Em Cartaz - Janeiro 2018

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Revista da Secretaria Municipal de Cultura Janeiro 2018 Edição 113

DE VOLTA À CENA Fechado há três anos, Espaço Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo, reabre após instalação de novos equipamentos cenotécnicos

MÚSICA Banda de rua Picanha de Chernobill toca nas casas de cultura

TEATRO À Meia-Noite um Solo de Sax na Minha Cabeça, de Mário Bortolloto, ganha direção do próprio autor

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Quer ter sua foto estampada NA EM CARTAZ? Para aproximar os leitores da revista Em Cartaz e os seguidores das redes sociais da Secretaria Municipal de Cultura, foi feita uma parceria com o perfil no Instragram São Paulo da Garoa para lançar o concurso fotográfico #clickculturasp. Toda semana, é divulgado um tema e a melhor foto é postada nas redes sociais e aqui na revista, além de ganhar diversos prêmios. Veja OS TEMAS, as fotos e os vencedores de DEZEMBRO: 1

1. Fotos PB Rafael Paiva 2. Diversidade Cultural Fabio Matuzawa 3. Alegria Ká Bordalo 4. Personagens Paulistanos Laura Galastre

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Para participar é facil! - Basta seguir o perfil no Instagram @smculturasp e curtir a nossa página no Facebook @SaoPauloCultura; - Seguir o São Paulo da Garoa no Instagram @spdagaroa e curtir sua página no Facebook @spdagaroa; - As fotos devem ser tiradas de acordo com o tema escolhido por nossa equipe; - Estas podem ser realizadas por câmeras profissionais, amadoras e celulares. O que vale é o olhar e a criatividade do fotógrafo. As fotografias são escolhidas pelo administrador da página da SP da Garoa e o resultado é publicado às terças-feiras, quando é divulgado também o tema da semana seguinte. 2

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editorial

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revista Em Cartaz de janeiro traz como matéria de capa a reabertura do Espaço Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo. Fechada há três anos, a sala de espetáculos, também conhecida pelo público e pelos artistas como “Porão”, recebeu novos equipamentos e traz a peça Pequenas Certezas, primeiro texto da autora mexicana Bárbara Colio montado no Brasil. A escritora já foi premiada em seu país e na Espanha. E não pense que a Secretaria Municipal de Cultura para durante as férias. Para quem ficar por aqui, as bibliotecas trazem uma série de bandas dentro do programa Biblioteca Viva. Diversos espaços culturais recebem, entre outras atrações, Léo Maia tocando músicas do pai, Tim Maia, e a banda de rua Picanha de Chernobill, que mistura, em suas apresentações, rock, blues, folk e música brasileira. As famosas animações japonesas conhecidas como animes ganham uma mostra que exibe longasmetragens e maratonas de séries, no Centro Cultural São Paulo. Com texto e direção de Mario Bortolotto, À Meia-Noite um Solo de Sax na Minha Cabeça ganha montagem em seis espaços, entre teatros municipais e centros culturais. A história acompanha dois amigos de infância que trilham diferentes ideologias durante a vida. Escrita em 1983, a peça já teve direção de Cibele Forjaz e Raul Cortez no elenco. Essas são algumas das atrações do mês de janeiro. Para saber de toda a programação da Secretaria Municipal de Cultura, acesse www.emcartaz. prefeitura.sp.gov.br. Boa leitura! André Sturm secretário municipal de Cultura

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Às segundas-feiras, acompanhe o programa TV EmCartaz no Facebook e Youtube. emcartaz | janeiro 2018

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foto: Luis Doro Neto

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Cristóbal de la Quadra foto: Martin Echeverria

Filme: One Punch Man

índice

em foco

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sua agenda

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CAPA: REABERTURA DO ESPAÇO ADEMAR GUERRA

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CINEMA: MOSTRA DE ANIMAÇÕES JAPONESAS

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MÚSICA: BANDAS NAS BIBLIOTECAS

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TEATRO: À MEIA-NOITE UM SOLO DE SAX NA MINHA CABEÇA

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MÚSICA: LÉO MAIA

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Bia Morra

foto: Villy Ribeiro

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MÚSICA: BANDA PICANHA DE CHERNOBILL NO MAPA DA CULTURA vem aí nossos endereços

