Revista Presente - Edição 02

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Geografia

Ensino de... Língua Portuguesa

Entrevista

Meu lugar no mundo e a internet.

Ensinar e aprender Língua Portuguesa hoje.

Com a palavra: Flávia Dias Bento

Projeto

Presente

Muito mais conteúdo para o professor.

Ano 2 | 2013 - Nº 2

Investigar e

transformar a informação

em conhecimento: a educação em tempos de TIC. pág. 6 Confira sugestões de atividades exclusivas para todas as disciplinas.

Língua Portuguesa • Matemática • Ciências Naturais • História • Geografia • Arte


Projeto

Presente

PROJETO

PRESENTE ENSINO FUNDAMENTAL I

» As obras promovem o aprendizado como uma REDE DE CONEXÕES e significados, respeitando as necessidades de cada disciplina, para transformar informações em conhecimento.

» LÍNGUA PORTUGUESA » MATEMÁTICA » CIÊNCIAS NATURAIS » HISTÓRIA » GEOGRAFIA » ARTE

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Caro Educador, E

specialmente neste ano, a equipe de autores do Projeto Presente agradece a todos os educadores das escolas parceiras, a quem devemos muito do sucesso do nosso Projeto. No primeiro semestre, elaboramos com todo capricho mais um número da Revista Sempre Presente, para servir como um instrumento de apoio para seu trabalho em sala de aula. O tema “Investigar e transformar a informação em conhecimento: a educação em tempos de TIC” inspira inúmeras propostas pedagógicas com o objetivo de enriquecer seu cotidiano em sala de aula, no trabalho com as novas tecnologias. Os eventos e cursos para aprofundamento temático relacionados a esta edição da revista ocorrerão nos meses de abril, maio e junho em diversas cidades de todo o Brasil. Como sempre acontece nessas ocasiões, o seu conhecimento sobre a obra e suas sugestões

aperfeiçoarão e aprofundarão os debates sobre os temas propostos nos encontros. Para colaborar com seu dia a dia, as sugestões de avaliação dos conteúdos e conceitos desenvolvidos no primeiro e segundo bimestres estarão disponíveis no site: <www.moderna.com. br/presente>. A sua senha de acesso deverá ser cadastrada no próprio site. Tem sido um grande privilégio dividir com você o sucesso dessa parceria de vários anos, em que compartilhamos cada fazer, cada descoberta, cada erro, cada acerto. Pois as realizações do seu trabalho representam, também, a nossa contribuição para uma educação melhor. Boa leitura e bom trabalho!

Equipe Sempre Presente!

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Conselho Editorial Autores Projeto Presente Coordenação Editorial Neuza Sanchez Guelli

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Geografia

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Revista Sempre Presente! ANO 2 | 2013 - Nº 2 Editora Moderna Ltda. Rua Padre Adelino, 758 CEP 03303-904 - São Paulo/SP Telefone: 0800 17 2002 www.moderna.com.br

Meu lu

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As novas Tecnologias de Informação e Comunicação e as escolhas didáticas

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A internet nas aulas de História

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Matemática O preconceito

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Arte

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professor que deseja ampliar seu mento em Arte conheciAlém de utilizá-l recursos: sites encontra na interne t diversos de instituiç artistas, sites pensar também os ao preparar suas aulas, de vídeos (como ões culturais, sites de comunidades trabalhar com em maneiras de instruir é necessário em que pode o Youtube e o Vimeo), eles de maneira os alunos a educadores, dialogar com significativa locais que outros e segura. imagens (como permitem Neste artigo, postar textos os blogs), e focamos como e mecanismos dedicado à exemplo um de pesquisa. pesquisa de mecanismo O arte-educador <http://www.go imagens, o atento Google Images à contemporanei aprender a é fundamental ogle.com.br/imghp>. usar estes dade precisa Saber pesquis para que aluno recurso integrá-los dendo de maneira ar em suas propost s e refletir sobre possa seguir como autoral. aprenas educativas.

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Assistência Editorial Flávio Mendes

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Edição de texto Neuza Sanchez Guelli Projeto Gráfico Lucas Mattioli Diagramação Lucas Mattioli Ilustração Bruno Okada Alexandre Matos Kleber Moraes

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Com a palavra, o educador!

Ensinar e aprender Língua Portuguesa hoje

Confira dicas de leitura para levar para a sala de aula

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Ensino de...

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Investigar e transformar a informação em conhecimento:

a educação em tempos de TIC

Novas tecnologias que apoiam o professor na sala de aula podem transformar a forma como os alunos se relacionam com os conhecimentos. Por: Lilian Bacich, Célia R. Carone e Edilson A. Pichiliani

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IC – Tecnologias da Informação e da Comunicação – ou TDIC – Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação – é o conceito utilizado por escolas e educadores no século XXI. As escolas, em tempos de tablets e lousa digital, vivem um novo desafio: capacitar professores, pais e alunos para o uso da tecnologia dos objetos digitais como ferramenta para a construção de conhecimentos. Muitos podem afirmar: os alunos conhecem esse assunto muito mais do que professores e pais. Realmente, em relação ao uso das TICs para a diversão e o lazer, os alunos são mestres. Cabe aos educadores oferecer possibilidades para o uso dessas tecnologias com outro objetivo, transformar a informação em conhecimento. Não é uma tarefa fácil, pois os cenários que se configuram atualmente em nossa sociedade são muito diferentes daqueles vividos por outras gerações. As possibilidades do uso do computador para além dos contatos sociais e das atividades vinculadas ao lazer podem, e devem, ser vivenciadas pelos alunos na escola. A educação e a sociedade como um todo enfrentam diferentes demandas: por um lado, organismos internacionais, como a Unesco, por exemplo, alertam para a importância de educar os alunos para que pensem de forma crítica, de modo que saibam resolver problemas e aprendam de forma colaborativa, entre outras orientações; de outro lado, temos a cobrança

pelos conteúdos que devem ser ensinados na escola e que, em alguns momentos, podem estar distantes do uso da criatividade e da expressão do conhecimento de forma autônoma. Se o sistema educacional coloca educadores em uma encruzilhada, torna-se importante uma reflexão sobre a situação atual e uma busca por modificações que possam garantir que as duas demandas sejam atingidas: ensinar conteúdos considerados como essenciais para cada faixa etária e aliar a esse ensino o uso das TICs. Algumas pesquisas realizadas sobre o uso das TICs demonstram sua importante influência em transformações ocorridas na maneira de aprender, se relacionar e de construir significados e valores. Porém, essas mesmas pesquisas alertam que nem sempre essas transformações apresentam resultados positivos. Isso pode ser justificado pelo fato de que, apesar das pessoas que vivem em um mundo rodeado pelas novas tecnologias terem um enorme acesso às informações, isso não garante que elas disponham de habilidades ou saberes necessários para converter essas informações em conhecimento. Dessa forma, buscaremos refletir sobre alguns desses temas: o uso do computador como importante aliado na busca de informações, as possibilidades de comunicação que o uso dos computadores oferecem e, finalmente, as habilidades possivelmente envolvidas na construção de conhecimentos decorrentes do uso das TICs. 7

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Tecnologia como busca de informações e a comunicação A busca de informações e o resultado dessa busca – em uma sociedade digital, habitada por um grande número de nativos digitais que frequentam nossas escolas – é algo que ocorre de uma forma cada vez mais interativa e em uma velocidade muito maior do que a estrutura atual de nossas escolas consegue assimilar. Copiar e colar as informações obtidas no primeiro site que é apresentado ao aluno em uma ferramenta de busca, como o Google, é uma atitude corriqueira em atividades de pesquisa realizadas por alunos de qualquer faixa etária. Ao buscar informações o aluno deve aprender a procurar sites confiáveis e, principalmente, a verificar, de forma crítica, o conteúdo por eles apresentado. Agora, se a proposta de pesquisa, feita pelo professor, limitar-se a um levantamento de dados, todos os sites apresentarão respostas semelhantes, e copiar e colar será a melhor forma de realizar a tarefa proposta. O professor deve, então, propor atividades que busquem uma comparação, uma postura reflexiva ou, ainda, a utilização de informações pessoais, decorrentes do que foi trabalhado em sala de aula para resolver a questão. Por exemplo, pesquisar sobre a descoberta da vacina e sua utilização é um tipo de proposta em que a resposta será encontrada em muitos sites. Mas, relacionar a importância das vacinas com os impactos em sua saúde, comparando as carteirinhas de vacinação dos colegas com as vacinas que devem ser tomadas em cada faixa etária, entre outras possibilidades, personaliza a resposta e, dessa forma, não será encontrada uma pesquisa pronta sobre o assunto. A busca de informações toma, então, outras proporções.

reflexão decorrente da troca de informações, há um aprimoramento da ação docente. A premissa de que conhecimento é para ser socializado atinge níveis não pensados antes. Por outro lado, a busca pelo registro de patentes cresce de forma diretamente proporcional, pois algo escrito ou criado hoje pode, em pouco tempo, fazer parte do repertório de outra pessoa. Nesse aspecto, deparamo-nos com a importância em educar para a ética nas relações pessoais e virtuais, para a ética no uso e compartilhamento de informações, para a ética no uso e exploração das TICs.

