia Masini

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35 ESPAÇOS CULTURAIS

55 PATRIMÔNIO E MEMÓRIA

36 Bibliotecas 39 Biblioteca Mário de Andrade 24 Horas 40 Theatro Municipal de São Paulo 42 Centros Culturais e Teatros Municipais 45 Centro de Referência da Dança de São Paulo 46 Casas de Cultura

56 57 58 59 60 61 62

47 AUDIOVISUAL 48 Spcine: Cinema para Todos

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Cine Caixa Belas Artes Vila Itororó Doação do Acervo Piolin Museu da Cidade de São Paulo Arquivo Histórico Municipal Novos Instrumentos de Valorização do Patrimônio Restauro do Monumento à Independência

63 FICHA TÉCNICA

50 FORMAÇÃO 51 52 53 54

Iniciação Artística: Emia Iniciação Artística: PiÁ Programa Vocacional Jovem Monitor Cultural

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ocupação do espaço público

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evar a cultura de todas as formas para todos os lugares foi uma missão encarada com compromisso e seriedade nos últimos quatro anos. Ocupar ruas, praças e parques com atrações culturais, contemplando a imensa oferta de atividades e suas nuances, tornou-se tema prioritário desta gestão. Isto pode ser verificado em diversas ações concretas, como a descentralização de comemorações do calendário da cidade, desde seu aniversário, Virada Cultural, Mês da Cultura Independente (MCI) até novidades que foram reivindicadas e abraçadas pela população, entre elas o Carnaval de Rua de São Paulo. Todas estas ações demandam serviços públicos articulados entre diversas secretarias municipais, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Cultura. Ocupar os espaços de forma criativa e contemporânea, como colorir a cidade por meio de obras de grafite, foi outra forma de fazer a arte circular.


ocupação do espaço público Aniversário dos 459 anos da cidade de São Paulo, Vale do Anhangabaú, em 2013 Sylvia Masini

ANIVERSÁRIO DE SÃO PAULO

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aniversário de São Paulo, no dia 25 de janeiro, sempre ocupou lugar de destaque no calendário de eventos da cidade por representar a abertura das celebrações do ano, logo após o Réveillon. Em 2013, o Vale do Anhangabaú foi o palco escolhido para festejar os 459 anos da capital com o show “4 gerações cantam São Paulo”. A programação teve apresentações de Zélia Duncan, que trouxe seu show “Tudo esclarecido”, uma homenagem a Itamar Assumpção; Criolo e Emicida, Arnaldo Antunes e encerramento com Rita Lee. Em 2014, a celebração de 460 anos aconteceu na Praça da República e teve como convidado principal Paulinho da Viola, às 17h. A primeira edição do SP na Rua, festival de coletivos artísticos que depois foi incorporado ao Mês da Cultura Independente (MCI), foi uma das atrações da programação de aniversário e aconteceu no próprio dia 25, a partir das 22h. Nesta edição, também dois importantes avanços foram introduzidos: a descentralização das comemorações e a oferta de atividades para o público infantil. Foram montados, além

do palco central, outros na Praça Campos de Bagatelle (zona norte), Parque do Carmo (zona leste), Largo da Batata (zona oeste) e Largo de Piraporinha - M’Boi Mirim (zona sul). Para as crianças, a Praça das Artes (centro) foi transformada em um grande espaço de convivência, com atividades interativas e shows musicais. Em 2015, a programação descentralizada se consolidou, levando atrações para todas as cinco regiões da cidade e o palco principal foi montado no Centro Esportivo e de Lazer Tietê (zona norte), que se transformou em um verdadeiro parque municipal e recebeu como atração principal Jorge Ben Jor. O mesmo aconteceu em 2016, quando foi convidado Gilberto Gil, entre outros. Em 2016, as comemorações se estenderam por três dias, entre 23 e 25 de janeiro, tendo como um dos pontos altos, no dia 24, a apresentação da cantora Daniela Mercury em cima de um trio elétrico. O itinerário percorrido saiu da Avenida Faria Lima e terminou na Rua da Consolação, próximo da Praça Roosevelt, “arrastando” milhares de pessoas. emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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Sylvia Masini

ocupação do espaço público

Carnaval de Rua de São Paulo - palco Largo da Batata, em 2016

CARNAVAL DE RUA DE SÃO PAULO

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e foliões. Nesse sentido, em 2013 e 2014 foram organizadas edições do Seminário de Carnaval de Rua, com o objetivo de discutir ideias e os desafios paulistanos, levando em consideração também o que já se faz em outros lugares. A partir de 2014, foi implantado o cadastramento dos blocos, o que fez com que fosse possível dimensionar, de forma realista, os serviços necessários e a distribuição da ocupação dos blocos pelas ruas dos bairros. Em 2016, o Observatório de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo, núcleo de estudos e pesquisa da São Paulo Turismo (Spturis), realizou o primeiro levantamento de perfil do público no Carnaval de Rua. Por conta da valorização da oferta Evolução dos blocos de carnaval cultural e de entreteniGráfico 1 que efetivamente desfilaram mento na cidade, 42,2% Gráfico 1 Evolução dos blocos de carnaval que efetivamente desfilaram do público presente op400 taram por ficar na capital 384 especialmente para curtir 350 323 a programação. Sobre a 300 infraestrutura oferecida 250 aos foliões, mais de 86% 200 169 dos entrevistados afirma150 ram que as ruas estavam 100 limpas para a passa50 gem dos blocos e 90% 0 aprovaram o esquema de 2014 2015 2016 segurança oferecido.

os primeiros dias à frente da Secretaria Municipal de Cultura, o então secretário Juca Ferreira fez um movimento decisivo de aproximação entre a cultura e a cidade, como território destinado às mais diversas práticas. Em janeiro de 2013, um grupo de organizadores de blocos e cordões carnavalescos, autores do Manifesto Carnavalista, levou a Secretaria a refletir sobre o Carnaval de Rua na cidade de São Paulo, que pautou o tema, de imediato, na sua agenda cultural. A cada ano, novas ações no sentido de aprimorar a organização foram formatadas para que o apoio se tornasse uma política pública, congregando o poder público, blocos, cordões, cidadãos

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evar para toda a cidade uma programação cultural diversificada e de qualidade. Esse é objetivo do Circuito Municipal de Cultura, uma política pública de democratização e descentralização cultural, iniciada em 2013 como programação especial de férias e que, a partir de 2014, passou a ser anual. Além das atividades culturais, o Circuito abriu ao público os mais variados espaços urbanos. Entre junho de 2014 e outubro de 2016, foram realizadas cerca de 5 mil atividades que atraíram mais de 1,8 milhão de pessoas. A programação alcançou 118 espaços, além de eventos externos realizados em ruas e praças. Desde o início, a programação foi planejada e elaborada por uma curadoria formada por profissionais da própria Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Em 2016, as atrações foram selecionadas a partir de um chamamento público de propostas que contemplaram circo, literatura, artes visuais, teatro, música e dança, pensadas para públicos de

ocupação do espaço público

CIRCUITO MUNICIPAL DE CULTURA todas as idades. Os programadores procuraram atender ao desejo da população, após conversas sobre o que esta gostaria de ver. Nesse processo, valorizou-se o artista local, que ganhou espaço dentro da programação oficial da SMC, ampliando assim sua projeção. O trabalho promoveu também a circulação de grandes nomes do cenário cultural nacional por várias regiões da cidade, otimizando a negociação dos cachês e os custos para a administração municipal. O Circuito realizou ainda uma parceria com o programa São Paulo Carinhosa, que resultou em atividades de convivência familiar para crianças de 0 a 6 anos, em diversos espaços públicos. A ação conjunta foi iniciada na Virada Cultural de 2013, na primeira edição da chamada Viradinha, que trazia uma programação especial totalmente dedicada às atrações infantis. A imediata adesão do público fez com que a SMC incorporasse as Viradinhas ao Circuito Municipal de Cultura. Luciana Aldegani

Programação infantil do Circuito Municipal de Cultura realizada no Baixo Glicério emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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ocupação do espaço público Virada Cultural 2016 : público em Parelheiros, zona sul Haroldo Saboia

VIRADA CULTURAL POR TODA A CIDADE

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Virada Cultural é um festival multicultural que contempla diversas linguagens artísticas. Com palcos distribuídos, 24 horas, por toda a região central, a descentralização acontecia por meio da programação em espaços fechados: nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e nas unidades do Sesc-SP, parceiro do evento. A partir de 2013, duas novidades foram incorporadas. A programação passou a ser concebida por uma curadoria colegiada e as atividades também chegaram às diversas regiões da cidade em palcos de rua, o que fez com que, em 2016, o evento alcançasse todas as 32 subprefeituras. A curadoria colegiada é composta por programadores da Secretaria Municipal de Cultura e representantes de diversas categorias artísticas. Ainda em 2013, uma das inovações na programação foi a criação da Viradinha, palco montado na região da Luz,

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dedicado, exclusivamente, para o público infantojuvenil. Em 2016, a Virada trouxe como novidade um happy hour cultural na região central, que aconteceu na sexta-feira, dia 20 de maio, entre 17h e 23h. Uma ocupação, no Vale do Anhangabaú, reuniu duas atrações de grande formato, que foram realizadas em parceria com o consulado australiano em São Paulo. Também no local, foi montado um palco dedicado ao teatro musical, um dos grandes sucessos dessa edição, que apresentou, gratuitamente, espetáculos que estiveram em cartaz nos principais teatros da cidade. A Viradinha também foi concebida por meio de uma parceria com a São Paulo Carinhosa, que tem como foco ações para a primeira infância, ou seja, crianças de 0 a 6 anos. Além da Virada Cultural, a proposta se expandiu e foi incorporada, com o mesmo nome, à programação regular do Circuito Municipal de Cultura.


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obre ocupação dos espaços públicos, era necessário que uma legislação municipal fosse criada para organizar seu uso pelos artistas de rua. Em 2013, a Prefeitura de São Paulo regulamentou essa arte por meio da Lei Municipal nº 15.776, seguida do Decreto nº 55.140, de maio de 2014. Com isso, as áreas públicas se tornaram locais para o exercício da cultura por todos os interessados, incorporando a livre manifestação dos artistas às ruas, praças e outros espaços de circulação da cidade. Para facilitar a consulta às novas regras, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) elaborou, em parceria com o MAR (Movimento Artistas de Rua), a cartilha “Arte na Rua - um guia ilustrado sobre a legislação da cidade de São Paulo para artistas de rua”, lançada em março de 2015, no Parque Mario Covas, na

ocupação do espaço público

ARTISTAS DE RUA Avenida Paulista. A publicação pode ser baixada no site oficial da SMC (cultura.prefeitura. sp.gov.br). Além da distribuição gratuita das cartilhas, o lançamento contou com apresentações artísticas e um bate-papo com o então secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki. Com 31 páginas, a cartilha teve tiragem de 1.000 exemplares e foi distribuída entre os artistas e a população em geral. O conteúdo aborda um histórico da tradição da arte de rua na cidade, detalhando os direitos e deveres dos artistas no uso do espaço público. De forma didática, a publicação apresenta informações gerais úteis, como os direitos e deveres do artista de rua, boas práticas quanto ao som e o uso do espaço, respeito a áreas onde se concentram hospitais, escolas e mobiliário urbano. Sylvia Masini

Lançamento da cartilha “Arte na Rua – um guia ilustrado sobre a legislação da cidade de São Paulo para artistas de rua”, com o ex-secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, e a atual secretária, Maria do Rosário Ramalho, no Parque Mário Covas, em 2015 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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ocupação do espaço público 1a Jornada do Patrimônio - Beco do Pinto e Solar da Marquesa de Santos, em 2015 Sylvia Masini

JORNADA DO PATRIMÔNIO

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esde 2015, moradores e turistas que estão na capital contam com mais uma atração anual em seu calendário cultural: a Jornada do Patrimônio. Agora, o evento está garantido pela Lei no 16.546/2016 e será realizado sempre no terceiro fim de semana do mês de agosto, precedido pela Semana de Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural da Cidade de São Paulo, que traz palestras abertas ao público sobre patrimônio cultural, tanto material como imaterial. Por meio de seu Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), a Secretaria Municipal de Cultura idealizou a Jornada com o intuito de fomentar o (re)conhecimento e a valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade, promovendo visitações a prédios icônicos, passeios com roteiros de memória, apresentações artísticas, além de uma série de palestras e oficinas. A iniciativa é inspirada nas Journées Européennes du Patrimoine, na França, e no Open House, em Nova York (openhousenewyork), nos Estados Unidos. Com o tema “Origens da cidade”, a Jornada do Patrimônio 2016 realizou diversas atividades 10

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arqueológicas para entendimento da formação da futura metrópole, uma visitação à comunidade indígena TI Tenondé Porã, que aproximou o público da cultura do povo Guarani Mbya, entre muitas outras atrações. Para o reconhecimento ir além dos muros, são pensadas atividades artísticas que interajam com os imóveis históricos participantes do evento, proporcionando ao público um maior sentimento de pertencimento à cidade. Ainda em 2016, foi lançada mais uma ferramenta de valorização do patrimônio histórico imaterial: o Selo de Valor Cultural, que auxilia a gestão municipal no reconhecimento do patrimônio cultural. Durante a Jornada, foram entregues os primeiros exemplares aos cinco estabelecimentos comerciais mais antigos da cidade e a dois edifícios projetados, em 1950, pelo célebre arquiteto Artacho Jurado. São eles: Panificadora 14 de julho, Padaria Italianinha, Casa da Boia, Padaria Santa Tereza, Restaurante Carlino, Edifício APRACS e Edifício Parque das Hortênsias.


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Mês da Cultura Independente (MCI) é um festival multicultural cuja programação enfoca a produção independente nacional e internacional. Chegou à sua décima edição em 2016, levando atividades a diversos pontos da cidade durante o mês de setembro. Inicialmente realizado no Centro Cultural da Juventude, quando foi criado em 2007, o evento se espalha, agora, por vários centros culturais e áreas ao ar livre, como praças, parques e ruas. A ampliação do perímetro possibilitou que seu formato incorporasse novas ações como, por exemplo, Música nas Alturas, iniciativa que promove apresentações intimistas no terraço localizado no topo do Edifício Martinelli, na região central. Um festival de coletivos, batizado de SP na Rua, teve sua primeira edição em 2014, integrando a programação do aniversário de São Paulo e, a partir do ano seguinte, foi incorporado ao MCI por suas características de valorização à cultura independente. O festival possibilita que núcleos e artistas se apresen-

ocupação do espaço público

MÊS DA CULTURA INDEPENDENTE E SP NA RUA tem em pontos históricos do centro da cidade. Em 2016, 57 coletivos, selecionados a partir de um chamamento público, foram distribuídos entre 25 espaços e ações itinerantes, somando dez horas de música, projeções, instalações e intervenções artísticas. O perímetro ocupado pelas atrações compreendeu uma área entre as Ruas São Bento, Álvares Penteado e 15 de Novembro, no centro velho. Dentre os inúmeros convidados internacionais do MCI, estão Seun Kuti, filho do lendário músico nigeriano Fela Kuti, considerado o criador do afrobeat. Ao lado da orquestra Egypt 80, Seun se apresentou em 2014, no Vale do Anhangabaú. Já em 2015, foi a vez de Lee Ranaldo, ex-guitarrista da banda pós-punk Sonic Youth, fazer um show no Largo da Batata, em Pinheiros. Na edição de 2016, houve a apresentação conjunta dos grupos Hurtmold, Ordinaria Hit e Objeto Amarelo, entre outras atrações. Para encerrar o MCI, aconteceu a festa Chaka Hotnightz na Praça dos Arcos. Pedro Bayeux

Mês da Cultura Independente - SP na Rua, no Vale do Anhangabaú, em 2016 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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ocupação do espaço público

Mês do Hip-Hop - tema de 2015: "De las calles para as ruas: Salve Abdias do Nascimento e Rainha Aqualtune"

COMEMORAçãO DO MÊS DO HIP-HOP

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m 2004, a Lei Municipal 13.294 instituiu a Semana do Hip-Hop no calendário oficial de eventos da cidade, celebrada por ocasião de 21 de março, quando se comemora o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial. Desde 2007, por meio da Lei 14.486, a Semana traz, a cada edição, um tema norteador para as atividades culturais gratuitas que acontecem nas diversas regiões da cidade, contando com representantes do movimento hip-hop em suas quatro manifestações: break, grafite, DJ e MC. A partir de 2014, a Semana teve sua comemoração expandida, com atividades culturais ao longo de todo o mês, em uma parceria entre as Secretarias Municipais de Cultura, Educação, Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Movimento Hip-Hop. Deu-se, assim, início ao Mês do Hip-Hop, evento que tem o objetivo de garantir visibilidade à manifestação cultural e sua intervenção na cidade. No ano de 2014, a celebração contou com apresentações de 126 artistas de diversas linguagens e teve um público de mais de 20 mil frequentadores. Em 2015, foi escolhido o tema: “De las calles para as ruas: Salve! Abdias do Nascimento e 12

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Rainha Aqualtune”. A iniciativa foi resultado de um diálogo entre representantes do poder público e do movimento, que perceberam a necessidade de expandir a programação da Semana do Hip-Hop a cada macrorregião da cidade. Foram realizadas 400 atrações, entre oficinas, debates, apresentações artísticas e intervenções, na maioria dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) além de cinco grandes shows em todas as macrorregiões. Em 2016, com o tema “Hip-Hop: diáspora africana”, ocorreram 645 apresentações artísticas, 456 oficinas, 25 debates em todas as regiões da cidade, contemplando 46 CEUs, dez Casas de Cultura: Tendal da Lapa, Palhaço Carequinha, Chico Science, São Miguel, Itaim Paulista, Raul Seixas, Tremembé, Brasilândia, Salvador Ligabue e São Mateus; três Centros Culturais: da Juventude, de Formação Cultural de Cidade Tiradentes e da Penha; e cinco praças. As atividades envolveram aproximadamente 1.000 artistas nas ações de produção, debate, oficinas e apresentação dos quatro elementos do hip-hop. O encerramento foi realizado no dia 13 de maio, no Vale do Anhangabaú, e contou com 200 apresentações de DJs, MCs, dançarinos e grafiteiros.