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em foco

CONCURSO #CLICKCULTURASP em exposição A Secretaria Municipal de Cultura criou um concurso cultural para os seguidores de seu perfil no Instagram, o #ClickCulturaSP. A cada semana,

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um tema foi sugerido e os ganhadores, além de terem seus trabalhos publicados no Instagram, no Facebook e na revista Em Cartaz, agora ganham uma exposição entre os dias 15 de janeiro e 28 de fevereiro, no andar térreo do Centro Cultural Olido. O concurso foi idealizado em conjunto com o perfil do Instagram São Paulo da Garoa, que tem seis anos de existência

Centro de São Paulo Alex Reipert

Avenida Paulista Kallel Gomes

Fotos da Experiência Priscila Amaro

Theatro Municipal Fabio Matuzawa

Parques Magali Maschi

Vida Noturna Kazumi Sato

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especial especial #clickculturasp #clickculturasp

e mais de 40 mil seguidores. “A parceria com a Secretaria reconhece a importância das redes sociais, e estava mais que na hora de reunir os participantes para nos conhecermos pessoalmente de fato e, também, apreciarmos suas fotos no impresso”, afirma Rafael Gushi, publicitário e criador do @spdagaroa. A exposição reúne trabalhos de

mais de 15 fotógrafos amadores e profissionais que lançaram seu olhar para temas como Diversidade Cultural, Pôr do Sol e Artistas de Rua. Você pode também conferir todas as imagens nos perfis @smculturasp e @spdagaroa e se motivar para participar de futuros concursos. Veja abaixo as fotografias que fazem parte da mostra.

Artistas de Rua Nathalia Turolla

Cores e Texturas Katrianne Vieira

Consciência Negra Isabela Naiara

Pôr do Sol Victor Nigro

Halloween Patricia Borges

Reflexo Katrianne Vieira

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Sua Agenda O que você não pode perder neste mês! Sylvia Masini

6 Sábado 14h O Sítio Morrinhos faz um piquenique em seu quintal cheio de plantas. Casa histórica do Museu da Cidade de São Paulo dedicada a pesquisas arqueológicas, o espaço terá programação com exibição de documentário e brincadeiras. Os participantes podem levar comidas e bebidas, além de livros e música. Grátis

Javier Flores

11 Quinta 14h A Mostra Circo de Rua promove um bate-papo com o Palhaço Chacovachi no Centro de Memória do Circo, no Centro Cultural Olido. Popular na Argentina, Chacovachi é artista de rua há 30 anos. Nesse mesmo dia, às 18h, é apresentado um espetáculo na rua. O bate-papo se repete dia 12, às 10h. Grátis

Edson Kumasaka

12 Sexta 21h O Teatro Cacilda Becker recebe a Cia. Arthur-Arnaldo com a peça Mártir, de Marius Von Mayenburg, um dos principais nomes do teatro alemão contemporâneo. A trama acompanha um jovem que se torna fanático religioso após ler a Bíblia. +14 anos. Até dia 4/2. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. Grátis

13 Sábado 14h A Casa de Cultura do Campo Limpo recebe o espetáculo No Curso do Rio, da Cia. Bonecos Urbanos. A história mostra um homem simples do interior que conversa com sua canoa para saber se a pesca será boa. Inspirada em livro de José Mauro de Vasconcelos, a encenação chega a outros cinco locais. Grátis 6

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13 Sábado 16h A Cia. das Cores apresenta, no Teatro Martins Penna, Chiquinha Gonzaga, a Menina Faceira. Em cena, bonecos relembram a vida da compositora de Ó Abre Alas por meio de três vendedores de rua, acompanhados por um pianista popular da época (meados do século XIX), conhecido como “pianeiro”. Grátis

14 Domingo 16h É a primeira participação de Tania Alves no Circuito Municipal de Cultura. Com seu show Alma Latina, a atriz e cantora se apresenta na Casa de Cultura Vila Guilherme e, depois, em outros quatro locais, cantando músicas em português e espanhol que fizeram sucesso na voz de grandes intérpretes. Grátis José de Holanda

23 Terça 20h Volta ao Centro Cultural São Paulo o espetáculo Fortes Batidas, premiado com o APCA. Com texto e direção de Pedro Granato, a trama se desenrola dentro de uma balada –da qual o público participa– e mostra paqueras e outras situações características dessas festas. +16 anos. Até dia 7/2. 3ª e 4ª, 20h. Grátis