Comunicar-se com os pares sempre configurou-se como uma necessidade fundamental para que o conhecimento pudesse ser transmitido a outras gerações. O fogo não precisou ser “descoberto” ou “inventado” a cada geração, uma vez que as técnicas para obtê-lo foram transmitidas entre as pessoas e aprimoradas a partir dos conhecimentos iniciais. Na era das TICs, a comunicação atinge outro patamar. Não cabe mais se contentar com a comunicação com o colega ao lado, ou da sala ao lado, a comunicação envolve estudantes de escolas diferentes, que podem habitar cidades diferentes, em países diferentes. A comunicação envolve a troca de informação entre professores que vivenciam contextos semelhantes ou muito diferentes e, assim, por meio da 8

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Transformar a informação em conhecimento O computador oferece versatilidade e diversidade de uso, configurando-se como um importante aliado do trabalho docente, mas, por outro lado, oferece uma gama de possibilidades que distrai o aluno. Pensar em rede é algo que realizamos sem o uso de um computador, enquanto começamos a pensar sobre um tema, podemos desviar dele realizando outras conexões e nos distanciando do que pensávamos inicialmente. Com o auxílio da máquina, as redes e as novas conexões formadas ampliam-se de uma tal maneira que, ao clicarmos em links que nos levam a outras páginas, delas iremos para outras e, assim, continuamente; muitas vezes, nem lembramos o que pesquisávamos inicialmente porque, nessa busca, ficamos motivados a pesquisar sobre outros assuntos. Assim, observa-se que estabelecer as conexões entre todas essas informações requer uma estrutura cognitiva que precisa ser desenvolvida, aprendida. Nosso cérebro, com toda sua plasticidade, começa a realizar novas conexões, desencadeadas por um ambiente rico em estímulos, como é o ambiente educacional possibilitado pelas TICs. Emoção, motivação e atenção são fatores importantes para a aprendizagem e que estão envolvidos no uso das tecnologias de informação e comunicação. A emoção é um componente afetivo que interfere no processo de aprendizagem. Quando nos relacionamos positivamente com o objeto de estudo, temos mais chance de reter informações e utilizá-las para resolver problemas. A motivação é outro aspecto que possibilita avanços cognitivos: alunos motivados interessam-se por novas propostas e, consequentemente, podem ter mais êxito em sua aprendizagem. A atenção é fundamental para o aluno aprender, e atividades que despertem seu interesse são essenciais para manter sua atenção. Esses três fatores são obtidos com mais facilidade em aulas com o uso das TICs que motivam e atraem o aluno, mantendo sua atenção. Desse momento em diante, habilidades já trabalhadas na escola podem ser ainda mais estimuladas. Para possibilitar a transformação da informação em conhecimento é importante uma reflexão sobre o papel do professor e do aluno nas situações de ensino mediadas pelas TICs. Nessa abordagem, as interações entre professores e alunos são menos centradas na figura do docente e mais colaborativas. Os ambientes de aprendizagem envolvem a resolução de alinhar

Os alunos precisam perceber que a partilha de conhecimentos é fundamental.

!

problemas e, nesse caso, os fatos e as informações são importantes, mas não essenciais. A ênfase da ação dos alunos está nos processos de indagação, de levantamento de hipóteses, de comparação, entre outras habilidades do pensamento, essenciais para a construção de conhecimentos. Os alunos precisam perceber que seu trabalho é importante e que a partilha de conhecimentos é fundamental para a obtenção de bons resultados. Educação em tempos de TIC: estamos preparados? No último século, a mudança de paradigmas da educação levou os educadores a se depararem com diferentes propostas para o ato de ensinar. Porém, em relação ao uso das TICs, pesquisadores apontam que, vencida a resistência inicial, facilmente os educadores se adaptam ao uso do computador. Isso decorre do fato de que, inicialmente, não há mudanças em relação às crenças dos professores sobre como se aprende, mas apenas uma mudança de ferramenta utilizada. A mesma aula, que era dada com o uso do quadro negro, giz e apagador é a aula que passa a ser dada com a lousa branca, computador e data-show. A grande vantagem de dar início a algum processo de mudança é que, gradativamente, partindo do uso com base em suas crenças iniciais, os professores ficam cada vez mais interessados em aprimorar suas aulas e se deparam, então, com as novas possibilidades que as TICs oferecem para repensar as formas de aprender e, dessa forma, percebem uma melhoria na qualidade do ensino. Por isso, não adianta esperar que todos os professores estejam completamente formados para iniciar o uso das TICs, é importante que comecem de acordo com suas possibilidades pois, certamente, com toda a predisposição em descobrir, pesquisar e testar, os educadores ficarão cada vez mais especialistas no assunto. Então, que tal dar o primeiro passo? E se você já fez isso, continue caminhando, você ficará surpreso com os resultados. Para aprofundar esse tema, consulte. Sancho, Juana Maria & Hernández, Fernando e cols. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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Ciências Naturais

! As TICs nas aulas de

Ciências Naturais A integração de recursos digitais nas aulas pode potencializar o aprendizado de conhecimentos científicos. Por: Lilian Bacich, Célia R. Carone e Edilson A. Pichiliani

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nsinar Ciências Naturais nas séries iniciais da educação básica envolve diferentes aspectos que vão além do trabalho com temas que fazem parte do currículo, mas que envolve a possibilidade do aluno investigar, levantar hipóteses, comprovar ou descartar suas ideias iniciais sobre um assunto e elaborar conclusões críticas. As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) podem ser importantes aliadas do ensino e, em Ciências, podem contribuir com os aspectos acima apresentados. Os professores podem encontrar, na internet, uma grande oferta de propostas para o estudo de Ciências Naturais: simulações, softwares gratuitos, webquests, sites de museus e parques, entre outros recursos para enriquecer seu trabalho em sala de aula. Além disso, a internet possibilita um desenvolvimento profissional por meio de cursos on-line, fóruns e listas de discussão em blogs que oferecem oportunidades de intercâmbio entre educadores de todo o mundo, constituindo-se ambientes interativos e colaborativos de aprendizagem. As propostas a seguir possibilitam a integração das TICs, facilitadoras e potencializadoras dos processos de aprendizagem em Ciências Naturais, ao currículo das séries iniciais.

1º, 2º e 3º anos Higiene e saúde Os cuidados com o corpo, relacionados principalmente à higiene e à saúde são trabalhados com os alunos 10

Ciências Naturais

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das séries iniciais do Ensino Fundamental e podem ser temas de atividades realizadas por eles. Nessa proposta, o professor criará um blog em que serão postadas as atividades desenvolvidas pelos alunos. 1. Preparação A criação de um blog é gratuita e deve ser feita, com antecedência, pelo professor. Podem ser utilizados vários sistemas, como o Wordpress, por exemplo. Se o professor optar por esse sistema, deve acessar <ptbr.wordpress.com> e clicar em “Comece a usar”. Você será direcionado para a página de acesso e, para utilizar gratuitamente, selecione o “Plano Básico”. Você encontrará vários filmes e textos, os tutoriais, que explicam como gerenciar as postagens de imagens e textos no seu blog. Lembre-se de não divulgar fotos dos alunos, mas apenas desenhos feitos por eles, textos coletivos, entre outros. 2. Proposta de trabalho

e O professor pod criar um blogr para divulga lhos ideias e traba dos alunos .

1º ano - Os alunos podem fazer, com a ajuda do professor, um texto coletivo sobre a importância dos cuidados com o corpo. O texto pode ser postado no blog e, para ilustrá-lo, utilize desenhos feitos pelos alunos que, após escaneados ou fotografados podem ser inseridos. O resultado do trabalho pode ser apresentado aos alunos na lousa digital ou em um computador conectado a um data-show. 2º ano - Os alunos podem montar uma história em quadrinhos sobre o tema e o resultado do trabalho pode ser escaneado ou fotografado para ser postado no blog. 3º ano - Os alunos podem digitar pequenos textos sobre o tema, acrescentando imagens selecionadas no Google, e enviar por e-mail para o professor, que postará o resultado do trabalho da turma no blog. Lembre-se de avisar aos alunos de colocarem, próximo à imagem, o endereço da página em que elas foram pesquisadas. 3. Para finalizar Divulgue o endereço do blog para os familiares, de modo que todos possam verificar e comentar o resultado do trabalho feito com a turma.

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4º ano

3. Para finalizar

De onde vem? Ao estudar sobre diferentes materiais e máquinas simples, os alunos aprenderão sobre a origem e a produção de alguns materiais. Com a proposta de uso das TICs para a busca de informação, os alunos irão conhecer mais sobre esses materiais e planejar objetos que podem ser feitos com eles.