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no Centro Cultural da Juventude, na zona norte; e elebrado em 2 de dezembro, o Dia do cantor Leandro Lehart, no Centro de Formação Nacional do Samba ganhou uma comeCultural de Cidade Tiradentes, na zona leste. moração à altura de sua importância Além de celebrar a efeméride, a Secrepara a cultura brasileira, especialmente a taria Municipal de Cultura proporcionou um paulistana. Em 2013, uma grande festa aconreconhecimento ainda maior para o gênero teceu no Theatro Municipal de São Paulo, musical: o tombamento imaterial do samba que levou ao palco artistas do gênero de paulistano pelo Conselho Municipal de Prevárias gerações, como Dona Esther e a Roda servação do Patrimônio Histórico, Cultural e de Samba de Pirapora, Osvaldinho da Cuíca, Ambiental da Cidade de São Beth Carvalho, Quinteto em Paulo (Conpresp). Para que o Preto e Branco e Riachão. Samba Paulistano foi órgão deliberasse a favor do Durante esta gestão, o registrado como registro, o Departamento do Municipal recebeu atrações patrimônio imaterial além do tradicional calendário pelo Conpresp em 2013 Patrimônio Histórico realizou estudos sobre o assunto desde lírico, ou seja, que contemplaso primeiro semestre de 2013. sem outras linguagens artísticas, entre elas o Em 2016, a programação especial para cosamba. Com a plateia lotada de representantes memorar o Dia Nacional do Samba se expandiu do gênero, o show, batizado de “O samba paupela cidade, acontecendo em espaços como a listano convida”, teve como apresentador Ailton Paulista Aberta e as casas de cultura. Com início Graça que, além de ator, traz em seu currículo em 19 de novembro, as atividades se estendeo fato de ter sido mestre-sala e coreógrafo de ram até dia 11 de dezembro e contemplaram comissão de frente de escola de samba. também as atividades do Mês da Consciência O evento integrou uma comemoração mais Negra. Artistas como do Samba da Vela e Adriaampla, batizada de Semana do Samba, que conna Moreira integraram a agenda de shows. tou, ainda, com show da cantora Fabiana Cozza, Sylvia Masini

Festa em comemoração do tombamento do samba paulistano, com Osvaldinho da Cuíca, no Theatro Municipal de São Paulo, em 2013 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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ocupação do espaço público

VALORIZAÇÃO DO SAMBA PAULISTANO


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m fevereiro de 2015, os muros que ladeiam a Avenida 23 de Maio, uma das vias mais importantes da cidade de São Paulo, se transformaram em painel para receber o maior mural de grafite a céu aberto da América Latina. Com 15 mil metros quadrados espalhados por 70 paredões que somam 5,4 quilômetros de extensão, localizados entre a passarela Ciccillo Matarazzo, em frente ao Museu de Arte Contemporânea (MAC), e os arcos da Praça dos Artesões Calabreses, as obras reuniram trabalhos de 200 artistas, que passaram um mês desenvolvendo sua arte. A inauguração foi comemorada com uma pedalada, que contou com a participação de mais 100 ciclistas. O trajeto percorreu toda a extensão da área abrangida pelos grafites, com explicações sobre as pinturas e seus processos de produção. Para a realização do mural, foram escolhidos 14 curadores: Binho Ribeiro, Eziel,

Ozi, Mauro Neri, Mundano, Barbara Goy, Enivo, Leon, Rui Amaral, Denys Evol, Toddy, Manulo, Tikka e Nick. Cada um convidou uma média de 14 artistas, entre eles Chivitz, Boleta, Bits, Crânio e Sapiens. Além de apoio material, a Prefeitura auxiliou ainda na segurança dos artistas com a presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM), na limpeza dos muros, na ampliação da iluminação e no corte de grama, com a coordenação das Subprefeituras e da Secretaria Municipal de Serviços. Durante a execução dos trabalhos, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) colaborou com a organização do intenso trânsito da região. Outra iniciativa de apoio à arte urbana foi a pintura do túnel Noite Ilustrada durante a 10ª edição do Mês da Cultura Independente (MCI). A obra foi realizada por 70 artistas, utilizou 2 mil latas de tinta e cobriu 6 mil metros quadrados do túnel que liga as avenidas Doutor Arnaldo e Paulista. Sylvia Masini

Sylvia Masini

ocupação do espaço público

GRAFITES NA 23 DE MAIO E NO TÚNEL NOITE ILUSTRADA

Grafites realizados em 2015 na Avenida 23 de Maio 14

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ocupação do espaço público

Ato comemorativo de lei que isenta teatros de rua da cobrança de IPTU, com ex-secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki, prefeito Fernando Haddad e outros - Sala do Conservatório, na Praça das Artes, em 2015 Sylvia Masini

APOIO A ESPAçOS INDEPENDENTES

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s espaços culturais independentes da cidade de São Paulo ocupam casas e prédios que são, em muitos casos, alugados. Esta condição faz com que eles sofram grande pressão da especulação imobiliária e enfrentem dificuldades de manutenção, resultando, até mesmo, no encerramento de suas atividades. Uma forma concreta para construir uma política pública de valorização desses importantes espaços é propor alguma forma de reconhecimento pela função que exercem. Neste sentido, a Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), registrou 22 teatros independentes como patrimônio imaterial da cidade de São Paulo (ver quadro ao lado). Para ir além, outra ação de valorização foi a sanção da Lei 16.173/2015. Por meio dela, os teatros e espaços culturais, cuja finalidade é a de realizar espetáculos de artes cênicas, com acesso direto pelas ruas ou galerias da cidade e com capacidade para até 400 espectadores sentados, poderão solicitar isenção do IPTU. De acordo com um levantamento inicial, realizado pelo Movimento de Teatros Independentes e a Cooperativa de Teatro, inicialmente cerca de 90 salas poderão ser beneficiadas. Um ato comemorativo para a sanção desta legislação foi realizado na Praça das Artes, no dia 23 de abril de 2015, e teve, como apresentador, o ator Paschoal da Conceição.

Estes são os 22 teatros independentes tombados como patrimônio imaterial pelo Conpresp: 1. Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona 2 Companhia de Teatro “Os Satyros” 3 Teatro da Vertigem 4 Instituto Brincante 5 Companhia Teatro do Incêndio 6 Cia. da Revista 7 Núcleo do 184 8 Grupo Folias d´Arte 9 Companhia Pessoal do Faroeste 10 Companhia do Feijão 11 CIT Ecum - Centro Internacional de Teatro Ecum (Encontro Mundial de Artes) 12 Cia. Teatro Balagan 13 Cia. Livre 14 Núcleo Bartolomeu de Depoimentos 15 Teatro de Narradores 16 Grupo “do Teatro do Ator” 17 Companhia “Os Fofos Encenam” 18 Grupo do “Café Concerto Uranus” 19 Commune Coletivo Teatral 20 Grupo Redimunho de Investigação Teatral 21 Companhia de Cacá Carvalho 22 Companhia Club Noir

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ocupação do espaço público

Feira Literária de Cidade Tiradentes (Flict)

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Em 2016, o evento aconteceu entre os dias 9 e 17 de setembro, e na sua segunda edição trouxe o tema “Pelo Direito à Palavra”. O foco foram produções literárias que contribuem com a luta pelo direito de terem suas vozes reconhecidas, valorizadas e difundidas no meio literário e na sociedade. A programação foi organizada em oito eixos: Literatura Negra, Literatura Negra Feminina, Literatura Feminista, Literatura LGBT, Literatura Indígena, Literatura e Direitos Humanos, Literatura e Juventude e Literatura e Saúde. A cada dia, um eixo específico foi contemplado. Assim como na edição anterior, o Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes foi o polo central das atividades, que chegaram também a outros equipamentos, como Centros Culturais Unificados (CEUs), escolas municipais e bibliotecas públicas e comunitárias da zona leste, além de parceiros como o Centro Cultural Arte em Construção, do Instituto Pombas Urbanas. Sylvia Masini

ntre os dias 11 e 19 de setembro de 2015, aconteceu a 1ª Feira Literária de Cidade Tiradentes (Flict), que chegou a diversos espaços culturais, escolas, feiras livres, parques, praças e ao terminal de ônibus do bairro. Com mais de 70 atividades distribuídas por esses locais, o evento, até então inédito, teve entrada franca. A 1ª Flict foi organizada pelas Secretarias Municipais de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, de Cultura, de Educação, de Saúde e de Transportes; além da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas e da Subprefeitura de Cidade Tiradentes. A programação buscou relacionar os autores convidados com a periferia da cidade, como é o caso do escritor Ferréz, um dos ícones da chamada “literatura marginal”, que participou de uma das mesas de debates, e do poeta Sérgio Vaz, do Sarau da Cooperifa.

1a Feira Literária de Cidade Tiradentes (Flict), em 2015 16

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participação social

A

ções como o #existediálogoemSP, a Conferência Municipal de Cultura e a elaboração do Plano Municipal de Cultura foram canais essenciais de participação social criados nos últimos quatro anos para construir políticas culturais com a participação efetiva dos cidadãos. A abertura para o diálogo com os segmentos e movimentos culturais atuantes na cidade foi um processo em construção na Secretaria Municipal de Cultura que ganhou fôlego ao longo dos anos. Agentes culturais, coletivos, produtores, artistas e a população se apropriaram destes canais, colocando suas demandas em pauta.


participação social Encontro "#existedialogoemSP" com o ex-secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira - Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo, em 2013 Sylvia Masini

#EXISTEDIÁLOGOEMSP

J

tural da cidade, o programa se estendeu até á no início da gestão, a Secretaria Munidezembro de 2013, promovendo um diálogo cipal de Cultura (SMC) percebeu a grande aberto para escuta, críticas, propostas e necessidade de diálogo com os diferentes trocas de opiniões. Foram setores culturais e da socierealizados mais de 20 encondade civil. A ideia de fazer O programa promoveu tros com representantes de encontros gerais e setoriais cerca de 20 encontros diversas linguagens artísticas para discussão e formulasetoriais ao longo do e segmentos culturais: hipção de propostas foi bem ano de 2013 -hop, teatro, circo, imigranrecebida por todos. Neste tes, dança, saraus, funk, contexto, em 2013, foi artistas de rua, forró, indígenas e Carnaval criada a série de encontros intitulada “#exisde Rua. tediálogoemSP”, cuja ideia central era ouvir No âmbito da participação social, esta os cidadãos e a sociedade civil organizada iniciativa abriu as portas para as outras que sobre demandas, ideias e expectativas que vieram a seguir, como a 3ª Conferência Muniexistiam para os próximos quatro anos. cipal de Cultura e os debates para a elaboraO primeiro encontro teve um apelo mais ção do Plano Municipal de Cultura. geral e foi realizado em fevereiro de 2013, Além de sensibilizar a sociedade civil, que no Centro Cultural São Paulo. Cerca de mil já estava ávida por espaço para canalizar suas pessoas, entre artistas, agentes culturais, demandas, os encontros foram importantes personalidades do meio cultural e cidadãos também para envolver os servidores da SMC em geral, lotaram a Sala Adoniran Barbosa. no processo de escuta e elaboração das diverCom o objetivo de ouvir os diversos sas pautas apresentadas. segmentos que compõem o panorama cul18

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participação social

3ª CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA

C

propostas prioritárias. Antes disso, entre 27 omo instância de articulação entre o e 28 de julho, aconteceram as pré-confepoder público e a sociedade civil, as rências: encontros preparatórios realizados conferências de cultura desempenham nas cinco regiões da cidade. Ali iniciarampapel fundamental para diagnosticar o esta-se os debates em torno de diversos temas, do atual das políticas públicas municipais e considerados a partir de uma perspectiva os caminhos necessários a serem percorridos regional. para o aprimoramento dessas ações estratéDentre as propostas aprovadas na 3ª gicas. Criadas como mecanismo de particiConferência estavam: reestruturar a Secretaria pação e controle social, as conferências têm Municipal de Cultura (SMC), como foco a priorização criar uma lei de fomento de propostas que possam 30 propostas de políticas direcionada para a periferia, orientar o poder público públicas prioritárias trazer novamente para SMC em sua atuação. para São Paulo foram a administração das casas de Em agosto de 2013, aprovadas no encontro cultura, promover políticas o Memorial da América públicas voltadas para o hip-hop, implantar a Latina sediou a 3ª Conferência Municipal de Lei dos Artistas de Rua por meio da criação de Cultura. Anteriormente, já haviam aconteum comitê intersecretarial e implantar uma cido outras duas edições, em 2004 e 2009. política de gestão compartilhada para os CenRealizada entre os dias 2 e 4 de agosto, a 3ª tros Educacionais Unificados (CEUs), integrando Conferência recebeu 784 participantes para as Secretarias Municipais de Cultura, de Educadebater propostas de aprimoramento das ção e de Esportes, Lazer e Recreação. políticas públicas, eleger delegados e as 30 Sylvia Masini

3a Conferência Municipal de Cultura - Memorial da América Latina, em 2013 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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participação social Encontro sobre o Plano Municipal de Cultura no Centro Cultural da Juventude, em 2016

PLANO MUNICIPAL DE CULTURA

E

Além disso, a consulta pública online recebeu tapa participativa do processo de conscerca de 630 contribuições e mais de 2.650 trução de políticas públicas, o Plano Muniinterações de 884 participantes, entre avaliações cipal de Cultura de São Paulo (PMC-SP) e sugestões de alteração das 50 metas propostas foi elaborado entre os anos de 2015 e 2016. A inicialmente pela Secretaria Municipal de Cultura consulta pública teve 2.600 participantes e cae a inclusão de novas sugestões. Todas as contriracterizou uma etapa fundamental de represenbuições foram sistematizadas para elaboração de tantes da sociedade civil, agentes e movimentos um decreto municipal, que institui diretrizes, meculturais na construção de políticas de cultura tas e ações para as políticas culturais municipais na cidade para os próximos dez anos. para os próximos dez anos. A etapa participativa foi lançada em fevereiro A elaboração do Plano Municipal de Cultura de 2016, no Centro Cultural São Paulo. Na abertura, de São Paulo é fruto da adesão do município ao estavam presentes autoridades e representantes do Sistema Nacional de Cultura (SNC), mecanismo setor cultural, reunindo mais de 400 participantes. institucional de integração Foram realizadas audiências entre os níveis federal, públicas regionais e temáticas. O Plano caracterizou estadual e municipal para o As audiências ocorreram nas uma etapa fundamental planejamento, articulação, cinco regiões da cidade, aos da participação social na execução e avaliação das polífins de semana, reunindo mais construção de políticas ticas públicas de cultura. de 450 pessoas, e as 20 audide cultura na cidade Em novembro de 2016, ências temáticas, realizadas na foi publicado o Decreto Galeria Olido, cerca de 900. Os nº 57.484/2016, que institui o Sistema Mudebates possibilitaram a compreensão da estrutura nicipal de Cultura da Cidade de São Paulo, do PMC-SP, lançaram um olhar específico sobre os o Plano Municipal de Cultura de São Paulo, territórios, linguagens e segmentos artístico-cultuo Sistema Municipal de Financiamento à rais e permitiram a construção conjunta de proposCultura e o Sistema Municipal de Informações tas elaboradas pelos participantes, totalizando, na e Indicadores Culturais. etapa presencial, cerca de 1.280 contribuições. 20

EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz


D

conselheiros e comissões regionais, que representam as 11 regiões administrativas definidas pela SMC. Os conselheiros deverão ser eleitos por seus respectivos segmentos e regiões e as comissões serão abertas à participação de indivíduos, artistas ou representantes de coletivos, grupos, fóruns e organizações culturais. As Comissões devem discutir, de forma abrangente, os temas relativos às respectivas áreas de atuação e territórios, além de propor diretrizes para a composição das políticas públicas de acordo com as demandas do Conselho Geral ou propostas da sociedade. A reformulação do Conselho se tornou Projeto de Lei, enviado pelo Executivo à Câmara Municipal de São Paulo em maio de 2015, onde passou por novo processo de audiências públicas e foi aprovado em primeira discussão em junho de 2016. O PL nº 248/2015 deve passar ainda por aprovação em segunda votação para que venha a ser instituído. Sylvia Masini

epois de um processo de audiências e consulta pública realizado entre final de 2013 e início de 2014, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) reformulou, com a participação de agentes, coletivos e instituições culturais, as diretrizes de um dos pilares do Sistema Municipal de Cultura: o Conselho Municipal de Política Cultural. Com objetivo de estreitar a relação entre a administração pública e os setores da sociedade civil ligados à cultura, o Conselho tem caráter consultivo, deliberativo e propositivo em questões referentes à política cultural municipal. Composto por 55 membros, entre representantes do poder público e da sociedade civil, o Conselho Geral deve ter, por lei, no mínimo 50% de pessoas de identidade de gênero feminino. Tendo como princípios o exercício da cidadania, da democracia participativa e da diversidade cultural, a participação popular se efetivará por meio dos conselheiros e comissões setoriais –representantes das diversas linguagens e segmentos artístico-culturais– e por meio dos

participação social

CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA CULTURAL

Conferência do Conselho Municipal de Cultura - auditório da Biblioteca Mário de Andrade, em 2013 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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participação social Página de abertura do site SP Cultura, endereço: www.spcultura.prefeitura.sp.gov.br

SP CULTURA

E

m agosto de 2014, a cidade de São Paulo ganhou uma nova plataforma digital de mapeamento colaborativo e gestão cultural: o SP Cultura (http://spcultura.prefeitura. sp.gov.br). A ação foi resultado de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e o Instituto TIM, que se uniram em 2013, em um esforço conjunto para dar mais qualidade à gestão cultural dos municípios e estados. O objetivo era reunir informações sobre agentes, espaços, eventos e projetos culturais por meio de uma ferramenta digital colaborativa, fornecendo ao poder público e ao cidadão uma radiografia de iniciativas culturais na cidade, com um mapa de projetos, agentes, espaços e eventos distribuídos pelo território. Dessa parceria, surgiu o Mapas Culturais, um software livre, com sistema de georreferenciamento, que pode ser adotado gratuitamente por qualquer cidade ou estado e que, em São Paulo, leva o nome de SP Cultura. A plataforma possui dados abertos, permitindo que qualquer pessoa possa livremente usá-los, reutilizá-los e redistribuí-los. Por meio dela, o usuário busca por eventos culturais e, ao cadastrar seu perfil de agente, como artista, gestor e produtor, pode ainda incluir sua própria programação cultural, colaborando para a gestão da cultura da cidade. Da mesma forma, também fazem parte do

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sistema de busca os espaços culturais de São Paulo, assim como projetos, leis de fomento, mostras convocatórias e editais publicados pela SMC, além de diversas outras iniciativas cadastradas pelos usuários da plataforma. A partir do SP Cultura, foram desenvolvidos os principais sites da SMC, tais como os do guia EmCartaz (www.emcartaz.prefeitura.sp.gov.br), Virada Cultural (www.viradacultural.prefeitura.sp.gov.br), Carnaval de Rua (www.carnavalderua.prefeitura. sp.gov.br), Mês da Cultura Independente (www. mci.prefeitura.sp.gov.br) e Jornada do Patrimônio (www.jornadadopatrimonio.prefeitura.sp.gov.br). A plataforma também se transformou na principal ferramenta para inscrição online em editais publicados pela pasta, tais como os de Fomento à Dança, Fomento à Cultura da Periferia, Prêmio Zé Renato, Redes e Ruas, VAI, Vocacional e outros lançados pela Spcine. A plataforma está alinhada ao Sistema Nacional de Informação e Indicadores Culturais, do Ministério da Cultura, e contribui para que os gestores públicos realizem alguns dos objetivos do Plano Nacional de Cultura. O sistema possibilita um melhor planejamento das ações dos gestores, monitoramento e avaliação mais precisos das políticas públicas e o fortalecimento de processos de articulação local e territorialização das ações da SMC.


participação social

PLANO MUNICIPAL DO LIVRO, LEITURA, LITERATURA E BIBLIOTECA

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e elaborou um documento base que teve como esde 2012, pessoas atuantes nas áreas referência os cinco eixos do PMLLLB: "Democratizada leitura, da literatura e do livro ção do acesso", "Fomento à leitura e à formação de discutem uma política para o setor mediadores", "Valorização institucional da leitura e a consequente necessidade de um plano e incremento de seu valor simbólico", "Desenvolvimunicipal. Em abril de 2014, uma portaria mento da economia do livro" e "Literatura". intersecretarial publicada no Diário Oficial Entre os objetivos do Plano estão: estabedo Município constituiu o Grupo de Trabalho lecer políticas públicas claras para o livro, a (GT) para elaborar o Plano Municipal do Livro, leitura, a literatura Leitura, Literatura e e as bibliotecas e Biblioteca (PMLLLB). Eixos do Plano Municipal do Livro, garantir recursos para Este grupo foi comsua implementação; posto por represen- Leitura, Literatura e Biblioteca: assegurar o acesso tantes do Executivo Democratização do acesso, Fomento à leitura e à formação de aos livros e a inclusão Municipal (Secremediadores, Valorização institucional de todos; promover tarias de Governo, a integração entre Cultura, Educação e da leitura e incremento de seu valor escolas, bibliotecas Direitos Humanos), simbólico; Desenvolvimento da e outros espaços; da Câmara Municieconomia do livro; Literatura debater e promover pal e da sociedade a formação de mediadores e a bibliodiversidade civil (ONGs, entidades de classe e militantes (variedade de temas, títulos, editoras e autores da leitura). na produção editorial e nos acervos); desenvolver Desde então, foram realizados diversos e apoiar ações de literatura; incentivar escritores, debates setoriais, envolvendo os segmentos do editores e livreiros. livro e da leitura da cidade de São Paulo. VieCom duração de dez anos, o Plano é mais ram desses encontros muitas demandas, como uma oportunidade da população debater e refletir reivindicações, propostas e sugestões para a o direito ao livro e à leitura, de forma que não se composição do Plano. restrinja a interesses corporativos e localizados. O GT fez a sistematização dessas necessidades

Seminário Internacional sobre o Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca de São Paulo (PMLLLB-SP), em 2014 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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participação social "Hip-Hop em Cena" no Centro Cultural da Juventude

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DO CCJ

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m 2015, o Centro Cultural da Juventude (CCJ) iniciou o Programa de Orçamento Participativo para a elaboração das atividades realizadas no local, com apoio da comunidade. Buscando dar voz aos seus frequentadores na escolha dos eventos contratados e aumentando a participação social no cotidiano do equipamento, a iniciativa recebeu projetos culturais e os colocou em votação aberta ao público. O segundo edital, destinado à programação de 2016, contemplou 16 projetos culturais, com investimento total no valor de R$ 129 mil. O edital estabeleceu as categorias: hip-hop, artes cênicas, artes visuais, cidadania cultural, dança, música e projetos continuados (oficinas e workshops). Cada uma delas, com exceção das de hip-hop e de 24

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projetos continuados, foi contemplada com dois projetos. No primeiro edital, foi inscrito um grande número de projetos de hip-hop. Por conta disso, no segundo edital, foi criada uma categoria especialmente para essa modalidade artística. A divisão permitiu que outras formas de expressão também pudessem ser contempladas. Por ser a mais popular das categorias, a de hip-hop foi atendida com cinco projetos. Linguagens artísticas de rap/rima/MC, DJ, grafite e danças urbanas, como break, popping, locking e wacking, foram incluídas nesse grupo. Por fim, a categoria de projetos continuados contemplou uma única proposta, para cursos e oficinas, com duração de três a seis meses e carga horária mensal mínima de oito horas.