24 Quarta 16h Tem início no Centro Cultural São Paulo a mostra Lovecraft - Medo do Desconhecido, que exibe filmes inspirados no universo de Howard Phillips Lovecraft, um dos mais importantes escritores do gênero fantástico do século XX. O longa À Beira da Loucura, de John Carpenter, abre a programação. R$ 2

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Veja a programação completa no site www.emcartaz.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | janeiro 2018

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E viva o Porão! Após três anos fechado, Espaço Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo, é reaberto com novos equipamentos e traz a estreia do espetáculo Pequenas Certezas G a b r i e l Fa b r i e J u l i a n a P i t h o n

C

om o objetivo de oferecer salas com as melhores condições estruturais, esta gestão forneceu ao Espaço Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo, que estava fechado há três anos, novos equipamentos cenotécnicos. A reabertura aconteceu em dezembro passado. Ao mesmo tempo em que grupos de jovens com seus aparelhos de som portáteis ensaiavam passos de jazz e hip-hop nos corredores da entrada, próximo a eles, uma fila começava a se formar naquela noite de sexta-feira. A expectativa era grande: faltava pouco para se rever o local, também conhecido como “Porão”. Nessa noite, estreava o espetáculo Pequenas Certezas, dirigido por Fernanda D’Umbra.

Para ir ao espaço, o público adentra, aos poucos, as entranhas do CCSP, desce 8

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escadas, percorre corredores até chegar ao “Porão”. O novo projeto arquitetônico conta com melhores condições técnicas de iluminação e som, além de segurança. A estética do lugar ressignifica o cenário da encenação montada lá. Invertendo a lógica dos tradicionais palcos italianos (aqueles mais altos e em frente da plateia), as cenas acontecem no chão e com cadeiras podendo ocupar diversos cantos da sala, tornando a experiência público-espetáculo ainda mais intimista. Noite de abertura Para a cineasta Marina Person, uma das convidadas presentes na reabertura, o espaço proporciona uma oportunidade para os grupos teatrais saírem do convencional. “Você tem esse elemento a mais de criação, de fazer


Sylvia Masini

capa Sossô Parma

Espaço Adema r G u e r ra e m o b ra s

Espaço Adema r G u e r ra n a re a b e r t u ra

do local o próprio cenário e adicionar algumas coisas”, afirma a apresentadora e diretora do filme Califórnia. Ela conta também já ter visto espetáculos ali montados com as mais variadas configurações. “Poder pegar algo que não foi desenhado para esse fim e transformá-lo, é incrível”, completa. Frequentadora do CCSP desde a adolescência, Marina ressalta a importância da reabertura. “Um teatro que não tem espetáculo vira um lugar morto, então que viva o ‘Porão’!” Também esteve presente a atriz Selma Luchesi, que atuou na peça Tempo de Viver

em janeiro de 2017, no espaço Missão, localizado próximo do Ademar Guerra. Para ela, ver o local finalmente aberto é motivo de felicidade. “São Paulo ganha muito com esse lugar. Participar da reabertura dele me deixa muito emocionada como artista e cidadã paulistana”, conta Selma. Já o pesquisador José Cetra Filho chamou atenção para a quantidade de espetáculos bons que assistiu ali. “É uma sala que estava fechada há um tempo e que tem ‘micróbios’ de coisas maravilhosas que aconteceram lá. Estávamos todos ansiosos para que ela fosse aberta”, afirma. emcartaz | janeiro 2018

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Pequenas Pela primeira vez encenada no Brasil, a autora mexicana Bárbara Colio estreia no país com o texto Pequenas Certezas. O enredo acompanha a disputa por uma herança após o desaparecimento de um personagem. A atriz Cris Couto interpreta um dos papéis excêntricos da história, a Sra. Polanco, que gosta de fazer bolos e visitar necrotérios. A diretora Fernanda D’Umbra retorna ao “Porão” após diversas experiências como atriz e encenadora no espaço. A primeira, no ano 2000, foi organizar uma mostra de teatro. Veja o que ela fala sobre a sala:

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Como é retornar depois de tanto tempo?