Proponha aos alunos a criação de um objeto que seja útil para as pessoas. Na etapa de planejamento, os alunos devem preencher uma ficha semelhante a essa, estipulando um nome para esse objeto, porque ele facilitaria a vida das pessoas e de que material poderia ser feito. Os alunos podem desenhar o objeto imaginado ou, ainda, criar um modelo utilizando materiais recicláveis, como plástico e papel. Se o professor julgar conveniente, os alunos podem expor os objetos produzidos e apresentar aos visitantes um histórico do processo de elaboração do invento.

1. Preparação da aula Para preparar, é necessário que o professor tenha um computador conectado a um data-show, uma lousa digital ou computadores para serem usados pelos alunos. Para a atividade, é necessário que os equipamentos estejam conectados à internet. A sensibilização terá início com a apresentação de três pequenos vídeos da personagem Kika. Para acessar cada um deles, digitar: Kika - de onde vem o papel?, Kika - de onde vem o vidro?, Kika - de onde vem o plástico? 2. Proposta de trabalho Em um primeiro momento, os alunos irão assistir aos filmes que apresentam o processo de produção de cada um dos materiais: vidro, papel e plástico. Em seguida, organize a turma em grupos. Solicite que os alunos pensem em dois objetos que facilitam a vida das pessoas, como um carro, uma geladeira, um telefone celular, entre outros. Então, os alunos devem completar uma ficha para cada objeto, contendo as seguintes informações:

- Por que esse objeto facilita a vida das pessoas? - De que material é feito esse objeto?

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Ciências Naturais

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! 5º ano Sistema Solar O estudo do Sistema Solar envolve o contato com as informações sobre o Universo, analisando os planetas que compõem nosso Sistema Solar e de que maneira acontece a formação do dia e da noite, enfatizando alguns movimentos da Terra, como a translação e a rotação. Como proposta de uso integrado das TICs, a turma pode utilizar um simulador dos movimentos do Sistema Solar e aprofundar, por meio da investigação, temas estudados nessa unidade. 1. Preparação da aula Para preparar a aula, é necessário baixar o simulador no computador que será utilizado pela turma. É possível baixar o programa, por meio do uso de lousa digital ou data-show, ou baixá-lo em todos os computadores que serão utilizados, individualmente, pelos alunos. O Simulador Sistema solar em 3D é um software gratuito, em inglês, que oferece a possibilidade de observar e conhecer mais sobre a órbita dos planetas. Os botões para o uso do software são de fácil compreensão. Para obtê-lo, digitar <solarsystem3dsimulator> em um site de busca e escolher a melhor forma de fazer o download. O arquivo pedirá permissão para ser instalado no computador e criará um ícone na área de trabalho. Ao clicar no ícone, o programa será aberto, como pode ser visto a seguir.

Utilizando as setas do cursor, movimente o Sistema Solar para a esquerda do observador para que todos os planetas sejam visíveis na tela. Peça que os alunos contem o número de planetas e verificar se observam a presença de nove planetas. Explique aos alunos que, quando o software foi desenvolvido, Plutão ainda era considerado um planeta e, por isso, está presente nesse programa. Clique em Orbits para que as órbitas sejam traçadas e os alunos possam diferenciar a velocidade de movimentação dos planetas em suas órbitas. Solicite que os alunos façam um quadro comparativo com o tempo, em anos terrestres, que cada planeta leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Para isso, peça que cliquem no ícone que mostra um planeta, ao lado do botão “Orbits”. Será possível clicar na imagem de cada planeta e visualizar uma tabela com diferentes informações sobre ele. Peça que verifiquem, na tabela de cada planeta, o item “Orbital Period” e estabelecer uma comparação. Também é possível, se o professor julgar conveniente, identificar quantas horas terrestres dura o dia em cada um dos planetas. Para isso, devem observar o item “Planet Day”.

3. Para finalizar

2. Proposta de trabalho Sugira aos alunos que observem o movimento dos planetas e as diferentes órbitas. Verifique se identificam o planeta Terra e pedir que observem a Lua, nosso satélite natural, orbitando ao seu redor.

Ao finalizar a pesquisa, discuta os quadros comparativos e criar atividades interdisciplinares, envolvendo o cálculo da diferença entre o tempo que dois planetas demoram para dar uma volta completa ao redor do Sol. Os alunos podem criar situações-problema para serem resolvidas pelos colegas utilizando os dados obtidos na pesquisa. 13

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História

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A internet nas

aulas de História A internet utilizada como ferramenta de apoio nas aulas de História motiva os alunos e deixa as aulas mais dinâmicas e interativas.

Por: Ricardo Dreguer e Cássia Marconi

A rede de computadores pode trazer fatos históricos para o cotidiano das crianças.

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História

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A

tualmente, a internet tem sido utilizada como importante ferramenta de apoio às aulas de História, pois pode motivar os alunos e deixar as aulas mais dinâmicas e interativas. Contudo, é importante considerar alguns critérios na seleção e utilização dos sites. Em primeiro lugar, é necessário checar a credibilidade da fonte que o produziu. Neste sentido, são recomendáveis, principalmente, sites governamentais (.gov.br), de instituições não governamentais (.org.br) e de instituições com grande tradição de pesquisa, como o das universidades federais e estaduais. SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA 1º, 2º e 3º ANOS As atividades propostas permitem aos alunos do conhecer e valorizar brinquedos, brincadeiras e os locais em que elas ocorrem, vivenciadas por diferentes povos, e resgatar brincadeiras de outros tempos. O desenvolvimento dessas atividades permite a realização de um trabalho de ampliação e fechamento coletivo, utilizando as informações obtidas em alguns sites que indicamos abaixo. Para realização da proposta, sugerimos algumas etapas: 1. Desafio Apresentar aos alunos dos 1º, 2º e 3º anos a seguinte questão:

Quais os ambientes em que as crianças realizam suas brincadeiras nas diversas localidades? 2. Indicação e orientação de uso da internet Para enfrentar esse desafio, os alunos do deverão ampliar as informações sobre os espaços de brincar, os brinquedos e as brincadeiras em diversas localidades.

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Brincadeiras regionais / Centro-Oeste Fonte: Fundação Victor Civita/Nova Escola w w w.y o u t u b e . c o m / w a t c h ? v = - L x o c V 2 T Y l 0 & feature=player_embedded#! Acesso em 30 de janeiro de 2013 Nesta página, os alunos encontrarão várias brincadeiras da região Centro-Oeste do Brasil. Observar com os alunos os locais em que elas ocorrem, como a praça, o gramado da escola, a rua. Após assistir ao vídeo, distribuir os alunos em pequenos grupos, um para cada brincadeira, para conversar sobre o conteúdo do vídeo: • As regras/explicações de como realizar as brincadeiras. • As letras da cantiga (quando houver). • A história da origem da brincadeira, como local, • Material com que era jogado etc. (quando houver). as mudanças que ocorreram na brincadeira quando forem citadas.

Brincadeiras de rua Fonte: STV: Televisão de Moçambique (telejrstv) www.youtube.com/watch?v=k2RJH2q754A Acesso em 30 de janeiro de 2013 O vídeo apresenta uma reportagem sobre as brincadeiras de rua antigas, indicados pelas crianças que vivem no bairro de Mafalala, em Moçambique, país africano. No vídeo, os alunos poderão obter informações sobre nomes e tipos de várias brincadeiras africanas e compará-las com as brincadeiras brasileiras. Encaminhar com os alunos uma roda de conversa sobre o vídeo, levantando: • • • •

O nome do país e bairro em que vivem as crianças. Local em que as crianças brincam. Tipos de brincadeiras citadas. Brincadeiras que eles conhecem, as que não conhecem e as que, em Moçambique, têm nomes diferentes dos usados no Brasil.

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mplia o A pesquisa aolabora com e c conhecimento ia dos alunos. a autonom Jogos e brincadeiras dos Kalapalo Fonte: Instituto Socioambiental http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/ brincadeiras Acesso em 30 de janeiro de 2013 Este site apresenta várias brincadeiras indígenas, entre as quais selecionamos uma brincadeira de crianças do povo Kalapalo. Peça aos alunos para seguirem os passos: • Rolem a barra lateral e cliquem no item Jogos e brincadeiras dos Kalapalo. • Em seguida, rolem a barra novamente e encontrem a brincadeira chamada Toloi Kunhügü. Neste trecho, os alunos poderão assistir ao vídeo e ler o texto explicativo sobre a brincadeira do gavião, realizada pelas crianças Kalapalo. Após a apresentação do vídeo, refletir com os alunos sobre o local onde as crianças Kalapalo brincam, comparando com o das crianças que vivem em outros locais. Se for possível, garanta um tempo em sua rotina, um local e estimule os alunos a brincarem de “Toloi Kunhügü”, fazendo as adaptações necessárias de acordo com o novo local de brincar.

3. Produto final Ao final, os alunos dos 2º e 3º anos deverão registrar todas as informações coletadas durante as visitas às páginas da internet e nas conversas ao longo do trabalho. Eles deverão produzir cartazes com desenhos, colagens e escritos para apresentar as informações em um mural para expor aos alunos de outras classes e/ou aos pais.