FOMENTOS E CIDADANIA CULTURAL

C

om o objetivo de financiar a produção cultural de diversos segmentos por meio de editais públicos, distribuindo recursos orçamentários de forma mais equilibrada, a área dedicada a fomentos e cidadania cultural foi ampliada com a criação de novos programas e a expansão dos já existentes. Dentre as novidades realizadas a partir de 2013, estão o Prêmio Zé Renato, dirigido à área teatral, cujo nome homenageia o célebre diretor paulistano José Renato Pécora, que morreu em 2011; o edital Redes e Ruas, que contempla projetos de cultura digital que estabeleçam relações com a cidade; e a expansão do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), com a criação de uma segunda modalidade que apoia projetos cujos grupos representantes tenham, no mínimo, dois anos de atuação em regiões periféricas da cidade com alto índice de vulnerabilidade social.


fomentos e cidadania cultural

INVESTIMENTO

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Secretaria Municipal de Cultura dedicou especial atenção aos agentes culturais, coletivos e organizações da sociedade civil, apoiou o desenvolvimento de linguagens e manifestações artísticas e fortaleceu o acesso à cultura. Programas que já existiam foram ampliados, como o VAI (Valorização de Iniciativas Culturais) e os de Fomento à Dança e ao Teatro. Além destes, novas iniciativas foram criadas para atender a antigas demandas que só aumentaram com o passar do tempo. Nos últimos quatro anos, a ampliação das políticas de fomento às linguagens contemplou tanto as frentes de atuação e expressão como os valores investidos e o número de projetos apoiados. Foram também criados

Gráfico 1

novos programas e linhas de fomento, como o Prêmio Zé Renato (de apoio ao teatro), o Redes e Ruas (de apoio à cultura digital), e o Fomento ao Circo. Todos eles estruturados com base no repasse direto de recursos financeiros por meio de seleção via editais. Só em 2016, o valor total investido somou R$ 60 milhões. Nos quatro anos de gestão, o Fomento ao Teatro teve um aporte de cerca de R$ 64 milhões; o Prêmio Zé Renato, R$ 16 milhões; o Fomento à Dança, R$ 48 milhões; o Fomento ao Circo, R$ 3 milhões; o de Cinema, R$ 92 milhões; e o de Cultura Digital (Redes e Ruas), R$ 5 milhões. Este investimento altera a cena cultural da cidade e amplia o acesso a espetáculos e produções de alta qualidade.

Valor investido em programas e editais de fomento

R$90.000.000,00

R$ 80.865.642,77

R$80.000.000,00 R$70.000.000,00 R$60.000.000,00

R$ 76.235.101,57 R$ 60.961.703,89

R$50.000.000,00 R$40.000.000,00

R$ 33.184.834,42

R$30.000.000,00 R$20.000.000,00 R$10.000.000,00 R$0,00 2013

2014

2015

2016

Aporte de recursos em fomentos às linguagens, incluindo os programas Fomento ao Teatro, Dança, Cinema, Circo, Cultura Digital, Prêmio Zé Renato, VAI 1 e 2, Pontos de Cultura, Agente Comunitário, Aldeias e Fomento à Periferia

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fomentos e cidadania cultural Espetáculo do Coletivo Estopô Balaio, "A cidade dos rios invisíveis", contemplado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro

FOMENTOS AO TEATRO E À DANçA

O

fomento às linguagens surgiu em São Paulo como apoio a grupos artísticos para o desenvolvimento de seus processos criativos. Os programas municipais de Fomento ao Teatro e à Dança, que têm mais de dez anos de existência, são exemplos desse tipo de ação, criada devido à ausência de políticas públicas específicas de fomento desvinculadas das leis de incentivo fiscal. Ambos são fruto da mobilização da sociedade civil em torno dessas áreas. Há também uma linha de fomento ao cinema, que viabiliza projetos na área desde os anos 1990 e que, a partir de 2013, é coordenada pela recém-criada Spcine - empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. Por meio do Fomento ao Teatro, grupos profissionais são contemplados com recursos para pesquisar, experimentar e compartilhar sua criação artística. De 2013 a 2016, foram lançados oito editais que selecionaram, ao todo, 120 projetos e investido um aporte de R$ 64 milhões. Já o programa de Fomento à Dança, ao longo

dos seus quase dez anos, promoveu a criação e a circulação de espetáculos, debates, oficinas, estágios, residências, mostras, laboratórios, palestras e outras ações, contando com a participação de diretores, coreógrafos, bailarinos e pesquisadores. Entre 2013 e 2016, foram lançados oito editais e contemplados 116 projetos. A partir de 2014, o tempo de execução dos projetos foi ampliado de um para dois anos, permitindo pesquisas mais profundas e maior circulação dos espetáculos. Os editais de fomento ao cinema passaram a integrar as linhas de financiamento da Spcine a partir de 2015. A novidade, além do apoio à comercialização e lançamento de produções cinematográficas, é o equilíbrio entre critérios artísticos e econômicos. Ao todo, foram lançadas 14 linhas de editais, com um aporte de cerca de R$ 17 milhões. A seleção dos projetos procurou respeitar a pluralidade do cinema paulista e garantir o acesso das produções ao público. emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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fomentos e cidadania cultural

VAI 2

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como objetivo fazer com que os jovens da perim novembro de 2013, foi sancionada feria de São Paulo sejam protagonistas –e não a lei de ampliação do Programa para mais público-alvo– de seus próprios projetos e a Valorização de Iniciativas Culturais iniciativas culturais. (VAI), que, há mais de dez anos, apoia projetos Nos quatro anos desta gestão, foram lançaculturais desenvolvidos por jovens em regiões dos quatro editais e selecionados 874 projetos. periféricas na cidade. A nova lei criou o VAI 2, O investimento no programa VAI saltou de R$ modalidade de incentivo direcionada a grupos 4.450.000 em 2013, sendo o valor máximo de de jovens ou adultos com experiência em R$ 25.500 por projeto, para R$ 10.112.971,12 atividades artísticas. em 2016, sendo R$ 70.200 como valor máximo Dessa forma, o programa passou a ser dipara projetos da modalidade vidido em duas categorias: 2 e R$ 35.100 para projetos VAI 1, destinada a grupos Jovens da periferia da modalidade 1. O incree coletivos formados por de São Paulo são mento do orçamento do pessoas físicas, entre 18 e protagonistas –e não programa em quatro anos foi 29 anos, e de baixa renda; mais público-alvo– de de 127%. e VAI 2, dirigida a grupos seus próprios projetos e Com o VAI 2, parte da e coletivos compostos por iniciativas culturais produção cultural das áreas jovens ou adultos de baixa periféricas que ainda é carente de apoio, renda que tenham, no mínimo, dois anos de assim como outros ativistas que produzem de atuação em localidades com alto índice de forma independente, são contemplados por vulnerabilidade, desprovidas de recursos e esta política pública, que potencializa projetos equipamentos culturais. que, muitas vezes, já acontecem sem apoio do A aprovação do projeto passou por intenso poder público. debate e participação da sociedade civil e tem Sylvia Masini

Lançamento do programa VAI 2 - Gabinete do Prefeito, em 2013 28

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fomentos e cidadania cultural Seminário de formação de agentes comunitários de cultura na Galeria Olido

AGENTE COMUNITÁRIO DE CULTURA

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os anos de 2014 e 2016, a Secretaria Municipal de Cultura lançou dois editais para seleção de agentes comunitários de cultura. A proposta foi apoiar financeiramente, por meio de bolsas, pessoas envolvidas na produção e na promoção do acesso à cultura, priorizando aquelas com menos condições socioeconômicas e residentes em áreas com pouca oferta de serviços e equipamentos culturais. Os agentes, que tem papel de articuladores culturais nas regiões, devem, entre outras ações, desenvolver processos de criação e produção culturais nas diversas linguagens, formas de expressão e práticas artísticas, relacionadas ao pensamento, formação, qualificação, criação e circulação. A partir de seus respectivos planos de ação, os agentes devem promover eventos

culturais nos diversos equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, entre bibliotecas públicas, casas de cultura, centros culturais e casas históricas. Cada plano precisa conter os objetivos e as atividades a serem desenvolvidas, com cronograma e local de realização, de forma que haja articulação, mobilização e aproximação do público com o local escolhido. O programa aparece entre uma das metas desta gestão. A novidade apresentada nesta última edição foi a inserção da paridade de identidade de gênero. Neste ano, as inscrições para o edital aconteceram de julho a agosto. Depois de duas fases classificatórias, foram selecionados 70 candidatos. Ao longo de 12 meses, os agentes recebem uma bolsa mensal de R$ 1 mil. emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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fomentos e cidadania cultural

FOMENTO À CULTURA DA PERIFERIA

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equilibrar o investimento de recursos, este Programa de Fomento à Cultura novo programa divide o município em quatro da Periferia é uma nova forma de áreas, utilizando como referência a renda subsidiar produções culturais que per capita (por pessoa) declarada no último descentraliza e democratiza o investimento Recenseamento Geral do IBGE, de 2010, o que de recursos públicos. A demanda veio da apresenta um enorme avanço –embora ainda própria sociedade civil, em 2013, durante insuficiente–, pois prioriza a 3ª Conferência Municipal a área de maior vulnerabilide Cultura. A proposta de Demanda da sociedade instituir uma legislação civil, edital democratiza dade social. O investimento total municipal que estruturasse o investimento de no primeiro edital será de e potencializasse coletivos recursos públicos em R$ 9 milhões. Cada projeto artísticos da periferia foi a produções culturais receberá entre R$ 100 e R$ segunda mais votada, com 300 mil, de acordo com o plano de traba210 votos. Criado pela Lei nº 16.496/2016, lho apresentado. O resultado foi divulgado o Programa foi sancionado em 20 de julho em novembro e a comissão de seleção é desse ano. O primeiro edital foi aberto já em formada por integrantes da sociedade civil, agosto e recebeu 274 inscrições. com três indicados pelos coletivos inscritos Essa lei foi criada por iniciativa de e quatro do poder público, convidados pela coletivos articulados do movimento cultural Secretaria Municipal de Cultura. Em sua pridas periferias. Seu aprimoramento e apromeira edição, foram selecionados, ao todo, vação foram fruto de extensa negociação 31 projetos, de 31 coletivos, e 12 suplentes. com os poderes Executivo e Legislativo. Para Fernando Pereira - SECOM

Encontro para sanção do Programa de Fomento à Cultura da Periferia, com prefeito Fernando Haddad, ex-secretário e atual secretária municipal de Cultura, Nabil Bonduki e Maria do Rosário Ramalho, e outros - Gabinete do Prefeito, em 2016 30

EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz


Sylvia Masini

ALDEIAS

P

Em maio de 2014, a SMC estabeleceu convêara que a comunidade indígena tivesse nio com a ONG Centro de Trabalho Indigenista, seus costumes e cultura preservados com reconhecida atuação na área, para viabie a população paulistana conhecesse lizar as atividades próprias da cultura guarani sua história, a Secretaria Municipal de Cultura no sentido do fortalecimento cultural e político. (SMC) desenvolveu o Programa Aldeias. A Em 2015, o programa se expandiu, principaliniciativa surgiu a partir do desdobramento do mente na participação de indígenas atuando Programa Vocacional Aldeias, realizado entre como agentes e coordenadores, possibilitando 2008 a 2013. sensível protagonismo dos próprios índios na O novo programa passou a integrar o implantação e execução Núcleo de Cidadania Culda política pública. tural com um trabalho Foram fortalecidos os objetivos Atualmente, o Prograconjunto entre liderane as ações em consonância com ma Aldeias atende cerca ças indígenas e agentes a cultura tradicional Guarani de 2.000 indígenas, com culturais não guaranis, Mbya, representada em São um orçamento anual de contratados pela SMC, Paulo pelos residentes das R$ 800 mil. para assim garantir a aldeias Tekoa Krukutu, Tekoa Os principais eixos manutenção de valores de atuação deste traculturais importanTenondé Porã, Tekoa Kalipety balho conjunto foram tes para a população e Tekoa Yyrexakã (Parelheiros o fortalecimento da indígena da cidade de e Marsilac); Tekoa Pyau, Tekoa alimentação tradicional; São Paulo. Dessa forma, Ytu e Tekoa Itakupe (Jaraguá) planejamento, recupeforam fortalecidos os ração e manejo ambiental; plantio de espécies objetivos e as ações em consonância com tradicionais; construção e reforma de casas de a cultura tradicional Guarani Mbya, reprereza; promoção de troca de experiências entre sentada em São Paulo pelos residentes das as comunidades indígenas e, principalmente, aldeias Tekoa Krukutu, Tekoa Tenondé Porã, empoderamento e garantia de representativiTekoa Kalipety e Tekoa Yyrexakã – distritos de dade dessas comunidades no cenário político e Parelheiros e Marsilac; Tekoa Pyau, Tekoa Ytu e cultural da cidade. Tekoa Itakupe – distrito do Jaraguá. emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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fomentos e cidadania cultural

Programa Aldeias - aldeia Tekoa Tenondé Porã, em Parelheiros, zona sul


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Ministério da Cultura (MinC) criou o programa Cultura Viva para fortalecer a ação de grupos que atuam nas comunidades com menor número de equipamentos culturais, em áreas com alto índice de vulnerabilidade social, contemplando projetos realizados em diversas regiões do País, com amplo alcance geográfico. O principal objetivo é reconhecer e valorizar iniciativas culturais já existentes, protagonizadas pelos próprios moradores dessas regiões. A cidade de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, aderiu pela primeira vez ao programa e pôde, assim, implementar a Rede Municipal de Pontos de Cultura. Foram contempladas 85 organizações culturais, selecionadas por um edital lançado em dezembro de 2013. Cada uma delas recebeu R$ 160 mil para elaborar um plano de trabalho com

duração de dois anos. Ao todo, foram investidos R$ 9 milhões do município e R$ 6 milhões do Governo Federal. A implementação dessa iniciativa na cidade representa a criação de uma rede horizontal de articulação e disseminação de projetos culturais em parceria com o poder público e a sociedade civil. Segundo definição do MinC, os Pontos de Cultura são entidades culturais certificadas que representam uma base social com poder de penetração nas comunidades e territórios. Ao ser reconhecida como tal pelo Ministério, a entidade recebe uma chancela institucional para se articular com outros pontos da rede e poder participar de editais públicos nas três esferas de governo. Está em tramitação na Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei no 217/2015, que institui o programa Cultura Viva Municipal. Sylvia Masini

fomentos e cidadania cultural

PONTOS DE CULTURA

Lançamento da Rede de Pontos de Cultura - Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo, em 2014 32

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fomentos e cidadania cultural

Sylvia Masini

Lançamento do Edital Redes e Ruas, na Praça das Artes, em 2014, com prefeito Fernando Haddad, ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, e outros secretários municipais

NOVOS PROGRAMAS: REDES E RUAS

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de R$ 35 mil. Todas as inscrições foram realizadas riado em caráter experimental em 2014, o por meio da plataforma digital SP Cultura. Redes e Ruas - Edital de Inclusão, Cidadania e Maior Edital de Cultura Digital lançado no Cultura Digital foi resultado de uma iniciativa Brasil, a iniciativa deu frutos e foram realizados, a integrada das Secretarias Municipais de Direitos Hupartir dela, o 1º e o 2º Fórum Redes e Ruas, que promanos e Cidadania, de Serviços e de Cultura. Foram moveram o encontro e o debate entre os contemlançados dois editais que contemplaram cerca de plados, e o Conecta SP, encontro entre os projetos 100 projetos nos últimos dois anos. Redes e Ruas e os Agentes Comunitários de Cultura. A iniciativa buscou fomentar a Cultura DigiA segunda edição do programa foi concetal a partir de cinco eixos: formação, produção bida a partir da avaliação do edital de 2014 e artístico-cultural, comunicação, desenvolvimenteve 40 projetos selecionados a partir de 235 to tecnológico e ocupação do espaço público, inscritos em quatro categoriais: robótica, midiaem diversos territórios da cidade, com ênfase livrismo, intervenção digital nos telecentros, praças do e formação em rede. Desta Programa Wi-Fi Livre SP e pon- Redes e Ruas é o maior tos de cultura. As entidades Edital de Cultura Digital vez, foram investidos R$ 2,1 milhões. e coletivos contemplados reali- lançado no Brasil A experiência do Redes zaram centenas de atividades e Ruas mostra o enorme potencial da cultura em vários espaços, como debates, encontros, como elemento vital do processo de transforoficinas, criação de blogs, sites, veículos de mação da cidade. Construído por muitas mãos, jornalismo comunitário, interações e inovações é a expressão de outra característica marcante artísticas e desenvolvimento de aplicativos. desta gestão: a integração entre diferentes seA primeira edição contou com investimento cretarias municipais, entidades e coletivos nascide cerca de R$ 3,7 milhões e selecionou 59 projedos do ativismo social. Os resultados alcançados tos de um total de 146 inscritos. Foram contemsão, portanto, frutos de um trabalho coletivo, pladas três categorias: A e B - destinadas a pessoas indispensável para que uma gestão moderna jurídicas, no valor de R$ 120 mil e R$ 60 mil, seja bem-sucedida em suas iniciativas públicas. respectivamente, e C - a pessoas físicas, no valor emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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m 2013, durante a 3ª Conferência Municipal de Cultura, a proposta que ficou em terceiro lugar na categoria de premiação para teatro foi a criação do programa batizado com o nome de Prêmio Zé Renato. O título é uma homenagem ao diretor paulistano José Renato Pécora (1926 – 2011), um dos idealizadores e fundadores do célebre Teatro de Arena. Instituído pela Lei nº 15.951/2014, o Prêmio tem como objetivo apoiar núcleos artísticos, além de pequenos e médios produtores independentes, a produzir espetáculos e realizar temporadas ou circulação de apresentações pela cidade de São Paulo. O programa surgiu como demanda de profissionais da área teatral e foi discutido por um grupo de trabalho com representantes do poder público e da sociedade civil. Por meio dessa modalidade de fomento, foram selecionados até 24 projetos por edição, com valores que chegaram a R$ 200 mil, cada. Já em 2014, foi realizada a primeira edi-

ção, que contou com 322 projetos inscritos. A segunda e a terceira foram lançadas em 2015 e tiveram 727 projetos, 47 deles selecionados. Para atender a outra demanda artística, a circense, foi criado um novo programa na Secretaria Municipal de Cultura (SMC): o de Fomento ao Circo. Este surgiu a partir de questões apontadas em diálogos realizados com a SMC a partir de 2013, tanto no encontro temático do programa "#existediálogoemSP", como em outros específicos. Todos tiveram a participação de entidades representativas do setor. Portanto, o 1º Edital de Fomento ao Circo foi realizado de forma participativa para que essa experiência inédita municipal estivesse o mais próximo possível dos interesses da classe circense. Foram lançadas duas edições do edital, que contemplaram 60 projetos de circos itinerantes de lona, grupos e artistas circenses. Tramita atualmente na Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei no 129/2016, que institui o Programa Municipal de Fomento ao Circo. Sylvia Masini

fomentos e cidadania cultural

NOVOS PROGRAMAS: ZÉ RENATO E CIRCO

Lançamento do Prêmio Zé Renato no Salão Nobre, do Theatro Municipal de São Paulo, em 2014 34

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ESPAÇOS CULTURAIS

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rede de equipamentos culturais da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) foi revigorada, passando por reformas que contemplaram desde a modernização das suas estruturas físicas até seu reposicionamento na oferta cultural da cidade. É o caso da Biblioteca Mário de Andrade, que passou a funcionar durante 24 horas. O acervo de 53 mil títulos da Biblioteca Circulante agora fica disponível para que os leitores emprestem ou devolvam publicações automaticamente. No final de 2014, as casas de cultura retornaram à gestão direta da SMC, que as integrou à sua rede de equipamentos. Elas receberam infraestrutura apropriada de som e luz para receber programação cultural e tiveram a oferta de oficinas incrementada.


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começou a forjar-se como tal a partir de 2005 com o Decreto nº 46.434, quando foi instituído o Sistema com o intuito de unificar a coordenação dos equipamentos e programas voltados para a leitura e a literatura. Também nesta gestão a CSMB coordenou a elaboração do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca de São Paulo (PMLLLB-SP). Estas são as principais ações de valorização das bibliotecas e sua relação com a cidade:

Reformas Entre 2013 e 2016, cinco bibliotecas passaram por melhorias e receberam um investimento total de R$ 2.706.329,85. As reformas foram supervisionadas pelo Gerenciamento Técnico de Obras da Secretaria Municipal de Cultura. Veja no quadro abaixo as intervenções realizadas em cada uma delas.