Você acha que conhece o “Porão”, então percebe que ele tem outras dezenas de possibilidades de ocupação e iluminação, e você cria com esse espaço um novo lugar. Que é o México. Que é a cabeça das personagens. Um lugar dentro do outro. O “Porão” permite isso. Permite esse “tudo”. De que maneira a dramaturgia de Pequenas Certezas dialoga com o espaço? Quando expõe uma solidão devastadora nas personagens, que, assim como o espaço, estão cheias de nada, de pedras,


capa

Certezas

de fundos, de caminhos sem fim, de paredes. Nada é fácil, nada é o que parece. O espaço se assemelha ao interior das personagens. Qual a importância desse espaço para você?

Infinita. Fiz e faço de tudo ali. Teatro, show, amor, faço amigos e amigas eternos, acho o “Porão” uma espécie de floresta de pedras. Se você sobrevive a ele com classe, para sempre sobreviverá nos palcos. Ele é uma prova de fogo, um lugar belíssimo e estranho. Eu fiquei mais forte trabalhando lá. Todo mundo fica.

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Você já viveu algum episódio marcante no “Porão”?

Teve uma vez que eu achei que estava morrendo lá. Foi durante a peça Vamos Sair da Chuva Quando a Bomba Cair, com direção de Mário Bortolotto. Eu caí feio. Mas, como você vê, não morri.

Apresentações Centro Cultural São Paulo – Espaço Ademar Guerra. +12 anos. 70 min. De 4 a 28. 5ª a sáb., 21h. Dom., 20h. R$ 30

Veja a programação completa no site www.emcartaz.prefeitura.sp.gov.br emcartaz | janeiro 2018 11


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Anime se! Animações japonesas, conhecidas como animes, são exibidas em mostra no Centro Cultural São Paulo Gabriel Fabri akira

O CASTELO DE CAGLIOSTRO

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urante a Segunda Guerra Mundial, a ocupação norte-americana em solo japonês trouxe para o país inúmeras influências culturais, dentre elas as animações, especialmente dos estúdios Disney. Artistas locais inspiraram-se na técnica para criar suas produções, batizadas de animes (uma variação de “animation” em inglês). Para dar foco a essa arte, o Centro Cultural São Paulo exibe, entre os dias 16 e 26, a mostra Verão Otaku. No Brasil, o termo japonês “otaku” refere-se aos fãs de animes e 12

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mangás. A programação exibe clássicos da animação japonesa, filmes menos conhecidos do grande público e duas maratonas com episódios das séries One Punch Man e Usagi Drop. ClAssicos japoneses Uma das animações mais icônicas do Japão, Akira (1988), de Katsuhiro Ôtomo, é um dos destaques da programação. O longa conta a jornada de um líder de motoqueiros que tenta salvar um amigo envolvido em um projeto governamental ultrassecreto.


ProduCOes recentes Além dos filmes mais famosos, a mostra oferece a oportunidade de se assistir a produções recentes e pouco conhecidas. Dentre elas, estão a animação adulta Gantz: O (2016),

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de Yasushi Kawamura e Keiichi Saitô, que conta a história de um homem que morre em um acidente e acorda em um quarto desconhecido; e a infantil O Garoto e o Demônio (2015), de Mamoru Hosoda, longa sobre a amizade entre um menino e uma fera sobrenatural. Este filme tem exibição dublada.

cinema

Cofundador do Studio Ghibli, uma das grandes produtoras de animações japonesas, Hayao Miyazaki tem dois filmes exibidos na mostra: Nausicaä do Vale do Vento (1984) e O Castelo de Cagliostro (1979), este último em versão dublada para o público infantil. Durante sua carreira, o diretor ganhou diversos prêmios, como o Urso de Ouro, no Festival Internacional de Cinema de Berlim, pela animação A Viagem de Chihiro (2003), produção que também faturou o Oscar. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas ainda lhe concedeu um Oscar honorário em 2014.

Maratona de sEries No dia 20, acontece a maratona da série One Punch Man. São exibidos todos os 12 episódios da primeira temporada. Adaptação do mangá escrito por One, a produção conta a história de um super-herói em busca de um oponente à sua altura. Já no dia 21, são apresentados todos os episódios de Usagi Drop, um estudo sobre a experiência de ser pai. A história acompanha um homem que se vê, de repente, responsável por uma menina de 6 anos.