História

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! SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA 4º e 5º ANOS Neste semestre, os alunos estão conhecendo o modo de vida dos indígenas e africanos, suas revoltas e as mudanças que eles vivenciaram após o contato com os europeus. Agora, propomos a realização de um trabalho de fechamento coletivo dos estudos desses dois anos com o uso de informações obtidas em sites. Sugerimos os seguintes passos: 1. Desafio Apresentar aos alunos o seguinte desafio:

Quais as mudanças no modo de vida dos indígenas e africanos após o contato com os portugueses e qual a participação desses grupos nas revoltas contra Portugal? 2. Indicação e orientação de uso da internet Para enfrentar esse desafio, os alunos deverão ampliar as informações sobre mudanças no modo de vida dos indígenas e africanos e suas formas de resistência, pesquisando nos seguintes sites: África: berço da humanidade e do conhecimento Fonte: Revista Nova Escola http://revistaescola.abril.com.br//swf/animacoes/ 187_africa_info.swf. Acesso em 27 de janeiro de 2013

lorida, o aluno terá acesso a mais informações sobre o povo selecionado. Vídeo: “Crônica histórica” Fonte: Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro https://www.youtube.com/watch?v=eNPLMTlaDy8. Acesso em 26 de janeiro de 2013 Vídeo que apresenta informações detalhadas sobre o modo de vida dos povos indígenas antes da chegada dos europeus e os conflitos ocorridos após essa chegada, por meio de canções, reconstituição artística de cenas de época, trechos de documentos escritos e visuais, depoimentos e muitos outros materiais. 3. Produto final Os alunos deverão produzir cartazes com desenhos, colagens e escritos representando os seguintes assuntos: • Como era o modo de vida dos indígenas e africanos? • O que mudou nesse modo de vida após o contato com os portugueses? • Quais as formas de resistência dos indígenas e africanos no início da história brasileira e em outros períodos dessa história? Os cartazes deverão ser afixados em locais de uso público na escola para que possam ser observados por toda a comunidade escolar: colegas de outros anos, professores, funcionários e pais.

Infográfico interativo que apresenta um mapa com informações sobre os principais povos existentes na África nos séculos XV e XVI. Ao clicar em cada área co-

Compreender o passado ajuda a conhecer o presente . MIOLO_03_04_2013_CS5.indd 17

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Geografia

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Meu lugar no

mundo e a internet

A internet permite que os alunos interajam com o espaço geográfico sem sair da sala de aula. Por: Neuza Sanchez Guelli e Allyson Lino

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proposta de trabalho sugerida poderá ser realizada durante o primeiro semestre em momentos especiais, valorizando o uso do computador interligado à internet para consulta em diferentes sites, que permitem uma melhor compreensão e visualização do espaço geográfico. Esta proposta procura ajudar o aluno a se localizar, reconhecer seu lugar de vivência, desvendando as semelhanças e diferenças, as mudanças e permanências com outros locais próximos ou distantes. Permite também ao aluno atuar de forma crítica em sua realidade, desenvolvendo procedimentos que fazem parte dos processos de operar da Geografia, como saber observar, descrever e representar. SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA 1º, 2º E 3º ANOS O aluno poderá aprender a: • Perceber as diferentes paisagens em seu lugar de vivência. • Reconhecer as mudanças e permanências nas paisagens.

Recursos utilizados: Para desenvolver as atividades, os alunos deverão ter acesso a um computador ou tablet e à internet, ou você poderá trabalhar com a lousa digital, também conectada à internet. É importante que neste momento da escolaridade você seja o mediador das atividades e de acesso aos links e sites indicados.

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É fundamental que escolas e professores criem possibilidades para que os alunos apliquem os conceitos geográficos no cotidiano.

1º momento Com os alunos divididos em seis grupos, acesse o site abaixo para encontrar a letra da música “Aquarela”, de Toquinho. <www.vagalume.com.br/toquinho/aquarela-original. html> ou o site <www.kboing.com.br/toquinho/1-46112>. Converse com os alunos sobre o autor da música “Aquarela” e sua importância para a MPB. Em seguida, não deixe de acessar o vídeo da música no endereço: <www.youtube.com/watch?v=2-V21Hepcgy>. Os alunos poderão cantar e, em grupos, criar um desenho de imaginação para cada uma das primeiras seis estrofes da música. O desenho de imaginação permite ao aluno se exercitar como desenhista, como criador de imagens e representações, o que é importante também para formar um aluno “mapeador”.

Especial para 2º e 3º anos 2º momento Com os alunos em grupos, coloque um desafio: Qual seria o meio de transporte ideal para fazer o caminho casa-escola, levando em consideração o tempo gasto e o respeito à paisagem? Converse com os grupos para analisar as possibilidades que os alunos levantam, procurando relacionar o meio de transporte comentado com os diferentes elementos que formam as paisagens. Utilizando o Google Maps, oriente os alunos a: a) Digitar <http://maps.google.com/maps> e clicar no link “Como chegar”. b) Escolher o meio de transporte que utilizam para fazer o caminho casa-escola. c) Adicionar no item “A” o endereço completo, com nome da rua, bairro, cidade, país e, no item “B”, o endereço da escola também completo.

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3º momento Verifique com os alunos as diversas possibilidades no trajeto casa-escola e os meios de transportes que podem ser utilizados. Como tarefa, os alunos deverão observar “com olhos de ver” os elementos que formam a paisagem do trajeto escolhido, destacando os meios de transportes e criando uma representação que deverá ser comentada e exposta em sala de aula. Avaliação Retome o desafio colocado no início da atividade, verificando: a) A habilidade na utilização do recurso tecnológico que foi usado. b) As habilidades de observar e descrever os diferentes elementos que formam a paisagem do caminho casa-escola. c) A utilização dos meios de transportes. SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA 4º E 5º ANOS O aluno poderá aprender a: • Reconhecer o seu lugar de vivência no espaço geográfico. • Perceber as diferentes escalas para o conhecimento do espaço geográfico. • Identificar a importância dos mapas digitais e das imagens de satélites. Recursos utilizados: Oriente os alunos para realizar o download do programa Google Earth, acessando: <http://www.google.com.br/earth/index.html>. Depois de instalado, esse programa poderá ser acessado no desktop. 1º momento • Oriente os alunos a acessar o Google Earth e, utilizando a barra de ferramentas, selecionar “Terra”, fazer a leitura e exploração da imagem, destacando a América do Sul e o Brasil. • Digite na barra de ferramentas o nome do seu município, do bairro e do país, aproxime e afaste a imagem, destacando: a) Elementos da paisagem observados pelos alunos. b) As diferentes visões: oblíqua e vertical.

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! 2º momento • Você poderá selecionar imagens mais antigas do lugar de vivência dos alunos para serem lidas e interpretadas, destacando também os elementos da paisagem e as diferentes visões. • Oriente os alunos para que criem um quadro no computador ou no papel, destacando os elementos da paisagem e as semelhanças e diferenças observadas nas paisagens de ontem e de hoje. 3º momento Com os alunos em grupos, analise e avalie o quadro, destacando: a) Aspectos positivos provocados pelas mudanças entre ontem e hoje na paisagem do lugar de vivência. b) Aspectos negativos provocados pelas mudanças. Para cada grupo, determine de acordo com a paisagem do lugar de vivência um tema para ser pesquisado e apresentado para toda a sala. A pesquisa poderá ser feita com sua orientação em sites de busca ou no site do IBGE no endereço: <www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php>. Avaliação Você poderá utilizar como critérios: - O interesse dos alunos pelas descobertas no uso da internet. - A habilidade de identificar e descrever as mudanças e permanências na paisagem do lugar de vivência.

Observar as alterações na paisagem ajuda na compreensão das mudanças do espaço geográfico .

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Língua Portuguesa

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As novas Tecnologias de

Informação e Comunicação

e as escolhas

didáticas

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) podem colaborar no ensino de conteúdos que antes não podiam ser trabalhados na escola.

A

presença cotidiana, cada vez mais frequente, de computadores, tablets, wi-fi, câmeras digitais, redes sociais, telefones celulares, correio eletrônico etc., tem colocado para a escola desafios relativos à utilização dessas ferramentas. Se alguns professores ainda hesitam em usá-las, o mesmo não acontece com os alunos, que, na maioria das vezes, possuem grande intimidade com todas elas. Essa intimidade, por vezes precoce, não quer dizer que os alunos devam usá-las na escola sem a mediação do professor. Muitas vezes, não se trata de ensinar os procedimentos básicos que viabilizam seu manuseio, e sim utilizá-las para trabalhar conteúdos que não seriam ensinados sem elas.

Por: Débora Vaz, Elody Nunes Moraes, Rosângela Veliago e assessoria pedagógica de Maria José Nóbrega

Não se trata de ensinar o manuseio de aparelhos digitais, mas de utilizá-los para trabalhar novos conteúdos.