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rede municipal de bibliotecas públicas conta com 52 unidades-padrão que foram inauguradas em períodos distintos: as primeiras na década de 1950 e as mais recentes no início dos anos 1990. Além delas, existem as bibliotecas dos Centros Educacionais Unificados (CEUs), os serviços de extensão com seus Pontos e Bosques de Leitura e os espaços de leitura que funcionam dentro dos centros culturais. Considerando-se todas essas unidades, há 146 locais de leitura na cidade de São Paulo. Seguramente, trata-se de uma das maiores redes do Brasil e da América Latina. Em razão de suas características distintas, o gerenciamento desses espaços leva em consideração as carências e potencialidades de cada local, como atenção à sua distribuição no território e ao bairro em que estão instalados. Atualmente, a gestão desses espaços é realizada por meio da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB), que

Biblioteca Pública Ricardo Ramos Passou por serviços de manutenção preventiva e adaptações. Conclusão: 2013

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espaços culturais

BIBLIOTECAS

Biblioteca Pública Milton Santos Passou por recuperação da cobertura, forro e para-raios. Conclusão: 2015

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espaços culturais

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Biblioteca Pública Camila Cerqueira César Passou por alteração de layout, conservação geral e paisagismo. O espaço ganhou um ambiente dedicado ao público infantil. Conclusão: 2015

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Biblioteca Pública Cora Coralina Em 2015, passou por ampla reforma interna para receber acervo com temática feminista e adaptação de ambientes externos. Por conta de um temporal, seu telhado foi prejudicado e uma nova intervenção precisou ser realizada ainda em 2015 para reabilitála. Dessa forma, sua reabertura total só ocorreu em setembro de 2016.

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Biblioteca Pública Vinicius de Moraes Passou por manutenção predial e modernização do layout. Conclusão: 2016

Biblioteca Pública Rubens Borba Alves de Moraes Requalificação do layout, conservação geral e paisagismo. O espaço ganhou um ambiente dedicado ao público infantil. Conclusão: 2016

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espaços culturais

Sylvia Masini

Literatura Periférica: Veia e Ventania - Sarau Suburbano na Biblioteca Milton Santos

Literatura Periférica: Veia e Ventania

Feira do Livro de Buenos Aires

O programa “Literatura Periférica: Veia e Ventania nas bibliotecas de São Paulo” foi criado com o objetivo de estimular a leitura e o acesso à cultura, além de estabelecer um contato permanente com as comunidades do entorno das bibliotecas e outros serviços de extensão oferecidos pela Secretaria Municipal de Cultura. A ideia é aproximar os coletivos de saraus da cidade e a comunidade das bibliotecas públicas; otimizar o acervo dessas unidades, despertando o interesse por esta forma de manifestação artística e cultural a partir das atividades realizadas nos encontros; formar e ampliar o repertório dos frequentadores desses espaços, oferecendo uma programação cultural ampla e lúdica. Ao longo dos anos, a Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas fortaleceu o programa criado em 2011, expandindo o alcance da iniciativa: entre 2013 e 2016, foram beneficiados 96 saraus com investimento total de R$ 1.467.000,00, que se apresentaram em diversos espaços da cidade. Esse ano, ainda, durante a 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a programação do estande municipal foi composta, também, por 22 desses saraus. Importantes grupos da cidade integraram o programa durante todos esses anos, entre eles Perifatividade, Sarau do Binho, Encontro de Utopias, A Voz do Povo, Poetas do Tietê e O que Dizem os Umbigos.

São Paulo foi a cidade homenageada na 40ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, realizada entre 24 de abril e 12 de maio de 2014. A Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Biblioteca Mário de Andrade, fez a curadoria artística do estande municipal e apresentou a diversidade metropolitana, em especial as expressões artísticas e culturais da periferia da cidade. Quinze dos cerca de 200 saraus literários existentes nas regiões periféricas da capital se apresentaram, entre eles a Cooperifa, a Poesia Maloquerista e a Voz do Povo. O estande de 144 metros quadrados, além de outros espaços culturais de Buenos Aires, foram palco para encontros com autores paulistanos, mostra de cinema e shows. Artistas como Emicida, Criolo e Racionais MCs integraram a programação.

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Atendimento ao público Com um acervo atualizado em 2016, que reúne 2.473.823 livros, a rede de bibliotecas públicas da cidade de São Paulo é uma das maiores do Brasil. Entre janeiro e dezembro de 2015, atendeu 1,2 milhão de pessoas, que realizaram 903.433 empréstimos nos mais de 146 equipamentos que compõem a rede. Entre janeiro e junho de 2016, a Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas atendeu 518 mil pessoas, que emprestaram 316 mil livros.


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Além de empréstimos de publicações, a isando atender a uma demanda da BMA promove saraus, discotecagens e debates população que não conseguia usufruir com personagens do cenário literário em sua da Biblioteca Mário de Andrade (BMA) programação 24 horas, consolidando o local durante seu horário usual diurno, foi inaucomo importante espaço cultural da cidade. gurado, no dia 1º de julho de 2016, o serviço A programação regular também foi de atendimento 24 horas. O acervo de 53 mil diversificada, incluindo um uso constante do títulos da Biblioteca Circulante fica disponível auditório para recitais, como o BMA Instrupara que os leitores emprestem ou devolvam mental, projeto que acontece em toda última publicações automaticamente, sem a necessisexta-feira do mês. Nele, dade de um funcionário. se apresentam renomados Para maior conforto do A cada dia, 10% dos livros instrumentistas em shows usuário, o acervo pode são emprestados no de MPB. O programa tem ser consultado em site. período da madrugada, curadoria de Swami Jr., Desde a inaugurauma média de 30 por noite prestigiado músico da atução do serviço, já foram alidade. Em todo o terceiro realizados, em média, 8 domingo do mês, é realizada a Bibliotequinha mil empréstimos por mês, sendo que 10% deles, Mário de Andrade, programação voltada a cada dia, ocorrem no período da madrugada para a família que oferece atividades lúdicas, (entre meia-noite e 6 horas da manhã), uma espetáculos teatrais e oficinas. Com esta nova média de 30 empréstimos por noite. Aproximadinâmica, o funcionamento da BMA se aproxidamente, 2.500 pessoas frequentam a Bibliotema das características de um centro cultural. ca todos os dias, 60 delas durante a madrugada.

Vista noturna da Biblioteca Mário de Andrade emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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espaços culturais

BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE 24 HORAS


espaços culturais Coreografia "Balcão do amor", do Balé da Cidade de São Paulo, e cena da ópera "Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk" Divulgação

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THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

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bém em lugares inusitados, como terminais de ônibus e igrejas. A Praça das Artes, extensão do TM e sede das escolas de dança e música, tornou-se um centro cultural com programação diferenciada. Foram realizadas exposições, espetáculos de dança, teatro, música e multimídia, assim como eventos colaborativos, como o festival Cocidade.

Programação Diversas óperas, concertos e apresentações de balé ocuparam o Theatro Municipal entre 2013 e 2016. Além do palco principal, outros espaços tiveram sua vocação reforçada, como é o caso da Sala do Conservatório, na Praça das Artes, espaço adequado para grupos com formação de câmara, como o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo.

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esde o início da gestão, o Theatro Municipal de São Paulo (TM) colocou em prática um programa de abertura para a cidade por meio de duas ações principais: seu edifício icônico, projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo, recebeu eventos especiais e gratuitos em outras linguagens além da lírica, como a música popular brasileira, o hip-hop, o circo e o samba; e os espetáculos da temporada de ópera tiveram parte dos ingressos a preços populares. No sentido inverso, seus corpos artísticos –Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas e Corais Lírico e Paulistano– excursionaram por diversas regiões da capital por meio do programa Municipal na Cidade, apresentando-se nos Centros Educacionais Unificados (CEUs), teatros municipais e tam-

Exposição "O mundo de Mafalda" - Praça das Artes, em 2014 40

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espaços culturais

Alguns destaques da programação do Theatro Municipal de São Paulo/Praça das Artes

2013 Maio • Ópera Ça Ira Junho • Ópera The Rake’s Progress Agosto • Ópera Aida Setembro • Ópera Don Giovanni Outubro • Óperas Jupyra e Cavalleria Rusticana Novembro • Ópera O Ouro do Reno Dezembro • La Bohème • Comemoração do Dia do Samba

2014 Janeiro • Balé da Cidade Coreografia Cantata Março • Ópera Il Trovatore • Gala do Circo – comemoração ao Dia do Palhaço Abril • Ópera Falstaff Maio • Orquestra Experimental de Repertório na Virada Cultural

Maio/Junho • Ópera Carmen Agosto • Balé da Cidade de São Paulo Coreografias Antiche Danze e Cacti 30’ Setembro • Ópera Salomé Outubro • Óperas Cavalleria Rusticana e I Pagliacci • Balé da Cidade de São Paulo recebe Balé Teatro Guaíra no Auditório Ibirapuera Novembro • Ópera Tosca • Orquestra Experimental de Repertório na 38ª Mostra Internacional de Cinema Dezembro • Exposição O Mundo de Mafalda na Praça das Artes

2015 Março • Ópera Otello • Coral Paulistano Mário de Andrade Abertura da Série Encontros com a Dança, na Sala do Conservatório

Abril/Maio • Óperas Um homem só e Ainadamar Maio/Junho • Ópera Eugene Oneguin Julho • Ópera Thaïs Agosto/Setembro • Ópera Manon Lescaut Setembro • Balé da Cidade de São Paulo, Orquestra Experimental de Repertório e Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Coreografia Adastra (Teatro Alfa) Outubro • Ópera Lohengrin Novembro • Mostra dos 75 anos da Escola de Dança de São Paulo Dezembro • As aventuras alucinadas do Circo Regino

2016 Março • Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Abertura da Série Olimpíadas, Sala do Conservatório

Março/Abril • Balé da Cidade de São Paulo Coreografias Cantares, Abrupto e Cacti 30' Abril • Coral Paulistano Mário de Andrade Abertura da Série Mosaico Internacional Abril/Maio • Ópera La Bohème Junho • Balé da Cidade de São Paulo e Orquestra Experimental de Repertório Coreografia Corpus Julho • Ópera Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk Agosto/Setembro • Orquestra Sinfônica Municipal Festival Beethoven Setembro/Outubro • Balé da Cidade de São Paulo Coreografia Titã Novembro • Balé da Cidade de São Paulo Coreografia Quebrakovsky – The nuts talent show Dezembro • Ópera Fosca

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espaços culturais Centro Cultural do Grajaú – Palhaço Carequinha, na zona sul, em 2016

CENTROS CULTURAIS E TEATROS MUNICIPAIS

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entros culturais e teatros municipais tiveram especial atenção nesta gestão por conta de sua importância na veiculação de cultura e formação de público nas diversas regiões da cidade.

Centros culturais Os centros culturais são equipamentos multiuso de referência com ampla oferta de atividades de formação e programação. Anteriormente composta pelo Centro Cultural São Paulo, Centro Cultural da Penha, Centro Cultural da Juventude e Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes (CFCCT), a rede desses equipamentos foi expandida a partir da requalificação de espaços subutilizados e da integração de unidades da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). Além da efetiva implantação do CFCCT, cuja gestão é da Fundação Paulistana de Educação, Tecnologia e Cultura (Fundatec), foram transformados em centros culturais outros seis equipamentos: Centro Cultural Olido, compos42

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to pela Galeria Olido, Sala Olido, Spcine Olido, Centro de Dança Umberto da Silva, Centro de Memória do Circo, Vitrine da Dança, Ponto de Leitura Olido e FabLab, este último em parceria com a Secretaria de Serviços; Centro Municipal de Culturas Negras do Jabaquara, criado a partir da integração da Biblioteca Pública Paulo Duarte, do Sítio da Ressaca e do Acervo da Memória e do Viver Afro-brasileiro Caio Egydio de Souza Aranha; Centro Cultural da Vila Formosa, formado pela Biblioteca Pública Paulo Setúbal e o Teatro Municipal Zanoni Ferrite; Centro Cultural de Santo Amaro, composto pela Biblioteca Pública Prefeito Prestes Maia e o Teatro Municipal Leopoldo Fróes; além do Centro Cultural Tendal da Lapa e do Centro Cultural do Grajaú - Palhaço Carequinha, anteriormente implantados como casas de cultura. A iniciativa buscou ampliar a abrangência territorial das ações desenvolvidas, permitindo aos centros culturais exercer seu papel estruturante e referencial nas diversas regiões administrativas da SMC, a partir de um trabalho conjunto e de cooperação mútua.


Teatro Municipal Flávio Império

Três teatros municipais, dois na zona leste e um na zona sul, receberam atenção especial, pois passaram por reformas estruturais, o que os capacitou para receber espetáculos de todas as linguagens e com recursos mais modernos, pois toda a estrutura cênica foi substituída. Os quadros abaixo trazem detalhes sobre as obras realizadas.

A reabertura do Teatro Municipal Flávio Império era muito aguardada pela comunidade do Cangaíba, bairro da zona leste, onde o equipamento está localizado. Fechado por não ter condições de funcionamento por cerca de sete anos, o espaço teve suas obras iniciadas em novembro de 2011. O objetivo, assim como aconteceu com os outros teatros, era modernizar as instalações, promovendo a requalificação do local. Nessa intervenção, foram instalados modernos recursos de cenotecnia, nova cabine de controle de som e luz, melhoria das condições acústicas, ar-condicionado com sistema de controle independente para a plateia e o palco, troca de poltronas e acessibilidade total. Por contar com uma ampla área externa, o projeto incluiu a instalação de uma arquibancada, aproveitando o desnível do terreno, para a realização de atividades ao ar livre, como saraus, feiras culturais e projeções de filmes. O palco dá acesso também a essa área, o que permite ter plateia tanto do lado interno como de fora. A pavimentação de uma parte do terreno permitiu a prática de esportes e exercícios. Com investimento de R$ 7.473.313,85, o Flávio Império foi reaberto em janeiro de 2015. A programação cultural recebida pelo teatro reúne grupos locais e atrações de programas como o Circuito Municipal de Cultura. Devido ao seu amplo espaço externo e variedade de atrações é amplamente utilizado pela comunidade.

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Teatro Municipal da Mooca Arthur Azevedo Projetado pelo arquiteto Roberto Tibau, o Teatro Municipal da Mooca Arthur Azevedo, na zona leste, é tombado pelo Conpresp como patrimônio histórico por ser exemplo de arquitetura modernista em São Paulo. O projeto de restauração e modernização, coordenado pelo Gerenciamento Técnico de Obras (GTO), da Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, contemplou a requalificação da caixa cênica, com instalação de recursos de cenotecnia mais modernos, sistema independente de ar-condicionado para plateia e palco e a construção de um anexo que abriga a administração e área multiuso. Quanto à acessibilidade, além das adaptações internas em camarins, sanitários e outras, foi instalada, entre o estacionamento e o acesso principal ao saguão, uma plataforma para pessoas com deficiência. Nesta obra, iniciada em julho de 2012 e concluída em julho de 2015, foram investidos R$ R$ 7.821.124,07. O teatro foi inaugurado em agosto de 2015, como sede do Clube do Choro de São Paulo. A proposta partiu de uma mobilização de artistas dedicados a esse estilo musical, considerado o gênero urbano pioneiro no País. No primeiro mês de apresentações, o teatro recebeu o grupo Izaías e seus Chorões, o mais antigo em atividade de São Paulo. Além dos shows regulares, há, ainda, rodas de choro organizadas no hall, antecedendo outros espetáculos.

espaços culturais

Teatros municipais

Teatro Municipal da Mooca Arthur Azevedo emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró O Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró, na zona sul, passou por uma reforma geral, iniciada em 2011, com foco na ampliação e requalificação de suas instalações. Igualmente projetado pelo arquiteto Roberto Tibau, o edíficio é também tombado pelo Conpresp. Nesta intervenção de modernização das instalações, o projeto original foi respeitado. A caixa de palco recebeu recursos atualizados de cenotecnia para teatro e sistema de projeção. A instalação de ar-condicionado possui sistema independente de controle, trazendo mais conforto para a plateia e os artistas. Foram contempladas também as questões de segurança, acessibilidade total para público e atores; substituição dos revestimentos de pisos, paredes e tetos, com especial cuidado para melhorar as condições acústicas da plateia e do palco. Com dimensões maiores do que qualquer outro teatro de bairro da rede municipal, o Paulo Eiró tem, em seu proscênio, um elevador de palco para orquestra com sistema de elevação spiralift, capacitando-o para realizar apresentações de espetáculos que exijam essa mobilidade, como é o caso de óperas e musicais. Nas fachadas e áreas do saguão, as pastilhas originais foram recompostas,

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espaços culturais Teatro Municipal Flávio Império amplo espaço externo renovado

Fachada do Teatro Municipal de Santo Amaro Paulo Eiró

mantendo as características iniciais do prédio. Ainda na área externa, um novo projeto de paisagismo foi realizado, com a instalação de bancos, iluminação e uma fonte interativa sem espelho d’água, com efeito ornamental de jatos luminosos intermitentes. O monumento Homenagem às Artes, de autoria do artista plástico Julio Guerra, que estava instalado originalmente na diagonal da praça, dificultando sua total contemplação, assim como a da fachada do próprio teatro, foi reposicionado para a lateral dessa mesma praça e totalmente restaurado. A alteração permitiu que toda a praça e a fachada do teatro fossem valorizadas, com melhor visibilidade e embelezadas pela nova iluminação direcionada artisticamente para os elementos que as compõem. Totalmente reformado, com investimento de R$ 14.452.796,40, o teatro foi reaberto em setembro de 2015 com uma apresentação da Orquestra Experimental de Repertório. Atualmente, o Paulo Eiró encontra-se fechado devido a um problema detectado em junho de 2016. O transformador interno precisará ser substituído, pois apresentou um problema que causou sucessivas quedas de energia. A Secretaria Municipal de Cultura já licitou os reparos necessários. Os trabalhos foram iniciados em 30 de novembro de 2016.


espaços culturais Centro de Referência da Dança de São Paulo - jam de contato improvisação com Ricardo Neves

CENTRO DE REFERÊNCIA DA DANÇA DE SÃO PAULO

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m 2015, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) lançou um edital para selecionar propostas de parceria para gestão compartilhada do Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo (CRDSP), espaço localizado embaixo do Viaduto do Chá, onde funcionava a Escola Municipal de Bailado. Dessa forma, a gestão hoje é dividida entre a SMC e a Cooperativa Paulista de Dança, e o local se tornou referência para o desenvolvimento de caminhos artístico-pedagógicos necessários ao universo da dança, em diálogo com a cidade e as pessoas. Em suas nove salas, o CRDSP recebe 90 núcleos artísticos e realiza também atividades de formação. Dentre elas, 12 cursos com aulas de técnicas diversas sobre o corpo e a dança, além de oficinas e workshops pelos quais passaram, desde o início de 2016, mais

de mil pessoas. Reconhecido também como palco de apresentações, o Centro ofereceu, ao longo de 2016, 43 espetáculos para um público aproximado de 3.000 pessoas. Além dessas atividades, parcerias importantes contribuíram para consolidar o local como um centro de referência da dança, como o próprio nome diz. Os resultados puderam ser vistos, por exemplo, na 10ª Mostra do Fomento à Dança, no FranceDanse e na 9ª edição do Festival Contemporâneo de Dança. Boa parte dessa programação foi pensada especialmente para o CRDSP, como o Encontro Latino-Americano de Gestores da Dança, que contou com a participação de representantes da Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile, Colômbia, Venezuela, México, Equador e Panamá, além de 14 estados do Brasil e várias cidades do interior e da região metropolitana de São Paulo. emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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espaços culturais

CASAS DE CULTURA

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2016; e a Casa de Cultura da Vila Guilherme om foco na gestão territorializada, além dos Casarão, em junho do mesmo ano. Esta última equipamentos já existentes e das atividafoi instalada em um imóvel da zona norte, tomdes promovidas nas regiões onde não há bado como patrimônio histórico pelo Conpresp espaços culturais, faltava trazer a rede de casas em 2013, a partir de uma de cultura novamente à demanda do Conselho Secretaria Municipal de 18 casas de cultura foram Participativo da subpreCultura (SMC). Após dez feitura da região. anos sob a responsabilida- reintegradas à rede de A programação pende da Secretaria Municipal equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura a partir de sada para estes espaços de Coordenação das Subcontou, além das atividaprefeituras, as 18 unidades 2015. Este retorno foi a quinta foram reintegradas à rede proposta prioritária mais votada des artísticas do Circuito Municipal de Cultura, de equipamentos da SMC a na 3ª Conferência Municipal de com 389 oficineiros que partir de 2014, atendendo Cultura, em 2013 foram contratados por ao Decreto no 55.547/2014. meio de um edital, lançado em 2015. Os seleDessa forma, o número de espaços oferecidos foi cionados puderam ministrar aulas de capoeira, ampliado, ao lado de casas históricas, bibliotecas música, grafite, dança, teatro, violão, canto, públicas, centros culturais e outros. entre outras expressões culturais. As casas de cultura passaram a contar As casas de cultura são importantes espaços com uma infraestrutura apropriada por parte de convívio e realização de coletivos artísticos da SMC, que inclui som e luz, para receber as locais. Por este motivo, o seu retorno para a atividades. Posteriormente, outros dois espaços gestão direta da SMC foi a quinta proposta prioforam adaptados, aumentando o número desse ritária mais votada na 3ª Conferência Municipal tipo de equipamentos: a Casa de Cultura de São de Cultura, obtendo 162 votos. Rafael, na zona leste, inaugurada em maio de Sylvia Masini

Inauguração da Casa de Cultura da Vila Guilherme - Casarão, em 2016 46

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audiovisual

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criação da Spcine - empresa de cinema e audiovisual de São Paulo - foi uma iniciativa inédita na cidade, concebida a partir das necessidades do mercado, em diálogo constante com as organizações do setor. Em 2013, marcou o começo de uma nova fase do audiovisual paulistano com a intensificação das iniciativas de fomento por meio de novos editais; e de difusão, com a criação do circuito de salas Spcine e o apoio a mostras e festivais. Em 22 meses de funcionamento, a empresa apresentou linhas de financiamento inovadoras para o audiovisual e ainda estabeleceu um parque exibidor municipal, hoje considerado a maior rede de salas públicas de cinema do Brasil e uma das mais importantes da América Latina.


audiovisual Animação "O menino e o mundo", de Alê Abreu - apoio da Spcine para a campanha internacional rumo ao Oscar

SPCINE: CINEMA PARA TODOS

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m outubro de 2013, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, entregou à Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei nº 772/2013, que previa a criação da Spcine - empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. A iniciativa, consolidada em dezembro de 2014 por meio da Lei nº 15.929/2013, marcou o começo de uma nova fase do audiovisual paulistano com a intensificação das iniciativas de fomento, por meio de novos editais; e de difusão, com a criação do circuito de salas Spcine e o apoio a mostras e festivais. A empresa foi criada com o intuito de apoiar e impulsionar o desenvolvimento da produção audiovisual paulistana em todas suas etapas, financiando com ênfase não só na coprodução, mas também na codistribuição. A Spcine foi construída a partir das necessidades do mercado audiovisual, em diálogo constante com as organizações do setor. Periodicamente, a diretoria da empresa se reúne com o Comitê Consultivo, espaço de conversa com 19 associações que representam diversos segmentos da área, de maneira a garantir a eficiência do órgão em sua atuação como estimulador do audiovisual na cidade. Em 2016, a nova empresa colocou em prática um audacioso projeto: a criação da maior rede de salas públicas de cinema do Brasil e uma das mais importantes da América Latina, o Circuito Spcine. Este complexo foi possível por meio de uma parceria estratégica com a Secretaria Municipal de Educação, pois 15 dos 20 espaços de exibição estão nos Centros 48

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Educacionais Unificados (CEUs) e outros cinco em equipamentos culturais, entre eles o Centro Cultural São Paulo, que abriga duas salas.