Veja a programação completa no site www.emcartaz.prefeitura.sp.gov.br

nausicaa do vale do vento

o garoto e o demonio emcartaz | janeiro 2018 13


Biblioteca Viva e cheia de música O programa Biblioteca Viva traz bandas para a programação das férias de janeiro Juliana Pithon

E

stamos acostumados com a ideia de que biblioteca é um lugar silencioso, aonde vamos apenas quando temos o objetivo de estudar, pesquisar ou ler. Para renovar esse pensamento e entender o local também como palco de apresentações artísticas, o programa Biblioteca Viva oferece atividades culturais das mais diversificadas, em todas as regiões da cidade. O programa teve início em março de 2017 com o intuito de revitalizar as bibliotecas municipais, ampliar seus horários de atendimento, modificar a forma como os livros são dispostos nas estantes, priorizando as capas das publicações, e oferecer uma programação de teatro, dança, cinema, literatura e música.

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kick bucket

Durante as férias, entre os dias 20 e 28 de janeiro, a sonoridade destas sete bandas chega a várias unidades: Fizz Jazz, Emblues Beer Band, Duo Versos Que Compomos na Estrada, Kick Bucket, Sujos & Mal Pagos, Antonio Zadua em Má Companhia e, para o público infantil, Músicas de Oz. Ivan Valle, contrabaixista da Sujos & Mal Pagos, conta que,


música antonio zadua em má companhia

sujos & mal pagos

para ele, o objetivo maior desse projeto é mostrar a biblioteca como um lugar divertido, cheio de vida e não um local fechado, chato e careta. “Na época do colégio, eu ia com frequência atrás de enciclopédias, mas nunca me imaginei fazendo um show nesses espaços. A imagem de casa do silêncio é trocada quando a banda toca na calçada da biblioteca, e aquilo

é um chamamento ao público. Ela deixa de ser o local em que a gente só vai para pegar um livro e passa a ser um lugar de troca”, conclui. Já o trompetista da Emblues Beer Band, Flávio Véio, afirma que é interessante ver as pessoas, durante o show, sendo contagiadas tanto pela música como pelo que estão lendo. “Nesse caso, os desvios de atenção são para o bem”. E completa dizendo acreditar na reconstrução da imagem da biblioteca como um organismo que produz arte. “Essas ações fazem com que o processo de incentivo à leitura se torne mais fácil por meio do contato com outras práticas, como a música. O público é transformado a partir do momento em que o cenário do show que ele está assistindo é cheio de livros.” emcartaz | janeiro 2018 15


Comédia À Meia-Noite um Solo de Sax na Minha Cabeça, de Mario Bortolotto, acompanha a vida de dois amigos com ideologias opostas Wesley Morais

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illy e Jesse são amigos desde o berçário e mantiveram os laços de amizade independentemente dos diferentes rumos que seguiram na vida. Assim se resume À Meia-Noite um Solo de Sax na Minha Cabeça, espetáculo que acompanha cada fase na vida dos personagens, desde bebês até adultos. Escrita e dirigida por Mario Bortolotto, a peça faz parte do Circuito Municipal de Cultura e é encenada, entre os dias 13 e 28 de janeiro, nos Teatros Zanoni Ferrite e Martins Penna e nos Centros Culturais Tendal da Lapa, da Juventude, do Jabaquara e Olido (Sala Paissandu). Billy é um ativista político e idealista. Sem dinheiro, o personagem já era inquieto e possuía uma consciência crítica desde criança. Na contramão do caminho traçado por ele, está Jesse, que era rico quando criança e optou por uma vida com

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mais estabilidade financeira. Isso, porém, não impediu que ambos continuassem amigos. “As diferenças entre os dois é superada pela amizade. Um dos personagens cai na clandestinidade nos anos 70, foge do país e só consegue voltar com a anistia. O outro pensa totalmente diferente. É um sujeito de direita”, afirma Bortolotto. A história é composta por 13 cenas, cada uma retratando, de forma cronológica, momentos da vida dos personagens. Para a troca de cenas, um saxofone é tocado ao fundo, enquanto os atores Henrique Stroeter (Jesse) e Fábio Espósito (Billy) correm contra o tempo para vestirem os figurinos característicos da próxima fase do espetáculo. Escrito em 1983, o texto passou por diversas direções, como a de Cibele Forjaz, e já contou com Raul Cortez no elenco.