A presença da tecnologia pode criar oportunidades significativas de ensino, desenvolvendo habilidades fundamentais para que os alunos atuem na contemporaneidade. É importante que ao utilizá-las o professor: • Selecione os conteúdos que podem ser potencializados a partir do uso da tecnologia. • Discuta com os alunos as implicações envolvidas na utilização das redes sociais, ajudando-os a entender que é fundamental um uso responsável dessas ferramentas.

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• Planeje situações relacionadas à publicação de textos produzidos pelos alunos, dando visibilidade não só aos produtos, mas também aos processos envolvidos na construção do papel do leitor e escritor. Organize situações que contribuam para a construção de procedimentos relacionados à seleção de informação, aprendendo a distinguir sites confiáveis dos não confiáveis etc. SUGESTÃO DE ATIVIDADES PARA 1º, 2º E 3º ANOS Cantigas de lá e daqui! O objetivo dessa sequência de atividades é aproximar os alunos de alguns dos procedimentos necessários para buscar e comparar informações contidas em sites da internet. É importante que essa busca seja uma atividade conjunta supervisionada pelo professor. 1º momento Retome com os alunos o repertório de cantigas infantis que a classe conhece, elaborando uma lista. Informe às crianças que muitas destas canções são antigas e que certamente foram cantadas pelos seus pais e avós na infância. Como são conhecidas em muitas regiões do país e transmitidas oralmente, muitas vezes apresentam diferentes versões. Proponha que as crianças perguntem aos pais ou aos avós se conhecem a cantiga “A barata”, solicitando que escrevam a letra. 2º momento Socialize as letras da canção, produto da pesquisa feita em casa, comparando-as. Diga aos alunos que irão consultar sites especializados para saber se existem outras versões, escolhendo a preferida da classe, que poderá ser socializada no mural ou ensinada para turmas de Educação Infantil.

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! Apresente o primeiro site <http://letras.mus.br/cantigas-populares/983976/>, explicando às crianças como acessá-lo. Se possível, use um projetor que permita que a atividade seja feita coletivamente. Compare a letra de “A barata” apresentada no site com as versões trazidas pelas crianças. Consulte coletivamente o site <http://www.jangadabrasil.org/catavento/2011/08/01/sinha-aninha>, comparando a versão da música “Sinhá Aninha” com “A barata”, listando as semelhanças e diferenças. 3º momento Escolha a versão preferida da classe, colocando-a no mural da sala ou organizando uma cantoria para apresentá-la aos colegas da Educação Infantil. SUGESTÃO DE ATIVIDADES PARA O 4º E 5º ANOS Fotos e legendas integram gêneros como a reportagem de turismo e a biografia, trabalhados no livro de Língua Portuguesa do 4º ano, ou a notícia que aparece no 5º. É possível propor a utilização da internet para selecionar imagens que componham a produção desses textos. Outra possibilidade é a produção de legendas para publicação em sites especializados. A sequência abaixo pretende retomar a produção deste gênero e, ao mesmo tempo, propiciar uma aproximação aos procedimentos necessários para utilização de sites que permitem a publicação de fotos aprendendo a usar essa ferramenta.

do tema, ajudando os alunos a se aproximarem não só das possibilidades oferecidas pela tecnologia, mas também de suas implicações. Peça que os alunos escolham uma foto de uma viagem que realizaram com a família, lembrando-os de solicitarem a autorização dos pais. Organize visitas ao Flickr para ler relatos de viagens e legendas, ampliando o repertório dos alunos. 2º momento Escolha uma das fotos, produzindo e revisando, coletivamente, a legenda. Publique, junto com a turma, a foto e a legenda produzida. Solicite que cada aluno produza uma legenda para a foto que escolheu. É importante lembrar que, para publicar qualquer produção, é preciso submetê-la a um processo de revisão. Uma possibilidade é trocar entre os alunos os textos produzidos. Publique as produções individuais acompanhadas das fotos. 3º momento Elabore um bilhete convidando as famílias a visitarem as fotos publicadas no Flickr.

1º momento Apresente o Flickr <www.flickr.com>, explorando suas possibilidades. Nesse momento, é útil usar um projetor que permita a exploração coletiva. Aproveite para discutir com a turma as implicações de publicações que se tornam públicas. É importante que percebam que é melhor escolherem paisagens do que pessoas, evitando expor informações que podem ser acessadas sem controle. Explique também que é possível usar filtros que limitam o acesso às informações, tornandoas mais seguras. Se possível, leia textos que tratem

O Flickr é uma forma de integrar as redes sociais à sala de aula.

O Flickr é um site de hospedagem e partilha de imagens fotográficas (e, eventualmente, de outros tipos de documentos gráficos, como desenhos e ilustrações), além de permitir novas maneiras de organizar as fotos e vídeos. Caracterizado também como rede social, o Flickr permite a seus usuários criarem álbuns para armazenamento de suas fotografias e entrarem em contato com fotógrafos variados e de diferentes locais do mundo.

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Arte

Pesquisar imagens

em Arte

As ferramentas de pesquisa, se utilizadas com devido cuidado, podem se tornar importantes na hora de trabalhar o estudo da Arte. Por: Rosa Iavelberg e Tarcísio Tatit Sapienza

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professor que deseja ampliar seu conhecimento em Arte encontra na internet diversos recursos: sites de instituições culturais, sites de artistas, sites de vídeos (como o Youtube e o Vimeo), comunidades em que pode dialogar com outros educadores, locais que permitem postar textos e imagens (como os blogs), e mecanismos de pesquisa. O arte-educador atento à contemporaneidade precisa aprender a usar estes recursos e refletir sobre como integrá-los em suas propostas educativas.

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Além de utilizá-los ao preparar suas aulas, é necessário pensar também em maneiras de instruir os alunos a trabalhar com eles de maneira significativa e segura. Neste artigo, focamos como exemplo um mecanismo dedicado à pesquisa de imagens, o Google Images <http://www.google.com.br/imghp>. Saber pesquisar é fundamental para que aluno possa seguir aprendendo de maneira autoral.

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Práticas de produção de textos escritos Antes de propor aos alunos realizar pesquisas na internet, o professor deve informar-se sobre o uso do buscador e suas opções de segurança. São destacados, nas orientações disponíveis em <http:// support.google.com/images/>, os tópicos: “Ajuda básica da pesquisa de imagens”; e “SafeSearch: filtro de conteúdo censurável”.

Experimente as diversas opções de pesquisa do Google Images para habilitar-se a orientar os alunos. Além de buscas por palavras, também é possível pesquisar a partir de imagens: clicar no ícone de “máquina fotográfica” da barra do buscador permite indicar imagens disponíveis no computador ou na internet.

Os filtros que tentam eliminar dos resultados das buscas sites com conteúdo sexual explícito têm como padrão o nível moderado. Na seção “Filtragem SafeSearch” da página “Configurações de pesquisa” <http://www.google.com/preferences>, recomenda-se selecionar o nível restrito, salvar as preferências e retornar ao buscador. Para evitar alterações, bloqueie esta configuração, salvando-a numa conta do Google. Orientar o processo de pesquisa é função do professor. Configurar adequadamente os filtros permite conferir aos alunos alguma autonomia. Nos resultados de uma pesquisa de imagem, o nível de filtragem do “Safe Search” e o acesso às configurações aparecem no canto superior direito da página.

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! Pesquisar imagens pelas cores A ativação do botão “Ferramentas de pesquisa”, situado logo abaixo da barra de busca, possibilita refinar uma pesquisa de imagens conforme as cores predominantes. Uma pesquisa a partir das mesmas palavras apresenta respostas diferentes se o pesquisador aceitar resultados de qualquer cor ou se pedir destaque para a predominância de uma cor. Observe o exemplo a seguir: SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA 1º E 2º ANOS Pesquise coletivamente com a classe as palavras “gato” e “pintura”. Retome os resultados destacando a cor vermelha e peça aos alunos que escolham três imagens; salve-as para uso posterior. Solicite que selecionem mais três imagens a partir de resultados com predominância do azul. Imprima as seis imagens, proponha que as colem em papéis de grande formato e desenhem em torno delas.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA 3º, 4º E 5º ANOS Proponha aos grupos de alunos pesquisar imagens a partir de três conjuntos de palavras: “dança” e “pintura”; “dança” e “escultura”; e “dança” e “fotos”. Peça que refinem as buscas destacando sucessivamente duas cores distintas, escolham e imprimam uma imagem de cada cor, por conjunto de palavras. Oriente cada grupo a elaborar uma pequena sequência de movimentos inspirados nas seis imagens selecionadas para apresentar aos colegas. Promova uma conversa a partir das imagens e apresentações, tematize a relação entre a imagem, sua cor e a sequência de movimentos e instigue os alunos a pensar sobre como a diferença de cor em um mesmo conjunto interfere na sequência de movimentos e qual o motivo.

ui O Google Images poss diversos filtros que dãohoao aluno autonomia na ra sa.. da pesquisa

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Matemática

Um problema

terrível para gostar de

Matemática!