Circuito Spcine Para maior conforto do espectador, a Spcine focou as atenções na criação de cinemas de ponta, aproveitando espaços pré-existentes e investindo em equipamentos de projeção e de som. O objetivo do novo circuito de salas municipais não é concorrer com o mercado, mas fortalecê-lo, atuando, sobretudo, na formação de plateias. As sessões são gratuitas nos CEUs e a preços populares nos centros culturais. As salas que compõem hoje o Circuito Spcine começaram a ser inauguradas em março de 2016. Esta ação concretiza uma das principais missões da Spcine, que é a democratização do acesso da população moradora em regiões carentes de equipamentos culturais, ao entretenimento audiovisual, avançando para além da barreira geográfica do centro expandido. As salas atualmente em operação estão presentes em 17 das 32 subprefeituras, com prioridade para as que não são atendidas pelo circuito comercial de cinema. Ao longo de 2016, foram modernizadas 20 salas em CEUs e centros culturais, com investimento de R$ 7,5 milhões. Equipamentos de última geração incluem projetor digital e sistema de som Dolby 5.1. A programação traz um pacote varia-


Ações Para facilitar e desburocratizar as filmagens, a Spcine criou, em 2016, a São Paulo Film Commission, pelo Decreto nº 56.905/2016. Agora, os produtores precisam apenas preencher um formulário e efetuar um cadastro único, que a comissão entra em contato com todos os órgãos responsáveis, agilizando assim as autorizações para filmar na cidade. Hoje, a comissão atende a uma média de 80 projetos por mês. De maio a outubro de 2016, 354 produções tiveram filmagens autorizadas. Foi solicitado um total de 1.421 locações. Segundo os valores declarados pelas produtoras no cadastro único, a atividade audiovisual movimentou, nesse período de cinco meses, um total de R$ 176,9 milhões na capital. Já para incentivar a formação de público e também aumentar o acesso à produção audiovisual, a Spcine promoveu, além do Circuito Spcine, uma série de exibições seguida de debates com diretores, como o Encontro com Cineastas, feito em parceria com a Revista de Cinema. Desde a criação da empresa, diretores de diversas gerações, como Tata Amaral, Jeferson De, Marina Person, Beto Brant e Pedro Morelli, participaram de conversas sobre seus filmes com o público. Apenas em novembro de 2016, foram realizados, ao todo, oito encontros. Em parceria com o Hacklab e a O2 Play, a Spcine desenvolve uma plataforma digital de filmes sob demanda, o Projeto SPVOD, criando mais uma janela para a exibição de produções paulistas. A previsão

de lançamento é para janeiro de 2017. Além disso, a empresa mantém uma sala especial no Cine Caixa Belas Artes, com uma programação dedicada ao cinema brasileiro. Entre as preocupações da empresa, também está a de formação profissional, com a oferta de bolsas de estudo por meio do programa Sampa Cine Tec, lançado em outubro de 2016. Foi também criado o Leia (Laboratório de Experimentação e Inovação Audiviosual), a ser instalado no Parque Municipal Chácara do Jockey, na zona oeste da cidade. O espaço traz uma infraestrutura de ponta para o desenvolvimento de novos modelos de negócio, em segmentos como games e animação. O lançamento do primeiro edital de pesquisa do Leia ocorre em dezembro deste ano.

audiovisual

do de filmes, inclusive com lançamentos, e se altera a cada semana, como ocorre no circuito comercial. Até novembro de 2016, as salas do Circuito Spcine já receberam um público superior a 250 mil pessoas.

Investimentos Em quase dois anos de atuação, muitos projetos já tiveram o apoio da Spcine. Foram ao todo investidos, via edital, R$ 36 milhões em novos produtos audiovisuais na cidade. Em 2015, de 41 filmes lançados no Estado de São Paulo, 13 contaram com o apoio da empresa. Até outubro de 2016, de 42 produções, 15 foram contempladas. Dentre os muitos títulos de qualidade que tiveram participação da Spcine, destaca-se “O menino e o mundo”, de Alê Abreu. Em parceria com a produção do filme, foram investidos R$ 300 mil para a campanha internacional do longa-metragem, após a notícia de que ele se tornou a primeira animação brasileira indicada ao Oscar. Hoje, o Menino do título é a cara da nova vinheta da empresa, realizada como contrapartida pelo diretor do filme, que afirma ser “São Paulo, cidade da animação”.

Inauguração do Circuito Spcine - CEU Butantã, em 2016 emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

49


formação

A

formação artística abrange diversos programas na administração indireta, como as Escolas de Música e de Dança da Fundação Theatro Municipal, com quase 2.000 alunos, e na administração direta, por meio da Escola Municipal de Iniciação Artística (Emia), do Programa de Iniciação Artística (PiÁ) e do Programa Vocacional, que contemplam a formação e expressão nas várias linguagens, abrindo espaços de incentivo à cidadania e apropriação cultural. Além disso, a Secretaria Municipal de Cultura atua na formação e experimentação profissional no campo da gestão, sobretudo por meio do Programa Jovem Monitor Cultural. Todos os programas de formação receberam aumento de investimento durante os quatro anos desta gestão, o que ampliou seus alcances.


N

a Emia não existe o impossível. Desde cedo, as crianças que participam dos cursos na Escola Municipal de Iniciação Artística são estimuladas a expandir seus horizontes, de maneira autônoma e divertida, por meio de atividades artísticas e culturais, todas elaboradas em conjunto com os próprios garotos e garotas. Criativo e estimulante: esse é o espírito do centro educacional localizado dentro do Parque Lina e Paulo Raia, no Jabaquara, na zona sul. Em 2015, a escola completou 35 anos de existência. Concebida inicialmente como local destinado a preparar crianças para o ingresso na Escola Municipal de Música, a proposta da Emia logo se expandiu para proporcionar conhecimento artístico e aprendizagem de forma contínua também em outras linguagens, como dança, teatro e artes visuais. De forma integrada, esses saberes são trabalhados com crianças de 5 a 12 anos, por meio de um método pedagógico que inspirou a criação do projeto PiÁ - Programa de Iniciação Artística (veja na página 52). Ao todo, são cerca de mil alunos atendidos anualmente pelos cursos regulares. Participantes,

entre 5 e 7 anos, têm a oportunidade de manter contato com os fazeres artísticos por meio de sorteio público, e estudam na Emia até os 12. Ex-alunos, pais e comunidade em geral também se beneficiam, podendo participar de eventos e cursos livres. Ao longo dos anos, foram realizados diversos tipos de oficinas, como de dança, flauta doce, teatro para as mães e, hoje, cerca de mil pessoas participam dos cursos oferecidos. A Emia tem servido também de palco para diversos encontros lúdicos e culturais. Em comemoração à semana da criança, por exemplo, acontece a supersemana, em que os alunos apresentam seus trabalhos para os colegas de outras turmas e idades, incentivando a convivência e a desinibição. Há também a Viradinha Musical, apresentação de música aberta ao público; a festa junina, com a participação ativa das famílias em sua organização; e a orquestra infantojuvenil, que estimula o aprendizado de instrumentos musicais e que tem realizado apresentações em conjunto com segmentos de outras linguagens, como dança e teatro.

Aula na Escola Municipal de Iniciação Artística (Emia) emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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formação

Iniciação Artística: EMIA


Felipe Gregoi

formação

Programa de Iniciação Artística (PiÁ) para crianças e jovens

Iniciação Artística: PiÁ

A

tendendo crianças entre 5 e 14 anos, o Programa de Iniciação Artística (PiÁ), cujo início foi inspirado na Escola Municipal de Educação Artística (Emia), leva para os quatro cantos da cidade, em locais como bibliotecas públicas, teatros e, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, aos CEUs (Centros Educacionais Unificados), diversas atividades artísticas. O projeto tem como um dos objetivos despertar o interesse de crianças e jovens por música, teatro, dança e artes visuais. A ideia é promover uma aprendizagem baseada no fazer artístico por meio da expressividade, da criatividade, do respeito pelas diferenças e do senso crítico e estético, considerando o processo de crescimento e o amadurecimento da criança. O programa visa desenvolver projetos coletivos por meio de encontros semanais com turmas divididas por faixa etária, com a presença de dois professores de linguagens artísticas diferentes em cada sala de aula. O PiÁ trabalha com a valorização do que é lúdico, ou seja, incentiva brincadeiras com foco nas

próprias percepções das crianças e nas relações de convivência com o outro. Um dos princípios do programa é valorizar a experimentação, a descoberta do mundo, do outro e de si mesmo, por meio da expressão e de experiências criativas. Na edição de 2016, entre os meses de setembro e outubro, os coordenadores regionais criaram um questionário com perguntas fechadas e abertas, respondido por 19% dos familiares de forma voluntária, representando os 32 equipamentos onde o programa é desenvolvido. Entre os resultados, chamou a atenção o fato de que 96% dos familiares notaram mudanças positivas no comportamento das crianças depois de passar a frequentar as atividades do PiÁ, sendo que 60,9% assinalaram a percepção de que as crianças brincam mais. Além disso, 36,7% perceberam melhora no desempenho escolar, mesmo o programa não abordando conteúdo de grade curricular. Isto indica que os participantes do programa têm sua autoestima melhorada, exercitam as capacidades cognitivas e seus vínculos sociais. Confira abaixo a evolução do programa.

Tabela 1 | Evolução do Programa PiÁ Programa de Iniciação Artística - PiÁ

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2013

2014

2015

2016

Orçamento (R$)

1.429.000

1.864.000

3.197.000

3.600.000

Número de vagas

1785

1890

2670

3500

Contratados

68

78

115

126

Número de Equipamentos

18

19

31

32

EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz


O

Programa Vocacional promove atividades artístico-pedagógicas para jovens com mais de 14 anos por meio de atividades relacionadas às artes visuais, música, teatro, dança, artes integradas e literatura. Não se trata de uma escola convencional, nem de simples oficina de iniciação, mas de um espaço de troca de ideias e conhecimentos com o intuito de formar cidadãos conscientes do papel das artes, da cidadania e da ocupação do espaço público, promovendo ação e reflexão. Atuando na cidade desde 2001, o programa coloca artistas-orientadores e coordenadores em uma relação horizontal com os participantes, já que eles atuam como parceiros, abrindo-se para a construção de um conhecimento comum em conjunto com os estudantes.

O Vocacional atua com base em alguns princípios que funcionam como pressupostos. Dentre eles estão o “nomadismo no espaço público”, que significa buscar possibilidades de ocupação, conhecendo novos territórios; a ação cultural, aquela capaz de provocar rupturas, criando hábitos e valores, permitindo a ocupação cultural de novos lugares na cidade; a investigação da própria construção artística, entendendo e transformando as relações entre forma e conteúdo; o registro dos processos, mantendo viva a memória da construção artística; e, por fim, a apreciação, que significa o compartilhamento das experiências vividas e uma reflexão crítica em relação à obra criada. Confira abaixo a evolução do programa.

Tabela 2 | Evolução do Programa Vocacional Programa Vocacional

2013

2014

2015

2016

Orçamento (R$)

2.349.000

4.083.000

4.537.000

4.750.000

Número de vagas

4290

4680

5280

5100

Contratados

191

196

208

210

Número de Equipamentos

69

75

84

90

Programa Vocacional - grupo Os Malucômicos emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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formação

PROGRAMA VOCACIONAL


Sylvia Masini

Sylvia Masini

formação

Apresentação do programa Jovem Monitor Cultural - Formação e Experimentação Profissional em Gestão Cultural, em 2015

JOVEM MONITOR CULTURAL

A

Secretaria Municipal de Cultura (SMC), por meio do Programa Jovem Monitor/a Cultural, abriu e aproximou ainda mais os equipamentos culturais da cidade e a juventude. Por meio dele, ao todo 90 espaços, entre teatros municipais, bibliotecas públicas e centros culturais, incorporaram em suas equipes jovens com idade entre 18 e 29 anos, com formação em diversas áreas do conhecimento. A iniciativa promove a formação e experimentação profissional em gestão cultural, alocando os jovens monitores em equipamentos localizados em toda a cidade, do centro à periferia. Em 2016, o programa contemplou 263 participantes. O projeto começou em 2008, no Centro Cultural da Juventude (CCJ), onde 27 jovens tiveram experiência de trabalho e formação. No ano seguinte, a Lei 14.968/09 criou regras e proce-

dimentos para o programa. Em 2013, o projeto começou a ser posto em prática em toda a cidade, expandindo-se para outros equipamentos da SMC. Coordenado pelo CCJ, em parceria com a Ação Educativa e o Instituto Pólis, o programa oferece uma formação combinada, com ampliação de repertório e experimentação prática da gestão cultural, entendendo o funcionamento de um departamento ou equipamento cultural com uma visão de dentro desses estabelecimentos. Há também uma perspectiva teórica, envolvendo questões de cidadania, juventude, étnico-raciais e de gênero e direito à cidade. O programa possui ótima aceitação interna entre os diversos departamentos e equipamentos culturais, pois a presença dos jovens oxigena as equipes, trazendo novas perspectivas e trocas profissionais.

Gráfico 2 | Vagas no Programa Jovem Monitor Cultural 300 237

225 150 75 0

110 30 2013

54

263

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2014

2015

2016


patrimônio e memória

A

área de patrimônio histórico é estratégica para a compreensão da cidade e sua história. Ações de valorização, como a Jornada do Patrimônio, trouxeram o tema para o centro das discussões, reconhecendo sua importância para o desenvolvimento de ações concretas de preservação. Uma forma de compreender essa relação entre o patrimônio e a cidade foi a reabertura do Cine Caixa Belas Artes. Atendendo a um desejo popular, a ação contou com a intermediação da Prefeitura de São Paulo. Um novo olhar para a questão do patrimônio histórico motivou também a criação de outras ferramentas de reconhecimento para além do tombamento, como é o caso do Selo de Valor Cultural e da regulamentação das Zonas Especiais de Preservação Cultural - Área de Proteção Cultural (Zepecs), instrumento previsto no Plano Diretor Estratégico.


patrimônio e memória Reabertura do Cine Belas Artes em 19 de julho de 2014, agora batizado de Cine Caixa Belas Artes Sylvia Masini

CINE CAIXA BELAS ARTES

D

epois de esgotadas todas as possibilidades de manter o Cine Belas Artes aberto como empreendimento privado, este teve de encerrar suas atividades em março de 2011. Porém, em uma iniciativa inédita que mobilizou admiradores do tradicional cinema de rua e poder público, o local foi reaberto no dia 19 de julho de 2014, com o novo nome de Cine Caixa Belas Artes. Desde o anúncio do fechamento e nos anos em que o prédio ficou sem uso, a sociedade civil organizou diversas passeatas e abaixo-assinado na internet, com engajamento de personalidades, formadores de opinião e ampla cobertura da imprensa. Resultado dessa ação coletiva, o Movimento Belas Artes também passou a atuar ativamente para buscar, junto ao poder público, uma forma de manter o cinema aberto. O prefeito Fernando Haddad prometeu estudar formas de contribuir para a devolução do então Cine Belas Artes para a cidade de São Paulo. As negociações com potenciais patrocinadores foram iniciadas já em 2013, primeiro ano da nova gestão. Sem envolver nenhum custo de sua parte, a Prefeitura anunciou, em janeiro de 2014, o

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EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz

patrocínio da Caixa Econômica Federal. Foram garantidas contrapartidas de interesse público, como preço de ingresso e serviço de bombonière com valores reduzidos em comparação a outras salas das imediações da Avenida Paulista. Em julho de 2015, durante a comemoração de um ano de reabertura do espaço, foi criado o Conselho de Amigos do Cine Caixa Belas Artes, que reúne 21 representantes de diversos segmentos relacionados ao cinema, entre os quais, cineastas, lideranças culturais, secretários municipais e representantes da sociedade civil. A secretaria-executiva do conselho é coordenada pela Spcine, empresa que também inaugurou uma sala com seu nome no complexo cinematográfico. Em outubro de 2016, o Cine Caixa Belas Artes teve seu reconhecimento como Área de Proteção Cultural (Zepec-APC), inaugurando um instrumento que foi criado no Plano Diretor Estratégico de 2014 (Lei Municipal nº 16.050/2014). O procedimento que abre o processo de enquadramento como Zepec-APC do edifício que abriga o cinema, prevê que qualquer alteração, seja estrutural ou na função do espaço como cinema, deverá ter anuência do Conpresp.