Luis Doro Neto

teatro

AMIZADE AMIZADE XX DIFERENÇAS DIFERENÇAS


música teatro

TRIBUTO TRIBUTO TRIBUTO AO AO TIM AO TIM TIM Léo Maia celebra em show a vida e a obra do pai, Tim Maia Aryanne Valgas

Villy Ribeiro

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uem nunca cantou os versos de Não Quero Dinheiro, Só Quero Amar ou Gostava Tanto de Você? Imagina, então, poder ouvir novamente as canções do saudoso Tim Maia na voz de seu filho, Léo Maia! Para homenagear o rei da soul music brasileira, o show Léo Maia canta Tim chega, entre os dias 21 de janeiro e 24 de fevereiro, às Casas de Cultura da Vila Guilherme, Brasilândia e Butantã, ao Teatro Flávio Império e ao Centro Cultural Olido (Sala Olido). Criado no Rio de Janeiro, em meio ao cenário da música brasileira dos anos 70 e 80, Léo começou a tocar violão aos 7 anos, aprendendo, com o próprio Tim, os acordes de Sossego. “É sempre um desafio homenagear o meu pai. A genialidade e musicalidade

dele são únicas. Eu faço uma interpretação minha e as pessoas, de certa forma, gostam muito porque não fujo do balanço, que é a característica das músicas, sempre muito dançantes e animadas”, diz Léo. Este ano completam-se 20 anos da morte do cantor e compositor, mas suas canções são eternas. “A obra nunca morre se ela estiver sempre em evidência, e a forma de fazer isso é levar este show pelo Brasil inteiro, onde o público já espera por seus sucessos e relembra o grande Tim Maia”, conta Léo, ao se referir a músicas como Primavera, Azul da Cor do Mar e Chocolate, que estão no repertório. Traçando seu próprio caminho artístico, o cantor já gravou cinco discos e adianta que o próximo projeto é autoral e será lançado ainda em 2018.

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Banda Picanha de Chernobill faz shows com canções de seu terceiro álbum, “O Conto, a Selva e o Fim” Luísa Bittencourt

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uem está acostumado a percorrer as ruas de São Paulo a pé, certamente já se deparou com três rapazes, trajando figurinos típicos dos anos 1960, que tocam uma mistura de rock’n’roll com blues, folk e música brasileira. O que poucos sabem é que o trio, formado por Matheus Mendes, Chico Rigo e Leonardo Ratão, desembarcou de Porto Alegre em solo paulista há quase 5 anos e tornou-se uma das bandas mais destacadas da cena musical underground atual: a Picanha de Chernobill. Integrando a programação do Circuito Municipal de Cultura com apresentações que vão de 21 de janeiro a 25 de fevereiro, em diversas casas de cultura, o grupo faz shows de seu terceiro disco, O Conto, a Selva e o Fim (2016), produzido por meio de

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financiamento coletivo e que acaba de ser prensado em vinil duplo. Em suas andanças artísticas, já lançou dois álbuns e ganhou o prêmio de Melhor Banda Independente do Rio Grande do Sul. Inspirado pelos amigos do Mustache & Os Apaches, a ideia de tocar na rua só fez o trabalho do grupo crescer. “A partir da primeira experiência, notamos que esse era o caminho, visto que a música não tem barreiras e pode ser levada gratuitamente às pessoas”, diz o vocalista e guitarrista Chico Rigo. Mas o sucesso não é só privilégio brasileiro. O grupo acaba de chegar de uma turnê pela Europa, passando por países como Alemanha, França e Holanda. “Foi incrível, uma experiência de vida marcante, e já estamos planejando outra


música para 2018. Poder levar nossas músicas cantadas em português e ser bem-recebido foi além das nossas expectativas”, conta o baixista Matheus Mendes. Contudo, o grupo não credita o sucesso somente às apresentações na rua ou à internet, mas à relação que estabeleceu com um público que se tornou fiel. “Achamos que a internet é importante, mas a sensação de assistir a uma banda ao vivo é algo inigualável, pois se está sentindo o momento. A música não é só o som e, sim, a energia –tanto da banda como do público– gerando uma experiência única”, afirma Rigo. E completa: “O sucesso é ser feliz no que se faz e exercer isso com amor. Nosso sonho sempre foi conhecer o Brasil tocando e esperamos realizar isso o mais cedo possível.” Além de diversos gêneros