O preconceito com a Matemática pode ser vencido com a própria disciplina. Descubra um desafio interessante. Por: Luiz Márcio Imenes, Marcelo Lellis e Estela Milani

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ca ver

Q

uem gosta de Matemática, costuma ensiná-la melhor. Neste texto, queremos cultivar seu amor pela Matemática. Como vamos fazer isso? Mostrando um problema que parece terrivelmente difícil. Contamos com sua cumplicidade para atingir nossos objetivos. Para começar, você deve ter a paciência de ler o texto. Não pense que será aborrecido, o mais provável é que você se divirta! Gostar ou não gostar de Matemática Em relação a quase todas as coisas, há os que não gostam, os que são indiferentes, os que gostam muito, os que gostam pouco. Enfim, no caso da Matemática, a maioria dos que estão no primeiro time adquiriu aversão nos anos de escola, época em que conheceu apenas uma faceta da disciplina, justamente a mais maçante e cada vez menos importante, a faceta dos cálculos. Já no terceiro time, o dos que gostam muito, ao menos parte deles foi atraída não pela utilidade ou valor formativo desse conhecimento, mas por problemas interessantes, que contêm certa dose de desafio e que dão a impressão de serem impossíveis de resolver. Não sabemos a que time você pertence. Em nossos contatos com colegas que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, encontramos muitas professoras que, embora já tenham pertencido ao primeiro time, hoje se consideram parte do terceiro, por terem descoberto uma nova forma de ensinar, que faz a Matemática ser diferente daquela que lhes ensinaram quando estudantes. Se você pertence ao primeiro grupo e quer deixá-lo, ou se já pertence ao time dos que gostam e quer aumentar sua convicção, queremos lhe mostrar um problema interessante, desafiador. Quem sabe assim você se apaixona de vez pela Matemática! Claro, você é uma pessoa adulta, logo há de ser um desafio para adultos, não adequado para as crianças. Ele não é difícil, mas é incomum e, por isso, você não saberá de imediato como enfrentá-lo. Saiba que, quando o problema é mesmo desafiador, essa sensação é vivida por todos os resolvedores. Então vá em frente, vamos ajudá-lo um pouco com algumas orientações. Mesmo que você não consiga resolver o problema, certamente vai perceber seus atrativos e é provável que a Matemática ganhe alguns pontos com você. Se isso acontecer, também seus alunos vão ganhar muito!

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O gosto pela Matemática geralmente é atraído pelo desafio de problemas interessantes. O problema que começa na China A China anda na moda e nosso problema tem um pé nessa realidade. Baseia-se nesta notícia de jornal de 2011: “O povo chinês, sempre empolgado com a ideia de bater recordes, organizará em Pequim o maior campeonato de tênis de mesa de todos os tempos, com centenas de milhares de jogadores.” Ignoramos outros detalhes, mas, havendo tantos participantes no torneio, o mais prático é que seja um torneio de eliminação simples, isto é, o participante joga uma partida e, se perder, “cai fora”; se ganhar, passa para a próxima fase. Também não sabemos o número de participantes, mas como a notícia se refere a centenas de milhares, vamos fixá-los em 248.400. Para organizar o torneio, escolher o local, providenciar o número de mesas necessárias para as partidas etc., será preciso saber a duração do torneio e, em última análise, quantas partidas serão disputadas. Então, eis afinal o problema: Em um torneio de tênis de mesa com 248.400 participantes, disputado no sistema de eliminação simples, quantas partidas serão jogadas? Impossível resolver? Se assim lhe parece, trata-se de um bom problema, exatamente do tipo desafiador. Começando a pensar no problema Calma! Não desista antes de pensar um pouco junto conosco. Um truque muito bom é imaginar uma situação parecida, porém bem mais simples, para ver como funcionam torneios desse tipo. Então, considere que são apenas 9 participantes, cujas camisas são numeradas de 1 a 9. Como se trata de um número ímpar de jogadores, na primeira rodada será sorteado um participante que não joga e não é eliminado; esse jogador é conhecido pelo termo inglês bye. Suponha que o jogador de camisa 9 seja bye e imagine os demais se enfrentando nestas partidas: 1 versus 2

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Em cada partida, o perdedor é eliminado. Para resolver o problema, não importa quem são os perdedores, mas suponha que sejam os participantes 1, 4, 6 e 8. Os que permanecem no torneio (2, 3, 5 e 7), mais o jogador que era bye (9), vão para a segunda rodada. De novo, o número de jogadores é ímpar e é preciso sortear outro bye; digamos que seja sorteado o camisa 7. Temos, então, a segunda rodada: 2 versus 9

2 versus 9

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3 versus 5

Se forem eliminados os jogadores 9 e 3, restarão para jogar 2, 5 e 7. Faz-se novo sorteio e, suponha, o camisa 5 é bye. Temos, então: 2 versus 7

Finalmente, o vencedor dessa partida, digamos 2, enfrentará o 5 na grande final: 2 versus 5

Nesse torneio de 9 participantes, o número de partidas jogadas foi 4 + 2 + 1 + 1 = 8. Entendeu o raciocínio? Para conferir, sugerimos que você tente agora descobrir quantas partidas ocorrerão em um torneio com 16 participantes. Não é difícil! Nesse caso nem existirá o bye. Tente mais um ou dois casos, como torneios com 12 ou 20 participantes. Atenção: nesses casos, embora o número de participantes seja par, durante a resolução aparecerá o bye. Pois é, analisando campeonatos com pequeno número de participantes, você descobrirá um padrão fantasticamente simples. Esse padrão lhe permitirá responder, com um só cálculo banal, quantas partidas haverá em um torneio de eliminação simples com 248.400 participantes! Descoberto o padrão, surge novo problema Não, ainda não vamos lhe contar qual é o padrão. Para que roubar de você o prazer da descoberta? No entanto, a aventura não acaba aqui. Na sequência, haverá uma descoberta mais fascinante do que o próprio padrão.

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! De fato, em Matemática, toda vez que se descobre um padrão, aparecem novas perguntas: Por que o padrão funciona? Como se explica esse padrão? Será que ele é válido para todos os números ou apenas em alguns casos? Se você já descobriu o padrão, como pode ter certeza de que ele se aplica ao torneio com 248.400 participantes? Afinal, você só testou o padrão em alguns casos particulares (torneios com 9, 16, 12 ou 20 participantes) e nunca verificou se ele funciona para torneios com centenas ou milhares de participantes. Para ter essa certeza, é preciso saber por que o padrão funciona. Como explicá-lo? Nesta altura, para um matemático, essas perguntas tornam-se mais importantes que o problema inicial. Muito bem, que tal você descobrir por que o padrão funciona, qual sua causa? A explicação é surpreendentemente simples, mas também pode ser considerada genial. Por isso, às vezes, ela surge de imediato na mente de algumas pessoas. Entretanto, há muitos casos em que as pessoas pensam dias nessa questão sem resolvê-la. A solução das questões Será que você vai pensar no problema e, depois, no padrão? Claro, a escolha é sua. Propomos-lhe o seguinte roteiro: • Tente descobrir o padrão e dar a resposta do problema inicial. • Para ter certeza da resposta, tente descobrir por que o padrão funciona. • Se não lhe ocorrer nenhuma ideia que resolva a questão, mande-nos um e-mail pedindo socorro; escreva para lellis@uol.com.br. imediatamente lhe escreveremos respondendo todas as perguntas, explicando as respostas o melhor que pudermos. Não se acanhe em mandar o e-mail. Ter pensado nas questões propostas já é suficiente para você apreciar a beleza do problema e dos raciocínios envolvidos e, assim, aumentar seu interesse por Matemática. Encontrar respostas sozinho é bom, mas não vale a pena se estressar caso não as encontre. Por isso, peça socorro, se quiser!

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A discussão desse problema se inspira em um texto, escrito inicialmente em 1943, por um brilhante educador matemático: SAWYER, W. W. Mathematician’s delight. London: Penguin Books, 1991.