O

Desde 2015, enquanto as obras estão em andamento, foi instalado um “canteiro aberto” na Vila com foco em educação patrimonial e programação cultural, atingindo um público de 30 mil pessoas. Em parceria com a Secretaria Municipal de Serviços, foi instalado no local, ainda, um minilaboratório FabLab Livre SP, rede de laboratórios de fabricação digital. Nesta linha, foi firmada uma parceria com o Instituto Goethe em 2016 para a seleção de dez projetos que irão ocupar a casa 8 do conjunto arquitetônico. Lançada em julho, a chamada teve como foco a escolha de projetos que se empenhassem na dinamização e na experimentação deste espaço. Os projetos selecionados serão executados ao longo de 2017, cada um com duração de um mês, a partir de fevereiro. Atualmente, está em andamento a restauração de dois imóveis: as casas 8 e 11. Em breve, a casa 11 terá o seu restauro concluído. A proposta ainda em estudo para a ocupação do espaço é a de realizar residências artísticas. Em novembro de 2016, foi aberto o edital Experimenta Vila Itororó, para dar continuidade às atividades do canteiro aberto. Realizada pela Prefeitura de São Paulo, a renovação da Vila Itororó é viabilizada também com apoio cultural da IBM e gerenciamento do Instituto Pedra. Sylvia Masini

projeto de revitalização da Vila Itororó era discutido há mais de 30 anos sem nunca ter saído do papel. Porém, com o patrocínio do Itaú Unibanco e da Construtora Camargo Corrêa, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), as obras de restauração desse raro exemplar do processo de ocupação urbana e da história da habitação de São Paulo puderam ser iniciadas. A Vila, construída pelo empreiteiro português Francisco de Castro entre 1922 e 1929, na região da Bela Vista, é tombada pelos órgãos de patrimônio histórico municipal (Conpresp) e estadual (Condephaat). Construída a partir de material de demolição do antigo Teatro São José, como é o caso das colunas gregas e de diversos elementos decorativos, a obra possui outras características inéditas. É a construção pioneira no Brasil realizada com material “reciclado” e também a primeira com piscina particular com água vinda do Riacho Itororó, que corta a região. O projeto de restauro é de autoria dos arquitetos Décio Tozzi e Benedito Lima de Toledo, que o conceberam em 1974. Após atualizações, foi aprovado pelos órgãos de preservação em 2010. Na fase inicial, foram feitas a análise estrutural das edificações, limpeza do terreno, instalação do canteiro de obras, drenagem do solo, demolições e remoção de entulho e início da consolidação das construções que compõem o conjunto arquitetônico.

patrimônio e memória

VILA ITORORÓ

Vila Itororó: enquanto as obras estão em andamento, o local funciona como um "canteiro aberto", recebendo atividades culturais e visitas guiadas emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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patrimônio e memória Carreata em homenagem à doação do acervo do palhaço Piolin ao Centro de Memória do Circo - Largo do Paissandu/Avenida São João, em 2015 Sylvia Masini

DOAÇÃO DO ACERVO PIOLIN

E

m dezembro de 2015, uma curiosa carreata cruzou a Avenida Nove de Julho. O percurso saiu do Museu de Arte de São Paulo (Masp) rumo à região central da cidade, com destino ao Centro de Memória do Circo (CMC), espaço que articula a arte circense e seus artistas, localizado no Centro Cultural Olido, no Largo do Paissandu. O objetivo era entregar a doação do acervo do palhaço Piolin, mantido no Masp, uma das instituições culturais mais importantes da cidade. Em 1972, quando o Museu foi inaugurado, Pietro Maria e Lina Bo Bardi organizaram uma mostra comemorativa ao cinquentenário da Semana de Arte Moderna, e prestaram homenagem a Piolin, acrobata, contorcionista, equilibrista e palhaço, montando seu circo no belvedere. Naquela época, não havia uma instituição dedicada exclusivamente à arte circense. Atualmente, com a mudança deste panorama, o Museu resolveu doar o acervo daquela mostra para o CMC, primeiro da América Latina dedicado ao circo. Após a formalização da transferência das peças, que aconteceu na sede do Masp, autoridades e artistas seguiram em carreata. Chegando à Sala Olido, foram recebidos com 58

EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz

uma simulação do banquete antropofágico, como aquele realizado pelos modernistas para Piolin. O CMC é uma iniciativa única no Brasil. Por sua singularidade e importância, ao lado de outras sete realizações em diversas regiões brasileiras, ele foi reconhecido como ação de preservação do patrimônio e da memória da cultura brasileira. Divididos em duas categorias, os projetos foram selecionados pela Comissão Nacional de Avaliação, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e anunciados nos dias 27 e 28 de julho de 2016, em Brasília. O CMC apresentou uma pesquisa histórica que resgata e salvaguarda a memória do patrimônio cultural do circo brasileiro. Este trabalho passa por um registro aprofundado que se inicia desde as primeiras companhias do fim do século 19 até a atualidade. A Comissão Nacional avaliou as 60 propostas finalistas de 22 estados brasileiros e Distrito Federal. O CMC também recebeu o certificado de inscrição no Registro Nacional do Brasil, do Programa Memória do Mundo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em dezembro de 2016.


D

março deste ano e são investidos R$ 5,9 milhões, captados por meio da Lei Rouanet. Entre suas principais coleções, está a do Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, com cerca de 3.600 objetos; 2.200 fotografias, 400 registros sonoros e biblioteca específica sobre cultura popular. Por conta da reforma, as peças foram transferidas para as dependências da Oca, também no Parque Ibirapuera, onde estão acondicionadas. Após o fim das obras, a ideia é realizar uma exposição de longa duração que faça um recorte sobre este vasto panorama da cultura popular brasileira. Outra ação complementar que proporcionou um ganho qualitativo à gestão municipal de patrimônio histórico, foi a estruturação de um serviço educativo do Museu da Cidade de São Paulo. Trata-se da principal interface entre os objetivos da instituição, acervos e público. Por meio de visitas orientadas, oficinas, intervenções urbanas e roteiros de exploração, o serviço promove a reflexão e estimula o reconhecimento da cidade por seus habitantes e visitantes. Desde setembro de 2015, o setor se reestrutura em todas as unidades do Museu, buscando fortalecer o caráter sistêmico da instituição, ao mesmo tempo em que destaca as especificidades de cada equipamento e desenvolve a relação das casas históricas com seu entorno. Andréa Faragacci

esde sua criação, em 1975, a Secretaria Municipal de Cultura, gradativamente, ampliou seu acervo de imóveis com valor histórico e arquitetônico destinado ao uso museológico. Em 30 de janeiro de 2016, a Chácara Lane foi reaberta e somou-se aos outros 12 imóveis históricos, um logradouro e um monumento, gerenciados pelo Museu da Cidade de São Paulo. Essa rede de casas históricas recebeu, na Casa da Imagem, entre 2013 e 2016, diversas exposições, entre elas "Testemunha ocular" (2013), do fotógrafo Juca Martins, mostra que lembrava a resistência à ditadura frente aos 60 anos do Golpe Militar; e “Por debaixo do pano” (2015), de Nair Benedicto; no Solar da Marquesa de Santos, “Yolanda Penteado: a dama das artes de São Paulo” (2016); e, na Chácara Lane, “Arte à mão armada” (2016), retrospectiva de Carmela Gross. Por sua vez, a Oca recolocou-se como espaço expositivo de mostras de grande abrangência, entre as quais a que trouxe para a cidade, em 2014, a arte do povo maia. O Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, passa atualmente por obras de restauração de forros, pisos, alvenarias e esquadrias; modernização das instalações e construção de sala expositiva. Esta primeira fase foi iniciada em

patrimônio e memória

MUSEU DA CIDADE DE SÃO PAULO

Serviço educativo do Museu da Cidade de São Paulo - Casa do Grito, Parque da Independência, zona sul emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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patrimônio e memória Torre da Memória (antiga Casa do Politécnico - Cadopô), em 2015 Sylvia Masini

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL

A

beram investimento de R$ 4,2 milhões e conantiga Casa do Politécnico (Cadopô) templaram a retirada de todo o revestimento começou a ser restaurada em junho externo, substituído por pastilhas; a retirada de 2012 para servir de anexo ao e troca de revestimentos internos, como o Arquivo Histórico de São Paulo. O prédio de piso; a alteração de layout interno; a instalaoito andares foi restaurado e rebatizado de ção de equipamentos computadorizados para Torre da Memória. O novo anexo receberá os controle de umidade do 4º ao 8º andar, onde processos do Arquivo Geral, que abrangem o fica armazenado o acervo; a instalação de período de 1924 até 1935, somando aproxielevadores e a adaptação de madamente 3.500 metros banheiros para acessibilidade lineares de acervo perArquivo Histórico de pessoas com deficiência; manente da memória da completou 109 anos em a troca de caixilhos; a execucidade. No local, passou 2016 e comemorou a ção de nova cobertura, entre a funcionar a Biblioteca outras intervenções. Flávio de Carvalho, forma- data com um simpósio Além da ampliação do da pelo acervo do Núcleo no mês de outubro acervo à disposição do públide Apoio Bibliográfico, co, o Arquivo Histórico completou 109 anos sediado anteriormente no Edifício Ramos de em 2016 e comemorou a data com um simpóAzevedo, sede do Arquivo Histórico de São sio no mês de outubro. Com o tema “MemóPaulo, e pelo acervo bibliográfico do Museu rias, práticas e perspectivas”, mesas-redondas da Cidade, com itens sobre artes visuais e trouxeram experiências de outros arquivos arquitetura, totalizando oito mil. A consulta semelhantes, localizados em diversas cidades a este acervo pode ser realizada mediante brasileiras, e também a oportunidade de agendamento. discutir o futuro de instituições do gênero. As obras de restauração do prédio rece60

EDIÇÃO ESPECIAL | emcartaz


Filet e as padarias São Domingos, Ana Neri e Basilicata. Também nesse dia, o samba rock foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial da cidade. Outra novidade foi a regulamentação das Zonas Especiais de Proteção Cultural - Área de Proteção Cultural (Zepecs-APC), pelo decreto no 56.725/2015. Por meio de uma comissão de análise técnica, o Conpresp concedeu o primeiro termo ao Cine Caixa Belas Artes. Esta ação é a regulamentação de um instrumento já previsto no Plano Diretor Estratégico de 2014. O reconhecimento do bem como Zepec-APC garante o exercício da atividade realizada no local e preserva seus valores simbólicos e afetivos, usufruídos pela sociedade. Dentre os benefícios concedidos ao proprietário do imóvel, estão a transferência do direito de construir e a isenção de taxas municipais de instalação e funcionamento de atividade cultural. A concessão do termo é reavaliada a cada cinco anos pela comissão responsável pela indicação. O Cine Caixa Belas Artes, por exemplo, deverá exercer essa atividade durante esse período por ter recebido a classificação de área de proteção cultural.

Entrega do Selo de Valor Cultural da Cidade de São Paulo à Padaria Italianinha, durante a 2ª Jornada do Patrimônio, em 2016, pela presidente do Conpresp, Nadia Somekh, e a secretária municipal de Cultura, Maria do Rosário Ramalho, para uma das proprietárias, Elaine Franciulli emcartaz | EDIÇÃO ESPECIAL

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patrimônio e memória

A

lém do tradicional tombamento, outras formas de reconhecimento da importância de bens materiais e imateriais foram implantadas nesta gestão. No Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), o Departamento do Patrimônio Histórico propôs a criação do Selo de Valor Cultural da Cidade de São Paulo. A ideia é que esta seja uma ferramenta que auxilie a gestão municipal na implantação da política de promoção e reconhecimento do patrimônio cultural do município, valorizando espaços com importância comercial, residencial, cultural, institucional, arquitetônica, gastronômica ou de referência como expressão da identidade cultural e social de grupos de indivíduos. Os primeiros selos foram entregues durante a 2ª Jornada do Patrimônio (veja destaque na página 10). Além destes, no dia 11 de novembro de 2016 foram anunciados outros 17 contemplados: sapataria A Fidalga, Bar Guanabara, Botequim do Hugo, Cantina Capuano, Cantina Castelões, Casa Mascigrande, Cine Caixa Belas Artes, Doural, Empório Chiappetta, Empório Syrio, Mercearia La Romana, Museu do Jaçanã, Ponto Chic, Rei do

Sylvia Masini

NOVOS INSTRUMENTOS DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO


patrimônio e memória

RESTAURO DO MONUMENTO À INDEPENDÊNCIA

O

utra aguardada intervenção para recuperação do patrimônio histórico da cidade é a restauração do Monumento à Independência. Em 2014, a Secretaria Municipal de Cultura iniciou o projeto com vistas ao bicentenário da Independência do Brasil, que será celebrado em 2022. A primeira etapa desse trabalho é a restauração do conjunto escultórico de bronze, localizado na face frontal do monumento, e que reproduz em baixo relevo o quadro “Independência ou morte”, de Pedro Américo. O investimento na recuperação do painel é de R$ 1.098.709,23, recursos oriundos do Funcap, fundo municipal destinado à proteção do patrimônio cultural e ambiental paulistano. Em 2015, foi realizado o estudo preparatório, coordenado por Antoine Amarger, francês especialista em bronze, em parceria com a empresa KSA Fundição Artística, ambos contratados pelo Departamento do Patrimônio Histórico, que supervisionou todo o trabalho. O relatório final é um documento inédito para a cidade, que contém um estudo

completo e detalhado não só sobre a atual condição de todas as obras do conjunto, como também da parte estrutural deste monumento de Ettore Ximenes. A intervenção, realizada entre 5 de setembro e 9 de novembro de 2016, contou com uma equipe franco-brasileira, sob orientação de Amarger, com a participação do Senai. Amarger é especialista em esculturas ao ar livre fundidas em metal. Foi responsável pelas últimas restaurações das peças “O pensador” e “Os burgueses de Calais”, do Museu Rodin; pela recente restauração dos bronzes do Museu Picasso, ambos em Paris; entre outros trabalhos. O Monumento à Independência foi inaugurado em 1922 e é considerado um dos maiores grupos escultóricos em bronze da América Latina. Em seu interior, na Cripta Imperial, localizada abaixo do mesmo, estão os restos mortais dos primeiros imperadores do Brasil: Dom Pedro I, Dona Leopoldina e Dona Amélia. Trata-se, portanto, de um monumento de importância nacional, tombado pelas três esferas de preservação: Conpresp, Condephaat e Iphan. Sylvia Masini

Painel "Independência ou morte" - Monumento à Independência, em 2016 62

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Secretaria Municipal de Cultura Secretários Juca Ferreira (2013-2014) Nabil Bonduki (2015-2016) Maria do Rosário Ramalho (2016) Secretário adjunto Maurício de Góis Dantas Chefe de Gabinete Rossella Rossetto Spcine Alfredo Manevy (presidente) Fundação Theatro Municipal de São Paulo Maria do Rosário Ramalho Equipe atual de servidores da Secretaria Municipal de Cultura Acil Marques Da Silva Adagilton Avila De Santana Adalberto Rodrigues Da Silva Adalgisa Maria Cavezzale De Campos Adelaide Schommer Dos Santos Adelcon Jose Da Cunha Adelina De Jesus Viotto Borges Adelson Vieira Da Silva Ademir Pereira De Lima Ademir Sampaio De Campos Adesilio Fialho De Oliveira Adilson De Oliveira Lima Adilson Dos Santos Adilson Moura Da Costa Adilva Maria Azevedo Santos Adoracao Sanches Sant Ana Adriana Carvalho Feijo Adriana Judith Rachman Adriane Bertini Silva Adriane Dored Adriano Haim Momesso Agenor Palmorino Monaco Junior Agnaldo Cesar Pavoni Matias Aide De Oliveira Nogueira Ailton Lauriano Ferreira Airton Ferreira De Souza Airton Jose Marangon Airton Pinho De Azevedo Alaete Evangelista De Andrade Alan Da Silva Santos Alana Vitória Lacerda Cerqueira Alberto Do Nascimento Alecsandro De Jesus Freitas Alessandra Atti Alessandra Pereira De Sousa Alessandro Acacio Rodrigues Paes Alex Braga Ximenes Alex Sandro Antonio Da Cruz Alexandre Carlos Penha Delijaicov Alexandre Cyro Pereira

Alexandre Morrone Alexandre Piero Alexandre Ricardo Alexandre Roberto De Oliveira Alexandro Robson Bertoncini Alfredo Barreto De Souza Alfredo Jose De Vita Alice Aurora Bandini Tavares De Campos Alice De Almeida Americo Alice Setsuko Haro Takata Aline Barbosa Petelin Aline Faiwichow Estefam Aline Virginia Olimpio De Souza Almir Prudenciano Machado Aloisio Jose Da Silva Aloysio Lazzarini De Almeida Nogueira Altair Baldassini Altamiro Ferreira Simoes Alvaro Assumpção Olyntho Netto Alvaro De Souza Alzina Aparecida Pires De Almeida Amanda Santos Crivelaro Amaro Alves Da Silva Amelia Harue Kaji Ana Beatriz De Oliveira Souza Ana Carolina D'eça Rodrigues Ana Carollina Correa Ana Cristina Guimaraes Moreira Ana Estrella Libertad Rickli Vargas Ana Lucia Cardoso Ana Lucia De Oliveira Brandao Ana Lucia De Souza Tadei Ana Lucia Franco Malo Da Silva Braganca Winther Ana Lucia Moura Reis Ana Luiza Noblat De Aguiar Ana Maria Campanha Ana Maria Da Silva Domingues Ana Maria Reboucas Rocha Silva Ana Paula Aparecida Da Silva Ana Paula De Moura Souza Pavan Ana Paula Dos Santos Ana Paula Galdino Santos Ana Paula Pereira Dos Prazeres Anabela Aparecida Gonçalves Vaz Silva Analice Reffi Anderson Costa Bandeira Anderson Goncalves De Brito Anderson Jose Francisco Andre Carlos Da Silva Braga Andre Dos Santos Andre Luiz Andrade Pinto Andre Pereira Dos Santos Andre Takiya Andrea Bruscagin Morelatto Andrea Dias Vial Andrea Fraga Da Silva Andrea Lopez Ruiz Andrea Pacheco Silva Hespanha Andrea Peruzini De Oliveira Andrea Santos Regis Andrea Thomioka Andreia Aparecida Da Silva Andreia Dos Santos Silva Vieira Andreia Regina Vieira Passos Angela Curcio Amaral Angela Maria Miranda Perrotti Angela Maria Arantes Figueiredo Angela Maria Tomazelli Angela Martins Dos Santos Angelica Ines Azevedo Albertini Angelo Jose Da Costa Monte Anna Carolina Bittencourt Russo Anna Kassia Karbas Castro Antenor Carolino De Oliveira Antonia Terezinha De Oliveira Barros Antonio Agustinho De Alencar Antonio Benedito Claro Antonio Carlos D Angelo

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Ficha técnica

Prefeitura de São Paulo Prefeito Fernando Haddad

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Ficha técnica

Antonio Carlos De Mello Pereira Antonio Carlos Miguel Domingos Antonio Carlos Santos Antonio Correa Neto Antonio Da Silva Gomes Antonio Dantas Teixeira Antonio Domingues Antonio Firmino Sebastiao Antonio Geraldo De Anunciacao Antonio Jose Dos Santos Antonio Luiz Rabello De Alcantara Antonio Martins Santana Antonio Paulino Dos Santos Antonio Roberto Cavalcante Antonio Santos Da Silva Neto Antonio Teixera Lima Aparecida Catano Lopes Aparecida Da Conceicao Ribeiro Martines Aparecida De Nazare Sant Ana Da Silva Aparecida Dias Garcia Aparecida Madalena Binhardi Penachio Ariane Almeida Brito Ariette Maria De Souza Moraes Arlete Martins Benatti Arlindo Quirino Silva Arnaldo Fernandes Junior Ary Nelson Prado Atila De Lisi Benevides Augusto Jose Botelho Schmidt Aurea Dos Santos Aurelio Eduardo Do Nascimento Azilde Lina Andreotti Barbara Boucinha De Almeida Bischoff Voto Barbara Samantha Freire De Paula Beatriz Cavalcanti De Arruda Beatriz Ribeiro De Moraes Garufi Benedito Jose De Santana Benedito Marcio Arruda Bonilha Benedito Osvaldo De Oliveira Benis Alexandre Rodrigues Bernardo Luis Ribeiro De Toledo Piza Breno Berezovsky Breno Fleury De Negreiros Bruna Ariela Fernandes Correia Bruna Maria Mattielo Bruna Marques Contini Bruna Pacheco Marques Bruno Cesar Ribeiro Bruno Danti Bianchini Bruno De Souza Valeiro Bruno Renato Lacerda Bruno Ricci Gigioli Bruno Silva Dos Santos Camila Bortolo Romano Camila Soares Correa Camila Spielmann Camila Vieira Braido Camile Rodrigues Aragao Costa Carla Cassia Rozante Lima Carla Monteiro Lopes Da Silva Carlos Alberto Aielo Carlos Alberto Charles Carlos Alberto Garcia Amaya Carlos Alberto Nonato De Lima Carlos Alberto Siqueira Gomes Carlos Augusto Weber Carlos Eduardo Bastos Marcos Carlos Eduardo Dos Santos Carlos Eduardo Pereira Sporkens Carlos Eduardo Preto Cardoso Carlos Henrique Gomes Costa Carlos Roberto Da Silva Carlos Roberto Gaspar Junior Carlos Roberto Vicente De Souza Carmem Lucia Da Silva Carmen Machado De Azevedo Carmen Olivieri Carmen Teresinha Tonini Muniz Rugani Carmita Muylaert Moreira