musicais, o grupo também explora diferentes instrumentos, às vezes utilizando guitarra e baixo elétricos, às vezes acústicos. “Uma boa parte dos discos da banda é de músicas acústicas, então é natural e gratificante para nós fazermos shows acústicos, da mesma forma os elétricos. O rock’n’roll sempre agregou diferentes sonoridades e instrumentos”, diz Matheus. E por que este nome? Segundo o baterista Leonardo Ratão, Picanha de Chernobill é um jargão muito popular no Rio Grande do Sul, e o nome foi dado pela lenda do rock gaúcho, João Vitor Sottili. “Chernobill é o mundo, como ele está sendo maltratado. Mas nem tudo está perdido, há uma parte boa, a Picanha. Essa expressão é muito usada no Sul quando acontece algo errado, mas que é resolvido de forma inesperada, espontânea”, explica. emcartaz | janeiro 2018 19


NO MAPA D Cidy Dionísio

NO MAPA DA CULTURA

Descubra a casa de cultura Raul Seixas Cidy Dionísio

“A

lguns artistas ficam um pouco preocupados quando são convidados para se apresentar aqui na Casa de Cultura Raul Seixas. Eles têm uma imagem não muito positiva quando se trata de Itaquera, Guaianases e afins... E quando chegam aqui, ficam surpresos com o tamanho do local e com a diversidade de cultura que existe por aqui”, diz Aurora Oliveira, coordenadora do espaço localizado em Itaquera, extremo leste da cidade. Envolta pelos prédios da Cohab e por muita área verde, a Casa de 20

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Cultura existe desde 1989 e fica dentro do Parque Raul Seixas. Enquanto dava esta entrevista, Aurora dividia sua atenção com a Banda Caminho Suave, que se apresentaria no local naquela mesma tarde. “A vida aqui é uma loucura, bem isso mesmo que você está vendo. Tenho que dar atenção para vocês, tenho que ver se está tudo certo na montagem de som da banda que vai se apresentar, tenho que ver se tem cadeira suficiente para o público, mas é uma loucura muito gostosa e o pessoal que frequenta a Casa


DA CULTURA vive essa loucura comigo”, diz, enquanto corre com algumas cadeiras na mão. A programação oferece oficinas de dança, teatro, música, yoga, fotografia e capoeira, além de receber muitas atividades para o público infantil e shows de artistas consagrados. “Os grupos aqui são recebidos com o respeito que merecem e com o respeito que a arte deles merece. Acho que a Casa tem esse papel, e até aqui a gente vem conseguido cumprir. A Casa tem o papel de formar um novo público e atender muito mais gente nos próximos anos.” Casada com um músico e mãe de uma menina de 8 anos, Aurora conta que viaja bastante com a família e que é apaixonada pelos livros de José Saramago. “Outra coisa que gosto muito de fazer é ficar em casa assistindo à Netflix e fazendo vários nadas. Acho um luxo!”, brinca. “Até na minha folga eu venho para cá com a pequena e com o maridão, a gente faz churrasco, piquenique... O pessoal do entorno gosta de arte, de cultura, mas também gosta de uma boa bagunça, e a gente entra no clima.” Aurora tem 34 anos, é assistente social e moradora da região. “Eu assumi a coordenação

da Casa de Cultura ainda neste ano e, para mim, foi um grande presente, pois eu cresci e passei toda a minha infância neste parque”, confessa. “95% da minha atuação profissional foram aqui no entorno da zona leste, neste fundão: Itaquera, Guaianases, Cidade Tiradentes, São Miguel e Itaim Paulista. Já rodei todos esses cantos como assistente social, trabalhando na área da saúde, e desenvolvi um conceito ampliado: quando se trata de saúde, não é só não ficar doente. Quando se envolve programas culturais de um lado e oficinas culturais de outro, a gente percebe que consegue conter qualquer tipo de doença, e foi aí que o mundo da cultura me encontrou. A cultura salva!”, conclui. Aurora atua com produção cultural desde 2011 e tem a intenção de fortalecer e criar uma cena independente nas regiões periféricas, especialmente na leste. “Aqui é meu berço, eu nasci na Cohab ll e é um lugar que eu amo. A zona leste é uma região muito fértil, com grandes artistas sem oportunidade de atuação, e percebo que falta palco para essas pessoas. Eu estou fazendo a minha parte e sou muito feliz por isso!”