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Entrevista

! Com a palavra,

o educador! ”A contextualização e a sistematização dos conteúdos contribuirão muito para que os alunos transformem informação em conhecimento.“ Por Ricardo Dreguer

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esta entrevista, Flávia Márcia Dias Bento, Gerente Pedagógica da Rede Coleguium, em Belo Horizonte (MG), explica os motivos que levaram sua escola a escolher o Projeto Presente e conta alguns projetos que foram feitos em sua escola. Quais os critérios da escola na escolha do material didático utilizado pelos alunos do 1º ao 5º anos do Ensino Fundamental? Flávia - A escolha do material didático adotado acontece pautada numa avaliação da Gerência Pedagógica, embasada nas indicações do MEC, avaliação de especialistas em educação e adequação aos princípios da escola. Analisamos a proposta pedagógica visando à importância do processo de interação entre os alunos e esse material de maneira significativa, contextualizada e coerente. Sabemos que os conteúdos são os mesmos em qualquer material didático pautado nos PCNs, mas a abordagem é o que nos chama a atenção. Não é simplesmente constar um conteúdo, mas sim como trabalhar, relacionar/estabelecer conexões e sistematizar o que foi estudado. Dessa forma, buscamos um material dinâmico, sociointeracionista que valorizasse o pensamento da criança. Outro ponto crucial para nós foi uma coleção que desenvolvesse o trabalho com a sequência didática. Os livros deixam clara a execução do trabalho, além de organizar a proposta de maneira prática e sugestiva para o desenvolvimento de aulas. 32

O que levou a escola a optar pelo Projeto Presente? Flávia - Já estávamos no terceiro ano de trabalho com a antiga coleção do Projeto Conviver. Trabalhamos com planejamento estruturado no qual analisamos de maneira mais minuciosa todo o material. Todas as

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nossas aulas são planejadas com objetivos e estratégias previamente elaboradas. A reformulação da coleção, agora Projeto Presente, foi realmente mais um ganho para a formação dos nossos alunos. Optar novamente pela Moderna, além de reformular nosso planejamento pedagógico, contribuiu ainda mais com novas ideias e propostas. Atividades bem contextualizadas, imagens mais atrativas e a grande novidade – o Caderno de Atividades – o que deixa claro uma proposta autônoma, dinâmica e reflexiva sobre os conteúdos trabalhados. Quais os projetos desenvolvidos pela escola na área de Língua Portuguesa? Flávia - Entendemos a língua como um processo contínuo, dinâmico, e não como algo estagnado, pronto e acabado. Somos falantes de uma língua complexa, repleta de regras. Acreditamos que o trabalho com a gramática deve existir dentro de uma escola, sendo que a forma de avaliar os conhecimentos linguísticos é que diferencia a proposta. Só não podemos deixar de lado o processo linguístico da nossa língua materna. A importância de se trabalhar com a flexibilidade da língua torna esse estudo mais lógico e passível de ser entendido. Além de nos depararmos com a institucionalização da língua de Portugal, criamos nossas regras, que contribuem não só para nós, falantes no dia a dia, mas nos propiciam adequar o uso da norma culta, dependendo da situação comunicativa. Trabalhamos com livros didáticos, uma gramática específica para 4º e 5º anos, além de projetos desenvolvidos por nós, do Coleguium. E em Matemática, qual a linha de trabalho da escola? Flávia - O trabalho com o pensamento lógico matemático está pautado nos quatro eixos dessa disciplina. Nosso objetivo, além dos conteúdos trabalhados, é desenvolver o pensamento, o raciocínio e a busca por soluções significativas de resolução de problemas bem contextualizados, aplicáveis em situações do cotidiano.

do pensamento to en im v ol v n se de “O a a formação ar p al di or m ri p é lógico .” de sujeitos reflexivos

Em sua opinião, qual a importância da História na formação de alunos com uma postura de cidadania ativa? Flávia - A História faz parte de nossas vidas em qualquer instância. Desenvolver um trabalho no qual a criança possa estabelecer relações entre o evento histórico, tempo histórico e sujeito histórico é realmente muito complexo. Logo, a importância do trabalho a partir da história de vida de cada criança, levando-a a compreender o que não viveram. Fazer correspondência/comparações entre o passado e o presente é uma atividade constante para um trabalho eficaz, de maneira que possa confrontar fatos para a formação de alunos com uma postura de cidadania, além de todo o processo histórico cultural. E a Geografia, qual sua contribuição para o desenvolvimento dos alunos? Flávia - O trabalho com alfabetização cartográfica está presente desde o 1º ano do Ensino Fundamental. Estudar e vivenciar a Geografia é algo que propomos diariamente em nossas aulas. Esse trabalho proporciona, de maneira mais contextualizada, o enriquecimento da aprendizagem dos alunos, além de tornarem as aulas bem mais dinâmicas, atraentes e produtivas. Como a escola vê o ensino de Ciências do 1º ao 5º anos? Flávia - O ensino de Ciências Naturais no Fundamental I está pautado em entender conceitos que não fazem parte da prática do dia a dia dos alunos. Portanto, requer um trabalho pensado, com estratégias significativas e pertinentes, de maneira que o aluno não decore definições, e sim compreenda e relacione conceitos de Ciências Naturais. Ter a oportunidade de experimentar e vivenciar conhecimentos científicos, agora bem mais claros e significativos no Projeto Presente, é uma porta para que a criança se reconheça autônoma e capaz. Qual sua análise sobre a importância da área de Arte? Flávia - Ela permeia todo o universo dos sujeitos. Em toda parte, é possível perceber arte. As diversas linguagens de que dispomos estão envolvidas em arte e favorecem a participação das pessoas socialmente. Por meio dela, os alunos são possibilitados a desenvolver a comunicação, as diversas formas de expressão e o entendimento das manifestações de um povo.

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Como sua escola vê o uso das novas tecnologias no Ensino Fundamental I? Flávia - A tecnologia está presente a todo instante dentro da nossa instituição. Utilizamos ferramentas avançadas para ampliar e aprimorar cada dia mais o nosso planejamento e sistema de avaliação. É importante salientar que tais tecnologias ainda são viabilizadas para melhoria de processos, e não como ferramentas únicas e essenciais para a sala de aula. Ainda apostamos no trabalho com livros e manuseio das obras, a valorização de algo que é de suma importância dentro e fora do âmbito escolar. O diferencial da prática didática, principalmente no Ensino Fundamental I, está voltado para a competência dos nossos professores, que são insubstituíveis. Por mais tecnológico que esteja esse mundo globalizado, ainda temos a certeza do que faz a diferença: uma estratégia de aula bem elaborada, além da troca, do contato entre professores e alunos na busca incessante pelo saber. Não adianta ter alta tecnologia a serviço da educação se não soubermos e dominarmos o básico, aulas ministradas com qualidade e alunos aprendendo com competência.

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Em sua opinião, qual a importância do trabalho com a contextualização e a sistematização dos conhecimentos? Flávia - Essencial. O trabalho com conteúdos conceituais (saber sobre); procedimentais (saber fazer); atitudinais (saber ser) deixa claro a importância do trabalho bem contextualizado e sistematizado. Os nossos planejamentos (1000 aulas de cada série do Ensino Fundamental I, a maioria pautada no Projeto Presente) contemplam estratégias que visam ao desenvolvimento de habilidades e competências para que o aluno possa estabelecer relações, inferir e ser capaz de analisar criticamente o conhecimento, e chegar à sistematização do que foi trabalhado.

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O que mais chamou sua atenção na nova versão do Projeto Presente? Por quê? Flávia - Confio inteiramente na proposta do Projeto Presente por estar totalmente adequada aos objetivos do Coleguium. Persigo uma educação em que o aluno possa entender o porquê de ter estudado algo, compreendendo que lidamos com uma variedade de pessoas que têm necessidades e visões diferenciadas, mas mantêm singularidades. A forma de abordar e integrar os conteúdos coaduna com a educação que priorizo. Uma educação que leve a debater, concordar, criticar e refletir o mundo à nossa volta.

Para entrar em contato: Flávia Márcia Dias Bento flavia.bento@coleguium.com.br

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Ensino de...

Língua Portuguesa

Ensinar e aprender

Língua Portuguesa hoje

Ensinar a Língua Portuguesa de forma analítica é essencial para que o aluno compreenda suas funções e saiba sistematizar seus conhecimentos linguísticos. Maria José Nóbrega - Assessora de Língua Portuguesa do Projeto Presente

O Estudo da Língua Portuguesa tem a finalidade de formar jovens capazes de interagir com a língua adequadamente. 36

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s Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) expressam um consenso que se estabeleceu em torno do ensino de Língua Portuguesa que vigora ainda hoje: são os usos da linguagem que criam as condições para que os estudantes adquiram as habilidades necessárias para participar de diferentes situações comunicativas. A finalidade do ensino de Língua Portuguesa é, portanto, formar crianças e jovens capazes de usar a língua adequadamente, em suas modalidades oral e escrita, para participar de diferentes práticas sociais, seja para aprender, se informar, se divertir ou se relacionar com outros indivíduos. Para ensinar a língua em uso, a escola deve tomá-la como objeto de análise e reflexão para que o estudante – consciente dos recursos que emprega para ler, escutar, escrever e falar – mobilize-os para agir de modo crítico e eficaz na compreensão e produção de textos de modo a exercer plenamente sua cidadania. Porém, para atingir esse objetivo, não basta trazer textos para a sala de aula, é necessário vivenciar os contextos comunicativos relevantes para o desenvolvimento das capacidades de linguagem mobilizadas pela escrita e pelos usos públicos da oralidade. Interagir pela linguagem é realizar uma atividade discursiva, isto é, dizer alguma coisa a alguém, de uma determinada forma, num determinado contexto e em determinadas circunstâncias de interlocução. Além dessa dialogia entre interlocutores, todo texto mantém alguma relação com outros. Esse diálogo intertextual é um fenômeno amplo: envolve as referências mobilizadas pelo leitor ou produtor de textos, ainda que implicitamente. O ensino de Língua Portuguesa não pode perder de vista a dimensão histórica inerente às práticas de linguagem. Até mesmo a análise e a sistematização teórica dos conhecimentos linguísticos decorrem em resposta a essas práticas. São esses os princípios que orientam o Projeto Presente. Por que gêneros e esferas discursivas? Em cada esfera da atividade social, há modos de agir típicos, procedimentos usuais, textos que todos os participantes podem reconhecer. Esses conjuntos de textos com características relativamente estáveis que ficam disponíveis como “modelos” de que se pode lançar mão para realizar as ações previstas em um determinado campo de atividade caracterizam o gênero. Para análise de um gênero, não se pode ignorar a