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Carolina Alves Lima Mariano Carolina Martins Tenorio Carolina Monforte Bressane Sabadin Carolina Oliveira Santos Carolina Ramos De Carvalho Cassandra Elizabeth Francois Cassio Camarero Polegatto Catarina Yuriko Hayashi Kawakami Cecilia Conceicao Da Costa Cecilia De Moura Leite Ribeiro Cecilia Goncalves Cecilia Loeffel Noce Gobi Cecilia Modesto De Paula Celia Aparecida Pereira Celia Da Paixao Pereira Guimaraes Celia Diniz Celia Francisca Rocha De Oliveira Do Prado Celia Maria Janella Celia Regina Alves De Oliveira Celia Regina Dos Santos Celia Regina Nicodemo Celina Luiza De Oliveira Celina Nagashima Celio Franceschet Celso Alves Celso Amancio De Melo Filho Celso Dos Santos Toquetti Celso Eduardo Ohno Cesar Augusto Sartorelli Charlene Kathlen De Lemos Christina Evangelista Cicera Cleide Mascarenhas Santana Cicero Barros Da Silva Cicero Caetano Alves Cicero Pedro De Assis Cicero Rosa De Almeida Cid Carlos De Souza Cidalia Maria Fernandes Pontes De Moura Cintia Stela Negrao Berlini Clara Aparecida De Aguiar Poli Clara Correia D'alambert Claudemir Vitorino Claudete De Sene Breviglieri Claudete Watanabe Barbosa Claudeti Kovacs De Oliveira Claudia Afonso De Oliveira Araujo Claudia De Brito Lameirinha Bianchi Claudia Izar Vieira Claudia M Da Silva Almeida Gambar Claudia Maria Lopes De Oliveira Claudia Maria Moreira Claudia Moraes Fernandes Claudia Pinange Soares Hovaguimian Claudia Rodrigues Lecinio Claudia Simone Franco Gaudino Rodrigues Claudinei De Jesus Claudinei Martini Claudio Borelli Claudio Da Costa Muniz Claudio Da Graca Alexandre Claudio Felicio Da Silva Claudio Ferreira Da Silva Claudio Roberto Da Silva Claudio Roberto Da Silva Claudio Rodrigues Da Silva Claudio Rogerio Basso Godoy Claudio Senna De Oliveira Clayton João Da Silva Cleber Luizi Pissutti Cleber Moreira Lopes Cledemir Rodrigues De Oliveira Cleide Chapadense Da Mota Cleide Cristina Caldeira Cleide Da Silva Clelia Regina Adriano Clementino Valter Berce Clenilde Goncalves Dos Santos Cleo Da Silva Lima Cleonice Ferreira Da Paz Santos


Edna Rodrigues Edney Almeida De Brito Edson Astolfi Edson Da Costa Edson De Souza Tiago Edson Luis De Souza Edson Luiz Torrisi Edson Marcal De Assis Eduardo De Mello Ferrari Eduardo Joaquim Eduardo Jose Da Silva Neves Eduardo Jose De Jesus Conceicao Eduardo Lauro Quadros Ribeiro De Campos Eduardo Navarro Niero Filho Eduardo Ribeiro Pereira Eduardo Vieira De Souza Edvaldo Dos Santos Edvaldo Jose Vieira Edvaldo Wanderley De Melo Egle Alonso Leite Egydio Bottura Junior Elaine Cristina Da Silva Lima Elaine Ignatti Elaine Oliveira Elaine Telles Rodrigues Elci Alves Arruda Eli De Oliveira Eliana Alcoba De Carvalho Rodrigues Eliana Alves Dalaqua Eliana Batista Da Silva Eliana Maria Conrado Eliana Rosa De Queiroz Barbosa Eliane Aparecida De Oliveira Elias Goncalves Barbosa Eliete Ventura Diaz Elio Reis Vicente Elisabete De Lucca Elisabete Ferreira Filipini Elisabete Lumi Morooka Honda Elisabeth De Pieri Elisangela Alves Silva Eliza Kiyoko Furuichi Ishii Elizabeth Aparecida Ekizian Elizabeth Del Grande Elizabeth Dos Santos Elizabeth Luriko Tanaka Seno Elizabeth Trevisan Elsen Cristine Cyrillo Russo Thonon Acedo Elton Bueno De Toledo Elvira Villani Elza Maria De Nobrega Vieira Diegues Emanuel Guedson Ferreira Guedes Emanuela Fernandes Arantes Emerson Alcalde De Jesus Emerson Nascimento Da Silva Emi Sakai Ferraz Emilia Maria De Sa Emilio Carlos Jeronymo Dantas Gonçalves Ercilia Donato De Barros Eric Vinicius Carvalho Alves Ericio Mendes De Lima Erika Maren Motta Ermelinda Ramos Da Cunha Etuene Wanderlei De Melo Cabral Euclides Arroyo Eugenia Sansone Eulalia Maria Camara Lobato Eurico Salviato Junior Evaldo Da Silva Gomes Evaldo Piccino Evandro Brito Da Silveira Everton Alves De Souza Ezequiel Oliveira Da Silva Fabiana Valeck De Oliveira Fabio Cintra De Oliveira Fabio Dutra Peres Fabio Eneas Magri Fabio Tommasini De Carvalho

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Cleonice Lopes Cleusa Maria Dos Santos Martinelli Crispim De Oliveira Gomes Cristiane Lopreto Pereira De Souza Cristiane Maria Silva Cristiane Pinto Tobias De Melo Cristiane Souza Dos Santos Cristina Barroso Alves Cristina De Andrade Garrido Cristina Goncalves Nunes Cristina Maria Sansigolo Cristina Nicoleta Manescu Cyro De Loreto Alves Dalva Elias Thomaz Daniel Francisco Ribeiro Daniel Misiuk Barbosa Daniel Rafael Da Cruz Daniel Sampaio Daniel Strabeli Daniela De Lima Danielle Cristina Dias De Santana Braga Danielle Dos Santos Coelho Danilo Andre Fuster Danilo Montingelli Dante Pignatari Darci Rufino Da Silva Darlei Machado Conceicao Davi Barbosa Do Nascimento Davi De Felice Cunha David Alves Pereira Debora Albino Dos Santos Ramos Debora Cristina Santos Da Silva Debora Dos Santos Bueno Debora Goncalves Moreira Debora Octavio E Sales Deise Getulia De Melo Deise Maria Tebaldi Pedro Denis Chimanski Denise Franco Gehring Denise Janaina Penteado Denise Mancera Salgado Denise Orioli De Queiroz Denize Alves Da Silva Dilson Correa Da Silva Dimas Reis Gonçalves Diogo Lima Oliveira Diogo Viana Da Cunha Diomar Araujo Barbosa Dione Costa Dos Santos Dirce Aparecida Martins Galeote Molero De Oliveira Dirce Conceicao Camargo De Barros Dirce De Souza Pinto Diva Pereira Lima Divina Ramos De Jesus Djayson Marcio De Castro Dogival Jose De Oliveira Domitila Alves De Oliveira Vila Nova Donizete Rozendo Dos Santos Doralice De Queiroz Dorileo Eugenio Gabriel Doroty Rojas Douglas De Freitas Santos Douglas Fernandes De Andrade Douglas Roberto Serra Junior Dulce Helena De Oliveira Dulcilei De Souza Cipriano Dulcinea De Andrade Cesar Edelmi Geraldo Alves Da Silva Edilene Alves Paes Do Amaral Camargo Edina Campos Ribeiro Edison Clementino De Souza Edison Gomes Da Silva Edison Luiz Da Silva Pires Edmarcio Da Silva Edmeia Prado Saucedo Edna Cortes Pereira Edna Magalhaes Correia Edna Maria Pereira


Ficha técnica

Fabricia Cibelle Barros Da Silva Fabricio Reiner De Andrade Fatima Andrietta Lemos Fatima Colacite Pessoa De Oliveira Fatima Da Silva Lourenco Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes Fausta Maria De Oliveira Fernanda Alves De Souza Fernanda Carvalho Costa Fernanda Cristina Ferreira Fernanda Gargel De Sousa Fernanda Mendes Queiroz Fernanda Nascimento Madrid Fernando Arakaki Fernando Jose Ferreira Dourado Fernando Lopes Fernando Luiz De Camargo Fernando Ricardo De Jesus Fernando Vilela Da Silva Flavia Cavalcante De Angelo Flavia Giacomini Costa Francisca Alexandre Da Costa Francisca Ivany Delfino Francisco Adriao Neves Da Silva Francisco Carlos Santiago Francisco Da Silva Santos Francisco De Assis Oliveira Francisco Dos Reis Celestino Francisco Marcos Dias Francisco Saragiotto Neto Francisco Soares De Oliveira Gabriel Iazzetti Fabri Gabriel Pereira Barreto Gabriel Pereira Dutra Gabriel Proenca Meireles Gabriela Fontana Junqueira Pereira Gabriela Lissa Sakajiri Gasparina Martins Gean Carlos De Carvalho Geane Cristina Sinesio Genecir Nunes Do Nascimento Genilson Lopes Da Silva Genilson Santana Dos Santos Genival Soares De Lima Genivaldo Nunes Da Paz George Paulo De Oliveira George Rodrigues De Sousa Geraldo De Matos Miranda Geralsina Mendes Dos Santos Gerson Sergio Brandao Sampaio Gersonita Francisco Silva Gerusa Camargo Guimaraes Gilberto De Almeida Gilberto Geraldo Siqueira Gilberto Gianelli Gilberto Montini De Nichile Gilberto Nickel Gildean Silva Pereira Gilmar China Kane Bueno De Souza Leite Gilmar Cosme Barbato Gilneide Dos Santos Grillo Gilson Donisete Marcal Gilson Santos Almeida Giovanna Longo Giovanna Paula De Morais Alves Gisela Del Puerto Jardim Gislaine Moura Do Nascimento Giuliano Rubens Pieri Glauciane Guedes Moreira Gleimir Edson Balduino Grayce De Deus Ferreira Grigorio Vieira Da Silva Grinaura Pereira Alves Gunnar Natanael Rickli Vargas Gustavo Biscaino Remerio Gustavo Francisco Dos Santos Harika Merisse Maia Haroldo Carlos Dos Santos

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Haroldo Ciriaco Monteiro Da Silva Helena Rodrigues Da Silva Helena Wendel Abramo Helenice Aparecida Dias Bueno Helio Mendes De Souza Heloisa Helena Homem Yamazaki Heloiza Sensulini Soler Olivares Henrique Goncalves Entratice Henrique Mariano Coimbra Ferreira Henrique Muller Henrique William Turner Henriqueta Oliveira Marques Heronildes Batista Hilda Asaco Yamaguti Hilda Joana Luquete Hugo Leonardo Abud Idalina Ferreira Sampaio Ieda Aparecida De Oliveira Ieda Januario Varejao Igor Pires Leon Ilan Szklo Ilton Laurindo Da Silva Ilton Toshiaki Hanashiro Yogi Inacio Veiga Ingrid Soares Santos Iracema Spacov Iralene Silva Araujo Iranilde Alves Freires De Farias Irene Rodrigues Da Silva Irinete Mendonca Iris De Souza Iris Margot Puga Messias Isabel Andrade Isabel Aparecida De Moraes Rubinho Isabel Cristina Favotto Isabel Dos Santos Silva Pizzingrilli Isabela Tramansoli Resende Isabella Pereira Castro Isis Glaucia Dos Santos Israel Ferreira Dos Santos Israel Inacio Dos Santos Israel Pereira De Sa Italo Yuri Leal Mendes Ivamilto Couto Farias Ivan Daniel Decloedt Ivan Gomes Ivanete Lopes Da Silva Ivani Yara Dos Santos Ivania Marla Garcia Brugnoli Ivany Azevedo De Souza Carvalho Ivany Pinton Dos Santos Ivete Do Carmo Ivete Flavia De Morais Menezes Ivo Jose Barbosa Ivone Rodrigues Lima Santos Ivoneti Monteiro Dos Santos Izabel Maria Da Silva Izaura Maria Tenorio Neta Izilda De Fatima Aparecida De Paula Jacinta De Fatima Prada Lourenco Jacira Benedita De Jesus Da Silva Jackeline Rodrigues Walendy Jackson Costa De Oliveira Jaime Jara Jair Barbosa Da Silva Jair Bento Jair Vespasiano Dantas James De Lemos Abreu Jamile Salibe Ribeiro De Faria Mussupapo Janaina Pereira Kumagae Janaina Pissinato Janete Cheila Alves Da Silva Jani Pedro Dos Santos Jefferson Luis Gonçalves Da Motta Jessica Aparecida De Matos Barreto Jessica Muniz Da Cruz Joana Asseff Neves Joana D Arc Dias Santoro


Julia Savaglia Anversa Juliana Da Conceicao Borges Juliana Garcia Do Carmo Juliana Gervaes Barbosa Juliana Lazarim Juliana Maria Da Costa Juliana Niero Assumpção Juliano Matteo Gentile Juliene Codognotto Julio Cesar Doria Alves Julio Cesar Jose Marcelino Julio Cezar Giudice Maluf Jussara Correia Soriano Jussara Oda Karen Cristine Duarte De Moraes Rego E Silva Karen Cunha De Oliveira Karla Aparecida Maestrini Kassandra Mondevaim Faustino Kathia Regina Rossini Da Silva Katia Da Silva Santos Katia Dell'agnolo Bocchi Katia Perera Rocha Katia Regina Vianelo Katianne Pereira Da Silva E Silva Keila Alves Da Silva Kelly Cristina De Oliveira Araujo Kelly Leani Santiago Kelma Fontoura De Oliveira Castro Keroly Gritti Fontalva Kildervan Abreu De Oliveira Kleber Eduardo Marques Vaz Do Nascimento Kurt Wagner Richard Riedel Laercio Chagas De Jesus Laercio Venancio Da Silva Lannes Galil Moura Lara Gomes Silva Larissa Lopes Buenos Ayres Rodrigues Laudemir Augusto Da Costa Laura Junqueira Caldas Lazara De Almeida Leandro Garcia E Garcia Hoehne Peres Polato Leandro Lopes Resende Leda Cassia Costa Da Silva Timoteo Leila Cristina Antero Cordeiro Lenira Ferreira Da Silva Alberto Lenira Maria Ramos Lenita Aparecida Zapateiro Leon Yajima Leonaldo De Almeida Leonardo De Sa Miranda Leonardo Miranda Da Silva Leonardo Nascimento Terto Leonor Guerra Lourenco Leticia Cristina Andrade Soares Chiantia Leticia Souza De Freitas Lia Mayumi Lia Palm Licia Mara Alves De Oliveira Ferreira Licia Pupo De Paula Lidia Zilnay Dourado Gomes Ligia Regina Da Silva Rocha Ligia Renata Moura Martins Teixeira Lilian Jaha Liliane Schrank Lehmann Lindsay Stella Oliveira De Castro Lima Liseti Terezinha Villano Bonamin Martins Livia Leoni Domingues Silva Lizette Toledo De Negreiros Lorelei Gabriele Castro Lourenco Da Silva Luana Paiva Mathias Lucas Antonio Lucas De Moraes Coelho Lucas De Souza Lucelia Da Silva Luci Costa Neco Lucia Agata Lucia Biasi Muller Lucia Helena Gama

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Joana Darc Moreno De Andrade Joanita Pereira Dos Anjos Joao Akl Joao Aparecido Soares Joao Batista Amaro Joao Batista De Assis Neto Joao Batista De Figueiredo Joao Carlos Malatian Joao Cordeiro Da Silva Joao Da Rosa Joao De Pontes Junior Joao Gabriel Guimaraes Buonavita João Gilberto Candido Monteiro Dos Santos Joao Gomes E Silva Joao Luiz Gomes Da Silva Joao Mussolin Neto Joao Paulo Alves Souza Joao Salzani Joaquim Da Cruz Ferreira Jocileide Campos Farias Albanit Joel Saletti Joeli Espirito Santo Da Rocha Joelmo De Sa Silva Jomar De Jesus Santos Jonas Costa Mendes Jonas Gariglio Barbosa Jorge Barros Jorge Beiramar Da Luz Jorge Duarte Jorge Josino Da Silva Jorge Lody Jorge Luis Cabral Jorge Ricca Junior Jose Abilio De Lira Jose Adao De Assis Jose Adeilton Da Silva Jose Alves De Oliveira Neto Jose Amador Martins Jose Angelino Bozzini Jose Antonio Palomares Jose Aparecido Antunes Jose Aparecido Dias Jose Aparecido Martinelli Jose Augusto De Lima Filho Jose Augusto Secco Jose Carlos Alessandro De Castro Jose Carlos Cacavaio Jose Carlos De Souza Jose Carlos Dias Jose Carlos Dos Santos Jose Carlos Marcelino Jose Carlos Rocha Jose Clarindo Dos Santos Jose Cupertino De Oliveira Jose Edson Da Silva Jose Eduardo Flores Jose Gutemberg Da Silva Jose Heleno Gonzaga De Oliveira Jose Henrique Siqueira Jose Hermes Martins Pereira Jose Ivanilson Oliveira Dos Santos Jose Jailson De Lima Jose Lourenco Da Silva Junior Jose Luiz Bento Marcelino Jose Luiz Perroni Nocito Jose Maria Alves Celestino Jose Mauricio Lanza Jose Pedroso Jose Roberto Dantas Jose Roberto Tomaz Da Silva Jose Teixeira Dos Santos Jose Wilson Martins Piauilino Josefa Rosalva Dos Santos Josue Julio Da Silva Joviniano Barbosa Dos Santos Juarez De Santana Jucara Aparecida De Oliveira Julia Ashimi Yamashita

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Luciana Alves Ferreira Luciana Cristina Ramos Nicolau Luciana Fonseca Batista Luciana Mantovani Luciana Maria De Melo Luciana Piazzon Barbosa Lima Luciana Schwinden Luciana Silva De Campos Luciane Aquino Dos Santos Apolinario Luciane Simoes Luciano Ferreira Luis Antonio Barroso Do Amaral Luis Fernando De Almeida Luis Gonzaga De Moura Luis Soares De Camargo Luis Vargas Quesada Luisa Guimaraes Bittencourt Luiz Antonio Da Silva Peres Luiz Antonio De Mattos Silva Luiz Armando Bagolin Luiz Augusto Wagner Luiz Carlos Furtunato Da Franca Luiz Carlos Inocencio Luiz Carlos Leao Luiz Carlos Pereira Maciel Luiz Carlos Pinto Luiz Carlos Sendro Junior Luiz Carlos Vitiello Luiz Claudio De Morais Luiz Fabio Firmino Luiz Felipe Alves De Miranda Luiz Fernando Da Silva Luiz Pinto Da Silva Filho Luiza Helena Thesin Lurdes Rodrigues Do Nascimento Primo Lusinete Aparecida Da Silva Luzia Da Rocha De Carvalho Luzia Katsuko Yamauchi Luzinete Saturnina Dos Santos Mascarenhas Mabia Gisele De Lima Madelene Marinho E Silva Magali Barreto Da Silva Magali Cristine Herculino Munhoz Magno De Oliveira Duarte Mair Da Costa Soares Manoel Joaquim Dos Santos Manoel Nery Lima Marcello Nascimento De Jesus Marcelo Camargo Toni Marcelo Carpinetti Marcelo Cavalcante Bessa Marcelo Jaffe Marcelo Paulino De Araujo Marcelo Rugerio Bianchi Marcia Ascensao Batista Marcia Cristina Cortez Mauro Marcia Da Silva Santos Fonseca Marcia De Oliveira Lopes Marcia De Sousa Campos Marcia Helena Moutinho De Oliveira Marcia Maria Appugliese Marcia Massako Inoue Marcia Naomi Ohtani Marcia Regina Gomes Da Silva Marcia Regina Leal Marcia Regina Pagani Fernandes Marcia Rocha Neres Marcia Suely Tambasco Rovai Nobre Marcia Teresinha Ribeiro Dutra Marcia Yoshie Tamura Tomomitsu Marcio Harum Carvalho Costa Marcio Yoshinobu Yonamine Marco Antonio Cilento Winther Marco Antonio De Andrade Santana Marco Antonio De Oliveira Vasconcellos Marco Antonio Ferreira Marco Antonio Fiel Marco Aurelio Moraes Da Silva