Video completo da entrevista www.youtube.com/user/smcsaopaulo emcartaz | janeiro 2018 21


vem aí

vem Aí

em fevereiro No Theatro Municipal, é reapresentada parte da trilha sonora do filme Laranja Mecânica. Sucesso de público e crítica -tanto que foi apontado como um dos melhores do ano passado pelo Guia da Folha-, Kubrick em Concerto volta em 2018. O programa exibe em um telão sobre o palco trechos do longa baseado no romance de Anthony Burgess, enquanto a Orquestra Sinfônica Municipal executa as aberturas da óperas Guilherme Tell e La Gazza Ladra, 22

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de Rossini, Música para o Funeral da Rainha Mary, de Purcell (versão de Luis Gustavo Petri), Pompa e Circunstância, de Elgar, e a Sinfonia nº 9, de Beethoven. Programa imperdível, mas, como se sabe, o filme tem cenas de violência, portanto não é indicado para crianças. Também em fevereiro e ligados ao Theatro Municipal, têm início os programas de formação 2018 da Escola de Dança, no dia 5, e da Escola de Música, no dia 26.


gostou da programação? Veja onde vai acontecer CASAS DE CULTURA

Casa de Cultura da Brasilândia - Sylvia Masini

Casa de Cultura da Brasilândia Pça. Benedicta Cavalheiro, s/nº, Brasilândia. Zona Norte | tel. 3922-9123

Casa de Cultura da Vila Guilherme - Casarão Pça. Oscar Silva, 111, Vila Guilherme, Zona Norte

Casa de Cultura Raul Seixas Casa de Cultura do Butantã Av. Junta Mizumoto, 13, Jardim Peri R. Murmúrios da Tarde, 211, Cohab 2 José Bonifácio.Itaquera (Parque Peri. Zona Oeste. | tel.: 3742-6218 Raul Seixas). Zona Leste | tel. 2521-6411 Casa de Cultura do Campo Limpo R. Aroldo de Azevedo, 100, Campo Limpo. Zona Sul. | tel. 5841-8164 CASAS HISTÓRICAS

Sítio Morrinhos R. Santo Anselmo, 102, Jardim São Bento. Zona Norte | tel. 2236-6121

Sítio Morrinhos

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CENTROS CULTURAIS

Centro Cultural Olido - Washington

Centro Cultural Olido Av. São João, 473, Centro | tel. 3331-8399 e 3397-0171

Centro Cultural Tendal da Lapa R. Guaicurus, 1.100, Lapa. Zona Oeste | tel.: 3862 1837

Centro Cultural São Paulo R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Centro | tel. 3397-4002 TEATROS MUNICIPAIS

Teatro Flávio império - Sylvia Masini

Teatro Cacilda Becker R. Tito, 295, Lapa. Zona Oeste | tel. 3864-4513 Teatro Flávio Império R. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba. Zona Leste | tel. 2621-2719

Teatro Martins Penna Lgo. do Rosário, 20, Penha. Zona Leste | tel. 2295-0401 Teatro Zanoni Ferrite Av. Renata, 163, Vila Formosa. Zona Leste. | tel. 2216-1520

A relação completa dos espaços culturais está no site: www.emcartaz.prefeitura.sp.gov.br 24

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expediente Secretário de Cultura André Sturm Secretária adjunta Marilia Barbour

Pequenas Incertezas Foto: Sylvia Masini

Chefe de Gabinete Juliana Velho

Redação

Editor-chefe Luiz Quesada Editora-assistente Giovanna Longo Redação Aryanne Valgas Carolina Bressane Cidy Dionisio (+redes sociais) Gabriel Fabri Gilberto De Nichile Luísa Bittencourt Projeto gráfico Viviane Lopes Isoda Fotografia Sylvia Masini Secretária de redação Ivani Yara dos Santos

Estagiários Isabela Almeida (audiovisual) Juliana Pithon (redação) Paulo Vinícius (design) Wesley Morais (redação) Impressão Gráfica Print Tiragem 50.000 exemplares Em Cartaz é uma publicação da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo Endereço Av. São João, 473 10º andar São Paulo | SP CEP. 01035-000 Tel: 3397-0000 | Fax: 3224-0628 e-mail leitoremcartaz@prefeitura. sp.gov.br Sites da Secretaria Municipal de Cultura www.prefeitura.sp.gov.br/ cultura (geral) www.emcartaz.prefeitura. sp.gov.br (programação)

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