esfera de atividade humana em que foi produzido, pois as condições de produção, circulação e recepção definem ou justificam o estilo (seleção de recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua), as características composicionais (estrutura particular dos textos) e o tema (a seleção, a extensão e a profundidade da abordagem do assunto). É por essa razão que um ensino pautado nos usos da língua toma os gêneros como ferramentas que orientam a elaboração do planejamento. Por que trabalhar com as duas modalidades da linguagem: oralidade e escrita? Oralidade e escrita são fenômenos linguísticos, próprios do ser humano, em sua interação com o mundo. Ambas são modalidades distintas de uso da língua que se revelam em práticas específicas. Muitas vezes, as relações entre fala e escrita são entendidas de forma redutora: especialmente quando a escrita é compreendida como transcrição da fala. Essa visão dicotômica que entende a fala de um lado e a escrita de outro tem sido questionada. Alguns linguistas apontam que a oralidade e a escrita são mais semelhantes do que diferentes, ainda que cada uma tenha suas particularidades. Outro aspecto a considerar quando se reflete sobre as relações entre fala e escrita diz respeito à variação linguística. Toda língua é dinâmica: muda no tempo e varia no espaço. Assim, em toda a sociedade complexa, convivem diferentes falares da mesma língua. Todos eles são legítimos e, por isso, devem ser respeitados, até porque a norma padrão é uma variedade entre as outras. No Brasil, as variedades linguísticas refletem a realidade de um país continental em que há intercâmbios culturais intensos e constantes. Como a variação diz respeito à língua como um todo, afeta suas duas modalidades: a língua oral e a língua escrita. As práticas de escuta e de produção de textos orais Se desejamos que os estudantes se expressem com fluência, declamem, dramatizem, narrem histórias, relatem experiências pessoais, exponham suas ideias relatem experiências pessoais, exponham suas ideias com clareza, saibam realizar entrevistas, apresentem um noticiário de rádio, entre outras coisa é necessário organizar o trabalho, acompanhando e avaliando todo o processo. 37

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Esse planejamento pressupõe também a seleção de material, como vídeos, CDs, fitas, que possam conter modelos de textos orais, para que a frequência aos gêneros possa contribuir para um melhor desenvolvimento dos estudantes. É necessário planejar situações didáticas para que cada gênero oral seja tratado nas suas especificidades, já que as competências exigidas para um não são as mesmas para outro. É preciso considerar ainda a distinção entre trabalhar com gêneros orais (conversação, debate, entrevista, exposição) e trabalhar com a oralização da escrita (recitação de poemas, leitura dramatizada de peças de teatro, leitura de notícias radiofônicas ou televisivas). A oralização de textos está presente em atividades sociais como simpósios, telejornais, leituras compartilhadas em casa ou na escola etc. Ler em voz alta para os outros, entretanto, é uma prática complexa, porque supõe leituras prévias para compreensão do texto, além de ensaios da oralização para que a leitura seja expressiva e significativa aos ouvidos do auditório.

de leitura. Cada gênero textual institui um ritual de leitura. Gêneros textuais distintos exigem tempos de leitura, posturas físicas, ambientes diferentes. Para ensinar a ler é importante, então, levar-se em conta a leitura que o texto exige. Na esfera literária, por exemplo, podem conviver ao menos dois modos de ler: aquela em que o leitor percorre as páginas, movido pelo desejo de saber o desenrolar dos acontecimentos, e aquela em que o leitor relê para observar melhor o escrito, conferir detalhes da composição ou do estilo, ou para refletir a respeito das ideias tratadas. Práticas de produção de textos escritos Ao escrever, é preciso ter em mente um interlocutor para com ele estabelecer uma conversa. Prever o leitor e estabelecer diálogo com ele durante a produção do texto torna-se, então, tarefa imprescindível, sem a qual a intenção de comunicação pode não ser percebida. É pensando no leitor que o autor seleciona o estilo, a forma composicional e o tratamento dado ao tema.

Outro aspecto a considerar é o fato de que, em certas situações de oralidade, fazemos uso da escrita. Por exemplo, em um seminário, a escrita é um apoio de organização da fala – elaborando um esquema para exibição no datashow ou em um cartaz, o falante conta com um apoio que pode auxiliá-lo a não se perder, além de ajudar o ouvinte a acompanhar o desenvolvimento da exposição. Analisar noticiários e debates de rádio e TV, transcrever a letra de uma canção ou fazer anotações de aula são práticas interessantes para que os estudantes aprendam a tomar nota, em situações de usos da oralidade. Práticas de leitura Ler é constituir o sentido de um texto, é dialogar com o texto. A compreensão resulta dessa interação ou troca. Assim, é determinante para a construção do sentido de um texto o que está fora dele: o contexto cultural do leitor (valores, crenças, modo de vida, leituras já realizadas), que funciona como referência para a interpretação do que lê. Colabora também na constituição do sentido do texto a forma como ele é posto em circulação e consumido. Para melhorar o desempenho da leitura dos estudantes é importante lembrar que há diferentes modos 38

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! Para escrever textos de determinado gênero, o autor necessita conhecê-lo mais profundamente: saber que estruturas são determinantes e predominantes, se há uma ordem na exposição do assunto, diversidade nas sequências textuais, peculiaridades quanto ao emprego das palavras.

gênero Para conhecer um exercício é imprescindível o . da leitura

Logo, para conhecer um gênero, é imprescindível o exercício da leitura – como forma de alimentação do plano temático, mas também como forma de apreciação do plano da expressão linguística.

e. Os padrões da língua escrita. f. A variação linguística: modalidades oral e escrita, variedades, registros. g. A descrição gramatical das unidades linguísticas.

Como o texto frequentemente não se desenvolve linearmente, é importante que os estudantes aprendam também que, durante a produção, é comum parar, reler o já escrito, revisar (trocar trechos de lugar, reformular estruturas frasais, substituir palavras), retomar o texto e prosseguir na sua elaboração.

Refletindo sobre usos efetivos da língua, a prática de análise linguística, de fato, ajuda o estudante a ampliar seus recursos expressivos, ao fornecer as ferramentas para que o estudante aprimore a compreensão e a produção dos textos.

Ter um planejamento prévio a seguir pode ser importante. Lapidar o texto, à medida que se avança ou após finalizada a primeira versão, requer experiência do autor para manter mentalmente a estrutura e não se perder. Aprender a manejar as estruturas textuais – uso de parágrafos, de pontuação, das sequências textuais diversas (narrativas, descritivas, argumentativas...) – é, portanto, tão ou mais importante que saber recortar o tema sobre o qual se pretende escrever. Práticas de análise linguística Se as práticas de linguagem produzem textos, refletir sobre a linguagem é, necessariamente, debruçar-se sobre as características que esses textos assumem, em função do gênero a que se filiam e, por sua vez, compreender de que maneira tais gêneros cristalizam certas práticas sociais em torno da linguagem. Ao colocar o texto em nosso horizonte, uma série de conteúdos assume relevância: a. Os contextos de produção dos textos orais ou escritos. b. As propriedades dos suportes em que tais textos circulam. c. Os gêneros e suas características (sua construção composicional, estruturação dos enunciados, regularidades estilísticas). d. Os recursos de coesão textual.

Aquisição do sistema de escrita alfabética e dos padrões da escrita Na perspectiva que assumimos, entende-se que tanto a aquisição do sistema de escrita alfabética e dos padrões da escrita (alfabetização), como o domínio da linguagem escrita em seus diversos usos sociais (letramento) são aprendizagens simultâneas. A tarefa da escola é assegurar a condição básica para o uso da língua escrita, isto é, a apropriação do sistema alfabético, que possibilita aos estudantes lerem e escreverem com autonomia. Mas é também introduzilos na cultura escrita, isto é, criar as condições para que possam conviver com as diferentes manifestações da escrita na sociedade e, progressivamente, ampliarem suas possibilidades de participação nas práticas sociais que envolvem a leitura e a produção de textos. Os saberes sobre o sistema de escrita alfabética e os padrões da escrita devem ser ensinados e sistematizados. Não é suficiente a exposição dos estudantes aos textos para que aprendam a escrever textos ajustados às expectativas do contexto de produção. É preciso planejar uma diversidade de situações que permita, em diferentes momentos, dirigir os esforços ora para a aprendizagem dos aspectos notacionais (sistema de escrita alfabética, padrões da escrita), ora para a aprendizagem dos aspectos discursivos (organização dos enunciados, emprego das palavras, coesão textual, recursos estilísticos, pontuação). 39

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