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Marco Aurelio Ozzetti Marcos Antonio De Moraes Martins Marcos Antonio Pereira Da Silva Marcos Cartum Marcos Davi Guiselini Marcos De Castro Kiehl Marcos De Oliveira Marcos Fukuda Marcos Guilherme Albano Martins Marcos Roberto Batista Marcus Charles Felix Goncalves Ferreira Marcus Vinicius Moreno E Nascimento Marfisia Pereira De Souza Lancellotti Margareth Gomes Margarida Jesus Da Silva Maria Adelaide Nascimento Pontes Maria Alice Brandao Barcellos Maria Amelia Rita De Cassia Roz Iglesias Maria Angelica Martins Costa Maria Antonia Barbosa De Carvalho Maria Aparecida Cruz Maria Maria Aparecida De Oliveira Maria Aparecida De Paula Maria Aparecida Dos Reis Ribeiro Da Silva Maria Aparecida Felicio Maria Aparecida Ferreira De Souza Araujo Maria Aparecida Liberal Nunes De Almeida Maria Aparecida Maiola Olmedo Maria Aparecida Malcher Maria Aparecida Monteiro Maria Aparecida Pereira Maria Aparecida Silva De Araujo Abreu Maria Aparecida Teles Gomes Maria Berenice Simoes De Almeida Maria Betania Ferreira Maria Carolina Dos Santos Penna Maria Cecilia Coscia Graner Maria Cecilia Goncalves Costa Maria Christina Vicente Azevedo Allegranci Maria Cristina De Oliveira Santarem Dias Maria Cristina Dos Santos Oliveira Maria Cristina Marinho Percovich Maria Cristina Martins Maria Cristina Martins De Lima Maria Da Ascencao Cardoso Campos Maria Dagmar Fernandes De Souza Maria Das Gracas Costa Xavier Maria Das Gracas Nascimento Marcelino Maria De Fatima Alves Maria De Fatima Arcoverde Da Silva Maria De Fatima Franca Baptista Maria De Fatima Santana Maria De Lourdes Bueno Buzzini Maria De Lourdes Jorge Maria De Lourdes Martins Reis Maria De Lourdes Ugucione Das Chagas Maria Do Carmo Da Cruz Maria Do Carmo De Albuquerque Rego Maria Do Carmo Pereira Torquato Maria Do Carmo Rodrigues Silva Maria Do Rosario Ramalho Maria Do Rosario Vilela Maria Edina De Oliveira Maria Elisa Da Silva Poli Maria Elizabeth Caldellas Pedrosa Maria Elza Gomes De Menezes Estevam Maria Emilia Tempos De Carvalho Maria Ester De Araujo Lopes Maria Eugenia Almeida Silva Maria Evangelista De Jesus Maria Helena Chenque Dos Santos Maria Hilda Da Conceicao Maria Ismenia Romualdo Teixeira Maria Izabel De Souza Costa Maria Izabel Rueda Maria Jose Breviglieri Da Silva Maria Jose De Nobrega Maria Jose Diogo Luiza


Maximiliano Alfenas Medeiros Da Silva May Kahtouni Meire Rose Stankevicius Bassi Melina Furuta Kuroiva Melina Isabel Campanini Menezia Benedito Da Silva Firmino Michel Batista Correia Da Silva Micheli De Araujo Oliveira Miguel Derosa Miho Hieida Milton De Barros Silva Milton Kennedy Bueno Baptista Miriam Aparecida Raimundo Faria Miriam Thereza Arbix Nascimbem Mirian Dos Santos Deveza Mitiyo Saito Moacir Souto Monica De Oliveira Caldiron Morizi Salles Martins Muriel Scott Murilo Pace Vernier Dos Santos Myvia Angela Neves De Lima Nadia Beatriz Santos De Oliveira Freire Nadia Somekh Nadir Bernardo Modesto Nair Padilha Nanci Costa Leme Narciso Martins Leme Natal Saca Natalia Galvao Lackeski Natame Pereira Diniz Natan Tiago Batista Serzedello Natasha Tsiftzoglou Nathalia Gabriel Neide Bezerra Frazao Nelson Alves Pego Nelson Augusto Ramalho Nelson De Souza Lima Nelson Henrique Junior Nelson Kiyoshi Katayama Nelson Somma Junior Neri Lucia Faria Neusa Da Silva Alves Neusa De Souza Barbosa Neusa Ferrari Neusa Maria Cuozzo Neusa Prado Lima Neuza Fusae Okayama Pereira Nilce Ferreira Da Silva Nilse Ferreira Da Silva Nilson Antonio De Lima Nilson Antonio Soares Nilson Copede Nilson Porcino Ivo Nilton Bicudo Cury Nilza Da Silva Mantovani Noemia Rocumback Duarte Norma De Medeiros Peisig Norma Shizue Haru Nuria Pardillos Vieira Odair Martins De Vasconcelos Odenir Vinhato Odete Kovacs Scalice Odilon Navarro Neto Olga Luiza De Britto Guerra Olga Maria Biaggioni Diniz Orlando Antonio Dos Santos Orlando Perrone Junior Osana Maria Candido Oscar Shiguetoshi Fuziyama Osmarina Bueno Perondi Osvaldo De Paula Silva Osvaldo Ferreira Dias Osvaldo Vanderlei Ascanio Oswaldo Lucena Da Rocha Otaviano Pereira De Franca Otavio Scoss Nicolai Otinilo Moraes Galvao Pacheco

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Maria Jose Rodrigues Rocha Martins Maria Laura Portella Maria Leolina Dos Santos Menezes Maria Lucia Armond Da Silva Maria Lucia Nunes Maria Luciane Charapa Alves Maria Luiza Correa De Brito Maria Luiza Da Rocha Sousa Maria Luzineide De Almeida Maria Matiko Miyahira Morita Maria Neuza Reis Silva Maria Olimpia De Mello Vassão Maria Regina Davidoff Maria Regina De Aguiar Maria Silvia Monteiro Machado Maria Sonia Ide Maria Veralucia Gomes Maria Yukie Matayoshi Mariana Bachcivangi Garcia Mariana Cruz Monteiro Marici Slavec De Abreu Maricler Martinez Oliveira Maricy Calejo Godoy Lemos De Vasconcelos Marilda Campagnolli Marilda Ferrao Carteiro Marilena Evangelista Cunha Marilene Couto Dos Santos Marilene Soares Barboza Marileni Nardelli Marilucia Marcondes Da Motta Marilza Azevedo Siqueira Marilza Manoel Dutra Pinto Marina Aparecida Barbosa Augusto Marina De Siqueira Pozzoli Marina Dias Santoro Marina Elisabeth Dias Chacon Marina Leoni Marina Massako Shikichi Marina Pereira Da Silva Marinete Pionte Koski Mario Felisberto Cabello Monteiro Junior Mariolis Della Torre Marisa Aparecida Nunes De Sousa Marisa Boucher Dos Santos Marisa Dutra Marisa Nunes Marisa Sugako Miyashiro Da Cruz Marisabel Lessi De Mello Maristela Alberini Loureiro Campana Mariza Melo Moraes Marlene De Souza Brandao Marlene Maria Da Silva Marli Affonso Pinto Marli Antonio Marli Aparecida Dos Santos Marli Fumi Haseyama Goto Marli Oliveira Rocha Marli Rosa Moreira Marsen Borges Barbosa Marta De Oliveira Fonterrada Marta Lovato Zizza Marta Nose Ferreira Marta Regina Paolicchi Marta Rogerio Dos Santos Mary Grace Domingues Dos Santos Da Silva Mauricio De Gois Dantas Mauricio Faria Ramos Mauricio Fernandes De Alcantara Mauricio Gubbini Mauricio Pereira De Jesus Mauricio Rafael Mauricio Stocco Maurilio Jose Ribeiro Mauro Cabrelon Mauro Domenech Mauro Marcelo De Souza Mauro Pereira De Paula Junior Mauro Tadeu Sanches


Ficha técnica

Ouripedes Gallene Ovidia Celia Aparecida Hernandez Pablo Marcos Derqui Paloma Da Silva Ferreira Paloma Silva De Freitas Pamela Batista Ricardo Paolo Giorlando Ribeiro Patricia Borges Roggero Patricia Freire Da Silva Sena Patricia Muniz Marçal Paula Barbosa Torrecilha Paula Danielle De Andrade Bueno Paula Nishida Barbosa Paulo Cesar De Oliveira Paulo De Jesus Paulo Gevenes Filho Paulo Henrique De Souza Paulo Henrique Domingos Pinto Paulo Henrique Yuzo Thuchimoto Paulo Roberto Do Amaral Paulo Roberto Jordao Paulo Roberto Pereira Silva Paulo Sergio Benvindo De Castro Paulo Sergio Cassiano Paulo Vinicio De Brito Pedro Bento Do Nascimento Pedro Cardoso Smith Pedro Carlos Da Silva Muller Pedro Henrique Rodrigues Rocha Pedro Luiz Ribeiro Da Silva Pedro Marcelino Ferreira Pedro Moreira Leite Pergy Nely Grassi Ramoska Priscila Cardoso De Paula Priscila Machado Lima Priscilla Maranhao Divino Pureza Maria Da Silva Rachel Das Gracas Almeida Da Silva Rafael Hernandes Alonso Borges Rafael Houch Micheski Rafael Leite Ferreira Rafael Leonid Plaza Rafael Vitor Barbosa Sousa Rafaela Souza Romao Raimundo Afonso De Almeida Costa Raoni Denaro De Souza Raquel Beatriz Da Conceição Raquel Bordinhon Bonagura Susca Raquel Da Silva Oliveira Raquel Da Silva Vianna De Andrade Raquel Furtado Schenkman Contier Raul Mezzarane Raymund Joaquim Ferreira De Andrade Regina Celia De Oliveira Regina Celia De Souza Faria Regina Celia Lozer Regina Celia Vieira Muniz Regina Helena Lima Monteiro Regina Helena Mariusso Camara Regina Helena Vieira Santos Reginaldo Jose Bernardes Da Cruz Renata Bezerra De Freitas Barbosa Renata Cristina De Melo Renata Cristina Pinheiro Sales Renata Da Silva Dias De Lima Renata Liz Eugenio Renata Rocha Cirilo Renata Vicente De Souza Renato Cesar Di Pietro Renato Correa Renato Luis De Andrade Vieira Dos Santos Renato Silva Andrade Renato Silva Mangueira Renato Souza De Almeida Renival Dos Santos Ricardo Bessa Goncalves Ricardo Busatto Ricardo De Assis Reis

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Ricardo Ferreira Gisolfi Pires Ricardo Luiz Dos Santos Ricardo Massahaku Fukuda Ricardo Massahaku Fukuda Ricardo Ponzio Scardoelli Rita Aparecida Daher Lorenzato Rita Cerqueira De Quadros Rita De Cassia Bueno Rita De Cassia Da Cruz Ferreira Rita De Cassia Dangelo Rita De Cassia De Araujo Flor Rita De Cassia Guglielmi Rua Rita De Cassia Joao Natacci Rita De Cassia Sibotto Padilha Rita Maria Santa Rita Carneiro Rizio Bruno Sant Ana Roberta Cunha Castro Roberta Kazumi Kayo Roberta Souza Silva Roberto Abilio Roberto Alves Batalha Roberto Alves Rodrigues De Araujo Roberto De Campos Roberto Pereira Da Silva Roberto Quaresma De Lira Roberval Hermes Robson Camargo Robson De Jesus Rodrigues Robson Santiago Valentim Rodisnei Jose Da Silva Rodrigo Agostini De Moraes Rodrigo Amorim De Oliveira Andrade Rodrigo Coimbra Alves Rodrigo Da Silva Carvalho Rodrigo De Moraes Taguchi Rodrigo Emmanuel Marcondes De Oliveira Monteiro Rodrigo Francisco Marta Rodrigo Jose Epifanio De Faria Basilio Rodrigo Marx Matias Cardoso Rogerio De Souza Mol Rogerio Goncalves Macedo Fonseca Rogerio Paulino Romilda Maxima Vilela De Lima Ronaldo Alves Ronaldo Araujo Pacheco Ronaldo Lima Da Mota Ronaldo Molina Belleza Ronaldo Ribeiro Mariano Ronaldo Roberto Goncalves Da Silva Roney Carlos Vivian Stella Ronivaldo Anselmo Rios Roque Santos De Souza Rosa Aparecida Bin Oliveira Rosa Maria De Souza Martins Rosa Maria Dos Santos Rosa Maria Falzoni Rosa Maria Goncalves Pinheiro Rosana Aparecida Santana Rosangela Alves Rosangela Aparecida Pelegatti Rotter Rosangela Oliveira Pompeu Rosangela Salete Goncalves Roseli Akemi Sakamoto Kikkawa Roseli Aparecida De Mello Avelar Costa Roseli Aparecida Ubeda Quessada Roseli De Cassia Borelli Carvalho Roseli Lima Kindler Roseli Michellao Roseli Pires Dos Santos Destre Rosely De Fatima Nunes Chaves Rosely Maria Rangel De Mello Costa Rosemeire Usmari Da Cruz Rosilene Aparecida De Paula Rossella Rossetto Rubens Donizete Goncalves Rui De Vasconcelos Ferreira Rui Fernando Goncalves Siqueira Rui Rocha Meira


Solange Norberto Solange Silva Do Rosario Sonia Almeida Da Costa Sonia Dos Santos Sonia Dos Santos Alves Sonia Maria Da Silva Figueiredo Sonia Maria Monteiro Da Silva Sonia Regina Crescenti Sonia Regina De Oliveira Sonia Regina Parma Galvao Stella Maris Spera Sueli Dos Santos Williamson Sueli Ferreira Da Silva Pereira Sueli Ferreira De Souza Leite Sueli Lopes Sueli Nemen Rocha Sueli Noemia Diogo Sueli Vicente Andreato Suely Aparecida Dos Santos Suely De Oliveira Suely Roque Mendes Sumara Faria Franqueira Suzy Dolly Martins Cinti Sylvia Maria Masini Talita Malacrida Novelli Tamiko Hiraoka Shimada Tania Aloia Robbi Tania Aparecida Poiato Tania Cristina Santaella Tania Fortes Santa Clara Tania Regina Henrique Tarcila Filomena De Oliveira Lucena Tarcio Rodrigues Dos Santos Tarcisio Bueno Costa Tatiana Alves Cardozo Damiao Tatiana Rodrigues Nascimento Teresa Keiko Enzaka Teixeira Terezinha De Jesus Dos Santos Terezinha De Jesus Franca Terezinha Sebilhano Terry Esko Micael Murto Thais Da Silva Farias Thais Ferreira Da Silva Thais Lima Dos Reis Thales Miguel Gaspar Vidal Thamata Cleide Da Silva Barbosa Thayame Silva Porto Thelma Antas Penteado Therezinha Pereira Da Silva Calado Thiago Arruda Leite Thiago Cintra De Souza Thiago Gaggini Begliomini Thiago Gomes Cardonia Thiago Luz Bronzoni Thiago Savi Toledo Thomas Americo De Almeida Rossi Thor Saad Ribeiro Tita Norma Miki Tomico Murata Hashimoto Mitumori Vagner De Araujo Cintra Vagner Luciano De Melo Valdecir Soares De Souza Valdemir Amorim Souza Valdilania Santana Lima Valdir Arruda Valdir Freitas Da Silva Valdir Matosinho De Moraes Valdir Pereira Damasceno Valeria De Souza Valeri Valeria Zanchitta Valmira Pereira De Carvalho Valquiria Gama Nascimento Valter De Souza Sigiani Junior Vanda Casemiro Vanderlei Cesar Dos Santos Vanderlei Conte Vanessa Cerqueira Cavalcante Vanessa Fernandes Correa

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Ficha técnica

Rute Amelia De Araujo Rute De Oliveira Sabino Pereira Lopes Sabrina Haick Salete Cordeiro Samir De Souza Sandra Alves Sandra Aparecida Barbosa Sandra Cristina Brasil Silva Sandra Cristina Francisco Dos Santos Sandra Machado Alves Sandra Mara Da Cunha Sandra Maria Belarmino Sandra Maria Pereira Felipe Ipolito Sandra Regina Norberto Sandra Regina Takahasi Okuma Sandra Rodrigues Nascimento Sandro Cassio Francischetti Sandro Luiz Coelho Sandro Lux Sant Ana Santa Ribeiro De Oliveira Sara Regina Dos Santos Silva Sarita Goes Dos Santos Sarita Pinheiro Pina Scherloks Wagner Da Gloria Sebastiana Nascimento De Souza Sebastiao Felix De Sa Selma Aparecida Rocha Sergio Aparecido Dos Santos Sergio Faustino Da Silva Sergio Ichikawa Sergio Luis Camilo Teixeira Sergio Luiz De Andrade Sergio Luiz De Freitas Jaen Sergio Rondi Sergio Scoss Nicolai Sergio Tadeu Guimaraes Dos Santos Severina Catarina Bento Severino Francisco De Melo Severino Jose Da Silva Shayanny Kassia De Sa Shirlei Bertho Dos Santos Shirlei Genelice Da Silva Shirley Ferreira Dos Santos Shirley Silva Sidney De Assis Bronstein Silas Batista Rocha Silas Fernandes De Moraes Silene Bezerra De Lima Oliveira Silene Massari Siloni Paulino Da Silva Silvana Amaral Silvana De Oliveira Doca Silvana Gagliardi Silvana Gomes Giovannetti Silvana Maria Clivati Silvana Maria Santopaolo Silvana Regina Giglio De Almeida Silvania Alves Dos Santos Silvania Alves Pompeo De Miranda Silvania Roseli Possato Medeiros Silvia Do Carmo Vieira Silvia Elena Tavares Silvia Gomes Da Rocha Di Blasi Silvia Helena Do Carmo Goncalves Silvia Luisada Juliani Silvia Maria Galdino Bezerra Lima Silvia Peres Cardoso Silvia Regina Blasser Silvia Regina Ribeiro Machado Munhoz Silvia Shimada Borges Silvio Andrade De Oliveira Silvio Sergio Dos Santos Simone Barbosa Da Conceicao Luna Simone Laiz De Morais Lima Solange Alves Porto Ribeiro Solange Aparecida De Avelar Lopes Solange De Azevedo Pereira

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Ficha técnica

Vanessa Freitas Dos Reis Vanessa Pinho Marcelino Vania Lewkowicz Katz Vania Lopes Pedro Vanilza Fonseca Paulo Vannessa Solaira Da Silva Vera Alice Winter Vera Aparecida Nascimento Flores Vera Cerqueira Alves Barbosa Galvao Bueno Vera Lucia Brigida Vera Lucia Cardim De Cerqueira Vera Lucia De Souza Vera Lucia Manso Vera Lucia Ormundo Dias Vera Lucia Ribeiro Soares Alexandre Vera Maria Porto De Toledo Piza Vera Regina De Mello Doin Veronica Tamaoki Veronilde Eusebia De Sena Mendes Veruska Albertina Da Silva Matos Vicentino Ferreira De Souza Victor Hugo Albernaz Lemos Victor Matheus Fernandes De Santana Vilma Aparecida De Paula Vilma Santos Silva Vinicius Langer Greter Vinicius Maximo De Andrade Costa Virginia Markelene Lopes De Araujo Vitor Hugo De Oliveira Vivian Tavares Da Costa Viviane Bittencourt Viviane Lopes Faria Viviane Tomas Da Silva Wagner Alarcon Wagner Augusto Ferreira Antunes Wagner Baptista Cardoso Wagner Jose Bassi Waldeci Dos Reis Waldemar Tome Dos Anjos Waldic Correia Da Silva Waldir Ordanini De Oliveira Waleska Xavier Alves Walsandra Rocha Monay Waltemir Jango Belli Nalles Walter Pires Walter Tadeu Hardt De Siqueira Wanda Andrade Moreira Saracho Wanda Aparecida Borges Cavalcanti Wanda Moreira Martins Santos Wanderley Ariza Wanderley Jose Neto Washington Coelho Washington Luiz Bezerra Washington Luiz Dos Santos Weildya Fatima Vieira Michiles Wiliam Gabriel Vicente William Okubo Wilma Aparecida Sant'anna Pinto Wilma Martins De Oliveira Wilson Jose Luiz Wilson Santos De Jesus Wilton Dos Santos Wladimir Martins Do Prado Yara Goncalves De Melo Yara Pereira Dos Santos Yeda Goncalves De Oliveira Yuri Goncalves Nobre De Melo Zaira Hayek Zeneide De Souza Pinto Zenilda Guimaraes Zila Ponzoni Zilah Florence Zinia Maria Cavalheiro De Carvalho

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Editor-chefe Luiz Quesada Editora-assistente Giovanna Longo Redação Carolina Bressane Gabriel Fabri Gilberto De Nichile Leticia Chiantia Luísa Bittencourt Projeto gráfico Maria Rosa Juliani Diagramação Viviane Lopes Isoda Fotografia Sylvia Masini Secretária de redação Ivani Yara dos Santos Estagiária Bruna Pinheiro (redação) Impressão Plural Tiragem 45.000 exemplares EmCartaz é uma publicação da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura Endereço Av. São João, 473 | 10º andar São Paulo | SP | CEP. 01035-000 Tel: 3397-0000 | Fax: 3224-0628 e-mail leitoremcartaz@prefeitura.sp.gov.br Sites da Secretaria Municipal de Cultura www.prefeitura.sp.gov.br/cultura (geral) www.emcartaz.prefeitura.sp.gov.br (programação) Foto da capa: Bloco das Emílias e Viscondes por Sylvia Masini


Sylvia Masini

Entre junho de 2014 e outubro de 2016, foram realizadas pelo programa cinco mil atividades gratuitas em 118 espaços públicos municipais, além dos eventos externos apresentados em ruas, praças e entorno dos equipamentos, alcançando um público de 1,8 milhão de pessoas.


cenários paulistanos

FOTO: Sylvia masini

FOTO: Sylvia masini

São Paulo - 2016 Casa de Francisca durante o happy hour da Virada Cultural 2016

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